Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Gerenciais
Dannilo Dayvid
Educação a Distância
Recife
Revisão Diagramação
Flavia Vilar Jailson Miranda
Junho, 2020
Sumário
Introdução .............................................................................................................................................. 7
Conclusão ............................................................................................................................................. 73
Referências ........................................................................................................................................... 74
7
Figura 01- Escritório Ilustração Isométrica.
Fonte: https://www.euax.com.br/wp-content/uploads/2015/09/Comportamento-Organizacional.jp
Descrição: Imagem com visão isométrica exibindo um escritório.
8
Competência 01
Para Robbins (2004), o CO refere-se ao estudo sistemático das ações e das atitudes das
pessoas dentro das organizações, enquanto para Chiavenato o CO refere-se ao estudo de indivíduos
e grupos atuando em organizações que, por sua vez, encontram-se em ambientes dinâmicos,
competitivos e mutáveis. Preocupa-se com a influência das pessoas e grupos sobre as organizações,
tanto quanto, destas com as pessoas e grupos.
Desta forma o CO retrata a contínua interação das organizações e seus ambientes,
externo e interno, no qual ambos se influenciam reciprocamente.
A origem remete ao estudo do comportamento humano nas organizações e serve como
importante ferramenta para todos que buscam serem stakeholders das organizações, quer queiram
criar, mudar, gerir ou investir nestas.
9
Competência 01
De acordo com Chiavenato (2014), embora não seja efetivamente uma ciência, é uma
área multidisciplinar do conhecimento humano vital para compreender e conhecer as organizações
e possui as seguintes características principais do comportamento organizacional:
10
Competência 01
5. O CO recebe contribuições
É influenciado por várias ciências comportamentais, como: Antropologia, Ciências
Políticas, Psicologia e Sociologia.
11
Competência 01
Aprendizagem
Motivação
Personalidade
Psicologia
Emoções
Treinamento Indivíduo
Tomada de decisão individual
Eficácia de liderança
Satisfação com o trabalho
Avaliação de desempenho
Mensuração de atitudes
Planejamento do trabalho
Estresse profissional
Dinâmica de grupo
Trabalho em equipe
Comunicação
Status
Poder
Sociologia Conflitos
Grupo
Valores comparativos
Atitudes comparativas Sistema organizacional
Antropologia Análise multicultural
Cultura organizacional
Ambiente organizacional
12
Competência 01
13
Competência 01
INDIVÍDUO
comportamento
microorganizacional
GRUPO
comportamento
mesoorganizacional
ORGANIZAÇÃO
comportamento
macroorganizacional
Organizações são formadas por pessoas em toda a complexidade destas, portanto para
compreendermos mais a fundo como se dá o Comportamento Organizacional, temos que
compreender o Comportamento Individual e o que o fundamenta, este por sua vez está inserido no
Nível Microorganizacional. Todas as ciências aplicadas, ilustradas no quadro anterior e citadas no
texto, têm enorme contribuição ao comportamento organizacional, porém uma em especial é
importante no que diz respeito ao comportamento individual, a psicologia. Os fundamentos do
comportamento individual podem ser divididos em Valores, Atitudes, Percepção e Aprendizagem.
Valores
Os valores são significados que indivíduos e ou grupos atribuem a determinados
comportamentos e fenômenos sócio culturais. Estes valores determinam a conduta, decisões e
influenciam nas crenças ou são influenciados por estas. Eles contêm elementos de julgamento
14
Competência 01
daquilo que o indivíduo ou grupo acreditam ser correto e desejável. Um dos estudos mais
importantes e presentes na literatura chama-se Levantamento de Valores de Rokeach ou como
escrito originalmente em inglês o Rokeach Value Survey (sigla RVS). Tal estudo foi desenvolvido entre
o fim dos anos de 1960 e início dos anos 1970, pelo psicólogo social de origem na Polônia e
naturalizado nos Estados Unidos da América, Milton Rokeach (Hrubieszów, Polônia 1918 - Califórnia,
EUA 1988). O RVS consiste em dois conjuntos de valores, cada qual contendo 18 itens, um grupo de
valores denominado Valores Terminais, onde estão inseridos os objetivos finais que uma pessoa
pretende alcançar em sua vida, enquanto o outro grupo chamado de Valores Instrumentais,
contendo os meios preferíveis para alcançar os Valores Terminais. Veja abaixo a figura exibindo cada
um destes valores divididos em seus respectivos grupos:
15
Competência 01
Diversos estudos comprovam que há variações de valores, porém, estes são diferentes de
grupos para grupos, bem como entre os indivíduos, de acordo com os grupos os quais estão inseridos.
Atitudes
São afirmações avaliativas favoráveis ou desfavoráveis em relação a objetivos, pessoas ou
eventos. Elas refletem como o indivíduo sente-se em relação a algo. Uma pessoa pode ter infinitas
atitudes, mas as que importam no estudo do CO, são as atitudes relacionadas ao trabalho, ou seja, as
atitudes pautadas para o lado profissional. Entre as atitudes estão satisfação com o trabalho,
envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional. A princípio acreditava-se que as
atitudes das pessoas eram intimamente ligadas ao seu comportamento, porém estudos
desmistificaram esse senso comum, indicando que ainda que estejam relacionados em algum grau,
não são determinantes um para o outro. Ou seja, as pessoas podem ter atitudes totalmente
16
Competência 01
destoantes do seu comportamento habitual, como por exemplo um funcionário com atitudes
claramente antisindicais pode vir a participar de uma reunião sindical, ou seja, pode tomar uma
atitude divergente do seu comportamento natural. Geralmente as atitudes podem ser alteradas por
pressões dos grupos ao qual o indivíduo faça parte.
Percepções
É a maneira pela qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais
com a finalidade de dar sentido ao ambiente em que vivem. Diferentes pesquisas a respeito da
percepção comprovam que as pessoas percebem de maneiras diferentes uma mesma coisa. O fato é
que ninguém enxerga realmente a realidade, o que acontece é que as pessoas interpretam o que
percebem e chamam a isso de realidade.
Como explicar que diferentes pessoas possam perceber um mesmo evento de formas
diferentes? Bem, vários fatores contribuem para moldar ou distorcer a realidade, são eles: o
observador, o objeto a ser observado e por fim o contexto no qual ocorre a percepção.
• Observador
O que pode influenciar no observador são suas características pessoais como
atitudes, personalidade, motivações, interesses, experiências e expectativas.
• Objeto em Observação
As características do objeto em observação também podem afetar na percepção,
como por exemplo se observarmos uma pessoa mais calma e uma mais barulhenta,
ainda que ambas estejam a dizer a mesma coisa, a diferença nelas irá influenciar.
Bem como também, o cenário ao qual o objeto a ser observado encontra-se, ou seja,
nossa mente tende a agrupa-los e extrair daí uma percepção.
• Contexto
Por fim tem-se o contexto no qual encontram-se observador e objeto observado, o
contexto influi bastante na percepção, quer sejam aspectos como temperatura e
iluminação, quer sejam aspectos como um uma guerra, conflitos ou tempos de paz.
17
Competência 01
Aprendizagem
Para compreendermos como efetivamente acontece o comportamento organizacional, é
importante estudarmos sobre a aprendizagem, pois todos os comportamentos complexos
executados pelos seres humanos, é aprendido de alguma forma. Se queremos compreender e prever
o comportamento humano, temos que saber como as pessoas aprendem. Para Robbins 2004, o
aprendizado, ou seja, o ato de aprender, é qualquer mudança relativamente permanente no
comportamento, resultante de uma experiência. Porém de forma mais detalhada, veremos como
acontece a aprendizagem. A aprendizagem se dá por meio da lei do efeito, basicamente isso quer
dizer que o comportamento age em funções das consequências resultantes do mesmo. Trata-se de
adaptação, ou seja, o comportamento com consequências favoráveis será repetido e o
comportamento seguido de consequências desfavoráveis, é descontinuado. Quando falamos
consequência, referimos a recompensa, quer estas sejam dinheiro, elogios, promoções, sorrisos ou
críticas, recriminações e ofensas. Perceba, que alguns comportamentos ainda que sejam elogiados
por determinado grupo, podem ser recriminados por outro, então o indivíduo se adequará diante dos
grupos que mais lhe recompensem. No processo de aprendizagem há duas teorias que explicam como
aprendemos, uma é denominada formação e a outra é chamada modelagem. Quando a
aprendizagem acontece em etapas graduais, temos a formação, enquanto a modelagem é quando o
comportamento é moldado através de um esforço sistemático em etapas para alcançar determinada
mudança comportamental.
Por exemplo: Quando falamos em aprender com os próprios erros, estamos falando de
formação, através de tentativa e erro o comportamento é moldado de forma mais orgânica e natural,
geralmente lenta. Enquanto que a modelagem produz o comportamento desejado de forma mais
rápida, alcançando mudanças complexas com uma maior velocidade que a formação. A modelagem
pode se dar de maneira consciente pelo indivíduo ou de maneira inconsciente quando outro
indivíduo, grupo ou organização força mudanças complexas. Desta forma, todos nós temos parte do
nosso comportamento atual através da formação orgânica e outra parte moldada, quer seja por
nossos familiares, grupos ou organizações ao qual passamos.
Veja abaixo o quadro ilustrando o processo da aprendizagem.
18
Competência 01
Processo de aprendizagem.
Formação
Comportamento
Ambiente Lei do efeito
Modelagem
Há ainda de acordo com MENEGON (2012) e ROBBINS (2004) duas variáveis relevantes
que contribuem com a diversidade do comportamento individual, são elas: Personalidade e
Emoções.
A personalidade pode ser identificada de acordo com o modo como a pessoa interage
com outras pessoas e o mundo a sua volta. Estudos apontam que ela pode ser formada tanto pela
hereditariedade quanto pelo ambiente ao qual o indivíduo se desenvolveu. Sim caro estudante, a
herança genética não define apenas nossa aparência externa, como também os traços de
personalidade como temperamento, energia e ritmo biológico, fatores estes que influenciam no
comportamento. O que não quer dizer que a personalidade não possa ser moldada conscientemente
pelo próprio indivíduo, sim ela pode, mas a depender destes fatores biológicos ela penderá mais
naturalmente para um tipo ou outro. A personalidade interessantemente também pode ser medida,
há vários testes neste sentido, um dos mais conhecidos chama-se: Indicador de Personalidade Myers
Briggs (sigla MBTI do inglês Myers Briggs Type Indicator). Criado e desenvolvido por Katharine Cook
Briggs (Michigan, EUA 1875 - Pensilvânia, EUA 1968) e sua filha Isabel Briggs Myers (Washington, D.C.
1897 - 1980), ambas psicólogas, durante a segunda guerra mundial, é baseado nas teorias do
psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung (Cantão de Turgóvia, Suíça 1875 - Cantão de Zurique,
Suíça 1961). MBTI é um teste de cem questões que avalia como a pessoa reage e sente-se em
determinadas situações. Com base nas respostas o sujeito é classificado segundo o quadro abaixo.
19
Competência 01
Estas oito combinações nos dão dezesseis tipos de personalidades. O principal problema
apontado neste teste é que ele força os sujeitos a se enquadrarem nas classificações propostas, não
havendo, meio termos, porém se for levado em conta como um indicador mais próximo da
personalidade real, isto pode ser relevado.
20
Competência 01
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Gustav_Jung
Descrição: Dois retratos um ao lado do outro, no lado esquerdo mãe e filha Briggs usando vestes brancas, do lado
direito Carl Jung de óculos, terno e gravata.
Olá estudante, caso tenha interesse, você pode acessar diretamente o site The
Myers & Briggs Foundation que contém o teste mencionado. Atenção, o site é
originalmente em inglês, porém você pode buscar a tradução simultânea
presente em alguns navegadores nos celulares e computadores.
Fonte: https://www.myersbriggs.org/my-mbti-personality-type/mbti-
basics/home.htm?bhcp=1
Emoções:
Por fim, em relação ao que abordamos em nosso e-book, no que diz respeito ao
Comportamento Individual, ou seja, o Nível Microorganizacional, vamos falar sobre as emoções,
afinal de contas, não seria possível falar sobre o indivíduo sem levarmos em conta as reações
neuroquímicas que acontecem em seu sistema nervoso repercutindo em todo o corpo. Vamos
primeiro compreender diferentes termos que apesar de relacionados, são frequentemente
confundidos.
21
Competência 01
Continuum de emoções.
1.7 Aplicação no CO
• Tomada de decisão
As emoções devem ser levadas em consideração quando estudamos a forma pela qual as
pessoas tomam decisões, pois a tomada de decisões é influenciada não apenas pela racionalidade,
22
Competência 01
como também por fatores emocionais como estresse, frustração, ansiedade e medo. Quando irritada
uma pessoa tomará decisões diferentes das que tomaria quando calma.
• Motivação
Profissionais não trabalham apenas pelas recompensas materiais, pois o esforço não é
apenas de um processo racional, como também emocional. Profissionais comprometidos
emocionalmente com o trabalho, tem alto nível de motivação.
• Liderança
Líderes entusiasmados contagiam a equipe e a convencem de seus objetivos e visão.
Discursos otimistas despertam emoções positivas nos funcionários.
• Conflitos interpessoais
Emoções sempre vem à tona em conflitos, portanto para soluciona-los é preciso
identifica-las e ajudar as partes conflitantes a lidar com elas. Caso contrário, o conflito terá difícil
solução.
• Desvios de comportamento no ambiente profissional
Emoções negativas podem provocar desvios de comportamento. Por exemplo, chegar
atrasado, sair adiantado, roubar, trabalhar devagar, fofocar, agredir colegas.
23
Competência 01
Vimos nesta competência que o estudo e compreensão dos grupos e organizações, inicia-
se pelo indivíduo, entendendo seu comportamento e suas motivações para tal. Veremos na segunda
competência como as organizações são estruturadas, seus sistemas e modelos.
24
Competência 02
2.1 As Organizações
Por que estudarmos as organizações? Bem, estudante, para Hall (2004), é importante
estudarmos as organizações pois segundo teóricos organizacionais e filósofos, elas são vistas como
único meio para se alcançar determinados fins, como execução de projetos complexos e
transformações na sociedade. Em um sentido concreto vivemos em um Estado Organizacional que
as organizações e redes interorganizacionais agem como principais atores da política, economia e
cultura mundial. Portanto, precisamos estudá-las se quisermos compreender nossa sociedade, aquilo
que ocorre nela e a influência, bem como o que está ao seu redor.
Entre as décadas de 1950 e 1960, o biólogo austríaco Karl Von Ludwig Bertalanffy (Viena
Áustria, 1901 — Buffalo, Nova Iorque, 1972) criou e desenvolveu a Teoria Geral dos Sistemas (TGS).
Seu intuito era nortear a interação e o desenvolvimento ordenado das ciências, por exemplo, ao invés
de estudarmos em separado biologia, química e física, ele propôs que estas e todas as demais ciências
deveriam ser estudadas de forma integrada, para assim termos uma visão mais abrangente do mundo
e não apenas a visão específica e separada. E é aí que chegamos às organizações, estas que são temas
de estudo de várias ciências, como psicologia, filosofia, sociologia, biologia entre outras. A visão
organizacional passou a ser mais extroversiva e menos introversiva, pois passou a considerar mais o
ambiente externo, ou seja, o meio ambiente, as pessoas e outras organizações por exemplo.
25
Competência 02
26
Competência 02
sociotécnico, ou seja, composta por dois subsistemas. Ambos os subsistemas se relacionam entre si
de forma dinâmica.
• Subsistema Técnico
Compreende as instalações físicas da organização, ou seja, os equipamentos e
instrumentos utilizados. A tecnologia utilizada e técnicas operacionais. As tarefas desempenhadas e
suas exigências. É responsável pela eficiência potencial da organização.
• Subsistema Social
Compreende as pessoas, suas características físicas e psicológicas. As relações sociais
entre as pessoas envolvidas na execução das tarefas. As exigências organizacionais, formais e
informais no ambiente profissional. Transforma a eficiência potencial em eficiência real.
Insumos Organização
Importação para Exportação para o
Matérias-primas Transformação
o ambiente ambiente
Energia Produtos
Processos
Informação Bens ou serviços
gerenciais
Processos
produtivos
Outros autores que contribuíram fortemente para a Teoria Geral dos Sistemas no que
tange o Sistema Aberto, foram os psicólogos americanos Daniel Katz (New Jersey, EUA 1903 –
Michigan, EUA 1998) e Robert Louis Kahn (Michigan, EUA 1918 – Vermont, EUA 2019). Ambos
trouxeram uma abordagem mais ampla e densa a respeito do tema:
27
Competência 02
3. Diferenciação
A diferenciação é uma estratégia que foca em características originais como fator de
competitividade, algo típico em organizações com sistema aberto. Também é vista como a
multiplicação e elaboração de funções com diferentes papéis na organização.
4. Equifinalidade
As organizações são capazes de alcançar um mesmo resultado, através de diferentes
caminhos, ou seja, a partir de condições iniciais diferentes a partir de meios diversos. Cabe salientar,
que a medida que a organização desenvolve mecanismos regulatórios (homeostasia) a equifinalidade
pode ser reduzida, porem nunca extinta. Sempre haverá vários caminhos para o mesmo resultado.
5. Limites ou fronteiras
Como sistemas abertos as organizações apresentam limites ou fronteiras, ou seja,
barreiras entre o sistema e o ambiente. Estes por sua vez definem a esfera de ação do sistema e seu
grau de abertura com o ambiente.
28
Competência 02
29
Competência 02
sistêmica. A Teoria dos Sistemas estudada acima, mostrou o confronto entre abordagens do Sistema
Fechado, embasado na Teoria Clássica da Administração e o Modelo Burocrático, em contraposição
com as abordagens do Sistema Aberto com a Teoria da Contingência. De um lado mecanismos e
enfoques rígidos, do outro, adaptáveis e flexíveis.
30
Competência 02
31
Competência 02
A organização linear é a forma estrutural mais simples e antiga, pois tem sua origem na
disposição dos exércitos e organizações eclesiásticas da Idade Média. As formas mais antigas de
organização, tem em comum o princípio da autoridade linear, chamado também de princípio escalar
para estabelecer a hierarquia da autoridade. O nome linear significa que existem linhas diretas entre
os subordinados e seus superiores. É uma forma, hoje em dia, típica de organizações em formato
inicial ou de pequenos portes. Foi bastante defendida pelo engenheiro e também famoso teórico da
administração, Jules Henri Fayol (Istambul, Turquia 1841 – Paris, França 1925).
32
Competência 02
• Aspecto piramidal
Em decorrência da centralização de autoridade no topo da organização e da autoridade
linear de cada superior em relação aos seus subordinados, a organização apresenta um formato de
pirâmide. À medida que se sobe na hierarquia linear, diminui-se os cargos e aumentam-se as
responsabilidades, enquanto que o inverso ocorre conforme se desce na hierarquia linear, onde
aumenta-se os cargos e diminui-se as responsabilidades.
• Facilidade de implementação
A organização linear oferece facilidade em seu funcionamento, controle e disciplina. O
pequeno número de relações formais, a estrutura simples e clara delimitação das responsabilidades,
eliminam qualquer dificuldade em implementar este tipo de organização.
• Estabilidade
A centralização do controle e das decisões junto à rígida disciplina garantida na unidade
de comando permitem o funcionamento da organização.
33
Competência 02
34
Competência 02
O termo funcional vem do fato deste tipo de organização aplicar o princípio baseado na
especialização das funções. Muitas organizações antigas utilizavam o princípio funcional para
distinguir atividades ou funções. Este princípio denominado funcional, separa, distingui e especializa.
Também é chamada na literatura como staff, termo este que significa funcionários em inglês.
35
Competência 02
assuntos de especialidade de cada um. Nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados,
mas uma autoridade parcial e relativa à sua especialidade.
• Ênfase na especialização
Há um foco primário na especialização de todos os cargos e órgãos em todos os níveis da
organização. Há separações de funções de acordo com as especialidades envolvidas. Cada cargo ou
órgão contribui para a organização, conforme sua especialidade e as responsabilidades são
delimitadas com base neste mesmo critério.
36
Competência 02
• Permite comunicação veloz, direta e com menos distorções, entre os cargos e órgãos
interessados, sem antes terem que passar por uma linha formal e indireta de
comunicação.
• Separa as funções de planejamento e controle das funções de execução. Havendo
assim uma equipe especializada nas funções de planejamento e controle, que os faz para
todas as demais, e cada uma destas preocupa-se apenas em executar a sua função sem
necessidade de voltar sua atenção às demais.
• Subordinação Múltipla
A organização funcional pode trazer problemas com relação a delimitação das
responsabilidades, pois cada subordinado reporta para vários superiores, cada qual especialista em
uma função, e como há funções que se sobrepõem, há sempre o risco do subordinado buscar
orientação do especialista menos indicado para aquele problema específico. Nem sempre os cargos
ou órgãos sabem exatamente a quem recorrer, o que leva a perda de tempo e transtornos.
37
Competência 02
38
Competência 02
Descrição: Esquema de um Organograma exibindo os cargos em retângulos ligados uns aos outros conforme descrito
sobre a organização funcional ou staff.
39
Competência 02
40
Competência 03
A mudança acontece por meios diversos, que podem ser internos ou externos. As
internas, como por exemplo mudanças nos objetivos, devem, no mínimo, ser planejadas. Causas
externas podem ser inesperadas, o que as torna muito mais difíceis de gerenciar. A tabela a seguir
indica algumas possíveis causas internas e externas de mudança.
41
Competência 03
• Tecnologia
A tecnologia está mudando o trabalho e as organizações. Computadores antes artigos de
luxo nas empresas, hoje são produtos indispensáveis e básicos para tocar o funcionamento.
Dispositivos móveis como tablets e celulares smarthphones são essenciais para maior parte da
42
Competência 03
• Choques econômicos
Cada nova crise, quer seja a do petróleo na década de 70, quer seja a crise da bolha
imobiliária em 2008, ou a crise da pandemia da Covid–19 em 2020, provocou mudanças, muitas vezes
bruscas, nas empresas, obrigando-as a alterações do seu funcionamento.
• Competição
A competição está mudando, com a economia globalizada, a concorrência pode estar do
outro lado da cidade, ou do outro lado do mundo. Com o aumento da competitividade, as
organizações já estabelecidas precisam se defender tanto dos concorrentes tradicionais, que
desenvolvem novos produtos e serviços, como das empresas pequenas e empreendedoras que
surgem com ofertas e inovações. Organizações mais flexíveis e que se renovarem serão mais bem-
sucedidas.
• Tendências sociais
As tendências sociais se modificam com o tempo, se compararmos nossa realidade, com
a de dez anos atrás, veremos que coisas como Whatsapp e o GPS Waze, nem sequer existiam. As leis
para viajar entre países eram mais flexíveis antes de 2001, e após o ocorrido no início de 2020, as leis
sanitárias ficam ainda mais rígidas.
• Política internacional
É importante contextualizar globalmente o comportamento organizacional. Embora as
faculdades de administração venham dando enfoque nesta abordagem desde os anos 80, ninguém
poderia imaginar como a política internacional se modificaria. Fatos como a queda do muro de Berlim,
43
Competência 03
o colapso da União Soviética, a guerra no Iraque, a guerra comercial entre EUA e China. Percebem
como praticamente todo acontecimento no mundo, provoca mudanças até mesmo nos locais
aparentemente mais distantes?! Vejam abaixo a tabela que resume as seis forças de mudança e suas
características.
Força Exemplos
Natureza da força de trabalho. Maior Diversidade.
Aumento de profissionais no mercado.
Muitas pessoas com habilidades inadequadas
entrando no mercado de
trabalho.
Tecnologia. Computadores mais rápidos e mais baratos.
Novos dispositivos móveis de comunicação.
Programas de reengenharia.
Choques Econômicos. Mudanças no preço do petróleo.
Ascenção e queda de empresas e e-commerce.
Queda do valor do Euro.
Competição. Concorrência globalizada.
Fusões e consolidações.
Crescimento do e-commerce.
Tendências Sociais. Salas de bate papo virtuais.
Tatuagens e piercings entre os jovens.
Interesse crescente na vida urbana.
Política Internacional. Negros no poder na África do Sul.
Abertura dos mercados na China.
Luta contra o terrorismo após os atentados de
11 de setembro nos Estados Unidos.
Quadro 08 - as seis forças de mudança
Fonte: adaptado de Robbins (2004, p. 258).
44
Competência 03
Você sabe o que é a mudança planejada e quais os seus objetivos? Muitas mudanças nas
organizações apenas acontecem, sem qualquer visão ou planejamento, as empresas as tratam apenas
como acidentes, porém, existem as que são proativas e significantes, atividades intencional e
orientada para resultados. Os objetivos da mudança planejada são essencialmente dois.
45
Competência 03
Até recentemente, a analogia das águas calmas dominava o conceito de mudança no meio
acadêmico e empresarial. Sua melhor ilustração está no modelo de três etapas de Kurt Kewin
(Moglino, Alemanha 1890 – Massaschusetts, EUA, 1947). Kurt Lewin foi um importante psicólogo
alemão e ex combatente de seu país durante a primeira guerra, se refugiou nos EUA, pois suas ideias
eram incompatíveis com o Partido Nazista.
De acordo com Lewin, as mudanças bem sucedidas deveriam seguir três etapas:
• Descongelamento do status quo
• Movimento para uma nova condição
• Recongelamento da mudança para torna-la permanente.
O status quo pode ser considerado um estado de equilíbrio, para sair dele é necessário o
descongelamento, este pode ser alcançado de três maneiras.
46
Competência 03
47
Competência 03
48
Competência 03
Uma das descobertas mais bem documentadas nas pesquisas sobre comportamento
organizacional e individual, é que tanto as organizações como seus profissionais têm tendência em
resistirem às mudanças. Em certo sentido trata-se de algo positivo, pois oferece estabilidade e
previsibilidade ao comportamento. Caso não houvesse esta resistência natural, o comportamento
organizacional se revestiria de uma aleatoriedade caótica. A resistência pode ainda ser fonte de
conflitos funcionais, por exemplo, a resistência a uma mudança pode levar a uma discussão criteriosa
sobre seus méritos e resultar numa decisão melhor elaborada. Porém é inegável que a resistência
dificulta a adaptação e o progresso da mudança.
Nem sempre a mudança aparece de forma padronizada, ela pode ser aberta, implícita,
imediata ou protelada.
49
Competência 03
As fontes da resistência são divididas sob duas categorias que podem ser analisadas
como: individuais e organizacionais. Na vida prática, estas fontes, geralmente caminham
sobrepostas, isto é, unidas.
1. Hábito
O normal ou habitual é que a maioria das pessoas, ao ir a lugares rotineiramente como
escola e trabalho, escolha sempre as mesmas rotas, isto é um hábito. Como seres humanos, somos
criaturas de hábito, pois a vida já é suficientemente complexa para termos que avaliar novas
alternativas a todo instante, para assim tomarmos decisões. Quando estamos diante de uma
mudança o modo ao qual estamos habituados a agir se torna uma fonte de resistência.
50
Competência 03
2. Segurança
Pessoas com elevada necessidade de segurança sentem-se mais ameaçadas diante de
mudanças e por isso tendem a resistir muito mais. Por exemplo, o caso em que uma empresa investe
pesado em robótica, os funcionários desta podem sentir-se ameaçadas com a insegurança do
desemprego iminente. Por outro lado, estas mesmas pessoas tornam-se facilmente suscetíveis a
mudanças que lhes garantam mais segurança, mesmo que a custo de direitos ou liberdades
individuais.
3. Fatores econômicos
Outra fonte de resistência é a preocupação de que a mudança possa resultar em redução
dos rendimentos, diminuindo assim o poder financeiro. Mudanças nas tarefas ou rotinas profissionais
também podem resultar neste temor, pois o receio de não conseguir cumprir as demandas pode
impactar na produtividade, em especial quando a remuneração está associada a produção.
4. Medo do desconhecido
Esta é mais generalista e como podemos observar está presente nas outras fontes
também. Com a incerteza trazida pela mudança, de forma pessoal ou profissional, as pessoas, não
gostam do desconhecido. Por exemplo em uma empresa onde um novo programa de gestão da
qualidade seja aplicado com novas técnicas, os funcionários terão medo de não conseguirem fazê-
las. Assim podem adquirir atitudes negativas ou um comportamento disfuncional.
51
Competência 03
Curiosamente as próprias empresas são conservadoras por natureza no que diz respeito
a mudanças. Por exemplo, podemos citar os órgãos públicos que tendem a querer continuar fazendo
o que fazem da mesma forma há anos, mesmo que a demanda do serviço tenha mudado. As próprias
instituições educacionais cujo propósito está em abrir mentes, são elas próprias extremamente
resistentes a mudanças, empregando tecnologias de ensino de 50 anos atrás. E é claro não podemos
deixar de citar as empresas privadas. A seguir iremos citar seis fontes da resistência organizacional.
1. Inércia estrutural
Os mecanismos internos da organização é o que produzem estabilidade, a formalização
fornece a descrição das tarefas, regras e procedimentos que devem ser seguidos pelos funcionários.
Quando uma organização se depara com uma mudança, a inércia estrutural age como um contrapeso
para sustentar a estabilidade.
3. Inércia de grupo
Mesmo os indivíduos querendo mudar seu comportamento, as normas de grupo podem
limitar esta iniciativa (como veremos mais profundamente na quarta competência). Um funcionário
sindicalizado por exemplo, pode aceitar certas modificações propostas pela administração,
entretanto, se a norma do sindicato recomendar que este resista a qualquer proposta unilateral da
empresa, provavelmente ele irá opor resistência à mudança.
4. Ameaça à especialização
52
Competência 03
Embora inúmeras forças alimentem a resistência à mudança, existem ações que podem
ser utilizadas pelos agentes de mudança para minimizar os efeitos gerados por ela. Veremos a seguir
cinco destas ações.
1. Comunicação
A resistência pode ser minimizada ou mesmo solucionada por meio da comunicação, esta
que viria para ajudar os funcionários a compreenderem a lógica, o sentido, da mudança. Se a fonte
da resistência for basicamente um problema de comunicação ou o fornecimento de informações
53
Competência 03
insuficientes, havendo informação de todos os fatos e esclarecimento das dúvidas dos funcionários,
a resistência terminará. Entretanto, se não for apenas isso, será apenas minimizada.
2. Participação
É improvável que alguém resista a uma mudança a qual ela tenha tido participação no
processo de decisão. Portanto, antes que a mudança seja implementada, aqueles que resistem a ela,
devem ser inseridos no processo decisório. Quando os participantes possuem competência para
contribuir significativamente, seu envolvimento pode reduzir a resistência.
3. Facilitação e apoio
Os agentes de mudança podem fazer uma série de esforços por meio dos quais seja
possível reduzir a resistência: mostrar preocupação e empatia para com os profissionais que se
opõem às mudanças, dando-lhe a devida atenção e oferecendo aconselhamento e terapia ou mesmo
providenciando treinamento em novas habilidades, o que fará aumentar sua segurança diante das
alterações.
54
Competência 03
2. As pessoas abrem mão de velhas ideias e das rotinas padronizadas por meio das quais
solucionam os problemas ou realizam seu trabalho.
• Confiança e apoio
55
Competência 03
• Equalização do poder
A organização eficaz não enfatiza a autoridade e o controle hierárquico.
• Confrontação
Os problemas devem ser confrontados de forma transparente.
• Participação
Quanto mais as pessoas afetadas pela mudança participarem nela, mais comprometidas
estarão.
Vimos nesta competência como se dá um dos processos mais importantes para a
manutenção das organizações e sua adaptação para sobreviver em um mercado globalizado. Na
próxima competência veremos do que é formado o nível mesoorganziacional, os conceitos e
interações de grupos, equipes com indivíduos e as organizações.
56
Competência 03
57
Competência 04
A cada novo grupo do qual fazemos parte, desempenhamos um ou mais papéis, e o nosso
comportamento se altera com eles, por vários motivos, inclusive por conta da adaptação aos papéis
e interação com demais integrantes. Por exemplo, um professor desempenha os papéis de compor
e-book, produzir questões e avaliar o desempenho dos seus alunos, bem como pode fazer parte do
Conselho Escolar, que é algo mais voltado à gestão escolar. Fora da escola pode cumprir o papel pai
de família em seu grupo familiar, como também o de atacante no grupo de amigos do futebol e assim
segue os diversos papéis em diversos grupos.
Alguns papéis de grupo podem ser conflitantes com papéis que o mesmo indivíduo exerce
em outros grupos. Por exemplo, um homem que é convidado para uma filial mais distante da
empresa, porém o trabalho de sua esposa e escola de seus filhos permanece no local anterior. Então
dependendo da situação um indivíduo que participa de diferentes grupos pode ser posto em conflito
com seus vários grupos.
58
Competência 04
• Formais
Tem funções e tarefas estabelecidas perante a estrutura organizacional. As metas
determinam os comportamentos das pessoas.
• Informais
Os indivíduos não se aglutinam por conta da estrutura organizacional. Os grupos são
formadas de forma orgânica por conta da necessidade de contato social.
Os grupos, formais e informais, podem ser classificados nas seguintes subcategorias.
• Grupos de comando
É determinado pelo organograma (contendo os cargos e funções) de uma empresa, onde
há um grupo de indivíduos subordinados a um gerente, a um líder.
Por exemplo: O diretor de uma escola e seus respectivos professores.
• Grupo de tarefa
Também é definido pela estrutura organizacional e trata-se de um grupo de indivíduos
que se une para cumprir uma determinada tarefa. Todos os grupos de comando são igualmente
grupos de tarefa, mas o grupo denominado especificamente como de tarefa tem a peculiaridade de
não se limitarem a hierarquias.
• Grupo de interesse
São criados por indivíduos independente de ter estrutura organizacional ou não envolvida
em sua formação, ou seja, podem ou não ser grupos de comandos e ou tarefas.
Por exemplo, os integrantes podem se reunir para reivindicar melhores condições de
trabalho.
• Grupo de Amizade
59
Competência 04
Formado por indivíduos que tenham características em comum como por exemplo
herança cultura, ideologia política, faixa etária entre outros, normalmente ultrapassam o ambiente
de trabalho.
Há alguns motivos para as pessoas se aglutinarem em grupos, listaremos aqui eles e uma
breve explanação para uma melhor compreensão.
Motivo Benefício
Segurança: Ao se juntarem em grupos as pessoas suprem
suas necessidades de companhia, tem menos
dúvidas por terem seus pensamentos
60
Competência 04
61
Competência 04
Quem nunca ouviu a frase “Duas cabeças pensam melhor do que uma”? Pois bem, hoje
em dia muitas decisões organizacionais são tomadas em grupos e comitês, e há aquelas tomadas
individualmente. Iremos abordar ambas aqui e diferencia-las.
Decidir em grupo ou individualmente? Pois bem, o processo de escolha da tomada de
decisão se apoia em uma avaliação de eficácia e eficiência.
• Grupos
São em geral considerados mais eficazes por oferecerem mais opções, muitas vezes até
mais criativas e decisões de maior qualidade.
• Indivíduos
Em geral são mais eficientes, pois em relação a um grupo não demandam da mesma
quantidade de tempo e recursos. O processo individual é mais recomendado em casos que as
decisões não são tão impactantes, ou ainda que sejam, a aceitação dos impactados, ou seja
funcionários, não seja um ponto de relevância. Veja o quadro abaixo sobre a Processo de Decisão
Individual e Grupal.
62
Competência 04
Em tempos onde os grupos exercem forte e vasta influência, principalmente nos meios
sociais e inclusive determinam condutas no ambiente profissional, há um tema que engloba este
fenômeno, funciona como uma forte reflexão sobre tudo que vimos até aqui.
O Pensamento Grupal ocorre quando os membros que fazem parte de determinado
grupo, ou sua maioria, estão tão interessados em chegar a um consenso, em obter unanimidade,
ainda que de forma artificial, que simplesmente não avaliam outras alternativas, outras opções
divergentes inclusive quando mais realistas. É quando a pressão exercida por um grupo em seus
indivíduos faz decair a eficiência mental de uma pessoa, seu senso de realidade e julgamento ético
moral. Podemos observar a formação destes grupos em ambientes formais e informais, e geralmente
são unilaterais e fortemente influenciados por um pensamento ou conjunto de pensamentos, não
admitindo que seus membros possam sequer propor reflexões que contrarie os dogmas pré-
estabelecidos.
Um grupo está sendo afetado pelo pensamento grupal quando:
63
Competência 04
4. Por fim, o grupo toma o silêncio dos membros discordantes e oprimidos como um
consentimento. A famosa frase “Quem cala consente”. Veja o quadro abaixo para
compreender as causas do pensamento grupal e suas soluções.
Variável Solução
Coesão do Grupo Grupos com grande coesão tendem a gerar mais discussões e
agregar mais informações, entretanto, a coesão tende a
desencorajar a discordância.
Comportamento Líderes imponentes tendem a fortificar o grupo, porém se não
do Líder houver abertura para discussões e discordâncias essa mesma
liderança fará prevalecer um discurso único, desencorajando
opiniões divergentes e empobrecendo a qualidade da decisão.
Isolamento do Grupos isolados tendem a perder objetividade, perspectiva e a
Mundo Externo noção da realidade, por isso o gestor – líder deve estimular o
contato com influências externas.
Pressão dos Prazos A pressão por prazos deve ser reduzida, pois quando os grupos são
pressionados os membros podem buscar atalhos para chegar a
consensos e soluções forçadas. Na indústria a problemática com os
prazos tem ganhado o termo de ‘crunch’, termo originário da
indústria dos games.
Fracasso na O gestor – líder deve estimular a utilização de procedimentos
Adoção de metódicos para tomar suas decisões, ou seja agindo conforme uma
Procedimentos sequência lógica.
Metódicos
64
Competência 04
Olá estudante, você pode saber mais sobre o crunch e entender por que ele
pode ser aplicado de forma mais geral nos diferentes mercados, refletindo sobre
o seguinte texto:
Retirado do Site Start
Escrito por Gabriel Francisco Ribeiro
Fonte: https://www.uol.com.br/start/ultimas-noticias/2019/06/20/start-explica-
o-que-e-crunch.htm
Equipes podem ser classificadas conforme seus objetivos, em quatro principais tipos, são
eles: equipes de resolução de problemas, equipes autogerenciadas, equipes multifuncionais e
equipes virtuais. Abaixo você pode conferir os tipos citados e suas características.
Tipo Características
65
Competência 04
66
Competência 04
Segundo Menegon (2012) apud Robins (2009), as diferenças entre grupo e equipe são
triviais, porém com uma diferença importante. Grupo é um conjunto de pessoas cujos resultados é a
soma do trabalho individual de cada um, enquanto Equipe é este mesmo conjunto, porém de forma
coordenada para que seja melhor aplicado. Grupos podem se tornar equipes e equipes podem
retornar ao estado de grupo. Em nosso e-book iremos abordar mais a respeito de grupos, mas você
pode observar o quadro abaixo contrastando as diferenças de ambos os termos.
67
Competência 04
Compartilhamento Desempenho
OBJETIVO
de informações negativo
Aleatórias e
Complementares
variadas HABILIDADES
Estudos recentes conseguiram transformar o que antes era vista como um amontoado de
características caóticas em um modelo focado sobre o que torna uma equipe de fato eficaz. Como
você verá, ele se fundamenta em diversos conceitos que vimos sobre grupos. Estes componentes
básicos para formar equipes eficazes podem ser classificados em quatro categorias gerais. Veremos
cada uma delas a seguir.
68
Competência 04
1. Projeto de trabalho
Nesta categoria estão variáveis como liberdade, autonomia, oportunidade de utilizar
diversas habilidades e talentos e a capacidade de finalizar uma tarefa ou projeto que tenha impacto
em outras pessoas. Evidências apontam que estas características estimulam a motivação dos
membros e aumentam a eficácia da equipe. São motivadores por que aumentam o senso de
responsabilidade dos membros e a percepção de autonomia no trabalho, o que o torna mais
interessante ao profissional.
2. Composição de equipe
Aqui estão as variáveis relacionadas com a maneira como as equipes devem ser
montadas. Aqui focam-se as habilidades e personalidade de seus membros. A alocação de papéis,
diversidade, tamanho, flexibilidade e preferência de seus componentes pelo trabalho em equipe.
3. Contexto
Há três fatores contextuais que estão mais significativamente associados com o
desempenho das equipes, estes são: a presença de recursos adequados, uma liderança eficaz e um
sistema de avaliação de desempenho e recompensas que seja coerente com as contribuições da
equipe.
69
Competência 04
4. Processo
A última categoria relacionada a eficácia das equipes consiste nas variáveis de processo e
nela estão inseridos: o comprometimento dos membros com um propósito comum a todos, que a
equipe tenha metas específicas estabelecidas, a eficiência da equipe, o nível controlado de conflitos
e a redução da folga social (folga social é quando um ou mais membros da equipe escondem-se
dentro de um grupo parasitando o esforço dos demais membros).
O quadro abaixo sintetiza os conhecimentos sobre os fatores que tornam as equipes
eficazes.
70
Competência 04
Projeto do trabalho
• Autonomia
• Variedade de Habilidades
• Identidade da tarefa
• Importância da tarefa
Composição
• Habilidades
• Personalidade
• Papéis e diversidade
• Tamanho
• Flexibilidade
• Preferência por trabalho em equipe
Eficácia da equipe
Contexto
• Recursos adequados
• Liderança
• Avaliação de desempenho e recompensa
Processo
• Propósito comum
• Metas específicas
• Eficácia da equipe
• Conflito
• ‘Folga’social
71
Competência 04
Olá estudantes, segue uma animação com o intuito de revisitar alguns dos
principais pontos desta competência, como por exemplo as diferenças entre
membros de grupos diferentes, e a importância de existir diferentes papéis por
parte dos indivíduos de um mesmo grupo e relação harmoniosa ou conflitante
que pode haver entre membros de grupos distintos:
Animação retirada do Canal NFB - The National Film Board of Canada.
Dirigida por Cordell Barker - 2009 | 9 min
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qUGHv2VAESE
Figura 20 – Equipe
Fonte: https://blog.ietec.com.br/aprenda-a-desenvolver-habilidades-gerenciais-em-5-praticas/
Descrição: Ilustração contendo uma equipe de pessoas analisando um quadro de resultados.
72
Conclusão
Quantas vezes em nossos planos profissionais ou mesmo em nosso ambiente de trabalho
não pensamos naquela promoção, naquele cargo que proporcionaria não só uma satisfação
profissional, como também o advento de melhores salários, valorização e ganho curricular. Pois bem,
nem sempre isso torna-se realidade, algumas pelas políticas da própria organização, outras por falta
de desenvolvimento de nossas habilidades para tal, e é aí que entra o Desenvolvimento de
Habilidades Gerenciais. Para desenvolvermos tais habilidades, precisamos ter uma inteligência
relacional e emocional, bem como devida compreensão da estrutura do ambiente organizacional e
dos papéis individuais e de grupos, exercidos pelas pessoas neste ambiente. Estudamos estes fatores
durante esta disciplina, passamos pelos três níveis organizacionais o Microorganizacional onde
abordamos o indivíduo até o Mesoorganizacional onde há o grupo que é um coletivo e também um
intermediário que influencia no Macroorganizacional, a estrutura e níveis das empresas.
Tivemos um material denso e estruturado de forma didática com foco nos termos
técnicos, suas explicações, embasamento teóricos, exposição de quadros e ilustrações que nos
ajudam a visualizar e compreender os 3 níveis organizacionais explorados para haver o
desenvolvimento das habilidades gerenciais de cada profissional.
Espero verdadeiramente que vocês, meus caros alunos, possam ter compreendido este
material tão importante, e mais, que possam usá-lo em suas vidas pessoais e profissionais.
Bons estudos!
73
Referências
CHIAVENATO, Idalberto - Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações.
4. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.
CHIAVENATO, Idalberto – Introdução à Teoria Geral da Administração. 9. ed. Barueri, SP: Manole,
2014.
HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. 8. ed. São Paulo, SP: Pearson
Education do Brasil, 2004.
MARCOUSÉ, Ian. GILLESPIE, Andrew. SURRIDGE, Malcolm. – Recursos Humanos: Série Processos
Gerenciais. 1. ed. São Paulo, SP: Saraiva, 2013.
MENEGON, Letícia Fantinato. Comportamento Organizacional. 1 ed. São Paulo, SP: Pearson
Education do Brasil, 2012.
ROBBINS, Stephen Paul. Fundamentos do Comportamento Organizacional. 7 ed. São Paulo, SP:
Prentince Hall, 2004.
74
Minicurrículo do Professor
Dannilo Dayvid
É Técnico em Eletromecânica pelo SENAI. Bacharel em
Administração pela Faculdade São Miguel, possui Licenciatura em
Pedagogia pela Faculdade de Teologia Integrada. Também possui
pós-graduações do tipo Lato Sensu, sendo MBA em Gestão de
Pessoas e Coaching pela FATIN em parceria com o Instituto
Veríssimo Coaching (IVC), Especialização em Gestão Escolar
também pela FATIN. Atualmente é Mestrando em Administração
pela Universidade San Lorenzo no Paraguai. Tem experiência
profissional nas áreas industrial, comercial, acadêmica e
administração pública.
75