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BB OI OM
K
A CONSTRUÇÃO
R E I N V E N T A D A
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SUMÁRIO

Introdução ..................................................................... 5
Inova Civil ..................................................................... 8
Eras de transições .............................................................. 17
Era agrícola ............................................................................ 18
Era industrial ......................................................................... 19
Era da informação ............................................................... 21
Problemas atuais na construção civil............................ 29
Falta de padronização ....................................................... 40
Ambiente adverso a inovações...................................... 42
O que é BIM ..................................................................... 51
As dimensões........................................................................ 56
O BIM 3D ............................................................................. 57
O BIM 4D ............................................................................. 68
O BIM 5D ............................................................................. 80
Oportunidades ................................................................... 89
Gestor de obras ................................................................... 90
Arquiteto ............................................................................. 92
Projetista (elétrico, hidráulico, estrutural).................. 96
Empresário ............................................................................. 106
Troca de ideias .................................................................... 111
David Pinto ............................................................................ 112
Alex Amarante ...................................................................... 119
BIM no mundo ................................................................... 129
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INTRODUÇÃO | BIM BOOK

INTRODUÇÃO

As mudanças de era acontecem de tempos em tempos


em todas as áreas relacionadas à tecnologia. Essas
mudanças são impulsionadas por saltos de inovação
que ocorrem em razão do constante desenvolvimento
de nossa sociedade.

Porém, você já notou que à medida que o tempo passa


esse processo se torna cada vez mais acelerado?

Nos últimos 15 anos, introduzimos tantas tecnologias


no nosso dia a dia que se voltássemos no tempo nem o
melhor futurista poderia prever como estaria o cotidiano
da sociedade de atualmente.

Será que essa evolução aconteceu de forma proporcional


na construção civil?

Conforme visitamos obras, presenciamos em muitas


situações processos amadores que estão enraizados
na ideia do:

“SEMPRE FIZ ASSIM, FAÇO ASSIM E


CONTINUAREI FAZENDO”

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BIM BOOK | INTRODUÇÃO

Essa frase tóxica eterniza tecnologias ultrapassadas e ineficientes por


gerações, criando uma verdadeira barreira cultural contra a entrada de
inovações. Você, enquanto profissional, deve estar ciente que essa barreira
existe e, por esse motivo, ser um vetor de mudança por onde passar.

Cada vez mais profissionais descobrem a Metodologia BIM, sigla para


Building Information Modeling; em português: Modelagem da Informação
da Construção.

A construção civil já passou por muitas mudanças que revolucionaram o


mercado ao longo dos anos, mas ainda existem problemas que podem
ser resolvidos ou amenizados com o uso da tecnologia. A Metodologia
BIM veio para dar solução a diversos desses problemas.

Acompanhado de suas multidimensões, o BIM trouxe para a construção


civil o detalhamento, a precisão e a integração de informações que o
mercado precisa cada vez mais, pois à medida que os projetos se tornam
mais complexos, e os clientes mais exigentes, cresce a necessidade de
eficiência para que a construção consiga manter uma margem de lucro
saudável e competitiva.

A Metodologia BIM chegou com a missão de revolucionar o mercado


da construção civil e nos levar para uma nova era de tecnologia, tra-
zendo inúmeros benefícios, principalmente em relação a planejamentos
pré-obra mais assertivos.

Estamos presenciando uma inovação que vem ganhando progressiva-


mente mais espaço e força, seja nas grandes cidades e nos grandes
centros tecnológicos, seja nas cidades pequenas e nos pequenos escritórios
de projetos com obras menores. Afinal, todos querem padronização de
processos, independentemente do tamanho do projeto.

Essa demanda em ascensão nas cidades de todo o Brasil e do mundo


vem cobrando dos profissionais o domínio dos softwares que utilizam a
Metodologia BIM como base.

Em um universo cada vez mais multidisciplinar, a necessidade de se atualizar


para se manter dentro do jogo da produtividade que nossa profissão
exige nunca foi tão grande.
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INTRODUÇÃO | BIM BOOK

O presente livro foi desenvolvido para que você, meu


amigo leitor, encontre uma leitura leve sobre um
assunto que muitas vezes é tratado como um “bicho
de sete cabeças”. Aqui não será assim.

Dessa forma, convido você a passar para a próxima


página e começar a entender como a construção civil
está sendo reinventada e como uma engenharia que
antes era vista por muitos como uma área arcaica e
artesanal está se tornando uma engenharia industrial
e inovadora.

“A mente que se abre a uma


nova ideia jamais voltará
ao seu tamanho original.”
(Albert Einstein)

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INOVA CIVIL

Oi,
tudo
bem?
Eu sou Igor Pinheiro, engenheiro civil e fundador do
Inova Civil. Gosto de ouvir música e de fazer esportes
de vez em quando, apesar de admitir que não tenho
tanta destreza para isso.

Desde cedo, sempre imaginei como seria o meu futuro.


Comecei tentando responder à velha pergunta:

“O que você vai ser quando crescer?”

No auge do meu pensamento ilimitado e imaginativo


de criança, desejava ser um astronauta que, nas horas
vagas, exercesse o papel de bombeiro e policial. Tudo
ao mesmo tempo.

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INOVA CIVIL | BIM BOOK

Conforme o tempo foi passando, fui me compreendendo melhor e


percebendo minha grande paixão pela criação de coisas. Qualquer coisa.
Gostava de imaginar cenários em que uma simples ideia pudesse virar
algo executado, exatamente como havia sido idealizado anteriormente.

Aliando isso à minha afinidade com a área de exatas durante os tempos


de escola, fui começando a me aproximar da engenharia. Mas havia
diversas engenharias. Então por que civil? Para ser bem sincero, considerei
primeiramente engenharia mecatrônica.

Eu explico o motivo: Muito se diz sobre fazer essa escolha com base em
alguma matéria escolar com a qual você tenha afinidade.

“Se você gosta de matemática, deve fazer engenharia.”


“Caso você goste de português, faça direito.”

Não sei você, mas eu escutava frequentemente essa exata frase.

Na época de colégio, eu era a pessoa que sempre estava observando


os lançamentos de produtos tecnológicos: as inovações dos computa-
dores, celulares e tudo o que o mercado tinha a oferecer. Vivia em fóruns
e comunidades para ficar atento a todas as surpresas que as empresas
criavam.

Houve uma época em que viraram febre os celulares multichip, com


televisão, câmeras de 39 megapixels e, dependendo do aparelho, a única
coisa que não fazia era café. Eu era uma das pessoas que sabiam todas as
marcas em chinês e cada variação de celular que existia. Sim, eram muitas
variações. E sim, eu era viciado em aprender isso. Não apenas sobre celu-
lares, esse foi apenas um exemplo.

Por isso, fiquei bastante seduzido pelo fato de a mecatrônica trabalhar


com robôs e automações.

Pouco tempo depois, durante o ensino médio, sempre buscando tecno-


logias que apareciam no mercado, descobri um software que me deixou
de queixo caído. Após instalar esse programa no meu computador, co-
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BIM BOOK | INOVA CIVIL

mecei a buscar livros e manuais de utilização sobre ele.


Conforme eu ia aprendendo, começava a surgir uma
paixão por construção.

O nome desse software é SketchUp, um software do


Google que produz maquetes eletrônicas bastante
realistas.

Eu fiquei incrivelmente maravilhado com as conexões


que foram realizadas em minha mente. A possibilidade
de criar algo do zero e transformar os rabiscos em uma
imagem de um prédio construído, similar a uma foto,
como se fosse real, fez com que eu quisesse me aprofun-
dar cada vez mais no mundo da construção e de projetos.
Afinal, como disse, ver um planejamento executado era
o que me deixava empolgado.

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INOVA CIVIL | BIM BOOK

Conforme ia me aprofundando nesse universo, comecei a estudar outros


softwares. Nessa busca, deparei-me com o AutoCAD.

Pronto! Naquele momento minha mente não queria saber de outra coisa,
apenas projetos e construções.

Durante meu ensino médio, comecei um estágio em um escritório de


arquitetura, no qual eu era responsável por realizar as maquetes eletrô-
nicas. Dessa forma, foi apenas questão de tempo para entender que eu
queria me tornar um engenheiro civil.

Quando eu entrei na faculdade, lembro que estava bastante empolgado,


com uma visão da engenharia que se vê em filmes: aquela engenharia
fantástica, tecnológica, com grandes barragens, estádios, arranha-céus,
pontes e todas aquelas construções que vemos em cartões postais.

Com essa empolgação, comecei a estudar tudo que via na faculdade.


Sabe aquele aluno com notas muito boas e uma grande empolgação com
o curso que faz? Esse aluno era eu!

Mas, com o passar dos semestres, estagiando e absorvendo tudo que a


faculdade estava me oferecendo, essa empolgação foi sendo minada, e
eu fui perdendo o ânimo que tinha com a engenharia civil.

Comecei a entender o real mercado da construção, aquele mercado que


só quem é do ramo entende de verdade. Aquela tecnologia que eu
sempre sonhei em encontrar, presente nos cartões postais de prédios em
Dubai, estava a anos-luz de distância do que eu realmente estava vendo ali.

Deparei-me com um mercado de construção arcaico e artesanal, em que


grandes vícios construtivos eram utilizados havia décadas. Vi que, apesar
de o nosso mundo ter mudado completamente nos últimos anos, a forma
como as construções eram feitas quase não mudou.

Conforme ia acreditando nisso, presenciava incompatibilidades entre


projetos, gambiarras, improvisações dentro do canteiro, uma crise cada
vez mais profunda e mais uma série de motivos para eu questionar se
aquilo era mesmo o que eu sempre quis.
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BIM BOOK | INOVA CIVIL

Além disso, tudo que eu via na faculdade, no fim,


era pouquíssimo aplicável, estava estudando fór-
mulas e mais fórmulas que, na prática do meu
trabalho, pouco significavam para mim. Comecei
a perceber um grande abismo entre o conteúdo
acadêmico e o conteúdo prático necessário para
que um engenheiro ou arquiteto saia preparado
para enfrentar um mercado tão competitivo como o
da construção.

Acabei vendo que o engenheiro sai da faculdade


completamente perdido e, muitas vezes, sofre da
“síndrome do e aí”.

Ou seja, acabou de se formar e começam a surgir


questionamentos:

“E aí? Para onde ir? O que eu devo fazer?”

Esses questionamentos são feitos porque o pro-


fissional não se sente preparado para encarar o
mercado e não sabe exatamente que direção
seguir.

No meio dessa desmotivação com a faculdade, certo


dia, fui assistir a uma palestra sobre inovações da
engenharia e as novidades na construção.

Conforme o palestrante ia expondo tecnologias,


minha cabeça ia borbulhando em um mix de felici-
dade, empolgação e ansiedade.

Felicidade e empolgação por ver que o ânimo que


eu sentia no começo da faculdade estava voltando
à tona. Ansiedade porque eu não via a hora de ir
atrás e me aprofundar em cada item que o pales-
trante estava descrevendo lá.
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INOVA CIVIL | BIM BOOK

Quando cheguei em casa, comecei a pesquisá-los


mais a fundo e ver um mundo da construção e
da engenharia que, até aquele momento, nunca
havia imaginado que pudesse existir.

Sabe aquela vontade de sair gritando para todo


mundo algo que você acabou de aprender?

Era exatamente isso que eu estava sentindo.

Foi em meio a esse sentimento todo que nasceu


a ideia de criar um local onde eu pudesse trazer
conhecimentos e inovações de mercado que
realmente preparassem os profissionais da cons-
trução para atingir seus objetivos por meio de
conteúdos práticos e aplicáveis.

ENTÃO NASCEU O
INOVA CIVIL

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BIM BOOK | INOVA CIVIL

O Inova Civil foi criado para ser a solução do abis-


mo que existe entre engenheiros e arquitetos e as
inovações da construção que dão resultados na
prática, para que esses profissionais possam se
sentir preparados e confiantes para enfrentar o
mercado.

Eu digo:

Inovação que dá resultado, viu?!


Afinal, inovação que não gera resultado
prático é apenas uma invenção.

Estamos vivendo na era do conhecimento, as


inovações estão aparecendo cada vez mais rápido
e, enquanto tudo isso acontece, as instituições de
ensino continuam oferecendo o mesmo conteúdo.

Nossa primeira iniciativa no Inova Civil foi criar


um congresso de inovação na construção. Mesmo
sem estrutura, ainda no começo, apenas com uma
ideia, conversei com professores, profissionais
e empresários que acreditaram nesse projeto, e
conseguimos gravar mais de 20 palestras similares
àquelas que eu vi na faculdade, que foram trans-
mitidas on-line para todo o Brasil.

O congresso viralizou, obteve mais de 10 mil con-


gressistas participantes. Conseguimos patrocínio

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INOVA CIVIL | BIM BOOK

de grandes empresas e apoiadores do projeto. Foi um absoluto sucesso,


e o mais gratificante foi ver milhares de engenheiros sentindo a mesma
empolgação que eu senti ao ver aquela palestra na faculdade.

Em meio a tudo isso, entendi o que eu realmente queria fazer e no que


eu queria trabalhar. Eu queria aproximar esses conhecimentos dos en-
genheiros e arquitetos e transformar a forma que esses profissionais en-
xergam a construção. Percebi que eu queria ser a ponte para os conhe-
cimentos que existem no mundo das inovações e no mercado, mas que
muitas vezes não são repassados aos profissionais.

Depois do congresso, lançamos diversos cursos, fizemos outra edição do


congresso, com mais de 20 mil participantes e mais de 40 palestras,
entre outras iniciativas do Inova Civil.

É incrível imaginar que a quantidade de pessoas de um estádio lotado


estava acompanhando as palestras de inovação de engenharia, afinal,
eram 20 mil pessoas! Só para você ter uma ideia, recebi fotos de grupo
de engenheiros se reunindo para assistir às palestras. Vi coordenações
de engenharia civil organizarem eventos em seus auditórios lotados para
transmitir ao vivo as palestras do congresso. Profissionais de renome,
bem conceituados no mercado e com livros publicados, se tornando
professores dos cursos do Inova Civil.

Com tudo isso, enxerguei uma comunidade de inovação nascendo dentro


da construção civil, algo que vai muito além do próprio Inova Civil.

Todo esse movimento tem um motivo: nós, profissionais da construção


civil, não aguentamos mais ver tanta desorganização e amadorismo
dentro das construções brasileiras. BASTA! Queremos ter voz de inovação,
acreditar em mudança e propor melhorias nos processos.

Quem disse que não se mexe em time que está ganhando? Se fosse
assim, a Ford não deveria ter criado carros, e sim trazido cavalos mais
fortes e rápidos.

Podemos mudar constantemente em busca de eficiência, desde que os


riscos sejam analisados e minimizados.
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BIM BOOK | INOVA CIVIL

Este livro é resultado desse pensamento.


Decidi colher diversas informações que existem
espalhadas e desorganizadas por aí para que
você possa enxergar, de forma direta, o funciona-
mento do BIM.

Compilo aqui conhecimentos que adquiri durante


minha jornada no Inova Civil.

Meu objetivo é que você, ao ler este livro, entenda


o ritmo atual de mudança na engenharia civil e
como o BIM está sendo uma plataforma para que
isso aconteça.

Vamos lá?!

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ERAS DE
TRANSIÇÕES
O conhecimento histórico que temos hoje nos
mostra que a sociedade já passou por diversas
mudanças de eras, ou seja, períodos em que
acontecimentos mudaram o modo de vida das
pessoas, transformando a cultura e até mesmo
o ambiente em que estavam inseridas.

Para entender o que passamos hoje e poder


projetar o futuro, é necessário relembrar as
grandes mudanças de era que ocorreram
antigamente.

Historicamente podemos visualizar essas mu-


danças de uma forma condensada dividindo-as
em “três grandes mudanças de eras”:

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BIM BOOK | ERAS DE TRANSIÇÕES

ERA AGRÍCOLA

Na era agrícola, o homem era voltado para as atividades necessárias à


sua sobrevivência, como a alimentação. Nesse período, deixou de ser
nômade e passou a se estabelecer em locais fixos, a viver em sociedade e
a adotar novas práticas para conseguir alimento e se locomover.

Foi quando se iniciaram práticas como a agricultura, a utilização de ani-


mais para auxiliar no transporte e o desenvolvimento de ferramentas
como a enxada, que, na época, era uma tecnologia.

Nesse período também surgiram algumas pequenas indústrias domici-


liares, para produção de roupas de couro ou de fibras de plantas, e o
comércio a longa distância se tornou possível com os transportes tracio-
nados por animais.

Essas práticas permaneceram por séculos com poucas


mudanças, mas, à medida que a sociedade crescia
e os recursos ficavam cada vez mais escassos, a
demanda por produção de bens tornava-se
cada vez maior.

Logo, para suprir essa necessidade, foi


necessária uma mudança na forma de
produzir, que acarretou uma transfor-
mação no modo de vida das pessoas.

A evolução da tecnologia e a criação


dos novos métodos de fabrica-
ção nos levaram para uma
nova era, caracterizada
pelas indústrias e pela pro-
dução de bens em larga escala.

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ERAS DE TRASIÇÕES | BIM BOOK

ERA INDUSTRIAL

A era industrial teve início no século XVIII e representou a mu-


dança de uma economia agrária e artesanal para uma economia
industrial. A produção de bens passou a ser muito maior, pois agora
era feita em larga escala e de modo bem mais automatizado.

As máquinas e linhas de montagem foram introduzidas nas


fábricas, e novas fontes de energia, como o petróleo, foram
descobertas. Essas fontes de energia garantiam combustível
para as grandes máquinas das fábricas e para as locomotivas a
vapor, que realizavam o transporte de pessoas e matéria-prima.

Nesse período, o setor industrial cresceu rapidamente, e a popu-


lação, que ainda vivia no campo, começou a migrar para a cida-
de em busca de emprego nas fábricas. A classe operária, antes
pequena, se tornou a mais numerosa na sociedade da época.

A população, antes rural em sua maioria, passou a se concentrar


nos centros urbanos. Essa nova dinâmica causou grandes mu-
danças na vida tanto no campo quanto nas cidades, além de ter
tido uma grande influência na economia mundial por fortalecer
o sistema capitalista.

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Todo esse crescimento só foi possível por conta do desenvol-


vimento da tecnologia. Por isso, boa parte do dinheiro obtido
no setor era destinada a descobrir novas formas de tornar a
produção cada vez maior e mais eficiente.

Com esse crescimento tecnológico, a produção de bens passou


a ser progressivamente mais automatizada, e os operários agora
começavam a ser substituídos por máquinas que realizavam a
mesma função que eles com uma eficiência muito maior.

Em consequência dessa automação, o trabalho operário come-


çou a entrar em declínio. A partir desse período, a demanda
por operários para realizar trabalhos braçais tornou-se muito
menor e a demanda por profissionais especializados começou
a crescer.

Nesse contexto, no início do século XX, dois séculos após a


industrialização, teve início a era da informação, a qual estamos
vivendo atualmente e que sem dúvidas é a que mais trouxe
mudanças em um pequeno intervalo de tempo.

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ERAS DE TRANSIÇÕES | BIM BOOK

ERA DA INFORMAÇÃO

Na era da informação, ou era digital, que começou em meados


da década de 70, as transformações acontecem em uma velo-
cidade bem maior em relação aos períodos anteriores. A cada
descoberta tecnológica, a capacidade de armazenar e processar
informações aumenta, impulsionando novas descobertas e dando
mais velocidade às mudanças.

Agora, as notícias, as informações e os produtos se espalham


rapidamente. Quando um novo aparelho ou uma nova tecnologia
são criados, já se contam as horas para que estejam disponíveis
para consumo, impactando a sociedade.

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BIM BOOK | ERAS DE TRANSIÇÕES

Graças a essas mudanças, para ter acesso a um livro não é mais necessário
visitar uma biblioteca ou livraria, basta procurar na internet sua versão
digital; para pedir comida, basta acessar um aplicativo e fazer a escolha;
aplicativos como o Uber estão começando a transformar os hábitos de
locomoção; as máquinas estão cada vez mais presentes em todos os lu-
gares e também mais independentes, já existem até mesmo carros autôno-
mos, que não precisam de motorista.

Uma das maiores demonstrações desse crescimento é a Lei de Moore,


proposta pelo químico Gordon Earle Moore em 1965. Essa lei prevê que a
capacidade de processamento dos computadores (informática geral, não
os computadores domésticos) dobra a cada 18 meses, sem aumento de
custo, de gasto energético ou de tamanho do processador.

Para ter ideia do que isso significa, basta pensar que nos anos 70
um aparelho com a capacidade de processamento equivalente à dos
smartphones atuais precisaria de um processador do tamanho de uma
vaga de estacionamento.

O fato de a capacidade de processamento aumentar é reflexo do desen-


volvimento da ciência como um todo.

Ou seja, a tecnologia cresce de forma exponencial. Poucas vezes na


história uma teoria conseguiu prever com tanta precisão como o desen-
volvimento aconteceria.

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ERAS DE TRANSIÇÕES | BIM BOOK

Todo esse crescimento teve início por volta dos anos 50 e de lá para cá
tem sido progressivamente mais acelerado. Nesses quase 70 anos, tive-
mos um avanço maior do que nos quase dois séculos de industrialização.
O crescimento que na era industrial acontecia quase linearmente agora
acontece de forma exponencial.

O modo de pensar e produzir segmentado e repetitivo da industrialização


perde espaço para o modo conectado e multidisciplinar da era digital.
O mercado absorve cada vez mais tecnologias e requer profissionais pre-
parados para lidar com elas.

Aqueles que conseguem ver as mudanças que se aproximam e se pre-


param para elas são os que se destacam. Aqueles que acompanham a
mudança permanecem competitivos no mercado, enquanto aqueles que
não se adaptam acabam perdendo espaço cada dia mais.

Antigamente, nossa educação era pautada em absorver mais e mais


informação. Isso era reflexo de uma cultura em que a busca por conheci-
mento era difícil – as enciclopédias eram o nosso atual Google.

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BIM BOOK | ERAS DE TRANSIÇÕES

Com o desenvolvimento do acesso a informações que a era


digital nos proporcionou e com as constantes transformações
que têm ocorrido em menos tempo, surgiu uma nova habilidade
a ser explorada no ser humano referente à educação.

O fato é que conseguimos ter acesso a informações de uma for-


ma rápida, mesmo sem nunca termos treinados a conectá-las e
gerar um novo sentido prático.

E a frase acima destaca o cerne da palavra inovação.

A partir de hoje, para nos tornarmos profissionais que geram


resultados, não poderemos nos contentar com o conhecimento
adquirido. Teremos que nos atualizar constantemente e gerar
novas conexões de conhecimento. Afinal, como diz a Lei de
Moore, em pouco tempo o que você sabe já se torna obsoleto.

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ERAS DE TRASIÇÕES | BIM BOOK

Como essas mudanças de era são inerentes à sociedade, a


construção civil não está isenta delas. A revolução do concreto
armado e a mudança da prancheta para o AutoCAD são apenas
dois exemplos dentre as várias transformações que ocorreram
na engenharia civil ao longo dos anos.

A revolução do uso do aço na


construção civil aconteceu no
final do século XIX, com o sur-
gimento do concreto armado.
A partir de então foi possível
construir edifícios cada vez
mais altos.

O Edifício Ingalls é conhecido


como o primeiro arranha-céu
do mundo. Ele foi construído
em concreto armado e possuía
apenas 15 andares, mas naquele
período a sua altura já era im-
pressionante. Após a sua inau-
guração, um jornalista passou a
noite com a câmera apontada
para ele, esperando que o prédio
desabasse, pois não acreditava
na possibilidade de que uma estrutura de concreto daquele
tamanho fosse se manter intacta por mais que alguns dias.

Essas transições mostram que a construção civil está se desen-


volvendo, porém, a passos mais lentos do que o resto do mundo.
Isso fica evidente na comparação entre a engenharia civil e as
outras engenharias. Ao analisarmos a engenharia mecatrônica,
por exemplo, que desenvolve automações e linhas de mon-
tagem, temos a sensação de estarmos ficando para trás, de

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ERAS DE TRANSIÇÕES | BIM BOOK

estarmos em uma engenharia muito arcaica, com


menos absorção de inovações.

A mudança da prancheta para softwares de


desenho técnico (como o AutoCAD) também é
um avanço dentro da construção civil.

Por conta dessa informatização, foi possível au-


mentar a produtividade dos projetistas e colocar
grandes projetos em um simples disquete
(se você não sabe do que se trata, coloca no Goo-
gle; é o pendrive de antigamente).

Porém, observando com mais calma, a metodo-


logia de projetos continua a mesma. O que mu-
dou foi que o mesmo desenho, antes feito à mão,
passou a ser realizado no computador.

Dessa forma, é discutível analisar se houve um


salto de qualidade para o cliente final.

A metodologia continua a mesma. O processo de


produção dos projetos não teve melhorias.

Portanto, por mais que tenha havido avanços em


diversas áreas da construção, ainda vivenciamos
grandes problemas e vícios metodológicos, que
minam nossa capacidade de produzir mais.

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PROBLEMAS ATUAIS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL

Durante a execução de nossas obras, ainda


vivenciamos problemas que se arrastaram por
gerações dentro da construção civil. Cada pro-
blema que será abordado a seguir pode até ser visto
por alguns como algo normal da construção. Esse
pensamento, inclusive, é reflexo de um dos pon-
tos que serão discutidos.

Conforme a tecnologia evolui, novas portas se


abrem para que os engenheiros e arquitetos
possam ter novas ideias com maior nível de
complexidade, aumentando a quantidade de
detalhes e o número de disciplinas da obra.
A Lei de Moore, discutida anteriormente, é

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BIM BOOK | PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

fielmente replicada aqui. Se a tecnologia cresce, as construções


também se tornam mais complexas.

No entanto, a base de criação e execução de projetos não


se altera. Se a base metodológica não sustentar esse aumento
de complexidade que os projetos vêm adquirindo, simplesmente
não irá performar. De nada adianta você ter uma Ferrari com
pneu de Fusca.

Isso acontece na construção civil. Podemos aumentar nossa


tecnologia nos métodos construtivos, porém, se ainda tiver-
mos erros simples de processos básicos, o custo de novas
tecnologias disparará, e a transformação ficará cada vez mais
difícil.

A metodologia de execução e o planejamento presente em


grande parte das obras brasileiras atualmente favorecem que
medidas de urgência dentro das obras sejam cada vez mais
comuns.

Você já presenciou uma obra com muitos “incêndios” a se-


rem apagados? Com muitas atividades de última hora, e
tudo sendo considerado “para ontem”?

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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

Será que isso é normal?


Deve ser assim sempre?

O que estou querendo dizer é que as obras serão executadas, sim. Porém,
com muitos retrabalhos e desperdícios.

Como consequência do aumento da complexidade dos projetos, está ine-


rente o aumento do número de profissionais realizando projetos cada vez
mais específicos.

Portanto, quando estamos na fase de projetos, buscamos o profissional


específico para cada área, de forma que o projeto seja o mais otimizado
possível para o objetivo da obra.

Em geral, primeiramente se pensa no arquiteto para o esboço geral do


projeto. Na mente do incorporador, é desejável um empreendimento que
possua estética agradável, vendável e com espaços bem aproveitados.

O arquiteto, em sua posição, irá pensar e se esforçar ao máximo para


enxergar um projeto exequível e que supra as expectativas de seu
cliente. Em geral, grande parte dos arquitetos utiliza softwares de
desenhos técnicos em 2D na hora de projetar. Um exemplo desse tipo
de software é o AutoCAD.

Esses softwares de desenho 2D são um suporte ao desenho que antes


era feito na prancheta, e que agora se realiza no computador, de forma
digital.

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BIM BOOK | PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Como o processo é o mesmo do desenho na prancheta, o


arquiteto realiza todas as vistas e todos os cortes de forma
individual, desenhando linha por linha, cada planta de corte
e de vista separadamente, até que todas estejam em algu-
ma harmonia. E caso haja alteração de projeto, “basta” alterar.
Cada planta. Linha por linha.

Ou seja, nesse processo os riscos de haver algum erro no pro-


jeto aumentam, e muitas vezes há grande perda de tempo con-
ferindo se todas as plantas estão coerentes entre si.

Depois disso, é preciso planejar os projetos estruturais, elé-


tricos e hidráulicos (os chamados projetos complementares).
Esses projetos devem ser viáveis financeiramente e se encaixar
no projeto arquitetônico para a execução do projeto.

Nesse momento, há um problema que muitos profissionais


com a mente na metodologia tradicional não notam. Algumas
alterações no projeto arquitetônico poderiam influenciar dire-
tamente a economia e eficiência dos projetos complementares.
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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

Mas os projetos são feitos de forma separada. Assim, uma comunicação


ineficaz entre eles acaba inviabilizando a realização de forma colaborativa.

Quando o calculista estrutural observa o projeto arquitetônico, percebe


que uma simples mudança de abordagem economizaria alta porcen-
tagem de aço e de concreto. Dessa forma, sugere uma mudança ao
arquiteto.

Ao receber a sugestão, o arquiteto tem um retrabalho para refazer boa


parte do projeto que já estava em uma fase avançada. Por isso, uma cria-
ção que se baseia em coordenação e colaboração teria uma efetividade
maior quando comparada à realização de um projeto passo a passo.

Porém, a comunicação entre o arquiteto e o projetista estrutural, muitas


vezes, ocorre por meio de representações gráficas 2D. Ainda que o arqui-
teto tenha empregado tempo desenvolvendo e desenhando o projeto,
após estudar ao máximo e desenvolver todas as informações, ele repassa
isso para plantas 2D em um desenho técnico.

Ou seja, o projeto que sai do escritório de arquitetura, além de demandar


tempo do calculista para entender de forma fidedigna o conheci-
mento gerado pelo arquiteto, nunca oferece visualização exatamente
igual a este.

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BIM BOOK | PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A situação acima baseava-se apenas em dois projetos, o arquitetônico


e o estrutural. Há ainda o momento em que esses dois projetos estão li-
gados intimamente também ao projeto elétrico, ao hidrossanitário e ao
cronograma da obra, cada projeto sendo criado de forma separada, sem
comunicação efetiva de colaboração. A essa mistura de projetos, adicio-
na-se a alta complexidade que está sendo cada vez mais exigida dentro
de cada um deles.

Quando todos estão prontos e impressos, são enviados ao gestor da obra


para que ele consiga executar esse quebra-cabeça de projetos que, geral-
mente, não se encaixam.

Como são feitos isoladamente, é comum que ocorram choques entre


eles, como tubulações atravessando um elemento estrutural, instalações
atingindo o nível do forro ou mesmo pilares e vigas interferindo na arqui-
tetura do imóvel.

Além disso, a ordem em que as equipes realizam suas atividades também


é extremamente importante para evitar retrabalhos e desperdício de ma-
terial. Por exemplo, em todos os pavimentos a instalação elétrica precisa
ser feita antes do revestimento, logo, essas equipes não podem estar tra-
balhando em um mesmo local ao mesmo tempo. A equipe de instalações
precisa ser sempre a primeira.

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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

Em resumo, não há incompatibilidade somente entre projetos, presen-


ciamos esses choques também quando adicionamos o cronograma a
todo esse conjunto.

Além disso, é importante que o material esteja sempre disponível para


que a obra nunca pare. Mas excesso de material no canteiro pode
causar uma dificuldade em estocá-lo de maneira adequada, causando
problemas de logística ou mesmo o danificando.

Gerenciar todos esses detalhes em uma obra, na maioria das vezes, é


um verdadeiro caos, e a tendência é que ocorram imprevistos com os
fluxos tanto de materiais quanto de equipes.

Agora, concentre-se no seguinte pensamento: imagine você dentro do


canteiro sendo o gestor da obra.

No momento em que houver um “choque” entre disciplinas, ou seja,


uma incompatibilidade, será necessário ter sangue-frio para ver a obra

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BIM BOOK | PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

ser paralisada e entrar em contato com todos os projetistas


buscando desenvolver a melhor solução.

Enquanto os projetistas estiverem decidindo a melhor solução


e a comunicação obra/escritório estiver sendo realizada, o
“taxímetro” da obra continuará rodando. Os custos continuarão
sendo cobrados, e a obra estará completamente parada.

Como gestor de obra, pressionado de todos os lados


pelos clientes e pelo incorporador, o que você faria?

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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

A solução de alguns deles é “jogar os projetos para o alto”


e fazer gambiarras de projetos. Ou seja, negligenciar a
decisão dos projetistas e realizar da forma que parecer mais
conveniente naquele momento.

Tudo isso resulta em projetos completamente diferentes do


modo como foram planejados inicialmente pelos projetistas,
gerando patologias futuras e retrabalhos desnecessários no
decorrer da obra.

Agora, coloque-se no lugar do projetista. Imagine ver seu pro-


jeto tão bem pensado sendo completamente desconfigurado
sem ter ao menos a oportunidade de propor uma solução que
poderia ser bem melhor do que a tomada pelo gestor da obra.

Essas gambiarras se tornam um efeito dominó de desperdícios


e mudanças de projetos. O mais irônico acontece ao final: o
“as built”, documentação do que foi construído, em geral, é
diferente dos projetos atribuídos à construção no início do pla-
nejamento.

E sabe qual seria o momento mais barato de corrigir esses


problemas? Ainda na fase de projetos!

Mas isso é óbvio, certo?


Então, por que simplesmente não corrigem?

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BIM BOOK | PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A resposta é simples: a metodologia empregada não permite o compar-


tilhamento de informações precisas.

Outro grande problema que surge no setor da construção civil por conta
da falta de compartilhamento de informação é a falta de precisão.

Em outras engenharias, como mecânica e mecatrônica, é comum o uso de


precisões milimétricas, ao passo que na construção civil, principalmente
no canteiro de obras, é possível visualizar que aferições de medidas sejam
realizadas por aproximação e com base em “achismos”. Esses pequenos
detalhes acabam prejudicando a qualidade da obra e, muitas vezes, au-
mentando os custos.

Uma situação comum, que presenciamos até hoje no canteiro de obras, é


o setor de compras precisar saber, durante a execução do serviço, qual a
quantidade de material necessário para realizar o revestimento cerâmico.

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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

Por conta das constantes mudanças nos projetos e da falta de organi-


zação no planejamento, abre-se espaço para que o quantitativo deixe de
ser determinado em projeto e passe a ser calculado no momento da
execução. Portanto, é possível tirar os quantitativos seguindo o projeto
(que não está mais sendo respeitado) ou simplesmente perguntando a
algum dos operários que farão aquela atividade.

Pode parecer estranho, mas é comum que profissionais da construção


(engenheiros ou arquitetos) perguntem ao operário a quantidade de
material que ele precisará para concluir determinado trabalho.

O operário, por sua vez, irá contar quantos palmos ou, se a distância for
um pouco maior, quantos passos serão necessários e irá considerar, por
exemplo, que cada passo corresponde a um metro. Provavelmente a
resposta que o engenheiro irá receber é algo do tipo: “preciso de uns
cinco palmos” ou “mais ou menos uns quatro metros”.

Além disso, é comum que esse problema de quantitativo resulte em novas


compras do mesmo material, por ter sido subdimensionado no momento
do “cálculo” realizado dentro do canteiro. Novamente, faz-se necessário
abrir uma requisição de compra. Se o volume de compra tivesse sido
maior no início, seria mais fácil realizar uma negociação com o fornecedor
para reduzir o preço.

Não é difícil concluir que essa imprecisão resulta em um pequeno erro,


seja ele de 5, 10, 15 ou 20 centímetros. De pouco em pouco, vai-se acumu-
lando essa ineficiência ao longo da obra e gerando um grande desperdício
de material e, consequentemente, um aumento no custo final da obra.

O mais irônico é que por vezes a culpa do cálculo equivocado recai sobre
o funcionário que realizou o quantitativo, quando, na verdade, essa culpa
está na metodologia completamente amadora aplicada na obra.

Pensando nas outras engenharias, é surreal imaginar um engenheiro auto-


mobilístico perguntando ao funileiro a quantidade de material necessária
para terminar os automóveis restantes. Nas outras engenharias, a padro-
nização existe.
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FALTA DE PADRONIZAÇÃO

Em todas as indústrias, a padronização é um dos principais fatores con-


siderados, senão o principal, quando se fala em ganho de produtividade.
Indústrias de equipamentos eletrônicos e automobilísticas, por exemplo,
trabalham sempre com níveis de padronização impressionantes, e essa é
a base para ganhar não só produtividade como também qualidade.

Apesar desse fato, na construção civil o nível de padronização é baixís-


simo, e em obras em que um apartamento ou uma casa são produzidos
várias vezes, como em projetos do programa Minha Casa Minha Vida,
não ter uma padronização significa prejuízo financeiro e na qualidade
final do produto.

Na construção civil existem diversas variá-


veis importantes. As instalações elétri-
cas e hidráulicas podem ter vários
caminhamentos, as espessuras
de impermeabilização ou das
argamassas de revestimento
podem ser diferentes para cada
execução de projeto. Todos es-
ses detalhes são extremamente
importantes quando pensamos
em grande escala.

Imagine a construção de um
conjunto habitacional em que as
casas são replicadas várias vezes
e em cada uma delas a espessu-
ra dos revestimentos é diferen-
te. Se essa espessura for muito
grande, haverá um desperdício

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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

de material, mas se for muito pequena, a qualidade do produto será


prejudicada.

Em cada execução, há um profissional diferente, com uma “mão” dife-


rente para colocar determinada quantidade de material na espessura do
contrapiso, por exemplo. Apesar de o mesmo projeto ser replicado várias
vezes, não podemos nos enganar. Serão equipes diferentes fazendo a
mesma atividade, então, se não for determinado um padrão, dificilmente
o trabalho será feito sempre do mesmo modo.

Pequenos detalhes como esses devem ser padronizados. As escolhas do


caminhamento mais eficiente e econômico para as instalações e da es-
pessura ideal para cada argamassa aplicada são apenas alguns exemplos
das diversas variáveis e da importância de defini-las para evitar desperdí-
cios de materiais e manter a qualidade do produto.

A padronização evita gambiarras realizadas por funcionários quando


você não está supervisionando-os.

Porém, como a padronização é realizada na fase de projetos, como


poderíamos garantir que ela fosse respeitada nessa fase se não há uma
comunicação assertiva entre os projetistas e os gestores da obra?
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AMBIENTE
ADVERSO A INOVAÇÕES

Além desses problemas, há também uma barreira cultural:

A aversão a inovação. Mudanças culturais tendem a ser complicadas,


principalmente em uma profissão que existe há séculos.

Isso tem um motivo: como as ferramentas e técnicas são passadas de


geração em geração, cria-se a mentalidade do “sei como funciona”; e as-
sim, muitas vezes, profissionais acabam fechando os ouvidos por acreditar
que já sabem determinada técnica ou solução.

Na construção civil, algo muito semelhante acontece. Muitos profissionais


de todos os níveis, desde serventes até pedreiros, mestre de obras,
engenheiros e empresários – se atêm ao que conhecem por saber que
aquilo, ainda que às vezes não seja o mais eficiente, funciona.

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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

Não estou julgando, pois em diversas áreas há muitas pessoas


assim. Às vezes parece melhor utilizar o time que se sabe que
está ganhando do que ir atrás de mudar uma peça ou outra. A
diferença é que, atualmente, na construção civil, muitas vezes o
time não está ganhando.

Na verdade, está perdendo e de goleada,


mas a pessoa ainda não sabe.

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BIM BOOK | PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Há alguns anos, a alta margem de lucro atuava a favor do construtor.


Tornava-se mais lucrativo buscar novas obras e aumentar o número de
canteiros em construção do que se policiar para cortar ao máximo os
desperdícios.

Em várias áreas, é muito comum escutar a frase:

“Sempre fiz assim, estou fazendo assim e


vou continuar fazendo. Afinal, mudar para quê?”

No entanto, vivemos em um período em que a ampla concorrência


dentro da construção está brigando por cada vez menos clientes dispostos
a pagar. Portanto, dificilmente enxergaremos formas de cobrar mais pelo
nosso produto (aumento de receita). Por mais que achemos que não, a
solução imediata para gerar lucro em um ramo com margens mais e mais
apertadas está na redução de desperdícios.

Um ponto importante a frisar: redução de desperdício deve ser traduzida


no corte de atividades que não agregam valor à obra. Caso o construtor
decida cortar custos diminuindo a qualidade, é muito provável que haja
alguma complicação na realização final da venda do empreendimento.

Traduzindo:
Vivemos em um período de inflexão.

Na matemática, o ponto de inflexão é responsável por uma brusca


mudança de direção após uma determinada coordenada. O mercado tem
certa semelhança com esse fenômeno.

O período de transição tecnológica na execução de projetos e obras pelo


qual estamos passando será determinante para o futuro das empresas
lucrativas e dos engenheiros e arquitetos que continuarem no mercado.

Quando esse período de transição passar, vamos olhar para trás e pensar:
os profissionais que fizeram determinada ação no ponto de inflexão se
tornaram referência no mercado atual.

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MAS FICA A PERGUNTA:


QUE AÇÃO
É ESSA?

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BIM BOOK | PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Eu acredito que essa determinação vem de o profissional


entender que o que passou, já passou.

A necessidade de implementar inovações na metodologia de


processo na obra deve ser atrelada à experiência de campo que
o construtor já tem. Não há mais tempo para continuar fazendo
a mesma coisa em um mercado no qual a concorrência quer se
atualizar e as receitas de faturamento tornam-se cada vez mais
apertadas.

O ser humano só administra aquilo que é escasso. No momento


em que há uma abundância em determinada situação, por mais
importante que ela seja, a vontade de progredir torna-se gra-
dativamente menor.

Levando a um campo mais extremo para que a analogia fique


clara: você, enquanto lê este livro, está respirando. O oxigênio
disponível para você é abundante, e, apesar de ser muito impor-
tante, você não administra quantas vezes respira diariamente.

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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

Portanto, a implementação de estratégias de redução de cus-


tos será a chave para superar os desafios, como o alto grau
de exigência dos clientes, as margens de lucro apertadas, o
mercado competitivo e uma economia completamente ins-
tável.
Estratégias essas que também possuem a capacidade de au-
mentar drasticamente o compartilhamento de informações
e a padronização dos números, reduzindo os problemas dis-
cutidos anteriormente.
Mesmo em ambientes adversos a inovação, eu duvido que
uma metodologia de redução de custos já testada em várias
obras e bem apresentada não seja convincente para o empre-
sário ou o gestor da obra.
No momento em que você for o profissional vetor dessa
transformação, capaz de aliviar os problemas listados neste
capítulo dentro das empresas com o uso de conhecimentos
inovadores, você será o profissional que aproveita o ponto
de inflexão a seu favor.

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BIM BOOK | PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Imagine o seguinte cenário:

O ano é 1818. O nosso amigo Bruce precisa percorrer 15 quilômetros.


Bruce é considerado um excelente corredor e conseguiria fazer isso com
certa facilidade e rapidez em relação a outros velocistas.

Ele sabe que chegará ao final com absoluta certeza e, além disso, sabe
exatamente em quanto tempo conseguirá completar o percurso.

Então, Bruce vê no jornal o surgimento de uma inovação que o permitiria


fazer o mesmo percurso em até um terço do tempo estipulado para a sua
corrida.

Essa inovação o interessa, e Bruce vai ao encontro dela.

A caminho da apresentação dessa invenção, que aconteceria no Parque


Luxemburgo, em Paris, ele esbarra em um celerífero, ou como conhecido
atualmente, uma bicicleta. A reação de Bruce é ignorar absolutamente
aquela invenção e começar a correr seu percurso.

Durante seu trajeto, ele vê pessoas que, até aquele momento, nunca
sequer haviam chegado perto dele na corrida ultrapassá-lo ainda no
começo do percurso – graças à utilização da bicicleta.

Indignado, Bruce para na primeira loja que vê e compra uma bicicleta.


Assim que ele se posiciona para começar a conduzi-la, a primeira queda
acontece. Após seis metros, a segunda queda. Doze metros depois, a
terceira queda.

Dessa forma, Bruce começa a se questionar: será que a bicicleta é para


ele? Será que funciona para o tipo corporal dele?

Se você estivesse ao lado de Bruce, provavelmente iria dizer a ele que


deveria continuar tentando, que logo iria conseguir fazer aquele percurso
de uma forma bem mais rápida. Porém, na cabeça de Bruce, esse tempo
de aprendizado não existe, e ele logo abandona a bicicleta para continuar
sua corrida. Afinal, para ele, não se mexe em time que está ganhando.
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PROBLEMAS ATUAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | BIM BOOK

Você, querido leitor, ao ler este livro, já está na fase de descoberta da


sua “bicicleta da construção”. Em comparação ao Bruce, este capítulo
é a fase em que você está indo ver a bicicleta no Parque Luxemburgo.

Portanto, sinto-me na responsabilidade de ser o amigo que o Bruce


precisou no momento que teve dificuldade em começar a conduzir a
bicicleta e de mostrar a você que a Metodologia BIM é uma solução
que pode fazer com que você consiga se tornar referência dentro da
construção civil, um profissional capaz de solucionar os erros anali-
sados até aqui neste livro.

No próximo capítulo, você será apresentado ao BIM, uma metodologia


que mudará seu raciocínio em projetos, planejamento e gestão.

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O QUE É
BIM?

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BIM BOOK | O QUE É BIM?

A definição de BIM, segundo a Building Smart, organização mundial de


desenvolvedoras de tecnologia para o setor da construção, é a seguinte:

“Representação digital das características físicas e


funcionais de uma edificação, que permite integrar
de forma sistêmica e transversal às várias fases do
ciclo de vida de uma obra com o gerenciamento de
todas as informações disponíveis em projeto, formando
uma base confiável para decisões durante o seu ciclo
de vida, definido como existente desde a primeira
concepção até à demolição.”

Certo! Para ser sincero, se eu estivesse me deparando pela primeira vez


com esse conceito, acharia legal, mas não teria entendido seu real signi-
ficado. Então, na prática, o que isso significa?

A sigla BIM significa Building Information Modeling, ou, em português,


Modelagem da Informação da Construção. Para ficar mais claro, vou
contar o que aconteceu comigo em uma visita técnica a um escritório de
desenvolvimento de inovações.

Nessa visita, visualizei uma impressora 3D imprimindo várias engrena-


gens. Essa impressão já durava horas.

Logicamente, por curiosidade, perguntei ao responsável técnico o que


era aquilo e por qual motivo eles estavam imprimindo aquelas engrena-
gens e a resposta foi a seguinte:

É mais barato errar na fase de planejamento


ou na de execução dessas engrenagens?

Quando enviado para a fábrica, nenhum projeto pode ir com erro;


portanto, testamos em baixa escala na impressora 3D. Se estiver “tudo
encaixadinho”, enviamos à fábrica, caso contrário, revemos o projeto.
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E foi na resposta daquele profissional que achei a definição perfeita para


explicar o que é BIM.

Basicamente, o BIM faz o trabalho daquela impressora 3D na fase de


projetos. Antes de a obra começar a ser construída, realiza-se a construção
com todos os detalhes no computador. É justamente daí que vem o con-
ceito “construção virtual 3D”.

O BIM é a modelagem gráfica de todas as informações contidas em uma


construção.
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BIM BOOK | O QUE É BIM?

Portanto, voltando ao conceito da palavra BIM (Modelagem da Infor-


mação da Construção), nós recolhemos as informações dos projetos
e as modelamos. Dessa forma, conseguimos simular a construção do
edifício durante todo seu ciclo de vida, desde a fase pré-obra, passando
pelo ciclo operacional, que engloba, por exemplo, eficiência energética,
até a demolição.

Acima, refiro-me a informação dos projetos. Mas, afinal, o que seriam


essas informações?

Todos os dados que se referem à obra podem ser vistos como infor-
mação: altura do edifício, FCK do concreto, dimensões da viga, tempo
de execução de determinada atividade, custo por metro quadrado de
porcelanato, gasto energético de aparelhos eletrônicos etc.

Quando é possível reproduzir todas essas informações da construção


de forma gráfica, ou seja, modelá-las, você está utilizando o conceito
BIM como base.

Estabelecendo uma analogia com a engenharia mecânica, por exemplo,

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O QUE É BIM | BIM BOOK

antes de investir alto na criação de determinada máquina, toda a


operação é simulada em computador para garantir que cada componente
se encaixará de forma perfeita.

Afinal, imagine se uma peça não se encaixasse a outra, mas isso só fosse
descoberto durante a montagem? Você pode imaginar o problema que
isso traria.

Com o BIM, conseguimos trazer essa previsão para a construção civil.

Quando é mais barato corrigir erros de projetos? Logicamente, na fase de


projetos. Caso contrário, realizando essas alterações durante a execução,
há grande probabilidade de gerar retrabalhos, e retrabalho é desperdício
de dinheiro.

Desse modo, é fácil enxergar que o BIM é uma metodologia, uma forma
de trabalhar e integrar os projetos. Posteriormente neste livro, vamos
discutir os softwares e as dimensões que fazem com que essa metodologia
seja seguida.

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BIM BOOK | O QUE É BIM?

AS DIMENSÕES

A Metodologia BIM vai do BIM 3D ao BIM 7D, e cada dimensão


está relacionada com a quantidade de informação que será
adicionada ao projeto.

• 3D: Representação tridimensional da construção


(Construção Virtual 3D)

• 4D: Análise da duração/do tempo


(Planejamento de Obras)

• 5D: Análise dos quantitativos/custos


(Orçamento de Obras)

• 6D: Avaliação da sustentabilidade

• 7D: Fase de gestão pós-obra

No Brasil, o BIM está mais difundido até o BIM 5D.


Portanto, neste livro, iremos discutir melhor
essas dimensões.

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O QUE É BIM | BIM BOOK

O BIM 3D

O BIM 3D é a construção virtual 3D de todo o empreendimento.


Com essa metodologia, é possível visualizar a obra construída e
todos os projetos referentes à construção integrados: arquite-
tônico, estrutural, hidráulico e elétrico.

Fazendo essa integração, é possível detectar qualquer incom-


patibilidade entre os projetos, como encanações que passam
por vigas ou colunas, instalações aparentes ou elementos
estruturais que interferem na arquitetura.
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BIM BOOK | O QUE É BIM?

Imagem de incompatibilidade retirada da Formação Inova BIM

Além dessa compatibilização, com os softwares que possuem


suporte ao conceito BIM também é possível inserir parâmetros
em cada objeto.

Por exemplo: no AutoCAD, quando realizamos um projeto, não


conseguimos informá-lo que determinada linha é uma parede.
O software não entende a diferença entre aquela linha e qual-
quer outra.

Já no Revit, que é, atualmente, o software de construção virtual


3D em BIM mais disseminado no Brasil, é possível associar
parâmetros aos objetos. Dentro do Revit podemos informar que
uma porta é realmente uma porta e inserir outras informações
referentes àquele bloco, como custo e especificações técnicas.

Isso significa que os softwares BIM são paramétricos, ou seja,


possuem parâmetros inseridos no projeto que não necessa-
riamente estão sempre sendo visualizados quando se olha a
modelagem. Para visualizá-los, pode ser necessário selecionar
determinado bloco. Assim, ao adicionar concreto ao programa,
por exemplo, ele entenderá que aquele material é concreto,
além de saber suas especificações, como resistência à compressão.
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O QUE É BIM | BIM BOOK

Ter esses parâmetros bem produzidos no momento da constru-


ção virtual 3D nos auxiliará na realização das dimensões futuras.

No caso de paredes, é possível informar ao software que certa


parede possui alvenaria cerâmica com determinada volumetria,
uma espessura específica de chapisco, emboço, reboco, além
da tinta utilizada.

Outra grande diferença entre o AutoCAD e o Revit é a facilidade


para realizar alterações no projeto.

Certa vez, em uma conversa com o arquiteto Everton Amaranto,


discutimos justamente esse benefício. Como a conversa foi
gravada, vou transcrever o que foi dito:

Eu trabalhei em um escritório focado no alto

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BIM BOOK | O QUE É BIM?

Everton Amaranto

padrão durante cinco anos. Em


determinado período, tínhamos
um projeto que era uma residên-
cia de 2 mil m². Nesse empreen-
dimento, existia uma janela que se
localizava no depósito e durante obra
percebeu-se que a janela interferia na fachada.

Chegando na obra para analisar a situação, decidimos por


eliminar a janela, já que não afetaria o ambiente. Quando
chegamos ao escritório, o que deveríamos fazer? Excluir
a janela de todos os projetos. Contudo, nós tínhamos
projetos de arquitetura, de pontos de elétrica, de hidráulica,
projetos de interiores. Eram mais ou menos 10 arquivos
em AutoCAD. Em cada arquivo tínhamos vários projetos
executivos lá dentro.

Nós tiramos essa janelinha de 60x60 do arquitetônico, da


planta, dos cortes, das elevações, de tudo. Depois, abrimos
o de pontos de hidráulico e repetimos a mesma dose de
trabalho: retirar a da planta, dos cortes, das elevações…
Onde essa janelinha aparecia nós eliminamos do DWG.

Me lembro que a sócia do escritório perguntou ao arqui-


teto assim: “O que você fez hoje?”. E ele respondeu: “Passei
o dia retirando uma janelinha do projeto”.

Eu estava na mesma sala que ele e vi que demorou muito,


pois tínhamos que conferir tudo e depois enviar para a
obra atualizado.

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SABE COMO FUNCIONARIA SE


ESTIVÉSSEMOS UTILIZANDO
UM SOFTWARE EM BIM?

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Seria só clicar na janelinha e apertar delete. Um minuto, e todos


os arquivos estariam atualizados. Então, me desculpa, mas não
dá para defender o AutoCAD nesse quesito.”

Ou seja, querido leitor, enquanto no AutoCAD para fazer uma


alteração nos projetos é necessário modificar a planta baixa
e em seguida alterar todas as vistas e todos os cortes, como
aconteceu com a janelinha mencionada acima, com a Metodo-
logia BIM basta fazer a alteração no 3D, e todas as vistas são
atualizadas automaticamente.

Isso se dá porque no Revit o projeto é executado já em 3D, e, ao


enviar as plantas 2D para a obra, todos os cortes são gerados
de forma automatizada. Basta definir as posições de cortes e de
vista sobre o arquivo 3D no qual você já possui as informações,
além de poder enviar à obra imagens 3D que podem facilitar o
detalhamento.

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Quanto mais informações são adicionadas ao programa, mais


completo fica o projeto e mais informações se têm à disposição.

Como disse anteriormente, podemos integrar na construção 3D


todos os projetos da construção. Em geral, são quatro projetos
principais: arquitetônico, estrutural, hidráulico e elétrico.

Durante a execução de cada projeto, todas as alterações são


corrigidas automaticamente e informadas a todos os projetistas,
já que é um modelo colaborativo.

No BIM é possível realizar os projetos de forma colaborativa, ou


seja, durante a concepção de cada projeto, cada projetista tem
acesso ao que o outro profissional está fazendo. Aliando isso à
comunicação recorrente, o projeto é concebido de forma 100%
integrada e inteligente.

Isso é fundamental, afinal, como eu mencionei anteriormente,


em obras que não utilizam o conceito BIM cada projetista
trabalha de forma separada para só depois, durante a obra,
conferir se tudo se encaixa – e, como vimos, não se encaixa.

Com a Metodologia BIM, esses projetos ainda serão utilizados


durante todo o ciclo de vida da obra para auxiliar na manu-
tenção, evitar que alguma encanação seja perfurada durante
instalações de móveis e, principalmente, servir de suporte para
as próximas fases do projeto com o BIM 4D e 5D.

Fábio Formighieri

Imagem extraída da
Formação Inova BIM
Disciplina Conceituação BIM.

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Imagine a seguinte situação:

Você é o engenheiro da obra e, ao chegar ao canteiro, percebe


que um tubo de queda, referido no projeto hidrosanitário, vai
de encontro a uma viga presente no projeto estrutural.

Cada profissional fez o projeto em seu escritório, eles não


poderiam adivinhar a solução que o outro utilizaria. Então, cabe
a você definir a melhor solução para lidar com esse problema
enquanto os projetos são alterados.

Enquanto você quebra a cabeça pensando na solução e sus-


pende esse serviço, os custos vão se atualizando e aumentando.
A obra fica com produtividade mais baixa, ocasionando um
custo adicional não previsto no orçamento e um possível atra-
so nas atividades seguintes, que, em efeito cascata, poderão
atrasar a obra como um todo.

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Imagine se os projetos tivessem sido modelados


antes de terem ido para o canteiro e esses erros
de incompatibilidade entre disciplinas já tivessem
sido corrigidos? Afinal, o software utilizado para a
modelagem acusaria o choque entre os projetos,
e eles seriam enviados para a revisão.

Com o BIM é possível prever


os problemas da obra antes
mesmo de eles chegarem à
execução, ainda em fase de
projeto.

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CUIDADO COM A CONFUSÃO: BIM NÃO É SÓ REVIT.

Na gastronomia, existem várias formas de executar um bom


prato. Digo, existem diversas metodologias e técnicas a serem
seguidas. Às vezes, uma escola ensina, em determinada receita,
a juntar todos os ingredientes de uma vez. Em contrapartida, há
outros lugares que sugerem que cada ingrediente seja adicio-
nado em uma ordem específica.

Por exemplo: a gastronomia francesa utiliza diversas técnicas a


fim de produzir uma receita que seja bem executada e saborosa.
Mas para realizar essas técnicas e esses conceitos da gastronomia
francesa, são necessárias ferramentas, ou seja, utensílios de
cozinha.

É impossível grelhar um filet sem uma frigideira, certo? Ou então


produzir um molho sem o auxílio de uma panela.

Caso você utilize marcas de panelas e de talheres diferentes,


não estará deixando de realizar o conceito da gastronomia
francesa por esse motivo. Afinal, a gastronomia francesa é uma
metodologia.

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Da mesma forma, trago esse conceito para a construção civil.

O Revit é um software desenvolvido pela empresa Autodesk


que faz o BIM ser possível. Um software paramétrico, com o
qual podemos produzir as construções 3D.

Apesar de haver vários softwares com funções semelhantes,


nos apoiamos no Revit por ser o software BIM mais disse-
minado e utilizado no nosso país. Da mesma forma que o
AutoCAD é um dos softwares de desenho técnico mais utili-
zados, mas não é o único.

Nessa fase do livro, recomendo que você


acesse o seguinte link:

https://inovacivil.com.br/construcao3d

Assista o Bate-papo BIM que tive com David Pinto, para


que seja possível ver de dentro o Revit sendo manuseado.

Imagem da Formação Inova BIM


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O BIM 4D

Quando passamos do BIM 3D para o 4D, esta-


mos adicionando outra variável ao projeto: o
tempo.

Em um modelo 2D, ou seja, um gráfico, é


possível descobrir a segunda variável Y com
base no X e no gráfico. (figura abaixo).

Com isso, adiciona-se a terceira dimensão,


formando um modelo tridimensional. Com um
modelo tridimensional e a variável X e Y, des-
cobre-se o ponto exato da variável Z. (imagem)

Nesse caso, a quarta dimensão é a T, de tempo.


Então, quando se tem um modelo quadridimensional, ou seja, em quatro
dimensões, e o modelo 3D, é possível informar exatamente o tempo de
obra executada até o momento. Isso também vale para o caminho inverso:
selecionando determinado tempo de obra, conseguimos saber como
deveria estar aquela obra naquele momento em um modelo 3D.

Com um cronograma bem realizado, há a possibilidade de gerar um link


entre o modelo 3D no passo anterior e o planejamento. Para isso, atrela-se
a cada bloco (viga, porta, parede, piso) o tempo determinado para que ele
seja executado.

LINHA DO TEMPO:
SIMULAÇÃO 4D DE UM PREJETO ESTRUTURAL

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O QUE É BIM | BIM BOOK

No momento em que você realizar esse link entre o tempo


e o objeto da construção 3D, começará o processo para a
criação de uma simulação 4D da obra. Assim, conforme o
tempo passar, será possível visualizar um “filme” da sua obra
sendo construída pelo computador.

Imagine que você digite “Semana #4” no seu software de


planejamento 4D. Como você já terá atrelado todos os
componentes da construção 3D ao seu planejamento, será
possível visualizar um retrato exato de como a obra, ainda
inacabada, deverá estar naquele momento.

Sim, eu disse inacabada. Se na semana 4 apenas metade


da estrutura deverá ter sido feita, na simulação 4D serão apre-
sentados apenas os pilares, as vigas e as lajes referentes
àquela fase.

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Entendendo a simulação 4D, vejamos agora como chegar a


um bom planejamento para vincular à construção virtual 3D
produzida anteriormente!

Como já discutimos anteriormente, a construção civil teve uma


grande evolução graças ao desenvolvimento tecnológico.
Com isso os projetos tornaram-se progressivamente mais
complexos, fazendo com que o planejamento de obras se
tornasse cada vez mais importante.

Para que a simulação 4D seja bem feita, o planejamento deverá


ser preciso. Em razão dessa complexidade, a construção civil
vem exigindo mais e mais produtividade, qualidade, boa
utilização dos materiais e da mão de obra. E o planejamento
de obras é uma das principais ferramentas para garantir que
essas necessidades sejam atendidas.

Imagem da Formação Inova BIM de um Pavimento


Tipo sendo construído virtualmente conforme a
dimensão tempo passa.

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O QUE É BIM | BIM BOOK

É importante destacar que o planejamento não acontece


somente antes de a obra começar. Ele também engloba todo
o acompanhamento e monitoramento, que vão desde o
andamento da obra até a entrega do empreendimento.

MAS O QUE É FEITO DURANTE


O PLANEJAMENTO
DE UMA OBRA?

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BIM BOOK | O QUE É BIM?

ORGANIZAÇÃO DAS
ATIVIDADES E DOS SERVIÇOS

Essa é a primeira etapa a ser realizada em um planejamento de


obras. Aqui é escolhido o método construtivo que será adotado
e é feito um cronograma detalhado.

A construção será realizada em protensão? A alvenaria interna


será de gesso? Todos esses detalhes são importantes para
entender como a obra irá funcionar, e a colaboração de todos
os projetistas é essencial para que o planejamento seja feito de
forma precisa.

Após escolher o método construtivo, o próximo passo é listar


todas as atividades que precisam ser realizadas e, em seguida,
sequenciá-las. A sequência das atividades deve seguir uma
ordem lógica, de modo que atividades dependentes não se
choquem e não acabem, assim, gerando atrasos no andamento
de toda a obra.

Atividades dependentes são aquelas que


precisam que outra atividade tenha sido
previamente realizada. Por exemplo: as ins-
talações elétricas são dependentes da alve-
naria, pois sem que a
alvenaria esteja pronta
não há onde fazer as
instalações. Da mesma
forma, podemos afir-
mar que a alvenaria é
predecessora das insta-
lações.

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CRONOGRAMA
FÍSICO

Nessa etapa serão definidos os prazos para que cada atividade


seja concluída. Aqui as atividades, que antes estavam apenas
sequenciadas, ganham datas de início e fim pré-estabelecidas.

Essa fase possui um aspecto mais gerencial, envolvendo deci-


sões relacionadas à relação tempo/custo, tanto na elaboração
do cronograma quanto no acompanhamento da execução.

Geralmente, nesse ponto existem diversas maneiras de


coletar os dados de tempo de execução. Cada construtora tem
sua base própria de tempo, cada funcionário tem uma produtivi-
dade específica, existem tabelas prontas com a média de tempo
de cada execução. Enfim, há diversas maneiras de chegar a esse
quantitativo de tempo.

Logicamente, mesmo após ter feito o planejamento da melhor


forma, o andamento da obra poderá não sair exatamente como

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foi planejado. Então existe a possibilidade de precisar trocar a


ordem de algumas atividades ou mesmo fazer alguma altera-
ção nas datas do cronograma para garantir que o prazo seja
cumprido.

Por esse motivo, é necessário ter um bom monitoramento do


que está acontecendo; somente realizar o planejamento não é
o suficiente. É preciso conferir constantemente se a execução
está batendo com o planejamento. Caso algo saia do plano,
é necessário recalcular a rota para que o prazo final não seja
furado.

Esse tipo de decisão deve ser tomada pelo gestor da obra,


que, tendo como base o cronograma realizado no planeja-
mento, poderá avaliar a melhor solução para o problema.

Mas quais são


as vantagens
obtidas com
tudo isso?
Manter os prazos estipulados
O planejamento contém o cronograma de todas as
atividades de forma detalhada, especificando sua
data de início e de conclusão e suas atividades pre-
decessoras. Com os dados contidos no cronograma
e o acompanhamento do andamento da construção,
o responsável tem as informações necessárias para
tomar decisões que garantam o cumprimento do
prazo estipulado.

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Maior controle dos materiais e da mão de obra


Com o cronograma, os responsáveis conseguem saber
exatamente a quantidade de mão de obra e de material neces-
sários para cada etapa da obra, podendo prever quando irão
faltar ou quando estarão em excesso. Isso garante que a obra
nunca esteja parada por falta de insumos nem que ocorra um
acúmulo de mão de obra ou material no canteiro.

Evitar retrabalhos
Durante o planejamento, a ordem das atividades é definida
de modo a evitar repetição de trabalhos. Por exemplo, é mui-
to comum que em pequenas obras o reboco seja realizado
antes das instalações elétricas, portanto, quando as insta-
lações são iniciadas, é necessário quebrar o reboco em al-
guns pontos e rebocar novamente após concluir a instalação.
Nesse processo, perde-se tempo refazendo uma atividade
que foi realizada equivocadamente.

É então que podem ocorrer as interferências de cronologia.


As incompatibilidades não necessariamente são vistas ape-
nas em projetos. Imagine se alguma atividade predecessora
estivesse localizada depois de sua dependente. Não iria fun-
cionar.

Caso esse tipo de erro aconteça, é possível que, de forma des-


necessária, alguma compra de material seja feita e o fluxo de
caixa seja alterado, aumentando o custo com estoque e ob-
tendo uma saída de capital que não deveria ter sido atribuída
àquela fase da obra.

Aliviar o fluxo de caixa da empresa


Durante a realização do planejamento, é possível organizar as
atividades de modo que o desembolso de dinheiro da em-
presa seja diluído ao longo do tempo, podendo, por exemplo,

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BIM BOOK | O QUE É BIM?

evitar que etapas que precisam de materiais caros sejam re-


alizadas ao mesmo tempo e que haja grande gasto com
esses materiais de uma única vez.

Redução de custos
A junção de alguns benefícios citados acima garante que os
custos sejam reduzidos por meio de um bom planejamento.
Evitar retrabalhos, ter mais controle dos materiais e da mão
de obra, manter a obra dentro do prazo previsto, todo esse
conjunto de fatores gera economia.

Análise de desempenho
Além de todos os benefícios citados anteriormente, o acom-
panhamento da obra lhe garante informações que o ajudarão
a analisar o desempenho das diferentes equipes do empre-
endimento em questão e que também servirão como base
para planejamento e execução de construções futuras.

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O QUE É BIM | BIM BOOK

Agora que já discutimos


a importância do planejamento,
vejamos o que o BIM 4D pode fazer.

Com as simulações 4D que foram citadas anteriormente, a empresa e os


clientes terão noção real de como está o andamento da construção em
qualquer período.

Tendo em mãos os projetos 3D e os softwares de planejamento com


suporte à Metodologia BIM, é possível realizar um planejamento passo a
passo, que especifique cada etapa da construção considerando a depen-
dência entre as atividades e o tempo de realização de cada uma de forma
precisa.

O principal software que realiza esse tipo de planejamento é o MS Project,


da Microsoft. Nesse software, além de realizar o planejamento detalhado,
também é possível gerar relatórios e gráficos, como o caminho crítico,
automaticamente.

Caminho crítico: chamamos de caminho crítico a sequência


de atividades cujo atraso em qualquer uma delas possa
resultar em um efeito dominó de atrasos no cronograma.
É muito utilizado no setor da construção, pois apresenta as
informações necessárias de forma detalhada e bastante
visual. Nele, após ter realizado o planejamento e o levanta-
mento dos serviços, cada atividade é ligada a outra, sempre
a sua anterior e a sua subsequente, indicando a ordem em
que elas devem ser realizadas e quais delas precisam ser
concluídas antes que outra tenha início.

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Com o planejamento realizado no MS Project e a


construção virtual 3D feita no Revit, podemos uti-
lizar o terceiro software, chamado Navisworks, para
unir o projeto 3D ao planejamento do MS Project.

No Navisworks, software também produzido pela


Autodesk, pode-se abrir a construção 3D e realizar
a conexão entre ela e as atividades descritas no
planejamento feito no MS Project.

Por exemplo, se no cronograma do MS Project a


viga número 8 irá aparecer somente na semana 3,
no Navisworks é possível conectar essa informação
com a construção virtual realizada. Dessa forma,
criamos a simulação 4D.

Lembra-se do exemplo que dei sobre simular a


construção antes de ela ser executada? É exata-
mente o que fazemos neste momento: simulamos a
execução de toda a construção. Essa simulação 4D,
além de contribuir muito para o acompanhamento,
também torna muito mais fácil explicar o andamen-
to da obra para o cliente.

Afinal, por mais que mostremos ao cliente vários


gráficos de caminho crítico, linhas de balança ou
qualquer outra técnica utilizada no planejamento,
para ele sempre será mais agradável e fácil poder
visualizar o que esses gráficos representam.

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O BIM 5D

Chegamos agora à famigerada quinta


dimensão, o nosso próximo passo é o BIM 5D.

MAS O QUE SERÁ


O QUINTO D?
Quando estamos trabalhando com a construção civil, precisamos definir
o que vamos fazer (3D) e quando vamos fazer, que é a junção ao D do
planejamento (4D). Porém, além disso, precisamos saber também quanto
custa fazer. Portanto, o custo é o próximo D.

O quinto D é o apoio e suporte que o BIM


traz para que possamos trabalhar com o
orçamento da obra. Quanto a isso, quais
são os dois pontos nos quais devemos nos
concentrar em relação ao custo dentro da
construção civil?

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O QUE É BIM | BIM BOOK

O primeiro ponto é a produtividade.


A produtividade é a expressão da eficiência de qualquer ne-
gócio ou da realização de qualquer atividade. Desse modo, é
claro que quanto maior for sua produtividade, maior será seu
lucro, e quanto menor ela for, maior serão os gastos. Tudo isso
é muito importante dentro da construção civil, pois a produti-
vidade das suas equipes tem grande influência no orçamento
e nos prazos da obra.

O segundo ponto são as quantidades.


Quando se tem mais materiais do que o necessário, gasta-se
mais. Trabalhando com o BIM, como foi realizada a mode-
lagem 3D, o software paramétrico já consegue entender de
forma precisa os dados de metros quadrados, metros cúbicos,
unidades de tomada, unidades de lâmpada, unidades de
torneira, chuveiros.

Então, o software possui um conjunto de informação, e nós


podemos solicitar que ele as organize e entregue. Ele pode
fazer a listagem completa, com todas as quantidades, orga-
nizando-as por níveis. Esses níveis podem ser definidos, por
exemplo, por pavimentos, trechos ou zonas, e o software irá
gerar todas essas informações já de forma organizada.

No processo convencional, há dois problemas. O primeiro é o


tempo, pois leva um tempo enorme levantar os quantitativos
de um edifício, por exemplo. O segundo é a precisão, uma vez
que existe um grande risco de se ter levantado quantidades
erradas durante o processo.

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BIM BOOK | O QUE É BIM?

Com o BIM isso passa a ser um processo diferente


do convencional. Quando montamos um modelo em
BIM, sabemos que aquilo que o sistema está extrain-
do, aquilo que o software está gerando com base em
tabelas de quantidades, é exatamente o que está pre-
sente no modelo 3D.

PORTANTO, COM O BIM, TODOS


OS BENEFÍCIOS SE APOIARÃO EM
UM MODELO 3D CONSTRUÍDO
DE FORMA EXITOSA

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BIM BOOK | O QUE É BIM?

Vamos usar o exemplo de um objeto que pode ser contado


facilmente. Imagine que o responsável tenha esquecido de
modelar os vasos sanitários. É claro que quando as quantidades
forem extraídas pelo software haverá um erro por conta da
ausência desse elemento.

Mas, desde que a gestão tenha sido feita corretamente e tudo


o que precisa ser representado esteja no modelo, o Revit (por
exemplo) irá extrair exatamente a quantidade que está ali.
Com isso o software fornecerá a quantificação de 80 a 90% do
que é necessário para fazer o orçamento.

Essas quantidades refletem muito no custo total obra. Ima-


gine que é necessário, por exemplo, 4 mil metros de cabo 4
mm, mas, em razão de um erro de quantificação, tenham sido
comprados 5 mil metros. Haverá um desperdício de mil metros.
É justamente por isso que o BIM é importante, ele evita esse
tipo de erro.

No entanto, após ter feito o modelo 3D e a quantificação, como


é que, afinal, pegamos essas quantidades e as transformamos
em custo final da obra, em um verdadeiro orçamento?

É preciso entender que o orçamento vai além de tirar quan-


tidades e volumes de material. Existem outras variáveis que
precisam ser levadas em conta, como mão de obra, que
depende da produtividade e está ligada a encargos sociais.
Além disso, é necessário considerar as Bonificações e Despesas
Indiretas (BDI), ou seja, o lucro e os custos indiretos da empresa.

Softwares como o Revit fornecem dados quantitativos, e


apenas esses dados não resultam em um bom orçamento.
Então, faz-se necessá ria a utilização de uma ferramenta com a
qual se possa criar um layout, ou seja, um padrão de planilha.
Nessa planilha devem constar os preços dos materiais, as infor-
mações dos operários, os encargos sociais e os custos diretos e
indiretos da empresa.

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O QUE É BIM | BIM BOOK

Após exportar essas quantidades do Revit, elas são adicio-


nadas ao software de orçamento, que possui as demais infor-
mações. Esse programa absorve as informações como quanti-
tativo e gera um orçamento mais preciso.

Agora, com o orçamento pronto, entra em cena o software


Navisworks para unir tudo isso e completar o ciclo 5D.

No cronograma do MS Project em que foram determinadas as


atividades e seus respectivos tempos, é possível determinar
também o custo de cada uma delas. Com essas informações
definidas, é o momento de fazer a integração e fechar o ciclo.

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BIM BOOK | O QUE É BIM?

Portanto, o BIM é um ciclo: primeiro o modelo é


construído em 3D; em seguida, é feito um crono-
grama das atividades e, depois, um orçamento des-
sas mesmas atividades. No Navisworks é possível
simular toda a obra e ver cada elemento ser cons-
truído ao longo do tempo, acompanhar esse tempo,
bem como o custo até aquele determinado momento.

Ao entender o universo do BIM 5D, milhares de


possibilidades se abrem para serem exploradas. Por
se tratar de uma metodologia de processos, o BIM
está se capilarizando em diversas áreas, englobando
a construção civil como um todo.

Compreendendo a Metodologia BIM e aplicando-se


da forma certa, você começará a ser visto como um
profissional de nível estratégico dentro da empresa,
entendendo cada etapa de planejamento e execução
da obra.

Após dominar o ciclo BIM, aparecerão diversas opor-


tunidades em sua vida profissional. As empresas o
enxergarão como um investimento para alcançarem
a modernização da engenharia.

Portanto, no próximo capítulo, decidi detalhar me-


lhor as oportunidades em áreas específicas da cons-
trução, para que você entenda como o BIM poderá se
aplicar a você, independentemente da área que você
deseje seguir.

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OPORTUNIDADES

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BIM BOOK | OPORTUNIDADES

GESTOR DE OBRAS

Há momentos em que você chega à obra e visualiza um ver-


dadeiro caos. O engenheiro está apenas com os projetos em
mãos, sem nenhum tipo de planejamento, querendo ver uma
evolução que parece não acontecer.

O planejamento, que antes era embasado em métricas, virou


um checklist. Quando isso acontece, as soluções começam a ficar
mais e mais distantes.

O “engenheiro gestor” está cada vez mais em alta. Nos dias de


hoje, em que somos bombardeados com informações, a faci-
lidade para interpretar e analisar métricas é cada vez mais

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OPORTUNIDADES | BIM BOOK

valorizada, portanto o gestor se destaca. Esse profissional


interpreta as informações que tem disponível a fim de prever
cenários futuros. Com essas previsões ele traça as metas de
produção e os problemas a serem solucionados, executando
tudo isso com os recursos que tem à disposição.

E ONDE ENTRA O BIM


PARA O GESTOR DE OBRAS?
Conforme a discussão dos capítulos anteriores, BIM é a Mode-
lagem da Informação da Construção. O “I”, de informação, é
que auxilia o gestor a visualizar cenários de forma mais assertiva.
O gestor é um verdadeiro analista de dados. Portanto, quanto
mais dados confiáveis forem fornecidos a ele, mais exata será a
solução que ele irá propor.

O BIM oferece a possibilidade de analisar melhor os dados da


obra, ou seja, a entrada de métricas importantes disponíveis em
apenas um lugar. Informações como planejamento, orçamento,
fluxo de caixa, fluxo de materiais, problemas a serem resolvidos
e projetos integrados estão todas ali, podendo ser acessadas
com facilidade.

Assim, o gestor de obras que utiliza a Metodologia BIM tem à


disposição uma quantidade maior de informações importantes
para entender o que realmente está acontecendo na obra e
quais são as “ações-chave” que trarão o melhor resultado com
o menor grau de esforço naquele exato momento.

Essa análise é fundamental para que a construção se desenvolva


seguindo os prazos e as metas de produção estipuladas.

O gestor de obras BIM é um profissional que rapidamente se


destaca em uma posição estratégica, tornando-se cada vez mais
valorizado por ter a capacidade de reduzir custos e desperdícios
e, com isso, demonstrar resultados nas empresas pelas quais
ele passa.
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BIM BOOK | OPORTUNIDADES

ARQUITETO

O arquiteto possui duas frentes de ganho com a implementação


do BIM em seu escritório. O primeiro ponto vem do fato de que
não há nada que tire mais do sério um arquiteto do que chegar
à obra e ver seu projeto completamente alterado.

Afinal, se o projeto não foi desenvolvido para se transformar


em obra executada, para que existe projeto?!

Esse fato está relacionado com o problema da falta de compar-


tilhamento de informações, discutido nas páginas anteriores.

É comum que decisões sejam executadas na obra sem ao menos


passar pela análise do arquiteto para que ele possa sugerir uma
alteração que não afete o aspecto visual/funcional do projeto.

Em relação a esse primeiro ponto, a solução vem de forma


automática com a integração dos projetos, pois existem menos
erros de incompatibilidade. Com as incompatibilidades minimi-
zadas, as diferenças entre os projetos e a obra se tornam cada
vez menores. Afinal, os projetos estão devidamente encaixados
e embasados por um planejamento bem definido.

Portanto, não haveria a necessidade de alterações de projeto.

O segundo ponto é a baixa produtividade na hora de projetar.


Ainda é comum em escritórios de arquitetura o uso do
AutoCAD para o detalhamento de todas as plantas e todos os
cortes, porém quando uma alteração precisa ser executada, há
a necessidade de corrigir todas as diversas plantas dos arquivos
presentes na obra.

Além disso, o projeto a ser apresentado ao cliente é realizado


em um software diferente daquele no qual foi realizado o deta-
lhamento. Dessa forma, há um trabalho duplo, que resulta em
uma produtividade baixa.
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BIM BOOK | OPORTUNIDADES

SIM, ISSO É
TEMPO MAL ADMINISTRADO.
Usando um software BIM, como o Revit, pode-se visualizar a
execução do projeto em 3D. Assim, é possível gerar os cortes e
as vistas de forma automatizada.

Imagem da Formação Inova BIM Realizando Cortes

Imagem da Formação Inova BIM Realizando Cortes

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OPORTUNIDADES | BIM BOOK

Ou seja, uma vista ou um corte a mais não se traduz em um


trabalho adicional, visto que o projeto 3D é a base para geração
desses desenhos de forma automática.

Caso haja uma alteração de projeto, basta realizar uma simples


alteração no 3D do Revit, e as plantas são atualizadas automati-
camente, já que se trata de um software paramétrico.

Além disso, o render para apresentação ao cliente é gerado com


base nesse mesmo modelo 3D. O arquiteto, ao projetar, já está
ao mesmo tempo construindo a maquete eletrônica e os proje-
tos e realizando todos os cortes e vistas.

A produtividade aumenta, possibilitando a realização de mais


projetos em menos tempo.

Muito foi falado sobre 3D, mas é importante deixar claro que,
mesmo que a construtora porventura não utilize BIM, é possível
gerar todos os seus projetos em 2D e ter apoio em 3D e apro-
veitar esses ganhos.

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BIM BOOK | OPORTUNIDADES

PROJETISTAS
elétrico, hidráulico, estrutural

Em se tratando de projetos complementares, há grande simi-


laridade entre os benefícios para projetistas complementares
e os benefícios para arquitetos, como a vantagem de visualizar
o projeto sendo executado sem alterações e a de ter um grande
aumento de produtividade na realização dos projetos.

Porém, há uma diferença que é determinante: em geral,


os projetistas são contratados pelo próprio construtor ou
arquiteto. Ou seja, profissionais parceiros.

Dessa forma, o foco do projetista para conseguir cada vez


mais projetos deve estar em criar uma parceria projeto / cons-
trução. São essas parcerias que o farão atingir uma recorrência
nos trabalhos executados.

Um trabalho profissional que gere uma fidelização deve estar


baseado em dois pontos:

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OPORTUNIDADES | BIM BOOK

1) Projeto tecnicamente bem executado


2) Prazo estipulado de entrega sendo obedecido

Caso você pergunte a um construtor o que ele espera de um


projetista, certamente esses serão os dois pontos mais lem-
brados. Como o BIM pode se tornar um diferencial nesses
dois pontos?

Comecemos pelo primeiro:


Projeto tecnicamente bem executado.

Nesse quesito, visualizamos:

● Otimização do projeto quanto à economia de recursos


● Segurança do aspecto funcional que o projeto exercerá
na obra
● Apresentação do projeto de forma clara

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Otimização do projeto
quanto à economia de recursos
Esse ponto vai ao encontro de tudo o que foi discutido até aqui.

Para otimizar o projeto e reduzir a quantidade de retrabalho, pode-se


focar em duas situações.

A primeira diz respeito à escolha estratégica de como o projeto


será desenvolvido. Caso seja um projeto de cálculo estrutural, será
preciso, com base na experiência e no conhecimento, saber qual
método construtivo se encaixa melhor no tipo de obra em questão.

Para determinados objetivos, pode-se selecionar concreto armado;


para outros, protensão. O mesmo raciocínio se aplica aos outros
tipos de projeto. A escolha de como o projeto irá se desenvolver
influenciará a qualidade que ele dará à obra.

Na segunda situação de otimização, podemos incluir os retrabalhos


presenciados durante toda a execução de seu projeto.

Caso esteja realizando o projeto hidráulico e seu tubo de queda vá


de encontro a uma viga do projetista estrutural, provavelmente
haverá uma alteração de projeto sem que sua autorização ou suges-
tão sejam sequer solicitadas, assim como acontece com o arquiteto.

Porém, caso o projeto entre na obra já perfeitamente compatibili-


zado, essas situações tendem a ser reduzidas e a gerar economia na
obra, impactando positivamente o orçamento.

Aqui, o BIM tem a capacidade de agregar mais valor ao seu projeto,


visto que um projeto que gera economia e otimização tende a ter
uma percepção de qualidade e valor mais alta.

Além disso, os engenheiros responsáveis pelos orçamentos e pla-


nejamentos da obra terão uma qualidade bem maior de análise do
projeto.

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Segurança do aspecto funcional

Dentro da engenharia há uma interseção muito interessante; sa-


bendo jogar com ela, a qualidade dos seus projetos tende a disparar.

Trata-se da conversa entre o seguro e o econômico.

Imagine-se como um equilibrista, de um lado você irá colocar o peso


da economia e do outro o da segurança e funcionalidade.

A segurança do aspecto funcional está ligada ao primeiro ponto, o


da otimização do projeto quanto à economia. Um bom projetista
consegue estar perfeitamente equilibrado para gerar boa funcionali-
dade e segurança ao projeto, porém, sem estender os custos.

Ninguém deseja um projeto estrutural que irá cair. Da mesma forma,


ninguém quer um projeto superdimensionado.

Ninguém deseja retorno de esgoto em suas tubulações, nem um


que custe além do ponto. Não pode acontecer um curto-circuito nas
instalações elétricas, do mesmo modo que não há necessidade um
projeto elétrico de um megaempreendimento em uma casa simples.

O BIM ajuda você a andar nessa margem por ter mais detalhes de
análise. Um software paramétrico oferece possibilidades de entender
melhor o funcionamento do projeto antes mesmo de ele ter sido
construído.

À medida que os quantitativos se tornam mais assertivos, as com-


pras ficam bem mais exatas, e não há o perigo de uma compra com
materiais a mais.

Um bom engenheiro é um verdadeiro equilibrista.

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Apresentação do
projeto de forma clara

De nada adianta atingir todos os pontos anteriores sem saber


deixar claro o que é necessário para o projeto, sem conseguir
compartilhar a informação que se deseja passar ao próximo pro-
fissional da cadeia construtiva.

A visualização da informação gerada deve estar bastante compre-


ensível e não deixar dúvidas. Porém, às vezes, por mais que haja
uma boa transcrição da informação, ainda nos deparamos com erros
de visualização que não partem do projetista, mas sim da interpre-
tação que o responsável pela obra faz do projeto.

Isso dá um verdadeiro desânimo.

Portanto, quanto mais claro estiver o detalhamento, menos erros


desse tipo irão ocorrer.

A Metodologia BIM consegue minimizar bastante esses problemas


ao apresentar os cortes em 3D. Assim, tudo se torna muito mais
simples, pois além da planta 2D feita no Revit, existe o apoio de
uma imagem 3D mostrando como o projeto deverá ficar.

Dessa forma, você conseguirá apresentar seus projetos com uma


assertividade muito maior do que o que realmente foi projetado.

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OPORTUNIDADES | BIM BOOK

Agora, passemos ao ponto 2:


A entrega no prazo.

Nesse ponto, é fácil entender por que as construtoras ten-


dem a ficar insatisfeitas quando os prazos são desonrados.

Quando o BIM é utilizado pelos projetistas, a produtividade


aumenta. Como dito anteriormente, com essa metodologia,
para realizar uma simples alteração não haverá mais a neces-
sidade de ficar revendo todos os pontos e todas as plantas
do projeto. Uma simples alteração no modelo 3D atualiza
todo o restante de forma automática.

Dessa forma, você terá um cronograma de trabalho bem


mais previsível, e a probabilidade de atraso será bem menor.

É importante deixar claro que, ainda que a construtora


porventura não utilize o BIM, o projetista consegue entre-
gar seus projetos em 2D, mesmo que toda sua base tenha
sido em 3D. Caso seja necessária alguma alteração, bastará
fazê-la no modelo 3D, e o próprio Revit desempenhará a
função de preparar seus cortes para gerar plantas em 2D e
enviá-las novamente à obra.

E esse é um dos grandes benefícios do BIM:

Se o local onde você trabalha ou o seu cliente não utiliza o


BIM, você consegue adaptar o uso do BIM a essa realidade
sem ter de depender de outros profissionais.

Porém, cada vez mais os construtores estão implementan-


do o conceito BIM em suas obras e, no momento de captar
novos projetos, procurando projetistas que já utilizam essa
metodologia. Ou seja, esses projetistas conseguem entrar
em uma área de mercado que os profissionais comuns não
entram e que oferece uma concorrência bem menor.

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BIM BOOK | OPORTUNIDADES

EMPRESÁRIO

Sem dúvida, o empresário é o que mais ganha com a aplicação


do BIM. Afinal, toda a economia gerada nos pontos que discu-
timos anteriormente se torna lucro de seus empreendimentos.

Além disso, a redução de retrabalho proporciona construções


mais previsíveis, com uma qualidade maior e com menos
gambiarras durante a obra, aumentando a qualidade final do
que o cliente irá receber.

Pode-se notar também maior precisão no prazo estipulado


para o fim da obra, já que com o BIM há um planejamento mais
assertivo e detalhado.

São comuns os casos de empresários que querem usufruir


da Metodologia BIM, mas que ainda não encontram material

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OPORTUNIDADES | BIM BOOK

humano, ou seja, mão de obra especializada para esse desen-


volvimento dentro da empresa.

Nesse ponto mora uma grande oportunidade para você galgar


posições cada vez mais estratégicas na empresa e implementar
uma metodologia já testada, que dará à construtora/ao escri-
tório uma oportunidade de usufruir de todos os benefícios que
o BIM pode trazer.

Passando a outro ponto no mapa de oportunidades, quero


falar de profissionais que ainda desejariam ganhar experiência
de mercado técnico antes de realizar seus próprios projetos,
gerir suas próprias obras. Esse profissional pode se tornar um
modelador BIM para entrar no mercado e adquirir experiência.

O modelador BIM é o profissional que realiza a construção 3D


com base em desenhos 2D do AutoCAD. Ele transforma as
plantas tradicionais em desenhos 3D para realizar a compati-
bilização.

Existem diversos projetistas mais tradicionais que querem


oferecer serviços que utilizam o BIM para não serem engolidos
pelo mercado, mas não querem aprender uma tecnologia
diferente. Eles estão acomodados na forma como já trabalham.
Nesse contexto, o modelador BIM entra como suporte a esses
projetistas que contratam esse tipo de serviço.

Além disso, outro cliente para o modelador BIM são as constru-


toras que desejam averiguar as incompatibilidades antes de a
obra ser executada e pagam pela modelagem BIM para verificar
quais problemas de inconsistência teriam os projetos. E isso é
muito interessante para a construtora.

Que empresário não gostaria de modelar seus projetos e verificar


incompatibilidades que podem chegar a centenas de milhares
de reais em desperdício e um furo no orçamento?

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Agora, quais são os próximos passos?!

No capítulo a seguir você conhecerá dois profis-


sionais especialistas em BIM, que falarão quais
são os caminhos que você pode seguir. Esses
caminhos são muito importantes para todos os
profissionais, independentemente de encaixa-
rem-se ou não nos casos anteriores.

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OPORTUNIDADES | BIM BOOK

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TROCA DE IDEIAS

Neste capítulo, você encontrará debates so-


bre a situação do BIM no Brasil atualmente e
como você poderá se beneficiar de tudo o que
aprendeu até aqui sobre essa metodologia.

O David e o Alex são professores do Inova


Civil na Formação Inova BIM, portanto, é in-
teressante entender a visão deles a respeito
de como o BIM está impactando a construção
civil atualmente.

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BIM BOOK | TROCA DE IDEIAS

David Pinto
Diretor da David Pinto Consultoria, é es-
pecialista em tecnologias para arquite-
tura e engenharia há 18 anos, dos quais 14
foram dedicados aos programas Revit, Sisplo,
Navisworks e Project. É um dos pioneiros do
BIM no Brasil, atuando em projetos executi-
vos e orçamentais para escritórios de
arquitetura, engenharia e construtoras de
São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina,
Belém, Curitiba, Brasília, Aracajú, entre ou-
tros. Além de gerenciar os processos BIM de
seus clientes, coordena equipes de mode-
lagem, treinamentos e desenvolvimento de
plug-ins e é palestrante experiente.

É um dos profissionais selecionados para


aderir ao Autodesk Expert Elite, programa
que reconhece os profissionais com conhe-
cimentos avançados dos produtos Autodesk
ao redor do mundo.

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TROCA DE IDEIAS | BIM BOOK

Existem diversas definições do que é BIM.


Em sua opinião, o que é BIM?
BIM é um acelerador de projetos. Você pode fazer um bom projeto
no AutoCAD, mas se quiser acelerar o seu projeto, use o conceito
BIM.
Quando você utiliza o conceito BIM, você deve lembrar da
palavra integração – podendo ser integração entre disciplinas ou
entre fases do projeto.
O conceito BIM eleva isso à décima potência, faz com que os
profissionais tenham que conversar uns com os outros para que
tudo, o projeto e a obra em si, desde o momento que você chega
lá e não tem nada construído até a construção de um shopping
imenso de 44 mil m2, esteja integrado.
O BIM integra desde as fases de entender o que é possível de ser
feito com aquele terreno até a manutenção predial. O BIM é o
integrador de todas essas disciplinas, desde uma casa de 50 m²
até uma grande obra.

Qual é a diferença de ter dentro da obra a imple-


mentação do BIM 5D (com orçamento, planeja-
mento e construção 3D)?
Quais ganhos existem?
Na obra é, sem dúvidas, onde mais se ganha com o uso do BIM.
Quando você faz o trabalho pensado, planejado e calculado da
forma correta, eliminam-se os desperdícios e as interferências.
Digamos que você é um gestor da obra e, de repente, ao chegar
na obra, tem uma viga onde não deveria existir ou uma tubu-
lação que não deveria estar ali. E agora? Falar com quem?
Nesses casos, o que por muitas vezes acontece é que o respon-
sável toma uma decisão que na maioria das vezes não é a
solução correta ou não é a mais otimizada.
Quando se tem um projeto desenvolvido no conceito BIM desde

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BIM BOOK | TROCA DE IDEIAS

sua concepção, a possibilidade de ocorrerem esses erros é muito


menor. Digamos que você tenha uma obra com menos incom-
patibilidades; nesse caso você terá um lucro maior. Abrir furo em
uma laje, por exemplo, é retrabalho. Retrabalho é rasgar dinheiro.
Se pensamos pelo lado financeiro é melhor usar BIM, se pensar-
mos em prazo também usamos BIM. No momento em que uma
obra é pensada para ser entregue em 10 meses e é entregue em
10 meses, todos ficam felizes, pois o prazo foi honrado.

Modelo 3D no Revit durante o programa Bate Papo BIM


no Youtube do Inova Civil

Qual o melhor momento para o profissional da


construção civil adentrar no universo BIM?
Qual o melhor momento para ter lucro? Agora!
Para qualquer atividade econômica, a hora de gerar lucro é agora.
Então, se você tem um escritório de arquitetura, engenharia,
projetos hidráulicos, elétricos, ar condicionado, a hora é agora.
Agora é hora de produzir mais, fazer mais projetos em menos
tempo com a mesma equipe e produzindo produtos com uma
qualidade altamente superior à versão anterior, que seria no
AutoCAD.

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TROCA DE IDEIAS | BIM BOOK

Então, não é para amanhã. A não ser que você esteja com o bolso
cheio, na zona de conforto ou esteja tranquilo.
Porém, esteja você começando ou já esteja no mercado, se quer
dar um passo à frente, não quer ficar pra trás ou ser atropelado
pela tecnologia, o conceito BIM está aí.

Há diversos nichos dentro da construção. E, além


disso, várias cidades possuem níveis de desen-
volvimento diferentes quanto a tecnologia. Como
funciona o BIM nesse país tão desigual?
Se você é de um escritório de cálculo estrutural, o BIM te traz
várias facilidades e amplia a qualidade do seu produto. Se você
for de um escritório de engenharia de hidráulica, você consegue
quantificar todos os elementos do teu projeto na hora, de for-
ma instantânea. Se você for uma construtora, suas vantagens
são inúmeras, inclusive poderia citar mais de 10 vantagens, já
que quem mais ganha dinheiro com implementação BIM é a
construtora.
Tudo isso independe de qual
estado ou cidade você está.
O BIM abrirá um leque de
oportunidades muito grande.

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BIM BOOK | TROCA DE IDEIAS

Em muitas palestras, vê-se a aplicação do BIM em


grandes empresas e grandes obras. Qual sua visão
sobre a aplicação do BIM em pequenas obras?
Se você faz um projeto que no AutoCAD demoraria três dias e
tem a oportunidade de fazer em um dia, não há lógica em dizer
que é somente para projetos grandes.
Se a empresa é pequena, lógico que o custo de implementação
do BIM é menor.

Qual a diferença do engenheiro que busca um


cargo em uma empresa e possui em seu currículo
uma capacitação BIM de alto nível em relação aos
demais?
É completamente diferente. Não basta você colocar no seu
currículo AutoCAD. Isso é pré-requisito, já é algo do dia a dia.
Porém, no momento em que você coloca conceito BIM, mesmo
que a construtora ainda não o tenha implementado, você já tem
aquela base. Eles já sabem que o futuro próximo da empresa vai
ser o BIM e já querem ter esse perfil de profissional por perto.
Importante frisar que eu falo do conceito BIM, e não simplesmente
de um curso simples de Revit. Então, não há como comparar o
profissional que tem o domínio do 2D, 3D, 4D e 5D com o
profissional que sabe apenas o 2D do AutoCAD.
Se colocando no lugar da empresa, qual você contrataria?
Já ouvi de construtoras uma frase que é mais ou menos assim:

“Nós ainda não utilizamos o BIM, pois


não temos pessoal qualificado”.
Ainda complementam:
“Seria bom se não tivéssemos que preparar, se os
profissionais já viessem prontos nesse conceito”.

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TROCA DE IDEIAS | BIM BOOK

Há uma carência muito grande. Escritórios de arquitetura, princi-


palmente, e construtoras, maciçamente. Nas construtoras, ainda
estão acostumados com o “feijão com arroz”.
Portanto, isso se torna uma oportunidade muito grande para
os profissionais da construção. Imagine poder botar em seu
currículo a sua capacitação BIM de alto nível, tendo um acervo
para apresentar.
Com certeza, isso fará muita diferença nas entrevistas.

O começo para aprender BIM é dominar o Revit?


O melhor software é aquele sobre o qual você sabe, para mim o
melhor é o Revit. Eu te aconselho trabalhar com Revit porque no
Brasil a comunidade que usa Revit é muito maior, diria que pelo
menos 80% do mercado brasileiro usa o Revit, logo, a maioria das
empresas e dos órgãos governamentais usa esse software.

É possível realizar a integração


do TQS (software muito utiliza-
do para projeto estrutural) com
a Metodologia BIM?
O TQS é uma das melhores ferra-
mentas de estrutura que têm
vinculação direta com o Revit, tem
um plug-in que leva as informações
direto, é uma das melhores tecno-
logias desenvolvidas com suporte
ao conceito BIM.

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BIM BOOK | TROCA DE IDEIAS

Vale a pena migrar para o Revit se os demais pro-


jetos ainda estão sendo feitos em AutoCAD?
Vale muito a pena! Quando uma empresa ou qualquer cliente
perguntar se você faz em BIM, você responderá que sim.
Mas, se por acaso alguma outra desejar o serviço em AutoCAD,
você pode fazer no Revit, exportar para o AutoCAD e entregar o
serviço, ele não vai ver diferença se você fez no AutoCAD ou
no Revit.

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Alex Amarante
Engenheiro civil e mestre em engenharia de
produção, TOCICO Certified pela TOCICO (Theory
of Constraints International Certification Orga-
nization), PMP (Project Management Professional)
pelo PMI (Project Management Institute).

Coordena MBA em gerenciamento de projetos,


MBA em gerenciamento de obras aplicado a novas
tecnologias, especialização em orçamento, plane-
jamento e controle de obras e especialização em
BIM.

É sócio da PLENA Gestão de Projetos e Empre-


endimentos e, há mais de 20 anos, atua com
consultoria, assessoria, capacitação, pesquisa e
desenvolvimento de soluções para gestão de pro-
jetos e obras.

Autor de livros sobre gestão e planejamento


de obras.

Desenvolveu o Canvas de Implementação BIM em


Construtoras.

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BIM BOOK | TROCA DE IDEIAS

Como você está enxergando essa ascensão do


BIM no nosso país?
Eu faço um paralelo muito forte do que está acontecendo agora
com o BIM e o que aconteceu na década de 90 com o assunto de
gestão da qualidade.
Antes da década de 90, dentro da construção civil, ainda não
existiam muitos conhecimentos implementados de instrução de
trabalho, procedimentos, verificar se estava havendo conformi-
dade ou não conformidade no serviço.
Nesse período, começou um movimento em prol da qualidade
dentro da construção civil. Começou a entrar conceitos como
qualidade total, 5S, diagrama de Ishikawa, ou espinha de peixe,
para mapear problemas.
Após esse desenvolvimento ficou cada vez mais estabelecido.
Atualmente, visualizamos que quase todas as empresas de cons-
trução civil possuem alguma ferramenta ou algum processo
ligado a qualidade e vários sistemas de qualidade implantados.
Dependendo da área em que a empresa atua, obrigatoriamente
ela deve ter um certo certificado para comprovar os pré-requisitos
que aquela empresa possui para garantir a qualidade de seus
produtos.
Entrando no BIM, ele está caminhando de modo parecido com o
que aconteceu na qualidade, quando naquela época começou a
ter todo aquele movimento.
O que realmente impulsionou a disseminação do sistema de
qualidade nas empresas foram dois setores:
O primeiro foi o poder público, já que as obras começaram a
exigir determinados padrões de qualidade.
E o segundo foram os bancos, que para liberar financiamento
começaram a exigir padrões de qualidade também.
Nesse primeiro ponto, enxergando o BIM, o poder público já está
formando comissões locais e federais. Já existem prazos e metas

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TROCA DE IDEIAS | BIM BOOK

para que em determinados tipos de obra já haja obrigatorie-


dade de implementação BIM. Dentro disso, ainda existem di-
versas discussões sobre qual nível de detalhamento de BIM será
cobrado.
Então, imagina os órgãos públicos, principalmente a esfera fe-
deral, começando a exigir isso de uma forma planejada e progra-
mada, indo de obras gigantes até chegar às pequenas, de forma
gradativa.
Agora, em relação aos bancos, peço para que você imagine que
o banco exija a apresentação de projetos em BIM para serem
analisados.
Vamos, por exemplo, citar a Caixa Econômica Federal e Banco
do Brasil. Imagine que para obras a partir de 10 milhões de reais
seja exigida, com parâmetros pré-definidos, uma operação rela-
cionada ao BIM. Será uma grande explosão na exigência do BIM.
A partir da criação de cases de referências da implementação
BIM pelo poder público, a hora que os bancos entrassem, todos
esses sistemas seriam disseminados em uma quantidade tre-
menda de projetos exigindo conhecimentos em BIM.
E não temos como suprir essa demanda atualmente.

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BIM BOOK | TROCA DE IDEIAS

Qual o interesse por trás dos bancos para que


implementem o BIM?
Além de haver um controle maior da obra em relação ao pla-
nejamento, o que ajuda a garantir que a obra terminará real-
mente no prazo, atualmente muitas empresas públicas recebem
reclamações de patologias dentro das obras. O BIM ajudará na
redução dessas patologias. E, para o fiscal da
Caixa, será mais fácil acompanhar um pro-
jeto em BIM do que um projeto em 2D.
Para te dar um exemplo real, vou te
dar um exemplo de alto padrão
com uma empresa que possui
mais de 20 anos de mercado.

Esse empreendimento tinha


recebido um serviço de BIM. Era
a primeira experiência em BIM da
empresa.
Eles fizeram exatamente o que
os alunos aprendem dentro da
Formação Inova BIM, mode-
laram estruturas, insta-
lações e arquitetura.
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TROCA DE IDEIAS | BIM BOOK

Com isso foram identificados vários choques entre disciplinas, ou


seja, as incompatibilidades. Existem choques que são resolvíveis,
por exemplo, um eletroduto chocando com o tubo de esgoto. Isso
é simples de resolver.
Mas existem choques que são realmente incompatibilidades de
construção, ou um erro de projeto ou um problema de processo
construtivo.
Eu os orientei a buscar determinado tipo de incompatibilidade e
realizar um levantamento.
Com base nessas incompatibilidades, foi feita a composição de
custos da construtora para preparar um relatório de economia.
Ao separarmos e realizarmos o orçamento de quanto esses
problemas teriam custado ao longo da obra, descobrimos que
seria mais de 500 mil reais.
Serão esses tipos de análises e de resultados que irão motivar as
construtoras a implementar o BIM cada vez mais rápido.
Então, para todos que forem trabalhar em BIM, é muito impor-
tante tangibilizar o ganho da construtora para ela sentir os
ganhos que o BIM está trazendo com sua implementação.
Tudo isso sem contar com os ganhos qualitativos, de orçamentos
e planejamentos melhores ao longo da obra.

Quanto a engenheiros que estão em busca de um


bom cargo e já aprenderam BIM, o que você reco-
menda? Qual o próximo passo?
Primeiramente, o profissional precisa entender quais são as
maiores dores que as construtoras têm e como ele, agora com
conhecimento em BIM, pode ajudá-las.
É importante ter isso em mente. Você sempre ganhará mais se
você responder a problemas mais difíceis, ou seja, sempre ganha
mais quem atacar dores maiores.
Dentro do contexto das empresas, onde dói? Vamos pegar um
geral do mercado da construção civil, vamos falar em casos mais

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BIM BOOK | TROCA DE IDEIAS

comuns porque, dessa forma, ajuda mais gente.


Imagine que eu estou construindo edifícios – residencial, comer-
cial, hospitalar etc. Pelo menos nos residenciais e nos comerciais,
temos as repetições dos pavimentos tipo. Você já imaginou a
quantidade de problema para conciliar? Em cada pavimento tipo
eu tenho a estrutura, a arquitetura e seus vários aspectos, tenho
as instalações e os vários tipos de instalações.
Isso gera muito problema. Quem vive obra sabe que o pavimento
tipo é o que dá mais dor de cabeça, e a empresa sabe que, prova-
velmente, é onde ela está queimando mais dinheiro, porque uma
solução errada que foi dada para uma tubulação, por exemplo,
eu vou multiplicar depois por 20. Uma solução errada, que foi
dada para acomodar um desencontro de arquitetura com estru-
tura, eu também vou multiplicar depois por 20.
Isso imaginando que eu estou construindo apenas um edifício,
imagine se eu estiver construindo um complexo com vários
edifícios.
Então um profissional com os conhecimentos em BIM pode
começar a agir hoje.
Busque um colega que esteja trabalhando em alguma construtora,
pegue os projetos do pavimento tipo e faça uma modelagem, por
exemplo, de dois pavimentos; não precisa modelar o prédio todo.
Com base nisso, você coloca a estrutura, a arquitetura, as
instalações e começa a detectar vários problemas que estão
acontecendo nesse pavimento tipo, depois emite um relatório e
o apresenta lá na empresa.
Imagine que isso gere uma economia de 500 mil reais, como no
exemplo anterior. Caso o profissional já esteja na empresa, ele
certamente ganhará muitos pontos. Caso seja um profissional
desempregado, com certeza será o primeiro a ser chamado quan-
do abrir uma vaga para engenheiro dentro da empresa.
É necessário lembrar da necessidade de guardar esse material,
tirar fotos e colocar em PDFs. Imagine que surja outra oportu-
nidade em outra empresa. Esse material servirá como portfólio
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para mostrar o que você tem capacidade de fazer.


Além disso, você começa a ter um portfólio de casos reais de em-
presas para poder apresentar e oferecer seus serviços às outras
empresas, mesmo como autônomo.

Na indústria têxtil, de eletrônicos, automobilística,


na indústria de bens em geral, existe uma grande
padronização. Por que a construção civil ainda é
uma indústria em que não acontece essa padroni-
zação?
Ainda hoje, temos uma construção civil muito artesanal e frag-
mentada. Vamos usar o exemplo do carro. Boa parte do carro
é feito utilizando equipamentos que têm até certo grau de
inteligência, como braços mecânicos. É impossível que esse braço
mecânico, depois de programado, flutue, nessa distância em que
ele deve operar, mais do que milésimos de milímetro e quando
começa a passar disso ele é regulado.

Na construção civil não é um braço mecânico, é a mão de um


pedreiro, e em cada obra é um pedreiro diferente.
Outro fator é que, na indústria, as pessoas entendem que a
padronização e repetição não mata a personalização.
Um exemplo disso é a indústria automotiva. Quando você vai
comprar o seu carro, você quer o mais personalizado possível,
mas isso não faz com que ele deixe de ser padronizado. Os prin-
cipais itens, os que levam mais tempo no processo de montagem,
são altamente padronizados.
Levando para a construção civil, o que te interessa como compra-
dor de uma casa ou de um apartamento não é a espessura do
pilar. Você já viu alguém ir comprar um apartamento pergun-
tando qual é a espessura do pilar ou a altura da viga? Eu nunca
vi. Ele olha a parte externa, a parte visível, que gera valor para
ele, e em toda essa parte externa nós podemos brincar bastante.
É como no carro:
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É possível brincar bastante com os


acessórios do carro, mas ninguém che-
ga falando “eu não quero este chassi,
quero outro”.
Tem gente que nem sabe o que é chassi. Do
mesmo modo, tem gente que compra um apartamento e
não sabe nem o que é concreto.
Então, tem muito o que podemos padronizar, e o BIM
pode ajudar muito com isso.

Então eu posso afirmar que o BIM é uma industria-


lização da construção civil?
Ele é mais do que isso. O BIM é uma base para a industrialização,
porque nós vamos começar a ver no mercado daqui a algum
tempo materiais diferentes e serviços diferentes. Por exemplo,
hoje nós colocamos tijolo por tijolo manualmente, mas também
já vemos em alguns locais robôs colocando tijolo (o que eu acho
um desperdício da tecnologia).
Hoje já vemos empresas que constroem a parede inteira e a
transporta para o canteiro. Na Alemanha isso já é feito e aqui
no Brasil está começando. Algum tempo atrás, tivemos vários
projetos com banheiros prontos e estamos avançando para
fachadas prontas.
Então imagine que eu tenha um painel de fachada pronto e vá
fixá-lo. Esse painel foi produzido na indústria e foi milimetrica-
mente medido. Como é que eu vou fixar esse painel no local
certo se a construção não for milimetricamente medida, assim
como ele?

Então o BIM é a base para tornar isso possível.

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BIM NO MUNDO

Além do país em que vivemos, é importante


entender como o BIM está sendo desenvol-
vido ao redor do mundo para que possamos
aprender com outros mercados que estão
mais maduros nesse sentido.

Portanto, separei uma lista de países que ado-


tam a metodologia BIM em suas construções.

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CONTEXTO INGLÊS
A Estratégia de Construção do Governo do Reino
Unido foi criada em 2011, com o objetivo de incen-
tivar a utilização da plataforma BIM nos setores pú-
blico e privado e reduzir os custos dos projetos de
construção em 20%.

Porém, houve alguns problemas na adoção em razão


da falta de sistemas, normas e protocolos a serem
seguidos. Para resolver isso, o governo criou em 2012
a Estratégia de Pouso Suave (GSL, da sigla em inglês
Government Soft Landing), a fim de auxiliar o processo
de transição da fase conceitual à fase de operação.

O GSL sugeria a combinação de dois métodos: um


de elementos de impulso, que visava fornecer
orientação, treinamento, materiais e processos para
que os novos métodos fossem adotados; outro de
estímulo, para estimular o uso do BIM por meio de
exigências governamentais.

Além disso, foi emitido o documento Construção


2025, uma iniciativa do governo e da indústria, tendo
alguns objetivos como base. O primeiro era a redu-
ção dos gastos iniciais com edificações e manuten-
ção em 33%. O segundo era reduzir a emissão de
gases do efeito estufa nos ambientes urbanos em
50%. O terceiro era reduzir o tempo médio entre o
projeto e a realização de novos edifícios em 50%.
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CONTEXTO AMERICANO (EUA)


Nos Estados Unidos, a General Services Administra-
tion (GSA), empresa responsável por todas as obras
de edifícios públicos no país (com exceção dos
militares), criou o programa nacional 3D-4D-BIM
Program em 2003, e em 2006 decretou que novos
edifícios públicos projetados deveriam utilizar a
Metodologia BIM em seus projetos. Segundo a
SmartMarket Report, a utilização do BIM no país
saltou de 40%, em 2009, a 71%, em 2012.

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CONTEXTO FRANCÊS
Em 2014, foi publicado o relatório “Actions pour la
relance de la construction de logemen”, que visava
otimizar o setor de habitações. Uma das prioridades
foi estimular a inovação com a construção digital e a
Metodologia BIM. Para isso, foi exigida progressiva-
mente, a partir de 2017, a adoção de práticas BIM em
licitações públicas. Em 2010, apesar de a utilização do
BIM ainda não ser obrigatória, o nível de adoção da
metodologia era de cerca de 40% dos arquitetos, 44%
dos engenheiros e 29% das empreiteiras.
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CONTEXTO HOLANDÊS
Em novembro de 2011, foi decretado que
todos os projetos governamentais com
valores contratuais maiores que 10 milhões
de euros utilizassem a Metodologia BIM e o
IFC (formato de arquivo padrão). O documento
que guia a estratégia BIM no país é o RVB BIM
Norm Version 1.1, de 2013.
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CONTEXTO FINLANDÊS
A Senate Properties, empresa estatal que administra grande
parte dos ativos imobiliários da Finlândia, é a principal líder da
implantação da Metodologia BIM nesse país. A partir de 2007,
foi exigido o uso do BIM nas obras públicas. Alguns anos depois,
em 2011, foi lançado o manual “Objetivos orientados à tecno-
logia BIM” para guiar o uso dessa metodologia. Uma pesquisa
realizada pela National Building Specification (NBS), que con-
tou com 46 entrevistados das áreas de engenharia, arquitetura,
construção e operação, constatou que 65% dos profissionais já
utilizam o BIM.
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CONTEXTO NORUEGUÊS
A principal agente no processo de implementação
das estratégias BIM nesse país é a empresa Stabbygg.
Ela decidiu utilizar a Metodologia BIM em todo o ciclo
de vida dos seus edifícios construídos desde 2007, e
os projetos federais e aqueles que são realizados com
pelo menos 50% de recursos públicos são obrigatoria-
mente realizados com a Metodologia BIM.
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Parabéns por ter chegado ao final do BIM Book, espero que


você tenha tido bons momentos e insights durante sua leitura.
O Universo BIM acaba de abrir uma porta pra você e te con-
vida a entrar para fazer parte dessa mudança de era dentro
da construção civil.
Para continuar acompanhando essa metodologia multidi-
mensional, venha ver nosso conteúdo no canal do Inova Civil
e no nosso Instagram (@inovacivil)
Diariamente estamos publicando conteúdos relevantes de
BIM para que você possa se manter atualizado.
Se você deseja entrar mais a fundo no BIM e dominar todo o
processo até o BIM 5D, como exposto no livro, recomendo que
você conheça a Formação Inova BIM.
Abrimos algumas turmas por ano, e para saber mais sobre
a Formação e ser avisado de quando houver novas matrículas,
basta acessar a lista de espera em:

inovacivil.com.br/espera

Agradeço sua companhia até aqui,


e até a próxima!

Igor Pinheiro

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