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MÓDULO:

DETALHAMENTO DE PROJETO
DESENVOLVIMENTO DE PROJETO EXECUTIVO PARA DESIGN DE
INTERIORES

Prof. Me. André Teruya Eichemberg

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOTUPORANGA – UNIFEV

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DE INTERIORES

2020
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

EM DESIGN DE INTERIORES
DESIGN DE INTERIORES

Projeto Executivo: Premissas Básicas

No design de interiores o projeto executivo de modo geral é um


importante requisito para a adequada aplicabilidade das propostas
projetuais na obra.

Desse movo, é um trabalho TÉCNICO, que requer domínio do


máximo de informações para que se execute as premissas desenvolvidas
antes pelo arquiteto e aprovados pelo cliente. Portanto, quando falamos
em Design de Interiores, o detalhamento torna-se elemento base e
primordial para que sua execução tenha sucesso.
A função deste projeto é sistematizar cada tipo de informação
projetual, desde materiais, medidas exatas e especificações, utilizando
para isso, representações bi e tri dimensionais que qualifiquem a
visualização projetual.

O projeto deve ser o mais legível possível, pois ele que vai
intermediar a relação entre cliente e a obra, e principalmente, entre o
arquiteto e os profissionais que executarão a obra.

Com as diversas ferramentais de representação existentes no


mercado, o uso de cada tipo pode ser um diferencial para o arquiteto, bem
como para o desenvolvimento de linhas estratégicas de apresentação
para cada tipo de cliente e executores. Por exemplo, uma visualização
tridimensional pode facilitar a visualização para clientes e alguns
profissionais, diferentes de plantas e cortes detalhadas que requerem um
conhecimento específico.

DETALHAMENTOS – TIPOS

A base da concepção dos detalhes para projetos de interiores é o


mesmo para os objetos arquitetônicos em geral, diferenciando-se,
principalmente, quanto às escalas adotadas, informações de
especificações e possibilidades de representação tridimensional para um
auxílio de visualização e entendimento.

Quando pensamos em projeto de detalhamento, nunca há um


excesso de informações. De certa forma, quanto mais detalhes e
visualizações conter o projeto, mais fácil será para o cliente compreender
a proposta, bem como para os profissionais que executarão os mais
diversos elementos de um projeto.
IMPORTANTE: Saber o nível de detalhamento e tipos de visualização
devem ser levados em conta para cada tipo de cliente e executor,
pois alguns podem ter menos ou mais facilidades de entendimento
de plantas, imagens tridimensionais e assim por diante.

Utiliza-se, portanto, como referência: PLANTAS, ELEVAÇÕES,


CORTES, PERSPECTIVAS, IMAGENS RENDERIZADAS EM 3D.
Para uma boa visualização, dividem-se em escalas de representação
técnicas distintas, e em REPRESENTAÇÕES GERAIS, PARCIAIS E
DETALHES.

GERAIS: APRESENTA-SE UMA PLANTA DO LAYOUT COMO UM


TODO, COM OS ELEMENTOS QUE COMPÕEM OS ESPAÇOS E
MOBILIÁRIOS. UTILIZA-SE ESCALAS COMO 1:100/1:75/1:50

PARCIAL: APRESENTA-SE UMA PARTE DO ESPAÇO, MOSTRANDO


MOBILIÁRIO OU ELEMENTO BASE COMO UM TODO. UTILIZA-SE
ESCALAS COMO 1:50/1:35

Ex: conjunto de armário de cozinha com diversas repartições e


materiais

DETALHE: ISOLA-SE UM ELEMENTO A DETALHAR, COMO POR


EXEMPLO O FUNCIONAMENTO DOS ELEMENTOS, COMO
GAVETAS, DIVISÓRIAS, DETALHES DE FORROS, ENCAIXES OU
PERFIS DE MARCENARIA. UTILIZA-SE ESCALAS COMO
1:10/1:5/1:2

Ex: Detalhes de bancadas, perfis, gaveteiros, encaixes de portas,


esquadrias.
PLANTAS, CORTES E VISTAS

A apresentação de plantas, cortes e elevações são elementos


importantes para a visualização adequada do projeto. O arquiteto e
designer de interiores pode padronizar algumas nomenclaturas que
facilitam na visualização e como metodologia de projeto.

A apresentação de tais representações projetuais são


extremamente importantes para a legibilidade do projeto e facilitam o
entendimento das diversas peculiaridades para o executor, como
compreensão do todo, tipo de material, dimensões de cada peça,
possibilidade de execução.
Tanto o Corte quanto a Vista devem utilizar diversas indicações de
uso de materiais, especificações do fabricante, indicações de cotas
verticais e horizontais. Dessa forma, são os elementos em que o
detalhamento com textos, medidas e especificações são extremamente
bem vindos e importantes.

Elevações podem ser apresentadas por nomenclatura E1, E2, E3;


ou, VISTA A, VISTA B, e assim por diante.

Cortes poder ser apresentadas por nomenclatura C1, C2, C3; ou,
CORTE A-A, CORTE B-B, e assim por diante.
REPRESENTAÇÕES TRIDIMENSIONAIS

O uso de representações tridimensionais é um excelente recurso


que cumprem duas funções básicas: fácil entendimento para o cliente de
como pretende ficar a proposta projetual e como auxílio para o executor
com apresentação 3D com dimensões base, tipos de materiais e
visualização.

A apresentação dos ambientes, mobiliários e detalhamento do


projeto pode ter uma representação mais ou menos realista. A mais
realista destina exclusivamente ao cliente, que pode verificar antes da
execução, como ficará o projeto após finalizado.
Representações realistas com apresentação dos elementos a serem propostos numa
configuração geral do espaço
Representação tridimensional mais simples mostrando espacialização geral e elementos de
marcenaria a serem realizados

Cabe lembrar aos arquitetos e designers essa premissa


extremamente importante. O uso dessas representação não pode
“prometer” algo que não será entregue, portanto, usar com sabedoria e
com responsabilidade tais ferramentas é muito importante no mercado.

Há no mercado diversos softwares de edição de imagens


tridimensionais que auxiliam no desenvolvimento rápido dessas
propostas, como AutoCad 3d, Sketchup, Lumion, 3D max, Blender, entre
outros.

Representação tridimensional simples com cotas base para rápida visualização do cliente e executor
MEMORIAL DESCRITIVO

O memorial descritivo é um elemento muitas vezes negligenciado nas


apresentações de um projeto de interiores.

O texto do memorial deve ser claro e objetivo quanto a execução do


projeto, podendo ser dividido por cômodo ou por ações específicas do
projeto (como por exemplo um mobiliário específico).

No texto deve-se ressaltar os materiais selecionados, os acabamentos


que serão desenvolvidos, etapas que devem ser montados as peças no
ambiente.

O memorial deve ser um complemento das representações técnicas e


devem servir para tirar as dúvidas existentes para o cliente e executor.

APRESENTAÇÃO DO PROJETO

A apresentação do projeto é um importante passo para uma boa


apresentação da proposta ao cliente e também ao executor. Cada
arquiteto tem seu modo de visualização já determinado, utilizando
linguagens que consideram importantes.

Vale ressaltar que tal apresentação deve ser bem elaborada,


criando uma “marca” ou modo que remete ao arquiteto, portanto, mostrar
organização, legibilidade e profundidade nos detalhes sempre é muito
importante.
Para essa etapa final, as propostas devem ser realizadas em
pranchas, e pode ser separado por cômodos e consequentemente, por
áreas a serem detalhadas.

Cada representação TÉCNICA deve, obrigatoriamente, estar numa


escala e deve ser colocada no desenho para verificação na obra pelo
executor e designer arquiteto.

De modo geral, para cada cômodo do projeto executivo, pode-se


apresentar:

Planta Baixa com Layout;

Cortes;

Vistas;

Maquetes Virtuais;

Memorial Descritivo dos materiais e itens utilizados.

Devemos ter em mente que cada item a ser apresentado, pode


necessitar, por exemplo, de mais Cortes ou Vistas, que deixem a
visualização mais adequada. Cabe, portanto, ao arquiteto a escolha da
quantidade de informações a serem realizadas.

No projeto executivo, todo o material de representação deve conter


cotas e referências técnicas que possibilitem sua leitura adequada.
Cada prancha deve conter uma pequena legenda que mostram:

-Nome do Cliente

- Nome do Arquiteto / Designer

- Assunto

- Data

- Número da Prancha (1/3, 2/3, 3/3).


PROPOSTA DE DETALHAMENTO PARA O MÓDULO

Para o desenvolvimento do módulo neste curso, deve-se escolher


entre um dos três projetos de interiores desenvolvido durante o curso,
sendo: residencial, comercial ou corporativo.

Cada trabalho deverá então desenvolver o projeto técnico de


detalhamento completo, em pranchas, que apresentem planta, corte,
vistas e representações tridimensionais da proposta.

Pode-se colocar o memorial descritivo na prancha que


complemente as informações do desenho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492 - representação de


projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.

FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia gráfica. 6. ed. Barueri:


Globo, 1999

NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura: princípios, normas e prescrições. 15.


ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.

OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1997.

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