Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Carlos Miranda
Educação a Distância
Recife
Revisão Diagramação
Carlos Miranda Jailson Miranda
2.5.2. PEPS....................................................................................................................................................... 46
Conclusão ............................................................................................................................................. 84
Referências ........................................................................................................................................... 85
Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 86
Introdução
Caro (a) Estudante,
Você dará início ao estudo de uma das atividades mais importantes e fundamentais da
Logística: estoques. Isso mesmo!
Muito tem se falado de logística, em especial, nesses últimos dois anos quando a gestão
de estoques e as operações de armazenagem demonstraram seus graus de relevância, sobretudo na
pandemia do novo Coronavírus e, até mesmo em decorrência de crises econômicas que assolam os
mercados nacionais e internacionais, cujos efeitos tendem a afetar, negativamente, a capacidade de
processamento dos variados sistemas produtivos.
Nesse contexto, a formação e gestão de estoques assume uma função de equilíbrio entre
a oferta (disponibilidade de bens e/ou serviços) e a demanda (procura por bens e/ou serviços). As
tendências de consumo podem se alterar e com isso, forçar as organizações a adotarem meios de
encontrarem uma solução mais adequada para dois dilemas: que quantidades máximas deverão ser
mantidas em estoque, que não comprometam os custos de sua manutenção? Bem como, que
quantidades mínimas, administráveis, podem ser mantidas sem incorrer na falta de bens para os
consumidores?
Essa ausência de exatidão, faz com que a gestão de estoques se preocupe não só com
bens tangíveis, que são recursos físicos, mas também se dedica também, à gestão de bens intangíveis,
que não se referem à recursos físicos, pois são imateriais como as licenças de softwares, contratos de
concessão, fórmulas químicas etc.
Portanto, os estoques não estão necessariamente ligados à manutenção de bens
processados industrialmente, mas também aos materiais/suprimentos destinados à serviços
essenciais.
É possível, que você agora já tenha dimensão do grau de importância do controle e
monitoramento dos estoques para uma organização e do dia a dia das atividades de um profissional
dedicado a estas operações. A relação dos estoques com outras atividades é indispensável e requer
ainda, um dimensionamento correto dos custos que se inserem durante o processo de controle no
sistema e no ambiente físico.
4
Sendo assim, você terá a oportunidade de acompanhar na Competência 1, as variáveis da
armazenagem de materiais, especialmente as que influenciam na composição de níveis satisfatórios
dos serviços logísticos. Conhecerá ainda, alguns dos principais equipamentos utilizados na
armazenagem e particularidades dessa operação, bem como a importância de se planejar,
estrategicamente, a localização e utilização dos espaços, otimizando ao máximo as operações dentro
de um armazém.
Já na Competência 2, você aprenderá a classificar os materiais em estoque, de acordo
com o valor e as características que os definem, percebendo que não é apenas a quantidade dos itens
mantidos nos estoques que definirá as melhores formas de tomar decisão, acerca dos itens
comercializados. Métodos de avaliação dos estoques e os custos inseridos em sua manutenção,
também irão preencher sua segunda semana de estudos.
De forma simples e objetiva, na terceira competência serão destacadas à definição da
política de estoques e conceitos, acerca do dimensionamento de suas quantidades, formas de
previsão e a importância de calcular os custos de armazenamento.
Na quarta semana, você aprenderá que a depender dos níveis de estoque, devemos
decidir em que momento comprar e quanto deve ser comprado pela organização. A relação entre
aquisição e consumo, torna-se a parte fundamental da quarta competência, permitindo que na quinta
e última competência, sistemática de compras e estoques, você se depare com a função compras.
Perceba, que o conteúdo da disciplina Estoques é vasto, porém, bastante atrativo. Cada
competência estudada, permitirá a ampliação de seus conhecimentos e um interesse maior em
buscar informações que lhes proporcione aplicações diretas e objetivas em ambiente profissional.
Para tanto, não se esqueça de assistir as videoaulas e acompanhar através dos podcasts cada
conteúdo presente em seu material de estudo.
5
Competência 01
De acordo com Nogueira (2012, p. 51), o tempo e o espaço são variáveis em uma operação
de armazenagem. Sobre o elemento tempo, é importante relacionarmos os estoques à sua
capacidade de agregar valor às operações logísticas, em especial, quando essa capacidade se refletir
no giro dos estoques. E o que isto significa? Quanto menos tempo os produtos se mantiverem
estocados, maiores e melhores serão as chances de se atingirem resultados satisfatórios em nível de
serviço.
Em relação ao elemento espaço, as características dos produtos, bem como detalhes que
os diferenciam, tendem a influenciar o modelo de arranjo físico mais apropriado que permita adequar
estruturas e equipamentos direcionados à estocagem física, circulação de materiais e pessoas,
distribuição, bem como garantir a segurança e saúde dos trabalhadores em ambiente laboral.
Esta relação “tempo-espaço” é comum tanto para o processo de manufatura (indústria),
quanto na prestação de serviços, onde os estoques tendem a ser materiais utilizados nas atividades
fins. Desta forma é possível observar que as operações de armazenagem são direcionadas ao
cumprimento de níveis de serviços, para um ou mais clientes, os quais agregam-se valores mediante
a três aspectos: maior redução no prazo de entrega, disponibilidade maior de produtos e um melhor
cumprimento no prazo de entrega.
É importante compreender que a qualidade do serviço logístico deve ser vista como o
cumprimento de todos os itens de controle do nível de serviço estabelecido em contrato, o que faz
6
Competência 01
refletir sobre uma questão importante: “a organização prestadora do serviço logístico não deve, a
pretexto de fidelizar o cliente, realizar um nível de serviço acima do estipulado em contrato.”
Por duas razões! São elas:
1. Pela perda potencial de receita. A empresa contratada não obtém vantagem
financeira, caso busque antecipar-se na disponibilidade do produto ou caso agregue serviços
adicionais que não façam parte do objeto do contrato; e
2. Por prejudicar o próprio cliente. Imagine antecipar a entrega de um produto ou até
mesmo um serviço? Será que o cliente estaria preparado para receber o produto ou realizar um
serviço, em dia e hora que não estivesse pré-determinado em contrato?
Portanto, estas duas condições devem ser evitadas, por se tratar de situações que,
aparentemente, levariam vantagens ao cliente ou melhorariam a imagem do prestador de serviços
logísticos. Mas, na verdade, elas comprometem o nível de serviço, por ferirem os itens acordados no
contrato por cliente e fornecedor, tais como: prazo combinado/atendido, confiabilidade, integridade
da carga, atendimento etc.
Portanto, a primeira informação contratual que deve ser estabelecida de forma clara com
o cliente é: qual o nível de serviço o cliente deseja comprar? Obtendo essa resposta, a empresa
prestadora de serviços logísticos define sua atuação no mercado, pois é a partir dela, que se
estabelece o nível de serviço que irá ser oferecido.
Segundo Pozo (2010, p. 32), o objetivo macro de nível de serviço que está atrelado ao
sistema de planejamento de estoques “visa atender às necessidades do cliente em relação a datas e
à presteza de entrega dos pedidos.” Assim, lembre-se de um fator muito importante:
O nível de serviço deve ser constituído de tal forma que possa ser numericamente
mensurável, ou seja, que contenha valores não deixando margem para discussão!
Observe, que no quadro são apresentados alguns exemplos corretos e incorretos de nível
de serviço para sua análise:
7
Competência 01
Correto Incorreto
Assim, uma vez estabelecido o nível de serviço, ele passa a ser um item vital a ser
controlado e alcançado pela operação logística. Nem menos, nem mais, mas exatamente o
combinado! E, para efetivarmos, a melhor maneira é sob a ótica da qualidade ou dos indicadores de
desempenho logístico.
Na língua inglesa, esses indicadores são conhecidos como Key Performance Indicator (KPI)
e contribuem na gestão das operações logísticas, com escopo e escalas abrangentes, formulando um
sistema que corresponde aos “olhos e ouvidos” necessários a:
Cada atividade logística deve alcançar sua meta de nível de serviço (valores máximos e
mínimos) para estar dentro da qualidade contratada. Existem centenas de indicadores ou métricas
que podem ser utilizadas para avaliar o desempenho do processo logístico de uma empresa e,
consequentemente, controlar seus níveis de serviço.
Veja, abaixo, alguns exemplos de indicadores bastante utilizados e recomendados por
Markham (2003, p. 48–50), para o acompanhamento de determinados itens de controle que
impactam em operações de armazenagem e estoque.
• Avarias
8
Competência 01
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑠
𝑥 100
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
• Avarias no estoque
• Retornos e devoluções
• Obsolescência do estoque
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑜𝑏𝑠𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑠
𝑥 100
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠
9
Competência 01
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜
𝑥 100
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑖𝑛𝑙𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜 á𝑟𝑒𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜)
Agora, que você já identificou os principais aspectos que norteiam o nível de serviço em
operações de armazenamento e como é possível desprender esforços para diferentes tipos de
clientes, você irá se deparar com as estruturas operacionais presentes na armazenagem, onde podem
ser descritas, conforme representação abaixo:
10
Competência 01
1.2.1. Recebimento
São elas:
• Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;
• Analisar a documentação recebida, verificando se a compra está autorizada;
• Confrontar os volumes declarados na Nota Fiscal e no manifesto de transporte
com os volumes a serem efetivamente recebidos;
• Proceder a conferência visual, verificando condições de embalagem quanto a
possíveis avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas
nos respectivos documentos;
• Proceder a conferência quantitativa dos materiais recebidos; e
• Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxarifado.
11
Competência 01
1.2.2. Estocagem
Como já é de seu conhecimento o estoque constitui, por sua vez, um dos pontos vitais na
formação do conjunto de atividades da armazenagem, exigindo técnicas específicas para alcançar a
eficiência da racionalização e da economia desejada. Contudo, para que haja efetividade no controle
dos estoques é imprescindível que os materiais sejam regularizados.
A regularização dos materiais complementa todos os esforços no armazenamento,
cumprindo por sua vez, com a classificação, cadastramento e codificação de todos os itens,
destinando-os às posições específicas no depósito, de acordo com as características que os definem.
A regularização configura-se pelo controle do processo de recebimento, pela confirmação
da conferência qualitativa e quantitativa, por meio do laudo da inspeção técnica e da confrontação
(quantidades conferidas versus faturadas), para decisão de aceitar ou recusar, e, finalmente, pelo
encerramento do processo.
As informações técnicas sobre estoques serão aprofundadas nas próximas competências
onde você verá detalhadamente, informações sobre sua classificação e dimensionamento. Portanto,
neste espaço, reservamos apenas ao conteúdo estoque seu papel como parte integrante da estrutura
no processo de armazenagem. Ok?!
12
Competência 01
1.2.3. Distribuição
13
Competência 01
14
Competência 01
consequentemente, farão parte do sistema que determina o tempo desses materiais em estoque.
Você lembra do elemento tempo que vimos no início da competência? Pois bem, há várias formas de
se analisar o tempo, em especial, controlando o fluxo de entrada e saída dos materiais que
configuram o consumo deles.
Dentre elas, a Curva ABC (conteúdo que será abordado na competência 2 - Compreender
a Classificação de Estoques por Níveis de Valor) é a mais conhecida por ser realizada com base no
valor de consumo médio dos itens em estoque.
Quanto mais se armazenam produtos, menor é o custo com transportes. Basta observar,
no gráfico abaixo, a curva de distribuição decrescente. Como isso ocorre?
Imagine, por exemplo, que uma empresa tem vários depósitos espalhados pela região
nordeste do Brasil. Esses depósitos funcionam como Centros de Distribuição (CDs) para os clientes
que também ficam na mesma região do país. Isso significa que, como a organização mantém
armazéns próximos aos clientes, caminhões são carregados nos CDs e de lá seguem para os clientes,
sem ter que percorrer grandes distâncias.
Manter vários centros de distribuição gera a necessidade de manter altos estoques,
porque cada CD terá o seu estoque. No entanto, como os CDs estarão perto dos clientes os custos
com transportes serão menores.
Por sua vez, se a gestão decidir que manterá apenas um depósito em toda a região do
Nordeste, o estoque a ser mantido será menor. No entanto, as distâncias a serem percorridas pelos
caminhões que entregarão aos clientes serão bem maiores. Isso elevará os custos de transporte.
Vejamos a seguir.
15
Competência 01
Você já sabe que ao se trabalhar com estoques, deve-se levar em consideração que só se
deve armazenar a quantidade necessária deles. Vários são os motivos de se manter estoques, dentre
eles a incerteza das necessidades futuras do mercado, porém como se deseja garantir o atendimento
dos clientes quando os pedidos deles chegarem, as empresas optam pela sua formulação. O ideal,
sempre que possível é reduzir suas quantidades.
Estoques geram custos e só se tornarão receita quando o seu faturamento acontecer.
Antes disso, esse estoque exigirá cuidados, manutenção, bem como os armazéns em que estarão
depositados. Antes disso, esse estoque exigirá cuidados, manutenção, bem como os armazéns em
que estarão depositados.
Será necessário manter pessoas qualificadas para manuseá-los e cuidados para que não
sejam avariados, pois, se isso acontecer, ele dificilmente se tornará receita ou, até se tornará, mas
com custos maiores. É importante ressaltar que os estoques não estão apenas nos depósitos ou
armazéns. Cada local de ponto de uso do produto também pode vir a ser um local onde se mantém
16
Competência 01
estoques, mesmo que por pouco tempo antes do consumo dele. Todo o estoque mantido deve ser
considerado na avaliação do estoque contábil como parte do ativo de uma organização.
A decisão pela localização de armazéns ou depósitos não é uma tarefa fácil, ainda que
esta estrutura seja implantada internamente. Há alguns fatores que são determinantes nessa
atividade e seus critérios devem refletir aspectos qualitativos da região e disponibilidade de recursos
necessários à instalação física, conforme pode ser visto em nosso exemplo. Várias metodologias
contribuem para definir o melhor local. Existem duas, bastante populares que você pode utilizar: a
ponderação qualitativa de localização e a comparação entre custos fixos e variáveis.
Imagine que uma empresa do segmento de bebidas lácteas deseje investir na construção
de um centro de distribuição (CD) em determinado município da região metropolitana do Recife. A
princípio, ela tem três potenciais locais, que reúnem características favoráveis à construção do CD.
Porém, se faz necessário atribuir critérios qualitativos onde, cada um deles receberá um valor, um
peso correspondente ao grau de importância do critério e, posteriormente, para cada critério, de
cada município, será atribuída uma pontuação, diferenciando entre as localidades, para qual delas
será atribuído maior valor de pontuação.
17
Competência 01
Pontuação.
(Potencial de localização) Resultado
Critérios
Goian Paulist Paulist
Peso Ipojuca Ipojuca Goiana
a a a
Proximidade de portos e
3 3 5 3 9 15 9
aeroportos.
Fornecedores de equipamentos
3 3 5 5 9 15 15
na área.
Atitude e custo da força de
5 2 4 3 10 20 15
trabalho.
Incentivos fiscais. 2 4 5 2 8 10 4
Condições de deslocamento. 2 2 2 4 4 4 8
Acessibilidade aos recursos
3 4 5 4 12 15 12
hídricos e energéticos.
Disponibilidade de escolas. 1 4 3 4 4 3 4
TOTAL 56 82 67
Quadro 02 – Descrição dos critérios, pesos e pontuações dos municípios.
Fonte: o autor.
1.Multiplicamos o peso de cada critério pela nota de cada cidade naquele critério; e
2.Colocamos o resultado na coluna “Resultados” à cidade correspondente.
Por exemplo, no critério Incentivos fiscais, atribuiu-se um peso equivalente a dois. Sendo
assim, dois multiplicado pela nota do município de Ipojuca, neste critério (que foram quatro), resulta
em oito, que foi inserido na coluna Resultados da cidade Ipojuca. Depois desses cálculos é feito um
18
Competência 01
somatório dos resultados. No caso de nosso exemplo, a cidade que apresentou o melhor resultado,
tendo em vista a maior pontuação (82 pontos) foi o município de Goiana, seguida por Paulista (67
pontos) e depois pelo município de Ipojuca (56 pontos), Mata Sul de Pernambuco.
Vamos voltar ao exemplo das cidades Ipojuca, Goiana e Paulista. Porém, antes de iniciar
o segundo método, dos custos fixos e variáveis, faz-se necessária uma explicação a respeito desses
conceitos. Custos fixos são aqueles relacionados ao produto e/ou serviço, que não se alteram,
conforme a quantidade produzida. Seja zero ou mil unidades, eles permanecem fixos. Os custos
variáveis oscilam, conforme a quantidade produzida. Somados, tais custos representam o “custo
total”.
Admitindo que a instalação do armazém da empresa de bebidas lácteas, nestas cidades
possuem os seguintes custos fixos e variáveis, qual seria a melhor alternativa?
Caso você tivesse que julgar somente pelos custos fixos, seria melhor a cidade de Ipojuca,
mas veja que ela tem justamente o maior custo variável unitário. Por outro lado, aquela que tem o
menor custo variável unitário, apresenta o maior custo fixo, que é Goiana. Como resolver essa
questão?
Avaliando o custo total, que dependerá da quantidade de produtos que serão vendidos
(previsão de venda), se a empresa fosse distribuir, em média, uma quantidade de 20.000 litros por
mês, qual seria a melhor alternativa? Basta apenas, utilizar a seguinte fórmula para calcular o custo
total em cada cidade:
𝐶𝑇 = 𝐶𝐹 + 𝐶𝑉𝑢 𝑥 𝑄
Onde:
19
Competência 01
A julgar pelos números, a melhor alternativa para a localização do CD seria, por pouco, a
cidade de Ipojuca, que no método anterior, foi justamente a cidade que recebeu a menor pontuação.
O que fazer nesse caso? Antes de mais nada, é necessário nos certificar da previsão de vendas. Se por
exemplo, a previsão aumentasse para 60.000 unidades, conforme os cálculos apresentados aqui,
teríamos um custo total de R$ 1.350.000 para a cidade de Ipojuca, R$ 1.320.000 para Goiana e R$
1.280.000 para Paulista; ou seja, a cidade de Ipojuca se tornaria a possibilidade mais cara e o
município do Paulista passaria a ser a melhor opção, conforme os cálculos da previsão abaixo!
20
Competência 01
Ballou (2010, p. 158) afirma que a atividade de armazenagem presta serviços aos
usuários. Ele as resume através de quatro funções:
a) Abrigo: é a função mais óbvia da atividade de armazenagem. Esse abrigo deve ser
adequado às características dos produtos. Se os produtos precisam ser
refrigerados o armazém deve ser adaptado para tal.
b) Consolidação: A consolidação da carga ocorre quando um depósito recebe cargas
de diversas origens e as consolida para realização de entregas para clientes.
Podemos supor que um depósito pode receber três cargas de fornecedores, cada
uma das cargas com 10 toneladas, por exemplo. No depósito é possível consolidar
essa carga em uma única de 30 toneladas que pode ser enviada a um cliente ou
mesmo a um centro de distribuição mais próximo de clientes em outra região.
c) Transferência e transbordo: a transferência e transbordo é o oposto da
consolidação. Ocorre quando a carga é recebida por um depósito e lá é fracionada
para redistribuição aos clientes (BALLOU, 2010, p. 160). Exemplo: um distribuidor
de alimentos pode receber cargas de vários fornecedores em um depósito, tais
quais: materiais de higiene e limpeza, derivados do leite e frios. No armazém, esse
21
Competência 01
O armazém é um tipo de depósito e as empresas podem decidir por ter espaços próprios
ou alugar depósitos para armazenar seus produtos. Ter os próprios armazéns traz a vantagem de
definir o seu layout e arranjo físico adaptado às necessidades da empresa. E qual seria a melhor
estratégia a ser adotada? Para responder a esta questão, é preciso comparar os custos entre as duas
operações, em obter depósito próprio ou a contratação de terceiros, definindo, portanto, o que é
melhor para a organização.
22
Competência 01
Você já tem dimensão da importância dada aos espaços físicos em um armazém! Porém,
muitas outras particularidades devem ser tratadas e, elas estão presentes aqui, em seu e-book.
Dentre elas, as estruturas que têm como objetivo otimizar a utilização dos espaços dos armazéns e
contribuem ainda, para formulação de técnicas diversificadas de estocagem, que você verá logo mais.
O uso dessas estruturas tende a garantir maior segurança não só ao item, mas também,
às pessoas que circulam no depósito. Vamos estudá-las?
Trata-se de estrutura pesada, na qual as prateleiras são substituídas por plano de carga
constituído por um par de vigas que se encaixam em colunas, com possibilidade de regulagem de
23
Competência 01
A estrutura porta-palete, em seu modelo mais convencional, conforme pode ser visto na
figura 04, contribuiu para o surgimento de sistemas de alta densidade e armazenagem dinâmica, bem
como no surgimento de estratégias que suprem a necessidade de armazenamento e movimentação
de equipamentos em espaços restritos.
Principais características.
24
Competência 01
Os sistemas para alta densidade são conhecidos como drive-in e drive-through, enquanto
a armazenagem dinâmica, além dela própria, gerou a variação push back. (VIANA, 2006, p. 334).
25
Competência 01
Principais características.
26
Competência 01
Principais características.
27
Competência 01
Funcionando como variante do modelo dinâmico, o push back trata-se de sistema por
impulsão, que melhora a rotatividade e aumenta a seletividade. Perfeito para até quatro paletes de
profundidade, utilizando-se apenas um corredor para colocação e retirada do palete. O palete
colocado no trilho é empurrado pelo palete seguinte e assim até o último palete. Na retirada deste
último palete todos os demais, por gravidade, descem uma posição. (VIANA, 2006, p. 338).
Principais características:
28
Competência 01
● Neste sistema, a empilhadeira “empurra” cada palete sobre um trilho com vários
níveis, permitindo a armazenagem de até quatro paletes na profundidade.
O modelo flow rack foi concebido para materiais de pequeno volume e peso, cuja
armazenagem dispensa a utilização de palete. Trata-se de sistema que atende materiais de até no
máximo 80 kg/m, indicado para a utilização do FIFO (First in First out, também denominado por
sistema “PEPS”, referindo-se a “primeiro que entra, primeiro que sai”), por meio de trilhos apoiados
sobre longarinas que permitem ajustar a altura e regulagem para inclinação. (VIANA, 2006, p. 340).
Os materiais são carregados pelo lado mais alto e descarregados pela frente, permitindo
fácil acesso e rápida reposição.
Principais características:
29
Competência 01
30
Competência 01
Principais características:
31
Competência 01
As empresas diariamente precisam avaliar os valores dos seus estoques que são as
quantidades contábeis e comparar com as quantidades físicas. Os resultados são obtidos por meio do
inventário, procedimento responsável pela contagem dos itens em todos os depósitos e pontos de
uso e, posteriormente confrontados com o saldo contábil que consta no sistema da organização. Um
inventário pode ocorrer de maneira rotativa ou cíclica ou ainda pode ser realizado geral.
O inventário rotativo ou cíclico pode acontecer com a frequência desejada pela
organização, semanalmente, ou mensalmente, por exemplo. Nesse tipo de inventário, não é
necessário parar toda a operação da empresa para a realização da contagem. A contagem é restrita
a um grupo de itens escolhidos pela equipe responsável. O grupo de produtos A pode ter uma
frequência de contagem diferente do grupo de itens B, por exemplo. Já o inventário geral ocorre uma
vez ao ano na empresa, normalmente, nos últimos dias do ano contábil.
Para a realização dessa contagem é necessário que toda a operação da organização seja
interrompida. Todas as notas fiscais de entrada e saída de produtos precisam ser registradas antes
do início do inventário geral. Assim como, todos os produtos consumidos precisam ter sido
32
Competência 01
33
Competência 01
Desta forma, o resultado da acuracidade dos saldos dos estoques, referente aos dez itens,
corresponde à 30%. Você consideraria este resultado como bom ou ruim? Na verdade, sua reposta
deverá ser “depende!” Por quê? Como foi visto anteriormente, nos parâmetros adotados como
referência, em algumas empresas brasileiras, este resultado pode ser considerado baixo, tendo em
vista que a principal referência para o indicador utilizado, voltado à acuracidade dos saldos dos
estoques é de 95% para a grande maioria das empresas brasileiras.
Ou seja, quanto mais o resultado se aproximar de 100%, mais satisfatório será para a
empresa pois, significa que os estoques físicos estão conferindo com os estoques contidos na
movimentação de entrada e saída contabilizadas no sistema.
34
Competência 02
35
Competência 02
classificados para a sua pronta organização. A primeira etapa para esta organização é a classificação
de materiais.
De acordo com a classificação, os materiais de estoque têm consumo frequente, e, para
tanto, serão determinados critérios de ressuprimento, em conformidade com a previsão de seu
consumo. E os que não são de estoque correspondem aos materiais não destinados à estocagem e
que não são críticos à operação da organização. Sua utilização é ocasional e imediata. Por isso, seu
ressuprimento não é feito automaticamente. No item seguinte é possível verificar os materiais de
estoque.
a) A especificação geral do item com uma descrição padronizada, depois deve vir;
b) A classificação do item. Nesta etapa da definição do cadastro, deve-se já ter
previamente, criado os grupos e subgrupos dos itens; e
c) Por último, cria-se o código do item, que será o número pelo qual o produto será
identificado no sistema de gerenciamento de informações da empresa.
Para que haja uma padronização na descrição dos materiais cadastrados é preciso que a
denominação deles seja feita sempre no singular, deve se referir ao material e não à sua forma de
embalagem e as abreviaturas, quando utilizadas, devem ser padronizadas.
Exemplo:
Mesa de vidro – forma incorreta, pois o formato do material veio na frente.
Vidro Mesa – forma correta.
36
Competência 02
Trigueiro (2007, p. 24) afirma que as características do material na sua descrição devem
seguir a seguinte ordem:
Exemplo:
Denominação principal – Lâmpada;
Referência básica – Incandescente;
Forma do material – Tubular.
Dimensões – 30 cm;
Outras especificações – 40 W.
LM – Lápis de madeira
LM/A – Lápis de madeira azul
LM/V - Lápis de madeira verde
37
Competência 02
Item
100 = Lápis de madeira preto
101 = Lápis de madeira azul
A primeira chave, se refere à construção dos dois primeiros dígitos e está relacionada ao
grupo de materiais, matéria-prima. A segunda chave identifica os itens contidos no subgrupo, argila
ou metal. Por fim, a terceira chave identifica e descreve o produto, argila seca, argila úmida etc.
Sendo assim, o artesão que precisar da matéria-prima argila seca para criar sua escultura
deverá solicitar o produto argila seca de código 01.00.000 ao almoxarifado, bem como se quiser
utilizar o bronze, deverá requisitar o item 01.02.000.
38
Competência 02
A classificação ABC, ou curva ABC, é uma classificação realizada com base no valor de
consumo médio dos itens do estoque. A curva ABC tem a sua principal lógica baseada em resultados
de estudos sobre a renda e a riqueza realizados por Vilfredo Pareto, no século XIX. Alicerçado nos
seus estudos, Pareto afirmou que 20% da população detinha 80% da riqueza. Essa regra se tornou
conhecida como a regra de Pareto e costuma ser aplicada a diversos outros contextos.
Como exemplo, temos o processo de gestão de estoques. Afirma-se que poucos itens,
normalmente, representam a maior parte do valor daquilo que é estocado ou consumido nas
organizações. Isso implica dizer também que muitos itens do portfólio costumam representar um
baixo valor de consumo.
A regra de Pareto é amplamente utilizada para classificar os itens movimentados pelas
companhias. Sendo assim, a premissa que orienta a ação de classificar os itens pelo método da
classificação ABC orienta que, aproximadamente 20% dos itens do estoque representam cerca de
80% do valor consumido. Esses itens são classificados como curva A.
Os itens de curva B correspondem, em média, à 30% dos itens e, por sua vez, costumam
representar entre 15% do valor dos estoques. E por último, os itens de curva C representam,
aproximadamente 50% em itens e apenas 5% em valor consumido. Esses percentuais são orientações
e não se deve afirmar que eles não podem variar, aliás, eles se alteram de organização para
organização!
A curva ABC nada mais é do que um gráfico que representa quantos itens há em cada
curva (A, B ou C) e quanto eles representam em valor para os estoques, sobretudo valores destinados
aos investimentos em controle, determinando os pontos básicos merecedores de atenção especial
dos estoques.
39
Competência 02
Para montar a curva ABC é necessário ter algumas informações: quantidade de itens,
código ou nome do material, preço ou custo unitário da peça e consumo médio mensal. Vamos
atribuir como referência, as orientações de Castiglioni (2009, p. 39), conforme exemplo adaptado em
três etapas.
Imagine que em estoque você possui dez itens, conforme consta no quadro abaixo. A
partir dele, você terá subsídios que irão compor todas as informações necessárias para realização da
primeira etapa da construção da curva ABC.
40
Competência 02
Segunda etapa.
41
Competência 02
Pronto! A curva ABC dos materiais de estoque já está concluída. Perceba, como fica o
gráfico da curvatura dos itens e a progressão do consumo, de acordo com os valores encontrados
através dos resultados dos cálculos presentes no quadro acima.
42
Competência 02
E agora, qual a próxima ação? Você chegou no momento de classificar os itens, conforme
o critério definido pela organização, conforme consta em nosso exemplo. Lembra-se de quais foram
os critérios?
% de investimentos em
Valor do grupo Itens %
Classe controle
A 49.000,00 85,57% 2 20%
B 6.090,00 10,63% 3 30%
C 2.175,00 3,80% 5 50%
Totais 57.265,00 100% 10 100%
43
Competência 02
Manter estoques implica em geração de custos para a empresa: custos para movimentar
os estoques, custos para armazená-los, custo pela obsolescência e diversos outros. Por questões
práticas e para reduzir a complexidade da avaliação desses custos, alguns métodos são adotados. Os
métodos a serem apresentados aqui, utilizam ou o preço de mercado do item, que é o preço da
matéria-prima adquirida, ou o preço de custo, que é aquele referente à fabricação do produto.
44
Competência 02
Esse método consiste em calcular o custo do estoque tomando por base a fixação do
“preço médio entre todas as entradas e saídas” (POZO, 2010, p. 78). Dessa forma, esse método
consegue eliminar ou pelo menos reduzir as flutuações de preços.
N = quantidade de material
45
Competência 02
De acordo com o quadro, observe que nos dias 1 e 2 houve duas entradas, cada uma delas
com suas respectivas notas fiscais de compra. A primeira entrada, corresponde à 500 unidades, de
um material qualquer, custando R$ 15,00 a unidade, cujo valor total obtido foi de R$ 7.500,00. A
segunda entrada, se refere à 200 unidades. Cada unidade por R$ 20,00 e o valor total referente à R$
4.000,00.
E agora, como obter o valor médio desses materiais através da metodologia do custo
médio? Simples! Basta substituir as variáveis da fórmula pelos valores do quadro. Perceba que você
deve somar os valores em reais das entradas dos materiais “y” (R$ 7.500,00 + R$ 4.000,00 = R$
11.500,00) e somar a quantidade de materiais “n” (500 unidades + 200 unidades = 700 unidades).
Depois, o valor em reais total deve ser dividido pela quantidade de materiais no estoque
para que se encontre o custo médio (R$ 11.500,00 ÷ 700 = R$ 16, 43). Tendo o custo médio em mãos,
as saídas seguintes (para este exemplo foi registrada apenas uma saída de 150 unidades, no dia 6),
devem ser lançadas com esse preço, conforme demonstrado na coluna “saídas”.
Este é um método bastante simples de ser calculado por representar um valor a ser
contabilizado pela média dos gastos com a aquisição de cada produto.
2.5.2. PEPS
46
Competência 02
material em quantidade maior que uma única entrada, as saídas terão que ter o preço das entradas
que as atenderem onde, os materiais mais antigos devem ter prioridade de saída e distribuição.
Observe as entradas dos dias 10 e 12. Foram registradas compras com lançamentos de
100 unidades para o dia 10 e mais 150 unidades para o dia 12. Respectivamente, valores unitários
correspondem à R$ 15,00 e R$ 20,00 e valores totais de R$ 1.500,00 e R$ 3.000,00. De acordo com as
saídas, dia 25, 150 unidades foram solicitadas, contudo, além das 100 unidades registradas no dia 10,
foram acrescidas outras 50 unidades retiradas do lote mais novo, adquirido no dia 12, totalizando,
por sua vez as 150 unidades solicitadas.
Sendo assim, o valor total de saída correspondeu à R$ 2.500,00 (R$ 1.500,00 + R$
1.000,00), restando, portanto, 100 unidades de saldo em estoque com valor de R$ 2.000,00.
Está conseguindo acompanhar os conceitos de avaliação de estoques até agora? Os dois
conceitos citados até o momento, Custo Médio e PEPS, são os mais utilizados pelas empresas
brasileiras.
2.5.3. UEPS
47
Competência 02
Sua sigla LIFO (last in, first out), acompanha o dia a dia da avaliação dos estoques, a partir
do uso da expressão UEPS, “último a entrar, primeiro a sair.” Em relação a este método, o último
item produzido ou comprado a entrar no estoque é o primeiro a sair. A ideia é executar o cálculo da
forma oposta ao que ocorre no PEPS onde, o lote mais antigo é o primeiro a sair. No entanto, o
método UEPS causa uma supervalorização do preço do produto e por esta razão, a legislação fiscal
brasileira não permite que o sistema seja utilizado pelas empresas.
Acompanhe a aplicação método UEPS através do exemplo abaixo e note sua diferença em
relação às outras metodologias.
Conforme você pode observar, para os dias 25 e 26 foram registrados dois lançamentos
de entradas de materiais obtendo 250 unidades. O primeiro lançamento, registrou a entrada de 150
unidades, a R$ 15,00 cada e o segundo 100 unidades a um preço de R$ 20,00 para cada item. As
quantidades somadas para os dois lançamentos corresponderam em valor R$ 4.250,00 (R$ 2.250,00
+ R$ 2.000,00). Perceba, que em relação à saída, o dia 28 contabilizou dois lançamentos, que somados
totalizaram 150 unidades, onde: 100 unidades do lote mais novo, com entrada registrada no dia 26 e
50 unidades do lote mais antigo, com registro de entrada no dia 25.
Desta forma, é possível constatar que a prioridade de saída se deu para todas as unidades
do lote mais novo, ou seja, as 100 unidades contabilizadas no dia 26 foram alocadas ao pedido e as
50 unidades restantes foram incorporadas, a partir da retirada do lote antigo, aquele registrado no
dia 25.
48
Competência 02
49
Competência 03
Para o setor de produção em algumas organizações, manter estoques pode ser a solução
para evitar as falhas no processo, sobretudo rupturas. Por sua vez, a área financeira reduzir os
investimentos em estoque passa a ser uma meta constante. Isso demonstra que pode haver conflitos,
seja entre departamentos ou em relação ao dimensionamento dos estoques (DIAS, 2010, p. 54).
50
Competência 03
Dias (2010, p. 17-18) afirma que a política de estoques precisa ser bem definida e envolve
algumas premissas que precisam estar claras para o departamento de materiais, ou para a área
responsável pela gestão dos estoques. E acrescenta:
51
Competência 03
• Quantitativas: baseadas em históricos de vendas e/ou variáveis que estejam ligadas direta ou
indiretamente às vendas (inflação, níveis de desemprego ou ainda o crescimento do mercado
dos produtos oferecidos pela organização); ou
• Qualitativas: baseiam-se em opiniões de pessoas envolvidas na operação como vendedores,
gerentes ou mesmo os próprios compradores. Pesquisas de mercado e até mesmo com a alta
administração da empresa também pode ser utilizada para alimentar esse tipo de previsão.
As vendas podem evoluir de diversas formas. Dizemos, portanto, que quando existe uma
evolução horizontal do consumo, esta é constante. Você pode notar no gráfico que, por mais que haja
variação no consumo, os valores não se distanciam muito da média (representada pela linha
horizontal, denominada consumo médio.
52
Competência 03
Descrição da imagem: no eixo das abscissas (horizontal) do gráfico, está o tempo (período de 1 a 12) e no das
ordenadas (vertical) está o consumo em unidades. Paralelo ao eixo das abscissas há uma linha representando o valor do
consumo médio igual a 50. Uma outra linha marca no gráfico o consumo que varia aproximadamente entre o valor de
30 unidades e 75 unidades. Essa linha sobe e desce em relação à média, mas não se afasta muito dela.
Por sua vez, a evolução de consumo também pode estar sujeita à diversas tendências.
Itens com crescimento de vendas contínuo se encaixam nesse perfil de evolução de consumo.
Observe, na figura abaixo, que a reta do consumo médio assume agora, uma postura crescente e com
ela, o consumo efetivo acompanhando tal tendência.
53
Competência 03
Aumento de
consumo.
Diminuição
de consumo.
Nos próximos tópicos você aprenderá duas técnicas usuais de previsão de consumo.
Se refere à uma forma de calcular uma previsão de consumo baseada em utilizar a venda
ou consumo real ocorrido no período anterior como quantidade estimada para o período seguinte.
Por exemplo, digamos que uma empresa vendeu no mês anterior (fevereiro) 100 unidades do item
X. A previsão da venda para o mês seguinte (março) será de exatamente 100 unidades. Agora,
digamos que ao fim do mês de março percebeu-se que as vendas reais aumentaram, foram de 120
unidades.
Ao se fazer a previsão do mês de abril, utiliza-se as vendas ou consumo reais de março
como previsão. Logo, a previsão de vendas ou consumo em abril será de 120 unidades. Agora, analise
o exemplo abaixo e veja como a tabela pode ser preenchida com o consumo previsto e real de cada
período. Lembre-se: a previsão do período seguinte é o valor real de venda ou consumo ocorrido no
período anterior.
54
Competência 03
Observe que consta o consumo previsto no período 3. Depois, considere que o consumo
real no período 3 foi 10% maior do que o previsto. Qual foi o consumo real do período 3?
Basta observar a coluna de consumo real referente ao período, para constatar o resultado
com o valor real de 10%. Feito isso, segue para o período 4 e assim por diante. Repetindo essas
operações é possível chegar até o período 10.
A média móvel é feita calculando-se a média do histórico dos valores consumidos nos “n”
períodos anteriores. Toda vez que se avança um período, o primeiro período deve ser excluído do
cálculo. A fórmula que resume esse cálculo está abaixo (DIAS, 2010, p. 29):
𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3 + ⋯ + 𝐶𝑛
𝐶𝑀 =
𝑛
Uma das desvantagens desse método é que se houver algum valor extremo (muito alto
ou muito baixo) dentre as informações que formarão o histórico para a média (se algum C for uma
55
Competência 03
altíssima ou baixíssima quantidade) o resultado será fortemente afetado. Por outro lado, esse
método apresenta a vantagem de ser simples e permitir a sua realização manualmente, sem a
dependência de sistemas de computação. (DIAS, 2010, p. 30).
Observe o exemplo:
O consumo total do mês de dezembro é representado por C3, do mês de novembro por
C2 e do mês de outubro por C1. Para calcular a previsão do mês de janeiro é necessário calcular a
média dos três meses anteriores. Neste caso, “n” igual a 3, corresponde aos três meses.
Consumo outubro = C1 = 9
Consumo novembro = C2 = 4
Consumo dezembro = C3 = 5
n=3
𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑚ó𝑣𝑒𝑙 =
𝑛
9+4+5
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑚ó𝑣𝑒𝑙 = =6
3
Considerando que agora você está em fevereiro e já sabe o valor real consumido em
janeiro (6 peças), como calcular a previsão de fevereiro? Ora, se na média móvel você precisa excluir
a primeira quantidade para incluir o último valor mais recente, então:
Consumo novembro = C1 = 4
Consumo dezembro = C2 = 5
Consumo janeiro = C3 = 6
n=3
56
Competência 03
Observação: outubro foi excluído da conta, porque necessita-se fazer o cálculo da média
móvel, no qual, o primeiro dado da série é excluído e o dado mais recente é incluído (o dado incluído
foi o consumo real de janeiro).
𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑚ó𝑣𝑒𝑙 =
𝑛
4+5+6
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑚ó𝑣𝑒𝑙 = =5
3
Considere que o consumo real em fevereiro foi de 4 peças, calcule a previsão do mês de
março.
Consumo dezembro = C1 = 5
Consumo janeiro = C2 = 6
Consumo fevereiro = C3 = 4
n=3
5+6+4
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑚ó𝑣𝑒𝑙 = =5
3
Sendo assim, tem-se, conforme aplicação da fórmula acima, o seguinte valor para o mês
de março:
Por que se torna tão relevante compreender bem os cálculos de consumo? Porque é
através deles que você terá a dimensão real do que será armazenado, pela ocupação dos espaços que
serão preenchidos nas estruturas e o tempo de permanência dos materiais, o que demanda um custo
no processo de armazenagem física.
57
Competência 03
Os custos de armazenagem são calculados com base nas quantidades de estoques que
são armazenados, bem como também considera vários outros custos envolvidos nesse processo, tais
quais as taxas de seguro, de movimentação, de manuseio e distribuição, taxas de obsolescência, taxa
de retorno de capital e outras taxas, como água e luz.
O custo de armazenagem é um indicador de desempenho importante pois na medida em
que se aumentam os estoques esse custo também se eleva. Tais custos, podem ser calculados por
peça ou de uma forma geral. Observe como calcular o custo de armazenagem por peça no próximo
tópico.
Para calcular o custo de armazenagem por peça deve-se usar a seguinte fórmula (DIAS,
2010, p. 38; POZO, 2010, p. 63):
𝑄
𝐶𝐴𝑝𝑒ç𝑎 = ( ) 𝑥 𝑇 𝑥 𝑃 𝑥 𝐼
2
Onde:
CA peça = custo de armazenagem por peça
Q = quantidade do material em estoque no tempo considerado
T = Tempo considerado de armazenagem (nessa disciplina sempre será considerado T =
1, ou seja, 01 ano).
P = Preço unitário do material
I = Taxa de armazenamento, que pode ser expressa em percentual do valor unitário ou
em valor unitário
58
Competência 03
Note que, se Q é a quantidade mantida em estoque, esse valor é igual a 200 engrenagens,
certo?
A taxa de armazenagem, que também pode ser chamada de taxa de juros, ou custo do
dinheiro no período está descrita na última linha: 22%.
Note que as outras informações não serão utilizadas nesse cálculo. Você precisa estar
atento a só utilizar as informações necessárias.
Então, tem-se:
200
𝐶𝐴𝑝𝑒ç𝑎 = ( ) 𝑥 1 𝑥 25 𝑥 0,22
2
𝐶𝐴𝑝𝑒ç𝑎 = 𝑅$ 550,00
59
Competência 03
Pozo (2010, p. 63) apresenta a fórmula de cálculo do custo de armazenagem geral como:
𝑄
𝐶𝐴𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙 = {[( ) 𝑥 𝑃] + 𝐷𝑓} 𝑥 𝑇 𝑥 𝐼
2
Onde:
CA geral = custo de armazenagem de todo o estoque
Q = quantidade de todo o material em estoque no tempo considerado
P = Preço unitário do material
Df = Despesas de material auxiliar, de manutenção, de edificações, de equipamentos, de
mão-de-obra etc.
T = Tempo considerado de armazenagem (nessa disciplina sempre consideraremos T = 1,
ou seja, 01 ano).
I = Taxa de armazenamento, que pode ser expressa em percentual do valor unitário ou
em valor unitário
Será usado nesse exemplo as mesmas informações que tínhamos para calcular o custo de
armazenagem por peça, com algumas diferenças. Lembre-se que para calcular o custo de
armazenagem por peça você precisou usar a informação de quantas peças havia no estoque. Atente
que agora você precisa saber a quantidade total de todas as peças presentes no estoque.
60
Competência 03
1.250.000
𝐶𝐴𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙 = {[( )] + 𝐷𝑓} 𝑥 𝑇 𝑥 𝐼
2
Agora, você precisará substituir na equação o valor de Df. Perceba que Df é a soma das
despesas de material auxiliar, de manutenção, de edificações, de equipamentos, de mão de obra etc.
Você encontra esse tipo de despesas na lista de informações? Ora, há três linhas que representam
esses tipos de despesas, são elas:
Você percebeu que os 80% referentes aos encargos da folha salarial foram multiplicados
pelo valor dos gastos com pessoal. Isso porque os gastos com pessoal são os gastos salariais. Por este
motivo é que os 80% foram calculados sobre esses gastos com mão de obra. Substituindo o valor das
despesas na equação tem-se:
61
Competência 03
1.250.000
𝐶𝐴𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙 = {[( )] + 112.000} 𝑥 𝑇 𝑥 𝐼
2
1.250.000
𝐶𝐴𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙 = {[( )] + 112.000} 𝑥 1 𝑥 0,22
2
𝐶𝐴𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙 = 𝑅$ 162.140,00
62
Competência 04
63
Competência 04
(vertical) e vai até o ponto zero no mês de junho marcado no eixo das abscissas. Sobre essa primeira parte da linha está
escrito “Consumo”. Do mês de junho (ponto zero) a linha sobe paralela ao eixo das ordenadas até chegar ao ponto 140
novamente. Ao lado dessa linha vertical está escrito “Reposição”. Deste ponto a linha novamente desce até alcançar o
ponto zero de novo agora no mês de dezembro. Acima dessa última parte da linha está escrito “Consumo”. Essas
subidas e descidas da linha a fazem formar o gráfico dente de serra.
Para que o gráfico dente de serra possa ser utilizado é preciso que haja algumas
condições: a quantidade consumida deve ser constante e não deve haver falhas de fornecimento por
parte do fornecedor (seja externo ou da própria área de produção). Isso significa dizer que, mesmo
que o fornecedor não atrase a entrega, ele ainda terá que garantir que o produto esteja dentro da
especificação. Entregas de produtos fora da especificação, mesmo que dentro do prazo, fazem com
que o item entregue não possa ser consumido. Logo, o estoque não será abastecido e isso também
representa uma falha de atendimento do fornecedor.
E aí, você pode se perguntar: mas será que existe um processo como esse em que não há
variação de consumo, nem falhas no processo de abastecimento? Bem, é realmente muito difícil que
se encontre um processo como esse. O mais comum nos processos de consumo e de venda é que
haja variação. Mesmo que a saída de produto de um cliente final seja regular, com baixas variações,
a maioria das empresas costuma realizar entregas concentradas. Veja o exemplo: Imagine um
armazém de construção. Diariamente, esse armazém vende diversos tipos de produtos do setor, tais
como: tinta, lixas, cimento, material hidráulico e elétrico, portas, enfim, todo tipo de material
necessário para pequenas e médias construções.
A maior parte dos clientes dessa loja é composta por donos de residências que desejam
construir ou reformar as suas casas. A quantidade comprada por cada um deles é pequena, se
compararmos com as grandes construtoras. Apesar da venda ocorrer em pequenas quantidades por
cliente, os recebimentos de produtos dos fornecedores do armazém de construção não ocorrem com
uma frequência diária. Os caminhões de entrega de tinta, por exemplo, acontecem semanalmente.
Analise o quadro abaixo. Nele, está registrada a saída, ou seja, a venda de tinta
diariamente no armazém de construção.
64
Competência 04
500 unidades 550 unidades 520 unidades 500 unidades 600 unidades 800 unidades
Pode-se notar que a variação da quantidade de tinta vendida no armazém não é tão alta
de segunda à sexta-feira. Fica claro que as vendas realmente sobem aos sábados. Isso pode ser
explicado pelo fato de que, como as pessoas normalmente trabalham de segunda à sexta-feira, elas
têm mais tempo no sábado para comprar o material de construção para a sua obra.
Agora, analise o quadro com o registro das entregas de tinta no armazém de construção.
65
Competência 04
66
Competência 04
Assim que recebe o pedido do cliente, o fornecedor passa para a etapa de preparação
para a entrega. Se o produto for um item que o fornecedor mantém no estoque deve-se separá-lo na
quantidade solicitada e montar a carga. Caso seja um produto fabricado sob encomenda, deve-se
iniciar o processo de produção dele. Depois de pronto, o produto é transportado até o destino. São
essas três etapas que formam o tempo de ressuprimento: (1) emissão do pedido, (2) preparação e (3)
transporte (DIAS, 2010, p. 49).
𝑃𝑃 = 𝐶 𝑥 𝑇𝑅 + 𝐸. 𝑚í𝑛.
Onde:
PP = Ponto de pedido
C = Consumo médio mensal
TR = Tempo de ressuprimento
E.Mín. = Estoque mínimo
Ressalta-se que o consumo médio mensal é a média aritmética do consumo dos últimos
meses. Um bom histórico tem pelo menos seis meses de consumo. O tempo de ressuprimento deve
67
Competência 04
estar na mesma unidade de tempo que o consumo. O tempo de reposição ou ressuprimento também
pode ser chamado de lead time.
𝑃𝑃 = 𝐶 𝑥 𝑇𝑅 + 𝐸. 𝑚í𝑛.
𝑃𝑃 = 30 𝑥 2 + 30 = 90 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
Aqui, você irá se deparar com um método simples de cálculo de estoque de segurança ou
estoque mínimo. Deve ser definido pelos responsáveis do estoque qual o percentual de segurança
que se quer manter. Esse percentual é multiplicado pelo consumo médio mensal do item e definido
pelo gestor dos estoques, “o grau de atendimento desejado para o item” (DIAS, 201, p. 57).
Esse percentual de indicação do grau de atendimento é chamado de fator K (fator de
segurança). Note a aplicação dele na fórmula abaixo:
𝐸. 𝑚í𝑛. = 𝐶 𝑥 𝐾
68
Competência 04
Imagine, que você pretende obter 90% de grau de atendimento de uma peça com
consumo médio de 60 unidades/mês. Qual o estoque mínimo?
Ora, se você deseja ter um grau de atendimento de 90% isso indica que o fator K que você
estabeleceu é igual a 90%. Sendo assim, você obterá:
𝐸. 𝑚í𝑛. = 60 𝑥 90%
𝐸. 𝑚í𝑛. = 54 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
2𝐵𝐶
𝑄=√
𝐼𝑥𝑃
Onde:
Q = Quantidade do lote econômico de compra: é o LEC propriamente dito.
69
Competência 04
O consumo de uma peça é de 13.000 unidades por ano. O custo anual de armazenagem
por peça é de R$ 2,50 e o custo do pedido é de R$ 350,00. O preço unitário de compra é de R$ 5,00.
Determine o LEC.
Bem, primeiro relacione cada informação citada no enunciado à letra que representa na
fórmula do LEC. Então, vamos lá! A primeira informação é de que o consumo é de 13.000 peças, logo,
C é igual a 13.000. O custo anual de armazenagem por peça também é citado, sendo assim, sabemos
que I é igual a R$ 2,50. O custo de pedido, representado pela letra B, é igual a R$ 350,00. Por sua vez,
o preço unitário (P) é de R$ 5,00.
Desta forma, conforme o exemplo, o resultado do cálculo é capaz de lhe mostrar que,
quando o estoque chegar no ponto de pedido, a quantidade (Q) que deve ser solicitada é de 853
peças.
70
Competência 04
O estoque máximo é o ponto mais alto alcançado pelo nível dos estoques no gráfico dente
de serra. Para calculá-lo deve-se somar o estoque mínimo ao lote de compra. Esse lote de compra
pode ou não ser o lote econômico. Considerando condições normais de consumo e de entrada de
produtos no estoque o nível do estoque variará entre o estoque máximo e o estoque mínimo.
Agora que você sabe qual o estoque mínimo, vamos ao cálculo do máximo:
71
Competência 04
72
Competência 05
Cumpre-se, desta forma, com rigor, as determinações formais que requerem à amplitude
da função compras, sua capacidade de negociação e os preceitos éticos que norteiam o profissional
comprador ou o setor de compras de uma empresa.
No caso da gestão pública, embora não seja o seu foco, o profissional do setor de compras
deve ter uma base muito sólida da legislação vigente e se atualizar constantemente, sobre os
conhecimentos da área, pois o sucesso do processo de compras no setor público depende desse
quesito. A Lei 8666/1993 é a responsável por definir as diversas modalidades de licitação e compras
na gestão pública. Acrescenta-se:
Art. 1o. Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm.
73
Competência 05
74
Competência 05
Para Castiglioni (2009, pag. 80), “isso quer dizer que se compra porque existe a
necessidade e, se existe a necessidade, é porque o estoque está no ponto de ressuprimento” e
destaca:
Toda vez que o estoque atingir o ponto de ressuprimento, observada a função do
tempo de ressuprimento, ou seja, o tempo que a mercadoria ou o produto leva da
efetivação da compra até o recebimento, deve-se acionar o setor de compras.
(CASTIGLIONI, 2009, pag. 80).
Outro destaque que você precisa saber, trata-se da amplitude da função de compras, em
que se fortalecem a relação entre suas principais atribuições e a manutenção dos estoques na
empresa. De acordo com o organograma abaixo, em que corresponde a um sistema moderno de
gerenciamento, você perceberá melhor a abrangência e complexidade da função compras.
75
Competência 05
Recebimento
Gestão
Armazenagem
Estocagem
Compras
Cadastramento
Inventário físico
Almoxarifado Distribuição
Dentro do escopo hierárquico das organizações, o nível das funções especializadas reflete
às diferentes gestões, conforme podemos evidenciar no organograma: materiais, finanças, comercial
e produção. A administração de materiais e suprimentos comporta, além da gestão dos processos e
a acomodação física, a função de compras. Na empresa, as compras devem obedecer aos fatores de
decisão para sua efetivação, que são: qualidade, quantidade, prazo e preço. Nesse caso, a qualidade
dos materiais não é medida pelo preço, mas deve ser considerada fator primordial no processo de
compra e atender aos propósitos que se destina. A inadequação dos fatores de decisão pode causar
transtornos ao processo operacional com atrasos na produção, não-atendimento da qualidade,
elevação dos custos e insatisfação dos clientes.
76
Competência 05
77
Competência 05
É importante destacar que, na Logística, a relação para qualquer das partes, sobretudo
em um processo de negociação em compras e/ou contratação de serviços, deverá haver ganho dos
dois lados. Uma relação “ganha – ganha”, onde os elementos se sintam valorizados e o valor gerado
pela negociação dividido entre todos, configurando assim, um sentimento de plena satisfação.
Você viu que as informações, acerca dos elementos que deverão constar numa
negociação precisam ser gerenciadas e o resultado de uma boa gestão de relacionamento,
especialmente no conhecimento do “outro” pode contribuir para um resultado de satisfação para
ambas as partes. O bom negociador, deve saber distinguir o gerenciamento das informações do
gerenciamento da relação entre fornecedor e comprador.
Abaixo, você verá algumas características a respeito de uma boa negociação que deve ser
conduzida com responsabilidade e respeito aos limites de cada lado da negociação, vendedor
(fornecedor) e comprador (representante autorizado da empresa interessado no produto ou serviço).
São elas:
78
Competência 05
● Enxergar na negociação que cada item discutido não é imutável e pode ser
negociável. Contudo, fechado o acordo, o contrato deverá ser assinado;
● Estar alerta para as reais necessidades da empresa e do negócio;
● Ser flexível e capaz de, rapidamente, definir estratégias que sejam interessantes
para os dois lados;
● Não tentar convencer de que o ponto de vista da outra parte está errado e deve
ser mudado;
● Ser cooperativo, pois a cooperação possibilita clima propício à solução de
problemas, em harmonia;
● Ser competitivo, o que estimula as duas partes a serem mais eficientes na procura
de benefícios mútuos desejados; e
● Atingir os objetivos da gestão de compras e, ao mesmo tempo, fazer contribuições
significativas para alcançar as metas da organização.
Qualquer processo de negociação obedece a etapas que precisam ser cumpridas com
igual cuidado, para que se tenha um resultado positivo. Ao menos, quatro etapas correspondentes a
um processo de negociação precisam ser cumpridas, pois se configuram como um método de
orientação ao setor competente de compras ou ao comprador, de forma que os cuidados e as
características deste processo possam ser garantidos.
O processo inicia-se pela etapa preparação. Nela, se estabelecem, inicialmente, os
objetivos que devem ser alcançados de forma ideal e os que a realidade permitirá atingir. Reflete-se
sobre o comportamento presumível do outro negociador. A segunda etapa, chamada de abertura,
serve para reduzir a tensão, consolidar e destacar um objetivo comum e criar um clima de aceitação
entre as partes. O processo deve prosseguir com a etapa clarificação, ouvindo atentamente as
objeções. Ou seja, não aceitar a objeção em si, mas, o sentimento ou a lógica existente por detrás
dela.
Com a ação final, quarta e última etapa do processo de negociação, se obtém à procura
de um acordo ou decisão. Vale lembrar que as pessoas compram um produto ou uma ideia com ajuda
e não com um empurrão, mas isso não quer dizer que ela tome a decisão sozinha. O negociador que
faz isso geralmente fracassa.
79
Competência 05
5.4. Fornecedores
80
Competência 05
É muito importante que a postura do profissional de compras seja ética. Uma vez que,
neste tipo de transação comercial existem variáveis que podem influenciar a escolha do (s)
fornecedor (es) por meios não éticos, o que prejudica a empresa e o bem-produzido ou
comercializado por ela. É possível que a ética seja um requisito prioritário na maioria das empresas,
sobretudo para definir a contratação do profissional que atuará na gestão de compras, cuja
81
Competência 05
82
Competência 05
Uma excelente defesa para as más práticas é desenvolver compras por pessoal ou setor
capacitado, conhecedor de suas obrigações e responsabilidade na empresa. Trabalhar motivado, de
forma que haja sempre honestidade e verdade nas negociações e compras, denunciando formas e
manifestações de suborno, fatos ilícitos e demais atos de corrupção que possam ferir a imagem da
empresa, bem como interações que fragilizem as parcerias e laços de confiabilidade entre fornecedor
e comprador. (POZO, 2010, p. 144). Conforme visto no subitem fornecedores.
83
Conclusão
Torna-se claramente compreensível, que absorver todas as informações necessárias à
fundamentação dos estoques passa a ser uma tarefa difícil. No entanto, a associação do conteúdo da
disciplina, com as informações dos demais módulos, certamente, lhes proporcionará o
desenvolvimento de valiosas habilidades em Logística. Cabe, portanto, ao aluno, se permitir cada vez
mais ao interesse de buscar novas informações, em diferentes fontes, que complementem seu objeto
de estudo e anseio profissional. Neste sentido e com base no que foi abordado nesse e-book, é
possível concluir que o domínio desta função pode se configurar como diferencial competitivo em
disputas por vagas nas mais diferentes organizações.
Desejamos sucesso!
84
Referências
CASTIGLIONI, J. A. de M. Logística operacional: guia prático. 2ª edição. São Paulo: Érica, 2009.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010.
MARKHAM, W. J. Auditoria da logística: um guia para avaliar o processo logístico e obter um plano de
desempenho sustentável. Tradução Mariana Ayello Moura. São Paulo: IMAM, 2003.
NOGUEIRA, A. de S. Logística empresarial: uma visão local com pensamento globalizado. 1ª edição.
São Paulo: Atlas, 2016.
POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo:
Atlas, 2010.
SILVA, Dannilo Dayvid da. Ética e Responsabilidade Social: Curso Técnico em Recursos Humanos.
Educação a distância / Danillo Dayvid da Silva. – Recife: Escola Técnica Estadual Professor Antônio
Carlos Gomes da Costa, 2019. 35 p.: il.
VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª edição. São Paulo: Atlas, 2006.
85
Minicurrículo do Professor
Carlos Miranda
Professor Carlos Miranda é Mestre em Tecnologia Ambiental, pelo Instituto de Tecnologia
de Pernambuco - ITEP. Especialista em Gestão de Logística e bacharel em Administração de Empresas
pela Faculdade Frassinetti do Recife - FAFIRE. Coordenou cursos superiores de base tecnológica de
Gestão em Logística e de Gestão em Segurança do Trabalho, em níveis técnico e ensino superior. Na
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, atuou na função de Tutor Virtual, ministrando a
disciplina de Gestão de Operações Logísticas 1, no curso de Bacharelado em Administração Pública
pela Universidade Aberta do Brasil – UAB. Atuou como professor convidado na Fundação Bradesco e
na Faculdade Einstein - FACEI / BA, nos cursos de Administração de Empresas e Logística e no módulo
de Logística Empresarial no MBA em Gestão Estratégica da Segurança Corporativa, respectivamente.
Possui experiências em operações de transporte e distribuição, em empresa transportadora de
gêneros alimentícios e de higiene e beleza. Em armazenador logístico, exerceu a função de operador
de sistema WMS/SAP-R3, analisando os estoques de produtos frigorificados e congelados, em
consonância com as atividades de coordenação em projeto, com ênfase no recebimento,
armazenagem, distribuição e sistema da qualidade interna. Publicou o artigo intitulado
Gerenciamento do Óleo Lubrificante Usado e Contaminado, cuja apresentação se deu no Encontro
Pernambucano de Resíduos Sólidos – EPERSOL, na UFRPE. No Congresso Nacional de Educação
Ambiental – CNEA/UFPB apresentou o artigo intitulado Sustentabilidade ambiental: as relações
existentes entre a fisiografia e as dimensões ambientais, econômicas e sociais na praia de Boa
Viagem, Recife – Pernambuco. Permanece atuando no ensino superior nos cursos de Gestão e
Engenharia de Produção e encontra-se vinculado na Escola Técnica Professor Antônio Carlos Gomes
da Costa - ETEPAC/EAD, Governo do Estado de Pernambuco, exercendo a função de professor no
curso técnico em Logística.
86