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APRESENTAÇÃO
1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo Especial da Modelagem de Informação
da Construção (BIM) (ABNT/CEE-134), com número de Texto-Base 134:000.000.010/1, nas
reuniões de:
02.04.2020 18.06.2020
a) é previsto para ser idêntico à ISO 19650-1:2018, que foi elaborada pelo Technical Committee
Buildings and civil engineering works (ISO/TC 59), Subcommittee Organization and
digitization of information about buildings and civil engineering works, including building
information modelling (BIM)(SC 13);
2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.
© ABNT 2021
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.
Organization and digitization of information about buildings and civil engineering works, including
building information modelling (BIM) — Information management using building information
modelling
Part 1: Concepts and principles
Prefácio Nacional
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.
Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.
A ABNT NBR ISO 19650-1 foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Modelagem de
Informação da Construção (BIM) (ABNT/CEE-134). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme
Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.
A ABNT NBR ISO 19650-1 é uma adoção idêntica, em conteúdo técnico, estrutura e redação, à
ISO 19650-1:2018, que foi elaborada pelo Technical Committee Buildings and civil engineering works
(ISO/TC 59), Subcommittee Organization and digitization of information about buildings and civil
engineering works, including building information modelling (BIM)(SC 13).
Scope
This document outlines the concepts and principles for information management at a stage of maturity
Projeto em Consulta Nacional
described as “building information modelling (BIM) according to the ISO 19650 series”.
This document provides recommendations for a framework to manage information including exchanging,
recording, versioning and organizing for all actors.
This document is applicable to the whole life cycle of any built asset, including strategic planning, initial
design, engineering, development, documentation and construction, day-to-day operation, maintenance,
refurbishment, repair and end-of-life.
This document can be adapted to assets or projects of any scale and complexity, so as not to hamper
the flexibility and versatility that characterize the large range of potential procurement strategies and
so as to address the cost of implementing this document.
Introdução
Este Documento estabelece os conceitos e fundamentos para os processos de negócio em toda a cadeia
da construção civil, dando suporte ao gerenciamento e à produção da informação durante o ciclo de
vida dos ativos construídos (referido como “gestão da informação”), quando se utilizar a modelagem da
Projeto em Consulta Nacional
informação da construção (BIM). Estes processos podem entregar resultados benéficos aos negócios
de proprietários e operadores de ativos, clientes, sua cadeia de suprimentos e aqueles envolvidos no
financiamento de empreendimentos. Os benefícios incluem a redução de riscos e a redução de custos,
por meio da criação e do uso de modelos de informação dos ativos e dos empreendimentos. Neste
Documento, as formas verbais “deveria” e “convém que” são usadas para indicar uma recomendação.
— aqueles envolvidos nas etapas de licitação, aquisição, concepção, construção e/ou comissionamento
de ativos construídos; e
Os conceitos e fundamentos presentes neste Documento são voltados a todos os envolvidos no ciclo
de vida de um ativo construído. Isto inclui, mas não se limita a, o dono ou operador do ativo, o cliente,
o gerente do ativo, uma equipe de projetos, uma equipe de construção, um fabricante de equipamentos,
um especialista técnico, a entidade reguladora, um investidor, uma seguradora e o usuário final.
A colaboração entre todos os participantes dos empreendimento de construção e da gestão dos ativos
é essencial para que a sua entrega e operação sejam bem-sucedidas e eficientes. Organizações estão
cada vez mais trabalhando em novos arranjos e ambientes colaborativos, de forma a alcançar maiores
padrões de qualidade e alto reuso de conhecimentos e experiências prévias. Um dos resultados deste
ambiente colaborativo é a capacidade de comunicar, reutilizar e compartilhar informações e dados de
forma eficiente, sem perdas, sem contradições e sem má interpretação.
Trabalhar de forma realmente colaborativa requer entendimento e confiança mútua em toda a equipe
e um elevado nível de padronização nos processos, maior do que tem sido tipicamente adotado até hoje,
para que a informação seja produzida e compartilhada de forma consistente e nos prazos corretos.
Os requisitos de informação podem perpassar por toda a cadeia de fornecedores ao ponto em que
a informação seja produzida de forma mais eficiente e seja em seguida ordenada e agregada da forma
correta, à medida que for sendo repassada adiante. Atualmente são gastos recursos em montantes
Projeto em Consulta Nacional
Para aprimorar futuras edições e revisões da série ABNT NBR ISO 19650, proprietários de ativos públicos,
clientes públicos e entidades são instigados a recolher e compartilhar informações e experiências sobre
a sua implementação e uso.
A série ABNT NBR ISO 19650 pode se beneficiar de um processo formal de gestão de ativos como
o indicado na série ISO 55000. A série ABNT NBR ISO 19650 pode se beneficiar de uma abordagem
sistemática de qualidade na organização, como, por exemplo, indicado na ABNT NBR ISO 9001, apesar
de que a certificação ABNT NBR ISO 9001 não é um requisito da série ABNT NBR ISO 19650. Outras
normas com relação à estruturação da informação e métodos de entrega estão listadas na Bibliografia.
NOTA BRASILEIRA A palavra inglesa “asset” tem uma tradução direta para a língua portuguesa como “ativo”.
Em ambos os idiomas, “ativo” (substantivo) é um bem, ou conjunto de bens, que possui valor e pertence
a uma pessoa ou a uma organização.
De acordo com a ABNT NBR 55000:2014 ativo é um item, algo ou entidade que tem valor real ou potencial
para uma organização. O valor pode variar entre diferentes organizações e suas partes interessadas, e que
pode ser tangível ou intangível, financeiro ou não financeiro.
Já a expressão inglesa “built asset”, em tradução direta, significa o “ativo físico construído”, seja ele linear (por
exemplo, infraestrutura geral, rodovias, linhas de trem, rede elétrica, rede de gás etc.) ou vertical (por exemplo,
edifício residencial, edifício comercial, hotel, biblioteca, museu etc.).
Para fins desta tradução direta da ISO 19650, foi utilizada a expressão “ativo construído”, englobando ativos
construídos verticais (edificações), lineares (infraestrutura) e não desenvolvidos (terreno).
NOTA BRASILEIRA Os acrônimos não foram traduzidos para o equivalente ao termo em português. Essa
decisão foi amplamente debatida no comitê. A manutenção dos acrônimos em inglês facilita o alinhamento de
diferentes economias as boas práticas preconizadas por estas normas além de viabilizar a integração com
a literatura internacional.
NOTA BRASILEIRA Neste texto a palavra “project” foi traduzida como “empreendimento”. Entretanto, quando
associada a uma atividade, entrega, fase ou parte de um termo foi traduzida como “projeto”.
NOTA BRASILEIRA Neste texto o termo “lead appointed party” foi traduzido como “contratada”, e “appointed
party” como “subcontratada”.
NOTA BRASILEIRA Este Documento será complementado posteriormente por uma Prática Recomendada
(PR) ABNT na qual serão detalhados conceitos e processos, assim como sua aplicação à realidade da construção
civil nacional.
1 Escopo
Este Documento estabelece os conceitos e fundamentos para a gestão da informação no estágio de
maturidade descrito como “modelagem da informação da construção (BIM), de acordo com a série
ABNT NBR ISO 19650”.
Este Documento fornece recomendações para uma estrutura de gestão da informação, incluindo troca,
registro, versionamento e organização para todos aqueles envolvidos em qualquer ambiente de trabalho.
Este Documento se aplica a todo o ciclo de vida de um ativo construído, incluindo o seu planejamento
estratégico, projeto e construção, operação diária, manutenção, reforma, reparo e final de ciclo de vida.
Este Documento pode ser adaptado para ativos e empreendimentos dos de qualquer escala e complexidade,
de forma a não ser uma barreira à flexibilidade e à versatilidade que caracterizam o amplo espectro de
estratégias de licitação e aquisição de bens e serviços, e de forma a endereçar questões de custo de
implementação deste Documento.
2 Referências normativas
Não há referências normativas neste Documento.
3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.
A ISO e a IEC mantêm bases de dados terminológicas para uso na normalização nos seguintes endereços:
3.1.1
matriz de responsabilidades
tabela que descreve a participação dos responsáveis pelas diversas funções na execução das diversas
tarefas e entregáveis
Nota 1 de entrada: A matriz de responsabilidades pode indicar níveis de responsabilidade, consulta e informação
junto com a indicação da obrigação de completar cada tarefa e item entregável.
3.1.2
espaço
limitação e extensão tridimensional estabelecida fisicamente ou implicitamente
3.2.1
ator
pessoa, organização ou unidade organizacional envolvida no processo de projeto, construção, operação
e/ou manutenção
Nota 1 de entrada: Unidades organizacionais incluem, mas não se limitam a, departamentos e equipes.
Nota 2 de entrada: No contexto deste Documento, o processo de construção é realizado durante a etapa de
entrega (3.2.11) e a fase operacional (3.2.12).
3.2.2
contrato
instruções acordadas para o fornecimento de informações (3.3.1) relacionadas a obras, bens ou serviços
Nota 1 de entrada: O termo é utilizado mesmo que não exista um contrato formal entre as partes.
3.2.3
contratada
fornecedora de informação (3.3.1) relacionada à entrega de obras, bens ou serviços
Nota 1 de entrada: Recomenda-se que uma contratada seja identificada para cada equipe de entrega (3.2.6),
podendo ser a mesma organização de uma das equipes de tarefa (3.2.7).
Nota 2 de entrada: Este termo é usado mesmo que não exista uma contratação (3.2.2) formal entre as partes.
3.2.4
contratante
receptor da informação (3.3.1) relacionada à entrega de obras, bens e serviços de uma contratada (3.2.3)
Nota 1 de entrada: Em alguns países, a contratante pode se chamar cliente (3.2.5), dono ou funcionário, mas
o termo “contratante” não se limita a essas funções.
Nota 2 de entrada: Este termo é usado mesmo que não exista uma contratação (3.2.2) formal entre as partes.
3.2.5
cliente
ator (3.2.1) responsável por iniciar um empreendimento e aprovar o seu escopo
3.2.6
equipe de entrega
contratada (3.2.3) e sua(s) subcontratada(s)
Nota 1 de entrada: Uma equipe de entrega pode ser de qualquer tamanho, de uma pessoa conduzindo todas as
funções e tarefas necessárias até equipes de tarefa (3.2.7) complexas e altamente subdivididas. O tamanho
e a estrutura de cada equipe de entrega são uma resposta à escala e complexidade das atividades de projeto,
construção, operação e/ou gestão de um ativo (3.2.8) imobiliário.
Nota 2 de entrada: Diversas equipes de entrega podem ser contratadas simultaneamente ou sequencialmente
para realizar atividades ligadas a um único ativo (3.2.8) construído, como resposta à escala e complexidade
das atividades de projeto, construção, operação e/ou gestão.
Nota 3 de entrada: Uma equipe de entrega pode ser composta por diversas equipes de tarefa (3.2.7) do
conjunto de contratadas (3.2.3) ou de sua(s) subcontratada(s).
Projeto em Consulta Nacional
Nota 4 de entrada: Uma equipe de entrega pode ser reunida por uma subcontratada ao invés da contratada (3.2.3).
3.2.7
equipe de tarefa
profissionais reunidos para executar uma ou mais tarefas específicas
3.2.8
ativo
item, coisa, entidade ou objeto que tem potencial de valor ou valor atual para uma organização
3.2.9
informação do projeto
informação (3.3.1) produzida por, ou utilizada em, um projeto particular
3.2.10
ciclo de vida
a vida útil de um ativo (3.2.8) desde o estabelecimento de seus requisitos até o seu término, incluindo
seu projeto, construção e desenvolvimento, operação, manutenção e descomissionamento
[FONTE: ISO/TS 12911:2012, 3.13, modificada – As palavras “fases e atividades perpassando toda
a vida útil do sistema” foram substituídas por “vida útil do ativo”; NOTAS 1 e 2 foram excluídas.]
3.2.11
fase de entrega
parte do ciclo de vida (3.2.10) em que o ativo (3.2.8) é projetado, construído e comissionado
Nota 1 de entrada: A fase de entrega normalmente reflete uma metodologia de etapas para um empreendimento.
3.2.12
fase operacional
parte do ciclo de vida (3.2.10) durante a qual um ativo (3.2.8) é utilizado, operado e mantido
3.2.13
evento gatilho
evento, capacidade ou situação planejada ou não planejada que acarreta mudanças a um ativo (3.2.8)
ou na sua capacidade durante o seu ciclo de vida (3.2.10) e que resulta na troca de informações (3.2.7)
Nota 1 de entrada: Durante a fase de entrega (3.2.11), eventos gatilho normalmente refletem o fim das várias
fases de um empreendimento.
3.2.14
ponto chave de decisão
momento durante o ciclo de vida (3.2.10) de um ativo (3.2.8) quando uma decisão crucial é tomada
a respeito da sua viabilidade ou do seu desenvolvimento
Nota 1 de entrada: Durante um empreendimento, pontos chave de decisão normalmente refletem as diversas
Projeto em Consulta Nacional
fases de um projeto.
3.3.1
informação
representação reinterpretável de dados em um formato adequado para comunicação, interpretação
ou processamento
Nota 1 de entrada: Informação pode ser processada por pessoas ou meios automatizados.
[FONTE: IEC 82045-1:2001, 3.1.4, modificada – No termo, e na sua definição, houve a troca da palavra
“dados” para “informação”.]
3.3.2
requisitos de informação
especificação para o quê, quando, como e para quem a informação (3.3.1) deve ser produzida
3.3.3
requisitos de informação da organização
OIR
requisitos de informação (3.3.2) relacionados aos objetivos organizacionais
3.3.4
requisitos de informação do ativo
AIR
requisitos de informação (3.3.2) relacionados aos objetivos de operação de um ativo (3.2.8)
3.3.5
requisitos de informação de projeto
PIR
requisitos de informação (3.3.2) relacionados aos objetivos de entrega de um ativo (3.2.8)
3.3.6
requisitos de troca da informação
EIR
requisitos de informação (3.3.2) relacionados a uma contratação (3.2.2)
3.3.7
troca de informação, verbo
ato de satisfazer um requisito de informação (3.3.2) em parte ou na sua totalidade
3.3.8
modelo de informação
Projeto em Consulta Nacional
3.3.9
modelo de informação do ativo
AIM
modelo de informação (3.3.8) relacionado à fase operacional (3.2.12) de um ativo (3.2.8)
3.3.10
modelo de informação do projeto
PIM
modelo de informação (3.3.8) relacionado à fase de entrega (3.2.11) de um ativo (3.2.8)
Nota 1 de entrada: Durante a fase de entrega (3.2.11), o modelo de informação do projeto pode ser utilizado
para ilustrar a intenção projetual (às vezes chamado de “modelo de intenção projetual”) ou para ilustrar o ativo
(3.2.8) construído (às vezes chamado de “modelo virtual da construção”).
3.3.11
federação
criação de um modelo da informação (3.3.8) composto a partir de diversos contêineres de informação
(3.3.12)
Nota 1 de entrada: Os diversos contêineres de informação (3.3.12) usados durante a federação podem vir de
diferentes equipes de tarefa (3.2.7).
3.3.12
contêiner de informação
conjunto nomeado de informações persistentes (3.3.1), recuperável de dentro de um arquivo, sistema
ou de uma hierarquia de armazenamento de aplicativo
EXEMPLO Inclui subdiretórios, arquivos digitais (modelos de informação, documentos, tabelas, cronogramas)
ou um subconjunto distinto de informações de um arquivo digital, como capítulos, seções, camada de informações
ou símbolos.
Nota 1 de entrada: Contêiner de informação contém modelos geométricos, tabelas e banco de dados. Contêineres
de informação não estruturados contém documentos, vídeos e gravações de som.
Nota 2 de entrada: Informações persistentes existem por um período de tempo longo o suficiente para terem
de ser gerenciadas, ou seja, excluem-se as informações temporárias como pesquisas em ferramentas de busca
na internet.
Nota 3 de entrada: É recomendado que a identificação, o nome de um contêiner de informação, seja feita de
acordo com uma convenção previamente acordada.
3.3.13
código de estado
metadados descrevendo a adequação de uso do conteúdo de um contêiner de informação (3.3.12)
3.3.14
modelagem da informação da construção
Projeto em Consulta Nacional
BIM
uso de uma representação digital compartilhada de um ativo (3.2.8) construído, para facilitar os processos
de projeto, construção, operação e manutenção a partir de uma base de dados confiável
Nota 1 de entrada: Ativos construídos incluem, mas não se limitam as edificações, pontes, estradas, indústrias etc.
[FONTE: ISO 29481-1:2016, 3.2, modificada – A palavra “objeto” foi substituída por “ativo”; as palavras
“incluindo construções, pontes, estradas, fábricas etc.” foram excluídas; a Nota 1 original foi substituída
por uma nova.]
3.3.15
ambiente comum de dados
CDE
fonte de informação (3.3.1) acordada para qualquer empreendimento ou ativo (3.2.8) cuja função seja
coletar, gerenciar e disseminar cada contêiner de informação (3.3.12) em um processo controlado
Nota 1 de entrada: O fluxo de trabalho de um CDE descreve os processos que serão utilizados e uma solução
tecnológica que poderá suportá-los
3.3.16
nível de informação necessária
sistema descritivo da extensão e granularidade da informação (3.3.1)
Nota 1 de entrada: Um dos propósitos em se estabelecer o nível de informação a ser entregue é não entregar
informação além do necessário.
3.3.17
competência
medição da habilidade necessária para se executar uma tarefa
Nota 1 de entrada: No contexto deste Documento, isto se relaciona às habilidades, conhecimento e/ou expertise
para produzir e gerenciar a informação (3.3.1)
3.3.18
capacidade
recursos e condições disponíveis em dado momento para se executar uma tarefa.
Nota 1 de entrada: No contexto deste Documento, isto se relaciona aos meios, recursos e processos para
gerenciar a informação (3.3.1).
O modelo de informação do ativo (AIM) e o modelo de informação do projeto (PIM) são repositórios
Projeto em Consulta Nacional
estruturados de informação, necessários para se tomar decisões durante o ciclo de vida de um ativo
construído. Isso inclui a concepção, o projeto e a construção de novos ativos, a renovação e adaptação de
ativos existentes e a operação e manutenção de um ativo. Espera-se que a quantidade de informações
contidas nos modelos de informação, e seus diferentes usos possíveis, aumentem durante a fase de
entrega do empreendimento e gestão do ativo.
Modelos de informação do ativo (AIM) e modelos de informação do projeto (PIM) podem incluir informação
estruturada e não estruturada. Exemplos de informação estruturada incluem modelos geométricos,
tabelas e bases de dados. Exemplos de informação não estruturada incluem documentação, vídeos e
áudio. Convém que fontes físicas de informação, como amostras de solos e produtos, sejam geridas
usando os processos de gestão da informação descritos neste Documento, por meio de referências
cruzadas apropriadas, como, por exemplo, código de identificação de amostras.
Muitos empreendimentos envolvem trabalhos executados em ativos existentes, mesmo que o local de
intervenção não tenha sido desenvolvido anteriormente. É recomendado que estes empreendimentos
incluam alguma informação preexistente do ativo que dê suporte ao desenvolvimento dos requisitos
e escopo de projeto e que esteja à disposição das contratadas que trabalharão no empreendimento.
É recomendado que os conceitos e fundamentos contidos neste Documento sejam aplicados de forma
proporcional e apropriada a escala e a complexidade do ativo ou empreendimento.
4.2 Gestão da informação de acordo com a série ABNT NBR ISO 19650
As recomendações e os requisitos de gestão da informação presentes na série ABNT NBR ISO 19650
estão baseados na premissa de que a contratante, a contratada e as subcontratadas trabalharão juntos
de forma colaborativa e que todos irão participar na implementação da série ABNT NBR ISO 19650.
A gestão da informação pode ser representada como uma sequência de estágios de maturidade, conforme
apresentado na Figura 1 como estágios 1, 2 e 3. Esta figura mostra que o desenvolvimento de padronização,
a tecnologia da informação e as formas sofisticadas de gestão da informação são combinados para
entregar maiores retornos aos negócios. A série ABNT NBR ISO 19650 tem aplicação principalmente
no estágio 2 de maturidade, mas também pode ser aplicada nos estágios 1 e 3.
— na entrega da informação.
— registro de ativos: convém que seja viabilizado um registro de ativos para dar suporte a uma
auditoria e investigação precisas, e que inclua tanto os ativos espaciais e físicos como os seus
grupamentos;
Projeto em Consulta Nacional
— gestão de risco: convém que as informações sejam requeridas ou suprimidas para dar suporte
a gestão de riscos, especialmente para identificar e revisar os riscos aos quais um empreendimento
ou ativo podem ser expostos, como, por exemplo, riscos naturais, eventos climáticos extremos
ou incêndio;
— apoio a questões do negócio: convém que a contratante especifique a informação requerida para dar
suporte à avaliação da justificativa comercial para a propriedade e operação do ativo, e convém
que se inclua o desenvolvimento contínuo dos aspectos que podem causar impactos positivos ou
negativos para o ativo desde as suas primeiras entregas, conforme abaixo:
— Impactos atuais e previstos: convém que a contratante requisite informações relativas aos impactos
de custo de energia, produção de CO2, lixo, consumo de água e outros efeitos ambientais;
— operações: convém que as informações necessárias à operação normal do ativo sejam fornecidas
de modo a permitir que a contratante antecipe os custos de operação;
Os diferentes tipos de requisitos de informação são mostrados na Figura 2 e explicados em 5.2 e 5.5.
NOTA Nesta Figura, a palavra “delimita” significa “provê todas informações para”; “contribui” significa
“provê parte das informações para”; “especifica” significa “determina conteúdo, estrutura e metodologia”.
— compromissos regulatórios; ou
— formulação de políticas.
Os requisitos de informação da organização (OIR) podem existir por variadas razões além da gestão
do ativo, como, por exemplo, emissão anual de relatórios de contabilidade. Este tipo de requisitos de
informação da organização (OIR) não é considerado neste Documento.
Os aspectos técnicos dos requisitos de informação do ativo (AIR) detalham os conjuntos de informação
necessários para que se possa responder os requisitos de informação da organização (OIR). É
recomendado que estes requisitos sejam expressos de forma que possam ser incorporados nas tarefas
de gestão do ativo e possam dar suporte na tomada de decisões da organização.
Quando existir uma cadeia de suprimentos, os requisitos de informação do ativo (AIR) recebidos por
uma contratada podem ser subdivididos e repassados a qualquer uma de suas subcontratadas. Os
requisitos de informação do ativo (AIR) recebidos pela contratada podem ser ampliados com os seus
próprios requisitos de informação.
Uma estratégia de gestão de ativos construídos pode conter diversas tarefas e contratos. Convém que
os requisitos de informação do ativo (AIR) formem um único conjunto de requisitos coerente e coordenado,
suficiente para endereçar todas as questões dos requisitos de informação da organização (OIR) relativas
aos ativos.
Os requisitos de informação do projeto (PIR) detalham as informações necessárias para se dar resposta
e/ou informar a tomada de decisões estratégicas de um ativo a ser construído. Os requisitos de
informação do projeto (PIR) são gerados tanto a partir dos processos de gestão de projeto quanto dos
processos de gestão do ativo.
É recomendado que um conjunto de requisitos de informação seja preparado para cada ponto-chave
de decisão que a contratante deva tomar durante o empreendimento.
É recomendado que os aspectos técnicos dos requisitos de troca da informação (EIR) sejam capazes
de detalhar as informações necessárias para que se possa responder ao requisitos de informação do
projeto (PIR). Convém que estes requisitos sejam expressos de forma que possam ser incorporados
em tarefas relacionadas a um projeto. Convém que os requisitos de troca da informação (EIR) se
alinhem com eventos gatilho que representem a finalização de algumas, ou todas as, fases do projeto.
É recomendado que os requisitos de troca da informação (EIR) sejam apresentados sempre que novas
tarefas ou projetos estiverem sendo discutidos ou implementados. Em particular, os requisitos de troca
da informação (EIR) recebidos por uma contratada podem ser subdivididos e repassados para qualquer
uma de suas próprias subcontratadas, e em diante na cadeia de suprimentos. Os requisitos de troca
da informação (EIR) recebidos pelas subcontratadas, incluindo a contratada, podem ser ampliados com
requisitos de troca da informação próprios. Parte do EIR pode ser passado adiante pela cadeia de
Projeto em Consulta Nacional
Durante o decorrer de um projeto, podem existir diferentes tarefas a serem executadas. Convém que
os requisitos de troca da informação (EIR) de todas estas tarefas formem um único, coerente e coordenado
conjunto de requisitos de informação, que seja suficiente para atender a todos os requisitos de informação
do projeto (PIR).
O modelo de informações do ativo (AIM) dá suporte à estratégia diária de gestão do ativo construído
estabelecida pela contratante. Ele também pode fornecer informações ao início de um processo de
projeto. Por exemplo, o modelo de informações do ativo (AIM) pode conter informações de registros
de equipamentos, custos de manutenção cumulativa, registros de datas de manutenção e instalação,
informações de propriedade e outros detalhes que a contratante considera valiosos e deseja que
sejam geridos de forma sistemática.
O modelo de informação do projeto (PIM) dá suporte à entrega do projeto e contribui com o modelo
de informações do ativo (AIM) no suporte das atividades de gestão do ativo. É recomendado que
o modelo de informação do projeto (PIM) também seja armazenado de forma a prover um arquivamento
de longo prazo para propósitos de auditoria do projeto. Por exemplo, o modelo de informação do
projeto (PIM) pode conter detalhes de geometria do projeto, localização de equipamentos, requisitos de
desempenho projetados, métodos construtivos, tabelas, custos e detalhamento de sistemas instalados,
componentes e equipamentos, incluindo requisitos de manutenção estas informações incluem o que
for projetado e também construído de fato.
1) Informação é necessária para a tomada de decisões durante todo o ciclo de vida de um ativo,
incluindo, quando houver, a intenção de construir, modificar, ampliar ou descomissionar um ativo.
Tudo isso faz parte de um sistema geral de gestão de ativos.
3) No caso em que a equipe de entrega seja composta por mais de um grupo, convém que a informação
seja repassada para o grupo mais relevante ou para o ponto em que esteja mais facilmente disponível
e acessível para todos.
É recomendado que estes fundamentos sejam aplicados de forma proporcional ao contexto da gestão
do ativo ou desenvolvimento do empreendimento.
O modelo de informação do ativo (AIM) e o modelo de informação do projeto (PIM) são produzidos no
decorrer do ciclo de vida da informação. Esses modelos de informação são utilizados durante o ciclo de
vida de um ativo para dar suporte à tomada de decisões relacionadas ao ativo e ao empreendimento.
A Figura 3 ilustra o ciclo de vida do ativo para as fases operacionais e de entrega (círculo verde) e
algumas atividades de gestão da informação (pontos A a C). Além desses três pontos apresentados
na Figura 3, é recomendado que a verificação da intenção projetual seja executada no decorrer da
revisão do desempenho do ativo na fase operacional. O momento correto vai depender de quando e
com que frequência são realizados os ensaios de aferição de desempenho. Se a verificação falhar,
então ações remediativas podem ser requeridas. Durante a fase operacional, eventos gatilho podem
requerer uma resposta da gestão da informação, resultando em uma ou mais trocas de informação.
A Figura 3 também ilustra que a série ABNT NBR ISO 19650 se aplica no contexto do sistema de gestão
de ativos, assim como a ABNT NBR ISO 55000, ou uma estrutura de gestão de empreendimento,
como a ABNT NBR ISO 21500, e também se inclui no contexto da gestão da organização, como a
ABNT NBR ISO 9001. Outras normas, como a ISO 8000 (Qualidade de dados), a ISO/IEC 27000 (Gestão
da segurança da informação) e a ABNT NBR ISO 31000 (Gestão de risco) são também relevantes mas
omitidas da figura por clareza.
Os princípios-chave abaixo (conforme detalhados na ABNT NBR ISO 55000) são importantes para
a gestão da informação de ativo, conforme detalhado na série ABNT NBR ISO 19650:
— a contratante especificamente associa a gestão de ativos aos seus objetivos de negócio por meio
de políticas, estratégias e planos de gestão de ativos;
— informações de ativos adequadas e oportunas são um dos requisitos fundamentais para uma gestão
de ativos bem-sucedida; e
— liderança e governança com relação à gestão da informação de ativos vêm da alta gestão do
proprietário/operador do ativo.
Os seguintes princípios-chave abaixo (conforme detalhados na ABNT NBR ISO 9001) são importantes
para a gestão da informação de ativo, conforme detalhado na série ABNT NBR ISO 19650:
— há foco no cliente (aquele que vai receber ou usar o ativo ou a informação do empreendimento);
Legenda
A Início da fase de entrega – entrega de informação relevante do modelo de informação do ativo (AIM) e do
modelo de informação do projeto (PIM)
B desenvolvimento progressivo do modelo de intenção projetual para um modelo de construção virtual (ver
3.3.10, Nota 1)
C fim da fase de entrega – transferência de informações relevantes do modelo de informação do projeto (PIM)
para o modelo de informação do ativo (AIM)
É recomendado que todas as informações de empreendimento e do ativo que são fornecidas durante
o ciclo de vida de um ativo sejam especificadas pela contratante por meio de um conjunto de requisitos
de informação. Convém que os requisitos de informação aplicáveis sejam emitidos para cada licitante
como parte do processo de contratação. Isso também se aplica quando uma instrução de trabalho
for emitida de uma parte de uma organização para outra parte da mesma organização. Convém que
uma resposta para cada requisito seja preparada pelos licitantes e revista pela contratante antes da
contratação, como forma de avaliação da escolha da contratada. A resposta ao requisito de informação
é então gerenciada e desenvolvida por cada contratada e incluída no seu planejamento de gestão do
ativo ou planejamento de entrega do empreendimento. A informação é administrada por cada contratada
e suas subcontratadas e aceita pela contratante que especificou os requisitos. Processos de revisão
garantem a retificação da informação, quando necessário. O processo genérico está ilustrado na Figura 4.
É recomendado que uma avaliação de riscos para a entrega de informações de projeto ou de ativo
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seja incluída na avaliação de risco geral do ativo ou do empreendimento, de forma que a natureza dos
riscos de entrega das informações, suas consequências e probabilidades de ocorrerem sejam entendidas,
comunicadas e gerenciadas. Convém que os conceitos e fundamentos neste Documento sejam levados
em consideração na avaliação de riscos da entrega de informação.
Requisitos de informação são estabelecidos para atender a questões que precisem ser respondidas
para se tomar decisões relacionadas ao ativo em diferentes pontos de sua concepção, construção e
operação. Planos de entrega da informação são criados toda vez que uma contratada é escolhida
para conduzir tarefas de gestão de ativo ou empreendimento. Isso inclui contratações paralelas e
subcontratações feitas pela contratante com relação ao projeto, construção, operação ou qualquer outro
serviço, e as contratações paralelas e subcontratações feitas junto à cadeia de fornecedores para
o empreendimento, como, por exemplo, nas equipes de obra.
A Figura 5 ilustra a hierarquia do processo de gestão da informação e como se aplica aos diferentes
níveis de detalhes em um projeto. É recomendado que uma hierarquia similar de processos se aplique
a cada um das tarefas que ocorrem durante a gestão de um ativo.
Demais fundamentos com relação a papéis e funções na gestão da informação, trabalho colaborativo
e avaliação de capacidade da contratada são estabelecidos nas Seções 7, 8 e 9. Demais fundamentos
com relação ao planejamento da entrega da informação são estabelecidos na Seção 10. Demais
fundamentos com relação ao desenvolvimento e entrega da informação são estabelecidos nas Seções 11
e 12.
A Figura 6 ilustra uma importante decisão a ser tomada pela contratante. Esta decisão é tomada em um
ponto chave de decisão, representado pelo diamante, quando um conjunto de requisitos de informação
é estabelecido e compartilhado nas diversas equipes de entrega (contratadas e subcontratadas, conforme
adequado). A informação é fornecida por meio de processos de entrega de informações, representados
pelo círculo.
É recomendado que a contratante estabeleça as ocasiões ou momentos em que deverá tomar uma
decisão chave, e defina qual informação necessita da equipe de entrega para tomar esta decisão.
Convém que qualquer alteração significativa nos requisitos de informação seja discutida e acordada
entre a contratante e a contratada , e que ambos possam fazer esta consulta.
A Figura 7 mostra a troca de informações que ocorre entre o fim da fase de entrega de um empreendimento
e o início da próxima fase de entrega do mesmo empreendimento.
O círculo representa a troca de informações. As setas verticais representam o fluxo dos requisitos de
informação e das informações entregáveis entre a contratante e a contratada. As setas circulares à
esquerda das setas verticais representam a entrega de informação pela contratada , a checagem e
validação desta informação pela contratante contra os requisitos e qualquer interação que seja necessária
para completar a troca de informações (por exemplo, quando informação requerida estiver faltando
ou não for fornecida na qualidade necessária). A seta circular à direita das setas verticais representa
a provisão de informação a partir da contratante para a contratada, a checagem desta informação contra
quaisquer requisitos para o início da próxima fase do empreendimento e qualquer interação necessária
para completar a troca de informações.
Durante a validação e nos métodos de verificação das informações, é vital que os processos de aprovação
sejam documentados e acordados entre as partes antes que se inicie o processo de troca de informações.
É particularmente importante que uma segunda checagem da informação, no início de uma fase do
empreendimento, seja feita toda vez que houver uma troca de contratadas entre fases, com atenção
particular à usabilidade da informação recebida. É recomendado que a segunda checagem seja executada
também quando houver uma demora no início de uma fase do empreendimento. Podem ocorrer situações
nas quais essa segunda checagem não seja necessária, por exemplo, quando o mesma contratada
entregar fases subsequentes do empreendimento e nenhum atraso nas entregas ocorrer.
É recomendado que a informação também seja checada toda vez que houver uma troca de contratadas
durante uma fase do empreendimento. Convém que, nessas circunstâncias, qualquer limitação no uso
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É recomendado que, se novos grupos entrarem na equipe de entrega, o planejamento de entrega seja
atualizado para incluir e confirmar a informação que este novo grupo irá contribuir para a futura troca
de informações.
NOTA Em certas situações, a troca de informações pode ocorrer também entre as contratadas e suas
subcontratadas. Para simplificação, essas trocas não foram ilustradas.
que as funções e os papéis sejam incluídos nos contratos por meio de tabelas específicas de serviço
ou de descrições de obrigações gerais.
É recomendado que este Documento identifique os tipos de funções na gestão da informação a serem
levadas em consideração e suas respectivas responsabilidades, e convém que seja lido em conjunto
com outros documentos contratuais. É recomendado que as funções na gestão da informação,
responsabilidade e autoridade sejam alocadas a grupos com base nas suas capacidades e condições
técnicas de executá-las. Em pequenos negócios ou empreendimentos, múltiplas funções podem ser
executadas pelo mesmo indivíduo ou grupo.
É importante não confundir papéis e funções com títulos de cargos ou outras designações profissionais.
Com relação aos ativos, a gestão da informação pode ser incumbida a um ou mais indivíduos da força de
trabalho de uma contratada. Este papel e função envolvem a liderança na validação de informações
fornecidas por cada empresa contratada para executar um serviço e a autorização para inclusão de
informações no modelo de informações do ativo (AIM). É recomendado que este papel e função sejam
preenchidos a partir do início da gestão do ativo.
gerenciados. É importante que as funções estejam alocadas durante o ciclo de vida do empreendimento,
mas a sequência de contratos e seus escopos devem refletir a forma de contratação adotada.
Quando as equipes de entrega estiverem subdivididas em equipes de tarefas específicas, será necessário
alocar uma função de gestão da informação a cada equipe. A gestão da informação ao nível das equipes
de tarefas deve se deter tanto com a informação associada à tarefa em si quanto com os requisitos de
coordenação da informação em várias tarefas e equipes de tarefas.
Competência se refere a ser capaz de realizar determinada atividade, por exemplo, por ter a experiência,
habilidade ou recursos técnicos necessários. Capacidade se refere a ser capaz de completar dada tarefa
ou atividade no tempo estipulado.
Quando uma nova tarefa ou compromisso é acertado em uma estrutura de parceria comercial ou
contrato de longo tempo, pode-se reduzir o escopo da avaliação de competência e condições técnicas
a apenas os novos aspectos relevantes. Por exemplo, em um arranjo comercial, a experiência da equipe
de entrega e o seu acesso a tecnologias de informação não precisam ser avaliados para cada novo
empreendimento, a menos que os requisitos sejam significativamente diferentes dos anteriores. Em um
contrato de manutenção de ativos, a competência da equipe de entrega precisa ser reavaliada apenas
em intervalos predefinidos durante o contrato, ao invés de a cada atividade de manutenção.
a) autores produzem informação, sujeita a acordos de propriedade intelectual, que eles controlam
apenas disponibilizando informação aprovada por outrem, quando requisitada por força de
referenciamento, federação ou troca direta de informação;
b) fornecimento de requisitos de informação claramente estabelecidos em nível macro, por grupos
de interesse associados ao empreendimento ou ativo e em detalhamento por parte da contratante;
c) avaliação da abordagem técnica proposta; competência e capacidades técnicas de cada equipe
de entrega anteriormente à contratação pela contratante contra o conjunto de requisitos;
d) fornecimento de um ambiente comum de dados (CDE) para gerenciar e armazenar a informação
compartilhada acessível, de forma apropriada e segura a todos os indivíduos e grupos que precisem
produzir, usar e manter as informações pertinentes;
f) processos relacionados à segurança da informação devem ser colocados em prática durante
todo o ciclo de vida do ativo, para endereçar questões como acessos não autorizados, perda e
corrupção de dados, degradação de informações e obsolescência.
— como a informação vai atender aos requisitos estabelecidos nos requisitos de informação do ativo
(AIR) ou nos requisitos de informação de projeto (PIR);
— como a informação será coordenada com informação proveniente de outros grupos de contratadas;
É recomendado que ao menos a parte do planejamento da entrega de informações seja conduzida pela
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contratada ou subcontratadas antes da contratação ser formalizada, uma vez que este planejamento
preliminar faz parte do material a ser analisado pela contratante na avaliação dos proponentes a participar
do empreendimento e/ou gestão do ativo. Convém que um planejamento mais detalhado seja requerido
após a contratação como parte da fase de mobilização. Convém que os planejamentos extras sejam
feitos no caso em que alterações sejam feitas nos requisitos de informação ou nas equipes de entrega.
É recomendado que a equipe de entrega revise a solução apresentada de gestão da informação antes
de qualquer projeto técnico, construção ou atividade de gestão de ativos ser feito. Convém que isso
inclua o seguinte:
— a tecnologia da informação adotada suporte e permita a gestão da informação de acordo com a série
ABNT NBR ISO 19650.
Convém que seja considerada uma previsão de tempo para treinamento com relação às habilidades
e competências técnicas.
É recomendado que a informação seja entregue por meio de métodos de troca de informação
preestabelecidos. A troca de informação pode ocorrer entre a contratante e a contratada , assim como
entre a contratada e suas subcontratadas.
É recomendado que a entrega da informação de acordo com os requisitos de informação seja um dos
critérios para completar um projeto ou atividade de gestão de ativos. Convém que cada contêiner de
informação seja relacionado diretamente a um ou mais requisitos de informação preestabelecidos.
É recomendado que um plano de entrega de informações seja estabelecido para todo o empreendimento
ou para um ciclo de curto ou médio prazo da gestão de um ativo, de acordo com o cronograma e contrato
entre as partes. Em situações complexas, isso pode ser gerado ao se combinarem os planos de entrega
para cada projeto ou tarefa de gestão de ativo.
É recomendado que os prazos de entrega de cada informação entregável sejam incluídos em cada
plano de entrega de informações, com referência ao cronograma de projeto ou gestão de ativo, quando
estes forem conhecidos.
Convém que o conteúdo de uma matriz de responsabilidades mostre o detalhamento adequado aos eixos.
É recomendado que a estratégia de federação seja desenvolvida em uma ou mais divisões do trabalho
em diversos contêineres de informação durante o seu planejamento detalhado, para explicar em mais
detalhes como os contêineres de informação se inter-relacionam. A estratégia de federação e a divisão
do trabalho em diversos contêineres de informação detalham a metodologia para administrar as interfaces
associadas com o ativo durante a sua fase de entrega ou fase de operação. É recomendado que diferentes
arranjos dos contêineres de informação sejam estabelecidos para diferentes objetivos, como, por exemplo,
compatibilização funcional, coordenação espacial ou interfaces geométricas. Convém que isto seja
proporcional à complexidade do ativo ou empreendimento. Explicações e exemplos de diferentes aplicações
da federação e divisão do trabalho em diversos contêineres de informação são dados no Anexo A.
É recomendado que a solução e o fluxo de trabalho de um ambiente comum de dados (CDE) sejam
implementados para permitir que a informação seja acessada por aqueles que necessitam dela
para executar suas tarefas e funções. A solução pode ser implementada de diversas maneiras e
utilizando-se uma vasta gama de tecnologias diferentes. No “fluxo de trabalho BIM de acordo com
a série ABNT NBR ISO 19650”, a solução e o fluxo de trabalho com um ambiente comum de dados
(CDE) permitem o desenvolvimento de um modelo da informação federado. Isso inclui modelos de
informação de diferentes contratadas, equipes de entrega e equipes de tarefa. Convém que sejam levadas
em consideração a segurança e a qualidade da informação e, quando apropriado, convém integrar estes
conceitos na definição ou nas propostas técnicas de um ambiente comum de dados (CDE). Conceitos
e fundamentos mais detalhados sobre o ambiente comum de dados (CDE) são encontrados na Seção 12.
É recomendado que objetos com informações genéricas sejam usados antes do produto final ser
selecionado ou fabricado, indicando o espaço necessário para a sua instalação, conexão, manutenção
e substituição assim que possível pelo objeto com as informações específicas.
Convém que todos os direitos com relação às informações sejam controlados por acordos feitos entre
os grupos pertinentes.
É recomendado que o nível de informação necessária para cada entregável seja determinado de acordo
com o seu propósito de uso. Convém que isto inclua uma definição adequada de qualidade, quantidade
e granularidade da informação. Este conceito é referido como o nível de informação necessário e pode
variar de entregável para entregável.
usadas para determinar os níveis de informação necessários em todo o ciclo de vida do empreendimento
ou do ativo. Convém que tudo isto esteja descrito de forma clara nos requisitos de informação da
organização (OIR), requisitos de informação do projeto (PIR), requisitos de informação do ativo (AIR)
ou requisitos de troca de informação (EIR).
É recomendado que os níveis de informações necessárias sejam determinados pela quantidade mínima
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de informação necessária para se responder a cada requisito aplicável do projeto ou do ativo, incluindo
as informações necessárias pela contratada ou subcontratadas que participam do projeto, mas nada
além disso. Qualquer coisa além desse mínimo é considerado desperdício. É recomendado que as
contratadas considerem o risco que a importação automática de informações dos objetos nos modelos
de informação podem induzir a um maior nível de informação que o requerido.
A relevância de uma entrega de informação nem sempre está relacionada à sua granularidade. O nível
de informação necessária é, no entanto, altamente relacionado à estratégia de federação (ver 10.4).
Convém que a granularidade da informação alfanumérica (dados) seja considerada no mínimo tão
importante quanto a informação geométrica.
É recomendado que a informação gerenciada pelo ambiente comum de dados (CDE) seja entendida
por todos os grupos envolvidos no empreendimento ou gestão do ativo. Convém que as seguintes
definições sejam acordadas para dar suporte a isso:
É recomendado que a classificação adotada dos objetos esteja de acordo com os princípios da
ABNT NBR ISO 12006-2. Convém que as informações dos objetos estejam de acordo com a
ISO 12006-3, para poder dar suporte à troca de objetos.
Convém que a checagem automatizada da informação no ambiente comum de dados (CDE) seja levada
em consideração.
É recomendado que um ambiente comum de dados (CDE) seja utilizado para administrar a informação
durante a gestão do ativo, desenvolvimento e entrega do empreendimento. Durante a fase de entrega,
a solução de ambiente comum de dados (CDE) e o fluxo de trabalho sustentam os processos da
gestão da informação, conforme especificado na ISO 19650-2:2018, 5.6 e 5.7.
É recomendado que a revisão mais atual de cada contêiner de informação seja um dos três estados
seguintes:
Contêineres de informação podem existir nesses três estados, dependendo do seu estágio de
desenvolvimento.
É recomendado que também exista um estado chamado “arquivado” (ver 12.7), o qual possibilite
a rastreabilidade de todas as informações nele presente e uma forma de auditar o seu desenvolvimento.
Estes estados são ilustrados de forma conceitual na Figura 10. A Figura 10 propositalmente não
ilustra as complexidades do fluxo de trabalho com um ambiente comum de dados (CDE), envolvendo
múltiplas interações com os contêineres de informação, múltiplas revisões, aprovações, autorizações
e registros de controle em qualquer um de seus estados.
Convém que a transição de um estado para outro esteja sujeita ao processo de aprovação e autorização
(ver 12.3 e 12.5).
Convém que cada contêiner de informação administrado por meio do ambiente comum de dados (CDE)
contenha metadados, incluindo:
1) um código indicativo de revisão, de acordo com o padrão aceito, como, por exemplo, a IEC 82045-1; e
Metadados são indicados inicialmente pelo seu autor e depois são ajustados pelo processo de aprovação
e autorização. Usar um contêiner de informação para qualquer coisa além do seu uso indicado pelo
código de estado é de inteiro risco de quem o fizer.
O ambiente comum de dados (CDE) pode incluir tanto as capacidades de banco de dados para
gerenciar a informação dos contêineres de informação, seus atributos e metadados, como também
a capacidade de transmissão que permita a emissão de notas de atualização aos diversos membros
e a capacidade de realizar uma auditoria do uso da informação.
As vantagens de adotar uma solução e um fluxo de trabalho com ambiente comum de dados (CDE)
incluem:
— é possível realizar uma auditoria completa da produção da informação que esteja disponível para
uso durante e após a atividade de entrega do projeto e gestão do ativo.
É recomendado que os contêineres de informação no estado compartilhado seja consultado por todos
aqueles que necessitarem ter acesso a estas informações (incluindo aqueles de outras equipes de
entrega), para o propósito de coordenação de suas próprias informações, estando sujeito a todas as
restrições de segurança aplicáveis. É recomendado que um contêiner de informação neste estado
esteja visível e acessível a todos com permissão de acesso, porém não é indicado que seja possível
editar o seu conteúdo. Caso haja necessidade de edição, o contêiner de informação deverá retornar
ao estado de trabalho em andamento para correções e reemissão pelo seu autor.
O estado compartilhado é também utilizado por contêineres de informação que tenham sido aprovados
para uso da contratante, estando, portanto, prontos para passar pelo processo de autorização. Um
segundo tipo de estado compartilhado, chamado de compartilhado com o cliente, pode ser usado neste
caso.
A autorização separa a informação (que fica no estado publicado) que pode ser utilizada no próximo
estágio de desenvolvimento do projeto executivo ou construção, ou no estágio de gestão do ativo,
daquela informação que ainda pode estar sujeita à alteração (no estado trabalho em andamento ou
compartilhado).
O estado publicado é utilizado para designar a informação que foi autorizada para uso, como, por exemplo,
na construção de um novo empreendimento ou na gestão de um ativo.
O estado arquivado é usado para manter um histórico completo de todos os contêineres de informação
que foram compartilhados e publicados durante o processo de gestão da informação, assim como
permitir uma auditoria das suas trajetórias de desenvolvimento. Um contêiner de informação referenciado
no estado arquivado, que tenha estado previamente no estado publicado, representa informação que
potencialmente foi utilizada para desenvolvimento de tarefas de detalhamento de projeto, construção
ou gestão de ativo.
O processo de gestão da informação é iniciado toda vez que um contrato para o estágio de entrega
ou de operação seja realizado, independente se a respectiva contratação é formal ou informal.
O processo de gestão da informação envolve a preparação dos requisitos de informação, revisão das
propostas de trabalho dos licitantes, planejamento inicial e detalhado definindo quando e como a informação
será entregue, e revisão das informações entregues em conformidade com os requisitos de informação
antes que elas sejam integradas aos sistemas operacionais. Convém que o processo de gestão da
informação seja aplicado de uma forma proporcional à escala e à complexidade das atividades de cada
projeto, construção e gestão do ativo.
Requisitos de informação são compartilhados em cascata com as subcontratadas mais relevante dentro
da equipe de entrega. Os entregáveis de informação são agrupadas pela contratada antes da entrega
a contratante, por meio de um processo de trocas de informação. Processos de trocas de informação
também são utilizados entre contratadas e suas subcontratadas quando autorizado pela contratante.
O fluxo de trabalho de um ambiente comum de dados (CDE) é utilizado para dar suporte à produção
colaborativa, gestão, compartilhamento e troca de todas as informações durante as fases operacionais
e de entrega.
Modelos de informação contendo entregáveis com informações federadas são produzidos como resultado
do fluxo de trabalho em um ambiente comum de dados (CDE), ao atender as perspectivas de todas
as partes interessadas.
Figura 11 (conclusão)
Anexo A
(informativo)
— permitir que diferentes equipes de tarefa trabalhem em diferentes partes do modelo de informação
simultaneamente, sem incorrer em problemas de coordenação, como, por exemplo, conflitos
geométricos ou incompatibilidades funcionais;
Para um ativo que seja de caráter principalmente linear, como uma linha de trem passando por um
túnel, a estratégia de federação pode ser definida por um corte transversal do túnel. Isto é ilustrado na
Figura A.1 e, neste caso, a estratégia é ligada a diferentes tipos de sistemas a serem acomodados
dentro do túnel.
Para um ativo que seja de caráter principalmente vertical, como uma edificação, a estratégia de federação
pode ser definida por meio de uma série de espaços interconectados. Isto é ilustrado na Figura A.2.
Uma divisão do trabalho em diversos contêineres de informação é ilustrada na Figura A.3. Ambas
figuras estão ligadas a diferentes disciplinas de projeto.
Para um ativo relacionado à justiça criminal, como, por exemplo, prisões, diferentes níveis de restrições
podem ser implementados nas informações gerais do sítio (como localização, rotas de acesso por
veículos etc.), nas informações gerais de projeto e construção (como plantas baixas, espaços adjacentes,
sistemas de aquecimento ou ventilação mecânica etc.) e nas informações específicas de segurança
(como detalhes das celas e das alas de prisioneiros, sistemas de vigilância, processos de evacuação
ou contenção de revoltas etc.). Isto é ilustrado na Figura A.4.
Projeto em Consulta Nacional
Legenda
1 linha elétrica superior (catenária) 7 sistema de drenagem
2 sistema elétrico 8 sistema de comunicação
3 trem 9 sistema de sinalização
4 sistema hidráulico 10 sinalização
5 envelope cinético (gabarito dinâmico) 11 estrutura do túnel
6 trilhos (sistema rodante) 12 rota de emergência
Figura A.1 – Ilustração de uma estratégia de federação espacial baseada no corte transversal
de um projeto de túnel
Legenda
amarelo arquitetura
azul estrutura
verde elétrica
vermelho hidráulica
roxo mecânica
Figura A.2 – Ilustração de uma estratégia de federação espacial por disciplina em um projeto
de edificação
Bibliografia
[1] ISO 6707-1:2017, Buildings and civil engineering works – Vocabulary – Part1: General terms
Projeto em Consulta Nacional
[2] ISO 6707-2:2017, Buildings and civil engineering works – Vocabulary – Part1: Contract and
communication terms
[5] ISO 12006-2:2015, Building construction – Organization of information about construction works –
Part 3: Framework for classification
[6] ISO 12006-3, Building construction – Organization of information about construction works – Part 3:
Framework for object-oriented information
[7] ISO/TS 12911:2012, Framework for building information modelling (BIM) guidance
[8] ISO 16739, Industry Foundation Classes (IFC) for data sharing in the construction and facility
management industries
[9] ISO 19650-2, Organization of information about construction works – Information management
using building information modelling – Part 2: Delivery phase of assets
[11] ISO 22263, Organization of information about construction works – Framework for management
of project information
[13] ISO/IEC 27000, Information technology – Security techniques – Information security management
systems – Overview and vocabulary
[14] ISO 29481-1:2016, Building information models – Information delivery manual – Part 1: Methodology
and format