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LID – Leitura e

Interpretação de Desenho

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INTRODUÇÃO DESENHO TÉCNICO

1. INTRODUÇÃO DESENHO TÉCNICO


O desenho técnico deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que
representa. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas
previamente, chamadas de normas técnicas. Assim, todos os elementos do desenho
técnico obedecem a normas técnicas, ou seja, são normalizados. Cada área ocupacional
tem seu próprio desenho técnico, de acordo com normas específicas. Observe alguns
exemplos.

Desenho técnico de arquitetura Desenho técnico de marcenaria

Desenho técnico mecânico

Nesses desenhos, as representações foram feitas por meio de traços, símbolos, números
e indicações escritas, de acordo com normas técnicas.

No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT - Associação Brasileira


de Normas Técnicas. Neste curso você vai conhecer a aplicação das principais normas
técnicas referentes ao desenho técnico mecânico, de acordo com a ABNT.

1.1 COMO É ELABORADO UM DESENHO TÉCNICO


Às vezes, a elaboração do desenho técnico mecânico envolve o trabalho de vários
profissionais. O profissional que planeja a peça é o engenheiro ou o projetista. Primeiro ele
imagina como a peça deve ser. Depois representa suas ideias por meio de um esboço,

2
INTRODUÇÃO DESENHO TÉCNICO

isto é, um desenho técnico à mão livre. O esboço serve de base para a elaboração do
desenho preliminar. O desenho preliminar corresponde a uma etapa intermediária do
processo de elaboração do projeto, que ainda pode sofrer alterações.

Depois de aprovado, o desenho que corresponde à solução final do projeto será executado
pelo desenhista técnico. O desenho técnico definitivo, também chamado de desenho para
execução, contém todos os elementos necessários à sua compreensão.

O desenho para execução, que tanto pode ser feito na prancheta como no computador, deve
atender rigorosamente a todas as normas técnicas que dispõem sobre o assunto.
O desenho técnico mecânico chega pronto às mãos do profissional que vai executar a peça.
Esse profissional deve ler e interpretar o desenho técnico para que possa executar a peça.
Quando o profissional consegue ler e interpretar corretamente o desenho técnico, ele é
capaz de imaginar exatamente como será a peça, antes mesmo de executá-la. Para tanto,
é necessário conhecer as normas técnicas em que o desenho se baseia e os princípios de
representação da geometria descritiva.

1.2 GEOMETRIA DESCRITIVA: A BASE DO DESENHO TÉCNICO

O desenho técnico, tal como nós o entendemos hoje, foi desenvolvido graças ao matemático
francês Gaspar Monge (1746-1818). Os métodos de representação gráfica que existiam até
aquela época não possibilitavam transmitir a ideia dos objetos de forma completa, correta e
precisa.

Monge criou um método que permite representar, com precisão, os objetos que têm três
dimensões (comprimento, largura e altura) em superfícies planas, como, por exemplo, uma
folha de papel, que tem apenas duas dimensões (comprimento e largura).

Esse método, que passou a ser conhecido como método mongeano, é usado na geometria
descritiva. E os princípios da geometria descritiva constituem a base do desenho técnico.
Veja:

Representação de um objeto de acordo com os princípios da geometria descritiva.

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NORMAS PARA DESENHO TÉCNICO

2. NORMAS PARA DESENHO TÉCNICO – ABNT/DIN

2.1 ENTIDADES NORMALIZADORAS

A seguir temos uma lista das principais entidades de normalização:


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ASME – Sociedade Americana de Engenharia Mecânica (American Society of Mechanical
Engeering)
ASTM - Sociedade Americana para Testes e Materiais (American Society for Testing and
Materials)
BS – Normas Britânicas (British Standards)
DIN – Instituto Alemão para Normalização (Deutsches Institut für Normung)
ISO – Organização Internacional para Normalização (International Organization for
Standardization)
JIS – Normas da Indústria Japonesa (Japan Industry Standards)
SAE – Sociedade de Engenharia Automotiva (Society of Automotive Engeering)

2.2 PRINCIPAIS NORMAS

NBR 10067 – princípios gerais de representação em desenho técnico. A NBR 10067 (ABNT,
1995) fixa a forma de representação aplicada em desenho técnico. Normaliza o método de
projeção ortográfica, que pode ser no 1º diedro ou no 3º diedro, a denominação das vistas,
a escolha das vistas, vistas especiais, cortes e seções, e generalidades.
NBR 10068 – Folha de desenho Lay-out e dimensões – objetiva padronizar as dimensões
das folhas na execução de desenhos técnicos e definir seu lay-out com suas respectivas
margens e legenda.
NBR 10582 – apresentação da folha para desenho técnico – normaliza a distribuição do
espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho, etc..
NBR 13142 – desenho técnico – dobramento de cópias. Fixa a forma de dobramento de
todos os formatos de folhas de desenho para facilitar a fixação em pastas.
NBR 8402 – execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos.
NBR 8403 – aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – larguras das linhas.
NBR 8196 – desenho técnico – emprego de escalas.
NBR 12298 – representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico.
NBR10126 – cotagem em desenho técnico.
NBR 8404 – indicação do estado de superfície em desenhos técnicos.
NBR 6158 – sistema de tolerâncias e ajustes.
NBR 8993 – representação convencional de partes roscadas em desenho técnico.
NBR 6402 – execução de desenhos técnicos de máquinas e estruturas metálicas.

4
FORMATOS E ESCRITA

3. FORMATOS PADRÕES DE FOLHAS

3.1. TAMANHOS DE FOLHAS PADRONIZADAS PELA ISO


O primeiro tamanho é o formato A0 com dimensões de 841 X 1189 mm, equivalente a 1m2
de área, sendo que os demais formatos se originam da bipartição sucessiva deste, conforme
figura abaixo.

Tabela 1: Os Formatos da série “A” seguem as seguintes dimensões em milímetros:


MARGEM ESPESSURA
COMPRIMENTO
FORMATO DIMENSÕES LINHAS DAS
ESQUERDA OUTRAS DA LEGENDA
MARGENS
A0 841 x 1189 25 10 175 1,4
A1 594 x 841 25 10 175 1,0
A2 420 x 594 25 7 178 0,7
A3 297 x 420 25 7 178 0,5
A4 210 x 297 25 7 178 0,5

Quando da necessidade de utilização de formatos fora dos padrões estabelecidos,


recomenda-se a escolha destes de tal forma que a largura ou o comprimento corresponda
ao múltiplo ou submúltiplo do formato padrão.

4. LETRAS E ALGARISMOS

A NBR 8402 (ABNT, 1994) normaliza as condições para a escrita usada em Desenhos
Técnicos e documentos semelhantes.
Visa à uniformidade, a legibilidade e a adequação à microfilmagem e a outros processos de
reprodução.

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU
VXWYZ
abcdefghijklmnopqrstuvxwyz
123456789
5
6
INSTRUMENTOS DE DESENHO

5. RÉGUAS

5.1. RÉGUA GRADUADA


A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples entre os instrumentos
de medida linear. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de aço-carbono
ou de aço inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro (cm) e
milímetro (mm), conforme o sistema métrico, ou em polegada e suas frações, conforme o
sistema inglês.

5.2. EXERCÍCIOS:

5.2.1. Leia os espaços marcados e escreva as medidas em milímetro à frente das letras,
abaixo da régua.

a) ...... b) ...... c) ...... d) ...... e) ...... f) ...... g) ...... h) ...... i) ...... j) ......

7
INSTRUMENTOS DE DESENHO

6. COMPASSO (GEOMETRIA)
Compasso é um instrumento de desenho que faz arcos de circunferência. Também serve
para marcar um segmento numa reta com comprimento igual a outro segmento dado, e
resolver alguns tipos de problemas geométricos, como por exemplo construir um hexágono,
ou achar o centro de uma circunferência.

6.1. CIRCUNFERÊNCIA DE CÍRCULO


E uma linha curva, plana e fechada, cujos pontos mantêm uma distância de um ponto fixo
chamado centro.

O ponto O é chamado centro da circunferência de círculo e a distância (r) entre o centro e


qualquer ponto da circunferência é denominado raio da circunferência. Essa distância é
constante.

A distância que vai de um ponto a outro da circunferência e que passa pelo centro é chamada
diâmetro (d) e sua medida é igual ao dobro da medida do raio (r).
d = 2r

8
INSTRUMENTOS DE DESENHO

6.2. HABILIDADE DE DESENHO


Construções geométricas básicas utilizando a régua e o compasso.

6.2.1. CONSTRUINDO ÂNGULOS COM RÉGUA E COMPASSO


Alguns ângulos você pode obter utilizando régua e compasso. Para desenhar alguns desses
ângulos usaremos como base o triângulo equilátero e retas perpendiculares. Os ângulos
notáveis (30°, 45°, 60°, 90° entre outros) e seus complementos e suplementos são facilmente
construídos utilizando apenas régua, compasso e conhecimentos anteriores.

6.2.2. ÂNGULOS DE 120º, 60º, 30º E 15º


1º Passo: Desenhe uma reta r arbitrariamente.
2º Passo: Marque um ponto B e um ponto C na reta r.
3º Passo: Faça dois arcos de circunferências de raio BC (abra o compasso com tamanho
BC) um com centro em B e o outro em C.
4º Passo: Marque o ponto A na interseção dos arcos das circunferências e ligue os
segmentos AB e AC formando o triângulo ABC.

1º Passo A 3º Passo A
2º Passo 4º Passo

r
B C B C

6.3. EXERCÍCIOS:

6.3.1. Identifique os elementos da circunferência de círculo utilizando letra maiúscula:

a) AC =
b) BD =
c) CD =
d) C =

6.3.2. Represente a circunferência de círculo de centro em A, sabendo que seu diâmetro é


igual a 30mm.

9
INSTRUMENTOS DE DESENHO

6.3.3. Represente a circunferência de círculo de centro em A, B e C a partir dos pontos


dados, construa as circunferências pedidas.
a) A = Raio 10 mm
b) B = Raio 12 mm
c) C = Raio 14 mm

A B C

6.3.4. Construir um ângulo de 90°utilizando régua e compasso.


1º Passo: Desenhe uma reta r arbitrariamente.
2º Passo: Marque um ponto A e um ponto B na reta r.
3º Passo: Faça dois arcos de circunferências de raio congruentes com centro em A e B de
modo que eles se encontrem em dois pontos.
4º Passo: Marque os pontos P e Q na interseção dos arcos das circunferências e trace uma
reta “s” passando por PQ.

7. ESQUADRO
O esquadro é um instrumento de desenho que também pode ser usado para fazer linhas
retas verticais com o apoio de uma régua T ou régua paralela e para formar ângulos
principais como 30º, 45º, 60º, 90º e combinações de ângulos utilizando dois esquadros.
Os mais utilizados são os seguintes:
• Esquadro de 45°, composto por dois ângulos de 45º e um de 90º.
• Esquadro de 60°, composto por ângulos de 30°, 60° e 90°.

OBS: Todo triângulo retângulo tem o somatório de 180º

10
INSTRUMENTOS DE DESENHO

8. POLÍGONOS
É a figura formada por uma linha poligonal fechada.

8.1. ELEMENTOS DO POLÍGONO


• Lados: São os segmentos AB, BC, CD, DE e EA.
• Ângulos Internos: São os ângulos formados por dois lados consecutivos.
• Ângulos Externos: São os ângulos formados por um dos lados e o prolongamento
de um dos lados adjacentes.
• Vértices: São os pontos comuns a dois lados consecutivos A, B, C, D e E.
• Diagonais: São segmentos de reta que ligam dois vértices não consecutivos: AD, AC,
BD, BE, CE.

8.2. TIPOS DE POLÍGONOS

8.2.1. POLÍGONOS REGULARES


Os polígonos regulares são figuras planas que possui todos os lados iguais, ou seja, com
mesmo comprimento e todos os ângulos internos possuem a mesma medida. Hexágono,
pentágono, quadrado e triângulo equilátero são exemplos de polígonos regulares.

hexágono pentágono quadrângulo triângulo equilátero

8.2.2. POLÍGONOS IRREGULARES


Nos polígonos irregulares nem todos os lados possuem o mesmo comprimento, assim como
nem todos os ângulos internos possuem a mesma medida.

11
INSTRUMENTOS DE DESENHO

triângulo isósceles losango (quadrilátero) Retângulo

8.2.3. CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍGONOS


Os nomes dos polígonos dependem do critério que utilizamos para classificá-los. Se usarmos
o número de ângulos ou o número de lados, teremos a seguinte nomenclatura:

Nome do polígono
Número de lados
(ou ângulos) Em função do Em função do
número de ângulos número de lados
3 triângulo trilátero
4 quadrângulo quadrilátero
5 pentágono pentalátero
6 hexágono hexalátero
7 heptágono heptalátero
8 octógono octolátero
9 eneágono enealátero
10 decágono decalátero
11 undecágono undecalátero
12 dodecágono dodecalátero
15 pentadecágono pentadecalátero
20 icoságono icosalátero

Observação: Quando não souber o nome diga: polígono de tantos lados.

12
LINHAS

9. TIPOS DE LINHAS E SUAS APLICAÇÕES

LINHA DENOMINAÇÃO APLICAÇÃO GERAL


A1 contornos visíveis;
Contínua larga.
A2 arestas visíveis;
B1 linhas de interseção imaginarias;
B2 linhas de cotas;
B3 linhas auxiliares;
B4 linhas de chamadas;
Contínua estreita.
B5 hachuras;
B6 contorno de seções rebatidas na própria
vista;
B7 linhas de centros curtas.
C1 limites de vistas ou cortes parciais ou
Contínua estreita a mão livre (1). interrompidas se o limite não coincidir com
linhas traços e ponto;
Contínua estreita em ziguezague (1). D1 esta linha destina-se a desenhos
confeccionados por máquinas.
E1 contornos não visíveis;
Tracejada larga (1).
E2 arestas não visíveis;
F1 contornos não visíveis;
Tracejada estreita (1).
F2 arestas não visíveis.
G1 linhas de centro;
Traço e ponto estreitam (1). G2 linhas de simetrias;
G3 trajetórias.
Traço e ponto estreito, larga nas
H1 planos de cortes.
extremidades e na mudança de direção.
J1 indicação das linhas ou superfícies com
Traço e ponto largo.
indicação especial.
K1 contornos de peças adjacentes
K2 posição limite de peças moveis
Traço e dois pontos estreita. K3 linhas de centro de gravidade
K4 cantos antes da conformação
K5 detalhes situados antes do plano de corte
1. Se existem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção.

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PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

10. PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

10.1. PROJEÇÃO: Representação da face de um objeto, que estamos observando ou


imaginando, sobre um plano de projeção através de linhas perpendiculares tiradas das
extremidades da face do objeto até o plano de projeção.

10.2. PLANO DE PROJEÇÃO: Superfície na qual a face de um objeto ou figura é


representada.

10.3. ORTOGONAL: Forma ângulo reto.

10.4. PROJEÇÃO ORTOGONAL: É uma maneira de representar, em verdadeira grandeza,


objetos tridimensionais em superfícies planas.

10.5. VERDADEIRA GRANDEZA: Sem deformação.


Para entender bem como é feita a projeção ortográfica precisamos conhecer três
elementos: o modelo, o observador e o plano de projeção.

10.6. MODELO: É qualquer objeto a ser representado.

10.7. OBSERVADOR: é a pessoa que vê ou desenha a peça. Deve-se imaginar o observador


localizado a uma distância infinita da peça. Por esta razão o observador consegue ver
apenas uma face da peça de cada direção em que ele se encontra.

14
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

11. PLANOS DE PROJEÇÃO

Cubo Referencial de Projeção

11.1. DIEDROS – MÉTODO MONGEANO (GASPAR MONGE)


Quando o plano vertical é perpendicular ao plano horizontal, estes dois planos dividem o
espaço em quatro quadrantes ou diedros.

Atualmente, a maioria dos países que utilizam o Método Mongeano adotam a projeção
ortográfica no 1º diedro. No Brasil, a ABNT (NBR,10067) recomenda o emprego deste
diedro. Entretanto, alguns países, como EUA, Canada e a Holanda representam seus
Desenhos Técnicos no 3º diedro.

11.2. PROJEÇÃO ORTOGONAL NO 1º DIEDRO - PROCEDIMENTO

15
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

12. EXISTEM DUAS MANEIRAS DE REPRESENTAR UM OBJETO POR MEIO DE


DESENHO:

12.1. Perspectiva: Representado pelo modo como o observador a enxerga;


12.2. Vistas Ortográficas: Representado de modo que ele é realmente.

13. PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA E PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

13.1. INTRODUÇÃO
Para quem vai ler e interpretar desenhos técnicos, é muito importante saber fazer a
correspondência entre as vistas ortográficas e o modelo representado em perspectiva
isométrica.

Nesta aula, veja como fazer essa correspondência, analisando a representação dos
elementos do modelo (faces, arestas e vértices) nas vistas ortográficas e no desenho em
perspectiva.

Com a prática, logo você conseguirá formar uma imagem mental do modelo a partir das
vistas ortográficas, e será capaz de imaginar as vistas ortográficas a partir da análise do
modelo ou de sua representação em perspectiva isométrica.

Correspondência das vistas ortográficas às faces do modelo

Observe o prisma com rebaixo (modelo de plástico no 1) representado em perspectiva


isométrica e, ao lado, seu desenho técnico:

16
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

A letra A, na face da frente do modelo em perspectiva, aparece também na vista frontal. Isso
ocorre porque a vista frontal corresponde à face da frente do modelo.

Na perspectiva, as letras B e C indicam as faces de cima do modelo. Essas letras aparecem


na vista superior mostrando a correspondência entre as faces de cima do modelo e sua
representação na vista superior. Finalmente, as letras D e E, ou seja, as faces de lado do
modelo - correspondem às faces D e E na vista lateral esquerda.

Mas, assim como as linhas projetantes, as letras não aparecem no desenho técnico do
modelo, apenas auxiliam seu estudo. Portanto, não são representadas no desenho técnico
definitivo.

Verificando o entendimento

Agora, tente fazer a correspondência no sentido inverso.


Escrevam nas faces do modelo em perspectiva as letras correspondentes, indicadas nas
vistas do desenho técnico.

Confira sua resposta com o desenho abaixo.

Você notou que a letra C apareceu nas vistas superior e lateral esquerda? Isso ocorre porque
o chanfro, que é a face com a letra C, tanto é visto de cima como de lado.

Correspondência das arestas das vistas ortográficas às arestas do modelo em perspectiva.

Outra atividade que ajuda a interpretar o desenho técnico é a correspondência entre as


arestas das vistas ortográficas e as arestas do modelo. Veja um exemplo a seguir:

17
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Note que as arestas da vista frontal correspondem às arestas da face da frente do modelo.
Por isso, as mesmas letras aparecem na face da frente do modelo em perspectiva e na vista
frontal. As arestas das faces de cima do modelo correspondem às arestas da vista superior.

Observe, também, a correspondência entre as arestas da vista lateral e as arestas das faces
de lado do modelo.

Você deve ter notado que algumas letras aparecem em mais de uma vista do desenho
técnico. As letras repetidas indicam as arestas que o observador pode ver em duas ou três
posições.

Correspondência dos vértices das vistas ortográficas aos vértices do modelo.

Você já sabe fazer a correspondência entre as vistas ortográficas e as faces do modelo.


Sabe também fazer a correspondência entre as arestas do modelo e as arestas das vistas
ortográficas.

Agora você vai aprender a fazer a correspondência entre os vértices das vistas ortográficas
e os vértices do modelo e vice-versa. Vamos analisar novamente o prisma com rebaixo e
suas vistas ortográficas.

Note que as mesmas letras que indicam os vértices da face da frente do modelo aparecem
nos vértices da vista frontal. Isso significa que os vértices são correspondentes.

18
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

Aqui você também pode observar a correspondência entre os vértices das faces de cima do
modelo e a vista superior.

Observe, agora, as letras marcadas nas faces laterais do prisma e na vista lateral esquerda.
Os vértices da vista lateral correspondem aos vértices das faces de lado do modelo.

Algumas letras aparecem em mais de uma vista. Essas letras repetidas indicam os vértices
do modelo que o observador pode ver em duas ou três posições. Nas duas figuras anteriores,
as letras que aparecem mais de uma vez são: A e C, na vista frontal, na vista superior e na
vista lateral esquerda; D, na vista frontal e na vista superior; E, na vista frontal e na vista
lateral esquerda; G e I, na vista superior e na vista lateral esquerda.

As letras que são vistas pelo observador em uma única posição só aparecem uma vez. São
elas: B (vista frontal), F (vista frontal) e J (vista superior).

EXERCÍCIOS:

1. As letras A, B e C representam faces do modelo. Escreva essas letras nas faces


correspondentes das vistas ortográficas.

2. Escrevam no modelo em perspectiva isométrica as letras das vistas ortográficas que


correspondem às suas faces.

19
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

3. As letras indicadas no modelo em perspectiva representam as arestas do modelo.


Escreva essas letras nas arestas correspondentes das vistas ortográficas.

4. Escrevam no modelo representado em perspectiva isométrica, as letras das vistas


ortográficas que correspondem às suas arestas.

5. Escrevam nas vistas ortográficas, as letras do desenho em perspectiva isométrica que


correspondem aos seus vértices.

20
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

6. Escrevam, nos vértices do modelo em perspectiva isométrica, as letras correspondentes


indicadas nas vistas ortográficas.

7. Analise a perspectiva representada ao lado e assinale com um X as vistas ortográficas


correspondentes.

a) ( ) b) ( ) c) ( )

8. Analise as vistas ortográficas abaixo e assinale com um X a perspectiva


correspondente.

a) ( ) b) ( ) c) ( )

21
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

9. Identifique e numere as projeções correspondentes a cada peça apresentada em


perspectiva.

01

02

03
1. 0
2

04

05

06

22
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

10. Desenhe a terceira vista ortográfica das projeções apresentadas:


1) a)

b) c)

a)
2)

b) c)

23
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

11. Complete as vistas ortográficas das projeções apresentadas:

a)

b)

c)

24
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

d)

e)

f)

25
VISTAS ESSENCIAIS

14. VISTAS ESSENCIAIS

14.1. EXERCÍCIOS:

14.1.1.Desenhe as vistas ortográficas necessárias das perspectivas conforme o exemplo


abaixo:

1)

2)

3)

26
VISTAS ESSENCIAIS

4)

5)

6)

27
VISTAS ESSENCIAIS

7)

8)

9)

28
VISTAS ESSENCIAIS

10)

11)

12)

29
VISTAS ESSENCIAIS

13)

14)

15)

30
VISTAS ESSENCIAIS

16)

17)

18)

31
VISTAS ESSENCIAIS

19)

20)

21)

32
VISTAS ESSENCIAIS

14.1.2.Complete as vistas ortográficas das projeções apresentadas:

a)
b)

c) d)

33
VISTAS ESSENCIAIS

14.1.3.Desenhe a terceira vista ortográfica das projeções apresentadas:

a) b)

c) d)

c) d)

e) f)

34
REGRAS DE COTAGEM

15. REGRAS DE COTAGEM

15.1. COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO - NBR 10126


A NBR 10126 (ABNT, 1987 - Versão Corrigida: 1998) tem como objetivo fixar os princípios
gerais de cotagem, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de
medida.
15.1.1. As recomendações na aplicação de cotas são:
• Cotagem completa para descrever de forma clara e concisa o objeto;
• Desenhos de detalhes devem usar a mesma unidade para todas as cotas sem o
emprego do símbolo;
• Evitar a duplicação de cotas, cotar o estritamente necessário;
• Sempre que possível evitar o cruzamento de linhas auxiliares com linhas de cotas e
com linhas do desenho;
• A cotagem deve se dar na vista ou corte que represente mais claramente o elemento.

15.1.2. Os elementos gráficos para a representação da cota são:


• Linha de cota;
• Linha auxiliar;
• Limite da linha de cota (seta ou traço oblíquo);
• Valor numérico da cota.

15.2. EXEMPLOS DE COTAGEM:

2)
1)

35
REGRAS DE COTAGEM

3) 4) 5)

6) 7) 8)

9) 10) 11)

12) 13) 14)

36
REGRAS DE COTAGEM

15) 16)

17)
18)

19) 20)

21) 22)

37
REGRAS DE COTAGEM

15.3. EXERCÍCIOS:

15.3.1. Observe as perspectivas e escreva as cotas nas projeções:


a)

b)

c)

38
REGRAS DE COTAGEM

15.3.2. Desenhe as peças abaixo em uma única vista, coloque as cotas e os respectivos
símbolos:
a)

b)

c)

39
REGRAS DE COTAGEM

15.3.3. Desenhe as vistas ortográficas necessárias da perspectiva abaixo, coloque as cotas:


a)

40
ESCALAS

16. ESCALAS
Deve-se sempre que possível, procurar fazer o desenho nas medidas reais da peça, para
transmitir uma ideia melhor de sua grandeza. Para componentes que são demasiadamente
pequenos, precisamos fazer ampliações que permitam a representação de todos os detalhes
conforme norma. No caso inverso, isto é, para peças de grande tamanho, o desenho deve
ter proporções menores, sendo possível assim a sua execução dentro dos formatos
padronizados.
A Norma NBR 8196 DEZ / 1999, define que a designação completa de uma escala deve
consistir na palavra “ESCALA”, seguida da indicação da relação como segue:
Redução Natural Ampliação
1:2 1:1 2:1
1:5 5:1
1:10 10:1
NOTA - As escalas desta tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10.

Escala é uma relação que se estabelece entre as dimensões de um objeto em verdadeira


grandeza e aquelas que ele possui em um desenho.

Observe os dois desenhos a seguir. O desenho da esquerda está representado em escala


natural (1:1) e o desenho da direita, em escala de redução (1:2). As cotas que indicam a
medida do ângulo (90º) aparecem nos dois desenhos.

Observações: independente do uso de escalas reduzidas ou ampliadas, a cotagem sempre


é feita com as medidas reais da peça. A escala utilizada sempre deve ser escrita na legenda.

41
ESCALAS

16.1. EXERCÍCIOS:

a) Complete as lacunas com os valores correspondentes:

Dimensão do desenho Escala Dimensão da peça


1:1 42
18 1:2
5:1 6
16 2:1
10 100
12 60

b) Desenhe na escala 2:1 as vistas ortográficas necessárias da perspectiva abaixo e


coloque as cotas:

42
ESCALAS

c) Desenhe na escala 1:5 as vistas ortográficas necessárias da perspectiva abaixo e


coloque as cotas:

43
VISTAS AUXILIARES

17. VISTAS AUXILIARES

17.1. PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA DE ELEMENTOS OBLÍQUOS EM VERDADEIRA


GRANDEZA
Em desenho técnico, o modelo deve ser representado em posição que permita analisar todas
as suas faces com seus elementos, ou a maioria deles, em verdadeira grandeza em pelo
menos uma das vistas ortográficas. As peças com faces e elementos oblíquos têm que ser
representadas de maneira especial.
Assim, através do rebatimento dos planos de projeção, define-se a posição das vistas no
desenho técnico. Os nomes das vistas permanecem os mesmos. A única diferença é que a
face projetada no plano de projeção auxiliar dá origem à vista auxiliar.
Neste exemplo, a vista auxiliar está representada no lugar da vista lateral, que foi omitida.
A vista frontal e a vista superior permanecem.

Na vista superior e na vista auxiliar aparece a linha de ruptura. Esta linha é utilizada, para
indicar que a parte deformada não precisou ser representada nessas vistas.

17.2. EXEMPLOS DE VISTAS AUXILIARES

a) b) c)

44
VISTAS AUXILIARES

17.3. REPRESENTAÇÃO INDICADA

17.4. REPRESENTAÇÃO DESACONSELHÁVEL

17.5. EXERCÍCIOS:

1) Analise as vistas ortográficas e responda às questões:

a) Qual a vista que foi omitida para representação da vista auxiliar?


R:

45
VISTAS AUXILIARES

2) Desenhe na escala 1:1 a vista auxiliar necessária da perspectiva abaixo e coloque as


cotas:

46
VISTAS AUXILIARES

3) Desenhe na escala 1:1 a vista de frente, vista superior e uma vista auxiliar da perspectiva
abaixo e coloque as cotas:

47
PROJEÇÃO COM ROTAÇÃO

18. PROJEÇÃO COM ROTAÇÃO

18.1. INTRODUÇÃO
Certas peças que têm superfícies oblíquas em relação aos planos de projeção, por
convenção, são representadas por meio de outro tipo especial de projeção ortográfica: a
projeção com rotação.
A rotação de partes oblíquas possibilita evitar a distorção e o encurtamento que resultariam
de uma projeção ortográfica normal. Nem todas as peças que têm partes oblíquas podem
ser representadas em projeção com rotação. Apenas as peças com partes oblíquas
associadas a um eixo de rotação, podem ser representadas com rotação de parte da peça.
Veja alguns exemplos de peças que precisam desse tipo de representação.

18.2. ROTAÇÃO DE PARTE OBLÍQUA


Rotação é um movimento giratório, um giro em torno de um eixo. A seguir, começaremos
nosso estudo exercitando esse tipo de representação.
A peça em perspectiva abaixo, um tipo de braço de comando, apresenta uma parte oblíqua.

Observe, na próxima ilustração, a projeção ortográfica dessa peça em dois planos de


projeção.

48
PROJEÇÃO COM ROTAÇÃO

Agora veja o que acontece quando a parte oblíqua em rotação é representada na vista
superior.

18.3. EXERCÍCIOS:

1) Analise as vistas ortográficas e assinale com X a alternativa que está representada com
rotação de partes:
b( )
a( )

49
PROJEÇÃO COM ROTAÇÃO

2) Desenhe na escala 1:1 a vista de superior, vista frente com rotação de parte oblíqua
perspectiva abaixo e coloque as cotas:

50
PROJEÇÃO COM ROTAÇÃO

3) Desenhe na escala 1:1 a vista de superior, vista frente com rotação de parte oblíqua
perspectiva abaixo e coloque as cotas:

51
CORTES E SEÇÕES

19. CORTES E SEÇÕES

19.1. HACHURAS
19.1.1. Os cortes ou seções são evidenciados através de hachuras, conforme a NBR 12298.

Elastômeros, vidros, Concreto Líquido Madeira Terra


cerâmica e rochas

19.2. GENERALIDADES
19.2.1. A disposição dos cortes ou seções segue a mesma disposição das vistas.
19.2.2. Quando a localização de um plano de corte for clara, não há necessidade de
indicação da sua posição e identificação.

19.2.2.1. Quando a localização não for clara, ou quando for necessário distinguir entre
vários planos de corte, a posição do plano de corte deve ser indicada por meio de
linha estreita-traço-ponto, larga nas extremidades e na mudança de direção,
conforme a NBR 8403. O plano de corte deve ser identificado por letra maiúscula
e o sentido de observação por meio de setas.

52
CORTES E SEÇÕES

19.2.2.2. A designação do corte correspondente é feita nas proximidades do corte.

19.2.2.3. Nos cortes, no sentido longitudinal, não são hachurados:


a) dentes de engrenagem;
b) parafusos;
c) porcas;
d) eixos;
e) raios de roda;
f) nervuras;
g) pinos;
h) arruelas;
i) contrapinos;
j) rebites;
k) chavetas;
l) volantes;
m) manípulos.

19.3. CORTE TOTAL


19.3.1. A peça é cortada em toda a sua extensão por um plano de corte.

19.3.2. Numa peça com parte de revolução, contendo elementos simetricamente


distribuídos (furos ou nervuras radiais) sem que passem por um plano de corte, faz-
se uma rotação no elemento até coincidir com o respectivo plano de corte e rebate-
se, sem fazer nenhuma menção especial.

53
CORTES E SEÇÕES

19.4. MEIO-CORTE

A metade da representação da peça é mostrada em corte, permanecendo a outra metade


em vista. Este tipo de corte é peculiar às peças simétricas.

19.5. CORTE PARCIAL


Apenas uma parte da peça é cortada para focalizar um detalhe, delimitando-se por uma linha
contínua estreita à mão livre ou por uma linha estreita em zigue-zague, conforme a NBR
8403.

19.6. CORTE EM DESVIO


A peça é cortada em toda a sua extensão por mais de um plano de corte, dependendo da
sua forma particular e dos detalhes a serem mostrados.

54
CORTES E SEÇÕES

19.7. SEÇÕES REBATIDAS DENTRO OU FORA DA VISTA

19.7.1. O contorno da seção dentro da própria vista é traçado com linha contínua estreita,
conforme a NBR 8403.

19.7.2. O contorno da seção deslocada é traçado com linha contínua larga. A seção
deslocada pode ser posicionada:

a) próxima à vista e ligada a ela por meio de linha estreita traço-ponto, conforme a NBR
8403;

b) numa posição diferente; neste caso, é identificada de maneira convencional.

19.7.3. As seções podem ser sucessivas como no exemplo abaixo.

55
CORTES E SEÇÕES

19.8. EXEMPLOS

a)

b)

56
CORTES E SEÇÕES

c)

d)

57
CORTES E SEÇÕES

e)

f)

58
CORTES E SEÇÕES

g)

h)

59
CORTES E SEÇÕES

19.9. EXERCICIOS

1) Analise a perspectiva em corte e faça hachuras nos desenhos técnicos, indicando as


partes maciças atingidas pelo corte:

a)

2) Nos desenhos abaixo, complete as vistas em corte e coloque as cotas.

a)

60
CORTES E SEÇÕES

3) Analise o exemplo abaixo e faça hachuras no desenho técnico da alternativa “b”,


indicando as partes maciças atingidas pelo corte:

a)

EXEMPLO

b)

61
CORTES E SEÇÕES

4) Analise o exemplo abaixo e faça hachuras no desenho

a)

b)

5) Assinale com X o desenho técnico em corte parcial.

a)

( ) ( )

62
CORTES E SEÇÕES

6) Desenhe a peça apresentada abaixo em duas vistas, com a seguinte orientação:


• Desenhe a vista de frente;
• Desenhe a vista inferior segundo o corte A-A;
• Material: Ferro Fundido.
• Escala 1:1

63
CORTES E SEÇÕES

7) Desenhe a peça apresentada abaixo em duas vistas, com a seguinte orientação:


• Desenhe a vista de superior;
• Desenhe a vista de frente segundo o corte A-A;
• Desenhe a vista lateral esquerda;
• Material: Ferro Fundido;
• Escala 1:1.

64
CORTES E SEÇÕES

8) Desenhe na escala 1:1 em vista única a polia apresentada abaixo, aplicando o meio corte
e coloque as cotas:

65
CORTES E SEÇÕES

9) Desenhe na escala 1:1 em duas vistas a peça apresentada abaixo, aplicando corte
longitudinal e coloque as cotas:

66
CORTES E SEÇÕES

10) Desenhe na escala 1:1 a elevação e a planta da peça apresentada abaixo. Na vista de
elevação, trace a seção do corpo da peça e coloque as cotas:

67
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20. ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.1. PARAFUSOS E PORCAS

20.1.1. ROSCAS
Rosca é um conjunto de filetes em torno de uma superfície cilíndrica.

As roscas podem ser internas ou externas. As roscas internas encontram-se no interior das
porcas. As roscas externas se localizam no corpo dos parafusos.

Porca Parafuso

As roscas permitem a união e desmontagem de peças.

68
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome
às roscas e condicionam sua aplicação.

Tipos de roscas (perfis) Perfil de filete Aplicação

Parafusos e porcas de fixação na união de


peças.
Ex.: Fixação da roda do carro.

Parafusos que transmitem movimento suave


e uniforme.
Ex.: Fusos de máquinas.

Parafusos de grandes diâmetros sujeitos a


grandes esforços.
Ex.: Equipamentos ferroviários.

Parafusos que sofrem grandes esforços e


choques.
Ex.: Prensas e morsas.

Parafusos que exercem grande esforço num


só sentido.

20.1.2. SENTIDO DE DIREÇÃO DA ROSCA.


Dependendo da inclinação dos filetes em relação ao eixo do parafuso, as roscas ainda
podem ser direita e esquerda. Portanto, as roscas podem ter dois sentidos: à direita ou à
esquerda.

Na rosca direita, o filete sobe da direita para a esquerda, conforme a figura abaixo.

Na rosca esquerda, o filete sobe da esquerda para a direita, conforme a figura abaixo.

69
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.1.3. NOMENCLATURA DA ROSCA


Independentemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos elementos, variando
apenas os formatos e dimensões.

P = passo (em mm) i = ângulo da hélice


d = diâmetro externo c = crista
d1 = diâmetro interno D = diâmetro do fundo da porca
d2 = diâmetro do flanco D1 = diâmetro do furo da porca
a = ângulo do filete h1 = altura do filete da porca
f = fundo do filete h = altura do filete do parafuso

20.1.4. ROSCAS TRIANGULARES


As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três tipos:
• rosca métrica
• rosca whitworth
• rosca americana

Rosca métrica ISO normal e rosca métrica ISO fina NBR 9527.
Ângulo do perfil da rosca: a = 60º.
Diâmetro menor do parafuso ( do núcleo):
d1 = d - 1,2268P.
Diâmetro efetivo do parafuso ( médio):
d2 = D2 = d - 0,6495P.
Folga entre a raiz do filete da porca e a crista do filete
do parafuso: f = 0,045P.
Diâmetro maior da porca: D = d + 2f.
Diâmetro menor da porca (furo): D1 = d - 1,0825P.
Diâmetro efetivo da porca ( médio): D2 = d2.
Altura do filete do parafuso: he = 0,61343P.
Raio de arredondamento da raiz do filete do parafuso:
rre = 0,14434P.
Raio de arredondamento da raiz do filete da porca:
rri = 0,063P.

A rosca métrica fina, num determinado comprimento, possui maior número de filetes do que
a rosca normal. Permite melhor fixação da rosca, evitando afrouxamento do parafuso, em
caso de vibração de máquinas. Exemplo: em veículos.

70
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

Rosca Whitworth normal - BSW e rosca Whitworth fina - BSF

Fórmulas:

a = 55º
1
P = nº de fios
hi = he = 0,6403P

rri = rre = 0,1373P

d = D

d1 = d - 2he

D 2 = d 2 = d - he

A fórmula para confecção das roscas Whitworth normal e fina é a mesma. Apenas variam os
números de filetes por polegada.

20.2. PARAFUSOS
Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não permanente de peças, isto
é, as peças podem ser montadas e desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar
os parafusos que as mantêm unidas.
Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da haste e do tipo de
acionamento.

20.2.1. PARAFUSOS PASSANTES


Esses parafusos atravessam, de lado a lado, as peças a serem unidas, passando livremente
nos furos.

71
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.2.2. PARAFUSOS NÃO-PASSANTES


São parafusos que não utilizam porcas. O papel de porca é desempenhado pelo furo
roscado, feito numa das peças a ser unida.

Ao unir peças com parafusos, o profissional precisa levar em consideração quatro fatores de
extrema importância:
• Profundidade do furo broqueado;
• Profundidade do furo roscado;
• Comprimento útil de penetração do parafuso;
• Diâmetro do furo passante.

Esses quatro fatores se relacionam conforme mostram as figuras e a tabela a seguir.

 - Diâmetro do furo broqueado


d - Diâmetro da rosca
A - Profundidade do furo broqueado
B - Profundidade da parte roscada
C - Comprimento de penetração do parafuso
d1 - Diâmetro do furo passante

Profundidade do furo Profundidade da parte Comprimento de penetração Diâmetro do furo


broqueado roscada do parafuso passante
A B C d1
aço 2d 1,5 d 1d
ferro fundido 2,5 d 2d 1,5 d
1,06 d
bronze, latão 2,5 d 2d 1,5 d
alumínio 3d 2,5 d 2d

20.2.3. PARAFUSOS DE PRESSÃO


Esses parafusos são fixados por meio de pressão. A pressão é exercida pelas pontas dos
parafusos contra a peça a ser fixada.

Os parafusos de pressão podem apresentar cabeça ou não.

72
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.2.4. TIPOS DE PARAFUSOS

20.2.4.1. PARAFUSO DE CABEÇA SEXTAVADA


Em desenho técnico, esse parafuso é representado da seguinte forma:

d= diâmetro do parafuso;
k = altura da cabeça (0,7 d);
s = medida entre as faces paralelas do sextavado (1,7 d);
e = distância entre os vértices do sextavado (2 d);
L= comprimento útil (medidas padronizadas);
b= comprimento da rosca (medidas padronizadas);
R= raio de arredondamento da extremidade do corpo do parafuso.

Observação
As medidas das partes dos parafusos são proporcionais ao diâmetro do seu corpo.
20.2.4.1.1. APLICAÇÃO
Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado em uniões em que se necessita de um forte aperto
da chave de boca ou estria.

Esse parafuso pode ser usado com ou sem rosca.

Quando usado sem rosca, o rosqueamento é feito na peça 1.

73
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.2.4.2. PARAFUSOS COM SEXTAVADO INTERNO

20.2.4.2.1. De cabeça cilíndrica com sextavado interno (Allen). Em desenho técnico, este
tipo de parafuso é representado na seguinte forma:

onde:
A = d = altura da cabeça do parafuso;
e = 1,5 d = diâmetro da cabeça;
t = 0,6 d = profundidade do encaixe da chave;
s = 0,8 d = medida do sextavado interno;
d = diâmetro do parafuso.

20.2.4.2.1.1. APLICAÇÃO
Este tipo de parafuso é utilizado em uniões que exigem um bom aperto, em locais onde o
manuseio de ferramentas é difícil devido à falta de espaço.
Esses parafusos são fabricados em aço e tratados termicamente para aumentar sua
resistência à torção.
Geralmente, este tipo de parafuso é alojado em um furo cujas proporções estão indicadas
na tabela da página seguinte.

20.2.4.2.2. Sem cabeça com sextavado interno. Em desenho técnico, esse tipo de parafuso
é representado da seguinte forma.

onde:
d = diâmetro do parafuso;
t = 0,5 d = profundidade do encaixe da chave;
s1 = 0,5 d = medida do sextavado interno.
74
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.2.4.2.2.1. APLICAÇÃO
Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado para travar elementos de máquinas.

Por ser um elemento utilizado para travar elementos de máquinas, esses parafusos são
fabricados com diversos tipos de pontas, de acordo com sua utilização. Veja seguir:

As medidas dos parafusos com sextavado interno com e sem cabeça e o alojamento da
cabeça, são especificadas em tabelas. Essas medidas variam de acordo com o diâmetro
(d).

20.2.4.3. PARAFUSOS DE CABEÇA COM FENDA


De cabeça escareada chata com fenda. Em desenho técnico, a representação é a
seguinte:

onde:
• diâmetro da cabeça do parafuso = 2 d;
• largura da fenda = 0,18 d;
• profundidade da fenda = 0,29 d;
• medida do ângulo do escareado = 90º.

20.2.4.3.1. APLICAÇÃO
São fabricados em aço, aço inoxidável, inox, cobre, latão etc.

Esse tipo de parafuso é muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços
e onde a cabeça do parafuso não pode exceder a superfície da peça.

75
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.3. PORCAS
A porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica com furo roscado através do qual se
encaixa o parafuso. É fabricado em metal ou plástico.

20.3.1. EMPREGO
É usado em conjunto com o parafuso, para afixação deste.

20.3.2. TIPOS

Porca Sextavada Porca Sextavada Baixa Porca Quadrada

Porca Castelo sem Coroa Porca Borboleta Porca Calota

20.4. ARRUELAS
A arruela é um disco metálico com um furo no centro. O parafuso passa por esse furo.

20.4.1. EMPREGO
A arruela tem a função de distribuir igualmente a força de aperto entre a porca, o parafuso e
as partes montadas.

20.4.2. TIPOS

Arruela de Pressão Arruela Lisa Arruela Dentada Externa


76
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.5. CHAVETAS
A chaveta tem geralmente perfil retangular ou semicircular, podendo ter faces paralelas ou
inclinadas, em função da grandeza do esforço e do tipo de movimento que deve transmitir.
Alguns autores classificam a chaveta como elementos de fixação e outros autores, como
elementos de transmissão. Na verdade, a chaveta desempenha as duas funções.

20.5.1. EMPREGO
A chaveta se interpõe nas cavidades de um eixo e uma peça, a fim de fixar a peça ao eixo e
vice-versa. É muito usado para fixação de engrenagens num eixo.

20.5.2. CLASSIFICAÇÃO
As chavetas se classificam em:

20.5.2.1. Chavetas de cunha


As chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha. Uma de suas faces é
inclinada, para facilitar a união de peças.

20.5.2.1.1. Chavetas longitudinais


São colocadas na extensão do eixo para unir roldanas, rodas, volantes etc. Podem ser com
ou sem cabeça e são de montagem e desmontagem fácil.

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ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.5.2.1.2. Chavetas transversais


São aplicadas em união de peças que transmitem movimentos rotativos e retilíneos
alternativos.

Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões permanentes, sua inclinação


varia entre 1:25 e 1:50. Se a união se submete a montagem e desmontagem frequentes, a
inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.

Simples (inclinação em um lado) Dupla (inclinação nos dois lados)

20.5.2.2. Chavetas paralelas;


Essas chavetas têm as faces paralelas, portanto, não têm inclinação.

A transmissão do movimento é feita pelo ajuste de suas faces laterais às laterais do rasgo
da chaveta. Fica uma pequena folga entre o ponto mais alto da chaveta e o fundo do rasgo
do elemento conduzido.

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ELEMENTOS DE MÁQUINAS

79
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.5.2.3. Chavetas de disco


É uma variante da chaveta paralela. Recebe esse nome porque sua forma corresponde a
um segmento circular.

20.6. POLIAS E CORREIAS

20.6.1. POLIAS
As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas
correias.

80
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.6.1.1. TIPOS DE POLIA


Os tipos de polia são determinados pela forma da superfície na qual a correia se assenta.
Elas podem ser planas ou trapezoidais.

20.6.1.1.1. Trapezoidais.

Dimensões normais das polias de múltiplos canais

Perfil padrão Diâmetro externo Ângulo medidas em milímetros


da correia da polia do canal T S W Y Z H K U=R X

75 a 170 34º
A 9,50 15 13 3 2 13 5 1,0 5

acima de 170 38º

de 130 a 240 34º


B 11,5 19 17 3 2 17 6,5 1,0 6,25

acima de 240 38º

de 200 a 350 34º


C 15,25 25,5 22,5 4 3 22 9,5 1,5 8,25

acima de 350 38º

de 300 a 450 34º


D 22 36,5 32 6 4,5 28 12,5 1,5 11

acima de 450 38º

de 485 a 630 34º


E 27,25 44,5 38,5 8 6 33 16 1,5 13

acima de 630 38º

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ELEMENTOS DE MÁQUINAS

20.6.1.1.2. Planas

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