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ARQUITETURA II
autores
ANDERSON MANZOLI
ANA TERESA CIRIGLIANO VILLELA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2016
Conselho editorial regiane burger, roberto paes e paola gil de almeida
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2016.
isbn: 978-85-5548-325-7
Prefácio 7
1. Representações ortogonais 9
1.1 Representação bidimensional do projeto arquitetônico 10
1.1.1 O desenho no cotidiano do arquiteto: idealização X construção 10
1.1.2 Aspectos históricos do desenho de arquitetura 12
1.1.3 A representação e a simplificação bidimensional do desenho
arquitetônico 14
1.1.4 Normativas pertinentes ao desenho de arquitetura 15
1.2 As etapas do projeto arquitetônico e os níveis de complexidade 17
1.2.1 (LV-ARQ) Levantamento de Dados para Arquitetura 19
1.2.2 (PN-ARQ) Programa de Necessidades de Arquitetura 23
1.2.3 (EV-ARQ) Estudo de Viabilidade de Arquitetura 25
1.2.4 (EP-ARQ) Estudo Preliminar de Arquitetura 27
1.2.5 (AP-ARQ) Anteprojeto de Arquitetura 30
1.2.6 (PL-ARQ) Projeto Legal de Arquitetura 32
1.2.7 (PB-ARQ) Projeto Básico de Arquitetura (opcional) 34
1.2.8 (PE-ARQ) Projeto para Execução de Arquitetura 37
1.3 Adequação de escalas a cada propósito 39
1.3.1 Escalas numéricas 39
1.3.2 Escalas gráficas 41
4.1 Portas 129
4.2 Janelas 135
7
Assim sendo, este livro tem o objetivo de tornar compreensíveis as técnicas
de representação gráfica utilizadas no desenho de arquitetura, levando em con-
sideração diferentes níveis de complexidade projetual e a necessária comuni-
cação dele a todos os profissionais e leigos envolvidos nesse processo.
Bons estudos!
1
Representações
ortogonais
1. Representações ortogonais
Neste capítulo apresentaremos os sistemas de representação ortogonal que
dão suporte à apresentação técnica e à compreensão dos projetos de arquite-
tura, ressaltando sua fundamental importância no cotidiano dos profissionais
envolvidos na construção civil. Uma ideia só pode ser (corretamente) executada
quando se dispõe de peças gráficas claras e objetivas. Uma ideia só se trans-
forma em projeto quando está desenhada! O que não está desenhado não ul-
trapassa o plano da subjetividade – ou ainda, quando representado de forma
incorreta, abre margem para inúmeras dúvidas e erros no canteiro de obras.
Assim, o domínio das técnicas de representação ortogonais é o primeiro pas-
so para que possamos produzir projetos de qualidade, e não apenas ter boas
ideias. Mãos à obra!
OBJETIVOS
• Conceituar o desenho arquitetônico e seus diferentes propósitos no processo projetual;
• Apresentar ao aluno a importância da linguagem técnica na confecção de peças gráficas;
• Apresentar as exigências normativas que balizam cada uma das etapas projetuais arquite-
tônicas,desde o levantamento de dados ao projeto executivo.
10 • capítulo 1
da não faz parte da realidade construída? Como fazer para representar algo que
está apenas, na minha mente?
O maior medo dos estudantes de arquitetura é a folha em branco. Neste caso,
desenhar consiste justamente na habilidade de transferir inúmeras ideias da
mente para o plano físico do papel. Isso independe de qualquer talento artísti-
co. Trata-se de uma representação abstrata, utilizada tanto para comunicar tais
ideias quanto para dialogar consigo mesmo, testando diferentes possibilidades.
Esses desenhos, costumeiramente, são identificados como croquis e integram
o processo criativo do arquiteto. Não existem regras para desenharmos croquis,
pois estamos diante de uma linguagem arquitetônica utilizada para idealizar, ex-
plorar e analisar soluções preliminares projetuais. Portanto, o croqui:
capítulo 1 • 11
Entretanto, tal liberdade representativa começa a adquirir um caráter mais
técnico quando somos solicitados a comunicar nossas ideias e estudos prelimi-
nares ao amplo público de profissionais e leigos que fazem parte do cotidiano
do arquiteto: o cliente, o empreendedor, o engenheiro, o empreiteiro, o mestre
de obras, o pedreiro... A subjetividade presente nos primeiros croquis caminha
em direção a uma linguagem técnica de desenho, cheio de regras e normas, que
visam à uniformidade, à clareza e à compreensão de todas as informações que
um projeto arquitetônico se propõe a dar conta. Por isso, o desenho de arquite-
tura é o vocabulário gráfico do qual dispomos para nos comunicar com todos os
personagens envolvidos na construção de nossos projetos. O aprimoramento
desse vocabulário gráfico foi um longo processo histórico, no qual a arquite-
tura respondeu ao desenvolvimento cultural e à progressiva especialização de
tarefas, sobretudo após a industrialização, em meados do século XVIII.
12 • capítulo 1
Figura 1.2 – Corte e planta
parcial do Duomo da Ca-
tedral de Santa Maria del
Fiore, em Florença, proje-
tada pelo arquiteto italia-
no Filippo Brunelleschi em
1418 e construída entre
1420 e 1436. As represen-
tações ortogonais come-
çaram a ser disseminadas
no Renascimento, quando
a arquitetura, sobretudo a
religiosa, adquiriu caracte-
rísticas técnico-construtivas
mais complexas, solicitan-
do, assim, desenhos téc-
nicos mais precisos. Dis-
ponível em: <http://www.
teladoiofirenze.it>.
capítulo 1 • 13
1.1.3 A representação e a simplificação bidimensional do desenho arquitetônico
14 • capítulo 1
1.1.4 Normativas pertinentes ao desenho de arquitetura
Figura 1.3 – Exemplo de uma das pranchas do projeto executivo para a Residência dos
Padres Claretianos, de autoria de Affonso Risi e José Mario Nogueira. Ano do projeto: 1984.
Disponível em: <http://www.archdaily.com.br>.
capítulo 1 • 15
As principais normas referentes à produção gráfico-arquitetônica são:
16 • capítulo 1
processo de elaboração e evolução do projeto, que contempla desde os croquis
e estudos preliminares até a proposta final. Esta liberdade se dá pela necessida-
de de elaborar desenhos e esquemas fáceis de serem lidos também por leigos e,
sobretudo, de defender ideias de interesse público.
capítulo 1 • 17
de projetos de edificações – Arquitetura”. Segundo esta norma, existem oito
etapas de projeto, a saber:
a) levantamento de dados para arquitetura (LV-ARQ);
b) programa de necessidades de arquitetura (PN-ARQ);
c) estudo de viabilidade de arquitetura (EV-ARQ );
d) estudo preliminar de arquitetura (EP-ARQ );
e) anteprojeto de arquitetura (AP-ARQ);
f) projeto legal de arquitetura (PL-ARQ);
g) projeto básico de arquitetura (PB-ARQ) (opcional);
h) projeto para execução de arquitetura (PE-ARQ )
Assim como toda normativa, a NBR 13532 tem caráter expositivo, e não ex-
plicativo, ou seja, ela se limita a elencar o que cada etapa de projeto deve apre-
sentar. Entretanto, não haverá explicações sobre os possíveis caminhos a se
percorrer para obter os critérios mínimos exigíveis. São elencados os documen-
tos técnicos mínimos a serem apresentados. No máximo, serão indicadas as re-
ferências mais comuns a serem buscadas com intuito de subsidiar a produção
gráfica e informativa de cada etapa.
Como eu me aproprio dessas referências, como eu lido com os problemas
projetuais, como eu defino as características formais e espaciais a partir de uma
base de dados previamente constituída são algumas das questões que fogem
do escopo normativo. Trata-se de uma especificidade da disciplina de Projeto
Arquitetônico que investiga métodos e metodologias envolvidos neste proces-
so, ainda que acreditemos, equivocadamente, que se trate de algo puramente
subjetivo. “Em arquitetura, o processo de criação não possui métodos rígidos
ou universais entre profissionais, muito embora possam ser atestados alguns
procedimentos comuns entre projetistas. O processo é complexo e pouco ex-
ternado pelo profissional” (KOWALTOWSKI et al, 2012). Por isso, tenhamos
claro que a NBR 13532, assim como as demais normativas, é de teor técnico e
visa padronizar, a partir do mínimo exigível, a prática arquitetônica e constru-
tiva nacional.
Lembremos também que o termo “projeto” não se limita à construção de
novas edificações. Podemos muitas vezes ser chamados para desenvolver pro-
jetos de reforma, regularização, conservação, restauração ou revitalização de
imóveis preexistentes, nos quais tais etapas sofrem variações, embora se parta
da mesma lógica.
18 • capítulo 1
Antes de apresentarmos a competência normativa, devemos nos atentar
para uma pré-etapa decisiva ao desenvolvimento do projeto arquitetônico em
si, o Estudo de Viabilidade (EV).
Primeiramente, podemos falar em uma viabilidade financeira por meio da
qual verificamos se o projeto dará o retorno esperado pelos investidores e em-
preendedores, chamados de stakeholders dentre os profissionais responsáveis
pela gestão de projetos. Logo nesta primeira tarefa, o arquiteto é convidado a
trabalhar em colaboração com profissionais de outras áreas, ampliando assim
a escala de interferência de seus projetos. A princípio, tendemos a acreditar que
isso ocorre apenas em empreendimentos de grande porte. Pressupomos que o
cliente interessado em construir sua própria residência, muito provavelmente,
recorre ao arquiteto quando já dispõe de condições financeiras para tal fim.
Entretanto, nem sempre o valor disponível é condizente com o programa e o
padrão construtivo almejados pelo cliente. O desconhecimento e a própria in-
genuidade, muitas vezes, perpassam os anseios particulares e é função do ar-
quiteto orientá-lo para que sejam evitados desgastes durante o processo de pro-
jeto e, principalmente, interrupções na obra. Projetar é planejar desde o início!
Além da viabilidade financeira, existem outros fatores que condicionam a
realização ou não de projetos arquitetônicos. Existem, por exemplo, restrições,
ou mesmo proibições, para se construir em áreas de proteção ambiental; des-
tinações de uso não permitidas em certas zonas urbanas; coeficientes de apro-
veitamento do terreno inferior à área mínima exigida pelo cliente; e assim por
diante. Esses fatores de ordem urbanístico-arquitetônica serão apresentados
no sub-item “2.3 (EV-ARQ) Estudo de Viabilidade de Arquitetura”, etapa esta
que depende de alguns dados sobre os quais se apoiar. Assim, primeiramente é
preciso levantar dados. O levantamento desses dados consiste na primeira eta-
pa do projeto de arquitetura, segundo a NBR 13532 – “Elaboração de projetos
de edificações – Arquitetura”.
Como recurso didático, apresentamos a seguir essa e as demais etapas sub-
sequentes na forma de quadros ilustrativos:
capítulo 1 • 19
Nesse momento, é interessante pedir ao proprietário da área pegar uma
cópia da matrícula atualizada no cartório. Essa matrícula deve ser desenhada
a fim de verificar se esta tem um fechamento de acordo com sua própria des-
crição. Não havendo fechamento, torna-se necessária retificação da matrícula.
Caso o desenho da matrícula tenha o fechamento correto, cabe ao profissional
verificar, em campo, se as divisas reais condizem com as divisas descritas no
papel. Embora o arquiteto seja qualificado para este tipo de serviço, normal-
mente são contratadas equipes de topografia, engenheiros civis ou agrimenso-
res para auxiliá-lo nesta etapa.
Também cabe ao profissional buscar documentos oficiais que contenham
dados acerca das características arquitetônicas, urbanísticas, topográficas,
geológicas e legais da área pertinente ao projeto. Por serem bastante diversos,
esses documentos podem ser encontrados na forma de mapas, leis, tabelas, fo-
tografias aéreas, dentre outros meios de registros que permitem a leitura não
apenas da área de trabalho, mas de todo o entorno.
A seguir, apresentamos um quadro-resumo referente ao objetivo, as refe-
rências a serem utilizadas, as informações a produzir e os documentos técnicos
resultantes desta etapa de Levantamento de Dados.
20 • capítulo 1
LEVANTAMENTO DE DADOS PARA ARQUITETURA
ETAPA OBJETIVO INFORMAÇÕES DE REFERÊN- DOCUMENTOS TÉCNICOS A
INFORMAÇÕES A PRODUZIR (CONTEÚDO)
CIA A UTILIZAR APRESENTAR
a) Restrições legais: coeficiente de construção permitido,
gabaritos, recuos mínimos obrigatórios, taxa de ocupa-
ção permitida;
b) Características da vizinhança do terreno: zona urbana
ou rural, porcentagem de ocupação, usos do solo
• Levantamento topográfi-
no entorno;
co e cadastral (LV TOP) a) Desenhos: croquis e desenhos
c) Serviços públicos: água potável, coleta de lixo, energia
• Leis federais; (cadastrais da vizinhança, do ter-
elétrica em alta ou baixa tensão, escoamento de água
• Leis estaduais: código reno e das edificações existen-
pluvial, esgotos sanitários, gás combustível, iluminação
sanitário, proteção con- tes): plantas, cortes e elevações
Destina-se à coleta do pública, pavimentação (passeios e calçamentos), telefo-
tra incêndio; (escalas existentes ou conve-
conjunto de informa- nia e transportes coletivos;
• Leis municipais: plano nientes), junto com imagens de
ções de referência d) Vegetação: características, porte;
diretor de desenvolvimen- satélites (Google Earth)
que representem as e) Edificações existentes no terreno (a demolir ou não):
LV ARQ to municipal, zoneamento, b) Texto: Relatório de vistorias,
condições preexisten- área de construção, características arquitetônicas, carac-
código de obras; inspeções e verificações;
tes, de interesse para terísticas construtivas, número de pavimentos, uso atual;
• Normas das compa- c) Fotografia: em cores, com
instruir a elaboração do f) Fontes poluidoras: esgoto a céu aberto, fumaça, gases,
nhias concessionárias de: indicações esquemática dos
projeto. odores, poeira, ruídos, vibrações;
abastecimento de água pontos de vista e com tex-
g) Características climáticas: intensidade pluviométrica,
potável, fornecimento de tos explicativos.
temperatura, umidade, ventos predominantes;
energia elétrica, forneci- d) Outros meios de representa-
h) Orientação Norte-Sul;
mento de gás combustível, ção: vídeos, maquetes.
i) Verificação dos dados de referência: diferenças e
telecomunicações;
alterações ocorridas após os levantamentos, como: cons-
truções clandestinas, movimentos de terra, mudanças de
percurso de rios, córregos e linhas de drenagem, postes,
torres de linhas de transmissão, vias públicas (perfis,
capítulo 1
pavimentações)
• 21
Atualmente, contamos com recursos tecnológicos que dão cada vez mais
suporte ao levantamento preciso dos dados. Exemplos disso são as imagens de
satélite atualizadas, que, somadas às diretrizes municipais e a outros referen-
ciais, se tornam importantes fontes de consulta não apenas da área a receber o
projeto, mas de todo o entorno.
CURIOSIDADE
Muitas cidades já têm sua malha urbana vetorizada nos principais programas de desenho
usados em Arquitetura, como o Autocad. Esses mapas podem ser adquiridos na prefeitura
ou na página do IBGE.
Existem ainda as chamadas ortofotografias, que são fotografias aéreas, tiradas a partir
de aviões ou satélites, sem deformações de perspectiva. Essas imagens passam por um
processo de retificação digital, a partir do qual se transformam em projeções ortogonais com
medidas fiéis à superfície terrestre, ou seja, a imagem se transforma em um mapa!
22 • capítulo 1
Figura 1.6 – Esquema de tomada de ortofotografias. Disponível em: <www.topocart.com.br>.
ATENÇÃO
O programa de necessidades não é uma tabela de áreas! Trata-se de um estudo sistemático
das atividades – e da relação entre elas – que serão desenvolvidas no âmbito do projeto.
Esse estudo tem como consequência a definição, o pré-dimensionamento e a organização
dos espaços sob o ponto de vista funcional.
capítulo 1 • 23
edificação. O programa de necessidades expressa as particularidades huma-
nas, psicológicas, culturais, estéticas, funcionais, dentre outras, que posterior-
mente são traduzidas na forma de cada uma das partes e do todo.
Embora o programa não deva ser muito rígido, alterações nele durante o
andamento do projeto podem comprometer as soluções formais e espaciais até
então adotadas, sendo necessário, algumas vezes, retornar aos estudos prelimi-
nares básicos para que tais modificações programáticas sejam contempladas
no projeto final. A seguir, a tabela-resumo da NBR 13532 contém o escopo desta
etapa de projeto, com os documentos mínimos exigíveis. Lembrando que a nor-
ma apenas indica o que se espera como produto técnico; ela não apresenta os
métodos que podem ser empregados para a elaboração do programa.
LEITURA
Como eu saio de um programa de necessidades e parto em direção aos estudos prelimi-
nares? É justamente nesse momento que é comum o aluno se sentir inseguro. Mesmo os
arquitetos mais experientes demoraram um longo tempo para definir suas metodologias pro-
jetuais. Sabemos que o desenho é um dos principais meios de expressão e representação do
arquiteto, mas o que o precede está ainda no campo abstrato das ideias. Como leitura com-
plementar, sugerimos o livro Como arquitetos e designers pensam, no qual o autor, Bryan
Lawson, discute a criação projetual, desmistificando as dificuldades do aluno e simplificando
as formas de solucionar os problemas encontrados.
24 • capítulo 1
PROGRAMA DE NECESSIDADES DE ARQUITETURA
ETAPA OBJETIVO INFORMAÇÕES
INFORMAÇÕES A PRODUZIR DOCUMENTOS TÉCNI-
DE REFERÊNCIA
(CONTEÚDO) COS A APRESENTAR
A UTILIZAR
a) As necessárias à concepção
arquitetônica da edificação (am-
biente construído ou artificial)
e aos serviços de obra, como
nome, número e dimensões a) Desenhos
(gabaritos, áreas úteis e cons- (organograma fun-
truídas) dos ambientes, com cional, esquemas
Destina-se à distinção entre os ambientes básicos [esca-
determinação a construir, a ampliar, a reduzir las convenientes];
das exigências e a recuperar, características, b) Texto (memorial,
• Levantamento
de caráter exigências, número, idade e de recomenda-
de dados para
prescritivo ou permanência dos usuários, em ções gerais);
PN ARQ LV ARQ.
de desempe- cada ambiente; c) Planilhas
• Outras
nho a serem b) Características funcionais (relação ambiente/
informações.
satisfeitas pela ou das atividades em cada am- usuário/atividades/
edificação a biente (ocupação, capacidade, equipamentos/
ser concebida movimentos, fluxos e períodos); mobiliário, incluindo
c) Características, dimensões características,
e serviços dos equipamentos e exigências e
mobiliário; exigências ambien- quantidade.
tais, níveis de desempenho;
instalações especiais (elétri-
cas, mecânicas, hidráulicas e
sanitárias).
Uma vez considerados viáveis sob o ponto de vista financeiro, os estudos de viabili-
dade arquitetônica objetivam eleger o empreendimento que melhor responda ao
programa de necessidades, nos aspectos técnicos, ambientais e socioeconômicos.
No aspecto técnico, devem ser avaliadas as alternativas para a implantação
do projeto. A avaliação ambiental envolve o exame preliminar do impacto pro-
vocado pelo empreendimento, sobre as condições naturais da área e de seu en-
torno. Além disso, existem impactos gerados na vizinhança, como geração de
ruídos, aumento dos índices de poluição e aumento da intensidade do tráfego,
que solicitam relatórios específicos, aos quais nos referimos como Estudos de
impacto de vizinhança.
capítulo 1 • 25
Durante a etapa EV-ARQ, deve ser promovida a avaliação expedita do custo
de cada possível alternativa. Uma das maneiras para isso é multiplicar o custo
por metro quadrado, obtido em revistas especializadas, em função do tipo de
obra, pela estimativa da área equivalente de construção, calculada de acordo
com a NBR 12.721/1993 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Obtém-se, assim, uma ordem de grandeza do orçamento referente a cada em-
preendimento, para se estimar a dotação orçamentária necessária. Nessa eta-
pa, ainda não é possível a definição precisa dos custos envolvidos na realiza-
ção da obra, mas é preciso obter uma noção adequada dos valores em questão,
o que é fundamental para priorizar as propostas.
Em seguida, deve-se verificar a relação custo/benefício de cada obra, levan-
do em consideração a compatibilidade entre os recursos disponíveis e as neces-
sidades da população beneficiada pelo empreendimento.
Concluídos os estudos e selecionada uma das alternativas contempladas,
deve-se preparar um relatório com sua descrição e avaliação, suas característi-
cas principais, os critérios, os índices e os parâmetros empregados na sua de-
finição, demandas estas que deverão ser atendidas com o prévio dimensiona-
mento dos elementos e a posterior execução.
O Estudo de Viabilidade passa pela escolha do terreno ideal para a obra pre-
tendida. A equipe de assessoria técnica deve optar sempre por um terreno que
seja compatível com o que se pretende construir, tanto em suas dimensões como
em sua localização. Deve ser verificado se o terreno não gerará, pelas suas caracte-
rísticas, em especial pela sua topografia, dispêndios a mais para a Administração,
tais como terraplenagem, gastos com ampliação da rede de energia, telefone,
água e esgoto, além da existência e condições das vias de acesso, da existência ou
não de fornecedores de materiais de construção e mão de obra.
26 • capítulo 1
1.2.4 (EP-ARQ) Estudo Preliminar de Arquitetura
capítulo 1 • 27
Figura 1.8 – Estudo preliminar de volumetria. Disponível em: <https://br.pinterest.com/
pin/325033298079396403/>.
28 • capítulo 1
ESTUDO PRELIMINAR DE ARQUITETURA
ETAPA OBJETIVO INFORMAÇÕES DE REFERÊNCIA A INFORMAÇÕES A PRODUZIR DOCUMENTOS TÉCNICOS A
UTILIZAR (CONTEÚDO) APRESENTAR
a) Sucintas e suficientes
a) desenhos:
para a caracterização geral
• Planta geral de implantação;
da concepção adotada,
• Plantas dos pavimentos;
incluindo indicações das
• Planta da cobertura;
funções, dos usos, das
• Cortes (longitudinais
formas, das dimensões, das
a) Programa de necessidade de arqui- e transversais);
localizações dos ambien-
tetura (PN-ARQ); • Elevações (fachadas);
tes da edificação, bem
b) Programas de necessidades obtidos • Detalhes construtivos (quan-
Destina-se à concepção e à como de quaisquer outras
pelas demais atividades técnicas do necessário);
representação do conjunto de exigências prescritas ou
(se necessário); b) Texto: memorial justificativo
informações técnicas necessárias de desempenho;
c) Levantamento topográfico e cadas- (opcional);
EP ARQ à compreensão da configuração b) Sucintas e suficientes
tral (LV-TOP); c) Perspectivas (opcionais)
inicial e aproximada da edifica- para a caracterização
d) Levantamento de dados para arqui- (interiores ou exteriores, parciais
ção, podendo incluir soluções específica dos elementos
tetura (LV-ARQ); ou gerais);
alternativas. construtivos e dos seus
e) Estudo de viabilidade de arquitetura d) Maquetes (opcionais) (interior,
componentes principais,
(EV-ARQ); exterior);
incluindo indicações das
f) Outras informações. e) Fotografias, diapositivos,
tecnologias recomendadas;
microfilmes e montagens
c) Relativas a soluções al-
(opcionais);
ternativas gerais e especiais,
f) Recursos audiovisuais (op-
suas vantagens e desvanta-
cionais) (filmes, fitas de vídeo e
gens, de modo a facilitar a
disquete).
seleção subsequente.
capítulo 1
• 29
1.2.5 (AP-ARQ) Anteprojeto de Arquitetura
30 • capítulo 1
Todas as decisões e soluções formais tomadas devem estar desenhadas. O que
não está representado graficamente abre espaço para incompreensões e erros que
afetam prazos e custos de obra. Portanto, quanto mais detalhado estiver o projeto
nessas primeiras etapas, maiores a consistência e a pertinência de suas ideias.
Figura 1.10 – Exemplos de perspectivas eletrônicas que podem ser utilizadas na apresen-
tação de anteprojeto para melhor compreensão do projeto pelo cliente. Tais modelos virtuais
auxiliam na pré-escolha dos acabamentos e revestimentos a serem usados na composi-
ção volumétrica, o que facilita a especificação deles nas etapas de projeto subsequentes.
Fonte: acervo dos autores.
capítulo 1 • 31
A seguir, apresentamos o quadro-resumo da NBR 13532 referente à etapa de
Anteprojeto de Arquitetura.
32 • capítulo 1
O projeto legal constitui a configuração técnico-jurídica da solução arquite-
tônica proposta para a obra, considerando as exigências contidas no Programa
de Necessidades, no Estudo Preliminar, no Anteprojeto aprovado pelo cliente,
nos requisitos legais e nas normas técnicas de apresentação e representação
gráfica emanadas pelos órgãos públicos (tais como prefeituras).
As legislações municipais que incidem diretamente sobre os projetos arqui-
tetônicos dispõem sobre regras gerais, aplicadas a toda cidade, e regras especí-
ficas de cada uma das zonas urbanas. Esses documentos são conhecidos como
Código de edificações e de obras, e seus objetivos devem ser:
Orientar os costumes construtivos, regulando o espaço edificado por meio
de normas técnicas para a prática da construção, assim como ordenando a sua
implantação nos lotes, a fim de garantir a solidez, a segurança, a salubridade,
a acessibilidade, a eficiência energética e a sustentabilidade das edificações e
obras. (BAHIA, 2012, p. 27)
A restrição da taxa de ocupação e da altura dos edifícios, por exemplo, tem o objetivo
de conter a alta densidade populacional em determinadas áreas de uso controlado,
como os bairros centrais. A exigência de área mínima das aberturas de ambientes de
longa e baixa permanência, por sua vez, visa à salubridade do interior das edificações.
capítulo 1 • 33
ESTUDO PRELIMINAR DE ARQUITETURA
ETAPA OBJETIVO DOCUMENTOS
INFORMAÇÕES DE RE- INFORMAÇÕES A PRODU-
TÉCNICOS A
FERÊNCIA A UTILIZAR ZIR (CONTEÚDO)
APRESENTAR
Informações necessá-
rias e suficientes ao
atendimento das exigên-
Destina-se à repre-
a) Anteprojeto de ar- cias legais para os pro-
sentação do conjunto
quitetura (AP-ARQ); cedimentos de análise e a) Desenhos e
de informações téc-
b) Anteprojetos de aprovação do projeto textos exigidos
nicas necessárias à
produzidos por outras legal e da construção, em leis, decre-
análise e aprovação,
atividades técnicas incluindo os órgãos pú- tos, portarias ou
pelas autoridades
(se necessário); blicos e as companhias normas e relativos
competentes, da
c) Levantamento to- concessionárias de aos diversos ór-
concepção da edi-
pográfico e cadastral serviços públicos, como gãos públicos ou
PL ARQ ficação e dos seus
(LV-TOP); departamento de obras companhias con-
elementos com base
d) Legislação e de urbanismo muni- cessionárias de
nas exigências legais
municipal, estadual cipais, conselho dos serviços nos quais
e à obtenção do al-
e federal pertinentes patrimônios artísticos e o projeto legal
vará ou das licenças
(leis, decretos, porta- históricos municipais e deva ser submeti-
e demais documen-
rias e normas); estaduais, autoridades do para análise e
tos indispensáveis
e) Normas técnicas estaduais e federais aprovação.
para as atividades de
(INMETRO e ABNT). para a proteção dos
construção.
mananciais e do meio
ambiente, Departamento
de Aeronáutica Civil.
34 • capítulo 1
Cabem ao arquiteto a coordenação e a compatibilização de todos os proje-
tos envolvidos. O projeto básico finalizado deve ser utilizado como base para
elaboração de lista de materiais e equipamentos, planilha de serviços e preços e
memorial descritivo. A lista de materiais e equipamentos deve ser acompanha-
da do memorial de cálculo de quantidades, a ser apresentado em documento
separado. Estes documentos são parte da etapa de projeto básico.
O memorial descritivo de arquitetura tem a finalidade de complementar as
peças gráficas do projeto. No caso do projeto básico, o memorial descritivo de
arquitetura deve conter as seguintes informações:
capítulo 1 • 35
ESTUDO PRELIMINAR DE ARQUITETURA
36 •
ETAPA OBJETIVO INFORMAÇÕES DE REFE- INFORMAÇÕES A PRODUZIR
DOCUMENTOS TÉCNICOS A APRESENTAR
RÊNCIA A UTILIZAR (CONTEÚDO)
a) Desenhos:
• Planta geral de implantação;
• Planta de terraplenagem;
capítulo 1
• Cortes de terraplenagem;
• Planta dos pavimentos;
• Planta das coberturas;
• Cortes (longitudinais e transversais);
a) As relativas à edifica-
• Elevações (frontais, posteriores e laterais);
ção (ambientes externos
• Plantas, cortes e elevações de ambientes especiais (banheiros, cozi-
e internos) e a todos os
nhas, lavatórios, oficinas e lavanderias);
a) anteprojeto de arqui- elementos da edifica-
Destina-se à concep- • Detalhes (plantas, cortes, elevações e perspectivas) de elementos da
tetura (AP-ARQ); ção, seus componentes
ção e a à represen- edificação e de seus componentes construtivos (portas, janelas, banca-
b) anteprojetos construtivos e materiais
PB ARQ tação do conjunto de das, grades, forros, beirais, parapeitos, revestimentos e seus encontros,
produzidos por outras de construção;
informações técnicas impermeabilizações e proteções);
atividades técnicas; b) As exigências de
da edificação b) Textos:
c) outras informações. detalhamento devem
• Memorial descritivo da edificação;
depender da complexida-
• Memorial descritivo dos elementos da edificação, das instalações
de funcional ou formal da
prediais (aspectos arquitetônicos), dos componentes construtivos e dos
edificação.
materiais de construção;
• Memorial quantitativo dos componentes construtivos e dos materiais
de construção;
c) Perspectivas (opcionais) (interiores ou exteriores, parciais ou gerais);
d) Maquetes (opcionais) (interior e exterior);
e) Fotografias, diapositivos, microfilmes e montagens (opcionais);
f) Recursos audiovisuais (opcionais) (filmes, fitas de vídeo e disquetes).
capítulo 1 • 37
ESTUDO PRELIMINAR DE ARQUITETURA
ETAPA OBJETIVO
38 •
INFORMAÇÕES DE REFE- INFORMAÇÕES A PRODUZIR
DOCUMENTOS TÉCNICOS A APRESENTAR
RÊNCIA A UTILIZAR (CONTEÚDO)
a) Desenhos:
• Planta geral de implantação;
• Planta de terraplenagem;
capítulo 1
• Cortes de terraplenagem;
• Plantas das coberturas;
• Cortes (longitudinais e transversais);
a) As relativas à edifica- • Elevações (frontais, posteriores e laterais);
Destina-se à concep-
ção (ambientes externos • Plantas, cortes e elevações de ambientes especiais (banheiros, cozi-
ção e à representa-
e internos) e a todos os nhas, lavatórios, oficinas e lavanderias);
ção final do conjunto
a) anteprojeto de arqui- elementos da edifica- • Detalhes (plantas, cortes, elevações e perspectivas) de elementos da
de informações téc-
tetura (AP-ARQ); ção, seus componentes edificação e de seus componentes construtivos (portas, janelas, ban-
nicas da edificação,
b) anteprojetos construtivos e materiais cadas, grades, forros, beirais, parapeitos, pisos, revestimentos e seus
PE ARQ completas definitivas
produzidos por outras de construção; encontros, impermeabilizações e proteções);
e suficientes à
atividades técnicas; b) As exigências de b) Textos:
licitação (contrata-
c) outras informações. detalhamento devem • Memorial descritivo da edificação;
ção) e a execução
depender da complexida- • Memorial descritivo dos elementos da edificação, das instalações
dos serviços da obra
de funcional ou formal da prediais (aspectos arquitetônicos), dos componentes construtivos e dos
correspondentes
edificação. materiais de construção;
• Memorial quantitativo dos componentes construtivos e dos materiais
de construção;
c) Perspectivas (opcionais) (interiores ou exteriores, parciais ou gerais);
d) Maquetes (opcionais) (interior e exterior);
e) Fotografias, diapositivos, microfilmes e montagens (opcionais);
f) Recursos audiovisuais (opcionais) (filmes, fitas de vídeo e disquetes).
Assim, numa escala de 1:100, cada unidade no desenho equivale a cem uni-
dades no objeto real. Já em uma escala de 2:1, a medida do desenho amplia
duas vezes a medida real. Trata-se de uma proporção que independe das unida-
des de comprimento – centímetros, metros, quilômetros, polegadas etc. Essas
unidades de medida adotadas em projeto costumam variar com o tipo de pro-
jeto e com o padrão utilizado pelos projetistas. Sobre esse assunto falaremos
mais adiante, quando apresentarmos os sistemas de cotagem de desenho.
Então, como definir a escala? Primeiramente, a escala responde ao propó-
sito do desenho, ou seja, do nível de detalhamento que o desenho se propõe a
atingir. Não adianta utilizarmos pequenas escalas para representarmos objetos
de pequeno porte. Da mesma forma, de nada adianta trabalharmos com esca-
las maiores se o desenho não possui pormenores e detalhamentos suficientes
que o justifiquem.
capítulo 1 • 39
Se o aluno for solicitado a desenhar um equipamento de mobiliário urbano,
como um banco ou uma lixeira, sua representação em escalas que reduzam em
50 ou 100 vezes as medidas reais praticamente o tornará invisível no plano da
folha, ou seja, além do propósito do desenho, a escala também é definida pelo
tipo de objeto que se pretende representar.
Além disso, quando nos deparamos com projetos de grande porte, como
loteamentos urbanos, bairros ou cidades, sua redução em escala de apenas 50
ou 100 vezes é insuficiente para que possamos representá-los numa folha de
papel, mesmo nos maiores formatos disponíveis, como a folha A0. É necessário
reduzir tais representações a 500 ou até 1000 vezes as medidas reais para que
tais pranchas possam, inclusive, ser manuseadas. Desse modo, o formato das
folhas de papel também são uma limitante para a definição das escalas. Esses
formatos são padronizados, e sua nomenclatura já nos é familiar: A4, A3, A2, A1
e A0. É claro que existem possibilidades de variação das medidas de folhas, no
entanto, em desenho técnico de arquitetura, adotamos os formatos normatiza-
dos pela ABNT.
Por fim, o excesso de detalhes em escalas muito pequenas também compro-
mete a clareza do desenho. As linhas acabam se sobrepondo, tanto no desenho
à mão quanto nas versões impressas do desenho digital, de modo que a com-
preensão das informações gráficas passa a ser comprometida.
a)
40 • capítulo 1
b)
capítulo 1 • 41
0 1 2 3 4 5 10 m
1:100
0 1 2 3 6m
1:75
ATIVIDADES
01. Cesgranrio-RJ, 2001 (Cargo: Arquiteto da Petrobras) De acordo com a NBR 13532:1995
– Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura, são etapas sequenciais de execução
da atividade técnica do projeto de arquitetura:
42 • capítulo 1
a) estudo preliminar, programa de necessidades, levantamento de dados, estudo de viabili-
dade, projeto básico, anteprojeto, projeto legal e projeto para execução.
b) projeto legal, estudo de viabilidade, levantamento, programa de necessidades, projeto
básico, projeto para execução, estudo preliminar e anteprojeto.
c) levantamento de dados, estudo de viabilidade, projeto legal, programa de necessidades,
anteprojeto, estudo preliminar, projeto básico e projeto para execução.
d) levantamento de dados, programa de necessidades, estudo de viabilidade, estudo preli-
minar, anteprojeto, projeto legal, projeto básico e projeto para execução.
e) anteprojeto, estudo preliminar, levantamento de dados, programa de necessidades, estu-
do de viabilidade, projeto básico, projeto legal e projeto para execução.
02. IADES, 2014 (Cargo: Arquiteto do CAU-RJ) A NBR 13532 prevê oito etapas sequen-
ciais na execução da atividade técnica do projeto de arquitetura. A esse respeito, é correto
afirmar que a primeira e a última etapa relacionadas nessa norma são, respectivamente, o
a) programa de necessidades de arquitetura (PN-ARQ) e o projeto básico de arquitetura (PB-ARQ).
b) estudo de viabilidade de arquitetura (EV-ARQ) e o projeto legal de arquitetura (PL-ARQ).
c) anteprojeto de arquitetura (AP-ARQ) ou de pré-execução (PR-ARQ) e o projeto legal de
arquitetura (PL-ARQ).
d) levantamento de dados para arquitetura (LV-ARQ) e o projeto para execução de arqui-
tetura (PE-ARQ).
e) estudo preliminar de arquitetura (EP-ARQ) e o projeto para execução de arquitetura (PE-ARQ).
REFLEXÃO
Este capítulo abordou a importância de, antes de se iniciar o projeto de arquitetura propria-
mente dito, obter uma quantidade de dados e informações para que não haja surpresas no
decorrer do projeto ou da obra. Em países como Alemanha e Japão, os prazos de projeto
exigem entre 30% e 40% do tempo a ser despendido com a execução da obra; no Brasil,
essa relação chega a ser inferior a 10%. Os países desenvolvidos respeitam essas etapas
da arquitetura e da engenharia e sabem que os projetos contratados pela melhor solução
técnica garantem qualidade e execução nos custos e nos prazos previstos.
O projeto tem também a função de controle de custos. Nas fases iniciais, as intervenções na
concepção são altas, e os custos para se fazerem alterações são baixos. O projeto prevê e direciona
como, quando e por quem as operações serão realizadas. Com o estudo do projeto de construção
da obra, as previsões são mais precisas, o processo pode ser otimizado, e o bom resultado tem
maior garantia.
capítulo 1 • 43
100%
Possibilidade
de interferência
Custo acumulado
de produção
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAHIA, Sergio Rodrigues. Elaboração e atualização do código de obras e de edificações. 2 ed
ver. e atual. por Ricardo Moraes. Rio de Janeiro: IBAM/ DUMA/ ELETROBRAS/ PROCEL, 2012.
CATTANI, Airton. Arquitetura e representação gráfica: considerações históricas e aspectos práticos.
Arquitexto 9, 2006. p. 110-123. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/
PDFs_revista_9/9_Airton%20Cattani.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016.
GOUVEIA, Anna Paula Silva. O croqui do arquiteto e o ensino do desenho. 1998. Tese (Doutorado
em Estruturas Ambientais Urbanas) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 1998. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-
03052010-090659/>. Acesso em: 10 mar. 2016.
RIBEIRO, A. C. ; IZIDORO, N. ; PERES, M. P. Leitura e interpretação de desenho técnico. 1. ed.
LORENA: EEL-USP, 2009. v. 1.
SMITH, Kendra Schank. Architect’s Drawings – A selection of Sketches by World Famous Architects
Trough History. Oxford: Elsevier, Architectural Press, 2005.
KOWALTOWSKI, Doris C.C.K.; MOREIRA, Daniel de Carvalho. O programa de necessidades e a
importância de APO no processo de projeto. In: Projetos Complexos e os Impactos na Cidade e na
Paisagem, org.: Mônica Santos Salgado & Paulo Afonso Rheingantz, Editora da UFRJ, Rio de Janeiro,
2012, pp. 160 – 185.
44 • capítulo 1
2
Representações
bidimensionais em
arquitetura
2. Representações bidimensionais em
arquitetura
ANOTAÇÕES
• Revisar as peças gráficas bidimensionais empregadas em Arquitetura e sua relação com
as escalas de desenho;
• Apresentar os sistemas e materiais utilizados para a vedação vertical das edificações;
• Ensinar os procedimentos para cálculo e representação de elementos de circulação vertical.
46 • capítulo 2
b B
f
d
F C A D
c a
E
e
Figura 2.1 – Objeto tridimensional e indicação das vistas (faces) que o compõem: a) vista
frontal (a); b) vista superior (b); c) vista lateral esquerda (c); d) vista lateral direita (d); e) vista
inferior (e); f) vista posterior (f). Fonte: ABNT, 1995.
Figura 2.2 – Indicação de cada uma das vistas de um objeto tridimensional arquitetônico.
Fonte: MONTENEGRO, 1997.
capítulo 2 • 47
Figura 2.3 – Projeção axonométrica de um objeto arquitetônico tridimensional e suas res-
pectivas representações ortogonais em corte, planta e elevação. Adaptado de: <http://www.
wikiwand.com/pt/Desenho_arquitet%C3%B4nico>.
48 • capítulo 2
Situação: Implantação: Edificação: Detalhamentos:
O quarteirão O lote Ambientes internos Elementos de vedação
Ambientes externos Rampas e escadas
Sistema de coberturas
e forros
Sistema de pisos
instalações e equipamentos
capítulo 2 • 49
respeitados afastamentos mínimos em relação às testadas do lote e a máxima
ocupação permitida. Além da área a ser construída, essa planta contém os mu-
ros limítrofes e a(s) calçada(s). Costuma-se adotar a escala de 1:100 ou 1:200.
ATENÇÃO
É por meio da planta de implantação que podemos calcular a taxa de ocupação (TO) de
determinada construção. A partir do perímetro da edificação, identificamos a área construída.
E, a partir do perímetro do lote, temos a área total dele, como indicado na figura a seguir. A
relação entre a área construída e a área do lote corresponde à TO.
50 • capítulo 2
Exemplo: Em uma edificação com 150 m2 implantada em lote de 300 m2, a TO equivale
a 150/300 = 0,5, ou seja, 50%. (Lembrando que esse cálculo é feito com base na projeção
horizontal da edificação sobre o lote, independentemente da quantidade de pavimentos.)
Isso é importante de ser verificado ainda durante os estudos preliminares, pois existem
restrições construtivas estipuladas para cada uma das zonas em que o Plano Diretor divide
a cidade, dentre elas a definição da taxa máxima de ocupação dos lotes. Assim, o projeto de
uma edificação com TO=0,7 (70%) não será aprovado caso ele esteja locado em uma zona
urbana com TO máxima de 0,6 (60%).
Figura 2.7 – Projeção horizontal da edificação sobre lote a partir da qual é possível obter a
relação entre a área construída e a área do lote. Essa relação é chamada de Taxa de Ocupa-
ção, que é definida pelo Plano Diretor. Disponível em: <http://urbanidades.arq.br/2007/12/
taxa-de-ocupacao-e-coeficiente-de-aproveitamento/>.
capítulo 2 • 51
Figura 2.8 – Planta de cobertura de uma edificação com telhado embutido em platibanda.
São indicados o tipo de telha, o sentido da queda d’água, a inclinação da telha, rufos, calhas
e caixas dá água. Fonte: acervo dos autores.
52 • capítulo 2
Figura 2.9 – Planta baixa de residência com a representação dos elementos de alvenaria,
esquadrias e pisos e as respectivas cotas. É extremamente importante que sejam indicados
os locais e a direção dos cortes. Neste caso, utilizou-se um sistema de hachuras para dife-
renciar áreas gramadas de áreas de piso impermeáveis e outro para destacar as paredes de
alvenaria. A norma regulamenta apenas os elementos mínimos exigíveis em desenho, mas
não existe uma regra universal para a representação gráfica, ficando livre a linguagem ado-
tada por cada arquiteto. Fonte: acervo dos autores.
capítulo 2 • 53
Figura 2.10 – Planta de layout da mesma residência apresentada em planta baixa ante-
riormente. Note que, para apresentação do mobiliário, foram suprimidas as cotas gerais e as
cotas de nível, de modo a tornar o desenho mais claro. Fonte: acervo dos autores.
Figura 2.11 – Corte de uma edificação no qual são representados e cotados elementos
presentes nos planos verticais e que não conseguimos enxergar em planta. Fonte: acervo
dos autores.
54 • capítulo 2
• Elevações: As elevações, ou fachadas, são projeções ortogonais, verticais
e externas de uma edificação, nas quais são representados os elementos cons-
trutivos e indicados, através de linhas de chamada, os materiais de acabamen-
to. Elevações não são cotadas. No entanto, são desenhadas na mesma escala da
planta baixa.
Figura 2.12 – Fachada de uma edificação na qual são representados os elementos cons-
trutivos e os respectivos materiais de acabamento. Fonte: acervo dos autores.
Uma vez dispondo de plantas, cortes e elevações, podemos partir para o de-
senho bidimensional dos elementos construtivos necessários à representação
global da edificação com vistas à correta execução. O projeto é aquilo que está
desenhado. Lembre-se de que é mais fácil resolver problemas construtivos em
desenho do que no canteiro de obras, evitando-se desperdícios e retrabalhos.
Plantas, cortes e fachadas são peças gráficas utilizadas para representar os
planos horizontais e verticais que compõem um edifício, seja o edifício como
um todo ou suas pequenas unidades. Podemos entender o edifício como um
grande sistema, no qual existem subsistemas interdependentes, que abrangem
desde a estrutura até os mínimos detalhes de acabamento. Quem define todos
esses subsistemas é o arquiteto. Como estrutura didática, organizamos os sub-
sistemas construtivos em: elementos de vedação vertical, rampas e escadas, sis-
temas de coberturas e forros, sistemas de pisos e instalações e equipamentos.
O termo “vedação vertical” refere-se aos planos que fecham e delimitam deter-
minada edificação. Temos o hábito de nos referirmos a esses planos apenas
como parede, mas existe uma série de outros subsistemas de vedação que não
capítulo 2 • 55
necessariamente implicam no emprego de alvenaria e argamassa. As constru-
ções japonesas são um belo exemplo das possibilidades de utilizar materiais
como o papel para a vedação de espaços internos.
Podemos dividir o subsistema vedações verticais em quatro grupos: paredes au-
toportantes, paredes de vedação, sistemas de painéis compostos estruturais e sis-
temas de painéis compostos não estruturais. A resistência estrutural de um siste-
ma de vedação tem relação direta com o material empregado para sua construção.
Assim, para cada tipo de material, teremos um sistema representativo diferente.
Paredes autoportantes são aquelas que, além da vedação, têm função estrutu-
ral, ou seja, são resistentes à compressão. Um dos mais antigos sistemas de
parede autoportantes utilizados no Brasil é a taipa de pilão, técnica na qual o
barro é apiloado dentre fôrmas de madeira. No cenário atual da construção civil
brasileira, as paredes de alvenaria e de concreto são as mais comuns.
ATENÇÃO
Projetos que adotam esse tipo de estrutura/vedação exigem um processo racionalizado que decorre
das próprias características físicas dos blocos empregados. Não se pode, por exemplo, cortar os blo-
cos para adequá-los às medidas de cada ambiente. Na verdade, os ambientes é que devem ser mo-
dulados de acordo com as medidas dos blocos. Reformas em paredes de alvenaria estrutural podem
comprometer a segurança de toda a edificação. A norma que padroniza projetos em alvenaria estru-
tural de blocos de concreto é a NBR 15961/2001, e de blocos cerâmicos é a NBR 15270/2005.
56 • capítulo 2
Tabela 2.1 – Tipos de blocos estruturais de concreto. Disponível em: <http://www.
tatu.com.br/>.
19 19 19 19
29
14 14 14 14
Bloco Bloco e meio Meio bloco Bloco para
(14x19x29) (14x19x44) (14x19x14) saída de tubulação
(14x19x29)
9 10
19 19 19
14 14 14
Canaleta “U” ½ Canaleta Canaleta “J”
(Vergas) (Vergas) (Pingadeiras)
(14x19x30) (14x19x15) (Contra - Vergas)
(14x19/15x30)
capítulo 2 • 57
Figura 2.14 – Representação em planta de uma edificação de alvenaria estrutural de blo-
cos de concreto. Disponível em: <http://www.multiplus.com/software/pro-alvenaria>.
Figura 2.15 – 1. Vista e corte do sistema de amarração dos blocos. 2. Modelo tridimensional
de toda a edificação e cada um dos blocos que a compõem. Disponível em: <http://www.
multiplus.com/software/pro-alvenaria>.
58 • capítulo 2
deles, para que as dimensões e as propriedades estruturais possam ser devida-
mente representadas.
Seta apontada para a parede com número em cima
Cota acumulada em relação aos eixos de referência O X e o Y as margens
da folha indicam à
O posicionamento das paredes se dá a partir da cota de referência
face, com indicação da distância que devem ficar
com relação ao eixo principal
2a fiada
Cotas de transferência Blocos azuis Blocos laranjas
Indicam o tamanho dos São as paredes Paredes de vedação feitas com
ambientes e servem como estruturais blocos sem função estrutural.
gabarito de verificação Podem ser derrubadas no caso
das medidas de reformas
capítulo 2 • 59
Apesar de menos frequentes hoje em dia no Brasil, a alvenaria de pedras
também pode ser empregada em sistemas de paredes autoportantes. Além de
uma variação no tipo de assentamento, há uma variedade enorme no formato
das pedras, que podem ser irregulares ou aparelhadas.
60 • capítulo 2
Espessura da parede
de concreto
Formas de madeira
removiveis
Laje em concreto
Montantes de madeira
Figura 2.19 – Representação em vista dos tipos de texturas produzidas no concreto a partir
da variação da granulometria do agregado. Fonte: CHING, 2001.
capítulo 2 • 61
Agregado fino e exposto Agregado grosso e exposto
Figura 2.20 – Representação em vista dos tipos de texturas produzidas no concreto a partir
da variação das fôrmas utilizadas para moldagem in loco. Fonte: CHING, 2001.
62 • capítulo 2
Ajuste Corrente (½ Tijolo) Ajuste Corrente (Um Tijolo)
Figura 2.22 – Tipos de bloco de concreto utilizados para vedação vertical. Disponível em:
<http://www.tatu.com.br/>.
capítulo 2 • 63
2.2.3 Sistemas de painéis compostos
Os sistemas de painéis compostos podem ser de dois tipos: aqueles que são
formados por esqueletos estruturais preenchidos com painéis de vedação e os
que são somente de vedação, geralmente empregados em estruturas do tipo pi-
lar-viga. São chamados de compostos porque são constituídos por mais de um
elemento construtivo e, em geral, mais de um material. Assim, temos sistemas
compostos de madeira e aço, gesso e aço, chapas de fibra e madeira, espuma
plástica e madeira e diversos outros sistemas.
Figura 2.23 – Comparação entre o sistema baloon framing, executado com montantes de
madeira. Disponível em: <http://www.greenbuildingadvisor.com>
64 • capítulo 2
.
Figura 2.24 – E o sistema steel framing, cujo esqueleto é composto por perfis de aço. Dis-
ponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br>.
Espaço Espaço
para vedação para vedação
Montante de Perfis metálicos
Madeira
Montantes de Combinação de
Madeira para quinas perfis metálicos
para quinas
Figura 2.25 – Montantes de madeira e perfis de aço representados em planta. Disponível em:
<http://www.carb-swa.com/6c1de073-a5e6-4fdd-a128-b2a2bfee9134/download.htm>.
capítulo 2 • 65
A seguir, apresentamos o projeto de uma edícula executada em steel fra-
ming, utilizando-se painéis de fechamento cimentícios.
Corte A-A
Barreira de água
e vento Tyvek®
HomeWrap®
Banda acústica
Contrapiso
nivelado
30 mm
100 mm
Terreno
Planta de forma
Planta baixa
2910 mm
3000 mm
PEX 3
PEX 4
PEX 5
PEX 6
Parede Quarto Área de serviço
existente
A A Banho
3000 mm
VIGA
90 mm
2400 mm 2400 mm 1200 mm 2400 mm 1200 mm
3040 mm
PEX 1 PEX 2
6000 mm
Obs.: PEX = Painel estrutural
PEX 1
10 mm PEX 3 e 6
PEX 2
2020 mm 380
280
mm 920 mm
mm
230
mm
650 mm
1240 mm
2150 mm
1500 mm
910 mm
400 280 400 400 300 380 280 400 400 400 400 400 400 510
840 mm
mm mm mm mm mm mm mm 80 mm mm mm mm mm mm mm mm
1200 mm
120 120 2910 mm
mm mm
2400 mm
66 • capítulo 2
Os painéis de vedação são fixados sobre os perfis e podem ser de madeira,
gesso acartonado, chapa de fibra aglomerada, espuma plástica rígida, placas
galvanizadas, OSB, dentre outras opções pré-fabricadas.
Figura 2.27 – Tipos de painéis de vedação fixados sobre wood framing. Fonte: CHING, 2001.
capítulo 2 • 67
2.2.3.2 Painéis de vedação
Ao contrário dos sistemas de esqueletos estruturais, os painéis de vedação fun-
cionam independentemente da estrutura. Os perfis utilizados têm função ape-
nas de sustentar os painéis, e não a edificação como um todo. Trata-se de perfis
mais leves e com seções menores. Alguns painéis podem vir prontos de fábrica
ou serem montados in loco.
68 • capítulo 2
Cantoneira ou fita
Guia para cantos
Montante
Guia
1 Chapa Knauf
12,5mm
Parafuso autoperfurante
TA 3,5x25mm Parafuso autoperfurante
TA 3,5x25mm
Montante
Fita para juntas
1 Chapa Knauf
12,5mm Massa para tratamento de junta
Parafuso
autoperfurante
TA 3,5x25mm
Isolamento com
lã mineral (opcional)
Figura 2.29 – Representação de sistema dry wall, que consiste de painéis de gesso acarto-
nado fixados sobre perfis de alumínio. Disponível em: <www.astrondrywall.com.br>.
Figura 2.30 – Representação de sistema de vedação externa feito com telhas shingle fixa-
das sobre compensados de fibra. Fonte: CHING, 2001.
capítulo 2 • 69
Figura 2.31 – Representação de sistema de vedação externa feito com pranchas de madei-
ra sobrepostas. Fonte: CHING, 2001.
Figura 2.32 – Casa projetada pelo arquiteto Shigeru Ban, em Tóquio, cuja vedação é feita
por cortinas. Disponível em: <https://es.wikiarquitectura.com>.
70 • capítulo 2
2.3 Rampas e escadas
Muitas vezes, em uma área edificada, por motivos de custo do terreno, estéti-
cos, topográficos ou por motivos de ocupação, somos obrigados a aproveitar a
área sobrepondo diversos pavimentos ou criando diferentes níveis dentro da
edificação. Qualquer que seja o motivo de não trabalhar com apenas um nível
ou um pavimento em uma edificação, cria-se a necessidade de se fazer a circu-
lação vertical.
Figura 2.33 – Edificação com diversos níveis, em razão das condições topográficas locais.
Disponível em: <http://pro.casa.abril.com.br/photo/maquete-581>.
capítulo 2 • 71
de acessibilidade ainda não tem sido feita, em muitos casos, de forma correta.
A norma que rege as condições de acessibilidade é a NBR 9050. Nela encon-
tramos as orientações para o acesso universal a portadores de necessidades vi-
suais, físicas ou auditivas, além de pessoas com mobilidade reduzida.
2.3.1 Rampas
A rampa é uma superfície inclinada que constitui, dentro ou fora dos edifícios,
elemento de circulação vertical. Substituindo a escada tradicional, exige, no en-
tanto, um espaço muito maior para seu desenvolvimento. Para pedestres, sua
inclinação máxima tolerável é de 15%. Inclinações maiores são possíveis nos
acessos a garagens.
As rampas devem ter largura mínima de 90 cm (noventa centímetros) e pas-
sagem com altura mínima nunca inferior a 2,00 m (dois metros), salvo disposi-
ção contrária existente em norma técnica. As escadas e rampas de uso comum
ou coletivo e as escadas de incêndio devem ser dotadas de corrimão e obedecer
às exigências contidas na NBR 9077. Em caso de uso secundário ou eventual,
será permitida a redução de sua largura até o mínimo de 60 cm (sessenta cen-
tímetros). O elevador em uma edificação não dispensa a construção de escada
ou rampa.
Figura 2.34 – Comparativo entre uma rampa e uma escada. Disponível em: <http://
ensinandodesenho.blogspot.com.br/2012/10/escada-rampa-elevador.html>.
72 • capítulo 2
As edificações multifamiliares com acesso comum deverão, obrigatoria-
mente, ter acesso especial em rampa para uso de cadeirantes com largura mí-
nima de 1,20 m e inclinação máxima de 12,5% (1:8). Esta rampa deverá dar aces-
so direto ao corredor ou circulação principal e, caso haja elevador, ao hall do
pavimento de acesso.
As rampas poderão substituir as escadas enclausuradas desde que sejam
cumpridos os mesmos requisitos aplicáveis à escada. Elas devem, ainda, ter
inclinação de no máximo 12% e apresentar o piso revestido de material anti-
derrapante e ser providas de corrimão. As rampas destinadas ao acesso de veí-
culos às garagens em subsolo ou pavimento elevado obedecerão aos seguin-
tes parâmetros:
• Ter inclinação máxima de 25%, devendo sempre existir um trecho hori-
zontal de 6,00 m no mínimo entre dois lances de rampa e na parte final de che-
gada delas;
• Ter largura mínima de 2,50 m quando construídas em linha reta e 3,00 m
quando em curva, cujo raio mínimo deverá ser de 5,50 m.
capítulo 2 • 73
1. Rampa: largura mínima 1,20 m; inclinação longitudinal conforme per-
curso; inclinação transversal máxima 2%.
2. Patamar no início e ao final de cada segmento de rampa: medindo no
mínimo 1,20 m na direção do movimento.
3. Corrimão: instalados nos dois lados da rampa; de material rígido; fir-
memente fixado às paredes. O corrimão deverá permitir boa empunhadura e
será instalado em duas alturas (0,70 m e 0,92 m do piso), prolongando-se pelo
menos 0,30 m antes do início e após o término da rampa, sem interferir nas
áreas de circulação.
4. Piso início/término segmento rampa: faixa com textura diferenciada
(mínima 28 cm) ocupando toda a largura da rampa.
i i
Inclinação Guia de
0,05 min.
h transversal ≤ 2% balizamento
h
h L
h 1,20 mín.
h 1,50 Recomendado
Vista lateral
Figura 2.36 – Peças gráficas utilizadas para representar uma rampa de acordo com a NBR
9050. Fonte: ABNT, 2004.
DIMENSIONAMENTO DE RAMPAS
Inclinação admissível em cada Desníveis máximos de cada
segmento da rampa segmento de rampa Número máximo de segmentos
i h de rampa
% m
5,00 (1:20) 1,50 Sem limite
5,00 (1:20) < i ≤ 6,25 (1:26) 1,00 Sem limite
6,25 (1:26) < i ≤ 8,33 (1:12) 0.80 15
74 • capítulo 2
DIMENSIONAMENTO DE RAMPAS PARA SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS
Inclinação admissível em cada Desníveis máximos de cada
segmento da rampa segmento de rampa Número máximo de segmentos
i h de rampa
% m
8,33 (1:12) ≤ i < 10,00 (1:10) 0,20 4
10,00 (1:10) ≤ i ≤ 12,5 (1:8) 0.075 1
Inclinação
transversal
97 cm
75 cm
máxima = 2%
1,20 m
Sobe
L (mínimo 1,20) Patamar Patamar
Figura 2.37 – Rampa apropriada para pessoas com necessidades especiais. Disponível em:
<http://www.aquipode.com/aquipode-cadeirante/manual-acessibilidade-II>.
capítulo 2 • 75
Para as rampas em curva, a inclinação máxima admissível é de 8,33% (1:12),
e o raio mínimo é de 3,00 m, medido no perímetro interno à curva, conforme
figura a seguir.
Figura 2.38 – Rampa em curva de acordo com a NBR 9050. (Fonte: ABNT, 2004)
Área de
circulação
adjacente
76 • capítulo 2
2.3.2 Escadas
capítulo 2 • 77
ESCADA DE MARINHEIRO COM
ESCADA CARACOL ESCADA SANTOS DUMONT
GUARDA
78 • capítulo 2
Figura 2.40 – Elementos que compõem uma escada. Disponível em: <http://ensinandode-
senho.blogspot.com.br/2012/10/escada-rampa-elevador.html>.
Bocel: bordo de um
degrau que se projeta
além do espelho.
Corrimão
Corrimão: 80 ≤ h ≤ 92 3 à 4 cm mín. = 4 cm
Guarda corpo:
h mínimo = 1,05 m - escadas coletivas
h mínimo = 0,92 m - escadas privativas
capítulo 2 • 79
Figura 2.41 – Altura livre de passagem para escada. Fonte: desenho do autor.
80 • capítulo 2
As escadas e as rampas de uso comum ou coletivo e as escadas de incêndio
devem ser dotadas de corrimão e obedecer às exigências contidas nas NBR 9077
e NBR 6120. Em caso de uso secundário ou eventual, será permitida a redução
de sua largura até o mínimo de 60 cm (sessenta centímetros).
Nas escadas com mais de 19 (dezenove) degraus, será obrigatório intercalar
um patamar, com a profundidade mínima igual à largura da escada. As escadas
deverão ter as seguintes larguras mínimas úteis: 0,90 m em edifícios residen-
ciais unifamiliares; 1,20 m em edifícios residenciais com até três pavimentos;
1,50 m em edifícios de mais de três pavimentos, destinados a locais de reunião
com capacidade de até 150 (cento e cinquenta) pessoas. As escadas deverão
ter as seguintes alturas de espelho: 0,18 m em escadas internas e 0,15 m em
escadas externas. Sempre consulte o Código de Edificações e de Posturas do
Município.
Nas escadas circulares, deverá ficar assegurada uma faixa mínima de 1,20 m
de largura, na qual os pisos dos degraus terão as profundidades mínimas de 20
e 40 cm nos bordos internos e externos, respectivamente.
Os degraus de escadas de uso coletivo não poderão ser balanceados ense-
jando a formação de "leques".
As escadas do tipo "marinheiro", "caracol", ou em "leque" só serão admiti-
das para acessos a torres, adegas, jiraus, casas de máquinas ou entre pisos de
uma mesma unidade residencial.
O cálculo de uma escada deve seguir este roteiro:
1. Calcula-se o desnível a ser vencido.
2. Divide-se o valor do desnível pela altura desejada do espelho, obtendo-
se o número de espelhos. Arredonda-se para um valor inteiro.
3. Divide-se novamente o valor do desnível pelo número de espelhos, ob-
tendo-se a altura real a ser usada no espelho.
4. A partir dessa definição, calcular o tamanho do piso através da Fórmula
de Blondell: 63 ≤ p + 2e ≤ 65 cm
Piso: dimensão entre
h 28 ≤ p ≤32 cm. Espelho: dimensão entre
p Largura da escada: 16 ≤ e ≤ 18 cm.
dimensão mínima = 1,20 m.
Piso
Espelho Patamar: no mínimo 1 patamar a cada 3,20 m de
desnível ou quando houver mudança da direção;
com dimensão igual à largura da escada.
capítulo 2 • 81
Os procedimentos para representação gráfica de escadas são:
82 • capítulo 2
• Etapa 3: Traçar as perpendiculares nas marcações dos pisos e patamar.
capítulo 2 • 83
• Etapa 5: Desenhar os detalhes construtivos da escada.
ATIVIDADES
01. CESPE, 2012 (Cargo: Analista Judiciário – Arquitetura) Com base na NBR n.º
9.050/2004, assinale a opção correta acerca de rampas de acesso.
a) Em rampas com inclinação entre 6,25% e 8,33%, devem ser previstas áreas de descan-
so nos patamares a cada 30 m de percurso.
b) Em rampas cuja inclinação é maior que 5% e menor que 6,25%, o desnível máximo de
cada segmento de rampa não pode ser superior a 1,50 m, não havendo limite para o
número máximo de segmentos de rampa.
84 • capítulo 2
c) A largura de uma rampa deve ser estabelecida de acordo com o provável fluxo de pes-
soas que a utilizarão, respeitando-se a largura livre mínima admissível de 1,50 m.
d) Caso o dimensionamento da largura de rampa de edificação previamente existente seja
impraticável, pode ser executada rampa com largura mínima de 0,90 m, com segmentos
de, no máximo, 4,00 m, medidos em projeção horizontal.
e) A inclinação máxima admissível a rampas em curva é de 5%, e o raio mínimo é de 3,00
m, medido no perímetro interno à curva.
02. FCC, 2012 (Cargo: Analista Ministerial - Arquitetura) As normas referentes às condições
de acessibilidade estabelecem restrições quanto ao dimensionamento de degraus isolados
e escadas fixas e relativos patamares. A respeito dessas restrições, é correto afirmar que:
a) entre os lances de escada devem ser previstos patamares com dimensão longitudinal
mínima de 0,60 m.
b) as escadas fixas devem ter, no mínimo, um patamar a cada 3,60 m de desnível e sempre
que houver mudança de direção.
c) a largura mínima recomendável para escadas fixas em rotas acessíveis é de 1,50 m,
sendo o mínimo admissível de 1,20 m.
d) a inclinação transversal dos patamares não pode exceder 2% em escadas internas.
e) o primeiro e o último degraus de um lance de escada devem distar, no mínimo, 1,20 m
da área de circulação adjacente.
03. FCC, 2015 (Cargo: Analista Judiciário - Arquitetura) Em relação à modulação nos pro-
jetos de alvenaria estrutural:
a) Planta das fiadas e das elevações das paredes não deve considerar as esquadrias.
b) Modular uma alvenaria é projetar utilizando-se de várias “unidades modulares”, que são
definidas pelas medidas dos blocos, pelo comprimento e pela espessura.
c) A escolha do tipo de bloco a ser utilizado deve levar em consideração apenas a modulação.
d) A escolha do tipo de bloco a ser utilizado deve levar em consideração apenas a dispo-
nibilidade no mercado.
e) Um projeto para a produção de alvenaria estrutural é composto, basicamente, pela plan-
ta das fiadas e pelas elevações das paredes.
capítulo 2 • 85
REFLEXÃO
Os sistemas de representação gráfica em Arquitetura visam, primeiramente, à simplificação
do objeto tridimensional nas suas diversas faces. Para tal representação, usamos plantas,
cortes e elevações, cuja escala vai sendo ampliada na medida em que se aumenta o nível
de detalhamento dos elementos técnicos e construtivos definidos em projeto. São eles: sis-
temas de vedação, esquadrias, rampas, escadas, mobiliário fixo, instalações, equipamentos
mecânicos e outros tantos particulares a cada projeto. Cada um dos elementos é repre-
sentado graficamente de acordo com suas características materiais e propriedades físicas.
Assim, quando começamos a apresentar as possibilidades de representação gráfica desses
elementos, iniciamos com os planos e elementos verticais. Aos planos verticais nos referimos
como sistemas de vedação, lembrando que alguns sistemas construtivos, além de fechamen-
to, têm função estrutural, como a alvenaria de blocos de concreto e de cerâmica. Em projetos
de alvenaria estrutural, por exemplo, o tipo de bloco a ser utilizado precisa ser definido já
em nível de anteprojeto, pois os ambientes são dimensionados de acordo com os módulos
de cada peça. A lógica de projeto se inverte, passando-se a pensar o todo a partir de sua
unidade mínima: o bloco.
Além dos planos verticais, temos os elementos de circulação vertical, as rampas e escadas,
normatizadas a fim de promover a acessibilidade universal dos edifícios e condições ideais de
usabilidade. Seu dimensionamento exige atenção nos cálculos e na representação de todos
os seus elementos compositivos, que garantem a funcionalidade e a segurança dos usuários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001.
MONTENEGRO, G. Desenho arquitetônico. 3 ed. São Paulo: Editora Blücher, 1997.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 9050. Acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 9077. Saídas de emergência em
edifícios, 2004
COSTA, C. E. S.- Caderno de Apoio Expressão e Representação Gráfica II - UFRRJ- IT/
Departamento de Arquitetura. Seropédica, 2008
SAAD, A. L. Acessibilidade: Guia Prático para o Projeto de Adaptações e de Novas Edificações.
1 ed. São Paulo. PINI, 2011.
86 • capítulo 2
3
Representações
bidimensionais:
planos horizontais e
inclinados
3. Representações bidimensionais: planos
horizontais e inclinados
OBJETIVOS
• Apresentar os sistemas e elementos utilizados na composição dos planos de cobertura,
forros e pisos empregados nas edificações em geral.
88 • capítulo 3
telhados recobertos por telhas coloniais têm uma inclinação de 25% – sofrendo
pequenas variações de acordo com o fabricante –, a inclinação das telhas roma-
nas é de 35%.
Atualmente, no mercado, tem sido bastante comum a substituição de te-
lhas cerâmicas por telhas de concreto. Da mesma forma, elas apresentam uma
variedade de perfis que, por sua vez, têm uma gama de acabamentos e cores
maior do que as telhas cerâmicas. Além da estética, tais acabamentos visam à
redução da absorção de água e, consequentemente, do aparecimento de pato-
logias a ela relacionados, como as eflorescências.
Assim sendo, antes de tudo, precisamos definir o modelo de telha a ser em-
pregado no projeto. Precisamos ter essa informação para podermos calcular
e desenhar nosso telhado, de acordo com as especificações técnica fornecidas
pelo fabricante. Para calcular a altura do telhado, utilizamos a seguinte fórmula:
Fiada
Faixa B
Telha Tégula: Largura útil = 30 cm
Comprimento útil = 32 cm
A = Vão
C h h = Altura
I = Inclinação
A
h
A I (%) x 100
A
Figura 3.1 – Cálculo para identificar a altura de um telhado em função da inclinação especi-
ficada pelo fabricante. Disponível em: <http://www.grupocalifornia.com.br>.
capítulo 3 • 89
Figura 3.2 – Variações da forma do telhado de acordo com a quantidade de águas. Dis-
ponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgQCUAL/tabela-abertura-peneiras-
granulometria?part=2>.
CONCEITO
Água do telhado: Cada um dos planos inclinados que conformam a cobertura de uma dada
edificação, tendo início na parte mais baixa do telhado (beiral) e finalizando na parte mais
alta dele (cumeeira).
CONCEITO
Platibanda: Mureta que contorna os limites do telhado a partir do prolongamento das pare-
des inferiores ou salientes em relação ao perímetro da edificação.
90 • capítulo 3
Figura 3.3 – 1. À esquerda, casa com telhado aparente e projeção de beiral. À direita, casa com
telhado embutido em platibanda sem beiral. Neste caso, o desenho da platibanda coincide com
o desenho do perímetro do pavimento superior, ou seja, ela é o prolongamento de suas paredes
externas. 2. Exemplo de telhado com beiral embutido em platibanda. Nesta situação, o desenho
da platibanda não coincide com o perímetro da edificação: trata-se de uma projeção em relação
ao seu perímetro. Disponível em: <http://100pepinos.com.br/beiral-e-platibanda/>.
capítulo 3 • 91
Tabela 3.1 – Tabela comparativa dos diferentes modelos de telha de concreto e de cerâmi-
ca. Disponível em: <http://www.ytabella.com.br/>.
92 • capítulo 3
Perímetro da edificação
(ÁREA DE COBERTURA)
Linha de piso
Figura 3.5 – Passo 2: Demarcação do beiral definido 1 metro a partir do perímetro da edifi-
cação. Desenho dos autores com base no projeto original de A.E. Reidy.
• 93
capítulo 3
Uma vez definida a área de cobertura, vamos desenhar cada uma das águas
que compõem esse telhado. Poderíamos ter várias possibilidades, desde um
telhado simples de apenas uma água até um mais complexo, como mostra a
figura abaixo. Lembrando que aqui estamos trabalhando com hipóteses.
Figura 3.7 – Possibilidade 1 para o desenho do telhado da edificação anterior: uma água.
Desenho dos autores com base no projeto original de A.E. Reidy.
94 • capítulo 3
No desenho acima, temos a planta desse telhado de água única e as empe-
nas (A-A). Veja que, à esquerda, o comprimento do vão equivale a 14,70 m, en-
quanto, à direita, o comprimento do vão é de 10,30 m. Os valores para as alturas
do telhado em cada uma de suas laterais, assinaladas na figura acima, foram
definidos a partir da fórmula previamente apresentada. Tal diferença de altura
acontece porque a edificação não é um retângulo perfeito, mas, sim, em forma-
to de “L”. Pois bem, se temos vãos (A) diferentes, as alturas (h) também serão
diferentes. Veja:
capítulo 3 • 95
Figura 3.8 – O desenho de um telhado de múltiplas águas se inicia com o lançamento das
diagonais do telhado, que equivalem aos chamados espigões. O ângulo dos segmentos dia-
gonais, que dividem os planos de águas, é de 45º. Atente-se a esse valor, do contrário os
planos não se encaixarão perfeitamente. Veja que temos uma série de linhas que ou se cruzam
ou são paralelas. É preciso unir todas elas, de modo que as cumeeiras (ponto mais alto de
cada segmento do telhado) se juntem aos espigões, conforme ilustra a perspectiva. Dese-
nho dos autores com base no projeto original de A.E. Reidy. Disponível em: <http://descriti-
va.blogspot.com.br/>.
96 • capítulo 3
Até aqui desenhamos apenas os planos de telhado. E os demais elementos
que o compõem? Temos cumeeiras, espigões, calhas, águas-furtadas, além da
estrutura que sustenta esse telhado. Cada fabricante tem modelos diferentes
para esses componentes. Em geral, utilizamos a mesma marca para todos eles,
evitando assim incompatibilidades de encaixes. Por isso, representar esses ele-
mentos requer muita atenção aos detalhes, considerando que todos eles fun-
cionam como subsistemas complementares de cobertura.
Detalhe geral do telhado Espaçamento entre terças
Telhado
Trama Terças
Caibros
Ripas
1,5 m
Vigas
Terças
Tesouras
Terças
Caibros
1,5 m 0,5 m
Terças
Figura 3.10 – Montagem e peças que compõem um telhado de concreto. Disponível em:
<http://arquitectandoufpb.blogspot.com.br/>.
capítulo 3 • 97
Ripa
Ripa (5x2 cm)
(5x2 cm) Espaço
Espaço entre ripas: max
entre ripas: max 32 cm
32 cm Caibro
Caibro
(5x6 cm) (5x6 cm)
Espaço Espaço
entre ripas finais: entre ripas finais:
29 cm 29 cm
32 cm
32 cm
32 cm
tância entre 32 cm
Espaço entre ripas: Galga: max 32 cm
bros: 50 cm 32 cm entre ripas: 29 cm
Espaçoentre
Distância Galga: max 32
32cm
cm 29 cm
Terças: 150
Terça
Ripa final (6x12 cm) Inclinação mínima: 35% Ripa (5x2 cm)
dobrada Inclinação mínima: 35%
(5x4 cm
Sobreposição
mínima: 10 cm
32 cm Ripa dupla (5 cm x 4 cm)
32 cm
32 cm
s: Galga: max 32 cm
29 cm
98 • capítulo 3
CONCEITO
Tesouras: “são vigas treliçadas que usam o princípio do triângulo indeformável, constituídas
de peças adequadamente dispostas e solidarizadas formando um quadro rígido capaz de
suportar as cargas provenientes do telhado e transmiti-las, de forma puntual, à estrutura
portante do edifício”. (IPHAN, 1999)
Cumeeira
Caibro Ripa
Perna ou Terça
empena
Contra-frechal
Pendural
Frechat
Escora
Tabela 3.2 – Componentes de uma tesoura. Repare que as peças do madeiramento (ripas,
caibros e terças) se apoiam sobre a tesoura, que, por sua vez, apoia-se sobre a alvenaria.
Fonte: IPHAN, 1999.
ATENÇÃO
Lembre-se que, além da inclinação, existe uma diferença considerável em relação ao peso
unitário das telhas de concreto, que pode chegar a ser o dobro de uma telha cerâmica, por
exemplo. Se retomarmos a tabela da Figura 02, veremos ainda que, embora o peso unitário
do concreto seja mais elevado, o peso por metro quadrado é quase equivalente, uma vez que
as telhas de concreto têm dimensões maiores, sendo necessário menor número de peças
para recobrir a mesma área.
capítulo 3 • 99
O ponto mais alto do telhado é chamado de cumeeira. Da mesma forma que
as telhas, as cumeeiras também devem ser sobrepostas e posicionadas no sen-
tido contrário ao do vento, para evitar descolamentos. Elas são fixadas às telhas
superiores com argamassa.
Predominância dos ventos A argamassa
Sobreposição NÃO PODE Cumeeira
entre cumeeiras: chegar ao final
7 cm da telha
Argamassa: Entre 3 e
4 cm
Encaixes
Largura do cordão de perfeitos
argamassa de 3 a 4 cm
Ripa
Figura 3.12 – Montagem e encaixe de telhas das cumeeiras. Fonte: Catálogo Técni-
co BrasItália.
Figura 3.13 – Cumeeiras utilizadas para recobrir os espigões, cujo acabamento no nível
do beiral é feito com a peça especial denominada “final de espigão”. Fonte: Catálogo Técni-
co BrasItália.
Assim, temos a seguir uma síntese gráfica de todos esses elementos neces-
sários para a execução de um telhado.
100 • capítulo 3
Água furtada Cumeeira
Caibros
Espigão
Empena ou oitão
Tesoura Ripas Beiral
Testeira
Água Terças
Canalete 44
157 mm
132 mm
8 mm
471 mm 562 mm
capítulo 3 • 101
Etercalha
Comprimentos de
3,00 m até 9,20 m
244 mm +
8 mm espessura
51 mm + Vão livre máximo
espessura
de 7,00 m
322 mm 88,5 88,5 88,5 88,5 322 mm
Largura total 998 mm
Modulada
8 mm
111 mm
102 • capítulo 3
Ondulada
51 mm + e
e = 6 ou 8 mm
62 177 mm 153 mm
Vão livre máximo: depende do
mm
Largura total = 1100 mm comprimento da telha
Cachorro Telha
Projeção da edificação
Caimento
Beiral Laje
Largura do
Det. A Beiral
Parede
Condutor
descida
Projeção da edificação pluvial
Planta do telhado com
beiral Corte esquemático detalhe A
Alinhamento da
edificação
capítulo 3 • 103
Platibanda
Telha
Alinhamento da
edificação
Platibanda
Telha
Platibanda Tesoura
Det. B
Laje
Calha pluvial
Figura 3.16 – Comparativo entre um telhado com beiral e outro embutido em platibanda.
Disponível em: <https://www.qconcursos.com/>.
Calha
Cumeeira
104 • capítulo 3
Repare que apenas foram desenhadas as paredes externas da edificação, que
conformam as platibandas, e indicado o caimento das águas. Existem diversas possi-
blidades de desenho de águas, além daquelas acima representadas. O principal para
nos lembrarmos é que, uma vez definidas as águas, precisamos indicar os locais de
colocação das calhas, ou seja, nos pontos mais baixos de cada água do telhado.
A solução adotada por Eduardo Reidy no projeto desta casa foi a cobertura 3,
com calha central, embora o tipo de telha tenha sido diverso. Esse tipo de telhado,
em razão de seu formato, é chamado de “telhado invertido” ou “telhado borboleta”.
Figura 3.18 – Corte da Casa Carmem Portinho, projetada por A.E. Reidy. Disponível em:
<www.vitruvius.com.br>.
Telhado
Trama Caibros
Terças Terças
Ripas
Vigas Vigas
Estrutura Tesoura Estrutura Tesoura
capítulo 3 • 105
Essas estruturas, inclusive, podem ser metálicas, em vez de executadas em
madeira. Compare:
Telhas
Telhas
Ripas
Caibros
Terças
Ripas Caibros
500
500 LC LV
Lt
Lr
Telha colonial de cerâmica/concreto Telhas de fibrocimento
Inclinação mínima 10% (5.71°)
Peso da telha: 18 kg/m2 Figura 3.21 – Comparativo entre estruturas
Terça metálicas utilizadas para suporte de telhas de
s
e rça Viga cerâmica/concreto, de fibrocimento e metá-
re t
ia ent
t ânc licas. O tipo da telha influencia na inclinação
Dis
do telhado e no dimensionamento de sua
500
estrutura.
LV
Lt
Telhas metálicas
106 • capítulo 3
3.1.3 Outros tipos de coberturas
LT
Multi-Dobra LT Calandrada
LC LC
LR A
2 a
a
R 90° B
q q R A = Máxim
90°
B = Mínim
1
LR
90° 90°
Espessura da chapa entre 0,65 e 0,95 mm
LR1
LR2
Multi-Dobra LT Calandrada
LC
LR A
2 a
0° B
q R A = Máximo 6000 mm
B = Mínimo 600 mm
90° 90°
Espessura da chapa entre 0,65 e 0,95 mm
LR1
LR2
Figura 3.22 – Tipos de telha metálica calandrada utilizada em coberturas curvas. Disponível
em: <www.ocelbrasil.com.br>.
capítulo 3 • 107
Recentemente, têm sido bastante difundidos os chamados telhados ver-
des ou tetos-jardins, que melhoram o desempenho térmico das edificações.
Telhados verdes são, na verdade, jardins sobre lajes impermeabilizadas ou so-
bre telhados convencionais devidamente adaptados.
108 • capítulo 3
A primeira das camadas consiste em uma manta de impermeabilização que
evita a infiltração da água no interior do edifício. Em seguida, é aplicada uma
camada drenante, que pode ser feita também com uma manta, de poliestireno,
ou com brita, argila expandida e semelhantes. Posteriormente, temos a cama-
da filtrante, executada com uma manta geotêxtil, que serve para reter partícu-
las e proteger as camadas inferiores. Sobre esta camada é aplicada uma mem-
brana de proteção, que controla o crescimento das raízes, evitando, assim, que
elas se proliferem dentre a estrutura do edifício propriamente dito. Por fim, é
lançado o substrato, equivalente à camada de terra que irá receber as sementes
das espécies vegetais selecionadas. Quanto maior o porte das espécies, maior a
espessura da camada de terra.
Cobertura vegetal de forrações rasteiras Camada de substrato Manta de impermeabilização
Laje
Captação de água da chuva
com tubo de dreno
Camada drenante
capítulo 3 • 109
Figura 3.25 – Tipos de forros, em sentido horário: forro horizontal, forro inclinado, forro mis-
to e forro abobadado. Fonte: IPHAN, 1999.
Figura 3.26 – Tipos de encaixe de tábuas de forros de madeira. Fonte: IPHAN, 1999.
110 • capítulo 3
Figura 3.27 – Tábuas de forros superpostos do tipo “saia-camisa” e “mata-junta”. Esses ti-
pos de foros são fixados diretamente sob a cobertura. Fonte: IPHAN, 1999.
Além dos forros de madeira, os forros de PVC são bastante comuns, sobre-
tudo em áreas comerciais e industriais, devido à facilidade de manutenção. Os
forros de PVC são vendidos em placas, existindo também peças auxiliares para
dar acabamento às superfícies recobertas, como, por exemplo, as cantoneiras e
os arremates, ilustrados a seguir.
capítulo 3 • 111
Pino de aço
FORRO FIXO FGE + Tirante + Pendural
Parafuso
Estrutura: TF 212x25
Perfil tipo
canaleta
Painel GYPSUM
Fita GYPSUM JT Massa de Rejunte
GYPSUM
Pino de Aço
Arame Galvanizado
nº 18
Figura 3.29 – Acima: Esquema de montagem de forros fixos, nos quais as placas de gesso
são parafusadas sobre os perfis de alumínio. Abaixo: Esquema de fixação de placas de gesso
removíveis. Disponível em: <http://www. gessoforro.com.br>.
112 • capítulo 3
Os sistemas de piso, basicamente, devem:
• Garantir segurança e desempenho, quando são os elementos estruturais;
• Proporcionar os desníveis necessários entre ambientes contíguos, sepa-
rando ambientes secos de molháveis;
• Permitir o embutimento de componentes de instalações, tais como tubu-
lações e pontos de utilização;
• Garantir isolamento termo-acústico, absorção de sons de impacto, estan-
queidade de gases e a água;
• Proteger a estrutura e melhorar o acabamento.
Camada estrutural
capítulo 3 • 113
3.2.1 Camada impermeável
A camada impermeável pode ou não fazer parte do piso das áreas internas. Se o
local recebe umidade (banheiros, cozinhas etc.) deve ser executada. Nos pisos
externos, é sempre indicada.
Proteção mecânica: contrapiso
Camada separadora: filme de polietileno ou papel kraft
Manta asfáltica
Primer
Regularização
Laje de concreto
Figura 3.31 – Camada impermeável aplicada com manta asfáltica. Disponível em:
<http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/65/tratamento-de-fundacoes-saiba-
como-funcionam-os-sistemas-de-300277-1.aspx>.
Pavimento cerâmico
Fibra de vidro
Emulsão
asfáltica
Placa asfáltica
de fibra de vidro
Placa asfáltica
proteção mineral
114 • capítulo 3
Nos locais de clima quente, a fissuração provocada pode comprometer a es-
tanqueidade do conjunto, e a infiltração de água pode rapidamente diminuir o
desempenho do sistema. Nesse caso, o isolante pode ficar sobre a laje de cober-
tura. O material deve ser disposto solto, sobre a última laje da edificação. Não é
necessário nenhum material extra ou mão de obra especializada.
Figura 3.33 – Camada de isolante térmico feito com argila expandida. Disponível em:
<http://www.cinexpan.com.br/enchimento-leve-para-laje.html>.
É uma camada de argamassa executada sobre uma base, que pode ser a laje de
um pavimento ou um lastro de concreto, se for sobre o solo. Sua função é regu-
larizar a superfície para receber o piso de acabamento final, além de colaborar
nas funções que o piso final deverá cumprir, principalmente no aumento da
resistência do conjunto contrapiso e piso.
capítulo 3 • 115
Devem suportar a colocação de revestimento, transmitir as cargas à base de
suporte, permitir execução de desníveis e o embutimento de instalações.
Pisos
Cimentados;
Aderentes Granilite; de alta
resistência
Monolíticos
Cerâmicos;
Modulares Pétreos;
Tacos; Borracha
116 • capítulo 3
• Fácil conservação;
• Inalterabilidade (cor, dimensões etc.);
• Função decorativa e econômica.
Os pisos também podem ser elevados em relação ao nível da laje para facili-
tar a passagem dos sistemas elétricos, de água, sem passar pelas paredes.
capítulo 3 • 117
3.2.5 Camada de base ou laje estrutural
118 • capítulo 3
• Lajes nervuradas: segundo a NBR 6118:2003, lajes nervuradas são "lajes
moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração é consti-
tuída por nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte".
790
Pilares 20/20
Seção da laje nervurada
Vigas 20/60
790
Mesa Laje maciça
Nervuras h = 17
60, 61, 65 ou 80 cm
Consumo
Aço 730,68 kg
Concreto 10,61 m3
Laje nervurada
h = 26
O material inerte pode ser isopor, garrafas PET, lajotas cerâmicas, como re-
presentado na figura a seguir.
Capa de
concreto
Cerâmica Vigota
Pet treliçado
Figura 3.39 – À esquerda: laje nervurada concretada com isopor. Fonte: http://www.gse-
cengenharia.com.br. À direita: laje nervurada concretada com garrafas PET. Disponível em:
<http://www.salemaprefabricados.com.br/laje-ecologica.php>.
capítulo 3 • 119
Outro elemento inerte que pode ser utilizado são as vigotas pré-moldadas.
Vigota
Cinta de
Apoio da amarração
vigota na
parede
5 cm
Cinta de
amarração
Figura 3.40 – Laje nervurada concretada com isopor. Disponível em: <http://www.gsecen
genharia.com.br/>.
Figura 3.41 – Laje nervurada concretada com isopor. Disponível em: <http://blogdopetcivil.
com/2011/08/18/lajes-alveolares/>.
120 • capítulo 3
ao outro, sendo o vigamento inferior apoiado sobre os pilotis, suporte para o
vigamento superior, denominado barroteamento, o qual recebe diretamente a
laje do piso.
Contra-piso
Parede
Piso
Viga de fundação (baldrame)
Terreno - aterro
capítulo 3 • 121
Em nível de representação gráfica em planta baixa, os pisos são apenas dis-
tintos em dois tipos: comuns ou impermeáveis. Salienta-se que o tamanho do
reticulado constitui uma simbologia, não tendo a ver necessariamente com o
tamanho real das lajotas ou pisos cerâmicos.
ATIVIDADES
01. VUNESP, 2014 (Cargo: Arquitetura) No dimensionamento de coberturas de madeira, é
necessário conhecer os principais elementos que constituem o telhado. As terças são vigas
longitudinais apoiadas sobre as tesouras. A terça mais alta do telhado é denominada
a) caibro.
b) cumeeira.
c) ripa.
d) frechal.
e) trama.
122 • capítulo 3
02. FCC, 2012 (Cargo: Analista Judiciário - Arquitetura) Considere um projeto de edifício
com plantas livres (layout flexível), com vãos superiores a 10 m, baixo peso específico; de-
formável (para evitar fissuras e flechas excessivas) e com boa capacidade de suporte. Trata-
se de
a) laje convencional pré-fabricada (vigotas e trilhos de concreto).
b) laje maciça apoiada sobre vigas e pilares.
c) laje-cogumelo apoiada diretamente sobre pilares sem capitéis.
d) laje lisa apoiada nos pilares com capitéis.
e) laje nervurada apoiada em vigas chatas, ambas protendidas.
03. FCC, 2013 (Cargo: Analista - Arquitetura) A respeito das principais linhas do telhado,
a) tanto a cumeeira como o espigão são divisores de água.
b) o espigão é um divisor de água horizontal.
c) o rincão é um recolhedor de água horizontal.
d) a cumeeira é o inverso do rincão.
e) a calha é o inverso do espigão.
capítulo 3 • 123
05. Com base no exemplo a seguir, faça o diagrama de cobertura das plantas.
Exemplo:
124 • capítulo 3
Contornos da construção:
600 700
600
700
450
400
Esc.: 1:100 (*) Esc.: 1:50
650
450
500
350
300 350
REFLEXÃO
Os sistemas de cobertura e pisos fazem parte do subsistema que separa o ambiente externo
do ambiente interno. Em cada região, o clima, a cultura e as condições financeiras fazem com
que o piso e a cobertura tomem representações das mais simples, como um telhado de uma
queda, até telhados bem complexos, com fechamentos em curva, que se movimentam, ou
até formados por jardins suspensos. Os pisos podem ser desde contrapiso tratado até pisos
aquecidos. Das tecnologias mais simples até as mais complexas, saber projetar corretamen-
te, representar a solução de modo correto e dar soluções técnicas e construtivas tornam o
arquiteto um hábil filósofo da união do bem fazer com a técnica vigente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001.
BOTELHO, M. H.C. Concreto armado – Eu te Amo – para Arquitetos. 3º ed. São Paulo: Editora
Blücher, 2016
MONTENEGRO, G. Desenho arquitetônico. 3 ed. São Paulo: Editora Blücher, 1997.
CHING, F. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001.
MONTENEGRO, G. Desenho arquitetônico. 3 ed. São Paulo: Editora Blücher, 1997.
FLACH, Rafael Schneider. Estruturas para telhados: análise técnica de soluções. Trabalho de
conclusão de curso. Porto Alegre: UFRGS; 2012.
IPHAN. Manual de conservação de telhados. Brasília: IPHAN/ Ministério da Cultural, 1999.
capítulo 3 • 125
126 • capítulo 3
4
Representações
bidimensionais
esquadrias
4. Representações bidimensionais
esquadrias
Ao final deste capítulo, esperamos que você possa aprender que a seleção
de determinado tipo de esquadria implica na representação e especificação de
todas as suas características técnicas, desde o material até o sistema de abertu-
ra e fixação.
128 • capítulo 4
OBJETIVOS
• Apresentar os diferentes tipos de aberturas de portas e janelas;
• Apresentar as formas de representação de esquadrias em relação aos tipos de aberturas
e materiais das quais são feitas.
4.1 Portas
Vão alvenaria
Vão luz
Vão luz
Largura da folha
Vão alvenaria
A
Figura 4.1 – Da esquerda para a direita: planta, corte e vista de uma porta. As cotas de largura
são apresentadas em planta, enquanto as alturas são informadas em corte e em vista. Atente-se
para os diferentes tipos de vãos. O vão livre deixado na alvenaria ou no painel de vedação é sem-
pre maior do que a largura real da folha da porta, pois, além desta, são necessários outros elemen-
tos, como batentes e molduras para fixação da porta. Disponível em: <http://www.lennz.com.br>.
capítulo 4 • 129
respectivamente, o lado que se abre e o eixo da porta. Esse tipo de porta é deno-
minado porta de abrir, cujo sentido de abertura pode ser esquerdo ou direito.
Sentido de abertura Sentido de abertura
Esquerdo Direito
Figura 4.3 – Representação ideal de uma porta de abrir. A escala do desenho irá permitir ou
não o detalhamento de montantes, batentes e maçanetas.
130 • capítulo 4
P2 P2
10 cm máximo
≥1,20 m
10 cm máximo
Saída
P2
D
D/2
P2
P2
Note que foi utilizada uma legenda para indicar cada tipo de porta repre-
sentada em projeto. As especificações de cada uma delas estarão indicadas
no quadro de esquadrias, que, obrigatoriamente, deve acompanhar o projeto
básico de arquitetura. Como serão informados detalhes além das dimensões,
como a materialidade, as esquadrias em desenho são acompanhadas da legen-
da – J1, J2, J3; P1, P2, P3, e assim por diante. Em nível de anteprojeto, contudo,
a informação acerca das dimensões das esquadrias pode ser dada no próprio
desenho, como mostra a figura a seguir.
1.00 x 0.30
1.80
0.60
P.2
2.10
J.3
Figura 4.5 – A indicação das medidas das esquadrias pode ser feita no próprio desenho
(0,60x2,10 e 1,00x0,30x1,80). Quando se utiliza a legenda (P3,J3), é obrigatória a presença
do quadro de esquadrias com todas as especificações referentes à porta ou janela indicada.
Disponível em: <http://www.sitengenharia.com.br/arquiteturaquadrodeesquadrias.htm>.
Além das portas de abrir comuns, temos uma variação chamada de porta
pivotante, cujo eixo de rotação é deslocado em relação à extremidade da porta,
podendo, inclusive, ser no centro dela. É muito comum que portas pivotantes
capítulo 4 • 131
sejam utilizadas em entradas de casas e consultórios e, em geral, elas são tam-
bém mais altas em relação às demais de 2,10 m.
Passagem = 95
a 100 cm
Eixo de giro -
Distância mínima = 60 cm
Pivo
Porta de abrir (tradicional) -
Distância mínima = 110 cm
com dobradiças
Porta pivotante
Figura 4.6 – Comparativo entre uma porta de abrir tradicional e outra do tipo pivotante. A
diferença está na localização do pivô, ou seja, do eixo de rotação dela, que é afastada da
extremidade. Por esse motivo, a largura dessas portas deve ser maior, uma vez que a largura
de passagem é reduzida. Disponível em: <http://www.pmartino.com>.
Outro tipo de porta também bastante comum são as portas de correr, que
podem ser aparentes ou embutidas na parede ou painel de vedação. A quanti-
dade de folhas corrediças pode variar, de acordo com o modelo especificado.
Além disso, podemos ter folhas fixas e folhas móveis, o que é informado no qua-
dro de esquadrias.
Figura 4.7 – Tipos de porta de correr. Elas podem ser aparentes ou embutidas, e a quan-
tidade de folhas varia de acordo com o projeto. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/
content/ABAAAe8o8AL/leitura-interpretao-projetos-arquitetnicos?part=2>.
O sentido de abertura das folhas pode ser indicado, além das plantas, tam-
bém em vistas, como ilustrado na figura a seguir. As setas apontam para que
direção as folhas correm. Repare que, no primeiro exemplo, as portas correm
para as laterais esquerda e direita, de modo que todo o vão fica livre. Já no
132 • capítulo 4
exemplo seguinte, as folhas correm uma sobre a outra, mas a abertura do vão
nunca ultrapassará 50%. A inexistência de setas em uma das folhas indica que
se trata de uma folha fixa.
Figura 4.8 – Indicação do sentido de correr de cada uma das folhas em vista. Disponível em:
<https://forums.autodesk.com>.
A B
Externa Externa
Interna Interna
B
Externa
Interna
capítulo 4 • 133
Porta Esquerda Porta direita
Dobradiça Trinco Trinco Dobradiça
e alça e alça
Face interna Face interna
Batente Batente
Porta Porta
Figura 4.9 – Porta sanfonada com duas folhas. Disponível em: <http://www.cliquearquite-
tura.com.br/artigo/porta-articulada-ou-porta-camarao.html>.
134 • capítulo 4
Fora
Dentro
Planta Corte AA
Fora
Dentro
Planta Corte AA
Figura 4.10 – Acima: porta basculante em planta e em corte. Abaixo: porta de enrolar em
planta e em corte. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe8o8AL/leitu-
ra-interpretao-projetos-arquitetnicos?part=2>.
4.2 Janelas
capítulo 4 • 135
1.100
2.100
.856
Porta Janela
O que difere uma janela de uma porta é a presença do peitoril, cuja altura
é variável. O nível de detalhamento do desenho dependerá da escala adotada.
A representação à esquerda é bastante simplificada, não sendo mostrado, por
exemplo, o sistema de movimentação da folha da janela. Contudo, a diferença
da espessura de linhas é nítida: a alvenaria cortada é representada com linha
mais grossa, enquanto as esquadrias são representadas com linhas mais finas.
As linhas ao centro indicam a folha, independentemente do material, e as li-
nhas das extremidades são o batente em vista, ou seja, como ele não está sendo
cortado, a espessura da linha é mais fina que aquelas do centro. Disponível em:
<http://www.sitengenharia.com.br>.
136 • capítulo 4
Figura 4.12 – Representação de uma janela em perspectiva, demonstrando o plano de cor-
te, e em planta. Janelas com peitoril inferior a 1,50 m são desenhadas com linhas contínuas.
Disponível em: <http://www.ceap.br/material/MAT14032013210601.pdf>.
Figura 4.13 – Janelas com peitoril superior a 1,50 m são representadas com linha trace-
jada, pois estão acima do plano de corte. Disponível em: <http://www.ceap.br/material/
MAT14032013210601.pdf>.
capítulo 4 • 137
A seguir, temos uma relação de tipos de janelas disponíveis no mercado,
que podem ser adquiridas em medidas padrão ou ser fabricadas de acordo com
projeto de detalhamento.
Janela máximo ar
Janela de abrir
Janela pivotante
Janela de correr
quatro folhas
Janela guilhotina
Janela basculante
Figura 4.14 – Tipos de janelas e suas respectivas representações em vista, planta e corte.
Disponível em: <https://atelierdareforma.files.wordpress.com/2014/06/esquadrias.jpg>.
138 • capítulo 4
Folha de correr
Folha em veneziana
Folha fixa
Figura 4.15 – Representação de uma janela mista em corte e em vista: a parte superior da
janela é composta por duas folhas de correr e a parte inferior de uma folha fixa.
capítulo 4 • 139
Vista Frontal e Código Quantidade Tipo Dimensões Local Ferragens Vidro Acabamento
• 1 recolhedor
• 1 flange de conexão
para recolhedor
• 1 flange de conexão • Madeira
• Persiana
do rolamento • PVC
3 • Ejetável • 180 x 120 / 15 • Dormitório • Liso - 4 mm
• 1 tubo de alumínio • Verniz incolor
• Correr
• 2 braços projetantes • Alumínio
JPEC • 4 roldanas e 4 guias
• 4 trilhos de alumínio
• 2 dobradiças
• 1 trava
• Veneziana • 2 puxadores • Madeira
4 sanfonada • 180 x 120 / 15 • Escritório • rodízios • Liso - 4 mm • Tinta esmalte
• Correr • 2 puxadores na cor branca
com trilho (veneziana)
JVSM
• Madeira
• 1 alavanca com trilho
• Tinta óleo
2 • Maximar • 140 x 110 / 15 • Banheiro • 2 braços de fixação • Martelado - 4 mm
semi-brilho na
móveis
JMM cor marrom
• 3 dobradiças
• Madeira
5 • Porta • 90 x 210 / 15 • Dormitórios • 1 maçaneta * não possui
• Verniz incolor
• 1 fechadura
PM
ATIVIDADE
01. FCC, 2009 (Engenheiro Civil do Tribunal de Justiça-SE) Sobre projetos arquitetônicos,
considere:
140 • capítulo 4
1,60 x 1,50
I
1,40
2,10
II
1,40
2,10
III
1,60 x 1,50
IV
REFLEXÃO
Até aqui, você aprendeu a representar todos os planos verticais, horizontais e inclinados que
compõem uma edificação. No entanto, para que uma edificação funcione dentro de condi-
ções salubres, é preciso haver aberturas que garantam iluminação, ventilação e acesso aos
ambientes. O controle dessas aberturas, através dos mais variados sistemas de movimenta-
ção que foram apresentados, é feito por meio das esquadrias. As portas e janelas existentes
em um edifício podem ser executadas em materiais como madeira, alumínio, ferro, PVC etc.
Em uma mesma esquadria podemos encontrar diferentes materiais. Por exemplo, existem
janelas feitas em ferro e vidro, mas a presença de uma folha em veneziana torna possível o
controle da iluminação através dela. Todas essas especificações estão contidas no quadro de
esquadrias, de extrema importância para a realização de orçamentos e quantitativos de obra.
capítulo 4 • 141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F. Técnicas de construção ilustradas. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2001.
MONTENEGRO, G. Desenho arquitetônico. 3 ed. São Paulo: Editora Blücher, 1997.
142 • capítulo 4
5
Representações
bidimensionais
instalações e
equipamentos
5. Representações bidimensionais
Instalações e equipamentos
Normas Brasileiras
NBR 5626/82 Instalações Prediais de Água Fria
NBR 6492/80 Execução de desenho de Arquitetura
NB 611/75 Instalações Prediais de Águas Pluviais
NBR 8160/83 Instalações Prediais de Esgotos Sanitários
NBR 13523/95 Central Predial de Gás Liquefeito de Petróleo
OBJETIVOS
• Dar a conhecer os principais sistemas de instalações que integram um edifício: hidráulicos
e elétricos;
144 • capítulo 5
• Apresentar o nível de informações ao qual o arquiteto deve chegar para encaminhamento
dos projetos complementares desenvolvidos pelos engenheiros.
Obs.: Este relatório deverá ser entregue na reunião com as demais áreas técnicas,
após a aprovação do estudo preliminar.
capítulo 5 • 145
No estudo preliminar deverão ser feitas reuniões com as equipes envolvi-
das, a fim de que cada equipe coloque suas necessidades para execução ou ade-
quação de seus projetos. Os desenhos são apenas iniciais.
No anteprojeto, deverão ser desenvolvidos os anteprojetos de arquitetura e
estrutura já aprovados. Deve abranger, além dos aspectos referentes à implan-
tação no terreno, todas as edificações existentes e cadastros de detalhes.
Os produtos gráficos apresentados devem conter todas as informações ne-
cessárias para verificar a viabilidade do empreendimento. Após aprovadas pela
equipe de viabilidade econômica do empreendimento, podem ser iniciados os
trabalhos referentes à fase seguinte.
Produtos gráficos
a) Folha 01 Implantação escala 1:200
• Planta de todos os pavimentos;
• Curvas de nível, taludes, platôs;
• Ruas circundantes (nome, serviços públicos);
• Cotas dos pisos internos e externos;
• Tipo de muro de fechamento de divisa;
• Localização do reservatório, abrigo do cavalete de gás e água, saída
de esgoto e águas pluviais, entrada de energia elétrica, postes internos,
local para o quadro de força, planta da rede primária e secundária etc.
Figura 5.1 – Implantação de anteprojeto instalações residencial. Fonte: Elaborada pelo autor.
146 • capítulo 5
Figura 5.2 – Planta dos pavimentos. Fonte: Elaborada pelo autor.
capítulo 5 • 147
5.1.1 Análise e aprovação do anteprojeto
b) Planta de cobertura
• Indicação dos caimentos de telhado, lajes, calhas, marquises e o
tipo de cobertura;
• Localização dos condutores de águas pluviais, materiais e diâmetros
das tubulações;
• Localização das colunas de ventilação, materiais e diâmetros
das tubulações;
148 • capítulo 5
• Indicação do reservatório incorporado ao prédio, se houver, locali-
zação e capacidade.
d) Reservatórios
• Plantas, cortes, esquemas isométricos e dimensionamentos das
bombas de recalque.
f) Corpo de Bombeiros
• Com os executivos em mão, o orçamentista consegue fazer o orça-
mento final da obra, já contando com todos os elementos necessários.
Neste momento deve-se evitar alterar qualquer item nos projetos. Pode-
se partir para a fase de desenvolver o cronograma físico e financeiro
da obra.
capítulo 5 • 149
5.2 Sistema predial de água fria
Figura 5.5 – Sistema Predial de Água Fria. Fonte: Manual Técnico Tigre.
150 • capítulo 5
artesiano. O serviço de perfuração e instalação de poços artesianos envolve o
estudo de avaliação hidrogeológica, que identifica as probabilidades de haver
recursos hídricos suficientes.
Dentro da propriedade particular, no limite do terreno com a via pública,
(parede externa ou muros), implantam-se os hidrômetros, medidor de energia
elétrica, caixa de correspondência, campainha com interfone e câmara TV, de
modo a facilitar a leitura pelas concessionárias fornecedoras de água e de ener-
gia. O ideal é o compartimento ter os painéis de leitura voltados para o lado do
passeio público, para que possam ser lidos mesmo que a casa esteja fechada ou
sem morador.
Registro
Muro
Hidrômetro
Abrigo do cavalete
Caixa para
registo de calçada
Rua
Cavalete
Rede pública
de água
Ramal predial
Quadro de medição
Hidrômetro
(visor virado para o
passeio público
Edificação Muro
capítulo 5 • 151
A medição individual de água em condomínios prediais é importante por
várias razões, dentre as quais se destacam: redução do desperdício de água e,
consequentemente, do volume efluente de esgotos; economia de energia elétri-
ca devido à redução do volume bombeado para o reservatório superior; redução
do índice de inadimplência; identificação de vazamentos de difícil percepção.
Reservatório superior
Hidrômetro
individual
Medidor
Hidrômetro principal
152 • capítulo 5
1 - Reservatório
2 - Ladrão
3 - Limpeza
4 - Registro
5 - Saída na calçada
4
6 - Distribuição
7 - Rua 1
2
8 - Guia 4
5 3
9 - Registro na calçada
10 - Abrigo do cavalete 6
6
11 - Cavalete
12 - Registro
13 - Hidrômetro
14 - Alimentação
16
15 - Instalação predial
16 - Distribuição direta
8
7
12
10 16 14
13
14
9
15
11
capítulo 5 • 153
Figura 5.9 – Detalhe isométrico de água fria. Fonte: Elaborada pelo autor.
154 • capítulo 5
Figura 5.10 – Detalhe isométrico de água fria. Fonte: Júnior, R. C. Instalações Hidráulicas e
o Projeto de Arquitetura. Blucher, 7º Ed. 2013.
capítulo 5 • 155
A concessionária de energia elétrica fixa os requisitos para ligação. Assim,
cabe ao projetista verificar se a demanda de suas necessidades pode ser suprida
pela concessionária. As Normas Técnicas da ABNT, principalmente a NBR 5410
(Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Procedimentos), contêm prescrições
relativas ao projeto, à execução, à verificação final da obra e à manutenção das
instalações elétricas.
Rede da concessionária
em baixa tensão
os
uit is
i rc ina
C rm
Ramal te
de ligação
Quadro de
distribuição
Medidor
Aterramento
No desenho das plantas, deverá ter informações que permitam a sua exe-
cução em obra e a sua quantificação. A simbologia elétrica é muito importante
156 • capítulo 5
no desenho técnico. Existe um grande número de símbolos. Neste capítulo só
abordaremos alguns.
Legenda
capítulo 5 • 157
• O círculo pode representar vários objetos: o ponto de luz no teto ou pa-
rede, o interruptor, tomadas e qualquer dispositivo embutido no teto. Obs.: o
ponto de luz deve ter diâmetro maior que o do interruptor e das tomadas.
Fio preto
Fio branco
Parafuso final
158 • capítulo 5
• O triângulo ou círculo com divisões representa tomadas em geral.
Variações indicam mudança de significado e função (tomadas de força, toma-
das de telefone etc., bem como modificações na altura de montagem).
Novo padrão de tomadas Novos plugs
2P
Dois pinos. É o tipo mais comum,
Esta modalidade de encontrado na maioria dos
tomada é também equipamentos eletrodomésticos
conhecida como
2P+T
Entrada para 2 pinos
2P+T
Dois pinos+fio terra. É o padrão de
plugs para alguns tipos de
aparelhos como chuveiros e
Entrada para conexão ar-condicionados
de aterramento (fio-terra)
capítulo 5 • 159
• Divisão das cargas em circuitos terminais;
• Desenho das tubulações de circuitos terminais;
• Localização das caixas de passagem dos pavimentos e da prumada;
• Localização do quadro geral de baixa tensão (QGBT), centros de medido-
res, caixa seccionadora, ramal alimentador e ponto de entrega;
• Desenho das tubulações dos circuitos alimentadores;
• Desenho do esquema vertical (prumada);
• Traçado da fiação dos circuitos alimentadores.
EXEMPLO
1. Limpar a planta baixa de arquitetura:
160 • capítulo 5
2. Desenhar (locar) os pontos de tomadas, luminárias, interruptores e o quadro de medição.
Luminária incandescente 60 W
Luminária incandescente tipo arandela de 60 W
Tomada 2P+T altura de 2,00 m
Tomada 2P+T altura de 0,30 m
Interruptor paralelo
Tomada 2P+T altura de 1,10 m
Interruptor de 2 teclas
Obs:
1 - Condutor não nominado para iluminação é de seção 1,5 mm2
2 - Condutor não nominado para tomada é de seção 2,5 mm2
3 - Eletroduto não nominado é de bitola 1/2" (20 mm)
3 - Eletroduto não nominado para telefone e TV a cabo é de bitola
3/4" (25 mm)
capítulo 5 • 161
4. Desenhar a legenda com a simbologia e sua respectiva especificação técnica.
5. Relação de material
162 • capítulo 5
6. Diagrama unifilar ou multifilar do quadro de distribuição de energia mostrando o número
dos circuitos, a bitola dos cabos elétricos e o tipo do circuito: monofásico, bifásico e trifásico.
ATIVIDADES
01. PR-4, 2012 (Cargo: Arquiteto e Urbanista) A alternativa que contém as informações que
devem constar no projeto de arquitetura para a elaboração do projeto de instalações prediais
elétricas é:
a) definição da entrada preferencial de energia elétrica, especificação das cargas nos di-
versos cômodos do projeto de arquitetura, definição das demais instalações prediais;
capítulo 5 • 163
b) definição da entrada preferencial de energia elétrica, pontos de iluminação e tomadas
necessárias, necessidade de carga para equipamentos específicos e/ou especificação
dos setores com necessidade de fornecimento de energia ininterrupta, definição das
demais instalações prediais;
c) definição dos pontos de iluminação necessários, definição da necessidade de carga
para equipamentos específicos e/ou especificação dos setores com necessidade de
fornecimento de energia ininterrupta, definição da carga final necessária;
d) definição da entrada preferencial de energia elétrica, pontos de iluminação e tomadas
necessárias, especificação dos setores com necessidade de fornecimento de energia
ininterrupta, definição das demais instalações prediais;
e) especificação dos setores com necessidade de fornecimento de energia ininterrupta,
especificação das cargas nos diversos cômodos do projeto de arquitetura, definição das
demais instalações prediais.
02. ESAF, 2013 (Cargo: Arquiteto) Avalie a correção do símbolo gráfico e do respectivo
significado correspondente às instalações elétricas prediais (NBR 5.444/1989) e assinale
a opção correta.
a) Símbolo
Significado / Eletroduto embutido na parede
b) Símbolo
Significado / Eletroduto embutido no piso
c) Símbolo
Significado / Condutor fase no interior do eletroduto
d) Símbolo
Significado/ Caixa de passagem de piso
e) Símbolo
Significado/ Circuito que sobe
164 • capítulo 5
d) A obra só deve iniciar depois que todos os projetos executivos de instalações estiverem
prontos, a fim de evitar adaptações e correções durante a construção da obra.
e) Preferencialmente o arquiteto deve escolher os pontos mais baixos do terreno para fazer
a saída da rede de esgoto.
REFLEXÃO
Um bom projeto de arquitetura contempla os demais subsistemas como parte integrante
do todo. As instalações, cada vez mais importantes, foram consideradas como algo que o
engenheiro projetista de hidráulica deveria “esconder” no forro ou embutir nas paredes de al-
venaria de tijolos. Contudo, se de um lado as exigências e a complexidade das instalações hi-
dráulicas crescem dia a dia, de outro lado a substituição da alvenaria por estruturas indepen-
dentes e sistemas de vedo em painéis, associados a grandes aberturas, acabou por obrigar
os arquitetos a se envolverem no assunto desde os estudos preliminares. Verifica-se, assim,
que não são apenas as exigências cada vez maiores das instalações prediais, mas a própria
evolução dos sistemas construtivos – vale dizer da própria arquitetura – que acabaram por
envolver os arquitetos nessa problemática. Afinal, o projeto deve ser uma peça íntegra, e a
arquitetura é uma composição, e não uma mera justaposição de elementos construtivos dis-
persos. Entender como representar e como funciona esse subsistema auxilia o arquiteto na
concepção do projeto, já idealizando sua existência como parte integrante do projeto.
capítulo 5 • 165
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, J. R. Instalações elétricas e o projeto de arquitetura. 7 ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 2011.
CARVALHO, J. R. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 7 ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 2012.
TUBOS, Tigre. Conexões. Catálogo Técnico.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR-5226
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR-5410
166 • capítulo 5
6
Representações
tridimensionais
6. Representações tridimensionais
Neste Capítulo 6, trataremos das representações tridimensionais em arquite-
tura. A representação do objeto tridimensional arquitetônico teve início com a
elaboração de maquetes, durante o Renascimento, por meio das quais se alme-
java estudar as características morfológicas e volumétricas que não eram con-
templadas nas representações bidimensionais. No entanto, “o problema fun-
damental do desenho de arquitetura é como representar formas, construções
e espaços tridimensionais em apenas duas dimensões” (CHING, 2012, p.35).
Isso aconteceu com a invenção da perspectiva arquitetônica. As perspectivas,
somadas a cortes, plantas e elevações, formam o conjunto de peças gráficas uti-
lizadas na representação de projetos de arquitetura.
Entretanto, representar algo já pressupõe certa distorção da realidade, per-
mitindo que apenas algumas características principais obtenham um enten-
dimento preciso. Nesse processo, redutor em sua origem, forma-se uma ima-
gem representativa que pode ser manipulada. Essa reflexão tem o potencial
de resultar no saber, superando as ideias superficiais. Os espaços em que nos
inserimos, o mundo que habitamos é tridimensional. Ele tem volume e pode
ser expresso em dimensões como largura, altura e profundidade. O grande de-
safio é exatamente o de representar esse mundo tridimensional em superfícies
planas. Essa representação requer uma transformação importante e que não é
trivial: a transformação do universo 3D para planos 2D.
As maquetes (representação material) e os modelos (representação da for-
ma tridimensional no plano ou modelos digitais em 3D) são produtos finais.
Suas características devem seguir padrões e, sobretudo, esta é uma atividade
puramente técnica e mecânica. Neste Capítulo 6 vamos tratar dos modelos de
representação tridimensional plana elaborada manualmente.
Em inglês, modelling é uma representação plana de formas tridimensionais,
na tela do computador. Essa simulação volumétrica é conhecida também por “mo-
delagem tridimensional”. Com a evolução da tecnologia (softwares e hardwares),
o desenho à mão passou, cada vez mais, a ser substituído, nos escritórios de
arquitetura, pela representação gráfica em computadores, trazendo agilidade
para a rotina dos escritórios e a possibilidade de apresentar ao cliente efeitos de
iluminação natural e artificial muito próximos da realidade, o que chamamos
de imagens foto-realísticas. Fazer uma maquete eletrônica também exige co-
nhecimentos específicos, além de softwares e equipamentos adequados.
168 • capítulo 6
Figura 6.1 – Sentidos de “modelo”. Fonte: Rozestraten, 2003.
capítulo 6 • 169
O BIM materializa-se usualmente num modelo digital tridimensional, aces-
sível através de software, que contém dados sobre as suas características geo-
métricas, propriedades e atributos. Daí advêm várias vantagens para as fases de
concepção, projeto e construção, em que são criados novos desafios nas formas
de relação entre intervenientes e nas trocas de informação.
Figura 6.2 – Teatro Jimbocho, Tóquio (Japão), projetado com o Archicad. Disponível em:
<http://piniweb.pini.com.br/construcao/arquitetura/bim-esta-mudando-a-maneira-de-
projetar-no-mundo-inteiro-93523-1.aspx>.
OBJETIVOS
• Apresentar os sistemas de representação tridimensional utilizados no desenho à mão
em arquitetura;
• Dar a conhecer ao aluno as possibilidades oferecidas pelos softwares de modelação;
• Promover a compreensão do objeto tridimensional quando representado em pla-
nos bidimensionais.
170 • capítulo 6
6.1 A relação entre a representação bidimensional e a
tridimensional em Arquitetura
capítulo 6 • 171
Surge a necessidade de compreender a percepção de distância e profundi-
dade. Um artista que observa um objeto no mundo real verá que suas partes
mais próximas devem ser representadas maiores que as partes mais distantes,
mesmo sabendo que elas na verdade têm a mesma dimensão, como na estru-
tura que aparece nessa ilustração. A variação de tamanho é justamente a pista
visual que indica o volume e é semelhante à projeção retiniana de cada uma
destas partes.
Para isso, é importante sistematizar a representação não apenas dos dife-
rentes aspectos que os objetos próximos e distantes assumiam, mas da pro-
fundidade deles, de maneira precisa e quantificável, não apenas de manei-
ra comparativa.
172 • capítulo 6
Projeções
Perspectivas Paralela
(projetantes NÃO paralelas) (projetantes paralelas)
Vistas Axonométricas
Plano de projeção Plano de projeção
paralelo aos planos NÃO paralelo aos
principais planos principais
Centro de projeção
Projetante (O)
Ponto objetivo
(A) (C)
(B)
Plano de projeção C
A
Projeção
(α) B
capítulo 6 • 173
Quando o centro de projeção está localizado a uma distância infinita do ob-
jeto, as projetantes são paralelas entre si e tem-se a projeção cilíndrica ou para-
lela. Na figura a seguir, a direção das projetantes é oblíqua ao plano de projeção
e, nesse caso, a projeção cilíndrica é dita oblíqua. Em contrapartida, quando a
direção das projetantes é perpendicular ao plano de projeção (direita), temos a
projeção cilíndrica ortogonal.
(O)
Projetante
Ponto objetivo
(A) (C)
Projeção (B)
Plano de projeção
A C
B
(α)
(O)
Centro de projeção no infinito
Projetante
Ponto objetivo
(A) (C)
(B)
Projeção
Plano de projeção
A C
(α) B
174 • capítulo 6
Para que a forma e as dimensões de um objeto sejam compreendidas de
modo satisfatório, é necessário que as dimensões da projeção correspondam
às dimensões reais do objeto, ou seja, o objeto deve ser representado em sua
verdadeira grandeza. Contudo, quando o objeto não é paralelo ao plano de pro-
jeção, ele não é projetado em verdadeira grandeza em nenhum dos três siste-
mas de projeção apresentados.
Sistema de Projeções Sistema de Projeções Sistema de Projeções
Cônicas Cilíndricas Oblíquas Cilíndricas Ortogonais
A
(A) (A) (A)
(O) A
A
(O) (O)
Em 1795, criado por Gaspar Monge, o desenho projetivo reduzia a duas di-
mensões a representação de objetos tridimensionais segundo uma lógica pró-
pria. Tal lógica requer uma habilidade de abstração espacial, que necessita de
treinamento para ser entendida. A compreensão de desenhos abstratos por
meio de objetos concretos resulta da experiência adquirida nas disciplinas ini-
ciais de Desenho.
Segundo Muniz (2015), Monge declarou, em seu trabalho, dois objetivos
fundamentais: primeiro, obter os métodos para representar, em uma folha de
desenho que tem apenas duas dimensões – isto é, comprimento e largura –,
todos os corpos naturais que têm três – comprimento, largura e profundidade
–, desde que estes corpos possam ser definidos rigorosamente. Segundo, per-
mitir o reconhecimento, depois de uma descrição precisa, das formas do corpo
e deduzir todas as verdades que dela resultam e suas respectivas posições. Estes
princípios permanecem absolutamente válidos e estão presentes em qualquer
texto sobre geometria descritiva.
O procedimento sistematizado por Monge presume um observador no in-
finito a partir do qual são emitidos raios visuais paralelos que projetam uma
representação em um plano que lhes é perpendicular.
capítulo 6 • 175
A: Projeção de um ponto B: Projeção de um segmento de reta
Figura 6.9 – Processo de projeção em um plano atrás do objeto. Fonte: Muniz, 2015.
Linha de terra
176 • capítulo 6
As vantagens da utilização de um segundo plano de projeção foram rapida-
mente percebidas, adotadas e sistematizadas. Este procedimento é a base para
a construção de um procedimento técnico bastante utilizado na Geometria
Descritiva: a épura. A épura é o resultado de um processo de duas etapas.
VS F2 HP
VS =
F2
P2
P2
HP
2 2
HA
1
F1 1 0
P1
F1
P1 P1
VI ESPAÇO ÉPURA
HA
VI =
capítulo 6 • 177
A partir do momento em que o desenho for encaminhado para execução,
muito provavelmente surgirão dúvidas decorrentes da falta de informações
acerca da tridimensionalidade daquele objeto. Lembre-se de que nem sempre
será o próprio arquiteto o responsável pela construção de seus projetos. O pro-
jeto de arquitetura é, portanto, um instrumento de controle que busca garantir
a correta execução do que foi inicialmente idealizado.
Mais do que a execução, a concepção projetual depende do entendimento
da arquitetura como um objeto tridimensional. O raciocínio de projeto é uma
tarefa multidirecional e complexa, e somente poderemos encontrar soluções
ideais quando resolvermos espaços e volumes concomitantemente. É um gran-
de equívoco começar a pensar um projeto “em planta”, embora esse hábito
seja comum entre muitos profissionais. Inúmeros problemas surgirão ten-
do em vista a separação entre as dimensões de projeto. A planta muitas vezes
precisará ser refeita, até que seja compatibilizada com sua terceira dimensão,
ou seja, é um processo irracional. Todo projeto deve ser concebido a partir de
sua tridimensionalidade.
Atualmente, dispomos de softwares especializados na modelagem tridi-
mensional de projetos de arquitetura, nos quais há interfaces diretas com os
desenhos bidimensionais. No entanto, precisamos entender a lógica de repre-
sentação tridimensional arquitetônica para que saibamos tirar proveito desses
recursos virtuais para além de seu caráter ilustrativo. A perspectiva é uma con-
jugação das informações presentes nas três dimensões do espaço e é, portanto,
peça imprescindível nos projetos arquitetônicos.
A palavra perspectiva vem do latim perspicere (ver através de). Coloque-se atrás
de uma janela envidraçada e, sem se mover do lugar, risque no vidro o que está
"vendo através da janela". Terá feito uma perspectiva. A perspectiva é a repre-
sentação gráfica que mostra os objetos como eles aparecem à nossa vista, com
três dimensões.
178 • capítulo 6
Perspectivas
Cônicas Paralelas
Cavaleira Axonométrica
Figura 6.12 – Quadro comparativo das perspectivas de um cubo: cônicas e paralelas (cava-
leira e axonométrica). Fonte: Souza, 2010.
Pontos de fuga
capítulo 6 • 179
Figura 6.14 – Ponto de fuga. Fonte: Souza, 2010.
A
B
A C
B D
C
D
A B
A C D
B
C D
180 • capítulo 6
• Projetantes paralelos entre si e oblíquos em relação ao plano de projeção.
A B
C
B
C D
D
Figura 6.15 – Perspectiva cavaleira com diferentes direções. Fonte: Elaborada pelo autor.
Uma das faces é paralela a este plano, com uma das arestas na horizontal,
e tem a forma e as dimensões conservadas, enquanto que as demais sofrerão
distorção, o que equivale a dizer que o sistema O, em X, Y e Z, é escolhido de tal
forma que os eixos Oy e Oz mantêm a escala 1:1, Oy é horizontal, Oz é vertical e
o eixo Ox forma um ângulo α com a direção horizontal.
z z z
y
y
y
30° 45° 60°
x x x
capítulo 6 • 181
O que varia neste tipo de representação é a direção de projeção (α) e o coefi-
ciente de redução (k), na direção do eixo x. É costume utilizar a notação: PC (α),
k%) para designar uma perspectiva cavaleira com os parâmetros α e k.
Na perspectiva cavaleira, valem as seguintes propriedades:
• Segmentos e figuras paralelos ao plano de projeção são representados em
verdadeira grandeza; figuras congruentes, situadas em planos diferentes do
plano de projeção, têm representações congruentes.
• Os segmentos representados na direção Ox, no objeto real são perpendi-
culares ao plano de projeção e podem ter medida reduzida pelo coeficiente K.
• Segmentos de retas paralelos no objeto real são representados por seg-
mentos de retas paralelos no desenho.
Como convenção, traçam-se linhas cheias para as arestas que estão visíveis
para o observador, se imaginarmos que a figura tridimensional é sólida, e li-
nhas tracejadas para as invisíveis (que ficam escondidas do observador).
Figura 6.17 – Cubo em perspectiva Cavaleira PC (30o, 50%). Fonte: Elaborada pelo autor.
182 • capítulo 6
120° 140° 120°
110° 110°
120° 120° 130°
110°
z z
120° 120°
y 120°
x y x
capítulo 6 • 183
Figura 6.20 – Perspectivas Axonométricas. Fonte: Imagens da Web.
Eixo 01
Eixo 02
120.0
130.0
110.0
Eixo 03
ATIVIDADES
01. CESPE, 2009 (Cargo: Arquiteto e Urbanista/Órgão: FUB) Acerca das técnicas de dese-
nho e do conceito de perspectiva, julgue os itens a seguir.
184 • capítulo 6
Existem perspectivas de 1, 2 e 3 pontos de fuga, sendo que a de 3 pontos de fuga é
denominada perspectiva cônica.
( ) Certo ( ) Errado
02. CESPE, 2013 (Cargo: Arquiteto e Urbanista/Órgão: TRT PA/AP) No sistema de repre-
sentação em perspectiva, a linha do horizonte é definida como
a) a interseção entre o plano de projeção e o plano de base.
b) a linha perpendicular ao plano de base.
c) a interseção entre as linhas de projeção e plano de projeção.
d) a interseção entre o cone de visão e o plano de projeção.
e) o lugar geométrico dos pontos de fuga.
a) b) c) F1
F2
F1
d) F1 F2 e)
F3
capítulo 6 • 185
REFLEXÃO
As representações tridimensionais em Arquitetura são de extrema importância para a com-
preensão dos projetos, tendo em vista sua correta execução. Desenhos bidimensionais,
como plantas, cortes e fachadas, são essenciais sobretudo porque a partir deles temos infor-
mações muito precisas acerca do dimensionamento métrico. No entanto, existem detalhes
que escapam dessas peças gráficas, cabendo às perspectivas representá-los. Existem dife-
rentes sistemas de representação em perspectiva, como as cônicas, que reproduzem o efeito
do olho humano, e as axonométricas, com linhas paralelas. Além dessas técnicas, contamos
hoje com softwares de modelagem digital, que são bastante úteis também na concepção
projetual, lembrando-se de que o raciocínio de projeto é uma operação complexa que envolve
as três dimensões.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, F.D.K Representação Gráfica em Arquitetura. 5ed. São Paulo: Bookman, 2012.
CRUZ, D. C.; DO AMARAL, L. G. H.; BARREIRAS, B. A. Apostila de Geometria Descritiva.
Universidade Federal da Bahia Barreira, BA, 2012.
MUNIZ, C.; MANZOLI, A. Desenho Técnico. 1º ed. Rio de Janeiro. Lexikon Editora Digital Ltda, 2015.
PEREIRA, J.R.A. Introdução à História da Arquitetura - das origens ao século XXI. São Paulo:
Bookman, 2010.
ROZESTRATEN, A. S. Estudo sobre a história dos modelos arquitetônicos na antiguidade:
origens e características das primeiras maquetes de arquiteto. Tese de Doutorado. Universidade de São
Paulo. 2003.
SOUZA, W. R. S. Representações planas de figuras tridimensionais: um estudo envolvendo
visualizações. Dissertação de Mestrado. Universidade Bandeirantes de São Paulo. 2010.
GABARITO
Capítulo 1
01. D
02. D
186 • capítulo 6
Primeira etapa, o Levantamento de Dados é essencial para subsidiar todas as etapas, a
fim de serem tomadas as melhores soluções para os problemas do projeto, em termos técni-
cos, construtivos, materiais e formais. Uma vez definido e aprovado o projeto, a última etapa
é o desenvolvimento do Projeto de execução de arquitetura, ou projeto executivo, no qual
todos os detalhes da edificação serão especificados para posteriormente serem enviados
ao canteiro de obras.
Capítulo 2
01. B
02. C
03. E
Capítulo 3
01. B
02. E
03. A
Capítulo 4
01. A alternativa correta é a letra E. Repare que, no item I, há um recorte na alvenaria, utili-
zado justamente para o encaixe do trilho da janela. Sabe-se que é uma janela pelas dimen-
sões indicadas (1,60 x 1,50). Sempre indicamos a largura e depois a altura, ou seja, essa
esquadria tem 1,60 m de largura e 1,50 m de altura. No item II, a altura indicada é de 2,10 m,
medida mínima aceitável para aberturas de passagem. Repare que a reentrância na alvenaria
agora é no meio da alvenaria, ou seja, trata-se de uma porta de correr embutida. Uma vez
abertas as folhas, a janela fica “escondida” dentro da parede. O item III também é uma porta,
em razão da medida indicada em altura. Existem duas folhas, no entanto não é possível saber
se ambas são de correr ou se uma delas é fixa. Por último, o item IV não representa divisão
da esquadria em folhas, sendo, portanto, uma folha única de janela, devido à altura de 1,50 m.
Repare que, neste caso, não é possível saber o sistema de movimentação da janela: ela pode
ser fixa ou basculante, o que deveria ser representado em vista e em corte. Lembrando que
todas essas especificações devem estar presentes no quadro de esquadrias.
capítulo 6 • 187
Capítulo 5
01. D
02. B
Capítulo 6
01. E
De acordo com Ching (2012), “a linha do horizonte (LH) é a linha horizontal que repre-
senta a interseção do plano do desenho (PD) e do plano horizontal que passa pelo ponto de
observação”. Os pontos de fuga são locados sobre a linha do horizonte, para onde convergem
as linhas do desenho. A alternativa A afirma que a linha do horizonte é a interseção apenas.
No entanto, é a linha que representa tal interseção.
02. Certo
As perspectivas isométricas são desenhadas a partir de linhas paralelas, ou seja, são
retas infinitas, ao contrário das perspectivas cônicas, cujas linhas convergem para pontos de
fuga, por isso são linhas finitas.
03. Errado
Ambas as perspectivas, com um ou três pontos de fuga, são perspectivas cônicas. Esse
tipo de perspectiva é uma técnica que reproduz o efeito realístico do olho humano, ou seja,
esse efeito não está relacionado à quantidade de pontos de fuga.
04. A
Alternativa A: perspectiva cavaleira
Alternativa B: perspectiva cônica com dois pontos de fuga
Alternativa C: perspectiva cônica com um ponto de fuga
Alternativa D: perspectiva cônica com três pontos de fuga
Alternativa E: perspectiva axonométrica
188 • capítulo 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao fim deste livro. Você foi apresentado a uma série de sistemas de represen-
tação gráfica bidimensionais e tridimensionais e também a diversos elementos que devem
estar contemplados nas bases gráficas de um projeto de arquitetura. Lembre-se de que a
profissão de Arquiteto e Urbanista requer uma atualização constante de mercado, trazendo
a conhecer novos materiais e elementos construtivos que podem vir a fazer parte do seu
cotidiano de trabalho. Sendo assim, pesquisar é o primeiro passo para você aprender a re-
presentá-los. O desenho é nosso principal meio de comunicação. Ele é o documento que
garante a correta execução das suas ideias no canteiro de obras. Valorize o seu desenho e
dedique especial atenção aos detalhes nele contidos. Tempo despendido em desenho é tem-
po economizado em obra. E não se esqueça de que somente pondo em prática é que você
conseguirá aprimorar as suas habilidades representativas. Então, mãos à obra!
capítulo 6 • 189
ANOTAÇÕES
190 • capítulo 6
ANOTAÇÕES
capítulo 6 • 191
ANOTAÇÕES
192 • capítulo 6