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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PEDRO MARTINS GUERRA

DESENHO
TÉCNICO
MECÂNICO

Itabira

2004
Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Elaboração/Organização
Edilson José Gomes
Geraldo Magela de Oliveira
Luiz Antônio Madeira

Unidade Operacional

Centro de Formação Profissional Pedro Martins Guerra


Sumário
APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 04

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 05

1. LINHAS CONVENCIONAIS ........................................................................ 09

2. PROJEÇÕES ORTOGONAIS ..................................................................... 11


2.1 Vistas Essenciais ................................................................................... 11
2.2 Exercícios ............................................................................................... 18
2.3 Supressões de Vistas ............................................................................ 22
2.4 Exercícios ............................................................................................... 23

3. DIMENSIONAMENTO E SIMBOLOGIA ..................................................... 25


3.1 Representação de Cotas ....................................................................... 25
3.2 Regras de Cotagem ............................................................................... 29
3.3 Símbolos e Convenções ........................................................................ 32
3.4 Cotagem de Detalhes ............................................................................ 37

4. ESCALAS .................................................................................................... 41
4.1 Tipos e Empregos ................................................................................. 41

5. CORTES E SEÇÕES .................................................................................. 45


5.1 Introdução ............................................................................................. 45
5.2 Hachuras ................................................................................................ 47
5.3 Linha de Corte ........................................................................................ 48
5.4 Corte Total ............................................................................................. 49
5.5 Meio Corte .............................................................................................. 50
5.6 Exercícios ............................................................................................... 52
5.7 Corte Parcial .......................................................................................... 53
5.8 Seções ................................................................................................... 53
5.9 Rupturas ................................................................................................. 55
5.10 Omissão de Corte ................................................................................ 56

6. PERSPECTIVA ........................................................................................... 63
6.1 Isométrica ............................................................................................... 63
6.2 Exercícios ............................................................................................... 68

7. CONJUNTOS MECÂNICOS ....................................................................... 69


7.1 Desenho de Conjunto ............................................................................ 69
7.2 Vista Explodida ...................................................................................... 70
7.3 Desenho de Detalhe .............................................................................. 75

8. TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS .................................................................... 86


8.1 Símbolos Convencionais ........................................................................ 86
8.2 Desenho Isométrico ............................................................................... 91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 96


Mecânica
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Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento. “
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e


,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo,
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e


laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia

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INTRODUÇÃO
Quando alguém quer transmitir um recado pode utilizar a fala ou passar seus
pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem
fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha,
acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho.
A escrita, a fala e o desenho representam idéias e pensamentos. A representação
que vai interessar neste curso é o desenho.

Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunicação.


E essa representação gráfica trouxe grandes contribuições para compreensão da
História, porque, por meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos
conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos e até sua idéias.

As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo à


medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura. Veja
algumas formas de representação da figura humana, criadas em diferentes
épocas históricas.

Representação Esquemática da Figura Humana

Figura 1 – Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega) do período mesolítico (6000 – 4500
A. C.)

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Representação Plana que Destaca o Contorno da Figura Humana

Figura 2 – Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a. C.

Representação do Corpo Humano Transmitindo a Idéia de Volume

Figura 3 –Nu, desenhado por Miguel Ângelo Buonarroti (1475 – 1564)

Esses exemplos de representação gráfica são considerados desenhos artísticos.


Embora não seja artístico, o desenho técnico também é uma forma de
representação gráfica, usada, entre outras finalidades, para ilustrar instrumentos
de trabalho, como máquinas, peças e ferramentas. E esse tipo de desenho
também sofreu modificações, com o passar do tempo.

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Diferenças Entre Desenho Técnico e Desenho Artístico

O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por profissionais


de uma mesma área, como, por exemplo, na mecânica, na marcenaria, na
eletricidade. Mais detalhes sobre o desenho técnico você aprenderá no decorrer
deste curso. Por enquanto, é importante que você saiba as diferenças que
existem entre o desenho técnico e o desenho artístico. Para isso, é necessário
conhecer bem as características de cada um. Observe os desenhos abaixo:

Figura 4 – Cabeça de criança de Rosalba Carreira (1676 – 1757)

Figura 5 – Paloma, de Pablo Picasso (1881 – 1973)

Estes são exemplos de desenhos artísticos. Os artistas transmitiram suas idéias e


seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista não tem o compromisso de
retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade
do artista que o criou.

Já o desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas


as características do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista
deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas.
Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou
seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico,
de acordo com normas específicas. Observe alguns exemplos.
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Figura 6 – Desenho técnico de arquitetura

Figura 7 – Desenho técnico de marcenaria

Figura 8 – Desenho técnico mecânico

Nesses desenhos, as representações foram feitas por meio de traços, símbolos,


números e indicações escritas, de acordo com normas técnicas. No Brasil, a
entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Neste curso você vai conhecer a aplicação das principais

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normas técnicas referentes ao desenho técnico mecânico, de acordo com a


ABNT.

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1. LINHAS CONVENCIONAIS
Tipos de Linhas

APLICAÇÃO GERAL
LINHA DENOMINAÇÃO
(ver figuras 1.1 e 1.2 e outras)
A Contínua larga A1 contornos visíveis
A2 arestas visíveis
B Contínua estreita B1 linhas de interseção
imaginárias
B2 linhas de cotas
B3 linhas auxiliares
____________________ B4 linhas de chamadas
B5 hachuras
B6 contornos de seções
rebatidas na própria vista
B7 linhas de centros curtas
C Contínua estreita a mão livre (1) C1 limites de vistas ou cortes
parciais ou interrompidas se
o limite não coincidir com
linhas de traço e ponto
(Figura 1.3)
D Contínua estreita em ziguezague (1) D1 esta linha destina-se a
desenhos confeccionados
por máquinas (Figura1.4)
E Tracejada larga (1)
E1 contornos não visíveis
E2 arestas não visíveis
F Tracejada estreita (1) F1 contornos não visíveis
___ ___ ___ ___ __ F2 arestas não visíveis

G Traço e ponto estreita G1 linhas de centro


G2 linhas de simetrias
G3 trajetórias
H Traço e ponto estreita, larga nas H1 planos de cortes
extremidades e na mudança de
direção

J Traço e ponto larga J1 indicação das linhas ou


superfícies com indicação
especial
K Traço dois pontos estreita K1 contornos de peças
adjacentes
K2 posição limite de peças
móveis
.. .. .. K3 linhas de centro de
gravidade
K4 cantos antes da
conformação
k5 detalhes situados antes do
plano de corte
(1) Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção.
Tabela 1.1

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Figura 1.1

Figura 1.2 Figura 1.3 Figura 1.4

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2. PROJEÇÕES ORTOGONAIS
2.1 VISTAS ESSENCIAIS
Uma peça que estamos observando ou mesmo imaginando, pode ser desenhada
(representada) num plano. A essa representação gráfica se dá o nome de
"projeção".

O plano é denominado "plano de projeção" e a representação da peça recebe,


nele, o nome de projeção.

Podemos obter as projeções através de observações feitas em posições


determinadas. Podemos então ter várias vistas da peça.
PLANO DE PROJEÇÃO

PROJEÇÃO

PEÇA

Figura 2.1

Tomemos por exemplo uma caixa de fósforos. Para representar a caixa vista de
frente, consideramos um plano vertical e vamos representar nele esta vista. A
vista de frente é, por isso, também denominada projeção vertical e/ou elevação.

Figura 2.2

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Reparemos, na figura seguinte, as projeções verticais ou elevações das peças.


Elas são as vistas de frente das peças para o observador na posição indicada.

V.F

Figura 2.3

Voltemos ao exemplo da caixa de fósforos. O observador quer representar a


caixa, olhando-a por cima.

Figura 2.4

Então usará um plano, que denominaremos de plano horizontal, e a projeção que


representa esta vista de cima será denominada projeção horizontal vista de cima
ou planta.

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A figura seguinte representa a projeção horizontal vista de cima ou planta das


peças, para o observador na posição indicada.

V.C.
Figura 2.5

O observador poderá representar a caixa olhando-a de lado. Teremos uma vista


lateral e a projeção representará uma vista lateral que pode ser da direita ou da
esquerda.

Figura 2.6

Reparemos que uma peça pode ter, pelo que foi esclarecido, até seis vistas;
entretanto, uma peça que estamos vendo ou imaginando, deve ser representada
por um numero de vistas que nos dê a idéia completa de peça, um número de
vistas essenciais para representá-la a fim de que possamos entender qual é a
forma e quais as dimensões da peça. Estas vistas são chamadas de vistas
principais.

Ao selecionar a posição da peça da qual se vai fazer a projeção escolhe-se para a


vertical aquela vista que mais caracteriza ou individualiza a peça; por isso, é
comum também chamar a projeção vertical (elevação) de vista principal.

As três vistas, elevação, planta e vista lateral esquerda, dispostas em posições


normalizadas pela ABNT nos dão as suas projeções.

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A vista de frente (elevação) e a vista de cima (planta) alinham-se verticalmente.

Figura 2.7

A vista de frente (elevação) e a vista de lado (vista lateral esquerda) alinham-se


horizontalmente.

Figura 2.8

Finalmente temos a caixa de fósforos desenhada em três projeções.

Figura 2.9

Por esse processo podemos desenhar qualquer peça.

Figura 2.10
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Na vista lateral esquerda das projeções das peças abaixo, existem linhas
tracejadas. Elas representam as arestas não visíveis.

ARESTAS NÃO VISÍVEIS


QUANDO VISTA NA LATERAL
Figura 2.11

Nas projeções abaixo, aparecem linhas de centro.


LINHAS DE CENTRO

Figura 2.12

Nas projeções abaixo, foram empregados eixos de simetria.


EIXOS DE SIMETRIA

LINHAS DE CENTRO

Figura 2.13

As projeções desenhadas nas folhas anteriores apresentaram a vista lateral


esquerda, representando o que se vê olhando a peça pelo lado esquerdo, apesar
de sua projeção estar à direita da elevação.

Nos casos em que o maior número de detalhes estiver colocado no lado direito da
peça, usa-se a vista lateral direita, projetando-a à esquerda da elevação,
conforme exemplos seguintes.

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Figura 2.14

Os desenhos seguintes mostram as projeções de várias peças com utilização de


apenas uma vista lateral. De acordo com os detalhes a serem mostrados, foram
utilizadas as laterais esquerda ou direita.

Figura 2.15

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Em certos casos, porém, há necessidade de se usar duas laterais para melhor


esclarecimento de detalhes importantes. Quando isso acontece, as linhas
tracejadas desnecessárias podem ser omitidas como nos exemplos seguintes.

Figura 2.16

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2.2 EXERCÍCIOS
1. Complete, à mão livre, as projeções das peças apresentadas.

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2. Observe as vistas abaixo e responda:

a) Quais são as vistas representadas?

b) Quais as letras e números que estão indicados na vista de frente?

c) Que letra na vista de cima, representa o número 3, da vista de frente?

d) Que número na vista de frente, representa a letra A, da vista lateral?

e) Que letra na vista lateral, representa o número 5, da vista de frente?

f) Que número na vista de cima, representa a letra K, da vista de frente?

g) Que letra na vista de cima, representa a letra H da vista lateral?

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3. Observe as vistas abaixo e responda:

a) Quais são as vistas representadas?

b) Que letra na vista de cima, representa o número 2, da vista de frente?

c) Quais as letras que indicam o furo cego?

d) Qual o número que indica o fundo do rebaixo?

e) Qual o número que indica o fundo do furo cego?

f) Quais as letras que indicam o furo passante?

g) Que linha é indicada pela letra M?

h) Que linha é indicada pelo número 9?

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4. Identifique e numere as projeções correspondentes a cada peça apresentada


em perspectiva.

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2.3 SUPRESSÕES DE VISTAS


Quando representamos uma peça pelas suas projeções, usamos as vistas que
melhor identificam suas formas e dimensões. Podemos usar três ou mais vistas,
como também podemos usar duas vistas e, em alguns casos, até uma única vista.

Nos exemplos seguintes estão representadas peças com duas vistas. Continuará
havendo uma vista principal - vista de frente -, sendo escolhida como segunda
vista aquela que melhor complete a representação da peça.

Figura 2.18

Nos exemplos seguintes estão representadas peças por uma única vista. Neste
tipo de projeção e indispensável o uso de símbolos.

Figura 2.19

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2.4 EXERCÍCIOS

1. Observe as vistas abaixo e responda:

a) Quais as vistas representadas acima?

b) Qual é a forma da peça acima?

c) Que letra na vista de frente, representa o número 5, da vista lateral?

d) Que tipo de furo está representado?

e) Que número na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente?

f) Que letra indica o eixo de simetria?

g) Que letra na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente?

h) Que letra indica o centro do furo?

i) Quais as letras e números que indicam o furo?

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2. Procure nos desenhos abaixo as vistas que se relacionam entre si, (elevação e
planta) e coloque os números correspondentes como no exemplo 1.

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3. DIMENSIONAMENTO E SIMBOLOGIA
Você já sabe que, embora não existam regras fixas de cotagem, a escolha da
maneira de dispor as cotas no desenho técnico depende de alguns critérios. Os
profissionais que realizam a cotagem dos desenhos técnicos devem levar em
consideração vários fatores, como por exemplo: forma da peça; forma e
localização dos seus elementos; tecnologia da fabricação; função que esta peça
irá desempenhar e a precisão requerida na execução e no produto final.

A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a realização de


cálculos para descobrir medidas indispensáveis para a execução da peça.
Veremos, a partir de agora, os principais sistemas de cotagem, isto é, os modos
organizados de estruturar a cotagem completa da peça.

3.1 REPRESENTAÇÃO DE COTAS


Cotagem em Cadeia

Observe a vista frontal de uma peça cilíndrica formada por várias partes com
diâmetros diferentes.

Figura 3.1 – ESC 1:2

Neste desenho, foi realizada uma cotagem em cadeia. Observe que, na cotagem
em cadeia, cada parte da peça é cotada individualmente. A parte identificada pela
letra A, por exemplo, mede 25 mm de comprimento. Já a cota 12 indica o
comprimento da parte C. Analise você mesmo as demais cotas.

Você deve ter reparado que a cotagem da peça não está completa. Foram
inscritas apenas as cotas que indicam o comprimento de cada parte da peça, para
ilustrar a aplicação do sistema de cotagem em cadeia.

Este sistema de cotagem só pode ser utilizado quando um possível acúmulo de


erros na execução da peça não comprometer a sua funcionalidade. Em outras
palavras, quando a exigência de precisão na execução de cada parte da peça é
muito grande, este sistema de cotagem não deve ser adotado.

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Cotagem por Elemento de Referência

Na cotagem por elemento de referência as cotas são indicadas a partir de uma


parte da peça ou do desenho tomado como referência. Este elemento de
referência tanto pode ser uma face da peça como também uma linha básica, isto
é, uma linha que serve de base para a cotagem. Este sistema de cotagem deve
ser escolhido sempre que é necessário evitar o acúmulo de erros construtivos na
execução da peça.

Cotagem por Face de Referência

Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com rebaixo. Note
que a perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a vista frontal
apresenta a cotagem completa.

Figura 3.2 – ESC 1:1

A extremidade do corpo do pino foi escolhida como face de referência, como se


observa na perspectiva. A partir desta face de referência foram indicadas as
cotas: 35 e 45.

foi prolongada uma linha auxiliar a partir da face de referência tomada como base
para indicação das cotas de comprimento 35 e 45. No desenho técnico da peça
não se usa a expressão: "face de referência".

Vamos interpretar a cotagem deste desenho técnico na vista frontal.

A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o diâmetro da peça. As cotas 45 e 35


indicam o comprimento de cada parte da peça partindo da face escolhida como
referência. Os diâmetros de cada parte da peça estão indicados pelas cotas 16 e
26.

Cotagem por Linha Básica

Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a partir de


linhas. Estas linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de elementos

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ou qualquer outra linha que facilite a interpretação dos procedimentos construtivos


da peça.

Como exemplo, observe a próxima peça, representada em perspectiva cotada e,


ao lado, a vista frontal. Note que, na vista frontal, estão representadas apenas as
cotas indicadas a partir da linha básica vertical, apontada na perspectiva.

Figura 3.3 – ESC 1:1

As cotas 30, 21, 32, 13 e 19 foram determinadas a partir da linha básica vertical.
A expressão linha básica não aparece no desenho técnico. Você deve deduzir
qual foi a linha do desenho tomada como referência analisando a disposição das
cotas.

É claro que a cotagem do desenho anterior não está completa. Foram indicadas
apenas as cotas relacionadas com a linha básica escolhida, para que você
identificasse com facilidade este tipo de cota.

Analise agora um exemplo de desenho técnico cotado por mais de uma linha
básica.

Figura 3.4 – ESC 1:2


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A cotagem por linhas básicas também é usada na representação de peças com


partes curvas irregulares. Agora você vai ver um exemplo de cotagem por linha
básica e por face de referência ao mesmo tempo, numa peça com curvas
irregulares. Analise primeiro a peça cotada em perspectiva, para entender melhor.

Figura 3.5

Essa peça apresenta uma curvatura irregular. Observe que algumas cotas foram
determinadas a partir da linha básica, que corresponde à linha de simetria
horizontal da peça. Outras foram determinadas a partir da face de referência
identificada pela letra A. Veja a mesma peça, representada em vista única cotada.

Figura 3.6 – ESC 1:2


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As cotas indicadas a partir da linha básica são: 24, 12, 11,20,29,35 e 39. As cotas
indicadas a partir da face de referência são: 96, 86, 71, 56, 41, 26 e 13.

Para interpretar a localização dos elementos e a curvatura da peça você deve


analisar as cotas indicadas a partir da linha básica em conjunto com as cotas
indicadas a partir da face de referência. Os furos localizam-se a 12 mm da linha
básica e a 13 mm da face de referência. O rebaixo localiza-se a 24 mm da linha
básica e a 26 mm da face de referência. Os pares de cotas que determinam a
curvatura da peça são: 41 e 39, 56 e 35, 71 e 29, 86 e 20, 96 e 11. As cotas
básicas da peça são: 100 (comprimento), 82 (altura) e 10 (espessura). Os dois
furos têm diâmetros iguais e medem 10 mm.

3.2 REGRAS DE COTAGEM


Formas de Cotagem a Partir de Elementos de Referência

Quando a cotagem da peça é feita por elemento de referência, as cotas podem


ser indicadas de duas maneiras: por cotagem em paralelo e cotagem aditiva.

Cotagem em paralelo: a localização dos furos é determinada a partir da mesma


face de referência. Observe que as linhas de cota estão dispostas em paralelo
umas em relação às outras. Daí o nome: cotagem em paralelo.

Figura 3.7 – ESC 1:1

Cotagem aditiva: este tipo de cotagem pode ser usado quando houver limitação
de espaço e desde que não cause dificuldades na interpretação do desenho. Veja
a mesma placa com 6 furos, que você estudou cotada em paralelo, agora com
aplicação de cotagem aditiva.

Figura 3.8 – ESC 1:1

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A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de origem 0


(zero). As cotas são indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretação
das cotas é semelhante à da cotagem paralela. Veja: a cota 8 indica a distância
do primeiro furo da esquerda à face tomada como referência, que contém o ponto
0; a cota 18 indica que a distância da origem 0 ao segundo furo corresponde a 18
mm; a cota 34 indica a distância do terceiro furo em relação ao mesmo elemento
de referência e assim por diante. A partir do mesmo ponto de origem 0 podemos
ter cotagem aditiva em duas direções. É o que você vai aprender, a seguir.

Figura 3.9

Esta placa apresenta 7 furos, de diâmetros variados, dispostos irregularmente na


peça. A cotagem aditiva em duas direções é uma maneira prática de indicar a
localização dos furos.

O mesmo ponto 0 serve de origem para a indicação das cotas em duas direções,
como você pode ver no desenho técnico a seguir.

Figura 3.10 – ESC 1:1

A localização de cada furo é determinada por um par de cotas. Por exemplo: a


localização do furo que tem 6 mm de diâmetro fica definida pelas cotas: 40 e 23.
Isto quer dizer que o furo de 6 mm está a uma distância de 40 mm em relação ao
ponto de origem, no sentido do comprimento da peça, e a 23 mm do mesmo
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ponto, no sentido da altura da peça. O mesmo raciocínio permite interpretar a


localização de todos os outros furos da peça.

Existe uma outra maneira de indicar a cotagem aditiva: consiste na cotagem por
coordenadas.

Na cotagem por coordenadas, ao invés das cotas virem indicadas no desenho,


elas são indicadas numa tabela, próxima ao desenho. Os elementos da peça são
identificados por números. A interpretação das cotas relacionadas a estes
números, na tabela, permite deduzir a localização, o tamanho e a forma dos
elementos.

Figura 3.11 - Placa com furos, cotada por coordenadas

Na cotagem por coordenadas, imagina-se a peça associada a dois eixos


perpendiculares entre si. O ponto onde estes dois eixos se cruzam é o ponto 0
(zero), ou ponto de origem, que não aparece no desenho técnico. Um eixo recebe
o nome de x e o outro de y, como você pode ver no desenho anterior.

A localização de cada elemento fica determinada por um par de cotas, indicadas


na tabela. Uma das cotas indica a distância do elemento ao ponto de origem na
direção do eixo x. A outra cota indica a distância do elemento ao ponto de origem
na direção do eixo y. Acompanhe um exemplo, para entender bem. Observe, no
detalhe da tabela, reproduzido a seguir, as informações referentes ao furo nº 1.

Figura 3.12

O centro do furo nº 1 está localizado a uma distância de 8 mm do ponto 0, na


direção do eixo x e a uma distância de 8 mm, na direção do eixo y. O furo nº 1 é
redondo e tem 4 mm de diâmetro.

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3.3 SÍMBOLOS E CONVENÇÕES


No Brasil, até 1984, a NBR6402 indicava o acabamento superficial por meio de
uma simbologia que transmitia apenas informações qualitativas. Esta simbologia,
que hoje se encontra ultrapassada, não deve ser utilizada em desenhos técnicos
mecânicos. Entretanto, é importante que você a conheça, pois pode vir a
encontrá-Ia em desenhos mais antigos.

SÍMBOLO SIGNIFICADO
Indica que a superfície deve permanecer bruta, sem acabamento, e as
rebarbas devem ser eliminadas.

Indica que a superfície deve ser desbastada. As estrias produzidas pela


ferramenta podem ser percebidas pelo tato ou visão.

Indica que a superfície deve ser alisada, apresentando dessa forma marcas
pouco perceptíveis à visão.

Indica que a superfície deve ser polida, e assim ficar lisa, brilhante, sem
marcas visíveis.
Tabela 3.1 - Símbolos de acabamento superficial e seu significado

Atualmente, a avaliação da rugosidade, no Brasil, baseia-se nas normas


NBR6405/88 e NBR8404/84, que tratam a rugosidade de forma quantitativa,
permitindo que ela seja medida. Este é o próximo assunto que você vai estudar.

Avaliação da Rugosidade

A norma brasileira adota o sistema de linha média para avaliação da rugosidade.

Figura 3.13 - Perfil de uma superfície. Representação da linha média

A1 e A2 representam as saliências da superfície real. A3 e A4 representam os


sulcos ou reentrâncias da superfície real.

Não é possível a determinação dos erros de todos os pontos de uma superfície.


Então, a rugosidade é avaliada em relação a uma linha (p), de comprimento c,
que representa uma amostra do perfil real da superfície examinada.

A linha média acompanha a direção geral do perfil, determinando áreas


superiores e áreas inferiores, de tal forma que a soma das áreas superiores (A1 e
A2, no exemplo) seja igual à soma das áreas inferiores (A3 e A4, no mesmo
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exemplo), no comprimento da amostra. A medida da rugosidade é o desvio médio


aritmético (Ra) calculado em relação à linha média.

Figura 3.14 – Representação gráfica da rugosidade média

A norma NBR 8404/84 define 12 classes de rugosidade, que correspondem a


determinados desvios médios aritméticos (Ra) expressos em mícrons (µm). Veja,
na tabela reproduzida a seguir, as 12 classes de rugosidade e os desvios
correspondentes.

CLASSES DE RUGOSIDADE DESVIO MÉDIO ARITMÉTICO Ra



µm)
N 12 50
N 11 25
N 10 12,5
N9 6,3
N8 3,2
N7 1,6
N6 0,8
N5 0,4
N4 0,2
N3 0,1
N2 0,05
N1 0,025
Tabela 3.2 – Características da rugosidade (Ra).

Como exemplos: um desvio de 3,2µm corresponde a uma classe de rugosidade N


8; a uma classe de rugosidade N 6 corresponde um valor de rugosidade Ra = 0,8
µm.

Indicação de Rugosidade nos Desenhos Técnicos

O símbolo básico para a indicação da rugosidade de superfícies é constituído por


duas linhas de comprimento desigual, que formam ângulos de 60º entre si e em
relação à linha que representa a superfície considerada.

Figura 3.15

Este símbolo, isoladamente, não tem qualquer valor. Quando, no processo de


fabricação, é exigida remoção de material, para obter o estado de superfície
previsto, o símbolo básico é representado com um traço adicional.

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Figura 3.16
A remoção de material sempre ocorre em processos de fabricação que envolvem
corte, como por exemplo: o torneamento, a fresagem, a perfuração entre outros.
Quando a remoção de material não é permitida, o símbolo básico é representado
com um círculo, como segue.

Figura 3.17

O símbolo básico com um círculo pode ser utilizado, também, para indicar que o
estado de superfície deve permanecer inalterado mesmo que a superfície . venha
a sofrer novas operações.

Quando for necessário fornecer indicações complementares, prolonga-se o traço


maior do símbolo básico com um traço horizontal e sobre este traço escreve se a
informação desejada.

Figura 3.18

No exemplo anterior está indicado o processo de remoção de material por


fresagem.

Indicação do Valor da Rugosidade

Você já sabe que o valor da rugosidade tanto pode ser expresso numericamente,
em mícrons, como também por classe de rugosidade.

O valor da rugosidade vem indicado sobre o símbolo básico, com ou sem sinais
adicionais.

Figura 3.19

As duas formas de indicar a rugosidade são corretas. Quando for necessário


estabelecer os limites máximo e mínimo das classes de rugas idade, estes
valores devem ser indicados um sobre o outro. O limite máximo deve vir escrito
em cima.

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Figura 3.20
Nesse exemplo, a superfície considerada deve ter uma rugosidade Ra
compreendida entre um valor máximo N 9 e um valor mínimo N 7 que é o mesmo
que entre 6,3 µm e 1,6 µm. Para saber a equivalência das classes de rugosidade
em mícrons (µm), basta consultar a tabela de Características da rugosidade (Ra),
vista anteriormente.

Símbolo Para a Direção das Estrias

Há uma outra característica microgeométrica que deve ser levada em conta no


processo de fabricação e na avaliação da rugosidade: trata-se da direção das
estrias, que são as pequenas linhas ou os sulcos deixados na superfície usinada
pela ferramenta usada no processo de fabricação da peça.

Quando for necessário definir a direção das estrias isso deve ser feito por um
símbolo adicional ao símbolo do estado de rugosidade.

Os símbolos para direção das estrias são normalizados pela NBR8404/84. Veja, a
seguir, quais são os símbolos normalizados.

O símbolo indica que as estrias são paralelas ao plano de projeção da vista


sobre a qual o símbolo é aplicado. Acompanhe o exemplo. Imagine que após a
usinagem, as estrias da superfície devem ficar na direção indicada na
perspectiva. Veja, ao lado, a indicação da direção das estrias no desenho técnico.

Figura 3.21

Note que, no desenho técnico, o símbolo de rugosidade foi representado na vista


frontal. Ao seu lado, foi representado o símbolo, que indica a posição das
estrias em relação ao plano de projeção da vista frontal.

Lembre-se de que as estrias não são visíveis a olho nu por serem características
microgeométricas. A indicação da direção das estrias, no desenho técnico,
informa ao operador da máquina qual deve ser a posição da superfície a ser
usinada em relação à ferramenta que vai usiná-Ia.

O símbolo indica que as estrias são perpendiculares ao plano de projeção da


vista sobre a qual ele é aplicado. Veja no desenho.

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Figura 3.22

O símbolo , ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal indica que a


posição das estrias da superfície a ser usinada deve ser perpendicular ao plano
de projeção da vista frontal.

Quando as estrias devem ficar cruzadas, em duas direções oblíquas, como


mostram os desenhos abaixo, o símbolo de direção das estrias é X.

Figura 3.23

Repare que os símbolos: , representados na vista frontal, indicam qual a


superfície a ser usinada e quais as direções das estrias resultantes.

Outra possibilidade é que as estrias se distribuam em muitas direções, como nos


desenhos abaixo:

Figura 3.24

O símbolo indicativo de direções das estrias é M, que aparece representado


ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal.

Quando as estrias devem formar círculos aproximadamente concêntricos, como


mostram os próximos desenhos, o símbolo de direção das estrias é C.

Figura 3.25

Repare que o símbolo C aparece representado ao lado do símbolo de rugosidade,


no desenho técnico.

Finalmente, as estrias podem se irradiar a partir do ponto médio da superfície à


qual o símbolo se refere. Veja.

Figura 3.26

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O símbolo R, ao lado do símbolo de rugosidade, indica que a direção das estrias


é radial em relação ao ponto médio da superfície a ser usinada.
3.4 COTAGEM DE DETALHES
Indicação de Sobremetal Para Usinagem

Quando uma peça fundida deve ser submetida a usinagem posterior, é


necessário prever e indicar a quantidade de sobremetal, isto é, de metal a mais,
exigido para a usinagem.

Quando for necessário indicar esse valor, ele deve ser representado à esquerda
do símbolo, de acordo com o sistema de medidas utilizado para cotagem. Veja
um exemplo.

Figura 3.27

O numeral 5, à esquerda do símbolo de rugosidade, indica que a superfície


fundida deve ter 5 mm de espessura a mais do que a dimensão nominal da cota
correspondente.

Disposição das Indicações de Estado de Superfície

Cada uma das indicações de estado de superfície é representada em relação ao


símbolo, conforme as posições a seguir:

Figura 3.28

Relembre o que cada uma das letras indica:

a - valor da rugosidade Ra, em µm, ou classe de rugosidade N 1 a N 12;


b - método de fabricação, tratamento ou revestimento da superfície;
c - comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, em mm;
d - direção predominante das estrias;
e - sobremetal para usinagem (µm).

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Indicações de Estado de Superfície nos Desenhos

Os símbolos e as inscrições devem estar representados de tal modo que


possam ser lidos sem dificuldade. Veja um exemplo.

Figura 3.29

No exemplo acima, a rugosidade Ra das faces: inferior e lateral direita é igual a


6,3 µm.

O símbolo pode ser ligado à superfície a que se refere por meio de uma linha de
indicação, como no próximo desenho.

Figura 3.30

Note que a linha de indicação apresenta uma seta na extremidade que toca a
superfície. Observe novamente o desenho anterior e repare que o símbolo é
indicado uma vez para cada superfície. Nas peças de revolução, o símbolo de
rugosidade é indicado uma única vez, sobre a geratriz da superfície considerada.
Veja.

Figura 3.31

O símbolo indica que a superfície de revolução inteira deve apresentar o mesmo


estado de superfície. Quando todas as superfícies da peça têm o mesmo grau de
rugosidade, a indicação é feita de maneira simplificada.

Caso se trate de uma peça isolada, a indicação do estado de rugosidade é


representada próxima à vista da peça, como no desenho a seguir.

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Figura 3.32
Se a peça faz parte de um conjunto mecânico, ela recebe um número de
referência que a identifica e informa sobre a posição da peça no conjunto. Nesse
caso, a indicação do estado de superfície vem ao lado do número de referência
da peça, como no próximo desenho.

Figura 3.33

Quando um determinado estado de superfície é exigido para a maioria das


superfícies de uma peça, o símbolo de rugosidade correspondente vem
representado uma vez, ao lado superior direito da peça. Os demais símbolos de
rugosidade, que se referem a superfícies indicadas diretamente no desenho, vêm
após o símbolo principal, entre parênteses. Veja um exemplo.

Figura 3.34

Neste exemplo, N 9 é a classe de rugosidade predominante. Uma das superfícies


de revolução deve apresentar a classe N 8 e a superfície do furo longitudinal deve
apresentar a classe N 6. O símbolo pode ser representado dentro dos
parênteses para substituir as indicações específicas de classes de rugosidade. No
exemplo anterior, onde aparece esta indicação pode ser
substituída por .

Quando a peça leva número de referência, a indicação da rugosidade geral e das


rugosidades específicas vem ao lado do número de referência, como no desenho
abaixo.

Figura 3.35

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Correspondência Entre os Símbolos de Acabamento e Classes de


Rugosidade

Os símbolos indicativos de acabamento superficial, apresentados, vêm sendo


gradativamente substituídos pelas indicações de rugosidade. É possível que você
ainda encontre desenhos que apresentem aquela simbologia já superada. Na
prática, foi estabelecida uma correspondência aproximada entre os antigos
símbolos de acabamento de superfícies e os atuais símbolos de rugosidade:

SÍMBOLO SÍMBOLO INDICATIVO DE RUGOSIDADE

de N 10 a N 12

de N 7 a N 9

de N4 a N6

Tabela 3.3 – As classes de N 1 a N 3 correspondem a graus de rugosidade mais “finos” que


o polido ( )

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4. ESCALAS
Os desenhos que utilizamos em oficinas, para orientar a construção de uma peça,
nem sempre podem ser executados com os valores reais das medidas da peça.
Por exemplo: é impossível representar no desenho uma mesa de três metros de
comprimento em seu tamanho real, como é também difícil ou quase impossível
representar em seu tamanho natural uma peça para relógio, com três milímetros
de diâmetro.

O recurso será, então, reduzir ou ampliar o desenho, conservando a proporção da


peça a ser executada.

Em todos estes casos, isto é, desenhando na mesma medida, reduzindo ou


ampliando, estaremos empregando escalas. Escala é, portanto, a relação entre as
medidas do desenho e a da peça.

4.1 TIPOS E EMPREGOS


Quando o desenho for do mesmo tamanho da peça ou quando tiver as mesmas
dimensões indicadas nas cotas, teremos a escala natural.

A escala natural é indicada da seguinte forma: Escala 1:1, que se lê "Escala um


por um".

Figura 4.1 – Escala 1:1

Vemos o desenho de um punção de bico com todas as indicações necessárias à


sua execução na oficina. Note que, devido ao seu tamanho, foi possível desenhar
em escala natural.

Quando o desenho de uma peça for efetuado em tamanho menor do que o


tamanho da própria peça, estaremos usando escala de redução. Note que,
embora reduzindo o tamanho do desenho, as cotas conservaram as medidas
reais da peça.

A escala de redução é indicada da seguinte forma: Escala 1:2, que se lê "Escala


um por dois".

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Figura 4.2 – escala 1:2

Neste exemplo, o desenho está duas vezes menor que os valores das cotas.

As escalas de redução recomendadas pela ABNT são as seguintes:

− 1:2,
− 1:2,5,
− 1:5 e
− 1:10 até
− 1:100.

Quando o desenho de uma peça for efetuado no tamanho maior do que esta,
estaremos usando escala de ampliação. Note que as cotas conservaram,
também, os valores reais da peça.

A escala de ampliação é indicada da seguinte forma: Escala 2:1, que se lê


"EscaLa dois por um”, significando que o desenho é duas vezes maior que a
peça.

Figura 4.3 – Escala 2:1

As escalas de ampliações recomendadas pela ABNT são as seguintes:

− 2:1,
− 5:1e
− 10:1.

A interpretação de uma escala em relação à razão numérica é feita da seguinte


foma: usam-se dois números. O primeiro, refere-se ao desenho e o segundo, à
peça.

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Desenho Peça

1 : 2
Figura 4.4 – Isto significa que 2mm na peça, corresponde a 1 mm no desenho.

A redução ou ampliação só terá efeito para o traçado do desenho, pois na


cotagem colocaremos as medidas reais da peça.

Em escalas as medidas angulares não sofrem redução ou ampliação como as


lineares; por exemplo, seja qual for a escala empregada, um ângulo de 60º será
representado com o mesmo valor.

1 2
Figura 4.5 – 1 = Escala 1:1
2 = Escala 1:2

Observações: - A escala do desenho deve obrigatoriamente ser indicada na


legenda.
- Constando na mesma folha desenhos em escalas
diferentes,estas devem ser indicadas tanto na legenda como
junto aos desenhos a que correspondem.
- Sempre que possível devemos desenhar em escala natural.

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4.2 EXERCÍCIOS
1. Complete as lacunas:

DIMENSÃO DA DIMENSÃO NO
ESCALA
PEÇA DESENHO
42 1:2
1:1 70
1:2 22
35 175
65 1:2,5
1:5 40
8 2:1
25,4 25,4
145 29
16 2:1
5:1 260
75 30
220 1:10
1:2,5 16
2:1 74
60 12
2,6 10:1
5:1 72
1,2 12
1:2,5 15

2. Coloque os valores numéricos nas linhas de cota, de acordo com a escala


indicada.

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5. CORTES E SEÇÕES
5.1 INTRODUÇÃO
Os cortes são utilizados em desenhos de peças e conjuntos, para facilitar a
interpretação de detalhes internos que, através das vistas, sem o emprego do
corte, seriam de difícil interpretação.

Vimos que as vistas principais apresentam detalhes internos, com linhas


tracejadas indicando os contornos e arestas não visíveis, como o exemplo abaixo.

Figura 5.1 – 1 = Perspectiva da peça


2 = Vistas essenciais da peça

Se empregarmos o corte, os detalhes internos passarão a ficar visíveis.


Imaginemos que a peça seja cortada no sentido longitudinal e a parte da frente,
retirada; na projeção, teremos a elevação em corte.

Figura 5.2

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Observações: - O corte é imaginário.


- O sombreado, na projeção, corresponde à parte da peça
que foi atingida pelo corte. A região não sombreada indica a
não atingida.

Figura 5.3

Imaginemos, agora, que a peça seja cortada no sentido transversal.

Figura 5.4

Na representação teremos a vista lateral em corte.

Figura 5.5

A seguir, temos outro exemplo, em que a peça foi cortada por um plano horizontal
e a parte de cima, retirada.

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Figura 5.6

Na representação teremos a planta em corte.

Figura 5.7

Observação: Pelo exposto, vimos que as vistas que não são atingidas pelos
cortes não sofrem alteração em sua representação.

5.2 HACHURAS
As hachuras servem para evidenciar as áreas de cortes. São utilizados traços
estreitos inclinados a 45º em relação às linhas principais do contorno ou eixos de
simetria.

Figura 5.8

O detalhe desenhado separadamente de sua vista deve ser hachurado na mesma


direção. Nos desenhos de conjunto, as peças adjacentes devem ser hachuradas
em direções ou espaçamentos diferentes.

Figura 5.9

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O espaçamento entre as linhas das hachuras será determinado em função do


tamanho da superfície a ser hachurada.

Sendo a área a hachurar muito grande, pode-se limitar o hachurado à vizinhança


do contorno, deixando a parte central em branco. As hachuras devem ser
interrompidas quando necessitar inscrever na área hachurada.

Figura 5.10

5.3 LINHA DE CORTE


O plano de corte é indicado, no desenho, por linha grossa com traço e ponto,
denominada linha de corte.

O corte é indicado numa vista e representado em outra. Havendo necessidade de


registrar no desenho o sentido em que é observada a vista em corte, este é
indicado por setas nos extremos da linha de corte.

Figura 5.11

Necessitando-se identificar uma vista em corte e o respectivo plano, empregam-


se letras maiúsculas repetidas ou em seqüência (AA, BB ou AB, CD etc.),
colocadas ao lado das setas, nos extremos da linha de corte, escrevendo-se tais
letras, junto à vista em corte correspondente, como no exemplo seguinte.

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Figura 5.12

5.4 CORTE TOTAL


O corte total ocorre quando a peça e cortada imaginariamente, em toda a sua
extensão.

Observação: Deve ficar claro que, para o traçado da vista em corte, imaginamos
retirada a parte da peça que impedia a visão; porém, para o traçado das outras
vistas a referida parte é considerada como não retirada.

Figura 5.13

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Nas vistas em corte, os detalhes não visíveis poderão ser omitidos, desde que
não dificultem a leitura do desenho.

Se a peça apresentar detalhes que não estejam colocados no plano do corte e


cuja representação se faça necessária, desvia-se o corte a fim de alcançá-los,
como no exemplo seguinte. Este corte é chamado de corte em desvio.

Figura 5.14

Observação: As arestas formadas (teoricamente) pelo desvio da linha de corte


não são representadas na vista hachurada, como nos exemplos acima.

5.5 MEIO CORTE


Quando uma peça é simétrica, não há necessidade de empregarmos o corte total
para mostrar seus detalhes internos. Podemos utilizar o meio corte mostrando a
metade da peça em corte com seus detalhes internos e a outra metade em vista
externa. Este tipo de corte é peculiar a objetos simétricos.

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Figura 5.15

Observação: Por convenção, não se indicam os detalhes não visíveis, mesmo na


parte não cortada.

Figura 5.16

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5.6 EXERCÍCIOS
Complete os desenhos em corte total e meio corte, conforme o exemplo.

Exemplo

1.

2.

3.

4.

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5.7 CORTE PARCIAL


Corte parcial é o corte utilizado para mostrar apenas uma parte interna do objeto
ou peça, possibilitando esclarecer pequenos detalhes internos sem necessidade
de recorrer ao corte total ou meio corte.

A parte cortada é limitada por uma linha de ruptura e pelo contorno do desenho
da peça.

Figura 5.17

Observação: Neste corte, permanecem as linhas de contornos e arestas não


visíveis, não atingidas pelo corte parcial.

5.8 SEÇÕES
As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou partes de peças,
evitando vistas desnecessárias, que nem sempre identificam a peça.

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Figura 5.18

Figura 5.19 - Seções traçadas sobre a própria vista

Figura 5.20 - Seção traçada com a interrupção da vista

Figura 5.21 - Seções traçadas fora das vistas

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5.9 RUPTURAS
Rupturas são representações convencionais utilizadas para o desenho de peças
que, devido ao seu comprimento, necessitam ser encurtadas para melhor
aproveitamento de espaço no desenho. De acordo com a sua forma, obedecem
às convenções abaixo.

Figura 5.22 - A linha de ruptura é de espessura média

A representação de rupturas é empregada quando, na parte que se imagina


retirada, não houver detalhes que necessitem ser mostrados.

Observação: O comprimento real da peça é dado pelo valor numérico da cota.

Figura 5.23

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5.10 OMISSÃO DE CORTE


Observe a vista em corte, representada a seguir. O desenho aparece totalmente
hachurado porque o corte atingiu totalmente as partes maciças da peça.

Figura 5.24

Observe agora os dois modelos a seguir representados em corte.

Figura 5.25

Qual destas duas peças corresponde à vista em corte anterior?

Como as áreas atingidas pelo corte são semelhantes, fica difícil, à primeira vista,
dizer qual das peças atingidas pelo corte está representada na vista hachurada.
Para responder a essa questão, você precisa, antes, estudar omissão de corte.
Assim, você será capaz de:

− identificar elementos que devem ser representados com omissão de corte;


− identificar vistas ortográficas onde há representação com omissão de corte, e
− interpretar elementos representados com omissão de corte.

Omissão quer dizer falta, ausência. Nas representações com omissão de corte, as
hachuras são parcialmente omitidas.

Analisando o próximo exemplo, você vai entender as razões pelas quais certos
elementos devem ser representados com omissão de corte. Compare as duas
escoras, a seguir.

Figura 5.26

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A escora da esquerda é inteiramente sólida, maciça. Já a escora da direita, com


nervura, tem uma estrutura mais leve, com menos quantidade de partes maciças.
Imagine as duas peças secionadas no sentido longitudinaL

Figura 5.27

As áreas atingidas pelo corte são semelhantes. Para diferenciar as vistas


ortográficas das duas peças, de modo a mostrar qual das duas tem estrutura mais
leve, a peça com nervura deve ser representada com omissão de corte. Veja.

Figura 5.28

Note que, embora a nervura seja uma parte maciça, ela foi representada no
desenho técnico sem hachuras. Na vista em corte, as hachuras da nervura foram
omitidas.

Representando a nervura com omissão de corte não se fica com a impressão de


que a peça com nervura é tão maciça quanto a outra.

Elementos Representados com Omissão de Corte

Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte,


quando secionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados pela ABNT
(NBR 10.067/1987).

Dentre os elementos que devem ser representados com omissão de corte você
estudará também nervuras, orelhas, braços de polias, dentes e braços de
engrenagens.

Veja alguns exemplos de peças que apresentam esses elementos.

Figura 5.29 Figura 5.30

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Figura 5.31 Figura 5.32

Desenhos Técnicos com Omissão de Corte

Vamos retomar o desenho da escora com nervura e analisar as suas vistas


ortográficas.

Figura 5.33

O corte foi imaginado vendo-se a peça de frente. A vista onde o corte aparece
representado é a vista frontal. A nervura foi atingida pelo corte no sentido
longitudinal. Na vista frontal, a nervura está representada com omissão de corte.
Abaixo da vista frontal vem o nome do corte: Corte AA. O local por onde passa o
plano de corte vem indicado na vista superior, pela linha traço e ponto estreita,
com traços largos nas extremidades. As setas apontam a direção em que foi
imaginado o corte. As letras, ao lado das setas, identificam o corte. A vista lateral
aparece representada normalmente, da maneira como é vista pelo observador.

Observação: A nervura só é representada com omissão de corte quando é


atingida pelo corte longitudinalmente.

Analise um outro exemplo. Observe a peça em perspectiva abaixo.

Figura 5.34

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Vamos imaginar que a peça foi atingida por um plano de corte longitudinal
vertical, para poder analisar as nervuras.

Numa representação normal de corte, toda a área maciça atingida pelo corte
deveria ser hachurada, como mostra o desenho a seguir.

Figura 5.35

Mas esta representação daria uma idéia falsa da estrutura da peça. Então, é
necessário imaginar a omissão de corte na nervura longitudinal.

Figura 5.36

Nas vistas ortográficas desta peça, a vista representada em corte é a vista frontal.
Na vista frontal, a nervura atingida longitudinalmente pelo corte é representada
com omissão de corte. A nervura transversal é representada hachurada.

Figura 5.37

Agora, imagine a mesma peça cortada ao meio por um plano de corte


transversal.

Figura 5.38

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Neste caso, a vista atingida pelo corte é a lateral. A nervura longitudinal deve ser
representada hachurada, porque foi atingida pelo corte transversal. A nervura
transversal deve ser representada com omissão de corte. Observe, com atenção,
as vistas ortográficas da peça, cortada pelo plano transversal.

Figura 5.39

Analise uma outra possibilidade. Imagine a mesma peça cortada por um plano de
corte longitudinal horizontal.

Figura 5.40

Tanto a nervura longitudinal como a nervura transversal foram atingidas pelo corte
no sentido transversal. Então, não há necessidade de representar as nervuras
com omissão de corte. No desenho técnico, as duas nervuras devem ser
hachuradas.

Outros Casos de Omissão de Corte

Braços de polias também devem ser representados com omissão de corte. Veja
um exemplo, comparando as duas polias, representadas a seguir.

Figura 5.41

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Imagine as polias selecionadas, como mostram as ilustrações seguintes.

Figura 5.42

Numa representação normal, as vistas das duas polias ficariam iguais. Veja.

Figura 5.43

Para diferenciar as representações das duas polias e para dar uma idéia mais real
da estrutura da peça, os braços da polia são representados com omissão de corte
no desenho técnico.

Figura 5.44

Dentes e braços de engrenagens também devem ser representados com


omissão de corte. Engrenagem é um assunto que você vai estudar
detalhadamente em outra aula. Agora, o importante é analisar os dentes e os
braços da engrenagem, que vêm a seguir.

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Veja a perspectiva de uma engrenagem e, ao lado, sua vista lateral em corte


transversal.

Figura 5.45

Observe agora as vistas ortográficas da engrenagem.

Figura 5.46

Note que os braços e os dentes da engrenagem, apesar de serem partes maciças


atingidas pelo corte, não estão hachurados. Esses elementos estão
representados com omissão de corte.

Finalmente, veja a perspectiva de uma peça com nervura e orelha, e seu


desenho técnico mostrando esses elementos representados com omissão de
corte.

Figura 5.47

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6.PERSPECTIVA
A perspectiva, por ser desenho ilustrativo, auxilia a interpretação de peças,
embora em muitos casos, não possa mostrar todos os detalhes.

Figura 6.1

6.1 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA


A perspectiva isométrica (medidas iguais) é das mais simples e eficientes. Parte
de três eixos a 120 graus (isométricos) sobre os quais marcam-se as medidas, da
peça.

As arestas paralelas da peça são traçadas na perspectiva isométrica por linhas


também paralelas.

Figura 6.2

Os quadros de 1 a 6 mostram a seqüência do traçado à mão livre da perspectiva


isométrica.
1

Figura 6.3

Traçado em Esboço da Perspectiva Isométrica de Objetos Cilíndricos

Para esboçar a perspectiva de objetos cilíndricos, é necessário que se saiba


esboçar circunferência e arcos de circunferência em perspectiva isométrica.

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Normalmente, uma circunferência é representada em perspectiva isométrica


através de uma elipse. Damos a esta elipse o nome de elipse isométrica.

Figura 6.4

O traçado em esboço de uma elipse isométrica, se faz na seqüência que se


segue.

1º) Inicialmente, trace levemente três eixos isométricos.

Figura 6.5

2º) Marque, sobre os eixos que partem para a direita e para a esquerda, a medida
do diâmetro da circunferência, e trace, com linhas finas, a perspectiva isométrica
da figura circunscrita à circunferência. Para facilitar a construção esboço, coloca-
se em cada vértice do quadrado em perspectiva isométrica uma letra.

Figura 6.6

3º) Marque os pontos médios das linhas entre as letras AB, BC, CD e DA. A partir
das letras A e C, trace linhas retas, passando por estes pontos. Na interseção (no
cruzamento) destas retas, marque os pontos 1 e 2 (centro dos arcos menores); A
e C (centro dos arcos maiores).

Figura 6.7
4º) Agora, trace linhas curvas, tendo os pontos 1 e 2 como centro dos arcos
tangentes às linhas isométricas. Pela mesma forma, complete a elipse, traçando
os arcos maiores com centro nas letras A e C.

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Figura 6.5

5º) Analise agora a forma da elipse isométrica e, se necessário, procure dar a ela
uma forma agradável.

Figura 6.6

Para esboçar a elipse isométrica, em qualquer face de um objeto, devemos usar


sempre o mesmo processo.

Figura 6.7

Veja agora, como esboçar a perspectiva isométrica de um arco de circunferência.

1º) Marque na face superior do objeto os pontos A, B, C e D, sendo AB e DC igual


ao valor do diâmetro do arco.

Figura 6.8

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2º) Marque os pontos E, F, G e H, que são os pontos médios dos segmentos AB,
BC, CD e DA, respectivamente. Trace a partir de C, linhas que passam por E e H;
a partir de A, linhas que passam por F e G, determinando os pontos M e N. Com
centro em C, trace o arco tangente aos pontos H e E. Com centro em M, trace o
arco tangente aos pontos G e H. Neste traçado obtemos a curvatura da face
superior do objeto.

Figura 6.9

3º) Para a face inferior do objeto, use o mesmo processo, para traçar o arco. A
ligação entre as duas faces, é feita através de uma linha reta tangente aos arcos.

Figura 6.10

4º) Finalmente, reforce o traçado dos arcos e das arestas visíveis. Apague as
linhas que foram usadas para a construção e analise cuidadosamente o esboço.

Figura 6.11

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Os exemplos seguintes mostram o traçado de arcos em outras posições.

Figura 6.12 – Exemplo 1.

Figura 6.13 – Exemplo 2.

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6.2 EXERCÍCIOS
Marque a letra correspondente à perspectiva correta.

1.

2.

3.

4.

5.

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7. CONJUNTOS MECÂNICOS
7.1 DESENHO DE CONJUNTO
Desenho de conjunto é o desenho da máquina, dispositivos ou estrutura, com
suas partes montadas.

As peças são representadas nas mesmas posições que ocupam no conjunto


mecânico.

O primeiro conjunto que você vai estudar, a fim de interpretar desenhos para
execução de conjunto mecânico é o grampo fixo.

Figura 7.1

O grampo fixo é uma ferramenta utilizada para fixar peças temporariamente. As


peças a serem fixadas ficam no espaço "a". Esse espaço pode ser reduzido ou
ampliado, de acordo com o movimento rotativo do manípulo (peça nº 4) que
aciona o parafuso (peça nº 3)e o encosto móvel (peça nº 2). Quando o espaço "a"
é reduzido, ele fixa a peça e quando aumenta, solta a peça.

O desenho de conjunto é representado, normalmente, em vistas ortográficas.


Cada uma das peças que compõem o conjunto é identificada por um numeral.

O algarismo do número deve ser escrito em tamanho facilmente visível. Observe


esse sistema de numeração na representação ortográfica do grampo fixo. Note
que a numeração das peças segue o sentido horário.

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Os numerais são ligados a cada peça por linhas de chamada. As linhas de


chamada são representadas por uma linha contínua estreita. Sua extremidade
termina com um ponto, quando toca a superfície do objeto. Quando toca a aresta
ou contorno do objeto, termina com seta.

Uma vez que as peças são desenhadas da mesma maneira como devem ser
montadas no conjunto, fica fácil perceber como elas se relacionam entre si e
assim deduzir o funcionamento de cada uma.

Geralmente, o desenho de conjunto em vistas ortográficas não aparece cotado.


Mas, quando o desenho de conjunto é utilizado para montagem, as cotas básicas
podem ser indicadas.

O desenho de conjunto, para montagem, pode ser representado em perspectiva


isométrica, como mostra a ilustração seguinte.

Figura 7.2

Por meio dessa perspectiva você tem a idéia de como o conjunto será montado.

7.2 VISTA EXPLODIDA


Outra maneira de representar o conjunto é através do desenho de perspectiva
não montada. As peças são desenhadas separadas, mas permanece clara a
relação que elas mantêm entre si.

Esse tipo de representação é também chamada perspectiva explodida.

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Figura 7.3

Geralmente, os desenhos em perspectiva são raramente usados para fornecer


informações para a construção de peças. O uso da perspectiva é mais comum
nas revistas e catálogos técnicos.

Veremos ainda como é feita a interpretação de desenhos para execução de


conjuntos mecânicos em projeções ortográficas, que é a forma de representação
empregada nas indústrias. O conjunto mecânico que será estudado
primeiramente é o grampo fixo.

Interpretação da Legenda

Veja, a seguir, o conjunto do grampo fixo desenhado numa folha de papel


normalizada.

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Figura 7.4

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No desenho para execução, a legenda é muito importante. A legenda fornece


informações indispensáveis para a execução do conjunto mecânico e é
constituída de duas partes: rótulo e lista de peças.

A disposição e o número de informações da legenda podem variar. Geralmente,


as empresas criam suas próprias legendas de acordo com suas necessidades.

A NBR 10 068/1987 normaliza apenas o comprimento da legenda.

Temos a seguir, a legenda criada para o curso.

Figura 7.5

É fácil interpretar a legenda do desenho de conjunto. Basta ler as informações


que o rótulo e a lista de peças contêm.

Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de peças, vamos analisá-las


separadamente a começar pelo rótulo.

Figura 7.6

As informações mais importantes do rótulo são:

− Nome do conjunto mecânico: grampo fixo.


− Tipo de desenho: conjunto (a indicação do tipo de desenho é sempre feita
entre parênteses).
− Escala do desenho: 1:1 (natural).
− Símbolo indicativo de diedro: 1º diedro.
− Unidade de medida: milímetro.

Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de


montagem são:

− Número do desenho (correspondente ao lugar que ele deve ocupar no


arquivo).
− Nome da instituição responsável pelo desenho.
− Assinaturas dos responsáveis pelo desenho.

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− Data da sua execução.


Veja, a seguir, a lista de peças.

Tabela 7.1

Todas as informações da lista de peças são importantes. A lista de peças informa:

− A quantidade de peças que formam o conjunto.


− A identificação numeral de cada peça.
− A denominação de cada peça.
− A quantidade de cada peça,no conjunto.
− Os materiais usados na fabricação das peças.
− As dimensões dos materiais de cada peça.

Acompanhe a interpretação da lista de peças do grampo fixo.

O grampo fixo é composto de cinco peças.

Os nomes das peças que compõem o grampo fixo são: corpo, encosto móvel,
parafuso, manípulo e cabeça. Para montagem do grampo fixo são necessárias
duas cabeças e uma unidade de cada uma das outras peças.

Todas as peças são fabricadas com aço ABNT 1010-1020. Esse tipo de aço é
padronizado pela ABNT. Os dois primeiros algarismos dos numerais 1010 e 1020
indicam o material a ser usado, que nesse caso é o aço-carbono.

Os dois últimos algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam a porcentagem de


carbono existente no aço. Nesse exemplo, a porcentagem de carbono pode variar
entre 0,10 e 0,20%.

Todas as peças do grampo fixo são fabricadas com o mesmo tipo de aço. Mas, as
seções e as medidas do material de fabricação são variáveis.

O que indica as variações das seções são os símbolos: ∅

Observe, na listas de peças, as indicações das seções:

− As seção do aço do corpo é retangular ( ).


− As seções dos aços do parafuso, do manípulo e das cabeças são circulares
(∅).

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Já o símbolo # indica que o material de fabricação é chapa. O símbolo #


acompanhado de um numeral indica a bitola da chapa.

O encosto móvel é fabricado com aço 1010-1020 e bitola 16. A espessura da


chapa #16 corresponde a 1,52 mm.

7.3 DESENHO DE DETALHE


Desenho de componente é o desenho de uma peça isolada que compõe um
conjunto mecânico.

Desenho de detalhe é o desenho de um elemento, de uma parte de um elemento,


de uma parte de um componente ou de parte de um conjunto montado.

O desenho de componente dá uma descrição completa e exata da forma,


dimensões e modo de execução da peça.

O desenho de componente deve informar, claramente sobre a forma, o tamanho,


o material e o acabamento de cada parte. Deve esclarecer quais as operações de
oficina que serão necessárias, que limites de precisão deverão ser observados
etc.

Cada peça que compõe o conjunto mecânico deve ser representada em desenho
de componente.

Apenas as peças padronizadas, que não precisam ser executadas pois são
compradas de fornecedores externos, não são representadas em desenho de
componente.

Essas peças aparecem representadas apenas no desenho de conjunto e devem


ser requisitadas com base nas especificações da lista de peças.

Os desenhos de componentes também são representados em folha normalizada.

A folha do desenho de componente também é dividida em duas partes: espaço


para o desenho e para a legenda.

A interpretação do desenho de componente depende da interpretação da legenda


e da interpretação do desenho propriamente dito.

Veja a seguir, o desenho de componente da peça 2 do grampo fixo.

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Figura 7.7

A legenda do desenho de componente é bastante parecida com a legenda do


desenho de conjunto. Ela também apresenta rótulo e lista de peças.

Examine, com atenção, a legenda do desenho de componente da peça 2.


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Figura 7.8

A interpretação do rótulo do desenho de componente é semelhante à do rótulo do


desenho de conjunto.

Uma das informações que varia é a indicação do tipo de desenho: componente


em vez de conjunto.

Podem variar, também, o número do desenho e os responsáveis por sua


execução.

Os desenhos de componente e de detalhe podem ser representados em escala


diferente da escala do desenho de conjunto.

Nesse exemplo, a peça 2 foi desenhada em escala de ampliação (2:1), enquanto


que o conjunto foi representado em escala natural (1:1).

A lista de peças apresenta informações sobre a peça representada.

Interpretação do Desenho de Componente

Acompanhe a interpretação do desenho do encosto móvel. Ele está


representado com supressão de vistas. Apenas a vista frontal está representada.

A vista frontal está representada em corte total. Analisando as cotas, percebemos


que o encosto tem a forma de uma calota esférica, com um furo passante.

A superfície interna do encosto tem a forma côncava.

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Figura 7.9 – Desenho de componente: encosto móvel.

As cotas básicas do encosto são: diâmetro = 18 mm e altura = 4 mm.

O diâmetro do furo passante é de 6 mm. O raio da superfície esférica é de 12mm.

A espessura do encosto é de 1,52 mm e corresponde à espessura do Aço ABNT


1010-1020, bitola 16.

O numeral 2, que aparece na parte superior do desenho, corresponde ao número


da peça.

O símbolo , ao lado do número 2, é o símbolo de rugosidade, e indica o estado


de superfície que a peça deverá ter.

O círculo adicionado ao símbolo básico de rugosidade indica que a superfície


da chapa para o encosto deve permanecer como foi obtida na fabricação. Isto
quer dizer que a remoção de material não é permitida.

Não há indicações de tolerâncias específicas, pois trata-se de uma peça que não
exige grande precisão. Apenas a tolerância dimensional geral foi indicada: ±0,1.

Acompanhe a interpretação dos desenhos das demais peças que formam o


grampo fixo.

Vamos analisar, em seguida, o desenho de componente da peça nº 1, que é o


corpo.

Veja a representação ortográfica do corpo em papel normalizado e siga as


explicações, comparando-as sempre com o desenho.

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Figura 7.10

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Examinando o rótulo, vemos que o corpo está representado em escala natural


(1:1), no 1º diedro.

As medidas da peça são dadas em milímetros.

A lista de peças traz as mesmas informações já vistas no desenho de conjunto.

O corpo está representado pela vista frontal e duas vistas especiais: vista de A e
vista de B.

A vista de A e a vista de B foram observadas conforme o sentido das setas A e B,


indicadas na vista frontal.

A vista frontal apresenta um corte parcial e uma seção rebatida dentro da vista.

O corte parcial mostra o furo roscado. O furo roscado tem uma rosca triangular
métrica normal. A rosca é de uma entrada.

A vista de B mostra a saliência e o furo roscado da peça. A vista de A mostra a


representação das estrias.

O acabamento que o corpo receberá vem indicado pelo símbolo , que


caracteriza uma superfície a ser usada. N9 indica a classe de rugosidade de
todas as superfícies da peça.

O afastamento geral é de ±0,1.

Agora, vamos interpretar as medidas do corpo:

− Comprimento, largura e altura - 65 mm, 18 mm e 62 mm.


− Distância da base do corpo até o centro do furo roscado - 52 mm.
− Diâmetro da rosca triangular métrica - 10 mm.
− Diâmetro da saliência - 18 mm.
− Tamanho da saliência - 2 mm e 18 mm.
− Largura da seção - 18 mm.
− Altura da seção - 13 mm.
− Tamanho do elemento com estrias - 15 mm, 18 mm e 22 mm.
− Profundidade da estria - 1 mm.
− Largura da estria - 2,5 mm.
− Ângulo de inclinação da estria - 45°.
− Tamanho do chanfro- 9 mm, 15 mm e 18 mm.
− Raios das partes arredondadas - 5mm e 12 mm.

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Figura 7.11

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A legenda nos informa que o parafuso está desenhado em escala natural (1:1), no
1º diedro.

As informações da lista de peças são as mesmas do desenho de conjunto.

O parafuso está representado por intermédio da vista frontal com aplicação de


corte parcial.

A vista frontal mostra a cabeça do parafuso, o corpo roscado, o elemento A e o


elemento B. O elemento A deverá ser rebitado no encosto móvel.

Na cabeça do parafuso há um furo passante. O furo passante está representado


parcialmente visível.

As medidas do parafuso são:

− Comprimento total do parafuso - 64 mm.


− Diâmetro externo da rosca triangular métrica normal- 10 mm.
− Comprimento do corpo do parafuso - 46 mm.
− Comprimento da parte roscada - 46 mm.
− Tamanho do chanfro da cabeça do parafuso - 2 mm e 45º.
− Altura da cabeça do parafuso - 12 mm.
− Diâmetro da cabeça do parafuso - 15 mm.
− Diâmetro do furo da cabeça do parafuso - 6,5 mm.
− Localização do furo da cabeça do parafuso - 6 mm.
− Tamanho do elemento A - 4 mm e 6 mm.
− Tamanho do elemento B - 2 mm e 8 mm.

Não há indicação de tolerâncias específicas. O afastamento geral ±0,1 vale para


todas as cotas. O acabamento geral da peça corresponde à classe de rugosidade
N9. O acabamento do furo da cabeça corresponde à classe de rugosidade N12. A
usinagem será feita com remoção de material.

Veja, a seguir, a interpretação da peça 4, o manípulo.

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Figura 7.12

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O manípulo também está representado em escala natural, no 1º diedro. Essa


peça será feita de uma barra de aço com 6,35 mm de diâmetro e 80 mm de
comprimento.

O manípulo está representado em vista frontal. A vista frontal mostra o corpo do


manípulo e duas espigas nas extremidades. O símbolo indicativo de diâmetro
indica que tanto o corpo como as espigas são cilíndricos.

O manípulo receberá acabamento geral. Apenas as superfícies cilíndricas das


espigas receberão acabamento especial

O afastamento geral a ser observado na execução é de ±0,1mm. Note que as


espigas têm ISO determinada: e9 no diâmetro. Essas duas espigas serão
rebitadas nas cabeças no manípulo.

Finalmente, vamos à interpretação da peça 5, a cabeça.

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Figura 7.13

A cabeça está representada em escala de ampliação (2:1), no 1º diedro. Serão


necessárias 2 cabeças para a montagem do manípulo.

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8. TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS
8.1 SÍMBOLOS CONVENCIONAIS
Convenções de Fluxogramas
SÍMBOLO NOME

Válvula de gaveta

Válvula globo

Válvula macho

Válvula de agulha

Válvula borboleta

Válvula de retenção (sentido do fluxo)

Válvula de segurança ou alívio

Válvula de três vias

Válvula acionada por diafragma de ar

Válvula acionada por êmbolo

Redução

Flange com placa de orifício

Tampão

Flange cego

Raqueta

Figura “8”

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Linhas com aquecimento

Linha de ar de instrumentos

Filtro de linha

Purgador de vapor

Junta de expansão

Conexão para mangueira

Ejetor

Bomba centrífuga

Bomba alternativa

Compressor

Permutador de calor

Forno

Vasos diversos

Do sistema ou do processo

Vazão de líquido

Vazão de gás

Temperatura

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Pressão

Convenções de Plantas

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Empregos das Convenções de Plantas

Figura 7.14

1 Interrupção do tubo 19 Tubos de pequeno diâmetro


2 Identificação de pilar 20 Pilar
3 Cota entre pilares 21 Tubo de grande diâmetro
4 Guarda corpo de escala vertical 22 Espaçamento entre tubos
5 Cota de acessório ou derivação 23 Ancoragem
6 Válvula com haste vertical 24 Plataforma elevada
7 Redução em linha de pequeno diâmetro 25 Indicação de elevações
8 Derivação para baixo 26 Curva de expansão
9 Mudança de direção e elevação 27 Suporte especial
10 Dois tubos em elevações diferentes 28 Trecho inclinado no plano vertical
11 Trecho vertical (qualquer comprimento) 29 Respiro
Válvula de controle (estação de) incluindo
12 30 Redução em linha de grande diâmetro
contorno e bloqueios
Tubos verticais saindo do desenho (para
13 Curva em gomos 31
cima)
14 Grupo de tubos paralelos 32 Instrumentos
15 Curva a 90º no plano horizontal 33 Válvula com haste horizontal
16 Suporte de molas 34 Equipamento
17 Guias 35 Válvula com haste inclinada
Coordenada limite e indicação de folha de
18 36 Flange com placa de medição
continuação

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8.2 DESENHO ISOMÉTRICO


Convenções de Desenhos Isométricos

Válvula gaveta Válvula macho Válvula globo Válvula de controle Válvula de retenção

Válvula de segurança Válvula solenóide Válvula de 3 vias Válvula com volante para
correntes

Ejetor Purgador Filtro “Y” Bocal de vaso ou


equipamento

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Figura 7.15 – Desenho isométrico

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Figura 7.16 – Elevação (olhando para Norte)

Figura 7.17 - Planta

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Exemplo de Desenho Isométrico

Figura 7.18 - Tubulações com solda de topo


Tubulações com rosca ou com solda de encaixe

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Figura 7.19 – Ancoragens para trechos de grande extensão com junta de expansão para
evitar efeitos da dilataçao

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Referências Bibliográficas
1. TELECURSO 2000 – PROFISSIONALIZANTE – Mecânica Leitura e
Interpretação de Desenho Técnico Mecânico – volumes 1, 2 e 3 – Editora
Globo – São Paulo – 1995

2. TELECURSO 2000 – PROFISSIONALIZANTE – Mecânica Elementos de


Máquinas – volume 1 – Editora Globo – São Paulo - 1996

3. SENAI, Rio de Janeiro, Departamento Nacional.


Desenho – eletricidade; perspectivas. Módulo instrucional 3 – 1980

4. PROVENZA, Engº. Ind. Mec. Francesco


Projetista de Máquinas – Editora F. Provenza – 71ª edição - 1990

5. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI – MG –


Leitura e Interpretação de Desenho Mecânico - Itabira

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