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POUSO DO FALCÃO

CATTLE VALLEY 23
CAROL LYNNE

Nascido como um homem, Kit sempre se sentiu enganado pela vida que estava destinada

a viver. Crescendo no Arkansas, Kit foi forçado a esconder-se atrás das roupas e cortes de cabelo

masculino favorecido pelos outros meninos na pequena comunidade. No minuto que Kit se

formou no colegial, afastou a maneira masculina de sua vida, em seguida, estendeu a mão para o

seu sonho de viver como uma mulher. Com os seios aumentados recentemente, Kit chega a

Cattley Valley, na esperança de ganhar aceitação.

Gabe “Hawk” Hawkins está em busca de mais que um lugar para repousar a cabeça,

quando também chega a Cattle Valley. Ele está em busca de seu filho. Quando conhece Kit na

academia local, ele choca-se por seu corpo incrível e grande sorriso.

Logo fica claro que Kit não é quem Hawk pensou que ele era. Mas Hawk é um amante da

igualdade de oportunidades, e não vai deixar a loira atrevida afastá-lo, não importa o que os

outros digam sobre ele. As pessoas podem não confiar nos motivos de Hawk para estar na cidade,

mas ele espera que Kit olhe seus erros do passado, para ver o homem que ele deseja ser.

Disp. e Tradução: Rachael


Revisora Inicial: Angéllica
Revisora Final: Dyllan
Formatação: Rachael
Logo/Arte: Dyllan

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POUSO DO FALCÃO
CATTLE VALLEY 23
CAROL LYNNE

Nota da autora

Eu não tenho nenhuma dúvida que existem leitores que se sentirão um pouco enganados

por esta história, porque eu não entrei em por que Kit é quem ela é. Quem é alguém para

questionar a escolha de outro? Kit é quem ela é. Todos nós amamos romancear os eróticos gays,

mas eu não acredito que esperemos que um autor justifique por que um homem é gay. Para mim,

o propósito desta história é permitir a Kit ser quem ela é sem se desculpar, ou tentar dissecar sua

psique. Eu quis que Kit tivesse um homem que a respeitaria e amaria. Nisto, eu sinto que dei a Kit

o felizes-para-sempre que ela teria escrito para si mesma se pudesse. Eu espero que você se

apaixone por Kit. Eu sei que eu me apaixonei.

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Capítulo Um

Esticando as torções da manhã fora de suas costas, Gabe Hawkins olhou para fora da janela

do segundo andar da Apple Valley Inn, Bed and Breakfast. Ele gemeu com a neve caindo.

Que diabo o havia convencido a montar sua Harley de Malibu?

Ele chegou tarde à noite anterior quase congelado até a morte. Felizmente, já havia tomado

medidas no B&B1 ou então ele teria estado ferrado. Segundo Addie, a doce pequena gerente da

pousada, o único outro lugar para ficar em Cattle Valley era o Ski Lodge.

Hawk pôs as mãos na cintura e torceu o tronco de lado a lado. Se foi a longa viagem, ou os

nervos subindo sua espinha ao pensar em se reunir com seu filho, ele não tinha certeza, mas seus

músculos estavam tão apertados como o inferno. Depois de puxar pelo seu último par de jeans

limpos, Hawk pegou uma camiseta e enfiou os pés em suas botas.

Antes de sair da sala, deu uma rápida olhada mais uma vez no espelho. Ele havia tomado

um bom banho quente antes de ir para cama à noite, mas tinha deitado com o cabelo ainda

molhado. Agarrando sua escova para fora do seu kit de medicamentos, Hawk tentou domar o

cabelo na altura dos ombros.

Desistindo, ele pegou a pequena faixa preta elástica que usara na noite anterior e puxou o

cabelo em um rabo de cavalo baixo.

Descendo as escadas, ouviu um canto vindo da cozinha.

“Olá.” chamou para anunciar sua presença, enquanto caminhava pelo corredor em direção

à parte de trás da pousada.

“Sr. Hawkins?” Addie apareceu na porta, enxugando as mãos em uma toalha vermelha

desbotada. “Bom dia!”

“Bom dia, senhora.”

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B&B – Bed and Breakfest – Pousada especializada em estadias da noite até a manhã.

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“Posso fazer algo para o café?” Addie perguntou, esfregando a mão ao lado da barriga

muito grávida.

Foi um gesto simples, mas que lembrou Hawk por que ele tinha vindo para a cidade.

“Não, obrigado. Fiquei me perguntando se essa cidade tinha um lugar onde eu poderia me

exercitar?”

“Certamente. Há o The Gym. É apenas cerca de seis quarteirões ao norte daqui. O primeiro

edifício quando você chega ao parque industrial.”

“Obrigada. Isso foi fácil. E sobre uma lavanderia?”

“Não precisa. Nós temos duas lavadoras e secadoras, direto por essas portas. Sinta-se livre

para usá-las.”

Hawk não estava acostumado com a hospitalidade honesta. Ele permaneceu nos hotéis

mais caros do mundo, e ainda teve que pagar pelos serviços de lavanderia.

“Eu posso pagar.” disse ele com culpa.

Addie riu.

“Eu lavo todos os dias. Duvido que outra lavagem vá quebrar o banco. De fato, se você

levar sua roupa suja para baixo, eu posso fazê-lo, enquanto você estiver fora.”

“Obrigado, mas isso não é necessário. Vou fazer mais tarde, se estiver tudo bem?” Como

Addie estava grávida, Hawk detestava a ideia de ela fazer tarefas extras, quando ele era

perfeitamente capaz de fazê-las por si mesmo.

Addie sorriu.

“Eu vi roupa intima antes, sabe? Por que os homens são tão sensíveis a respeito disso?”

Foi à vez de Hawk a rir.

“Não trouxe nenhuma comigo, de modo que não é o problema. Eu poderia ficar aqui um

tempo, se as coisas funcionarem, aumentar minha estadia não está nos planos.”

O rubor que subiu em Addie atraiu a atenção de Hawk.

“Perdoe-me se eu lhe envergonhei. Eu acho que provavelmente é muita informação, não

é?”

Addie acenou longe as desculpas de Hawk.

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“Você não fez. É desses malditos hormônios. É bom ter uma conversa direta. Acho que

vamos nos dar muito bem.”

“Bem, é melhor eu achar aquela academia, antes que meus músculos comecem a se

ocuparem de mim novamente Obrigado. Outra vez.” Ele começou a sair da cozinha quando Addie

chamou por ele.

“A ceia está na mesa às seis, se você estiver interessado. Nesse momento, você é nosso

único hospede, por isso vai ser algo simples. Mel pediu bolo de carne, se está tudo bem com

você?”

Hawk parou na porta e olhou por cima do ombro.

“Bolo de carne soa bem. Agradeço o convite.”

Ele parou perto da porta da frente e colocou seu casaco preto de couro pesado, antes de

pegar o capacete da mesa próxima. Ele realmente podia se chutar por dirigir a moto, em vez de

dirigir um de seus carros. Talvez ele pudesse encontrar algo usado em Sheridan, que iria levá-lo

ao redor, enquanto estivesse em Cattle Valley.

Quando ele abriu a porta, uma rajada de vento atingiu Hawk no rosto. Sim, ele precisava

definitivamente de algo mais para dirigir.

Kit Bromely jogou sua bolsa no balcão de suco, antes de ir para os fundos ao relógio de

ponto. Avistou Mario limpando as máquinas e sorriu. O homem tinha sido tão legal com ela,

desde que começou a trabalhar no The Gym.

“Bom dia!”

Mário olhou para cima do banco de vinil preto que limpava.

“Espero que sim.” disse ele com um sorriso no rosto. “Você está de bom humor hoje.”

Kit encolheu os ombros.

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“Por que eu não estaria? Eu tenho um lugar para morar e um emprego que eu gosto. O que

mais uma pessoa precisa?”

“Eu consigo pensar em algumas coisas.” Mário riu e mexeu as sobrancelhas para cima e

para baixo.

Recusando-se a viajar por esse caminho, Kit balançou a cabeça.

“Os homens são o problema, pelo menos os que eu pareço ser atraída.”

“Então você não tem encontrado o caminho certo, mas não se preocupe, você vai. Cattle

Valley está cheio de homens agradáveis e elegíveis.”

Kit suspirou.

“Se fosse assim tão fácil...”, disse ela sobre seu ombro enquanto continuava através da sala

de ginástica de grande porte. Depois de atravessá-la, ela entrou no banheiro dos funcionários para

lavar as mãos.

Embora Rio lhe dissesse para usar o que quisesse para trabalhar, Kit decidiu errar pelo lado

da cautela e ir com jeans, tênis e camisetas como seu uniforme normal de escolha. Claro, os jeans

eram de cós baixo e as camisetas apertadas, mas pelo menos ela tentou. Mais do que qualquer

coisa, Kit queria um amigo. Ela não era gananciosa, e um estaria bem.

Antes de sair do banheiro, Kit afofou seus cabelos loiros longos, que estava precisando

urgentemente de um corte. Precisava encontrar um cabeleireiro. Embora estivesse na cidade há

mais de quatro meses, raramente se aventurou em qualquer lugar, além de casa, o trabalho e o

supermercado. Era apenas mais fácil do que o sofrimento que muitas vezes recebia nos olhares.

Mesmo em uma cidade tão amigável quanto Cattle Valley, ainda havia pessoas que não a

compreendia.

Juntando-se a Mario no bar de sucos, Kit puxou uma garrafa de água fora da geladeira.

“Lento.” comentou.

Mario assentiu com a cabeça quando terminou de beber um copo de suco de laranja.

“Segundas-feiras normalmente são. É por isso que eu vou começar o meu treino mais

cedo.”

Ele começou a lavar o copo, mas Kit acenou no esforço.

“Eu vou cuidar disto.”


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“Obrigado.”

Kit lavou o copo de Mario e abriu a máquina de lavar louça. Merda, ela se esqueceu de

limpar a porcaria a noite anterior. Com um suspiro, colocou o copo de Mario na pia, antes de

iniciar a tarefa negligenciada. Ela ouviu a porta da frente abrir e olhou para cima. Arrepios

estouraram imediatamente em sua pele com a visão do homem alto, ombros largos, que tinha

acabado de entrar.

“Posso ajudar?” Por favor, Deus, deixe-me ser a única a ajudá-lo.

Depois de retirar o capacete da motocicleta, o homem bonito sacudiu sua juba de cabelos

negros conforme caminhava em sua direção. Kit engoliu o nó na garganta. Raramente tinha

problemas para controlar seu corpo. Poucos homens a excitaram o suficiente para justificar a dor

que geralmente acompanhava a rejeição inevitável, mas ao que parece era o caso do senhor alto,

moreno e sexy.

“Eu estava esperando falar com alguém sobre o passe para um dia? Eu não sei quanto

tempo vou estar na cidade, mas gostaria de um lugar para malhar, enquanto estou aqui.” O Sr.

Sexy colocou seu capacete no balcão.

“Hummm...” Kit estava em uma perda completa de palavras, enquanto olhava para os

olhos verde claro do Senhor Sexy. “Eu sou nova, mas posso descobrir.” ela finalmente conseguiu

dizer. Se encheu de coragem e estendeu a mão. “Sou Kit, a propósito.”

“Hawk.” respondeu o Sr. Sexy. Em vez de apertar a mão de Kit, Hawk levantou-a aos

lábios e beijou-a.

Oh porra, ela estava em apuros. Kit deu seu melhor sorriso a Hawk.

“Você pode esperar aqui enquanto eu descubro?”

“Claro!”

Kit escovou a frente de seus jeans, esperando que não estivesse prestes a embaraçar-se com

a reação de seu corpo, à nova chegada. Ela saiu correndo atrás do bar de sucos e rapidamente

encontrou Mario fazendo sua rotina matinal.

“Nós temos passe para o dia?”

Mário olhou para cima.

“Você quer dizer como uma sociedade experimental?”


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Kit balançou a cabeça.

“Ele disse que não sabe quanto tempo ficará na cidade, e quer se exercitar enquanto está

aqui, então eu acho que não tem qualquer intenção de aderir.”

“Depois do que aconteceu quando Jack tentou entrar, eu chamaria o Rio para estar no lado

seguro.” contou Mario.

“Certo.” Kit voltou para o balcão de suco, onde tinha deixado o telefone. “Desculpe! O meu

gerente quer que eu ligue para o proprietário.” Explicou ela, puxando a bolsa debaixo do balcão.

“Desculpe ser um problema.” disse Hawk.

“Nenhum problema em tudo. Eu sou muito nova aqui para dar uma resposta, o que é

provavelmente a minha própria culpa.” Ela sabia que estava começando a divagar, algo que

sempre fazia quando nervosa.

O que havia sobre Hawk que a afetava tanto? Ela atingiu o terceiro número em sua lista de

contatos e virou ligeiramente, se afastando de Hawk.

“Rio.”

“Bom dia.” ela cumprimentou o chefe dela.

“Ei, Kit tudo ok?” Rio perguntou.

“Eu tenho aqui um cavalheiro...”

“Gabe Hawkins.” Hawk forneceu antes de Kit continuar.

“... Gabe Hawkins, que gostaria de saber se tem passe por dia. Ele não tem certeza quanto

tempo vai estar na cidade.” Kit sorriu para Hawk, ciente de que ele estava escutando cada palavra.

Rio ficou em silêncio por alguns instantes, antes de responder.

“Vinte dólares por dia. Se ele não está planejando associar-se, ele pode pagar uma taxa.”

Kit não podia acreditar que Rio estava planejando cobrar tanto. Ela se perguntava se Hawk

ficaria ofendido quando ela lhe contasse a quantia.

“Certo.”

“Eu vou estar ai ao meio-dia.” Rio disse antes de desligar.

Kit segurou o telefone no ouvido por alguns segundos, tentando descobrir como dar a

notícia a Hawk. Abaixando o telefone, ela virou o rosto para o Sr. Sexy e o pegou olhando para

seus peitos. Não foi o fato de que ele estava olhando que a incomodava, era a maneira como ele
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fez isso. A maioria dos homens e mulheres que olhavam para seus seios tamanhos 44, o faziam

por curiosidade. Alguns foram até mesmo rudes o suficiente para chegar e perguntar se ela tinha

aumentado, ou se eram próteses.

Hawk foi diferente. Não houve curiosidade naqueles lindos olhos verdes, ao invés ela viu

desejo.

Mais uma vez, seu corpo começou a reagir. Ela colocou o telefone no balcão.

“As taxas são excessivas pelo dia.” ela saiu à direita e disse.

“Quão excessivas?” Hawk perguntou, finalmente erguendo o olhar de seus seios em seu

rosto.

“Vinte por dia.” afirmou.

Hawk sorriu, e Kit sabia que era a coisa mais sexy que já tinha visto em sua vida.

“Huh. Ferre o cara novo na cidade?”

Kit encolheu os ombros.

“Desculpe!”

Hawk deu de ombros em troca.

“Não é culpa sua.” Inclinou os antebraços sobre o bar, colocando-se ainda mais próximo.

“Você trabalha todo o dia?”

Kit lambeu os lábios, saboreando o leve gloss que tinha colocado antes do trabalho.

“Eu estou de folga às quartas-feiras. Estamos fechados aos domingos.”

“Caramba! Agora eu sei que dia devo guardar o meu dinheiro.” Ele sorriu de novo. “Existe

algo que eu devo preencher?”

Tão perdida que estava nos olhos de Hawk, levou vários momentos para Kit responder.

“Ah, sim.” Kit abriu uma das gavetas do armário e pegou um formulário de inscrição e

uma caneta.

Ela escreveu passe diário no topo. Após deslizar ao longo do balcão, estendeu a caneta.

“Obrigado.” A mão de Hawk se fechou sobre a caneta, prendendo vários dedos de Kit aos

seus no processo. Ele puxou lentamente a caneta da mão dela com um sorriso quente.

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Com o coração batendo uma milha por minuto, Kit sabia que precisava fugir ou correr o

risco de se fazer de tola. Homens como o Sr. Sexy não iriam para pessoas como Kit. Eles podiam se

interessar por uma noite ou duas, mas sempre acabavam a deixando na poeira.

“Eu vou dizer a Mário que você se inscreveu. A turnê é exigida para todos os novos

membros.”

“Você não pode fazer isso?” Hawk perguntou.

Mordendo o lábio, Kit balançou a cabeça.

“Não sou treinada nos equipamentos. Sou apenas a recepcionista e a menina do balcão de

sucos.”

“Tenho a sensação de que você é algo mais infernal do que isso.” Hawk disse, soltando sua

voz ainda mais baixa.

Corra! Corra! Seu cérebro lhe disse, e seu corpo implorou para ficar.

“Obrigada.” Ela recuou até que já tinha se retirado no final do balcão. “Eu vou... Hum...

buscar Mario.”

Ela ouviu a profunda risada de Hawk quando praticamente saiu correndo pela sala. Falou

com seu chefe quando ele estava indo para o vestiário.

“Você se importaria em dar-lhe uma turnê?” ela perguntou a Mario.

Mario limpou o suor de seu peito nu com a toalha na mão.

“Eu estou indo para o chuveiro. Você vai chegar lá! Acho que você esteve aqui o tempo

suficiente para conhecer as regras básicas. Se ele está interessado em passar um dia, tenho certeza

que ele já sabe como usar o equipamento.”

Kit trocou de pé para pé.

“Eu realmente não acho que seja uma boa ideia. Ele me deixa desconfortável. Você poderia

fazer isso?”

A testa de Mario franziu.

“O que está acontecendo? Ele disse alguma coisa para você?”

O coração dela derreteu na expressão preocupada no rosto do seu chefe.

“Não. Nada como isto.”

Ela se perguntava o quanto divulgar ao seu novo amigo.


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“Ele me faz... querer coisas. Coisas que eu não posso ter, e que seria melhor ficar longe

dele.”

Mario cruzou os braços.

“Porque você não pode tê-las?”

Em vez de ir para suas falhas de relacionamento passado, ela simplesmente balançou a

cabeça.

“Eu poderia contar todas as razões, mas agora Hawk espera para iniciar sua malhação.”

Mario pegou a camiseta que estava envolta sobre seu ombro.

“Tudo bem, mas nós não terminamos com essa conversa.”

Sim, nós terminamos. Kit disse a si mesma quando Mario saiu.

Depois de duas horas na academia e um quente banho demorado, Hawk fez o seu caminho

para fora do estacionamento. Ele limpou a neve da sua moto e colocou seu capacete na cabeça.

Suas costas não doíam tão forte após o treino, mas estando em torno da coisa bonitinha, com os

peitos incríveis, tinha feito algo mais, mais duro como o inferno.

Ele passou a maior parte de seu tempo na academia tentando vislumbrar Kit. Raramente, se

alguma vez, teve seu corpo respondendo a um homem ou uma mulher do jeito que tinha para Kit.

Ele rapidamente se perguntou se tinha algo a ver com o fato de Kit parecer ter ambos os sexos,

embrulhado em um pacote deliciosamente sexy. A partir do momento que pousou os olhos sobre

a loira magra, tudo o que conseguia pensar eram naqueles lábios macios, os olhos castanhos

esfumaçados e seios perfeitamente arredondados.

Hawk ligou sua moto. A vibração do motor não fez nada para minimizar a ereção presa

atrás do zíper da calça jeans. Talvez colocando sua maldita cabeça de volta à razão que estava na

cidade, juntamente com a temperatura estupidamente fria, esfriasse seu ardor.

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Ele voou para fora do estacionamento e se dirigiu para seu primeiro encontro com Bo e

Rance.

O mais perto que ele chegou do restaurante onde tinham combinado, Hawk ficava mais

nervoso. Ele estava muito mal que os dois homens se recusaram a levar seu filho biológico com

eles, mas provavelmente teria sido apenas como proteção, dada a oportunidade de criar Joey.

Hawk rezava que seria capaz de chegar a um acordo sem ter advogados envolvidos.

Embora não tivesse dúvidas de que poderia ganhar a custódia do menino, colocando todos

os interessados por meio de uma batalha judicial longa, e era a última coisa que ele queria.

Chegando ao restaurante, ele conseguiu encontrar um espaço estreito deixado por alguns

burros que não sabiam estacionar, e desligou a moto. Com seu capacete debaixo do braço, Hawk

entrou no restaurante e olhou em volta. Eram apenas dez horas, muito cedo para a multidão do

almoço, mas havia mais do que um punhado de homens e mulheres a desfrutar do café da manhã

tardio.

Uma mulher veio em sua direção com um sorriso casual em seu rosto.

“Só um?”

“Não. Eu deveria estar com Bo e Rance. Você pode me dizer se eles estão aqui?”

A mulher colocou a mão em seu quadril.

“Depende. Você é quem que colocou aquela careta no rosto do meu doce Bo?”

“Provavelmente.” admitiu. Ele sabia que seria visto como o cara mau, então a questão não o

surpreendeu.

“Eu cuido isso, Deb.” Um homem disse, aproximando-se da frente da lanchonete. Ele parou

na frente de Hawk e tirou o Stetson preto. “Você deve ser Hawk.”

“Sim... E você é?”

“Rance.” Ele gesticulou em direção à parte de trás do restaurante. “Estamos lá atrás.” Rance

virou e foi embora.

Hawk não teve outra escolha, senão segui-lo. Ele tinha a esperança de quebrar o gelo entre

eles de imediato, mas a partir da expressão no rosto de Rance, o homem não ia ser fácil de

quebrar. Quando chegou à mesa, ficou malditamente claro ao ver que Bo que não seria nada fácil.

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Ele estendeu a mão. Apesar do olhar de pedra de Bo, Hawk tentou lembrar o quanto o homem

tinha feito por Joey.

“Prazer em conhecê-lo!”

Bo olhou para a mão de Hawk e Rance, antes de aceitar o aperto de mão.

“Sente-se.”

Hawk sentou-se à mesa dos dois homens, sentindo-se tão bem como se estivesse sendo

colocado na frente de um pelotão de fuzilamento. Talvez se começasse as coisas, a conversa seria

mais fácil. Antes que Hawk tivesse a chance de dizer algo, Rance começou.

“Eu não sei onde diabos você esteve nos últimos dois anos e meio, mas se você pensa que

está indo apenas chegar a cidade e tomar o nosso garoto, você está redondamente enganado.”

“Ei!” Hawk recuou e ergueu as mãos. “Eu nunca disse nada sobre tomar Joey de vocês. E

me desculpe, eu não estar aqui antes, mas eu só soube há um mês da existência de Joey.”

“Lynda e Jim não tinham o direito de lhe dizer.” Bo resmungou. Ele cerrou os punhos, onde

repousava sobre a mesa. “Jan foi minha esposa, caramba!”

Hawk concordou. Era importante que ele deixasse Bo ter o seu dizer. Admitindo-se que ele

mal conhecia Jan, não teria ajudado a situação nenhum pouco. A única razão que ele tinha mesmo

ido para a Sunrise Garden procurá-la, era porque ele estava de volta em Winnipeg à negócios.

Quando perguntou sobre Jan no portão comunitário, Hawk tinha sido levado para ver um

homem chamado Jim. Foram Jim, e sua esposa Lynda que o haviam informado da morte de Jan.

Seu terceiro parceiro, Neil, contou a Hawk sobre Joey em seu caminho para fora do município. Ele

passou a Hawk o endereço de Bo, e disse que ele deveria permitir a chance de conhecer seu filho.

Tinha levado várias semanas para lidar com a notícia. Ele tinha estado sem família desde

que seu pai tinha morrido quase 13 anos antes. Hawk estava acostumado a uma existência

solitária, agarrando a vida com o que acontecesse, e seguindo em frente. Depois de anos

trabalhando de doze a quinze horas por dia, quando ele parou o tempo suficiente para festejar, ele

fez certo. Infelizmente, ele conheceu Jan em um daqueles fins de semana selvagem.

“Você ouviu uma palavra de merda que eu disse?” Bo perguntou. Sua voz era pouco mais

que um sussurro, mas a raiva estava ali na cara dele.

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“Eu ouvi você. Acho que eu só não sei o que dizer. Eu não sabia que ela era sua esposa. Eu

não espero que você acredite em mim, mas é a verdade.” Hawk suspirou e colocou as mãos sobre

a mesa. “Olha, tudo que estou buscando é uma chance de conhecê-lo.”

“Por quê?”

Era uma pergunta que fez a si mesmo por semanas. Ele colocou as mãos para trás, e enfiou-

as em seu colo.

“Eu não tenho mais família. Sou apenas eu. Talvez a ideia de que não possa estar

totalmente sozinho parece atrativa.”

Bo e Rance trocaram olhares.

“Nós entraremos em contato.” disse Bo, deslizando para fora da cabine.

“Só isso?” Hawk perguntou. “Eu percorri mais de mil e quinhentos quilômetros. Você

espera que me vire e vá para casa?”

Rance parou e olhou por cima do ombro.

“Joey gosta dos rolinhos de canela do Kyle no café da manhã, nas manhãs de sábado. Eu

acho que vamos estar de volta à cidade, então.”

“Quem é Kyle?” Hawk perguntou.

“Padaria de Brynn.” Rance adicionou, antes de seguir Bo para fora da lanchonete.

Depois que os dois homens saíram. Hawk enterrou o rosto nas mãos. Uma padaria. Ele era

esperado para encontrar seu filho pela primeira vez em uma maldita padaria? Hawk puxou a

carteira e jogou várias notas sobre a mesa. Esta prometia ser uma longa semana.

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Capítulo Dois

“Você tem planos para esta noite?” Rio perguntou, juntando-se a Kit na lavanderia.

“Cara engraçado.” Respondeu ela, acrescentando uma toalha recém-dobrada à pilha.

“Bem, você deveria, mas neste caso eu estou feliz que você seja uma eremita. Smitty

chamou. Ele não pode se deslocar para seu turno.”

“Eu posso cobri-lo.” Ela ofereceu. Embora perdesse um de seus programas de TV favoritos,

as horas extras viriam a calhar.

“Magnífico!”

Quando Rio continuou ali olhando para ela, Kit começou a ficar paranoica.

“Existe algo mais?”

“Sim... Eu quero que você venha amanhã à noite com a gente. É terça-feira de Taco no

O'Brien.”

“Eu já ouvi.” Ela murmurou.

“Mas você nunca foi?”

“Eu fui ao O'Brien uma vez, mas não para a coisa do taco.” Ela balançou a cabeça. “Não foi

uma experiência que eu gostaria de repetir.”

Rio levantou as sobrancelhas.

“Por quê?”

Ela ousaria dizer a ele sobre o imbecil que tinha lhe perguntado se ainda tinha um pênis?

Por que algumas pessoas pensavam que estava tudo bem em fazer perguntas pessoais sobre sua

genitália, Kit jamais entenderia. Os olhares já eram ruins o suficiente, mas eram as perguntas

rudes que ela não podia suportar.

“Vamos apenas dizer que nem todos em Cattle Valley são como você e Mario.”

“Você tem um nome?”

“O quê?” É claro que ela tinha um nome, Kit James Bromely. Foi o mesmo nome dado a ela

no nascimento.

“Quem é o cara que lhe deu um momento difícil?”

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Kit sorriu.

“Você vai bater nele por mim?” Embora dissesse de uma forma provocante, Kit ficou

profundamente comovida com o gesto.

“Talvez, ou eu poderia simplesmente ter Ryan o prendendo.” Rio colocou a mão no ombro

de Kit. “Nós não temos muitos moradores transexuais na cidade, mas eu posso lhe dizer que não

vai ser mais fácil para você ficar no buraco do seu apartamento. Eu estava apreensivo no começo,

e eu estou disposto a admitir isso, mas você é alguém especial que as pessoas precisam conhecer.”

Kit acrescentou outra toalha dobrada ordenadamente na pilha.

“Eu entendo o que você está dizendo, realmente entendo. Infelizmente, minha pele não é

tão grossa como precisa ser para ter esse tipo de salto. Pela primeira vez em muito tempo, eu

finalmente estou confortável comigo mesma, e...” Ela fez um gesto para o ambiente ao seu redor.

“Estou confortável aqui. Isso é suficiente por agora.”

“Mentira. Por que você vem aqui se não fosse para ser aceita por quem você é? Você pode

imaginar o tipo de olhares que Ryan, Nate e eu receberíamos no mundo exterior? Cattle Valley foi

criada apenas para essa razão. Ninguém deve se sentir como se não se encaixassem aqui.”

“Algum dia.” ela ofereceu.

Rio balançou a cabeça.

“Isso significa o mundo para mim se você quiser se juntar a minha família, na nossa mesa

amanhã à noite. Ryan e Nate ainda não tiveram a chance de conhecer você.” Rio colocou as mãos

juntas. “Faz isso por mim? Por favor.”

Kit revirou os olhos. Rio tinha o olhar de cachorro implorando feito à perfeição.

“Eu vou pensar sobre isso. Isso é tudo que posso prometer.”

“Feito.”

“Ei, mãe,” Kit disse ao telefone.

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“Ei, criança... Como foi o trabalho?” Patty Bromely perguntou.

“Um dos caras chamou, assim eu ainda estou aqui.” Ela encostou o queixo em seu punho.

“Como está Rascal?” Ela sorriu, pensando sobre o gato de pelo longo vadio, que havia aparecido

em sua porta, dois anos antes dela haver saído de casa.

“Tudo bem. Ele ainda lamenta na porta do seu quarto de vez em quando.”

Kit apertou os olhos fechados. Deus, ela sentia falta de casa.

“Talvez eu possa ir para uma visita, assim que eu ganhar o suficiente nas férias?”

Quando sua mãe não disse nada em troca, Kit sabia a resposta.

“Ou talvez não.” acrescentou.

“Querida, você sabe se fosse somente comigo, eu a receberia de braços abertos, mas esta

cidade...”

“Sim... Eu sei.” A mão de Kit foi automaticamente para sua testa. Ela tocou a cicatriz naraís

de seu cabelo, lembrando a batida que tinha recebido dias antes, que havia saído de Bartlett, no

Arkansas. “Você pode vir até aqui, se eu lhe comprar uma passagem?” ela perguntou.

“Estamos muito ocupado no trabalho, mas talvez eu possa ter algum tempo mais tarde no

verão.” Patty disse.

Kit mordeu a língua. Sua mãe havia trabalhado na fábrica local de processamento de frango

por mais de 20 anos. A mulher tinha muito tempo de férias devido. “São meses de distância. Sinto

sua falta agora.”

“Sinto saudades de você, também, criança. Talvez eu possa fazer Janice conduzir até ai

comigo. Nós duas não fomos a qualquer lugar juntas, desde que éramos crianças.”

Kit não conhecia sua tia Janice bem, mas tinha certeza que Matt gostaria de ver sua mãe.

“Boa ideia. Você deve ligar para ela e perguntar.”

“Eu só poderia fazer isso.” Patty acordou.

Um farol fora da janela grande da frente chamou sua atenção longe da conversa.

“Bem, eu preciso voltar ao trabalho. Eu vou chamá-la ainda esta semana.”

“Eu vou estar aqui.” Patty riu. “Cuide-se.”

“Eu vou. Te amo mãe.”

“Eu também te amo.”


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Kit desligou seu telefone e colocou no balcão quando um Hawk com ar rabugento entrou

na academia.

Ele parou quando a viu.

“Você ainda está trabalhando?”

Kit olhou para o relógio.

“Sim, por mais duas horas. Estou cobrindo um cara.”

Hawk fez um gesto para a sala de equipamentos.

“Eu pensei que eu poderia vir e malhar algumas das minhas agressões. Você se importa?”

Ela balançou a cabeça. De maneira alguma, embora ela só tivesse falado com Hawk durante

alguns minutos no início do dia, era fácil de dizer que alguma coisa o estava incomodando.

“Você está bem?” ela surpreendeu-se por perguntar.

“Não, mas nada que algumas voltas com um saco de pancada não ajude.”

Kit nunca compreendeu o desejo de bater em alguma coisa, como uma forma de tirar a

agressão.

“Bem, eu estarei por perto se você precisar de alguma coisa.”

“Obrigado.” Hawk começou a caminhar em direção ao vestiário, mas parou e virou-se.

“Você tem alguma fita de treinamento?”

“Tenho certeza que nós temos em algum lugar. Eu vou encontrá-lo enquanto você se

veste.” Ela observou Hawk em pé até que ele desapareceu no vestiário. “Mmm, mmm, mmm.”

Maldição. Com um suspiro dramático, Kit foi em busca da fita atlética.

Depois de remexer no almoxarifado, Kit foi forçada a chamar Mario em casa, algo que ela

odiava fazer. Ela passeou em frente ao relógio de ponto, pelo menos, cinco minutos antes de

finalmente se decidir, e pegar o telefone.

“Olá.”

“Olá, é Kit. Desculpe incomodar, mas Hawk está aqui e ele quer praticar boxe, o que

significa que ele precisa de um pouco de fita, e eu nem sei se temos alguma. E mesmo se tivermos,

vamos permitir os membros usarem, e eu nem mesmo sei se o Rio o consideraria um membro,

desde que ele é o cara que passa o dia.” No momento em que ela terminou a frase desconexa

estava quase ofegante.


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“Respire, Kit.”

“Desculpe.” Ela se desculpou. “Eu não sei o que há de errado comigo.”

“Uhhh, poderia ter algo a ver com o pedaço de dois metros e cinco de músculos, que está

provavelmente a sós com você no prédio?”

Kit desabou sobre uma cadeira no canto da sala dos funcionários.

“Eu não sei, talvez. Eu odeio quando pareço estúpida, e eu sei que deve ter alguma ideia de

onde a maldita fita está guardada.”

Mário riu.

“Deus, você é fofa.”

“Eu não sou fofa. Pode, por favor, me dizer onde a fita está, para que eu possa dar a Hawk e

ele possa sair daqui?” ela perguntou.

“Há uma pequena caixa preta pendurada na parede ao lado dos sacos. Deve ter tudo que

Hawk necessita.” Mario explicou.

Agora que ela estava mais calma, Kit se sentiu como uma idiota completa.

“Desculpe.” ela murmurou. “Costumo ficar muito animada, quando estou nervosa.”

“Não se desculpe. Você tem certeza que está tudo bem em ficar sozinha com ele?”

Kit soltou um ronco muito vulgar.

“Eu só podia sonhar com um homem assim batendo em mim.”

“Não faça isso. Não se coloque para baixo. Eu quis dizer isso, quando eu disse que você era

fofa, se você quer ouvir ou não. E se eu não fosse tão malditamente apaixonado por Asa, eu

definitivamente estaria no seu rabo.”

Kit sorriu. Ela sabia que os gays não eram atraídos para ela por muito tempo. Claro, eles

desfrutaram de um boquete ou até mesmo de uma transa rápida, mas não eram atraídos por

homens que escolhiam viver como mulheres, não mais do que seriam atraídos por uma mulher

nata. Ela descobriu o pequeno petisco da maneira mais difícil.

“Você é muito doce, sabe disso?”

“Isso é o que Asa me diz.” Mario deu uma risadinha. “Aii! Mantenha as mãos para si

mesmo por mais dois segundos.”

Kit assumiu que Asa devia ter entrado na sala.


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“Eu te vejo de manhã.”

“Depois que Hawk se for, você pode ir em frente e fechar pela noite.” Mario informou.

“Com prazer.” Ela desligou o telefone de volta na parede, antes de ir à busca de Hawk.

“Eu posso fazer isso.” Murmurou baixinho enquanto caminhava de volta para a sala de

exercícios. Hawk estava na esteira, correndo em velocidade máxima. Kit encostou-se emum dos

instrutores elípticos, e engoliu o nó na garganta. Hawk já tinha corrido até suar.

Foi até que Kit passou os olhos, pelo incrível corpo do homem ao seu rosto no espelho, que

viu seus olhos sobre ela. Kit imediatamente se endireitou e se aproximou da esteira.

“Desculpe, eu demorei muito. Tive que chamar Mario.”

Hawk parou a máquina e desceu. Ele pegou uma toalha por perto e enxugou o rosto,

pescoço e braços.

“Não se preocupe sobre isso. Eu precisava correr.”

Quando seu olhar zerou nos peitos de Kit, e ela não precisou olhar para baixo para saber

que seus mamilos estavam eretos. Ela sabia que algumas pessoas tinham dificuldade em obter a

sensação de volta em seus seios após o aumento, mas Kit estava mais sensível do que nunca.

Afastando-se, ela fez um gesto em direção ao canto da sala, onde o saco pesado e speedball

estavam localizados.

“Mario disse que você deve encontrar tudo que precisa na caixa preta.”

Kit sentiu o calor do corpo de Hawk às suas costas.

“Eu aprecio isso.” disse ele, os lábios perigosamente perto de seu ouvido.

Os olhos de Kit se fecharam. Seria tão fácil cair nos braços do homem pela noite, mas não

sabia o suficiente sobre ele. Era esse momento estranho que ela sempre odiou. Nunca descobriu se

era melhor sair e dizer a um parceiro em potencial antes que algo acontecesse, que ela ainda tinha

um pênis, ou esperar e deixá-los descobrir por si mesmos.

Hawk passou por ela e foi em direção ao canto da sala, eliminando qualquer opção.

“Você se importaria em me trazer uma garrafa de água?” ele perguntou sobre seu ombro.

“De maneira alguma.” Ela se virou e quase correu para o refrigerador. Sentia-se rastejando

para a geladeira, grande de porta dupla para acalmar seu corpo aquecido. O que diabos havia de

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errado com ela? Nunca em seus vinte e três anos, tinha se considerado uma puta, mas algumas

horas em torno de Hawk e ela estava definitivamente começando a pensar como uma.

“Dê-lhe a água e parta.” disse a si mesma. Plano em mente, Kit levou a garrafa na sala de

exercícios.

Hawk estava batendo suas mãos, mas ergueu os olhos enquanto ela colocava a água abaixo.

“Obrigada. Eu não sabia que você tinha um makiwara2.”

“Como?” Kit não tinha certeza se a tinha ofendido ou não.

Hawk apontou para o retângulo acolchoado montado na parede.

“É usado na formação tradicional em artes marciais. Muitas academias não os têm.”

“Nate, um dos proprietários, está fortemente em artes marciais pelo que entendi.” Quando

Hawk não disse mais nada, Kit começou a sair da sala.

“Kit.”

“Sim.” Ela respirou fundo e se virou.

“Você conhece Bo Lawson ou Rance Benning?”

Kit tentou se lembrar dos nomes.

“Não, eles vivem aqui?”

“Sim, em uma fazenda fora da cidade.”

“Eu não tenho vivido aqui por muito tempo, desculpe. É isso que você veio à cidade ver?”

Ela se perguntava qual a relação de Hawk com os dois homens. Não foi até que ela tinha ouvido

falar sobre seu primo Matt se ligar com Isaac e Sam, que existiam relações de ménage fora a coisa

de uma noite. Após conhecer Rio, e ouvir sobre Nate e Ryan, ela percebeu que as relações ménage

eram bastante normais em Cattle Valley.

Makiwara (em japonês: palha enrolada) é um poste plano, ou uma tábua, de madeira fincada num plano, e forrada uma área na
parte superior, que é utilizado como instrumento de treino em vários estilos de caratê tradicional.

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“Não, não realmente.” Hawk respondeu. “Infelizmente, eu tenho que passar por eles para

ver meu... a pessoa que eu vim ver.” Hawk se aproximou do makiwara e colocou vários socos

rápidos.

Hawk parecia estar em seu próprio mundo, portanto, depois de alguns segundos, Kit se

virou e saiu da sala. Ela não tinha certeza do rosto por trás dos golpes que Hawk colocou no mak-

qualquer-coisa, mas ela definitivamente não gostaria de ser a pessoa a deixá-lo com raiva.

Quando Hawk tinha trabalhado a maior parte de sua frustração de seu sistema, a fita

adesiva em volta de suas mãos estava tingida de vermelho com sangue. Desenrolou as mãos, e

estremeceu com a pele dividida em três dos seus dedos.

Com a adrenalina ainda correndo em suas veias, Hawk não pôde sentir a lesão, mas ele

sabia que havia se machucado no período da manhã. Foi sua maldita culpa. Pelos últimos anos,

ele trabalhou duro para conseguir seu temperamento sob controle. Nunca esteve orgulhoso de si

mesmo por estourar por cada coisa pequena. Não até sua última discussão com seu pai, que Hawk

tinha entendido que a sua raiva tinha vindo, e decidiu fazer algo sobre isso.

Com a ajuda de terapia e treinamento em artes marciais, Hawk começou a pensar que ele

tinha arrumado o problema, mas um dia completo em Cattle Valley, e tinha voltado com força

total. Hawk pegou sua toalha e se dirigiu para o vestiário. Ele sem dúvida assustou Kit com seus

golpes e grunhidos maníacos.

Hawk não tinha certeza de quanto tempo esteve sob o jato quente do chuveiro, mas

enquanto se vestia seu humor melhorou um pouco. Meteu sua roupa suada em sua bolsa, e

caminhou em direção ao balcão de sucos.

Kit estava espanando as estantes de costas para Hawk, quando ele entrou na sala. Ele levou

alguns momentos para desfrutar da bunda bonitinha em um par de jeans apertados, antes de fazer

sua presença conhecida.

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“Detesto incomodá-la novamente, mas você tem algumas ataduras? Duvido que a farmácia

esteja aberta tão tarde.”

Kit virou-se e puxou a blusa para baixo de onde ele tinha olhado durante a sua limpeza. O

movimento chamou a atenção para os seios, e Hawk não parecia se fartar de olhar. Não muito

grandes, nem muito pequenos, os seios de Kit eram de tirar o fôlego.

A parte favorita de Hawk em uma mulher, sempre tinha sido os peitos dela. Havia algo

sobre eles, que o fascinava ao ponto da distração. Era óbvio que Kit fez implantes, mas aquilo não

fazia a mínima diferença para Hawk.

Ele podia não saber o que Kit tinha lá embaixo, mas o que viu em cima foi o suficiente para

torná-lo mais do que interessado na mulher transexual.

“Você se machucou?” Kit perguntou em direção a Hawk.

Ele ergueu as mãos.

“Acho que me empolguei. Não estão muito ruins, mas não embalei curativos na minha

mala.”

Kit foi para trás do balcão de suco, e pegou uma caixa branca com uma cruz vermelha sobre

a tampa.

Hawk se aproximou do bar e esperou ser entregue os suprimentos pedidos. Enquanto Kit

procurava na caixa, Hawk teve a oportunidade de estudar suas mãos. Ele olhou os longos dedos

finos de Kit, e se perguntou como os sentiria envolvidos em torno de seu pênis. Em qualquer outra

cidade, Hawk teria agido direto em seus desejos, mas sabia que o que fizesse em Cattle Valley

poderia ter um impacto direto sobre sua capacidade de conhecer seu filho.

“Dê-me sua mão.” Kit disse, vindo em torno do bar para se sentar no banquinho ao lado

dele.

Ela ergueu uma compressa embebida em álcool e sorriu.

Hawk quis recusar a oferta, mas não podia levar-se a fazê-lo. Ele estendeu a mão e ficou

mais do que satisfeito quando Kit descansou a mão em sua coxa.

“Você provavelmente deveria ter usado luvas.” Ela limpou o primeiro corte com a

almofada e soprou sobre a área.

O duro pênis de Hawk pressionou contra o zíper da calça jeans.


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“Você não pode usar luvas com o makiwara. Parte da arte é condicionar suas mãos para

suportar os golpes. Obviamente, eu deixei meu condicionamento recente deslizar.”

Kit alcançou através do balcão uma das bandagens.

“Valeu a pena?”

A mão de Hawk permaneceu ao lado da coxa de Kit, o polegar roçando para frente e para

trás através do jeans.

“Melhor o makiwara do que alguém em um bar.” disse ele.

Kit desembrulhou e aplicou as bandagens. Quando ela terminou, apertou os punhos de

Hawk.

“Tudo terminado.”

Hawk sabia que era sua deixa para liberar seu poder sobre a coxa de Kit, mas essa era a

última coisa que ele queria fazer. A respiração de Kit cheirava a algo doce, frutado. Ele questionou

se a língua ainda segurava o sabor de tudo o que ela tinha comido recentemente. Tendo sua

atenção longe de sua boca, Hawk olhou para baixo e detectou uma ligeira saliência na parte da

frente das calças de brim de Kit. Quão rápido ele seria capaz de deslizar o seu zíper e engolir o

pau interessado em sua garganta?

“Eu provavelmente deveria ir, antes de me colocar em apuros.”

A espinha de Kit pareceu endurecer, quando ela saiu do banco.

“Sim.” ela concordou.

Hawk pegou sua bolsa e caminhou em direção à porta. “Posso te perguntar uma coisa?”

“Claro.” respondeu Kit, enquadrando os ombros.

Convidá-la estava na ponta da língua, mas mais uma vez o bom senso prevaleceu.

“Existe um lugar para tomar uma bebida por aqui?”

“O'Brien, na Rua Principal.”

“Obrigado.” Ele bateu na borda da porta, após abri-la. “Certifique-se de trancar depois que

eu sair. É um pouco tarde para você estar aqui sozinha.”

Kit soltou uma bufada muito vulgar.

“Querido, eu não tenho ninguém nesta cidade que me queira.”

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Olhando para trás naqueles grandes olhos castanhos, era fácil ver a tristeza que ele não

tinha notado antes.

“Não tenha tanta certeza sobre isso.”

Hawk suspirou depois de tomar um gole da Corona e Coca cola.

“Porra, isso é o que eu precisava.”

O barman riu sem se afastar do jogo de beisebol na televisão.

“Dia difícil.”

“Algo parecido com isso.” respondeu ele.

“Novo na cidade?”

“Só de visita. Meu nome é Hawk.” ele se apresentou.

“Sean.” respondeu o garçom. “Este é o meu lugar.”

“Prazer em conhecer!” Hawk olhou ao redor do bar. “Está calmo por aqui.”

Sean deu de ombros.

“Noite de segunda-feira. Após a temporada de futebol fica muito morto. Volte amanhã e

você vai ter que lutar por uma mesa.”

“Como será o amanhã?”

“Terça-feira do Taco. Tornou-se uma tradição para muita gente entrar para o jantar e ficar

por algumas cervejas. É também nossa noite da Liga de dardo.”

Hawk imediatamente se perguntou se Bo e Rance consideravam uma tradição.

“Bo e Rance vêm?”

“Às vezes. Eles geralmente se revezam com Shep e Jeremy.”

Dois nomes que ele não conhecia. “Quem são?”

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“Eles possuem o Back Breaker onde Rance e Bo vivem. Embora eu tenha dito a Bo que é

bem-vindo para trazer seu filho para o jantar, Bo não se sente bem sobre isso, então todas as outras

semanas, Shep e Jeremy ficam em casa com a criança.”

Hawk balançou a cabeça e tomou outro gole de sua bebida. Ouvir Joey ser chamado de

filho de Bo o espetava, mas o que ele esperava? “Que tal Kit?”

“Quem?”

“Kit. A coisa bonita com os longos cabelos loiros e grandes olhos castanhos.”

“Ah. Sim, acho que eu o vi na cidade. Tanto quanto eu sei, ele nunca vem, no entanto.”

“Ela.” Hawk corrigiu.

“Como?” Sean voltou sua atenção longe do jogo, e olhou para Hawk.

“Você obviamente não tem muitas pessoas transexuais na cidade. Tenho certeza de que Kit

apreciaria se você pensasse, e se referisse a ela como 'ela'.”

“Desculpe! Eu não quis ofender ninguém. Você está certo, no entanto, não temos muitos

homens transexuais e mulheres que vêm aqui. Tenho certeza que existem alguns na cidade, mas

que devem se manter para si mesmos.”

Que vergonha, Hawk pensou. Sendo bissexual, ele sabia que havia uma brecha tácita entre

gays e travestis, mas nunca entendeu. Apesar da forma aparentemente utópica da vida em Cattle

Valley para a comunidade LGBT3, parecia que a cidade estava faltando um pouco de

entendimento em relação à parte do 'T' da abreviação.

Hawk terminou a sua bebida e bateu uma nota de dez no balcão.

“Obrigado pela bebida.”

“Volte a qualquer momento.” Sean disse com um sorriso.

Antes que ele conseguisse sair do bar, um homem aproximou-se dele.

“Ei, saindo tão cedo? Eu estava justamente vindo para cá.”

“Desculpe! Tem sido um longo dia.” Hawk pediu desculpas ao homem bonito.

3
LGBT ou ainda, LGBTTTs, é o acrónimo de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (o 's' se refere aos
simpatizantes). Embora refira apenas seis, é utilizado para identificar todas as orientações sexuais minoritárias e manifestações
de identidades de género divergentes do sexo designado no nascimento.

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“Meu nome é Brent. Eu sou novo na cidade e pensei que talvez você estivesse interessado

em conhecer os redores.” Brent lambeu os lábios e se inclinou para sussurrar no ouvido de Hawk.

“Começando com o seu lugar.”

Embora o corpo de Hawk ainda zumbisse do seu contato anterior com Kit, ele sabia que

não poderia fazê-lo.

“Desculpe! Eu só estou aqui para uma visita, mas tenho certeza que você vai encontrar

alguém por perto, para levar sua oferta.”

“Eu gosto de visitantes.” Brent disse, tocando as pontas dos cabelos longos de Hawk.

Hawk se afastou do homem e balançou a cabeça. O homem merecia ter sua bunda chutada.

“Não estou interessado, amigo.” Ele saiu do bar e saiu para o ar frio da noite.

Respirando profundamente, ele freou sua raiva.

Agarrou o capacete no guidão e subiu para a sua moto. Primeira coisa de manhã, ele

precisava chamar sua terapeuta. Se não conseguisse colocar sua raiva sob controle, seria expulso

de Cattle Valley num piscar de olhos, e Hawk tinha muito a perder ao deixar que isso acontecesse.

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Capítulo Três

Hawk estava em seu caminho para o café da manhã, quando o telefone tocou. Um olhar

para o identificador de chamadas e ele gemeu.

“Hawkins.” respondeu ele.

“Eu deixei quatro mensagens.” Jason resmungou.

“Eu as ouvi.” respondeu Hawk. Jason Stewart era o novo Diretor Geral das Empresas

Hawkins, e uma grande dor no traseiro de Hawk.

“Precisamos tomar uma decisão sobre a fusão de Baliza.”

“Então faça isso.” Hawk estava encostado na parede, na parte superior da escada. “Eu

coloquei você no comando por uma razão. Se você não pode tomar as decisões importantes, não é

muito bom para mim.”

Ele foi recebido pelo silêncio do outro lado do telefone. Hawk revirou os olhos. Ele odiava

ser babá, tanto quanto odiava ficar sentado atrás de uma mesa.

“Olhe. Eu confio em seu julgamento. A equipe fez um trabalho muito bom em recolher as

informações que você precisa. Confie no seu instinto.”

“E quando as lojas de Baliza irem a falência, eu vou ser a pessoa a afundar com o navio.

Estou certo?”

“Eu não sei de onde você tirou a ideia que existiam garantias no negócio, mas é tudo um

grande negócio arriscado. Você toma decisões com base nos números, e no seu instinto. Nem

todas as aquisições vão mostrar um lucro. Pelo lado positivo, mesmo que perdendo dinheiro com

as lojas de Beacon, nós anulamos isto.”

“Então você está me dizendo que é totalmente minha decisão?” Jason perguntou.

“Bem, você precisa ouvir os assessores de sua equipe, mas, sim. Meu pai e meu avô fizeram

da Hawkins sua vida inteira. Eu não pretendo cometer o mesmo erro. Eu estarei no próximo mês

de quarentena, e não têm absolutamente nada para mostrar para minha vida, exceto casas grandes

e carros velozes. Tudo o que me deixa bastante frio no momento.”

“Você não viu Joey ainda?” Jason perguntou, seu tom amolecendo.

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Hawk sorriu. Apesar de Jason ser uma grande dor no traseiro, ele também era o mais

parecido com um amigo que ele já teve.

“Não. Eu me encontrei com Bo e Rance, ontem, no entanto. Eles concordaram em deixar-me

encontrar Joey, no sábado.”

“Você está sendo excepcionalmente paciente.”

“Sim, bem, eu não acho que já tive alguma coisa tão importante como isso acontecendo

antes. Acredite, não é fácil. Eu tenho trabalhado nisso até a noite passada, e eu tive uma bebida.”

“Só uma?” Jason perguntou.

“Sim, Pai, apenas uma.”

“Morda a sua língua.” Jason disse com uma risada.

“Café da manhã está sobre a mesa.” disse Addie do fundo da escada.

“Eu estarei lá.” Disse Hawk. Ele voltou sua atenção para a chamada de telefone. “Basta

fazer o que a sua intuição está dizendo que você faça. Eu confio em você.”

“Obrigada. Esperemos que as coisas fiquem mais fáceis, quando eu me adaptar. Acho que

eu só tive um ataque de nervos.”

“Isso é compreensível. Eu não sou muito velho para me lembrar da primeira vez que tive

que tomar decisões por conta própria.” A família Hawkins fez e perdeu fortunas várias vezes ao

longo dos anos. Foi com o negócio que estava dentro. “Tenho que ir.”

“Eu sei. Se cuide, e se você precisar de um ombro...”

“Sim. Eu sei.” Hawk sorriu. “Vá pegá-los, tigrão.”

Jason ainda estava rindo quando ele desligou. Hawk colocou o telefone no bolso e se juntou

a Mel e Addie para o café da manhã.

“Bom dia, senhoras.”

“Desculpe interromper a sua chamada.” Addie disse, passando a Hawk um prato de bacon.

“Apenas negócios, nada sério.” respondeu ele.

“Que tipo de negócios você está?” Mel perguntou.

“Aquisições, principalmente. Nós compramos as empresas que não estão indo bem,

reorganizamos e vendemos com um lucro.” Hawk deu de ombros. “Coisas chatas.” Ele não

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mencionou o tamanho da propriedade do império que sua família havia construído. Não era que

quisesse esconder sua situação financeira, mas não queria que seu sucesso definisse quem ele era.

Ele levou dois biscoitos macios do prato e os dividiu ao meio.

“Quer me passar o molho, por favor?”

Mel deslizou a grande tigela de molho de linguiça para Hawk.

“Se importa se eu perguntar o que aconteceu com suas mãos?”

“Nada sinistro, eu lhe garanto. Eu pratiquei boxe no The Gym ontem à noite após o jantar.”

“Eu tenho algumas ataduras limpas se você precisar.” disse Addie.

“Obrigada, eu aprecio isso.”

Eles comeram o resto do seu café da manhã falando sobre a cidade e o clima.

Hawk não perguntou o que elas sabiam sobre Bo ou Rance. Ele descobriu que tinha feito

perguntas suficientes ao redor sobre eles.

Após terminar sua refeição, ele sentou-se e esfregou o estômago.

“Essas são as melhores malditas bolachas e molho que já comi. Eu pediria para se casar

comigo, mas tenho a sensação que tenho uma luta em minhas mãos.”

“Malditamente certo.” Mel disse com um sorriso. Ela estendeu a mão e a colocou sobre a

barriga expandida de Addie. “Você não perguntou.”

“Perguntei sobre o que?” Hawk empurrou seu prato para o centro da mesa e inclinou-se

sobre os antebraços.

“Quem é o pai?” Mel respondeu. “A maioria das pessoas fazem em poucos minutos antes

de nos conhecer.”

Hawk deu de ombros.

“Eu acho que não importa. O que, e como, não é tão importante quanto o resultado final em

alguns casos.”

“Eu gosto de você.” disse Addie.

“Meu irmão, Morgan, doou um pouco de seu DNA para a causa.” Mel disse em um tom

verdadeiro.

“Isso é ótimo. Parece que ele ama muito a ambas.” Hawk se levantou e pegou o prato.

“Vou pegar este.” Addie foi rápida em dizer.


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“Sem ofensa, mas eu notei que seus tornozelos estão muito inchados esta manhã. Por que

você não me deixa com os pratos desta vez?”

Addie abriu a boca para responder, mas Mel rapidamente cobriu-a com a mão.

“Nós apreciamos muito isso.” disse Mel.

“Basta lavá-los e colocá-los na máquina, se você vai, e tenha cuidado com a sua mão.”

Addie disse, logo que sua boca estava liberada.

“Farei isto.” Hawk começou a empilhar os pratos. Não era raro que lavasse seus próprios

pratos, mas não era tão mimado para não saber como.

Kit escalou fora do seu surrado Toyota 98, e correu até as escadas para o apartamento na

garagem. Após deliberar durante todo o dia, decidiu tomar a oferta de Rio para acompanhá-lo,

Ryan e Nate ao O'Brien.

Quando Rio tinha sugerido ir diretamente da academia, Kit tinha ficado humilhada. Não só

tinha suado no início do dia, mas o jeans e camiseta não estariam bem para uma noite fora com

amigos. Além disso, se tivesse sorte, talvez Hawk fosse aparecer.

Depois de uma ducha rápida, Kit ficou na frente de seu armário e gemeu. Nada parecia

certo. Apesar de não querer usar jeans, a maioria de suas saias era muito curta. Elas serviam muito

bem para seu trabalho em Little Rock, mas queria fazer uma boa impressão sobre a família de Rio.

Ela entrou e escolheu uma saia jeans no meio da coxa, e um suéter em gola V vermelho.

Ela colocou a roupa sobre a cama, satisfeita com sua escolha. Quando alisou a loção sobre

as pernas, Kit pensou mais uma vez sobre como era sortuda com sua constituição magra e

delicada como tinha nascido. Quando era criança, todos os outros meninos da sua turma haviam

sido maiores e mais fortes. Kit nunca tinha sido escolhida, mas a última coisa para jogos de

intervalo. Kit, o menino com o corpo magro e de olhos grandes, sempre foi um pária. Não

importava o quão duro o menino tentou se encaixar, nunca tinha acontecido.

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Até a idade de quatorze anos, a vida tinha parecido como um longo e interminável trabalho

de qualidade. Ser chamado de maricas não foi tão doloroso quanto fingir dia após dia que queria

fazer as mesmas coisas que os outros meninos faziam.

Felizmente, a mãe de Kit tinha uma mente aberta e muito entendimento. Sendo filho de

uma mãe solteira, Kit tinha finalmente ido para a sua mãe lhe ajudar, quando os pensamentos de

suicídio começaram a enraizar-se. Ele explicou seus desejos não naturais por meninos, e os

colocou para sua mãe e esperou por ela condená-lo. Em vez disso, Patty tinha surpreendido Kit,

dizendo-lhe que ela já sabia que ele era gay.

Kit com o desejo de vestir roupas de mulher havia jogado fora o seu equilíbrio no início,

mas logo ela chegou a aceitar que era parte de seu filho também. Foi Patty que tinha comprado a

Kit seu primeiro vestido, com instruções estritas para usá-lo apenas na segurança de sua casa. O

primeiro dia que Kit abertamente andou pela casa foi como o primeiro dia de sua vida.

Finalmente, depois de uma vida tentando negar que ela era e o que queria da vida, o jogo estava

livre.

Infelizmente, em uma cidade do tamanho de Bartlett, Arkansas, Kit só foi autorizada a ser

ela mesma a portas fechadas. Foi difícil conter o que ela realmente era, mas pelos próximos cinco

anos, Kit fez exatamente isso. Tudo em Bartlett mudou no dia que um dos meninos da escola

aconteceu de ver Kit através de uma janela aberta. Sozinha em casa, Kit estava vestida

confortavelmente em uma longa saia e blusa. Ela não tinha conhecimento do telefonema feito

imediatamente, e o grupo de meninos e meninas do ensino médio se reuniram fora de sua casa.

No dia seguinte, Kit poderia dizer que alguma coisa estava para acontecer. Olhares que a

seguiram durante todo o dia, enquanto tentava se concentrar no exame do ano que terminava, que

permitiria os graus de pós-graduação. Foi difícil, mas pelo tempo que saiu da escola, Kit sentiu-se

confortável com a maneira como os testes que fez tinha ido.

A casa dela começou a andar sem intercorrências, mas quando tomou a ruela do caminho –

o mesmo caminho que sempre percorreu − um grupo de rapazes usando máscaras de esqui

saltaram de trás de uma garagem. Eles estavam em jogo, antes que ela entendesse o que estava

acontecendo.

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Embora as lembranças da surra que tinha tomado ainda fossem nebulosas, Kit sempre se

lembraria da expressão no rosto de sua mãe, uma vez que Kit foi capaz de rastejar para casa.

Kit balançou a cabeça.

“Merda.” Se maldisse pelos pensamentos infelizes. A vida em Bartlett foi há muito tempo.

Ela tinha uma vida nova agora, em uma nova cidade. Sua vida podia não ser perfeita, mas pelo

menos não tinha que esconder quem ela era mais.

Kit se vestiu rapidamente, antes que habilmente aplicasse a maquiagem. Ela não exagerou

no delineador, que tinha uma tendência a fazer em seus anos anteriores. Ao contrário, ela recuou e

olhou para seu reflexo, completamente feliz com o resultado final.

Um par de botas pretas de cano alto terminou o conjunto a perfeição. Ela sorriu quando

pegou seu casaco e bolsa. Ultimamente, se sentir bonita era uma ocasião rara para Kit, mas deixou

a sensação de bem estar consigo mesma, pela primeira vez em muito tempo.

Esperando em torno da cidade pela chance de ver seu filho, estava deixando Hawk louco.

Ele pegou o telefone para chamar o seu advogado mais de uma vez conforme o dia se arrastou.

Estacionando sua Harley fora do O'Brien, Hawk tomou uma respiração profunda. Embora seu

humor estivesse azedo, ele precisava pôr suas emoções sob controle.

Se Bo e Rance estivessem dentro, talvez eles lhe dessem a chance de convencê-los que não

era o vilão da situação. Ele não queria nada mais do que ser uma parte da vida de Joey.

Após sua primeira reunião no restaurante, Hawk não conseguia acreditar que ele apenas

ficou lá e concordou em esperar mais cinco dias, antes de ser introduzido para Joey. Ele tinha

estado tão malditamente assustado de pressionar Bo e Rance, que saiu da reunião chutando o seu

próprio traseiro, por recuar a seus caprichos.

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Entrando no bar barulhento, Hawk tirou o capacete e enfiou-o debaixo do braço. Ele

examinou o quarto com pouca iluminação por Bo e Rance, sem sucesso. “Merda.” ele murmurou

para si mesmo.

O único ponto brilhante no lugar inteiro era Kit, que acenou para ele do outro lado do

salão. Começou a caminhar na direção dela, desconfiado do cara grande sentado ao lado dela, mas

foi atingido antes que chegasse à mesa por um homem bronzeado tatuado, com uma camisa do

uniforme da polícia.

“Posso ajudar?” O cara perguntou.

Hawk balançou a cabeça. Ele não se importou com o olhar estreitado que o homem lhe deu.

“Só pensei que eu ia dizer 'oi' a um amigo.”

“E quem poderia ser?”

Hawk suspirou.

“Eu fiz algo para te chatear, o senhor...?”

“Ryan Blackfeather, Xerife Blackfeather. Eu sou amigo de Bo e Rance, então eu sei por que

você está aqui.”

“Você sabe? Porque eu não tenho nenhum problema com eles. Eu lhes disse ontem que não

estava aqui para levar Joey para longe deles.” Tentou explicar.

“Então porque você está aqui?” Ryan perguntou.

Que idiota!

“Eu gostaria de encontrar meu filho. Você honestamente está tentando me intimidar, o

suficiente para me fazer sair da cidade? Você pode ficar lá e me diga que você não faria a mesma

coisa se você descobrisse que tinha um filho?”

“Se eu fosse o pai de uma criança, eu com certeza não teria desaparecido pelos dois

primeiros anos de sua vida.” Ryan tentou argumentar.

Hawk estava a dois segundos de distância de perder o seu temperamento. Ele era tudo para

a proteção dos amigos, mas este retardado era a cereja do bolo. Embora Ryan fosse apenas um par

de centímetros mais baixo do que Hawk, a última coisa que ele precisava era dar um soco no

xerife da cidade.

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CATTLE VALLEY 23
CAROL LYNNE

“Olha, eu não o deixei, Jan sim. Tivemos um bom fim de semana e ela me deixou. Inferno,

eu nem sabia que ela estava grávida. Assim que eu descobri, enviei uma mensagem a Bo e Rance

que eu estava vindo para a cidade, para conhecer o menino. Eu não sei mais o que você esperava

que eu fizesse, mas na minha opinião, eu estou sendo malditamente agradável sobre toda esta

merda.”

“Aquele menino é o centro do universo deles. Que tipo de amigo que eu seria se não

tentasse protegê-los?”

Hawk queria gritar de volta para Ryan, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Se

fosse a preocupação honesta nos olhos escuros do xerife ou a maneira que Kit correu para se

interpor entre eles, Hawk não sabia.

“Eu só quero uma chance de conhecer a única pessoa na Terra que partilha o meu sangue.

Isto é uma coisa tão terrível?”

Com os olhos avelã lacrimejantes, Kit sorriu para Hawk antes de virar a cara para Ryan.

“Eu acho que o jantar está na mesa.”

Ryan olhou para Kit e se afastou.

“Você vem?” ele perguntou a Kit.

“Eu acho que Hawk poderia precisar de um amigo.” Ela olhou por cima do ombro de

Hawk. “Se importa se eu acompanhá-lo para o jantar?”

“Eu ficaria honrado.” Hawk respondeu.

Ryan inclinou-se e sussurrou algo no ouvido de Kit antes de se juntar a um pequeno grupo

de homens.

“Você não vai estar em apuros, não é?” Kit perguntou a Hawk.

“Não. Ele apenas me disse que se eu não voltasse mais, Rio iria acabar comendo meus

tacos.” Ela se virou e sorriu para Hawk.

“Foi tudo o que ele disse?” Hawk não acreditou nem por um segundo que Ryan não tinha

avisado Kit sobre ele.

“Ele disse para gritar, se eu precisasse de alguma coisa.” Kit apontou para uma cabine vazia

ao longo da parede traseira. “Está com fome?”

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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

Quando Ryan desapareceu e o suéter curto de Kit exibiu uma grande quantidade de pele,

Hawk ficou com fome por algo diferente de comida.

“Eu poderia ter uma cerveja e me acomodar em primeiro lugar.” Ele seguiu Kit para a

mesa, tentando como o inferno manter seus olhos fora de seu traseiro.

Hawk esperou enquanto ela deslizou para dentro da cabine.

“Se importa se eu sentar ao seu lado?”

Kit olhou sinceramente surpreendido com o pedido.

“Uhh, com certeza.” disse ela e foi para mais perto da parede.

Hawk tomou um assento ao lado dela e descansou as mãos sobre a mesa.

“Obrigado por ter vindo em meu socorro. Eu percebo que o cara estava tentando proteger

seus amigos, mas ele estava sendo um babaca.”

Um garçom bonito se aproximou da mesa, com um bloco na mão.

“O que posso fazer por você?”

Kit olhou para o garçom.

“Eu gostaria de três tacos, uma porção de fritas e molho picante, e a maior, e mais gelada

Bud Light que você tiver.” Ela bateu de encontro ao lado de Hawk. “E você?”

“Eu vou ter uma Heineken, se tiver, e seis tacos para começar.” Hawk ordenou.

“É para já.”

“Eu acho ótimo o que você está fazendo, a propósito.” Kit disse logo que o garçom os

deixou.

Hawk balançou a cabeça.

“Por que todos parecem achar tão difícil de entender que eu gostaria de uma oportunidade

de conhecer meu filho?”

Kit pegou a mão de Hawk onde repousava sobre a mesa.

“Alguns de nós tivemos pais que nos deixaram sem pensar duas vezes.”

“Seu pai deixou você?” Hawk não poderia imaginar. Ele não pode ter recebido recadinhos

carinhosos de seu pai, mas pelo menos sempre soube como entrar em contato com ele em caso de

necessidade.

Kit pegou o copo de cerveja oferecido.


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CAROL LYNNE

“Obrigado.” disse ao garçom. Ela tomou um gole saudável antes de responder. “Meus pais

não eram casados. Eu sabia quem meu pai era, mas ele nunca me reconheceu.” Ela encolheu os

ombros. “Nunca me incomodou vê-lo na noite de pais na escola ou algo assim. Seus filhos eram

todos por volta da minha idade, então eu acho que mamãe não significava muito para ele, quando

a deixou.”

“Isso é difícil.” Hawk enroscou seus dedos nos de Kit. “Minha mãe morreu quando eu

tinha cinco anos.” Kit apertou a mão de Hawk, antes de liberá-lo e levantar sua cerveja da mesa.

“Minha mãe é a melhor. Eu não posso imaginar o que minha vida teria sido sem ela.” Kit

disse.

Embora ele mal conhecesse Kit e não soubesse absolutamente nada sobre sua mãe, ouvir

que Kit teve algum tipo de apoio ao crescer, o aqueceu.

“Que bom.” Ele tomou um gole de cerveja. “Então, onde você cresceu?”

Kit começou a puxar o rótulo fora de sua garrafa.

“Uma cidade próxima de Arkansas, Bartlett. É aí que minha mãe ainda vive. É a razão de

eu não conseguir vê-la muitas vezes.”

“Sim, é difícil encontrar tempo para voltar para casa às vezes.” Hawk desejava sentir a mão

de Kit, mais uma vez, mas não quis pressionar.

“Não é isso.” Kit mordeu o lábio inferior e escovou os cabelos para trás dos ombros. “As

cidades pequenas realmente não aceitam pessoas como eu.”

Hawk só podia imaginar o que Kit havia passado ao crescer. Ele guardou o nome da cidade

na memória porque, não tinha certeza, mas por alguma razão, pareceu-lhe importante.

“Você acha que você vai ter sua mãe vindo para Cattle Valley?”

“Não. A casa que cresci pertenceu aos meus avôs, por isso está paga. Minha mãe

abandonou a escola no seu último ano do segundo grau, por isso ela é muito sortuda de ter

trabalhado da sua maneira na fábrica.” Kit encolheu os ombros. “Além disso, ela gosta de lá. Acho

que algumas pessoas se sentem confortáveis com o que conhecem, e não sonham com outra vida.”

“Isso é verdade.” Hawk pensou em seus avôs maternos. Apesar de sua filha se casar com

uma família muito rica, George e Inez Woods tinham vivido em Tahlequah, Oklahoma, na mesma

casa em ruínas que tinha comprado quando se casaram, até o dia em que morreram. A mãe de
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Hawk, June, já havia tentado em várias ocasiões movê-los para uma das casas mais novas em

Tahlequah, mas os avôs de Hawk não quis ouvi-la. “Meus avós do lado da minha mãe eram

assim.”

“Onde você cresceu?” Kit perguntou.

Antes de Hawk ter uma chance de responder, sua comida chegou.

“Uau!” A travessa colocada na frente dele estava carregada não só com tacos, mas feijão e

arroz suficiente para alimentar um exército.

O garçom deu uma risadinha.

“Sim, Jay não quer que ninguém seja deixado com fome.”

“Nenhuma chance disto.” Hawk respondeu.

“Posso pegar aos dois, outra cerveja?”

Hawk acabou com sua Heineken e entregou a garrafa verde vazia para o garçom.

“Obrigado.” Ele se virou para Kit. “Você gostaria de outra?”

“Na verdade, eu acho que eu prefiro uma Coca Diet com o meu jantar.” respondeu ela.

“É para já.”

“Onde estávamos?” Hawk perguntou, uma vez que estavam sozinhos.

“Eu lhe perguntei de onde você era.”

“Claro. Eu nasci em Dallas, mas me mudei para a Califórnia quando tinha em torno de três

anos.”

Hawk não entrou em detalhes. O que ele era como pessoa, não tinha nada a ver com os

bairros ricos que cresceu.

Kit sorriu e bateu o ombro contra a lateral de Hawk.

“Eu nunca teria te imaginado como um surfista.”

Hawk aproveitou a oportunidade para colocar o braço em torno de Kit e dar-lhe um abraço

rápido.

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CAROL LYNNE

“Não, não era permitido surfar na minha casa. Papai trabalhou duro e esperava o mesmo

de mim.” Ele beijou o topo da cabeça de Kit. “Embora eu fugisse para surfar num boogie4 algumas

vezes quando ele estava fora da cidade.”

Kit gesticulou para o jantar intocado de Hawk.

“É melhor comer antes que esfrie.”

Hawk pegou um taco e deu uma mordida.

“Hum, isso é bom.”

“Isso é o que eu ouvi.” Kit disse antes de dar sua primeira mordida. Ela assentiu com a

cabeça em concordância.

Eles passaram os próximos quinze minutos comendo e tocando sutilmente as pernas,

braços e mãos contra o outro. Este foi o mais lento acúmulo de luxúria que Hawk já tinha

experimentado, mas por algum motivo, as preliminares não convencionais o animaram mais do

que se Kit fosse para debaixo da mesa e o chupasse. Não que ele recusaria um boquete dos lábios

carnudos de Kit, de forma perfeita.

Kit terminou em primeiro lugar e empurrou seu prato para o centro da mesa.

“Se você me der licença, eu preciso usar o banheiro.”

Hawk limpou a boca com o guardanapo e saiu da cabine. O garçom, que se apresentou

como Moby, foi por várias vezes a sua mesa.

“Você quer uma cerveja, se Moby chegar perto?”

Os dentes brancos e perfeitos de Kit roçaram o lábio inferior.

“E melhor não, mas eu gostaria de outra Coca Diet.”

Hawk balançou a cabeça antes de se sentar para terminar seu jantar. Ele não podia deixar

de assistir Kit tecer seu caminho através das mesas para os banheiros. Ele também não pode

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Também conhecido como Morey Boogie, é um tipo de prancha de surf da categoria Bodyboards.

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deixar de notar o estranho olhar que alguns habitantes enviaram em seu caminho. O pensamento

de Kit testemunhar uma dessas expressões depreciativas enviou fogo em suas veias.

No momento que Kit desapareceu no banheiro das mulheres, vários homens apontaram

para a porta fechada, e começaram a empurrar uns aos outros e rir. Hawk não se conteve.

Levantou-se da cabine e atravessou a sala

“Vocês caras têm um problema?”

No momento em que ela chegou ao banheiro, Kit se trancou em uma das duas baias e

encostou-se à porta fechada. Ela apertou as mãos trêmulas nos punhos e tentou fazer com seu

corpo ficasse sob controle.

Respirou fundo. É claro que ela tinha ouvido os risos entre dentes dos homens e mulheres

no bar, quando passou. Gay ou héteros, a maioria das pessoas não se sentia bem ao seu redor. Não

era algo que ela gostasse, mas estava definitivamente habituada. Apesar de suas reações poderem

ter algo a ver com seu desejo atual de escapar do bar, Kit sabia que o motivo real era o belo

homem que a esperava na mesa.

Com a atração mútua chegando a um ponto quando teria que decidir se as coisas

terminariam antes de começarem, ou a decepção de risco. Nove em cada dez vezes ela ia embora

de um admirador, antes de abrir-se à rejeição da dor causada. Hawk sabia que ela ainda tinha um

pênis?

Uma voz fora do banheiro lhe chamou a atenção. Ela não conseguia ouvir o que estava

sendo dito, mas ouviu distintamente o seu nome. Destravando a porta do box, Kit respirou fundo

antes de sair do banheiro. Avistou Hawk imediatamente. Seu tamanho maior que a média,

constituição musculosa elevou-se sobre uma mesa de três homens.

“Está tudo bem.” ela se apressou a dizer. Causar uma cena não era o que tinha planejado

para a noite.

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CAROL LYNNE

“Não, não está.” disse Sean, o dono do pub, caminhando até ficar ao lado de Hawk.

Kit preparou-se para ser lançada fora do bar, juntamente com Hawk, mas ficou

agradavelmente surpreendida quando Sean estreitou os olhos para os homens sentados à mesa.

“Eu acho que é hora de vocês meninos irem para casa.”

“Nós não terminamos nosso jantar.” Um dos homens protestou.

“Moby vai te dar uma caixa. E da próxima vez que vocês virem à minha casa, tratem as

pessoas com respeito, ou não se incomodem de vir.”

Hawk chegou até Kit.

“Venha aqui.”

Foi apenas um momento para Kit agarrar a mão dele. Hawk dobrou-se de encontro ao seu

lado e beijou o topo de sua cabeça.

“Você está bem?”

“Eu não queria que isso acontecesse.” Admitiu.

Sean virou-se para Kit.

“Peço desculpas se disse ou fiz alguma coisa para fazer você se sentir desconfortável.”

Kit balançou a cabeça.

“Está tudo bem.” Estou acostumada com isso.

Hawk não esperou que os homens saíssem, antes que a acompanhasse de volta à mesa. Ele

lançou seu poder sobre ela, e Kit deslizou para dentro da cabine.

“Desculpe, eu perdi minha paciência.” disse Hawk.

Hawk se desculpou por algo que havia acontecido por causa da agitação de Kit.

“Eu sou quem que está arrependido. Não deveria ter colocado você nessa posição. Estou

acostumada com os olhares e comentários, mas você não deveria ter que ser submeter a isto.”

Hawk pegou a bochecha de Kit e virou o rosto para o dele.

“Eu estou sentado aqui porque eu quero te conhecer. Eu não dou a mínima para o que as

pessoas digam sobre mim, mas não posso sentar e não fazer nada, quando babacas

preconceituosos ofendem alguém que eu gosto.” Hawk se inclinou e beijou-a, empurrando sua

língua nos lábios, e profundamente em sua boca. O beijo durou vários minutos com Kit

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retribuindo tanto quanto recebeu. Hawk finalmente quebrou o beijo e colocou um toque macio a

mais nos seus lábios e em sua testa.

“Especialmente alguém que eu gosto tanto quanto você.”

Kit prendeu a respiração. Já era tempo. Ela olhou nos olhos verdes de Hawk, tentando

colocar seus pensamentos em palavras.

“Você precisa saber algo sobre mim.” começou ela.

Hawk sorriu.

“Eu quero saber um monte de coisas sobre você, mas se você está preocupado com o que

está entre suas pernas, não precisa. Desculpe se isso soa rude, mas eu não ligo para o que você tem

ou não tem.”

Engolindo através do caroço de emoção entalado com firmeza em sua garganta, Kit se

esticou e pegou a mão de Hawk. Ela baixou para o colo e esperou que ele confirmasse o que estava

lá.

Um suave gemido irrompeu de Hawk quando ele aplicou mais pressão para o pau duro

meio escondido debaixo da saia jeans de Kit.

“Isso faz você se sentir desconfortável?” Ele perguntou, movendo suas mãos para descansar

na coxa nua de Kit, apenas sob a barra da saia.

Kit olhou para baixo e notou o pênis de Hawk pressionando contra a braguilha. Ela queria

abrir suas pernas, e permitir-lhe acesso a qualquer coisa e a tudo, mas as gargalhadas de Rio

penetraram seu espírito de luxúria embaciada.

“Sim e não. Provavelmente não é algo que devemos fazer aqui.”

Hawk passou a mão mais para cima da coxa de Kit.

“Eu não suponho que você me convide para a sua casa.”

A respiração de Kit ofegou quando a ponta do dedo de Hawk roçou a frente de sua calcinha

sumária. Ela olhou para o rosto de Hawk, observando sinais de desgosto, mas tudo o que viu foi

luxúria e aceitação. Deus, quanto tempo se passou desde que ela se sentiu completamente

confortável com um parceiro?

“Minha casa é pequena, mas você está convidado a acompanhar-me até lá.” Sussurrou.

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Hawk retirou a mão, e a enfiou no bolso atrás de sua carteira. Ele lançou várias notas sobre

a mesa, antes de se levantar.

“Vamos sair daqui.”

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Capítulo Quatro

Kit estacionou ao lado da garagem e saiu. Ela esperou por Hawk estacionar atrás de seu

carro e praticamente babou ao vê-lo sair da moto. Porra, amava as longas pernas de um homem.

“Eu estou lá em cima.”

Hawk ajeitou o pênis em seu jeans antes, e tirou o capacete.

“Local agradável”.

Balançando a cabeça, Kit virou para começar a subir a escadaria que corria ao lado da

garagem.

“Pertence ao meu primo Matt e seus sócios Sam e Isaac.”

A meio caminho até a escadaria, Hawk pressionou-se contra as costas de Kit.

“Você cheira bem.”

Ele beijou seu pescoço e passou as mãos até seus lados, escovando os seios durante o

processo.

Kit sorriu e inclinou a cabeça. Apesar do ar frio da noite explodindo por sua saia, ela se

virou e drapejou os braços sobre os ombros de Hawk, enterrando os dedos em seus cabelos longos

e espessos.

“Assim como você.” Disse ela antes de puxá-lo em um beijo profundo.

Hawk gemeu e levantou Kit fora do degrau e em seus braços, deixando cair o capacete. Ela

imediatamente colocou seus pés descalços em volta da cintura dele, e trancou com os calcanhares

juntos atrás das costas. Quando o capacete rolou ao descer as escadas, Hawk começou a carregá-la

para cima.

“Chave.” ele perguntou, quebrando o beijo.

“Não está trancada.” respondeu ela, beijando-o, descendo por seu pescoço.

Hawk abriu a porta e levou-a para dentro.

“Você sempre deve trancar a porta.” Ele a deitou no sofá e seguiu para baixo.

Kit empurrou a jaqueta de couro de Hawk fora de seus ombros.

“E você deve cuidar melhor de seu capacete.”

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“Eu não estou preocupado com o capacete. É tão duro quanto minha cabeça. Mas eu não

gosto da ideia de alguém ser capaz de chegar até você tão facilmente.”

Kit parou no processo de puxar a camiseta de Hawk.

“Eu disse algo errado?” Hawk perguntou.

Kit balançou a cabeça.

“Eu apenas nunca tive ninguém, além de mamãe se importando o suficiente, para dizer

algo assim para mim.” Ela logo percebeu o que tinha acabado de dizer. “Não que... você sabe...

você se importe, ou qualquer coisa. Foi apenas agradável de ouvir.”

Hawk acariciou sua bochecha contra a de Kit.

“Eu me importo.” Ele beijou o queixo de Kit. “Você tem a pele tão macia.” ele murmurou

entre beijos. “Seria de mau gosto, se eu perguntasse como isso é possível?”

Kit inclinou a cabeça para o lado, permitindo mais acesso na pele para Hawk.

“Muito laser, tratamentos caros e dolorosos. Minha avó deixou um pouco de dinheiro para

eu ir para a faculdade, mas pelo tempo que eu tinha feito dezoito anos, o dinheiro teria pagado

apenas por talvez um ano, no máximo.”

As mãos de Hawk encontraram o caminho em sua blusa.

“Então você decidiu gastá-lo na remoção do pêlo.” Supôs.

“Sim. Na verdade, foi ideia da minha mãe, se você pode acreditar.” A voz de Kit tremia

quando a mão de Hawk pegou um de seus seios.

“Vale cada centavo, em minha opinião.”

Hawk abriu o fechamento frontal do sutiã de Kit.

“Assim como estes.” disse ele, apertando o mamilo esquerdo de Kit, entre o polegar e o

indicador.

“Obrigada. Eu tive que trabalhar muitas horas para pagá-los.”

Hawk se ergueu de Kit e sentou-se novamente em seus calcanhares.

“Então, eles merecem ser adorados corretamente.”

Por alguma razão, uma frase brega que nenhuma vez que teria pensado em ouvir. Havia

algo verdadeiramente genuíno sobre Hawk, e a maneira como ele falava com ela. Ter um homem

lindo falando de seu desejo de explorar o corpo dela excitava Kit inacreditável.
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Não que seus amantes do passado não quisessem olhar para seu corpo, mas eles sempre

pareciam estar interessados na singularidade de seu conjunto de peças, em vez dela como um

todo. Kit definitivamente não conseguia esta vibração de Hawk. Ela queria seus olhos sobre ela,

juntamente com suas mãos.

Descendo, Kit puxou o suéter sobre sua cabeça. O sutiã aberto foi o próximo a sair.

Ela deitou-se contra as almofadas do sofá e envolveu os braços sobre a extremidade do sofá.

Embora ainda estivesse vestindo a saia jeans, suas pernas estavam afastadas, um pé no

chão, enquanto o outro descansava contra o encosto do sofá.

“Veja tudo o que quiser.” disse ela.

Hawk lambeu os lábios enquanto tirava a camiseta, e desabotoava o topo de sua calça jeans.

“Eu fiz amor com uma abundância de homens e mulheres ao longo dos anos, mas não acho

que alguém já teve o efeito em mim que você tem.” Suas mãos trabalhavam lentamente, a sua

maneira, acima da cintura e aos seios. “O que há sobre você que me amarra em nós?”

“Eu sou diferente.” ela sussurrou. Kit prendeu a respiração, esperando por Hawk chegar à

conclusão que todos os seus antigos amantes vinham eventualmente.

Hawk se inclinou para baixo e bateu a palma da sua língua em um mamilo rígido,

provocando um gemido de Kit.

“Não se venda por tão pouco.” Disse ele, movendo-se para o outro seio. “Claro, seu corpo é

um playground para alguém como eu, mas é mais do que isso.” Ele raspou o mamilo com os

dentes. “Talvez seja porque você pareça tão genuína.”

Kit não podia deixar de bufar.

“Genuína? Eu não acho que qualquer um, inclusive minha mãe já me chamou assim.

Inferno, até mesmo o meu cabelo é tingido.”

Hawk sentou-se mais uma vez antes de puxar Kit para cima e em seu colo. Uma vez que

eles estavam pele com pele, com Kit escarranchada em seu colo, Hawk olhou nos olhos dela.

“Ser honesto consigo mesmo é a coisa mais difícil que uma pessoa pode fazer. As alterações

que podem ou não ter feito, nada têm a ver com ser autêntico. Você é quem você é.” Hawk ajustou

Kit ao seu modo, na protuberância da calça pressionando-a contra a abertura de seu traseiro. “Eu

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não tenho nenhuma dúvida que houve momentos, em que sentiu que o mundo inteiro estava

contra você, por ser o que você achava certo, mas você não deixa isso parar.”

Os olhos de Kit começaram a queimar. Foi à primeira vez em sua vida que alguém fora da

família reconheceu o quão difícil era para ela ir à contramão na sociedade. Seria possível que

tivesse finalmente encontrado um homem que a aceitaria? Ela piscou as lágrimas antes de terem a

chance de cair.

“Obrigado por dizer isso.”

“Eu apenas queria que você entendesse o que estar com você significa para mim. Eu não

sou o tipo de cara que se deixa apegar às pessoas, mas estou começando a pensar que eu já cruzei

alguma espécie de linha onde você está em causa.” As sobrancelhas negras de Hawk se

aproximaram. “Você não é uma bruxa, não é?”

Kit riu.

“Eu fui acusada de ser um monte de coisas, mas uma bruxa nunca foi uma delas.” Ela

moveu os quadris para trás e para frente, esfregando abaixo contra a ereção de Hawk.

As perguntas estavam na ponta da sua língua, mas ela manteve a boca fechada. Se o resto

da noite corresse bem, talvez fosse reunir coragem o suficiente para perguntar a Hawk o porque

dele não se apegar às pessoas. Pelo que ela poderia dizer, o coração do homem era tão grande

como o de alguém que já tinha conhecido.

A mão de Hawk roçou a frente da lingerie de Kit.

“Só te tocar ameaça o meu controle.” Ele murmurou.

Embora ele fizesse a declaração em voz alta, Kit não poderia deixar de querer saber se ele

estava falando para si próprio, ou com ela. Parecia que definitivamente algo estava incomodando

Hawk.

“Você gostaria de ver o quarto?” Ela perguntou, esperando atrair Hawk longe de seus

pensamentos.

“O quarto? Não. Mas eu adoraria vê-la nua, estendida sobre sua cama.”

Lá estava ele. Essa centelha nos olhos verdes de Hawk disse a Kit que sua luxúria mais uma

vez foi substituída pela contemplação. Ela desceu do colo de Hawk.

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“Siga-me.” Virando-se, começou a seguir Kit para o quarto, retirando a saia enquanto

caminhava. Parando ao lado da cama, Kit empurrou a saia e calcinha fora, certificando-se de dar a

Hawk uma boa visão de seu traseiro. O que havia sobre o homem que fazia Kit querer provocá-lo?

Raramente era tão descarada com um amante.

Vestindo nada mais que suas botas, Kit deitou na cama e descansou os calcanhares na

borda do colchão. Ela abriu as pernas, dando a Hawk uma visão desobstruída de seu pau duro.

“Com ou sem botas?”

A mão de Hawk desapareceu na frente de sua calça jeans.

“Porra, você é sexy.” Ele acariciou seu pênis, permitindo a Kit apenas um vislumbre da

ponta reluzente.

Kit ficou com água na boca, lambeu os lábios e acenou-lhe mais perto.

“Permita-me um gosto de você.”

Hawk se aproximou da cama.

“Tenho que sentar para tirar estas botas estúpidas. Senão vou acabar caindo na minha

bunda.”

Kit deixou cair às pernas sobre o lado da cama e sentou-se. Ela apontou para o colchão

entre as coxas dela espalhadas e sorriu para Hawk.

“Deixe-me ajudá-lo.”

Retirando a mão de seu pênis, Hawk levantou um pé na cama. Enquanto Kit começou a

desamarrar as botas pesadas, Hawk se abaixou e passou as pontas dos dedos sobre os seios.

“Eu sempre fui um homem simplório.” disse ele.

Kit segurou a bota pelo calcanhar e o dedo do pé, esperou que Hawk deslizasse seu pé para

fora.

“Os meus são sensíveis, então brinque com eles tudo o que quiser.”

O canto da boca de Hawk levantou em um sorriso sexy.

“Ah, eu pretendo fazer mais do que brincar com eles, enquanto você me deixar.” Ele puxou

o pé para fora da bota. Antes de levantar o outro pé, Hawk se inclinou e capturou o mamilo de Kit

direto entre os lábios.

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Kit atirou a bota de lado antes de enterrar os dedos no cabelo de Hawk, em silêncio,

dirigindo-o para seu lado esquerdo. Arqueando as costas, ela gemia na oferta da mordida que

Hawk parecia gostar de dar. Mesmo que seus seios estivessem machucados depois, a sensação de

dentes só então fez bem ao valor disto.

Hawk, de repente se afastou. A expressão no rosto dele não era boa, ele tomou vários

passos de distância e virou as costas para ela. Kit mordeu o lábio inferior. Será que tinha feito

alguma coisa?

Talvez Hawk fosse o tipo de homem que gostasse de sua mulher em segundo plano na

cama. Deus, ela tinha ferrado tudo, agindo como uma puta?

“Eu sinto muito. Não quis machucá-la.” Ele correu os dedos pelos cabelos, reunindo os

longos fios negros em um rabo de cavalo na nuca de seu pescoço. “Eu nunca perco o controle.

Nunca.”

Kit puxou as botas antes de se levantar do colchão. Ela andou até Hawk e apertou-se contra

suas costas. Amantes tinham ido embora antes, mas nunca perderam o controle da sua luxúria.

Aplicando beijos leves, de boca aberta contra a pele bronzeada, Kit colocou os braços ao redor da

cintura de Hawk.

“Você não me feriu, de verdade. Por favor, não se sinta culpado.”

Hawk levantou as mãos de Kit fora de seu estômago, e levantou-as até sua boca. Ele beijou

cada dedo, antes de colocar as mãos de Kit sobre seu peito.

“Há algo sobre você que me assusta.”

Os olhos de Kit se fecharam. Ela pensou... Inferno, o que importava. Retrocedendo um pouco,

ela puxou as mãos longe de seu peito.

“Está tudo bem. Eu sei que a realidade de estar com alguém como eu... é diferente da

fantasia.”

Antes que ela pudesse chegar mais longe, Hawk agarrou seu braço e girou-a ao redor.

Com raiva escrita em cada linha de seu lindo rosto, Hawk olhou para ela.

“Não faça isso. Não comigo.” Ele soltou e esfregou os olhos com as palmas das suas mãos.

“Eu quero cada centímetro de você, e eu acho que é o problema.”

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Com um suspiro pesado, ele deu um passo para trás e fez um gesto para a mancha molhada

na parte da frente da calça jeans que ele tinha, obviamente, gozado.

“Eu não tenho feito isso, desde que eu tinha cerca de quinze anos.”

Kit estendeu a mão para empurrar o jeans de Hawk de seus quadris.

“Nada do que se envergonhar.”

Hawk se afastou rapidamente, antes que Kit pudesse terminar sua tarefa.

“Desculpe, hum, eu preciso ir.”

Ele agarrou sua bota e enfiou o pé nela.

“O problema não é você, por isso nem sequer comece este caminho nesta sua linda cabeça.

Eu só preciso trabalhar algumas coisas.” Ele murmurou, saindo do quarto, como se os cães do

inferno estivessem beliscando seus calcanhares.

Kit respirou fundo. Ela olhou para seu corpo nu e sacudiu a cabeça.

“Assustamos outro.”

Hawk pegou seu casaco sobre sua saída da porta da frente e correu escada abaixo. Ele

estava tão perdido em seus pensamentos e emoções que ele nem sequer se lembrou de procurar

onde seu rebelde capacete aterrissou. Tudo o que sabia era que, se não ficasse longe de Kit, ele

acabaria se fazendo de tolo ainda mais.

Como ele voltou para o Bed & Breakfast, Hawk nunca soube. Uma hora ele estava saindo

da garagem de Kit, e no próximo estava pisando na varanda da Apple Valley Inn.

Silenciosamente, Hawk entrou na pousada e desabou sobre a primeira cadeira que

encontrou. Que porra eu estou fazendo? Foi nesse momento que desejou ter um amigo. Claro, ele

poderia chamar Jason, mas estava mais associado aos negócios, definitivamente não o tipo de

amigo que ele poderia contar sobre Kit.

“Hawk?” Addie disse do alto da escada.

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CAROL LYNNE

“Sim... Desculpe se eu acordei você.” Ele rapidamente tirou o casaco e o colocou em seu

colo para cobrir o jeans manchado de sêmen.

Addie sorriu enquanto descia a escada.

“Você não me acordou. Eu não consigo passar mais uma noite sem levantar para me

esgueirar para um lanche. Não diga a Mel. Tenho certeza que ela está convencida de que minha

bunda nunca mais se encaixará nos jeans que ela tanto gosta.”

“Com o presente que você está lhe dando? Duvido que Mel se importe com o tamanho da

sua bunda.” disse ele.

Addie deu uma risadinha.

“Oh, homens e lésbicas sempre dizem coisas assim até cerca de um ano após o nascimento

do bebê, quando a novidade se desgasta. Então, começam a reclamar, reclamar, reclamar: ‘O que

aconteceu com a mulher por quem eu me apaixonei?'“ Addie gesticulou em direção à cozinha. “Venha,

eu vou preparar para nós dois alguma coisa.”

Com o estômago ainda em nós, Hawk sabia que não havia nenhuma maneira que pudesse

comer.

“Eu não estou com fome, mas eu ficaria feliz em acompanhá-la.”

Hawk se acomodou em uma cadeira da cozinha e observou enquanto Addie puxou para

fora do congelador um pote de sorvete de baunilha.

Ela levou, junto com uma tigela, colher e faca para cima da mesa.

“Passe-me aquela travessa de brownies.”

Ele fez o que pediu e esperou enquanto Addie construía uma torre de brownie de modo à la

carte. Ele não conseguia parar de pensar nos grandes olhos castanhos de Kit olhando para ele,

pouco antes que a houvesse deixado. Porra, não deveria ter corrido dela como fez.

“Você está olhando.” Ela quase rosnou.

Hawk balançou a cabeça.

“Desculpe! Estava perdido em pensamento.” Ele se inclinou sobre a mesa e apoiou o queixo

para cima com a palma da sua mão. “Posso te perguntar uma coisa?”

“Contanto que não tenha nada a ver com quanto peso eu ganhei.” Addie respondeu.

Hawk sorriu do caminho na mente de Addie.


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POUSO DO FALCÃO
CATTLE VALLEY 23
CAROL LYNNE

“Quando você encontrou Mel pela primeira vez, você sabia que ela poderia ser a única?”

Addie se mexeu desconfortavelmente na cadeira.

“Isso provavelmente não é uma boa pergunta. Eu estava com outra pessoa quando cheguei

a Cattle Valley.”

“Muito bem...”

“Mas sim, eu acho que eu sabia após esse primeiro dia, ela me ajudou a limpar este lugar e

havia algo ali, que eu não queria admitir para mim mesma.”

“Então o que você fez?” Ele perguntou.

“Fingia que não estava lá. Empurrei-a para longe, tentei puxá-la de volta, afastei-a de

novo.” Addie lambia as costas da colher. “Você tem alguém que sente assim?”

Hawk cruzou os braços, alterando a inclinar seu queixo contra os nós dos dedos.

“Eu conheci uma pessoa aqui na cidade. Não importa o que eu faça, não consigo tirá-la de

minha mente. Ela veio ao meu socorro, quando aquele xerife babaca tentou brigar comigo no

O'Brien.”

“Ryan?”

“Sim...” Bastava pensar no confronto, que foi o suficiente para obter seu sangue fluindo.

“Ryan é um dos homens mais legais que eu já conheci. Ele e seus companheiros têm me

ajudado tremendamente desde que eu estive na cidade.”

“Talvez ele simplesmente não goste de me olhar, então, porque ele estava longe de ser

agradável. Evidentemente, acha que eu vim aqui para sequestrar meu próprio filho.”

“Oh.” disse Addie com a compreensão em sua voz. “Sim, isso é outra coisa sobre Ryan. Ele

é extremamente protetor das pessoas com quem ele se preocupa. Acredite, se você estivesse do

outro lado do seu instinto protetor, estaria feliz em tê-lo no seu canto.”

Addie deu outra mordida grande de seu lanche noturno.

“Então, quem é esta mulher?”

“Kit Bromely. Ela é relativamente nova na cidade, então você não pode tê-la encontrado.”

“Matt é primo dela, certo?” Addie assentiu com a cabeça, respondendo à sua própria

pergunta. “Eu o vi no supermercado.”

“Ela.” Hawk corrigiu automaticamente.


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“Desculpe! Eu nunca sei como chamar os transexuais.”

“É fácil. Você se refere a eles por qualquer gênero que se identificam.”

“Por favor, não me leve a mal. Deus, eu não posso acreditar que estou dizendo isso, mas

porque ela? Com a sua aparência, você poderia provavelmente ter alguém que você queria. Eu

mesmo tive um sonho ou dois com você desde que esteve aqui.” Ela deu uma risadinha. “Não

diga a Mel.”

Hawk não era cego para a maneira como o mundo tratava as pessoas transexuais, mas ele

nunca entendeu.

“Kit é uma mulher bonita.” Ele começou a argumentar.

“Sim, mas se você quer uma mulher, há uma abundância lá fora, tão bonita quanto ela.” Ela

cravou outra colherada de sorvete em sua boca. “Então, por que ela?” ela perguntou ao redor de

seu alimento.

O temperamento de Hawk estava começando a tirar o melhor dele. Addie perguntou o

mesmo que se perguntou uma centena de vezes, desde que deixou o apartamento de Kit.

“Eu não posso explicar isso.” Ele suspirou. “Hoje foi a primeira vez que eu realmente a

toquei, e eu me senti tão em paz comigo mesmo, que me assustou.”

“Então, você fugiu.” Addie supôs.

“É, algo como isso.” confessou.

Addie raspou o fundo da tigela para obter os últimos pedaços de brownie e sorvete

derretido.

“Você é solteiro, certo?”

Hawk deu uma risada.

“Sim... Eu não teria levado Kit para a casa dela, se eu não fosse.”

“Então... você está com medo, porque teme que ela possa ser a pessoa certa para você?”

“Certo.” Pareceu-lhe estúpido, até para seus próprios ouvidos. “Eu não sou o tipo de cara

que poderia sossegar. Eu vivi minha vida viajando pelo mundo. Estou raramente em um lugar por

mais de uma semana de cada vez. Como eu poderia fazer um relacionamento dar certo?”

“Por que você viaja tanto?” Addie levantou, e levou a taça para a pia.

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“Negócios. Quando eu era menino, segui o meu pai em volta do mundo, e desde sua morte,

é tudo sobre trabalho. Isso é o que os homens Hawkins fazem. Nós ganhamos dinheiro.”

“E isto alimenta a sua alma?” Ela enxugou a taça antes de colocá-la de volta no armário.

“Como?”

“O que você faz com todo esse dinheiro que está ganhando?”

“Uso para fazer mais.” Afirmou em um tom verdadeiro. Ele não conhecia outra forma de

viver.

Addie caminhou de volta para a mesa e descansou as mãos nos ombros de Hawk. Ela o

surpreendeu beijando o topo de sua cabeça.

“Parece que você está procurando por algo indescritível sua vida inteira.”

“O que é que isso quer dizer?” Será que ela estava tirando sarro dele?

“Você obviamente trabalha muito, e ganha muito dinheiro, mas depois você se vira e

trabalha ainda mais para ganhar mais dinheiro ainda. Quando vai parar? Quando você vai ter o

suficiente para abrandar e perceber que as coisas na sua vida são pedaços de papel verde com

presidentes mortos nelas?”

Hawk tinha apenas recentemente começado a ver a vida vazia e fria que levava.

“É por isso que eu quero encontrar meu filho.”

Addie deu um passo para o lado para que pudesse enfrentá-lo novamente.

“E você deve, mas vê-lo algumas vezes por ano será suficiente? Parece-me que você está

com medo que Kit ficará sob sua pele e tente mudar a sua vida, mas talvez seja uma vida com

necessidade de algumas mudanças.”

Hawk parecia longe de Addie.

“Talvez.” ele murmurou.

“Eu vou voltar lá para cima antes que Mel acorde. Se eu falei demais, peço desculpas. Às

vezes não sei quando manter a boca fechada.”

“Você não fez.” Hawk olhou para cima quando Addie desapareceu pela porta de entrada,

para a sala de jantar às escuras. Mais uma vez, um par de grandes olhos castanhos veio à mente.

Por que ele estava fazendo uma grande coisa de sua atração por Kit? Diabos, ele nem era

apaixonado por ela. Mas eu poderia cair muito facilmente, ele se lembrou.
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Ele olhou para o relógio do micro ondas. A noite estava tiquetaqueando um segundo de

cada vez. Não, ele corrigiu o seu processo de pensamento. Minha vida está passando um segundo de

cada vez.

Quando Kit abriu a porta, Hawk imediatamente notou os olhos vermelhos.

“Posso entrar?” Ele perguntou. Ele não iria culpá-la se batesse a porta na cara dele. “Por

favor.” Acrescentou.

Kit recuou e amarrou o cinto do roupão com mais força ao seu redor.

“O que está acontecendo?”

Hawk entrou no apartamento de Kit e fechou a porta.

“Eu vim pedir desculpas.”

“Quer um café?” Kit perguntou sobre o caminho para a pequena cozinha no canto da sala.

Hawk a seguiu. Era óbvio que Kit tinha sido ferido por sua saída mais cedo, e como ele

poderia culpá-la?

Gesticulando para uma cadeira na pequena área de alimentação, Kit virou as costas para

Hawk quando começou a pegar um pote de café.

“Eu achava que nunca te veria novamente.”

Embora Kit tivesse claramente os seus limites quando lhe mostrou onde se sentar, Hawk

não pôde deixar de querer tocá-la.

“Mais uma vez, me desculpe por ter agido como um idiota. Eu tenho medo, mas não pela

razão que você parece pensar.”

Kit ligou a máquina de café antes de voltar a inclinar as costas contra a borda da bancada.

“Então, me explique.”

Hawk segurou sua mão.

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“Eu vou tentar, se você vir até aqui.”

Demorou alguns segundos antes de Kit finalmente se empurrar para fora do balcão e

caminhar em sua direção. Quando ela começou a assumir a cadeira na mesa da cozinha pequena,

Hawk esticou o braço e a puxou para seu colo.

“Eu preciso te tocar. Isto parece ser um desejo comum, quando estou perto de você.”

Mordendo o lábio inferior, Kit descansou a cabeça contra o ombro de Hawk.

“Eu gostei quando você me tocou mais cedo, mas depois você correu.”

“Sim, eu fiz.” Admitiu. Com um braço em volta da cintura, Hawk colocou a mão livre na

coxa de Kit. Seu polegar procurando a pele macia exposta pela abertura em seu roupão.

Deslizando seu polegar para trás e para frente, Hawk tentou colocar seus pensamentos em

palavras.

Kit colheu a face de Hawk nas mãos, obviamente, à procura de respostas para o

comportamento estranho de Hawk.

“Eu já te disse que eu transei tanto com homens quanto mulheres.” Ele começou.

“Sim.”

Hawk esfregou as costas de Kit, quando ela começou a endurecer. Ele sabia que estava

sendo injusto e um tanto enigmático, mas era difícil explicar o que estava desesperadamente

tentando descobrir por si mesmo.

“Eu nunca encontrei alguém que eu achasse que poderia satisfazer minhas necessidades,

tanto física, quanto emocional.” Ele moveu a mão sob a orla do roupão curto, não indo além da

coxa de Kit. “Embora pareça ser terrivelmente comum em Cattle Valley, três pessoas para tentar

fazer com que funcione como uma família, eu sempre soube que não era um estilo de vida que eu

estaria confortável.”

Hawk puxou Kit apertado contra seu peito.

“Eu sabia desde cedo que eu era atraído por homens e mulheres. Eu amo a feminilidade de

uma mulher. Não há nada como uma mulher segura em meus braços para me fazer sentir em paz,

mas há também uma necessidade de mais às vezes. Quer seja, chupar o pau de um cara, ou fodê-lo

o máximo que eu possa, eu não gosto de ter que ser gentil o tempo todo.” Hawk balançou a

cabeça. “Eu sou muito fodido, não é?”


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“Não.” Kit beijou o canto da boca de Hawk. “Eu posso não ser feita de aço, mas não sou

feita de vidro. Eu não estava mentindo quando disse antes, que você não tinha me machucado.”

“Veja, isso é só isto, entretanto. Pela primeira vez eu acho que posso ter encontrado alguém

que poderia ser tudo que eu sempre quis.”

“E isso assusta você?” Kit perguntou.

“Claro que sim. Eu nunca tive nada a perder, antes, nunca tinha ninguém para sentir falta,

quando tinha que sair da cidade. E se eu estragar a minha única chance de felicidade?”

Em vez de uma resposta falada, Kit se abaixou e desamarrou o seu roupão, revelando seus

seios e pênis para a vista de Hawk.

“E você vai embora de novo, antes mesmo de saber se há algo para se preocupar?”

Hawk tomou o convite óbvio e correu para isto. Ele estendeu a mão para o pênis meio duro

de Kit, e o rodeou em sua palma.

“Eu acho que eu sempre fui o tipo de pessoa que tende a pôr a carroça à frente dos bois.”

Kit ficou de pé, com a mão de Hawk ainda em seu pênis, e sorriu.

“Deixe-me ser o seu cavalo por um tempo. Eu vou levá-lo para onde devemos ir.”

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Capítulo Cinco

Nu e de costas, Hawk olhou para o corpo escarranchado em seu colo. Todas as peças

favoritas eram representadas neste pacote surpreendente. Apesar do que Addie havia dito

anteriormente, Hawk sabia que ele não era digno dessa mulher.

Ele correu as mãos para cima da caixa torácica de Kit para segurar seus seios. O ar do

quarto estava frio, e a pele de Kit refletia isso.

“Você está com frio? Nós podemos puxar o cobertor de volta.”

Kit balançou a cabeça e se aproximou até a raspar as unhas curtas através do peito de

Hawk.

“Eu consigo pensar em melhores maneiras para se aquecer.” Ela mexeu os quadris até que

capturou o pênis de Hawk entre suas nádegas.

Hawk gemeu e começou a massagear os seios de Kit.

“Você é tão perfeita.”

Kit inclinou-se, até que roçou um dos mamilos sobre os lábios de Hawk.

“Pela primeira vez na minha vida, você quase me faz acreditar nestas palavras.”

Capturando o peito de Kit com a boca, Hawk começou a chupar o mamilo saliente. Ele

procurou às cegas pelo lubrificante que Kit tinha colocado antes no colchão.

“Procurando por isso?” Kit perguntou, empurrando a garrafa na mão dele.

Hawk resmungou, não soltando a sucção no mamilo de Kit. Ele derramou lubrificante em

sua mão, sem dúvida, fazendo sujeira nos lençóis, e alisou os dedos para baixo do vinco do

traseiro de Kit.

“Sim.” Kit gemeu quando Hawk centrou sua atenção sobre a pele enrugada. Lentamente,

ele inseriu a ponta de seu dedo do meio, antes de liberar o seio de Kit. Um olhar sobre o mamilo e

a aréola saliente, e Hawk sabia que tinha acabado de dar um chupão de grande porte.

Satisfeito, ele se mudou para o outro peito, conforme Kit afundava em seu dedo.

Kit se movia para cima e para baixo sobre o dedo de Hawk por alguns momentos, antes de

chegar para trás e agarrar a mão de Hawk.

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“Mais.”

Feliz por obedecer, Hawk posicionou outro dedo no buraco de Kit e esperou que o seu

corpo aceitasse. Liberando o mamilo de Kit, ele esfregou o rosto contra os seios balançando e

pegou a camisinha que também foi atirada na cama por Kit.

“Quero foder você.”

“Deus, sim!” Kit ajudou Hawk a encontrar o pacote de alumínio que tinha caído fora da

cama.

“Aleluia e passe o sal.”

Hawk deu uma risada.

“Que diabos isso significa?”

“Não tenho certeza, mas minha mãe costumava dizer isso o tempo todo.” Kit desceu do

colo de Hawk e abriu o pacote com os dentes. “Você me quer em cima?” Ela perguntou, revirando

o preservativo no comprimento de Hawk.

“Sem dúvida.” Hawk aproveitou a oportunidade para dar vários movimentos firmes na

ereção de Kit.

“Eu te falei o quanto gosto de chupar um pau?”

“Não, mas vou me lembrar disto.” Kit riu. Kit se levantou e Hawk guiou seu pau para o seu

buraco esticado. Ela jogou a cabeça para trás enquanto afundava, espetando-se no pau de Hawk.

“Maravilhoooso.” ela gemeu, esticando a palavra.

Hawk se preparou para segurar os quadris de Kit enquanto a fodia, mas Kit assumiu

imediatamente, cavalgando o pênis de Hawk como uma rainha profissional de rodeio. Com suas

mãos livres, Hawk explorou mais suas duas coisas favoritas em Kit, seus seios e pênis.

Kit o montava rápido, e Hawk caiu ainda mais por ela. Emoção que tinha adormecido há

anos ameaçava esmagá-lo. Ele viajou o mundo, fodeu mais pessoas do que se importava de

pensar, fez mais dinheiro do que dez homens poderiam gastar na vida, e isso, neste momento em

particular significava mais para ele do que todas essas coisas combinadas.

Liberando seu poder sobre o pênis de Kit, Hawk sentou-se e passou os braços em volta da

cintura fina, puxando-a para um beijo profundo. Com cada impulso de sua língua, ele se

comprometeu ainda mais em estreitar a mulher em seus braços.


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Kit foi a primeira a quebrar o beijo. Ela desceu colo de Hawk e se posicionou em seu

antebraço e joelhos, seu traseiro doce praticamente na cara dele.

“Foda-me.” pediu Kit, olhando por cima do ombro de Hawk.

Hawk ficou de joelhos e enterrou seu pau até a base.

“Quão duro?”

Kit se voltou e segurou sua bunda aberta na medida em que ia, permitindo que Hawk

aprofundasse.

“Você me dá tudo o que tem, e eu vou deixar você saber se começar a ser demais.”

Hawk puxou a ponta antes de empurrar duro. Foi o início do tipo de merda que ele ansiava

por vezes. Em algum lugar ao longo da linha, sua cabeça tinha sido ferrada o suficiente para fazê-

lo acreditar que homens eram para foder, e as mulheres para fazer amor. Os dois sempre foram

muito diferentes em sua mente, mas com Kit, lentamente começavam a se fundir. Claro, ele fodia

Kit como se ele fosse um homem em um bar de couro, mas ao mesmo tempo, ele estava olhando

para baixo em uma deusa com longos cabelos loiros, e a pele mais macia que já teve o prazer de

explorar.

Curvando-se, Hawk se pressionou contra as costas de Kit. Ele queria sentir toda a pele

magnífica. Enquanto continuava a pressionar dentro e fora dela, as mãos de Hawk vagavam pelos

seios de Kit balançando, e para o seu pênis saltando. Ele cercou a ereção, longa e fina com a mão e

apertou.

“Oh, Deus, oh, porra. Aí. Bem. Aí.” Kit ofegou.

Kit balançou o corpo quando gozou, cobrindo a mão de Hawk com sêmen quente. Hawk

usou seu braço livre para manter Kit de desmoronar em cima da cama, enquanto bombeava

dentro e fora dela tão rapidamente quanto podia. Não demorou muito para que as bolas dele

endurecessem, e apertassem contra seu corpo.

“Ah, merda! Kit.” ele gritou quando mergulhou sobre a borda em puro êxtase.

Hawk baixou Kit para o colchão, descendo para descansar ao lado dela. Sua respiração

estava difícil, e seu corpo revestido de suor, mas ele se sentia mais vivo do que nunca. Estava

deitado pressionando as costas de Kit contra seu peito, e escovou o cabelo longe de sua testa.

“Agora eu posso começar a entrar em pânico?”


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Kit rolou para enfrentar Hawk.

“Foi espetacular, não foi?”

“Mais do que qualquer coisa que eu já vivi.” Ela trouxe à tona questões que ele precisava

lidar.

“Vê o que acontece quando você não deixa seu medo ficar no caminho de conseguir o que

você quer?” Kit abraçou Hawk e o beijou.

Ele aceitou a língua de Kit com entusiasmo, enquanto suas mãos percorriam pelas costas

até o traseiro dela. Hawk nunca se considerou um homem medroso. Ele carregou reuniões de

negócios com toda a confiança de um homem que nasceu para dominar uma sala de reuniões.

Então, por que fugiu de Kit antes? E por que tinha de bom grado dado a Bo e Rance a vantagem

quando se tratava de Joey? Legalmente, Hawk tinha todo o direito do mundo para ver seu filho,

então por que estava com tanto medo de exigir que os homens cumprissem seus desejos?

Kit interrompeu o beijo.

“Eu perdi você em algum lugar ao longo do caminho?”

Hawk alcançou entre eles e retirou a camisinha.

“Só estou tentando descobrir como eu posso ser um bastardo intransigente quando se trata

de negócios, mas um maricas quando se trata de merda pessoal.”

Ele rolou para longe de Kit e saiu da cama. Caminhando para o banheiro, jogou o

preservativo na lata de lixo, antes de pegar um dos panos da prateleira acima do vaso sanitário.

Enquanto se limpava, olhou para seu reflexo no espelho. O que aconteceria se ele desafiasse Bo e

Rance? Apesar de que ainda não tivesse a intenção de levar Joey para longe da família que ele

aprendera a amar, Hawk acreditava que merecia mais do que encontrar seu filho pela primeira

vez em uma maldita padaria.

Depois de enxaguar o pano, Hawk levou-a para o quarto. Kit estava de costas, com o lençol

puxado até a cintura. Hawk ansiosamente se juntou a ela sob o lençol e estendeu a mão para

limpá-la, antes de jogar o pano molhado para o chão.

“O que acontece quando você entra em uma reunião de negócios e as coisas não funcionam

do jeito que você quer?” Kit perguntou.

Ao seu lado, com a cabeça apoiada na palma da mão, Hawk olhou para Kit.
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“Eu vou para o próximo negócio.”

Kit sorriu.

“Você perde o dinheiro?”

“Claro.” respondeu ele. Ele passou o dedo para cima e para baixo do torso de Kit ao seu

pênis flácido e entre os seus seios. “Mas é apenas dinheiro. Eu posso geralmente recuperar isto no

próximo negócio.”

“Eu acho que essa é a diferença. O negócio é um jogo de risco para você. Claro que você

pode perder, mas como disse, é só dinheiro. Mas arriscar alguma coisa mais pessoal, como o seu

coração, te assusta, porque tem medo que você não será capaz de recuperar essa perda.”

Hawk se acalmou, descansando a cabeça no travesseiro de Kit. Embora ainda tivesse

algumas coisas para trabalhar, tanto quanto seu sentimento crescente por Kit o estava

preocupando, Hawk queria compartilhar suas preocupações acerca de Joey.

“Eu quero encontrar meu filho, tanto que está me deixando louco, mas eu tenho tanto medo

de danificá-lo lutando com Bo e Rance que eu não posso evitar desafiá-los.”

“Por que você acha que ele iria prejudica-lo? Ele é jovem, certo?”

“Joey tem dois anos e meio. Eu tinha cinco anos quando minha mãe morreu, e eu posso

lembrar claramente da batalha de custódia entre minha avó, meu avô Woods e meu pai.”

“Seus avós pediram sua guarda?”

“Sim... Eles sentiram que meu pai estava muito envolvido na construção de um império

para cuidar de uma criança de cinco anos de idade. Eles estavam certos, é claro, mas eles não

tinham nenhuma chance contra um homem como meu pai. Eu nunca mais os vi. Ambos morreram

antes de atingir a idade de dezoito anos.”

“Será que a razão de estar com medo, é pressionar as visitas com seu filho?”

“Sim.” Hawk suspirou. “Não gostei do meu pai me tirando de minha vó e vô Woods.”

“Mas você não está tentando tirar o seu filho. Você só quer ter algum tipo de relação com

ele.” Kit capturou a mão de Hawk onde estava em seu peito. “Queria que meu pai tivesse feito um

esforço para me ver. Não é sobre você estar lutando com Bo e Rance, trata-se de Joey sabendo que,

pelo menos, você lutou para vê-lo. Acredite em mim, um dia vai ser importante para ele.”

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Quando Hawk não disse nada, Kit chegou à cima dele e desligou o abajur da cabeceira,

mergulhando o quarto na escuridão. Ela acomodou-se e descansou a cabeça no peito de Hawk.

“Você vai descobrir.” ela sussurrou.

Hawk pôde ver o ponto de Kit. Ele também começou a entender que, se voltasse atrás do

que realmente queria, nunca ficaria satisfeito. Beijando o topo da cabeça de Kit, Hawk segurou-a

ainda mais apertado em seus braços. Ele percebeu que nunca seria capaz de deixar Cattle Valley

com o coração intacto.

Com o telefone pressionado em sua orelha, em seu quarto pequeno, Hawk compassava. Ele

havia planejado fazer a chamada mais tarde no dia, mas mudou de ideia quando começou a

adivinhar suas decisões.

“Olá.” Bo respondeu.

“É Hawk. Eu estava esperando que você tivesse alguns minutos para conversar.” Hawk

ficou na frente da janela, olhando para a neve derretendo lentamente.

“Alguns.” respondeu Bo.

Hawk respirou fundo.

“Eu sei que você está desconfortável comigo encontrar Joey, mas eu não me sinto bem em

fazê-lo pela primeira vez em um lugar público. Então, eu queria saber se você e Rance trariam

Joey a Apple Valley Inn para jantar esta noite. Eu já discuti isso com Addie e Mel e elas

concordaram em nos dar privacidade.”

Ele foi recebido pelo silêncio.

Hawk segurou o telefone mais apertado.

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“Se você ainda está preocupado que eu vou tentar levá-lo de você, por favor, não fique. Eu

só quero fazer parte da vida do menino, o que significa que nos três precisamos aprender a

conviver. E a única maneira que vejo isso acontecendo, é conhecendo uns aos outros.”

“Eu olhei na Internet.” Bo disse finalmente. “Então eu sei que tipo de dinheiro você tem. O

que quer dizer que você não vai mudar de ideia depois de encontrar Joey e tentar ganhar a

custódia total dele?”

“Porque eu estou te dando minha palavra de que não vou. Se você leu tudo lá, sobre mim,

você deve saber o que eu passei quando criança. Eu não tenho vontade de colocar Joey em algo

semelhante.” Hawk segurou a respiração, esperando a reação de Bo.

“Vou ter que conversar sobre isso com Rance.”

“Tudo bem. Eu entendo isso.” Hawk pressionou sua mão contra o vidro frio da janela. O

antigo lugar realmente precisava de alguns reparos.

“Eu vou dar-lhe uma chamada, para que saiba.” Bo concordou.

“Obrigada. Hum, há outra coisa.” Hawk começou.

“Sim...”

“Eu encontrei alguém que é muito especial para mim, e eu gostaria de convidá-la para se

juntar a nós.” Se Hawk tinha qualquer esperança de construir algo com Kit, ele precisava saber

que não era mais uma batalha que teria que lutar com Bo e Rance.

“Como eu disse, vou ter que discutir com Rance.”

“Muito bem... Apenas me dê um telefonema assim que os dois chegarem a uma decisão.”

Ele começou a encerrar a chamada, mas não queria que Bo pensasse que ele estava rolando mais

uma vez. “Eu realmente não quero lidar com isso, sem ter forças externas envolvidas.”

O grunhido do outro lado do telefone deixou Hawk saber que Bo tinha entendido.

“Eu vou ligar pra você.” Bo disse antes de desligar.

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Kit estava de joelhos, esfregando o chão da cozinha, quando alguém bateu na porta.

“Só um minuto.” Gritou, ficando de pé. Ela tirou as luvas de borracha amarela e jogou-os

sobre o balcão.

Abrindo a porta da frente, ela foi cumprimentada pelo belo rosto de seu primo, Matt.

“Ocupada?” Matt perguntou.

“Esfregando o chão, por favor, me salve.” ela riu, dando um passo para trás e deixando

Matt passar.

Matt olhou ao redor.

“Bancando a Cinderela hoje?”

“O quê? Você nunca esfregou o chão da cozinha?” Kit revirou os olhos.

“Não de quatro.” Matt entrou na cozinha e abriu o pequeno armário que detinha o

aquecedor de água. Retirou um esfregão e ergueu-o. “A maioria das pessoas só usa um desses.”

“E a maioria das pessoas só move a sujeira ao redor.” Kit retrucou. “Existe uma razão para

você estar aqui, ou é só para arrebentar minhas bolas?”

Matt pareceu surpreso com o comentário, mas rapidamente cobriu a expressão.

“Eu ouvi uma motocicleta ir e vir um par de vezes na noite passada e esta manhã.”

“Sinto muito se acordou você. Hawk planejava ir até Sheridan hoje para ver a compra de

algo mais prático.”

“Não é isso. Eu só precisava ter certeza que estava tudo bem. Eu queria vir durante a noite

passada, mas Sam e Isaac me convenceram que eu estava sendo paranoico. Eu sei...” Matt deu de

ombros. “Mamãe me contou o que aconteceu antes de você sair de casa.”

“Hawk não é assim!” Kit gritou, ficando de pé. “Ele é a melhor coisa que já me aconteceu.”

“Já o conhecia antes? Porque eu nunca ouvi falar dele.”

“Eu o conheço há alguns dias.” Kit se perguntou por que ela se sentia tão defensiva. Fosse o

que fosse, não gostou. Seus sentimentos em relação à Hawk eram seus, e ela não tinha necessidade

de justificá-los a ninguém.

“O que você sabe sobre ele?”

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“Ele veio da Califórnia para encontrar seu filho, e me trata melhor do que ninguém jamais

fez. Pela primeira vez na minha vida... Eu me sinto aceita.”

“Eu aceito você.” respondeu Matt.

“Eu sei, mas não é o mesmo.” Kit esperava que Matt soltasse o assunto. Ela estava

montando em alta no momento, e esperava continuar a montá-lo até que Hawk retornasse mais

tarde à noite.

“Não, eu acho que não seria.” Matt se levantou e caminhou em direção à porta. “Só me faça

um favor e tome cuidado, e se precisar de alguma coisa, eu estou do outro lado do quintal.”

“Obrigada.” Kit sorriu, deixando Matt saber que não havia ressentimentos.

Com um simples aceno, Matt deixou o apartamento.

Kit estava em seu caminho de volta para a cozinha quando o telefone tocou. Ela desligou-o

do carregador, e ficou satisfeita ao ver o nome Empresas Hawkins no visor.

“Hey.” Ela respondeu.

“Como está indo seu dia?” Hawk perguntou.

“Caramba! Eu tenho quase todos meus afazeres do dia feitos, e nem é nem meio-dia ainda.

E você?” Kit levou o telefone até o sofá e deixou-se cair, colocando as pernas sobre o braço do sofá.

“Eu liguei para Bo, esta manhã.”

“Como foi?” Perguntou, brincando com as pontas dos cabelos.

“Bom, eu acho. Ele e Rance concordaram em trazer Joey até o B & B no jantar de hoje. Eu

quero que você esteja lá, também.”

“Eu?” Kit balançou as pernas no chão e sentou-se. “Você tem certeza que é uma boa ideia?”

A última coisa que queria era estragar chance de Hawk conhecer seu filho.

“Eu não quero fazer isso sem você estar lá, então, sim, eu acho que é uma boa ideia.”

Kit esfregou seu peito. A aceitação de Hawk o fez doer.

“Eles sabem que estou indo?”

“Sim... Eu disse a Bo que eu conheci alguém muito especial para mim, e eu queria levá-la.”

“Você disse ‘ela’?” Kit perguntou. Seu corpo inteiro se sentiu como se tivesse sido

envolvido em um cobertor de calor. “E se chegarem lá e verem... Quero dizer, se apavorarem

quando me encontrarem?”
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POUSO DO FALCÃO
CATTLE VALLEY 23
CAROL LYNNE

“Eles vão mostrar o maior respeito, ou sofrer as consequências.” Hawk afirmou, de modo

muito natural.

Kit suspirou.

“Tudo que você diz me faz sentir querida e protegida.” Admitiu.

“Bom, porque eu estou apenas começando.” Hawk deu uma risada. “Eu estou em Sheridan,

aguardando a concessionária nos detalhes do carro que comprei, mas vou estar de volta à cidade

em breve. Se importa se eu passar por ai?”

“Eu adoraria.” Ela olhou para a camiseta desbotada que tinha colocado para fazer sua

limpeza.

“Eu só tenho mais uma pergunta. Qual é o tamanho que você usa?”

“Eu ainda não posso acreditar que você me comprou um vestido.” disse Kit, saindo do

quarto.

Hawk deu uma olhada em Kit usando um vestido de jersey, verde-escuro e balançou a

cabeça.

Apesar da metade de cima do vestido moldar as curvas de Kit para a perfeição, a metade

inferior estava no caimento suficiente, para esconder qualquer protuberância que pudesse ocorrer.

Ele já havia aprendido o suficiente sobre Kit para saber que ela não escondia seu pênis, na

esperança de passar batido.

“Hawk?”

“Você tem sorte que eu só comprei um. Nunca tive alguém que eu quisesse comprar

qualquer coisa, mas tudo nessa loja ficaria ótimo em você.” Ele deu um passo à frente para ficar na

frente de Kit. “Você está linda.” Ele correu a mão sobre o enchimento de seu vestido, e mergulhou

os dedos em seus seios expostos.

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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

“É demais para um jantar com seu filho?” Kit perguntou, olhando para seu peito enquanto

Hawk continuava a explorar.

Hawk furtivamente moveu a mão sob a taça do sutiã e esfregou o mamilo de Kit.

“Joey tem dois anos e meio. Eu não acho que ele vá perceber. Além disso, este vestido foi o

mais manso na loja. Eu quero ter você de volta lá. Eles tinham um que era tão transparente que

nada seria deixado para a imaginação.”

Kit palmou a frente do jeans de Hawk.

“E como você se sente no pensamento de outros homens olhando para mim?”

“É errado para mim, querer te mostrar? Estou orgulhoso de estar com você, e, sim, eu gosto

do pensamento de outros homens tendo ciúmes do que é meu.” Ele poderia pensar em alguns

clubes que gostaria de levar Kit. Havia um em Nova Iorque, que veio à mente. Kit teria a atenção

de todos os homens no local. O pênis de Hawk endureceu com a ideia de expor Kit nos lugares

onde ela seria realmente bem vinda. Podiam ser poucos e raros entre si, mas eles estavam lá fora.

“Ninguém nunca foi exteriormente orgulhoso de estar comigo, então eu nem sei o que

sinto.” Ela sussurrou com os olhos baixos.

Hawk liberou o seio de Kit, e inclinou o queixo dela até encontrar seu olhar.

“Você só não conheceu o tipo certo de homens.”

“Não.” disse Kit com um aceno de cabeça. “Eu simplesmente não tinha te conhecido.”

Hawk a puxou contra ele, sentindo o pênis duro de Kit contra sua coxa. Ele queria dizer a

ela o que já representava para ele, mas a magnitude do que estava prestes a fazer o deteve.

Embora soubesse que ele queria passar anos descobrindo tudo o que havia para saber sobre Kit,

sua vida estava complicada. Não só faltava uma hora para encontrar seu filho pela primeira vez,

mas estava preocupado com o que viria depois.

Cattle Valley parecia um ótimo lugar, mas Hawk não tinha certeza de que a vida na cidade

pequena fosse para ele. Ele cresceu viajando pelo mundo. Comer nos melhores restaurantes era

comum para ele. Será que conseguiria viver inquieto em uma cidade tão pequena? A última coisa

que queria fazer era dar a Kit a falsa esperança de que poderia se estabelecer em Cattle Valley.

“Nós provavelmente deveríamos ir. Eu disse a Addie que estaríamos lá cedo para ajudar.”

Hawk disse, roçando um beijo na testa de Kit. Ele voltou e pegou seu casaco de couro.
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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

“Addie sabe sobre mim?” Kit perguntou.

“Sim... Por que você pergunta?” Hawk pegou o casaco de lã longo de Kit, acima do braço

do sofá e segurou-o aberta para ela.

Correndo os braços nas mangas, Kit olhou por cima do ombro.

“Eu só descobri que é mais fácil quando as pessoas sabem sobre mim antes de me conhecer.

Dessa forma, eu não tenho que ver aquele olhar de surpresa em seus olhos, quando eles percebem

quem eu sou.”

Hawk colocou seus braços em volta das costas de Kit e enterrou o rosto em seu pescoço. Ele

entendia o que Kit queria dizer, mas doeu ouvir.

“Você é Kit, minha Kit, e eu nunca quero colocá-la nesse tipo de posição.”

“Não tome esse fardo sobre si mesmo. Eu sabia desde o primeiro dia que coloquei um

vestido, e amei a maneira que me fez sentir, que eu estava em uma vida de incompreensão. Isto

não me fez parar. Eu sou quem eu sou, e os olhares e risos vêm com o território, mas se eu puder

impedi-los, é mais fácil.”

“Addie e Mel são boas pessoas. Você vai gostar delas.” Hawk tentou tranquilizá-la.

“Eu acredito que a maioria das pessoas é boa. Sua reação a mim, quando eles percebem que

nasci homem, não tem nada a ver com isso. Eu acho que é mais do desconforto que reage da

maneira que fazem.” Kit deu de ombros e se voltou nos braços de Hawk olhando para ele. “Tenho

certeza que pelo tempo que eu tiver trinta anos, os risos nem me incomodarão, mas está levando

um tempo para minha concha endurecer.”

Hawk escovou o cabelo de Kit fora de seu rosto.

“Eu não gosto do som disso. É errado desejar que eu pudesse sempre estar lá para protegê-

la de se machucar?”

“Errado. Não. Irreal? Sim. Mas eu gosto da ideia de você estar sempre lá, para me fazer

sentir melhor depois que acontecer. De fato, eu gosto muito isso.” Ela puxou a cabeça de Hawk

abaixo para um beijo profundo.

Hawk aceitou a língua de Kit, assim como aceitava tudo sobre ela, com entusiasmo.

Ela tinha razão. Ele não seria capaz de protegê-la sempre do lado mais duro da vida, mas

que tipo de amante seria se pelo menos tentasse pavimentar um caminho mais suave?
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CAROL LYNNE

Capítulo Seis

Kit assistiu Hawk mexer na arrumação da mesa novamente. Ela sorriu e voltou para a

cozinha.

“Ele está tão nervoso. Acho que ele moveu os copos de água por três vezes.”

Addie derramou a calda de abacaxi sobre o presunto e colocou-o no forno.

“Não é todo dia que um homem encontra o seu filho pela primeira vez.”

“Eu sei, mas acho que é bonito. Hawk parece um cara durão, mas vê-lo se preocupar com

algo tão simples como a posição de um garfo ou prato derrete meu coração.”

“Você realmente gosta dele, não é?” Addie perguntou. Ela enfiou um garfo na batata

fervendo para verificar seu cozimento.

“Ele é cada sonho que eu já tive.” Kit admitiu. “Para ser honesta, eu não sei como vou lidar

com isso quando ele tiver que voltar para a Califórnia.”

“Se seu filho está aqui, ele vai voltar muitas vezes, eu tenho certeza.”

“Eu suponho.” Kit se sentou à mesa da cozinha. Assistindo Addie, era óbvio que gostava de

seu trabalho.

“Você não parece convencida.”

Kit encolheu os ombros.

“Não, não é isso. Não tenho dúvidas de que ele estará de volta para ver Joey. Eu acho que

tenho medo de tornar-se nada mais do que uma conveniência, quando venha para a cidade.”

“Por que você acha isso?” Hawk perguntou da porta.

Addie colocou uma tigela de salada de ambrosia5 nas mãos de Kit.

“Você coloca isso na mesa para mim?”

Grata por ter alguma coisa para fazer, Kit levou a travessa para a sala de jantar. No

momento em que colocou a salada na mesa, ela sentiu os braços de Hawk ao seu redor.

5
Sobremesa composta de frutas e coco.

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CAROL LYNNE

“Eu não sei aonde as coisas vão entre nós, mas não permita que alguém te trate como uma

conveniência, inclusive eu. Se eu sequer começar a fazer você se sentir assim, bata-me na cabeça

com um taco de beisebol.”

Kit sorriu e recostou-se contra Hawk.

“Eu nunca fui boa em esportes.”

A campainha tocou quando Hawk estava salpicando beijos no pescoço de Kit.

“Estou feliz por você estar aqui comigo.” Hawk disse.

“Estou feliz que você pediu.” ela respondeu.

Hawk estava na sala com um braço ao redor de Kit, enquanto Mel abria a porta.

Rance entrou na sala de estar em primeiro lugar, seguido por Bo carregando uma criança

sorrindo. O primeiro olhar de Hawk para seu filho trouxe lágrimas aos seus olhos. Ele engoliu

através do nó em sua garganta, e deu um aperto à cintura de Kit.

Embora mal se lembrasse de sua mãe, tinha visto bastantes fotos dela ao longo dos anos

para reconhecer as covinhas profundas em cada lado da boca Joey. Ele sentiu o peito apertar

quando Bo sentou-se e abaixou Joey para o chão.

Hawk foi à frente de Kit para a sala.

“Obrigado por terem vindo.” Ele gesticulou para Kit. “Esta é minha namorada, Kit.”

Bo olhou para Kit, que tomou assento na cadeira em frente à lareira.

“Namorada?”

Hawk estreitou os olhos, advertindo para cuidar da sua boca.

“Sim. Você tem um problema com isso?”

Antes de Bo ter a chance de responder, um barulho chamou a atenção de Hawk.

“Não mexa.” Bo repreendeu Joey. Ele se ajoelhou no chão e recolheu as bolas decorativas

que tinham sido despejadas no chão da cesta de madeira entalhada sobre a mesa.

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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

As sobrancelhas negras de Joey se aproximaram e os braços cruzaram na frente de seu

peito.

“Brinquedos.”

“Não.” disse Bo, com um aperto de seus dedos.

Para acalmar a situação, Hawk se inclinou e sussurrou no ouvido do Bo.

“Eu comprei-lhe algo. Estaria tudo bem se eu desse a ele?”

Bo olhou acima para Hawk por alguns momentos antes de finalmente concordar.

“Certo.”

“Kit, você pegaria o saco que eu coloquei na sala de jantar?” Hawk perguntou.

“Claro.”

Assim que Kit saiu da sala, Hawk falou com Bo em uma voz que ele raramente utilizava.

“Você irá tratá-la com respeito. Pode me ouvir?” Ele disse entre os dentes cerrados.

Bo pareceu surpreso.

“O quê? Não tenho nenhuma intenção de desrespeitá-la. Eu fiquei surpreso. Você não disse

que ela era sua namorada, quando mencionou trazê-la.”

“Faz diferença?” Hawk perguntou. Antes de Bo responder, Kit voltou para a sala. “Vamos

conversar mais tarde.”

Hawk pegou o saco de Kit.

“Obrigado, querida.”

Kit sorriu.

“Não por isto.”

Virando-se para Joey, Hawk estendeu o saco.

“Você gosta de presentes?”

Os grandes olhos castanhos de Joey brilharam quando ele balançou a cabeça com

entusiasmo. Hawk não conseguia tirar os olhos daquelas covinhas. Ele entregou o saco para Joey,

antes de olhar para Bo.

“Minha mãe tinha estas exatas covinhas.”

“Acredite em mim, ele as usa a seu favor.” Bo riu.

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POUSO DO FALCÃO
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Hawk voltou sua atenção para Joey, que estava lutando para retirar o grande caminhão de

descarga do saco. O grito de prazer do menino, uma vez que lutou para livrar o brinquedo,

quebrou a tensão remanescente na sala. Foi um bom lembrete de por que era tão importante se dar

bem com Bo e Rance.

Terminado o jantar, Kit assistiu Joey. O menino tinha comido imediatamente os pequenos

pedaços de presunto que Rance tinha cortado para ele, mas parecia haver um impasse sobre o

feijão verde.

“Quero brincar de caminhão.” Joey disse. Ele lutou para sair da cadeira, que era um pouco

pequena demais para ele.

Bo inclinou-se para Joey e apontou para os cinco grãos ainda no prato.

“Você pode levantar-se assim que terminar o seu jantar. Legumes o tornarão forte.”

“Não quero ser forte.” Joey fez beicinho.

Kit mudou seu copo com água para tentar esconder o feijão verde à esquerda no seu

próprio prato. Uma risada à sua esquerda deixou-a saber, que Hawk tinha visto o que fez.

Hawk sussurrou no ouvido de Kit.

“Não quer ser grande e forte?”

“Eu deveria ter dito a Addie para não colocar feijão verde no meu prato.” ela sussurrou de

volta.

Hawk se aproximou e furou vários feijões com o garfo. Ele colocou na boca e cantarolou a

sua aprovação.

“Eles são bons, Joey.”

Joey não comprou. Parecia que o empate iria continuar.

Bo voltou sua atenção para longe de Joey e a Kit.

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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

“Você está aqui, ou veio com Hawk de Malibu?”

Kit tinha notado os olhares que Bo e Rance tinham apontado em seu caminho durante todo

o jantar. Será que eles a desaprovavam? Normalmente ela não se importaria com o pensamento

dos dois homens, mas isto não era sobre ela, tratava-se de Hawk tendo a chance de conhecer e

passar um tempo com seu filho.

Ela tomou um gole de água antes de responder.

“Eu me mudei para a cidade a cerca de quatro meses, do Arkansas.”

“Kit tem um primo que mora aqui, Matt Jeffries.” Hawk acrescentou.

“Eu não te vi por aqui.” Rance disse.

“Eu fico muito perto de casa.” Kit se abaixou e colocou a mão na coxa de Hawk, em busca

de um pouco de conforto.

Hawk enroscou seus dedos através dos de Kit, as palmas das mãos juntas.

“Eu conheci Kit no The Gym, onde ela trabalha.”

“Então, é novo entre os dois.” Rance comentou.

“Sim.” Hawk levou a mão de Kit aos lábios e beijou-a. “Mas eu não pretendo deixá-la ficar

longe de mim.”

A declaração fez Kit se sentir melhor, mas a expressão momentânea no rosto de Bo

aumentou seu desconforto.

“Você planeja se mudar para Cattle Valley?” Rance perguntou.

“Falei com um corretor de imóveis hoje e pedi-lhe para encontrar um lugar ou para alugar

ou comprar. Eu não posso passar o tempo inteiro aqui agora, mas espero estar de volta, pelo

menos, uma semana por mês.” Hawk limpou a garganta. “Eu gostaria de levar as coisas um passo

de cada vez. Levar as coisas devagar e ficar para conhecer os três, até que todos se sintam

confortáveis o suficiente para deixar-me tê-lo por um fim de semana a cada mês.”

Bo e Rance trocaram olhares.

“Podemos ter algum tipo de documento legal elaborado?” Rance perguntou. “Não é que eu

duvide da sua palavra, mas acho que Bo e eu nos sentiríamos muito melhor, se nós não tivéssemos

que nos preocupar de você finalmente ir atrás da custódia.”

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POUSO DO FALCÃO
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“Sem dúvida. Se puder chegar a um horário de visitação agradável, eu vou pedir aos meus

advogados sobre isto.” Hawk apertou a mão de Kit.

Ela apertou novamente, sabendo legalmente o que ter os direitos sobre o garoto significaria

para Hawk. Lá. Mais uma vez Kit pegou aquela estranha expressão no rosto de Bo, quando olhava

para ela. Antes que as coisas avançassem com as negociações de visitação, Kit sabia que precisava

falar com Bo. Se ela era um problema para a aceitação de Bo, sabia que ia retirar-se da situação.

Apesar de seus sentimentos por Hawk estarem crescendo a cada minuto, ela se recusou a ficar

entre Hawk e Joey. Hawk só acabaria se ressentindo com isto.

“Bo? Gostaria de me ajudar a trazer a sobremesa? Addie disse que estava tudo pronto para

nós na cozinha.”

A testa de Bo enrugou.

“Claro.”

Hawk se inclinou e sussurrou no ouvido do Kit.

“O que está acontecendo?”

Kit deu um beijo na bochecha de Hawk.

“Estamos apenas começando a sobremesa. Brinque com seu filho.”

Ela abriu o caminho para a cozinha.

“Addie fez torta de cereja.” Ela colocou a assadeira sobre a grande mesa com taças e

colheres. “Gostaria de sorvete no seu?”

“Isso soa muito bem.” Bo respondeu.

Kit distribuiu as porções da sobremesa antes de puxar o sorvete do freezer.

“Posso perguntar uma coisa?”

“Sim...” Bo tirou a bola da mão, e Kit começou ajudar a colocar a cobertura de sorvete na

torta.

“Eu posso dizer que não me aprova.” Começou ela.

“O que te deu essa ideia?” Bo perguntou.

“Eu vi a maneira como você me olha. E eu só preciso que você saiba que se for um

problema, eu me afasto. Hawk precisa passar tempo com Joey, e ele não deve ser punido por

minha causa.”
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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

Bo levou a colher até a pia e lavou o sorvete derretido antes de colocá-lo na tábua de

drenagem.

“Vou ser honesto. Quando Hawk apresentou você pela primeira vez como sua namorada,

me impressionou. Eu sei muito pouco sobre Hawk, exceto que ele tem uma grande reputação por

ser um playboy. Rance e eu, nos agarramos a esse fato ao longo dos últimos dias, porque achamos

que ele não estaria rondando muito em torno da cidade. Agora que ele tem alguém na cidade que

ele parece se preocupar, isso me assustou, nada mais.”

Kit balançou a cabeça.

“Tudo bem. E os olhares durante todo o jantar? O que há sobre eles?”

Os olhos Bo se arregalaram.

“Você viu isso?”

“Claro que eu vi.”

“Eu peço desculpas. Eu amo Rance com todo meu coração, mas você é incrivelmente linda.

Tem sido um longo tempo desde que alguém chamou a minha atenção, da maneira que você fez.

Fez-me inquieto, eu acho. Mas eu penso que você encontra essa reação o tempo todo.”

“Dificilmente. Normalmente quando as pessoas olham pra mim é porque eles estão: ou

tentando descobrir se eu sou um homem ou uma mulher, ou está desconfortável com a minha

vida pessoal.”

“Eu acho que você está se vendendo por pouco. Eu sei que se não tivesse Rance em minha

vida, eu ia tentar todos os truques que já aprendi para chamar sua atenção. Acho que não sou o

único que tem essa reação quando a olha.”

“Considere-se afortunado que você tenha Rance, então.” Hawk disse da porta, seu queixo

visível assinalando com raiva.

Kit pegou duas das taças e entregou a Bo.

“Devo fazer uma porção menor para Joey?”

“Sim... Mas até que ele coma o resto de seu jantar, ele não será capaz de tê-lo.” disse Bo,

claramente desconfortável com o que Hawk ouviu.

“Tenho certeza que Addie tem chocolate granulado por aqui. Vou adicionar alguns desses

como um incentivo extra.”


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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

Bo sorriu.

“Eu aprecio isso.” Virou-se para sair da cozinha, mas parou na frente de Hawk no caminho.

“Você é um homem de sorte, mas eu tenho a sensação que você já sabe disso.”

Hawk concordou, mas não disse nada até que Bo saiu da cozinha.

“O que foi aquilo?” Perguntou a Kit, uma vez que estavam sozinhos.

Kit encontrou uma tigela pequena no armário e colocou-a sobre o balcão. Ela começou a

abrir os outros armários olhando para o fornecimento de panificação.

“Eu observei ele olhar para mim durante o jantar. Eu só precisava me certificar de que não

prejudicaria a sua chance de conhecer Joey.”

Hawk pressionou-se contra as costas de Kit. Ele estendeu a mão através da cabeça dela, e

pegou uma pequena garrafa de granulado multicolorido de prateleira.

“Mesmo se ele tivesse um problema com você, eu não iria deixar que isso me impedisse de

vê-lo. Fazer essa situação funcionar de forma pacífica é a melhor solução, mas vai ser trabalhado

independentemente.”

Kit empurrou Hawk para trás distante o suficiente para ela se virar. Entalada entre Hawk e

o balcão, Kit descansou as mãos no peito musculoso de Hawk.

“Eu não tenho certeza que você sabe o que está levando junto comigo. Ficar no caminho do

seu sucesso não é uma opção para mim.”

Hawk enquadrou o rosto de Kit com suas mãos grandes.

“Eu não sei quem fez você sentir que é menos do que ninguém, mas eu vou fazer tudo que

puder para mudar isso. Você é com quem eu quero estar, e vou lutar com qualquer um que tenha

um problema com isso.”

Os olhos de Kit se fecharam quando Hawk a beijou. Ela aceitou sua língua e sua coxa, uma

vez que se insinuava entre suas pernas. Apesar da sua localização, Kit não se conteve. Ela

começou a esfregar seu pau endurecido contra os músculos sólidos da coxa de Hawk, querendo

nada mais do que levantar a saia e pedir para ser fodida.

Uma garganta limpou da porta, interrompendo o passeio de Kit.

“Desculpe, mas eu acho que é hora de levar Joey para casa.” Rance disse.

Embaraçado além da conta, Kit olhou para Hawk.


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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

“Sinto muito.” ela sussurrou.

“Não.” Deu-lhe um rápido beijo na boca antes de se virar. “Se você tem um minuto, eu

gostaria de falar com você e Bo em ver novamente Joey antes de ter de deixar a cidade.”

“Tudo bem.” concordou Rance.

Hawk olhou por cima do ombro em seu caminho para fora da cozinha.

“Você vem?”

“Vá em frente. Eu vou limpar aqui.” Kit disse a ele.

Depois de Hawk e Rance saírem da sala, Kit inspecionou a bagunça deixada pelo sorvete

derretendo, antes de começar a trabalhar.

Hawk sentiu como se estivesse andando em uma nuvem, quando entrou na cozinha depois

de ver seus convidados indo. Kit estava com seus cotovelos profundos na água com sabão,

lavando os pratos e, por algum motivo a imagem dela lhe tirou o fôlego. Ele sabia que era

chauvinista gozar da visão da coisa bonita fazendo tarefas domésticas, mas, para ele, vendo Kit

lavar pratos foi uma clara advertência do que poderia ser, se jogasse suas cartas corretamente.

“Joey deixou-me levá-lo até a porta.” Disse ele, encontrando um pano limpo na gaveta.

“E como você se sentiu?” Kit perguntou com um sorriso.

“Certo”, ele declarou simplesmente. Ele pegou um dos pratos de jantar e começou a secá-lo.

“Assim como isto parece certo.”

Kit riu.

“Eu sempre gostei de lavar pratos. Eu acho que é o calor da água e o cheiro do sabão.”

“Não, o que parece certo é estar de pé ao seu lado, fazendo juntos. Eu gosto. Um monte.”

Acrescentou. Ele colocou o prato sobre o balcão e pegou outro. “Você vai ficar aqui comigo esta

noite?”

“Será que Addie e Mel se importarão?”

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POUSO DO FALCÃO
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CAROL LYNNE

“Claro que não. Além disso, elas estão claramente acima, no apartamento do último andar

para que possa fazer tanto barulho quanto você quiser.” Ele bateu o quadril contra ela.

Kit lançou um punhado de espuma em Hawk.

“Pelo que me lembro, você é o único barulhento.”

Embora Hawk nunca tivesse considerado estabelecer-se com uma pessoa, ele poderia se ver

definitivamente construindo um futuro com Kit. Queria perguntar se ela pensava em voltar para

Malibu com ele quando fosse à hora, mas sinceramente não tinha certeza de como as pessoas

superficiais em sua vida iriam reagir, e ferir Kit estava fora de questão.

Hawk terminou de secar os pratos e iniciou os talheres enquanto Kit enxugava o balcão. Ele

observou-a trabalhar, se apaixonando ainda mais por ela conforme os segundos passavam. Não,

não havia como colocar em jogo uma atmosfera negativa. Talvez levasse tempo para fazer uma

ruptura completa com a execução das Empresas Hawkins. Desistir do controle não era fácil para

um homem como Hawk, mas perder Kit por causa de idiotas que ele tinha que se cercar, não era

uma opção.

Uma semana depois, Hawk acordou com um suave par de lábios ao redor de seu pênis.

“Mmmm.” ele gemeu, descendo até escovar o cabelo de Kit de seu rosto. “Bom dia, linda.”

Kit soltou o pênis em sua boca.

“Se eu tiver que dizer adeus esta manhã, pensei em dar-lhe algo para se pensar durante o

voo para casa.”

Hawk havia decidido voltar para casa e deixar sua moto e novo sedan em Cattle Valley. Ele

se abaixou e pegou Kit sob os braços antes de transportá-la para cima dele.

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“Você não precisa se preocupar com isso, com ou sem o boquete.” Ele correu as mãos para

cima e para baixo do corpo de Kit, a partir de sua bunda para as omoplatas. “Você deu mais um

pensamento sobre mudar para a casa?”

“Sim, mas a minha resposta não foi alterada. Eu não quero estar lá sem você, então eu

poderia muito bem ficar onde estou.”

Hawk colocou seus braços em volta de Kit e rolou-os. Olhando para aqueles olhos

castanhos grandes, precisou de tudo que tinha para não cancelar seu voo. Durante anos, zombou

das pessoas que se diziam apaixonados, mas dez dias com Kit e já não pensava que o amor era

uma conquista impossível, mesmo para ele.

Ele esfregou seu pau contra a ereção matutina de Kit.

“Eu não quero deixá-la.” ele sussurrou.

“Então, não faça.” Kit envolveu suas pernas em volta da cintura de Hawk.

Hawk não respondeu imediatamente. E se ele colocasse sua vida em espera mais um

pouco? Sua intuição lhe disse que só iria dificultar as coisas. Ele já havia tomado a decisão de

começar a limpar a sua vida em Malibu. A cidade que amou uma vez, a casa na praia, nada disso

o atraía desde que conheceu Kit.

“Você sempre pode vir comigo.” Ele ofereceu, pela primeira vez.

Kit parou de se mover.

“Você não quer dizer isso.”

Hawk considerou que sim, na verdade, queria dizer isso.

“Eu adoraria que você fosse para casa comigo. Eu só me preocupo que não vai ser fácil para

você. O tempo em Malibu é fantástico, mas as pessoas podem ser esnobes. Eu queria perguntar-

lhe na semana passada.”

“Então por que não?” Kit perguntou, correndo os dedos através da bunda de Hawk.

“Porque eu estou com medo que alguém vá dizer ou fazer algo para ferir seus sentimentos,

mas agora que estou diante de te deixar, eu não consigo fazê-lo.” Ele fechou a distância e enfiou a

língua na boca de Kit. Enquanto eles se beijaram, Hawk insinuou-se entre as pernas de Kit.

Arrancando da erótica língua, Hawk pegou um preservativo.

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“Eu estou apaixonada por você.” disse Kit, abrindo-se ao toque de Hawk. “Enquanto eu

tenho você no meu canto, posso lidar com as mentes pequenas e grandes bocas do mundo.”

Hawk posicionou a coroa de seu pênis no buraco de Kit e, lentamente, entrou nela.

“Eu sempre estarei do seu lado.” disse ele antes de deslizar até a base.

Kit esperou até que Hawk começou a se mover dentro e fora dela. O que ela acabou de

concordar? Não seria útil para Hawk em Malibu. Seu emprego na academia significava o mundo

para ela, assim como seus amigos de lá.

Embora o pensamento de se bronzear na praia com nada além de um biquíni recorreu a ela,

os olhares e risadinhas que reuniria aos transeuntes não. Foi mais do que isso, porém. Ela estava

começando a se sentir confortável em Cattle Valley, pela primeira vez.

Hawk puxou e reposicionou Kit ao seu lado. Ele foi por trás dela e empurrou um braço

debaixo dela, deixando a mão livre para colher seu peito.

“Eu também te amo.” ele sussurrou em seu ouvido, antes de entrar por trás dela.

Kit enganchou o antebraço sob o seu joelho e levantou a perna, abrindo-se mais para o

ritmo rápido e duro de Hawk. Ela fechou os olhos e deixou que as palavras de Hawk a

percorressem.

De repente já não era sobre o futuro imediato. Ela teve que considerar a possibilidade de

que os dois poderiam construir uma vida juntos.

Quando Hawk envolveu a mão ao redor de seu pênis, todos os pensamentos sobre o futuro

foram empurrados para o fundo, quando seu corpo respondeu ao toque de Hawk. Kit empurrou

seu quadril para trás e para frente entre as mãos e pênis de Hawk, tentando decidir qual a direção

que amava mais.

“Mais forte!” gritou ela.

Hawk enterrou-se até o punho em um impulso poderoso e apertou a coroa do seu pênis. A

dupla sensação correu através do corpo de Kit dentro de um instante, enviando-a para as estrelas.

Ela gozou em uma corrida, seu corpo tremendo com a força de seu orgasmo.

“Oh merda!” Hawk gritou quando gozou.

Kit soltou sua perna, e cobriu a mão de Hawk onde descansava em sua parte inferior do

estômago.
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Quando sua respiração começou a voltar ao normal, e o pau de Hawk deslizou de seu

corpo, Kit rolou de costas. Olhando para o belo rosto do homem que amava, ela não estava mais

perto de tomar uma decisão.

“Você pode realmente se ver vivendo em Cattle Valley eventualmente?”

Levou vários momentos Hawk para responder.

“O tempo inteiro?”

“Sim.”

Ele retirou o preservativo e amarrou em um nó, antes de jogá-lo na lata de lixo ao lado da

cama.

“Eu não vou mentir, o ritmo lento que me preocupa, mas vou fazer o que precisar por você

e Joey.”

Kit ficou surpresa com a resposta de Hawk. Ela nunca tinha tido alguém lhe dando tanto

como um assento no ônibus para ela, muito menos uma vida inteira. Hawk começou a distraí-la

mergulhando um dedo no pouco sêmen que secava em seu quadril e usnado-o para pintar seus

mamilos. Ela gemeu quando ele inclinou-se e lambeu o esperma de seu peito, lambendo-o como se

ele não se cansasse dela.

“O que acontece se eu for com você para Malibu e odiar?”

“Nós nos mudamos. É muito simples. Podemos viver em qualquer lugar do planeta. Você

escolhe um lugar, e eu vou seguir. Enquanto formos capazes de voltar a Cattle Valley uma semana

por mês, eu iria a qualquer lugar com você.” Hawk espremeu o peito de Kit. “Onde você gostaria

de viver?”

“Onde quer que você possa ser feliz.” disse ela com sinceridade. “Eu gosto daqui, mas

visitar uma vez por mês provavelmente seria suficiente, desde que eu tenha você comigo o resto

do mês, também.”

“Então o que exatamente você está me dizendo? Nós começamos nossa vida juntos em

Malibu e trabalhamos a nossa maneira ao redor do mundo de lá?”

Kit teve um súbito ataque de dúvida.

“Só se você tiver certeza. Você sabe que eu ficaria bem aqui, enquanto você volta para

Malibu, se é isso que você quer. Não precisa se preocupar comigo me arranjando com alguém,
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CAROL LYNNE

enquanto você estiver fora, nem nada. Eu posso ter uma semana por mês, enquanto você não está

pronto.”

Hawk pressionou seus lábios contra de Kit, efetivamente fechando-os. Ele varreu o interior

de sua boca antes de recuar.

“Eu te amo... Isso não vai mudar se você decidir ficar aqui, mas eu realmente gostaria de tê-

la em casa todos os dias.”

“Eu acho que estamos indo para Malibu, então.”

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Capítulo Sete

O riso que Hawk encontrou quando entrou pela porta da frente foi um longo caminho para

diminuir a sua pressão arterial. Tinha sido um inferno de dia, que passou em uma sala de reuniões

tentando definir o futuro das Empresas Hawkins.

Hawk colocou sua pasta abaixo, e tentou determinar de onde o riso vinha.

“Kit.” Ele chamou.

“Aqui em cima.” Kit retornou.

Tirando a gravata enquanto subia a escadaria Hawk finalmente reconheceu a outra voz em

casa. O que Brac Riesling estava fazendo aqui? Ele sabia que seu vizinho tinha se tornado um

amigo próximo de Kit, mas o que não explicava por que o riso vinha do quarto.

Hawk entrou no quarto e olhou em volta.

“Você está aqui?”

“Aqui atrás.” Kit disse do quarto de vestir. “Eu estou dando a Brac uma reforma.”

Depois de jogar o paletó e a gravata em cima da cama, Hawk entrou no espaçoso quarto de

vestir.

Sentado na cadeira em frente de Kit, um dos mais badalados astros de novela de

Hollywood. O fato de ter uma celebridade na casa não intimidou Hawk, mas o vestido colante, a

maquiagem e peruca preta longa fizeram.

“Você tem algo a me dizer, Brac?”

“Só que eu tenho um respeito novo inteiro por Kit, e o que faz todos os dias para parecer

tão linda.” Brac respondeu sem mover os lábios, enquanto Kit lhe aplicava um batom vermelho

escuro.

“Pronto.” Kit se aproximou para cumprimentar Hawk com um beijo. “Amanhã Brac tem

uma audição para um papel em um filme. O diretor não acredita que Brac é bom o suficiente para

bancar uma drag queen. Nós vamos provar que ele está errado.”

Brac olhou para Hawk, pela primeira vez.

“O que você acha?”

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“Eu acho que é uma coisa boa que Pirates Cove ainda esteja bem na audiência.” Respondeu

com sinceridade. “Não é que você não seja bonito o suficiente, porque, caramba, cara, você é lindo,

mas seu corpo não é construído como o de uma mulher.”

Brac estava com os tornozelos instáveis e estudou seu reflexo no espelho de chão ao teto. O

vestido que tinha comprado, obviamente para a ocasião, esticava em seu peito largo. Mesmo com

os seios postiços que tinha enfiado em seu sutiã, não havia engano do corpo, duro e masculino

embaixo.

“Desculpe, amigo.” disse Hawk. “Haverá outros papéis.”

“Não o contrário de Gregory Moore.” Brac sugou seu estômago e se virou para o lado. “Eu

pareço gordo.”

“Você não está gordo.” Kit repreendeu o amigo.

“Eu sei disso, mas eu pareço, não é?” Brac perguntou a Hawk.

“Como eu te disse, você tem um corpo de homem. Um corpo que homens e mulheres ao

redor do mundo babam, eu poderia acrescentar.”

Brac chutou os saltos altos antes de retirar a peruca para revelar a sua massa marrom

reluzente no comprimento do ombro, encaracolado. Embora Brac reivindicasse o cabelo mais

longo sendo necessário para seu personagem em Pirates Cove, Hawk sabia que o homem moldava

o caráter, e não o contrário.

“Eu só desperdicei trezentos dólares.” Brac disse, retirando Hawk fora de seus

pensamentos.

Kit ofegou.

“Da próxima vez, deixe-me levá-lo de compras, querido. Eu poderia ter encontrado a

mesma roupa por menos de cem.”

Hawk não pôde deixar de sorrir. Kit tinha estado na Califórnia há mais de dois meses e

ainda se recusava a ir às lojas na Rodeo Drive. Inferno, pelo menos, ela já não estava se sentindo

mal sobre si mesma para permitir que Hawk a sustentasse. Ele tinha sido forçado a usar a

desculpa de Joey, algo que detestava fazer. Kit tinha finalmente concordado que ter a liberdade de

passar uma semana a cada mês de Cattle Valley valia à pena.

“Por que você não sai do vestido e deixa-me levá-los para jantar.” Hawk ofereceu.
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CAROL LYNNE

Kit riu e começou a remover o vestido de verão amarelo macio.

Hawk segurou-a nos braços e a girou ao redor.

“Nenhum show livre para Brac.”

“Eu tenho dinheiro.” Brac brincou.

“Cale-se!” Hawk engatou Kit até mais, até que podia envolver as pernas em sua cintura.

“Aonde você quer ir?”

“Em lugar nenhum.” Kit disse se contorcendo nos braços de Hawk. “Tenho bifes na

geladeira. Por que não ficamos em casa e jantamos no pátio?” Ela deixou o vestiário sem dizer

uma palavra, deixando Hawk e Brac sozinhos.

“O que foi aquilo?” Brac perguntou, referindo-se a mudança abrupta no humor de Kit.

“Ela não quer você sendo fotografado com ela novamente.” Hawk balançou a cabeça.

“Fodidos Paparazzi.” No começo de sua amizade, Kit e Brac tinham cometido o erro de sair

para tomar um café juntos. Na semana seguinte, apareceu uma foto em um dos trapos de fofoca

sobre o novo companheiro de Brac Riesling ser transexual. Kit tinha estado devastada, e Brac tinha

recebido uma bronca de seu agente sobre a imagem.

“Eu disse a vocês dois, que não dou a mínima para isso. Não é como se eu estivesse no

armário ou algo assim.” Brac virou-se e fez um gesto para o zíper do vestido. “Você se importa?”

“Você é o único amigo verdadeiro que ela fez aqui, e ela não quer fazer nada para te

envergonhar.” Hawk disse a Brac.

Brac deixou cair o vestido no chão.

“O sutiã, também, tudo bem?”

Hawk soltou o sutiã, e observou a borracha dos seios falsos caírem no chão. Ele teve alguns

momentos de ciúme quando viu Kit e Brac, mas logo verificou que Brac era atraído por machos

alfa e musculosos como ele.

“Eu devo falar com ela.” Brac disse. Ele deslizou em um par de bermudas cargo, que

parecia ter dez anos, e puxou uma camiseta preta e desbotada sobre sua cabeça.

Uma coisa que Hawk poderia dizer sobre Brac, era que ele era despretensioso. O homem

era uma dos mais populares das séries de TV, e ainda tinha um Prius de três anos de idade. Hawk

esticou os braços sobre a cabeça.


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“Vou tomar uma ducha, enquanto vocês dois conversam.”

Brac bateu no ombro de Hawk.

“Obrigado, cara.”

Uma vez que os bifes foram marinados, Kit puxou alguns legumes que tinha comprado no

Mercado dos Fazendeiros de Santa Monica. Ela levou a travessa para a mesa e começou a

descascar a pele dura da batata-doce, em primeiro lugar.

“Precisa de ajuda?” Brac perguntou, entrando na cozinha grande e aberta.

Kit gesticulou para a abóbora pequena.

“Você pode pegar uma faca e descascar para mim.”

Brac puxou uma faca do bloco de madeira sobre o balcão e juntou-se a Kit na mesa.

“Você sabe que eu não dou a mínima para o que as pessoas dizem sobre mim, certo?”

Kit sabia para onde a conversa estava indo.

“Eu não quero falar sobre isso.”

“Mas precisamos falar sobre isso. Se você acha que eu vou esconder a minha amizade com

você por trás de portas fechadas, apenas porque há idiotas por aí tirando fotos de cada movimento

que eu faça, você está errada.”

Diferente de Hawk, Brac era o melhor amigo que ela já teve. Nem uma única vez desde o

seu primeiro encontro, Kit se sentiu autoconsciente sobre ser ela mesma. Brac aceitou-a

imediatamente, e jamais seria capaz de lhe agradecer o suficiente para isso.

“Eu me preocupo muito sobre você se sentar e assistir os abutres escolherem lhe distanciar,

como fizeram antes.”

Brac retirou a faca de Kit antes de segurar a mão dela contra a bochecha.

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“Você é a única pessoa na Califórnia, que me trata como Simon Hostetler e não como Brac

Riesling. Eu preciso disso. Eu preciso de você na porra da minha vida.”

Kit revirou os olhos e puxou a mão.

“Você diz isso como se você não gostasse de ser tratado como Brac Riesling.”

O canto da boca de Brac levantou em um sorriso diabólico.

“Eu não vou negar que isso tem suas vantagens, mas eu quase malditamente me perdi

antes de uma volta na cidade.”

Kit voltou sua atenção para os legumes. Ela levantou de sua cadeira e pegou a tábua de

corte, antes de se voltar para Brac. A verdade era que ela odiava Malibu. Inferno, ela odiava toda a

área. Os únicos lugares brilhantes eram apenas o homem que amava, e o que ela se tornou amiga.

“Querido, você pode falar até que esteja azul, mas não vai mudar minha mente. Eu estou

perfeitamente feliz em ser sua amiga a portas fechadas.”

Hawk entrou na cozinha, fresco do chuveiro e parou na porta.

“É seguro entrar?”

“Sim, talvez você possa falar em algum sentido com ela.” disse Brac.

“Não é possível. Meu encanto só me leva tão longe.” Hawk se aproximou e inclinou-se para

dar um beijo no topo da cabeça de Kit. “Além disso, ela é tão teimosa quanto é bonita.”

Kit inclinou a cabeça para trás.

“Se você vai me insultar, deve pelo menos me dar um bom beijo primeiro.”

Hawk selou os lábios sobre os de Kit, e agradou com a sua própria língua. Quebrando o

beijo, ele sorriu para ela.

“Eu não estava insultando você, simplesmente declarando um fato.”

Antes que a conversa pudesse ir mais longe, o telefone de Brac tocou. Retirou-o do bolso.

“É Hal. Você se importa se eu atender isto em outro lugar?”

Kit lhe acenou longe.

“Suma.”

Depois que Brac estava fora da cozinha, Kit ficou de pé e abraçou Hawk.

“Como foi seu dia?”

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“Longo.” Resmungou. Ele sentou na cadeira desocupada e puxou-a em seu colo. “Eu lhe

disse que estou deixando o cargo para o final de junho.”

“Isso é apenas daqui a três semanas. Tem certeza de que está pronto para isso?” Kit

perguntou, correndo os dedos pelo cabelo úmido de Hawk.

“Não é mais divertido.”

“O trabalho não é deve ser divertido. É por isso que eles chamam de trabalho e não de

brincar.” Ele lembrou.

Hawk deslizou a mão sob a barra do vestido de Kit.

“Eu prefiro ficar aqui com você.”

Kit abriu as pernas, quando Hawk tocou a pele de sua coxa interna.

“Fique de olho na porta.” alertou, separando suas pernas.

Hawk esfregou os dedos contra a frente da sua roupa interior.

“Brac não se importa com o que as pessoas dizem sobre ele, você sabe?”

“Talvez não, mas eu sim.” Apesar de ter amado as coisas que Brac havia dito à imprensa a

seu respeito, ela odiava que ele tivesse sido colocado na posição de defender sua amizade em

primeiro lugar. “Ele significa muito para mim.”

“Eu sei.” Hawk colocou a mão na nuca de Kit e puxou-a para um beijo.

“Eu ficaria com ciúmes se não gostasse muito do filho da puta.”

“Você nunca terá que se preocupar com Brac. Eu nunca teria uma queda para alguém com

cílios mais longos do que eu.”

“É bom saber.” Hawk disse, dando ao pau de Kit um aperto suave através de sua roupa

interior.

Brac voltou para a cozinha, e Kit poderia dizer imediatamente que algo estava errado.

“Tudo bem?”

Brac olhou para o telefone ainda na mão e balançou a cabeça.

”Um dos extras de Pirates Cove arquivou uma queixa de assédio sexual com o estúdio. Ele

afirma que eu disse, que se ele não saísse comigo eu o demitiria.”

“Isso é besteira.” Kit disse. Ela empurrou a mão de Hawk se afastando, antes de ficar de pé.

“O estúdio não acredita nesse cara, não é?”


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Brac colocou o telefone de volta no bolso, antes de Kit lhe envolver em um abraço.

”Porra, eu te amo. Você nem piscou antes de me defender.”

“Olhe para você. Qualquer um com olhos deveria saber que você não teria que chantagear

alguém para sair com você.” Kit beijou o queixo de Brac. “Não que você vá sair.”

Liberando Kit, Brac caminhou até a geladeira e pegou uma cerveja.

“O estúdio está levando a alegação a sério. Segundo Hal, eles vão filmar em torno de mim

por alguns dias enquanto investigam a denúncia.”

“Eles podem fazer isso?” Hawk perguntou.

“Algumas cláusulas no meu contrato estúpido diz que eles podem.” Brac tomou um gole de

sua cerveja.

“Fodidos.”

Kit mordeu o lábio. Embora Brac estivesse colocando uma fachada de coragem, Kit sabia o

que significava para ele agir. Ela se sentou no colo de Hawk, mais uma vez em busca de conforto

que só ele poderia dar.

“A imprensa já descobriu isso?”

“Eu não sei. Hal disse que esteve no telefone com Ike toda a tarde.” Brac jogou a garrafa

vazia na lixeira antes de puxar outra. “Você se importa?”

“Não, mas tem certeza de que ficar bêbado é a resposta?” Hawk perguntou.

“Eu não estou procurando por respostas.” Brac se juntou a eles na mesa. “Você sai sexta-

feira para Cattle Valley, não é?”

“Sim...” Kit odiava ir e deixar Brac sozinho. “Talvez você devesse vir conosco. Pode ser o

momento perfeito para sair da cidade por alguns dias.”

“Talvez.” Brac tomou vários goles de sua cerveja. “Primeiro eu preciso descobrir quem é

esse imbecil que arquivou a denúncia.”

“Quer dizer que você não o conhece?” Hawk perguntou.

“O nome não é familiar, mas há um monte de extras no jogo. Pedi para Hal uma foto do

cara. Eu quero ver o rosto do homem tentando arruinar minha carreira.”

“Certamente o estúdio recebe queixas como esta o tempo todo. Por que você acha que isso

poderia arruinar sua carreira?” Hawk perguntou.


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“Porque o cara diz ser hétero. Hal pensa que ele entrou com assédio como primeiro passo

para um processo. É bastante difícil para um ator assumidamente gay conseguir trabalho na

cidade, mas se o público acredita que eu estou chantageando os homens heterossexuais para

dormir comigo... “

“Ai.” Kit esticou e enfiou seus dedos nos de Brac, oferecendo seu apoio.

Ela gostaria que houvesse mais que pudesse fazer.

Brac deu a mão de Kit um leve aperto antes de liberá-la.

“Se importa se eu adiar o jantar?”

“De maneira alguma.” Ela olhou para a comida crua. “Mas você tem certeza que quer ficar

sozinho?”

“Quem disse sobre ficar sozinho?” Brac piscou. “Se eu vou ser perseguido pela imprensa,

assim como eu poderia provar a eles que não preciso recorrer à chantagem para conseguir um

pedaço de traseiro.”

Foi uma declaração muito reveladora. Kit havia conversado com Brac longamente sobre sua

vida sexual, e ela sabia que ele não acreditava em encontros fortuitos. O fato de que Brac estava

planejando sair com a intenção de foder um estranho a assustou. Kit olhou para Hawk.

“Por que não entramos num avião hoje à noite? Nos três poderíamos estar em Cattle Valley

à meia-noite.”

“Fugir não é a resposta.” Brac disse, terminando sua cerveja.

“Nem foder um estranho.” Kit lembrou.

Brac se inclinou e beijou a testa de Kit.

“Eu vou para o Wyoming, com você, mas deixe-me cuidar de algumas coisas aqui em

primeiro lugar.”

“O deixe ir.” Hawk sussurrou em seu ouvido.

Kit suspirou, sabendo que estava em desvantagem.

“Saímos sábado de manhã.”

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Kit estava deixando o Spa após um longo dia de mimos quando um homem a parou.

“Você é aquele cara que eu vi no Entertainment World esta manhã.”

“Como?” Kit pendurou a bolsa no ombro, seu bom humor evaporando.

“Você é um dos homens de Brac Riesling, não é?”

Kit tragou. Ela não ligou a televisão antes de sair da casa, então não tinha ideia do que o

homem estava falando.

“Desculpe-me.” disse ela, empurrando o homem.

No momento em que ela estava no carro, Kit chamou Hawk.

“Ei, querida, eu estive tentando falar com você.” Hawk respondeu.

“O que está acontecendo?” Kit perguntou.

“A história quebrou, só que não apenas pelas alegações de assédio, a imprensa está tendo

um dia de campo.” Kit ouviu vozes ao fundo. “Espere um pouco.” Disse Hawk.

Kit olhou ao redor enquanto esperava por Hawk voltar á linha. Ela notou vários fotógrafos

tirando foto dela, e imediatamente se afastou do meio-fio depois de colocar seu telefone no viva-

voz. Que diabos estava acontecendo?

Você ainda está aí?” Hawk perguntou.

“Por que há pessoas tentando tirar uma foto minha?” Kit perguntou, navegando no tráfego.

“Eu preciso que você encontre comigo e Brac na pista executiva.”

Quando suas mãos começaram a tremer, Kit puxou para o lado da estrada.

“Hawk, o que aconteceu?”

“Evidentemente houve um fotógrafo fora de casa ontem. Eles têm fotos de tudo, Brac em

arrastão, eu de pé ao lado dele enquanto estava trocando sua roupa, nós três na cozinha. É uma

bagunça do caralho, e a única coisa que posso fazer é pegar os dois e sair do inferno fora da

cidade.”

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Apesar de suas atividades na noite anterior serem completamente inocentes, Kit só podia

imaginar as histórias que os tabloides estavam conjurando.

“Como está Brac?”

“Acredite ou não, ele está se segurando muito bem. Nós dois estamos preocupados com

você, no entanto. Ele tem medo que você vai tentar culpar a si mesma novamente.”

Kit respirou fundo várias vezes antes de colocar o carro de volta na estrada. Ela passou por

coisas piores, mas isso era diferente. Qual foi o ponto de viver a vida que queria viver, se

arruinava o futuro das pessoas que amava?

“Estamos chegando ao aeroporto agora. Vamos sair logo que você chegue aqui.” Hawk

informou.

“Diga a Brac que sinto muito.”

“Eu não vou fazer isso e nem você. Você não fez nada errado.”

Kit virou a esquina. Ela quis argumentar, mas sabia que não ia chegar a qualquer lugar

quando Hawk estava no modo de proteção.

“Eu estarei lá em cerca de vinte minutos.” Ela desligou o telefone e discou a alguém que

pensou que poderia ajudar a Brac.

“The Gym.” Rio atendeu o telefone.

“Como está o negócio?”

“Caramba! Como você está, coisa doce?” Rio perguntou.

“Nada bom. Eu tenho um problema, e eu estou esperando que você possa ajudar.” começou

ela.

“Eu faria qualquer coisa por você, você sabe disso.”

Kit não tinha, mas era bom ouvir.

“É possível alguém se esconder da imprensa em Cattle Valley?”

“Certamente. Após a arquibancada desmoronar, a cidade se fechou bem rápido. Ora, o que

está acontecendo?”

Kit relatou a Rio o que tinha acontecido. Até o momento em que chegou ao estacionamento

do aeroporto, Rio não só concordou em ajudá-la, mas prometeu falar com Ryan sobre a obtenção

do departamento do xerife envolvido, se necessário.


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“Obrigado.” disse ela. “Eu devo a você.”

Rio riu.

“Nós somos amigos. Você não deve a amigos.”

“Lembrarei disso.” Kit desligou o telefone e jogou-a em sua bolsa. Ela embarcou no avião

sabendo que provavelmente nunca pisaria na Califórnia novamente.

Hawk foi o primeiro a sair do avião. Fiel à sua palavra, Rio estava parado na pista como o

Citation X estacionado na pista privada de Asa Montgomery. Rio estava acompanhado por Ryan e

um homem que Hawk não conhecia. Embora Ryan se tivesse se tornado mais amigável com Hawk

nos últimos meses, Hawk não tinha nenhuma ilusão de que ele estava lá por ele.

Kit entrou com Hawk na parte inferior da escada e sorriu para ele.

“A cavalaria está aqui.”

Hawk resmungou. Ele odiava que não tinha sido capaz de protegê-los contra os paparazzi

dolorosos e mal-intencionados. Com uma mão na parte inferior das costas de Kit, ele a conduziu

fora do caminho para que Brac pudesse sair do avião.

Rio foi o primeiro a alcançá-los. Ele estendeu a mão para um aperto sólido de Hawk, antes

de acolher Kit em um abraço.

“Fico feliz que vocês chegaram com segurança.”

Kit bateu no ombro do Rio.

“Nós fazemos a mesma viagem todos os meses, idiota.”

Rio sacudiu a cabeça e colocou Kit de volta em seus pés.

“Mas é a primeira vez que eu recebi um telefonema perturbador de você.”

“Ele tem sido um urso ao redor, desde que Kit chamou.” Ryan disse um passo à frente para

apertar a mão de Hawk.

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Brac se juntou a eles e apertou a mão de Ryan e Rio.

“Eu aprecio as boas-vindas. Espero que vocês não estejam desperdiçando seu tempo e

ninguém vai pensar em procurar por mim aqui, mas é bom saber que alguém estará prestando

atenção.”

Ryan deu um passo atrás e acenou para um homem de aparência rabugenta, o

apresentando.

“Este é o oficial Al Jessup. Se você tiver qualquer problema quando estiver aqui, dê uma

chamada a ele.” Ryan passou a Brac um pedaço de papel.

“Prazer em conhecê-lo.” Brac cumprimentou com a mão estendida.

Levou vários momentos, mas Al Jessup finalmente devolveu o gesto. Os dois homens se

olharam mutuamente, antes de finalmente acabar com o aperto de mão.

“Agora que todos foram apresentados, vamos os três para casa. Eu imagino que foi um

longo dia.” Disse Ryan, liderando o caminho para o pequeno estacionamento anexo à pista.

Hawk acompanhou Kit e Brac no banco de trás do SUV de Ryan. Foi um ajuste apertado,

mas não fazia sentido dois veículos para ir ao mesmo local. Hawk acenou para o policial quando

ele saiu do estacionamento, antes de Ryan.

“Ele está muito tranquilo.” Hawk comentou.

“Jessup é um homem bom para ter ao seu lado, mas ele não é muito de conversa.” Ryan

disse.

“Você acha que Brac vai ter algum problema na cidade?” Kit perguntou. “Hawk e eu vamos

ir para o Ranch Back Breaker de manhã para ver Joey. Decidimos que seria melhor para tentar

protegê-lo em caso dos repórteres aparecerem. Eu me sentiria melhor se Brac não tivesse que

barricar-se em casa enquanto estamos fora.”

“Você está falando das pessoas da cidade ou repórteres?” Rio perguntou. “Podemos estar

no meio do nada, mas Pirates Cove é tão popular aqui como em qualquer lugar.”

“Não se preocupe com isso. Acho que Kit está preocupada. Vou pegar a multidão se eu

tentar andar na rua. Acredite, eu poderia usar alguma interação positiva agora.”

“Então você deve começar no quartel. Esses caras são obcecados por Pirates Cove.” Ryan

disse com uma risada.


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Hawk passou um braço em torno de Kit e puxou-a para mais perto de seu lado. Ele tinha

falado com Brac longamente sobre os relatórios e a televisão, e Brac parecia mais chateado com as

câmeras invadindo a privacidade de Kit do que com a sua própria. Hawk não culpou Brac por se

preocupar. Kit era conhecida por internalizar as reações das pessoas em relação a ela, e Hawk não

tinha dúvida de que a mulher que amava estava culpando-se pela atual rodada de problemas de

Brac.

Não importa o que precisasse, Hawk nunca mais voltaria a colocar Kit em uma posição

como a que eles tinham acabado de escapar.

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Capítulo Oito

Kit acordou nos braços de Hawk. Ela se aconchegou ainda mais perto do homem de sangue

quente dos seus sonhos e olhou para a parede. Hawk ainda não tinha mencionado que a imprensa

poderia fazer mal ao seu negócio. Ela queria tomá-lo na noite anterior, mas Hawk insistiu que

dormisse um pouco.

Ela virou a cabeça e enterrou o rosto no peito dele. Respirando o perfume que era exclusivo

de Hawk, Kit começou a se preocupar. Desde que saiu da casa após a formatura, ela nunca tinha

considerado uma vez, de voltar ao seu antigo modo de vida. Mas por que o amava, sofria para que

pudesse se sentir confortável em sua própria pele? Talvez o amor de Hawk fosse suficiente para

fazê-la feliz?

“Pare de pensar tanto.” Hawk murmurou, sua voz pesada de sono.

Kit levantou a cabeça e descansou o queixo sobre o peito de Hawk.

“Como você sabe?”

“Você respira de forma diferente quando está estressada com alguma coisa.” Disse sorrindo

para ela. “Isso não foi culpa sua.”

“Então você continua dizendo, mas é a minha imagem estampada em capas nas bancas

quando Brac foi pego em toda a barbaridade. Estou surpresa que você ainda queira ser visto

comigo.”

Hawk sentou-se tão rápido que quase conseguiu derrubar Kit. Ela começou a falar, mas bati

sua boca fechou na expressão no rosto de Hawk.

“Você nunca diga algo assim de novo para mim.” Alertou, apontando o dedo para ela. “Eu

tenho ralado meu traseiro, para provar a você o quanto eu te amo por quem você é.”

Hawk jogou fora o cobertor e saltou da cama, seu rosto tão vermelho que Kit se preocupou

que ele teria um ataque cardíaco.

Hawk começou a andar ao redor do quarto, correndo os dedos pelos cabelos.

“Eu não entendo como você pode sempre questionar o meu desejo de estar com você. Eu

não dou a mínima merda, para o que alguém fora deste quarto pensa do nosso relacionamento.” A

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raiva de Hawk pareceu esvaziar toda de uma vez. Ele olhou para Kit com lágrimas nos olhos. “Eu

te amo, e preciso que isso seja o suficiente para você.”

“É.” Kit disse, ficando de joelhos. “É que... A última pessoa que teve que sofrer por causa de

mim, foi minha mãe. E quando saí de casa, eu prometi a mim mesma que ninguém jamais passaria

pelo que ela passou, por causa do jeito que eu sou.”

“Quem diabos está sofrendo?” Hawk perguntou, segurando os braços e gesticulando em

torno dele. “Porque você ser quem você é, me faz mais feliz do que eu já estive em minha vida.”

Kit afundou-se para se sentar sobre os calcanhares.

“Realmente?”

Hawk suspirou e caminhou até sentar na cama ao lado dela. Ele amorosamente escovou o

cabelo de seu rosto, antes de acariciar sua bochecha.

“Você é tudo que eu nunca soube que precisava. E minha vida é tão mais completa com

você nela.”

“Eu sei que Brac não me culpa, mas você acha que ele vai mudar de ideia se perder o

emprego?” ela perguntou.

“Não. Ele me disse que você era a única amiga verdadeira que encontrou desde que se

mudou para a Califórnia.” Hawk sorriu. “Meio que me encheu o saco, que ele não me incluiu

nessa declaração, mas eu sei que há algo especial entre vocês dois.” Hawk se estendeu sobre a

cama e puxou Kit ao lado dele. “Enquanto a amizade permanecer platônica, eu posso lidar com

outro homem te amando.”

Kit estendeu a mão e acariciou as bolas de Hawk. Ela adorava a maneira como Hawk

automaticamente abria suas pernas para seu toque. Os dois eram uma combinação perfeita dentro

e fora da cama.

“Você ficaria chateado se eu decidisse ficar aqui por um tempo, depois que você tiver que ir

para a Califórnia?”

Hawk começou a traçar figuras invisíveis nos seios de Kit, viajando de um para o outro.

“Eu estou voltando para colocar a casa à venda. Estive pensando muito nisso ultimamente,

de qualquer maneira.”

Kit rolou em cima de Hawk e se sentou.


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“Nós conversamos antes sobre o seu amor pela cidade. Acho que nós dois sabemos que

você não seria feliz aqui em tempo integral.”

“Você está certa, mas enquanto temos a liberdade de viajar quando quisermos, eu vou ficar

bem. O importante para mim é mantê-la segura e feliz, e eu acho que há alguma coisa sobre esta

cidade que lhe dá a sensação de pertencer, que você não sente em Malibu.”

As mãos de Hawk continuaram a percorrer e beliscar os seios de Kit enquanto falava. Ela

duvidou que ele até mesmo percebesse que estava fazendo isso. Kit deslizou a bunda para trás e

para frente sobre o pênis de Hawk. Uma rápida olhada para o relógio disse a ela que seu tempo

estava se esgotando.

“Estamos indo a Back Breaker em duas horas.”

Hawk pressionou seus quadris.

“É uma sugestão?”

Kit alcançou a mesa de cabeceira, e cavou um tubo de lubrificante fora da gaveta. Eles

haviam dispensado o uso de preservativos, após uma visita ao médico de Hawk, em Malibu. Ela

segurou o lubrificante para cima e sorriu.

“Vou implorar por isto se precisar.”

Hawk puxou contra seu peito e rolou-os.

“Acredite em mim, querida, você nunca vai ter que implorar-me para te foder.” Ele pegou o

lubrificante de Kit e revestiu seu pênis, antes de mergulhar seus dedos dentro de seu buraco.

Olhando fixamente nos lindos olhos verdes de Hawk, Kit começou a golpear o pênis dela.

Recolhendo uma gota de pré-sêmen em seu polegar, ela levantou a mão para a boca de

Hawk. Hawk capturou o dedo e chupou-o na boca conforme substituía os dedos com a cabeça de

seu pênis.

Kit tirou o polegar e pintou o mamilo com a saliva de Hawk, enquanto continuou a apertar

e bombear seu pênis.

“Droga.” resmungou Hawk, enterrando-se até a raiz. Ele levantou as pernas de Kit e

drapejou sobre seus ombros antes de se mover para um beijo.

Kit ansiosamente chupou a língua de Hawk dentro da boca dela, necessitando cada gota de

amor e paixão que o homem tinha para oferecer. Não havia dúvida em sua mente que as próximas
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semanas seriam difíceis de passar, mas pelo menos finalmente acreditava que estava com o

homem que sempre tinha estado destinada a encontrar.

Hawk rompeu o beijo e mordiscou o lábio inferior.

“Amo você.” Ele sussurrou contra sua boca.

Os olhos de Kit recuaram quando ele pontuou o sentimento, com vários arrepios

percorrendo seu corpo. Gritando o nome de Hawk, Kit cercou a base de seu pênis e aplicou

pressão. Se gozasse, sem dúvida, partiria de Hawk, e ela queria mais.

“Foda-me duro.” ela resmungou.

Hawk puxou e bateu seu quadril com a palma da sua mão.

“Role para cima.”

Com o traseiro no ar, Kit descansou o rosto no travesseiro e olhou de volta para Hawk,

enquanto ele a golpeava novamente. Ela adorava que Hawk pudesse ser tão gentil com ela num

momento, e ainda sentir que não precisava segurar de volta na cama.

“Oh, Simmmm.” gritou ela, levantando-se para descansar em seu antebraço.

Hawk respondeu com vários grunhidos altos, enquanto continuava a empalá-la. A posição

deles fez suas bolas baterem contra o saco de Kit a cada impulso, dando-lhes uma camada

adicional de prazer.

Liberando os quadris de Kit, Hawk mudou-se para apalpar e apertar os seios balançando,

ele continuou a agressão no traseiro dela. O quarto se encheu com os sons do tapa de carne com

carne, combinado com os gritos de prazer de ambos.

“Preciso gozar.” Alertou.

“Espere.” Hawk impulsionou mais duas vezes, antes de gritar seu nome até o teto com a

força de seu orgasmo.

Kit continuou a apertar a base de seu pênis, esperando que durasse o tempo suficiente para

o que ela sabia que Hawk tinha em mente. O segundo tirou dela, ela rolou em suas costas. Apesar

de sua respiração ofegante, Hawk a engoliu momentos antes do pênis de Kit estourar. Hawk

engoliu várias vertentes de sêmen, antes de desmaiar com o seu rosto em repouso na parte inferior

do estômago.

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Enquanto ambos se esforçavam para recuperar o fôlego, Kit brincou com os fios de cabelo

escuro de Hawk, enquanto ele continuou a tocar a ponta da língua no seu pau sensível.

“Boa chamada para acordar.” Brac disse do corredor.

Kit começou a rir. Ela e Hawk nunca tinham sido amantes calmos, mas eles nunca tiveram

que se preocupar em serem ouvidos por um hóspede.

“Ops!”

Hawk grunhiu em resposta.

Pelo menos ela sabia que os sons de sua vida amorosa, não tinham incomodado Brac. Ele

entrou nela várias vezes sem pestanejar. Hawk também era bastante confortável em torno de Brac,

ao beijar e apalpar Kit de vez em quando com seu amigo na mesma sala.

“Talvez Brac seja capaz de encontrar um cara legal aqui na cidade.” disse ela.

“Não seja casamenteira.” Hawk alertou. “Ele tem problemas suficientes neste momento

sem você tentando fazê-lo ter sexo.”

“Brac não terá um problema em conseguir sexo. Eu estava falando de algo mais do que

sexo.”

Os olhos de Kit se fecharam quando Hawk se levantou e entrou no banheiro. Talvez se ela

encontrasse alguém bom para Brac, ele encontraria uma maneira de ficar em Cattle Valley depois

que a história de merda com a imprensa tivesse morrido.

Da varanda, Hawk assistiu Kit empurrar Joey em seu balanço.

“Ela teve um par de dias brutais. É bom vê-la sorrir novamente.” Comentou a ninguém em

particular.

“Ela é boa com ele.” disse Bo.

Hawk olhou para Bo, surpreso com a interação.

“Sim, ela é.” ele concordou.

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Bo pigarreou.

“Vocês dois estão a longo prazo?”

“Sim.” Hawk estreitou os olhos, tentando descobrir onde a conversa estava levando.

“Isto é bom. Joey tem três pais e uma cidade cheia de tios, mas ele não tem realmente uma

mulher constante em sua vida.”

Antes que Hawk tivesse a chance de dizer qualquer coisa, Bo levantou a mão para detê-lo.

“Eu não me importo se ela nasceu mulher ou não. Em meus olhos ela é o que é, e Rance e

eu achamos que Joey vai ter tudo melhor em conhecê-la.”

Hawk desviou o olhar de volta para Kit, que estava atualmente no chão fazendo cócegas

em Joey.

Havia algo sobre a cena que causou um nó em sua garganta.

“Nós estamos planejando fazer de Cattle Valley nossa base a partir de agora. Fiquei me

perguntando se poderíamos elaborar um cronograma de visitação distinta.”

“O que você tem em mente?” Rance perguntou da cadeira ao lado de Bo.

“Talvez uma noite durante a semana e todo o fim de semana em outra?” Hawk perguntou.

Bo e Rance trocaram olhares antes de ambos balançarem a cabeça. “Imaginamos que seria o

caso, se você decidisse se mudar aqui em tempo integral. A menos que algo de especial aconteça,

não temos um problema com isto. Podemos até fazer a hora para você vê-lo nos feriados, se estiver

na cidade.”

Hawk ficou além de feliz com o arranjo.

“Eu não sei o que te fez mudar de ideia sobre mim, mas agradeço por me dar uma chance.”

“Simples, realmente. Você não é nada como nós pensávamos que seria. Acho que tínhamos

uma imagem de um playboy rico que não dá a mínima para ninguém, mas a si mesmo chegando à

cidade para tentar roubar o nosso menino de nós, mas você não é este cara mesmo.”

Hawk sorriu.

“Embora eu nunca tivesse qualquer intenção de roubar o Joey de você, o resto foi muito

malditamente preciso quando vim para a cidade. Kit mudou tudo isso. Ela me mudou.”

Bo concordou em compreender quando alcançou a mão de Rance.

Kit levou Joey aos degraus para se sentar ao lado de Hawk na varanda.
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“Acho que nossa pequena abobora está cansada.” Disse ela com um beijo suave no topo da

cabeça de Joey.

Joey se arrastou para fora do colo de Kit, para subir no de Hawk. Sentando-se ao lado, a

criança repousou a cabeça contra Hawk e bateu a cabeça várias vezes contra o peito musculoso do

homem.

“Kit é mais suave.”

Hawk deu uma risada e olhou para os seios de Kit, bem enquadrados no decote V da

camiseta que usava.

“Você está certo.” Ele olhou para Bo e o pegou olhando para os seios de Kit. “Até seu pai

parece entender isso.”

Rance resmungou baixinho e Hawk riu.

“Pare de tentar me colocar em problemas.” Bo disse.

Com Joey sentado em seu colo, Hawk não pôde dizer o que realmente queria.

“Você pode olhar para os travesseiros de Kit tudo que quiser, desde que você não tente e os

afofe.”

A declaração rendeu-lhe uma cotovelada de Kit nas costelas.

“Oláááá, eu estou sentada bem aqui.”

Com um gemido, Bo ficou de pé.

“Eu estou fora daqui antes que você me coloque em maus lençóis”. Ele se inclinou e deu um

beijo rápido em Rance. “Estarei no abrigo de equipamentos, se precisar de mim.”

Após Bo sair, Hawk voltou sua atenção para Rance.

“Eu não o irritei, não é?”

Rance acenou, afastando a preocupação de Hawk.

“Envergonhado é mais parecido com ele.” Ele se levantou e estendeu a mão para Joey.

“Deixe-me colocar esse cara na cama para seu cochilo. Caso contrário, ele vai ter uma noite de

urso no churrasco.”

“Churrasco?” Hawk perguntou, dando um último beijo em Joey antes de entregá-lo para

Rance.

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“No EZ Does It. É o aniversário de Esdras, então Wyn decidiu que precisava ter uma festa.

Porque os dois não vêm? É apenas um convite aberto, este tipo de coisa, então eu sei que não vai

se importar.”

“O que você acha?” ele perguntou a Kit.

“Se Brac puder ir junto, eu acho que soa divertido.”

Hawk não pôde resistir a dar-lhe um beijo rápido. Ele sabia que não era fácil para ela abrir-

se à crítica. O fato de que estava disposta a aproveitar a oportunidade e assistir a uma festa onde

não conhecia todo mundo falou muito, em sua opinião.

“Nós estaremos lá.” disse Rance.

Kit estava terminando a maquiagem quando Hawk entrou no banheiro.

“São quase seis.” disse ele, apertando-se contra as costas de Kit.

Delineador em riste, Kit olhou para ele no espelho.

“Seja cuidadoso ou você vai me fazer borrar meu olho.”

Chegando ao seu redor, as mãos de Hawk começaram a desabotoar a frente do vestido de

Kit, revelando seu sutiã de renda cor de rosa pálido.

“Vou manter minhas mãos aqui até terminar.” Ele enfiou a mão dentro do bojo do sutiã e

apertou seus seios.

Kit estalou a língua e começou a delinear seus olhos. Ela estava acostumada com as mãos

em seus seios. Raramente eles estavam juntos, sem se beijar, chupar ou acariciar.

“E Brac está pronto?” Ela apoiou o delineador e pegou o tubo de rímel.

“Sim, embora eu não tenha certeza se ele realmente quer ir.”

Terminando com a maquiagem, Kit recostou-se contra o homem que amava.

“Minha mãe chamou.” disse a ele.

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“Está tudo bem?” Ele perguntou, fechando a frente do vestido de Kit.

“Bem, apesar de ela não me disse o que tinha lido nos tablóides, ela me perguntou se

estávamos entrando com Brac, no tipo de relacionamento que Matt tem com os médicos.”

As mãos de Hawk fizeram uma pausa momentânea.

“Eu espero que você disse que não.”

“Claro que sim.” Kit virou-se e endireitou a frente do vestido. “Você é o único homem para

mim. Você sabe que...”

“Sim, eu sei, mas é bom ouvir você dizer isso. Especialmente quando há um símbolo sexual

internacional permanecendo no corredor.”

“Bem, o símbolo sexual está começando a ter uma maldita fome, então vamos lá, se

vamos.” disse Brac da porta.

Kit deu a Hawk um beijo antes de deslizar para longe dele. Ela entrou no quarto e agarrou

os anéis fora da mesa de cabeceira. Apesar de Brac e Hawk estarem ocupados falando sobre a

lentidão na preparação, Kit puxou uma camisinha da gaveta e colocou em seu bolso.

“Pronto.” anunciou ela.

A viagem até o EZ foi agradável. Embora fosse uma noite quente de primavera, Kit tinha

um casaco, no caso do tempo esfriar, uma vez que o sol se pusesse.

“Você disse a Jessup que estava indo para essa coisa?” Kit perguntou.

“Não. Por que, você acha que vai haver problemas?” Brac perguntou do banco de trás.

Kit sorriu para si mesma. Embora os dois homens mal houvessem se falado, ela sabia que

Jessup era o tipo de Brac, todo o músculo escuro e taciturno. Ela também notou uma reação física

de Brac para o grande homem, quando eles apertaram as mãos. Ela não tinha dito nada para

Hawk, porque não quis admitir que tinha notado o pau duro preso no zíper de Brac, mas ela

tinha.

“Não, nenhum problema. Eu apenas pensei que poderia ser bom para conhecê-lo.”

Quando eles chegaram à fazenda, Hawk saiu primeiro. Enquanto ele estava ocupado

retirando o engradado de cerveja do bagageiro, Kit passou o preservativo para Brac.

“Deslize na sua carteira, para o caso.”

Brac olhou o preservativo e balançou a cabeça.


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“Isso não é LA, Kit. A última coisa que eu preciso é começar a brincar com os moradores.”

Ele tentou devolver o preservativo, mas ela cruzou os braços e balançou a cabeça.

“Kit.” Brac disse em uma voz de alerta. Ele balançou a camisinha para ela novamente.

“O que vocês estão discutindo agora?” Hawk disse se juntando a eles.

“Nada.” Kit agarrou a mão livre de Hawk. “Vamos fazer novos amigos.”

Sentado em uma das mesas de piquenique, Hawk tomou um gole de sua cerveja e estudou

a área envolvente, procurando a mulher que amava.

“Alguém viu Kit?”

“Eu acho que Esdras falou para ajudá-la a alimentar alguns dos bezerros órfãos.” Wyn

respondeu. Ele se inclinou para Hawk e riu. “Esdras não me engana. Ele estava apenas

procurando uma maneira de fugir da multidão.”

“Não é muito de festas?” Hawk perguntou.

“Não muito para as pessoas em geral. Mas ele percorreu um longo caminho desde que nos

conhecemos.”

Wyn gesticulou em direção ao celeiro.

“Aqui vêm eles.”

Hawk balançou a cabeça com a diferença de tamanho entre Kit e Esdras. Ele olhou para

Wyn. Precisaria de um tremendo homem para controlar um homem do tamanho de Ezra, mas

algo lhe dizia que Wyn fazia muito bem nesse departamento.

“Divertiu-se?” ele perguntou quando Kit e Esdras se juntaram a eles.

“Meu Deus, eles são tão bonitos.” Kit respondeu, roubando o copo de cerveja de Hawk.

“Ela fez um bom trabalho. Eu disse que ela podia vir e alimentar a qualquer momento

comigo.” Ezra disse.

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Hawk escovou alguma sujeira fora da parte dianteira do vestido de Kit, com especial

atenção para um certo ponto sobre um dos seus mamilos. Tinha prazer em ver o mamilo

endurecer sob a sua atenção.

Rindo, Kit eventualmente deu um tapa na mão dele.

“Pare com isso.”

Hawk virou de lado no banco e puxou Kit entre suas pernas, tendo a oportunidade de

beijar a pele macia de seu ombro. Eles se estabeleceram para ouvir a pequena banda. Era um tipo

diferente de festa que ele estava acostumado, mas acabou que Hawk se divertia mais do que em

todos os eventos de fantasia em que participou, combinados.

Talvez ele estivesse errado sobre a sua necessidade para as luzes brilhantes e grandes

cidades, pois, naquele momento, Hawk não poderia imaginar estar em qualquer lugar do mundo.

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