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DERRETENDO POR UM MILIONÁRIO

Disponibilização: Angéllica
Revisão Inicial: Paty
Revisão Final: Angéllica
Gênero: Homo / Contemporâneo
Um ano atrás Cae Larkin tinha o mundo aos seus pés. Um modelo de sucesso para

algumas das maiores marcas do mundo, nada parecia fora de seu alcance. Mas um erro

custou caro a Cae e ele perdeu tudo tão rapidamente quanto ganhou.

Agora, com o seu saldo bancário próximo de zero, e a ameaça de despejo iminente,

Cae precisa de dinheiro e rapidamente. Mas, só há uma pessoa que pode ajudá-lo... e é

alguém que Cae rejeitou muito tempo atrás. Alguém que, se ele quer voltar ao topo, não

será capaz de rejeitar de novo...

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COMENTÁRIOS DA REVISÃO

Paty

Esta é uma história sobre a saída forçada de Cae do armário, com consequências

muito angustiantes. Deu vontade de lhe dar uns bons petelecos. Mas foi muito doce à

forma como as coisas foram resolvidas... Eu gostei...

ANGÉLLICA

Um lindo romance, quase tão doce para dar uma diabete. Muito emocional.

Gostei. Um precisava cuidar e o outro ser cuidado. Casal perfeito.

Faltou algo... talvez ser mais ‘profundo’.

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Capítulo Um

O som do abrir e fechar de sua caixa de correio era algo que Cae Larkin tinha chegado

a temer. Ele se levantou, com os pés descalços, em sua cozinha, cafeteira na mão, e

lentamente girou na direção da porta da frente. Ele não podia vê-la, duas paredes estavam

entre ele e a maldita caixa, mas Cae sabia o que iria encontrar uma vez que saísse para o

corredor estreito. Uma pequena pilha de cartas assentadas ali, sobre o capacho de boas-

vindas em sua porta de entrada – o que era uma ironia por si só ‒ e cada uma dessas cartas ia

estar em um envelope pardo.

Envelopes pardos significavam apenas uma coisa.

Cae soltou um suspiro e derramou seu café, enchendo a pequena caneca até o

topo. Ele acrescentou dois tabletes de açúcar e um respingo de leite, e depois bebeu tudo com

um só gole, rápido. Uma vez que a cafeína entrou em seu sistema, fortalecendo-o, atravessou

a cozinha para a sala de estar e, em seguida, para o corredor. Ele estreitou os olhos quando

chegou lá, porque a ‘pequena’ pilha de cartas não era só uma pequena pilha. Havia mais de

meia dúzia e até mesmo a esta distância, ele podia ver a escrita vermelha em algumas delas.

Ele sabia o que a escrita vermelha queria dizer.

Aviso final.

Último aviso.

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Que tudo aquilo significava a mesma coisa, é claro. Pagar suas dívidas, porra, ou

então.

Cae adoraria ser capaz de pagar suas dívidas. Inferno, até um ano atrás ele tinha sido

o tipo de cara estrela de ouro, preocupado com suas contas. Nunca uma vez tinha atrasado

um pagamento, sempre pagava no primeiro dia do mês. Claro, isso anteriormente quando ele

realmente tinha o dinheiro para fazê-lo. Não como agora, não quando sua conta bancária

estava próxima de zero e com absolutamente nenhuma maneira possível de ganhar qualquer

dinheiro adicional, além do trabalho de salário mínimo em que estava trabalhando.

Ele suspirou e atravessou o corredor. As lajes estavam frias contra seus pés. Uma vez

lá, se abaixou, pegou as cartas e levou-as até a pequena mesa, redonda, que ficava na área da

cozinha de seu pequeno chalé. O sol estava brilhando através das janelas emolduradas e

refletia o brilho do carvalho de uma forma que fez todo o quarto parecer brilhante e

convidativo. Cae tinha visto este chalé em um dia tão ensolarado quanto esse quase dois anos

atrás. Tinha permanecido parado neste mesmo lugar onde sua mesa estava agora, respirando

o cheiro de jasmim, sentindo o calor do sol em sua pele, e soube naquele momento que tinha

que ter a casa. Nada além disso, simplesmente soube que estava destinado a viver nela.

Era onde ele pertencia.

Era o único lugar onde se sentia ele mesmo.

O edifício era antigo, do século XVII, o vendedor tinha dito. Ele se assentava em um

grande pedaço de terra, tinha um caminho sinuoso da estrada principal ‒ significando

poucas chances de visitantes ocasionais aparecerem ‒ era parte de uma pequena aldeia cheia

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de pessoas que Cae tinham vindo a conhecer e amar. A casa, o lugar onde ele estava sentado,

era a sua casa. Mais do que isso, era a única coisa que ele havia deixado em sua vida que

poderia depender.

E ele ia perdê-lo.

Cae engoliu o nó na garganta com esse pensamento e espalhou a correspondência

sobre a mesa. Ele soube imediatamente qual era a carta do banco. Ele a pegou e olhou a

escrita na frente e, em seguida, com uma respiração profunda, abriu a maldita coisa. Ele sabia

o que dizia antes mesmo de lê-la, mas ainda assim, as palavras pareciam queimar em seu

cérebro e fez o nó de pânico, com o qual ele vinha vivendo ao longo dos últimos meses, se

expandir em tamanho de modo que fazia seu peito realmente doer.

Trinta dias...

Esse era o tempo que ele tinha para não só quitar as parcelas em atraso, mas também

pagar a parcela atual. Ele correu os olhos pela página para encontrar a quantidade que eles

estavam pedindo. Alguns grandes... isto poderia muito bem ter sido uma centena. Cae não

tinha, e ainda...

Ele suspirou e se afundou em uma das cadeiras de carvalho. Um par de anos atrás,

esta quantidade de dinheiro não era nada mais do que troco no bolso para ele. Ele tinha

gastado muito mais do que isso em uma viagem para algum lugar, uma roupa nova, uma

noite fora com os amigos. Ele beliscou a testa enquanto considerava isso. Deus, ele tinha sido

um maldito tolo. Pela milionésima vez, perguntou-se por que não tinha quitado sua hipoteca

quando o dinheiro estava lá para realmente fazê-lo, em vez de assumir que haveria sempre

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dinheiro ao redor. Que ele sempre seria capaz de ganhar as dezenas de milhares de libras que

ele teve uma vez com facilidade.

Alguns grandes... se ele não conseguisse iria perder sua casa. Perder tudo que foi

deixado em sua vida, tudo o que realmente tinha algum significado. Porque no inferno mais

ele tinha, além disso? Nada, foi a deprimente resposta. Nenhuma família. Nenhum amigo

verdadeiro, além daqueles na aldeia. E certamente nenhuma carreira mais.

Ele balançou a cabeça e levantou-se, caminhando de volta para o pote de café. Ele

encheu completamente uma segunda caneca e bebeu isso também. Seu corpo tremeu um

pouco quando a bebida escura propagou através dele e Cae ‒ que sempre teve uma baixa

tolerância para a cafeína ‒ imediatamente se arrependeu de beber mais do mesmo. Mas

então, o que era mais um lamento para adicionar a todos os outros? A longa lista de outros.

"Você tem que descobrir isso.” Ele sussurrou. "Tenho que. Sem escolha. Agora, quais

são suas opções?"

Ele poderia pedir alguns turnos extras no pub local. Essa era uma opção. O problema

é, Cae já estava trabalhando muito a cada hora livre que podia e o dinheiro daquelas horas

apenas permitia-lhe pagar um pouco de sua hipoteca, seus utilitários e alimentos. Não

sobrava nada no final do mês para aliviar as dívidas pendentes e assim elas só cresceram,

cresceram e cresceram...

Além disso, ele não tinha certeza de que seu chefe iria deixá-lo trabalhar mais horas

adicionais. O homem mais velho já estava relutante em deixar Cae trabalhar todos os dias

como era, no entanto, tinha permitido porque ele, juntamente com o resto dos moradores,

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sabia sobre a situação do Cae. Inferno, toda a porra do país sabia ‒ supondo que eles liam as

revistas e os sites de fofoca.

Modelo em desgraça.

Evitado por todas as empresas que outrora o amaram.

Ninguém para culpar além de si mesmo.

Ele franziu a testa. Se não o pub, o que mais poderia tentar? Tinha que haver outra

maneira de fazer algum dinheiro, certo? Apenas alguns milhares de dólares para pagar suas

dívidas imediatas e, em seguida, algum mais para segurá-lo através dos próximos meses...

Ele pensou sobre os negócios na área, sobre as possibilidades, mas não demorou muito

antes de Cae esgotar todos eles. O problema era, aqui na aldeia onde seu amado chalé estava

situado, os trabalhos eram realmente difíceis de encontrar. Cae sabia que era sorte ter o

emprego que tinha agora, mesmo que as horas eram brutais e o salário atroz. E ele não tinha

o transporte necessário para conduzir até a vila mais próxima todo dia e, certamente, não a

cidade.

Estremeceu enquanto considerava isso. Os aldeões sabiam sobre a sua situação, mas

eles aceitaram isso porque o conheciam. O verdadeiro ele, não a versão que os promotores de

fofocas venderam após sua queda espetacular da graça. E mesmo depois disso, nunca tinha

havido nenhum julgamento a partir deles, nem mesmo quando ele estava em seu ponto mais

baixo e talvez merecesse. Cae sabia que não seria o caso onde outras pessoas estavam em

causa. E ele ainda era tão porra reconhecível! Tinha corrido apenas um ano desde a sua

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desgraça e naquela época, seu rosto e seu corpo ‒ especialmente o corpo – tinham estado em

capas de revistas, outdoors, cartazes, praticamente em todos os lugares e, assim Cae sabia

que ele seria reconhecido. E quem diabos estava indo para dar um trabalho a um ex-modelo

que tinha fodido com sua vida?

Ninguém.

Certamente ninguém em sua velha indústria. Cae tinha tentado isso alguns meses

atrás, quando as primeiras dívidas começaram a entrar pela porta. As recusas retumbantes

de pessoas que uma vez lhe pediram para trabalhar com eles tinham sido difíceis de

suportar, mas Cae tinha aceitado porque sabia que merecia e tinha que tentar. Para manter a

casa. Para manter os lobos de sua porta. Claro que ele tinha que tentar.

Mas não havia nenhum ponto em tentar novamente.

Nenhum.

E não havia ainda ninguém que ele poderia pedir um empréstimo, e o mais

importante, seria um empréstimo que não poderia pagar de volta. Nenhum parente rico, não

tinha amigos ricos, ninguém que seria capaz de poupar o dinheiro que ele tanto precisava.

Então, de onde o dinheiro poderia vir?

Havia, literalmente, apenas uma possibilidade, e foi uma que Cae tinha prometido a si

mesmo que nunca, nunca iria considerar. E, no entanto... ele estava considerando isso agora...

porque outra escolha havia lá?

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Ele afundou de volta na cadeira de carvalho e fechou os olhos. Um momento depois, e

ele trouxe a imagem de Nicholas Karleous à mente. Foi fácil de fazer. Cae lembrou todos os

ângulos e planos do rosto do homem mais velho. Mas então, isso foi surpreendente. Nicholas

lhe tinha perseguido implacavelmente por seis longos meses. Ele queria Cae e nada, nem

todas as recusas do mundo o haviam persuadido do contrário.

E quando ele não tinha sido capaz de conseguir o que queria perseguindo? Bem, ele

simplesmente declarou que pagaria o que fosse necessário por uma noite com o modelo que

era desejado por todos ‒ homens e mulheres igualmente.

"Dê o seu preço.” Ele disse com aquela voz fortemente acentuada dele.

Na época, Cae ainda estava vivendo na mentira de que tinha construído desde os

primeiros dias de sua carreira. A mentira que acabaria por levar à sua queda. E assim, ele

tinha firmemente recusado a oferta de Nicholas. E não foi só por causa da mentira, ou o fato

de que Nicholas estava tentando comprá-lo. Não, Cae tinha visto abundância disso

acontecendo no mundo que uma vez tinha vivido. Então, não foi porque Nicholas era

poderoso e rico além da crença, mas sim porque fez Cae sentir coisas que não queria sentir.

Nicholas era perigoso.

Cae fechou os olhos, lembrando o momento logo após sua queda, quando a imprensa

o estava perseguindo, quando todos os seus contratos tinham sido puxados, depois de ter

estado em seu ponto mais baixo. Nicholas havia, de alguma forma, conseguido seu novo

número de telefone. Ele tinha chamado e oferecido sua ajuda mais uma vez. E mesmo Cae

sabendo exatamente a que essa ‘ajuda’ poderia levar ele realmente tinha ficado

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tentado. Porque naquele momento ele tinha estado tão vulnerável, tão desesperado por uma

voz amiga e algum tipo de apoio. Mas a tentação tinha desaparecido rapidamente,

substituída pela mesma sensação que sentiu quando ouviu a voz Nicholas.

Pânico.

E ele sabia, simplesmente sabia, que obter a ajuda de Nicholas seria uma muito, muito

má ideia. E assim, Cae o tinha recusado novamente.

Será que ele recusar-lhe ia agora?

Cae abriu os olhos e fixou-os sobre as cartas. Todas e cada uma teriam uma cobrança

de dívida dentro. Dívidas que todos precisavam pagar. Dívidas que tinha que ser pagas.

Mas estaria Nicholas ainda disposto a ajudá-lo agora? E se assim fosse, poderia Cae

fazê-lo? Ele poderia vender-se a fim de manter o que era mais caro a ele? Para manter a única

segurança que tinha ficado em sua vida?

Ele tentou imaginar como seria ceder às exigências de Nicholas, deixar o outro homem

fazer o que quisesse com ele, mas as imagens não se formavam. Cae sabia o porquê. Ele tinha

passado tanto tempo recusando-se a manter esses pensamentos, essas imagens, detendo-o no

momento em que se formavam, que era quase impossível fazê-lo agora. Em vez disso, Cae

estava simplesmente impressionado com um sentimento de pânico que não conseguia

explicar.

Nicholas é perigoso.

E parecia que ele era a última escolha de Cae.

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Capítulo Dois

Nicholas Karleous estava atrasado para uma reunião. Ele não gostava disso, porque

sempre defendeu a crença que o atraso era simplesmente uma forma de grosseria. Sua mãe

tinha instilado isso nele, a partir de uma idade muito jovem, e sempre insistiu que Nicholas

chegasse bem antes do horário marcado para uma reunião ou um compromisso. E assim,

devido às lições que sua mãe tinha ensinado manteve-se firme até hoje, Nicholas sempre

tentou garantir a pontualidade para cada reunião que participou. O problema era que

Nicholas participava de uma série de reuniões e às vezes elas atrasavam e seus horários

ficavam apertados.

Hoje foi um dia daquelas ‘reuniões apertadas’ e o tempo de Nicholas para começar

essa depois de sua última tinha sido apenas de quinze minutos. No centro de Londres, com

todo o tráfego que implicado, estava apenas pedindo para ter problemas. Felizmente para

ele, a reunião estava sendo realizada em um dos grandes hotéis na parte da cidade onde

Nicholas vivia e trabalhava. O hotel na verdade pertencia a um amigo dele e, por causa disso,

tinha sido dado a ele um espaço no estacionamento subterrâneo ‒ significando que não tinha

que gastar mais quinze minutos extra tentando encontrar um lugar para estacionar ‒ e uma

das grandes salas de reuniões no último andar. Ele estava certo de que a sala tinha uma vista

fantástica do Tamisa e Nicholas estava ansioso para apreciar esta vista quando se encontrasse

com o proprietário da CL Holdings.

No entanto, ele não havia se encontrado com esta empresa em particular antes, o que

não era surpreendente. Pois a partir dos e-mails que tinha recebido deles, entendeu que essa

era uma nova empresa, apenas começando e estavam à procura de investimento.

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Esse era um dos principais fluxos de renda de Nicholas ‒ proporcionando

investimento e orientação para um novo negócio. A cada dois meses ele limpava uma

semana inteira em sua agenda para esses tipos de reuniões e essa era a última do que tinha

sido uma longa e cansativa semana. Das dezesseis empresas que conheceu, Nicholas tinha

tomado apenas três a bordo até o momento. Ele não gostava desta porcentagem e estava

esperando aumentá-la hoje.

Quando fez o seu caminho através do estacionamento subterrâneo e, em seguida,

subiu as escadas para o lobby, ele pensou sobre a exposição que o proprietário do CL

Holdings tinha enviado para ele. Ele o havia intrigado porque tinha sido muito diferente. A

empresa estava em alguma espécie de ginástica para iniciantes, mas oferecia um pacote que

incluía vários elementos online que Nicholas, uma vez que ele começou a pesquisá-lo, não

tinha visto em outro lugar. Além disso, ginástica era uma grande indústria e Nicholas gostou

da ideia de se envolver com ela. Ele trabalhava em si mesmo um pouco, provavelmente não

tão frequentemente quanto deveria, considerando que tinha batido seu quadragésimo ano no

ano passado, mas o suficiente para que ficasse em forma razoável.

E assim, ele tinha enviado um email para a empresa no dia seguinte convidando-os a

se encontrar com ele e haviam respondido poucos minutos mais tarde confirmando que

iriam participar. Isso tinha sido há uma semana e, geralmente, Nicholas teria marcado uma

reunião em seu próprio escritório, mas os horários estavam todos fechados hoje e assim seu

assistente tinha movido à reunião para aqui. A reunião em que ele estava atrasado.

Nicholas franziu o cenho e acelerou o passo, voando no último lance de escadas. Tarde

ou não, estava ansioso para ver quem era o proprietário da CL Holdings, como ele era, quão

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inteligente e ambicioso. Nicholas poderia ter pesquisado a proposta de negócio que o

proprietário tinha enviado, mas não tinha realizado qualquer pesquisa avançada sobre o

próprio proprietário. Principalmente porque Nicholas não gostava que suas primeiras

impressões pudessem ser mascaradas por coisas que leu online. Ele preferia reunir seus

próprios pontos de vista, porque muitas vezes, no final, não bastava chegar apenas à ideia,

mas também à pessoa. Ele nunca tinha sido capaz de trabalhar com alguém que não se dava

bem. A vida era muito curta para isso.

Nicholas concluiu o último voo nas escadas, abriu a porta para o lobby e entrou. O

hotel estava agitado ‒ Nicholas nunca tinha visto ele desta forma ‒ com dezenas de pessoas

moendo ao redor. Um deles era o amigo de Nicholas, o proprietário não apenas do hotel, mas

também de uma série de outros interesses empresariais que incluíam várias revistas e os seus

homólogos online. Nicholas não se surpreendeu ao vê-lo no átrio. Louis acreditava

firmemente em se envolver em todos os aspectos de seus negócios e era conhecido por

trabalhar a mesa, sempre que desejasse ou sair para entrevistar uma celebridade se isso

também o fez. Nicholas não conhecia muitos homens tão ricos como Louis, que estavam

dispostos a sujar as mãos. Ele admirava isso acerca do outro homem.

Nicholas levantou a mão quando ele se aproximou. Louis lançou-lhe um sorriso de

prazer genuíno.

"Nicholas! Tem sido semanas!"

"Duas.” Nicholas disse enquanto apertava a mão do outro homem.

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"Pelo menos isso.” Disse Louis. "E da última vez mal conseguimos uma meia hora

juntos.” Ele olhou ao redor do átrio. "Você vai se juntar a mim para um café expresso uma

vez que termine sua reunião?"

"Se ela não passar por cima.” Disse Nicholas. "Será que meu convidado chegou?"

Louis encolheu os ombros de uma forma muito gaulesa. "Não tenho certeza. Eu acabei

de chegar das cozinhas. O novo chef... " Ele suspirou. "Nunca contrate membros de sua

família, Nicholas. Ela só causa problemas."

"Você sabe que a maioria da minha família trabalha para mim, de alguma forma,"

Nicholas respondeu com um sorriso.

"Então você deve compartilhar o seu segredo de sucesso.” Disse Louis. "Porque André

está me deixando louco!" Ele ergueu as mãos. "Mas respondendo sua pergunta, não, eu não

sei se o seu convidado chegou.” Ele apontou para a enorme mesa que se curvava ao redor do

átrio. "Eu posso perguntar a Ceilia, minha nova recepcionista. Eu movi-a de uma de nossas

revistas." Ele suspirou. "Muito tiete. Faz com que as celebridades se sintam desconfortáveis."

Nicholas levantou a mão. "Não se preocupe com isso. Estou indo para lá agora. "

"Certifique-se de me procurar quando você terminar.” Disse Louis. "Eu tenho uma

nova mistura que quero compartilhar com você. Você nunca vai olhar o café da mesma forma

novamente."

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Nicholas assentiu com a cabeça antes de caminhar até a mesa e pegar o cartão-chave

que iria levá-lo acima e depois até o conjunto de salas que estavam esperando por ele. A

fêmea atrás da mesa – Ceilia ‒ lhe deu um olhar curioso que Nicholas não conseguiu decifrar

quando lhe entregou o cartão.

Ele fez o seu caminho para o elevador ‒ simplesmente não havia tempo para subir

todos os lances de escadas para o topo. Ele lançou um último olhar para trás, enquanto

esperava o elevador chegar. Ceilia estava falando em um telefone celular agora, sussurrando

algo pelo que parece. Por alguma razão isso incomodou Nicholas, embora ele não soubesse

por quê. Em frente a ela Louis estava rindo de algo que um de seus outros membros da

equipe estava dizendo, o sorriso se espalhando pelo rosto muito bonito.

Nicholas suspirou. Ele gostava muito de Louis, mas sempre tinha sido cuidadoso em

torno do outro homem, porque sabia muito bem que Louis estava interessado em mais do

que apenas café com ele. E, na verdade, Louis era exatamente o tipo de homem que Nicholas

devia ter em sua vida. Honesto, aberto, afetuoso. Apenas, a vida nunca era tão simples, tão

fácil, porque Louis não era o tipo de Nicholas, não em tudo. Seu tipo era muito específico...

Nicholas suspirou de novo enquanto considerava isso, mas felizmente o elevador

chegou logo em seguida. Nicholas entrou com a pasta na mão, e propositadamente voltou

seus pensamentos em outra direção. Insistir em seu ‘tipo’, onde isto o levara, o problema que

lhe tinha causado, não era uma boa ideia. Nicholas sabia disso e malditamente necessitava se

lembrar.

O elevador parou muito mais cedo do que Nicholas tinha esperado, mal lhe dando

tempo suficiente para repassar a proposta da CL Holding através de sua mente. Ele saiu do

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elevador e entrou no amplo corredor que levava à suíte que Louis tinha reservado para

ele. Era uma das várias existente neste piso pensou Nicholas e não tinha ideia se alguma das

outras estavam ocupadas. O hotel tinha um excelente isolamento acústico e dessa forma

Nicholas não conseguia ouvir nada vindo dos outros quartos. Sua suíte ficava no final do

corredor e ele parou ao lado dela. Ele parou ali por um momento, atropelando tudo o que

tinha lido e relembrando, jogando através de suas perguntas. Uma vez que ele se sentiu

confiante de que tudo estava coberto ele passou o cartão-chave ao longo do sensor na porta,

abriu-a e olhou dentro.

A suíte era dividida em três partes. A primeira, a que Nicholas estava no momento,

era um espaço que imediatamente o encantou. As paredes eram de um tom profundo de

creme, um tapete felpudo exatamente da mesma tonalidade. Bem no meio dela havia uma

mesa grande, circular cercada por quatro cadeiras forradas de couro, também na cor

creme. No meio da mesa havia uma escultura de madeira com dois homens presos em um

abraço carinhoso. Nicholas sorriu. Ele esperava nada menos de Louis. O outro homem

gritava em voz alta e orgulhosa sua sexualidade para quem estava interessado em

saber. Nicholas o admirava por isso. Embora eles vivessem em uma parte do mundo onde

todos deveriam ser considerados iguais, Nicholas sabia que nem todo mundo se sentia assim,

e alguns ainda eram discriminados com base em coisas ridículas como preferência

sexual. Louis fazia a sua parte em empurrar contra essas barreiras sempre que podia. O que

não admirar sobre isso?

O quarto também tinha janelas do chão ao teto, permitindo uma vista do Tamisa que

Nicholas tinha estado ansioso para ver. Era uma visão muito impressionante, que se estendia

por todo o espaço como uma espécie de mural gigante com a maioria dos edifícios de

referência de Londres facilmente identificáveis. O apartamento de Nicholas ficava do outro

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lado do rio e tinha uma visão igualmente impressionante embora Nicholas raramente tivesse

oportunidade de ver durante o dia, pois ele estava sempre no trabalho. Mas à noite era

impressionante também, mas de uma maneira diferente, as luzes dos prédios ao redor

brilhando como um tapete de estrelas.

Ele deu um leve sorriso. Realmente tinha necessidade de gastar um pouco mais tempo

em casa.

O segundo quarto à direita parecia ser a sala de reuniões principal dentro da

suíte. Nicholas podia ver uma mesa muito grande e retangular lá com iPads e outros tablets

embutidos. Uma enorme tela de plasma estava na parede mais distante e havia uma bancada

ao lado dela exibindo vários cabos, um lugar para configurar laptops Nicholas supôs. Ele

deixou cair o cartão-chave no bolso da calça e atravessou o quarto, não se surpreendendo ao

ver que não só era tão impressionante como o primeiro quarto, mas também estava tão vazio

quanto.

O outro quarto à esquerda era uma espécie de sala de estar e pelo que Nicholas podia

ver através da porta aberta, apenas maior do que o que ele estava de volta agora. O tapete

creme percorria todo o caminho como fez a cor nas paredes. Nicholas podia ouvir

movimentos lá e assim era onde ele precisava ir.

Ele virou-se, com a intenção de fazer isso, mas encontrou-se parando. Agora que ele

estava adequadamente no lugar do encontro Nicholas percebeu que havia um cheiro no ar...

um perfume completamente diferente do corredor ou do hall de entrada do edifício. Foi uma

combinação de especiarias, limões e fez Nicholas puxar uma respiração profunda,

satisfeita. Era um perfume que ele reconheceu, que tinha respirado antes.... mas onde?

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Nicholas franziu a testa enquanto a memória brincou em torno de suas bordas,

dançando fora de alcance. Ele sabia apenas que era um perfume que gostava, algo familiar,

algo que queria lembrar...

Ele deu a si mesmo um chacoalhão. O proprietário do CL Holdings estava no outro

quarto esperando por ele, estava esperando por mais de vinte minutos além do

combinado. Nicholas não tinha tempo para isso.

Ele atravessou a sala final, antecipação mexendo em seu intestino na reunião que

estava por vir. A luz das janelas enormes enchia a sala assim como na primeira, ofuscando a

visão de Nicholas quando entrou. Mas, em seguida, virou-se para que a luz não batesse em

seus olhos, e viu algo completamente diferente.

Não era o que Nicholas estava esperando.

De modo nenhum.

Ele parou ao lado de um dos dois sofás, incapaz de acreditar, mesmo quando tudo se

encaixou preocupantemente no lugar.

CL Holdings...

Cae Larkin.

E este era o homem por quem Nicholas tinha estado apaixonado há dezoito meses.

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Capítulo Três

Fazia mais de um ano desde que Cae tinha visto Nicholas pela última vez, mas o outro

homem não tinha mudado nem um pouco. Parado ao lado do sofá na sala de estar do espaço

para reuniões, ele estava exatamente como Cae se lembrava. Ele usava um terno cinza carvão

‒ Cae nunca o tinha visto vestido com nada além de um terno ‒ com uma gravata de seda do

tipo espinha de peixe. A roupa toda, provavelmente, custava mais do que todas as dívidas de

Cae e ele não podia evitar a pontada de inveja que passou por ele. Uma vez, ele também

tinha usado roupas igualmente caras. Mas tudo isso tinha sido vendido há vários meses para

manter os lobos da porta por um tempo. O guarda-roupa de Cae agora praticamente

consistia de jeans e camisas e era isso que ele usava hoje.

O cabelo de Nicholas ainda era como Cae se lembrava. Era ondulado então ele o

usava curto e estava bem barbeado, embora uma vez Cae tivesse pensado que uma barba lhe

convinha muito. Seus olhos escuros se estreitaram embora Cae podia ver o choque neles. Ele

não ficou surpreso com isso. Nicholas tinha vindo aqui à espera de uma reunião de negócios

com o proprietário da CL Holdings. Após passar muitas horas pensando, este foi o único

estratagema que Cae tinha sido capaz de chegar para conseguir se encontrar com o outro

homem. Será que ele se sentia um pouco culpado sobre esse ardil? Sim, Cae sentia, mas era

inevitável.

Ele estava comprometido com este curso de ação agora.

Foi o seu único curso de ação e assim Cae tinha decidido fazer o que fosse preciso para

ir através dele.

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Ele não tinha o telefone ou e-mail pessoal de Nicholas, dificilmente poderia

simplesmente aparecer em seu escritório, não dada a sua notoriedade na capital. Ele

precisava de uma forma de encontrar o outro homem e então depois de um pouco de

pesquisa online tinha tropeçado na informação que Nicholas convidava novos negócios

startups à enviar-lhe suas ideias por e-mail. Não tinha tomado muito tempo para Cae chegar

a uma ideia, pois ele já tinha pensado sobre um negócio que ele sempre fantasiou iniciar, mas

nunca tinha sido capaz de encontrar a confiança para fazê-lo. Afinal, suas ‘habilidades’

estavam no caminho de como ele parecia, não da maneira que seu cérebro funcionava.

Ainda assim, a ideia tinha claramente funcionado, porque Nicholas lhe tinha

respondido com um convite para se reunir com ele e CAE – seus nervos, neste momento

fazendo seu estômago doer ‒ partiu ao amanhecer para fazer a reunião de hoje.

Seus nervos não haviam se abrandado durante todo o tempo que ficou esperando

Nicholas chegar. Se alguma coisa, tinha apenas piorado. Talvez porque Nicholas estava vinte

minutos atrasado e, durante esse tempo, Cae não tinha sido capaz de chegar a um consenso

de como exatamente ele estava indo pedir ajuda a Nicholas.

Deveria conduzir isso devagar?

Flertaria um pouco e esperaria que Nicholas simplesmente captasse?

Ou deveria ser franco e ir direto ao ponto?

Todos esses cenários tinha passado pela mente de Cae e, no final, desde que ele não

sabia mais o que fazer, Cae decidiu levar as coisas conforme aconteciam. Afinal, se Nicholas

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não estivesse mais interessado nele, nada que Cae pudesse fazer ou dizer, iria fazer alguma

diferença. E se ele estivesse, então Cae tinha certeza que não iria demorar muito tempo antes

de Nicholas perceber exatamente o que estava oferecendo...

Cae se levantou. Tentando o seu melhor, enquanto fez isso, para não deixar seu

nervosismo aparecer. Isso era algo em que ele era muito bom. Nos primeiros dias da sua

carreira de modelo ‒ e foi uma carreira que tinha acontecido mais por acaso do que qualquer

outra coisa ‒ ele esteve em um estado constante de ansiedade. Ele logo aprendeu a escondê-

la, embora. Ninguém queria contratar um modelo nervoso. Eles queriam confiança. Eles

queriam apelo sexual. E assim, no final, era o que Cae lhes tinha dado. Era o que tinha para

dar a Nicholas agora também.

Ele se adiantou e estendeu a mão. "Nicholas."

O outro homem estreitou os olhos, mas não pegou a mão de Cae. Ele permaneceu de

pé, duro e tenso, segundos tiquetaqueando um após o outro. "Você é a última pessoa que eu

esperava ver aqui.” Ele finalmente disse.

Seu sotaque estava carregado como nunca. Isso fez o peito de Cae apertar. "Eu sei."

"CL Holdings?" Nicholas exigiu.

"Este sou eu."

Nicholas inclinou a cabeça com isso, claramente avaliando a situação. Um momento

depois largou a maleta no sofá e caminhou até ficar em frente à grande janela. Ele tinha uma

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vista de quase toda cidade. Nicholas olhava para a vista panorâmica, de costas para Cae, e os

momentos passavam, o silêncio era absoluto. Cae mudou de posição, perguntando-se se ele

deveria tentar quebrá-lo, mas no final, Nicholas fez, sua voz dura e baixa.

"Eu não estava ciente de que você estava interessado em começar um negócio.” Disse

ele.

"Eu tenho certeza que há muita coisa que você não sabe sobre mim, Nicholas," Cae

disse suavemente.

Nicholas virou-se, os olhos ainda apertados, os lábios pressionados em uma linha

apertada. "Da mesma forma que acho que há muita coisa que eu já sei."

Cae apenas parou franzindo a testa para essas palavras, porque lembrou a primeira

vez que ele e Nicholas se encontraram. Tinha sido algum tipo de jantar beneficente. Cae não

poderia mesmo lembrar para quem a caridade era destinada. Mas naquela época ele tinha

participado de vários tipos de festas e premiações quase todas as noites. As grifes com as

quais trabalhava assim o exigia e Cae não tinha problema em ser pago para participar deste

tipo de festa. No auge de sua fama e sucesso todos queriam falar com ele, para ter fotos

tiradas com ele. Foi uma coisa inebriante e Cae aproveitou tudo. Talvez um pouco demais...

Essa foi a primeira vez que Nicholas tinha se aproximado dele. Cae nem sequer sabia

por que Nicholas estava nesta festa de premiação. Foi certamente fora do personagem para

ele e não tinha participado de qualquer outro pelo que Cae sabia desde então. Mas tinha

estado presente e não tinha levado muito tempo em tudo para fazer o seu caminho através

do salão para encontrar Cae.

23
"Então você está aqui.” Ele tinha dito e tinha havido um elemento de profunda

satisfação em sua voz.

"Eu conheço você?" Cae tinha perguntado, não apenas intrigado, mas também um

pouco em pânico ‒ embora o porque dele ter se sentido em pânico, não sabia.

"Você vai.” Nicholas tinha respondido.

"Perdão?"

"Como eu conheço você.” Nicholas tinha acrescentado. "Eu fiz disso meu objetivo."

Essas palavras tinham ditado o relacionamento deles a partir daí, porque Nicholas

parecia saber muito sobre ele. Ele sabia para onde enviar seus convites para jantar. Ele sabia

o número do telefone de Cae, e usava-o frequentemente. Sempre convidando Cae para se

encontrar com ele, passar o tempo, e sempre Cae se recusou. No final, depois de Cae haver

rejeitado suas tentativas repetidas vezes, ele simplesmente disse para Cae dizer o seu preço.

Cae não tinha.

E não foi só porque ficou ofendido com a ideia de vender a si mesmo. E não era só

porque a intensidade de Nicholas o assustava um pouco. Foi porque ainda estava vivendo a

mentira então. Para o mundo, ele era uma celebridade bem sucedida cujo rosto e corpo

vendia um estilo de vida que Cae nunca quis viver.

24
O estilo de vida de um homem reto.

Um homem para mulheres, as mulheres que compravam produtos das empresas que

o contratavam para vendê-las, com o qual elas poderiam fantasiar sobre um dia ter uma

chance. Essas empresas nunca o teriam contratado se tivessem conhecimento que Cae era

gay. Não importa o quão progressista o mundo pensasse que era, no final, ainda havia

discriminação e Cae tinha experimentado isso muitas vezes em sua carreira. Um homem que

se parecia como ele? Um que levava as mulheres à loucura? Se ele queria alguma chance de

fazer bem na carreira sem tropeços, teria que ser e agir de uma determinada maneira, e Cae

não tinha percebido isso em um primeiro momento. Ele foi como um sapo que saltou em

uma panela de água quente. Pouco tempo depois quando a água estava fervendo, ele estava

preso nela. Pior, não tinha certeza de que queria escapar dela. E assim viveu a mentira,

manteve a pretensão, deu ao mundo o que eles queriam. E tinha tomado um longo tempo

para perceber o quanto de tensão estava sendo colocado sobre ele. O quão difícil era fingir e

fingir. Talvez fosse por isso que tudo tinha explodido de forma tão espetacular...

Cae estremeceu. Ele nunca soube o que Nicholas pensou de sua queda da graça. Nesse

último telefonema o outro homem não tinha sequer mencionado isso. E, no entanto, devia ter

visto a cobertura da imprensa. Tinha sido impossível escapar. E ele saberia então que

eleestava certo o tempo todo.

Cae era gay.

Ele estava disponível.

25
E Cae não duvidava de que Nicholas deveria ter se perguntado, então, por que Cae

nunca tinha cedido a ele. Por que tinha resistido por tanto tempo. Cae duvidava que

Nicholas tivesse descoberto a verdade.

Perigoso.

Silêncio permaneceu por um momento no quarto. Nicholas cruzou os braços. Isto fez o

material de seu paletó esticar em torno de seus músculos do braço. Ele era um grande

homem. Todo musculoso. O oposto completo de Cae que era magro e esguio.

"Por que você veio me pedir ajuda com isso?" Ele finalmente perguntou.

Cae engoliu o nó em sua garganta. Criado tanto pela tensão presente na sala como

pelas borboletas revoando no estômago do Cae. "Você investe em novas startups."

Nicholas assentiu. "Eu faço.” Ele fez uma pausa. "Mas não é por isso que você pediu

minha ajuda."

E então era hora, a hora da verdade. Cae mudou de posição, o coração batendo forte

quando fez isso. Ele abriu a boca para falar, mas fechou-a um momento mais tarde, porque

agora que tinha chegado o momento que Cae não sabia o que dizer. Nicholas estava bem ali,

bem na frente dele, e parecia dominar a sala. Mas então, não tinha sido sempre assim? Cae

conseguia se lembrar de vários momentos em que simplesmente sabia quando Nicholas tinha

chegado a algum lugar. Em um restaurante, em um bar, mesmo uma vez na rua. A súbita

consciência sempre atingia Cae e quando ele se virava, ali estava Nicholas. Um olhar ardente

para ele, o corpo tenso e apertado.

26
Todas essas vezes, Cae tinha sido preenchido com o mesmo pânico de baixo nível que

estava vibrando por ele agora. Não sabia por que Nicholas o fazia se sentir assim, ou porque

tinha uma consciência tão elevada dele. E naquela época não havia ninguém que pudesse

perguntar por que estava vivendo essa mentira cuidadosamente elaborada.

Talvez ele estivesse indo para Nicholas como foi para a mentira que levou a tudo

explodindo no final? Cae nunca tinha considerado isso antes, mas considerou-o agora e não

gostou do que isso podia significar... o que poderia dizer sobre a forma como se sentia pelo

outro homem...

Ele abriu a boca para falar novamente, mas Nicholas venceu-o, sua voz ainda dura e

baixa. Seu sotaque mais pesado do que Cae já tinha ouvido nele.

"Você se lembra da primeira vez que nos conhecemos?" Ele perguntou.

Cae assentiu. Como poderia esquecer? "Claro que me lembro."

"Você lembra que não fui nada mais do que honesto com você?"

Cae assentiu novamente. "Talvez um pouco demasiado honesto."

Nicholas deu de ombros. "Eu nunca tentei disfarçar minhas motivações, onde estão em

causa."

"Não."

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"Portanto, não tente disfarçar comigo."

Nicholas se afastou da janela. Braços ainda cruzados, ele fez o seu caminho ao redor

do sofá até que ficou em frente à Cae. O cheiro dele bateu Cae um momento depois. Era algo

como citrus. Ele fez a língua de Cae sentir como se fosse grande demais para sua boca.

"Vou perguntar de novo.” Disse Nicholas. "Por que veio até mim?"

"Porque." Cae respondeu suavemente. "Não há ninguém mais que eu possa pedir

ajuda."

Nicholas soltou um suspiro trêmulo e Cae percebeu então que o outro homem tinha

estado prendendo a respiração. Ele sabia que nada tinha mudado. Nicholas ainda o

queria. Ele sempre quis.

Nicholas descruzou os braços e fechou o pequeno espaço entre eles. Lentamente,

estendeu a mão e colocou um dedo sob o queixo do Cae. Ele levantou a cabeça de Cae de

modo que eles estavam no nível dos olhos.

"Você sabe que vai ser impossível para eu ter uma relação puramente comercial com

você.” Disse ele.

O coração de Cae estava batendo. O local onde Nicholas estava tocando formigava de

uma forma que fez Cae querer virar e fugir. A intensidade... sempre tinha estado lá... ela

sempre estaria... não havia como escapar... e assustou Cae quase até a morte.

28
"Nicholas..."

"Eu não vou ser capaz de separar o meu desejo dele.” Disse Nicholas.

E aqui estavam. Um lugar que Cae não poderia ter previsto apenas dezoito meses

atrás. Um lugar que tinha evitado por muito tempo. Quão rapidamente as coisas podem

mudar. Ele respirou fundo, olhou diretamente nos olhos escuros de Nicholas e disse às

palavras que iriam selar seu destino.

"Eu não estou isso pedindo a você."

Um flash de algo Cae não conseguiu identificar passou como um tiro através dos olhos

de Nicholas então. Suas narinas e seus lábios se separaram em um suspiro. E então, para

surpresa de Cae, o dedo arrastou para cima até que sua mão estava cobrindo o rosto de

Cae. Não, não a cobrindo, acariciando-a.

"Então você está finalmente levando em consideração a minha oferta?" Nicholas

perguntou e sua voz não era mais dura e baixa, era suave e sedutora.

Perigoso.

E não havia como escapar disso agora. Talvez essa escapatória nunca tivesse existido.

"Eu estou."

29
Capítulo Quatro

Nicholas não nasceu com uma colher de prata na boca. Sua família ‒ e havia muitos

deles – era de trabalhadores duros que fizeram tudo que podiam para melhorar a sua

situação, e a expectativa sempre foi de que Nicholas faria o mesmo. Assim que ele teve idade

suficiente Nicholas tinha feito exatamente isso, e tinha conseguido de uma forma que

superou tudo o que poderia ter uma vez sonhado. Grande parte desse sucesso se deveu à

sorte, estar no lugar certo na hora certa, mas alguns destes foram certamente devido ao fato

de que Nicholas não era um homem estúpido.

Agora, em pé na frente de Cae, e mesmo tendo em conta a forma como Cae fazia-o se

sentir, a maneira que sempre fez sentir, Nicholas ainda não era estúpido e sabia que havia

muito mais nesta situação do que ele estava a par.

Isso não era uma coisa nova para Nicholas.

Cae tinha sido muito reservado durante o tempo que eles tinham conhecido um ao

outro.

Dezoito longos meses, e Nicholas ainda se lembrava, com clareza cristalina, a primeira

vez que tinha visto o outro homem. Tinha sido em um enorme painel em frente a um teatro

que Nicholas estava frequentando. Cae tinha feito a publicidade de algum tipo de marca de

artigos esportivos. Nicholas tinha olhado para cima, sentindo seu queixo cair, e soube

naquele momento, que tinha que ter o outro homem. A reação tinha sido tão visceral, tão

imediata, que era impossível Nicholas negar.

30
Ele tinha cancelado o encontro que já estava marcado e foi para casa em vez

disso. Com uma ereção que só não iria embora, Nicholas tinha freneticamente procurado na

internet informações sobre o modelo, que de repente parecia estar em toda parte. Como

Nicholas não tinha percebido antes, ele não sabia, mas a partir desse ponto, em todos os

lugares Nicholas ia Cae parecia estar lá. Em um pôster, letreiro ou website, mesmo nas

revistas que alguns de seus funcionários tinham em suas mesas.

Nicholas o queria.

Isso era inegável.

E assim ele havia pesquisado o outro homem de uma maneira que rapidamente

tornou-se obsessiva. Desde o início, a partir de todas as informações que Nicholas reuniu, os

sinais tinham estado lá, de que ele não seria bem sucedido em uma tentativa de sedução. Cae

estava ligado com muitas mulheres bonitas, nunca um homem, nem um único. E, no

entanto... havia algo sobre ele, sobre seu sorriso, sobre o olhar em seus olhos que Nicholas

não tinha sido capaz de resistir.

Nicholas tinha visto Cae pela primeira vez em um evento de caridade de moda que ele

participou. Ele não tinha interesse no próprio evento e tinha ido só porque sabia que Cae ia

estar lá. Ele tinha tomado um assento bem no fundo da sala, um local onde podia ver tudo o

que estava acontecendo. De lá, ele tinha assistido Cae fazer o seu caminho ao redor da sala,

conversando, rindo, flertando...

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Vendo o outro homem em carne e osso afetou Nicholas de uma forma que ainda não

entendia. Cae era bonito, não havia nenhuma dúvida sobre isso, mas havia também um

mistério sobre ele que Nicholas tinha pego imediatamente. Um momento, quando as câmeras

estavam sobre ele, ele era todo sorrisos e sedução, e depois no próximo, quando estava

sozinho no bar, por exemplo, um olhar taciturno cruzou seu rosto lindo. O desejo de

descobrir o que estava causando aquele olhar preencheu Nicholas e fez tudo que podia para

não se aproximar do outro homem e arrastá-lo para casa.

Nicholas queria Cae tão mal que todo o seu ser se doía.

Apenas, ele não queria só transar com ele. Queria falar com ele. Fazê-lo sorrir. Fazê-lo

gargalhar.

Ele tinha deixado o evento de moda mais cedo, foi para casa, e se masturbou uma vez

e, em seguida, mais uma vez, e todo o tempo pensando em Cae. Para Nicholas, naquele

momento, enquanto estava deitado na cama saciado, mas de modo algum satisfeito, parecia

impossível que não poderia ter o homem que tinha enchido seus pensamentos desde aquela

primeira imagem. Ele simplesmente teria que encontrar uma maneira de fazer Cae dele,

porque no final à sexualidade não era uma coisa fixa, não importa o que algumas pessoas

possam pensar. Era um espectro e se Nicholas poderia simplesmente mover Cae junto à sua

parte dela ...

E assim começou a perseguição que duraram seis longos e frustrantes meses. Nicholas

tinha tentado de tudo em atrair Cae para ele. Convites para o almoço. Convites para

jantar. Presentes enviados para a sua casa, aos lugares onde estava fotografando. Ofertas de

viagens ao exterior. Excursões para qualquer lugar que Cae mais queria ir.

32
Mas Cae ele havia recusado repetidamente.

Às vezes, Nicholas tinha pensado que o outro homem parecia assustado de suas

atenções, e ainda assim Nicholas não conseguia se fazer parar. No final, quando a frustração

chegou a um ponto que estava dirigindo Nicholas louco, ele tinha feito sua oferta.

Diga seu preço.

Cae não tivesse feito isso.

Ele tinha sido ferido pela oferta de Nicholas.

Nicholas viu isso em seus olhos.

E então, apenas algumas semanas depois, tudo mudou...

Enquanto Nicholas olhava para Cae agora, quando a enormidade do que Cae tinha

acabado de dizer o enchia, tudo que Nicholas podia fazer era que não deveria pensar sobre

os eventos que levaram à queda de Cae. Eles o haviam ferido o suficiente naquele momento,

e em todos os meses desde então, e Nicholas sabia que eles o levariam em um lugar escuro,

se permitisse considerá-los.

E, no entanto... foi certamente estes eventos que haviam levado Cae até ele hoje. Ou,

pelo menos, as consequências desses eventos. Porque Cae queria algo, e não era preciso ser

um gênio para Nicholas descobrir o que era.

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Com uma mão que ele apenas quase conseguiu fazer parar de tremer, Nicholas fez um

gesto para o sofá. Cae sentou imediatamente. Ele usava calça jeans e um suéter, as roupas

eram velhas e desbotadas, mas Cae olhava incrível. Como não poderia? Ele era o espécime do

sexo masculino mais bonito que Nicholas já tinha posto os olhos em toda sua vida. Nicholas

não tinha dúvidas de que seria o caso para o restante da vida também.

Com o coração batendo forte, Nicholas sentou-se no sofá em frente a Cae. Ele queria

muito tomar um assento ao lado dele, mas Nicholas sabia o que aconteceria se o fizesse. Seu

autocontrole, onde Cae estava em causa era muito tênue no melhor dos casos. Apenas as

constantes recusas do outro homem o tinha mantido em cheque antes. E agora que havia

consentimento? Se eles estivessem um ao lado do outro com o consentimento entre

eles? Nicholas sabia que ele estaria dentro do outro homem, antes mesmo que corresse uma

hora. Ele havia sonhado com isso por tanto tempo... porra

Ele se inclinou a frente, com os braços sobre os joelhos, estômago apertando com o

pensamento de qual seria a sensação de ter Cae finalmente. Mas, primeiro, tudo devia estar

claro entre eles. Essa era à maneira de Nicholas. E assim, engoliu contra a adrenalina agora

correndo por ele, contra a maneira que seu pênis estava endurecendo em suas calças, e disse:

"Uma vez perguntei-lhe para citar o seu preço."

Cae olhou para ele através de seus ridiculamente longos cílios. Seu cabelo ‒ mais

longo e mais confuso do que tinha estado quando era alvo do público ‒ caiu na frente de seu

rosto. Ele afastou-o de volta com uma mão impaciente. "Você fez."

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"E você está aqui comigo hoje, porque antes tinha fundos suficientes e não precisava

do meu dinheiro, que não é mais o caso, hoje." Disse Nicholas. "E então você está indo para

nomear seu preço."

Cae engoliu em seco, visivelmente. Um rubor começou a viajar até seu pescoço. "Como

você...?"

Nicholas acenou as palavras de distância. "Não é uma coisa difícil de descobrir.” Disse

ele. "Eu estou aqui agora me perguntando por que você iria me procurar e apenas uma

resposta é óbvia."

"Eu..."

"E não é porque você se encontra sobrecarregado com o desejo de estar comigo.” Disse

Nicholas. "Se isso tivesse sido o caso, você teria cedido em muitas das minhas demandas

anteriores, muitos meses atrás."

"As coisas eram diferentes naquela época," Cae começou, mas Nicholas o interrompeu.

"Você estava vivendo uma mentira."

O rubor preencheu todo o rosto de Cae. "Não foi tão simples assim."

"Simples? Difícil?" Nicholas deu de ombros. "Foi uma mentira. Você me negou por

causa disso. E então, por algum motivo, você se coloca em uma posição onde não negou o

outro."

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Cae baixou a cabeça. "Eu não quero falar sobre isso."

E nem Nicholas, ele nunca quis, e ainda assim encontrou-se dizendo: "Eu li os jornais,

Cae. Eu li as colunas de fofocas. Eu não conseguia parar. Eu sei exatamente o que aconteceu

naquela noite."

"Você e o resto do mundo.” Cae sussurrou. "Todos eles leram.” Ele fez uma

pausa. "Todos viram isso."

Nicholas fez uma careta. As palavras desses colunistas malditos estavam dançando em

sua mente agora, mas pior do que isso eram as imagens. Lembrou-se de todas elas, não

importa o quanto tentou fingir que elas não existiam. Por um tempo parecia que as imagens

tinham sido gravada em seu cérebro.

Cae deitado em uma cama.

Cae com seu peito nu.

Cae completamente nu.

E então Cae sendo tocado... sendo acariciado... tendo prazer...

Nicholas respirou afiadamente. Suas mãos tremiam de novo e embora ele próprio

houvesse prometido que nunca iria fazer a pergunta que tinha estado gritando dentro dele

durante o ano passado, as palavras saíram antes que pudesse detê-las.

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"Se você queria sair para o mundo deveria ter sido comigo.” Ele retrucou.

"Eu não queria isso," Cae sussurrou. Ele levantou a cabeça. Havia um olhar de pânico

claro estampado em seu rosto. "Eu não queria sair em tudo.” Disse ele. "Nunca foi minha

intenção."

"Então talvez você não devesse ter acabado na cama com um homem desprezível e sua

maldita câmera!" Nicholas resmungou.

Ele se levantou ‒ não conseguia se conter ‒ e se dirigiu até a janela. A vista era tão

bonita como sempre, mas não fez nada para mitigar a raiva rolando em ondas pelo corpo de

Nicholas. Fúria com essas palavras impressas, essas imagens, foi tudo o que sentiu durante

essas primeiras, terríveis vinte e quatro horas. E sabia que era ridículo! Ele sabia. Cae nunca

tinha sido seu. Ele tinha deixado bem claro que não queria ser. E, no entanto, quando

Nicholas tinha lido as palavras, quando tinha visto as imagens...

Ele sentiu como uma traição.

Não era demasiado dramático para dizer que seu coração tinha quebrado.

E ainda assim tinha ligado para o outro homem. Ainda assim, ele tentou ajudar...

Ele se virou, um nódulo agora em sua garganta, o peito apertado com a lembrança da

dor. Cae ficou lá parado, olhando para ele, uma combinação de pânico e vergonha em seu

rosto bonito. Nicholas o queria pra caralho. Mesmo depois de tudo o que tinha acontecido,

37
ele ainda o queria. E Cae estava oferecendo a si mesmo. Oferecendo o que Nicholas tinha

desejado por tanto tempo.

Por que Nicholas não deveria levá-lo em cima dele?

Por que ele não deveria conseguir o que queria?

O que importava se Cae tinha procurado por ele, porque precisava de dinheiro? Não

poderia Nicholas simplesmente ignorar isso? Fingir que não era o caso? Fingir que o outro

homem o queria com o mesmo desejo desesperado que Nicholas sentia?

Ele cerrou os punhos e olhou para o homem que o havia torturado por muito

tempo. Seu cabelo cor de bronze, profundos olhos azuis, este corpo...

"Amore mio...” Ele sussurrou.

Com essas palavras, palavras que Nicholas tinha certeza de que Cae não entendeu, o

outro homem se levantou. Ele deu um passo vacilante em direção à janela e depois outro.

"O que aconteceu." Ele começou. "Nunca foi o que eu queria. Nunca o que planejei.”

Ele fez um gesto, quase impotente. "Tudo ficou tão fora de controle e antes que eu soubesse

tudo estava caindo aos pedaços."

"Eu teria ajudado.” Disse Nicholas. "Eu teria ajudado muito antes de ter chegado a

esse ponto e muito tempo depois."

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"Eu sei.” Disse Cae. "Eu sei." Uma pausa e, em seguida, "Mas você vai me ajudar

agora?"

E só havia uma resposta para isso.

Sempre houve apenas uma resposta.

E assim, Nicholas estendeu a mão a ele e assentiu. "Vou levá-lo para casa comigo.”

Disse ele. "E então você pode me dizer exatamente o que você precisa."

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Capítulo Cinco

Eles deixaram a suíte de reunião em silêncio. Embora, se fosse possível a tensão fazer

qualquer ruído Cae tinha certeza de que a sala não teria estado silenciosa em tudo, ela estaria

gritando. Porque a tensão era palpável entre eles. Cae suspeitava que ia ser por um tempo.

Não demorou muito tempo para o elevador chegar, mas enquanto os segundos

passavam, com o silêncio retido entre eles, os nervos da CAE cresciam mais e mais. Ele sabia

que isso ia acontecer. Ele esperava isso. Porque estava indo para casa com o único homem no

mundo inteiro, que já tinha feito ele se sentir como se estivesse andando sob o fio da navalha.

Nicholas.

O homem que estava indo para salvá-lo.

E havia uma estranha sincronicidade que levava Cae a questionar tudo o que tinha

vindo antes deste dia. A primeira vez que se encontraram, os meses depois quando Nicholas

tinha perseguido com tanta força e Cae tinha corrido tão rápido. E então a queda da graça, a

maneira ridiculamente estúpida que Cae deixou isso acontecer, e depois o que tinha

acontecido como resultado.

Nicholas tinha estado irritado com ele.

Isso era óbvio.

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Mas Cae suspeitava que o maior problema da raiva era tudo sobre o orgulho de

Nicholas, e se não for isso, então definitivamente o seu ego. Nicholas era o tipo de homem

que sempre conseguia o que queria e quando queria. E assim, quando Cae havia se recusado,

Nicholas tinha provavelmente dito a si mesmo que era porque Cae não estava interessado em

homens. Afinal, essa era exatamente a mentira que Cae estava ocupado vendendo ao

mundo. Mais do que isso, era a mentira que ele estava vivendo.

Mas descobrir posteriormente que Cae era gay... e pior, que ele tinha escolhido alguém

para transar? Nicholas foi obrigado a ficar com raiva sobre isso. Cae sabia onde ele estaria,

mesmo quando ele estava se despindo para o homem que havia arruinado sua carreira.

Cae tinha realmente visto o rosto taciturno Nicholas em sua mente, enquanto o

homem se arrastava em cima dele. Tinha sido a razão, no final, por que Cae não tinha ido até

o fim, por que ele não tinha fodido o homem que o havia exposto para o mundo. Apenas,

ninguém sabia disso porque não era essa a história que tinha sido contada, e quem teria

acreditado em Cae se ele tivesse tentado negar? Tinha havido uma abundância de imagens

de Cae despido e sorridente. Abundância de palavras inventadas pelo bastardo que tinha

vendido sua história.

Mas Nicholas não sabia a verdade.

Cae nunca lhe dissera.

E o que isso diz sobre o que poderia acontecer entre eles agora? Sobre a forma como

Nicholas iria tratá-lo?

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Cae não sabia, mas ele estava ansioso.

E ele estava com medo.

O elevador se abriu na frente deles. Nesse mesmo silêncio, com a mesma tensão,

entraram nele. Enquanto estavam próximos um do outro Cae foi atingido por uma alta

consciência do outro homem. Ele não pôde deixar de lançar a Nicholas um olhar de lado. Se

Nicholas viu não deixou transparecer. Ele simplesmente ficou parado, tenso, esperando.

O elevador viajou a distância para o saguão de entrada em um piscar de olhos. Cae

não sabia se ele estava satisfeito ou preocupado com isso. Ele respirou fundo, quando as

portas do elevador emitiram seu zunido metálico, porque ele sabia, simplesmente sabia, que

quando ele passasse por elas a sua vida ia mudar de uma forma muito significativa. Isso era

inevitável agora. Ele provavelmente sempre soube disso.

"Nós vamos passar pelo saguão até a garagem subterrânea.” Disse Nicholas. "Meu

carro está lá embaixo."

"Um momento." Cae enfiou a mão em sua mochila no ombro e tirou seu boné de

beisebol. Ele empurrou-o sobre a cabeça, puxando a viseira para baixo.

Nicholas lançou-lhe um pequeno sorriso. "Claro."

As portas do elevador se abriram. Eles saíram. O ruído que os atingiu foi tão imediato

como indesejado, e não foi o barulho normal de um hotel em Londres nesta altura do dia. Cae

olhou para cima. Havia uma comoção no hall de entrada, junto à porta da frente. Dois

42
seguranças estavam tentando controlá-la, mas eles não estavam tendo muita sorte. Mas, em

seguida, que foi surpreendente considerando que havia dezenas de pessoas... todas elas com

câmeras... e começaram a piscar um momento depois. O nome de Cae foi gritado. Uma vez e

em seguida, novamente. A multidão avançou. Nicholas amaldiçoou.

"Abutres do caralho!" Ele rosnou.

Ele colocou um braço protetor em volta dos ombros da Cae e conduziu-o através do

saguão. Os flashes das câmeras foram cegando-o mesmo com os olhos escondidos sob seu

boné de beisebol. Cae fechou os olhos. Em um momento todos eles estavam empurrando-o

através de outra porta com relativa calma.

Os olhos de Cae se agitaram abertos. Seu estômago estava revolto e ele sentiu-se

ligeiramente doente. Como diabos o tinham encontrado aqui? Como eles ainda podiam estar

interessados nele depois de um ano inteiro? O que ia sair nos jornais de manhã? Será que eles

escavariam todo o escândalo para cima?

"Sinto muito.” Disse ele.

Nicholas fez uma careta. "Por quê?"

"Eu pensei que o boné era suficiente."

"Para disfarçar sua aparência? Dificilmente." Nicholas fez uma pausa. "Além disso, eu

sei quem deu a dica."

43
Ele apontou para as escadas. Eles começaram a fazer o seu caminho até elas, os passos

ecoando nos três lances.

"A recepcionista.” Disse Nicholas depois de um momento. "Eu deveria ter percebido

mais cedo. Ela estava sussurrando em seu telefone. Quando Louis descobrir..." Ele fez uma

careta. "Suas revistas não permitem esse tipo de comportamento."

"Suas revistas?"

Nicholas nomeou várias revistas, muitos das quais Cae tinha sido destaque em sua

antiga vida. Todas elas eram muito populares. Ser entrevistado por uma tinha sido um ponto

alto na carreira de Cae.

"Ele é dono do hotel também.” Disse Nicholas depois de um momento. "Acredito que

a recepcionista está aqui como punição por seu comportamento em torno de outras

celebridades, parece que ela era muito amigável em torno delas. Talvez ela pensasse que esta

dica poderia ser um jeito de sair daqui e ir para outra revista. O tipo que permite esse tipo de

comportamento."

"Mas..." Cae ingeriu. "Ela foi muito boa para mim."

"É claro que foi boa para você, ela o reconheceu.” Disse Nicholas. "Eu suspeito que não

vai ser uma coisa desconhecida agora, a sua volta para cá."

Não, não seria. E no passado isso tinha sido apenas uma coisa boa. Sendo fotografado

significava que a carreira de Cae estava na trajetória certa. Ele se preocupava quando isso não

44
acontecia. Mas, talvez devido ao fato de estar fora do centro das atenções durante o ano

passado, se acostumou a ser capaz de andar pela rua na aldeia sem ninguém se importar com

quem ele era, mas agora o reconhecimento estava fazendo Cae sentir muito

desconfortável. Ao descer do trem ele manteve seu boné baixo e seus óculos de sol cobrindo

o máximo de seu rosto quanto possível. Felizmente, ninguém tinha parecido perceber quem

ele era e Cae tinha estado imensamente aliviado por isso, talvez até mesmo embalado em

uma falsa sensação de segurança. Talvez tivesse sido estúpido por pensar que poderia entrar

e sair da capital ileso. Apenas, Cae esperava... tantos meses se passaram...

"Sinto muito.” Disse ele novamente.

Nicholas sacudiu a cabeça. "Pare de se desculpar."

"Bem, dificilmente vai ajudar a sua reputação ser visto comigo, não é?" Cae estalou.

Nicholas riu suavemente. "Eu não busco a fama. Minha reputação é pouco relevante."

"Mas..."

"Embora seja a minha intenção ligar para Louis amanhã.” Acrescentou. "Vou deixá-lo

saber por que você está realmente aqui. Dar-lhe uma dica sobre o nosso novo

empreendimento."

"Empreendimento?"

"Seu projeto.” Disse Nicholas.

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Cae tropeçou em uma parada na parte inferior do último lance de escadas. "Mas... Eu

não achava que você ia levar isso a sério."

Nicholas parou também. "Eu levei a sério o suficiente para convidá-lo a vir aqui."

"Mas eu pensei que uma vez que soubesse que era eu..."

"Isso só aumentou o meu interesse.” Disse Nicholas. "O homem mais bonito do

mundo, como o CEO de uma empresa startup de fitness? É uma decisão óbvia."

"Minha reputação..."

"Com a ajuda de Louis isso será remediado em pouco tempo." Nicholas lhe lançou um

olhar. Ele foi preenchido com algo que Cae não poderia nem começar a entender. "Além

disso, você vai precisar de algo para fazer quando estamos na cidade. Você vai ficar

entediado durante o dia de outra forma. Eu trabalho muitas horas."

"Nicholas..."

Eles empurraram a porta para o estacionamento subterrâneo. Algumas pessoas

estavam caminhando em direção a eles. Cae baixou a cabeça novamente. Nicholas notou sua

ação.

"Vamos falar sobre isso uma vez estamos em casa.” Disse ele.

46
O carro dele estava apenas a alguns passos ‒ uma Mercedes é claro e com vidros

escurecidos. Cae não esperava nada mais. Nicholas desbloqueou e fez um gesto para ele

entrar no banco do passageiro. Com um suspiro instável Cae fez exatamente isso, deixando o

cheiro de couro novo o cercar. Alguns momentos mais tarde, e Nicholas estava saindo do

estacionamento e voando para a rua. A imprensa ainda estava lá, pendurada do lado de fora

agora, e eles dispararam alguns flashes, mas antes que Cae tivesse a chance de tornar-se

ansioso tudo de novo, eles estavam se fundindo no tráfego de Londres e Nicholas estava

levando-os para casa.

O apartamento de Nicholas era, naturalmente, um apartamento de

cobertura. Localizado e em uma das novidades que surgiram em torno do Tamisa na última

década ou assim. Quando Cae estava no auge de sua fama, ele tinha olhado por alguns

deles. Mas, em seguida, uma viagem pelo interior tinha-o levado à casa de campo e suas

economias tinham sido usadas lá em vez disso. Cae não se arrependeu. Ele tinha agradecido

a sua estrela da sorte que tinha seu esconderijo quando tudo na capital tornou-se muito.

O hall de entrada do apartamento de Nicholas era enorme. O chão era feito de azulejos

pretos e brancos e um enorme lustre parecia preencher o espaço. Ele levava direto para uma

área de estar plana e aberta com uma vista tão cativante como tinha sido no hotel.

Com a mochila de ombro apertada firmemente contra ele, Cae fez o seu caminho para

a área de estar e até as janelas. Uma vez lá, ele fez uma pausa e respirou fundo. Atrás dele,

Nicholas estava se movendo ao redor. Cae deixou os sons lavarem sobre ele enquanto

tentava controlar seus batimentos cardíacos... porque seu coração estava batendo muito mais

difícil do que deveria.

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Ocorreu-lhe, então, enquanto ele ficou ali olhando a vista, que esta era a primeira vez

que tinha estado no espaço pessoal de Nicholas. Todas as outras vezes que eles tinham visto

um ao outro tinha sido em algum lugar público com outras pessoas por perto. Mas não havia

nada em torno Cae que desse uma pista sobre a personalidade do homem que parecia ter

dominado a vida de Cae por tantos meses.

Ele estava indo para dominá-lo agora.

Cae sabia disso.

Ele não esperava nada menos.

Mas estava pronto para isso? Ele ia saber lidar com o que ia acontecer? Ele se virou e

fixou seu olhar em Nicholas. O outro homem estava puxando a gravata e soltando-a sobre a

mesa lateral ao lado das abotoaduras de punho que já tinha removido. Sua cabeça estava

abaixada, o corpo tenso ‒ não estava sempre? Cae sentiu um arrepio correr por ele. Era

exatamente o mesmo que sentiu desde a primeira vez que tinha entendido quem Nicholas

era. Tinha sido logo após a primeira vez que se encontraram. Cae perguntado a uma amiga

quem era o estrangeiro taciturno e sua amiga tinha rido.

"Nicholas? Este homem tem demasiado de tudo para o seu próprio bem."

"O que você quer dizer?" Cae tinha questionado.

Jemma, uma modelo que já estava tomando o mundo como uma tempestade com sua

boa aparência petite tinha rido. "Ele é rico e de boa aparência." Ela disse. "É convidado para

48
essas coisas o tempo todo, mas quase nunca vem.” Ela fez uma pausa. "Eu me pergunto por

que ele está aqui agora? Não importa, o ponto é, que o homem tem muito de tudo e mais um

pouco. E há algo sobre ele, sabe? Ele é todos os tipos de escuro e taciturno." Ela suspirou. "Se

ele não fosse gay, eu teria tentado minha sorte com ele há muito tempo."

Essas palavras... elas tinham deixado Cae se sentindo como se tivesse levado um

tapa. Ele entendeu então por que Nicholas se aproximou dele, entendeu o que ia dizer no

futuro, e ansiedade tinha preenchido-o. Como Nicholas tinha pegado sobre a sexualidade do

Cae quando ninguém mais já teve? O que iria acontecer como resultado disso? E por que,

minutos depois, no desfile de moda, poderia Cae ainda sentir o cheiro do outro homem? Por

que ele se sentia como se estivesse em torno dele?

Nicholas deixou cair à gravata na mesa ao lado e olhou para cima. Foi à primeira vez

Cae já o tinha visto apenas de camisa. Ele encheu a coisa toda e onde tinha desfeito os botões

superiores Cae podia ver tufos de cabelo escuro. Ele engoliu em seco.

"Minha casa.” Disse Nicholas.

Cae engolido novamente. "É... impressionante."

Nicholas deu de ombros. "Está faltando... alguma coisa. Eu nunca fui capaz de

descobrir o que."

Ele inclinou a cabeça e olhou para Cae e, em seguida, com um ar que não admitia

questionamentos, estendeu a mão. Cae sabia que ele tinha pouca escolha a não ser fazer o

que estava sendo solicitado. Com seu estômago revirando e seu coração acelerado, ele cruzou

49
o espaço entre eles ‒ deixando cair à bolsa de ombro no sofá pelo caminho ‒ e pegou a mão

de Nicholas. Ela engolfou totalmente a sua, era quente e suave de uma forma que Cae não

esperava.

"Vê-lo aqui..." Nicholas começou. "Agrada-me."

Cae não podia deixar de tremer novamente. "Nicholas, o que você disse no hotel..."

"Qual parte?"

"Sobre eu precisando de alguma coisa para fazer durante o dia."

"Devo esclarecer?" Nicholas perguntou quando começou a acariciar a mão de Cae com

o polegar. "Você precisa de dinheiro, Cae.” Disse ele. "Eu não sou estúpido. Eu entendi

isso. Vou dar-lhe tanto quanto precisa. Na verdade, eu vou transferir uma quantia em sua

conta imediatamente. O suficiente para cuidar de todas as obrigações atuais."

Ele nomeou uma soma que teve a mandíbula de Cae caindo aberto e foi muito, muito

mais do que ele precisava. "Eu não posso aceitar isso!"

"É simplesmente a primeira parte no meu investimento.” Disse Nicholas. "Acredite em

mim, Cae, você vai ganhar esse dinheiro."

"Eu..."

50
"Mas você não vai ganhá-lo na minha cama.” Acrescentou e, em seguida, sem

nenhuma pausa, ele puxou Cae em seus braços. Isso foi tanto esperado como inesperado e

Cae não sabia bem como reagir. Nicholas resolveu isso para ele, simplesmente envolvendo os

braços em torno de Cae e segurando-o perto. "O que acontece entre nós será porque nós dois

queremos que isso aconteça. Dinheiro não terá qualquer papel nisso.” Disse ele. "Eu sei que é

o que originalmente trouxe você para mim, mas vamos esquecer isso, fingir que não é o

caso."

"Nicholas..."

"Vamos começar este relacionamento de novo.” Acrescentou. "Isto começa

agora. Tudo o que veio antes deve ser esquecido."

Cae engoliu visivelmente. Os braços de Nicholas em torno dele se sentiam tão

estranhos. E, no entanto... não se sentia mal ou desconfortável... o sentimento era

simplesmente esmagador. "Mas por que, Nicholas?" Ele sussurrou. "Por que você está

fazendo isso?"

"Porque quando eu for para a cama com você, Cae...” Disse Nicholas. "... e eu vou estar

fazendo isso em breve, quero acreditar que é porque você me quer tanto quanto eu te quero."

Cae fechou os olhos. Essas palavras o afetaram de uma forma que não poderia

começar a tentar entender. "Eu não sei o que dizer sobre isso."

"Diga que me quer.” Nicholas exigiu.

51
E Cae, que tomou as palavras de Nicholas em seu coração, sabia que só poderia haver

honestidade entre eles disse: "Eu não sei o que quero, Nicholas. Eu nunca soube."

Nicholas balançou a cabeça lentamente para isso. "Então me diga que eu posso fazer

você me querer."

Com seus corpos pressionados juntos, esta maldita tensão girando entre eles, o coração

disparado e o estômago revolto, Cae não via como ele poderia negar. "Você pode..." Ele

sussurrou. "Eu sempre soube disso. É por isso que..."

"Continue."

"Por isso suas atenções me assustavam tanto." Cae admitiu. "Entrava em pânico toda

vez que via você. Eu não sabia o porquê. Não até este momento."

Essas palavras pareceram agradar Nicholas. Ele soltou um suspiro satisfeito e olhou

fundo nos olhos da CAE. "Você não vai se arrepender de vir para mim hoje.” Disse ele

suavemente e seu sotaque estava mais carregado do que nunca. "Você nunca se arrependerá

disso. Vou lhe dar um prazer como nenhum homem jamais fez antes."

"Você promete?" Cae perguntou.

E Nicholas, finalmente, sorriu. "Eu prometo."

52
Capítulo Seis

Nicholas não conseguia acreditar que Cae estava em seu quarto. Ele tinha fantasiado

tantas vezes sobre esse cenário antes e agora que ele estava realmente aqui, não sabia bem o

que fazer.

Ele parou à porta, observando como Cae explorou o espaço onde, se Nicholas tivesse

seu caminho, Cae estaria gastando uma parte significativa do seu tempo. Ele olhou para a

cama, tocou os lençóis macios sobre ele, caminhou até as janelas, correu o dedo ao longo dos

vasos de plantas crescendo lá. Seu olhar viajou para o caminho até o guarda-roupa, em frente

ao banheiro e, finalmente, circulou de volta perto de Nicholas.

Ele ainda vestia a calça jeans e o suéter com os quais Nicholas o havia encontrado mais

cedo e pareciam dolorosamente belo. Nicholas mal podia esperar para segurá-lo nos braços e

fazer todas as coisas que tinha imaginado por tanto tempo. E, no entanto, ele estava tão

ridiculamente nervoso. Dezoito longos meses ansiando por este homem faria isso com você

adivinhou.

"O que você está pensando?" Ele perguntou.

Cae encolheu um ombro magro antes de disparar um rápido olhar para a cama. "Eu

estou nervoso.” Disse ele.

"Por minha causa?" Nicholas perguntou.

53
"Um pouco.” Cae admitiu. "Mas também por causa do que vamos fazer."

"E o que é que vamos fazer?" Nicholas perguntou.

Cae mordeu seu lábio inferior. Era tão cheio. Em quantos cartazes esses lábios tinham

sido retratados? Separados em um suspiro suave? Fazendo mulheres e homens suspirarem

também.

"Você disse que nós vamos..."

"Foder?"

Ele mordeu com mais força. "Sim."

"Então venha aqui.” Nicholas exigiu. "E eu posso prometer que seu nervosismo terá

ido antes mesmo de você perceber."

Cae caminhou até ele, seus passos hesitantes. Nicholas puxou-o em seus braços no

momento em que estava em seu alcance. E então, ele fez a coisa que tinha esperado muito

tempo para fazer. Ele abaixou a cabeça e beijou Cae.

Foi o primeiro beijo deles.

Sua primeira vez.

54
E valeu a pena a espera em cada maneira possível. Os lábios macios de Cae abertos

debaixo da boca de Nicholas tinham um sabor de hortelã e de doçura, e Nicholas saqueou-os

completamente. Ele beijou e beijou, seus lábios se movendo em um ritmo constante, e em

pouco tempo sua cabeça estava girando e seu pênis lutando contra suas calças.

"O que você faz comigo.” Ele sussurrou.

Ele agarrou as bordas do suéter de Cae e puxou-o sobre a cabeça do outro homem em

um movimento suave. Ele bateu no chão com uma pancada e Nicholas se inclinou para trás,

muito perdido no prazer da boca de Cae neste momento para que pudesse olhar o outro

homem. Ele já o tinha visto sem camisa antes, é claro, todo o maldito país tinha em revistas e

em sites, mas tê-lo aqui, bem na frente dele, sendo capaz de tocar aquele peito esculpido e o

abdômen duro. Era tudo o que Nicholas poderia fazer para parar suas mãos de tremendo.

"Você é tão bonito.” Ele suspirou.

"Nicholas..."

Nicholas o beijou novamente. Desta vez, ele separou os lábios de Cae e enfiou a língua

na boca do outro homem. Ele imitou exatamente o que queria fazer com o seu pênis e Cae

respondeu a isto, deixando escapar um pequeno gemido e envolvendo os braços em volta do

pescoço de Nicholas. Era o sinal de que Nicholas tinha estado esperando. Levou Cae na

direção da cama, até a beirada dela, beijando-o ainda. E então, quando atingiu o ponto em

que Nicholas sentiu como se seu corpo inteiro estivesse pulsando, e que seu autocontrole

estava prestes a falhar a qualquer momento, ele rasgou os lábios dos de Cae e recuou.

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"Eu quero fazer tudo o que fantasiei fazer com você.” Disse ele e sabia que sua voz

soava dura e com forte sotaque. Ele estava simplesmente muito excitado para agir de outra

forma.

"E o que eu devo fazer?" Cae perguntou.

"Deixe-me.” Nicholas disse simplesmente.

Ele estendeu a mão e abriu o zíper das calças jeans de Cae. Segurando as laterais do

cós arrastou-as pelas coxas do outro homem e removeu-as junto com seus tênis. Cae estava

nu, com apenas um par de cuecas samba-canção, e estava tão fodidamente sexy que Nicholas

quase engasgou. Um momento depois, foi o que aconteceu, porque o pênis de Cae estava

delineado perfeitamente contra o algodão branco da cueca... e ele estava duro... o desejo que

Nicholas tinha esperado por um maldito longo tempo era óbvio agora.

Com o corpo tremendo de uma forma que não esperava, mas que provavelmente

deveria ter previsto, Nicholas caiu de joelhos. E então, quase que em reverência, estendeu a

mão e acariciou ao longo do comprimento de Cae com seus dedos. Ele empurrou abaixo na

ponta dos dedos, deleitando Nicholas.

"Lindo aqui também.” Disse ele.

Ele correu os dedos por cima do cós da cueca samba-canção da CAE, e depois,

lentamente, para que pudesse experimentar cada momento de parar o coração, Nicholas a

puxou para baixo também. O pau de Cae surgiu no momento em que estava livre e era muito

56
mais do que Nicholas tinha esperado. Longo e delgado, com uma ponta avermelhada,

Nicholas não teve escolha a não ser se inclinar e passar sua língua ao longo dela.

Cae engasgou quando ele fez isso. Colocou suas mãos sobre os ombros de Nicholas,

como se para se firmar, mas a ação simplesmente centralizou a posição de Nicholas e

Nicholas aproveitou-se desse fato. Ele lambeu ao longo do comprimento de Cae novamente,

provando o sabor salgado e picante da ereção do outro homem e deleitando-se com o fato de

que podia, que Cae estava aqui com ele, e que o outro homem finalmente estava permitindo

isso.

Outra lambida e depois outra. Em pouco tempo isto simplesmente não era

suficiente. Nicholas se aproximou e tomou o pau de Cae em sua boca, seus lábios envolvendo

a ponta e depois sugando ao longo do comprimento.

O pau de Cae preencheu sua boca, a circunferência esticando os lábios de Nicholas,

mas não tanto que fosse desconfortável. E estava tão duro e ainda se sentia como veludo

dentro dele. Nicholas não conseguia obter o suficiente dele. Ele moveu sua boca para cima e

para baixo sobre ele, deixou sua língua deslizar ao longo e debaixo do eixo e, durante todo o

tempo seu próprio pênis latejava em suas calças, implorando por alívio.

Cada movimento que Nicholas fez, com cada lambida e chupada, o aperto de Cae

sobre os ombros Nicholas se manteve. Ele empurrou seus quadris para cima, hesitante,

cuidadosamente, quase como se estivesse pedindo mais e não tinha certeza de

como. Nicholas estava feliz por conceder, feliz por ser o único a guiar Cae.

57
Ele lambeu e chupou e deu prazer ao pau de Cae com todos os truques que ele

conhecia. Em pouco tempo Cae estava ofegante com o prazer, gemendo sobre o quão bom

isso sentia. As palavras eram como música para os ouvidos de Nicholas. Ele amava o fato de

que ele estava agradando Cae, exatamente como queria fazer por muito tempo.

E isso foi apenas o começo.

Havia muito mais para vir.

Nicholas se inclinou para trás, em seguida, e deixou o pau de Cae deslizar de seus

lábios famintos. Cae deu um gemido de decepção.

"Nicholas...” Ele sussurrou.

"Deite-se para mim.” Nicholas exigiu.

Cae apressou-se a obedecer. Deitou-se contra o branco suave dos lençóis da cama

oferecendo uma visão total de seu corpo. Seu corpo magro era tão foda bonito, seu pau

escorregadio agora tanto pelas atenções da boca de Nicholas como pelo seu próprio pré-

sêmen. Uma gota floresceu na ponta antes de deslizar para baixo pelo comprimento. Isso

encantou Nicholas.

Com os olhos fixos nele, Nicholas desabotoou sua camisa. Ele jogou-a no chão e abriu

o zíper de suas calças. Ela logo se juntou à camisa descartada e então em um segundo,

Nicholas ficou na frente de Cae completamente nu. Ele esperou lá, deixando Cae olhar o seu

preenchimento, na esperança de Deus que o outro homem gostasse do que via.

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"Você é tão... grande..."

Nicholas sorriu, ele não poderia ajudar a si mesmo, porque Cae não estava se

referindo ao fato de que Nicholas era muito musculoso, ele estava se referindo ao pau de

Nicholas, os olhos fixos nele quase como se em estado de choque. Ele projetava-se, grosso e

longo, rodeado por cachos negros. Nicholas pegou-o na mão e bombeou-o lentamente.

"Tão grande..."

"Vai se sentir tão bem dentro de você.” Disse Nicholas.

"Estou nervoso de novo.” Cae sussurrou.

"Não há necessidade de estar.” Disse Nicholas. "Meus lábios não se sentiram bem em

você?"

Cae assentiu.

"Minha língua não se sentiu bem quando estava lambendo ao longo de seu eixo?"

Outro aceno.

"E meu pau vai se sentir ainda melhor quando estender seu traseiro.” Disse

Nicholas. "Eu prometo."

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Ele deu a volta até o criado mudo ao lado da cama. Ele abriu a gaveta de cima e tirou

uma pequena garrafa com um líquido brilhante e um preservativo. O preservativo ele jogou

na cama junto à Cae. O líquido ele abriu.

"Espalhe-lhe as pernas forma ampla e agradável para mim.” Ele pediu.

Cae fez isso imediatamente. Nicholas podia ver seu franzido agora. Era tão foda

convidativo. Ele derramou um pouco do líquido em seus dedos e, em seguida, ele se arrastou

para a cama, se estabelecendo entre as coxas abertas da Cae.

Ele correu os dedos lubrificados pelo pênis de Cae, tornando-o ainda mais molhado, e,

em seguida, Nicholas se moveu para baixo, todo o caminho até o traseiro do Cae. Ele

esfregou os dedos em torno da entrada do outro homem, tornando-o agradável e liso, e em

seguida Nicholas deslizou um dedo dentro.

Cae engasgou.

Ele se contorceu.

Nicholas sorriu com satisfação.

Lentamente, com os olhos fixos no outro homem, ele moveu seu dedo dentro e

quando Nicholas deslizou outro dedo dentro e depois outro. O canal de Cae apertou em

torno de seus dedos lisos, como se pedindo mais.

Nicholas estava absolutamente indo lhe dar isso.

60
Enquanto o outro homem gemia e se contorcia, com os olhos firmemente fechados,

Nicholas apertou um pouco mais de lubrificante no ânus de Cae. Seus dedos deslizavam

dentro e fora com facilidade agora, o traseiro de Cae feliz em aceitá-los, e então ele estava

pronto.

Nicholas puxou os dedos livres, pegou o preservativo e rasgou-o aberto. Um momento

depois, cobriu seu pênis. Nicholas desejava não precisar disso. Ele teria gostado muito mais

se a sua primeira vez dentro de Cae fosse absolutamente nu. Mas isso viria em breve. Era só

mais uma coisa a olhar à frente, o momento em que poderia despejar seu sêmen

profundamente dentro do homem que tinha esperado por tanto tempo.

Com um suspiro trêmulo frente a essa possibilidade, Nicholas mudou de posição,

fixando-se em entre as coxas da Cae. O outro homem ainda estava em uma neblina sensual e

então a princípio ele não pareceu perceber exatamente o que estava acontecendo. Mas, em

seguida, a cabeça do pau de Nicholas cutucou contra a sua entrada lubrificada e seus olhos se

arregalaram e engasgou.

"Nicholas...” Ele sussurrou. "Isso realmente vai acontecer?"

Nicholas apoiou-se nos cotovelos. Ele se inclinou e deu um beijo nos lábios trêmulos

da Cae. A ação o fez estremecer.

Ninguém jamais o fez se sentir tão excitado.

Ninguém jamais o fez se sentir fora de controle.

61
Ninguém, além de Cae.

"Isso sempre esteve indo para acontecer.” Disse ele, e então, porque já havia esperado

por muito tempo, Nicholas preparou-se para empurrar os quadris a frente e finalmente,

finalmente, deslizar dentro do homem que amava.

62
Capítulo Sete

Se viver na mentira tinha significado alguma coisa para Cae, era a falta de experiência

em estar com homens como Nicholas.

Homens fortes.

Poderosos.

Homens que sabiam exatamente o que estavam fazendo.

Nicholas era isso e muito mais.

Ele deitou-se em cima de Cae, seu corpo grande e sexy cobrindo completamente a

forma magra de Cae e assim Cae podia sentir a tensão correndo por todo corpo dele, sentir o

quão duro ele estava trabalhando para manter algum autocontrole.

Cae apreciou isto, apreciou que Nicholas não tinha simplesmente lubrificado-o e

empurrado dentro. Em vez disso, o outro homem tinha trabalhado duro para empurrar todos

os botões da CAE, para tê-lo ofegante e implorando por mais, e Cae certamente tinha feito

isso.

Nicholas era um mestre com a boca. Seus lábios e língua tinham feito Cae sentir coisas

que nunca tinha sentido. O pau de Cae latejava de desejo, ainda estava pulsando, e seu corpo

63
estava completamente nas mãos de Nicholas, respondendo a tudo o que Nicholas queria

fazer com ele.

Como um fantoche.

Só agora, nesta sala, neste momento, Cae não se importava que ele estivesse tendo

suas cordas puxadas.

Ele estava insuportavelmente excitado. Apesar de quão nervoso ele estava com o

corpo forte de Nicholas, apesar do choque que sentiu quando ele tinha visto o quão grande o

pau de Nicholas era, e apesar do fato de que parte dele não podia acreditar que isso estava

realmente acontecendo, Cae queria Nicholas dentro dele.

Ele queria sentir o outro homem deslizar seu grande pênis dentro e fora.

Ele queria ouvir o grito de prazer de Nicholas quando fizesse isso.

Mais do que isso, Cae queria gritar de prazer também.

E assim, quando Nicholas deu um beijo nos lábios abertos da Cae, Cae não hesitou em

beijá-lo de volta. Ele beijou-o com toda a paixão que estava sentindo, todo o desejo, e

Nicholas grunhiu seu prazer. Pouco tempo depois eles estavam trancados em um abraço que

gritava o clamor de um para o outro e Cae levantou os braços e envolveu-os em volta do

pescoço de Nicholas. Ele segurou o outro homem perto dele, chocado com o quão

reconfortante se sentia, e se preparou para a invasão que estava por vir.

64
Ele não teve que esperar por muito tempo.

A espessa cabeça do pau de Nicholas cutucou contra o ânus de Cae. Desde que Cae

estava tão liso e molhado, um empurrão foi tudo necessário para romper seu buraco. Sua

bunda abriu e permitiu que a cabeça do pau de Nicholas deslizasse para dentro dele,

esticando-o aberto em um movimento suave.

Era ao mesmo tempo muito e não suficiente. Cae puxou Nicholas para ele e soltou um

gemido baixo. "Oh Deus..."

Nicholas sussurrou algo que Cae não entendeu direito. Ele empurrou para frente um

pouco mais. Empurrou seu corpo em Cae. Polegada por polegada lentamente, seu membro

preencheu Cae, sua circunferência esticando o corpo de Cae, exigindo acomodação, e em

pouco tempo, antes de Cae sequer saber se ele poderia levá-lo em tudo, Nicholas estava

sentado no fundo do corpo do Cae.

"Tão apertado..." Nicholas resmungou.

Tudo que Cae podia fazer era gemer novamente. Sua bunda estava apertando ao redor

do pênis de Nicholas. Seu corpo tanto aceitando e recusando-se a invasão. Era prazer e

dor. O suficiente e ainda assim muito. As mãos de Cae vibraram impotentes e ele se contorcia

debaixo Nicholas.

"Oh Deus... oh Deus..."

"Olhe para mim.” Nicholas exigiu.

65
Cae estalou os olhos abertos. Nicholas estava apenas poucas polegadas acima dele. O

suor escorria em sua cabeça e seu corpo inteiro tremia com o esforço que estava exercendo

para manter o estável. Ele parecia tão sexy. Cae não podia deixar de notar isso e ficou

maravilhado, que nunca tinha percebido desta forma antes.

"Você tem alguma ideia de quanto tempo eu esperei por isso?" Ele rosnou.

"Nicholas..."

"Parece que para sempre.” Ele ralou. "Para sempre."

"Por favor..." Cae disse, sem saber exatamente o que ele estava pedindo.

Nicholas sabia embora. Sempre soube. Ele começou a deslizar seu pênis para fora de

Cae, seu comprimento arrastando ao longo do canal do Cae. O prazer que criou era tão

intenso que Cae não pôde manter seus olhos abertos e deixou escapar um gemido de prazer

absoluto. Sua bunda formigava, seu pau pulsava, todo o seu corpo moveu-se para abraçar as

sensações, implorando, não, precisando de mais.

Nicholas deu a ele.

Quando parecia que estava indo para tirar seu pênis completamente fora, ele ajustou

sua posição e empurrou de volta. Novamente foi lento, quase torturante, e isso fez Cae

gritar. E então começou tudo de novo. Dentro e fora, mais e mais, e foi mais do que Cae tinha

imaginado, mais do que já tinha experimentado antes.

66
Nicholas tomou conta dele.

Seu corpo estava em todos os lugares.

Cobrindo Cae.

Acariciando Cae.

Satisfazendo Cae.

E seu pau... enchia o corpo de Cae completamente, exigindo que Cae o aceitasse Cae,

exigindo que Cae desfrutasse dele. E Cae era impotente para não. Ele agarrou Nicholas,

mantendo o outro homem perto enquanto ofegava e suplicava, enquanto engasgava e gemia,

e todo o tempo Nicholas continuou nesse mesmo ritmo intenso.

Dentro e fora.

De novo e de novo.

Prazer em cima prazer.

Cae não tinha ideia de quanto tempo isso durou. Tempo tornou-se absolutamente sem

sentido. Tudo o que importava era Nicholas acima dele. Nicholas lhe agradando. Ele

agradando Nicholas. Tudo o mais era irrelevante. Houve apenas isso. Seus corpos se

67
movendo juntos. Molhado e quente. Seus lábios se tocando. Suas línguas rodando juntas. E o

prazer... uma constante, o prazer sem fim...

Cae gozou antes mesmo que soubesse o que estava acontecendo. Antes que seu corpo,

mesmo soubesse que um orgasmo estava chegando. Ele bateu em um crescimento explosivo

e gritou quando seu corpo resistiu e seu pau empurrou. Onda após onda de sêmen espirrou

entre eles, tornando-os ainda mais lisos, e se sentia tão bem, tão intenso, que o corpo de Cae

realmente tremeu sob o outro homem.

Nicholas adorou.

Ele sussurrou como era bom sentir, o quanto lhe agradava, quão bonito Cae estava e,

em seguida, enterrou seu pênis tão profundo no reto de Cae quanto era possível ir. Um

segundo depois, ele seguiu Cae com seu próprio orgasmo, deixando escapar um grito rouco

enquanto seu pênis pulsava dentro de Cae e seu próprio sêmen encheu o preservativo até

próximo de estourar.

E Cae só podia soluçar seu prazer, apenas lamentar a partir da mente soprando com a

intensidade de seu orgasmo quando finalmente começou a recuar e, com satisfação, absoluta

espalhada por todo ele. E, como Nicholas continuou a pressionar dentro e fora dele,

continuou a torcer as últimas gotas de prazer do corpo trêmulo de Cae, e uma coisa se tornou

clara acima de todas as outras.

Cae agora sabia por que tinha corrido. Ele sabia por que Nicholas sempre o fez entrar

em pânico. Entendeu, finalmente, por que a presença do outro homem sempre gritava perigo

para ele.

68
Por causa disso.

Devido à forma como Nicholas poderia fazer ele se sentir.

Como ninguém, como nada mais, ou em qualquer lugar, no fundo de seu

subconsciente, Cae sempre soube e ele simplesmente não queria aceitá-lo. E agora, todos

estes meses mais tarde, mesmo sem perceber, foi direto e volta para ele, direto de volta para o

perigo... e sabia algo mais. Não ia ser algo que poderia facilmente fugir. Porque não só

Nicholas não permitiria isso, Cae não tinha certeza de seu próprio desejo de fazer isso.

69
Capítulo Oito

Quando Cae tinha recusado Nicholas pela primeira vez Nicholas tinha ficado

irritado. A segunda vez ele tinha ficado irritado. A terceira vez também para este

assunto. Mas, depois da décima primeira vez, quando Cae tinha parado de responder a seu

telefone, quando parou de responder aos presentes que Nicholas lhe enviou, Nicholas tinha

realmente começado a ficar alarmado.

Ele tinha ficado acordado em sua cama nas primeiras horas da manhã, perguntando

por que Cae recusava-se a ceder a ele, perguntando também o que mais poderia fazer para

tornar Cae dele, mas as respostas para estas perguntas tinham voltavam completamente em

branco. O outro homem simplesmente não se movia e foi então que Nicholas tinha começado

a questionar se talvez ele tivesse estado errado o tempo todo. Talvez Cae realmente fosse

atraído apenas para mulheres e não havia nada que Nicholas poderia fazer para mudar isso.

Tinha sido depois de uma daquelas noites, depois de passar demasiado tempo a

pensar nisso tudo, e queimando com a frustração interminável que Nicholas tinha sido

instigado a fazer a sua oferta, uma oferta que Cae recusou exatamente da mesma maneira

que ele tinha recusado todos os outros.

"Não. Obrigado.” Ele tinha respondido.

E foi tudo o que Nicholas tinha sido capaz de fazer para manter qualquer tipo de

autocontrole. "Por que você continua a torturar-me desta forma?" Ele exigiu. "Por quê?"

70
"Eu não estou fazendo nada com você.” Cae tinha respondido.

"Você sabe exatamente o que está fazendo para mim.” Nicholas tinha chiado. "E eu

não sei porquê, porra. Você sente isso." Ele disse. "Eu sei que você sente."

E ele empurrou Cae contra a parede, empurrou o corpo contra ele de uma forma que

sabia que estava errado, sabia que estava pisando em cima da linha, e ainda assim Nicholas

não tinha sido capaz de se conter.

"Eu nunca quis qualquer homem do jeito que quero você.” Ele disse.

Mas Cae simplesmente tinha sacudido a cabeça, quase com tristeza, e empurrou-o de

volta. "Você não pode ter-me.” Ele disse. "Por favor, apenas aceite isso. Aceite e fique longe

de mim. É a melhor coisa para nós dois."

A melhor coisa...

E talvez, naquela época, tinha sido uma perspectiva aterrorizante.

As noites que se seguiram ao seu encontro final tinha sido algumas das mais difíceis

para Nicholas. Ele teve que lutar muito para passar por elas sem fazer um completo idiota de

si mesmo. Mas mesmo que conseguiu, enquanto os dias se passaram e, em seguida, as

semanas, tinha continuado a parecer impossível para ele que o homem que desejava acima

de todos os outros, o macho que simplesmente sabia que era para ser dele, estava destinado a

permanecer para sempre fora de seu alcance.

71
Era uma pílula difícil de engolir. Mas Nicholas engoliu-a. Que outra escolha ele

tinha? Ele tentou seguir com a sua vida. Tentou ignorar o fato de que se sentia como se

houvesse um buraco no peito que simplesmente não fechava. Ele parou de olhar para

revistas que poderiam destacar Cae. Afastou-se de determinados sites. Também mudou suas

rotas para o escritório e que não tivesse que passar pelos enormes cartazes onde Cae estava

meio vestido e fazendo beicinho. Lentamente, muito lentamente, Nicholas tentou livrar-se de

sua obsessão.

Por um tempo, quase pareceu que ia funcionar.

E então um dia, mesmo sem querer, Nicholas pegou um jornal ‒ um dos mais inúteis

que evitava a todo custo ‒ e direto ali na primeira página estava Cae. Foi puro escândalo. O

tipo de escândalo que esses jornais rodavam. Cae, modelo mais famoso do país, o que era

amado por marcas saudáveis em todo o mundo, aquele que sempre se apresentou como um

homem reto, tinha sido retratado na cama com um homem.

Aquele homem tinha vendido essas imagens.

Ele tinha vendido sua história também. Cada detalhe, lascivo dela.

Por dias isso foi tudo o que se destacava nos jornais e eles insistiram que não era

porque Cae era gay ‒ este era um país progressista, afinal de contas, mas porque havia

mentido, porque tinha enganado não apenas seus empregadores, mas seus fãs também. Pior,

ele se permitiu ser colocado em uma posição onde um repórter sorrateiro ‒ posando como

um fã ‒ conseguira tirar fotos que deixaram quase nada para a imaginação. Todo o escândalo

72
acabou provocando um debate que foi muito maior do que Cae e suas ações, mas no meio de

tudo isso estava Cae.

A imprensa o havia assediado sem parar.

Ele não poderia mesmo deixar o hotel em que estava hospedado, sem que eles

estivessem pulando em cima dele

Ele era praticamente um prisioneiro.

E precisava da ajuda de Nicholas.

E Nicholas tinha lutado bastante com isso. Por um lado estava o desejo esmagador de

ajudar o homem que Nicholas tinha quase certeza de que ele estava apaixonado. O homem

que continuava a encher seus pensamentos e perseguir seus sonhos, noite após noite. Mas

por outro lado, foi o fato inegável de que não só os instintos de Nicholas estavam certos, que

Cae era capaz de desejar outro homem, mas Cae não o escolhera para ser esse homem.

Rejeição.

Desgosto.

Nicholas experimentou tudo e isso o feriu de uma forma que nunca tinha

esperado. Seu peito doía, seu estômago parecia estar em nós constantes. E ainda... Cae

precisava de alguém... ele precisava de ajuda. E assim, apesar do fato de que Nicholas tinha

conhecimento de onde Cae estava hospedado, provavelmente poderia entrar em sua suíte se

73
ele tivesse vontade, não tinha visitado o outro homem. Em vez disso, Nicholas o tinha

chamado, colocando uma distância entre eles, enquanto lutava para tentar lidar com a dor

que estava sentindo.

E tudo tinha sido inútil.

Cae o havia rejeitado mais uma vez.

E Nicholas sabia que era o fim.

Pelo menos, era isso que ele sempre tinha pensado, o que passou um ano dizendo a si

mesmo. E nesse tempo tinha feito um esforço para continuar com sua vida. Para vivê-la,

tanto quanto podia. Mas sempre no fundo que Cae tinha permanecido.

E agora? Com o sol entrando pelas janelas abertas, olhando para o homem que ele

tinha tentado tão difícil esquecer? Bem, Nicholas sentiu quase como se estivesse em um

sonho.

Cae tinha estendido a mão para ele.

Cae precisava dele.

E Nicholas foi impotente para não responder. Mas não tinha ideia do que ia acontecer

agora. Como essa relação torcida deles iria se desenvolver. Eles não haviam discutido ontem

à noite. Ainda não tinha considerado os dias que estavam indo para vir e como poderiam

navegá-los. Tudo que Nicholas sabia era que ainda desejava o outro homem tanto quanto

74
antes. Ele queria. Precisava dele. E isso assustou o inferno fora de Nicholas. Ele estava

destinado a se machucar mais uma vez? Será que este breve tempo com Cae seria suficiente

para compensar a dor que estava certo que viria? Porque Nicholas não era tolo. Ele sabia que

era improvável segurar Cae. Afinal, não tinha sido capaz disso antes. Por que agora seria

diferente?

Porque ele precisa de você...

Mas isso não vai durar para sempre...

Nicholas se distanciou da direção que seus pensamentos estavam tomando, com as

coisas que estavam se agitando para a superfície. Em um esforço para se distrair, ele

estendeu a mão e correu as costas da mão pelo rosto de Cae. Ele amava como se sentia e não

podia deixar de sorrir enquanto Cae moveu-se ligeiramente em seu sono. Ele era tão

extremamente bonito. Não havia nada nele que não fascinava Nicholas.

Um minuto mais tarde e seus olhos se abriram.

"Bom dia, Cae."

Cae olhou em volta, confusão em seu olhar, ele clareou depois de um momento e deu

a Nicholas um sorriso hesitante. "Nicholas... que horas são?"

"São apenas depois das oito."

"Eu não costumo dormir até tão tarde."

75
"Nem eu.” Disse Nicholas. "Eu acho que ambos necessitávamos do descanso."

Cae fechou os olhos ante essas palavras e Nicholas inclinou-se para beijá-lo

suavemente no rosto. Cae manteve-se imóvel por apenas um segundo antes de virar a cabeça

e beijando Nicholas de volta. Nicholas não tinha dúvidas de que o outro homem estava

pensando sobre o dia anterior, e a noite também para este assunto. Eles tinham saciado um

ao outro completamente. Nicholas não conseguia o suficiente. Mesmo agora, seu pênis estava

endurecendo. Ele queria estar dentro de calor úmido de Cae novamente, porque estar dentro

dele... sentindo isso... tinha valido a pena a espera angustiante.

"Eu deveria levantar-me..." Cae disse após um momento.

"Você tem algum lugar que precisa ir?" Nicholas perguntou.

Cae suspirou. "Você sabe que eu não tenho."

"Então você está correndo fora, porque..."

Outro suspiro. "Porque eu acho que talvez devêssemos conversar." Disse Cae.

E assim o momento havia chegado. Não poderia ser adiado. Tempo para discutir

exatamente a direção que seu relacionamento estava indo tomar. "Então, vamos tomar café

da manhã.” Disse Nicholas. "Podemos conversar enquanto comemos."

76
Capítulo Nove

A cozinha de Nicholas era moderna em todos os sentidos da palavra. Cae admirou,

mas parte dele não podia deixar de sentir falta de sua cozinha em casa. A forma como o sol

entrava pelas janelas, a forma como o velho carvalho parecia brilhar. Ele tinha ido por, talvez,

vinte e quatro horas, mas parte dele já estava doendo em ir para casa. Talvez fosse porque a

casa tinha vindo a representar segurança, um lugar onde poderia ser ele mesmo. Cae não

podia ser ele mesmo aqui. Não na capital. Não no cenário de sua queda em desgraça. E,

certamente, não em torno de Nicholas.

Nicholas, que estava indo para salvar sua casa de campo.

Cae suspirou com esse pensamento e se inclinou sobre o balcão. Nicholas estava

fazendo alguma coisa no fogão. Foi uma visão estranha, não menos importante, porque ele

estava descalço vestido com apenas um par de calças de moletom e uma camiseta. O traje o

fazia parecer mais jovem de alguma forma, menos proibitivo. Mas ele ainda era Nicholas e

passou muitas horas na noite passada com parte de seu corpo enterrado profundamente

dentro de Cae.

Cae estremeceu com esse pensamento, embora soubesse que isso ia acontecer ‒ não era

a razão pela qual tinha vindo aqui em primeiro lugar? – ele estava tendo problema em

processar exatamente em como tinha acontecido.

77
Nicholas o beijou, tocou, e então ele tinha chupado o pau de Cae de uma forma que

Cae nunca tinha experimentado antes. Isso aí tinha sido emocionante o suficiente, mas, em

seguida, sentir Nicholas dentro dele...

Cae desviou o olhar do outro homem e respirou fundo. Memórias da noite anterior o

inundaram, e o que era ridículo, seu pênis estava engrossando em suas calças. Engrossando

com o pensamento de ter Nicholas dentro dele novamente. Era esta a maneira que ia ser

entre eles agora, Cae se perguntou? Este desejo intenso sempre necessitando ser

aplacado? Não, não um desejo e sim uma ânsia, e que tinha estado lá desde o início do

caralho. Eles sempre estiveram, só que precisava ser deixado livre e Cae tinha sido um tolo

absoluto em não perceber isso antes.

Ele olhou para suas mãos. Mãos que tinha acariciado o corpo de Nicholas. Mãos que

haviam envolvidos em torno do pau de Nicholas. Ele lambeu os lábios, sentindo a carne

inchada deles em sua língua. Nicholas tinha beijado eles muitas e muitas vezes. A cabeça de

Cae tinha girado em um ponto com a falta de oxigênio... ou talvez tivesse sido apenas por

causa de Nicholas.

Perigoso.

E não havia absolutamente nenhuma dúvida sobre isso agora. Tinha havido alguma

vez?

"Coma."

78
Um prato foi colocado em frente à Cae. Uma mistura de ovos e tomates estava

belamente apresentada nele. Em seguida vieram os talheres envoltos em um guardanapo de

linho. E, finalmente, um copo de suco de laranja. O cristal já suado com a temperatura do

líquido.

Nicholas fez um gesto para a mesa ao lado da janela. Cae atravessou até ela, prato e

copo na mão, e se sentou. Nicholas tomou o assento à sua frente e começou a comer seu café

da manhã.

"Coma.” Disse ele novamente.

Cae desembrulhou a faca e o garfo e olhou para seu café da manhã. Ele quase nunca

comia no café da manhã e não tinha vontade de fazê-lo agora. Ele estava muito ansioso para

isso, porque, e de muitas maneiras este era um fato inevitável, Nicholas ainda era um

estranho para Cae. Por muito tempo ele tinha sido o homem que tinha perseguido e

perseguido, e Cae tinha sido o único a correr. Em todo esse tempo o quanto realmente sabia

sobre Nicholas? Além do fato de que ele queria Cae e não conseguia entender por que não

poderia tê-lo. Ele só tinha realmente deixado de persegui-lo quando Cae estava fodido e já

não era o homem desejado por muitos. E embora Cae realmente nunca tivesse admitido isso

para si mesmo, sempre se perguntou se isso era o que sempre tinha impulsionado

Nicholas. Apanhar um prêmio que parecia inatingível. Afinal, que momento mais propício

para ele pressionar suas atenções do que quando Cae tinha estado em seu ponto mais

baixo? Só que Nicholas não tinha. Após a primeira chamada ele nunca tinha chamado

novamente... não por mais de um ano... e talvez nunca teria. Talvez se Cae não tinha chegado

a ele isso nunca teria acontecido...

79
Cae suspirou por dentro, sem saber ao certo como ele se sentia sobre isso. Ele colocou

seus talheres sobre a mesa, seu apetite completamente ausente.

"Está ficando frio.” Disse Nicholas.

Cae olhou para ele. Nicholas estava franzindo a testa. Seu garfo a meio caminho para

os lábios entreabertos.

"Alguém já lhe disse que você é realmente dominador?" Cae perguntou.

"Foi dito uma ou duas vezes.” Nicholas respondeu. Ele fez uma pausa. "Você não

gosta disso?"

Cae deu de ombros. "Eu não sei."

"Eu sempre fui da opinião de que você precisava de alguém dominador em sua

vida. Você ainda precisa."

"Por quê?"

Nicholas terminou o que estava em seu prato antes de tomar um gole de seu

suco. "Quando eu te conheci sabia que havia muito mais em você do que o homem que

enfeitava todas aquelas capas de revista.” Disse ele. "Você era cheio de sorrisos sempre que

as pessoas estavam em torno de você, mas e no momento em que pensava que estava

sozinho?" Ele colocou o copo de volta na mesa. "Parecia que você estava preocupado."

80
Outro encolher de ombros. "Eu acho que estava mesmo, só que não percebi isso na

época."

"Você não teria sido incomodado se eu tivesse estado em sua vida.” Acrescentou

Nicholas. "Eu teria tomado conta de você."

"Eu não preciso de ninguém para cuidar de mim, Nicholas."

Nicholas arqueou uma sobrancelha.

"Bem.” Cae admitiu. "Talvez agora eu precise, mas não tenho certeza de que isso

significa a mesma coisa para você."

"Eu não estou falando de dinheiro.” Disse Nicholas. "Eu estou falando de algo

completamente diferente."

Cae correu um dedo ao longo da borda do copo. Recolhendo a condensação na ponta

do dedo. Sua garganta estava seca de repente e ele levantou o copo e bebeu o suco de laranja

de uma só vez. Nicholas deu-lhe um aceno de aprovação.

"Você quer que eu a explique?" Ele perguntou.

"Tenho certeza que vai.” Disse Cae.

81
"Nenhum homem é uma ilha, Cae.” Disse Nicholas. "Apesar das barreiras que podem

colocar-se, apesar da fachada que pode apresentar ao mundo, cada homem precisa de

alguém em sua vida que ajuda a equilibrá-los."

"Você acha que me equilibra?" Cae perguntou.

"Eu sei que faço.” Nicholas respondeu. "Somos opostos em muitos aspectos, mas ao

mesmo tempo temos atributos em nossas personalidades que complementam um ao outro."

"Nicholas, eu quase não sei nada sobre sua personalidade." Cae disse, empurrando o

prato.

Nicholas franziu o cenho. "Porque você não me deu a chance de mostrar."

"E você não sabe muito sobre a minha como acha que sabe.” Cae acrescentou. "Apesar

de tudo o que aconteceu entre nós, apesar da intensidade de tudo isso, em muitos aspectos,

nós mal nos conhecemos em tudo."

"Então eu vou aprender.” Disse Nicholas. "Você vai aprender. Vamos explorar e

descobrir um ao outro em todos os sentidos."

"Todo caminho?"

"Sim.” Disse Nicholas com um aceno decisivo. "Há muito que eu gostaria de saber

sobre você. E..." Acrescentou levantando a mão. “... não significa simplesmente como você

responde-me na cama, o que te faz ofegar, o que te faz gritar..."

82
Cae tinha feito às duas coisas ontem à noite e tão facilmente, e talvez tenha sido por

causa disso, por causa da lembrança do quão simples tinha sido para Nicholas seduzi-lo que

Cae respondeu: "Quando nos encontramos pela primeira vez, você me disse que tinha feito o

seu objetivo, me conhecer. O que mais resta?"

"Eu descobri o quanto poderia.” Disse Nicholas. "Mas não tenho dúvida de que há

muito, muito mais.” Ele fez uma pausa. "Eu quero saber tudo."

Essas palavras fizeram a ansiedade florescer no estômago de Cae mais uma vez. Na

noite passada, ele tinha compartilhado mais de si mesmo com Nicholas do que já teve com

alguém. A maneira como tinha beijado Nicholas, o jeito que tinha se agarrado a ele enquanto

seu corpo se ajustava para tomar o pau grosso do outro homem...

Ele engoliu em seco. Quão mais difícil seria se ele compartilhasse outras coisas

também? Se compartilhasse as partes emocionais de si mesmo e não apenas o físico? E por

que Nicholas queria isso? Assim, poderia ter completo domínio sobre o homem que queria

com um desejo quase obsessivo?

Seu prêmio.

Seu brinquedo.

E homens como Nicholas sempre se cansava dessas coisas muito rapidamente...

"Então é isso que você quer que aconteça entre nós?" Cae disse após um momento.

83
Nicholas se levantou e caminhou ao redor da mesa. Ele estendeu a mão. Cae levou-a

simplesmente porque não sabia mais o que fazer. Nicholas puxou-o de pé. "Eu quero que

fiquemos juntos, Cae.” Disse Nicholas.

E Cae não podia deixar de fazer a pergunta que estava gritando em sua mente. O que

ele percebeu agora é que sempre tinha estado lá, desde quando a perseguição começou em

primeiro lugar. "Por quanto tempo?"

"Durante o tempo que for preciso."

"Isto?"

"Para ver se podemos equilibrar.” Disse Nicholas.

Não foi uma resposta. De modo nenhum. Mas Cae não podia pedir mais. Como

poderia? Ele próprio tinha se colocado nesta posição. Ele pediu ajuda e Nicholas estava

dando. E se ele foi pego entre o desejo de correr de volta para casa e o desejo de permanecer

no hotel? Preso entre os sentimentos que nunca tinha realmente reconhecido e os que

estavam agora mais exigentes para ser reconhecido? Bem, não tinha sido sempre assim? Não

estava ele certo do fim? O que quer que isso signifique...

"Mas... como é que isto está indo funcionar." Cae disse finalmente. "Quero dizer, você

vive aqui, eu vivo a trezentas milhas de distância."

A resposta de Nicholas foi instantânea. "Você vai morar comigo por enquanto."

84
"Em Londres?"

"Exatamente."

Cae sacudiu a cabeça. "Nicholas, não estou particularmente excitado com a ideia de

viver em Londres novamente."

"Você vai se acostumar com isso.” Disse Nicholas.

"Mas os jornais..."

"Nós vamos ignorá-los."

"Os paparazzi..."

"Vão desistir eventualmente."

"Mas..."

"Não há ‘mas’ aqui.” Nicholas respondeu. "Isso já está decidido, Cae. Foi decidido no

momento que você veio até mim e pediu minha ajuda. Isto é o que eu quero de você, o que

eu sempre quis de você.” Ele fez uma pausa. "Você deve ter percebido isso."

"Eu não sei o que pensei.” Cae sussurrou. "Eu pensei que iria vir aqui e..."

85
"Foder-me uma vez?" Nicholas perguntou e ele riu, baixinho.

"Você me disse para nomear meu preço.” Disse Cae. "Por uma noite."

"Que mesmo assim, só teria sido o começo.” Nicholas respondeu. "Uma vez?" Ele

balançou sua cabeça. "Você deve ter sabido, mesmo antes, deve ter sabido, que uma vez

nunca, nunca iria ser suficiente para mim."

"Então, o que é suficiente para você?" Cae perguntou e existia uma nota de súplica em

sua voz.

"Você é.” Disse Nicholas. "Você na minha vida, na minha cama. É onde pertence."

"Até o quê?" Cae queria perguntar. "Até que sua obsessão é finalmente esteja

satisfeita? Até você perceber que o homem que o mundo queria não é tão especial,

afinal? Até você se cansar dele como homens como sempre faz?" Só que ele não disse essas

palavras. Ele não podia. Em vez disso, fechou os olhos e deixou Nicholas puxá-lo em seus

braços. Porque que outra escolha ele tinha?

Nenhuma.

Nenhuma mesmo.

E esta era a configuração dos dias que estavam por vir, e tudo o que Cae podia fazer

era deixá-los acontecer, deixar Nicholas acontecer, e ver se havia mesmo alguma coisa como

equilíbrio, e o que isso significaria para os dois se houvesse.

86
Capítulo Dez

Duas semanas mais tarde e Nicholas estava atrasado novamente. Ele correu para o

apartamento dele, deixando cair sua pasta e chaves na pequena mesa do living, quando fez

isso, e chamou Cae. Não houve resposta imediata. Ele fez uma pausa por um momento e

ouviu os sons da cobertura. Além do barulho das máquinas não havia nenhum, e assim, onde

estava Cae?

Ele passou pelo living e pela sala de estar. Estava vazia. Ele se virou e correu de volta

através do living e foi até a escada em espiral para os quartos, chamando novamente

enquanto fazia isso. Nenhuma resposta.

Com uma careta agora em seu rosto, Nicholas abriu a porta para a suíte master e

entrou. Também estava vazia. Seu cenho franzido se aprofundou quando fez o seu caminho

até o quarto em frente à suíte. Foi o espaço que Cae tinha solicitado uma semana atrás. Ele

disse algo sobre a necessidade de seu próprio espaço, um lugar para por as coisas que

Nicholas tinha enviado a partir de sua casa, e Nicholas tinha cedido, porque isso parecia

fazer Cae feliz. Claro, Nicholas não permitiu que Cae dormisse lá. Ele esperou muito tempo

pelo outro homem para não tê-lo ao seu lado todas as noites.

Ele empurrou a porta aberta. Cae estava sentado ali, com as pernas cruzadas sobre a

cama, laptop na frente dele, fones de ouvido praticamente cobrindo a cabeça. Ele estava

vestido com apenas um par de shorts, seu glorioso peito nu, e estava tão bonito que Nicholas

congelou.

87
Embora ele não iria admitir isso para ninguém, e apesar da passagem de duas longas

semanas, parte de Nicholas ainda não podia acreditar que tinha Cae aqui, em sua casa. Que o

outro homem se arrastou para a cama com ele todas as noites. Que ele deixou Nicholas fazer

praticamente o que quisesse com seu corpo. Que eles conversaram. Que riram. Que estavam

simplesmente juntos.

Nicholas às vezes se perguntava se algum dia iria se acostumar com isso.

Em outras ocasiões, se perguntava se teria sequer tempo suficiente para se acostumar.

Ele deu a si mesmo uma sacudida com esse pensamento e cruzou o espaço entre

eles. Cae olhou um momento depois, puxando os fones de ouvido desligado, e atirando a

Nicholas um sorriso hesitante.

"Nicholas?"

"Eu gostaria que você respondesse para mim quando chamo por você.” Nicholas disse

quando sentou-se na borda da cama.

O outro homem arqueou uma sobrancelha. "Nicholas, eu não sou um cachorro."

"Isso não é o que eu quis dizer e sabe disso."

Cae apontou para o seu laptop. "Estou trabalhando."

88
Nicholas assentiu com aprovação. Apesar de seus receios anteriores Cae tinha pulado

de cabeça no aprimoramento do projeto que tinha enviado originalmente a

Nicholas. Nicholas não tinha certeza se era porque o outro homem realmente queria obter a

sua ideia fora do chão ou simplesmente porque queria alguma coisa para fazer durante todo

o dia, quando Nicholas estava no trabalho. Nicholas estava bem com qualquer cenário. Era

importante para ele que Cae não se cansasse durante o dia. Em sua experiência homens tão

sexy como Cae poderia entrar em todos os tipos de problemas se não fossem mantidos

ocupados. Não que Nicholas deixou Cae sozinho o tempo todo. Na verdade, ele parecia estar

funcionando muito menos horas do que normalmente fazia, e encontrou-se correndo através

de seu trabalho para que pudesse chegar em casa e ver o outro homem. Inferno, isto ainda

era a luz lá de fora, o sol que brilha através das enormes janelas.

"Eu posso ver.” Disse Nicholas depois de um momento. "E parece estar se saindo

bem?"

Cae assentiu. "Ele estará pronto no prazo que você me deu."

"Excelente."

Cae tirou seus fones de ouvido e deixou-os cair sobre a cama. Ele desligou seu laptop e

fez um gesto para Nicholas se mover ligeiramente. Nicholas fez e Cae saltou da cama. Ele

caminhou até a janela. As cortinas esvoaçavam com a brisa. Por alguma razão Cae gostava de

ter as janelas abertas o tempo todo. Nicholas estava feliz por mimá-lo. Ao longo das últimas

duas semanas ele tinha mimado Cae de todas as formas possíveis. Se agradou a ele, se

gostou, se mostrou mesmo uma passagem interesse nele, Nicholas garantiu que Cae tinha.

Ele estava feliz em fazer Cae feliz. Mas, em seguida, Nicholas sempre soube que ele faria.

89
"Você está atrasado." Cae disse suavemente.

"Atrasado?"

Cae virou-se e acenou com a cabeça. "Você geralmente está em casa antes das seis em

uma quinta-feira ou sexta-feira."

Agradou Nicholas além das palavras que Cae foi manter o controle de sua agenda. Ele

também se levantou e atravessou para o outro homem. "Peço desculpas. O trânsito estava,

como sempre, atroz. Provavelmente estará novamente quando voltar para fora."

Um olhar confuso passou pelo rosto de Cae. "Você vai voltar a sair?"

"Nós vamos."

"Eu não..."

Nicholas puxou Cae em seus braços. O outro homem não resistiu. Ele se acomodou no

abraço de Nicholas com um suspiro suave que fez Nicholas instantaneamente duro. "Eu

reservei uma mesa para nós."

Os olhos de Cae se arregalaram. "Sair?"

"Precisamente."

90
"Nicholas..." Cae sacudiu a cabeça. "Eu não quero sair."

"Você mal deixou o apartamento nas últimas semanas.” Disse Nicholas.

Cae deu de ombros. "Não houve nenhuma necessidade. Eu tenho tudo o que preciso

agora que meu material está aqui. Você tem toda a comida entregue. Há uma academia no

corredor. Inferno, praticamente existe um cinema na sala principal. Por que eu preciso sair?"

"Por algum ar fresco, talvez?" Nicholas perguntou.

Cae gesticulou atrás deles. "As janelas me fornecem tudo isso. Além disso, o ar

condicionado é ridiculamente poderoso."

"Do que é que você tem medo?" Nicholas perguntou.

"Eu não estou..." Cae começou, mas Nicholas o interrompeu.

"A imprensa? Eles não estão mais apostando no lugar. Eles pararam quando Louis

publicou sobre nosso novo empreendimento. A partir de sua perspectiva, não há história

para eles agora. Sem ligação escandalosa entre nós para publicar."

"Mesmo que haja." Cae sussurrou.

"A ligação, sim.” Concordou Nicholas. "Mas não é um escândalo. O que dois adultos

fazem consensualmente em seu próprio tempo com o outro nunca pode ser considerado

escandaloso."

91
"Você não conhece a imprensa como eu.” Disse Cae. "Eles podem fazer qualquer coisa

ser escandalosa. Além disso..." Acrescentou. ".... mesmo que eles pensem que estamos apenas

trabalhando junto, isso não vai impedi-los. E vão estar na cidade. Eles sempre estão. Em toda

parte. Nós não poderemos evitá-los. Eles vão tirar fotos, mesmo se não há ninguém para

vendê-las. Não podem ajudar a si mesmos."

Nicholas suspirou porque Cae, de fato, tinha um ponto. Ele estava mantendo um olho

em todos os sites de fofocas, um trabalho que não gostava, e eles tinham publicado algumas

histórias sobre o retorno de Cae para a cidade. Então, embora, e talvez porque Louis levou o

pacote com uma matéria muito positiva, tinham mantido as suas garras recolhidas. Quem

sabia quanto tempo isso iria durar, embora? Não muito tempo, Nicholas suspeitava. E, no

entanto, não poderia ajudar a si mesmo.

Porque, e a verdade era que Nicholas tinha outro motivo para querer Cae deixando o

apartamento com ele. Por alguma razão, embora Nicholas não tinha certeza por que, quase se

convenceu de que seu relacionamento nunca poderia ser considerado 'real' até que ele

deixasse de ser realizado em segredo. Queria Cae em público com ele. Queria o outro homem

para estar em seu braço onde outras pessoas pudessem vê-lo. Ele queria quase uma

confirmação para o resto do mundo que Cae era dele, e Nicholas sabia que isso era louco, não

menos importante, porque era improvável que Cae fosse abertamente carinhoso em público,

mas Nicholas encontrou-se olhando por qualquer caminho que ajudasse a solidificar seu

agarre sobre o outro homem.

Obsessão.

Mais forte do que nunca.

92
Tão poderoso como nunca.

Não havia nada que Nicholas pudesse fazer para mudar isso e, em sua mente, a única

opção era tentar amarrar Cae a ele de todas as maneiras possíveis. E se isso significava fotos

deles juntos nos jornais? A especulação da nova relação de Cae preenchendo as colunas de

fofoca? Apesar de sua aversão à publicidade, Nicholas não poderia encontrá-lo em si mesmo

para ver isso como uma coisa ruim. Inferno, parte dele mesmo dava boas vindas a isso!

"Talvez deva parar de tentar evitar a imprensa.” Disse ele depois de um

momento. "Deixe-os ter seus retratos. Não tem nenhuma importância para nós."

"Para você, talvez.” Disse Cae.

"E deve ser assim para você também.” Respondeu Nicholas. "Você vive aqui agora,

Cae. Em algum momento vai ter que construir sua vida novamente."

Cae se moveu em seus braços antes de murmurar: "Eu vivo aqui no momento."

Nicholas escolheu ignorar essas palavras. "Como eu disse, você vive aqui e isso

significa que não pode passar o resto da sua vida dentro de casa.” Ele fez uma pausa. "Eu

quero levá-lo a lugares. Eu quero mostrar-lhe as coisas. Quero aproveitar o nosso tempo

juntos."

"Nós podemos nos divertir muito bem aqui.” Cae disse, e depois, para deleite de

Nicholas, ele se inclinou para um beijo.

93
Nicholas fechou os olhos e deixou o outro homem beijá-lo. Seus lábios abriram-se,

movendo-se automaticamente para tomar a boca de Cae de na sua. O prazer desse simples

ato foi instantâneo. O corpo inteiro de Nicholas cantarolou, e antes que soubesse o que estava

acontecendo, estava puxando Cae contra ele e enfiando a língua na boca de Cae, saqueando

seu corpo da maneira que gostava. Cae deu um gemido de prazer. O pau de Nicholas

respondeu a esse som engrossando em toda a sua extensão.

Cae estendeu a mão e empurrou o paletó de Nicholas fora. Nicholas acalmou suas

mãos errantes.

"Você não vai conseguir o seu caminho assim.” Ele sussurrou contra os lábios de Cae.

"Você está me recusando?" Cae sussurrou de volta. Ele estava correndo as mãos para

cima e abaixo no peito de Nicholas agora. Nicholas adorava isso. Ele amava quando Cae o

tocava de qualquer forma.

"Quando eu já recusei você?" Nicholas perguntou.

"Então..."

Ele não deu a Cae a chance de dizer outra palavra. Em um movimento rápido

Nicholas virou Cae em torno dentro de seus braços e empurrou-o para frente. Curvou mais o

outro homem, em frente da janela. Cae não tinha escolha, a não ser se firmar com as palmas

das mãos contra o vidro.

94
"Nicholas!" Ele engasgou.

Nicholas abriu o zíper de suas calças. Seu pênis saltou livre, grosso e latejante. A ponta

já estava agradavelmente molhada com pré-sêmen.

"Cae?" Ele perguntou enquanto puxava os calções do outro homem até os tornozelos.

"O que você está fazendo?" Cae exigiu.

"O que você acha que estou fazendo?" Nicholas perguntou enquanto espalhava as

nádegas da Cae. Ele tomou seu pênis na mão e correu-o acima e para baixo no buraco

enrugado de Cae. Seu pré-sêmen molhou a entrada do outro homem que já estava úmida, já

ligeiramente aberta, antecipando claramente o pau de Nicholas dentro dele. Nicholas

fodidamente amou isso. Não havia absolutamente nada sobre Cae que não amava.

"Alguém vai nos ver!" Cae engasgou.

"Desta altura?" Nicholas perguntou. "Eu duvido. Mas se fazem isso será sua própria

culpa, Cae."

"Mas..."

Nicholas empurrou a cabeça de seu pau contra o traseiro de Cae. O outro homem

engasgou novamente.

95
"Meu pré-sêmen está fazendo você agradável e molhado.” Nicholas sussurrou. "Você

tem alguma ideia do que isso faz para mim? Vendo seu ânus abrir-se para me levar?" Ele fez

uma pausa. "Eu mal posso esperar para ver meu pau empurrando dentro e fora de você."

"Mas..."

Nicholas empurrou novamente. Meia polegada de seu membro violou o corpo de

Cae. A sensação de... o calor... o aperto ... Nicholas mal queria empurrar o resto de seu pênis

dentro, para senti-lo nu dentro de Cae. Mas Cae, obviamente, sabia o que estava pensando,

porque empurrou-se a frente.

"Preservativos.” Perguntou ele.

"E há uma outra razão para você sair de casa.” Nicholas disse quando puxou um

preservativo do bolso de trás, rasgou-o aberto e revestiu seu pau. "Eu quero estar cru dentro

de você. Eu quero o meu sêmen em seu corpo. Eu quero vê-lo pingando fora de seu buraco."

"Oh Deus...” Disse Cae.

"Diga-me você quer isso também." Nicholas exigiu quando colocou as mãos nos

quadris da Cae e puxou o outro homem a sua posição.

"Nicholas..."

"Diga!" Nicholas exigiu.

96
"Eu quero... Eu quero... Quero isso!"

Em um movimento rápido Nicholas deslizou dentro do Cae. O outro homem não

estava tão molhado como ele tinha estado todas as outras vezes que tinham fodido e sua

entrada resistiu... pelo menos no início... a resistência não durou por muito tempo. Levou

apenas alguns segundos antes Nicholas estar profundamente enterrado dentro do corpo de

Cae, uma espécie de suspiro trêmulo deixou Nicholas enquanto seu pênis esticava o canal de

Cae ao seu gosto. E era tão quente, tão apertado, tão escorregadio...

"É isso que você quer, amante?" Nicholas exigiu.

"Nicholas..."

Nicholas se afastou antes de empurrar dentro. "É isso?"

"Você sabe que é!" Cae gritou.

"Então me diga que gosta.” Nicholas exigiu enquanto empurrava dentro e fora

novamente.

"Você sabe que eu gosto.” Cae ofegou. "Oh, Deus, você sabe que eu gosto."

Cae abaixou a cabeça e inclinou seu corpo, seu traseiro empurrando para fora. A

mudança de posição permitiu a Nicholas ver tudo. Seu pênis deslizando dentro e fora, o

comprimento alongando o traseiro de Cae na mais bela das formas, o corpo de Cae tremendo

com a força dele...

97
A visão disto... a sensação disto... isso fez as bolas de Nicholas apertarem com sêmen e

ele sabia que não ia durar muito tempo. E por causa disso, porque não havia nenhum ponto

de resistir ao inevitável, Nicholas fechou os olhos e definiu um rápido e brutal ritmo,

bombeando o outro homem com absoluto abandono.

Abaixo dele Cae estava ofegante e gemia com seu prazer. Nicholas adorava aqueles

sons. Eles o cercaram, encorajavam-no, e por isso não foi surpresa em tudo, que em pouco

tempo ele estava gritando com a batida de seu orgasmo. Onda após onda de sêmen atiraram

fora no preservativo e os joelhos de Nicholas realmente bambearam com a força de seu

clímax.

"Cae...” Ele rosnou. "Cae..."

Ele deslizou para fora da bunda apertada de Cae e caiu de joelhos. Cae virou-se,

endireitando-se ao fazê-lo, com o pau em sua mão. Enquanto Nicholas olhava, o outro

homem bombeava seu comprimento em movimentos rápidos, frenéticos. A visão era tão

erótica que o pau de Nicholas permaneceu duro. Ele ficou assim enquanto o orgasmo de Cae

balançou por ele, e quando seu pênis jorrou cordas e cordas de sêmen a partir da ponta

avermelhada. Ele salpicou Nicholas. Em seu peito, em seus braços, em seu rosto. Nicholas

aceitou cada gota.

Aceitou e adorou.

"Você me agrada prá caralho!" Ele rosnou.

98
Cae caiu de joelhos também, tremendo e ofegante, os olhos arregalados, seu belo corpo

molhado e brilhando, "Aquilo foi..."

"Equilíbrio, Cae. Foi equilíbrio." Disse Nicholas.

"Eu..." Cae estendeu a mão trêmula. Seus dedos encontraram uma poça de sêmen

espalhada pela bochecha de Nicholas. Nicholas estendeu a mão e pegou a mão do outro

homem. Ele guiou-a à boca e lambeu o esperma dos dedos da Cae.

Ele sorriu. "Sempre equilibrando."

"E você gosta disso, Nicholas." Cae sussurrou. "Você não acha?"

Por que ele parecia tão surpreso? Nicholas nunca fez segredo do quanto gostou de

tudo.

"Eu amo isso.” Disse Nicholas. "Eu sempre amei. Eu sempre vou."

"Sempre?" Cae perguntou.

"Sempre.” Nicholas confirmou. "Agora vá, se vestir. Estou levando você, quer goste ou

não."

99
Capítulo Onze

Cae nunca tinha sido um grande fã do tipo de restaurante em que Nicholas levou-

o. Não que o edifício não era bonito, ele era. Ou que a anfitriã e a equipe esperando não

fossem adoráveis, eles eram. Ou mesmo que a comida não era incrível, foi. Não, Cae não era

um fã, porque este tipo de lugar não era realmente sobre a comida. Era tudo sobre as

pessoas. Os que você viu. Os que viram você. Neste restaurante onde agora se entravam era o

tipo de lugar que você ia se quisesse mostrar alguém.

Nicholas claramente queria exibi-lo.

E Cae não gostou.

Talvez se isso tivesse sido um ano atrás, quando parte de seu trabalho era tudo sobre

ser visto nos lugares certos e com as pessoas certas, Cae não teria se importado. Mas as coisas

eram muito diferentes agora, e por isso, enquanto faziam o seu caminho através do belo

percurso, Cae descobriu que ele se importava.

Muito.

Enquanto esfaqueava sua sobremesa, Cae não poderia se ajudar, mas sentia que todo

mundo estava olhando para ele, sentiu isso durante todo o tempo desde o aperitivo, até o

prato principal. Oh, ele sabia que com toda a probabilidade, que provavelmente não

estavam, até porque havia um número de pessoas no interior do edifício que eram um pouco

mais famosos do que ele. Havia realmente uma atriz de Hollywood e seu namorado que se

100
sentaram em frente a eles, um grupo de políticos em uma mesa no bar, e um cantor bem

conhecido no mezanino. E, no entanto, Cae sentia-se desconfortável e não gostava desse

sentimento, e não gostou de que Nicholas o estava fazendo experimentar.

Enquanto comia o seu prato principal ‒ um perfeito pan-fried piece of salmon1) ‒ ele

encontrou-se perguntando exatamente por que Nicholas estava fazendo isso, por que tinha

insistido nisto, por que tinha fodido Cae em um estupor de antemão para silenciar seus

argumentos, e o único pensamento que ele tinha era o mesmo que tinha tido durante a maior

parte das últimas duas semanas. A suspeita de que, por mais que tentasse, Cae poderia

simplesmente não conseguir se livrar.

Ele para Nicholas era um prêmio, um brinquedo, um brinquedo novo e brilhante.

E esse sentimento não foi ajudado pela maneira que Nicholas o tratava. Quando ele

não estava transando com Cae ‒ e tinham fodido muito, ele o estava mimando, acariciando-o,

beijando-o. Muitas vezes parecia a Cae que Nicholas não podia deixar de tocá-lo sempre que

eles estavam fisicamente próximos um dos outro. E às vezes Nicholas simplesmente sentava-

se e olhava para ele. Na verdade, mais de uma vez Cae tinha acordado para ver Nicholas

observando-o do seu lado da cama. Isso não assustava Cae ou qualquer coisa, mas isso o

fazia se sentir como algum tipo de espécie rara que Nicholas tinha de alguma forma

capturado.

(1) Pan-fried piece of salmon- salmão grelhado em frigideira, geralmente

acompanhado por vegetais.

101
E depois havia os presentes. Se Cae mostrou qualquer tipo de interesse ou gosto para

alguma coisa, ela aparecia de repente. Uma observação casual, um comentário indireto, e no

dia seguinte, às vezes no mesmo dia, a entrega chegava. Eles não eram grandes coisas. A

comida favorita. Um filme que não estava na Netflix. Mas Nicholas sempre pegou sobre eles e

garantia que Cae o tinha. Claro, Cae apreciou que Nicholas era tão atencioso, mas parte dele

se sentia oprimido por tudo.

Era quase como Nicholas queria ter certeza de que Cae não poderia ter nenhuma razão

para reclamar sobre a sua presença forçada na cidade... ou sua relação, o qualquer outro

assunto ‒ pelo menos o que Nicholas claramente pensava sobre como era um

relacionamento.

E ainda... Cae olhou por cima de sua sobremesa para o homem que havia dominado

sua vida por tantos dias e dias ... não podia ajudar a si mesmo, e suspirou. Nicholas não

parecia perceber que toda sua solicitude e cuidados, fazia Cae se sentir desconfortável. O

fazia se sentir fora do lugar. Fazia-o sentir-se como se não pudesse relaxar e simplesmente

aceitar o que estava acontecendo entre eles.

Cae queria Nicholas para ser apenas normal!

Para parar de colocá-lo em um pedestal.

Para parar de tratá-lo como algo raro e precioso.

Para tratá-lo como uma pessoa.

102
Como um igual.

E, no entanto, Cae temia que Nicholas não o via desse jeito em tudo, e ele não tinha

ideia do caralho do que dizer sobre o contexto desta louca relação que eles estavam vivendo

ou como essa relação poderia se desenvolver.

"Cae?"

Ele piscou, tirado de seus pensamentos, antes de perceber que Nicholas tinha estado

dizendo algo. "Desculpe?"

"Será que eu perdi você por um minuto?" Nicholas perguntou.

"Eu só estava pensando.” Disse Cae.

"Sobre?"

Cae olhou de volta para sua sobremesa. Era uma espécie de mistura de frutas. Foi

lindo, mas Cae não estava com disposição para isso. Ele colocou o garfo sobre a mesa. "Nada

importante."

Nicholas fez um pequeno som de desagrado. Ele sempre fazia isso quando Cae não

respondia suas perguntas da maneira que ele queria. "Você ainda está irritado que eu te

trouxe aqui?" Ele perguntou.

Cae encolheu os ombros ligeiramente. "Você sabe que estou."

103
Nicholas olhou ao redor da sala. "É tão ruim quanto você temia?"

"É pior.” Disse Cae.

"Por quê?"

"Porque eu sinto que as pessoas estão me olhando."

Para surpresa de Cae, Nicholas sorriu para isso. "As pessoas sempre olham para

você.” Disse ele. "Eles sempre olharam."

"Mas não pelas razões que fazem agora."

"Cae, você subestima a sua beleza.” Disse Nicholas. "Os homens e mulheres nesta

sala? Eles olham para você, porque não podem deixar de fazê-lo. Isto tem pouco a ver com o

escândalo."

"Você não pode saber disso.” Disse Cae.

"Eu estou certo disso."

Cae cruzou os braços. "Bem, eu não estou."

Nicholas suspirou e gesticulou para a postura defensiva que Cae tinha tomado. Levou

apenas um momento antes de Cae perceber o que Nicholas queria dizer e ele cerrou os

104
dentes quando descruzou os braços e os colocou de volta na mesa. Ele tinha estado

claramente longe dos holofotes por muito tempo. Como poderia esquecer que os paparazzi

esperavam por essas coisas, na esperança de uma imagem que falava mais que mil palavras...

mesmo que estivessem errados?

"Por isso, estamos conduzindo todo o nosso relacionamento dentro do meu

apartamento?" Nicholas perguntou depois de um momento.

"Por enquanto.” Disse Cae.

"E isso é o que você prefere?"

"Sim."

Nicholas estreitou os olhos. "Por que eu sinto que se ceder a você sobre isso, vou me

encontrar cedendo em outras coisas que não quero ceder mais a frente?" Ele perguntou.

"Como o quê?"

"Talvez em poucos dias você vai querer estar de volta em sua casa de campo...” Disse

ele. "... e eu vou estar comprando um helicóptero de modo a não realizar a longa viagem

necessária a cada noite para estar ao seu lado."

A casa... Cae franziu a testa. Parecia um século desde que tinha estado lá. "Sinto falta

da minha casa de campo." Ele disse suavemente.

105
"E é sua agora, Cae.” Disse Nicholas. "Você não precisa se preocupar que vai perdê-la."

Cae pensou na soma que Nicholas tinha efetivamente transferido para a sua

conta. Tinha sido o suficiente para limpar todas as dívidas da Cae e ainda sobrou algum

remanescente para as futuras. Foi um trampolim. O primeiro passo para trazer Cae de volta a

seus pés, e ele era verdadeiramente grato por isso.

"Eu sei.” Disse depois de uma pausa. "E eu aprecio a oportunidade de voltar no topo

das coisas."

Nicholas acenou as palavras à distância. "Você me entendeu mal.” Disse ele, seu

sotaque aparente. "Eu quis dizer que a casa é agora verdadeiramente sua.” Ele fez uma pausa

antes de acrescentar: "Eu paguei toda a dívida remanescente sobre ela."

Cae engasgou com essas palavras. Ele piscou uma vez e, em seguida, novamente não

tendo certeza de que tinha ouvido direito. Havia dezenas e dezenas de milhares de libras

para quitar a hipoteca! "Nicholas.” Ele balbuciou. "Por que você faria isso?"

Nicholas simplesmente deu de ombros. "Para te agradar."

"É muito." Cae começou, mas, mais uma vez Nicholas acenou as palavras à distância.

"Nada é demais, onde você está em causa.” Disse ele. "Nada. Quando você vai

perceber isto?"

"Mas..."

106
"Mas nada.” Disse Nicholas. "E tudo o que peço em troca, tudo o que já pedi em troca,

é você ficar ao meu lado."

"Em lugares como este?" Cae perguntou e fez um gesto em torno deles.

Nicholas assentiu. "Sim."

"Se isto me deixa desconfortável ou não?" Acrescentou e Nicholas lhe lançou um olhar

que Cae não conseguiu decifrar.

"Ser desconfortável não é a pior coisa do mundo.” Disse ele lentamente. "Não quando

ele serve a um propósito mais elevado."

“Um propósito maior?"

Nicholas assentiu. "Eu trouxe você hoje à noite, porque, como disse, eu realmente

acredito que é importante você começar a reconstruir a sua vida.” Disse ele. "Você não pode

se tornar uma espécie de recluso em nosso apartamento. E quero compartilhar essas

experiências com você. Compartilhar a vida que você está reconstruindo...” Ele fez uma

pausa. "Mas eu tenho outras razões para trazê-lo fora também. O 'propósito maior'."

"Você irá compartilhar isto em breve?" Cae perguntou.

"Quando eu achar que você está pronto." Nicholas respondeu.

107
"Você é muito dominador." Cae murmurou.

Nicholas deu de ombros. "Não me deixa escolha a não ser ‘dominador’ com você."

"Tenho certeza de que já posso imaginar sobre isso de qualquer maneira.” Disse Cae.

"E..."

"E talvez vou compartilhar com você quando acho que está pronto.” Cae respondeu.

Nicholas sorriu para isso. "Ou eu poderia simplesmente transar com você até me

dizer.” Ele baixou a voz com forte sotaque. "Você me diz tudo que quero ouvir quando meu

pau está enterrado em sua bunda."

Cae fechou os olhos para isso, porque não havia absolutamente como negar, nenhum

ponto de fingir o contrário, e tudo tinha acontecido tão rapidamente! Algumas semanas

atrás, ele estava sentado na cozinha de sua casa de campo se recusando a sequer entreter

qualquer pensamento sobre o homem, barrando firmemente quaisquer imagens de entrar em

seu cérebro, e negar inteiramente o poder que tinha sobre ele. Mas agora? Agora Cae era um

escravo absoluto do pau de Nicholas. Ele amava tocá-lo, amava a acariciá-lo, e adorava a

maneira como se sentia dentro dele. Quando Nicholas era dominador no quarto Cae

adorava. E, no entanto... fora do quarto... na vida real...

Ele abriu os olhos e olhou no homem que estava virando seu mundo de cabeça para

baixo. Será que Nicholas sequer percebia o efeito que estava causando? Será que ele sabia o

que estava fazendo? Cae não tinha ideia do caralho, mas parte dele suspeitava que não. Para

108
Nicholas isso era simplesmente o que ele queria por tanto tempo, o que tinha perseguido, o

que tinha exigido. E em breve, uma vez que se tornasse um brinquedo velho em vez de

novo... uma vez que não era mais um desafio ...

De repente, Cae se levantou. "Nicholas, eu vou ao banheiro."

Nicholas assentiu, o sorriso ainda no rosto. "Eu vou pagar a conta e encontrá-lo lá

fora."

Em uma espécie de torpor, Cae fez o seu caminho até o banheiro masculino. Será que

as pessoas olharam para ele quando passou? Achava que sim, mas tentou o seu melhor para

ignorá-las. Tentou mais ainda ignorar a forma como seu estômago estava apertando e a

tensão em seu corpo. Nicholas fazia isso com ele. Com suas palavras e sua aparência e seu

maldito corpo. Cae sabia que eles iriam foder novamente quando voltassem para o

apartamento e queria, queria tanto, mas a cada minuto que passava, Cae estava começando a

se sentir como se queria algo mais também... algo que nunca tinha imaginado desejar

Nicholas...

Ele cuidou de seus negócios o mais rápido possível e fez o seu caminho de volta até a

frente do edifício. Nicholas estava esperando por ele ao lado de seu carro. Parecia

ridiculamente sexy parado ali, com as mãos nos bolsos, cabeça levemente abaixada, um

sorriso ainda no rosto. Ele olhou no momento que Cae apareceu.

Consciência. Ele sempre teve.

109
"Venha.” Disse ele e então abriu a porta do passageiro para Cae e o esperou entrar

antes que fez o seu caminho para o lado do motorista.

Cae fez o que lhe foi dito. Acomodando-se no assento de couro com facilidade. Ele

olhou para fora da janela enquanto esperava por Nicholas, esperou eles se fundirem com o

tráfego que passava, esperava chegar em casa, de volta a um lugar onde se sentia protegido,

onde se sentia seguro...

Foi então que uma luz brilhou em seus olhos e Cae sabia o que era

imediatamente. Uma câmera. Sempre uma maldita câmera. Ele virou-se para a fonte e viu

um homem sozinho apenas fora ao lado do restaurante.

Cae o reconheceu imediatamente. Reconheceu-o e sentiu seu coração ferido cair todo o

caminho até os joelhos.

Era Robert.

O homem com quem ele tinha tolamente acabado na cama.

O homem que tinha então vendido sua história e todas as imagens que tinha tomado

secretamente.

E ele estava olhando diretamente para Cae, um sorriso triunfante estampado em seu

rosto, e um olhar em seus olhos que prometiam algo que Cae sabia que ele não ia gostar.

110
Capítulo Doze

Nicholas geralmente tirava folga do trabalho nos fins de semana. Ele usava-o para

recuperar o atraso com a família, executar recados e fazer as coisas que simplesmente não

tinha tempo para fazer durante a semana. No entanto, no último par de semanas, ele não

tinha feito muita coisa, porque Cae estava com ele, e passar tempo com o outro homem era

de longe preferível à leitura de livros ou recuperar o atraso em programas de TV favoritos.

Nicholas passou o sábado depois de seu encontro de jantar com Cae, assim como ele

tinha planejado ‒ fodendo e relaxando, mas no domingo à tarde surgiu um problema e teve

que ir para o escritório. O problema não era do tipo que se resolvesse facilmente e ele teve

que trabalhar até ridiculamente tarde para obtê-lo resolvido. Nicholas não chegou em casa

até quase meia-noite.

O apartamento estava escuro quando Nicholas entrou. As luzes ao redor do Tamisa

brilhavam e a luz entrava pelas janelas. Nicholas admirou-as por um momento antes de ir

para cima e para o seu quarto. Assim como ele esperava Cae estava lá dentro. Ele pode ter

sido uma vez rotulado como um animal de festa, mas certamente durante o tempo que

Nicholas tinha passado com ele Cae tendia a estar recolhido na cama por volta das

onze. Talvez fosse devido a viver no campo durante o último ano, ou talvez fosse apenas

porque ele tendia a fazer muita coisa durante o dia. De qualquer maneira, a agenda de Cae se

adequava a Nicholas muito bem. Ele não era uma coruja da noite também.

Cae estava deitado na grande cama com o lençol de algodão envolto em torno de seu

corpo esculpido, as luzes da cidade iluminando-o perfeitamente. Seus olhos estavam

111
fechados e seus traços suavizados pelo sono. Nicholas parou por um momento para olhar

para o outro homem. Ele era tão bonito, tão sexy... Nicholas encontrou-se sussurrando um

agradecimento a qualquer que seja a força que havia trazido Cae em sua vida.

Ele teve muita sorte.

Ele sabia disso.

E Nicholas tentaria agarrar essa sorte por tanto tempo quanto possível.

Com os olhos ainda em Cae, Nicholas tirou o paletó, gravata e camisa. Ele tirou os

sapatos e puxou suas calças solta. Em pouco tempo ele vestia apenas suas boxers e foi com

ela que Nicholas deslizou sob os lençóis frescos e puxou Cae em seus braços. O outro homem

se agitou, mas não acordou e Nicholas não poderia se ajudar, mas deixou escapar um suspiro

trêmulo. Ele puxou Cae tão apertado para ele quanto podia sem acordá-lo e quando fez isso,

suspirou novamente.

Ele fodidamente amava como Cae sentia em seus braços.

Ele amava sentir o corpo do outro homem quando foi pressionado contra o seu.

Inferno, ele amava tudo!

E ele amava Cae.

112
Era inegável. Sempre foi. Nicholas sabia disso e tinha aceitado há muito tempo, mas a

cada momento que passavam juntos, ele temia que estivesse caindo ainda mais

difícil. Talvez, questionou-se, tinha sido um erro saldar todas as dívidas da Cae. Talvez teria

sido melhor para manter o outro homem dependente dele? Apenas, Nicholas não gostava da

ideia de Cae se preocupar com suas finanças. Ele queria Cae relaxado. Para estar

confortável. E esperava que, ao tomar essas preocupações longe ele poderia conseguir

isso. Mas ontem, depois do jantar, depois que Nicholas lhe tinha dito o que tinha feito, Cae

não tinha parecido mais relaxado em tudo. Se alguma coisa ele parecia mais tenso do que

tinha estado antes ...

Cae estava frequentemente tenso. Nicholas não sabia o que fazer sobre isso. Mas sabia

que era algo que ia ter de corrigir, era impossível não fazê-lo. E talvez, no final, ele

simplesmente achasse que o tempo era a resposta. Nicholas só esperava que Cae lhe desse o

tempo que precisava.

Com esse pensamento em mente, Nicholas puxou Cae mais perto. O outro homem

soltou um murmúrio.

"Quieto." Nicholas sussurrou, mas Cae se mexeu.

"Nicholas?" Ele disse.

Nicholas deu um beijo na cabeça do Cae. Ele cheirava a banho recém tomado com uma

combinação de menta e frutas cítricas. "Quem mais?"

"Que horas são?" Cae perguntou.

113
"É meia-noite.” Disse Nicholas.

"Você acabou de chegar em casa?"

"Há alguns minutos atrás."

"Trabalho?"

"Infelizmente."

Cae se esticou nos braços de Nicholas. A ação endureceu Nicholas

instantaneamente. Mas, Cae sempre tinha sido capaz de obter-lhe duro a partir de apenas

uma imagem, bastava um olhar, era espantoso como Nicholas estava permanentemente duro

quando o homem estava por perto?

"Eu senti sua falta hoje.” Disse Nicholas.

"Sentiu?"

"É claro.” Respondeu Nicholas.

Ele abaixou a cabeça e encontrou os lábios de Cae. Gentilmente, ele beijou o outro

homem até que seus lábios se abriram e moveram-se debaixo dele. A ação teve o coração de

Nicholas acelerando, em um momento e ele se viu passando a mão pelo corpo do Cae,

sentindo cada reentrância e ângulos, sentindo a nudez gloriosa do outro homem.

114
"Senti sua falta.” Ele sussurrou novamente.

"Nicholas..."

Cae levantou a cabeça e retomou o beijo. Em pouco tempo eles estavam envolvendo

seus braços em volta um do outro e alinhando seus corpos. O desejo de foder era esmagador,

mas, ao mesmo tempo Nicholas queria ouvir Cae falar, vê-lo sorrir. Era tão estranho ter esses

desejos conflitantes. Queria Cae de tantas maneiras que ele nunca estava inteiramente certo

do que ele queria fazer com o outro homem no momento. Mas de uma coisa ele tinha

certeza. Que ele sempre quis estar fazendo alguma coisa.

Ele sempre quis Cae.

Ele sempre teve.

Sempre o faria.

"O que você fez hoje?" Ele sussurrou enquanto ele se moveu de costas e puxou Cae em

cima dele.

Cae montou nele, mesmo sem questioná-lo. "Eu fiz algum trabalho."

"Apenas trabalho?"

115
"Eu cozinhei o jantar também.” Cae disse quando começou a se mover para cima e

abaixo ao longo do pau de Nicholas que estava deitado e pulsando entre eles. Os

movimentos fizeram Nicholas puxar uma respiração afiada.

"Fiz algumas compras online." Cae acrescentou. "Também tive algum exercício.” Ele

fez uma pausa. "Foi um treino longo. Eu fiquei muito quente. Muito suado. Muito aquecido."

Nicholas gemeu quando Cae alcançou entre eles e encontrou o pau de Nicholas. Ele

puxou-o livre das boxers de Nicholas em um movimento rápido. Seus dedos se agitaram ao

longo do comprimento e Nicholas só pode fechar os olhos e se deleitar com as sensações que

aqueles dedos criaram.

"Cae...” Ele sussurrou.

Cae se inclinou para frente, e por um momento Nicholas não viu o que o outro homem

estava fazendo. Mas então ele abriu a gaveta da mesa de cabeceira e tirou o pequeno frasco

de lubrificante que Nicholas mantinha lá e um dos preservativos envolvidos folha.

"Coloque suas mãos acima de sua cabeça," Cae exigiu.

Nicholas concordou.

"E permaneça deitado.” Cae acrescentou.

Nicholas fez exatamente isso... embora não fosse fácil, por qualquer meio. Cae levou o

seu tempo de retirar a camisinha e, em seguida, tomou o seu tempo novamente antes de ele

116
rolá-la sobre o espesso pau de Nicholas. A escova daqueles dedos ... o conhecimento de onde

seu pênis em breve estaria... como esta posição se sentiria... Nicholas estava dolorosamente

animado com a perspectiva.

"Seja rápido.” Ele engasgou.

Cae riu suavemente. A garrafa de lubrificante foi aberta e Cae espremeu um pouco

dele sobre o pênis embainhado de Nicholas. Um momento depois, e jogou a garrafa de lado

e, em seguida, para o prazer de Nicholas, passou uma mão ao redor da raiz do pau de

Nicholas.

"Eu quis experimentar isto por dias." Cae sussurrou enquanto arqueava seu corpo para

frente.

"Eu não sou muito grande para você ir nesta posição?" Nicholas perguntou.

"Eu acho que você tem me preparado muito bem.” Cae disse com outra risada. "E se

começa a ser demais..."

"Então vou deitá-lo em suas costas e fodê-lo da maneira exata que você gosta." Disse

Nicholas.

"Sim.” Respondeu Cae e esta foi a última palavra que foi dita entre eles por algum

tempo. Porque Cae levantou seu corpo, em seguida, sem hesitar, levou a cabeça do pau de

Nicholas e empurrou-a contra a sua entrada.

117
Um momento depois, seu rabo quente avidamente tomou polegada após polegada do

pau de Nicholas e ambos os homens simplesmente gemeram de prazer quando, em alguns

momentos, Nicholas estava assentado profundamente dentro de Cae.

Cae se inclinou para frente, completamente cheio com o pênis, e balançou o corpo para

trás e para frente sobre Nicholas. A ação fez com que o pau de Nicholas o embainhasse mais

e mais, enquanto o pau de Cae estava pressionado firmemente contra ele, foi uma das coisas

mais incríveis que Nicholas já tinha experimentado.

Ele manteve as mãos acima da cabeça, fechou os olhos, gemeu de prazer, e deixou Cae

foder-se nele com o ritmo exato que ele queria.

Eles se moveram. Se beijaram. Eles torceram cada gota de prazer possível um do

outro. As luzes da cidade continuavam a brilhar em torno deles, o zumbido do apartamento

era o único som além de suas respirações pesadas e gemidos de prazer, e em poucos

momentos eles estavam derramando sua semente.

Quando Cae caiu de volta em seus braços, ofegante e suando, Nicholas só conseguia

pensar: Eu nunca estou desistindo disso. Eu nunca vou desistir dele. E assim, puxou Cae

contra ele e segurou-o, beijou-o, e, eventualmente, ele disse: "Diga-me uma história de seus

anos mais jovem. Conte-me tudo."

E Cae falou, e Nicholas falou, enquanto as horas da noite passavam e compartilhavam

partes de suas vidas um com o outro que nunca tinham compartilhado antes. E houve

equilíbrio. Sempre equilibrio. Assim como Nicholas sempre soube que haveria.

118
Capítulo Treze

Quando uma mensagem veio através da conta de e-mail pessoal de Cae na sexta-feira

de manhã, Cae soube imediatamente quem era. Em alguns aspectos ele esteve esperando por

isso, desde a noite em que ele e Nicholas tinham saído para jantar e isso tinha estado jogando

em sua mente durante todos os dias que se seguiram.

Não poderia mesmo dizer o que lhe tinha feito ter tanta certeza de que Robert estava

indo para entrar em contato com ele. Talvez tivesse sido o sorriso em seu rosto ou talvez a

maneira que acenou lentamente, enquanto Nicholas levava-os para casa. Isso realmente não

importava no final das contas. Cae esperava a mensagem e agora ela estava aqui.

Ele sentou-se no sofá na sala de estar do apartamento de Nicholas, enquanto lia a

mensagem. Era um espaço que Cae tornou-se afeiçoado. Embora não fosse sua casa de

campo, o seu pequeno refúgio, ainda estava em uma bonita localização e Cae gostava de

saber que a agitação da cidade estava diretamente abaixo dele. Não significava que ele tinha

que ir para ela, mas estava lá, e por algum motivo Cae desfrutava isso.

Respirando fundo, Cae pressionou a tela de toque em seu telefone. O aplicativo de

mensagens veio imediatamente. Isto não dizia muita coisa. Apenas hora e lugar, mas Cae

sabia que não podia ignorá-la. Por quê? Ele não tinha certeza. Talvez porque Robert tinha de

alguma forma sabido que Cae ia estar naquele restaurante ‒ que seria muito de uma

coincidência de outra forma – ou de alguma forma hackeava a conta de mensagens de

Cae. Ou talvez fosse apenas um profundo sentimento em seu intestino. Independentemente

disso, Cae planejava acatá-la.

119
Vestiu-se com cuidado. Encolhendo os ombros em um agasalho leve, jeans e botas. Ele

pegou sua mochila e seu boné de beisebol, ao sair do apartamento puxou-o para baixo em

sua cabeça, escondendo seu rosto, tanto quanto possível. Não havia nenhum paparazzi do

lado de fora apesar de ser meio-dia – sua hora de caça preferida para pegar alguém de

surpresa. Parecia que Nicholas estava certo sobre isso. Eles tinham desistido de apostar no

lado de fora do apartamento de Nicholas. Cae se perguntou se eles tinham perdido o

interesse nele já. Essa ideia o agradou e quase riu quando fez sinal para um táxi. Como as

coisas mudaram. Dezoito meses atrás, esta perspectiva o teria horrorizado. Agora? Bem,

agora ele estava apenas aliviado.

O motorista do táxi apenas lhe deu uma segunda olhada. Ela simplesmente perguntou

sobre o seu destino antes de se fundir no tráfego de Londres. Levou mais de uma hora e meia

para chegar ao local de encontro, mas, em seguida, o tráfego de Londres sempre foi horrendo

e o local de encontro que Robert tinha escolhido era um pequeno café na Paddington station2 ‒

uma das partes mais congestionadas da cidade. Robert queria claramente que a sua reunião

fosse secreta porque tanto quanto Cae conhecia Paddington não era o tipo de lugar que os

paparazzi frequentavam.

Cae pagou o motorista de táxi e, de cabeça baixa, fez o seu caminho para o café. Ele

empurrou através da porta, e de repente foi dominado pelo cheiro forte de café e frituras,

procurou em volta. Ele viu Robert imediatamente. O outro homem estava sentado na parte

de trás do café, o mesmo sorriso no rosto.

2
Paddington Station – Estação de trens , localizada a Oeste de Londres.

120
Cae estremeceu. Ele uma vez tinha achado Robert diabolicamente belo, embora o

outro homem era o oposto completo de Nicholas de toda forma possível. Ele era muito

magro e tinha o cabelo muito louro ‒ embora estivesse consideravelmente mais bagunçado

agora do que tinha sido quando Cae o conheceu. Seu sotaque era marcadamente londrino e

ele ria e brincava o tempo todo que passaram juntos. Talvez, Cae pensou agora, essa foi toda

a motivação da atração que tinha sentido? Uma maneira de empurrar Nicholas para longe,

passando o tempo com alguém tão diferente, de ignorar suas atenções, de lutar contra o que,

mesmo assim, foi uma atração óbvia. Ou talvez, Cae decidiu enquanto percorria o seu

caminho através do café, tinha algo a ver com o fato de que, durante as poucas horas que ele

e Robert passaram juntos Robert tinha levado Cae terrivelmente bêbado. O álcool tinha

baixado as inibições da Cae colocando-o em uma posição que ele nunca teria se permitido

estar quando sóbrio. Olhando para trás agora, Cae sabia que tinha sido um movimento

proposital por parte de Robert.

Ele parou na frente do outro homem. Robert se levantou – ainda sorrindo ‒ e estendeu

a mão.

"Cae!"

Cae estremeceu novamente. Ele não pegou a mão de Robert. A própria ideia de fazê-

lo, fez sua pele arrepiar. E pensar que uma vez tinha permitido a Robert colocar essas mãos

sobre ele...

"O que você quer?" Ele demandou.

121
Robert arqueou uma sobrancelha. "Nenhum 'Olá' para um velho amigo?" Ele

perguntou.

Cae sentou-se. Punhos cerrados. Coração acelerado. Ele não tinha percebido o quão

irritado este encontro estava deixando-o. "Você não é um amigo.” Disse ele. "Você nunca foi."

Robert assentiu com a cabeça lentamente antes de se sentar também. "Não. Acho que

não era."

"O que você quer?" Cae repetiu.

Robert olhou para o seu café. Havia apenas um pouco dentro da caneca. Ele estendeu

a mão para tomar o restante e quando fez isso Cae notou que suas mãos estavam sujas, ou

mais precisamente suas unhas. Havia uma camada de sujeira incorporada nelas. Na verdade

‒ Cae olhou Robert de cima abaixo ‒ o outro homem estava olhando um pouco sujo por toda

parte. Seu cabelo estava liso, sua mandíbula normalmente raspada coberta por uma camada

de penugem e suas roupas parecia que tinha dormido com elas. Se ele tivesse caído em

tempos difíceis? Cae sentiu um pequeno tremor de satisfação correr por sua espinha com

esse pensamento. Por que ele deveria ter sido o único a sofrer com o que tinha acontecido

naquela noite?

"Como você conseguiu acesso ao meu e-mail pessoal?" Cae perguntou. "Ou sabia que

eu ia estar naquele restaurante?"

122
Robert deu de ombros. "Levei um tempo, mas ainda tenho alguns contatos. Não

muitos." Acrescentou. "Mas alguns.” Ele olhou para cima e de repente havia um brilho em

seus olhos que Cae não gostou. "Eu vejo que você retomou com Nicholas Karleous."

"Isso não é da sua conta.” Disse Cae.

Outro deu de ombros. "É, quando você considera que ele é um dos homens mais ricos

da cidade."

Cae cerrou os punhos com mais força. "Que porra isso tem a ver com alguma coisa?"

"Que linguagem baixa, Cae.” Robert repreendeu. "Dificilmente se encaixa em sua

imagem saudável."

"Uma imagem que você destruiu.” Cae estalou. "E para nada, além de seu próprio

ganho."

"Mas uma que Nicholas e seus amigos na imprensa têm se ocupado em reedificar para

você.” Disse Robert. "O que eu li no outro dia? Uma matéria inspiradora de como você

venceu seus demônios. Ressurgiu como uma fênix e está ocupado no lançamento de um

novo negócio?"

Cae sobressaltou-se. "Onde você leu isso?"

"Não lê sua própria notícia, Cae?" Robert perguntou. "Isso não é maneira de um

homem de negócios se comportar."

123
"Como eu me comporto não é da sua conta," Cae estalou. "Nunca foi. Se não fosse por

aquela noite... "

"Uma noite em que participou.” Disse Robert.

"Porque eu estava transando bêbado!" Cae gritou. "Porque você me embebedou de

propósito e depois se aproveitou de mim!"

Atrás dele alguma coisa soou. Alguém amaldiçoou. Cae puxou uma respiração

profunda. Não lhe faria nenhum bem ser fotografado aqui. Ele tinha que manter algum

autocontrole!

"Talvez eu fiz.” Disse Robert depois de um momento. "Mas você não estava tão

bêbado que não sabia o que estava fazendo.” Ele fez uma pausa. "Afinal de contas, quem

parou no final."

"Algo por que sou grato diariamente.” Disse Cae em voz baixa. "Agora me diga o que

eu estou fazendo aqui."

Robert olhou para trás em sua borra de café. "Nossa pequena... ligação não causou

problemas só para você, Cae.” Disse ele.

"Significa?"

124
"Significa que, depois que vendi a minha história, depois do interesse inicial, depois de

ter todos os malditos jornais e revistas implorando por um pedaço dela, tudo ficou em

silêncio. Depois disso ninguém mais me contatou. Eu era, estou, para fora no frio."

"E isso é culpa minha, por quê?"

"Não disse que era sua culpa.” Disse Robert. Ele se endireitou. "Mas, ao mesmo tempo,

eu não vejo por que você não pode me ajudar a ficar em pé novamente. Fato é, eu preciso de

dinheiro, Cae. E eu preciso disso rápido."

Cae sacudiu a cabeça, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. "Você está falando

sério?"

"Temo que sim. Os lobos estão à porta e eles não vão ser retidos por muito mais

tempo."

"Você não está recebendo a porra de um centavo de mim.” Cae cuspiu. "Por que você

pensaria que isso seria uma possibilidade..."

Robert suspirou. Ele se abaixou e puxou algo da bolsa aos seus pés. Era um envelope,

um envelope de gordo. "Fotos.” Disse ele com uma voz satisfeita. "Eu tenho mais. Muito

mais."

O coração de Cae bateu desagradavelmente quando olhou para o envelope. "Fotos?"

125
"Daquela noite.” Disse Robert. "Eu só dei aos meus amigos na imprensa o melhor

delas. Estes não são nem de longe tão boas, mas dada a minha situação atual.” Ele deu de

ombros e deu um tapinha no envelope. " Tem um site de fofocas que está interessado em

comprá-las. Não vou me aprofundar muito. Você não é tão popular como era antes, Cae.” Ele

fez uma pausa. "Eles me pagaram centenas de milhares naquela época."

Cae literalmente não sabia com o que estava mais indignado. O fato de que Robert

configurou isto todos aqueles meses atrás, fingindo ser um cara normal quando o tempo todo

ele tinha sido um jornalista ou o fato de que tinha conseguido todo este dinheiro como que

tinha sido uma das experiências mais traumáticas da vida do Cae. "E você gastou tudo?" Foi

tudo o que conseguiu dizer.

"Parece.” Disse Robert. "Mas há sempre mais dinheiro a ganhar e agora, Cae, eu estou

olhando para você me ajudar a fazer isso."

"Bem, você está com muita falta de sorte.” Disse Cae. "Eu não tenho dinheiro. Eu estou

provavelmente pior do que você está. Minhas contas bancárias estão vazias e elas estão

propensas a permanecer assim por algum tempo.” Ele atirou a Robert um olhar tão

desagradável quanto possível. "Então, boa sorte segurando os lobos de volta."

Cae começou a se levantar, mas Robert estendeu a mão e passou os dedos em torno do

pulso do Cae.

"Me solta." Cae exigiu.

126
"Eu vou deixar você ir...” Disse Robert. "... quando você me der o que eu quero. E se

não o fizer? Vou me certificar de que cada repórter na cidade e na web receba essas

fotos. Inferno, eu vou dar-lhes de graça se tiver que fazer isso. Como é que isso vai afetar a

imagem que está reedificando tão cuidadosamente? Como isso vai afetar o seu novo

negócio?" Ele estreitou os olhos. "Você vai ser um escândalo tudo de novo, Cae. Eu vou me

certificar disso.”

Cae estava tão horrorizado que praticamente tremia. Ele nunca tinha sido um homem

violento, mas agora mesmo queria enfiar Robert longe dele tão duro quanto podia. "Eu não

tenho dinheiro.” Ele cuspiu.

"Não.” Disse Robert. "Você não, mas o seu novo patrocinador? O seu novo

amante? Ele tem muito."

"Nicholas?"

"Exatamente.” Disse Robert. "Você pode conseguir o que eu preciso dele."

Cae só poderia se embasbacar com o outro homem. O que ele estava sugerindo... o que

estava exigindo... era impossível! Não havia nenhuma maneira que Cae poderia pedir a

Nicholas para fazer isso por ele. De jeito nenhum poderia permitir que Robert lucrasse com o

homem que...

Cae engoliu e puxou o braço livre. Ele se endireitou. "Isso nunca vai acontecer.” Disse

ele. "Nunca."

127
Robert fez uma careta. Ele nunca pareceu tão vil "Você vai me deixar publicar?" Ele

perguntou.

"Divirta-se.” Disse Cae. "Publique todas elas e que se dane. Mas nunca me contate

novamente. Nunca mais se aproxime de mim novamente. Juro por Deus, se você fizer, eu não

serei tão agradável. Você arruinou a minha vida. Arruinou tudo o que eu tinha trabalhado

tão duro para ter. E tudo por dinheiro, tudo por lucro." Ele balançou sua cabeça. "Você nunca

vai conseguir um centavo fora de mim novamente. Você não ganha nada de mim e nada de

Nicholas."

"Você acha que Nicholas vai ficar com você através de outro escândalo?" Robert

zombou.

"O que eu acho não é da sua conta."

"Mas vai ser da sua.” Disse Robert. "Que tipo de efeito isso terá em sua reputação? Em

seu trabalho? Quando todo mundo perceber que seu novo amante é o modelo caracterizado

em cada site desprezível que possa encontrar?" Robert riu. "Algumas dessas fotos...” Ele riu

novamente. "Eles não deixam muito à imaginação, Cae."

"Não vai ser qualquer coisa que ele não tenha visto antes."

"Mas um homem como Nicholas?" Robert se levantou também. Cae deu um passo

para trás antes que pudesse parar a si mesmo e, em seguida, amaldiçoou sua

fraqueza. "Homens como ele não gosta de compartilhar seus brinquedos.” Acrescentou

Robert. "Além disso, mancha-o. Torna menos... especial."

128
Em um pedestal...

Algo raro e precioso...

Cae engoliu enquanto os pensamentos, as preocupações, que tinha tentado tão difíceis

ignorar tomou conta dele novamente.

"O Nicholas não pensa dessa forma.” Ele sussurrou.

Robert riu. "Todos os homens como ele pensam dessa forma."

Um novo brinquedo brilhante... um brinquedo... e os homens como Nicholas se

cansam de seus brinquedos...

Cae sacudiu a cabeça e se afastou da mesa. Robert olhou para o envelope mais uma

vez.

"Eu vou dar-lhe até amanhã para pensar sobre isso.” Disse ele.

"Eu não preciso de qualquer tempo.” Disse Cae. "A resposta sempre será não.” E, em

seguida, antes de Robert poderia dizer outra palavra Cae virou-se e fugiu do prédio.

Ele correu para o outro lado da rua, abaixo em uma das ruas laterais e depois através

de outra. As mãos crispadas, coração acelerado, Cae andou e andou. Uma hora se passou e,

em seguida, uma hora mais. Cae mal notou. Não notou as pessoas olhando para ele

129
também. Não reparou neles retirando seus telefones e tirando foto dele. Tudo o que podia

pensar, tudo o que podia considerar, eram as ameaças de Robert.

E assim, quando se viu de volta em frente à Paddington Station no final da terceira

hora, ficou claro, em seguida, o que tinha que fazer. Que escolha tinha? Ele empurrou para a

parte central da estação e uma vez lá, foi direto para os painéis de horário. Seus olhos

cintilaram ao longo dos horários de partida dos trens e não demorou muito em tudo antes

que viu o que ele sempre tinha planejado para ter em algum ponto.

O trem para casa.

Porque, enquanto Cae ficou ali, com os olhos no painel de horários, ele percebeu que

era a sua única opção agora. Não podia ficar em Londres e reviver outro escândalo. Ele não

conseguiria evitar a imprensa acampada fora de sua porta. Não poderia reviver a

preocupação. Não podia reviver toda a ansiedade. Tinha sido ruim o suficiente na primeira

vez. Na verdade, nem tinha percebido o quão ruim que tinha sido até que estava de volta na

capital novamente. Agora, todas essas memórias, toda a dor de tudo isso, voltou e fez Cae se

sentir enjoado. Não havia simplesmente nenhuma maneira que poderia lidar com tudo isso

novamente.

E Nicholas... Cae fez o seu caminho para a máquina automática de bilhetes quase em

transe. Pensou na primeira noite que tinha passado em Londres e mesmo assim ele sabia que

nunca ia ser uma noite e, em seguida, em todos os dias depois disso. Foi menos de três

semanas no total e ainda parecia muito mais.

E já era hora que isso terminasse.

130
Porque pior do que todo o escândalo, pior do que tudo sendo desenterrado

novamente, era a perspectiva de quão zangado e desapontado Nicholas estaria quando isso

acontecesse. Nicholas que o havia procurado por tanto tempo. Nicholas que tinha perseguido

e perseguido até que finalmente conseguiu o que tinha desejado.

Seu prêmio.

Só que o prêmio estava prestes a ser manchado e Cae não queria estar lá para ver a

expressão no rosto de Nicholas quando frente a isso.

131
Capítulo Quatorze

Nicholas segurou seu celular no ouvido quando ele tocou chamando Cae pela quinta

vez naquele dia. Ele foi direto para o correio de voz novamente e Nicholas fez uma careta

quando deixou cair o celular sobre a mesa. Por que diabos Cae não estava atendendo? Já era

fim de tarde e eles tinham obtido o hábito de falar pelo menos uma vez durante o dia,

geralmente na hora do almoço. Era verdade que Nicholas era muitas vezes o único a iniciar

essas chamadas, mas ainda, Cae sempre respondia. Por que não estava respondendo agora?

Nicholas relanceou seus olhos para o relógio. Estava ficando até as quatro. Geralmente

ficava trabalhando até as seis, mas parte dele queria deixar o escritório agora e ir verificar

para ver se estava tudo bem com Cae ‒ o que poderia ter acontecido com ele no apartamento

Nicholas não sabia.

Apenas... ele franziu a testa... Cae estava agindo um pouco nervoso ao longo dos

últimos dias. Não era nada óbvio, mas Nicholas sempre tinha assistido o outro homem de

perto e sentiu uma inquietação nele. Ele iria chegar ao fundo desta questão, é claro, mas

como sempre viria abaixo no tempo. Será que Nicholas tem o bastante disso? Ele esperava

que sim. Inferno, pretendia garantir isso porque a perspectiva de não ser capaz de chamar

Cae sempre que queria não era uma coisa que Nicholas gostava. Ele estava acostumado a ter

o outro homem em sua vida agora. Acostumado a vê-lo no apartamento quando chegava em

casa, acostumado a adormecer ao lado dele e acordar de conchinha contra seu corpo

delicioso. Na verdade, Nicholas estava no ponto agora onde não poderia imaginar não ter

Cae ao redor.

132
Eles equilibravam.

Nicholas sempre soube que eles iriam.

Ele se recostou na cadeira e olhou para a tela do computador a sua frente. Ele estava

ocupado trabalhando em uma das novas ideias de negócio que tinha se apoiado no mesmo

dia que Cae reapareceu. Era uma grande ideia, mas Nicholas estava tendo problemas para

trabalhar a planilha financeira da maneira que queria. Talvez trabalhar mais uma hora nela

então poderia ir para casa? Ele suspirou e se inclinou a frente em sua cadeira antes de voltar

sua atenção para a planilha. Ele foi rapidamente absorvido porque o trabalho sempre tinha

sido sua fuga não era diferente agora.

Um minuto se passou, dez, mais dez, e quando o seu telefone do escritório tocou

Nicholas saltou um pouco, saindo de sua concentração furiosa. Ele pegou-o com a mão

livre. Parte dele estava meio que esperando ouvir a voz de Cae ‒ embora Cae nunca chamou-

o nesta linha ‒ e assim ele ficou desapontado quando seu assistente falou em seu lugar.

"Nicholas? Louis está aqui para vê-lo."

Nicholas fez uma careta. Louis? O outro homem nunca tinha vindo para vê-lo no

trabalho antes. Na verdade, Nicholas não tinha percebido que Louis sequer sabia onde seus

escritórios eram. A última vez que se encontraram em pessoa tinha sido no hotel quando

Nicholas tinha encontrado Cae e eles nunca tinha chegado a ter esse café como Louis

queria. Mas Louis tinha chamado após a cena com os repórteres para se desculpar pelo que

havia chamado de ‘o negócio terrível no hotel’ 'e eles tinha falado uma vez sobre o novo

empreendimento que Nicholas e Cae estavam lançando. Nicholas tinha planejado se

133
encontrar com Louis em breve e ter esse café, mas estava tão amarrado em Cae que

simplesmente não tinha chegado ao redor dele. Mas não explicava por que Louis estava aqui

agora. O que estava acontecendo? Será que o outro homem precisava de ajuda? Se assim for,

Nicholas lhe daria sem hesitação.

Ele falou rapidamente. "Mande-o entrar."

Levantou-se, travando a sua tela de computador enquanto fez isso e deu a volta na

mesa. Não demorou muito antes que a porta se abrisse e Louis entrasse. Aleeta, assistente de

Nicholas, lançou-lhe um olhar questionador, mas Nicholas simplesmente fez um gesto para

sair. Ela fez isso com um aceno e o sorriso eficiente de sempre.

"Louis, o que você está fazendo aqui?" Nicholas perguntou quando se adiantou e

estendeu a mão.

Louis tomou-a, apertando levemente e deixando escapar um suspiro quando fez

isso. "Peço desculpas por interromper o seu dia..." Ele começou.

Nicholas acenou as palavras à distância. "Não é necessário.” Disse ele. "O que está

errado? Você precisa de mim para alguma coisa?"

Louis fez uma careta antes de se estabelecer em uma das duas cadeiras ao lado da

mesa de Nicholas. Nicholas levou a outra.

"Eu preciso te mostrar uma coisa.” Disse Louis.

134
O tom de sua voz... o olhar no seu rosto... algo suspeitosamente parecido com

preocupação começou a deslizar pela espinha de Nicholas então. Louis era um das pessoas

mais extrovertida e exuberante que Nicholas já conheceu. Raramente ele ouviu o outro

homem falar qualquer coisa, que não fosse de forma brincalhona e encantadora. E assim,

havia algo de errado...

"Mostrar-me o quê?" Nicholas perguntou cuidadosamente.

"Aqui.” Disse Louis e ele enfiou a mão na bolsa que carregava e tirou um engordurado

envelope marrom. Ele passou-o para Nicholas com uma expressão solene no olhar.

Nicholas fez um gesto para abri-lo, mas Louis parou sua mão. "Não há absolutamente

nenhuma necessidade de você ver isso.” Disse ele. "Muito melhor se eu lhe disser o que está

aí dentro."

"Vá em frente.” Disse Nicholas.

Louis suspirou. "Eu me encontrei com Robert Graves hoje."

Era um nome que Nicholas sempre saberia. Um nome que odiava além de qualquer

outro. Ele cerrou os punhos em torno do envelope, raiva enchendo-o em uma explosão

quente, e respirou afiadamente. "Por quê?"

"Assim ele poderia me vender esses." Louis disse, apontando para o envelope.

135
Não havia nenhuma maneira que Nicholas não podia olhar. Não com esse pedaço de

informação. E assim, antes que Louis pudesse convencê-lo do contrário ele rasgou a parte

superior do envelope e tirou o conteúdo. Seu corpo inteiro congelou no momento em que viu

o que estava dentro.

"O bastardo...” Ele respirou.

"Eu sei.” Disse Louis. "Eu pensei a mesma coisa."

Nicholas olhou para a foto no topo. Era de Cae é claro. Seu amante estava deitado em

uma cama, com os braços acima da cabeça, uma espécie preguiçosa de sorriso em seu

rosto. Ele também estava completamente nu, nada além de um pequeno par de calções

brancos. Era uma foto que Nicholas reconheceu imediatamente, mas não exatamente igual as

que ele tinha visto anteriormente antes. Claramente, porém, ela fazia parte do conjunto

original que Robert tinha vendido todos esses meses atrás.

"Este não é o tipo de ‘material’ que eu alguma vez iria comprar para qualquer das

minhas publicações." Louis continuou. "Mas eu ouvi sobre isso através de um amigo em um

desses sites inúteis. Ele é um repórter júnior lá, muito ambicioso e na esperança de seguir em

frente. Graves contatou-o para vender estas junto com algum outro material."

"Que outro material?" Nicholas exigiu.

"A versão de sua história original atualizada." Disse Louis com um encolher de

ombros. "Uma nova versão mais do que tudo. Chamei-o para uma reunião comigo assim que

eu ouvi, pedi-lhe para trazer tudo."

136
"Ele veio?"

"Eu tive a impressão de que estava desesperado.” Disse Louis. "Ele certamente parecia

com falta de fundos.” Ele fez uma pausa. "Ele também ficou surpreso. Eu não acho que

esperava que houvesse um grande interesse no que ele tinha. Pelo menos não de mim."

Nicholas agarrou as fotos tão duramente que o material amassou sob seus dedos. "Ele

não ganhou dinheiro suficiente à custa de Cae da última vez.” Ele cuspiu. "O bastardo..."

"Inicialmente, talvez.” Disse Louis. "Mas você se lembra que eu não aprovava a

maneira como o escândalo foi tratado? Cae era um cara legal. Eu o conhecia, você sabe,

quando fez uma sessão em uma das minhas revistas. Eu não tinha ideia de que ele era

gay. Eu o teria regado com mais atenção se soubesse.” Ele suspirou. "Isso não vem ao caso. O

que importava era que eu não gostava da reação da imprensa a um dos nossos. Não importa

como retrataram fedendo de preconceito. Saltando sobre um homem gay e fazendo-o pagar

por sua sexualidade."

"Louis..."

"Eu sei.” Disse Louis. "Mas isso é o que senti. E assim, depois que o pior passou, eu

posso ter ido ligeiramente fora do meu caminho para barrar o Sr. Graves e um pouco mais da

sua laia."

Nicholas sempre suspeitou que algo do tipo havia sido feito. Ele tinha realizado suas

próprias investigações após o escândalo ter batido e Cae ter desaparecido da capital. Nesse

137
ponto Nicholas nunca esperava ver Cae novamente ‒ o outro homem tinha sido

dolorosamente firme em sua última recusa, mas Nicholas odiava a ideia de Graves fugindo

com o que tinha feito. Ele tinha planejado fazer uma pequena lista negra sua própria mas

após o pior, tudo tinha sido abafado e não houve necessidade. Por alguma razão, e Nicholas

nunca tinha sido capaz de entender isso antes de agora, a própria espécie de Graves lhe tinha

evitado e o trabalho tinha secado muito rápido para ele na cidade.

Nicholas estendeu a mão e pegou a mão Louis. "Obrigado, Louis."

"O prazer foi meu, Nicholas," Louis disse, apertando-a de volta antes de apontar para

o envelope. "É bom ser capaz de presentear você com isto. Eu comprei todas as imagens

restantes e os negativos. Também a 'atualizada' história dele com um contrato de

exclusividade. Ele não pode vender a qualquer outro lugar sem violar nosso contrato e se faz,

eu porei os meus advogados sobre ele tão rápido... "

"Eu vou pagar o que quer que você gastou.” Disse Nicholas.

"Este é um presente," Louis respondeu. "E é um que eu posso facilmente pagar.” Ele

sorriu. "Como eu disse, Graves estava desesperado. Ele não me custou muito. Além disso,

dá-me prazer pensar que ele estará esperando outro escândalo e em vez disso, haverá apenas

o silêncio."

Nicholas sacudiu a cabeça. "Eu não sei como recompensá-lo. Não apenas por isso, mas

por tudo o que têm feito para ajudar a reconstruir a reputação de Cae nestas últimas

semanas."

138
"Você se importa com Cae.” Disse Louis.

Nicholas poderia apenas acenar. "Profundamente."

"Talvez você sempre têm?" Louis perguntou, não era nada se não perceptivo.

"Às vezes isto se sente assim.” Disse Nicholas depois de um momento. Ele

suspirou. "Às vezes parece que o meu mundo gira em torno dele, desde que eu o vi pela

primeira vez em um maldito outdoor."

"Desejo-lhe nada mais do que sorte, Nicholas.” Disse Louis. "Por finalmente conhecer

o único...” Ele sorriu. "É uma coisa muito rara."

"Mas ele não deve saber sobre isso.” Disse Nicholas. "Se ele souber que há a

possibilidade de mais um escândalo.” Ele engoliu em seco. "Ele foi profundamente afetado

pela última. Mesmo agora eu mal posso levá-lo a deixar o apartamento. Ele mantém-se

afastado e se esconde do mundo."

"Mas você está reconstruindo sua confiança?"

"Pouco a pouco.” Disse Nicholas. "Mas não é uma coisa fácil e vai levar

tempo. “Estas...” Ele amassou as imagens em suas mãos. ”... facilmente poderiam ter definido

tudo de volta."

"Você não tem que se preocupar com isso agora.” Disse Louis, enquanto se

levantava. "Tudo que você tem que se preocupar é ajudar Cae a voltar a ser o homem que

139
todos nós conhecemos e amamos. Jantar no sábado no meu lugar? Seria um prazer recebê-

los."

Nicholas levantou-se também. Ele puxou Louis para um abraço. "Estaremos lá."

Louis saiu poucos minutos depois. Nicholas colocou as fotos de volta no envelope

antes de jogá-lo em sua gaveta da mesa e trancou-a. Ele iria queimar tudo em algum

momento, mas por enquanto elas estavam a salvo. Cae nunca precisaria se preocupar com

elas chegarem a ver a luz do dia novamente. E as imagens originais? As que tinham

começado a coisa toda? Há muito tempo elas tinham perdido seu poder. Se Cae queria

admitir ou não, a capital era um lugar inconstante, escândalo era substituído por outro

escândalo e sempre foi assim. Não demoraria muito antes de a coisa toda ser apenas uma

memória distante para ambos. Cae iria lançar o seu negócio com Nicholas ao seu lado. Ele

seria bem sucedido, era esperto demais para que fosse de outra forma, e Graves seria nada

mais que uma nota de rodapé em seu relacionamento.

Porque, enquanto Nicholas fez o seu caminho para casa, o pé no acelerador tão duro

quanto ousou, sabia que era o que eles tinham.

Um relacionamento.

Talvez eles tivessem tido isso desde a primeira vez. Com certeza, não tinha começado

de uma maneira normal e certamente não tinha se desenvolvido de uma forma normal, mas

pouco a pouco eles haviam construído, e iriam continuar a fazê-lo, porque não havia outra

opção.

140
Nicholas amava Cae. Ele nunca poderia imaginar deixá-lo ir. Inferno, se ele tivesse sua

chance, eles estariam andando pelo corredor antes do ano terminar!

Esse pensamento era proeminente na mente de Nicholas, enquanto fazia o seu

caminho até seu apartamento. Ele parou no living, como tinha começado a fazer durante as

últimas semanas, ouvindo para ver onde Cae estava. Mas o apartamento estava em

silêncio. Não havia nenhum som vindo da TV ou da cozinha, onde Cae tendia a ser muito

vocal quando cozinhava. Franzindo a testa, Nicholas verificou o andar de baixo para ter

certeza, antes de fazer seu caminho até os quartos. Eles estavam silenciosos e vazios também

e Nicholas fez uma pausa, olhando em volta, imaginando onde Cae poderia estar. Ele

raramente deixava o apartamento e estava sempre em casa quando Nicholas voltava. Talvez

ele estivesse no ginásio?

Quando fez o seu caminho de volta para baixo nas escadas, Nicholas pegou seu

telefone, com a intenção de chamar Cae novamente e descobrir onde diabos ele estava. Mas

havia uma mensagem na tela... e era de Cae. Abriu-a rapidamente, essa mesma preocupação

de mais cedo incitando-o agora. Nicholas não tinha certeza do que esperava, mas havia

apenas três palavras.

Eu sinto muito.

E Nicholas sabia exatamente onde Cae estava e não tinha certeza se deveria rir ou

chorar. Porque Cae finalmente correu para casa, assim como Nicholas sempre soube que ele

faria.

Tempo... só não tinha tido muito dele.

141
E Nicholas parou no fundo das escadas, seu coração dolorido, a cabeça girando, e se

lembrou irresistivelmente da última vez que isso tinha acontecido. Aquele telefonema final,

quando Nicholas tinha estado queimando com dor, mas ainda desesperado para chegar ao

homem que amava.

Um final.

E Nicholas tinha aceitado isso, porque não tinha a mínima escolha. Cae não o

queria. Nicholas não tinha nada para lutar.

Esse não era o caso agora.

Nicholas fechou os olhos e pensou em todos os dias que se passaram. De saltar na

cama juntos e nem sempre para foder, mas às vezes só abraçar. De acordar, braços em volta

um do outro, pele quente ao toque. E depois, Cae cozinhando o jantar para eles, fazendo o

café da manhã ‒ Cae nunca comia o café da manhã, mas Nicholas continuava tentando. E

todas as vezes que eles se exercitaram juntos, embora Cae fosse muito mais rápido do que

Nicholas na esteira e brincava impiedosamente com ele sobre isso. As noites gastas assistindo

o tipo de filmes que Cae gostava, mas Nicholas desprezava e ainda assim ele se sentava

através de cada um deles, porque isso agradava a Cae.

Memória depois de memória.

Experiência após experiência.

142
E amor.

Ele sempre esteve lá para Nicholas. Certamente, agora ele estava lá para Cae

também. E se não, então certamente viria eventualmente? Certamente?

Havia apenas uma maneira de descobrir.

143
Capítulo Quinze

A casa estava fria de uma maneira que nunca tinha estado antes, ou ao menos a partir

do momento em que Cae havia se mudado. Na verdade, lembrou Cae de como apartamento

de Nicholas havia se sentido na primeira vez que tinha entrado nele.

Algo está faltando...

Ele tirou a mochila e deixou-a cair em cima da mesa da cozinha e olhou em

volta. Apesar do fato de que os últimos raios solares do dia estavam brilhando através das

janelas da sala não se sentia brilhante em tudo. Por um momento Cae estava confuso com

isso. Ele esperava que a casa parecesse exatamente como tinha parecido quando a tinha

deixado, quando tinha sido seu refúgio e tinha estado relutante em deixá-la mesmo por um

dia. Apenas, ela não... se sentia acolhedora, e sabia por que, sabia e sentiu seu coração

disparar na realização.

Foi por que Nicholas não estava nela.

Cae estremeceu levemente enquanto considerava isso. Nicholas realmente nunca tinha

estado em sua casa de campo e por isso sua ausência era estranha. Mas Cae sabia, tinha

pensado muito sobre isso na viagem de trem de volta para casa, que não era tanto sobre o

lugar e sim sobre a pessoa.

Ele já sentia falta de Nicholas.

144
Certo que neste momento como num dia normal ‒ pelo menos o que tinha sido normal

para as últimas semanas ‒ Nicholas estaria chegando em casa. Cae tinha estado sempre lá

esperando por ele. Eles se cumprimentavam, comiam, faziam amor...

Cae caiu para baixo em uma das cadeiras ao redor da mesa, enquanto considerava

isso. Não fodiam. Não tinham relações sexuais. Faziam amor. Se tivesse sido assim desde a

primeira vez?

Cae suspirou e atravessou a cozinha para colocar a chaleira no fogo. Ele tinha um

pouco de café guardado e precisava de uma caneca cheia. A viagem de trem para casa tinha

sido difícil e não porque Cae tinha estado preocupado em ser reconhecido como tinha estado

na viagem para Londres. Foi porque ele foi consumido com pensamentos sobre Nicholas,

sobre o que tinha acontecido entre eles, acerca de Robert...

E Cae tinha pensado sobre tudo isso de uma maneira que nunca teve antes. E ocorreu-

lhe agora, enquanto esperava a chaleira a ferver, que havia muito sobre os últimos dezoito

meses que não tinha se permitido pensar corretamente até agora. Começou todo o caminho

de volta, quando conheceu Nicholas, quando estava vivendo a mentira, quando todo o seu

mundo estava errado e precisava de algo drástico para colocá-lo certo.

A chaleira desligou quando ferveu. Enquanto Nicholas servia um pouco de água

quente na caneca ele considerou a primeira vez que conheceu Nicholas. A forma como o

outro homem o tinha feito se sentir... o pânico... o coração acelerado... as mãos

úmidas. Talvez Cae tivesse sido muito ingênuo, em seguida, para perceber o que isso

realmente significava. Mas ele sabia agora.

145
Atração.

O tipo profundo.

O tipo raro.

E ainda assim ele tinha resistido. Talvez teria resistido para sempre, se não tivesse

acontecido tudo aquilo, se não as circunstâncias não o tivessem levado.

Ou teria?

Ele acrescentou café na água, despejou um pouco de açúcar, e sentou-se de volta na

mesa. Não tinha Nicholas sido a primeira pessoa que tinha pensado quando precisou de

ajuda? Mesmo que ele tivesse resistido isso também e tentou todas as outras opções, Nicholas

tinha sido o único que tinha ficado com ele, cutucou-o, empurrou-o. Foi porque, no fundo,

Cae queria vê-lo novamente, para ter uma desculpa para fazer o que queria fazer desde o

início, mas não tinha sido corajoso o suficiente também? Quanto mais Cae pensava nisso,

mais tinha certeza de que era o caso.

E ainda...

Os próprios medos e preocupações de Cae não eram a única razão que tinha

resistido. Nicholas era um homem poderoso, forte e sempre tinha o queria. Cae foi prova

disso. E a verdade era, apesar da perseguição, apesar das últimas semanas, Cae não tinha

ideia de como Nicholas realmente sentia por ele. E se tivesse sido sempre sobre o desafio? A

conquista? Ou, se havia mais do que isso, Cae não sabia. Ele não sabia como estava indo

146
descobrir. Não dado o que ia acontecer com Robert... não uma vez vendesse aquelas malditas

fotos de novo...

Cae baixou a cabeça em suas mãos. O pensamento de passar por isso de novo o fez se

sentir doente. O sentimento tinha sido forte o suficiente para tê-lo correndo de Londres e era

forte o suficiente para mantê-lo longe da capital indefinidamente. E, no entanto, já que ele

perdeu Nicholas, e não tinha ideia do que o outro homem estava indo fazer uma vez que ele

percebesse que Cae tinha ido.

Cae pegou seu telefone na mochila. Não havia mensagens ou chamadas não

atendidas. Tinha Nicholas sequer visto a mensagem que Cae tinha enviado do trem? Cae

tinha feito isso porque não queria que Nicholas se preocupasse com ele. Não podia suportar

a ideia do outro homem voltando para casa e se perguntando onde Cae estava, seu corpo

todo tenso nessa forma toda dele. Apenas, nunca estava tenso quando eles estavam juntos na

cama, quando tinham um satisfeito o outro, quando eles simplesmente se colocavam juntos,

os corpos entrelaçados, falando sobre nada...

Cae fechou os olhos. Seu peito doía e sua cabeça estava girando. Seu voo da capital

tem sido ditado pela adrenalina e pânico. Os quais foram substituídos agora por uma

profunda tristeza. Ele seria um mentiroso se não admitisse que mais de uma vez ao longo das

últimas semanas, realmente tinha começado a se perguntar se sua vida com Nicholas poderia

acabar sendo algo, se não permanente, mas pelo menos algo que curaria por um

tempo. Tempo suficiente para Cae encontrar-se de novo, para retomar a sua confiança, para

construir uma nova vida. Ele não tinha percebido antes de hoje apenas como isso era

importante, o quanto precisava disso, o quão difícil tinha sido isso no ano passado.

147
Nicholas tinha feito isso melhor.

Cae tinha deixado.

E tinha funcionado.

Havia realmente um equilíbrio.

Cae levantou-se com esse pensamento, o corpo tremendo ligeiramente. Ele tinha uma

suspeita desagradável que ele sabia, pelo menos para ele, o que esse ‘equilíbrio’ queria dizer,

mas o que havia de bom em admiti-lo agora, quando tudo estava um caos novamente,

quando tudo ia desmoronar, quando não haveria volta para o apartamento, e nenhuma

forma de voltar para Nicholas?

Cae caminhou até seu quarto. Com um peso no coração que sabia, simplesmente sabia,

ia ficar com ele por um longo tempo, Cae tirou suas roupas e se dirigiu para o chuveiro. Ele

ficou sob o jato frio por uns bons quinze minutos antes de voltar para seu quarto e vestiu

moletom e uma camiseta. Ele voltou ao andar térreo, para a sala de estar neste momento,

onde se enrolou no sofá e olhou pela janela. Minutos se passaram, uma após a outro, até que

bem mais de uma hora tinha passado, Cae simplesmente sentou-se ali, a cabeça e coração

preenchidos com Nicholas.

E, em seguida, a campainha tocou.

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Nicholas sabia que Cae tinha chegado em casa com segurança, porque havia uma luz

brilhando na pequena janela na frente da casa. Era um prédio charmoso e se as circunstâncias

fossem diferentes Nicholas teria apreciado vê-la, visitá-la, passar um tempo na mesma. Mas

elas não eram. Este não era um fim de semana no campo com o seu amor. Isto era ele vindo

para trazer seu amor de volta à sua casa real ‒ Londres.

E assim, Nicholas bateu na porta e esperou que Cae viesse atender. Ele não se permitiu

considerar que Cae talvez não fizesse isso. Porque se fizesse, Nicholas estava simplesmente

indo para chutar a porta. Cae tinha fugido dele uma vez e Nicholas tinha permitido. Isso

nunca iria acontecer novamente.

Uma luz se acendeu no corredor. Um momento depois, a porta se abriu. Cae ficou ali,

com o rosto vermelho, os olhos arregalados, os lábios tremendo levemente. Nicholas não

queria nada mais do que puxar o outro homem em seus braços. Esse desejo guerreou com a

vontade de dar-lhe uma boa surra maldita também. Cruzar o país de carro não tinha sido

agradável. Nicholas tinha ido muito rápido e seu corpo estava doendo da tensão em que ele

tinha permanecido nas últimas horas. Ainda assim, ele suspeitava que a viagem de Cae tinha

sido igualmente brutal. Trens que cruzavam a Inglaterra nunca eram agradáveis também.

"Nicholas!"

A palavra sussurrada por Cae fez o peito de Nicholas apertar. Nunca lhe tinha

ocorrido antes, mas agora ele adorava a voz do Cae. Aqueceu-o de uma forma que ninguém

mais já teve. "Quem mais?" Ele disse.

Cae agarrou a moldura da porta. "O que você está fazendo aqui?"

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"Eu recebi sua mensagem.” Disse Nicholas.

Cae fechou os olhos. "Eu sinto muito."

Nicholas queria suspirar. "Você já disse isso, a pergunta é, o que você sente muito?"

"Eu tive que sair."

"Claramente."

Nicholas abriu a porta. Os olhos de Cae estalaram abertos e alarmados. "O que você

está fazendo?"

"Entrando." Disse Nicholas. "Foi uma longa viagem e eu estou cansado."

Ele passou por Cae, incapaz de se parar e deixou cair um beijo na cabeça do outro

homem quando fez isso, antes de ir para o quarto onde a luz estava em acesa. Em qualquer

outro lugar estava escuro agora. A noite estava caindo quando Nicholas correu para a casa de

Cae.

"Portanto, esta é a sua casa? Aquela que você lutou tanto." Nicholas falou uma vez que

estava dentro da sala de estar. Era um espaço confortável e tinha a personalidade de Cae

refletida sobre ela. Nicholas decidiu ali, que iria encorajar Cae a redecorar seu

apartamento. Deveria refletir os dois se era para ser sua casa, o que teria de ser, pois seus

interesses estavam na capital. Ainda assim, a casa poderia ser o seu refúgio quando

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necessário, juntamente com a propriedade de Nicholas na Itália. Ele podia vê-los agora e

quase sorriu com a visão. Mas primeiro...

"Meu refúgio.” Disse Cae.

Nicholas assentiu. "É adorável."

Cae estava ao lado da porta, as mãos fortemente cerradas. "Foi o meu refúgio depois

que eu tive que sair de Londres. Minha fuga."

"E sua fuga hoje também?" Nicholas perguntou.

Cae moveu-se. "Nicholas..."

"E você vai me dizer por que achou que precisava fugir.” Disse Nicholas. "E por que

você pensou que eu permitiria isso."

Ele atravessou a sala e puxou Cae em seus braços. Cae engasgou um pouco, mas não

se moveu para parar Nicholas. Ele simplesmente sussurrou uma palavra.

"Não faça isso."

"Não, o quê?" Nicholas perguntou. "Colocar meus braços em torno de você? Te

beijar? Fazer todas as coisas que estamos fazendo há semanas?"

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"Não é assim tão simples," Cae começou, mas Nicholas o interrompeu antes que

pudesse dizer qualquer outra coisa.

"Você ficou com medo por alguma razão.” Disse Nicholas. "E você vai me dizer

exatamente o porquê. Mas, por agora, saiba disso, Cae.” Acrescentou. "Você vai voltar

comigo. Isso não está em discussão."

"Eu não posso.” Cae sussurrou.

"Voltar comigo?" Nicholas exigiu.

"Retornar lá.” Disse Cae. "Não depois...” Ele visivelmente engoliu antes de levantar a

cabeça e olhar diretamente nos olhos de Nicholas. "Não quando eu sei o que vai acontecer."

"O que vai acontecer...” Disse Nicholas, e seu coração disparou quando fez isso,

porque tinha imaginado este momento tantas vezes e nunca ia haver um momento perfeito

para ele, para tal declaração, mas não foi há muito tempo isto devido? E assim, respirou

fundo e disse: "... é que você está voltando para casa com o homem que te ama. O homem...”

Acrescentou. "... que sempre te amou, e sempre amará."

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Capítulo Dezesseis

Cae não tinha certeza de que tinha ouvido Nicholas corretamente. Ele olhou para o

outro homem, a boca ligeiramente aberta, coração batendo em seu peito, e tentou entender as

palavras que tinham apenas caído entre eles.

Amor.

E não havia como negar isso, não dava fingir que não tinha sido dito, não dada a

expressão nos olhos de Nicholas, não tendo em conta a forma como ele estava tenso tudo de

novo, à espera de uma resposta, à espera de Cae para dizer alguma coisa... qualquer coisa...

E, no entanto, Cae não estava certo do que dizer, porque nunca esperava ouvir essas

palavras esta noite, nem nunca, verdade seja dita. Oh, ele sabia que Nicholas o desejava,

sabia que Nicholas se preocupava com ele, sabia que se equilibravam. Mas amor?

Era mesmo possível?

Cae se inclinou para fora do abraço de Nicholas e abriu a boca. "Você... você..."

Nicholas simplesmente sorriu. "Amo você, Cae."

"Mas, mas..."

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"E eu sempre amei.” Acrescentou Nicholas. "A partir desse primeiro momento de

merda quando te vi naquele outdoor. Eu pensei sobre isso, Cae, pensei muito sobre isso, e eu

acho que o meu destino foi selado ali."

"Mas você nunca disse!" Cae balbuciou.

"E quando eu iria fazer a minha declaração?" Nicholas perguntou. "Quando você

recusava meus avanços? Quando fez tudo que podia para me afastar? Ou mesmo quando

saiu correndo para cá e eu fui deixado sozinho em Londres tentando juntar os pedaços da

minha vida.” Ele fez uma pausa. "Isso não teria funcionado então. Isso nunca teria

funcionado até agora. Este é o ponto a que temos sido levados e este é o ponto que eu te

digo." Outra pausa. "Você é meu, Cae. Eu te amo. Eu quero que seja meu para sempre. Eu

quero um anel em seu dedo que diz que você é meu."

"Você quer se casar comigo?" Era tudo o que Cae poderia dizer e Nicholas

simplesmente assentiu.

"Isso é o que você faz com a pessoa que ama. A pessoa que sempre vai amar."

Uma lágrima rolou pelo rosto de Cae. Ele nem sabia que isto estava chegando, nem

sabia que estava lá. Mas de repente o aperto no seu peito se foi ‒ o aperto, ele percebeu agora,

com que tinha vivido por muitos meses ‒ desapareceu, substituído por algo que parecia mais

com felicidade absoluta.

Nicholas o amava.

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Nicholas sempre o amou.

E ele amava Nicholas. Como poderia não ter visto isso antes? Como poderia não ter

sido óbvio? Os sentimentos no início. Os sentimentos através das últimas semanas? Sempre

tinha sido Nicholas.

Sempre seria.

"Eu também te amo.” Ele sussurrou.

Nicholas suspirou então, uma espécie trêmula de suspiro que falava que esta mesma

tensão tinha ido para sempre. Puxou Cae contra ele, seus corpos pressionados juntos. Eles

ficaram lá, por muitos minutos, simplesmente respirando um ao outro, simplesmente

apreciando o momento, o conhecimento de tudo o que tudo tinha levado a isso. Então,

finalmente juntos, assim como sempre deveria ter sido.

Quando finalmente se separaram os dois homens estavam sorrindo. Eles se inclinaram

um para o outro e se beijaram. Foi um beijo diferente de qualquer um que tinha vindo

antes. Foi lento, gentil, amoroso.

Cae não podia deixar de sorrir.

"Eu te amo.” Ele sussurrou contra os lábios de Nicholas e Nicholas grunhiu sua

aprovação.

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"Eu preciso ouvir isso muitas vezes.” Disse ele. "Todas as manhãs, todas as tardes,

todas as noites."

"Você pode ouvi-lo tão frequentemente quanto queira.” Disse Cae.

Outro beijo. Este muito menos suave. O corpo de Cae apertou, mas no caminho certo

agora e ele passou as mãos pelo peito Nicholas.

"Vamos lá para cima."

"Você não tem ideia do quanto eu preciso estar dentro de você.” Disse Nicholas. "Mas

primeiro..." Inclinou-se para trás e olhou nos olhos do Cae. "Diga-me por que você correu."

Cae suspirou. Ele fez uma pausa por um momento antes de puxar Nicholas em sua

direção. Juntos, eles se mudaram para o sofá. Uma vez sentado, Cae se preparou para

responder à pergunta de Nicholas, porque como poderia não dizer? Não haveria segredos

entre eles agora, não quando amava Nicholas e era amado de volta com igual medida. Cae

iria compartilhar tudo a partir de agora e não porque Nicholas iria esperar que fosse assim,

porque essa era a forma como deveria ser. E ‒ ele se emocionou quando esta compreensão

lhe bateu ‒ Nicholas iria apoiá-lo, não importa o quê. Esse era o tipo de homem que ele era.

"Robert Graves.” Disse ele.

Os olhos de Nicholas escureceram. "O que ele fez?" Demandou.

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"Ele tem mais fotos.” Disse Cae. "Ele está indo para vendê-las. O escândalo

novamente. Eu não poderia... Eu não podia suportar o pensamento de enfrentá-lo

novamente. A última vez foi tão difícil, tão difícil..." Ele fechou os olhos. "Mas desta vez seria

diferente, eu sabia disso. Porque você iria vê-los, e então não iria me ver da mesma maneira."

Nicholas colocou um dedo sob o queixo. Cae não tinha escolha, a não ser abrir os

olhos. Ele não tinha certeza do que esperava ver, mas Nicholas o estava olhando com nada

além de amor.

"Eu já as vi, Cae.” Disse ele suavemente. "A primeira vez que foram publicadas. Eu li

sobre tudo isso, quase obsessivamente. Eu não conseguia me ajudar."

"Elas machucaram você?" Cae sussurrou.

"Profundamente.” Disse Nicholas. "Eu o queria tanto que sofria com isso. Era

realmente como uma obsessão na época. É por isso que o persegui tão duro. Eu não podia me

impedir. Eu tinha que ter você. Eu não podia imaginar não ter você. E então quando tive que

imaginar isso? Tive que enfrentar isso?" Ele balançou sua cabeça. "Foi incrivelmente difícil."

"Sinto muito.” Disse Cae porque lhe doía agora pensar que havia ferido Nicholas

dessa forma.

"Não.” Disse Nicholas. "Foi diferente. Eu percebo isso agora. Talvez se tivesse sido

mais gentil? Se o tivesse abordado de forma diferente?" Ele encolheu os ombros. "Talvez as

coisas pudessem ter acontecido de forma diferente. Talvez eu não tivesse te afugentado para

a cama de outro homem?"

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"Nicholas..." Cae respirava. "Não foi sua culpa. Nem mesmo perto. Eu estava em um

lugar tão ruim. Eu era uma bagunça. Eu nem sei como tudo chegou a esse ponto. O que eu

sei é que você não me afugentou para sua cama.” Ele respirou fundo e agarrou as mãos de

Nicholas. "Eu não tive relações sexuais com ele, Nicholas. Eu não tive relações sexuais com

ninguém desde que te conheci."

Nicholas visivelmente sobressaltou. Ele apertou as mãos da Cae. "Você não..."

"Quando ele subiu em cima de mim..." Cae sacudiu a cabeça. "Eu vi seu rosto. Você

estava zangado. Eu estava bêbado, mas foi o suficiente para me por sóbrio. Eu o

empurrei. Não pude fazê-lo. Mesmo ali, e não acho que mesmo sabia, eu queria você."

"Cae..."

"Não havido ninguém além de você desde o início.” Disse Cae.

"Para mim também não." Disse Nicholas. "Depois de ver você? Depois de cair para

você? O pensamento de outro homem na minha cama era errado."

"E por isso aqui estamos.” Disse Cae e um sorriso se espalhou pelo seu rosto.

"Aqui estamos.” Disse Nicholas.

Beijaram-se mais uma vez e quando finalmente se separaram os dois homens estavam

finalmente prontos para subir as escadas. Cae levantou-se e puxou Nicholas com ele.

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"Vamos lá.” Disse ele. "Eu estive longe de você por muito tempo."

"Uma última coisa." disse Nicholas. "Você nunca tem que se preocupar com Graves

nunca mais. As imagens que ele estava vendendo? A história? Nós as temos. Ele não pode

vendê-las a ninguém mais, sem uma ação judicial. Ele não é mais um problema."

Cae engasgou. "Como..?"

"Eu vou explicar tudo mais tarde.” Disse Nicholas. "Mas, por enquanto tudo o que

você precisa saber é que está seguro. Sempre estará. Nós podemos construir uma vida juntos,

em Londres. Uma vida deveríamos ter tido sempre. E isso vai ser uma boa vida, Cae."

Acrescentou. "Uma boa."

O alívio propagou através Cae. Ele estava quase tonto com ele. Não haveria

escândalo. Mas então, mesmo se tivesse havido, Nicholas teria ficado por ele, o teria

suportado. Cae sabia, porque este era exatamente o tipo de homem que Nicholas era, e era

tão sortudo.

"Eu te amo.” Disse ele de novo e Nicholas sorriu.

"Eu nunca vou cansar de ouvi-lo."

"Eu nunca vou cansar de dizer isso.” Disse Cae.

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E ele não o fez. Não então. Não nos meses e anos que se seguiram. E, certamente, não

quando seu caminho finalmente os levou a um dia ensolarado onde trocaram seus votos e se

comprometeram a amar um ao outro para sempre. O que fizeram.

FIM

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