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Jennifer L. Armentrout
1
A irresistivelmente sexy série da autora bestselling #1 do
New York Times, Jennifer L. Armentrout, dois espíritos livres veem
suas vidas mudadas após um caso de uma noite...
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Capítulo Um .............................................................................. 4
Capítulo Dois ........................................................................... 19
Capítulo Três ........................................................................... 36
Capítulo Quatro ........................................................................ 45
Capítulo Cinco .......................................................................... 55
Capítulo Seis ............................................................................ 62
Capítulo Sete ........................................................................... 75
Capítulo Oito ........................................................................... 93
Capítulo Nove ......................................................................... 103
Capítulo Dez ........................................................................... 112
Capítulo Onze ......................................................................... 127
Capítulo Doze.......................................................................... 135
Capítulo Treze......................................................................... 149
Capítulo Quatorze .................................................................... 161
Capítulo Quinze ....................................................................... 169
Capítulo Dezesseis .................................................................... 185
Capítulo Dezessete ................................................................... 194
Capítulo Dezoito ...................................................................... 208
Capítulo Dezenove .................................................................... 222
Capítulo Vinte ......................................................................... 234
Capítulo Vinte e Um .................................................................. 245
Capítulo Vinte e Dois ................................................................. 254
Capítulo Vinte e Três ................................................................. 265
Capítulo Vinte e Quatro .............................................................. 271
Capítulo Vinte e Cinco ............................................................... 282
Capítulo Vinte e Seis ................................................................. 288
Capítulo Vinte e Sete ................................................................. 304
Capítulo Vinte e Oito ................................................................. 319
Capítulo Vinte e Nove ................................................................ 329
Capítulo Trinta ........................................................................ 338
Capítulo Trinta e Um ................................................................. 346
Capítulo Trinta e Dois ................................................................ 358
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Capítulo Um
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Apenas mais alguns passos, eu me mantive dizendo, só mais alguns
passos e eu – A caixa escorregou dos meus braços. Meus joelhos dobraram
enquanto eu tentava segurar ela de novo, mas era tarde demais. A caixa cheia
de coisas quebráveis começou a cair.
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Minha tataravó era cubana então ainda haviam alguns traços dela que foram
passados a mim.
“Isso é uma pena.” Ele deu um passo para o lado, ainda segurando a
caixa. Nós estávamos lado a lado e, apesar deu ser uma menina bem alta, ele
ainda era uns bons centímetros mais alto que eu. “Me diga onde isso vai.”
Ele levantou uma sobrancelha. “Não me importo. A não ser que você
esteja planejando xingar de novo, então aí eu posso ser convencido.”
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alguns músculos bem definidos por baixo daquele casaco. “Okay então. Meu
apartamento é logo ali.”
Sorrindo para ele, eu passei meu rabo de cavalo sobre meu ombro
enquanto eu ia para a esquerda. “Eu quase consegui chegar sem deixar a
caixa cair,” eu disse a ele enquanto abria a porta. “Tão perto.”
Peguei sua mão. Seu aperto era quente e firme. “Eu sou Stephanie,
mas quase todo mundo me chama de Steph.”
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“Prazer em te conhecer.” Sua mão ainda estava segurando a minha
enquanto ele abaixava seus cílios, seu olhar caindo de novo. “É um prazer te
conhecer, Stephanie.”
Calor fez seu caminho até minha barriga ao som do meu nome dito por
ele. “O mesmo,” eu disse, levantando meu olhar ao seu. “Depois de tudo, se
você não tivesse aparecido, eu provavelmente ainda estaria lá fora,
xingando.”
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ele tocou minha bochecha, trazendo seu dedão até o canto da minha boca.
“Você tinha poeira aqui. Tudo limpo.”
Interessante.
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Endireitando-me, eu passei meu rabo de cavalo sobre meu ombro e
levei um momento para absorver tudo isso, além da poeira sobre a pele, até
meus ossos. Eu finalmente tinha feito isso.
Eu me mudei.
Bastardos.
1
The American Society for the Prevention of Cruelty to Animals = Sociedade para a Prevenção
da Crueldade com Animais
2
In the Arms of an Angel é uma música da Sarah McLachlan
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Mas a sala e o quarto eram espaçosos e eu tinha certeza que um
policial morava aqui, porque havia uma viatura entrando e saindo do
estacionamento nesses dois dias desde que me mudei,
Ponto.
Indo até a prateleira que tinha acabado de instalar a cima da TV, que
eu tinha centralizado com a cômoda, eu me estiquei, dando a foto um novo
lar ao lado de outra foto especial. Era uma das meninas da faculdade e eu,
em Cancun, durante nossas últimas férias de primavera. Um sorriso apareceu
em meus lábios.
O biquíni preto que eu estava usando mal cobria meus seios. Ou minha
bunda, se eu me lembrava bem – na verdade, isso era tudo que eu me
lembrava daquelas férias. Bem, isso e aqueles gêmeos do Texas A&M 3...
3
A Texas A&M University é uma universidade de pesquisa coeducational pública localizada em
College Station, Texas. É a instituição mais importante do Sistema Universitário Texas A&M.
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Tudo era, definitivamente, maior no Texas.
Eu, com certeza, iria levar Nick para casa comigo essa noite e fazer
várias coisas ruins com ele – sem roupa e divertidas que iria fazer minhas
orelhas queimarem até saírem da minha cabeça. Ou, pelo menos, causariam
uma certa vergonha já que eu estava visualizando elas em um local púbico.
Não estava.
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Um caso de luxuria instantânea me atingiu forte. Eu estava atraída a
esse cara em um nível puramente primário, e eu era mulher suficiente para
admitir isso.
Olhos cor de grama encontraram os meus mais uma vez. Cílios grossos
abaixaram, protegendo aqueles lindos olhos verdes. Deus, eu sempre tive uma
coisa por caras com cabelo escuro e olhos claros. Um contraste tão forte que
fazia coisas loucas com todos os meus pontos de pulsação. Eu nunca
realmente vi alguém com a mesma cor de olho que os dele. Eles eram
definitivamente verdes, mas sempre que ele saia das luzes fortes sobre o bar
para as sombras, a cor parecia mudar para um azul agua.
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importando o quão sério a relação tinha sido. Nem todas as meninas eram
assim, mas a maioria... yeah, a maioria eram.
E nem tinha sido um beijo memorável, com certeza não tinha valido a
pena todo o drama que Lauren trouxe para minha porta.
“Eu sei sobre ela.” Eu olhei para onde a linda loira estava com seus
braços em volta da cintura de um cara que tinha estampado ‘militar’ sobre si.
Eu sabia. Meu pai tinha essa mesma aparência. Uma aparência que gritava eu
sei como quebrar cada osso em seu corpo, mas eu tenho um código moral
forte que me previne de fazer isso... a não ser que ameacem um dos meus. O
cara com o cabelo curto e ondulado realmente estava usando essa aparência.
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“Seu namorado, Jax, é o dono desse bar. Costumava ser da sua mãe,
mas isso é uma longa história.” Cam pausou. “De qualquer modo, Teresa é
grande amiga de Calla então quando ela vem visitar ela, nós vamos junto. E
desde que é bem perto de Philly, faz disso uma boa viagem.”
Nick colocou seus cotovelos sobre o bar, seus olhos vagando em mim
em uma leitura cuidadosa. “Então, você é uma lutadora de MMA?”
Eu joguei minha cabeça para trás e ri. “Uh, não. Meu emprego é no
escritório. Vou ser assistente do executivo.”
Okay.
Eu sorri.
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A fera
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“Há quanto tempo vocês estão por aqui?” eu perguntei, tomando um
gole do meu drink enquanto uma bartender mulher com óculos de armação
rosa passava por Nick, atirando a ele um olhar que eu não entendi bem.
“Estou bem, mas obrigada.” A última coisa que queria era ficar
bêbada. “Ei” sorri para ele, feliz quando seu olhar profundo caiu de novo.
“Vocês ficam assim tão cheios nos finais de semana?”
Eu podia ver que esse tipo de conversa era algo que Nick dominava, o
que fazia sentido, considerando seu trabalho. Ele era um encantador de
oportunidades. Mulheres olhavam para ele no bar. A outra bartender, a
menina com o óculos rosa, parecia levar isso bem.
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“Não sei se você realmente pode chamar isso de cheio, mas os
sábados normalmente trazem uma multidão maior.” Ele olhou para o bar
antes de continuar. “Então você frequentou a escola com eles?” ele
perguntou, usando seu queixo para apontar na direção que Cam tinha ido.
Isso era uma afirmação, não uma pergunta. “O que te leva a pensar
isso?”
“Bem, se você fosse, eu acho que você estaria lá com eles. Ou...”
“No melhor jeito possível.” Ele pegou uma garrafa. “Estou feliz que
você passou por aqui. Toda vez que a porta abriu ontem à noite, eu olhei para
cima e esperei que fosse você.”
“Mesmo?”
“Yep.”
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“Houve mais algumas combinações com ‘bastardo’?”
Ele inclinou sua cabeça alinhando sua boca com a minha, apenas uma
fração de centímetro de distância entre nós. Eu comecei a me sentir um
pouco corada. “Você tem planos para essa noite, Stephanie Keith?” ele
perguntou, sua voz mais profunda e rouca.
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Capítulo Dois
A menina com os óculos rosa estava na minha frente, tão perto que eu
quase esbarrei nela. Atrás do bar, ela parecia muito mais alta, mas com meu
1,75m, eu ficava acima dela. Uma mecha rosa em seu cabelo combinava com
seus óculos, mas isso não foi tudo que percebi. De perto eu notei que ela
tinha um olho roxo quase curado.
Mas que...?
“Sim.” Meu olhar passou sobre ela, para onde Teresa e Jase estavam
com Jax e Calla. Avery e Cam já tinham ido embora. “Eu fiquei surpresa em
ver eles aqui.”
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Okay. Isso era uma afirmação estranha. “Eu gosto da... vibe desse
lugar, então eu provavelmente vou voltar.”
“Fico feliz em ouvir isso.” Seus olhos castanhos brilharam atrás dos
seus óculos. “Deve ser uma merda mudar para uma nova cidade e não
conhecer ninguém.”
Seu rosto foi coberto por simpatia. “Eu sei que isso pode soar
aleatório, mas todo domingo Katie – uma menina mente aberta super legal – e
eu tomamos café da manhã. Você é mais que bem-vinda para se juntar a nós
três, ou quatro. Então você não vai estar em um lugar sem amigos.” Ela
terminou com outro grande sorriso.
Huh. Ela era realmente... amigável, mas por algum motivo eu meio
que me senti como se estivesse perdendo algo. Como se eu tivesse andado no
meio de uma conversa.
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Roxy me encarou por um momento antes de jogar sua cabeça para
trás, caindo numa gargalhada enquanto seu rabo de cavalo balançava. “Ele
olhava o ‘oh-la-la’ no jogo, mas eu tenho um homem que amo, muito
obrigada, então não. Nick e eu somos apenas amigos. Eu só queria que você
soubesse que ele é um cara legal e, bem...” ela interrompeu, dando de
ombros. “Eu só queria dizer isso.”
Eu não tinha ideia do que fazer com a conversa que tive com Roxy. Eu
ainda sentia como se estivesse perdendo algo e, honestamente, eu não estava
acostumada com um completo estranho sendo todo amigável e acolhedor,
especialmente comigo. Mais que uma vez eu tinha sido acusada de ser uma
puta e uma exibicionista.
A verdade era que eu não era maldosa nem não amigável. Eu só era
péssima em conversinhas com pessoas que eu não conhecia e, mais
importante, eu tinha um caso severo de ter cara de mal humorada.
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Logo que entrei em meu apartamento, eu peguei as caixas perto da
porta e rapidamente as carreguei para a lixeira atrás do prédio. Enquanto eu
as jogava pela abertura, eu encarei a grama perfeitamente cuidada. Não
havia muito espaço na terra, desde que as árvores eram tão grossas, indo em
direção ao céu escuro, seus galhos nus me lembrando de dedos esqueléticos.
Virando-me, eu corri pelo estacionamento. De noite, com o som distante do
trânsito, era meio estranho aqui atrás.
Eu nunca me apaixonei.
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Não que eu não acreditasse nisso. Oh, eu acreditava. Mas eu queria o
tipo de amor que meus pais tinham compartilhado um com o outro – o
duradouro, o tipo que vai até o fim, e eu não tinha chegado nem perto de
experienciar isso.
Era Nick.
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“Hey,” ele me cumprimentou, seus lábios se curvando para cima. Uma
sacola plástica azul estava em uma de suas mãos e o capacete enfiado no
outro braço.
Ele me seguiu, fechando a porta trás de si com seus pés. “Ou menos.
Você está se esquecendo dessa parte.”
“Ah, eu estou.”
Ele tirou sua jaqueta de couro, jogando ela sobre o balcão ao lado da
sacola. “Eu acho que gosto de você.”
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Uma cerveja com maçã na receita.
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“Você precisa remover o ‘acho’ dessa afirmação,” eu disse a ele.
“Para ficar mais realista.”
Outra risada rouca ecoou dele enquanto pegava sua garrafa. “Bem,
desde que estamos sendo completamente honestos um com o outro, eu não
estava realmente esperando você aparecer no bar.”
“Yep.” Sua garganta se movia enquanto ele engolia sua bebida. “Eu
sabia que você iria aparecer. Era inevitável.”
“Eu gosto disso. Eu posso dizer que você é o tipo de pessoa que não
brinca em serviço.”
“E você pode dizer isso tudo apenas por ter olhado em meus olhos?”
eu retruquei.
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“Na verdade, eu pude dizer isso por causa daquele shorts minúsculo
que você estava usando ontem.” Ele relembrou, me surpreendendo. “Não tem
nenhuma mulher por ai com pernas tão longas quanto as suas que não saiba
que cada cara que elas encontram vão imaginar essas pernas enroladas em
suas cinturas.”
Eu pisquei, abalada por estar de novo fora do meu jogo com ele. Um
momento se passou antes deu me recuperar. “Então, você gostou dos meus
shorts?”
“Eu amei aqueles shorts, porra.” Ele sorriu enquanto levava sua
garrafa até a boca.
Talvez eu devesse estar usando eles então. “Bem, parece que você me
desvendou depois de duas breves conversas e, aqui estou eu, nem um pouco
boa observadora como você. Eu não sei nada sobre você.”
Ele inclinou sua cabeça para o lado, seus lábios franzidos. “Acho que
consigo fazer isso. Primeiro as damas.”
“Vinte e seis.”
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“O que?” ele riu, a pele em volta dos seus olhos enrugada. “Isso não
faz sentido.” Ele pausou. “A não ser que caras mais velhos normalmente são
sua praia.”
“Caras mais velhos não costumam ser minha praia, mas eu não acho
que tenho ‘uma praia’, sendo honesta.”
“Eu não acho que você entendeu como se joga esse jogo, Nick.”
Ele abaixou seu queixo. “Eu fui para faculdade. É sua primeira vez
vivendo longe de casa?”
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Ela era muito... pessoal pra mim. Batendo com meus dedos sobre a garrafa,
eu procurei uma boa. “Qual seu hobby favorito?”
Meu estomago ficou vazio. Por Deus, isso era definitivamente jogar
pra cima e, com certeza, somou pontos importantes enquanto meu corpo
ficava excitado de várias maneiras ao ouvir isso. “Yeah, além disso?”
“Hmm...” seu olhar foi em direção ao teto enquanto fazia bico, até
que ele olhou diretamente para mim. “Se eu tiver que escolher uma coisa,
tenho que ir com trabalhos manuais.”
Uma pontada de prazer dançou por mim. “Por algum motivo eu acho
que isso teve duplo sentido.”
“Além de transar?”
A risada de Nick era profunda, mas seu olhar não estava mais
preguiçoso. “Yeah, além disso,” ele disse, repetindo minhas palavras.
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“Você sabe o que?” Colocando sua cerveja de lado também, ele se
afastou do balcão e eu me endireitei, minhas mãos saindo dele. “Eu não vim
aqui para brincar de vinte perguntas.”
Ele estava usando aquele meio sorriso de novo. “E você não me queria
aqui para responder perguntas também.”
A bolha se moveu para meu peito e desceu, até a parte mais baixa da
minha barriga. “Você não é um cara que fica dando voltas sem sentido, né?”
“Cansei?” Minha respiração ficou presa quando seu aperto ficou mais
forte.
“Sim, você cansou.” Ele abaixou sua cabeça para que sua boca
estivesse próxima ao meu ouvido. “Quer saber como eu sei isso? Você
começou a ficar quente no momento em que eu disse que foder era meu
hobby.” Ele levantou uma mão e sem quebrar o contato visual, passou seu
dedão sobre o pico dos meus seios, procurando e encontrando meu mamilo.
“E esses vem ficando mais duros a cada segundo.”
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Oh, por Deus. O raio de prazer foi dos meus seios e se espalhou,
carregando cada nervo. Eu estava presa, sem palavras, o que era algo novo
para mim.
“Então estamos acordados, não?” Ele deu um passo para trás e sua
mão foi para seu bolso traseiro. Ele puxou sua carteira, abrindo-a. Ele tirou
um pacote de alumínio que me fez rir.
Bom Deus, tudo que eu consegui fazer foi encarar. O menino cuidava
de si mesmo. Seu peito era bem definido e sua cintura fina. Seu estomago era
uma obra de arte. Seu abdômen era definido, mas não exageradamente
trabalhado. Ele me lembrava de um corredor ou nadador, e eu queria toca-lo.
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“Sua vez.”
“Você é linda,” ele disse, sua voz pesada. “Eu aposto que o resto é
tão incrível quanto.”
“Você estava certa.” Seus dedos passaram sobre a tira em meu quadril
enquanto ele me virava, sua mão seguindo seus movimentos, passando sobre a
renda logo no meio. “Eu realmente gosto disso também.”
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O fio dental era nada mais que um retalho fino de tecido, não era um
escudo contra seu calor enquanto ele deslizava sua mão para entre minhas
coxas. “Deus,” ele disse, sua voz em um sussurro grosso. “Você já está
pronta.”
Eu estava.
Eu estava pronta desde o momento que ele fez suas intensões claras.
Com sua mão entre minhas pernas, ele me puxou contra si e eu pude senti-lo
através do seu jeans, pesado e duro, pressionado contra mim. Minhas costas
arquearam e um leve gemido escapou de mim quando seus dedos começaram
a trabalhar, passando do lado de dentro do tecido, através da minha umidade.
Eu peguei seu braço, segurando ele em mim, e o outro bateu contra o balcão.
Eu me abracei enquanto ele curvava seu corpo contra o meu, seu peito colado
em minhas costas. Tensão ganhou vida enquanto eu movia meu quadril contra
sua mão, ficando por cima dela enquanto seu hálito quente passava pela
minha testa.
Bom Deus...
“Oh Porra.”
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Minha calcinha estava no meu tornozelo e então, junto as batidas
fortes do meu coração, eu ouvi o pequeno som do seu zíper sendo abaixado. A
camisinha estava fora do balcão, nele, antes mesmo que eu tivesse a chance
de ficar impaciente.
Os sons dos nossos corpos se uniram, meus gemidos com seus sons
encheram a cozinha. A tensão cresceu e cresceu, apertando até que meus
dedos do pé começaram a formigar. Uma de suas mãos deslizou pelo centro
das minhas costas, segurando meu cabelo enquanto ele me mantinha ali, seu
quadril investindo contra mim.
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Os tremores se espalharam. Pequenos espasmos passando por mim.
Atordoada, eu deixei a frieza do balcão passar para minhas bochechas
coradas. Depois do que pareceu uma eternidade, eu abri meus olhos e me
encontrei encarando o cooktop. Meus lábios se curvaram em um sorriso
preguiçoso.
Huh. Nunca pensei que estaria estreando a cozinha assim tão rápido.
Nick saiu de mim, sua mão passando pelo centro das minhas costas,
parando por alguns segundos no meu quadril e, então, houve uma lufada de ar
gelado passando pela minha pele. “Ainda está viva?” ele perguntou.
“Porra,” ele gemeu e eu percebi que estava dando a ele uma bela
visão. “Sem palavras,” ele continuou. “Sem malditas palavras.”
Tinha sido a um tempo desde a última vez que transei, mas porra, isso
parecia um pouco ridículo demais.
Vesti minha blusa, ajeitando a barra. Meu olhar encontrou o seu e ele
me deu um meio sorriso. “Eu não tenho palavras também,” admiti.
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Uma surpresa momentânea passou pelo seu rosto. “Eu acho que tenho
neurônios suficientes para chegar em casa.”
Nick jogou sua cabeça para trás e riu enquanto pegava sua jaqueta,
colocando-a. “Deus, eu realmente gosto de você.”
Nick abriu sua boca como se fosse falar algo, mas pareceu ter mudado
de ideia. Ele se moveu rapidamente, indo para frente antes que eu soubesse o
que ele iria fazer. Ele colocou um beijo no canto dos meus lábios, o toque
breve e ainda assim intenso. Isso me tirou da minha névoa de prazer e forçou
meus olhos a se arregalarem enquanto ele levantava sua cabeça. “Te vejo por
ai.”
Isso era o mais perto que qualquer cara tinha estado de me beijar a
muito tempo.
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Capítulo Três
6
Antiácido em comprimidos.
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A Lima Academy era um prédio gigante no centro que uma vez tinha
sido uma fábrica, mas agora estava completamente reformada e convertida e
uma das facilidades de auto nível dos Estados Unidos.
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homem estava ao seu lado, vestindo apenas calça treino e uma camiseta
também com o logo da empresa.
“Apenas me chame de Dan. Tem Limas demais por aqui para usarmos
formalidades.” Ele soltou minha mão, sorrindo. “E Marcus está exagerando.”
Sr. Browser bufou, mas seu sorriso não desapareceu enquanto Dan
continuou. “Eu só supervisiono os treinamentos de kick-boxe e boxe.”
“Eu preciso ir indo,” Dan disse. “Foi bom te conhecer, Stephanie. Boa
sorte.” Ele passou sua mão pela sua careca. “Trabalhando para esse cara,
você vai precisar.”
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irmãos, apesar, são os únicos que tem voz mais alta que eu.” Ele explicou.
“Agora que você é um membro oficial da academia, eu vou cortar os rodeios.”
Um...
Pelo canto dos olhos eu podia dizer que algumas das cabeças nos
cubículos haviam virado em nossa direção.
“Os caras do marketing vão ficar no seu pé, tenho certeza,” Sr.
Browser continuou, “pedindo para você fazer coisas estúpidas, como cópias e
reabastecer os suprimentos de café. Esse não é seu trabalho. Eles tem uma
pessoa para fazer isso.” Ele olhou para esquerda. “Yeah, Will, eu estou
falando sobre você e sua bunda preguiçosa.”
Uma risada profunda ecoou de algum lugar atrás de uma das paredes
do cubículo e eu imaginei que esse era o Will.
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carreira no fundo e subiria até a posição do Sr. Browser. Talvez não
exatamente aqui, na Lima Academy, mas em algum lugar. Isso era só sobre a
experiência que um dia iria valer a pena.
Eu não tinha ideia do que eles viam quando olhavam para meu peito.
A não ser que tivessem visão de raio-x, nenhuma das minhas roupas revelavam
alguma coisa. E, se eles não estavam encarando meu peito, eram as minhas
pernas ou minha bunda. Eles nem tentavam ser cuidadosos. Sempre que eu os
pegava, seus sorrisos ficavam ainda maiores.
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não teria problema algum em pegar café para eles ou para qualquer outro,
mas eles sempre esperavam até eu voltar ao escritório.
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Obviamente, ignora-lo não iria funcionar. Eu beberiquei a delícia de
caramelo quente e forcei falar. “Oi.” Eu não queria ser insensível, mas ele e
seu Gêmeo do Esteroide me assustavam e muito.
“Isso eu consigo ver,” ele respondeu, sem emoção. “No que está
trabalhando?”
Oh não. Meu olhar foi para cima e sim, ele não estava olhando para
meu rosto. Seus olhos estavam fixos em meu peito como se eles fossem a
resposta para a vida. “Eu tenho algumas coisas que preciso fazer essa tarde.”
Eu não tinha ideia de como Rick fazia seu trabalho. Por sorte ele e seu
gêmeo maravilhoso não ficavam muito no escritório. Normalmente eles
estavam na academia, trazendo novos afiliados ou levantando pesos. “Estou
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trabalhando no kit de boas-vindas,” eu o lembrei com olhar esperançoso ao
meu telefone.
“Eu não sei por que eles te contrataram para trabalhar aqui,” ele
continuou e eu, vagarosamente, levantei uma sobrancelha. “Quero dizer,
porra, você é quente pra cacete.”
“Inferno, faz sentido por causa da última menina que esteve aqui. Ela
não era boa de se olhar, se você me perguntasse. Merda, apesar que eu
espero que você não termine como ela. De qualquer modo,” ele disse,
batendo sua mão pela parede do cubículo enquanto se afastava. “Se mudar de
ideia, nós estaremos no Saints. Eu te pago uma bebida.”
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Eu preferia ficar presa no aeroporto durante uma tempestade.
44
Capítulo Quatro
Meu scarpin de bico fino preto e branco com um laço no calcanhar era
lindo, mas era brutal. Meus pobres dedos estavam doendo e eu tinha certeza
que quase toda a pele no meu calcanhar já tinha saído.
Cada dia havia algum tipo de trabalho que envolvia eu andando pelas
ruas congestionadas da Philadelphia, tanto a pé quanto de carro, para pegar
algo para o Sr. Browser. Mas eu também estava aprendendo e a animação do
novo trabalho ainda não estava perto de desaparecer, mesmo que a maioria
dos caras do setor de vendas fossem totais babacas que passavam mais tempo
olhando para minha bunda ou meus seios do que trabalhando.
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Além do mais, eu não estava com tanto sono assim, apenas
estranhamente cansada. Eu realmente esperava que eu não estivesse ficando
resfriada ou coisa do tipo. A última coisa que eu precisava era potencialmente
faltar no trabalho por estar doente e, por causa disso, eu sabia que eu ficaria
em casa e iria descansar, mas eu estava entediada. E era sexta à noite.
Por agora, eu falei com Yasmine e Denise pelo Skype, duas meninas
que ficaram comigo todo o tempo na faculdade, sempre que estávamos livres,
o que não era tanto quanto gostaria. Yasmine tinha se mudado para Atlanta e
Denise estava em Baltimore, o que era bem longe daqui. Uma vez que
estivesse situada, eu queria fazer uma pequena viagem para visitar Denise.
Bem, exceto Nick, mas essa não era uma relação longa. Pelo menos,
ainda não. Mas quem sabia? Nós poderíamos virar amigos, mas eu não iria
conhecer ninguém sentada em meu apartamento fazendo uma maratona de
todas as temporadas de Supernatural.
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combinavam com sua camiseta. Uma risada saiu de mim quando ela se virou e
eu consegui ler o que estava escrito nela.
Um.
“Já vai sair.” Roxy se virou e, como um tornado, ela se moveu atrás
do bar, voltando com um copo cheio. “Quer abrir uma conta?”
7
Um bartender sabe o quão ruim a cabeça é
47
para um cara a uns dois bancos de distância. “Eu estava começando a pensar
que nunca mais a veria. Quanto tempo faz? Duas semanas?”
“Eu comecei um trabalho novo,” eu expliquei. “Eu acho que isso meio
que me esgotou.”
“Eu apenas sei sobre ela. Ela parece uma menina muito legal.” Eu
tomei um gole da minha cerveja. “Você morou aqui a vida toda?”
“Mas o Mona’s é legal,” eu disse a ela, sem mentir. “Yeah, não é... o
mais estiloso.” Eu olhei para as placas em neon sobre as mesas de sinuca.
“Mas eu gosto.”
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Roxy cruzou seus braços enquanto ela levantava uma sobrancelha para
o intruso. Eu me virei de lado. Um homem alto estava ali, seu cabelo castanho
era curto, combinando com seu rosto clássico. Ele piscou na direção de Roxy.
O cara riu. “Então eu meio que estou preocupado com sua casa.”
Um sorriso brotou no rosto dele enquanto seu olhar se movia para ela.
“Oh, eu amo quando você fica toda mandona comigo.”
“Você é ridículo.”
“Não sei por quê.” Ela suspirou de novo, muito mais dramaticamente.
“Mas eu amo.”
Então esse era seu namorado, que ela mencionou da outra vez. Boa.
Roxy tinha bom gosto. Reece tocou no ombro de um cara com os dedos. O
cara olhou para ele e Reece levantou suas sobrancelhas. “Por que você não é
um cavalheiro e deixa a dama se sentar?”
“Não é...”
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Reece ficou no lugar que eu estava. “Um cara nunca deveria estar
sentando quando se tem uma dama de pé. É simples assim.” Se esticando, ele
se inclinou sobre o bar e bateu em seus lábios com um dedo.
Roxy ficou rosa, mas ela deu um beijo nele. Quando ela começou a se
afastar, a mão de Reece se moveu e agarrou seu pescoço. Segurando ela no
lugar, ele inclinou sua cabeça para o lado e realmente começou o show.
Por Deus.
Com uma risada profunda, Reece soltou Roxy e ela voltou a ficar de
pé, seus olhos sem foco. Alguém tossiu e ela piscou rapidamente. Estreitando
seus olhos para seu namorado, ela endireitou seus óculos.
“Você é terrível,” ela disse meio irritada. “E você causa uma péssima
primeira impressão.”
“Eu acho que causo uma ótima primeira impressão,” ele respondeu,
sorrindo em minha direção. “Eu sou Reece Anders – o amor da vida de Roxy.”
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“Também estou com muita sede.” Ele respondeu, olhando o bar.
Roxy inclinou sua cabeça para o lado. “Você está vendo Jax ali? Por
que não vai pedir para ele te servir?”
“Isso foi maldade,” ele murmurou, mas ele ainda estava sorrindo
enquanto se afastava do bar. “Já volto.” Ele se virou, indo em direção a Jax,
que estava do outro lado do bar. Enquanto ele passava por mim, ele deu um
cutucão em meu ombro. “Eu gosto quando ela é mandona.”
“Menina, você não faz ideia.” Seus olhos arregalaram atrás dos seus
óculos. “Mas ele... ele é um ótimo homem, e eu tenho muita sorte, mais do
que você possa imaginar.”
51
“Você sabe do que preciso,” ela disse a Roxy, que já estava pegando a
garrafa de tequila. Ela olhou na minha direção e fez um bico com seus lábios
cor de rosa chiclete. “Você é quente. Wow.”
Eu abri minha boca, mas eu não tinha ideia de como responder a isso.
Nem um pouco. Nada. Nadinha.
“Essa é Steph.” Roxy colocou uma dose sobre o bar. “Steph, essa é
Katie.”
Seu olhar caiu e ela me olhou de um jeito mais ousado que a maioria
dos caras costumavam fazer. “Espere.” Suas longas unhas rosa batiam em seu
copo. “Essa é a Steph?”
“Wow. Isso é incrível.” Levanto a dose até sua boca, ela virou a
bebida como profissional. “Isso é tão incrível. Eu sabia. Eu totalmente
adivinhei.” Ela bateu com seus dedos em sua testa. “Eu sou psíquica.”
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que eu conseguia fazer era olhar enquanto seus dedos voavam sobre meu
telefone.
“Eu mandei uma mensagem para mim e para Roxy. Assim você tem
nossos números e nós o seu. Não tem como escapar da gente. Nós vamos te
adotar como nossa melhor amiga do mundo.” Ela colocou meu celular de volta
na minha bolsa e ela de volta sobre o bar. “Você vai tomar café da manhã
com a gente no domingo. Claro, você deve estar pensando ‘claro que não’,
mas você vai ir.”
Por um momento eu não sabia o que ela estava falando, até que eu o
vi. Nick. Meu coração fez uma pequena pirueta e isso me assustou tanto
quanto Katie. Meu coração raramente fazia isso, e eu não tinha pensado
realmente sobre Nick nessas duas semanas. Certo, isso eu não tinha certeza
absoluta. Eu tinha pensado sobre ele uma ou duas vezes, mas eram
pensamentos raros. Então minha reação, o jeito que senti minhas bochechas
corarem e como minha coluna enrijeceu me surpreendeu.
Ele foi para onde Jax estava falando com Reece, nos dando uma bela
vista enquanto levantava uma caixa de garrafas para o bar, seus músculos
rolando e flexionando sobre a camiseta. Reece disse algo e Nick deu um passo
para trás, rindo. O som era alto e contagiante e meus lábios se curvaram nos
cantos em resposta. Ele respondeu enquanto se virava na nossa direção, seu
sorriso fácil. Seu olhar levantou, percorrendo o bar.
53
Nossos olhares se encontraram em um instante.
Nick parou, como se tivesse andado até colidir com uma parede
invisível. Uma tensão estranha apareceu em seu rosto enquanto o sorriso
sumia. Sua expressão era de choque e, então, ele estava andando em nossa
direção, ignorando Roxy enquanto ela dava um passo para o lado com uma
expressão em seu rosto que dizia que a única coisa que ela estava sentindo
falta, era de pipoca.
Ela também foi ignorada enquanto ele ficava do outro lado do balcão,
na minha frente, seus olhos mais gélidos que o inverno. Pequenos nós se
formaram em minha barriga enquanto ele colocava ambas as mãos sobre o bar
e abaixava seu queixo. Tudo que eu conseguia pensar era onde aqueles seus
dedos estiveram da última vez que eu o tinha visto e se um dia terminariam lá
de novo, por que... porque não?
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Capítulo Cinco
“Oh não.” Roxy sussurrou, virando de lado. Alguém balançou uma nota
de vinte dólares como uma bandeira da paz e isso chamou sua atenção.
Ele inclinou sua cabeça para o lado. “Você não voltou ao bar em duas
semanas.”
“Você não voltou desde a noite que ficamos,” ele explicou, seus olhos
verde musgo gélidos. “Então eu imaginei que estávamos na mesma página.”
Nick olhou sobre seu ombro rapidamente, olhando bar. Seus ombros
ficaram tensos quando seus olhos encontraram os meus de novo. Quando ele
falou, sua voz estava tão baixa que eu mal conseguia ouvi-lo. “Aquela noite
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foi apenas àquela noite. Uma vez. Não tem motivo nenhum para você voltar
aqui, especialmente você.”
Whoa. Tinha muita coisa errada nessa afirmação que eu nem sabia por
onde começar. Raiva surgiu, amortecendo meus sentidos, e por isso eu estava
grata porque por baixo de toda a raiva tinha um pouco de... Desapontamento.
Eu não conhecia Nick assim tão bem, mas nos poucos minutos que passamos
juntos eu pensei que estivéssemos na mesma página. Não na sua, obviamente.
Sua página tinha a palavra imbecil escrita por toda a superfície.
Ele não respondeu por um longo momento. “É assim que sempre foi.
Uma noite. Você que disse isso.”
É assim que sempre foi? Wow. Eu quase ri, exceto que nada disso era
engraçado. “E só para esclarecer que ainda estamos na mesma página, você
acha que eu vim aqui especialmente para te ver?”
Um lado de seus lábios se curvou para cima. “Bem, porque mais você
iria vir? Alguém como você combina muito mais com os bares e clubes na
cidade.”
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certeza, não era a pérola no meio dela. Você pode conseguir dizer para outras
pessoas – outras mulheres – o que eles podem ou não fazer, mas isso nunca,
jamais, vai funcionar comigo.”
Suspirei e olhei sobre meu ombro, bem a tempo de ver Nick pular
sobre o bar como a porra de um ginasta. Ele pulou longe do balcão por vários
centímetros. Minha boca caiu no chão enquanto ele aterrissava perfeitamente
e se levantada com um movimento fluido. Ele era algum tipo de super-
homem? Esse movimento era meio... impressionante.
Uma grande parte de mim ainda queria atacar ele com minha bolsa,
ou melhor ainda, introduzir meu joelho a uma parte sensível sua, mas o maior
motivo, se não fosse único, era o bar inteiro encarando a gente. Nós – na
57
verdade, Nick, estava causando uma cena. Os olhos estavam todos virados
para nós. Calor estava se acumulando em meu pescoço.
“Precisamos sim.” Ele olhou sobre seu ombro para mim, seus olhos
grandes cheios de inocência. “Eu estou com medo que você vá mudar de ideia
e correr de mim, então eu vou ficar muito triste.”
“Eu gosto dela. Muito.” Jax sorriu enquanto voltava para o bar.
Eu tentei gesticular para ele com minha mão livre, mas ele não viu
enquanto me puxava pelo corredor estreito. Ele abriu a porta na nossa direita
58
e, depois que entrei, eu imediatamente agradeci por ter uma mão livre
enquanto ele fechava a porta atrás de nós.
Nick cruzou a distância entre nós num piscar de olhos. Ele era tão
rápido que eu fiquei parada ali como uma idiota enquanto ele entrava em
meu espaço pessoal, colocando suas mãos abaixo do meu maxilar. Suas mãos
eram grandes e quentes e, ele abriu seus dedos, seu dedão passando sobre a
pele ao lado dos meus lábios.
“O que?”
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No começo eu não tinha certeza se tinha ouvido ele direito. Ele não
poderia realmente estar sugerindo o que pensei que estivesse, mas suas mãos
deslizaram sobre meu pescoço até meus ombros. O espaço entre nós sumiu.
Seu quadril estava pressionado contra a parte baixa do meu estomago e, oh
yeah, ele estava falando sério.
“Então você deve ser o bastardo filho da puta mais burro possível,” eu
retruquei me sentindo mais irritada a cada momento.
Seu olhar voltou para o meu. “Você, com certeza, não teve problema
em ficar nua comigo há duas semanas.”
“Não tive. Então você abriu sua boca, cheia da gloriosa merda de
porco e arruinou todo o calor e a graça.”
“Tivemos uma noite. Você estava certo. Nós ficamos. Você saiu do
meu apartamento sem uma gota de expectativa entre nós e eu estava bem
com isso. Era o que eu queria. Mas você, obviamente, acha que a porra do
mundo todo gira em tordo de si.” Meus olhos se estreitaram. “Eu aproveitei o
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que tivemos, mas só porque eu gosto de sexo não significa que eu estou
desesperada, ou que sou uma puta, ou estúpida.”
Ele deu um passo para trás enquanto suas mãos caiam para sua
cintura. Seu rosto estava cheio de surpresa. “Eu nunca disse que você era uma
dessas três coisas.”
“Não disse?” eu ri, secamente. “Você pode não ter dito exatamente
essas três palavras, mas o fato de você achar que eu vim aqui apenas
procurando por você insinua que eu estava desesperada. O fato que você acha
que pode ficar comigo depois de falar daquele jeito me diz que você não me
considera muito. E, depois de uma noite comigo, você acha que pode ditar
onde eu posso ou não ir? Você deve me achar estúpida.”
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Capítulo Seis
Deus, isso – isso – era minha cena favorita no meio de todos os filmes
desse mundo. O momento onde Sam aparece no campo de baseball, provando
que ele se importava com Josie apesar da sua traição.
Com certeza, não tinha muito de romance uma estória sobre uma
mulher de vinte e tantos anos voltando para o colegial fingindo ser uma
adolescente enquanto se apaixona pelo seu ultrassensível professor de Inglês.
Esse filme 8nunca seria feito nos dias de hoje, mas tem algo naquele primeiro
beijo entre eles que derrete meu coração.
8
Ela está falando ao filme Nunca Fui Beijada (Aos 25 anos, Josie é redatora de um renomado
jornal. Ela inventa uma reportagem que pode ser sua grande chance para tornar-se repórter:
disfarça-se como aluna de sua própria escola de segundo grau e tenta descobrir alguma
grande história sobre a vida dos adolescentes. A reportagem acaba tornando-se uma espécie
de chance de reviver sua própria adolescência. O que ninguém sabe é que ela nunca viveu um
romance. Mas em sua volta à escola, tudo pode mudar).
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Eu me sentei, apertando o travesseiro enquanto o contador acabava e
a pobre Josie parecia desapontada. As câmeras focaram na plateia,
capturando suas expressões de simpatia e, um murmurinho baixo começa, se
transformando em ovações. Todos se viram e ali está ele. Sam. aka9. Michael
seja-o-Pai-do-meu-bebê Vartan. Ele se apressa pela arquibancada e, eu
conseguia sentir um gritinho de alegria se formando dentro de mim enquanto
eu apertava ainda mais o travesseiro.
Nick estava do outro lado da minha porta, suas mãos enfiadas no bolso
de seu jeans enquanto ele olhava para o corredor vazio. Eu fiquei encarando a
sua imagem distorcida. Eu não tinha ideia de como percebi que ele estava
sem seu capacete, porque isso não era importante. O que ele estava fazendo
aqui? Eu tinha certeza que minhas últimas palavras mais cedo naquela noite
9
Abreviaçao de As Known as = mais conhecido como
63
tinham deixado claro que não estávamos em bons termos. Nick era arrogante,
mas ele não podia ser idiota o suficiente para aparecer onde nós ficamos.
Nick virou para mim, tirando suas mãos dos bolsos. Aqueles olhos
verdes claros abaixaram rapidamente, até a ponta dos meus pés cobertos por
uma meia e, depois, de volta para cima. Sério? Pressionando meus lábios
juntos, eu cruzei meus braços sobre meu peito e levantei uma sobrancelha.
Uh, o que? Eu fiquei olhando para sua mão antes de mover meu olhar
para cima.
Agora seu sorriso havia diminuído. “Você está certa. É por isso que
estou aqui.” Seus dedos balançaram mais uma vez. “Eu quero começar de
novo.”
“Por quê?” Ele repetiu, sua mão ainda pendendo entre nós.
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Eu concordei. “Yeah, por quê? Nós ficamos. Isso é tudo. E me parece
que você estava bem em nunca mais ver minha cara. Como você preferia isso,
então porque você quer recomeçar?”
Minhas palavras devem ter pego ele desprevenido porque não havia
nem um traço do sorriso em seu rosto agora. “Eu... eu não sei.”
Eu olhei sobre seu ombro e mudei de novo meu peso de apoio. “Eu
não sei...”
65
Nick riu profundamente, me surpreendendo. Era a mesma risada que
eu tinha ouvido no bar mais cedo, antes dele reparar que eu estava lá. Uma
risada profunda e contagiante. “E você realmente fala qualquer coisa que
esteja na sua cabeça, não?”
“Não. Nem um pouco.” Ele soou surpreso. “Então você vai me deixar
entrar ou não?”
Pessoas cometiam erros e ferravam com tudo o tempo todo e, não era
como se eu guardasse rancor, mas isso tinha acabado de acontecer E. De
verdade, por baixo de toda a raiva havia a dor. Enquanto eu não havia
esperado muito de Nick, eu não estava esperando aquele tipo de recepção.
Ela doeu. Eu era apenas humana.
“Por sinal, não sei se você percebeu isso ou não, mas Reece mora no
mesmo prédio. No andar de cima,” ele disse, movendo seu olhar para cima.
Não. Eu não sabia disso. “E Roxy passa muito tempo lá. Eles, provavelmente,
estão no caminho daqui uma vez que ela sair então vai ficar bem estranho, eu
estar aqui parado quando eles chegarem.”
Meus olhos estreitaram. “Eu nunca vi nem um deles, mas isso faz
sentido. Eu já vi a viatura da polícia algumas vezes.”
Dúvida passou pelo seu lindo rosto até que suspirei e dei um passo
para trás. “Você não vai ganhar nada,” eu o avisei.
Seus cílios grossos levantaram. “Eu não vim aqui para isso. Não.
Sério,” ele disse quando viu meu olhar duvidoso. “Por mais difícil que seja
66
acreditar – e eu não vou mentir que quando olho para você, sexo não passa
longe na minha mente – mas não é por isso que estou aqui.”
“Culpado.” Ele entrou e eu fechei a porta atrás dele. “Eu sei que está
tarde, mas eu não tenho seu número ou, se não, teria te ligado.”
Ele olhou para mim enquanto balançava a cabeça. “Na verdade, isso
teria me deixado louco a noite inteira se eu não tivesse vindo aqui e tentado
falar com você.”
“Diga uma coisa ruim sobre esse filme e você pode sair pelo mesmo
caminho que entrou.”
“Eu sei.”
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Eu inalei profundamente. “Mas você foi um bônus para eu decidir ir.”
“Eu não sei,” ele disse a sua resposta padrão. “Eu realmente não te
conheço então tudo sobre você me surpreende, mas isso... é mais profundo
que apenas isso.”
“Eu te surpreendi porque eu não achei que estaria tudo bem nunca
mais pisar de novo no bar?” Meu tom estava cheio de incredulidade.
Ele riu e pelo canto de olho eu o vi passar seus longos dedos abaixo da
sua boca. “Yeah, e é. Mas esse tipo de merda... bem, não é para mim. As...
as mulheres com que fico, elas sabem isso. Eu não dou esperança.”
“Eu acho que pensei que você não iria. Quero dizer, eu sabia que você
viria ao bar, mas não pensei que fosse voltar.” Ele pausou e eu pude ouvir o
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barulho do relógio na parede. “Eu, provavelmente, não estou fazendo sentido
algum.”
“Yeah.”
“Não. Eu...” me cortei. Era uma boa pergunta e ele tinha me pegado.
Eu tinha regras. “Bem, eu acho que tenho. Sempre usar proteção. Ter certeza
que você não tem expectativas diferentes da outra pessoa. Eu preciso gostar
dele. Sempre tem que ter algum tipo de conexão,” eu continuei. “Mas eu não
preciso nunca mais vê-los.”
Ele apoiou sua cabeça contra o sofá e virou sua bochecha em direção
a mim. “Eu tenho essa regra de não dar falsas expectativas. Eu não gosto
quando as coisas ficam... complicadas ou bagunçadas.”
“Yeah.”
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Eu me movi, trazendo minhas pernas contra meu peito enquanto
afastava o travesseiro. “Talvez seja porque eu não tenha problema nenhum
em sair ou conhecer alguém com que eu transei.”
Seu sorriso ficou irônico. “Okay. Você me pegou.” Houve uma pausa.
“Mas porque você não namora? Alguém como você não fica sozinha por muito
tempo.”
Abraçando meus joelhos, eu decidi deixar isso para lá agora. “Eu não
tenho um namorado há um bom tempo.”
“Besteira.”
“Por que é tão surpreendente? Você não tem uma namorada e você é
gostoso. Com certeza você é um imbecil, mas muitas meninas fariam vista
grossa por um bom abdômen.”
Ele riu. “Eu te disse por que não tenho namorada. Eu não me
relaciono.”
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Olhando para ele, eu bati com meus dedos sobre meu joelho.
“Pensava a mesma coisa.”
“E você nunca conheceu alguém que você pensou que levaria a algum
lugar?”
“Nope.”
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Recusando-me a olhar para ele, eu encarei minhas meias. “Eu ainda
acho que você é um imbecil.”
“Se essa frase tem qualquer coisa a ver com sexo, eu sugiro que você
não a termine.”
Nick riu. “Na verdade, eu ia dizer que eu acho que isso significa que
você...” ele se cortou e quando olhei para ele, ele tinha o sorriso mais infantil
que eu já tinha visto em um cara da sua idade. “Okay, eu menti. Tem
totalmente a ver com sexo.”
Por sorte minhas mãos ainda estavam em meu rosto, então ele não viu
meu sorriso aumentando. Eu tinha me esquecido que tinha prendido meu
cabelo em chuquinhas trançadas quando cheguei em casa. “Obrigada,” eu
disse, minha voz abafada pelas minhas mãos.
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“Claro.” Eu abaixei minhas mãos, me virando em sua direção.
Ele abaixou seu queixo, fazendo aquela maldita mecha de cabelo cair
de novo em sua testa. “Você estava me observando mais cedo, não estava?”
Merda. Eu tentei lutar contra isso, mas senti calor subindo pelo meu
pescoço. “Você é tão arrogante. Eu não estava te observando.”
“Bom.” Ele deslizou seus dedos para baixo, passando sobre o elástico,
chamando minha atenção, e eu não tinha salvação enquanto assistia seus
dedos fazendo seu caminho para baixo. “Vou te ver de novo no Mona’s?”
“Para ver Roxy,” Eu adicionei e sorri quando ele riu. “Mas vou me
certificar de dizer ‘oi’ para você quando estiver lá.”
“Tenha certeza de fazer isso.” Sorrindo, ele puxou a trança mais uma
vez e a jogou sobre meu ombro. Sua mão ficou parada no espaço entre nós
antes de ir parar na minha bochecha. O movimento me pegou de surpresa
enquanto ele passava seu dedão sobre meu lábio. "É realmente uma pena.”
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Franzi o cenho. “O que é?”
“Nós,” ele disse, sua voz baixa enquanto passava seu dedão
novamente, fazendo minha respiração falhar. “Que eu e você somos desse
jeito. Isso é uma pena.”
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Capítulo Sete
O cheiro de bacon frito e xarope de bordo, fez com que meu estômago
resmungasse como um monstro saído de um filme de terror. Ele gritou,
alimeeeeente-me.
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cabelo loiro estava puxado para trás em um rabo de cavalo baixo. "Eu tenho
que malhar" Expliquei, colocando minha bolsa entre Katie e eu. "Eu como
igual a cinco caras famintos. É realmente embaraçoso quanta comida posso
consumir em uma refeição".
Katie riu. "Eu não tenho esse problema. Eu posso comer o que eu
quiser e não ganhar uma grama. Na verdade, eu provavelmente perco peso."
Ela balança os ombros. "é uma droga ser como vocês."
Roxy fez uma careta para ela. "Você não precisa esfregar na nossa
cara, você sabe."
"Não me odeiem porque nasci assim." Katie sorriu quando Roxy revirou
os olhos. "Talvez seja Maybelline. Talvez seja Katie."
"Estou feliz que você veio", disse Roxy, apoiando os cotovelos sobre a
mesa. "Eu estava preocupada que ia ter que procurar por você e forçá-la a vir
comer com a gente."
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rasgar a borda de todos em um único puxão impressionante. "é um clube de
strip."
Seu olhar se voltou astuto. "Você não tem um problema com isso?"
"Hum, não se você não tiver." Eu olhei para Roxy, que estava ocupada
limpando seus óculos, com um pequeno sorriso em seu rosto. Peguei meu
refrigerante e tomei um gole.
Roxy parecia duvidosa. "Essas calças de lycra deixam muito pouco para
a imaginação. Se eu tivesse o seu corpo, eu andaria nua todo o dia."
77
"Não tenho nenhum problema em ficar nua quando tem, eu não sei,
uma situação mais íntima", eu anunciei, “mas em público é uma história
diferente".
"Acho que ela precisava saber sobre suas preferências em ficar nua",
disse Roxy, recostando-se contra a cabine vermelha gasta. "Então, como é
trabalhar na Lima Academy? "
"Você está cercado por caras quente das nove às cinco, certo?" Katie
animou -se, como se um sino tivesse tocado. "Especialmente Brock. Mmm.
Meu Deus. Brock pode fazer o que quiser comigo a qualquer hora que ele
queira", disse ela, e eu quase cuspi a minha bebida quando ela acrescentou:
"Minha vagina teria sua própria pista de pouso para ele".
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Eu balancei minha cabeça. "Na verdade, não. Apenas arrogantes e
idiotas. Um deles me disse que a única razão pela qual fui contratada, era por
causa da minha aparência." Lançando meu rabo de cavalo sobre o meu ombro,
revirei os olhos. "E ele quis dizer isso como um elogio. De verdade. Como se
eu tivesse que lhe agradecer por isso."
"Muito". Não argumentando isso. "Ele disse algo sobre a garota que
costumava trabalhar na minha posição, mas não me lembro muito do que ele
disse, só que ele esperava que eu não acabasse como ela".
"Espere." Katie franziu o nariz. "Não foi essa menina que Kip Corbin
atacou?"
"O quê?" Meus olhos quase saltaram para fora da minha cabeça quando
ergui a minha voz.
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meu", disse ela. "Parecia normal. Obviamente não era. Ele foi basicamente um
assassino em série principiante.”
"O Cavaleiro Branco total bem ali." Katie esfaqueou sua tigela de grits
com o garfo. "Mas a garota que costumava trabalhar no Lima como Assistente
Executiva, foi a última vítima."
Caralho.
E Rick tinha feito parecer que a saída da pobre mulher não tinha sido
grande coisa. Deus, ele era mais grosseiro do que eu imaginava. Uma olhada
em Roxy, e percebi que isso não estava lhe fazendo muito bem. Estendi a mão
e apertei a sua. "Sinto muito. Eu não tive a intenção de chateá-la."
"Está tudo bem." Ela apertou minha mão de volta. "Você não tinha
como saber. E está no passado. "
"E Kip Corbin está morto." Katie empurrou uma pilha de comida em
sua boca.
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"Pura realidade." Ela cutuca em cima de um morango. "Kip acabou se
enforcando na cadeia, mas foi muito suspeito. Ninguém atravessa o caminho
de Isaías ou mexe com um dos seus."
Jesus!
Katie riu. "Você disse isso com o mesmo entusiasmado de uma criança
abrindo um pacote de meias na manhã de Natal. Por que isso? Você não gosta
da Calla?"
81
Não era como se eu tivesse vergonha de nada que Calla pudesse ter
dito à Roxy.
"Eu não tenho certeza se ela gosta de mim", eu disse, pegando outra
fatia do bacon salgado e engordurado.
"Oh." Roxy piscou uma vez e depois duas vezes. "Calla nunca
mencionou qualquer coisa assim."
Hmm. Talvez eles fossem legais comigo? Mas eu não tinha certeza se
Teresa sabia sobre Jase e nossa primeira e única transa. Eu sabia que Avery
tinha descoberto sobre Cam, mas Avery era sempre difícil de se ler. Talvez eu
devesse ter apenas mantido minha boca fechada sobre tudo isso. Eu mal
conhecia essas meninas e apenas disse-lhes que tinha transado com dois caras
aleatórios que conheciam.
82
Voltei para minha omelete no meu prato. "Você provavelmente pensa
que pareço sacana."
"A minha é tão longa quanto a minha perna", respondeu Katie e depois
inclinou a cabeça no encosto. Suas sobrancelhas franziram. "Espera.
Provavelmente, ambas as pernas e um braço."
"Essa Yasmine amava o Cam e o Cam era apaixonado por ela?" Roxy
perguntou. "Porque se não, então isso provavelmente explica tudo." Ela
colocou um pedaço de melão em sua boca. "E você não estava apaixonada por
ele também, certo?"
"Eu aposto que algumas garotas pensam que você é uma vagabunda."
Katie riu.
Meu sorriso murchou. "Bem, sim, tenho certeza que algumas fazem.
Na verdade, sei que algumas fazem." De repente, pensei em Nikki Glenn, uma
menina que estava em minha aula de Inglês 102 no meu segundo semestre em
Shepherd. "Teve uma menina, um par de anos atrás, que escreveu 'vagabunda
vingativa' com creme de barbear no capô do meu carro."
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"Em setembro, pleno calor." Apertando os lábios, eu assenti. "Sim. Eu
acabei tendo que levá-lo para uma pintura nova. Isso não sai. E apenas
imaginem os olhares que recebi quando dirigi o carro até a oficina mecânica.”
"Você dormiu com o homem dela ou chutou seu cão para o tráfego?",
Perguntou Katie.
Foi a minha vez de rir. "Não. Eu nunca dormi com um cara, pelo
menos de propósito, que estava envolvido com outra pessoa. Também não
chutei qualquer animal. Esta menina era louca, só porque eu era amiga de seu
namorado. Eu o conhecia há anos, muito antes que ela entrasse em cena. Nós
fomos para a escola juntos e tínhamos ido para o baile como par um do outro.
Era isso. Segundo ela, com base na minha reputação, eu tinha dormido com
todos os caras que conversava." Fiz uma pausa, pensando. "Ironicamente, eles
não estão mais juntos e eu ainda converso com ele sempre que nos vemos."
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especialmente estranhos que não tinham absolutamente nenhum impacto
sobre a minha vida, não me incomodava na maioria das vezes. Mas eu
realmente gostava do Cam e do Jase, então isso significava que gostava das
suas namoradas por extensão, e... sim, eu queria ser apreciada por elas,
também. Eu não quero que elas pensem que eu estava à espreita em algum
lugar, prestes a atacar seus namorados. Na verdade, porém, houve momentos
em que as opiniões de estranhos, como da Nikki Glenn, me afetava. Momentos
em que palavras sussurradas e olhares agressivos tinham cortado mais
profundo do que deveriam - momentos em que palavras como "vagabunda" e
"prostituta" foram carregadas com veneno suficiente para me derrubar.
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"As mulheres são seus piores inimigos, sabe?", Continuou Katie. "As
esposas e namoradas o tempo todo vêm para o clube, chateadas comigo,
porque o seu marido ou namorado foram lá por sua própria vontade. Como se
só porque eu tiro minha roupa, eu quero ficar com seus maridos burros e
patetas." Ela revirou os olhos azuis tão alto, que me preocupei se eles não
ficariam presos. "E se eu ficar e me divertir com caras disponíveis me faz uma
puta, eu não tenho nenhum problema em tatuar isso no meu dedo do meio."
Que diabos isso queria dizer e por que era uma vergonha?
E por que ele tem que ser tão malditamente quente e realmente um
merda, quando se tratava do sexo oposto? Ugh. Duplos e triplos ugh.
"Sim", disse Katie. "Agora vamos para as coisas boas." Ela virou na
minha direção. "Então, você e Nick transaram. Parabéns para isso. Imagino
que era um caralho duro, bom e decente."
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Acabada com a comida, Roxy me prendeu com um olhar nada surpreso
que teria feito a minha mãe orgulhosa. "Nós sabemos que você ficou com ele."
Meus olhos se estreitaram. Droga. "Se ele não fez, então como é que
você sabe?"
"Por causa do que ele disse quando viu você na sexta à noite no bar",
explicou Katie. "Ele não esperava que você voltasse. Portanto, significava que
vocês tinham transado. Esse é o seu M.O."
"Vocês sabem sobre sua... vocês sabem, sua regra? " Eu comecei a
mexer com o jogo americano de palha, dobrando-o como um acordeão.
Embora eu tivesse perdoado, sinceramente, a raiva ainda ardia. "Será que
todos sabiam disso além de mim?"
Esta era uma conversa tão estranha, quando pensava sobre isso. "Não
realmente. Pelo menos não de uma maneira que eu entendi o que ele estava
dizendo. Tendo uma regra em que uma menina não pode voltar para o bar
depois de dormir com ele, é a coisa mais estúpida que já ouvi falar."
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"Estou tão decepcionada que eu perdi." Katie suspirou profundamente.
"Mas você deu-lhe o inferno. Ele precisava disso. Inferno, a maioria das
pessoas precisa de um chacoalhão de vez em quando."
"Oh cara, e quando ele pulou por cima do balcão para impedi-la de
sair?" Roxy abanou o rosto com a mão. "Eu preciso pedir ao Reece para fazer
isso pelo menos uma vez por semana para mim."
"Há sempre detalhes", corrigiu Katie. "Mas eu não tenho que perguntar
se ele é bom ou não, porque um olhar para ele me diz que ele é bom no que
faz."
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"Chocante realmente nem mesmo o descreve." Roxy piscou algumas
vezes. "Ele tentou alguma coisa depois de se desculpar?"
Eu não tinha certeza se o whoa era uma coisa boa ou ruim. "Ele
parecia realmente apologético, para ser honesta. Nós conversamos um pouco
e depois ele saiu, mas ele disse algo sobre querer me ver de volta no bar."
"Ele é um idiota?", eu terminei para ela e, quando ela fez uma careta,
tive que lutar contra o sorriso. "Confie em mim, eu sei que ele é um idiota. Eu
nunca na minha vida tive um cara me tratando assim depois que ficamos
juntos. E eu só o perdoei porque, como eu disse, ele parecia genuinamente
arrependido. Mas isso não apaga a forma como ele agiu."
"Sim, ele é um idiota", disse Roxy. "Mas ele pode ser um cara muito
legal. Nick estava lá para mim enquanto lidava com o perseguidor..., mas ele
tem problemas de relacionamento", ela terminou.
"Eu não acho que ele é um cara mau", eu disse. "Eu só acho que ele
não é material para relacionamento".
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Ok, isso era estranho. Pensei em como ele acreditava que já havia
conhecido “a única” mas, tinha sido a pessoa errada. Foi Calla? Eu não sabia o
suficiente sobre ela até mesmo para arriscar um palpite sobre essa
possibilidade.
"Mas isso é apenas como ele é." A testa de Roxy estava vincada,
enquanto ela continuava. "E nós não somos ainda tão próximos. Ele não é o
cara mais falador. Às vezes, ele passa por períodos em que ele é, mas na
maior parte, ele é tranquilo, mais como um observador."
Pensando sobre isso, ele não tinha sido um falador a primeira noite,
quando ficamos juntos. Então, novamente, tínhamos outras coisas em nossas
mentes. "Ele estava muito falante sexta-feira à noite".
"Claro que você sabia, porque eu falei isso para ele na primeira noite
que Steph entrou no bar."
Por um momento, tudo que podia fazer era olhar, e então eu ri.
Alguns dos comentários estranhos que Roxy e Katie tinham feito quando eu as
90
conheci, agora fez sentido. "Eu não vejo por que isso é um negócio tão
grande. Nick é um jogador que normalmente não pede desculpas ou age
decentemente com as garotas que dorme. Sabendo isso, não o faz mais
atraente no meu livro. E mesmo você disse que ele era um idiota."
"Bem, não merda, mas o fato de que ele está agindo diferente com
você meio que é alguma coisa," rebateu Roxy, e então ela apertou os olhos. "A
menos que você não queira que isso seja alguma coisa."
"Ela não faz", respondeu Katie, e meu olhar voltou-se para ela
bruscamente. "Ela vai quebrar o coração dele."
Olhei para ela, absolutamente pasma. "Eu não vou quebrar o coração
de ninguém."
"Oh, você vai. Você não quer, mas vai acontecer." Ela estava olhando
sério, e uma tristeza penetrou em suas feições quando encontrou meu olhar.
"Sim, é o que vai acontecer."
Ela fez uma careta. "Não. Eu estava vindo com 'quando querem' no fim
das contas."
"Oh." Dei um breve sorriso. "Isso parece mais certo, mas ainda assim,
não importa. Talvez Nick e eu seremos amigos, em algum momento, mas isso
é tudo. Eu não acho que nossos caminhos vão cruzar muito fora visitá-lo. "
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"Eu não sei nada sobre isso", disse Katie, e quando ela olhou para
mim, a tristeza injustificada e estranha permanecia em seu rosto bonito. "Eu
não acho que você vai ter uma escolha quando se tratar dele."
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Capítulo Oito
Hey!
Isso era tudo o que dizia o texto. Franzindo a testa, esperei alguns
segundos, e quando não houve outra mensagem, peguei meu telefone, e
cliquei no texto, depois fui para a opção da foto. Rolei até encontrar uma
imagem de uma menina olhando para a câmera com uma expressão de, “Mas
93
que Diabos” em seu pequeno rosto. Sorrindo, enviei a foto de volta como
minha resposta e, em seguida, coloquei o telefone para baixo.
O homem que possuía a Lima Academy era menor do que eu, mas
mesmo ele tendo os seus cinquenta anos, o corpo sob a camisa e calças de
nylon, era de vinte anos. Ele estava sorrindo para algo que Marcus disse, seus
dentes de um branco brilhante contra a pele que me fez lembrar de argila
ensolarada. O homem era definitivamente bonito, mesmo com as duas orelhas
de couve-flor e da fina cicatriz que corria através de um nariz que
obviamente tinha sido quebrado uma vez ou uma dúzia. Era uma loucura- o
homem mais velho, provavelmente, sabia exatamente onde dar um golpe que
imobilizaria uma pessoa ou pior, em menos de um segundo.
Eu sabia disso porque é o que dizia sua camisa. Além disso, o cara era
construído. Não tão excessivamente como Rick, mas aqueles ombros poderiam
derrubar portas. Ele vestia um boné de beisebol azul escuro, torcido para
trás, mas de resto, estava vestindo o mesmo que Andrew Lima. Seu olhar
estava baixo enquanto caminhava, com uma toalha branca atada em seu pulso
direito. Presumi que deveria estar se preparando para o treino.
Brock olhou para algo que Andrew disse e seus lábios se espalharam
em um sorriso largo. Seus olhos castanhos escuros eram uma profunda
94
sombra, quente, e sua característica intensa, quase perfeitamente
assimétrico. Uau. Eu tinha visto fotos de Brock, mas elas não tinham feito
justiça a ele. Eu totalmente entendo porque Katie disse que ela teria uma
pista de pouso apenas para ele. O cara era lindo, quase demasiadamente,
para estar colocando esse rosto na frente de socos e pontapés.
Meu telefone tocou novamente, mas antes que eu pudesse olhar para
baixo, Marcus estava na minha mesa. Nossos olhos se encontraram, e fixei um
sorriso no meu rosto enquanto me levantava, ignorando a onda de náuseas no
meu estômago.
"E este é Brock," ele me disse. "Ele acabou de voltar com Andrew".
Eu congelei, sem ter ideia do que ele estava falando. Enquanto meu
grande olhar girava para Marcus, eu podia sentir a bile subindo a parte de trás
da minha garganta.
95
"Ouvi dizer que Stephanie deu uma pequena lição em Nick na semana
passada no Mona," Brock explicou, e havia uma boa chance de que meus olhos
estavam indo estalar fora da minha cabeça. "Trouxe-o abaixo com um ou dois
golpes na frente de todos."
Oh meu Deus.
"Todo mundo tem falado sobre isso", Brock continuou, para meu
grande e crescente horror. "Jax me deu uma descrição golpe a golpe no
telefone a outra noite. Desejava que ele tivesse filmado ".
"O que o Nick tem feito ultimamente?" Andrew olhou para Brock, que
estava sorrindo como um louco. "Ele não tem vindo ao ginásio. Sinto falta de
tê-lo como meu sparring10."
Nick treinava com Andrew Lima? Oh wow. Isso explicava o porquê ele
estava em forma daquele jeito.
Oh meu Deus.
Tudo o que eu podia fazer era sorrir fracamente. Meu estômago tinha
finalmente se acalmado, mas agora me sentia doente por um motivo
10
Sparring: é o parceiro de treino que é contratado durante o exercício, não como adversário
para simular uma luta, mas como meio pelo qual a sua técnica será aperfeiçoada. É apenas
como uma função e não como um oponente.
96
diferente. Nunca imaginei que alguma coisa a ver com o Nick, de alguma
forma, viria aparecer enquanto eu trabalhava. Sem pensar, a afirmação
estranha de Katie surgiu em meus pensamentos.
"Você vai descobrir que a maioria das pessoas por aqui têm a mesma
personalidade." Os olhos de Marcus brilharam na luz brilhante. "Você terminou
o relatório que solicitei? "
"Minha filha está saindo na primavera para ir pra Shepherd ", Andrew
disse. "Claro, eu gostaria que ela ficasse mais perto de casa, mas você não
pode mantê-los em casa com você para sempre, não é? "
97
"Você pode tentar", Brock murmurou baixinho.
"Eu acho que sim." O homem mais velho sorriu. "Eu na verdade, já
vasculhei pela cidade e seus arredores. Não tem instalações de treinamento
por lá, não o tipo que oferecemos, com vasta experiência e ampla variedade
".
Oh querido.
Mr. Browser acenou com a cabeça quando Andrew virou para ele e
ergueu as sobrancelhas interrogativamente. "Eu sei", ele respondeu
pacientemente. "Eu já tenho várias reuniões configurado com a Câmara de
Comércio local. Devemos ouvir algo antes do final do ano."
Andrew estava prestes a falar, mas sua atenção foi roubada pela
entrada do escritório. As linhas do rosto do homem se suavizaram. "Falando do
diabo ", disse ele.
98
Um cachecol cor de malva estava envolvido em torno de sua garganta,
enredando-se pelos longos cabelos. Seu suéter pesado era volumoso e seus
jeans escuro soltos, lhe davam aparência de ter nenhuma forma. Conforme
ela se aproximava, pude ver que seus traços eram delicados, mas a franja
pesada ofuscava seu rosto.
Amor.
A garota olhava para Brock como se ele fosse responsável por colocar
as estrelas no céu à noite e era a única razão pela qual o sol se levantava
99
todas as manhãs. O calor não deixou suas bochechas, mas só parecia
aumentar, e não acho que ela estava ciente de qualquer outra pessoa que não
fosse Brock sorrindo para ela. A pontada de inveja ressurgiu. Mamãe
costumava olhar para o pai assim a cada maldito tempo que seus olhos se
encontravam, e meu pai tinha o mesmo olhar em seus olhos.
Brock, no entanto, chegou com o braço que ele tinha em torno de seu
ombro e bagunçou seu cabelo, um ato que imaginava que um irmão mais velho
chato faria.
Ouch.
"Isso é o que o seu pai estava dizendo," eu disse. "Você vai realmente
gostar de lá."
"Eu acho que sim", respondeu Jillian, mas a falta de emoção me fez
duvidar que ela acreditava.
Olhei para Brock, mas ele estava olhando para a cabeça inclinada com
um franzido na testa. "Se você tem dúvidas sobre o campus ou qualquer outra
coisa, vou estar contente de ajudá-la, "eu ofereci.
100
Aprovação apareceu nas linhas do rosto de Andrew. "Essa é uma boa
ideia, na realidade. Jillian, você pode sair para tomar um café com Stephanie.
"
Ela assentiu com a cabeça sem olhar para mim e, bem, eu poderia
dizer que provavelmente isso não vai acontecer. Um silêncio constrangedor
caiu, e foi quebrado por Brock.
"Admita. Você ouviu que eu estava de volta e veio me ver ", brincou
ele, e eu mordi meu lábio enquanto o sangue corria de volta para seu rosto.
Querido Deus, ele estava tão alheio? Brock colocou-a no que parecia ser uma
chave de braço. Sim. Ele estava alheio. "Vamos, Jilly-Feijão, você pode me
ajudar a treinar."
Jillian olhou para seu pai, e ele concordou. "Vá em frente e cabeça
para baixo. Eu estarei lá em breve."
101
estranhos. Não desde que, bem... há um longo tempo, mas agradeço mesmo
assim. "
Bem, isso não era a resposta que pensei que conseguiria. Pelo menos
quem estava digitando o texto tinha entendido a foto, graças a Deus. Eu
debati enviar outra imagem. Eu tinha todo um arsenal delas, mas percebi que
não havia nenhum ponto em arrastar isso. Eu mandei uma mensagem de
volta... quem é?... E deixei cair meu telefone no meu colo.
Poucos minutos depois, ele vibrou. Um olhar para baixo e meus lábios
se separaram em surpresa. A resposta não fazia sentido.
Era o Nick.
102
Capítulo Nove
É o Nick.
Uma quarta mensagem apareceu. Por favor não fique brava com a
Roxy. Ela gosta de você. Mas ela também gosta de mim.
103
Bom, ele me respondeu. Um momento se passou e outra mensagem
chegou. Você salvou meu número?
Isso me rendeu uma carinha chateada seguida por: Você quebrou meu
coração, Stephanie. Eu salvei seu número.
Há. Houve uma pausa e, então, Reece vai fazer uma reunião em seu
apartamento hoje à noite. Uma pequena. Roxy vai trabalhar, mas eu achei
que você gostaria de ir?
104
Eu não venho me sentindo bem. Essa era a verdade. Mas se estiver
melhor hoje à noite..., mas que porra eu estava fazendo? Eu não sabia, mas
eu estava seguindo em frente, indo bem rápido... eu posso dar uma passada.
Que horas começa?
Os três pontos apareceram. Por volta das 20hrs. Você está bem?
Yeah, apenas meu estômago que está meio zoado. Provavelmente algo
que ele não precisava saber. Eu te mando mensagem mais tarde para avisar.
Obrigada.
105
porta também. Eu estava com fome, mas não estava. Meu estomago parecia
estar melhor, mas meu apetite estava, definitivamente, estranho.
Nick.
Merda.
Se ele estava procurando por algo casual entre nós, o convite não era
estranho. Isso era, na verdade, bastante comum, mas eu tinha dificuldade em
acreditar que algo assim fosse acontecer entre nós logo depois do ocorrido no
bar.
106
Eu estava certa.
“Oi,” eu disse, meu olhar caindo para a sacola que ele estava
segurando.
“Hey,” ele respondeu, e eu olhar voltou para cima. Ele parecia bem,
mas eu imaginei que ele sempre parecia assim, desde o momento em que
acordava até quando descansasse sua cabeça sobre um travesseiro. “Eu trouxe
algo para você.”
“Quando eu era mais novo e não estava me sentindo bem, minha mãe
fazia para mim canja de galinha.” Nick puxou um container de plástico e me
olhou. “É bem melhor que a enlatada. Ela costumava colocar algumas ervas
que eram boas para o estômago e isso dava um gosto bom a sopa, para que
ela não ficasse sem graça.” Ele foi para a cozinha. “Onde ficam os
recipientes?”
107
Ele pegou uma tigela de cerâmica, colocou sobre o balcão e abriu a
tampa do container de plástico. Cuidadosamente, ele derramou o conteúdo,
macarrão, pedaços de frango e caldo, na tigela. “Ainda está morna, mas
precisa ser aquecida um pouco. Posso pôr no micro-ondas?”
Meus lábios foram se afastando vagarosamente. Era óbvio que não era
sopa enlatada. “Sim, micro-ondas está bom.” Eu me aproximei da cozinha.
“Sua... sua mãe fez isso?”
Ele concordou, mas a linha de sua coluna estava tensa, seus ombros
caídos. Eu abri minha boca porque a perda de um dos pais era algo que eu
conseguia entender, mas além do que eu havia dito, eu não consegui
encontrar mais palavras. Não era algo que eu costumava falar sobre. O micro-
ondas apitou e ele removeu a tigela. O cheiro estava incrível, fazendo meu
estomago rugir de felicidade. Encontrando uma colher, ele trouxe a sopa de
volta para a mesa. Seus cílios levantaram, seus olhos verde musgo
encontrando os meus.
“Oh. Eu...” eu não conseguia acreditar que ele havia trazido sopa
para mim, ainda mais ter tido tempo para fazê-la por si só. Tudo isso era
inacreditavelmente doce e extremamente inesperado. Eu não conseguia falar.
Eu estava apenas lá, parada, encarando ele como uma idiota.
108
Um pequeno sorriso apareceu em suas feições. “Talvez um dia eu te
ensine.”
Seus cílios abaixaram, escudando seus olhos. “Eu achei que poderia
trazer isso antes de ir para a casa do Reece. Estou um pouco adiantado, mas
ele não vai se importar...”
109
“Você não precisa ir,” eu disse, apressada, e senti a ponta das minhas
orelhas queimarem. “Quero dizer, se você quiser ficar um pouco aqui, você
pode.”
110
Nick inclinou sua cabeça para o lado, seu olhar sombrio enquanto ele
mudava seu apoio, afastando suas pernas. “Não me olhe assim,” ele disse sua
voz rouca.
“E você realmente precisa parar,” ele disse de novo, sua voz baixa
enquanto ele levantava sua mão, pegando uma mecha do meu cabelo que
havia caído e colocando ela atrás da minha orelha. Suas juntas passaram sobre
minha bochecha. “Porque eu estou tentando ficar calmo aqui.” Ele abaixou
sua mão. “Eu estou tentando algo diferente.”
111
Capítulo Dez
O que Nick disse foi quase como ser atingida por um balde de agua
fria e enfiada em um freezer. Não era pelo fato dele querer ser meu amigo, e
eu estava assumindo o tipo de amigos que não transam, mas isso soou como se
ele nunca tivesse tido uma menina como sua amiga antes.
Havia Roxy e deve ter existido outras meninas que ele era próximo o
suficiente para não pegar. Ele tinha de ter. Não tinha? Mas, novamente, Roxy
tinha dito algo sobre Nick não ter muitos amigos. E havia toda essa coisa
estranha com Calla.
“Não. Não de verdade.” Ele pausou enquanto passava seus dedos pelo
seu cabelo. “Com a exceção de Roxy, mas eu não acho que somos realmente
amigos.”
Ele disse de um jeito que fez uma ponta de suspeita levantar. “Vocês
dois...”
112
“Okay.” Encostei-me ao balcão, largando o assunto sobre Calla. Por
agora. “Mas você tem vinte e seis anos. Como nesse mundo você viveu tanto
tempo sem ter uma amiga? Eu não entendo.”
A conversa que tivemos antes, onde ele indicou que ele tinha se
envolvido seriamente com alguém e que isso tinha terminado mal ressurgiu.
Eu não precisava ser uma psiquiatra para imaginar o quanto esse
relacionamento desastroso havia afetado todos seus relacionamentos com as
mulheres.
O que era outro motivo para controlar minha libido quando estivesse
com ele.
Sabendo o que sabia, eu deveria ter dito não, mas ele me fez canja de
galinha. Como poderia? “Acho que sim.”
113
Nick sorriu enquanto ele passava por mim, abrindo a porta. “Primeiro
as damas.”
“Stephanie,” Nick disse, colocando sua mão na parte baixa das minhas
costas, me empurrando para dentro. “Ela mora uns andares para baixo. Nova
na cidade. Esse é Colton por sinal, irmão mais velho de Reece.”
Eu segui Colton para dentro do apartamento que era maior que o meu.
Grande e arrumado, Reece tinha uma boa casa. Várias pessoas estavam na
sala de estar. Eu reconheci Reece de cara. Ele estava parado perto da janela,
uma cerveja em sua mão, mas não o cara que estava no sofá. Baseado em seu
corte de cabelo, eu poderia chutar que ele era um policial. Havia uma mulher
sentada no braço do sofá do outro lado. Seu cabelo escuro estava na altura de
seus ombros e quando ela olhou para cima, ela sorriu.
114
Colton passou por nós, se sentando no sofá ao lado da mulher. “Eu
acho que eu vou fazer as apresentações já que Reece é um idiota. Essa é
minha namorada, Abby, ” Ele disse nos apresentando. “E esse outro cara aqui
é o Brad.”
“Tudo bem.” Ele pegou duas cadeiras da cozinha e trouxe elas para a
sala, colocando próximas ao sofá. “Eu sou o melhor jogador de Mario Kart do
mundo.”
“Você acha que ele está exagerando?” Colton rio, balançando sua
cabeça. “Ele não está. É como se ele tivesse nascido para jogar esse jogo.”
115
Minhas pequenas orelhas pegaram o comentário, mas Nick não
respondeu enquanto se sentava ao meu lado. Então, como Nick disse que
tinha muito tempo disponível, mas Reece disse que isso era besteira, então o
que é que Nick fazia que ele não queria comentar sobre? Eu disse a mim
mesma que mesmo que estivéssemos nos tornando amigos, isso não era da
minha conta, ainda mais agora, mas porra, eu queria saber.
“Você quer algo para beber?” Reece ofereceu, indo para a cozinha.
“Eu tenho cerveja e refrigerante. E Roxy encheu metade da minha geladeira
com chá gelado.”
“Oh.” Ela franziu o cenho. “Eu pensei que estavam. Eu não o conheço
bem, mas desde que comecei a namorar Colton, eu nunca o vi com alguém.”
116
Isso não me surpreendeu. Comecei a responder, mas os meninos
voltaram e, Nick colocou um copo d’agua na minha frente, na mesa de centro,
próximo a uma tigela de batatinha que Reece tinha deixado. Eu não tinha
pedido por isso, mas era uma cortesia e um gesto fofo que Abby percebeu
com seus olhos de falcão.
“Você não precisa ir,” eu disse a ele enquanto fechava a porta da casa
de Reece atrás de nós.
“Mas é uma longa caminhada. E fria.” Ele tremeu. “Merda, está frio
aqui fora.”
Nick inclinou sua cabeça para o lado. “Assim como eu. Reece costuma
fazer isso semana sim semana não. Você é mais que bem-vinda a vir
novamente.”
117
Reece disse o mesmo enquanto eu saía e eu, definitivamente, gostaria
de repetir, especialmente se Roxy estivesse junto. Eu imaginava que jogar
Mario Kart com ela seria como jogar contra mim mesma. “Você vai voltar lá
pra cima?”
“Eu também.” Eu o estudei sobre meus cílios. “Tenha uma boa noite.”
“Combinado,” eu sussurrei.
118
importava quantas vezes eu embaralhasse elas e recomeçasse essas peças
sempre estariam faltando e nunca formariam uma imagem completa.
Eu não estava mais convencida que era algum tipo de vírus ou coisa do
tipo e, quando falei com minha mãe na sexta à noite, eu quase desabei, mas
eu não queria preocupa-la. Além do mais, eu tinha marcado uma consulta com
um Clínico Geral que tinha aberto um consultório há duas semanas numa
clínica perto. Eu não achava que havia nada sério de errado, mas a náusea e a
fatiga estavam começando a me assustar. Eu nunca tive nenhum problema de
saúde antes e, eu podia contar em uma mão o número de vezes que eu
realmente tinha ficado resfriada.
119
aventura. O estacionamento estava lotado, me forçando a parar na parte de
trás. Nuvens grossas bloqueavam o sol e o a gélida chuva de outono estava
pronta para cair. Antes que eu saísse do meu carro, eu olhei meu celular. Sem
ligações ou mensagens perdidas. E eu nem tinha certeza do porque estava
conferindo.
120
Merda.
Okay. Eu não era uma menina de fugir quando uma situação de fuja-
ou-lute aparecia. Eu não ia começar a ser agora. Não fiz nada de errado e, se
essas meninas tivessem um problema comigo, então... bem, isso seria uma
merda. Eu não podia mudar nada. Eu não iria mudar.
“O que significa que Jax vai estar de bom humor.” Roxy sorriu.
121
pesada para cobrir a cicatriz. Mas não parecia que ela estava usando isso
hoje.
“Eu nunca estive lá.” Avery pegou seu cardápio. Sentada na minha
frente, ela parecia bem menor que eu me lembrava. “Então, eu estou bem
animada com isso.”
Teresa se inclinou contra o encosto. “Na primeira vez que estive lá,
eu acabei tendo um ataque de ansiedade à noite, quando comecei a pensar
sobre todos os prédios.”
“Melhor você ficar bem,” Calla avisou, sorrindo. “Estou surpresa que
Cam não te trouxe aqui por si.”
122
A expressão de Roxy estava confusa e eu estava feliz por não ser a
única pessoa que estava boiando. “Não, não sei. Não é sobre o casamento,
certo? Todos nós sabemos sobre o casamento.”
“Eu sabia que vocês estavam noivos, mas eu não tive chance de te
parabenizar por isso,” eu adicionei. “Quando é o grande dia?”
123
esperando as palavras oficiais do médico, porque vai saber? Talvez os testes
dessem positivos por engano.”
“As tartarugas vão ficar com tanta inveja.” Teresa riu enquanto
pressionava suas mãos juntas sobre seu queixo. Eles estavam falando sobre
Raphael e Michelangelo, as tartarugas de estimação do Cam e da Avery. Eles
eram o único casal que eu conhecia que tinham tartarugas de animais de
estimação. “Eles não vão mais ser o bebê de vocês.” Seu sorriso ficou maior.
“Talvez eu possa ficar de babá mais vezes.”
“Tenho certeza que Ollie vai inventar alguma coisa estranha para que
o bebê e as tartarugas possam ficar juntos, mas sem se tocar,” Avery disse, e
eu ri porque se alguém poderia inventar algo assim, essa pessoa seria Ollie, o
gênio reprimido.
124
Então eu percebi, e isso veio com a força de um caminhão cheio de
testes de gravidez.
Oh meu Deus...
Avery colocou uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha. “Talvez
você esteja ficando doente?”
Ao seu lado, Teresa concordou. “Tem esse vírus bem ruim circulando
por aí. Metade da escola parece ter. Eu espero que não seja isso.”
125
“Eu acho que deve ser,” eu disse, com a voz rouca, mas essas palavras
estavam cheias de mentiras, uma realmente grande, porque os cálculos
mentais que eu tinha acabado de fazer diziam algo totalmente diferente do
que poderia ser.
126
Capítulo Onze
Tinha que haver outra razão pela qual estava tendo sintomas tão
semelhantes a Avery, e o meu período estar atrasado, tinha de ser uma
coincidência. Fazia pelo menos seis meses entre a última vez que tive sexo e
da noite que passei com Nick. Além disso, ele tinha usado um preservativo. E
além do mais, eu estava tomando pílula. Mas... Oh meu Deus ... eu sabia que
algumas vezes eu não tinha tomado porque minha cabeça estava em todo o
lugar. Desde que não tinha planos para ter sexo - até que eu conheci Nick -
não tinha sido assim grande coisa esquecer-me deles.
Oh, Deus.
Não foi assim que planejei minha vida. Não que tivesse um plano
detalhado, mas figurado após me formar na faculdade, iria gastar um par de
anos em meu trabalho atual, me dedicando ao máximo, e ser uma daquelas
garotas super sofisticadas que realmente viajavam quando tinham um período
127
de férias. Costa oeste. Europa. Ásia. Eu queria ver o mundo inteiro.
Eventualmente eu iria encontrar um cara. Nós sairíamos, namoraríamos, e
teríamos um enorme casamento, e talvez, quando eu tivesse os meus trinta
anos, pensaria em ter um bebê.
Agora não.
Oh meu Deus, isso não poderia estar acontecendo. Havia uma enorme
chance, de vomitar tudo em cima de mim.
128
havia tantos? Minhas mãos tremiam enquanto pegava um e virava de ponta
cabeça. Minha visão ficou turva quando li a parte de trás. Eu não podia
acreditar que estava comprando um teste de gravidez.
Pegando uma caixa, ela ofereceu uma risada gutural. "A gente nunca
pode ter dúvidas sobre algumas coisas, hein? "
Era tão óbvio que esta era a minha primeira vez? Espere um segundo.
Eu estava tendo a sério a minha primeira vez? Enquanto as caixas iam para a
129
sacola, estava caindo totalmente a ficha, ainda um pouco entorpecida, que
estava me preparando e que isso estava realmente acontecendo.
Eu não sabia.
130
Mas mesmo que eu tivesse esquecido minhas pílulas durante meu
período fértil, Nick tinha usado um preservativo. Ele tinha...
Impossível ficar parada ou sentar andei para onde deixei minha bolsa
e cavei o meu telefone. Meus dedos pairavam sobre a tela. Para quem eu ia
ligar? Não me sentia confortável chamando meus antigos amigos, e não havia
nenhuma maneira no inferno que estava chamando a minha mãe sobre isso,
não quando eu ainda não tinha nenhuma ideia do que estava acontecendo.
131
um sinal de – onde significava uma enorme aleluia. Definitivamente nenhum
mal-entendido. Comecei a ler as instruções e um riso sufocado escapou-me.
Sério mesmo que isso era uma instrução que precisava ser dado a
alguém?
Meu coração batia forte enquanto fazia xixi nessa coisa. O único
pensamento na minha cabeça era de como isso era estranho. Realmente.
Quando terminei, coloquei novamente a tampa e gentilmente depositei-o no
balcão do meu lavatório.
Passeando pela minha sala, eu sabia que só precisava esperar por dois
minutos, mas dois minutos se transformaram em cinco e cinco em dez. Eu não
estava pronta. Passando minhas mãos pelo meu cabelo, balancei minha
cabeça. Eu não estava pronta para ver isso.
Na verdade, isso não era verdade. Quando tinha quinze anos e havia
dois homens em imaculados uniformes, batendo em nossa porta da frente. Eu
132
estava nas escadas e vi quando o sangue sumiu do rosto de minha mãe quando
ela os viu, aí eu me senti impotente.
Os segundos que mudam a nossa vida inteira, para nunca mais ser a
mesma. Expirei todo o ar para fora de mim. Parando em frente à TV, percebi
que poderia estar na mesma situação, prestes a pisar na borda afiada de
mudança monumental.
E vi o resultado.
133
Apressando-me para a cozinha, peguei a outra caixa. Era mais
sofisticado. Não só lhe dava um sim ou não, mas se fosse um sim, te mostrava
a palavra grávida por extenso. Porém, eu precisava fazer xixi.
Eu não estava pensando, não tinha feito outra coisa senão forçar água
abaixo da minha garganta. Menos de uma hora depois, levei o segundo teste
para o banheiro, fiz xixi, e, em seguida, coloquei-o ao lado do primeiro.
A primeira coisa que notei foram dois números com um traço entre
eles: 2- 3. E, acima uma palavra.
Grávida.
134
Capítulo Doze
Eu estava grávida.
Devo entrar em contato com Nick? Eu não tinha ouvido falar dele
desde a última quarta-feira. Devo contar a alguém o que estava acontecendo?
Será que eu preciso?
Eu estava indo em frente com isto, com esta gravidez? E se, como ia
dizer ao meu novo chefe, que em cerca de oito meses, eu precisaria de uma
135
licença maternidade? Melhor ainda, como poderia mesmo criar uma criança,
com uma renda que embora eu vivesse confortavelmente, não funcionaria se
eu incluísse o custo para cuidar de uma criança.
11
Tipo de casaco.
136
"Então por que você não vem com a gente?", Ele pressionou, e minha
mão apertou a alça da minha bolsa. "O quê? Você é boa demais para sair e se
divertir um pouco? Talvez esteja muito tensa? "
Esse bastardo.
Rick sorriu.
Era isso.
137
Parei girando de costas para os pilares de cimento e carros
estacionados. "Não me toque novamente. Se fizer isso, vou ao escritório do Sr.
Browser mais rápido do que você poderia piscar um olho ".
A viagem para casa foi tão chata, mas esperada. O céu era de um
profundo azul, com o sol quase desaparecendo, assim que passei pela minha
138
porta. Tirando meu casaco, coloquei-o sobre a parte de trás da cadeira da
cozinha e deixei minha bolsa sobre a mesa. Comecei a ir até a geladeira, mas
lembrei que tinha recebido uma mensagem. Voltando à minha bolsa, peguei
meu telefone.
Meu coração deu uma guinada no meu peito. O texto era de Nick.
Eu não podia ver Nick agora sem deixar escapar o que estava
acontecendo, e não estava pronta para essa conversa. Certo ou errado, era a
verdade. Não estava totalmente claro na minha cabeça o fato de que estava
grávida, e não podia mesmo começar a falar com alguém sobre isso,
especialmente ele, porque sabia que ia ser uma conversa difícil.
Eu fiz isso pelo resto da semana sem ter um colapso mental quando
percebi que uma calça que ficava soltinha antes, agora estava um pouco
desconfortável, ou poderia ser paranoia simples. A vantagem foi Rick. Ele
parecia ter recebido a mensagem e não havia me procurado desde a conversa
no elevador.
139
Eu realmente ainda não tinha chegado a um acordo com o que estava
acontecendo dentro de mim.
Sexta à noite, mandei uma mensagem e disse a Roxy que não seria
capaz de tomar café da manhã no domingo, porque não estaria na cidade, o
que era verdade. Na madrugada de sábado, deixei meu apartamento e levei
três horas para chegar à casa da minha mãe.
Ela estava me esperando, mas ela não sabia por que eu estava aqui.
Minha mãe vivia na mesma casa que cresci, e sabia que ela nunca
deixaria o sobrado de estilo colonial em Red Hill em Martinsburg.
Obviamente.
140
A porta se abriu antes que eu batesse e apesar da ansiedade
construída no meu sistema, um largo sorriso irrompeu no meu rosto. "Mamãe."
Ela estava na porta segurando uma bola branca e marrom, que estava
fazendo um absoluto terror em seu pequeno poder de cão, para descer. Ao
redor de seu pescoço estava uma corrente de prata que não tinha sido
removida em anos. As placas de identificação do papai. "Eu queria saber se
você iria entrar ou ficar sentada aí fora toda a manhã"
Ela arqueou uma sobrancelha escura quando colocou o cão pra baixo.
"Uh huh."
141
jovem, aos vinte e quatro anos. Pensando no fato de que eu tinha vinte e três
e eu... minha boca secou quando o pensamento abalou minha cabeça. Eu
parecia com minha mãe. Seu cabelo negro estava cortado mais curto, porém,
escovava seus ombros, e havia algumas finas e delicadas linhas nos cantos dos
olhos azuis e perto de suas bordas. Ela não era tão alta quanto eu, minha
altura era algo que eu peguei do meu pai, mas minha mãe era linda.
E sabia que ela tinha que ter caras fazendo fila para estar com ela,
tanto os mais jovens quanto os mais velhos que ela, mas ela não namorava, e
eu sabia que nunca faria.
142
Mamãe me olhou enquanto tomou um gole de café, cuidando para não
perturbar o cão enrolado em seu colo. Me concentrei em terminar o bolo
inglês, porque sabia que minha mãe estava imaginando coisas, apenas por me
observar. Ela podia ler-me bem, todos os meus segredos escritos na minha
testa. Ela sabia que algo estava acontecendo, e eu também sabia que ela não
iria ficar com rodeios, perder tempo com conversa banal.
"Você está realmente cansada, querida." Ela baixou a taça. "Você não
tem dormido bem."
"Você não parece ruim, querida, mas você parece cansada." Ela fez
uma pausa, com a mão distraidamente alisando o topo da cabeça de Loki. "E
você soou estressada quando me chamou "
143
conselhos. Esta era provavelmente uma das maiores bombas que deixaria cair
sobre ela, e eu me sentia doente.
"Stephanie?"
"Há uma razão pela qual estou aqui. Não que não queria ver você. "
Ela fez uma respiração afiada. "Ok. Agora estou começando a surtar
um pouco."
Silêncio.
Foi tanto tempo que tive que olhar para cima e ver a reação dela, e
quando fiz, ela estava simplesmente olhando para mim. Seus olhos estavam
arregalados, os lábios separados. O sangue drenado de seu rosto, e sua mão
parada nas costas do cão.
"Eu errei", sussurrei, à beira das lágrimas. "Eu sei que fiz. Eu deveria
ter ... bem, eu fui cuidadosa. Ele foi cuidadoso, mas esqueci algumas pílulas e
o preservativo deve ter estourado. " Meu rosto começou a esquentar, e mesmo
que tinha sempre sido aberta com a minha mãe, esta era uma conversa
estranha. "Foram necessários três testes: " Eu divagava. "Todos os três
144
disseram que eu estava grávida, então eu acho... Eu sei que estou grávida.
Estou me sentindo doente e cansada e eu ... eu estraguei tudo."
Grávida devido a uma noite de sexo quente. Isso soa tão... clichê. Ela
piscou uma vez e, em seguida, duas vezes. "Isso acontece", disse ela
lentamente, como se ela ainda estivesse processando tudo. Sua mão apertou
meu braço novamente. "Mais do que as pessoas percebem, isso acontece. "
"Você sabe que eu e seu pai não nos casamos antes que engravidei de
você", disse ela depois de um momento. "As coisas nem sempre funcionam
como planejado."
Eu queria sorrir, porque sabia que ela estava tentando me fazer sentir
melhor sobre isso. "Mas vocês dois estavam juntos e apaixonados e-"
"E nada disso é necessário para ter um bebê, querida. Claro que seria
bom. É o que todas nós esperamos... o que eu esperava quando você veio,
mas nem sempre é o que acontece."
145
Um riso estrangulado sacudiu fora de mim quando me inclinei para
frente, correndo o meu dedo ao longo das ranhuras na mesa. "Hum, talvez
porque tenho apenas vinte e três e estou grávida... e solteira".
"Você sabe de quanto tempo está?", ela perguntou. "Não pode ser de
muito."
A cor tinha retornado a seu rosto. "Ok." Seu tom me disse que ela
estava se movendo para o modo mãe super protetora. "Sobre esse cara. Ele
sabe?"
146
"É compreensível." Sua mão voltou a alisar as costas do cão. "Você
está pensando em dizer a ele? "
Minha boca se abriu, mas não tinha uma resposta para isso.
O pai ...
"Querida." Ela estendeu a mão, cobrindo meu rosto. "Isto não é o fim
do mundo. Sim, este é um grande negócio. É um enorme, e o que importa, é o
que você decidir, vai ficar com você por muito, muito tempo."
147
"Não importa o que você escolher, não importa qual opção você
estiver tomando, eu vou te amar e apoiá-la de qualquer maneira ", ela
declarou, e as lágrimas encheram meus olhos. "Se você decidir que não está
pronta para isso, eu estarei bem lá com você, se quiser que eu esteja. E se
você decidir que quer ir em frente com isso e ter esse bebê, eu serei uma avó
orgulhosa. Uma avó malditamente bonita, também."
148
Capítulo Treze
A ouvir e estar com ela, passar o sábado enrolada no sofá vendo filmes
e descansando, isso tinha me ajudado. Nós conversamos sobre isso, naquela
noite tomando sorvete, sobre a... as escolhas que eu tinha e suas
ramificações. Não haviam dúvidas na minha mente que ela estava certa do
que disse. Que não importava o que eu decidisse ou o que acontecesse, ela
iria me apoiar.
Quando era quase uma da manhã, eu peguei meu celular e trouxe ele
para o sofá comigo. Eu imaginei que Nick teria trabalho essa noite e eu
esperava que eu não estivesse prestes a acorda-lo com minha mensagem.
Claro, eu podia ligar, mas isso seria estranho desde que nenhum de nós ligou
para o outro antes e eu conseguia imaginar ele insistindo até que eu contasse
tudo pelo telefone.
149
Eu gemi depois que mandei a mensagem, porque Hey era bem idiota
quando eu estava prestes a dar uma notícia que ele nunca estaria esperando.
Uns bons minutos se passaram antes que eu recebesse uma resposta.
Ele devia estar falando sobre o fato deu ter ignorado sua última
mensagem. Eu estava prestes a responder quando ele foi mais rápido.
E eu comecei a rir.
E tudo isso foi bem estranho, huh? Yeah, estou aqui. O que
aconteceu?
Eu respondi para avisar que estava tudo bem e as próximas duas horas
foram cheias de ansiedade e espera. Quando ele bateu na minha porta, alguns
minutos depois das três, eu quase saio de mim. Eu corri para a porta, a
abrindo.
150
Ver Nick depois de quase suas semanas era como vê-lo pela primeira
vez. Cabelo escuro empurrado para fora da sua testa, as pontas enrolando um
pouco. Seu cabelo estava crescendo, eu percebi. Aqueles olhos verdes claros
estavam quentes e curiosos enquanto olhavam para mim, seu sorriso
diabólico. A blusa termal branca que ele usava estava esticada sobre seus
ombros largos e, enquanto meu olhar abaixava, eu podia ver que seu peito
duro era definido. Ele tinha de ter uma ótima rotina de exercícios, mas eu não
tinha certeza de como ele mantia sua forma.
Eu estava grávida de... seu bebê e eu mal sabia qualquer coisa sobre
ele.
Seu olhar curioso ficou grudado ao meu. “Claro. O que você tem?”
“Yeah.” Sem olhar para ele, eu sabia que ele estava logo na entrada
da cozinha, me observando. “Eu sai a uma. Agora, estou trabalhando apenas
de quinta a domingo.”
“E isso são horas suficientes?” Eu olhei para ele e meio que desejei
que não tivesse perguntado isso. Mas, novamente, era meio que necessário.
“Quero dizer, Roxy trabalha quatro dias lá, não? Turnos de dez horas.”
151
“Ela trabalha.” Ele tomou um gole, me olhando. “Eu só preciso
trabalhar esses dias agora.”
Eu passei minhas mãos sobre minhas calças jeans para mantê-las longe
de tremerem. Imaginei que o melhor jeito de contar a Nick seria como
arrancar um band-aid. Rápido e menos indolor possível. Minha garganta
apertou. “Eu não sei como te contar isso.” Pausando, eu olhei para ele.
Aquele sorriso fácil havia sumido um pouco. “Eu... eu estou grávida.”
Pronto. Eu disse.
152
“De acordo com o teste que eu fiz, eu estou com por volta de cinco
semanas, o que faz as contas baterem,” eu continuei, correndo. “Eu tenho
uma consulta com um médico marcada na quinta, meio dia, e acho que ele vai
confirmar o que eu já sei.”
A boca de Nick se moveu por uns segundos, mas não houve nenhum
som imediato. “Eu usei camisinha.” Essas quatro palavras mal puderem ser
ouvidas. “Eu sempre uso camisinha.”
Nick olhou para longe enquanto colocava sua bebida, quase intocada,
na mesa. “Você tem certeza que está grávida?”
“Eu fiz três testes.” Eu esperei para ele perguntar se eu tinha certeza
que ele era o pai. Essa pergunta seria uma merda, mas eu estava esperando
ela, e não podia culpa-lo realmente por isso.
“Puta merda.” Ele ficou de pé, passando uma mão pelo seu cabelo.
“Puta merda.”
Nick olhou para mim, suas pupilas dilatadas e, então, olhou para
longe. Ele andou até a porta e, por um momento, meu coração parou. Eu
pensei que ele estava indo embora, mas ele se virou. Ofegante. Ele estava
ofegante. “A quanto tempo você sabe? É por isso que você não me respondeu
semana passada?”
153
Sua pergunta me pegou com a guarda baixa. “Eu fiz os três testes
domingo passado – uma semana atrás. Eu não respondi sua mensagem porque
eu... bem, honestamente, eu não tinha aceitado isso naquela época e não
sabia o que dizer a você.”
Ele virou de costas e jogou sua cabeça para trás, suas mãos em seu
quadril “Certo. Eu não estava esperando isso. Preciso de um tempo.”
“Mulheres grávidas ficam enjoadas pela manhã, certo? É por isso que
você estava mal?”
154
Sai do estupor. “Eu acho que sim, mas não foi tão ruim. Isso vai e
volta durante o dia.”
“Eu... eu vou ter uma criança.” Seu tom estava cheio de surpresa e eu
estava feliz por ele estar sentado. “Oh, wow. Eu não... sei o que dizer –
espere.” Ele se virou para mim. “Espere. Eu estou me apressando. Você quer
esse bebê?”
Meu corpo todo ficou tenso e minha garganta fechou enquanto meu
pulso acelerava, revirando meu estômago.
“Porque eu quero,” ele disse, seu olhar fixo ao meu. “Nós criamos
esse bebê, não? Então eu quero ele. Você nem disse se quer ou não ou qual
são seus planos.”
Seu olhar estreitou. “Eu estou imaginando que você ainda não se
decidiu sobre manter ou não o bebê, porque por que mais você me diria? Você
poderia apenas... ter lidado com tudo isso sem eu saber.”
“Eu não poderia fazer isso sem te contar.” Minha boca parecia seca e
eu olhei para longe. Tudo parecia tão... tão real, o que era besteira, porque
tudo era real.
155
“Então você não se decidiu?” Ele ficou de pé e sua mão foi parar em
seu cabelo de novo. Um momento passou. “Você quer crianças?” Uma risada
seca escapou dele. “Porra. Olhe para nós.”
Puta merda.
“Eu sei que não foi por isso que você me contou e eu não quis insinuar
isso. Eu sei que você provavelmente não acha que sou muita coisa...”
156
Meu estomago revirou. Ele estava pedindo por uma confiança gigante
aqui, mas no fim, se ele pudesse ou não sustentar esse bebê, isso não iria
determinar se eu ficaria ou não com ele. Nick estava certo antes, mas eu
ainda não tinha me preparado para sua vontade em querer seguir adiante com
isso.
“Estamos,” eu sussurrei enquanto meu olhar caia para onde ele ainda
segurava meu pulso entre nós. “Isso... isso não vai ser fácil, Nick.”
157
“Nada relacionado ao que está acontecendo vai ser fácil. Você não
tem irmãos, certo?” Quando balancei minha cabeça, um sorriso apareceu.
“Nem eu. Alguma experiência com bebês?”
“Nem eu.”
“Oh geez.”
Nick riu e eu não consegui acreditar que ele estava rindo agora. “Não
pode ser assim tão difícil.”
Juntos.
Essa única palavra foi como ter meu peito colocado dentro de um
espremedor de suco. Juntos. Além da minha mãe e dos meus amigos, quando
eu tinha conseguido essa união com alguém – com um cara? Não desde o
colegial, e eu realmente não podia usar isso como exemplo.
Nick não respondeu. Não com palavras. A mão que estava em meu
ombro deslizou para a base do meu pescoço enquanto ele soltava minha outra
mão. Sem dizer nada, ele me puxou contra seu peito e seus braços me
158
envolveram. Enrijecendo em seu abraço, eu inalei profundamente. Ele tinha
um cheiro fresco, como a primavera, e enquanto ele abaixava seu queixo
contra o topo da minha cabeça, eu fechei meus olhos para evitar a
queimação.
Mas eu não estava com medo só pelo bebê. Deus, isso já me assustava
muito, porque eu não tinha certeza se seria uma boa mãe, se eu iria criar ela
direito, mas o medo ficava ao meu redor como poeira, escura e assustadora.
Será que isso significava que ele desejava por algo a mais? Mas ele
queria tentar seu meu amigo, algo que, aparentemente, ele nunca tinha feito
antes. E como eu me sentia? Eu poderia sentir algo a mais por ele?
159
Segundos passaram e eu senti meus músculos relaxarem. Em
tentativa, eu levantei minha mão e coloquei-a em sua cintura. O abraço não
era perfeito, mas enquanto minha bochecha descansava contra seu peito, eu
não tinha certeza se algum de nós dois poderia ser perfeito agora ou se isso
importava. Nós éramos praticamente estranhos, com nossos próprios
problemas e passados, que acreditavam que estávamos sendo responsáveis,
apenas para descobrir que nossas vidas tinham planos diferentes do que
havíamos imaginado.
160
Capítulo Quatorze
“Eu vou querer costela, mal...” meu olhar foi da garçonete jovem
para o menu. Será que agora que eu estava grávida eu não poderia comer
nada cru? Não tenho ideia. Precisava pesquisar essa merda. Suspirando, eu
fechei o menu. Cuidado acima do sabor. “Ao ponto.”
“Você disse que tem uma consulta médica, certo?” ele perguntou.
“Essa semana? Eu quero ir com você.”
“Eu sei que não tenho de ir.” Nick franziu o cenho, e porra, mesmo
com rugas forçadas em seu rosto, ele ainda era lindo. “Mas eu quero.”
161
Algo esquentou meu peito, mas eu ignorei. “É só um clinico geral. Ele
só vai me dizer se estou ou não grávida e que eu preciso ver um OB/GYN 12.”
“Okay.” Cruzando meus braços sobre minha barriga, olhei para cima e
encontrei ele me observando. “Você... você vai contar para sua família?”
“Muito.” Ele apoiou seu queixo em sua mão e seus dedos cobriram sua
boa bem desenhada. “Eu não sou próximo da minha família. Eu nem mesmo
sei se eles ainda moram por aqui. Você planeja contar a Roxy?”
12
Obstetra / Ginecologista
162
Sabendo que ele tinha mudado de assunto de propósito, eu não sabia
se devia deixar isso passar ou não. As coisas ainda eram bem novas para nós e
nossos passos eram apenas tentativas. Se ele não queria divulgar nenhuma
informação agora, tudo bem, mas ele teria de me contar eventualmente. “Eu
não tinha pensado sobre isso. Você?”
“Eu estava pensando em deixar isso com você, mas eu não acho que é
algo que consigo manter em segredo de todos.” Ele ponderou. “Eu vou ter de
deixar Jax saber se eu precisar de uma folga ou coisa do tipo, mas ele
manteria segredo.”
“Ele pode contar a Calla. Quero dizer, eles estão juntos e eu tenho
certeza que conversariam sobre isso. Então, se ela souber, há uma boa chance
dela deixar escapar.” Eu mordi meu lábio. “Nós não temos que contar nada a
ninguém agora, apesar de tudo.”
Ele concordou. “Nada precisa ser dito nesse momento, mas e sobre
seu trabalho? Como você acha que eles vão lidar com isso?”
“Ugh.” Eu apoiei meu queixo em minhas mãos. “Eu nem quero pensar
sobre isso e não faço ideia de como vão reagir. Acho que ainda tenho um
tempo antes de ter de contar a eles.”
Nick levantou uma sobrancelha. “Eu não acho que você vai querer
jogar a bomba sobre a gravides uns meses antes de estar próxima ao parto.”
“Eu sei, mas eu mal estou com um mês, então tenho tempo.” Eu
enruguei meu nariz quando ele levantou suas sobrancelhas. “E eu realmente
não preciso dizer a eles por um bom tempo, certo? Não é como se eu estivesse
evitando o inevitável.”
“Huh.”
“Nada,” Houve uma pequena pausa. “Você não está evitando nada
aqui. Você não tem de contar a eles ainda. Quero dizer, eu acho que as
163
mulheres esperam um pouco, mas você não me parece como uma pessoa que
enrola. Você parece com alguém que pega e faz tudo logo de cara.”
“Yeah.” Seus cílios abaixaram, cobrindo seus olhos. “Agora não mais.”
“Isso eu sou.” Ele inclinou sua cabeça para o lado e a luz baixa
refletiu em suas bochechas. “De qualquer modo, nós precisamos conhecer um
ao outro. Estamos presos um ao outro para... bem, para sempre agora.”
164
Uma onda de calor passou sobre minha pele, alimentando o calor
sensual de sua provocação. Uma dor que eu não entendia totalmente tomou o
lugar disso e minha boca imediatamente formou as palavras. “Eu acho que
você precisa começar a comprar camisinhas melhores, huh?”
Seu sorriso se transformou em algo seco. “Eu acho que você precisa
prestar atenção em tomar seus comprimidos direitos, huh?”
Touché.
Bem, esse novo começo não parecia mais tão brilhante assim.
165
A pilha de papeis recém encadernados balançava em meus braços
enquanto eu passava pelos cubículos na tarde de segunda feira. O manual
reescrito do HR havia sido completado, mas agora eles precisavam de novas
versões encadernadas, por qualquer que fosse o motivo. O cheiro de plástico
e coisas químicas fez meu estomago ultrassensível revirar e eu estava prestes
a joga-los em qualquer lugar, mas de novo, haviam motivos pelos quais esse
não seria um comportamento aceitável.
Rick estava na porta, seu rosto corado e olhos lustrosos, uma visão
totalmente não graciosa. Ele era a fonte desse novo cheiro ruim. Alguns dias
parecia que ele havia tomado banho de perfume. Ele piscou.
Eu suspirei.
166
Desde que meu estômago parecia que estava borbulhando toda a bile,
eu não consegui comer muito durante o almoço, o que me deixou com fome –
com fome e com raiva, juntas. Mas isso não era a fonte principal para minha
chateação. Eu tinha me escondido em meu carro no almoço e comecei a ligar
para o OB/GYN e, por Deus, todas as mulheres no país estavam gravidas e
precisavam de um médico? Eu tive de ligar para seis médicos diferentes para
achar um que pudesse me atender na segunda semana de novembro.
Puta merda, pelos meus cálculos, eu estaria com oito semanas nessa
época. Oito semanas! Isso eram dois meses e um troquinho. Mas que porra eu
deveria fazer entre agora e lá?
Sem resposta.
Com certeza, pelo que eu sabia, algo poderia ter acontecido, mas
meu dia de merda e toda minha lógica de merda não ajudavam em nada para
me deixar menos puta.
167
aproximava, ele deu um passo para o lado. Rick não disse nada enquanto eu
simplesmente passava por ele, pela porta, segurando minha respiração para
que eu não engasgasse em seu perfume. Ele apenas estava ali parado, como
um estranho, me encarando.
Imbecil estranho.
168
Capítulo Quinze
E não foi.
Horrorizada, não sabia o que dizer. Eu não conhecia Brock tão bem,
mas era triste ouvir que seu futuro poderia ter mudado, sem volta. O mal-
estar ficou bem depois de ter voltado para casa e colocado um par de
moletom bem confortável. Roxy tinha me visitado por uns minutos e eu disse
a ela sobre Brock. Ela estava tão triste quanto os outros.
169
“Como você está realmente indo, Steph?” ela perguntou, sua voz
soando distante por causa da conexão do Skype.
Geez. Fiz biquinho. “Eu pareço uma bagunça gostosa ou algo do tipo?”
“Obrigada.”
Alguns minutos depois das nove, meu telefone tocou. Minha mão
congelou no meio do caminho da minha boca e um quadrado laranja caiu,
parando em meu peito enquanto meu olhar ia para onde meu celular estava
apoiado no braço do sofá.
Era do Nick.
13
Um tipo de salgadinho de queijo.
170
Era isso? Quase nove horas depois era essa sua resposta? Minha mão
apertou em volta do celular. Eu queria responde-lo e exigir o porquê havia
levado tanto tempo para ele responder, mas eu não era dessas. Ou, pelo
menos, não era assim antes, mas agora eu era?
171
Quando cheguei em casa na quarta, eu imediatamente peguei a calça
do pijama de flanela e um moletom solto e fui falar com minha mãe. Ela
estava feliz que eu havia dito a Nick e, enquanto ela tentava manter a calma
no telefone, eu podia dizer que ela estava animada por estar a oito meses de
se tornar avó.
Eram quase sete e meia quando sai do telefone com ela, e eu estava
olhando o estoque de comidas na minha dispensa. Eu tinha feito a viagem
mais que necessária ao mercado depois do trabalho na segunda, estocando
todas as comidas que descobri no confuso, porém muito útil site para quase
mães.
Eu meio que gostava mais das carnes gordas, porque, você sabe, essas
coisas tinham um gosto melhor.
Cheez-Its ou Pringles? Era isso que estava debatendo quando ouve uma
batida a porta.
172
Bem, espere. Por que eu me importava com minha aparência ou o que
ele pensaria dela? Eu estava brava com ele. E eu poderia parecer pior. Eu
poderia ter Cheez-Ir preso em meu peito ou coisa do tipo. Eu abri a porta,
pronta para exigir o que ele estava fazendo aqui.
Antes que pudesse abrir minha boca, Nick entrou, como se ele tivesse
todo direito de fazer isso. Um capacete estava debaixo do seu braço e uma
jaqueta de couro esticada sobre seu peito.
“Então você ainda tem uma moto?” Eu deixei sair e, cara, essa foi
uma pergunta estúpida.
173
irritar. Eu não sei o que exatamente, então você poderia ser gentil o
suficiente para me atualizar?”
“Eu acho... eu acho que estava brava pelo tempo que te levou para
responder minha mensagem na Segunda.” Fechei meus olhos, me odiando por
dizer isso em voz alta, porque era parcialmente verdade. “Eu apenas pensei
que você... um, responderia mais rápido.”
Mas não era para lá que ele estava me guiando. Ele me levou para o
sofá e se sentou, me puxando para baixo para que me sentasse ao seu lado,
minha coxa pressionada contra a sua e, desde que minha cabeça estava
navegando feliz, o contato mandou uma onda de calor por mim.
Eu precisava me controlar.
174
Meu olhar caiu dos seus lindos olhos até uma área abaixo do cinto.
Ou transar.
Ele virou sua cabeça um pouco. “Yeah, eu não acredito em você. Seu
rosto corou de repente e seus olhos estão sem foco – Espere, você está bem?
Isso é o...”
“Estou bem.” Não era como se eu fosse contar a ele que estava
excitada. Eu soltei minha mão e a coloquei entre meus joelhos. “Então...
sobre o que eu estava certa?” Sem olhar para ele, eu sabia que seu olhar
estava fixo em mim e era esse olhar intenso que me fazia sentir como se ele
enxergasse através de mim.
Ele ignorou minha pergunta. “Mas você deveria ter tido a coragem de
me ligar imediatamente. Nós poderíamos ter lidado com isso em vez de ficar
dois dias sem contato e me fazer perguntar ontem a Roxy se você estava
morta.”
175
“Eu não tenho bolas,” eu disse, maliciosamente. A loucura era que em
outra situação, eu teria chamado sua atenção imediatamente. Eu não teria
remoído isso.
Um lado de seus lábios se curvou para cima. “Então você deveria ter
tido um ovo fertilizado para chamar minha atenção imediatamente.”
“Oh meu Deus.” Eu levei minhas mãos ao meu rosto enquanto ria.
“Isso soa muito errado, Nick. Muito errado.”
“Yeah, você está certa. Isso soou estranho.” Ele riu enquanto eu
abaixava minhas mãos.
Eu concordei. “Yeah, estou, mas essa não é uma desculpa. Não é...”
“Tem um motivo que eu não entrei em contato com você até aquela
hora, na noite de segunda. Eu cuido do meu avô.” Essa afirmação me pegou
desprevenida. Nick estava olhando para frente, todo o humor de antes havia
sumido de seu lindo perfil.
“O que?” eu sussurrei.
Ele limpou sua garganta antes de falar. “Meu avô – seu nome é Job.”
Seus lábios cheios se curvaram em um pequeno sorriso. “Eu sei que é um
176
nome estranho. Minha família é Romani14. Você provavelmente nos conhece
por outro termo. Cigano. Apensar que a maioria de nós não gosta desse termo.
Nem um pouco.”
Wow. Meu chute que ele tinha descendência hispânica passou bem
longe. Ele era realmente um Romani? Por alguma razão bizarra, eu estava
absolutamente fascinada por isso, provavelmente porque eu nunca havia
conhecido um. Haviam alguns Romanis que viviam perto de Martinsburg, de
acordo com aqueles reality shows da TV, mas eu nunca os vi. Mas esse não era
realmente o tempo para eu estar fazendo milhares de perguntas sobre sua
descendência e soar completamente ignorante.
“E antes que você pergunte, minha família está vivendo nessa região a
anos. Eu frequentei a escola pública e eu não cresci em uma caravana de
trailers,” ele continuou, suas sobrancelhas escuras franzidas. “Eu sei que tem
vários estereótipos sobre nossas culturas, mas a maioria é completamente
romanceada.”
“Bem, meu avô cresceu em Cuba. Ele veio para os Estados Unidos
quando era adolescente,” eu disse a ele, dando de ombros. “De qualquer
modo, eu pensei que poderia... poderia apenas dizer isso.”
14
Também conhecidos como ciganos. Essas populações constituem minorias étnicas em
inúmeros países do mundo e são conhecidas por vários exônimos. O endônimo "rom" foi
adotado pela "União Romani Internacional" (em romani: Romano Internacionalno Jekhetanipe)
e pela Organização das Nações Unidas
177
enfermeira em casa que fica com ele nas noites, me dando uma folga quando
eu preciso trabalhar.”
“Ele deu uma boa piorada esse último ano, mais ou menos, mas não
costumava ser assim. Havia semanas onde ninguém poderia dizer que havia
algo de errado com ele. Sabe? Ele apenas tinha seus momentos de confusão.
Como quando ele repetia o que disse uma hora depois ou quando ele aparecia
com sua camisa abotoada errado – pequenas coisas. E, então, isso mudou, mas
é assim que a doença age. Ela progride, e ele tem esses episódios onde eu
preciso estar lá com ele. Ele fica bem estressado quando ele não reconhece a
enfermeira. Inferno, na maior parte do tempo ele nem me reconhece.”
“Mas ele costuma ficar confortável a minha volta. Talvez seja algo
que herdei dele que ele sabe que tem no meu sangue. Os médicos não acham
que é por isso, mas que seja.” Nick exalou, cansado. “Mas quando ele está
estressado, leva muito tempo para conseguir acalma-lo. Às vezes ele pode
ficar... violento. Ele não faz de propósito. Eu acho que ele só está confuso e
com medo. De qualquer modo, ele começa a jogar coisas e, por mais que a
enfermeira seja paciente e compreensiva, eu não me sinto bem em deixa-la
lidando com isso. E segunda, eu deixei meu celular no meu carro e eu nem
mesmo pensei nele até de noite, e até lá...”
178
quebra-cabeças que eu não conseguia montar. Qualquer que fosse a
concepção que fiz dele antes estava totalmente errada. Cuidar do seu avô
doente era algo que muitas pessoas não fariam. Cuidar, mesmo quando você
tinha um profissional ajudando, não era como passear no parque. Eu sabia que
isso poderia ser estressante como estar com algum tipo de doença. O fato que
ele em seus vinte e seis anos, já tendo passado alguns, Nick cuidava do seu
avô, isso me impressionou.
Seu olhar caiu para onde minha mão estava. “Eu não te contei isso
para que sentisse pena de mim.”
“Pode ser que esse venha ser o caso,” ele disse, sua voz baixa.
Eu apertei seu braço. “E se chegar nisso, não vai ser porque você não
se importa com ele. Eu acho que você sabe disso.”
179
“Parcialmente.” Nick se encostou no sofá, fazendo minha mão
deslizar até a dele. E eu a deixei ali.
“Eu sei das coisas. Coisas importantes.” Ele sorriu. “Além do mais,
você é como uma versão crescida e sexy de Pippi Longstocking.”
15
Protagonista de uma série de livros da autora sueca Astrid Lindgren. A história foi adaptada
para televisão em 1963.
180
“Mas eu prefiro você,” ele adicionou, seu olhar caindo.
“Eu acho que você gosta do fato que consegue ver mais pele,” Eu o
corrigi.
“Nisso você me pegou.” Sugando seu lábio inferior entre seus dentes,
ele se inclinou para frente. “Posso fazer uma coisa?”
Nick se virou para que estivesse de frente para mim, e, quando sua
mão se moveu para meu estomago, eu percebi que provavelmente deveria ter
perguntado a ele o que ele queria fazer antes de ter dado permissão. Um
segundo depois a palma de sua mão parou em minha barriga.
Oh Deus.
Oh cara.
“Está logo aqui,” ele continuou. “Uma parte de você. Uma parte de
mim. Não importa como isso aconteceu, é bem incrível.”
181
Meus ovários podem ter explodido.
Nick abaixou sua cabeça um pouco e sua barba por fazer arranhou um
pouco meu queixo. Eu engoli um gemido enquanto calor me invadia. Sua
palma deslizou do meu estomago, espalhando as chamas enquanto ele
colocava sua mão em meu quadril. Ele pressionou sua testa contra meu ombro
e seu hálito quente pinicou meu pescoço.
182
Nick se afastou, e ele não me beijou, mas quando olhei para ele, eu
sabia que em sua cabeça estava no mesmo lugar que a minha. Seu peito subia
e descia pesadamente e seu olhar parecia nublado. Olhando para baixo, não
tinha como esconder o volume em seu jeans.
Puta merda...
“Então, o que você vai fazer essa noite?” Ele perguntou, sua voz
profunda e rouca.
“Eu não tenho planos.” Umedeci meus lábios. “Você vai até o Reece?”
Ele balançou sua cabeça. “Eu não vim aqui para ver ele. Eu vim ver
você.”
Uma grande parte de mim estava esperando que ver um filme fosse
um código para ficar nu, mas eu escolhi um que achei que interessaria a ele –
o filme 300 - e ele voltou cheio de aperitivos, assim como havia dito.
183
e eu meio que gostei disso. Não. Não exatamente isso. Eu realmente gostei
disso.
O calor de Nick exalava dele, indo para mim. Uma vez que parei de
enfiar comida em minha boca, eu me encontrei inclinando para ele. Não de
propósito. Era algo que eu não estava totalmente no controle, mas em algum
momento todo meu lado direito estava pressionado ao seu esquerdo, e eu
braço esquerdo estava na parte de trás do sofá.
184
Capítulo Dezesseis
Eu estava quente, mas não muito, mas o calor fez minha consciência
acordar. Eu, de vagar, fui acordando e as teias de aranha que me prendiam ao
sono foram sumindo enquanto abria meus olhos. Minhas sobrancelhas
franziram enquanto encarei a TV. O volume estava baixo, mas eu conseguia
ouvir algum comercial estranho. Uma luz fraca entrava pela janela.
Mas que...?
Foi nesse momento que percebi que não estava sozinha. Perdi o folego
enquanto meu arredor começou a fazer sentido. Enrolada de lado, minhas
costas estavam pressionadas contra a fonte de todo esse calor.
Nick.
Mas ele estava aqui, não com sua mão apoiada em meu quadril, mas
na parte baixa da minha barriga. Na leve luz da manhã, eu encarei sua mão
com certa admiração. Ele tinha colocado sua mão ali de propósito? Era um
gesto tão protetor, tão masculino. Ou ele tinha feito isso enquanto dormia?
185
estava começando a ver quem Nick realmente era. Algumas peças desse
quebra-cabeça estavam aparecendo em seus lugares. Não todas, mas algumas.
A tensão que estava sobre meus ombros desde quando descobri que
estava grávida começou a aliviar. Era como um chamado. Não importava o
que acontecesse entre Nick e eu, ele estaria sempre ao lado de nosso... nossa
criança. Eu não estava nisso sozinha.
Sim, ter ficado grávida foi o que realmente nos uniu, mas bem que
não poderia ser o único motivo.
186
Levantei meu queixo e meu olhar encontrou olhos verdes claros
sonolentos. Meus batimentos aceleraram enquanto seu dedão continuava a se
mover, agora desenhando um meio círculo. Eu inalei profundamente enquanto
meu corpo começava a acordar e reconhecer a proximidade. A ponta dos
meus seios endureceu, empurrando contra a taça do meu sutiã. Com cada
respiração, a excitação aumentava e eu ficava dolorosamente consciente
dela.
“Você ficou.”
“Eu mandei uma mensagem para a enfermeira. Ela ficou. Acho que
precisava das horas extras, já que ficou bem feliz com isso.”
187
Abaixei meu olhar. “Eu espero que isso não tenha custado muito.”
“Não custou.”
“Yep.” Ele sorriu para mim. “Você soa como uma motosserra
pequena.”
Seu olhar estava sombrio. “Como você sabe? Você estava dormindo.”
Eu abri minha boca para protestar, mas ele tinha razão, como eu
poderia saber? Eu nunca dormi com um cara, nem mesmo com o que namorei
no colegial e, enquanto estava na faculdade, minha colega de quarto tinha o
habito de dormir com tampões de ouvido. Oh meu Deus, talvez era por isso
que ela usava eles.
Ele me olhou sério por uns dois segundos antes de começar a rir.
“Não. Você não ronca. Estava mentindo.”
“Seu babaca!” Fiz uma careta enquanto batia nele. “Aqui estava eu
pensando que realmente soava como uma motosserra.”
Seu sorriso era fácil enquanto ele levantava sua mão da minha barriga
e arrumava uma mecha do meu cabelo que havia escapado das tranças,
188
tirando ela do meu rosto. “Vamos lá, você teria como saber se ronca ou não.
Algum cara já teria te dito.”
“Eu nunca dormi com um cara,” eu admiti. “Então isso não teria sido
possível.”
“Babe, você não tem ideia do quão alto estou sonhando agora.”
“Eu quero fazer algo,” ele disse enquanto sua mão ia mais ainda para
o sul. “Mas eu não acho que você vai deixar.”
Oh Deus.
Ele abaixou sua cabeça um pouco e eu senti seu hálito dançando sobre
minha bochecha. “Eu quero sentir você gozar em volta dos meus dedos.”
189
Havia uma boa chance do meu coração ter parado enquanto eu me
reposicionava. E eu o senti duro contra minha coxa.
“Sei que as coisas estão... diferentes agora,” ele disse, aqueles seus
lábios passando pela curva da minha bochecha enquanto ele falava. “E eu
pensei que não iria querer complicar as coisas, mas eu tenho de ser honesto
com você. Eu sou totalmente a favor de complicações. Eu quero tudo com
você.” O aperto em minhas calças afrouxou. “Então, você vai me fazer ganhar
o dia?”
Nick trouxe sua mão para cima, logo abaixo do meu ombro, e a deixou
ali, quase reverentemente, até que sua mão deslizou, para baixo do elástico
da minha calça de moletom. “Puta merda,” ele gemeu. “Me diga, esse tempo
todo você não tinha nada por baixo disso?”
190
“Nada.” O calor transformou meu sangue em lava. “Eu não esperava
alguém noite passada.”
Seus dedos vagaram mais para sul e ele usou seu joelho para afastar
minhas pernas. “Então você fica assim quando está em casa sozinha? Sem
calcinha?”
“Na maioria das vezes,” perdi o fôlego quando a ponta de seus dedos
passou sobre o ponto sensível.
“Você é tão macia aqui. Acho que a única parte sua que é assim.”
Eu queria dizer a ele que não era bem assim. Que eu era uma bela de
uma preguiçosa, mas um de seus dedos ficou mais aventureiro, deslizando
dentro de mim. Meu quadril respondeu, levantou ele mais profundamente, e
seu gemido de resposta mandou outro raio por mim.
Nick moveu sua mão para que sua palma estivesse pressionada contra
o pico de nervos, extraindo um gemido de mim.
191
O ritmo de seus dedos acelerou, indo mais profundamente e mais
rápido, e a tensão que estava acumulando continuou até que rompeu,
mandando raios de prazer por mim. Meus gemidos soaram abafados e meu
quadril levantou do sofá quando a liberação aliviava nos pequenos choques.
Uma nova onda de luxuria passou por mim enquanto seus dedos
apareciam novamente. “Melhor café da manhã que já tive.”
Sua expressão ficou tensa. “Por mais que eu vá me odiar por fazer
isso, eu vou ter de.”
“Sim.” Eu tentei alcança-lo de novo, mas seu aperto ficou mais forte.
192
“Pensei que você quisesse um shake de proteína?”
193
Capítulo Dezessete
Mas isso não significa que ele desapareceu depois de sair do meu
apartamento na quinta de manhã.
Na noite de sábado eu fiz algo que foi uma novidade para mim. Eu
mandei uma mensagem para Nick antes que eu fosse dormir. Eu tinha feito
isso, rindo como tivesse dezesseis, e sua mensagem em resposta colocou um
sorriso em meu rosto.
Isso era algo que eu realmente nunca passei muito tempo pensando.
194
Por sorte, a náusea não tinha piorado enquanto a gravidez progredia.
Com seis semanas, ela ainda estava ali, mas eu tinha me acostumado com o
que agora eu considerava um baixo alerta aos vômitos. Eu sabia que eu tinha
sorte porque algumas mulheres tinham mal-estares matinais péssimos. Pelo
que consegui aprender no dia que descobri que Avery estava grávida, ela era
uma dessas pobres almas que passavam a maior parte da tarde de repouso.
Minha mãe estava convencida que minha gravidez seria como a dela –
relativamente fácil – e eu esperava que esse fosse mesmo o caso. Talvez se eu
não perdesse muito tempo quando precisasse da licença maternidade, meu
chefe não surtaria tanto.
Mas isso não significava que minha mãe não estava preocupada.
Quando falei com ela no Sábado, ela tentou perguntar se eu havia pensado no
futuro e se eu estava fazendo algum plano. A pergunta me pegou de surpresa.
Além de manter esse bebê e tentar conhecer Nick melhor, possivelmente
terminando junto a ele, eu não tinha feito nenhum plano além da minha
primeira consulta.
Quando minha mãe percebeu isso, ela me disse que eu tinha tempo,
mas não tinha como disfarçar o tom de preocupação em sua voz e a bola de
ansiedade que me tornei. O que eu estava esquecendo? Eu tinha marcado
minha primeira consulta. Eu estava tomando vitaminas pré-natais e comendo
as comidas certas.
Claro, eu não tinha bebido uma gota desde que descobri e tinha
diminuído a ingestão de cafeína. Mas o que mais eu poderia planejar? Era
muito cedo para ficar obcecada com roupinhas de bebe ou começar a escolher
os moveis.
195
Onde eu colocaria um berço e tudo mais? No meu closet? Isso soava
como negligencia ou coisa do tipo.
“O que? Bem que eu queria. Você sabe o quão mais fácil minha vida
seria?” Katie mordeu seu lábio cheio de gloss. “Eu passo pelo menos uma hora
por dia costurando coisas e usando cola quente.”
196
Minhas sobrancelhas levantaram enquanto eu trocava um olhar com
Roxy.
“Às vezes você precisa estar usando as roupas para ter certeza que os
acessórios estão certos,” Katie explicou, totalmente séria. “Não é como se
eles fizessem maios com diamantes organizados no formato de um pau ou de
uma bunda.”
197
quase alivio instantâneo se alojou em meu estomago. Se Nick estava ou não
brincando por aí com outras pessoas era algo que eu não me permitia pensar.
Uma pequena parte de mim achava que ele estava, mas não havia um rotulo
entre nós e, mesmo que eu achasse que ele estava atraído por mim e o fato
que estamos ligados por esse bebê, isso não significava que ele tinha se
acalmado.
Abri minha boca, pronta para negar isso, mas eu estava cansada de
fingir. E era isso que eu estava fazendo. Era algo maior que apenas contar
para minhas amigas, compartilhar minha vida com elas. Mais cedo ou mais
tarde elas iriam descobrir a verdade.
Nervos fizeram meu estomago revirar. Eu não tinha certeza como elas
iriam reagir ao que eu estava prestes a contar. Também não tinha certeza de
como Nick iria reagir, quando ele soubesse. “Nós... nós mantivemos contato,”
Eu disse.
“Na verdade, não.” O que ele tinha feito quinta de manhã não
contava. “Nós não transamos mais desde a primeira vez.”
Katie deixou cair a salsicha. “Um porco acabou de passar voando pela
janela.”
198
“Puta merda, menina. Eu não conheço nenhuma outra mulher que
Nick passou algum tempo depois de ter transado e elas...”
Eu olhei para ela por um bom tempo. “São seus poderem psíquicos
começando a funcionar de novo?”
“Claro sabichona.”
“O que isso quer dizer?” Roxy levou o copo até sua boca.
Chá voou pelo ar, por sorte na direção do balcão. Eu bati minha mão
contra minha boca, lutando para não rir, enquanto Katie congelava e me
encarava. Acho que seus poderes psíquicos de stripper não tinham ajudado ela
a prever isso.
199
“Yeah,” eu disse, sorrindo um pouco enquanto colocava meu garfo de
volta no prato. Com meu apetite sumindo, eu me forcei a manter um sorriso
em meu rosto, mas foi difícil. A reação ao saber da gravidez de Avery foi bem
diferente da minha. Como se estivessem a dois continentes de distância. Eu
mordi meu lábio inferior enquanto franzia o cenho. “Eu sei que eu e Nick não
estamos juntos. Talvez vamos ficar um dia. Eu não sei. Eu meio que espero
que esse seja o caso, mas agora estamos trabalhando em... em conhecer um
ao outro, mas nós decidimos continuar com isso.”
A boca de Katie caiu aberta de novo, mas ela não disse nada.
Eu olhei para baixo, pela primeira vez sem ter certeza do que tinha
acabado de fazer. Talvez eu devesse ter mantido minha boca fechada. “Eu
pulei algumas das pílulas enquanto estava me mudando e a camisinha
estourou,” eu disse, sentindo a necessidade de explicar para que elas não
achassem que eu estava tento sexo sem proteção por aí. “Eu sei que isso não
é a forma tradicional e...”
“Certo.” Katie disse. “Eu nem mesmo acho que minha mãe sabia
quem meu pai era.”
200
“Um. Okay.” Roxy piscou, voltando sua atenção pra mim. “O que
estamos tentando dizer é que estamos apenas supressas, mas não vamos
julgar nem você nem Nick.”
“Vocês estão felizes com isso?” Katie perguntou, mais direta que o
normal.
“Virou geleca?” Roxy disse, seus olhos sem foco. “Porque é isso que eu
teria feito.”
“Pulou nele e tirou suas roupas?” Katie perguntou. “Porque é isso que
eu teria feito.”
Ri um pouco. “Eu acho que meus ovários explodiram, mas eu meio que
fiquei ali sentada. Foi como... não tenho palavras para descrever o momento,
eu acho.”
“Wow,” Roxy disse depois de um tempo. “Eu não acredito que Nick
vai ter um bebê. Que você vai ter um bebê.”
201
“Ele vai ser um grande pai,” Eu disse imediatamente.
Seus olhos encontraram os meus e ela concordou séria. “Yeah, ele vai
ser.”
Eu estava imaginando se ela sabia sobre seu avô, mas se não, eu não
me sentia na posição para contar. O resto da conversa se centrou em coisas
sobre o bebê – coisas malucas. Como se eu queria um menino ou menina. Se
eu já tinha escolhido nome. E quem mais sabia.
A pele em volta dos olhos de Roxy enrugou enquanto ela ria. “Eles
terminaram juntos no final?”
Fazia anos desde que eu tinha visto esse filme então eu não me
lembrava, mas pior mais idiota que isso soasse, eu esperava que sim. Mais
bizarro ainda é que enquanto nos levantávamos para ir embora, eu continuava
a pensar no que Katie tinha dito antes. Que eu iria quebrar o coração de Nick.
16
Knocked Up é um filme de comédia dramática e comédia romântica estadunidense de 2007
co-produzido, escrito e dirigido por Judd Apatow. O filme é estrelado por Seth Rogen,
Katherine Heigl, Paul Rudd e Leslie Mann.
202
“Você vai achar a coisa mais chata do mundo,” Nick disse, depois que
eu perguntei a ele o que ele estudou na faculdade. “Na verdade,
provavelmente é a coisa mais chata. Contabilidade.”
Essa tinha sido sua resposta depois que eu contei a ele que havia
atirado a bomba em Roxy e Katie. Ele simplesmente disse, “Hey, vou fazer
janta para você essa noite. Espero que goste de frango assado.”
“Eu sempre tive uma queda por números. Parecia a coisa mais logica a
fazer. Ter um diploma superior. Estava pensando em ter aquelas aulas online
para um MBA – espere,” Nick disse enquanto pausava, uma faca tipo a usada
por um serial killer em sua mão. No balcão tinha alface, tomasse e um
pepino. “O que você está fazendo?”
“Desculpa?”
203
“Você é tão prestativo.” Eu sorri enquanto colocava uma mecha do
meu cabelo atrás da minha orelha.
Ele inclinou sua cabeça para o lado. “Esse sou eu. Sr. Prestativo.
Disposto a se sacrificar pelo time, mesmo que isso signifique que eu tenho de
tocá-los.”
“De acordo com esse site que encontrei, que detalha o que pode se
esperar em cada semana, é. Eles estavam doloridos, mas hoje estão apenas
sensíveis.” Eu pausei, me inclinando contra o balcão. “O bebê está do
tamanho de um girino agora.”
Ele olhou para cima, longe do que estava fazendo, seus olhos
brilhantes. “Isso é... pequeno.”
204
“Não precisa se desculpar.” Ele cortou o tomate perfeitamente. “Na
verdade, eu estou feliz por você ter dito algo. Eu não gosto de manter meus
amigos no escuro. E eles ficaram bem com isso. Estão felizes por mim – por
nós.”
205
passo com suas longas pernas, ele estava exatamente na minha frente. Ele
levantou seus braços e suas mãos estavam nas minhas bochechas, inclinando
minha cabeça para trás e fazendo nossos olhares se encontrarem.
“Eu que sou o sortudo,” ele disse, seus olhos procurando os meus.
“Você não tomou nenhuma decisão sobre esse bebê sem me envolver. Você
não me tirou essa escolha. E isso é algo que eu sei que você não sabe, mas eu
nunca pensei que teria um filho. Não por não querer um, mas porque eu só...
só nunca pensei que fosse acontecer. Eu não estava brincando quando disse
que não tinha relacionamentos, mas com você – com isso – isso é diferente.
Yeah, isso foi uma grande surpresa.” Seus dedões acariciavam meu maxilar.
“Mas não tem uma parte de mim que não percebe o quão sortudo eu sou.”
Seu olhar caiu para minha boca e eu fiquei tensa, o olhar faminto em
suas feições era difícil de ignorar. “Você pode fazer o que quiser.”
Aqueles olhos verdes quentes voaram para os meus. “Eu vou ter de
chutar e dizer que Roxy anda falando demais ultimamente.”
206
“Por que?” Suas sobrancelhas levantaram. “Eu não sei.”
Nick enrugou sua testa enquanto ele parecia realmente refletir sobre
minha pergunta. Ele abaixou suas mãos, mas não se afastou. “É só que...
houve oportunidade...”
Inclinei a cabeça para trás enquanto piscava. Foda-se? Essa não era a
resposta que eu esperava, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, suas
mãos voltaram para minhas bochechas e ele inclinou minha cabeça mais para
trás de novo. Ele abaixou sua boca para a minha.
E ele me beijou.
207
Capítulo Dezoito
O primeiro contato de seus lábios contra o meu abalou meu ser. Fazia
tanto tempo desde que fui beijada, realmente beijada, e eu já tinha me
esquecido da sensação disso, mas mesmo com a memória curta, eu sabia que
esse iria desbancar todos os outros beijos de longe.
Seus lábios deslizaram sobre os meus uma, então outra vez, como se
ele estivesse mapeando o layout, memorizando tudo. Quando ele inclinou sua
cabeça para o lado, eu senti sua língua passando sobre meus lábios. E não
houve nenhum momento de hesitação da minha parte.
“Isso é o porquê,” Nick disse com a voz pesada. “Isso aqui é o motivo
deu não ter ficado com ninguém mais.”
208
“Não só um beijo.” Ele balançou sua cabeça enquanto passava seu
dedão pelo meu lábio inferior. “É o jeito que eu te sinto contra mim – o jeito
que seu corpo fica mais macio contra o meu. São os pequenos sons que você
faz quando está gostando do que estou fazendo. O jeito que eu fico mais duro
que um bastão de baseball só de pensar em seu nome. E tem sido desse jeito
desde que eu te vi naqueles malditos shorts.”
“Não brinca.” Sua voz ficou um pouco mais grave. “Eu vou ser
honesto. Depois que ficamos, eu queria voltar logo para dentro de você e foi
bem difícil não te encontrar acidentalmente nos dias seguintes. Eu não queria
pensar que aconteceria de novo. É assim que trabalho, mas quando você lavou
o bar com minha bunda, você chamou minha tenção e isso não vai a lugar
algum.”
“Eu sei que disse que queria que fossemos amigos, mas, obviamente,
eu sou um bosta em seguir o limite imposto pela amizade,” ele continuou, seu
olhar nunca deixando o meu. “As coisas são diferentes agora em comparação
ao que eram.”
“Eu não sei o que vai acontecer entre nós, mas eu sei que não
podemos apenas ser amigos.” Ele apoiou sua testa contra a minha e minha
respiração ficou irregular. “E eu sei – yeah, eu sei – que você não pode ser só
minha amiga. Amigos não beijam desse jeito e amigos, com certeza, não
gozam do jeito que você fez em volta do meu pau ou dos meus dedos.”
Oh céus.
Aqueles lábios se curvaram. “Então é por isso que eu não fiquei com
mais ninguém e não estou planejando mudar isso. Não quando você e eu
vamos tentar tirar o melhor proveito disso.”
209
Melhor proveito? Meus pensamentos giraram e giraram na minha
cabeça. Eles não eram os mais românticos ou os mais promissores, mas eles
eram a verdade e, além disso, eles eram expectativas realista, e isso era algo
que eu dava mais valor que palavras bonitas.
Fazer o que havia entre nós funcionar foi imediatamente testado nem
cinco minutos depois que terminamos o jantar delicioso. A enfermeira ligou.
Nick atendeu de cara. “O que aconteceu, Kira?” O que quer que ela
disse no telefone não foi bom porque seus olhos fecharam e ele apertou a
ponte em seu nariz. “Não – tudo bem. Eu vou logo para aí. Yeah – não, tudo
bem.”
“Me desculpe. Meu avô está tendo outra... coisa.” Ele começou a se
levantar.
Eu não levei para o lado pessoal, mas eu queria dizer a ele que
poderia lidar com o que quer que estivesse acontecendo com seu avô. Porém
eu não queria atrasar ele ainda mais. Nick foi em direção a porta, vestindo
sua jaqueta no caminho. Mas antes dele sair, ele voltou para onde eu estava e
210
me beijou. Quase como o primeiro beijo, as sensações que isso evocou eram
fortes e devastadoras, com todos os sentimentos sendo trazidos para
superfície.
Dan, um dos irmãos Lima que eu tinha conhecido no meu primeiro dia,
tinha levado Rick e outra pessoa do comercial para uma viagem de negócios
pela costa leste. Eu queria dar uma pequena festa na minha mesa. Talvez eu
tivesse sorte e Rick iria terminar do outro lado do país. Minha ultra
sensibilidade a cheiros e idiotas aprovava a ideia.
211
Pegando minha bolsa, eu fui para o andar da academia e
imediatamente vi Nick atravessando a rua, vindo à minha direção. Sai e
esperei na calçada.
Seu cabelo escuro estava crescendo, e eu gostei que ele estava usando
ele penteado. Era propositalmente bagunçado e combinava com suas feições,
suavizando as linhas mais duras. Vestindo sua jaqueta de couro, ele subiu na
calçada e andou na minha direção. Eu não consegui conter o sorriso que se
formou. Eu era uma menininha.
Ele riu enquanto terminava com o último botão perto do meu pescoço.
“Não quero que você fique doente.”
Desde que isso era meio que fofo, eu não desfiz o último botão mesmo
que parecesse que ele estava a centímetros de me enforcar. “Eu pensei que
poderíamos ir nesse restaurante a umas duas quadras daqui. Eles são rápidos e
eu sempre consigo um bom lugar.”
212
“O que?” eu ri.
Ele sorriu. “Estou brincando. Apesar de que Roxy convenceu o Jax que
todos nós deveríamos nos fantasiar para o Halloween nesse sábado.”
“Eu sei, certo? Eu acho que Roxy vai ficar surpresa,” ele respondeu,
sorrindo. “Na verdade, eu vim aqui de manhã para falar com as pessoas da
admissão sobre o programa de MBA online da Strayer University.”
O frio que gelava minha pele tinha pouco a ver com o vento. “O que
está dizendo?”
213
Nick olhou para mim, sua expressão neutra até que vi seus olhos. Dor
estava nascendo ali, totalmente visível. “Eu não acho que ele tenha muito
mais tempo.”
Ele estava ali parado e colocou suas mãos em seu bolso. “Yeah, na
terça eu tive que leva-lo ao médico e com todas as crises ficando cada vez
mais frequentes, está meio que na cara, sabe? Ele esteve entre os dois últimos
estágios da doença, o seis e o sete no ano passado, mas agora ele
definitivamente está no último e ele começou a ter problemas para engolir
e... yeah, está acontecendo.”
Eu pressionei minha mão contra meu peito, sobre meu coração. “Eu
não sei o que dizer.”
“Eu sei. Não é nem fácil pensar sobre ele partindo, porque não
importa o quão ruim as coisas foram enquanto crescia, ele sempre esteve
comigo.” Ele passou de falar e olhou para longe. “Não quero tira-lo de sua
casa, então eu vou me encontrar... com o hospício na próxima semana.” Nick
limpou sua garganta. “Então quando eles vierem vê-lo, eu acho que terei
tempo com ele, mas... está próximo do fim. Eu sei que está.”
Não havia palavras para situações como essa, então eu dei um passo
para frente e coloquei minha mão em seu braço. Seu olhar voou para o meu e
eu me estiquei, pressionando meus lábios contra sua bochecha. Quando voltei
a ficar ereta, eu ainda estava segurando seu braço. “Eu gostaria de conhecer
seu avô, Nick.”
Ele não respondeu por um momento. “Não é fácil ficar perto dele, às
vezes.”
Nick parecia com alguém que queria dizer mais, mas ele deu um passo
para o lado e abriu a porta do restaurante. “Vamos lá. Vamos nos estufar.”
214
Nós tivemos um bom almoço, conversando sobre nada importante e
Nick nem mencionou seu avô de novo. Não havia como enganar que mesmo
que eu e Nick estivéssemos tentando trazer nossas vidas para a superfície,
algumas coisas ainda estavam bem longe.
Sua resposta me fez rir. Eu não sugeri que você viesse e ficasse
bêbada. Então, por que não? E a próxima mensagem apontou o fato que Avery
já esteve ao Mona’s depois de descobrir que estava grávida. Eu tinha me
esquecido disso, mas eu lembrava de Cam ao seu lado como se fosse seu
próprio para-choque, protegendo-a se alguém se aproximasse demais.
Yeah, por que não. Eu ainda não tinha tanta certeza então decidi
perguntar ao Google e, imediatamente me arrependi de ter feito, por causa
das opiniões. Por Deus, todos tinham opiniões. Mas a coisa mais hilária que
descobri quando digitei Está tudo bem para uma mulher grávida ir, o Google
215
auto-populou com Está tudo bem para uma mulher grávida ir para uma casa
mal-assombrada.
O consenso dizia que estava tudo bem para ir contanto que o lugar
fosse seguro. O Mona’s não permitia fumar dentro do estabelecimento e o
lugar não era uma loucura.
17
Pedaços de açúcar com aromas de uva, morango, melão, limão, entre outros.
216
O estacionamento do Mona’s era o oposto do lotado. No Halloween, eu
esperava que ele estivesse mais cheio, mas eu podia contar com ambas as
mãos a quantidade de carros que vi. Pegando minha clutch do banco do
passageiro, eu andei em direção ao bar.
Alguns dos caras mais velhos estavam nas mesas de sinuca, o som das
bolas batendo umas nas outras conflitando com a música. Meu olhar voou para
o bar. Muitos bancos estavam vazios. Enquanto andava para frente, eu vi que
Calla estava na cidade. Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo e
ela estava como garçonete, se o avental fosse um indicador disso. A camiseta
branca e os shorts pretos eram vagamente familiares. Mas foi o adesivo verde
no seu avental que entregou. Eu sorri.
Ela sorriu enquanto pegava uma garrafa de tequila. “Você não faz
ideia do tempo que estive planejando isso.”
217
“Pouco,” Roxy riu. “Mas vale a pena.”
Reece passou por mim, vindo da direção dos banheiros, vestido como
um prisioneiro, de camiseta e calças listradas. Irônico. “É meio estranho
minha namorada agora ser um menino na puberdade.”
“Só se você tornar isso estranho,” Roxy responder antes de voltar seus
olhos grandes para mim. “Fico feliz que você decidiu vir. Está fantasiada do
que?”
“Oh não. Eu não estou aberta para esse negócio de bebês tão cedo.”
Calla olhou para Roxy. “Talvez o próximo seja uma mini Roxy ou Reece
Anders.”
218
Calla fez um barulho com sua língua. “Você está se sentindo
enjoada?”
“Não agora, mas eu estive tomando tanto disso que acho que estou
viciada,” expliquei.
Ela olhou para porta no momento que duas mulheres entraram. “Como
estão seus enjoos matinais? Eu sei que Avery está passando por um mal
bocado.”
“Até agora eu tive sorte, porque não foi nada ruim. Minha mãe acha
que vai ser como sua gravidez.” As duas mulheres que entraram no bar se
sentaram em uma das mesas redondas no centro. Elas pegaram os menus. “Ela
teve uma gravidez bem calma.”
“Espero que sim. As coisas que a Avery tem passado me faz querer
nunca engravidar.” Calla deu de ombros. “Com Cam viajando entre Shepherd
e D.C., ele está perdendo toda a diversão.”
“Eu não disse a ele que viria.” Tomei um gole, amando como as bolhas
de gás passavam pela minha língua. “Eu meio que decidi vir de última hora.”
219
estou tentando dizer,” ele começou devagar, olhando para Roxy. “É que ele
provavelmente gostaria de saber onde sua mulher está e, se ela quiser, eu
posso ir chamá-lo.”
Roxy não pareceu surpresa. Seu cenho estava ainda mais franzido. “E
por que ele precisa saber onde ela está?”
“Ou talvez porque ele precisa perceber que ela é uma mulher crescida
que não precisa informar aonde vai.”
Seus olhos estreitaram. “Talvez ele saiba que ela é uma mulher
crescida e bem capaz, mas ele ainda se preocupa por sua segurança.”
Apoiei meu queixo em minha mão, usando meus dedos para cobrir
minha boca. Nessa altura do campeonato eu sabia que eles já não estavam
mais falando sobre mim. Calla passou correndo por nós, indo para cozinha. Ela
olhou estranho para Roxy e Reece.
Antes que Reece pudesse responder, uma porta abriu do outro lado do
bar e Jax saiu e, logo atrás dele estava Nick. Eu me endireitei no banco,
pressionando meus lábios juntos. Calla deve ter dito algo sobre eu estar aqui
porque o olhar de Nick voou direto para onde eu estava sentada. Enquanto
Jax entrava no bar, Nick veio direto na minha direção. Eu relaxei, começando
a sorrir.
220
Nossa pequena audiência consistia de Jax, Roxy e Reece, congelados
enquanto os piores motivos voavam pela minha cabeça para justificar essa sua
pergunta. Uma fatia de pânico passou por mim. Calor queimava meu pescoço.
“O que?”
221
Capítulo Dezenove
“Yeah, nós acabamos de ter essa conversa por você,” Roxy disse, seus
olhos afiados atrás dos óculos do Harry Potter. “E Reece não mandou bem.”
Nick estava ignorando todos. “Por que você não estaria aqui, em um
bar? Você está grávida.”
Eu abri minha boca, mas não havia palavras, então a bati fechada de
novo. Nick não estava exatamente bravo, mas como assustado, e minha raiva
cedeu a sua indecisão. Olhei ao redor e vi Roxy olhando como se estivesse a
segundos de bater na cabeça de Nick com uma garrafa de bebida.
“É seguro para mim estar aqui,” eu disse, minha voz baixa. “Não
estou bebendo. Não tem ninguém fumando. E eu duvido que vá haver uma
briga com toda essa gente.” Eu conseguia sentir calor viajando do meu
pescoço para meu rosto. “Eu até pesquisei na internet. Mulheres grávidas
saem.” Então eu comecei a balbuciar e nem mesmo sabia o porquê, mas eu
precisava me parar. “Eu estava entediada. Tudo que vim fazendo é ficar
222
sentada em meu apartamento noite depois de noite. É bem solitário e eu...”
por sorte, me interrompi antes que dissesse que sentia sua falta. Nesse
momento eu não sabia se seria algo bom.
Eu olhei para o lado para ver um homem mais velho, grande, careca e
com marcas de gordura espalhadas por sua camisa azul. Ele estava parado na
porta da cozinha e eu assumi que fosse o cozinheiro.
Olhando para o lado, eu concordei. Nick passou suas mãos por seu
cabelo enquanto se virava, andando de volta para a cozinha. Meu olhar caiu
para meu ginger ale. As bolhas apareciam pelo copo e, de repente eu estava
muito interessada nessas pequenas bolhas de felicidade de carbono, porque
eu conseguia sentir vários olhares em mim. Me ajeitei em meu banco, meus
pensamentos cobertos por névoa. Eu estava... incerta sobre ter vindo aqui
hoje, e me senti... embaraçada. Estava errado? Quero dizer, eu podia
entender ambos os lados dos argumentos, mas o que eu tinha dito a Nick era
verdade. Todo esse tempo sozinha estava me afetando.
223
chamou minha atenção. Ele, obviamente, não estava confortável. Isso era
verdade, mas porquê?
Por que isso importava agora? Eu peguei minha clutch, segurando ela
em meu colo enquanto meu olhar voltava para meu copo. As bolhas estavam
menos ativas. Pela primeira vez que eu consegui lembrar, eu estava me
sentindo fora de lugar e, por deus, isso não era bom. Quem diria que
engravidar seria tão ruim para a autoestima? Mas, novamente, talvez não
fosse a gravidez. Talvez fosse o fato que tudo que aconteceu nessas últimas
semanas foram coisas fora do meu quadrado.
“Hey.”
Quando não disse nada, Reece continuou, sua voz baixa. “Durante o
tempo que eu o conheço, ele nunca ficou a sério com ninguém. Ele,
provavelmente, vai precisar de uma curva de aprendizado quando se trata do
que dizer para não te irritar.”
Eu não consegui evitar rir, mas pela minha experiência era tão
inexistente quanto a dele nesse assunto, e eu não estava aqui para agir mal.
224
Bem, eu meio que agi mal daquela vez quando não respondi sua mensagem,
mas pelo menos, esse tipo de comportamento era algo privado.
“Hey,” eu disse, saindo do banco. “Eu vou sair daqui. Você pode
avisar a Roxy e Calla que eu disse tchau? Eu mando uma mensagem para
Nick.”
Reece levantou seu copo que eu achava que era de agua e me olhou
sobre a borda. “Yeah, posso fazer isso.”
Ficando na ponta dos pés, eu passei meus dedos pela foto emoldurada
enquanto exalava. Deus, eu sentia tanta falta dele, e eu não conseguia evitar
de imaginar o que ele diria sobre ter um neto – como ele iria se sentir. Ele
225
estaria orgulhoso ou desapontado? Não importava o que, eu sabia que ele
estaria me apoiando tanto quanto minha mãe.
“O que...?”
226
“Yeah, a vida costuma me provar o contrário.” Seus lábios passaram
sobre os meus enquanto falava, mandando uma série de calafrios pela minha
coluna. “De qualquer modo, eu preciso aprender a pensar antes de falar.”
227
Nick se moveu, me colocando na beira da cama. “Eu não olhei meu
celular.” Se endireitando, ele tirou sua jaqueta de couro. Ela caiu no chão
com um som forte. “Assim que vi que você tinha ido, eu falei com Jax. Ele me
deixou sair.”
Minha boca ficou seca enquanto eu dava uma boa olhada nele. As
coisas tinham sido tão rápidas e calorosas quando ficamos que eu nem tive o
tempo de apreciar toda a gloria do seu peito nu. Definido e duro, estômago
ondulado e quadril estreito e esguio. Aqueles jeans estavam baixos e meus
olhos seguiram a fina linha de pelo enquanto desapareciam por baixo do cos
do jeans.
Ele tirou suas botas, logo depois as meias. Eu não sabia que ver o pé
de um homem poderia ser uma sensação tão intima. Talvez eu só fosse
estranha assim. “Você não deveria se sentir desse jeito,” ele continuou,
trazendo meu olhar ao seu. “Eu não quero que se sinta.”
Seu jeans caiu e ele estava usando uma boxer preta justa.
228
Uma pequena parte de mim queria saber o que mais ele gostava em
mim, mas não foi isso que saiu da minha boca. “Fazia muito tempo desde que
fui beijada.”
Eu ri.
Havia uma verdade inegável em suas palavras, mas também havia essa
parte de mim que se perguntava se ele chegaria nessa mesma conclusão – se
eu estaria aqui com ele – se não tivesse engravidado.
Cem por cento másculo, ele era uma obra de linhas duras, músculos
definidos e beleza masculina. Ele não tinha vergonha nenhuma de estar aqui
na minha frente, e não tinha como enganar o quão pronto ele estava. E seu
tamanho? Whoa.
229
pelos meus braços até a barra da minha blusa. Sem dizer uma palavra, ele a
levantou sobre minha cabeça. Ela foi parar junto das suas roupas. A ponta dos
meus seios já estava pronta, doloridas.
Seu olhar abaixou e ele fez um som no fundo da sua garganta que
deixou meus joelhos fracos. “Esses...” Ele passou uma mão sobre a taça do
sutiã e minha respiração ficou presa. “Você não tem ideia do quanto estive
ansiando para ver eles.” Aquela mão subiu, sobre a renda preta e por baixo da
taça. Seu dedão passou sobre a ponta e uma onda de prazer irradiou dali, se
espalhando. “Tocá-los.” Sua outra mão foi para minhas costas e com a
precisão dos seus dedos, ele desabotoou meu sutiã.
Minha pele começou a corar enquanto meu sutiã era removido. Nua da
cintura para cima, eu mordi meu lábio enquanto eu deixava ele me olhar, e
ele o fez. Ele olhou até que senti que ele estava gravando a imagem em sua
memória, até que aquela vermelhidão se transformou em calor.
“Nick,” eu disse.
Ele balançou sua cabeça. “Eu não pude aproveitar tudo quando
ficamos. Estou corrigindo isso agora.”
Oh Deus, ele realmente estava. Ele gastou tanto tempo ali que quando
ele finalmente foi para meu jeans, eu estava quase fora de mim. Cada
respiração era errática e meus batimentos estavam acelerados, profundos
dentro de mim. Meus jeans foram retirados em um segundo.
Nick ficou de joelhos na minha frente, suas mãos em meu quadril. Seu
cabelo pinicava minha pele enquanto ele me beijava logo abaixo do meu
umbigo. “Isso é pra doce ervilha dentro de você,” ele disse, e meu coração
230
implodiu em uma pilha de gosma. “Yeah, eu estive fazendo minhas próprias
pesquisas. E isso...” sua cabeça abaixou e ele me beijou de novo, sobre meu
centro. Mesmo com o cetim entre seus lábios e minha pele, eu senti o toque
direto dentro de mim. “E esse é pra você.”
Nick levantou sua cabeça, me olhando por entre seus cílios escuros.
Aqueles olhos verdes brilhavam com o calor. “Eu acho que poderia passar anos
aqui.”
“Não. Não sou.” seus lábios passaram pela minha coxa. “Eu acho que
eu... yeah, eu preciso mudar isso.”
E, então, ele explorou, com suas mãos e seus dedos até que,
finalmente, com sua linda boca. Uma mão segurava meu cabelo, inclinando
minha cabeça para trás. Os beijos ficaram mais profundos, mais urgentes e
poderosos. Minhas mãos deslizaram sobre ele para cima e para baixo, meus
dedos envolvendo sua grossura. Seu quadril moveu e, então, minhas costas
estavam contra a cama.
231
Suas mãos estavam sobre meus braços e ele me levantou, me levando
para o centro do colchão, sua boca possuindo a minha. Nós éramos um
emaranhado de braços e pernas, de mãos abusadas e mais beijos. Sexo... sexo
nunca foi assim antes. Claro, tinha sido bom e eu tinha minha boa dose de
orgasmos, mas isso era incrível porque não éramos apenas duas pessoas que
queriam se aliviar. Havia paixão no jeito que seus lábios se moviam sobre
minha pele, um desejo no jeito que suas mãos se familiarizavam com as várias
elevações e uma intimidade quando ele se levantou, apoiando seu peso no
antebraço, seu olhar segurando o meu enquanto ele se guiava para dentro de
mim.
Meus lábios doíam e minhas mãos seguravam seu braço enquanto ele
começava a se mover, devagar no começo, um ritmo provocante que era
praticamente demais. Eu pressionei meus calcanhares em suas costas, minhas
unhas arranhavam sua pele. Pressão crescia dentro de mim e suas investidas
aumentaram, seu hálito quente dançando sobre minha bochecha, as palavras
provocantes que ele falava em meu ouvindo me guiando. Ele estava sobre
mim, em volta de mim e dentro de mim – uma parte de mim. Pele com pele.
Nada entre nós. A tensão girou rapidamente, ficando cada vez mais apertada.
232
Ele levantou sua cabeça enquanto suas mãos deslizavam até seu lado.
Seus lábios foram pressionados contra minha testa, deslizando depois para
minha sobrancelha. Houve um beijo sobre a ponta do meu nariz antes dele
realmente me beijar, carinhosamente.
E algo sobre esse beijo leve e preguiçoso foi mais poderoso que todos
os outros.
Porque havia uma boa chance deu já estar apaixonada por ele.
233
Capítulo Vinte
Meu sorriso ficou maior. “Por vir aqui. Você não precisava fazer isso.
Você poderia ter esperado. Foi fofo.”
“Eu sou um cara fofo, mas não conte a ninguém. Eu tenho uma
reputação a manter.”
Nick se virou para que minha bochecha estivesse sobre seu braço e
para que estivéssemos de frente um para o outro. Sua mão viajou da minha
cintura para baixo em meu estomago. “Você está ansiosa para a consulta ao
médico?”
234
No escuro, eu conseguia ver só um pouco de suas feições, mas ele
estava sorrindo. “Estou. Também estou um pouco nervosa porque eu não sei o
que realmente esperar,” admiti.
Sua mão estava inteira em meu estomago. “Às vezes não parece real,
né?”
Meu peito apertou e eu imaginei que seu pai não estava mais presente
desde que Nick já havia dito que sua família não estava por perto, mas eu não
tinha assumido que ele havia morrido. Colocando minha mão sobre a sua, eu a
afastei do meu estomago e a trouxe contra meu peito.
“Ela mal comia,” ele continuou. “Não cuidava de si. Parou de sair e,
basicamente, parou tudo. Meu avô – seu pai tentou conseguir ajuda para ela,
antes que adoecesse. Ele a colocou na terapia, mas ela não tomava nenhum
235
dos medicamentos prescritos. Ela simplesmente não ligava, não pode lidar
viver sem meu pai. Isso levou anos.” Sua mão apertou em volta da minha. “Eu
estava no colégio. Era de manhã e meu avô tinha vindo me buscar. Depois que
meu pai morreu, nós nos mudamos para morar com ele. Ele tinha saído
naquela manhã para ir ao mercado e voltou para encontrá-la morta em sua
cama.”
“Eu quero.”
“Minha família não tem a melhor sorte, huh? Meu avô tem Alzheimer.
Minha mãe desistiu e meu pai tirou sua própria vida.” Ele virou sua cabeça
para que estivesse olhando para o teto. “Meu avô – Job – era um empresário
de sucesso. Assim como seu pai. Eles entraram no ramo de construção por
aqui a muito tempo e eles eram bom nisso – ótimos nisso. Metade das casas
por aqui foram ou construídas por eles ou por alguém que trabalhava para
eles. Quando minha mãe conheceu meu pai e eles se casaram, ele começou a
trabalhar para Job e, eventualmente, meu pai assumiu o negócio e as coisas
começaram bem. Quero dizer, eu era apenas uma criança e eu não lembro
muito, mas meus pais eram felizes. Nós vivíamos uma boa... vida. Isso é tudo
que lembro.”
236
estavam apertados, mas ele não podia largar o trabalho nem dispensar o
dinheiro. Os funcionários normais que eles trabalhavam estavam ocupados em
outra casa, então ele contratou umas pessoas novas. Um deles era um
eletricista. Meu pai pensou que eles eram bons. Você sabe? Eu não acho que
ele tinha motivos para duvidar do trabalho que eles estavam fazendo. Mas ele
estava errado.”
Sua mão soltou a minha, mas eu me recusei deixar ele tirá-la. Outro
momento se passou. “O eletricista que ele contratou desapareceu depois que
a casa foi terminada. O que era comum. As pessoas se mudavam muito. Sem
problemas. Não no começo.”
Meu instinto estava me dizendo que algo realmente ruim estava por
vir e que ouvir isso seria doloroso.
237
sala. Como se nem mesmo estivesse ali. Por volta de um ano e meio depois do
incêndio, ele se enforcou. Minha mãe o encontrou.”
“Essas palavras não são bobas. Elas significam algo.” Ele virou sua
cabeça para mim. “Tem uma coisa a mais... e você provavelmente vai achar
que é estranho.”
“Duvido,” prometi.
Ele balançou sua cabeça. “Bem, espero que não. Seria estranho
considerando que estamos nus.”
Ele apertou um pouco minha mão. “Você não sabe muito sobre a
Calla, sabe?”
Meus ouvidos ficaram aguçados. Eu não era uma detetive, mas minha
mente correu diretamente para o que Roxy havia dito sobre o comportamento
do Nick ao redor dela e no que eu já havia testemunhado. “Não realmente. Eu
só sei que ela sai com Teresa quando está em Shepherd.”
238
Nick inalou profundamente de novo. “Ela conseguiu aquela cicatriz em
um incêndio. As janelas explodiram ou coisa do tipo. A atingiu no rosto. Ela é
uma das crianças que sobreviveu na casa que meu pai trabalhou. Foram seus
irmãos que morreram. E isso não é tudo. Seus pais originalmente eram os
donos do Mona’s.”
“Se sentiu melhor pelo que aconteceu?” Quando ele não falou, eu
apertei sua mão. “Nick, você sabe que nada que aconteceu foi culpa sua,
239
certo? E parece que mesmo que seu pai tenha sido o responsável legalmente,
ele... ele também foi uma vitima.”
“Me levou muito tempo para perceber isso,” ele disse depois de uns
minutos. “Eu nem mesmo sei porque minha cabeça estava confusa assim..
Acho que era apenas novo e burro. De qualquer jeito, como disse, eu nem
esperava ver Calla.”
“Eu não sei. Provavelmente faria sentido se eu tivesse dito quando ela
apareceu. Agora, simplesmente é estranho.”
“Não é estranho,” eu disse a ele e, então, ele voltou a olhar para mim
e eu não precisei olhar de volta para saber que seu rosto estava cheio de
duvidas. “Okay. É um pouco estranho, mas em entendo o motivo pelo qual
você não contou. Eu não a conheço muito, mas ela não parece como alguém
que iria esfregar uma coisa desse tipo na sua cara.”
“Mas o quão ruim seria para ela perceber que está trabalhando ao
lado do filho do homem que é praticamente responsável por sua vida ter sido
destruída? Não deve ser fácil.” Sua voz estava mais baixa. “Eu só... eu não
quero bagunçar ela mais.”
Oh Deus, ouvir isso doía e havia algo nessas palavras que me fez
pensar no que ele tinha dito antes sobre relacionamentos. Era por isso que ele
era tão contra? Porque, de algum modo, ele achava que não merecia por
causa do seu pai e da casa que pegou fogo? Parecia uma desculpa esfarrapada,
mas o fato de Nick achar que trabalhar no Mona’s era um modo de amenizar
tudo, isso me preocupava.
“Yeah.”
240
“Foi uma menina que estava namorando na faculdade. Nós estávamos
mesmo juntos e, por um tempo, eu pensei que... que seria para sempre.”
Nick riu enquanto soltava minha mão e passava seu braço em volta da
minha cintura. “E você? Não esteve em nenhum relacionamento sério desde o
colegial?”
“Eu nem sei se posso dizer que aquele relacionamento foi realmente
sério,” eu admiti.
“Hmm...” sua mão se moveu para parte de trás do meu quadril. “Você
está conjugando os verbos no passado aqui, Stephanie.”
241
Meu nome – eu realmente gostava quando ele dizia meu nome.
“Wow,” murmurei.
18
Placas de identificação usadas por militares.
242
“Mas também pode ser culpa de eu ter percebido essa foto de biquíni
antes,” ele admitiu, rindo. “Quero dizer, vamos lá, quem não perceberia
isso?”
“Wow,” repeti.
“De algum modo acho que seu segundo wow soou menos
impressionado.”
“Eu queria poder. Preciso ir por volta das três,” ele disse, sua mão se
movendo para baixo, em volta do meu quadril. Ele apertou. “Eu não gosto de
deixar Kira até tarde quando ela precisa voltar para casa.”
“Não. Você?”
Balancei minha cabeça e fiquei feliz que não iríamos sair da cama
agora. Eu queria me afogar nesses poucos momentos com ele antes que
tivesse de ir. Senti-me bem por estar tendo essa conversa com ele. Não era
apenas mais vislumbres da superfície. Isso era... isso era real, e estávamos
indo profundamente, além das camadas iniciais.
“Pensando melhor nisso,” ele disse, aqueles seus lábios viajando pela
minha garganta. “Eu estou com fome. Quero café da manhã.”
243
“Café da manhã?” Eu perguntei enquanto seus lábios passavam pelo
inchaço dos meus seios. Quando sua língua foi envolvida, eu entendi bem o
que ele quis dizer. Jogando minha cabeça para trás, eu ri alto, e a risada
rapidamente se transformou em gemidos, mas o sorriso...
244
Capítulo Vinte e Um
E realmente não pensei que tivesse qualquer coisa com estar grávida.
Era como se minha cabeça estivesse usando a gravidez como desculpa para
comer qualquer coisa a vista.
245
Brock me deu um pequeno sorriso. “Aguentando. Você?”
“Eu tenho uma consulta médica,” foi tudo que disse porque era o que
Marcus sabia e eu tinha certeza que a novidade sobre o começo de nossa
família ainda não tinha chegado a Brock.
246
mas eu estava imaginando se teríamos tempo para uma rapidinha antes da
consulta.
“Hey,” Nick disse, abaixando sua cabeça e beijando o canto dos meus
lábios. Desde que eu disse para ele toda a história dos beijos, ele fazia
questão de me beijar. Muito. Eu não estava reclamando. Ele pegou minha
mão. “Pronta?”
247
Uma loira que estava na minha frente tinha uma pequena elevação
esticada sobre sua blusa azul clara. Tinha uma morena perto da janela que
parecia estar na metade de sua gestação, suas bochechas meio coradas
enquanto escrevia em um caderno. Próxima a mim havia uma mulher que
parecia que iria dar à luz no meio da sala de espera.
Um lado de seus lábios se curvou para cima. “Porque vai ser meu
bebê...” ele colocou sua mão sobre minha barriga, por cima da jaqueta. “...
aqui, e puta merda, isso é um bom jeito de ficar excitado.”
Ela se moveu, fazendo careta quando mal levantou sua perna. Meu
olhar caiu para seu pé – puta merda – seu pé. Eles estavam tão inchados que
ela estava usando chinelo mesmo estando frio lá fora.
Yikes.
248
O que? Isso era melhor? Eu olhei rapidamente enquanto a outra mulher
começou a falar sobre como ela teve de tirar sua aliança. Nick se apoiou no
encosto, colocando seu braço sobre a parte de trás da minha cadeira. A loira
do outro lado da sala agora estava acompanhada pelo seu namorado ou
marido, e ele e Nick meio que fizeram esse cumprimento masculino onde
acenam um ao outro. Eu olhei ao redor e vi a morena encarando Nick
abertamente.
Nick pressionou seus lábios juntos enquanto seu olhar ia para o teto.
“Ouch,” ele murmurou.
Nós não tivemos que esperar muito até que fôssemos chamados e
guiados para uma sala, as perguntas começando – as mesmas perguntas. Eu
tinha procrastinado responder quando puder, e graças a Deus Nick estava ali,
porque eu estava agradecida quando ele foi questionado.
Como estava minha menstruação? E isso era estranho para ser falado
com Nick encarando a porta. E sobre meus hábitos? Alguma doença genética?
Estávamos interessados em testes genéticos?
Sem ter certeza, eu olhei para Nick que estava sentado em uma das
pequenas cadeiras plásticas. “O que... o que você acha?”
“Acho que não deve doer,” ele esticou suas longas pernas, cruzando
elas na altura do tornozelo. “Eu digo para fazermos isso.”
249
“Certo,” eu concordei, resistindo a necessidade de correr daqui.
250
“Se esse é o caso, o que estou vendo agora está deixando o meu nem
um pouco mole.”
“Oh meu Deus.” Uma risada escapou de mim. “Talvez você ter vindo
não tenha sido uma boa ideia.”
Nas noites que ele tinha de folga, ele vinha para minha casa ou
saíamos para jantar. Cada vez que conversávamos, cada noite, nós nos
conhecíamos um pouco melhor. Estávamos tirando mais camadas.
Quando Kira estava cuidando do seu avô, ele ficava a noite toda. E no
último sábado ele tinha me surpreendido vindo depois do trabalho. Eu já
estava quase dormindo quando o deixei entrar e naquela noite houve pouca
conversa. Nick tinha me levantado logo que fechei a porta e nós estávamos
pele contra pele em minutos. O sexo... o jeito que ele me pressionou contra a
cabeceira e espalhou minhas pernas e...
Minha mente estava em todo lugar que não deveria quando Dra.
Connelly entrou, e eu me senti tão envergonhada. De algum modo, com um
leve sorriso no rosto de Nick, eu senti como se ele soubesse para onde minha
mente tinha viajado.
251
Babaca.
Meu olhar voou para a tela. Uh... eu não tinha ideia do que estava
vendo. “Você consegue ver?” perguntei a Nick.
Ele estava inclinado para frente. “Yeah, acho que sim.” Se esticando,
ele passou seu dedo por algo que se parecia com um limão. “Aqui, certo?”
Mas que porra? Eu atirei um olhar a ele. Ele conseguia ver e eu não?
Eu olhei para médica, que estava sorrindo para ele como se não fosse imune
aos seus encantos. “Eu não vejo.”
“Isso é comum,” ela disse, a tela congelada. A foto havia sido tirada.
“Não se parece com um bebê agora. Ainda é muito pequeno, mas a
sementinha está ali. Acredite ou não, com dedos se movendo assim como suas
pernas.”
Nick sorriu.
252
“E uma curiosidade para você,” Dra. Connelly disse. “O embrião já
está se formando.”
“Babaca.” Eu ri. “Eu acho que consigo ver. Parece com uma semente
de laranja, certo?” Meu olhar se moveu para Nick e eu estava impressionada
pela suavidade que seus olhos verdes claros demonstravam. “Com o que
parece?”
Nick concordou.
253
Capítulo Vinte e Dois
Nick estava vindo aqui essa tarde. As coisas andaram ruins com seu
avô durante a semana depois da consulta médica, então eu não o tinha visto
muito e eu sentia sua falta.
Quando ele não estava por perto, eu pensava nele nos momentos mais
estranho. Ver certas coisas me lembrava dele. Cheiro fresco e cítrico me
lembrava do seu perfume. Quando algo acontecia no trabalho ou se Roxy ou
Katie dissessem algo engraçado, eu não podia esperar para contar ao Nick.
Minha mãe realmente iria gostar dele. Baseado em tudo que eu tinha
contado a ela, sobre seu avô e tudo mais, ela já gostava, e enquanto eu sabia
que seu avô não fazia ideia de quem eu era, eu ainda queria conhece-lo.
254
Seria se apaixonar... assim? Suspirei. Eu imaginava que era a sensação
de sentir algo sem saber que a outra pessoa sentia o mesmo. Na verdade, eu
sabia como isso era.
Eu só não sabia onde Nick estava no meio disso tudo. Sim, ele se
importava comigo. Eu tinha certeza disso pelo jeito que conversávamos. Sim,
ele me queria. Isso era mais que óbvio. Sim, ele estava fazendo planos
comigo. Planos que se centravam ao redor do bebê. Suas palavras ainda
rodavam no fundo da minha mente.
Meio como quando a vida te der limões, porra, mas eu não era um
limão e, porra, tirar o melhor disso não iria nos manter ao longo prazo, depois
que o bebê chegasse e as novidades se espalhassem. Os sentimentos tinham
que ser mais profundos para nós.
255
Esse calendário era uma péssima ideia e eu descobri isso quando Nick
chegou. Quando deixei ele entrar e me beijar, eu estava tão distraída com
tudo que tinha aprendido que queria correr para o sofá e me sentar de novo.
“Pensei que você queria sair para jantar hoje.” Ele comentou
enquanto tirava sua jaqueta.
Confusa, eu olhei para mim mesma. Oh, eu estava usando uma calça
de moletom grande e um casaco velho de Shepherd. “Desculpa. Eu meio que
me distraí”
“Parece interessante.”
Ele não fazia ideia. Nenhuma. Segurando meu travesseiro contra meu
peito, eu o encarei. “Eu aprendi que comecei a ter os sintomas de gravidez
logo depois que concebemos. Meus seios ficaram sensíveis duas semanas
depois que transamos. Eu nem achava que era possível ter sintomas assim tão
rápido, mas você pode.” Eu apontei para o computador com meu queixo.
“Você sabia que a estimulação dos mamilos é a única provada cientificamente
que pode ajudar no parto?”
256
“Estou falando sério,” sussurrei. “Alguém mencionou nesse fórum e eu
pesquisei no google, porque até parece né? Como se isso não fosse estranho,
mas era verdade.”
Nick inclinou sua cabeça para o lado, seus olhos verdes dançando. “Eu
estou mais que a disposição para ajudar nisso quando a hora chegar.”
“Okay.”
Seu rosto ficou tenso enquanto ele se inclinava, colocando uma mão
em meu joelho enquanto ele olhava para longe. Eu vi um lado de sua boca se
curvar. “Não pode ser tão ruim assim.”
Ele piscou várias vezes enquanto olhava para mim. “Nah, acho que
preciso de uma demonstração.”
257
“Deus,” ele riu.
Esticando meu pescoço, eu dei a ele espaço para explorar e, oh, ele
explorou, deslizando seus lábios sobre minha pulsação. “Você sabe o que mais
é verdade?”
Ele passou sua língua pela minha pele me fazendo tremer. “O que?”
ele murmurou.
258
estar andando no mercado e meus peitos simplesmente vão começar a
espirrar leite.”
Nick abaixou sua testa para meu ombro e eu senti seu corpo tremer.
“Steph, baby...” ele levantou sua cabeça, sorrindo. “Por mais que
seja adorável isso, você tem que parar de ver e ler essas coisas.”
Nick deixou sua cabeça cair para trás. “Você vai precisar ser um pouco
mais detalhista, porque eu estou certo sobre muitas coisas.”
259
o espaço entre seu pescoço e seu ombro. “Mas, novamente, eu sempre estou
quando você está por perto.”
“É meu superpoder.” Ele levou suas mãos para minha lateral. “Fazer
as meninas quererem arrancar suas calcinhas.”
Seu olhar caiu para meus seios cobertos por renda. “Eu estou usando
ele com muita sabedoria nesse momento.” Ele levantou uma mão, passando
seus dedos sob a alça do meu sutiã. Ele a puxou pelo meu braço e fez o
mesmo com a outra.
“Okay,” eu disse enquanto passava meus dedos pelo seu cabelo. “Eu
acho que preciso...” um gemido cortou minhas palavras quando sua mão se
juntou, cobrindo meu outro seio. “Pesquisar se os seios de uma mulher ficam
sensíveis durante a gravidez.”
260
Ele apalpou meus seios, levantando eles. “Você sabe, eu acho que
eles ficaram maiores.”
“Um pouco.”
“Stephanie...”
261
isso a um cara, mas eu tinha certeza que se continuasse assim, não haveria o
grande evento para ambos.
Meu quadril se movia em círculos sobre ele, e não demorou muito para
que eu pudesse sentir a tensão se acumulando na parte mais baixa da minha
barriga. Coloquei minhas mãos sobre as suas enquanto me movia contra ele,
nossas testas pressionadas juntas, nossas respirações quentes e ritmadas no
espaço entre nossas bocas.
262
Seus lábios estavam na minha garganta. “Eu nunca consigo me cansar
disso.”
Nunca. Nunca era muito tempo. Nunca era para sempre. Nunca
significava amor. Meu coração inchou enquanto um tremor me percorreu, e eu
congelei, meu peito subindo e descendo, minha respiração falhando.
“Você está bem?” Nick perguntou, segurando meu queixo com uma de
suas mãos. “Stephanie?”
263
Eu fiz um som incoerente enquanto ele colocava sua mão na parte de
trás da minha cabeça. “Você ainda está viva?” ele perguntou.
“Mmm-hmm.”
“Uh-huh.”
“Uh-uh.”
“Yeah, isso é bom.” Nick levou sua mão para a parte baixa das minhas
costas. “Nem eu.”
Sorri em resposta e, apesar dele não conseguir ver, a curva dos meus
lábios parecia forçada, porque mesmo que meu corpo estivesse relaxado e
dormente, eu não conseguia evitar me perguntar aquela maldita pergunta de
novo.
264
Capítulo Vinte e Três
“Não acredito que você vai ter de trabalhar na sexta,” Calla disse.
Desde que Shepherd estava em recesso, ela tinha voltado para casa e se
juntado ao nosso café da manhã de domingo.
“Eu vou estar trabalhando” Katie adicionou, brincando com seu garfo.
“Trabalhando no poste, oh yeah.”
19
Feriado de Ação de Graças
265
Dei de ombros. “Não sei. Espero que sim.”
Calla foi informada pela Roxy ou Katie, ou até mesmo por Jax que eu
estava grávida, então não fiquei surpresa que ela passou sua linguiça para
mim. Não sei se elas pensavam que eu realmente precisava comer tudo isso,
mas não iria reclamar.
“Por que você não poderia ficar o Thanksgiving com ele?” Calla
perguntou e, quando não respondi logo de cara, ela adicionou. “Não é só ele e
seu avô?”
Ela olhou para Roxy, que também concordou. “Yeah, eu sei que ele
está doente. Quero dizer, obviamente Nick não deu muitos detalhes sobre
nada.” Roxy disse. “Mas eu sei que são só os dois.”
“Você pode lidar com o que quiser” Katie disse, balançando sua mão.
“Você vai ter que lidar com tudo.”
Um calafrio estranho passou pela minha coluna. Você vai quebrar seu
coração.
“Olhe, eu posso ser mais louca que uma barra de Payday, mas aqui vai
meu conselho. Você quer passar o Thanksgiving com ele, então passe com
ele,” ela continuou e, bem, esse era um bom conselho. “Simples assim.”
Eu quase não disse nada, mas essas meninas... elas eram as minhas
meninas agora. “Eu só... eu não sei como ele se sente.”
266
sente. Desde que eu o conheço, ele nunca esteve com uma menina por mais
de uma noite.”
Eu olhei para cada uma delas. “Ele não disse nada que me fez pensar
que o faz, e todos os planos que fazemos são centrados no bebê, sabe? Eu sei
que isso é loucura de se reclamar, mas eu quero...”
“Você quer saber se ele realmente quer ficar com você, com ou sem o
bebê.” Roxy terminou por mim. “Isso é compreensível. Eu entendo
totalmente. Se eu tivesse engravidado antes de estar em um relacionamento
sério com Reece, eu iria me perguntar a mesma coisa. Acho que é uma
preocupação importante, mas como você se sente em relação a ele?”
Meu coração cambaleou em si próprio para falar sem parar sobre tudo
que eu sinto. “Eu... eu me importo muito com ele.”
Eu a encarei.
267
“Então fale com ele,” Roxy aconselhou. “Apenas fale com ele.”
Eu falei com Nick naquela noite, quando saímos para jantar, sobre o
Thanksgiving e seu avô. No começo ele não era muito a favor da ideia, e foi
difícil manter minhas preocupações e paranoias calmas.
“Eu não sei,” ele disse, a luz baixa do restaurante mandando sombras
em suas bochechas. “Não tem garantia nenhuma que ele vai estar bem nesse
dia.”
Seus cílios abaixaram, protegendo seus olhos. “Eu não quero que você
se prepare tanto e no fim tudo vai ser arruinado.”
Me movi e cutuquei sua mão. “Nós não temos que fazer muita coisa.
Nem precisamos fazer um peru ou qualquer outra coisa. Nós podemos fazer o
jantar anti-Thanksgiving. Manter simples e doce só em caso o dia não
aconteça como planejado.”
“Anti-Thanksgiving?”
“E babata-frita?”
20
Feito com batata cortado em forma cilíndrica e frito.
268
“Cale a boca.” Peguei o guardanapo e joguei nele. “Você nunca é
velho demais para comer tater tots, especialmente os crocantes e, se você
acha que é, você só é um babaca.”
“Wow.” Se encostando, ele sorriu para mim. “Tater tots? Sua bobinha.
Parece regressão.”
“Um, porque talvez eu nunca conheci seu avô nem nunca estive na
sua casa,” apontei. “Eu nem sei onde você mora. Apenas tenho uma ideia.”
Ele balançou sua cabeça. “Não é nada... pessoal. Eu quero que você
entenda isso. Eu adoraria que você conhecesse meu avô, mas tem dias que
não... não é fácil estar ao redor dele. Alguns dias ele dorme a maior parte do
tempo. Outros, não muito, e não é como um passeio no parque. É muito para
se lidar e...”
269
“Não seu se você sabe não.” Encontrei seu olhar. “Porque se
soubesse, então não acho que você assumiria que seu avô seria demais para
eu poder lidar.”
Nick abriu sua boca, mas a fechou. Um momento se passou e ele fez
um bico. “Você sabe, você tem razão.” Isso soou muito como se fosse demais
para ele dizer essas palavras, mas eu não tinha certeza de como isso fez eu
me sentir. “Que horas você quer fazer isso no Thanksgiving?”
Eu não podia.
270
Capítulo Vinte e Quatro
Eu também precisava parar de ficar comendo tudo que via pela frente
porque eu tinha certeza que o motivo da cintura do meu jeans estar apertado
tinha nada a ver com o bebê. Com quase onze semanas, minha semente de
laranja era do tamanho de um limão, e além de me fazer querer arrotar a
cada cinco segundos, eu duvidava que ele fosse o motivo dos 5 quilos a mais
que eu carregava.
271
esquerda a cem metros, eu descobri que estava entrando em uma área
privada – indo para uma casa, não uma rua.
Isso era certeza. Uma gota de agua fez uma linha por seu ombro antes
de deslizar pelo seu peito.
272
Eu precisava me controlar.
“Cada vez que eu vejo você, eu quero fazer isso.” Seu nariz passou
sobre o meu enquanto ele inclinava sua cabeça, me beijando de novo. “Eu
quero que a primeira coisa que você faça é me beijar. Quero esse tipo de
cumprimento.”
Oh Deus.
Meu coração inchou tão rápido e tão forte que quando ele me colocou
de volta em pé e dei um passo para trás, eu pude sentir lágrimas se formando
no fundo da minha garganta. “Posso fazer isso,” eu disse mesmo quando o que
realmente queria dizer era Oh meu Deus, é lógico que eu vou fazer isso toda
santa vez. Virando-me, me dei tempo para me recuperar e absorver meu
arredor.
273
Ele riu. “O que você estava esperando?”
“Oh.” Bati a mão contra minha boca. “Desculpa por estar fazendo
barulho.”
“Tudo bem.” Ele contornou a ilha e pegou minha mão. “Quando ele
dorme, é um sono bem profundo. Um caminhão poderia atravessar a garagem
e ele ainda estaria dormindo. E ele está dormindo bastante hoje.”
274
“Yep.” Ele abriu a porta, revelando um grande quarto. “Ele sempre
planejou que, em algum momento, mais de uma geração da sua família
estaria vivendo aqui, então tem três suítes. Essa é uma delas. Tem uma porta
para entrar direto. E tem um banheiro.” Ele apontou para as duas portas na
nossa direita. “Não posso reclamar. Muito espaço bom.”
Sorrindo, ele deu um passo para trás. “Você nem viu o banheiro.” Se
virando, ele parou na frente de uma das portas duplas e a abriu.
Nick deu um passo para o lado enquanto eu espiava. Minha boca caiu
aberta e meus olhos ficaram arregalados. “Wow...”
“Posso imaginar.”
275
Eu pensei em apontar que isso era obvio, mas seus lábios começaram
a percorrer a lateral do meu pescoço, o que ele disse sendo absorvido. Grande
suficiente para uma família – para ele, para eu e nosso bebê. 90% de mim
queria fazer uma dança maluca no meio desse espaço obscenamente grande,
mas os outros 10% estavam cheios de insegurança.
Que pena.
“Oh Lord.”
276
“Eu não os conheci mas assumo que eram.”
“Eu me pareço com ele,” ele respondeu, pegando uma mecha de meu
cabelo.
“Sinto muito”
“Sim.”
Passei meu dedão sobre a foto deles sentados junto a uma mesa na
cozinha. Ambos com cabelo escuro e pele morena. A mulher era linda,
sorrindo enquanto segurava um cigarro fino em sua mão. Seu pai estava atrás
dela, seu braço em volta dos ombros. Havia mais fotos deles. “Eles... eles
parecem muito felizes juntos.”
“Ainda sou.”
277
Eu bufei. “Você parece com alguém prestes a gritar.”
“Oh geez.”
Fechando o álbum, eu olhei para Nick. Ele não estava olhando para
mim, mas encarando o álbum fechado. “Você não vê essas fotos há um
tempo.”
“Não é... fácil ver as coisas do jeito que costumavam ser,” ele
admitiu.
Voltei minha atenção para a capa preta do álbum. “Eu não olhei para
fotos do meu pai, por anos depois da sua morte. É como se eu quisesse...
apagar as evidências da sua existência. Eu sei que isso soa terrível, mas era
mais fácil não ver lembretes dele.”
Me levantando, eu concordei.
Ele inalou profundamente. “Às vezes ele fica mais agitado no fim da
tarde, então...”
278
“Está tudo bem.” Em vez de esperar por ele pegar minha mão, eu
peguei a dele e a apertei gentilmente. Ele me levou pelas escadas, pelo
corredor, para outras portas duplas que estavam abertas. Com uma mão, ele
as empurrou mais e entrou.
Eu queria abraçá-lo.
“Hey vovô,” Nick disse, falando como estivesse falando com qualquer
outra pessoa. “Eu trouxe alguém para te conhecer.”
Seu avô não respondeu enquanto seu olhar voltava para Nick. “Essa é
a menina que eu venho te contando...” Nick pausou, sorrindo um pouco para
mim. “Eu tenho dito boas coisas a ele.”
279
Eu olhei para ele, surpresa. Dizer ao seu avô sobre mim era
surpreendente e foi meio que um choque ele ter falado sobre a gravidez. Eu
nem mesmo sabia porque isso era um choque. Eu disse a minha mãe e ela,
com certeza, já tinha espalhado isso para qualquer outra pessoa viva na
família.
Nós ficamos ali por um tempo, conversando com seu avô. Eu não senti
como se estivéssemos tendo uma conversa unilateral mesmo que Job não
respondesse. A verdade era, ele até poderia ter algum problema para
entender o que estávamos dizendo, mas ele parecia... calmo. Ele nos assistia
com seus olhos fora de foco e, algumas vezes ele parecia ficar mais afiado,
passando entre Nick e eu. Eu não tinha certeza se esses eram momentos dele
compreendendo ou se eram momento dele não sabendo quem nós éramos.
Eu não sabia, e deveria ser muito difícil para Nick sempre confrontar
algo assim. Eu sentia sua dor. Eu sentia a dor do seu avô, mas eu não me
arrependia de estar aqui, sentada com Nick, conhecendo o homem que
acolheu Nick quando seu mundo virou de cabeça para baixo.
Não era justo – justo para o homem que fez tanto ser derrubado assim
pela doença.
Nós não ficamos muito, seu avô voltando a dormir depois de ficarmos
ali uma hora. Saímos sem fazer barulho e fomos para o andar de baixo. No
momento que chegamos a sala, eu disse. “Isso foi bom. E eu acho que ele
concorda que tater tots são ótimos, então...”
280
Nick pegou meu braço, me virando de repente. Ele me puxou contra
seu peito e passou seus braços em volta de mim, me segurando contra ele tão
forte quanto eu desejei ter abraçado ele lá em cima. Ele abaixou sua cabeça,
pressionando sua bochecha contra a minha. “Obrigado,” ele disse, sua voz
rouca.
Nós não dissemos nada por alguns bons minutos. Em vez, nós ficamos
ali de pé, no conforto do abraço um do outro, e eu acho que isso foi melhor
que qualquer palavra que pudéssemos compartilhar.
Muito, muito depois, quando nos sentamos no sofá lado a lado, nossos
estômagos cheios, não tinha como resistir o sorriso bobo que estava em meu
rosto. Não houve peru, nem acompanhamentos, sem cozido de feijão verde ou
purê de babatas. Mas houve hambúrgueres, cheeseburgueres e deliciosos tater
tots, e esse foi um dos melhores Thanksgiving que eu podia me lembrar.
281
Capítulo Vinte e Cinco
Eu olhei para ele e de volta para a mulher, que agora estava tentando
afivelar a criança no banco. Eu queria perguntar e ele quantas crianças ele
gostaria de ter, mas eu acho que no meio da Target não era o local apropriado
e, provavelmente, nem era uma pergunta apropriada considerando a falta de
status em nosso relacionamento.
282
“Eu nem posso imaginar,” eu finalmente disse, assistindo enquanto
ela dava uma mão para o pequeno e empurrava o carrinho com a outra.
Eu sorri.
Ele riu enquanto se movia pelo corredor, até parar. “Na verdade, essa
aqui seria perfeita.”
Dessa vez ele estava falando sobre uma de um metro e setenta. Pinho.
Passei meus dedos pelas pontas congeladas, feitas para parecer coberta de
neve. “Eu gostei. Essa é a escolhida. Tem cerejas.”
283
Nick olhou para mim, sorrindo. “Eu acho que são azevinho.”
Ele riu enquanto olhava de volta para a árvore. “Quer essa aqui?”
284
Ele riu enquanto colocava a arvore no carrinho e nós nos movíamos
pelas decorações. Enquanto escolhíamos os ornamentos e uma guirlanda, eu
esperei pela dor voltar, e fiquei aliviada quando não aconteceu de novo.
“Você quer dar uma olhada?” ele perguntou, seguindo meu olhar.
Nick me seguiu com o carrinho. “A não ser que você esteja planejando
trocar o bebê no balcão da cozinha, eu diria que sim.”
Ele balançou sua cabeça. “Tem uma parte de mim que nem consegue
entender o quão pequeno o pé tem de ser para caber nesses sapatos.”
285
“Eu sei.” Sorrindo, eu mordi meu lábio. “Se tivermos uma menina, eu
vou comprar esses sapatos.”
Meu olhar voou para o seu. Havia sinceridade ali. Eu não conseguia
olhar para outro lugar. As palavras apareceram na ponta da minha língua e eu
me forcei a olhar para longe. Eu coloquei os sapatos de volta no lugar. Daqui
eu fui até um berço e uma cadeira de balanço que combinavam. Havia tantas
coisas. Assentos para carro. Andadores de vários tamanhos. Cadeira de
balanço. Poltronas. Fraldas e vários tipos diferentes de mamadeiras.
Eu estava encarando ele de novo. “Você... você vai dizer que nós –
tipo, eu e o bebê – poderíamos morar com você?”
“Por que não? Você está certa. Você não tem espaço. Eu tenho. Isso
funcionaria perfeitamente.” Ele se inclinou sobre o carrinho e pegou meu
chapéu. Um pequeno sorriso estava em seus lábios. “E eu gosto da ideia de
compartilhar a cama com você.”
286
Apesar deu saber que sua mente agora estava indo para um lugar bem
feliz, eu estava embasbacada por sua oferta. Eu não sei porque estava tão
surpresa. Nick tinha uma casa. Eu tinha um apartamento. Ele tinha espaço. Eu
não. E esse era nosso bebê.
Morar junto era um grande passo, mas ter um filho era um maior
ainda.
Deus, nós tínhamos feito tudo tão de trás pra frente, mas eu não me
importava enquanto estava ali de pé, encarando ele.
Eu te amo.
Eu queria dizer essas palavras. Eu queria gritar elas a todo vapor, mas
de novo, eu não conseguia faze-las passarem pela minha língua.
Quem diria que três pequenas palavras seriam tão difíceis de dizer?
287
Capítulo Vinte e Seis
Nick tinha ido no fim da manhã de domingo para o bar, para ajudar a
instalar mais equipamentos na cozinha. Quando ele apareceu na minha casa,
ele estava suado e engordurado, imediatamente dizendo que precisava de um
banho. O que era uma ótima ideia, porque tínhamos um encontro em grupo
para ir essa noite, mas eu estava... bem, eu ia culpar os hormônios da
gravidez.
Revirei os olhos. “Eu não sei quando você pode conhecer Nick, mãe.”
Pausando, eu olhei sobre meu ombro para ver sua reação. Se ele parecesse
288
com alguém prestes a desmaiar, isso era mal, mas ele parecia concentrado
vestindo um suéter que havia pegado dentro de uma mala de ginastica que ele
trouxe com ele. Ele estava propositalmente ignorando o que estava dizendo?
Ou isso não o incomodava?
“Ele está aí?” Minha mãe riu. “Então é por isso que está distraída.”
“Mãe,” eu gemi enquanto me virava para olhar Nick. “Minha mãe quer
saber quando ela pode te conhecer.”
Nick olhou para cima enquanto sacodia seu suéter. Boa técnica para
remover amassados. “Eu não posso ir para Martinsburg agora. Não com meu
avô,” ele disse e isso fazia sentido. “Mas se ela vier, eu amaria conhecê-la.”
Ele amaria conhece-la. Meu coração fez uma pequena dança em meu
peito. “Ele disse...”
“Eu o ouvi, querida. Por favor diga que eu entendo o problema com
seu avô e que ele está nas minhas orações,” ela respondeu. “Eu estava
pensando em ir perto do Natal. O que você acha?”
Eu fiquei nervosa. Natal era, tipo, semana que vem, apesar que eu
estava animada que Nick estava feliz por conhecer minha mãe, o primeiro
encontro de pais-traço-pai-do-meu-bebê me dava enjoo. Na verdade, quando
eu estava fazendo compras para Nick na semana passada, eu estava
procurando um pequeno presente especial para o Natal, eu também fiquei
enjoada, porque escolher algo estava sendo mais difícil do que imaginei.
Terminei escolhendo um bom e resistente relógio. Parecia lindo na caixa, mas
agora pensando melhor era meio que um presente bobo, mesmo que ele
estivesse dizendo uma e outra vez que precisava comprar um.
289
Eu disse que estava OK em vir perto do Natal e, depois de mais alguns
minutos, sai do telefone para encarar Nick de novo.
“Cala a boca.”
Rindo, ele andou e pegou minha mão. Ele se sentou na beira da cama
e me puxou para que estivesse sentada em seu colo. “Nick, nós precisamos
ir,” eu protestei. “Se não, vamos nos atrasar.”
“Nós não vamos nos atrasar.” Ele colocou seus braços em volta do
meu quadril. “Nós temos tempo. E precisamos de tempo.” Sua outra mão
terminou em meu estômago. “Como está se sentindo? Ainda está cansada?”
Ele sorriu. “Tenho certeza que você poderia estar quase em coma e
ainda estar excitada.”
Ele sorriu um pouco mais. “Mas sério, estou apenas preocupado. Você
estava tão cansada semana passada e ainda disse que não estava se sentindo
bem também.”
290
“Obrigada por estar preocupado, mas estou me sentindo ótima.” Eu
insisti. “E se isso te faz se sentir melhor, eu tenho minha próxima consulta
essa sexta.”
“Eu sei.” Seus cílios vagaram para onde sua mão estava em meu
travesseiro. “Eu mal posso acreditar que você ainda não ganhou nenhum
peso.”
21
Bolas de leite maltado cobertas de chocolate.
291
O beijo deveria ser simples, mas no momento que sua língua tocou a
minha, virou algo muito mais possessivo. Nick se levantou enquanto se virava,
me tirando de seu colo e me colocando de costas.
Ele moveu seu corpo sobre o meu, uma mão em meu quadril. “Nós não
vamos nos atrasar.”
Sua boca cobriu a minha, cortando o resto da frase que estava dizendo
e, enquanto sua mão deslizava por baixo da minha camiseta, sobre minha
pele, cobrindo meu seio, eu comecei a esquecer o problema do horário.
Especialmente quando seus dedos ágeis estavam na taça do meu sutiã,
achando o pico do meu seio.
“Nós vamos,” ele disse, tirando sua mão de meu seio. Em vez de se
levantar, ele puxou minha blusa para cima e colocou seus dedos entre a taça
do meu sutiã, puxando-o para baixo. Ele mordeu seu lábio enquanto me
encarava. “Totalmente linda.”
Ele riu e isso reverberou pela minha pele. Quando ele se moveu para
meu outro seio, mordiscando a pele sensível antes de usar sua língua. Eu sabia
que sair na hora seria caso perdido.
292
“Nós precisamos nos aprontar,” eu disse a ele, meu peito subindo e
descendo, fazendo a dor entre minhas pernas surgir.
“Yeah,” ele murmurou contra minha pele. Sua língua passando pelo
meu centro, ajudando a aumentar a tensão dentro de mim. “Nós vamos ficar
bem atrasados.”
Não preciso dizer, nós estávamos uns bons vinte minutos atrasados
para chegar ao restaurante, mas meus músculos viraram geleca e eu estava
tão entorpecida pra realmente ligar que meu cabelo parecia com o de alguém
que tinha acabado de sair da cama.
293
“Trânsito,” Calla repetiu com um leve sorriso. “Interessante, numa
noite de domingo.”
Teresa, que estava sentada ao lado de Avery, jogou seu longo cabelo
escuro sobre um de seus ombros. “Não se preocupe,” ela disse piscando.
“Jase e eu também ficamos presos... no trânsito. Um trânsito realmente
grande.”
Colocando sua mão sobre sua boca, Avery abafou um risinho, mas
perguntou. “O quão grande era esse ‘transito’, precisamente?”
Teresa abriu sua boca, mas Jase falou. “Por favor, por Deus, não
responda essa pergunta. Eu realmente não quero que Cam me bata de novo.”
Ao seu lado, Jax se encostou na cadeira e olhou para Nick. “Por sinal,
eles são sempre assim.”
“Não posso levar minha irmã a lugar algum,” Cam respondeu, sorrindo
quando seu olhar virou algo mortal.
“Mais como se eu não pudesse te levar a lugar algum.” Avery deu uma
cotovelada nele enquanto sorria para a mesa. “Como está se sentindo?”
294
“Ela anda bem cansada,” Nick interrompeu.
Eu a olhei. “Você não parece com alguém que está carregando uma
bola de futebol.” Na verdade, ela parecia exatamente da mesma maneira que
da última vez que eu a vi.
“Fique de pé,” Teresa disse enquanto Jase colocava uma mão em seus
ombros.
Ela afastou sua cadeira e levantou, e yep, não tinha como negar que
Avery estava claramente grávida. Seu suéter azul estava esticado por sua
barriga rechonchuda bem definida. Ela emoldurou seu estomago entre suas
mãos. “Como pode ver, uma bola de futebol.”
295
O momento em que pensei nisso, eu o afastei e me foquei na
conversa. Não tinha como eu deixar alguns neurônios rebeldes estragar essa
noite.
296
Enquanto me aproximava da sala de suprimentos, senti um cheiro
muito forte. Perfume. Ugh.
Eu revirei meus olhos enquanto abria a porta para a sala com meu
quadril e entrei. O que eu vi – o que eu ouvi – quase me fez cair no chão.
Rick estava na sala, mas ele não estava sozinho. Suas costas estavam
para mim e eu mal pude ver quem ele estava praticamente pressionando
contra a prateleira com seu grande corpo, mas eu vi suas pequenas mãos
empurrando seu peito. Eu ouvi ele rindo como se isso fosse piada. Um arrepio
subiu pelo meu pescoço.
Dando um passo para trás, Rick se virou, seu rosto que já era
avermelhado ficando uns três tons mais escuros. Uma pequena forma se
moveu entre ele e a prateleira. O rosto de Jillian mais pálido enquanto seu
olhar encontrava o meu. Ela estava puxando a barra do seu suéter.
297
“Eu não estava fazendo nada,” Rick disse, estufando o peito. “Eu
estava apenas falando com ela.”
Rick abriu sua boca, mas eu o interrompi. “Por favor chame Sr.
Bowser,” Eu disse a ela.
Oh. Oh wow.
298
Sai da sala depressa.
Eu parei na sua frente, mantendo minha voz baixa. “Você está bem,
Jillian? Ele te machucou?”
Então algo horrível me ocorreu. E se essa não foi a primeira vez que
ele tinha pressionado Jillian? “Isso já aconteceu antes?” eu perguntei.
Eu não acreditei nela. “É por causa dele que você está indo embora?”
Ela se engasgou com uma risada. “Não. Não é isso. Eu... é melhor eu
ir falar com meu pai.” Ela começou a se afastar. “Ob-obrigada de novo. De
verdade.”
Mais ou menos uma hora depois que Rick, o estranho foi escoltado
para fora da Lima Academy e Jillian já tinha ido embora do lugar, Marcus
abriu a porta do seu escritório. “Stephanie, posso falar com você um minuto?”
299
Mas mesmo que isso fosse ladeira abaixo, eu não me arrependia de ter
me intrometido. De jeito nenhum. Eu só desejava que tivesse dito algo antes.
Ele continuou. “Você disse algo que me deu a impressão que essa não
foi a primeira vez que você presenciou um comportamento inapropriado aqui.
É esse o caso?”
Eu concordei. “Ele disse algumas coisas para mim que não foram
apropriadas e, uma vez ele se aproximou demais no elevador. Ele... ele se
esfregou em mim.” Eu podia sentir as lágrimas nascendo. “Eu disse a ele que
se fizesse isso de novo, eu iria reporta-lo.”
“Não. Ele ficou longe de mim a maior parte do tempo.” Meu olhar foi
para a grande janela atrás dele. “Eu...”
300
nada. Você é nova aqui, mas eu espero que nenhum de nós tenha te dado à
impressão que toleramos esse tipo de comportamento.”
Marcus sorriu, mas esse sorriso não chegou a seus olhos escuros. “Mas
eu queria que você tivesse vindo falar. Nenhum de nós quer que nossos
empregados ou suas famílias se sintam inseguros aqui. Se algo assim acontecer
de novo, eu quero que venha falar comigo ou Deanna imediatamente. Você
entendeu?”
“Sim, entendi.”
Eu não contei a ele sobre o que aconteceu com Rick mais cedo. Mesmo
que eu tivesse lidado com meus problemas com ele, se Nick soubesse, ele não
ficaria feliz pelo comportamento de Rick.
301
Depois de colocar a calça do meu pijama e uma camiseta, andei até o
banheiro e fiquei de lado, na frente do espelho. Levantando a camiseta, eu
me olhei no espelho. Sem barriga visível. Não de verdade, mas eu tentei me
imaginar com uma barriguinha.
Eu duvidava que ficaria tão adorável quanto Avery, mas meus lábios se
curvaram em um sorriso enquanto eu deslizava minhas mãos pela minha
barriga. Nos últimos dias eu tinha pensado sobre abortar a gravidez com
Marcus. Não seria fácil, mas eu teria de dizer algo, logo.
302
Voltando para cama, eu enfiei minhas pernas por baixo do edredom e
peguei o controle remoto. Eu liguei a TV, colocando no canal HGTV e não
demorou muito para que me desligasse, ouvindo casais brigares sobre paredes
amarelas e tapetes marrons.
Virando-me, fui pegar o celular quando meu olhar caiu sobre a cama.
Meu coração parou. Pânico explodiu enquanto eu encarava o colchão. “Oh
meu Deus.”
303
Capítulo Vinte e Sete
“Srta. Keith?”
Meu olhar mudou para a médica. Ela era jovem. Poderia ter a minha
idade. Sua sobrancelha levantou enquanto ela empurrava o banquinho para a
cama, perto da minha cintura e se sentava. Seu olhar sério encontrou o meu.
Seu olhar me lembrava o do técnico de ultrassom que havia estado no quarto
antes dela. O enfermeiro tinha se introduzido, mas uma vez que ele começou
a trabalhar, ele parou de olhar para mim. Quando saiu do quarto, eu nem
sabia se ele tinha falado qualquer coisa. Eu pensei que tinha. E eu pensei que
essas palavras não faziam sentido.
304
“Me desculpe,” a médica disse.
Minha boca estava seca quando falei. “Sexta... sexta eu faria treze
semanas.”
Os papeis foram passados de novo e, quando ela falou dessa vez, suas
palavras foram cuidadosas. “Baseado no ultrassom e no exame de sangue que
pedimos, parece que o feto já foi abortado e o que está acontecendo agora,
com o sangramento...”
“Espere.” Passei a língua sobre meus lábios. “O que você – o que quis
dizer que eu já abortei?”
305
Deus.
Não tinha motivo? Não. Isso não fazia sentido, poderia? Meus
pensamentos estavam girando em torno de coisas que eu li, e sim, a parte
logica em mim percebeu que o corpo humano era uma coisa louca e que fazia
coisas loucas, mas eu queria um motivo. Uma dor tão forte e tão real estava
expandindo do meu estomago para meu peito. Eu queria saber o que eu tinha
ou não feito...
306
A dor expandiu e as lágrimas subiram para minha garganta, inchando
meus olhos. A gravidez não foi planejada, mas eu a queria. E Nick não estava
esperando isso, mas ele a queria. Nós íamos tentar tirar o melhor proveito
disso e, em poucas semanas, iríamos descobrir o sexo. A dor aumentou,
queimando cada célula. E se o bebê fosse um menino, nós...
“O que?” Eu olhei para ela e percebi que a médica não estava mais no
quarto. Era apenas nós. Quando ela tinha saído? Cólica começou de novo e eu
lutei contra a vontade de rolar.
Sim. Era isso que estava sendo dito de novo e de novo na minha
cabeça. Sim. Havia pessoas para se ligar. Havia uma pessoa para ligar, mas
não foi isso que eu fiz.
307
Foi uma boa ideia não tentar ir trabalhar depois de tudo que
aconteceu. As cólicas e o sangramento não foram nada parecido com qualquer
coisa que experienciei antes. Uma hora depois que falei com Deanna, eu me
enrolei no sofá, minhas mãos em meu estomago e meus joelhos para cima
depois que troquei os lençóis da cama, removendo os vestígios do...
incidente.
Nada.
Eu sabia que não tinha nada que pudesse fazer sobre isso. Já tinha
acontecido. Ficando de pé, eu fui até a cozinha para pegar um copo d’agua.
Eu passei pela geladeira e congelei.
Esse era algum tipo de punição porquê... porque eu não queria ter
engravidado? Como um tipo de karma cósmico desde que isso não tinha sido
308
planejado e eu tinha surtado tanto no começo? Me preocupado por não poder
viajar pelo mudo e coisas estupidas e sem motivo como essas?
“Claro que não,” ela respondeu com uma risada. “Não está no
trabalho?”
“Oh não.” Houve uma pausa e eu pude ouvir Loki latindo no fundo.
Minha mãe brigou com o cachorro. “O que tem de errado? É o bebê?”
É o bebê?
309
tarde, e eu estava... estava com cólicas e tudo mais. Então fui para o
hospital.” Abri meus olhos e comecei a ofegar de novo. “O médico disse que o
be – que provavelmente parou de se desenvolver. Que isso poderia ter
acontecido há semanas atrás, acho. Eu não sabia.”
“Querida...”
Houve uma pausa e, então, minha mãe disse. “Eu estou indo para aí.
Eu vou colocar Loki em uma casinha de viagem e nós vamos ir aí e...”
“Não precisa. Estou bem e não tem nada que alguém possa fazer.” Eu
disse a ela. “Eu só preciso passar os próximos dias relaxando.”
“Mas...”
“Mãe, eu estou bem. Prometo. Você não precisa vir, okay? Eu te vejo
no natal.”
“Okay,” eu murmurei.
310
Meu peito apertou enquanto eu forçava as palavras. “Eu não contei
para ele ainda.”
Silêncio.
Minhas juntas doíam. “Eu vou desligar, okay? Te ligo mais tarde.”
Eu desliguei meio que na cara dela e me senti uma merda por querer
sair logo do telefone, mas eu não queria dizer algo que a deixaria com
vontade de ignorar meu pedido para não vir, e eu não queria falar sobre isso
mais, porque eu sabia que eu teria que falar sobre isso de novo.
Olhando para o relógio, eu sabia que eu tinha tempo para falar com
Nick antes que ele fosse ao trabalho. Parte de mim queria amarelar e ligar
para ele, porque vê-lo cara a cara era algo que eu não tinha certeza se
poderia fazer.
311
Ele deu uma olhada em meu rosto pálido e sua mão apertou mais o
capacete. “Você está doente. É por isso que está em casa.” Colocando o
capacete na mesa, ele se virou para mim.
Eu dei um passo para trás, fora do alcance de seus braços. “Não estou
doente. Não de verdade. Um...” Fugindo do seu olhar preocupado, eu me
virei e passei minha mão pelo meu cabelo. Os fios com nó prendendo meu
dedo. “Eu preciso falar com você.”
A expressão de Nick estava tensa enquanto ele fechava seus olhos. Sua
mão levantou e ele a passou em seu cabelo. “Stephanie...”
Meu nome soou ríspido em sua língua, e eu voltei a olhar para minhas
mãos. “Sinto muito” eu sussurrei.
312
“Eu sei que está desapontado. Você não achou que teria um... bem,
eu sei que você queria isso.”
Seu olhar procurou o meu. “Eu sei que você queria isso também,
mas... acontece. Deus.” Ele abaixou sua cabeça enquanto trazia nossas mãos
juntas para sua testa. “Porra. Eu não sei o que dizer.”
“Não tem mais nada que possa ser feito agora. Quero dizer, não
agora. Eu vou marcar uma consulta de acompanhamento para saber que está
tudo bem, mas não precisa ser agora.” Essa era a verdade, eu não precisava
contar a ele os outros detalhes do que acontecei. “Você não precisa pegar
folga no trabalho nem nada. Eu vou apenas ficar... uh, relaxando...” engoli
forçadamente “...até segunda.”
Nick colocou suas mãos em suas coxas. “E você foi para o hospital
ontem à noite?”
313
Seu rosto ficou embaçado enquanto eu balançava minha cabeça. “Não
sei.”
Por que eu não tinha ligado para ele? Ele deveria ter sido a primeira
pessoa a se ligar. Bom, eu tinha entrado em pânico quando fui ao hospital,
mas eu deveria ter ligado uma vez que estava lá ou quando a enfermeira
perguntou. Eu ainda não sabia porque não fiz isso. Pressionei meus dedos em
minha testa e balancei minha cabeça. “Eu não quis te incomodar.”
Nick deu um passo para o lado, suas mãos em sua cintura. “Nós
estamos tendo uma conversa de verdade?”
314
Uma cólica me atingiu, me pegando de guarda baixa. Minha mão voou
para meu estomago enquanto a dor passava por mim.
“Yeah,” eu respondi.
Suas mãos afastaram. “Tem algo que posso pegar para você?”
“Só isso?” Ele cambaleou para trás como tivesse sido empurrado, e eu
queria olhar para longe. Eu queria me esconder, porque isso... tudo isso era
culpa minha. “Stephanie, eu não sei o que dizer.”
“Eu não estava nem com treze semanas,” eu disse porque era mais
fácil não pensar além disso. “A médica disse que ele provavelmente parou de
se desenvolver a semanas.”
“Tudo que estou tentando dizer é que pelo menos aconteceu agora e
não a semanas daqui, não quando...” Não quando eu estivesse aparentando ou
quando fosse ser muito mais difícil de aceitar e entender isso.
315
Exceto que era difícil aceitar e entender. Eu não entendia. Eu não
sabia o porquê tinha acontecido e eu não estava apenas desapontada. Eu
estava arrasada, e eu...
“Eu deveria ter estado lá, Stephanie. Não apenas para que pudesse
ficar ao seu lado, mas porque eu poderia estar. E nada a se dizer? Tem muitas
coisas a se dizer sobre isso. Eu só não sei as palavras agora. Eu nem mesmo
quero pensar, mas... porra.” Ele passou suas mãos sobre seu rosto. Seu braço
tremendo. “Por que não me ligou, Stephanie?”
Eu pisquei. “Eu...”
Ele me atirou um olhar, incrédulo. “Você não precisa lidar com mais
nada.”
“Sim.”
Seus olhos queimaram. “Você não pode estar bem. Você acabou de
perder um bebê, Stephanie. Quero dizer, vamos lá. Você é humana. Você
não...”
Balançando sua cabeça, ele começou a andar até a mesa – para seu
capacete. Ele estava indo embora e o pânico cresceu na beira do meu
estômago. Eu dei um passo na sua frente. “Por que você não quer me dizer o
que queria falar?”
316
“Por quê?” Suas bochechas coraram. “Porque eu estou tentando ser
um ser humano descente agora, Stephanie. Eu estou tentando não descarregar
mais merda na sua cabeça quando você não precisa. Eu...”
Minha boca abriu mas não haviam palavras. “Eu... não pensei quando
comecei a ter as dores. Eu dirigi até o hospital e eu...”
“Eu entendi. Okay? Eu posso entender essa parte, mas você esperou
até hoje para me pedir para vir, e pediu pela porra de uma mensagem, você
está brincando – Okay.” Ele se endireitou, inalando profundamente enquanto
seu corpo todo ficava tenso. “Eu farei o certo agora. Você não precisa disso,”
ele disse, passando por mim. “Eu não preciso fazer isso agora. Okay? Eu
preciso limpar minha cabeça. Você precisa limpar sua cabeça.”
“Steph...”
317
“Por favor.” Meu controle estava escapando, afinando e, então, ele
apenas... ele apenas quebrou. “Por que você ainda está aqui?”
Nick parou de se mover. Ele pode até mesmo ter parado de respirar e,
por um longo e tenso momento não havia nada além do silencio. Eu fechei
meus olhos, ouvindo o capacete sendo arrancado da mesa e, num segundo
depois, a porta da frente bateu, fechada.
318
Capítulo Vinte e Oito
Nick tinha ido embora, mas não para longe, o que descobri quando ele
deixou o apartamento. Ele tinha ligado para Roxy e ficou no estacionamento
até que ela chegou, uns quinze minutos depois.
Roxy entrou antes que eu tivesse chance de dizer qualquer coisa. “Eu
sei o que aconteceu e Nick não quer que você fique sozinha agora. Você não
deveria ficar sozinha agora.”
“Eu estou...”
“Yeah. Você está bem. Ele disse que você continuava dizendo isso.”
Roxy tirou sua jaqueta. “Você pode muito bem ir fechar a porta, porque não
vou ir embora.”
Roxy colocou seu casaco nas costas da cadeira da cozinha e veio até
aqui. Ela não falou nada enquanto se sentava do outro lado do sofá, e eu não
olhei para ela. Eu estava encarando a TV, sem realmente ver.
Ela exalou. “Eu não sei o que dizer, Steph, além de sinto muito”
319
Fechando meus olhos contra a queimação, eu agarrei a borda do
cobertor. Meu estomago se contraiu e foi doloroso, mas de um jeito, não se
comparava a completa devastação que eu sentia. “Eu não entendo,” eu disse
depois de um momento.
Eu realmente não sabia onde tudo isso estava indo, mas minha língua
estava se movendo e as palavras estavam juntas da dor que crescia dentro de
mim. “Eu não entendo porque isso dói tanto. Não é como se eu estivesse com
muitas semanas, sabe? Eu nem tinha dito ao meu chefe. Talvez eu não
devesse ter dito a ninguém. Quero dizer, eu estava entrando no meu segundo
trimestre.” Uma dor aguda passou por mim. “Na verdade, acho que nem
cheguei perto disso. A médica do hospital disse que o be – que ele
provavelmente parou de se desenvolver a mais de uma semana atrás.”
E agora que eu tinha dito isso em voz alta, tudo começou a fazer
sentido. A exaustão que estava sentindo. A perda que qualquer peso que eu
tinha ganhado. “Houveram sinais,” eu disse a ela. Eu estava começando a ver
os pontos brancos por trás dos meus olhos fechados. “Sinais que eu estava
perdendo... isso, e eu nem prestei atenção a eles. Eu pensei que era normal.”
“Como você iria saber? Não tinha como,” Roxy argumentou. “E eu sei
que abortos são comuns, Steph. Acontece, e não se tem ninguém a culpar.”
Não tinha ninguém para culpar? Eu não tinha tanta certeza. Talvez eu
não tivesse levado minha gravidez a sério. Eu sabia que tinha esquecido de
tomar minhas vitaminas uns dias. Minha dieta poderia ser mais saldável. E se o
bebê não tivesse parado de se desenvolver e se eu estivesse prestando
atenção a dor ontem à noite em vez de ir para cama, será que o aborto
poderia ter sido evitado?
320
Roxy se aproximou, colocando sua mão em meu ombro. “Isso não é
culpa sua.”
“Nada,” sussurrei.
Pressionei meus lábios juntos. “Não tem nada que eu precise agora.”
321
“Ele soou como alguém a dez segundos de perder a compostura.” Seus
olhos encontraram os meus quando olhei para ela. “Talvez você não precise
ouvir isso agora, mas eu nunca vi Nick triste. E ele estava realmente triste.”
“Eu não quero que ele fique triste.” Minha voz estava rouca. “A
última coisa que eu queria era que ele se machucasse de novo. Ele perdeu...”
eu me cortei, uma parte porque eu não queria compartilhar seus assuntos
pessoais e porque as palavras de Katie voltaram correndo na minha cabeça.
Roxy não foi embora, mas ela me deu espaço, só entrando no quarto
quando horas já haviam se passado e ela queria que eu comesse canja de
galinha, coisa que eu não fazia ideia de como ela tinha conseguido, porque eu
não tinha nenhuma na casa, mas essa sopa me lembrou de Nick.
322
Eu pensei ter ouvido a voz de Reece na quinta à noite e, mais tarde,
eu pensei ter ouvido Calla. No começo achei que estivesse apenas
imaginando, mas então percebi que Calla estava aqui agora. O semestre em
Shepherd havia acabado. Eu rezei para que ela não viesse até o quarto, e ela
não veio.
323
Uns minutos antes das onze da manhã, eu ouvi a porta se abrir e eu
estava esperando ver Roxy, mas foi Katie que entrou em meu quarto,
fechando a porta atrás de si, e eu quase não a reconheci.
Katie fez seu caminho para cama e se sentou na beirada, seus olhos
azuis brilhantes sem toda a sombra e delineador. “Roxy teve de ir para casa.”
Minha garganta estava seca quando falei. “Você não precisava vir.
Estou apenas... indo devagar.”
Ela cruzou suas mãos sobre seu colo. “Você devia tentar comer algo.”
“Estou bem,” eu disse a ela sem me mover. Havia uma boa chance
que minha bochecha já estivesse grudada no travesseiro.
324
Uma sobrancelha levantou. “Eu te avisei.”
Katie balançou sua cabeça de vagar, triste. “Eu tinha essa sensação
sabe? Eu sabia que você iria quebrar o coração dele e é isso que você está
fazendo.”
Algo quente e ruim estava crescendo em mim. “Eu sei que fizemos
esse bebê, Katie. Obrigada. E eu sei que quebrei seu coração quando eu o
perdi, então eu não preciso desse lembrete agora.”
Katie ignorou meu tom e continuou. “Ela também disse que ele
mencionou que você nem contou a ele até ter voltado do hospital. Mas que
porra menina?”
Minha boca caiu aberta enquanto a culpa se movia como uma fumaça
preta sobre mim.
325
“Okay,” eu disse depois de um segundo. “Essa é tipo a segunda ou
terceira vez que você me chama de idiota e eu realmente não gostei disso,
nem tenho a paciência para estar tendo essa conversa agora.”
“Que pena,” ela respondeu, seus olhos afiados. “Porque tem algo que
você não está entendendo.”
“Não, não entende.” Ela esperou até que meu olhar encontrasse o
seu. “Mas você vai.”
“Ninguém espera que você lide. Isso é algo trágico, menina. Acontece
toda hora, com várias pessoas ao redor do mundo. Não quer dizer que seja
menos pior. E não quer dizer que sua dor seja menor pior. Você não está
bem.”
326
Ar ficou preso em minha garganta. “Eu estou bem.”
Sentei-me, encarando ela. “Mas que porra? Eu disse que estou bem.
Eu estou bem, pelo amor de Deus.”
Ela cruzou seus braços magros sobre sua cintura. “Você pode me dizer
isso o quanto quiser, mas eu sei melhor. Todos sabem.”
Katie inclinou sua cabeça para o lado. “Claro que não pode. Quem
seria capaz de lidar com tudo isso agora?”
Não havia palavras, porque, bom Deus, essa conversa estava andando
em círculos.
Ela levantou da cama, seu rosto caindo enquanto ela sussurrava. “Está
tudo bem.”
327
Não.
Esse era o problema. Não estava tudo bem. O Deus, nada disso estava
bem.
E isso era uma bosta. Eu sabia que de muito mais jeitos do que eu
estava considerando, as coisas não estavam bem. E eu não sabia como deixa-
las bem para começar. Não tinha um manual sobre isso, não havia como
pesquisar no Google um jeito de consertar isso.
328
Capítulo Vinte e Nove
Eu finalmente dormi.
Não havia outra opção para mim. Eu chorei até passar mal, chorei
forte, e eu chorei até me exaustar mentalmente, o que só poderia ser curado
voltando para a cama. Eu não sei quanto tempo dormi, mas acordar foi como
me tirar de dentro da areia movediça. Meus olhos, inchados e molhados,
pareciam grudados, e eu não estava pronta a tentar abri-los e encarar a
realidade, encarar a perda do futuro que eu não sabia o quanto queria até
que ele já não estivesse ao meu alcance. E enfrentar a realidade das minhas
inseguranças e preocupações em relação ao meu relacionamento com Nick,
válidas ou não, que tinham me levado a essas escolhas covardes, quando se
tratou em envolvê-lo no que tinha acontecido. Eu, também, não queria... não
queria vê-lo machucado, e tentar proteger ele disso tinha saído pela culatra.
329
vindo para cama comigo, mas eu tinha a sensação que não era ela. Minha pele
formigava enquanto eu respirava profundamente, sentindo um cheiro fresco
junto com pinho.
Meu coração parou. Esse cheiro... esse cheiro era tão familiar, tão
certo.
Nick virou sua cabeça na minha direção. Mesmo com a falta de luz, eu
podia ver os círculos escuros sob seus olhos. Quando ele falou, sua voz estava
rouca. “Você acordou.”
“Vou esperar por você aqui, okay?” Ele disse com a voz baixa. “Se
precisar de qualquer coisa grite, e eu vou até você.”
330
Nick estava aqui.
Ele tinha voltado mesmo depois deu tê-lo chutado para fora.
Seu peito levantou quando ele respirou profundamente. “Eu sei que
você não me quer aqui,” ele começou e, antes que pudesse responder, ele
continuou. “Mas eu vou ficar exatamente aqui. Precisou de tudo que eu tinha
dentro de mim para sair por aquela porta ontem e eu não tenho mais nada
restando para fazer isso de novo. Não depois de saber o que você está lidando
e te ver agora. Eu sei que está machucada. Você não deveria estar sozinha e
tem de ser eu aqui com você.”
Houve um minuto de silencio. “Eu vou ser bem honesto com você,
Stephanie, mas foi exatamente isso que deu a entender ontem.”
331
Como eu poderia explicar o que estava sentindo e onde minha cabeça
estava quando ela mesma estava em vários lugares diferentes e tudo era tão
novo? Não haviam muitas palavras, muitas coisas que eu poderia dizer, e
ainda assim eu não conseguia focar um pensamento. Era como tentar pegar a
chuva.
Levantei meu olhar e o rosto de Nick ficou embaçado por causas das
lágrimas frescas.
Ele inclinou sua cabeça para o lado e sua foz falhou quando ele disse.
“Venha aqui.”
A reação de Nick foi imediata. Ele enterrou uma mão em meu rabo de
cavalo bagunçado e seus joelhos se dobraram em cada lado meu enquanto seu
outro braço fazia círculos em minha cintura, seu corpo se curvando contra o
meu. Era como se ele estivesse se prendendo ao meu redor e aquelas lágrimas
escorreram livres pelo meu rosto. Eu quase não pude acreditar que ainda
havia mais em mim, mas os soluços voltaram e eles eram tão poderosos que
faziam meu corpo tremer – tremer enquanto ele me segurava.
332
“Stephanie, baby, por favor, não peça desculpas.” Sua voz deu aquela
falhada de novo, me matando. “O que aconteceu não é culpa sua. Você sabe
disso, certo? Não foi culpa sua.”
Meu aperto nele aumentou. Não era a perda do bebê. Nem era pelo
jeito que eu havia agido. Era isso. Merda, Katie realmente era psíquica.
“Jax me deu o final de semana de folga e Kira está com meu avô.”
Sua mão estava em meu pescoço. “Eu não vou a lugar algum, Stephanie.”
“Eu não quero que você me deixe.” Eu sussurrei essas palavras, e não
me matou admitir algo tão vulnerável. Honestamente, aconteceu exatamente
o contrário. Alívio cresceu, pequeno e frágil, mas estava ali.
Eu levantei um ombro.
333
“Não faça isso de novo.” Sua voz era gentil enquanto sua mão voltava
a se mover, aliviando a rigidez dos músculos do meu pescoço. “Fale comigo.”
Minha mão deslizou até seu peito e parou ali, sobre seu coração. “Eu
só não quero que você vá, porque eu... eu acho que é o que você faria. Nós
ficamos juntos porque eu estava grávida. É por isso que ficamos juntos. Não
por mais nada, e agora que isso se foi, não tem mais nenhum motivo para
você continuar fazendo isso...”
“Bem, eu sei que você é fisicamente atraído por mim, mas... eu não
sei.” Suspirei. “Nada disso é importante agora. Nós pode...”
Quando ele disse isso dessa forma, meio que soou bobo, mas nossa
relação tinha sido bem diferente da normal. “Você não queria me ver de novo
depois da primeira vez que ficamos.”
“Eu...”
334
“Merda.” Ele levantou uma mão e a passou pelo seu rosto. “Lembra-se
da noite em que eu vim pedir desculpas pelo jeito que agi no bar? Quando eu
disse que desejava que as coisas fossem diferentes entre nós? Eu não estava
brincando. Você não tem ideia do quão difícil foi para mim não te ver depois
da noite em que ficamos. Eu queria. Porra, eu queria mais que qualquer coisa
que quis por um bom tempo.”
Ele balançou sua cabeça. “Meu foco foi meu avô pelos últimos,
últimos anos, e eu não queria mais nenhuma complicação. Eu não tinha tempo
para uma.” Ele abaixou sua mão. “Mas eu também sou a porra de um imbecil.
Isso foi algo que percebi depois que te conheci. Essa não é uma boa desculpa,
mas com tudo que aconteceu na minha família – perder quase todos eles e,
então, a menina que eu pensei estar apaixonado no colegial me deixando
quando viu que as coisas seriam difíceis? Entrar em um relacionamento de
novo não era algo que o ansiava. Eu tenho de ser honesto. A ideia ainda...
yeah, ainda me assusta um pouco.”
Eu abri minha boca, mas não sabia o que dizer enquanto balançava
minha cabeça.
“Eu queria ser diferente com você – eu queria que tudo fosse
diferente para você, e isso foi antes deu saber que você estava grávida,” ele
disse, seus ombros tremendo enquanto ele balançava sua cabeça. “Eu só não
achava quer era capaz de ser essa pessoa.”
Seus cílios abaixaram. “Sabe, há uns meses atrás eu não teria certeza
sobre essa afirmação e, honestamente, eu não sabia até você ter ido em casa
no Thanksgiving. Ver você com meu avô me fez perceber o completo idiota
que fui, não correndo atrás de você no momento em que sai do seu
apartamento. E ter falado com você sobre o que aconteceu com minha
família, como isso está amarrado a Calla. Ter dito essas coisas me ajudou a
deixar tudo ir. Eu deveria... eu deveria ter dito isso para você, porque eu
335
entendo porque você pensou que não havia nada mais entre nós. Eu entendo.
Eu deveria ter deixado claro que eu sentia mais.”
Ele pressionou sua mão em meu peito. “Eu estava sentindo mais por
você aqui, e isso não tinha nada a ver com a gravidez.”
“Eu não sei, honestamente não sei, mas eu gosto de pensar que
iriamos ter encontrado o caminho um para o outro de um jeito ou de outro.”
Seu olhar encontrou o meu. “Eu quero acreditar nisso. Eu preciso.”
Uma risada seca, rouca, escapou de mim. “Não. Não somos bons
nisso.” Eu abaixei meu queixo. “Mas nós somos realmente bons nisso quando
não sabemos o que estamos fazendo.”
336
Seu sorriso sumiu enquanto ele se inclinava, pressionando seus lábios
em minha testa.
“Babe,” ele disse, beijando minha testa. “Não deixe sua cabeça ir por
aí. Prometa-me que você não vai deixar sua cabeça ir por aí.”
Prometer era mais difícil de se cumprir do que falar, mas foi o que eu
fiz e ele envolveu minhas bochechas com suas mãos. “Vai ser difícil. Eu sei
que vai. Para ambos, mas sabe o que?”
“O que?”
337
Capítulo Trinta
Então, de novo, eu achava que Nick sabia. Eu acho que era por isso
que ele insistiu que eu ficasse com ele até que minha mãe chegasse para o
Natal. Ele estava lá naqueles momentos em que eu acordava no meio da noite
e não conseguia voltar a dormir. Esses eram os momentos que as sombras
queriam voltar. Eu sabia que meu corpo estava passando por várias coisas e
que meu humor estava uma bagunça, mas era também só... só difícil de lidar
com tudo.
338
Parte de mim sentia a necessidade de voltar com tudo
imediatamente. De nadar a favor da maré, porque essas coisas aconteciam.
Elas aconteciam todos os dias e eu tinha sorte que não teve mais nenhuma
grande complicação até o momento, como uma infecção, ou que eu não
estivesse com um período longo de gestação. Nesses momentos sombrios no
meio da noite, era difícil falar exatamente o que eu estava sentindo, mas eu
tinha que.
EU não tinha tanta certeza assim enquanto abria a porta. Minha mãe
podia ser... muito para se lidar, e ela me atacou enquanto passava pela porta,
envolvendo seus braços em mim. Eu estava presa em seu calor e em seu
cheiro de baunilha.
Sua mão acariciou a parte de trás da minha cabeça. “Oh minha doce
menina...” Ela me segurou e eu, de repente, era essa menininha que só
queria... só precisava da sua mãe porque agora tudo poderia ficar bem.
339
meus braços enquanto dava um passo para trás. “Acho melhor pegar esse
cachorro antes que ele coma as barras de metal.”
Minha mãe revirou os olhos, mas ela sabia que poderia acontecer.
Quando Loki queria algo, Loki pegava. O cachorro podia escalar cercas.
Enquanto eu pegava a caixa, eu a trouxe para dentro do apartamento comigo,
fechando a porta atrás de nós. Eu não fiquei surpresa quando vi que ela
estava com Loki, em vez de tê-lo deixado no hotel.
Nick deu um passo para frente, estendendo sua mão e seu meio sorriso
aumentou. “Olá, Sra. Keith.”
“E você deve ser Nick. Agora eu consigo entender porque você fica tão
distraída no telefone quando ele está por perto.” Minha mãe realmente olhou
para ele enquanto pegava sua mão.
“Wow. Stephanie, wow.” Ela olhou sobre seu ombro para mim. “Estou
muito orgulhosa de você.”
“Eu vou fazer tudo o que puder para conseguir fazer exatamente
isso,” ele respondeu, ganhando um sorriso de aprovação da minha mãe.
340
Loki saiu correndo, começando uma maratona de cheiradas enquanto
Nick oferecia algo para beber a minha mãe. Nervosa, eu o assisti entrar na
cozinha enquanto eu cruzava meus braços sobre minha cintura. Houve
conversa sobre sua viagem até aqui, quanto tempo ela iria ficar e apenas
conversinha em geral enquanto ele fazia café. Eu fiquei para trás, fingindo
manter um olho em Loki enquanto o cachorro corria pelo sofá e, então,
pulava no chão, correndo em direção ao quarto. Quando minha mãe olhou
para mim e piscou, meus lábios se curvaram. Ela não precisava dizer, mas eu
sabia que ela já estava começando a se apaixonar por Nick também.
Em engoli forte enquanto olhava para ele. “Você está bem?” ele
sussurrou.
Depois que minha mãe voltou para o hotel com o pequeno hooligan
também conhecido como Loki, eu fiz uma mala de voltei para a casa de Nick
para passar o resto da véspera de natal para que Kira, a enfermeira, pudesse
ir para casa essa noite. Minha mãe estaria se juntando a nós na casa de Nick
na manhã, e isso parecia um passo enorme, mas Nick estava bem sobre ela
vir.
Não demorou muito até que Nick se juntasse a mim no sofá. “Como
está seu avô?” Eu perguntei.
341
“Ele está dormindo.” Ele olhou para minhas mãos. “O que é isso?”
“Mesmo?”
O sorriso chegou aos seus olhos. “Claro que sim. Eu venho dizendo que
preciso comprar um relógio a meses. É bom ter um enquanto estou
trabalhando.”
342
Seus olhos seguraram os meus por um momento antes dele se
levantar, desaparecendo pela borda do sofá. Parecia que ele estava indo ao
banheiro. Ele voltou rapidamente, se sentando ao meu lado. Uma caixa
pequena de veludo preto estava em sua mão. “Desde que você me deu um
presente, eu quero te dar o meu,”
Eu olhei para ele e silenciosamente peguei a caixa que era menor que
minha palma. Eu não tinha ideia do que esperar enquanto eu a abria, mas
quando eu vi o que tinha dentro, perdi o fôlego.
“Yeah?”
“Oh yeah.”
343
E então eu sorri pelo que pareceu a primeira vez em dias. As palavras
simplesmente saíram, não precisando de esforço nenhum. “Eu te amo.”
Nick congelou e sua camiseta voltou a ticar sua pele. Ele parecia com
alguém prestes a dizer algo, mas sua cabeça voou na minha direção. Seus
lábios se afastaram. “O que?”
Ele me encarou.
“Cristo.” Ele colocou sua testa contra a minha, suas mãos grandes
tremendo enquanto ele segurava minhas bochechas. “Eu nunca pensei que te
ouviria dizendo isso.”
“O que?” Eu sussurrei.
344
porra, eu não conseguia tirar isso de mim. Eu nem mesmo sinto como se
merecesse isso.”
“Eu vou te provar Stephanie. Você não tem ideia.” Seus lábios
encontraram os meus de novo e o beijo foi mais profundo, mais cru. “E você
vai ficar cansada de me ouvir dizendo isso. Eu te amo. Eu estou fodidamente
apaixonado por você, Stephanie.”
“Eu nunca vou me cansar de ouvir isso.” Eu deslizei minhas mãos para
baixo, sobre seus braços fortes. “Não tem como.” Apertei meus olhos
fechados. “É por isso que eu estive esperando. Você é o que eu estive
procurando.”
345
Capítulo Trinta e Um
A notícia de sua morte não era totalmente inesperada. Por dias Nick
sabia que isso estava vindo. Ele ainda estava chocado quando isso aconteceu,
mas os sinais estavam claros e, enquanto pudessem desejar que a mensagem
nunca fosse recebida, isso permitiu que Nick tirasse uma folga para estar com
seu avô.
Dizer adeus nunca era fácil, mas eu acho que havia um certo alivio
misturado com a perda que Nick estava sentindo. Seu avô não iria mais sofrer.
Com a primavera chegando, havia algo fresco sobre esse processo, não
só para Nick, mas para mim também. Janelas foram abertas. Brisas encheram
346
os quartos. Tudo parecia claro e novo. Com cada pilha de roupa empacotada,
era como se eu estivesse sobrando a culpa e a dor, guardando ela longe,
porque a cada dia ficava mais fácil de se lidar com a perda do bebê. Ficou um
pouco mais fácil de aceitar que ninguém tinha feito nada de errado, e que
cada dia nós estávamos mais próximos a superar isso. Era um processo, assim
como limpar o quarto do seu avô. Alguns dias, parecia que ao dar um passo
para frente, estava dando cinco para trás. Alguns dias era difícil tentar não
me esconder da dor, não ceder aos questionamentos sobre o passado e futuro.
Nick não tinha certeza o que ele iria fazer com o quarto do seu avô,
deixar ele como quarto de hospedes ou converter ele em algo diferente.
“Você está certa.” Ele virou sua cabeça e abaixou seu queixo,
passando seus lábios sobre o topo do meu coque bagunçado e, provavelmente
empoeirado. “Eu acho que vou manter desse jeito por agora. Eu gosto dele
como quarto.”
Meu olhar viajou pelo cômodo. Na cômoda agora vazia, fotos de seu
avô estavam alinhadas como uma pequena linha de soldados da memória.
Deixar esse quarto como estava por agora era uma boa ideia. “Eu também.”
347
“Obrigado por ajudar. Realmente estou agradecido.” Nick soltou seus
braços e se moveu, pegando minha mão. Ele a levantou. “Mas você está suja.”
Meu corpo estava concordando com a ideia. Nick me guiou para fora
do quarto e para o andar de baixo, para o quarto ao lado da cozinha. Nick deu
um show ao tirar suas roupas, levando mais tempo que o necessário, mas não
tinham uma parte de mim que estivesse desapontada pela antecipação. Acho
que, antes da agua ser ligada e o vapor tomasse conta do banheiro, ele beijou
cada parte do meu corpo. E ele ainda não tinha terminado.
“Eu amo seus lábios.” Ele me beijou. “E essas bochechas.” Seus lábios
foram parar ali. “Eu amo seus olhos.” Ele colocou um beijo sobre minha
sobrancelha e começou a fazer seu caminho para baixo. “Eu amo sua
garganta.”
Meu coração contraiu. Ele fazia isso toda vez que eu ouvia essas
palavras.
Ele adorou cada parte do meu corpo, e quando ele levou a ponta do
meu seio em sua boca, sugando profundamente, ele me fez gemer,
borbulhando com desejo. “E eu realmente amo esses aqui.”
348
Nós levamos nosso tempo no banho, e eu tinha certeza que não mais
que apenas uns minutos foi dedicado a parte da limpeza. Não demorou muito
para minhas costas estarem pressionadas contra os azulejos e Nick estivesse
de joelhos, extraindo gemidos suaves de mim. Meus joelhos estavam fracos e
meu corpo ainda tremia do orgasmo poderoso quando ele se levantou na
minha frente, a agua escorrendo por sua pele morena enquanto ele investia
em mim, seus olhos verdes brilhantes de um jeito possessivo, me consumindo.
“Não vá devagar.” Eu passei meus dedos sobre sua pele, pelo seu
peito.
Mais tarde, muito mais tarde, estávamos em sua cama, rosto com
rosto, nossa pele a muito tempo seca enquanto ele brincava com mechas do
meu cabelo. “Estava pensando...” ele disse.
Meu sorriso chegou aos meus lábios. “O que você estava pensando?”
“É meio que aleatório.” Ele jogou uma mecha de cabelo sobre meu
ombro e, então, pegou outra. “Mas estive pensando em conversar com Calla,
contar a ela quem meu pai é.”
349
“Yeah.” Um lado de seus lábios se curvaram para cima. “O que você
acha disso?”
Ele riu de novo, aqueles olhos verdes mais claros do que eu já tinha
visto. “Eu sei.”
Eu levantei um ombro. “Eu sei que vai ser uma conversa difícil, e eu
sei o quanto você esteve pensando sobre isso. Falar com Calla é um grande
passo de deixar tudo ir.” Eu o beijei de novo e me sentei. “Quando você
estiver pronto para ter essa conversa, se quiser, eu estarei lá com você.”
“O que?”
Ele me puxou para baixo para que quando falasse, seus lábios
estivessem sobre os meus. “Eu te amo.”
350
Meu coração inflou tão rápido que foi difícil ele não nos levantar até o
teto. Aquelas palavras eram palavras que eu nunca, nunca me cansaria de
ouvir. Eu o beijei de novo e, dessa vez não houve nada suave ou casto sobre
ele. Eu sussurrei essas mesmas palavras de volta para ele e, então, eu mostrei
a ele o quanto.
Sair com eles ou com Reece e Roxy não era nada novo. Nós tínhamos
encontros duplos – ou triplos – o tempo todo, mas eu sabia que Nick tinha um
motivo maior por trás disso, e eu estava nervosa por ele, porque eu sabia que
isso não seria fácil. E eu realmente, realmente esperasse que minhas
impressões sobre Calla estivessem corretas, que ela não iria jogar nada contra
ele.
351
Me estiquei no topo e puxei a caixa de sapato. Um pedaço de papel
caiu, flutuando até o chão. Colocando a caixa em baixo do meu braço, eu me
abaixei e peguei o papel.
Eu deveria saber o que ela quando senti a fina textura do papel, mas
eu não me lembrava de ter colocado isso no armário. Eu, provavelmente,
tinha feito quando estava tentando remover todos os traços de ter estado
grávida.
Honestamente, eu ainda não via um bebe nessa foto. Era apenas uma
bolha em preto e branco, mas tinha sido minha bolha e a bolha de Nick.
Pressionando meus lábios juntos, eu balancei um pouco a cabeça. Não doía
tanto quanto antes. A confusão ainda existia. Eu nunca iria saber o porquê
isso tinha acontecido e eu não sabia se tinha algum problema sério com
engravidar até que acontecesse de novo, mas eu sabia agora que não tinha
nada que eu pudesse ter feito diferente.
Um dia.
352
Ele riu enquanto colocava seu braço sobre meu ombro. “Estranha.”
“Que seja.”
Jax riu baixo. “Fico feliz que vocês puderam se juntar a nós.”
“Eu sei.” Nick pegou seu menu, um pequeno sorriso em seus lábios.
“Vocês estão todos abençoados pela nossa presença.”
Calla riu enquanto Jax revirava seus olhos. Eu puxei meu cabelo para
baixo enquanto olhava para Nick e, então, voltava minha atenção a eles.
“Então, o que vocês vão pedir?”
Nick bateu com seu dedo no meio do menu. “Eles têm costela.” Ele
disse a mim. “Com osso. Você sabe que quer isso.”
22
Porterhouse ou T-Bone, também conhecido bisteca ou chuleta, é um tipo de corte de carne
bovina. Ele consiste em um osso em formato de "T" com carne dos dois lados. O lado maior é
de contra filé, e o lado menor é filé mignon. Devido ao seu tamanho e à qualidade dos cortes
que ele contém, o T-Bone é considerado um dos melhores cortes do boi.
353
Calla falou sobre o que estava planejando fazer quando terminasse a
faculdade de enfermagem. Tendo se transferindo para uma das faculdades
locais, dois dos seus créditos de aulas não foram aceitos, então ela estava
tendo sulas no verão para termina-los. Jax mencionou planos para uma
pequena reforma no Mona’s. Ele queria tirar o piso velho e se livrar das mesas
e cadeiras. Havia um assunto que eu sabia que eles não iriam mencionar, pelo
que tinha acontecido com nós, então eu sabia que teria de ser eu a cruzar
essa linha.
Jax riu. “Não diga a Cam isso, porque eu acho que Avery tentou dar o
nome de Ginny a ela.”
354
“O que vocês estão planejando fazer com a casa do seu avô?” Jax
perguntou enquanto bebericava a cerveja que tinha pedido.
“Meu avô deixou a casa para mim, então é minha, e é grátis e limpa,”
Nick explicou. “Eu não tenho certeza o que vou fazer no futuro, mas por
agora, eu vou mantê-la.”
“Tem algo que eu queria contar a vocês,” ele começou. “Algo que eu
provavelmente já deveria ter dito há muito tempo.”
Calla piscou de vagar enquanto seu rosto ficava um pouco mais pálido.
“Novak?” Ela se encostou, suas mãos caindo em seu colo.
355
“Construções Novak,” Nick confirmou.
“Oh meu Deus.” A mão de Calla levantou para sua bochecha, mas ela
parou um pouco antes de tocar sua cicatriz.
“Eu não sei,” ele respondeu e, então disse. “Na verdade, isso é
mentira. Você estava lidando com tantas coisas e eu não queria adicionar isso
a pilha. Eu não queria estragar sua vida mais do que...”
356
Calla continuou, seus olhos azuis brilhando. “Eu sei como é perder alguém, e
isso não deve ter sido fácil para você.”
Nick fechou seus olhos. “Você está se desculpando?” Sua voz soou
presa, e eu apertei sua perna. “Não tem nada que você precise se desculpar.”
“Não tem nada que você precise se desculpar também,” ela insistiu,
sua voz cheia de sinceridade. “Eu entendo o porquê não disse nada, mas eu
quero que você saiba que o que seu pai fez não muda o jeito que penso sobre
você.”
“Parte de mim quer te dar um soco por você achar que isso iria mudar
qualquer coisa,” Jax disse.
Nick riu enquanto passava sua outra mão pelo seu maxilar e, então,
apoiava ela na mesa. “Yeah, eu meio que quero socar a mim mesmo, mas uma
vez que tanto tempo se passou, só ficou mais difícil dizer qualquer coisa.”
“Eu entendo.” Calla apertou sua mão sobre a mesa. “Você sabe, o que
aconteceu – o incêndio? Isso destruiu muitas vidas. Não apenas a minha ou da
minha família, mas a sua também.” Seu olhar se moveu para o meu. “Uma
tragédia é uma tragédia não importa o que, mas eu aprendi que isso não
define quem você é e não nos enfraquece. Nos torna mais forte. Me levou
muito tempo para entender isso.” Ela olhou para Jax e sorriu. “Eu tive ajuda
nesse quesito.”
357
Capítulo Trinta e Dois
Uma mulher morena mais velha que estava sentada na primeira fila do
salão embalava o bebê de quatro meses em seu joelho. Os tufos de cabelo
vermelho eram o chamariz.
O homem estava encarando Ava, e tudo que eu conseguia ver era seu
perfil. Seu rosto era pálido, sua expressão firme e seus ombros rígidos
enquanto ele se ajoelhava ao lado da Sra. Hamilton e virava Ava para si. Ela
disse algo e o homem concordou. Então ela entregou Ava para ele.
358
homem ouvia e via era Ava. Sua mão tremia enquanto ele passava sobre o tufo
de cabelo.
Ao meu lado, Roxy forçou a vista enquanto olhava para frente. “Eu
não sei,” ela disse, ajeitando a barra da sua saia roxa. “Eu nunca o vi antes.”
Quem quer que fosse esse homem, ele deveria conhecer ou Avery ou
Cam muito bem. Eventualmente ele entregou a bebê de volta para Sra.
Hamilton e se levantou. Ele andou de volta pelo corredor, seus movimentos
menos firmes.
“Tenho certeza que ela vai deixar,” Roxy respondeu, ajeitando seus
óculos. Hoje eles eram azuis, combinando com seu vestido.
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Suas mãos se fecharam em meu ombro nu. “Porque nós estaríamos
usando aquele quarto lá em cima que alugamos para o final de semana. Ou o
banheiro mais próximo. Também tem um armário no final do corredor que
pode ter espaço para nós dois.”
Eu mordi meu lábio, mais feliz do que deveria ter ficado com a ideia.
“Você é tão mal.”
“E você...” ele beijou minha testa. “... está incrivelmente linda nesse
vestido. Eu já te disse isso?”
“Bem, adicione mais essa a lista.” Ele apertou minha mão. “Você está
incrível.”
“Shiu.” Roxy deu uma cotovelada em Reece. “Você é tão doce quanto
então nem adianta fingir.”
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“Merda,” Roxy murmurou. “Lá se vão meus ovários.”
Depois era Brit e Ollie, e meu sorriso aumentou ao ver os dois. Usando
o mesmo vestido de alça azul que Teresa, Brit estava incrível com seu cabelo
loiro preso, mas era Ollie que roubou o show. De algum modo, mesmo de
smoking, parecia que ele estava na praia. Seu cabelo estava mais curto que na
época da faculdade, mas ele ainda tinha aquele ar de surfista. Eles se
separaram quando chegaram ao arco.
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Eu não reconheci a morena que estava com ele, e eu meio que fiquei
desapontada que ele não estava lá com Jillian. Eu nem mesmo seu porque eu
desejei por isso. Eu não tinha visto Jillian desde o dia na sala de estoque.
Tudo que eu sabia é que ela nunca mais havia voltado a Lima Academy depois
disso.
Uma vez que que todos estavam em seus lugares, a marcha nupcial
começou e Avery apareceu. Ela era uma noiva linda. Seu longo cabelo
vermelho caia em ondas em volta do seu rosto e, mesmo da onde eu estava
sentada, eu podia ver o brilho de lágrimas em seus olhos. Seu vestido era
simples, no estilo grego, e perfeito para ela.
O pai de Avery.
Ele a levou pelo corredor enquanto nós nos levantávamos. Antes que
ela chegasse próxima ao seu futuro marido, Avery parou e colocou sua mão na
bochecha de Ava, beijando sua testa. O bebê riu feliz em resposta.
“E aqui se vai meu coração,” Roxy suspirou. “E ele se foi. Assim como
meus ovários.”
Nick apertou minha mão e, quando olhei para ele, seu olhar procurou
o meu, e eu sabia que ele sabia para onde minha cabeça tinha ido. Eu sorri
para ele, e ele me puxou contra seu lado, com um braço em minhas costas.
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A cerimônia começou, e as palavras passaram como um borrão
enquanto Cam Hamilton e Avery Morgansten finalmente amarravam o nó. Foi
lindo e eu tive de lutar contra as lágrimas mais de uma vez.
Nick riu.
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O oficial falou de novo, mas eu não ouvi as palavras. Eu mal registrei
as salvas enquanto Nick abaixou sua boca para a minha, me beijando
suavemente, esse beijo falando todas as palavras que eu desesperadamente
queria que ele tivesse dito nesses meses.
Nick tinha dito essas palavras antes, muitas vezes nos últimos meses,
mas elas também foram prometidas naquele beijo, e aquela promessa dizia
que era para sempre.
FIM.
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