Você está na página 1de 13

FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

IRVAL CORREA LOBATO NETO

IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA QR-CODE NA OTIMIZAÇÃO DO


TEMPO DE ABERTURA DE ORDENS DE SERVIÇO POR COLABORADOR

BELÉM – PA
2019
FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

IRVAL CORREA LOBATO NETO

IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA QR-CODE NA OTIMIZAÇÃO DO


TEMPO DE ABERTURA DE ORDENS DE SERVIÇO POR COLABORADOR

Artigo apresentado ao Curso de Engenharia


Mecânica como requisito de avaliação para
obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia
Mecânica.

Orientador: Roger Barros da Cruz

BELÉM – PA
2019
Autorização para Publicação Eletrônica de Trabalhos Acadêmicos

Na qualidade de titular dos direitos autorais do trabalho citado, em consonância com a Lei nº
9610/98, autorizo a Faculdade Estácio de Belém a disponibilizar gratuitamente em sua Biblioteca
Digital, e por meios eletrônicos, em particular pela Internet, extrair cópia sem ressarcimento dos
direitos autorais, o referido documento de minha autoria, para leitura, impressão e/ou download,
conforme permissão concedida.
IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA QR-CODE NA OTIMIZAÇÃO DO
TEMPO DE ABERTURA DE ORDENS DE SERVIÇO POR COLABORADOR
Irval Correa Lobato Neto
Turma: 1001, matrícula: 201501356691
E-mail:irvalcorrea@gmail.com

Resumo.
O trabalho a seguir consiste em um estudo realizado pela equipe da engenharia clínica em um hospital público na área
metropolitana de Belém com ênfase no tratamento oncológico, referente aos benefícios da implantação de uma nova
ferramenta para auxílio na abertura de ordens de serviço pelos colaboradores do hospital, tendo em vista facilitar a
abertura através de leitura de um QR-CODE, o qual possui as informações necessárias para o preenchimento da OS.
Foi levantado o tempo médio de abertura de chamado pelos colaboradores e comparado de forma quantitativa com o
novo tempo médio de abertura através da nova ferramenta e o quanto em reais será economizado devido a essa diferença
de tempo.

1. INTRODUÇÃO

A necessidade de manutenção de equipamentos é de suma importância para o funcionamento de uma empresa,


possibilitando estender o funcionamento de um equipamento sem o mesmo sofrer paradas não programadas, assim não
ocorrendo custos imprevistos. A gestão de equipamentos visa justamente otimizar os custos com paradas programadas
através de um cronograma de manutenção. Para melhorar a gestão, é necessário o uso de ferramentas e sistemas que
proporcionam maior facilidade em planejar, registrar, e executar serviços de manutenção.
A equipe de engenharia clínica de um hospital público na área metropolitana de Belém, formada por um engenheiro
responsável, um técnico em eletroeletrônica e um estagiário de engenharia, é responsável pela gestão de todo o parque
tecnológico, englobando entorno de 669 equipamentos. Durante seu período de atuação, foi identificado a dificuldade dos
colaboradores em abrir as ordens de serviço, também conhecido como OS, assim solicitando serviço por telefone ou até
mesmo postergando a sinalização do equipamento defeituoso para eventual ronda da engenharia, prejudicando a equipe
tanto na obtenção de dados quanto no tempo de tratativa.
Com o intuito de facilitar a abertura de chamados, a equipe de engenharia buscou novas ferramentas de auxilio, o
sistema utilizado pela equipe, disponibiliza uma plataforma complexa para gestão de equipamentos médicos hospitalares,
além de uma ferramenta chamada de QR-CODE, esta ferramenta será abordada com o intuído de melhorar o acesso dos
colaboradores e dos técnicos ao sistema, além de possibilitar a abertura de chamados de forma rápida e pratica, sem a
necessidade de ter acesso ao computador, bastando ter um smartphone em mãos com acesso à internet e um aplicativo de
leitura de QR-CODE.

2. JUSTIFICATIVA

Com início da industrialização no século XVIII e com as inovações tecnológicas posteriormente, houve a necessidade
de criar metodologias para gerir os equipamentos, de tal forma que criasse uma pratica de cuidado, já que até então a
intervenção era realizada somente no período de parada do equipamento, ou seja, na corretiva do mesmo. Com a evolução
da indústria e tecnologia, os processos de manutenção foram evoluindo, com a manutenção preventiva e preditiva, porém
atualmente devemos acrescentar as novas tecnologias para auxiliar as práticas já existentes.
Devido ao grande parque tecnológico, e a grande rotatividade de colaboradores nas áreas assistenciais, foi identificado
que os mesmos possuem dificuldade em se familiarizarem com os locais de identificação do equipamento, como o número
de série, patrimônio ou a TAG (registro do equipamento no sistema), informações necessárias para abertura de ordem de
serviço, portanto os colaboradores preferem realizar o chamado via telefone ou e-mail, porém essa pratica prejudica na
obtenção de dados, na construção do histórico do equipamento, no tempo de tratativa em casos que o colaborador aguarda
a ronda para reportar a falha do equipamento e principalmente prejudica o serviço geral da equipe de engenharia, tendo
em vista que as ordens de serviço serão abertas pela a equipe, ou seja, demandando um tempo que poderia ser dedicado
a outros serviços.
3. OBJETIVOS

A) Objetivo geral

Criar maior familiaridade dos colaboradores com o sistema da engenharia de tal forma que sejam capazes de abrir
chamados com maior facilidade, diminuindo o tempo médio de abertura de chamado, assim otimizando o tempo dos
colaboradores e da engenharia. Com a diminuição de solicitação de serviço via telefone, os dados obtidos serão mais
fidedignos, assim podendo mensurar de forma correta os resultados obtidos nas manutenções planejadas e não planejadas.

B) Objetivos específicos

 Diminuir o tempo médio de abertura de chamado.


 Facilitar o acesso dos gestores às informações dos equipamentos sem precisar acionar a engenharia.
 Aumentar a familiaridade dos colaboradores com o sistema da engenharia.
 Melhorar a fidedignidade dos dados obtidos no sistema.

4. DESENVOLVIMENTO / REFERÊNCIAL TEÓRICO

4.1 Principais tipos de manutenções

4.1.1 Manutenção corretiva

De acordo com o item 2.8.8 da página 7 da NBR 5462, a manutenção corretiva é definida como: “Manutenção efetuada
após a ocorrência de uma pane destinada a recolocar um item em condições de executar uma função requerida.”. Devido
ao ato de intervenção normalmente somente após a avaria, tende a ser o método de manutenção mais caro, pois além do
tempo parado do equipamento que causa prejuízos na produção ou no serviço ofertado, é necessário a aquisição de peças,
as quais normalmente possuem valor elevado, portanto, se não orçado anteriormente o valor de aquisição de novas peças,
a empresa pode ter custos imprevistos, causando impacto financeiro. Características:

 Atua normalmente após a parada ou queda de rendimento do equipamento.


 Alto custo para a empresa.
 Tempo de parada do equipamento elevado, prejudicial a produção ou prestação de serviço.
 Normalmente Imprevisível, em alguns casos pode ser planejada.
 Risco a segurança do usuário.
 Diminuição da vida útil do equipamento.

4.1.2 Manutenção preventiva

Conforme o item 2.8.7 da página 7 da NBR 5462, o qual define manutenção preventiva como: “Manutenção efetuada
em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a
degradação do funcionamento de um item”. O cronograma de preventiva é realizado conforme a criticidade e
complexidade do equipamento, podendo ter diversas preventivas anuais. Devido a ser algo planejado, o valor gasto com
preventivas deve ser incluso no orçamento, de tal forma que não tenha impacto na parte financeira da empresa. Conforme
o aumento de manutenções preventivas, as manutenções corretivas tendem a diminuir, já que a parada do equipamento
pode ser evitada. Características:

 Atua antes da parada do equipamento


 Custo programado, menor em comparação à corretiva.
 Programado, possibilita a elaboração de um cronograma de manutenção.
 Baixo tempo de parada, visando reduzir o impacto na produção e serviços prestados.
 Aumento da confiabilidade na segurança do equipamento, diminuindo acidentes relacionados ao
mesmo.
4.1.3 Manutenção preditiva

Segundo o item 2.8.9 da página 7 da NBR 5462, temos como definição de manutenção preditiva como: “Manutenção
que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise,
utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva
e diminuir a manutenção corretiva.”. Tem como características:

 Adiar ou antecipar manutenções no equipamento.


 Aumentar o tempo médio entre reparo.
 Aumentar a vida útil do equipamento.
 Aumento da confiabilidade do equipamento.
 Determinar com maior precisão paradas planejadas.

4.2 Resolução-RDC Nº 2, de 25 de janeiro de 2010

Desde de 26 de janeiro de 1999 pela lei nᵒ 9.782, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ficou
responsável por regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco a saúde pública, deste
modo foi criado a resolução da diretoria colegiada (RDC), que consiste em normas a quais os hospitais públicos e privados
devem seguir para preservar a segurança do paciente. Art. 2º Este regulamento possui o objetivo de estabelecer os critérios
mínimos, a serem seguidos pelos estabelecimentos de saúde, para o gerenciamento de tecnologias em saúde utilizadas na
prestação de serviços de saúde, de modo a garantir a sua rastreabilidade, qualidade, eficácia, efetividade e segurança e,
no que couber, desempenho, desde a entrada 33 no estabelecimento de saúde até seu destino final, incluindo o
planejamento dos recursos físicos, materiais e humanos, bem como, da capacitação dos profissionais envolvidos no
processo destes.(ANVISA,2010)

4.3 QR-CODE

Não é de hoje que nos deparamos com códigos de barras, como nos supermercados onde os produtos possuem códigos
para possibilitar a leitura no caixa, onde o sistema identifica qual o produto pela combinação única no código. Devido a
uma necessidade de uma empresa japonesa de um sistema para catalogar as peças dos carros da linha de produção, a
Denso-Wave desenvolveu em 1994 o que conhecemos hoje como QR-CODE, que é uma serie de códigos e caracteres
decodificados em uma imagem bidimensional quadrada com grandes capacidades de armazenamento de dados, além de
poder ser lido por qualquer dispositivo smartphone com câmera, precisando apenas de um aplicativo para decodificar o
código, conforme a figura 1.

Figura 1. QR-CODE

Fonte: Effort (2019).

Como já citado anteriormente o QR-CODE foi criado para suprir a necessidade de um setor industrial, podemos aplicar
de forma semelhante na manutenção de equipamentos no setor hospitalar, tendo em vista que a equipe de engenharia
clínica tenha um sistema de gerenciamento de equipamentos, o QR-CODE funcionará como um acesso rápido a página
de informações dos equipamentos, podendo auxiliar na identificação dos equipamentos, registrar as manutenções
realizadas, além de facilitar de modo geral o compartilhamento de informações, tendo em vista a capacidade de
armazenamento de informações, o código pode direcionar diretamente a página de solicitação de serviço, manuais,
certificados, planos de manutenção ou outras informações que a equipe da engenharia clínica queira disponibilizar.
4.5 Customer satisfaction score (CSAT)

Com o intuito de obter dados simples e objetivos, o Customer Satisfaction Score também conhecido como CSAT, é
utilizado em empresas nas quais buscam por indicadores menos específicos, portanto, optando por respostas breves em
uma escala de 1-5 ou em porcentagem de 0% a 100%. Devido a sua objetividade, o aplicador terá facilidade na
interpretação de dados, além de mostrar a satisfação dos usuários com as práticas mensuradas, podendo assim tomar
medidas preventivas para melhoria continua no processo. De acordo com Allex Santos, Co-Fundador da Binds.co,
“A satisfação do colaborador reflete diretamente na qualidade do seu trabalho e, consequentemente, no crescimento da
organização”, o que reforça ainda mais a importância da pesquisa.

4.6 Abertura de ordem de serviço

A ordem de serviço consiste no documento físico ou digital, onde os dados do serviço e suas características se
encontram, além do número de registro para futura localização da OS. Para melhor entendimento da prestação de serviço
a ser realizado, são necessárias o preenchimento por meio do solicitante algumas informações, como:

 Nome do solicitante.
 Ocorrência.
 Data de parada.
 Número de série do equipamento.
 Informações adicionais, como o descritivo do ocorrido.

Devido a necessidade de informar o número de série do equipamento a sofrer manutenção e por falta de conhecimento
do solicitante sobre o equipamento, pode acarretar em erros, como a identificação incorreta, o que prejudicará na tratativa
do equipamento no qual realmente se faz necessário intervenção e pode ocasionar riscos à segurança do usuário.

5. METODOLOGIA

5.1 Abertura de chamado pelo QR-CODE

Ao realizarmos a leitura do QR-CODE presente no equipamento a sofrer manutenção, através do smartphone


com o aplicativo gratuito necessário, os dados do equipamento necessários para a abertura de OS serão automaticamente
preenchidos, assim diminuindo erros de abertura, é vinculando o equipamento correto, consequentemente garantindo
maior segurança ao usuário.
Conforme a figura 2, para realizar a conclusão da abertura de chamado, deve-se preencher todos os dados
solicitados e devido a possibilidade de escolher o equipamento, os colaboradores que não possuem os dados, selecionam
o equipamento sem se preocupar com o número de série do mesmo, assim abrindo chamado para um equipamento que
não tem necessidade de manutenção, o que atrapalha o serviço da engenharia clínica, tanto na tratativa como na obtenção
de dados fidedignos.

Figura 2. Abertura tradicional

Fonte: Effort (2019).


De acordo com a figura 3, as problemáticas envolvendo o preenchimento dos dados do equipamento foram
resolvidas, tendo em vista que através da abertura pelo QR-CODE, o equipamento será vinculado à ordem de serviço
automaticamente. Se fez necessário tarjar as informações referentes ao hospital de estudo.

Figura 3. Abertura pelo QR-CODE

Fonte: Effort (2019).

5.2 Recursos utilizados

5.2.1 Sistema de gestão

O sistema de gestão de equipamentos se faz extremamente necessário na elaboração do QR-CODE, devido a


ferramenta necessitar de um banco de dados para ter acesso às informações a serem armazenadas no código bidimensional,
sem o sistema, o QR-CODE não possuirá nenhuma informação armazenada, portanto, levaremos em consideração que a
equipe de engenharia possua o sistema de gestão, como foi o caso do hospital estudado.

5.2.2 Número de folhas impressas

Tendo em vista que o valor médio de impressão estabelecido pelo hospital estudado é de R$ 0,05 por folha em preto
e branco e R$ 0,15 por folha colorida e sabendo que cada folha suporta 30 QR-CODE’S, além do quantitativo de
equipamentos no hospital serem de 669, temos como resultado 23 folhas impressas.

Tabela 1. Número de folhas

Número de equipamentos QR-CODE por folha Número total de folhas

669 30 23
Fonte: Acervo Próprio (2019).

Deve-se levar em consideração que a impressão colorida é opcional, tendo em vista que o colorido seria para
personalização do QR-CODE, opção escolhida pela equipe para implantação no hospital.
5.2.3 Mão de obra

Tendo em vista que a equipe é composta por um técnico e um estagiário, é necessário determinar quem será
responsável pela implantação, consideramos seus salários tendo como base 22 dias uteis no mês e jornada de trabalho de
8 e 4 horas respectivamente. Devido ao quantitativo de equipamentos no hospital e a necessidade de localização dos
mesmos no setores e leitos, foram necessárias 2 semanas para o termino da implantação, dedicando 4 horas diárias.

5.3 Elaboração do QR-CODE

O QR-CODE foi gerado pelo sistema de gestão da equipe da engenharia clínica, as informações impressas serão
referentes ao número de série, setor de origem, TAG do equipamento, que consiste na identificação da engenharia clínica,
e o patrimônio (número de identificação do setor de patrimônio do hospital). Para facilitar a identificação dos setores de
forma visual, as etiquetas possuem duas cores, a principal a qual preenchera a borda, identificando o andar onde pertence
o equipamento, e a secundaria onde identifica o setor de origem do equipamento.

COR SECUNDARIA

Figura 2. QR-CODE personalizado.

Fonte: Effort (2019).


COR PRIMARIA
Dados QR-CODE:
Cor primaria: Define o andar de origem do equipamento.
Cor secundaria: Defini o setor do andar a qual pertence.
X: Sigla do Hospital.
Y:Sigla do Setor.

A TAG é composta pela sigla do hospital mais a sigla do setor do equipamento, além da numeração do equipamento.

5.4 Implantação do QR-CODE

A implantação das etiquetas foi realizada em etapas, visando abranger todos os equipamentos médicos hospitalares,
levando em consideração o tamanho da equipe, do hospital, e da localização dos equipamentos. O local das etiquetas
seguiu o padrão adotado pela equipe da engenharia das demais etiquetas dos equipamentos, ou seja, na lateral esquerda,
visando permanecer em um local de fácil acesso.

1º etapa: Apenas nos equipamentos com criticidade alta.


2º etapa: Nos equipamentos de media criticidade.
3º etapa: Nos equipamentos de baixa criticidade.
4º etapa: Equipamentos pequenos que necessitem de alteração no QR-CODE.

5.5 Treinamento dos Colaboradores

Após todas as etapas serem concluídas, a equipe da engenharia clínica planejou um treinamento com toda a área
assistencial, visando tanto os técnicos, enfermeiros e gestores dos setores. O treinamento consistiu no ensino do uso do
QR-CODE para auxiliar na abertura de OS, na verificação do status do equipamento, na consulta de certificados e dos
cronogramas de manutenções. O uso do aplicativo de leitura pelo celular foi sugerido primeiramente para os gestores, já
que os mesmos são responsáveis por todos os equipamentos em seu setor. Devido ao treinamento, a engenharia clínica
não aceitou mais solicitação de serviço através de ligações, de forma que os colaboradores tiveram que usar o sistema
para registrar a ordem de serviço.
O treinamento foi realizado até ter a adesão de pelo menos 80% dos colaboradores do hospital, de acordo com sistema
de eficácia desenvolvido pelo núcleo de educação permanente. Devido ao grande fluxo de entrada e saída de
colaboradores, o treinamento entrou no cronograma do hospital, de tal forma que será agendado periodicamente para
atender os novos integrantes.
5.6 Coleta de dados

5.6.1 Mensuração do tempo médio

A coleta de dados foi realizada utilizando como base o tempo médio de abertura de chamado da forma tradicional,
pelo sistema de requisição pelo computador e pela ferramenta do QR-CODE através de um dispositivo compatível,
utilizando um cronometro como forma de medição. O levantamento teve a participação de 5 colaboradores, 3 do período
da matutino e 2 do período vespertino, sob as mesmas condições os colaboradores abriram 2 OS cada, totalizando 10 OS,
para um determinado equipamento de maior circulação nas enfermarias. Os dados coletados foram comparados com os
obtidos pelo técnico que serviu como controle.

5.6.2 Pesquisa de satisfação

Foi realizado junto a coleta de dados uma pesquisa de satisfação, visando os pontos fortes de cada forma de abertura
e a preferência do usuário em adotar a um deles na hora da abertura de chamado. A pesquisa teve os seguintes
questionamentos a serem classificados de 1-5:

 Acesso ao sistema
 Preenchimento do formulário do sistema (os)
 Localização das informações (nº de série, TAG e patrimônio)

Ao final da pesquisa o colaborador apontou o método de abertura preferencial e justificou o motivo, além de levantar
as dificuldades encontradas, tanto no método tradicional quanto no método pela ferramenta QR-CODE.

6. RESULTADOS

6.1 Custos de implantação

Determinado o número de folhas necessárias e o valor unitário de cada impressão, obtemos o valor total da impressão
de acordo com a tabela 2.

Tabela 2. Valor de impressão


Tipo de impressão Valor unitário Unidades Total
Preto e branco R$ 0,05 23 R$ 1,15
Colorido R$ 0,15 23 R$ 3,45
Fonte: Acervo Próprio (2019).

Considerando o salário médio de R$ 2.500,00 de um técnico em eletroeletrônica e de uma bolsa de R$ 250,00 para
um estagiário de 4 horas, obtemos os valores da tabela 3.

Tabela 3. Valor da HM (homem hora)


Cargo Mensal Diária Hora 40 horas
Técnico R$ 2.500,00 R$ 113,63 R$ 14,20 R$ 568,00
Estagiário R$ 250,00 R$ 11,36 R$ 2,84 R$ 113,60
Fonte: Acervo Próprio (2019).

Tendo em vista que a opção escolhida foi a impressão colorida para personalização do QR-CODE e afim de reduzir
os custos, foi utilizado a mão de obra do estagiário.

Tabela 4. Valor total do custo de implantação


Estagiário R$ 113,60
Impressão colorida R$ 3,45
Total R$ 117,05
Fonte: Acervo Próprio (2019).
6.1 Tempo de abertura de chamado por colaborador

Ao mensurarmos o tempo médio de abertura de chamados das 10 ordens de serviço realizadas pelos 5 colaboradores,
obtemos os resultados presentes na tabela 5.

Tabela.5. Comparação do tempo de abertura de chamados


Colaborador 1
Tempo médio Tempo médio Diferença do
Equipamento
tradicional (min) QR-CODE (min) tempo (min)
Bomba de infusão 02:13 01:02 01:11
Colaborador 2
Tempo médio Tempo médio Diferença do
Equipamento
tradicional (min) QR-CODE (min) tempo (min)
Bomba de infusão 04:20 02:03 02:17
Colaborador 3
Tempo médio Tempo médio Diferença do
Equipamento
tradicional (min) QR-CODE (min) tempo (min)
Bomba de infusão 02:01 01:14 00:47
Colaborador 4
Tempo médio Tempo médio Diferença do
Equipamento
tradicional (min) QR-CODE (min) tempo (min)
Bomba de infusão 01:48 01:42 00:06
Colaborador 5
Tempo médio Tempo médio Diferença do
Equipamento
tradicional (min) QR-CODE (min) tempo (min)
Bomba de infusão 02:21 01:32 00:49
Fonte: Acervo Próprio (2019).

Com os dados obtidos podemos mensurar o tempo médio de abertura de chamado por colaboradores, assim resultando
na tabela 6.

Tabela 6. Diferença entre os tempos médios


Tempo médio Tempo médio Diferença do
Equipamento
tradicional (min) QR-CODE (min) tempo (min)
Bomba de infusão 02:32 01:30 01:02
Fonte: Acervo Próprio (2019).

Tendo em vista que o tempo de abertura de chamado realizado pelo técnico da engenharia clínica, o qual serviu como
controle, foi de 1:36 minutos conforme a tabela 7, podemos verificar que com a implantação da nova ferramenta, a equipe
assistencial conseguiu em tempo similar, realizar a abertura da ordem de serviço.

Tabela 7. Tempo médio de abertura pelo controle


Tempo médio Tempo médio Diferença do
Equipamentos
tradicional (min) QR-CODE (min) tempo (min)
Bomba de infusão 02:05 01:36 00:39
Fonte: Acervo Próprio (2019).
6.3 Análise da redução do tempo de abertura de chamadas

Ao compararmos os dados da tabela 6, podemos verificar que o tempo médio de abertura de chamado apresentou uma
redução de 01:02 minutos ou 40.77% em relação à média da abertura tradicional pelos colaboradores, conforme o gráfico
1.

Gráfico 1. Comparativo do tempo médio de abertura de chamado


TEMPO MÉDIO (MIN)
02:52:48
02:32:48
02:24:00

01:55:12
01:30:48
01:26:24

00:57:36

00:28:48

00:00:00
TRADICIONAL QR-CODE

Fonte: Acervo Próprio (2019).

6.4 Redução de custos

Tendo em vista que o público alvo são os colaboradores assistenciais responsáveis pela abertura do chamado, levamos
em consideração o salário médio de enfermeiros de acordo com piso salarial do Pará em 2019, o qual é R$ 2.572,00, e
considerando 22 dias uteis no mês, temos como resultado a tabela 8:

Tabela 8. Valor da hora trabalhada


Salário Dia Hora Minuto Segundo
R$ 2.572,00 R$ 116,90 R$ 14,61 R$ 0,24 R$ 0,004
Fonte: Acervo Próprio (2019).

Após obtermos a diferença do tempo médio de abertura de chamado de acordo com a tabela 6 e a multiplicando pelos
valores encontrados na tabela 8, obtemos uma economia de R$ 0,248 por ordem de serviço, levando em consideração a
média de 150 ordens de corretiva e solicitação de material no mês, totalizando R$ 37,2 por mês. Em um período de um
ano de aplicação da nova ferramenta de abertura, teremos uma economia de cerca de R$ 446,40, como demonstrado pelo
gráfico 2.

Gráfico 2. Valor do custo anual com abertura de chamado


VALOR ANUAL (R$)
R$1.200,00 R$1.094,40

R$1.000,00

R$800,00
R$648,00
R$600,00
R$446,40
R$400,00

R$200,00

R$-
Tradicional QR-CODE Redução

Fonte: Acervo Próprio (2019).


6.5 Preferência dos colaboradores

A média obtida das notas foram comparadas entre si, onde ficou evidente a preferência dos colaboradores pela abertura
através do QR-CODE, onde o mesmo superou em satisfação o sistema tradicional em todas as notas, como demonstra a
tabela 9.

Tabela 9. Pesquisa de satisfação CSAT


Tradicional Nota média QR-CODE Nota média
Acesso ao sistema 3,4 Acesso ao sistema 4,4
Preenchimento do Preenchimento do
3 4,4
formulário do sistema (os) formulário do sistema (os)
Localização das Localização das
informações (nº de série, 3,4 informações (nº de série, 4,6
TAG e patrimônio) TAG e patrimônio)
Fonte: Acervo Próprio (2019).

6.6 Relatos dos colaboradores

Durante a pesquisa os colaboradores relataram a opinião sobre o novo sistema, de acordo com a enfermeira da unidade
de internação do 3 andar, “QR-CODE além de ser mais ágil, facilita encontrar o equipamento exato para correção e com
diminuição do tempo para abertura de chamada”, já o colaborador do período vespertino salientou “Porém não tenho
WIFI, poderia ser disponibilizado para os enfermeiros”, o que retrata a maior dificuldade na utilização do sistema, tendo
em vista a necessidade de um roteador de internet para os dispositivos moveis.

7. CONCLUSÃO

Devido a particularidade da instituição ser de um hospital voltado para atendimento oncológico, todo o tempo é
precioso, portanto, com a necessidade de otimizar o tempo voltado para assistência, a equipe da engenharia clínica
conseguiu por meio da implantação de uma nova ferramenta, reduzir em 40.77% o tempo médio de abertura de chamado
por colaborador, o que representa uma otimização de tempo de 2:33 horas mensal ou 30:36 horas por ano, o que possibilita
o investimento de todo o tempo de mão de obra qualificada aos cuidados ao paciente. Antes da aplicação da ferramenta,
os colaboradores possuíam dificuldades em localizar as informações necessárias para a abertura de chamado, como
apontado por um colaborador na pesquisa de satisfação CSAT.
Levando em consideração que o custo de implantação foi de aproximadamente R$ 117,05 e tendo economia no tempo
de abertura de chamado de R$ 446,40 por ano, a ferramenta se mostrou viável, deve-se levar considerar que no cálculo
de redução de custos, não foi considerado o tempo de deslocamento, o que aumentaria ainda mais a diferença entre o
tempo médio de abertura tradicional e pelo QR-CODE. A aceitação por meio dos colaboradores é importante para a
eficiência da ferramenta, portanto, a pesquisa de satisfação teve como objetivo mensurar a aprovação dos colaboradores,
o qual obteve 100% de aprovação.
Conclui-se que com o parque tecnológico mapeado e atualizado corretamente e com a nova ferramenta que permite
abrir chamados via smartphone sem a necessidade de cadastrar as informações do equipamento, proporciona agilidade na
tratativa, tanto pela redução do tempo de abertura, quanto pela identificação correta do equipamento a sofrer manutenção
corretiva, evitando assim retrabalho pela equipe de engenharia em localiza-lo, além de contribuir para a segurança do
paciente, tendo em vista que a não efetuação da manutenção corretiva do equipamento, pode gerar riscos ao paciente.

8. REFERÊNCIAS

ANVISA. [Constituição (2010)]. RDC 2, DE 25 DE JANEIRO DE 2010: Boas Práticas em Serviços de Saúde RDCs
Legislações. Brasília: Diário Oficial, 2010. 4 p. Disponível em:
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-2-de-25-de-janeiro-de-2010.
Acesso em: 10 set. 2019.
Associação Brasileira de Normas Técnicas , ABNT. Nbr 5462: Confiabilidade e Mantenabilidade. Rio de Janeiro: [s. n.],
1994. cap. 2.8.7-2.8.9, p. 7-7.
Freire RP, Pitassi C, Gonçalves AA, Schout D. Gestão de equipamentos médicos: o papel das práticas de qualidade em
um hospital de excelência brasileiro. RAHIS. 2012;8(8):30-43.
Paladini, Edson Pacheco. Qualidade Total na Pratica: Implantação e Avaliação de Sistemas de Qualidade Total – 2ª Ed.
– São Paulo: Editora Atlas, 1997.
Rodrigues, Marcus Vinícius. Qualidade e Novas Técnicas Gerenciais. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998.
Santos, Allex. Pesquisa de Satisfação: Entenda a Importância Dela para Sua Empresa. [S. l.], 6 jun. 2018. Disponível em:
https://blog.binds.co/importancia-pesquisa-de-satisfacao-empresas/. Acesso em: 11 set. 2019.

Você também pode gostar