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Legislação Aplicada à

Área de Gestão de Saúde e


Segurança
Débora Silva dos Santos
Silvana Silva dos Santos
Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Legislação Aplicada à
Área de Gestão de Saúde e
Segurança
Débora Silva dos Santos
Silvana Silva dos Santos

Curso Técnico em
Segurança do Trabalho

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | fevereiro 2022


Professor Autor Catalogação e Normalização
Débora Silva dos Santos Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)
Silvana Silva dos Santos
Revisão Diagramação
Débora Silva dos Santos Jailson Miranda
Silvana Silva dos Santos
Coordenação de Curso Coordenação Executiva
Alcione Moraes de Melo George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional Kátia Karina Paulo dos Santos
Deisiane Gomes Bazante
Coordenação Geral
Design Educacional Maria de Araújo Medeiros Souza
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Izabela Pereira Cavalcanti Secretaria Executiva de
Jailson Miranda Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Revisão descrição de imagens Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Sunnye Rose Carlos Gomes
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 6

1.Competência 01 | Legislação Aplicada à Saúde e Segurança do Trabalho na Construção Civil ..... 8

1.1 Comunicação prévia........................................................................................................................... 9


1.2 Norma Regulamentadora - NR 18............................................................................................................ 10
1.2 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT ....... 12
1.4 Área de vivência ...................................................................................................................................... 18
1.4.1 Instalações sanitárias ............................................................................................................................ 19
1.4.2 Alojamento ........................................................................................................................................... 21
1.4.3 Local para Refeição .............................................................................................................................. 22
1.4.4 Cozinha ................................................................................................................................................. 23
1.5 Demolição ............................................................................................................................................... 25
1.6 Escavações, fundações e desmonte de rochas........................................................................................ 26
1.7 Carpintaria ............................................................................................................................................... 28
1.8 Armações de aço ..................................................................................................................................... 30
1.9 Vibradores de Imersão ............................................................................................................................ 32
1.10 Escadas, rampas e passarelas ................................................................................................................ 33
1.11 Medidas de proteção contra quedas de altura ..................................................................................... 34
2.Competência 02 | Legislação Brasileira Específica à Área de Agroindústria ............................... 38

2.1 Direitos dos empregados: ....................................................................................................................... 41


2.2 Gestão de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho rural ........................................................... 41
2.2.1 Assistência médica ........................................................................................................................... 43
2.2.2 Acidente com animais peçonhentos .................................................................................................... 44
2.3 Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural- SESTR ................................................ 45
2.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural- CIPATR ............................................. 48
2.5 Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural – PGRTR ...................................................... 52
2.6 Agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins ............................................................................................... 53
3.Competência 03 | Conhecer a Legislação Brasileira Específica da Área Portuária ...................... 56

3.1 Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR ........................................................................................ 57


3.3 Plano de Controle de Emergência e Plano de Ajuda Mútua ................................................................... 58
3.2 SESSTP - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Portuário ....................................... 58
3.3 CPAT - Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário ..................................................... 59
3.4 Escada e rampas ...................................................................................................................................... 64
3.5 Os Conveses ............................................................................................................................................ 66
3.6 Os porões ................................................................................................................................................ 68
3.6 Equipamentos de içar .............................................................................................................................. 70
3.7 Locais frigorificados ................................................................................................................................. 72
3.8 Operações com cargas perigosas ............................................................................................................ 73
Conclusão .................................................................................................................................... 75

Referências ................................................................................................................................. 76
Minicurrículo do Professor .......................................................................................................... 77
Introdução
Seja bem-vindo à disciplina de Legislação Aplicada à Saúde e Segurança do Trabalho na
Construção Civil, na Agroindústria e no Trabalho Portuário!
Estamos certos de que uma educação profissional de qualidade como a formação técnica,
é capaz de promover ao cidadão capacidades para produzir, bem como segurança diante das
diferentes dimensões da realidade. Desejamos sucesso na sua formação profissional!

Figura 1 - Avatar professora Débora


Fonte: A autora
Descrição: imagem de uma mulher branca sorrindo, com cabelos longos e lisos da cor castanho claro. Usando uma
camiseta branca.

Nesta disciplina, você estudará o que temos descrito nas Normas Regulamentadoras do
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE . Esta disciplina é de suma importância para o Técnico de
Segurança do Trabalho. Nela serão conhecidas as principais normas que regem essa profissão,
inclusive alguns conceitos básicos sobre a Legislação, para que o profissional possa aprender os
principais procedimentos jurídicos ligados à sua atuação.
Dessa forma, na 1ª semana, estudaremos o que diz a NR nº 18, do MTE referente ao
conforto, riscos e prevenção de acidentes na construção civil. Na 2ª semana, vamos ao meio rural
visualizar os riscos do trabalhador do campo (da silvicultura, piscicultura e atividades afins). Além
disso, estudaremos a NR nº31, do MTE e abordaremos questões referentes aos exames médicos,
prevenção de acidentes com animais peçonhentos, transporte de pessoas e outras situações comuns
no meio rural.

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Por fim, teremos na 3ª semana o estudo da NR nº 29, do MTE que aborda os requisitos
mínimos de saúde e segurança para o trabalhador portuário.
O profissional da área de Segurança do Trabalho precisa ter conhecimentos básicos de
legislação a fim de desenvolver o seu papel que é o de garantir a sua integridade profissional, bem
como dos demais sujeitos envolvidos seja no trabalho ou na vida, sendo este um dos objetivos desta
disciplina. Além disso, as normas que aqui devem ser conhecidas, estudadas e colocadas em prática,
pois o seu cumprimento, garantirá a integridade, a saúde e a qualidade de vida de muitas pessoas,
além de garantir a preservação do meio ambiente.
Portanto, desejamos a você bons estudos!

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1.Competência 01 | Legislação Aplicada à Saúde e Segurança do Trabalho
na Construção Civil
Nesta semana, você vai estudar a Norma Regulamentadora NR 18 que trata das
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.
A construção civil é uma das áreas mais importantes dentro da economia de um país, pois
é responsável por ser uma das maiores fontes geradoras de emprego diretos e indiretos, porém
também tem sido responsável por ter um histórico de um dos ramos com maior número de acidentes
entre os setores da economia. Avaliando esta realidade no nosso país, compreendia-se que era de
inteira importância a aplicação da Norma Regulamentadora – NR 18 e do Programa de Condições e
Meio Ambiente de Trabalho na indústria da Construção – PCMAT dentro de uma obra civil, para
manter os riscos de acidentes controlados e garantir condições e meio ambiente de trabalho seguro
para os funcionários.

Figura 2 – Canteiro de obra


Fonte:
https://www.mobussconstrucao.com.br/blog/qual-a-diferenca-entre-canteiro-de-obra-e-frente-de-trabalho/
Descrição: imagem de um canteiro de obra ainda na fundação com dois trabalhadores caminhando para execultar suas
atividades na obra.

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Você já ouviu falar em Comunicação Prévia? O que você saber sobre
Comunicação Prévia?

Estudante, antes de prosseguir com a leitura desta competência, confere lá o


nosso podcast sobre o que vai rolar nesta semana, ok?!!

1.1 Comunicação prévia

Saiba que antes do início das atividades de uma obra é necessário fazer a Comunicação
Prévia de Obras em sistema informatizado da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, antes do
início das atividades, de acordo com a legislação vigente.
Veja o que diz a norma:

18.3 Responsabilidades
18.3.1 A organização da obra deve:
b) fazer a Comunicação Prévia de Obras em sistema informatizado da Subsecretaria de
Inspeção doTrabalho - SIT, antes do início das atividades, de acordo com a legislação vigente.
Portanto, esta medida tem por objetivo facilitar o cumprimento da obrigação prevista na
NR 18, agilizando a comunicação das empresas e o Ministério do Trabalho; permitir a atualização dos
dados durante a obra; e, organizar as informações recebidas pelo Ministério do Trabalho, para fins de
fiscalizações no setor da construção. Logo, o Ministério do Trabalho desenvolveu o Sistema de
Comunicação Prévia de Obras - SCPO.

Você pode está se perguntando: o que é SCPO? E, qual seu objetivo?

É importante que você saiba que o Sistema de Comunicação Prévia de Obras – SCPO
consente que as empresas possam comunicar suas obras ao ministério do Trabalho. E seus objetivos

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são de otimizar o cumprimento da obrigação prevista na NR18, agilizando o contato entre as empresas
e o Ministério do Trabalho. Proporcionar a atualização dos dados da Comunicação Prévia de Obras, e
organizar as informações recebidas pelo Ministério do Trabalho, de forma a fornecer subsídios para
o planejamento das fiscalizações no setor da construção. Desse modo, o objetivo do sistema SCPO é
consentir que as empresas possam comunicar suas obras ao Ministério do Trabalho por meio da
Internet, e se adequar a obrigação da NR 18. O responsável deve aplicar as devidas informações no
sistema e o SCPO irá retornar ao usuário o recibo de comunicação, sendo este um comprovante.

Mas que tipo de obra deve ser comunicada?


Todas as atividades e os serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção
de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive
manutenção de obras de urbanização e paisagismo precisam ser registradas.

Atenção!
Então, para que você se aproprie da forma como esse documento é elaborado,
e compreenda com um melhor entendimento do que tratamos, acesse o site
do MTE e leia sobre a “Comunicação Prévia”, pois outras informações
importantes serão acrescentadas. Fique atento!

1.2 Norma Regulamentadora - NR 18

No dia 10 de fevereiro de 2020 o Ministério da Economia publicou a Portaria 3733 de 10


de Fevereiro de 2020. Tal portaria alterou a NR 18, tendo então uma nova NR 18 (Segurança e Saúde
no Trabalho na indústria da Construção) sendo as mudanças bem significativas.

Indústria da Construção: O que você sabe a respeito da nova NR-18?

10
Você pode está se perguntando: o que tem de novo na NR 18? Quais foram essas
mudanças?
A NR18 deixa de ser uma norma de aplicação e passa a ser uma norma de Gestão de SST
(Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho), porque expõe mais claramente os procedimentos que
devem ser adotados pelos empresários e especialistas para resguardar o trabalhador. Determinando
ao profissional de segurança a obrigação na identificação de riscos e perigos, colocando mais
responsabilidade aos profissionais legalmente habilitados. A nova NR 18 traz mais liberdade e
responsabilidades para especialistas que atuam nas áreas de segurança e saúde do trabalho, já que o
novo texto define quais são as responsabilidades dos engenheiros (profissionais legalmente
habilitados) e dos técnicos (qualificados).

Atenção!
É importante ficar atento que a NR 18 entraria em vigor 1 (um) ano após a
data de sua publicação, ou seja, ela entraria em vigor em 10 de Fevereiro de
2021. Porém nos dias 5 e 6 de novembro, ocorreu a 8ª Reunião Ordiária da
Comissão Tripartite Paritária Permanente- CTPP. Foi aprovado um novo prazo
para entrada em vigor do texto normativo da nova NR – 18 (Condições e meio
Ambinte de Trabalho na Indústria da Construção). Passaria a vigorar dia 1º de
agosto de 2021, mas foi adiada e passou a vigorar dia 03 de janeiro de 2022.

A nova versão da NR 18 está com cerca de 40% do tamanho original. Passando de 847
itens para 363. Mesmo tendo uma redução no número de itens, a norma ficou mais clara e objetiva,
sem prejuízos para a saúde e segurança do trabalhador no ambiente da indústria da construção.
A NR 18 é uma norma setorial que se aplica a construções, ou seja, ela é uma NR absoluta,
no ambiente da construção civil ela é a primeira norma que deve ser consultada. Ela trata de
condiçõese meio ambiente de trabalho. Quando pensamos em condições, pensamos nas condições
mínimas desaúde e segurança para os trabalhos de construção.

E qual o objetivo da nova NR 18?


Veja o que diz a norma a respeito do seu objetivo:
18.1 Objetivo

11
18.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR tem o objetivo de estabelecer diretrizes de
ordem administrativa, de planejamento e de organização, que visam à implementação de medidas
de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente
de trabalho na indústria da construção.

Você pode está se perguntando para quais tipos de construção a NR 18 se aplica?


Existe muita dúvida sobre se alguns tipos de construção que se enquadram na NR 18. Veja
o que diz o item 18.2.1 da nova NR 18 que busca nos ajudar com isso:

Atenção!
Lembre-se que no caso de dúvida recomenda-se que procure a Classificação
Nacional de Atividade Econômica - CNAE para saber se o tipo de obra se
encaixa ou não na NR 18

1.2 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção


- PCMAT

Inúmeras mudanças foram provocadas pela nova redação da NR 18, entre essas
mudanças está o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho da indústria da construção -
PCMAT. Umprograma de controle legal e contextualizado dentro da antiga Norma Regulamentadora –
NR 18,ondese definem as diretrizes para o planejamento e organização de uma obra civil, desde a
organização da área de vivência, as instalações sanitárias, os alojamentos, local para refeição,cozinha,
demolição,escavações, fundações e desmonte de rochas, carpintaria, armações de aço, vibradores
de imersão, escadas, rampas e passarelas e medidas de proteção contra quedas de altura.Com a
mudança da NR 18 o PCMAT é eliminado, ou seja, ele passa a não existir mais dando lugar ao
Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR.
Veja agora caro estudante um trecho da nova NR 18 que fala sobre esse assunto:
18.4.1 São obrigatórias a elaboração e a implementação do PGR nos canteiros de obras,
contemplando os riscos ocupacionais e suas respectivas medidas de prevenção.

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Feita a leitura desse item, você pode ver que se a norma não mais obriga a elaboração do
PCMAT (O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho da indústria da construção) e nem
do PPRA (Programa de prevenção de Riscos Ambientais), por tanto eles deixarão de existir nas
empresas cobertas pela NR 18. São obrigatórias a elaboração e a implementação do PGR (Programa
de Gerenciamento de Riscos) nos canteiros de obras, contemplando os riscos ocupacionais e suas
respectivas medidas de prevenção.

Você pode está se perguntando quando o PGR substituirá o PCMAT? Quando uma obra vai deixar
de usar o PCMAT?

É importante ficar atento que terá uma transição de um programa para o outro programa.
A própria NR 18 informa como será realizada a transição de PCMAT para PGR, veja a seguiro que diz a
nova norma:
18.17 Disposições transitórias
18.17.1 O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho da indústria da
construção (PCMAT) existente antes da entrada em vigência desta Norma terá validade até o término
da obra a que se refere.

Apesar da alteração, é importante as companhias saberem que os PCMATs que já foram


elaborados antes da publicação do novo texto da NR 18 continuam válidos até o fim das obras.
Vamos a um exemplo:

Pense que uma empresa iniciou uma obra em janeiro de 2021, a obra terá duração de 4
anos. Nesse caso necessitará elaborar o PCMAT, no qual terá a vigência da duração da obra (damesma
forma que ocorre). Então será elaborado o PCMAT e ele permanecerá na obra por quatro anos.

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Figura 3 – Construção PCMAT
Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/1575627
Descrição: imagem de uma engenheira tabalhando em um escritorio.

Mas quem poderá elaborar o PGR na construção Civil?


Segundo a norma NR 18 o PGR da obra deve ser elaborado por profissional legalmente
habilitado em segurança do trabalho e implementado sob responsabiliadade da organização. Esse
prosissional legalmente habilitado é o trabalhador previamente qualificado e com registro no
competente conselho de classe, ou seja, o Engenheiro de Segurança do Trabalho.
Porém se em canteiros de obras com até 7 m (sete metros) de altura, ou seja, dois
pavimentos, e com, no máximo, 10 (dez) trabalhadores, o PGR pode ser elaborado por profissional
qualificado em segurança do trabalho e implementado sob responsabilidade da organização, isto é,
pelo Técnico de Segurança do Trabalho.
A NR 18 deixa isso bem claro, veja:

18.4.2 O PGR deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado em segurança do
trabalho e implementado sob responsabilidade da organização.
18.4.2.1 Em canteiros de obras com até 7 m (sete metros) de altura e com, no máximo,
10 (dez) trabalhadores, o PGR pode ser elaborado por profissional qualificado em segurança do
trabalho e implementado sob responsabilidade da organização.
Portanto é de responsabilidade do profissional de segurança a elaboração do PGR, mas
quem implementará é a empresa. E isso encontra-se bem claro na norma, uma coisa é quem elabora
o documento e outra coisa é quem implementa.

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Segundo o Glossário da NR 18

Profissional legalmente habilitado: trabalhador previamente qualificado e com


registro no competente conselho de classe.
Profissional qualificado: trabalhador que comprove conclusão de curso
específico na sua área de atuação, reconhecido pelo sistema oficial de ensino.

Curiosidade!
A NR 18 faz 54 menções a expressão “legalmente habilitado”.

Você também pode está se perguntando se as empresas terceiras na construção civilestão liberadas
de elaborar o PGR?
Conforme vemos na NR 18 o contratante/gestor da obra elabora o PGR da obra (e não
mais da empresa dele apenas) e ao terceiro (contratadas) caberá elaborar inventário de riscos dos
trabalhos dele e entregar ao contratante/gestor da obra, informação descrita no item 18.4.4 da NR.

Você pode estar se perguntando o que é esse inventário de riscos?


O inventário de risco é um dos documentos que vai constar dentro do Programa de
Gerenciamento de Riscos – PGR. E dentro do PGR deve conter duas coisas, o inventário de riscos, e o
plano de ação.
Lembre-se que toda empresa que for contratada para fazer serviço em outra, deve
fornecer o inventário de riscos ao contratante e esse inventário de riscos deverá constar no PGR do
canteiro de obras.

Mas quais documentos o PGR deve conter?

Veja agora caro estudante um trecho da nova NR 18 que fala sobre esse assunto:

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18.4.3 O PGR, além de contemplar as exigências previstas na NR-01, deve conter os
seguintesdocumentos:
a) projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de trabalho, em
conformidade com o item 18.5 desta NR, elaborado por profissional legalmente habilitado;
b) projeto elétrico das instalações temporárias, elaborado por profissional legalmente
habilitado;
c) projetos dos sistemas de proteção coletiva elaborados por profissional legalmente
habilitado;
d) projetos dos Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas (SPIQ), quando aplicável,
elaborados por profissional legalmente habilitado;
e) relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e suas respectivas
especificações técnicas, de acordo com os riscos ocupacionais existentes.

Importante saber que o PGR esteja atualizado de acordo com a etapa em que se encontra
o canteiro de obras.
A exemplo se a fiscalização chegar na obra na etapa de fundação não será preciso toda a
análise de riscos e identificação de perigos da etapa de alveraria por exemplo, porque a obra não está
nessa etapa ainda. A obra vai ter que está com o PGR analizado na etapa de alvenaria quando a obra
estiver nela ou um pouco antes dela está acontecendo. Portanto a fiscalização não pode cobrar que
a obra tenha o PGR pronto da etapa se a obra não está na etapa ainda.
Lembre-se que as frentes de trabalho também devem ser consideradas na elaboração e
implementação do PGR.

É BOM SABER!
A Legislação da segurança do trabalho é ampla e sofre sempre algumas
atualizações, por isso é importante que engenheiros e técnicos de segurança
do trabalho sempre se mantenham atualizados quanto a estas novidades.

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Você pode acessar a nova NR 18 no site:
https://enit.trabalho.gov.br
A Norma também está no nosso Material Complementar.

Tudo certo até aqui? Espero que sim. Caso tenha ficado alguma dúvida revise o conteúdo.
Agora imagine um Drone sobrevoando uma obra de construção civil de pequeno porte. E
aí, você consegue pensar que imagens esse Drone está registrando?
As obras possuem várias etapas e alguns espaços em comum, esses espaços são
chamados de área de vivência. Elas são destinadas a suprir as necessidades básicas dos trabalhadores
na questão alimentação, higiene, descanso, lazer, convivência e ambulatório, devendo ficar
fisicamente separadas das áreas laborais.
Existem os componentes que irão compor o canteiro de obras e que são divididos em
áreas de vivência e áreas operacionais, tais componentes dependem do porte da obra e serão
dimensionados pelo engenheiro civil de acordo com as especificações da norma e necessidade da
obra.
Como futuro Técnico em Segurança do Trabalho você irá verificar que em geral, os
trabalhadores da construção civil passam o dia na obra e, dependendo da localização do
empreendimento, ou seja, da obra, muitos desses trabalhadores precisam morar temporariamente
em alojamento. Portanto a instalação de áreas de vivência em canteiros de obras é uma medida
essencial para proporcionar bem-estar aos trabalhadores, sendo importante oferecer espaços
adequados para as refeições, higiene pessoal, descanso e lazer desses trabalhadores.
E importante manter sempre um bom rendimento dos trabalhadores, e esse rendimento
aumenta quando o canteiro de obras possui uma área de convivência saudável, segura e bem
estruturada. Gerando um impacto positivo sobre a produtividade da equipe.
Deste ponto em diante, observe os requisitos de segurança em cada etapa da obra,
conforme a NR 18. Vamos lá!
Agora vamos estudar com detalhe essas áreas de vivência.

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1.4 Área de vivência

As instalações da área de vivência devem atender, no que for aceitável, ao disposto na


NR-24 (Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho).
Veja o que diz a NR 18 sobre:
18.5.1 As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer, aos trabalhadores,
condições mínimas de segurança, de conforto e de privacidade e devem ser mantidas em perfeito
estado de conservação, higiene e limpeza, contemplando as seguintes instalações:
a) instalação sanitária;
b) vestiário;
c) local para refeição;
d) alojamento, quando houver trabalhador alojado.

Figura 4 – Engenheiros projetando - Área de vivência


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/arquiteto-pessoas-plano-constru%C3%A7%C3%A3o-3979490/
Descrição: figura de três engenheiros com uma planta de projeto nas mãos, eles estão em um canteiro de obra.

E qual a importância da área de vivência?


Saiba, caro estudante, que os trabalhadores da construção civil não têm uma rotina de
trabalho parecida à de profissionais dos setores comercial, industrial ou de prestação de serviços,
onde eles podem contar com refeitórios e instalações sanitárias ou podem fazer as refeições em casa
ou em um restaurante, ou seja, fora do local de trabalho.

18
Geralmente, os trabalhadores da construção civil passam o dia todo na obra. Dependendo
da localização da obra, muitos trabalhadores precisam morar temporariamente em alojamento, e por
esse motivo, a instalação de áreas de vivência em canteiros de obras é uma medidaindispensável.
Lembre-se, caro estudante, que o rendimento dos trabalhadores aumenta quando o
canteiro de obras possui uma área de convivência saudável e segura. Pois uma área de vivência bem
estruturada tem um impacto positivo sobre a produtividade da equipe.

DICA!!!
Você sabia que nem toda obra tem alojamento, lavanderia e área de lazer? Já
parou para pensar por que será que nem toda obra possui essas áreas de
vivência? Portanto você deve pesquisar na internet sobre esse
questionamento.
Bons estudos!!!

O planejamento do canteiro de obra é definido como o planejamento da logística da obra,


como a disposição das instalações provisórias, armazenamento de materiais, movimentação de
trabalhadores e máquinas, entre outros.

DICA!!!
Pesquisem sobre imagens de áres de vievência.Bons estudos!!!

1.4.1 Instalações sanitárias

Entende-se como instalação sanitária o local destinado ao asseio corporal e/ou ao


atendimento das necessidades fisiológicas de excreção. Saiba que as instalações sanitárias servirão
exclusivamente para este fim, é proibida a utilização das instalações sanitárias para outros fins.
Veja o que diz a norma:

18.5.3 A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, bacia sanitária sifonada,
dotada de assento com tampo, e mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de 20

19
(vinte) trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade para cada
grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.
18.5.5 Deve ser de, no máximo, 150 m (cento e cinquenta metros) o deslocamento do
trabalhador do seu posto de trabalho até a instalação sanitária mais próxima.

Portanto a estrutura básica do sanitário deve ter, um vaso sanitário, um mictório e um


lavatório para cada 20 usuários, e deve estar sempre limpa e desinfetada. Além do que, ela deve ficar
a uma distância de até 150 metros da área de trabalho, para evitar um percurso longo dos
trabalhadores conforme descrito na norma.
Atenção a outra mudança importante nessa nova norma NR 18 são os banheiros químicos,
já que, não existia citação a banheiros químicos na norma, agora existe. Portanto os banheiros
químicos são permitidos nas frentes de trabalho. Veja o que diz a norma:

18.5.7 Nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizados:

a) instalação sanitária, composta de bacia sanitária sifonada, dotada de assento com


tampo, e lavatório para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, podendo ser utilizado
banheiro com tratamento químico dotado de mecanismo de descarga ou de isolamento dos dejetos,
com respiro e ventilação, de material para lavagem e enxugo das mãos, sendo proibido o uso de
toalhas coletivas, e garantida a higienização diária dos módulos;

DICA!!!
Olá agora você deve pesquisar na internet imagens diversas de Instalações
sanitária em canteiros de obra. Siga em frente e boa pesquisa!

São muitas informações a respeito de instalações sanitárias vimos aqui as mais relevantes,
recomendo que você, caro aluno, lei atentamente a NR 18, ela fornece todas as especificações nos
itens que fazem referência a esse assunto.
Você viu que a NR-18 estabelece uma série de itens que devem estar à disposição do
trabalhador em um canteiro de obras, com a finalidade de garantir conforto, segurança e dignidade,

20
não se trata apenas de uma questão legal, mas a existência dessas áreas vai além do cumprimento
da lei.

Atenção!
O canteiro que segue a NR-18 será mais eficiente e produtivo.
Portanto, contribua para divulgar as boas práticas!

Além das instalações sanitárias, devemos nos atentar as especificações legais referentes
ao alojamento.

1.4.2 Alojamento

É uma exigência da Norma Regulamentadora (NR 18), que obras afastadas dos centros
urbanos devem instalar alojamentos provisórios nos canteiros para a permanência dos trabalhadores.
A NR 18 preconiza que só será necessário alojamento nos canteiros de obra quando
houver trabalhadores que durmam no próprio local de trabalho. Portanto, não deverá haver
alojamento em todos os tipos de obra. Esses locais devem ser de boa qualidade para garantir a saúde
dos trabalhadores e, por conseguinte, o bom andamento da construção.
O alojamento considerado adequado segundo a NR 18 deve ter abastecimento de água
potável.

Veja o que diz a norma:


18.5.6 É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os
trabalhadores, no canteiro de obras, nas frentes de trabalho e nos alojamentos, por meio de
bebedouro ou outro dispositivo equivalente, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 25
(vinte e cinco) trabalhadores ou fração, sendo vedado o uso de copos coletivos.
O alojamento deve ser um local espaçoso, ventilado e confortável, além de possuir outras
instalações.
Veja o que diz a norma:
18.5.4 É obrigatória, quando o caso exigir, a instalação de alojamento, no canteiro de
obras ou fora dele, contemplando as seguintes instalações: a) cozinha, quando houver preparo de

21
refeições; b) localpara refeição; c) instalação sanitária; d) lavanderia, dotada de meios adequados
para higienização epassagem das roupas; e) área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados,
podendo ser utilizado o local de refeição para este fim.
Você pode estar se perguntando e no caso dos trabalhadores que não estão alojados no
canteiro, é obrigatória a construção de vestiários?

Sim! É obrigatória a construção de vestiários, e essas instalações devem estar próximas


aos alojamentos ou à entrada da obra. Os vestiários são locais destinados à troca de roupa e devem
ser planejados de acordo com o número de trabalhadores previsto na obra, devem ser mantidos em
condição de conservação, limpeza e higiene; ter piso e parede revestidos por material impermeável
e lavável; ser ventilados para o exterior ou com sistema de exaustão forçada; ter assentos em material
lavável e impermeável em número compatível com o de trabalhadores; e dispor de armários
individuais simples e/ou duplos com sistema de trancamento. Lembre-se caro estudante que cada
fase da obra tem uma quantidade diferente de funcionários. Conforme a obra avança poderá ser
necessário redimensionar o tamanho do vestiário.

Você pode acessar essa NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais


de Trabalho através do link abaixo. Para maiores informações sobre vestiários
e outras condições sanitárias e de conformto nos locais de trabalho.
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-24-nr-24
A norma também está no nosso Material Complementar.

1.4.3 Local para Refeição

O refeitório é o local onde as refeições são efetuadas e que segundo a NR-18 deve conter
condições minimas de conforto e higiene para tomada das refeições por ocasião dos intervalos
concedidos durante a jornada de trabalho. Com base na NR 24 o local para refeições devem ser
arejados e apresentar boas condições de conservação, limpeza e higiene; e possuir assentos e mesas,
balcões ou similares suficientes para todos os usuários atendidos.

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Os responsáveis pela obra devem garantir, nas proximidades do local para refeições
meios para conservação e aquecimento das refeições; e local e material para lavagem de utensílios
usados na refeição; e também água potável.
Veja o que diz a norma:
18.5.7 Nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizados:
b) local para refeição dos trabalhadores, observadas as condições mínimas de conforto e
higiene, e com a devida proteção contra as intempéries.
18.5.7.1 O atendimento ao disposto neste item poderá ocorrer mediante convênio
formal com estabelecimentos nas proximidades do local de trabalho, desde que preservadas a
segurança, higiene e conforto, e garantido o transporte de todos os trabalhadores até o referido local,
quando o caso exigir.

DICA!
Você deve pesquisar na internet imagens diversas de Local para Refeição em
canteiros de obra. Siga em frente e boa pesquisa!

Algumas obras possuem, além do local de refeições, uma cozinha para o preparo do
alimento. E você caro aluno pode estar se perguntando como deve ser a estrutura dessa cozinha?

1.4.4 Cozinha

Segundo a NR 18 é obrigatorio a cozinha, quando o caso exigir, a instalação de alojamento


no canteiro de obras ou fora dele, contemplando algumas instalações. Veja o que diz a norma:
18.5.4 É obrigatória, quando o caso exigir, a instalação de alojamento, no canteiro de
obras ou fora dele, contemplando as seguintes instalações:
a) cozinha, quando houver preparo de refeições;
b) local para refeição;
c) instalação sanitária;
d) lavanderia, dotada de meios adequados para higienização e passagem das roupas;

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e) área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local
de refeição para este fim.

Quando for necessário ter uma cozinha no canteiro de obras a mesma deve ficar anexa
aos locais para refeições e com ligação para os mesmos; possuir pisos e paredes revestidos com
material impermeável e lavável; dispor de aberturas para ventilação protegidas com telas ou
ventilação exautora; possuir lavatório para uso dos trabalhadores do serviço de alimentação,
dispondo de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos, proibindo-se o uso
de toalhas coletivas; ter condições para acondicionamento e disposição do lixo de acordo com as
normas locais de controle de resíduos sólidos; e dispor de sanitário próprio para uso exclusivo dos
trabalhadores que manipulam gêneros alimentícios, separados por sexo.
Vamos lá, você deve saber que as áreas de vivência devem possuir local próprio, esse local
deve ser coberto, ventilado e iluminado para que o trabalhador alojado na obra possa lavar, secar e
passar suas roupas de uso pessoal, local esse que é chamado de Lavanderia.
A Lavanderia deve ser dotada de tanques individuais ou coletivos em número adequado.
Algumas obras contratam terceiros para realizar este serviço, sem ônus para o
trabalhador.
Os canteiros de obras com alojamento devem ter, obrigatoriamente, um espaço de lazer
para os funcionários. A área de lazer segundo a NR 18, nas áreas de vivências devem ser previstos
locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeições para este
fim.
Você como futuro Técnico de Segurança do Trabalho deve saber que as empresas da
construção civil devem zelar pelo bem-estar e saúde de seus trabalhadores durante o expediente de
serviço, de forma a atender a legislação trabalhista, seguir as normas técnicas e se enquadrar nas
exigências da vigilância sanitária.
Também segundo a NR 18, torna-se obrigatório a instalação de ambulatório médico nos
canteiros de obras quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores.
Muito bem, até o momento estudamos as áreas de vivência, vamos agora estudar os
principais cuidados com a segurança do trabalho em cada uma das etapas da obra. Fique ligado que
as atividades de construção civil são realizadas por etapas ou fases de obra. De modo geral toda

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construção possui etapas principais que corresponde a fase de início de atividades de construção até
o acabamento final. Então vamos lá, a primeira etapa a ser estudada será a de Demolição.

1.5 Demolição

Você deve saber que Demolição é uma ação de se destruir, de uma forma bem medida e
calculada, alguma construção para então dar lugar para a construção de uma nova construção. Essa
ação de demolir pode até não parecer, mas é uma das atividades mais comuns e utilizadas na
construção civil. Saiba que a ação de demolição pode ser imprescindível devido a idade de uma
estrutura ou por questões de segurança da obra, lembrando a você que as construções que se
encontram no entorno da área a ser demolida devem ser previamente avaliadas e examinadas para
evitar acidentes com as mesmas.

Figura 5 – Fase de Demolição


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/site-trabalhos-de-demoli%C3%A7%C3%A3o-3688250/
Descrição: imagem do trabalho de demolição de uma obrafeito por uma escavadeira.

Imagine você uma construção antiga com risco de desabamento, é recorrente que seja
demolida para evitar possíveis acidentes. Portanto, você deve saber que existem diversos meios e
técnicas para realizar a demolição de alguma estrutura. Essa ação de demolição deve ter o
acompanhamento de profissionais legalmente habilitados e sempre a segurança do trabalho deve
estar presente nessas ações. Veja o que a norma diz a respeito dessa etapa da obra:

18.7.1 Demolição
18.7.1.1 Deve ser elaborado e implementado Plano de Demolição, sob responsabilidade
de profissional legalmente habilitado, contemplando os riscos ocupacionais potencialmente

25
existentes em todas as etapas da demolição e as medidas de prevenção a serem adotadas para
preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores.

ATENÇÃO!
Você precisa pesquisar na internet imagens e artigos diversos que abordem da
Demolição nas obras. Siga em frente e boa pesquisa!

Como foi apresentado na norma deve ser elaborado e implementado o Plano de


Demolição onde deve considerar alguns postos importantes como as linhas de fornecimento de
energia elétrica, água, inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações de
esgoto e de escoamento de água e outros; as construções vizinhas à obra; a remoção de materiais e
entulhos; as aberturas existentes no piso; as áreas para a circulação de emergência; a disposição dos
materiais retirados; a propagação e o controle de poeira; e o trânsito de veículos e pessoas.
Essa fase de Escavação que você vai estudar é a fase de movimentação de terra e é uma
fase muito importante, antes de iniciar esse trabalho é importante que seja feito um estudo prévio
do terreno para identificar suas características.

1.6 Escavações, fundações e desmonte de rochas

As atividades de escavação na indústria da construção devem atender aos requisitos


legais da Norma Regulamentadora NR 18, e, quando aplicáveis, as demais normas regulamentadoras
e técnicas. Para correta identificação dos perigos, avaliação dos fatores de risco e estabelecimento
de medidas de controle.
Para prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho durante a execução das atividades de
escavação, é importante cumprir as normas regulamentadoras, em especial NR 18 e, quando
aplicável, a NR 35 e NR 33.
A escavação de uma obra corresponde a etapa de trabalhos com a criação de furos e valas
no terreno, conforme as indicações definidas em projeto para servir a fundação, e esse trabalho
ocorre após o término da locação e definição de níveis. A área de trabalho deve ser previamente
limpa, devendo ser retirados ou escorados solidamente árvores, rochas, equipamentos, materiais e

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objetos de qualquer natureza quando houver risco de comprometimento de sua estabilidade durante
a execução de serviços, sejam muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que possam ser
afetadas pela escavação devem ser escorados.

Figura 6 – Construção do túnel de Taguatinga


Fonte: https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/50217554243/
Descrição: imagem do trabalho de escavação e construção do túneo de Taquatinga sendo feito por trabalhadores e
máquinas.
São vários riscos identificados nessa fase por exemplo de escavação que são a de risco de
desabamento de terra, gases, umidade, poeira, ruído provocado por equipamentos de obra,
transporte de peso, choque elétrico e esforço físico, entre outros. Segundo a NR 18 essas indicações
aprontam medidas técnicas de segurança referentes à proteção de trabalho em atividades que
envolvam Escavações, Fundações e Desmonte de Rocha. A norma diz que:
18.7.2 Escavação, fundação e desmonte de rochas
18.7.2.1 O serviço de escavação, fundação e desmonte de rochas deve ser realizado e
supervisionado conforme projeto elaborado por profissional legalmente habilitado.
18.7.2.2 Os locais onde são realizadas as atividades de escavação, fundação e desmonte
de rochas, quando houver riscos, devem ter sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira
de isolamento em todo o seu perímetro, de modo a impedir a entrada de veículos e pessoas não
autorizadas.
Importante que se trabalhe a segurança na operação, pois antes do início dos serviços de
escavação, é importante realizar a sinalização conforme descrito na NR 18. Durante a execução da
escavação, se identificada a interferência, importante interromper as atividades e solicitar a
orientação técnica quanto às providências a serem tomadas.

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Todos os equipamentos e veículos, como escavadeiras, caminhões entre outros, devem
estar em perfeito estado de conservação e manutenção, pois uma falha em qualquer um contribui
para a ocorrência de acidentes que põem em risco a segurança dos trabalhadores.
A identificação das causas dos desvios e aplicação adequada das medidas de controle
preventivas e corretivas é primordial para esta fase da obra.
É de extrema importância que você faça a leitura da NR 18 para obter um maior
conhecimento sobre essa fase tão importante que é o de Escavação, fundação e desmonte de rochas.
Para reforçar não se esqueça que a execução do serviço de escavação deverá ser feita por
profissional legalmente habilitado, considerando sempre os requisitos de segurança que garantam a
inexistência de risco ao trabalhador.

DICA IMPORTANTE !
Pesquise na internet imagens e artigos diversos que abordem e mostre a fase
de Escavação, fundação e desmonte de rochas em canteiros de obras. Siga em
frente e boa pesquisa!

Tudo certo até aqui? Em caso de dúvida faça novamente a leitura do conteúdo
apresentado.
Vamos agora estudar a área da carpintaria!

1.7 Carpintaria

Esta é uma etapa muito importante em uma obra, a carpintaria costuma trabalhar
essencialmente com madeira maciça e em seu estado natural, muito comum não só na construção
civil como na naval, e para a realização da atividade de carpintaria, os trabalhadores fazem o uso de
várias máquinas e ferramentas manuais que podem provocar lesões graves. Além disso, estas podem
produzir ruídos e poeira de madeira, caso não forem adotadas as medidas de proteção.
Nas atividades de carpintaria, é indispensável o uso de equipamentos, destaca-se a serra
circular, muito utilizada nas obras de construção civil. Veja o que diz a norma:
18.7.3 Carpintaria e armação

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18.7.3.1 As áreas de trabalho dos serviços de carpintaria e onde são realizadas as
atividades de corte, dobragem e armação de vergalhões de aço devem:
a) ter piso resistente, nivelado e antiderrapante;
b) possuir cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra intempéries e queda de
materiais;
c) possuir lâmpadas para iluminação protegidas contra impactos provenientes da
projeção de partículas;
d) ter coletados e removidos, diariamente, os resíduos das atividades.

Figura 7 - Carpintaria
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/serra-de-habilidade-serra-circular-103123/
Descrição: Imagem de trabalhador usando uma serra circular emcarpintaria.

Você já deve ter ouvido inúmeros relatos de acidentes de trabalho relacionados as


atividades da construção civil, e esses acidentes em sua maioria, são decorrentes da falta de atenção
com os procedimentos de segurança nas atividades. Portanto, devido a importância dos
procedimentos de segurança do trabalho, vamos estudar o uso da serra circular.

Mas você sabe definir o que é uma serra circular?


A Serra circular nada mais é que um disco ou uma lâmina de metal utilizado para cortar
madeira ou outros materiais, onde a lâmina é uma parte afiada cortante, que é capaz de causar lesões
cortantes sérias se não manuseada com muito cuidado e atenção.

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Você como futuro Técnico de Segurança do Trabalho deve identificar todos os riscos da
utilização de serra circular em bancada, choques eléctricos, cortes e amputações, pancadas por
objetos, abrasões e entalamentos, ruído ambiental, projeção de partículas e de poeiras.
Devem ser adotados procedimentos operacionais e medidas preventivas devem ser
tomadas para garantir a segurança dos trabalhadores, e segundo a NR 18 o manuseio desse
equipamento deve ser realizado por trabalhadores qualificados.
Estude com atenção a NR 18 e lembre-se que utilizando as recomendações especificações
necessárias, os acidentes gerados são reduzidos consideravelmente.
Na nova norma NR 18 estão agrupadas em 18.7.3 Carpintaria e armação sob nova redação
e simplificação de exigências.
Vamos estudar recomendações de segurança para as armações de aço.
1.8 Armações de aço

De acordo com a NR18, a dobragem e o corte de vergalhões de aço em dobra devem ser
feitos sobre bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis, e devem ser apoiadas sobre superfícies
resistentes, niveladas e não escorregadas, afastadas da área de circulação de trabalhadores. A norma
também estabelece as regras de segurança nas atividades de armações de aço. Veja o que diz a
norma:
18.7.3.2 A área de movimentação de vergalhões de aço deve ser isolada para evitar a
circulação de pessoas não envolvidas na atividade.
18.7.3.3 Os feixes de vergalhões de aço que forem deslocados por equipamentos de
guindar devem ser amarrados de modo a evitar escorregamento.
18.7.3.4 As armações de pilares, vigas e outras estruturas devem ser apoiadas e
escoradas para evitar tombamento e desmoronamento.
18.7.3.5 É obrigatória a colocação de pranchas de material resistente firmemente
apoiadas sobre as armações, para a circulação de trabalhadores.
18.7.3.6 As extremidades de vergalhões que ofereçam risco para os trabalhadores
devem ser protegidas.
Importante que se saiba que as operações somente podem ser realizadas por trabalhador
qualificado.

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Figura 8 - Armações de aço
Fonte: https://www.fa-aco.com.br/armacao-ferro-vigas/
Descrição: imagem de armações de aço.

DICA IMPORTANTE !
Pesquise na internet imagens e artigos diversos que fale sobre Protetores de
Vergalhões. Deve ser dado uma atenção as pontas verticais de vergalhões de
aço desprotegidas, pois as mesmas devem ser protegidas, muitos acidentes
acontecem por não terem esse cuidado.
Siga em frente e boa pesquisa!

Agora vamos para mais uma nova etapa que é a da concretagem que é a finalização de
um conjunto de atividades relacionadas a construção de um elemento em uma edificação, e só pode
ocorrer de forma eficaz e segura se todos os outros serviços anteriores estiverem sido realizados e
verificados pelo engenheiro ou técnico responsável pela segurança da obra. Veja o que diz a NR 18
sobre:
18.7.4.3 A operação de concretagem deve ser supervisionada por trabalhador capacitado,
devendo ser observadas as seguintes medidas:
a) inspecionar os equipamentos e os sistemas de alimentação de energia antes e durante
a execução dos serviços;
b) inspecionar as peças e máquinas do sistema transportador de concreto antes e durante
a execução dos serviços;
c) inspecionar o escoramento e a resistência das fôrmas antes e durante a execução dos
serviços;

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d) isolar e sinalizar o local onde se executa a concretagem, sendo permitido o acesso
somente à equipe responsável;
e) dotar as caçambas transportadoras de concreto de dispositivos de segurança que
impeçam o seu descarregamento acidental.

Nessa etapa de concretagem é muito comum o uso de vibradores de imersão.


Fica a dica para você pesquisar na internet sobre Adensamento de concreto, O que é? E
Quais as vantagens?
Agora vamos conhecer um pouco mais sobre o vibrador de imersão um equipamento
muito utilizado nos canteiros de obras para adensar a massa, na etapa de concretagem.
1.9 Vibradores de Imersão

Na fase de concretagem da obra o adensamento do concreto é um método utilizado para


confeccionar lajes, vigas, alicerces, colunas e pavimentações, e esse adensamento pode ser feito por
processos manuais de socamento, apiloamento, mecânicos de vibração e centrifugação.
Importante saber que os vibradores de imersão e de placas devem possuir dupla isolação
e os cabos de ligação ser protegidos contra choques mecânicos e cortes pela ferragem, tendo que ser
inspecionados antes e durante a utilização.

Figura 09 - Vibrador de Imersão


Fonte: https://www.casadoconstrutor.com.br/safety/vibrador-de-imersao/
Descrição: imagem de um trabalhador em uma obra fazendo uso de um Vibrador de Imersão, para transmitir vibrações
(vibrar) no concreto ainda fresco, eliminando os espaços vazios nas peças. É constituído de um motor e um mangote,
cujo o diâmetro correto é determinado pelo espaço livre entre as ferragens.

32
1.10 Escadas, rampas e passarelas

As superfícies de passagem, estruturas para trânsito de pessoas, equipamentos e materiais


leves utilizados na indústria da construção. Podem ser classificadas em escadas, rampas e passarelas.
Você já observou a quantidade de escadarias e rampas que visualizamos em uma
construção de edifício? As rampas, escadas e passarelas são muito utilizadas para passagem de
pessoas de um local para outro da obra onde se tenha uma escavação ou um desnível logo abaixo,
assim como para passagem de carros de mão e acesso às áreas de vivência. Todavia essas escadas,
rampas e passarelas não podem ser construídas de todo jeito, pois é necessário seguir as
recomendações NR 18. Veja o que diz a noma sobre as escadas:
18.8.6 Escadas Escada fixa de uso coletivo
18.8.6.1 As escadas de uso coletivo devem:
a) ser dimensionadas em função do fluxo de trabalhadores;
b) ser dotadas de sistema de proteção contra quedas, de acordo com o subitem 18.9.4.1
ou 18.9.4.2 desta NR;
c) ter largura mínima de 0,8 m (oitenta centímetros);
d) ter altura uniforme entre os degraus de, no máximo, 0,2 m (vinte centímetros);
e) ter patamar intermediário, no máximo, a cada 2,9 m (dois metros e noventa
centímetros) de altura, com a mesma largura da escada e comprimento mínimo igual à largura;
f) ter piso com forração completa e antiderrapante;
g) ser firmemente fixadas em suas extremidades.

As escadas, rampas e passarelas são também definidas conforme seu ângulo de inclinação
com relação à horizontal. Veja o que diz a noma sobre:
18.8.2 A utilização de escadas e rampas deve observar os seguintes ângulos de inclinação:
a) para rampas, ângulos inferiores a 15° (quinze graus);
b) para escadas móveis, ângulos entre 50° (cinquenta graus) e 75° (setenta e cinco graus),
ou de acordo com as recomendações do fabricante;
c) para escadas fixas tipo vertical, ângulos entre 75° (setenta e cinco graus) e 90° (noventa
graus).

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Lembre-se que as escadas, rampas e passarelas devem ser dimensionadas e construídas
em função das cargas a que estarão submetidas. Uma atenção também deve ser dada aos pisos das
escadas, rampas e passarelas, pois deverão ser dotados de sistema antiderrapante para evitar que os
trabalhadores escorreguem. Veja o que diz a norma sobre rampas e passarelas:
18.8.7 Rampas e passarelas
18.8.7.1 As rampas e passarelas devem:
a) ser dimensionadas em função de seu comprimento e das cargas a que estarão
submetidas;
b) possuir sistema de proteção contra quedas em todo o perímetro, conforme o subitem
18.9.4.1 ou 18.9.4.2 desta NR;
c) ter largura mínima de 0,8 m (oitenta centímetros);
d) ter piso com forração completa e antiderrapante;
e) ser firmemente fixadas em suas extremidades. 18.8.7.2 Nas rampas com inclinação
superior a 6° (seis graus), devem ser fixadas peças transversais, espaçadas em, no máximo, 0,4 m
(quarenta centímetros) ou outro dispositivo de apoio para os pés.

Atenção! Você sabe onde é proibido colocar as escadas?


Nas proximidades de portas ou áreas de circulação, onde houver risco de queda de
objetos ou materiais e nas proximidades de aberturas e vãos é proibido colocar escadas. Também é
proibido o uso junto a redes e equipamentos elétricos desprotegidos.

ATENÇÃO!
Para saber mais sobre esse assunto você deve ler e estudar mais os detalhes
da Norma Regulamentadora NR 18, que estabelece critérios mínimos de
segurança e conforto para as instalações e serviços de canteiro.

1.11 Medidas de proteção contra quedas de altura

Você deve ter percebido que a construção civil é um dos setores da economia em que
muitos riscos estão presentes, expondo a saúde e integridade do trabalhador, e que podem variar em

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função da fase da obra, e dentre os riscos, um dos mais graves é o de queda proveniente de trabalho
em altura. A NR 18 e suas diretrizes traz uma série de obrigações relativas às medidas de proteção
para evitar quedas de altura. Veja o que diz a norma:
18.9 Medidas de prevenção contra queda de altura
18.9.1 É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de
trabalhadores ou de projeção de materiais e objetos no entorno da obra, projetada por profissional
legalmente habilitado.
O princípio básico que consiste em limitar quedas de altura deve ser composto, por rede
de segurança; cordas de sustentação ou de amarração e perimétrica da rede, e também por conjunto
de sustentação, fixação e ancoragem e acessórios de rede.
O sistema limitador de queda de altura tem as fases de montagem, deslocamento e
desmontagem que devem ser supervisionadas pelo responsável técnico pela execução da obra e você
como futuro Técnico de Segurança do Trabalho deve sempre ficar atento e também acompanhar
essas fases para manter sempre a segurança dos trabalhadores.
No trabalho em altura é importante que o Técnico de Segurança do Trabalho da obra,
incentive e monitore os trabalhadores a usarem os equipamentos de proteção individual (EPIs) e dar
sempre preferência também ao uso dos equipamentos de proteção coletiva (EPCs) mais resistentes.
Essa é uma medida preventiva, a utilização do EPI para garantir a segurança e preservação da
integridade física dos trabalhadores, onde os principais EPIs para quem trabalha em altura dentro da
construção civil são o cinto de segurança limitador de espaço, o capacete de proteção e a trava
quedas.

Figura 10 – Quedas em Altura


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/trabalhador-da-constru%C3%A7%C3%A3o-civil-495373/
Descrição: Ilustração de dois trabalahdores da construção civil em uma plataforma (trabalaho em altura).

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Para que você fique por dentro de todas os detalhes das medidas de prevenção contra
queda de altura você deve ler a NR 18 e também a NR 35 - TRABALHO EM ALTURA.

Você pode acessar a nova NR 35 no site:


https://enit.trabalho.gov.br
A Norma também está no nosso Material Complementar.

Você estudou sobre um dos tópicos da NR 18, que fala sobre medidas de proteção
contraqueda em altura. Lembrando que é importante ser feito a leitura detalhada da NR18 sobre o
assunto.

E aí! Você têm alguma dúvida sobre esse assunto abordado?


Escreva no chat ou no fórum seu comentário!

Considera-se trabalho em altura, toda atividade executada acima de 2 metros


do nível inferior, onde haja risco de queda.

Encerramos aqui nossa Primeira Competência. E você conseguiu entender o objetivo das
exigências impostas pela NR 18? Agora você, caro estudante, consegue entender a importância da
NR 18, e porque ela é a Norma mais importante da construção civil? Afinal de contas, a segurança
não é algo que possa vir a ser ignorada e, se isso por si só não é capaz de abrir os olhos de algumas
pessoas ou empresas, então a NR 18 e as multas estão aí justamente para isto!
Gostou dessa competência? Não deixei de participar do fórum, chat, de ler e estudar todo
material de apoio, compartilhar e nos contar a sua opinião, e tirar suas dúvidas no ambiente virtual
pois sua participação é muito importante!

36
Aproveite e assista a videoaula da Competência 01 disponível no nosso
ambiente virtual!

37
2.Competência 02 | Legislação Brasileira Específica à Área de
Agroindústria
Olá estudante, nesta semana, você vai estudar a Norma Regulamentadora NR 31 que trata
da Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e
Aquicultura editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Estudante, antes de prosseguir com a leitura desta competência, confere lá o


nosso podcast sobre o que vai rolar nesta semana, ok?!!

Agricultura: representa um conjunto de procedimentos para o cultivo de


vegetais (SOUSA, 2020).
Pecuária: está relacionada com a criação de animais, geralmente, para
finalidade comercial (SOUSA, 2020).
Silvicultura: é a ciência que estuda as possibilidades naturais e artificiais de
recuperar e tornar o povoamento melhor nas florestas, para atender às
exigências do comércio (BARROS, 2020).
Aquicultura: é a ciência que estuda manejo de cultivo em ambiente controlados
e confinados de peixes, crustáceos (como o camarão e a lagosta), de moluscos
(como o polvo e a lula), de algas e de outros seres vivos que estão no meio
aquáticos, podendo ser de água doce ou salgada, inclusive rãs, tartarugas e
jacarés, que também podem ser criados como alimento para a população
(EMBRAPA, 2015).

Você sabia que ao longo dos anos a agropecuária tem passado por várias
mudanças com melhorias para o trabalhador rural?

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O avanço populacional e a importância do setor tem levado a análise de aspectos antes
nunca considerados, surgindo assim, uma maior regulamentação da atividade agropecuária. Assim
como em todas as atividades e setores, a área da agroindústria também precisa de precauções de
segurança para evitar acidentes do trabalho, por isso, nesta semana, será discutido a legislação de
saúde e segurança do trabalho que aborda, especificamente a área rural.
A Norma Regulamentadora - 31 trata da Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,
Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura editada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego publicada pela primeira vez em março de 2005, com a nomeação Normas
Regulamentadoras Rurais (NRRs) compostas por cinco normas que foram extintas e substituídas pela
NR 31.

Entre no link abaixo e leia a NR 31 para saber mais.


https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-31-atualizada-2022-retif.pdf

Você pode está se perguntando qual o objetivo da NR 31? E onde ela deve ser aplicada?
Essa Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem
observadas na organização e no ambiente de trabalho no meio rural, de forma a tornar compatível o
planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.
Devem ser aplicadas em qualquer atividade dos setores citados acima e também às
atividades de exploração industrial desenvolvida no ambiente agrário (agroindústria rural).
A norma estabelece e destaca assuntos sobre Gestão de Segurança, Saúde e Meio
Ambiente de Trabalho Rural; Programa de Gerenciamento de Riscos no trabalho Rural – PGRTR; Serviço
Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural – SESTR;Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho Rural – CIPATR. E ainda aborda medidas referentes ao meio e ao trabalho rural
como, os agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins; meio ambiente e resíduos; ergonomia;
ferramentas manuais; máquinas, equipamentos e implementos; secadores; silos; acessos e vias de
circulação; transporte de cargas.

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Como você pode observar, ocorreu uma grande mudança na legislação que protege o
trabalhador rural e ao mesmo tempo cria uma série de obrigações ao empregador rural.

Você pode está se perguntando quais as ações do empregador rural?


Portanto, cabe ao empregador rural algumas ações, como:
• Efetuar avaliações ambientais e adotar as medidas preventivas necessárias;
• Promover melhorias no local de trabalho, preservando o nível de segurança e a saúde
dos empregados;
• Dar cumprimento e fazer cumprir todas as normas relacionadas à segurança e saúde
no trabalho rural;
• Avaliar, junto a CIPATR (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho
Rural), os acidentes e as doenças do trabalho;
• Garantir que a CIPATR participe das discussões que falam sobre controle de riscos.

Fique atento!
O empregador rural também deve informar aos trabalhadores os riscos que
podem advir de seu trabalho e os resultados de seus exames médicos
(realizados pelo SESTR, Segurança e Saúde no Trabalho Rural).

A adoção de medidas preventivas pelo empregador deve seguir a seguinte ordem de


prioridade: eliminação de riscos; controle de riscos na fonte e redução ao risco mínimo e adoção de
práticas de proteção pessoal.
Essas recomendações devem ficar bem claras por meio de treinamentos e palestras
realizados pelos profissionais de saúde e segurança do trabalho. Os empregados também precisam
cumprir com algumas recomendações.

Você pode está se perguntando quais são essas recomendações que os empregados
precisam cumprir?
Portanto, cabe ao empregado:

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• Realizar com os cumprimentos sobre as medidas segura de execução de suas
atividades;
• Aplicar as medidas sugeridas pelo empregador, de acordo com as normas;
• Realizar os exames médicos quando solicitado;
• Colaborar com a empresa na realização do cumprimento da norma.

Agora vamos conhecer um pouco mais sobre o direito dos empregados.


Você pode estar se perguntando que direitos são esses?

2.1 Direitos dos empregados:

Da mesma forma que os empregados tem seus deveres, também tem os seus direitos
como:
• Permanecer em ambientes de trabalho, seguros e saudáveis;
• Ser consultados, através de seus representantes na CIPATR, sobre as medidas de
prevenção que serão adotadas pelo empregador;
• Escolher sua representação em matéria de segurança e saúde no trabalho;
• Quando houver motivos para considerar que exista grave e iminente risco para sua
segurança e saúde, ou de terceiros, informar imediatamente ao seu superior
hierárquico;
• Receber instruções em matéria de segurança e saúde.

A seguir vamos conhecer Gestão de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho rural,
tema muito importe que deve ser bem trabalhado por você futuro técnico de Segurança do Trabalho.

2.2 Gestão de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho rural

Para alcançar a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho na unidade


de produção rural a gestão deve atender a seguinte ordem de prioridade:
1. Eliminação de riscos através da substituição ou adequação dos processos produtivos,
máquinas e equipamentos;

41
2. Adoção de medidas de proteção coletiva para controle dos riscos na fonte;
3. Adoção de medidas de proteção pessoal.

E ainda atender os seguintes aspectos:


• Melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho. Que devem abranger os
aspectos relacionados a:

a. Riscos químicos, físicos, mecânicos e biológicos;

b. Investigação e análise dos acidentes e das situações de


trabalho que osgeraram;

c. Organização do trabalho.
• Promoção da saúde e da integridade física dos trabalhadores rurais;
• Campanhas educativas de prevenção de acidentes e doenças decorrentes dotrabalho.

Figura 11 - Campanha Educativa


Fonte: https://surgiu.com.br/2021/05/31/prefeitura-de-miranorte-promove-blitz-educativa-em-combate-a-queimadas/
Descrição: folder informando a campanha para realizar exames em homens e mulheres do ambiente rural.

Na imagem você vê um folder da campanha educativa para prevenção e combate as


queimadas urbanas e rurais, onde são oferecidos vários exames de forma gratuita e rápida.

42
Alguma dúvida? Deixe seus comentários no Fórum permanente para dúvidas e
discussões.
Não deixe de estudar a NR 31 pois está lá todos os informes a respeito deste
assunto.

2.2.1 Assistência médica

Você sabia que é de direito do trabalhador rural ter assistência médica?


Isso mesmo caro estudante, é de direito do trabalhador rural a realização de consultas
médicas e a realização dos exames obrigatórios relacionado a sua função, sem ônus ao trabalhador
como consta na NR-07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

Fortaleça seus conhecimentos através da leitura da NR 07 que consta no link


abaixo:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07-atualizada-2022-1.pdf

Você sabe quais são esses exames?


Veja agora os exames que os trabalhadores devem realizar, de forma garantida.
• Admissional: deve ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades;
• Periódico: deve ser realizado anualmente;
• Retorno ao trabalho: deve ser realizado no primeiro dia do retorno à atividade do
trabalhador ausente;
• Mudança de função: deve ser realizado antes da data do início do exercício da nova
função;
• Demissional: deve ser realizado até a data da homologação.
Além do direito à assistência médica é obrigatório dispor no estabelecimento
equipamento de primeiros socorros, onde ficará sob responsabilidade de uma pessoa treinada para

43
essa finalidade. Em caso de urgência, o acidentado deverá ser removido sem despesa nenhuma,
sendo essa remoção de responsabilidade do empregador rural.
Os casos de urgência incluem intoxicação por agrotóxicos, acidentes graves e acidentes
com animais peçonhentos.
Tudo certo até aqui? Espero que sim!
Veja prosseguir o que a NR 31 fala sobre animais peçonhentos!

2.2.2 Acidente com animais peçonhentos

Em caso de acidentes com animais peçonhentos, após os procedimentos de primeiros


socorros, o trabalhador deverá ser encaminhado imediatamente à unidade de saúde mais próxima
do local.

Figura 12 – Vários animais peçonhentos e venenosos


Fonte: https://tudorondonia.com/noticias/municipio-alerta-para-acidentes-com-animais-peconhentos,27634.shtml
Descrição: animais peçonhentos e venenosos como, escorpião, cobra, aranha e lacral.

E diante desses acidentes caberá ao empregador rural, através de laudo médico ou


atestado médico, tomar as seguintes atitudes:
• Emitir a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho).
• Afastar o trabalhador da exposição ao risco ou afastar do trabalho.
• Encaminhar o trabalhador à previdência social para estabelecimento do nexo causal,
avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao
trabalho.

44
Todos esses procedimentos de segurança devem ser defendidos pelos profissionais de
saúde e segurança do trabalho através de serviço especializado.
Mas, qual o serviço de saúde e segurança do trabalho no meio rural? Vejamos a seguir.

2.3 Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural- SESTR

O SESTR é uma variação do SESMT regido pela NR 04 composto de profissionais


especializados que tem como objetivo desenvolver ações técnicas, integradas às práticas de gestão
de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho, para tornar o local de trabalho compatível com a
promoção da segurança e saúde e da preservação da integridade física do trabalhador rural.

ATENÇÃO!
Não esqueça de acessar a NR-04 no link abaixo:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-04-atualizada-2022.pdf
A norma também está no nosso Material Complementar.

Você sabe quais as competências do SESTR?


São várias as competências, vejamos quais são elas:
• Assessorar tecnicamente os empregadores e trabalhadores;
• Promover e desenvolver atividades educativas em saúde e segurança para todos os
trabalhadores;
• Identificar e avaliar os riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores em todasas
fases do processo de produção;
• Indicar medidas de eliminação, controle ou redução dos riscos;
• Monitorar periodicamente a eficácia das medidas adotadas;
• Analisar as causas dos agravos relacionados ao trabalho e indicar as medidas
corretivas e preventivas pertinentes;

45
• Participar dos processos de concepção e alterações dos postos de trabalho, escolha
de equipamentos, tecnologias, métodos de produção e organização do trabalho, para
promover a adaptação do trabalho ao homem;
• Intervir imediatamente nas condições de trabalho que estejam associadas a graves e
iminentes riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
• Estar integrado com a CIPATR, valendo-se, ao máximo, de suas observações, além de
apoiá-la, treiná-la e atendê-la nas suas necessidades e solicitações;
• Manter registros atualizados referentes a avaliações das condições de trabalho,
indicadores de saúde dos trabalhadores, acidentes e doenças do trabalho e ações
desenvolvidas pelo SESTR.

Você sabia que existem três modalidades de SESTR onde as empresas rurais podem
escolher?
Vejamos quais são essas modalidades:
• Próprio – quando os profissionais especializados mantiverem vínculo empregatício
com a empresa.
• Externo – quando o empregador rural contar com consultoria externa.
• Coletivo – quando o serviço for compartilhado com outras empresas rurais.

Para empresas com mais de 10 (dez) e até 50 (cinquenta ) trabalhadores é


obrigatório a existência de SESTR, próprio ou externo.

Os profissionais especializados deverão ser compostos pelos seguintes profissionais:


1. Nível superior:

o Engenheiro de Segurança do Trabalho;


o Médico do Trabalho;
o Enfermeiro do Trabalho.

2. Nível médio:

46
o Técnico de Segurança do Trabalho
o Auxiliar ou técnico de Enfermagem do Trabalho

O número e o tipo de profissional serão dimensionados de acordo com a


quantidade de trabalhadores contidos na empresa. A necessidade de inclusão
de outros profissionais será estabelecida em acordo ou convenção coletiva.

O dimensionamento do SESTR Próprio ou Coletivo obedecerão ao gráfico abaixo:

Figura 12 - Dimensionamento do SESTR Próprio ou Coletivo


Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-31.pdf
Descrição: Gráfico representando, em colunas e gráfico quantidade de profissionais em relação a quantidade de
trabalhador rural.

O dimensionamento do SESTR Externo obedecer o gráfico abaixo:

47
Figura 13 - Dimensionamento do SESTR Externo e Coletivo
Fonte:https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/S ST_NR/NR-31.pdf
Descrição: Gráfico representando SESTR externo até o momento em que se tem 500 trabalhadores rurais, são
necessários todos os profissionais do SESTR, nas seguintes quantidades: 1 engenheiro de segurança do trabalho, 1
médico do trabalho, 2 técnicos em segurança do trabalho, 1 enfermeiro do trabalho e 1 auxiliar em enfermagem do
trabalho. De 501 até 1000 trabalhadores rurais, são necessários: 1 eng. De seg. do trabalho, 1 médico do trabalho, 3
técnicos em segurança do trabalho, , 1 enfermeiro do trabalho e 2 auxiliares de enfermagem do trabalho. Acima de
1000 trabalhadores rurais, são necessários: 2 engenheiros de segurança do trabalho, 2 médicos do trabalho, 4 técnicosde
segurança do trabalho, 2 enfermeiros do trabalho e 3 auxiliares de enfermagem do trabalho.

Além do SESTR, o trabalhador rural pode contar com o apoio da CIPATR que é uma
modalidade de CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), porém no meio rural.
Então te convido agora a estudar sobre a CIPART.

2.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural- CIPATR

A CIPATR é regulamenta pela norma nº 31 e a CIPA (comissão interna de prevenção de


acidentes do trabalho) é regulamentada pela norma nº 05. As duas normas possuem muitas coisas
em comum, principalmente seu objetivo, porém seu dimensionamento e sua forma de gestão são
diferentes.
Vejamos as principais características do dimensionamento da CIPATR e da CIPA:

48
• Ambas as comissões são formadas por pessoa que representa o dono da empresa e
outra que representa os trabalhadores em números iguais (Figura 14);
• Os empregados terão seus representantes eleitos de forma secreta;
• O mandato para CIPATR terá duração de dois anos, permitida uma reeleição e para
CIPA um ano, sem reeleição;
• Existirá um suplente para cada titular;
• O Presidente da CIPA ou Coordenador da CIPATR são escolhidos pelo empregador. O
Vice-Presidente ou vicecoordenador é selecionado entre os titulares nomeados pelos
empregados;
• Todas as atas de eleição e posse e o calendário das reuniões devem ser mantidas no
estabelecimento.

Leia a NR 05 para comparar as diferenças entre as normas.


https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021-1-1.pdf
A norma também está no nosso Material Complementar.

É de responsabilidade da CIPATR:
• Acompanhar a implementação das medidas de prevenção necessárias, bem como da
avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
• Identificar as situações de riscos nas instalações ou áreas de atividades do
estabelecimento rural, comunicando-as ao empregador para as devidas
providências;
• Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
• Participar, com o SESTR, quando houver, das discussões promovidas pelo
empregador;

49
• Interromper, informando ao SESTR, quando houver, ou ao empregador rural ou
equiparado, o funcionamento de máquina ou setor onde considere haver risco grave
e iminente;
• Colaborar no desenvolvimento e implementação das ações da Gestão de Segurança,
Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural;
• Participar, em conjunto com o SESTR, quando houver, ou com o empregador, da
análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução
dos problemas encontrados;
• Requisitar à empresa cópia das CAT emitidas;
• Divulgar e zelar pela observância desta Norma Regulamentadora;
• Propor atividades que visem despertar o interesse dos trabalhadores pelos assuntos
de prevenção de acidentes de trabalho;
• Propor ao empregador a realização de cursos e treinamentos que julgar necessários
para os trabalhadores;
• Elaborar o calendário anual de reuniões ordinárias;
• Convocar, com conhecimento do empregador, trabalhadores para prestar
informações por ocasião dos estudos dos acidentes de trabalho;
• Encaminhar ao empregador, ao SESTR e às entidades de classe as recomendações
aprovadas, bem como acompanhar as respectivas execuções;
• Constituir grupos de trabalho para o estudo das causas dos acidentes de trabalho
rural.

Observe o gráfico de dimensionamento da CIPATR:

50
Figura 14 - Dimensionamento da CIPATR
Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-31.pdf
Descrição: Tabela representando o dimensionamento da CIPATR. A partir de 20 trabalhadores rurais é obrigatória a
formação de uma CIPATR. De 20 até 35 trabalhadores rurais, deve-se ter 1 titular representante dos trabalhadores e 1
titular representante do empregador. Lembrando que para cada titular deve haver 1 suplente.

Após o dimensionamento da CIPATR o empregador deverá promover treinamento em


segurança e saúde no trabalho antes da posse dos membros contendo os seguintes conteúdos:
• Noções de organização, funcionamento, importância e atuação da CIPATR;
• Estudo das condições de trabalho com análise dos riscos originados do processo
produtivo no campo, bem como medidas de controle;
• Caracterização e estudo de acidentes ou doenças do trabalho, metodologia de
investigação e análise;
• Noções de primeiros socorros;
• Noções de prevenção de DST, AIDS e dependências químicas;
• Noções sobre legislação trabalhista e previdenciária relativa à Segurança e Saúde no
Trabalho;
• Noções sobre prevenção e combate a incêndios;
• Princípios gerais de higiene no trabalho;
• Relações humanas no trabalho;
• Proteção de máquinas equipamentos;
• Noções de ergonomia.

51
2.5 Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural – PGRTR

É o programa que visa a prevenção de doenças e acidentes no ambiente rural,


implementado e custeado pelo empregador rural que possua até 50 (cinquenta) trabalhadores que
utilizem ferramentas com alto risco, porém não o desobriga ao cumprimento das demais
determinações impostas pela norma.
O PGRTR deve conter uma investigação inicial dos perigos e sua, possível, eliminação;
análise dos riscos ocupacionais que poderão ser eliminados de forma incompleta; determinar ações
preventivas, suas prioridades com data e atividades a serem desenvolvidas; acompanhamento do
controle dos riscos e investigação e análise dos acidentes e doenças ocupacionais do ambiente rural.
Ao implementar ações preventivas é importante que o empregador rural leve em
consideração a ordem de prioridades para sua eficácia, assim sendo:
I. Eliminar os fatores de riscos;
II. Minimizar e controlar os fatores de riscos por meio de medidas preventivas de
coletividade;
III. Minimizar e controlar os fatores de riscos através de medidas administrativas ou
de organização de trabalho; e
IV. Utilização de Equipamentos de Proteção Individual.

Já os riscos devem ser descritos de acordo com os que estão presentes no ambiente de
trabalho tais como: os riscos físicos, químicos, biológicos, acidentes e ergonômicos. Estes, portanto,
devem ser avaliados conforme os Anexos prescritos na Norma Regulamentadora nº 9 - Avaliação e
Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos.
Além do exposto, o PGRTR necessita de pelo menos dois documentos: o Inventário de
Riscos ocupacionais, que consiste em identificar e listar todos os riscos que as atividades laborais do
ambiente podem sofrer, além dos registros de todos os acidentes ocorridos na empresa. A elaboração
desse documento tem como objetivo prevenir e impedir que novos acidentes ocorram, bem como
minimizar os riscos ocupacionais e facilitar a tomada de decisão no momento da escolha das medidas
preventivas, que será descrito no Plano de Ação.

52
2.6 Agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins

Primeiramente, você sabe o que são agrotóxicos? E qual e sua utilização?


Pois bem!
Agrotóxicos, defensivos agrícolas ou agroquímicos, são produtos aplicados na agricultura
para conter pragas, ataque de insetos, plantas daninhas e doenças que atingem o ciclo de uma
cultura. São nocivos à saúde e devem ser aplicados de forma consciente e segura pelo trabalhador.
Pensando nisso, foi elaborada a NR-06 que trata dos Equipamentos de Proteção Individual
EPI, que consiste em informar todos os tipos de EPIs a serem utilizados pelos trabalhadores
de acordocom cada risco e profissão realizada.
Por isso, todo trabalhador que se expõe de forma direta aos agrotóxicos deve ser treinado
com curso de capacitação com carga horária mínima de 20 (vinte) horas, distribuídas em no máximo
oito horas diárias com o seguinte conteúdo mínimo:
• Conhecimento das formas de exposição direta e indireta aos agrotóxicos;
• Conhecimento de sinais e sintomas de intoxicação e medidas de primeiros socorros;
• Rotulagem e sinalização de segurança;
• Medidas higiênicas durante e após o trabalho;
• Uso de vestimentas e equipamentos de proteção pessoal;
• Limpeza e manutenção das roupas, vestimentas e equipamentos de proteçãopessoal.

Observe a NR 06 que trata de EPI no link:


https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06-atualizada-2022.pdf
A Norma também está no nosso Material Complementar.

Na figura abaixo você observa duas imagens com trabalhadores aplicando agrotóxicos,
porém de formas diferentes.

53
A B

Figura 15 - A: Aplicação de Agrotóxico de forma incorreta; B: Aplicação de Agrotóxico de forma correta


Fontes: imagem A https://mundoeducacao.uol.com.br/saude-bem-estar/os-agrotoxicos-nossa-saude.htm Imagem B:
https://nordesterural.com.br/orientacoes-para-uso-correto-dos-agrotoxicos/
Descrição: Duas imagens uma do lado da outra (A e B); imagem A os trabalhadores estão aplicando agrotóxico nas ervas
de forma incorreta, pois não estão protegidos com os EPIs adequadamente, enquanto que na imagem B, percebemos o
trabalhador totalmente protegido ao realizar o mesmo trabalho que o trabalhador da imagem A.

Você caro estudante consegue visualizar as diferenças nas imagens acima?


Mas, por que o uso de EPI é tão importante na agricultura? Assista ao vídeo e você vai
descobrir. Observe também os principais EPIs que devem ser utilizados na aplicação dos agrotóxicos
na imagem abaixo.

Figura 16 - Principais EPIs utilizados na aplicação dos agrotóxicos


Fonte: https://www.croplifela.org/pt/novidades/links/equipamento-de-protecao-individual-epi-para-a-aplicacao-de-
agroquimicos
Descrição: Trabalhador vestido com os principais EPIs para aplicação de agrotóxicos como: boné árabe, viseira,
respirador com carvão ativado, jaleco de algodão, avental, calça e bota de borracha.

54
Assista ao vídeo sobre o uso correto e seguro de defensivos agrícolas:
https://www.youtube.com/watch?v=scJI6ZoCkis (3:34)

Termina agora mais uma semana. Espero que tenha aprendido um pouco mais sobre a
segurança do trabalho. Lembrando que a utilização do fórum e do chat é muito importante para sua
interação com os professores, com os colegas de curso e retirada de dúvidas. Contamos com sua
presença.

Atenção!
Vá agora assistir à videoaula e responda com atenção a atividade semanal

Gostou dessa competência? Não deixei de participar do fórum, chat, de ler e estudar todo
material de apoio, compartilhar e nos contar a sua opinião, e tirar suas dúvidas no ambiente virtual
pois sua participação é muito importante! Na próxima semana, você irá estudar a legislação brasileira
específica do trabalho portuário. Até lá!

55
3.Competência 03 | Conhecer a Legislação Brasileira Específica da Área
Portuária
Estamos na última competência e nesse momento vamos explorar a Norma
Regulamentadora nº 29, do Ministério do Trabalho em Emprego, publicada na Portaria nº 158, de 10
de abril de 2006, no Diário Oficial da União de 17 de abril de 2006.
Seu objetivo é estabelecer medidas de prevenção em Segurança e Saúde no trabalho
portuário e normas que colaborem na implementação do gerenciamento dos riscos ocupacionais
nesse ambiente.

Antes de prosseguir com a leitura, confere lá o nosso podcast sobre o que você
vai aprender nesta semana!

Vamos lá, primeiramente devemos pensar quais são as atividades realizadas pelos
trabalhadores portuários.
A imagem a seguir, pode ajudar a você identificar essa atividade.

Figura 17 – Atividade Portuária


Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Porto_do_Recife_29.jpg
Descrição: Imagem de um Navio Aurora Sapphire ancorado no Porto.

56
E aí, conseguiu identificar? Você sabe o que é zona primária de uma área portuária?
Não se preocupe, será abordado nessa competência as principais atividades e os locais portuários.
Mas primeiro, vamos lê a NR 29, OK!

Antes de seguir adiante, leia a NR 29 na íntegra, acessando o link:


https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-29-atualizada-2022.pdf

Você pode estar se perguntando como é feita a segurança do trabalhador nos portos
brasileiros?
Para obter essa resposta estude a NR 29. Ok!
A seguir vamos conhecer o Programa de gerenciamento de Riscos – PGR

3.1 Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR

É um programa desenvolvido pelas empresas que visa melhorar a exposição dos


trabalhadores aos riscos presente no ambiente de trabalho sempre com o objetivo de preservar a
integridade física do trabalhador.
Este programa deve ser desenvolvido baseado nos termos da Norma Regulamentadora
nº1 na instalação portuária em que exercem suas atividades. Deve ser elaborado pelo operador
portuário, o tomador de serviço e o empregador, considerando as informações de riscos ocupacionais
fornecidas pelo Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO e pela Administração Portuária.
Como você pode ter percebido o PGR seguido pela NR 29 é diferente da NR 31, ou seja, o
ambiente portuário deve seguir a NR 1, já a NR 31 possui, na sua própria norma, as diretrizes que
devem ser seguidas na elaboração do PGRTR.

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3.3 Plano de Controle de Emergência e Plano de Ajuda Mútua

Após a Leitura da NR 29, será agora abordado o que fazer em uma situação de
emergência. Nesse momento é importante saber quais são os procedimentos que devem ser
adotados. Para isso, é essencial seguir as orientações contidas no Plano de Controle de Emergência -
PCE e o Plano de Ajuda Mútua – PAM, os quais devem prever os recursos necessários para as
seguintes situações de emergenciais que são a de incêndio ou explosão, de vazamento de produtos
perigosos; de queda de homem ao mar; de condições adversas de tempo que afetem a segurança das
operações portuárias; de poluição ou acidente ambiental e de socorro aos acidentados.
O PCE deve ser elaborado pela administração do porto, o Órgão Gestor de Mão de Obra
– OGMO e os empregadores. O PCE contém as ações coordenadas que serão seguidas nas situações
descritas anteriormente, devendo ser composta com outras organizações o PAM.
Em ambos, PCE e PAM preveem a realização periódica de treinamentos simulados, com a
indicação de trabalhadores, os quais compõem as equipes e efetivam a participação de todos.
Mas, não temos somente, os PCE e PAM para auxiliar-nos em um momento de
emergência. Podemos contar com o apoio dos profissionais de saúde e segurança do trabalho que
compõem o Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário – SESSTP, que
ajudam na execução dos procedimentos de segurança.
A seguir vamos conhecer o Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador
Portuário – SESSTP.

3.2 SESSTP - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

O Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário – SESSTP é


mantido pelo Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO e deve estar presente em todos portos.
A exemplo na construção civil que possui os serviços de saúde e segurança específicos e
apresenta dimensionamento. No trabalho portuário também possui estes serviços de saúde e
segurança específicos e também obedece a um dimensionamento propício para o risco existente na
atividade.
A seguir o quadro de dimensionamento mínimo do SESSTP presente na NR 29.

58
Profissionais Especializados Números de Trabalhadores
20 – 250 251-750 751 – 2000 2001 – 3500
Engenheiro de Segurança -- 01 02 03
Técnico de Segurança 01 02 04 11
Médico do Trabalho -- 01* 02 03
Enfermeiro de Trabalho -- -- 01 03
Auxiliar de Enf. do Trabalho 01 01 02 04
*Horário Parcial de 3 horas

Tabela 01 – Dimensionamento mínimo do SESSTP


Fonte: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr29.htm

Vamos entender esse quadro: O dimensionamento mínimo do SESSTP a partir de 20


trabalhadores, vai ter a necessidade de contratar um Técnico de Segurança e um Auxiliar de
Enfermagem do Trabalho. No caso desse número de trabalhadores for superior a 250, teremos a
contração de um Engenheiro de Segurança, possuir dois Técnico de Segurança, ter a presença de um
Médico do Trabalho com horário parcial de 3 horas e manter um Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.

É BOM SABER!
O que ocorre com dimensionamento mínimo do SESSTP com um número
superior de 3500 trabalhadores?
Diz na NR-29: 29.2.1.2.2 Acima de 3500 (três mil e quinhentos) trabalhadores
para cada grupo de 2000 (dois mil) trabalhadores, ou fração acima de 500,
haverá um acréscimo de 01 profissional especializado por função, exceto no
caso do Técnico de Segurança do Trabalho, no qual haverá um acréscimo de
três profissionais.

Vamos lá? Você sabe o que é CPATP?

3.3 CPAT - Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário

A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais são tópicos que vêm ganhando


importância dentro das empresas e organizações em geral, e os trabalhadores portuários não estão
excluídos de tais medidas.

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A Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário (CPATP), instituída pela
Norma Regulamentadora nº 29 (Segurança e Saúde no Trabalho Portuário), passa a dispor sobre a
importância da participação dos trabalhadores portuários nas políticas e programas de controle e
prevenção de acidentes no ambiente de trabalho. A CPATP é um importante instrumento que oferece
aos trabalhadores medidas de prevenção de acidentes e melhorias para a qualidade do ambiente de
trabalho, reduzindo ou eliminando os riscos existentes. Vimos que a CPATP se torna um importante
instrumento que dá aos trabalhadores portuários o cumprimento de que o ambiente de trabalho tem
a segurança adequada para a realização das atividades que e não represente qualquer tipo de risco à
vida.
A CPATP também tem alguns objetivos e atribuições importantes que é de estimular o
interesse dos trabalhadores portuários quanto à importância das questões relacionadas à segurança
e saúde no ambiente de trabalho; a realização de inspeções nas áreas portuárias, identificando
possíveis fatores de riscos e sugerindo medidas de prevenção ou solicitando que a SESSTP (Serviço
Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário) apresente uma solução técnica a ser
analisada pela comissão.
Também de participar das reuniões mensais, a fim de debater problemas de segurança,
saúde e conforto dos trabalhadores; e participar de cursos de aperfeiçoamento em segurança e saúde
oferecidos pelo Órgão Gestor de Mão de Obra ou pela própria CPATP.
Agora é o momento de você revisar. Lembre-se que você estudou a CIPATR e já leu a NR
05 que trata da CIPA, portanto é o momento de você comparar essas modalidades dessas comissões
de prevenção de acidentes e faça uma análise das diferenças existentes entre elas.
Observe o quadro de dimensionamento da CPATP:

Nº médio de 20 51 101 501 1.001 2.001 5.001 Acima de 10.000 e


trabalhadores a a a a a a a cada grupo de 2.500
50 100 500 1000 2000 10.000 50 acrescentar

Nº de
Representantes 01 02 04 06 09 12 15 02
Titulares dos
trabalhadores

Quadro 01 – quadro de dimensionamento da CPATP


Fonte: A autora

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Vamos entender esse quadro: você vê o dimensionamento da CPATP. A partir de 20
trabalhadores portuários até 50 trabalhadores portuários deve-se ter 1 titular representante do
empregador e 1 titular representante dos trabalhadores. Lembrando que para cada titular, deve
haver 1 suplente.
Outros informes sobre a CPATP observem na NR 29. Aproveite e reforce o que você
aprendeu!
Outros informes sobre a CPATP observem na NR 29. Aproveite e reforce que você
aprendeu!
É BOM SABER!

Saiba que OGMO é a sigla que designa Órgão Gestor


de Mão de obra, são entidades sem fins lucrativos
que atuam no setor portuário e que possuem
caráter administrativo, fiscalizador e
profissionalizante.

Fique atento e bons estudos!

Figura 18 – Avatar professora Débora Silva dos Santos


Fonte: A autora
Descrição: Figura de uma mulher branca sorrindo, com cabelos longos e lisos da cor castanho claro; usando uma
camiseta branca. Em cima a figura, balão de texto explicativo, com o fundo da bandeira de Pernambuco.

A representação diante da CPATP deve corresponder a critérios que garantam que


trabalhadores expostos a um maior potencial de risco e ocorrência de acidentes devem ser
priorizados como participantes da comissão. Os membros da CPATP deverão se reunir pelo menos
uma vez por mês, em local apropriado e durante o horário normal de trabalho do porto, e no caso de
acidente que resulte em morte, perda de algum membro ou de função orgânica, ou que cause grande
prejuízo, a comissão deverá se reunir em caráter extraordinário no prazo máximo de 48 horas após o
ocorrido.
Em relação ao processo eleitoral da CPATP, a constituição da comissão deve ocorrer de
forma igualitária, cujo número de representantes deve ser igual para cada função exercida na área
portuária, por representantes dos funcionários portuários com vínculo empregatício por tempo

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indeterminado e trabalhadores avulsos, assim como representantes dos operadores portuários e
empregadores.
Portanto, como a CPATP é legalizada por meio de eleição, a representação dos
trabalhadores deverá ser proporcional ao número de participantes por atividade exercida dentro da
área portuária, no caso alguma função não tenha número suficiente para ser representada por um
titular na Comissão, poderá ser contemplada com a suplência. Porem caso haja alguma função que
ainda permaneça sem a representação no treinamento obrigatório, todos os membros da CPATP
devem estudar e conhecer todas as atividades.
Os membros da CPATP devem continuar no mandato por dois anos, porém no primeiro
ano a presidência deve ser liderada por representante do Operador Portuário e no outro ano pelo
trabalhador, diferente da CIPA.
Alguma dúvida? Deixe seus comentários no Fórum permanente suas dúvidas e discussões.
Não deixe de estudar a NR 29 pois está lá todos os informes a respeito deste assunto.
Vamos falar sobre segurança na atracação e desatracação de embarcações. Mas você
sabe o que é atracação e desatracação. Já teve contato direto com as atividades de atracação e
desatracação?
Muito comum na indústria naval a Atracação é o ato de amarrar uma embarcação e
desatracação é o ato inverso, o de desamarrar a embarcação. Essas operações são realizadas na borda
da muralha do cais, com risco de queda no mar, e oferece sérios riscos aos trabalhadores. Embora
não seja considerada atividade do trabalho portuário de acordo com a Lei nº 12.815/13, a atividade
consta na NR 29 – Saúde e Segurança do Trabalho Portuário. Sendo assim, devem ser adotadas
medidas de prevenção de acidentes.
Você deve estar se perguntando quais seriam essas medidas de prevenção? Existe
algumas dicas e recomendações sobre essa atividade?
A NR 29 relata que devem ser adotadas algumas medidas de prevenção de acidentes,
cuidados esses que são especiais e estão ligados aos riscos de prensagem, riscos de batidas contra e
esforços excessivos dos trabalhadores e sua segurança.
Estudaremos sobre as principais dela que estão baseadas na Norma Regulamentadora 29
nos tópicos a seguir.

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E para ser assegurada uma comunicação bilateral, dever ser apresentado o uso de um
sistema de comunicação entre o prático, na embarcação, e o responsável em terra. Portanto o
responsável em terra deverá conduzir as operações de atracação, pois deverá assegurar que tudo
esteja correndo com eficiência e segurança. Os trabalhadores envolvidos nessas operações devem
fazer uso de coletes salva-vidas, classe IV, aprovados pela Diretoria de Portos e Costas – DPC, e
também deverão estar disponíveis próximas ao local da operação bóias salva-vidas, soltas ou fixadas
em cabos, e os trabalhadores que não fazem parte do processo deverão manter uma distância
mínima de 30 metros. Nas operações de atracação são o mínimo dois profissionais para participar
com segurança.
Vamos falar agora em cabos e espias!
Você sabe o que são “espias”?
São cabos para atracação que seguram o barco tanto temporária quanto permanente
junto ao píer, ou a outro barco e quando rebocado. É importante saber que uma embarcação não
pode combinar na mesma direção cabos de fibra e cabos metálicos, pois eles possuem diferentes
graus de elasticidade, portanto antes dos procedimentos deverá ser feito uma vistoria prévia dos
cabos e espias utilizados na atracação da embarcação.
Por estarem sempre sob tensão, os cabos podem esticar-se muito e, em caso deruptura,
tendem a produzir o efeito chicote, portanto é os membros da equipe deverão sempre se posicionar
em local seguro para evitar serem alcançados pelo efeito. Os cabos devem ser estivados longe de
fontes de calor, não ter contato com produtos químicos e não devem ser expostos continuamente à
luz do sol.
Você como futuro Técnico de Segurança do Trabalho deve saber que os trabalhadores
continuam executando as rotinas laborais deste segmento, apesar das modernizações dos portos com
seus modelos de gestão destinados à melhoria da qualidade dos serviços e redução dos custos,
principalmente da mão de obra. Portanto, mesmo ocorrendo uma tendência de queda nos acidentes
de trabalho, é fundamental para contribuir na melhoria dos ambientes de trabalho, um trabalho
preventivo e fiscalizador por parte das equipes de segurança, para garantir a integridade física do
trabalhador.

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Figura 19 - Navio Atracado
Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Navio_Sider_Capri_Atracado_no_Porto_do_Recife_turismoemrecife.blogspot
.com_-_panoramio.jpg
Descrição: Imagem de um navio azul grande, atracado em um porto.

Na imagem acima, você vê um navio atracado ao cais, saiba que todo navio possui meios
de acessos ao mesmo, seja por rampas, escadas ou até mesmo por passarelas.
Então te convido agora a estudar sobre os requisitos de segurança para o acesso seguro
às embarcações. Você pode estar se perguntando quais seriem esses requisitos de segurança?

3.4 Escada e rampas

Entre qualquer navio e qualquer cais, flutuadores ou estruturas similares ou outro navio
encostado, deve haver um meio de acesso seguro ao qual a embarcação está amarrada.
Devem ser mantidos em bom estado de limpeza e conservação, e contar com superfícies
antiderrapantes, todos os acessos às embarcações como escadas e rampas, e todas as rampas e
escadas devem contar com guarda-corpos e corrimãos resistentes, oferecendo apoio adequado e
evitando movimentações que comprometam o equilíbrio dos trabalhadores.
É importante saber que os trabalhadores não podem ter acesso as embarcações em
equipamentos como guindastes e grua, exceto nos casos quando houver ocorrências de resgate e
salvamento, lembrando que esses equipamentos devem apresentar condições de segurança.

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Deve-se investir em equipamentos que ajudem a garantir boa visibilidade aos operadores
como os sinaleiros e iluminação, de forma a evitar o prejuízo na movimentação das cargas. E para
evitar quedas de objetos e pessoas, as áreas devem estar desobstruídas e os espaços abertos devem
ser protegidos. Os trabalhadores devem ser bem informados sobre como se deslocar de maneira
segura entre o navio e o terminal marítimo na zona portuária de movimentação de carga.
O acesso ao navio é feito geralmente através de uma Escada de portaló que é adequada
ao modelo do convés, ao tamanho, ao formato e ao bordo livre máximo do navio.
Mas o que é uma Escada de portaló? Você conhece uma Escada de portaló? E o que é
portaló?
Vamos lá para as explicações!
Escada de portaló é uma escada amovível que dá acesso ao portaló, é a abertura ou
passagem na amurada por onde se entra e sai do navio é o portaló.

Figura 20 – Tripulantes na Escada de portaló


Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tripulantes_na_Escada_de_Portal%C3%B3.jpg
Descrição: Dois Tripulantes utilizando a escadad e portaló.

Todo o equipamento de acesso deve ser de boa fabricação, de material sólido e resistente
e livre de defeitos, não deve ser pintado ou tratado de forma a ocultar rachaduras ou qualquer outros
defeitos, e deve passar por manutenção apropriada e inspecionado periodicamente.

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Após o navio ter sido amarrado o equipamento de acesso deve ser imediatamente
colocado em posição, e permanecer em posição enquanto o navio estiver atracado.
E no ponto de acesso ao navio uma boia salva-vidas com iluminação autônoma e um cabo
de segurança separado, ou dispositivo similar, devem ser posicionados. Importante ressaltar que
todos os meios de acesso e suas imediações devem ser suficientemente iluminados, devem ser
mantidos livres de neve, graxa ou qualquer outra substância que possa causar quedas ou escorregões,
e os trabalhadores devem usar apenas os meios previstos para o acesso ao navio.
Deve ser protegida por uma rede de segurança com tamanho, malha e fabricação
adequadas, fixada ao navio e ao cais da melhor forma possível, qualquer distância entre o cais e o
navio, por onde um trabalhador utilizando-se do meio de acesso possa cair na água.
Passarelas e escadas de portaló devem apresentar marcas de forma clara, especificando
o ângulo máximo de uso permitido e a carga máxima de segurança, tanto em número de pessoas
quanto em peso máximo total, e estes limites não podem ser excedidos.
Outras medidas e recomendações são apresentadas na NR 2, portanto não deixe de
estudar com atenção.
Vamos estudar agora o convés da embarcação e as recomendações de segurança!

3.5 Os Conveses

E aí! Você já visitou um navio? Já teve a curiosidade de observar o convés nos filmes e
séries? Você pode imaginar como um convés pode ser extenso?

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Figura 21 - Convés
Fonte: https://www.fazcomex.com.br/comex/tipos-de-navios/
Descrição: Imagem de um navio no alto, destacando o convés.
O convés principal é frequentemente usado pelos trabalhadores como passagem principal
para acesso aos porões e aos equipamentos de guindar do navio.
A NR 29 relata que a limpeza dos converses devem ser um posto de atenção pois os
mesmos devem estar sempre dispondo de uma área de circulação permitindo o trânsito seguro dos
trabalhadores. Atenção sempre redobrada com relação à limpeza e desobstrução é um ponto
importante para segurança e conforto dos trabalhadores. O Piso deve possuir dispositivos ou
processo que tornem antiderrapante isso quando possuir perigo de escorregamento nas superfícies
em suas imediações. Deve ser dada uma atenção às aberturas, pois elas devem estar protegidas de
forma que impeçam a queda de pessoas ou objetos.
Vamos relatar alguns dos principais fatores de riscos que podem ser ressaltos no piso não
sinalizados podendo provocar tropeções, escorregões e quedas; área exposta à carga suspensa; o
tombamento ou deslizamento de cargas; a aberturas em pisos ou quartéis sem proteção ou
sinalização. O Iluminamento inadequado. A falta de limpeza ou derrame de materiais oleosos e
escorregadios e os corredores para trânsito de pessoas insuficientes.
No convés principal, a circulação de pessoal deve ser realizada pelo lado do mar, a menos
por impossibilidade operacional ou técnica ou evidenciada.
O oferecimento de adequadas condições de visibilidade nos conveses deve ser dado aos
operadores dos equipamentos de içar, sinaleiros entre outros, para que não sejam prejudicadas as
manobras de movimentação de carga. E devem ser peadas e escoradas imediatamente após a
estivagem, as cargas e objetos que necessariamente tenham que ser estivadas no convés.
Devem ser mantidos sinalizados, olhais, escadas, tubulações, aberturas e cantos vivos, a
fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.
Os equipamentos acionados por força motrizes só poderão ser abertos ou fechados por
trabalhadores autorizados, e após certificação de que não existe risco para os mesmos. E as operações
de abertura e fechamento desses equipamentos, os quartéis, tampas de escotilha e aberturas
similares, devem possuir dispositivos de segurança que impossibilite sua movimentação acidental.
E sobre as cargas?
No caso do convéns possuir cargas as mesmas deverão estar peadas e escoradas para
evitar tombamento sobre o trabalhador evitando com isso graves acidentes. As aberturas que dão

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acesso aos porões também devem estar seguras, observar se as aberturas no piso possuem
fechamento provisório resistente e se o piso é antiderrapante.
Você estudou algumas medidas de segurança que devem ser observadas. Convido você a
pesquisar mais sobre esse assunto que é muito importe. Bons estudos!
E aí tudo certo? Está dando para entender o assunto? Realmente são muitas
informações, mas vamos juntos estudar agora sobre os porões.

3.6 Os porões

Os porões são compartimentos estanques, localizados entre o convés principal e o fundo


do navio, onde são acondicionadas as mercadorias transportadas pelos navios. Eles são numerados a
partir da proa (vante) para a popa (ré).
Existe um dinamismo intenso nos porões das embarcações, pois existe cargas
armazenadas e movimentação das mesmas por empilhadeiras e a segurança dessas manobras deve
estar presente.

Saiba que a estrutura e as partes de uma embarcação também têm uma


terminologia específica. Pesquise na internet o que significa Proa e Popa.

Os trabalhos de estivagem (trabalho braçal portuário), realizados nos porões são os que
registram segundo as estatísticas as maiores taxas de frequência e de gravidade de acidentes do
trabalho nos portos brasileiros. Esses acidentes são causados pela exposição a diversos fatores de
riscos e vamos relatar alguns deles.
Os principais fatores de risco estão ligados a organização do trabalho, ao excesso de
jornada e a forma da remuneração; ao ritmo de trabalho muito acelerado e ao trabalho com diferença
de nível.
Você pode está se perguntando se a disposição dos Piso são fatores de riscos?

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Sim, a disposição do piso são fatores de riscos presentes em muito porões, muitos deles
são irregulares com presença de buracos. Os pisos devem estar limpos e isentos de materiais
inservíveis e de substâncias que provoquem riscos de acidente.
A Iluminação inadequada; o acesso inadequado ao topo das cargas; a exposição a cargas
suspensas; movimentação de máquinas pesadas, que podem causar risco de atropelamentos e
prensagens; e a operação de moto serras.
E a operação de máquinas também são fatores de riscos?
Máquinas e equipamentos motorizados podem expelir gases gerando problemas a saúde
dos trabalhadores; a exposição ao ruído acima do recomendado são alguns dos fatores de risco
também presentes.
O trabalho repetitivo na operação de maquinas; o tombamento ou deslizamento de carga;
a presença de poeiras de granéis sólidos; e o trabalho repetitivo e árduo. A presença de cargas
perigosas; o posicionar-se sob a carga para colocação de calços; em fim são muitos riscos e é
importante que seja feito um trabalho por parte da equipe de segurança do trabalho afim de
minimizar ou eliminar esses riscos.
Outras medidas de segurança devem ser realizadas, com relação as escadas de acesso ao
porão que devem estar em perfeito estado de conservação e limpeza. Quando o porão possuir escada
vertical até o piso, a mesma deve ser dotada de guarda-corpos ou ser provida de cabo de aço paralelo
à escada para se aplicar dispositivos do tipo trava-quedas acoplado ao cinto de segurança utilizado
na operação de subida e descida da escada.
E sobre as cargas?
A confecção das plataformas de trabalho deve ser feita de maneira que não ofereçam
riscos de desmoronamento e propiciem espaço seguro de trabalho.
A forração empregada deve oferecer equilíbrio à carga e criar sobre a mesma um piso de
trabalho regular e seguro para os trabalhadores, também é importante que o trânsito de
trabalhadores sobre os vãos entre cargas estivadas, só será permitido se cobertos com pranchas de
madeira de boa qualidade.
Com relação a altura entre a parte superior da carga e a coberta deve permitir ao
trabalhador condições adequadas de postura para realização do trabalho de forma segura.

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Sobre as operações de carga e descarga com contêineres, ou outras cargas de altura
equivalente, é importante que você como futuro Técnico de Segurança do Trabalho saiba que é
obrigatório o uso de escadas, onde as mesmas devem ser construídas de material leve e resistente.
As cargas devem ser estivadas de forma que fiquem em posição segura, sem perigo de tombamento
ou desmoronamento sobre os trabalhadores no porão.
O processo de estivagem de cargas consiste em arranjar itens (cargas) no porão de um
navio, deve ser efetuada à distância de 1,00 m da abertura do porão, quando esta tiver que ser aberta
posteriormente.
A iluminação dos porões também é um ponto importante a ser observado e fiscalizado,
pois toda a área de operação deve ser adequada, deve ser adotando medidas para evitar colisões ou
atropelamentos.
Recomendo a você a pesquisar e consultar outros materiais que falem mais sobre esse
assunto. E claro não deixe de ler e estudar a NR 29 pois ela trata de forma detalhada outros itens aqui
não abordados, mas que são de extrema importância para sua formação. Bons estudos!

3.6 Equipamentos de içar

Você sabe o que são equipamentos de içar? E você pode estar se perguntando o que é
içar?

Não deixe de assistir as nossas vídeoaulas sobre essa competência que está
disponível no nosso ambiente virtual.

Saiba que o trabalho com máquinas, equipamentos, aparelhos de içar e acessórios de


estivagem, como pás mecânicas, empilhadeiras, aparelhos de guindar e outros, deverão serem
entregues para a operação em perfeitas condições de uso para segurança dos trabalhadores. Pois
para operar máquinas e equipamentos de içar, o trabalhador deve ser habilitado e devidamente
identificado.

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Os equipamentos de movimentação de carga devem apresentar sua capacidade máxima
de carga e seu peso bruto de forma legível, e a capacidade máxima de carga do aparelho não deve
ser ultrapassada, devendo sempre ser respeitados seus limites de alcance.
Os equipamentos terrestres de guindar e os acessórios neles utilizados para içar cargas
devem ser periodicamente vistoriados e testados. Os equipamentos em operação devem estar
dispostos de forma que não ultrapassem outras áreas de trabalho, não sendo aceito o trânsito ou
permanência de trabalhadores no setor necessário à rotina operacional do equipamento.
E vista como área de risco o local onde se realizam serviços de manutenção, testes e
montagens de aparelhos de içar, a mesma deve ser isolada e devidamente sinalizada para que esses
riscos sejam minimizados ou até mesmo eliminados.
É importante saber que de modo preciso e de fácil visualização, os aparelhos de içar e os
acessórios de estivagem, devem trazer, a indicação de sua carga máxima admissível, e também deve
ter afixado no interior de sua cabine uma tabela de carga que possibilite ao operador (trabalhador
habilitado) o conhecimento da carga máxima em todas as suas condições de uso.
Todo equipamento de guindar deve emitir sinais sonoros e luminosos, durante seus
deslocamentos, e quando não estiverem sendo utilizados, os mesmos devem ser desligados e fixados
em posição que não ofereça riscos aos trabalhadores e à operação portuária.
No caso de acidente envolvendo esses equipamentos de içar, em que ocorram danos aos
mesmos que impeçam sua operação, estes não poderão reiniciar os trabalhos até que sejam feitos os
reparos ou os testes necessários em conformidade com os padrões ditados pela Sociedade
Classificadora do navio para segurança dos trabalhadores.
Não esqueça de consultar a NR 29, lá você vai encontrar detalhadamente outras
informações sobre esse assunto. Bons estudos!
O transporte marítimo pode englobar todo o tipo de carga desde químicos, combustíveis,
areias, cereais, minérios, automóveis, alimentos entre outros.
E vamos destacar o transporte de cargas frigorificadas, a exemplo mais comum o pescado
e produtos congelados, que existe um risco a mais que seria a exposição do trabalhador ao agente
físico frio.
Então convido você a estudar esse risco a seguir!

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3.7 Locais frigorificados

Você sabe o que são cargas frigorificadas?


São a cargas que requerem processo de refrigeração ou congelamento para conservar as
qualidades essenciais dos gêneros alimentícios como carnes, peixes, vegetais, flores, frutas, produtos
farmacêuticos, entre outros.
Algumas medidas de segurança devem ser tomadas para acessar locais com refrigeração,
presentes em operações portuárias, os trabalhadores devem estar protegidos contra a exposição ao
frio excessivo de forma que a temperatura do corpo não fique abaixo de 36 ˚C. Muitos danos ao
trabalhador podem aparecer se não forem tomadas as devidas medidas de segurança, como
problemas na pele, que vão desde pequenas rachaduras até necrose, doenças reumáticas,
hipotermia, problemas no sistema respiratório e também no sistema locomotor. Infelizmente
algumas condições de saúde do trabalhador podem piorar os efeitos do frio como alergias, utilização
de bebidas alcoólicas, fumo, e uso de medicamento.
Portanto, algumas medidas de prevenção devem ser empregadas para que esses riscos e
danos possam ser minimizados ou até mesmo eliminados.
A utilização de equipamento de proteção individual como luvas especiais, botas, aventais,
capuz para manutenção da temperatura do corpo, ingestão de líquidos quentes nos intervalos,
monitoramento do ambiente com termômetro. O trabalho solitário em locais frios deve ser evitado,
deve ser promovido o trabalho em duplas. Também deve ser evitada a sobrecarga de trabalho de
modo a evitar a sudorese excessiva que possa umedecer a vestimenta.

Pesquise na internet qual a diferença entre uma carga congelada ou


refrigerada?

Além de transporte de cargas frigorificadas, algumas embarcações transportam


denominadas como cargas perigosas. Mas o que seria uma carga perigosa?

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3.8 Operações com cargas perigosas

Carga perigosa é qualquer produto seja ele natural ou artificial que possa apresentar risco
para as pessoas e para o meio ambiente.
A operaçãos com cargas perigosas é uma rotina para quem exerce funções ligadas à
atividade portuária que lida com cargas consideradas perigosas, onde o embarque ou desembarque
de cargas perigosas é um momento crítico no trabalho portuário. Portanto muitas ações devem ser
implementadas para garantir a segurança no ambiente. E os portos necessitam estar preparados para
receberem e lidarem com essas cargas perigosas.
Além dos portos, os trabalhadores também necessitam estar preparados para operar com
as cargas perigosas, para evitar acidentes ou danos a sua saúde. E uma das formas de evitar acidentes
é conhecer cada uma das cargas em movimentação no porto é fundamental.
O trabalho com cargas perigosas envolve uma série de medidas e cuidado com a
segurança, sendo necessária a presença de trabalhadores preparados para agir na eminência de uma
emergência, e que possam agir desde os procedimentos de primeiros socorros, combate a incêndio,
como para coordenar evacuações de emergência.
Saiba que a separação das cargas pelo tipo de risco é uma das medidas mais importantes
de nível obrigatório, lembrando sempre que cargas que contém produtos que reagem com outros
precisam ser estocadas separadamente.
Em se tratando das áreas de riscos, elas devem ser isoladas, sinalizadas e a comunicação
deve ser eficiente e, nos casos de inflamáveis, são proibidos veículos que estejam emitindo faíscas
pelo escapamento para não gerarem acidentes.
Como já vimos, as cargas tidas como perigosas são todas aquelas que podem causar riscos
aos trabalhadores e ao ambiente, devendo ser sinalizadas conforme sua classe, a saber:
• Classe 1: Explosivos;
• Classe 2 e 3: Gases e Líquidos inflamáveis;
• Classe 4: Sólidos e outras substâncias inflamáveis;
• Classe 5: Óxidos e Peróxidos Orgânicos;
• Classe 6: Substâncias Tóxicas e Infectantes
• Classe 7: Materiais radioativos;

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• Classe 8: Substâncias corrosivas;
• Classe 9: Substâncias perigosas diversas.

É importante saber que se incluem nesta Classe 9 todas as substâncias e artigos que
durante o transporte proporcionam um risco não abrangido por qualquer das outras classes.
Portanto, se a carga possui uma das características das classes acima citadas, trata-se de uma carga
perigosa.
Em conjunto com o SESSTP, a administração portuária, deve fixar em cada porto, a
quantidade máxima total por classe e subclasse de substâncias a serem armazenadas na zona
portuária.
Para o transporte de cargas perigosas, são aplicáveis normas especiais de segurança, a fim
de garantir a segurança dos trabalhadores, da carga e do meio ambiente. Portanto, as medidas de
segurança são importantes e devem ser impreterivelmente implementadas.

Não deixe de assistir as videoaulas. Bons estudos!

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Conclusão
Terminamos aqui a disciplina de Legislação Aplicada à Gestão de Saúde e Segurança do
Trabalho na Construção Civil, na Agroindústria e no trabalho Portuário.
As atividades do técnico em segurança do Trabalho são de grande importância nas três
áreas abordadas, pois o técnico em segurança do trabalho deve analisar os métodos e processos de
trabalho, identificando suas condições e fatores de risco, propondo melhorias e maior segurança, por
conseguinte, o cumprimento da Legislação de Segurança do Trabalho que constam nas Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.
Vimos que existem Normas de Segurança específicas para cada atividade abordada, pois
os riscos inerentes à natureza da atividade necessitam de um tratamento especial e individualizado.
É necessário também ter um Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e o controle de riscos por
meio do Gerenciamento de Riscos presentes nos mais variados locais de trabalho, seja na construção
civil, ou na agroindústria, ou no meio rural.
Bons estudos!

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Referências

EMBRAPA. Mas, afinal, o que é aquicultura?. 2015. Disponível em:


https://www.grupoaguasclaras.com.br/mas-afinal-o-que-e-aquicultura. Acesso em: 25 nov. 2020.

BARROS, T. D. Silvicultura. Disponível em:


https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000fmcbqcwh02wyiv80kxl
b 36vbkge01.html. Acesso em: 25 nov. 2020.

FÉLIX, Maria Christina, COSTA NETO, Ayres da. Planejamento e gestão do PCMAT: elaboração do
programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção FUNDACENTRO, São
Paulo 2018, p. 126.

FUNDACENTRO. Manuais de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Ed. 73ª Atlas, 2014.

GARCIA JÚNIOR, Antônio Carlos. Manual Técnico da NR29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário,
FUNDACENTRO, São Paulo 2014, p. 327, ISBN 978-85-98117-87-4.

Normas Regulamentadoras NR 29. Disponível em:


https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-29.pdf. Acesso em 01 ago.
2019.

NORMAS REGULAMENTADORAS NR 18.

Disponível em: http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-


regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-18-condicoes-e-meio-ambiente-de-trabalho-na-
industria-da-construcao. Acesso em 01 ago. 2019.

SOUSA, R. Agrotóxicos. Disponível em : <


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/agrotoxicos.htm >. Acesso em: 29 jul. 2019.

SOUSA, R. Agricultura e pecuária. Disponível em:


https://monografias.brasilescola.uol.com.br/agricultura-pecuaria. Acesso em: 25 nov. 2020.

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Minicurrículo do Professor

Débora Silva dos Santos


Olá, sou Débora Silva dos Santos, graduada em Engenharia Agronômica pela
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) , em Licenciatura em Ciências Agrícolas pela
UFRPE, Técnica de Segurança do Trabalho pela EAD Pernambuco, e pós-graduada em Engenharia de
Segurança do Trabalho pela Faculdade Joaquim Nabuco, e Professora da Educação Profissional do
Curso Técnico em Segurança do Trabalho pela EAD. Encaro com entusiasmo a oportunidade de
exercer a função de professora da Educação Profissional pela Educação a Distância de Pernambuco –
EAD Pernambuco. Mas é importante dizer que, me sinto lisonjeada em fazer parte da Escola Técnica
Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa - ETEPAC, onde juntos com outros profissionais e
toda equipe que formam o EAD Pernambuco estamos dando-os a oportunidade de formar esses
jovens e qualificá-los por meio desses cursos técnicos.

Silvana Silva dos Santos


Sou Silvana Silva dos Santos, Mestre em Ciências Florestais e Engenheira Agrônoma pela
UFRPE. Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UPE e Técnica em Segurança do
Trabalho pelo IFPE, Pós-graduanda em Docência em Educação Profissional e Tecnológica pelo IFPE e
Graduanda em Letras - Francês pela UFPE. Atualmente atuo como professora EAD do curso Técnico
em Segurança do Trabalho na Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
(ETEPAC) pela Secretaria de Educação de Pernambuco.

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