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Artigo

Original

ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DO USO DAS


CORES E DA LUZ NA ARQUITETURA
INFANTIL SOB O ENFOQUE DOS ESTUDOS
DA NEUROARQUITETURA
Analysis of the importance of the use of colors and light in children’s architecture under the focus
of neuroarchitecture studies

Maryana Paoli Claudia Stringari Piassi


Graduando Orientador
Arquitetura e Urbanismo Faculdade UCL
maryana@ucl.br clausiapiassi@ucl.br

A lista completa com informações de autoria está no final do artigo

RESUMO
Objetivo: O presente artigo possui como objetivo geral analisar a importância do uso das cores e da luz aplicadas à
arquitetura infantil por meio dos estudos da neuroarquitetura, uma vez que esses fatores podem interferir nas sensações
e comportamentos da criança. Tem como objetivos específicos: verificar as principais propriedades das cores e da luz,
analisar espaços direcionados ao público infantil, apresentar possíveis impactos das cores e da luz no cérebro de crianças
sem alterações nas percepções visuais, além de identificar a importância que o uso correto desses fatores proporciona.
Método: A pesquisa é definida como explicativa e de natureza qualitativa, baseando-se na descrição, pesquisa
bibliográfica e estudos de caso, além de visitas exploratórias e trocas de informações com profissionais.
Resultado: Em relação aos fatores analisados, identificou-se as principais partes do cérebro responsáveis pelas
emoções. Através dos estudos de caso foi analisado que as cores e a luz presentes no ambiente físico impactam
diretamente as áreas emocionais, que são responsáveis por transmitir respostas comportamentais à criança.
Conclusões: Portanto, o entendimento sobre a neuroarquitetura é de grande relevância, dado que o estudo sobre como
o cérebro é atingido a partir do uso das cores e da luz é importante para criação de espaços que forneçam estímulos
necessários para desenvolver a cognição, memória e aprendizado da criança.

PALAVRAS-CHAVE: Neuroarquitetura. Arquitetura Infantil. Sensações. Cores. Luz.

ABSTRACT
Objective: This article aims to analyze the importance of using colors and light applied to children's architecture through
neuroarchitecture studies, since these factors can interfere with children's feelings and behavior. Its specific objectives are:
to verify the main properties of colors and light, analyze spaces aimed at children, present possible impacts of colors and
light on the brain of children without changes in visual perceptions, in addition to identifying the importance of the correct
use of these factors provides.
Methods: The present research is defined as explanatory and qualitative in nature, based on description, bibliographical
research and case studies, as well as visits and exchange of information with professionals.
Results: Regarding the analyzed factors, the main parts of the brain responsible for emotions were identified. Through
case studies, it was analyzed that the colors and light present in the physical environment directly impact the emotional
areas, which are responsible for transmitting behavioral responses to the child.
Conclusions: Therefore, the understanding of neuroarchitecture is of great relevance, given that the study of how the
brain is reached through the use of colors and light is important to create spaces that provide the necessary stimuli to
develop cognition, memory and learning of the kid.

KEYWORDS: Neuroarchitecture. Children's Architecture. Sensations. Colors. Light.

Faculdade do Centro Leste - Manguinhos, Serra-ES


1 INTRODUÇÃO
A neuroarquitetura surgiu na década de 1990, reputada por ser a década do cérebro, a partir
dos estudos do neurocientista Fred Gage e do arquiteto John Paul Eberhard (MENA, 2019). Essa área
de estudo busca entender como o ambiente impacta o cérebro humano e como a arquitetura pode
influenciar o bem-estar, ou não, do indivíduo. Segundo Eberhard, também fundador da Academia de
Neurociência para Arquitetura (ANFA), “a arquitetura terá muito mais impacto quando contar com a
compreensão dos arquitetos sobre como o cérebro reage em diferentes ambientes” (EBERHARD,
2003 apud SARTORI; BENCKE, 2021, p. 7). Dentre os fatores arquitetônicos a serem analisados e
aplicados nos ambientes a partir dos estudos da neuroarquitetura estão o uso das cores e da luz. A
arquitetura infantil ao criar espaços visa o desenvolvimento do indivíduo, influenciando diretamente
no aprendizado da criança. Em consonância com Araújo (2019), a arquitetura é importante na
infância, visto ser responsável por auxiliar a criança a compreender os ambientes em que pertence e
convive.

Conforme a Lei nº 13.257 (BRASIL, 2016) o período conhecido como primeira infância é
correspondente aos seis primeiros anos de vida da criança. De acordo com Montessori (1949),
psicólogos chegaram à conclusão de que nesse período é observada a fase mais imprescindível para
o desenvolvimento do indivíduo. Em consonância com Migliani (2021), em crianças cujos ambientes
em que cresceram forneciam estímulos positivos aos seus cérebros, é possível observar que aspectos
como facilidade no aprendizado e concentração são significamente maiores.

Ao compreender o cérebro e o comportamento humano, deve-se considerar que os processos


de desenvolvimento podem influenciar significativamente o cérebro e suas funções ao longo do
tempo, com isso, a percepção do ambiente físico é, na maior parte, diferente em crianças e adultos
(PAIVA, 2020). De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria da USP (A
GAZETA, 2019), grande parte dos transtornos mentais surgem na infância, representando
aproximadamente 70% dos casos. O mesmo estudo corrobora a ideia de que fatores biológicos e
psicológicos, bem como ambientais podem causar tais transtornos (A GAZETA, 2019).

Diante desse contexto, este trabalho tem como objetivo geral analisar a importância da
utilização das cores e da luz aplicadas à arquitetura infantil por meio de estudos da neuroarquitetura,
uma vez que esses fatores podem interferir nas sensações e comportamentos da criança. A pesquisa
possui como objetivos específicos: verificar as principais propriedades das cores e da luz, analisar
espaços direcionados ao público infantil, apresentar possíveis impactos das cores e da luz no cérebro
de crianças sem alterações nas percepções visuais, além de identificar a importância que o uso correto
desses fatores proporciona.

Como ponto de partida, para a aplicação das pesquisas desenvolvidas ao longo do artigo, serão
realizados estudos de caso de ambientes direcionados ao público infantil, sendo eles: hall de entrada
infantil e biblioteca da escola São Domingos e biblioteca da escola Umbrella. Isto posto, esse estudo
englobará a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso, além de trocas de conhecimento com
profissionais da área de arquitetura, neuroarquitetura e psicologia.

Os fatores analisados nesse artigo serão referentes ao sentido da visão que é definida como
“assimilação e percepção visual de tudo que está presente no mundo exterior, concebida a partir da
utilização dos olhos e do cérebro” (DICIO, 2009, n.p.). A visão é considerada o recurso mais utilizado
deliberadamente para compreender o ambiente, podendo influenciar também nas informações
concebidas pelos outros sentidos (VILLAROUCO et al., 2021). Diante da relevância dos primeiros
anos de vida do indivíduo, da importância dos estudos sobre a neuroarquitetura e da influência do

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ambiente sobre o cérebro e o comportamento, observa-se a importância da criação de espaços que
estimulem positivamente o desenvolvimento da criança.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Neurociência e arquitetura


A neurociência é responsável por estudar o sistema nervoso e como ele se desenvolve. A
formação desse sistema surge aproximadamente a partir da terceira semana de gestação e se
desenvolve a partir da placa neural (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016). Conforme Ribeiro
(2013, p. 7), “as neurociências fascinam o público pela possibilidade de compreensão dos
mecanismos das emoções, pensamentos e ações, doenças e loucuras, aprendizado e esquecimento,
sonhos e imaginação, fenômenos que nos definem e constituem”. A neurociência é incumbida de
explicar como uma reação acontece, bem como o porquê ocorreu (VILLAROUCO et al., 2021). De
acordo com Ramon e Leonor (2011), Hipócrates já declarava, há mais de dois mil anos atrás, a
importância do cérebro humano, sendo ele responsável por proporcionar diferentes sentimentos e pelo
desenvolvimento de comportamentos e aprendizados do indivíduo.

Nesse contexto, com o progresso nos estudos da neurociência, houve um estímulo na


arquitetura de entender como os ambientes impactam o cérebro (CRÍZEL, 2020), o que deu origem
à chamada neuroarquitetura. Considerada um campo de estudos multidisciplinar, abrangendo
principalmente as áreas da neurociência, arquitetura e psicologia, ela surge como um mecanismo
positivo para auxiliar no desempenho do espaço projetado, a partir do entendimento sobre o que
ocorre no cérebro quando o indivíduo interage com o espaço (VILLAROUCO et al., 2021).

O estudo em relação aos impactos dos ambientes sobre as pessoas é um conhecimento obtido
há muito tempo, porém, a neuroarquitetura surge para ampliar essa área, explicando porque reações
e sensações ocorrem, preocupando-se com o bem-estar vivenciado pelo indivíduo nos ambientes
construídos (VILLAROUCO et al., 2021). Sendo assim, o entendimento sobre o cérebro e suas
principais áreas facilita a compreensão sobre a interação humana com o espaço físico, objetivando a
criação de projetos cada vez mais confortáveis ao usuário (VILLAROUCO et al., 2021).

Diante dos estudos da arquitetura e da importância do cérebro, existem alguns fatores a serem
considerados na hora de projetar os ambientes, sendo eles: iluminação, ventilação, uso das cores,
texturas, conforto acústico, entre outros. Esses fatores estão diretamente ligados com os cinco
sentidos do corpo humano, principalmente à visão, audição e tato.

2.2 Psicologia Ambiental


A Psicologia Ambiental, que surgiu entre as décadas de 1950 e 1960, é encarregada de estudar
as relações entre as pessoas e o ambiente físico, abordando uma visão holística sobre o tema, isto é,
explicar algo a partir de uma visão em totalidade para o entendimento sobre os fragmentos
(VILLAROUCO et al., 2021). Essa área de estudo busca entender por que determinado ambiente
pode causar, por exemplo, conforto e outro não. Esta relação é dinâmica, visto que os ambientes são
projetados e construídos pelo indivíduo, porém o espaço físico é capaz de alterar o comportamento
do ser humano (MOSER, 1998).

2.2.1 Psicologia das cores

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A cor é uma propriedade da luz e sem a luz, não há cor. A luz é uma onda eletromagnética, e
de acordo com a sua frequência da vibração, são formadas as cores (GOMES, 2019). Existem
determinados limites de frequências visíveis ao ser humano, sendo chamado de espectro visível, no
qual a luz de menor frequência é a que forma a cor vermelha e a de maior frequência a cor violeta
(CAVALHEIRO, 2006).

A psicologia das cores, segundo Menezes (2020), é responsável por estudar como o cérebro
visualiza as cores e as converte em sensações. Diante disso, torna-se indispensável para o arquiteto
entender as cores e o uso dela nos ambientes, visto que impactam diretamente o ser humano. Os
significados e as emoções transmitidas pelo uso das cores podem ser relativos de indivíduo para
indivíduo. De acordo com Rambauske (s.d.) a criança possui algumas emoções mais evidentes, dentre
elas estão presentes a alegria e a tristeza. Neste sentido, as cores são capacitadas de interferir em
questões psicológicas e fisiológicas do ser humano, criando tanto sensações positivas como a alegria,
quanto negativas como a tristeza, sendo assim, produzem respostas sensoriais de suma relevância,
atuando nas emoções (FARINA; PERES; BASTOS, 2006).

As cores aplicadas aos espaços podem causar diversas sensações e reações, por isso devem
ser consideradas um fator de grande importância no projeto de um ambiente (POCZTARUK, 2020).
Existem elementos a serem analisados a partir das cores, sendo um deles a temperatura, formando o
que se conhece como cores quentes e frias, como apresentado na Figura 1. Além disso, o contraste e
a aplicação no ambiente podem modificar as sensações propiciadas (POCZTARUCK, 2020).

Figura 1. Círculo Cromático dividido em cores quentes e frias. (POCZTARUK, 2020).

As cores são capazes de produzir estímulos que ajudam no desenvolvimento infantil,


promovendo o aprendizado, a criatividade, dentre outros aspectos. A percepção das cores pode
provocar sensações distintas que podem ser interpretadas de maneira pessoal, além de serem
intensificadas por descrições coletivas (DABUS, 2014). É de suma importância frisar que tanto a falta
quanto o excesso de cores podem desencadear impactos negativos e indesejáveis na criança, deve-se
buscar o equilíbrio no uso desse fator nos ambientes.

2.2.2 O ambiente e a infância

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O livro “A criança” de Maria Montessori traz um questionamento sobre o que é a infância:

O que é a infância? Um incômodo constante para o adulto preocupado e cansado por


ocupações cada vez mais absorventes. Já não existe lugar para as crianças nas
residências mais acanhadas das cidades modernas, onde as famílias se acumulam em
espaço reduzido. Não há lugar para elas nas ruas porque os veículos se multiplicam
e as calçadas estão apinhadas de pessoas apressadas. Os adultos não dispõem de
tempo para se ocuparem com elas, pois são oprimidos por compromissos urgentes.
Pai e mãe são ambos obrigados a trabalhar e, quando falta emprego, a miséria atinge
tanto adultos como crianças. Mesmo nas melhores condições, a criança fica
confinada em seu quarto, entregue a desconhecidos assalariados, não lhe sendo
permitido acesso as partes da casa onde habitam as pessoas as quais deve a vida. Não
existe qualquer refúgio no qual a criança se sinta compreendida, onde possa exercitar
a atividade própria da infância. (MONTESSORI, 1941, p. 7)

Diante disso, entende-se a importância da criação de ambientes em que as crianças se sintam


acomodadas e pertencentes. Grande parte da infância é vivenciada nos ambientes e construções, como
escolas, creches, casas, entre outros. Conforme Niehue e Souza (2015, p. 13) “a criança possui uma
vontade de descobrir, conquistar e desbravar o meio em que vive. Esta característica reflete também
no espaço em que permanece e brinca”.

O ambiente abastece constantemente o cérebro com estímulos que são absorvidos, gerando
sensações, emoções, percepções e consciência, como resposta podendo gerar uma alteração
comportamental (VILLAROUCO et al., 2021). A arquitetura direcionada para o público adulto e o
público infantil deve ser diferenciada, visto que as percepções são diferentes (PAIVA, 2020). A partir
disso, para o desenvolvimento da criança são indispensáveis o recebimento de estímulos adequados,
que por vezes podem vir do ambiente construído (PRIMEIRA INFÂNCIA EM PAUTA, s.d.). Os
ambientes projetados para alcançar o público infantil, devem contribuir para o desenvolvimento
intelectual e psicológico do indivíduo.

2.3 Conforto Ambiental e a luz natural


O Conforto Ambiental é definido como “um conjunto de condições ambientais que permitem
ao ser humano sentir bem-estar térmico, visual, acústico e antropométrico, além de garantir a
qualidade do ar e o conforto olfativo” (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014, p. 43 apud
NOGUEIRA, 2018, p. 5). Conforme Lamberts, Dutra e Pereira (2014), a luz natural é um aspecto de
grande importância quando se projeta um ambiente, estando presente na maior parte do tempo. No
entanto, em grande parte a iluminação natural não é precisamente aproveitada nos projetos.

Com isso, uma das estratégias que podem ser adotadas para melhor aproveitamento da
iluminação natural é o uso das cores. As cores identificadas como claras são responsáveis por refletir
melhor a luz para dentro do ambiente, resultando na maior transmissão e aproveitamento da luz
(LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).

Assim, o estudo da luz é de suma importância na projeção dos ambientes visto que impacta
diretamente no desempenho do indivíduo, podendo causar, se aplicada de forma precipitada, “fadiga
visual, dor de cabeça e irritabilidade, além de provocar erros e acidentes” (EUROPEAN
COMMISSION DIRECTORATE, 1994 apud LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014, p. 57). O
conforto lumínico não está relacionado com permitir a maior quantidade de luz no ambiente, mas sim
uma iluminação adequada, garantindo melhor aproveitamento da mesma (MOREIRA, 2021).

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Já a iluminação artificial alcança um bom desempenho visual, porém, contribui para alterações
do clico circadiano, definido como: “período de aproximadamente 24 horas em que se baseia o ciclo
biológico do ser humano; é influenciado pela variação dia-noite de condicionantes como a luz”
(VILLAROUCO et al., 2021, p. 29). Desse modo, alterações no ciclo circadiano podem impactar
consideravelmente o sono do indivíduo. Relacionado a crianças, isso tem um grande impacto, visto
que este período é essencial para o desenvolvimento, pois enquanto elas dormem processam os
estímulos recebidos durante o dia (MINHA SAÚDE, 2020). Além disso, estudos apontam que 65%
da população que possui dificuldade de aprendizagem possuem alterações no sono (MINHA SAÚDE,
2020).

2.4 O cérebro e as sensações


Entendendo melhor o cérebro humano, sendo ele em si, parte do encéfalo, que é subdividido
em: cerebelo, tronco encefálico e propriamente o que é conhecido como cérebro, pode-se relacioná-
lo como uma estrutura que reúne todas as informações, reage a determinadas experiências e situações
e a tomada de decisão (VILLAROUCO et al., 2021). É responsável por comunicar o meio externo
com o interno, compõe a parte superior do encéfalo, e é formado pelo diencéfalo e telencéfalo, como
observado na Figura 2.

Figura 2. Divisões do encéfalo e do cérebro: diencéfalo e telencéfalo. (VILLAROUCO et al., 2021).

O telencéfalo representa a parte mais volumosa, dividido em uma massa central denominada
substância branca e o córtex, conhecido como substância cinzenta, compondo a camada externa do
cérebro (VILLAROUCO et al., 2021), como representado na Figura 3a. O córtex cerebral é considerado
a parte mais importante do telencéfalo, pelo seu volume, pela diversidade e complexidade dos
processamentos que realiza (LENT, 2008). O córtex possui grande quantidade de neurônios, sendo o
neurônio um tipo celular responsável por receber e transmitir sinais elétricos (VILLAROUCO et al.,
2021). Conforme Villarouco et al (2021, p. 44) “podemos considerar que o córtex pré-frontal integra
todas as informações sensoriais e experiências emocionais, de forma a produzir percepções
conscientes”.

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Já o diencéfalo é constituído por muitos aglomerados de corpos de neurônios, que são
agrupados em: tálamo, epitálamo e hipotálamo (LENT, 2008), conforme ilustra a Figura 3b, cada um
com sua função, sendo o tálamo responsável pela sensibilidade, comportamento emocional, ativação
do córtex, entre outras (VILLAROUCO et al. 2021).

(a) (b)

Figura 3. a. Telencéfalo: Córtex cerebral (ANATOMIA EM FOCO, s.d.); b. Principais divisões do


diencéfalo (AULA DE ANATOMIA, s.d.).

De maneira geral, as principais áreas encefálicas responsáveis pelas emoções são regidas pela
área pré-frontal, mais precisamente o córtex pré-frontal e o denominado sistema límbico
(VILLAROUCO et al., 2021). O sistema límbico é formado por estruturas do encéfalo, e é
responsável pelo comportamento e emoções, em destaque são: o hipocampo, a amigdala e o
hipotálamo, como representado na Figura 4. As emoções exercem uma grande importância no
controle do desenvolvimento cognitivo, relacionados a atenção, percepção, memória e autocontrole
(VILLAROUCO et al. 2021).

Figura 4. Sistema Límbico (ESCOLA DE POSTURA, 2019).

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O espaço construído constantemente fornece estímulos ao cérebro. Com isso, compreender o
ambiente é resposta do processamento da visão, o sentido mais utilizado pelo ser humano para
compreender o espaço (VILLAROUCO et al., 2021). O processamento da visão, conforme Figura 5,
ocorre a partir do órgão sensorial conhecido como olhos (VILLAROUCO et al., 2021). A retina é a
estrutura do olho responsável por captar estímulos luminosos e transmiti-los ao nervo óptico, que por
sua vez é parte do sistema nervoso central que encaminha para o cérebro as informações detectadas
a partir do processamento da visão (VILLAROUCO et al., 2021, p. 103).

Figura 5. Sistema da visão, dos olhos até o córtex visual (VILLAROUCO et al., 2021).

3 METODOLOGIA
Esta pesquisa é definida como explicativa por ter como objetivo analisar os impactos causados
pelo uso das cores e da luz dos ambientes projetados ao público infantil a partir dos estudos iniciais
constatando a importância do ambiente para a criança. O método de abordagem do artigo visa a
pesquisa bibliográfica e possui natureza qualitativa, baseando-se na descrição para análise do
problema abordado.

Para a fundamentação desse artigo, foram analisados livros, textos acadêmicos, páginas da
internet, artigos científicos, abrangendo áreas como: arquitetura, psicologia e medicina, além de
englobar a dialética com profissionais das áreas. Isto posto, este trabalho, aborda os fatores
relacionados ao sentido da visão, evidenciando os estímulos que são causados ao cérebro pelo uso
das cores e da luz no ambiente projetado para o público infantil, direcionado a primeira infância.

Assim, com a finalidade de atingir o objetivo geral, foi escolhido a utilização de estudos de
caso, que é definido, segundo Yin (2001), como uma investigação prática e experimental que é
responsável por investigar o problema dentro do seu contexto real. Foram realizados estudos de caso
de ambientes direcionados ao público infantil, sendo eles: hall de entrada infantil e biblioteca da
escola São Domingos e biblioteca da escola Umbrella, a fim de compreender a importância dos
estudos da neuroarquitetura, visando escolhas mais assertivas quanto as cores a luz nos ambientes.
Ainda como método, foram feitas visitas exploratórias.

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4 ANÁLISES E DISCUSSÃO

4.1 Estudo de caso: Escola São Domingos


A Escola São Domingos está localizada em Enseada do Suá, na cidade de Vitória. É
responsável por atender alunos a partir dos 2 anos de idade que desenvolvem seu aprendizado em
ambientes lúdicos e diferenciados (ESCOLA SÃO DOMINGOS, s.d.). A escola conta também com
a modalidade de ensino integral, com isso, há uma preocupação ainda maior quando referente aos
espaços de convívio e aprendizado dos alunos (ESCOLA SÃO DOMINGOS, s.d.).

4.1.1 Hall de entrada infantil


O projeto surgiu com a necessidade de criar um espaço estimulante e acolhedor e foi
desenvolvido pelo escritório de arquitetura ANGATU, no ano de 2018 (ARCHDAILY, 2018). A
utilização das cores suaves, a madeira em tom claro, assim como da vegetação presente no espaço,
teve como objetivo transmitir a sensação de acolhimento e alívio. Além disso, o ambiente também
utilizou mobiliários desenvolvidos unicamente para o local, a fim de proporcionar espaços lúdicos
(ARCHDAILY, 2018).

O hall de entrada infantil da escola São Domingos, é composto pelas cores: azul e amarelo em
tons suaves. O azul é caracterizado como uma cor fria, em grande parte, esse tipo de cor proporciona
tranquilidade e calma, além de estar relacionada a produtividade (DABUS, 2014). Esta é responsável
por “atingir o córtex pré-frontal na parte responsável pelo raciocínio lógico e pela competência
comunicativa” (CRÍZEL, 2020, n.p.). O córtex pré-frontal está localizado no lobo frontal, conforme
Figura 6, e é responsável, dentre diversas funções, por sintetizar as informações emocionais e
sensoriais, resultando em determinados comportamentos e percepções do indivíduo (VILLAROUCO
et al., 2021). Essas emoções, são administradas pelo córtex pré-frontal e pelo que se conhece como
sistema límbico (VILLAROUCO et al., 2021).

Figura 6. Lobo frontal onde está localizado o córtex pré-frontal (A MENTE É MARAVILHOSA, 2020).

Já o amarelo é considerado uma cor quente e caracterizado por despertar a criatividade,


trazendo sensação de lucidez, ânimo, e vivacidade quando utilizada no ambiente (POCZTARUK,
2019). É responsável por atingir diretamente o sistema de recompensa, reproduzindo uma experiência
agradável (CRÍZEL, 2020). Este é uma estrutura do sistema límbico que está relacionado as emoções.
De acordo com Nascimento (2020, n.p.) “em situações prazerosas há ativação do giro do cíngulo, que
é uma área capaz de gerar sensação de felicidade e aumento da atenção e como consequência a
ativação memória”. Em consonância com Crízel (2020), arquiteto e especialista em neurociências e
comportamento humano, como resposta transmitida por essa cor obtém-se otimismo, clareza, entre
outros.

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Ademais, as cores foram aplicadas ao ambiente de formatos geométricos conforme observado
na Figura 7a, criando alguns desenhos e formas ao decorrer das paredes, teto e mobiliários. As cores
claras foram responsáveis por refletirem melhor a luz dentro do ambiente, garantindo melhor
aproveitamento da iluminação natural (Figura 7a e 7b).

(a) (b)
Figura 7. a. Aplicação das cores em formas geométricas; b. Cor azul e amarelo em tons suaves.
(ARCHDAILY, 2018).

O hall de entrada infantil conta com iluminação natural, além de perfis de led e luminárias
embutidas no teto (Figura 8a). Foi analisado que o ambiente é utilizado com maior frequência durante
o dia, a iluminação foi disposta de forma bem distribuída e entendida como uma iluminação geral,
dando preferência para a luz natural (Figura 8b). Com os estudos da neuroarquitetura, entender quais
atividades serão exercidas no ambiente é de suma importância para a criação ideal do espaço. No caso
do hall de entrada, por ser um local de curta permanência e de primeiro contato do indivíduo com a
escola no geral, cores que estimulem a criança a se sentir acolhida, calma e empolgada são ideais para
composição, além de manter a iluminação natural na maior parte do tempo.

(a) (b)
Figura 8. a. Detalhe iluminação artificial; b. Iluminação natural. (ARCHDAILY, 2018).

As respostas emocionais e sensoriais pelos estímulos captados a partir do ambiente são de


suma importância para o desenvolvimento saudável da criança (PRIMEIRA INFÂNCIA EM
PAUTA, s.d.). Estímulos positivos resultam em melhor atenção, melhor memória e autocontrole
(VILLAROUCO et al., 2021). Com o entendimento sobre como essas cores impactam o cérebro e a
importância da luz natural no ambiente, o hall de entrada possivelmente se torna extremamente

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estimulante e acolhedor, alcançando o objetivo do projeto, e como consequência a captação de
estímulos que geram reações emocionais positivas.

4.1.2 Biblioteca infantil


A biblioteca infantil da escola São Domingos, teve como objetivo revigorar a experiência do
aprendizado e leitura dos alunos (ARCHDAILY, 2018). As cores ganham destaque na marcenaria e
nos elementos fixados ao teto (Figura 9a). Além da cor amarela, em grande parte do ambiente há uso
da cor verde, aplicada também no piso com textura.

De acordo com Crízel (2020, n.p.), arquiteto especialista em neurociências e comportamento


humano, o verde é responsável por atingir “o córtex pré-frontal ligado às decisões, pensamento
abstrato, criativo e respostas afetivas”. Composta pela junção de uma cor fria e uma cor quente,
respectivamente o azul e o amarelo, além de proporcionar a criança sensações como acolhimento,
esta cor remete à natureza, contribuindo para o desempenho nas atividades realizadas no local
(POCZTARUK, 2020). De acordo com Pocztaruk (2020), a cor verde é indicada para pintar vários
tipos de ambiente, dentre eles, salas e zonas de estudo.

Em relação a iluminação, observa-se que a luz presente no ambiente é necessariamente


artificial. Apesar da neuroarquitetura beneficiar áreas com iluminação natural e a biblioteca em estudo
não contar com luz natural suficiente para manter o ambiente, conforme visualizado na Figura 9b, se
a iluminação foi projetada corretamente, dificilmente causará grandes danos à saúde da criança.

(a) (b)
Figura 9. a. Composição de cores no mobiliário; b. Iluminação artificial (ARCHDAILY, 2018).

A preferência por ambientes com iluminação natural surge a partir do conhecimento sobre o
ciclo ou ritmo circadiano (Figura 10), que é alterado conforme o dia e a noite e influenciados por
fatores como a luz, temperatura, entre outros (VILLAROUCO et al., 2021). De acordo com Paiva
(2018), a iluminação natural é de grande importância para sincronização do ritmo, sendo relevante
para a organização temporal do dia e noite. O ciclo circadiano é responsável por controlar os ritmos
fisiológicos, psicológicos, e como impacto principal da desregulação deste ciclo é a insônia (PAIVA,
2018).

O sistema límbico e o hipotálamo são áreas do cérebro em que o ciclo circadiano percorre,
sendo essas partes importantes para a alteração do nosso humor e sensações (PAIVA, 2018). A
iluminação artificial é suficiente para enxergar o ambiente, entretanto, se utilizada de forma
inadequada, é capaz de trazer prejuízos para a saúde do usuário, alterando o ciclo circadiano e
contribuindo para alteração dos ritmos neuroendócrinos (VILLAROUCO et al., 2021).

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Figura 10. Ciclo circadiano. (LENSCOPE, 2020).

Isto posto, vale ressaltar que a infância é um estágio da vida de suma importância para o ser
humano desenvolvido, ou seja, diversos fatores e alterações acontecidos na infância são
determinantes para o desenvolvimento biológico, mental e social, sendo assim, as cores e a luz são
capazes de contribuir para a formação do indivíduo, visto que impactam o cérebro e fornecem
respostas emocionais a criança. A primeira infância é o período em que grandes ligações cerebrais
são estabelecidas, por isso a necessidade de receber estímulos, afetando o desenvolvimento e o
aprendizado da criança (PRIMEIRA INFÂNCIA EM PAUTA, s.d.).

O desenvolvimento da criança é processado de forma congênita, ou seja, já nasce com o


indivíduo, entretanto, fatores ambientais podem alterar a evolução do desenvolvimento (LENT,
2008). De acordo com Lent (2008, p. 107) “certamente, um ambiente favorável, rico e amplo garante
a realização plena de suas capacidades no desenvolvimento. A existência de estímulos aguça sua
atenção e faz reagir com maior intensidade”.

4.2 Estudo de caso: Biblioteca da escola Umbrella


A escola Umbrella está localizada em Curitiba, cidade pertencente ao estado do Paraná. O
Projeto da biblioteca surgiu com a necessidade da criação de um espaço lúdico e sensorial
(ARCHIDAILY, 2021). Os principais elementos utilizados são: a madeira, as cores, a estrutura
metálica e o vidro. Um grande destaque do projeto é o uso de cortinas de vidro, conforme observado
na Figura 11a, que são uma grande vantagem para se obter iluminação natural no ambiente. Nesse
sentido, vale evidenciar a importância da iluminação natural para a regulação do ciclo circadiano.
Além disso, outro aspecto evidente é o uso das cores, principalmente laranja e verde (Figura 11b).

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(a) (b)
Figura 11. a. Cortina de vidro; b. Composição das cores laranja e verde (ARCHDAILY, 2021).

A cor em proeminência no projeto da biblioteca é o laranja, encarregado de atingir o que é


conhecido como sistema de recompensa, na área responsável por produzir sensações prazerosas
(CRÍZEL, 2020). A resposta transmitida por esses estímulos propõe sensações como confiança,
dinamismo e alegria (CRÍZEL, 2020). O sistema ou circuito de recompensa (Figura 12), é uma região
formada pelo córtex pré-frontal, o núcleo accumbens e a área tegmental ventral, além de partes do
sistema límbico (NASCIMENTO, 2020). Ainda conforme Nascimento (2020), quando este circuito
é ativado, como resposta são desencadeados sentimentos como a satisfação e prazer.

Figura 12. Circuito de recompensa (ZAGER, 2019).

É provável que o ambiente construído afete mais o inconsciente do que o consciente e as


emoções e sensações ocasionadas por essa parte não são controladas. Mesmo que por esse modo, os
espaços são determinantes quanto as sensações vivenciadas (VILLAROUCO et al., 2021). As cores
impactam dessa forma, por isso, de maneira imediata, o ser humano não consegue captar o que sente
ao visualizar determinada cor. Justamente por isso, a relevância sobre o tema muitas vezes é ignorada.
Seguindo este pensamento, as reações acontecem de formas distintas de pessoa para pessoa, porém a
neuroarquitetura surge evidenciando a necessidade de mensurar essas reações (VILLAROUCO et al.,
2021).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo buscou analisar a importância, por meio dos estudos da neuroarquitetura, do uso
das cores e da luz na arquitetura infantil. Para tanto, foram realizados estudos de caso a fim de analisar
o ambiente através dos conhecimentos obtidos pela neuroarquitetura. Através da análise dos estudos
de caso, pode-se observar que existem diferentes modos de se trabalhar o uso das cores e da luz nos
espaços direcionados a crianças de modo apropriado e estimulante, bem como foi constatado que o
entendimento sobre como o cérebro funciona e como ele é atingido pelos fatores explorados é de
grande importância nas escolhas projetuais.

Foi observado que não há cor correta ou incorreta para o ambiente, e sim que é necessário
entender os efeitos que são provocados no cérebro a partir da percepção visual desses fatores, com
intuito de projetar ambientes cada vez mais agradáveis e confortáveis para o indivíduo. Dessa forma,
ao projetar um ambiente e o que se espera que ele transmita ao usuário, a escolha de cores torna-se
mais assertiva com o conhecimento sobre como determinada cor atingirá o cérebro.

Com o conhecimento sobre o ciclo circadiano, observa-se que a desregulação dele impacta
áreas que afetam diretamente no humor e no sono da criança, o qual é importante para seu
desenvolvimento, tanto intelectual como cognitivo. Com isso, torna-se indispensável os estudos da
luz para os projetos. Além disso, como enfatizado ao longo do artigo, a luz natural é a mais benéfica
para as regularizações naturais do corpo humano. Quando houver necessidade da utilização de
iluminação artificial, deve ser estudada com maior preocupação para que não cause prejuízos à saúde
da criança.

Os impactos gerados com o uso correto desses fatores contribuem diretamente para o
desenvolvimento da criança, uma vez que nessa fase é necessário que haja determinados estímulos
cerebrais nas áreas encefálicas responsáveis pelas emoções, que fazem comunicação direta com a
cognição, memória, atenção e aprendizado da criança, provocando uma resposta comportamental.

Em suma, o conhecimento sobre o cérebro é importante para criação de projetos que ofereçam
conforto e qualidade de vida para os usuários e a aplicação da neuroarquitetura permite entender os
efeitos que o ambiente tem no desenvolvimento da criança. Assim, tendo em vista que a neurociência
aplicada a arquitetura é um campo de estudo relativamente novo, este artigo buscou instigar o
interesse sobre o entendimento do tema a fim de abrir fronteiras para novos conhecimentos,
considerando que outras pesquisas podem ser desenvolvidas a partir das informações aqui
explicitadas. Adicionalmente, sugere-se a aplicação de técnicas experimentais usadas nos estudos da
neurociência nos ambientes.

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NOTAS
AGRADECIMENTOS
Minha gratidão será infinita a Deus, por ter me fornecido sabedoria e saúde. Aos meus pais pela
compreensão e apoio. Aos mestres pela partilha de conhecimento.

CONTRIBUIÇÃO E AUTORIA
Não se aplica.

FINANCIAMENTO
Não se aplica.

CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM


Não se aplica.

CURSO
Arquitetura e Urbanismo

COORDENADOR DO CURSO
Aline Sauer

DATA DE ENTREGA
19/11/2021

Faculdade do Centro Leste - Manguinhos, Serra - ES 17


BANCA AVALIADORA
Aline Sauer
Bruna Laureano

DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE PLÁGIO (Texto padrão)


Declaro que o trabalho não contém plágio ou autoplágio total ou parcial. Todo o conteúdo utilizado
como citação direta ou indireta foi indicado e referenciado.

LICENÇA DE USO (Texto padrão)


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acadêmica através de portal da Biblioteca e repositório institucional. Esta autorização permite sua
utilização como base para novas pesquisas, caso haja adaptação do conteúdo é necessário atribuir o
devido crédito de autoria.

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