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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

Unidade Varginha

Desenho Técnico Mecânico para Curso


Técnico de Mecatrônica - Desenho Manual

Prof. Luiz Pinheiro da Guia

Varginha, Janeiro de 2020


RESUMO

O desenho técnico evoluiu através dos anos, dos desenhos em papel até os
programas de computadores tudo se tornou muito competitivo. Hoje, as
respostas que o engenheiro, técnico, desenhista ou outro profissional precisam
oferecer são muito rápidas em um mundo globalizado e conectado, chamado por
muitos de “mundo rápido”. Porém uma coisa não mudou – as normas técnicas e
a técnica de desenhar, de pensar como solucionar àquela ideia que os projetistas
concebem todos os dias. Essas ideias permeiam e transcendem, mesmo com o
avanço da tecnologia computacional e se concretizam nas técnicas de desenhar
de se expressar graficamente que sempre prevaleceram. Sim “como se
expressar graficamente”. A expressão gráfica é uma forma de comunicação e
toda forma de comunicação possui seus “códigos” que precisam ser aprendidos
com muita paciência e treinamento constante. Aqui, neste texto que se segue
expressamos as técnicas, resumidamente, do desenho técnico manual para que
em um passo seguinte possamos ingressar no mundo da computação gráfica.

Palavras-chave: desenho técnico, normas técnicas, expressão gráfica.

2
ABSTRACT

Technical design has evolved over the years, from paper designs to computer
programs, everything has become very competitive. Today, the answers that the
engineer, technician, draftsman or other professional need to offer are very quick
in a globalized and connected world, called by many a "fast world." But one thing
has not changed - the technical norms and the technique of drawing, of thinking
how to solve the idea that designers conceive every day. These ideas permeate
and transcend, even with the advance of computational technology and are
concretized in the techniques of drawing to express themselves graphically that
always prevailed. Yes "how to express yourself graphically". Graphic expression
is a form of communication and every form of communication has its "codes" that
need to be learned with great patience and constant training. Here, in this text
that follows we express the techniques, in brief, of the manual technical drawing
so that in a next step we can enter the world of the computer graphics.

Keywords: technical drawing, technical standards, graphic expression.

3
SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................ 2

ABSTRACT ........................................................................................................ 3

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 8

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... 9

FOLHA DE ATIVIDADES ................................................................................. 15

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 17

1.1 Emprego do desenho técnico ................................................................. 17

1.2 O uso de normas técnicas brasileiras ..................................................... 17

1.3 O material básico para o desenho técnico manual ................................. 18

2 NORMA TÉCNICA DE FORMATO DE FOLHA DE DESENHO .................... 19

2.1 Formato das aulas .................................................................................. 19

3 NORMA TÉCNICA DE ESCRITA TÉCNICA ................................................. 21

3.1 Modelo do formato A4 para as atividades ............................................... 21

4 NORMA TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE LINHAS ......................................... 23

4.1 Linha sobrepostas ................................................................................... 24

4.2 Linhas de chamada ................................................................................. 24

4.3 Ordem de prioridade de linhas coincidentes ........................................... 25

5 DESENHO GEOMÉTRICO ........................................................................... 31

5.1 Entidades básicas ................................................................................... 31

5.1.1 Ponto ................................................................................................ 31

4
5.1.2 Linha ................................................................................................. 31

5.1.3 Plano................................................................................................. 33

5.3 Figuras geométricas planas .................................................................... 36

5.4 Sólidos geométricos e de revolução ....................................................... 38

5.5 Sólidos geométricos truncados ............................................................... 38

5.6 Sólidos vazados ou ocos ........................................................................ 39

5.7 Construções geométricas ....................................................................... 43

5.7.1 Desenho de retas.............................................................................. 43

5.7.1.1 Reta perpendicular que passa por um ponto qualquer sobre a reta
............................................................................................................... 43

5.7.1.2 Reta perpendicular que passa pela extremidade de um segmento


............................................................................................................... 44

5.7.1.3 Reta perpendicular que passa pelo ponto médio de um segmento


............................................................................................................... 45

5.7.1.5 Divisão de segmento de reta em partes iguais ........................... 49

5.7.2 Desenho de ângulos ......................................................................... 52

5.7.2.1 Construção e medição de ângulos com transferidor .................. 52

5.7.2.2 Bissetriz de um ângulo ............................................................... 53

5.7.3 Desenho de triângulos ...................................................................... 57

5.7.3.1 Desenho de alturas em triângulos acutângulos .......................... 57

5.7.4 Desenho de polígonos ...................................................................... 61

5.7.4.1. Dividir a circunferência em três partes iguais e construir um


triângulo equilátero. ................................................................................ 61

5
5.7.4.2. Dividir a circunferência em sete partes iguais e construa um
heptágono regular. ................................................................................. 62

5.7.5 Desenho de tangentes ...................................................................... 65

5.7.5.1 Tangente que passa por um ponto externo à circunferência. ..... 66

5.7.6 Desenho de concordâncias .............................................................. 69

5.7.6.1. Concordar dois segmentos paralelos com mesmo raio. ............ 69

6 NORMA TÉCNICA DE EMPREGO DE ESCALAS - ESCALAS DE


PROPORÇÃO .................................................................................................. 71

7 NORMA TÉCNICA PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM


DESENHO TÉCNICO ...................................................................................... 84

7. 1 Método de projeção ............................................................................... 84

7.1.1 Projeção ortogonal ............................................................................ 85

7.1.1 Projeção em três vistas simplificadas ............................................... 90

8 NORMA TÉCNICA COTAGEM EM DESENHOS TÉCNICOS ...................... 93

8.1 Linhas mais utilizadas ............................................................................. 93

8.2 Tipos de cotagem e linhas ...................................................................... 94

8.3 Dimensionamento e cotagem ................................................................. 96

8.5 Cotagem de tipos básicos de peças ..................................................... 104

8.5.1 Faces rebaixadas............................................................................ 104

8.5.2 Rasgos............................................................................................ 105

8.5.3 Furos............................................................................................... 106

8.5.4 Elementos oblíquos ........................................................................ 109

8.6 Técnicas de cotagem ............................................................................ 110

6
9 NORMA TÉCNICA REPRESENTAÇÃO DA ÁREA DE CORTE POR MEIO DE
HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO ......................................................... 116

10 NORMA TÉCNICA DE CORTES E SEÇÕES ........................................... 128

10.1 Tipos de corte ..................................................................................... 129

10.2 As regras do uso de cortes ................................................................. 131

10.3 SEÇÕES ............................................................................................. 132

10.3.1 Seção dentro da vista ................................................................... 132

10.3.2 Seção fora da vista ....................................................................... 132

11 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA .................................................................. 136

11.1 Eixos isométricos ................................................................................ 137

11.2 Linha isométrica: ................................................................................. 138

11.3 Construção da perspectiva isométrica ................................................ 139

11.3.1 Figuras planas isométricas ........................................................... 141

11.3.2 Objetos simples ............................................................................ 145

11.3.3 Perspectiva isométrica da circunferência: ..................................... 148

14 DESENHO DE CONJUNTO ...................................................................... 151

14.1 Apresentação do desenho de conjunto ............................................... 152

14.2 Desenho de Conjunto ......................................................................... 154

7 BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA ............................................................. 163

7
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Interseção de linhas. ...................................................................... 25

Tabela 2 – Tabela de escalas usuais. .............................................................. 72

Tabela 3 – Lista de hachuras e significados. ................................................. 122

8
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Formatos da série “A”...................................................................... 19

Figura 2 – Modelo para a disciplina - Formato A4. ........................................... 20

Figura 3 – Proporções e dimensões da escrita técnica. ................................... 21

Figura 4 – Alguns tipos de linhas. .................................................................... 23

Figura 5 – Critério de sobreposição de linhas. ................................................. 24

Figura 6 – Linhas de chamada. ........................................................................ 25

Figura 7 – Prioridade de linhas coincidentes- linhas não visíveis paralelas. .... 27

Figura 8 – Prioridade de linhas coincidentes- linhas não visíveis com detalhes


diferentes.......................................................................................................... 28

Figura 9 – Representação de pontos. .............................................................. 31

Figura 10 – Representação de retas. ............................................................... 32

Figura 11 – Representação de semirreta. ........................................................ 32

Figura 12 – Representação de segmentos reta. .............................................. 32

Figura 13 – Representação de linhas curva. .................................................... 32

Figura 14 – Representação de planos. ............................................................ 33

Figura 15 – Resumo de entidades básicas. ..................................................... 33

Figura 16 – Figuras planas. .............................................................................. 36

Figura 17 – Figura geométrica plana e sólido geométrico. ............................... 38

Figura 18 – Sólidos truncados. ......................................................................... 39

Figura 19 – Sólidos ocos. ................................................................................. 39

Figura 20 – Sólidos vazados. ........................................................................... 40

9
Figura 21 – Resumo de figuras planas/sólidos................................................. 40

Figura 22 – Perpendicular que passa por um ponto qualquer. ......................... 44

Figura 23 – Perpendicular que passa por um ponto qualquer. ......................... 45

Figura 24 – Perpendicular que passa pelo ponto médio de um segmento de reta.


......................................................................................................................... 46

Figura 25 – Resumo de retas. .......................................................................... 46

Figura 26 – Divisão de segmentos em partes iguais. ....................................... 49

Figura 27 – Partes do transferidor. ................................................................... 52

Figura 28 – Construção e medição de ângulos. ............................................... 53

Figura 29 – Construção da bissetriz. ................................................................ 54

Figura 30 – Resumo de ângulos. ..................................................................... 55

Figura 31 – Ortocentro em triângulos acutângulos. .......................................... 58

Figura 32 –Resumo de desenho de triângulos. ................................................ 59

Figura 33 –Resumo de polígonos. ................................................................... 61

Figura 34 – Triângulo equilátero....................................................................... 62

Figura 35 – Heptágono regular......................................................................... 63

Figura 36 – Reta t tangente à circunferência.................................................... 65

Figura 37 – Tangentes externas e internas. ..................................................... 65

Figura 38 – Tangentes à circunferência. .......................................................... 66

Figura 39 –Resumo de circunferência. ............................................................. 67

Figura 40 – Concordância de dois segmentos por arcos iguais. ...................... 69

Figura 41 – As vistas do objeto. ....................................................................... 84

10
Figura 42 – A vista frontal (a) visada, (b) projetantes e (c) projeção. ............... 85

Figura 43 – Projeção ortogonal da figura plana F no plano P. ......................... 85

Figura 44 – Projeção ortogonal do cubo no plano P. ....................................... 86

Figura 45 – Projeção em três vistas principais. ................................................ 90

Figura 46 – Linhas de contornos e arestas visíveis. ......................................... 93

Figura 47 – Linhas de contornos e arestas não visíveis. .................................. 93

Figura 48 – Linhas de centro. ........................................................................... 94

Figura 49 – Linhas de eixos de simetria. .......................................................... 94

Figura 50 – Cotagem funcional. ....................................................................... 95

Figura 51 – Cotagem não funcional, NF=não funcional. .................................. 95

Figura 52 – Cotagem auxiliar – AUX, F=funcional e NF=não funcional. .......... 96

Figura 53 – Linha de cota. ................................................................................ 97

Figura 54 – Setas. ............................................................................................ 97

Figura 55 – Linha auxiliar (de extensão). ......................................................... 98

Figura 56 – Cota............................................................................................... 98

Figura 57 – Posições da cota. .......................................................................... 99

Figura 58 – Cotagem angular. .......................................................................... 99

Figura 59 – “Método 2” de cotagem. .............................................................. 100

Figura 60 – Símbolos usados em cotagem. ................................................... 100

Figura 61 – Face rebaixada............................................................................ 104

Figura 62 – Cotagem de rebaixo. ................................................................... 104

11
Figura 63 – Rasgo. ......................................................................................... 105

Figura 64 – Cotagem de rasgo e localização. ................................................ 105

Figura 65 – Furo. ............................................................................................ 106

Figura 66 – Cotagem de furos e localização. ................................................. 106

Figura 67 – Elementos oblíquos. .................................................................... 109

Figura 68 – Cotagem de elementos oblíquos – Forma linear de cotagem. .... 109

Figura 69 – Cotagem de elementos oblíquos – Forma angular de cotagem e


combinada. ..................................................................................................... 110

Figura 70 – Cotar altura, comprimento e largura. ........................................... 111

Figura 71 – Cotas que se interceptam e cotas paralelas. .............................. 111

Figura 72 – Cotas consecutivas. .................................................................... 112

Figura 73 – Linha de cota, linha de simetria e centro. .................................... 112

Figura 74 – Cotas de diâmetros concêntricos. ............................................... 113

Figura 75 – Cotas de raios. ............................................................................ 113

Figura 76 – Cotagem por coordenadas. ......................................................... 114

Figura 77 – Furos e rasgos passantes. .......................................................... 115

Figura 78 – Exemplo de emprego de hachura em corte pleno ou total. ......... 116

Figura 79 – Hachuras. .................................................................................... 117

Figura 80 – Hachura de uso geral. ................................................................. 117

Figura 81 – Desenho de hachuras conforme eixos de simetria...................... 118

Figura 82 – Desenho de hachuras na mesma direção. .................................. 118

Figura 83 – Desenho de hachuras em desenhos de conjunto. ...................... 119

12
Figura 84 – Desenho de hachuras em peças compostas. ............................. 119

Figura 85 – Desenho de hachuras em peças compostas em conjunto. ......... 120

Figura 86 – Desenho de hachuras em área de corte muito grande. .............. 120

Figura 87 – Desenho de hachuras em vários planos paralelos. ..................... 121

Figura 88 – Desenho de hachuras em elementos alinhados.......................... 121

Figura 89 – Desenho de hachuras em regiões com texto. ............................. 122

Figura 90 – Desenho de hachuras em seções finas. ..................................... 122

Figura 91 – Hachura em cortes AA. ............................................................... 127

Figura 92 – Partes internas indefinidas x definidas. ....................................... 128

Figura 93 – Exemplo de cortes....................................................................... 129

Figura 94 – Exemplo de cortes em desvio. .................................................... 130

Figura 95 – A vista representada em corte, no caso a vista frontal - Simbologia


de cortes......................................................................................................... 131

Figura 96 – Seções dentro da vista. ............................................................... 132

Figura 97 – Seções dentro da vista. ............................................................... 132

Figura 98 – Seções fora da vista - Ligada. ..................................................... 133

Figura 99 – Seções fora da vista - Diferente. ................................................. 133

Figura 100 – Seções fora da vista - Múltiplas................................................. 134

Figura 101 – A ideia de três dimensões. ........................................................ 136

Figura 102 – Tipos de perspectivas. .............................................................. 137

Figura 103 – Eixos isométricos. ..................................................................... 137

Figura 104 – Eixos isométrico. ....................................................................... 138

13
Figura 105 – Linhas isométricas..................................................................... 138

Figura 106 – Linha não isométricas. .............................................................. 139

Figura 107 – Reticulado isométrico. ............................................................... 140

Figura 108 – Comparação entre desenho isométrico e perspectiva isométrica.


....................................................................................................................... 141

Figura 109 – Sequência de desenho do quadrado isométrico. ...................... 142

Figura 110 – Desenho do retângulo isométrico. ............................................. 143

Figura 111 – Passo-a-passo da perspectiva isométrica. ................................ 145

Figura 112 – Passo-a-passo da perspectiva isométrica – Linha não isométrica.


....................................................................................................................... 146

Figura 113 – Passo-a-passo da perspectiva isométrica - Circunferências. .... 148

Figura 114 – Passo-a-passo da perspectiva isométrica – Arcos de circunferência.


....................................................................................................................... 149

Figura 115 – Exemplo de desenho de conjunto. ............................................ 152

Figura 116 – Apresentação de desenho de conjunto. .................................... 153

Figura 117 – Desenho de conjunto - Tridimensional. ..................................... 155

Figura 118 – Desenho de conjunto – Desenho numerado. ............................ 157

Figura 119 – Desenho de conjunto – Desenho detalhado das peças. ........... 159

Figura 120 – Desenho de conjunto – Lista de material. ................................. 160

14
FOLHA DE ATIVIDADES

Folha de atividade 1 – Prática de escrita. ........................................................ 22

Folha de atividade 2 – Prática de linhas. .......................................................... 29

Folha de atividade 3 – Prática de linhas. .......................................................... 30

Folha de atividade 4 – Prática de desenho geométrico. .................................. 35

Folha de atividade 5 – Prática de desenho geométrico. .................................. 37

Folha de atividade 6 – Prática de desenho geométrico. .................................. 41

Folha de atividade 7 – Prática de desenho geométrico. .................................. 48

Folha de atividade 8 – Prática de desenho geométrico. .................................. 51

Folha de atividade 9 – Prática de desenho geométrico. .................................. 56

Folha de atividade 10 – Prática de desenho geométrico. ................................ 60

Folha de atividade 11 – Prática de desenho geométrico. ................................ 64

Folha de atividade 12 – Prática de desenho geométrico. ................................ 68

Folha de atividade 13 – Prática de escala. ...................................................... 73

Folha de atividade 14 – Prática de escala. ...................................................... 74

Folha de atividade 15 – Prática de escala. ...................................................... 75

Folha de atividade 16 – Prática de escala. ...................................................... 76

Folha de atividade 17 – Prática de escala. ...................................................... 83

Folha de atividade 18 – Prática de projeções.................................................. 87

Folha de atividade 19 – Prática de projeções.................................................. 89

Folha de atividade 20 – Prática de projeções.................................................. 91

15
Folha de atividade 21 – Prática de cotagem. ................................................ 101

Folha de atividade 22 – Prática de cotagem. ................................................ 107

Folha de atividade 23 – Prática de cotagem. ................................................ 115

Folha de atividade 24 – Prática de hachuras. ............................................... 125

Folha de atividade 25 – Prática de cortes e secções. ................................... 135

Folha de atividade 26 – Prática de perspectiva. ............................................ 144

Folha de atividade 27 – Prática de perspectiva. ............................................ 147

Folha de atividade 28 – Prática de perspectiva. ............................................ 150

Folha de atividade 29 – Prática de desenho de cojunto. ............................... 161

16
1 INTRODUÇÃO

O desenho técnico é usado no setor industrial para transmitir ideias de modo que
todos os profissionais envolvidos no processo possam entender, interpretar e
utilizar os desenhos. Esses profissionais podem ser: engenheiros, técnicos,
supervisores, operários, compradores, vendedores entre outros.

1.1 Emprego do desenho técnico

O desenho técnico não tem semelhança com o desenho artístico. O desenho


artístico manifesta a aspiração, o desejo, a sensibilidade do artista que o criou.
Não há regras para a criação do desenho artístico. Enquanto o desenho técnico
deve transmitir precisamente todos as características do objeto que o representa,
como por exemplo: cor, material empregado, tipo de acabamento superficial,
medidas etc. Sendo assim existem regras que são criadas por órgãos de
normalização, ou seja, o desenho deve atender as normas técnicas vigentes.

No Brasil o órgão responsável por normalização é denominado ABNT –


Associação Brasileira de Normas Técnicas (www.abnt.org.br).

1.2 O uso de normas técnicas brasileiras

Todos os desenhos e projetos que os profissionais utilizam na área de


engenharia estão submetidos a regras estabelecidas e de conhecimento geral.
Essas regras são as normas técnicas. A normalização veio contribuir de maneira
a aperfeiçoar os projetos e assim permitir que técnicos, engenheiros e outros
profissionais possam entendê-los evitando falsas interpretações. No Brasil a
organização que se encarrega de escrever e manter estas normas atualizadas
chama-se ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, mas no mundo
existem outras organizações, tais como ISO, ASTM, entre outras.

Algumas normas importantes são citadas a seguir:

a) NBR 8402 - Escrita Desenho Técnico Procedimento;


b) NBR 10067 - Princípios Gerais de Representação em Desenho
Técnico;
c) NBR 10068 - Folha de Desenho - Layout e Dimensões;
d) NBR 10582 - Apresentação da Folha para Desenho Técnico;

17
e) NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas -
Larguras das linhas - Procedimento.

Porém estas normas são algumas das centenas que existem. E devem ser
consultadas por todos.

1.3 O material básico para o desenho técnico manual

A execução perfeita de um desenho e projeto depende não só do conhecimento


adquirido, mas em muito do material que é utilizado para o seu desenvolvimento.
O material básico pode ser o seguinte:

a) Folhas de papel branco opaco;


b) Par de esquadros transparente;
c) Escalímetro;
d) Borracha tipo “branca”;
e) Lapiseira de ponta metálica resistente e grafite HB 0,3 mm;
f) Lapiseira de ponta metálica resistente e grafite HB 0,5 ou 0,7 mm;
g) Compasso de precisão em metal. Acompanha adaptador universal
(para canetas, lapiseiras);
h) Régua graduada transparente;
i) Transferidor;
j) Pasta para guardar os desenhos;
k) Pasta para guardar o material de desenho.

A recomendação básica é manter o material em uma pasta bem acondicionado


e limpo.

18
2 NORMA TÉCNICA DE FORMATO DE FOLHA DE DESENHO

A norma que deve ser utilizada é: NBR 10068 - Folha de Desenho - Layout e
Dimensões.

Segundo a ABNT “esta Norma padroniza as características dimensionais das


folhas em branco e impressas a serem aplicadas em todos os desenhos
técnicos” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
10068:1987).

Os formatos utilizados são os da séria “A”, a seleção destes é feita de forma que
o desenho ou projeto seja desenvolvido no menor formato disponível, e que não
prejudique o entendimento.

Figura 1 – Formatos da série “A”.

Fonte: ABNT - (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10068:1987).

Para outras informações devemos consultar a norma técnica.

2.1 Formato das aulas

A seguir é mostrado o modelo do formato A4 para as atividades, trabalhos e


avalições, conforme Figura 2.

19
Figura 2 – Modelo para a disciplina - Formato A4.

20
3 NORMA TÉCNICA DE ESCRITA TÉCNICA

ABNT NBR 8402 - Execução de caractere para escrita em desenho técnico.


Segundo a ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
8402:1994), esta Norma fixa as condições exigíveis para a escrita usada em
desenhos técnicos e documentos semelhantes.

Figura 3 – Proporções e dimensões da escrita técnica.

Fonte: ABNT - (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8402:1994).

Para outras informações devemos consultar a norma técnica.

3.1 Modelo do formato A4 para as atividades

A seguir é apresentado o modelo para preenchimento da legenda das atividades.

FOLHA DE ATIVIDADES 1

DESENHO TÉCNICO
NOME DO ALUNO
S/U S/E VARGINHA 01/01/2012 1/1

21
Folha de atividade 1 – Prática de escrita.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

PRÁTICA DE ESCRITA – LETRAS MAIÚSCULAS – ALTURA h = 5 mm

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

PRÁTICA DE ESCRITA – Letras Minúsculas – h = 5 mm e c = 3,5 mm

Nome do Aluno:

Data:

22
4 NORMA TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE LINHAS

ABNT NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - largura


de linhas. Segundo a ABNT, esta Norma fixa tipos e o escalonamento de larguras
de linhas para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403:1987).

A norma técnica indica que:

a) A relação entre as larguras de linhas largas e estreita não deve ser


inferior a 2;
b) As larguras das linhas devem ser escolhidas, conforme o tipo,
dimensão, escala e densidade de linhas no desenho.

Alguns tipos de linhas são mostrados na Figura 4 abaixo.

Figura 4 – Alguns tipos de linhas.

Fonte: ABNT - (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403:1987).

De forma simplificada as linhas largas são desenhadas com lapiseira 0,5 ou 0,7
mm e as linhas estreitas com lapiseira 0,3 mm. Grafite HB.

23
4.1 Linha sobrepostas

Quando ocorrer sobreposição de linhas deferentes devemos usar o seguinte


critério, Figura 5:

a) Arestas e contornos visíveis (linha contínua larga, tipo de linha A);


b) Arestas e contornos não visíveis (linha tracejada, tipo de linha E ou
F);
c) Superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreitos, larga nas
extremidades e na mudança de direção; tipo de linha H);
d) Linhas de centro (traço e ponto estreito, tipo de linha G);
e) Linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos, tipo de linha K);
f) Linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita, tipo de linha B).

Figura 5 – Critério de sobreposição de linhas.

4.2 Linhas de chamada

Linhas de chamada servem para destacar uma observação ou outra informação


importante e devem finalizar da seguinte forma, Figura 6:

a) Sem símbolo, se elas conduzem a uma linha de cota;


b) Com um ponto, se termina dentro do objeto representado;
c) Com uma seta, se ela conduz e ou contorna a aresta do objeto
representado.

24
Figura 6 – Linhas de chamada.

Fonte: ABNT - (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403:1987).

4.3 Ordem de prioridade de linhas coincidentes

Se ocorrer coincidência, em projeção, de duas ou mais linhas de diferentes tipos,


a representação será feita com a seguinte ordem de prioridade.

a) Arestas e contornos visíveis.


b) Arestas e contornos não visíveis.
c) Linhas de centro e eixos de simetria.
d) Linhas de cota e auxiliares – São as últimas a serem desenhadas.

Sejam as posições relativas das linhas de desenho. Quando as linhas se cruzam


sendo visíveis e invisíveis ou com linhas de eixo são estabelecidas convenções
conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Interseção de linhas.

Descrição Desenho correto

Quando uma aresta invisível termina


perpendicularmente ou “angularmente”
em relação a aresta visível, intercepta a
aresta visível.

Se existir uma aresta visível no


prolongamento de uma aresta invisível,
então a aresta invisível não intercepta a
aresta visível.

25
Quando duas ou mais arestas invisíveis
terminam num ponto, devem tocar-se.

Quando uma aresta invisível cruza outra


aresta (visível ou invisível), não deve
tocá-la.

Quando duas linhas de eixo se


interceptam, devem tocar-se.

Se as linhas não têm um vértice em


comum e são concorrentes, devem
cruzar ou interceptar naquele ponto.

Se as linhas não visíveis não têm um


vértice em comum, elas dever ser
interrompidas no cruzamento.

Se uma aresta, não visível, em projeção,


passar cruzando com uma aresta visível,
sendo que as duas não são
concorrentes1, a não visível deve ser
interrompida.

1
Linhas concorrentes - Duas retas ou linhas são concorrentes se possuem um único ponto em comum.

26
O contorno não visível de um arco de
circunferência deve interceptar as linhas
de centro do mesmo.

Fonte: Adaptado de (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 44).

Quando houver duas linhas não visíveis paralelas representado o mesmo


detalhe, estas devem ser desenhadas com traços uniforme, lado a lado,
conforme Figura 7.

Figura 7 – Prioridade de linhas coincidentes- linhas não visíveis paralelas.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 45).

Quando houver linhas não visíveis paralelas representando detalhes diferentes,


a distinção deve ser feita através de traços e espaços desalinhados, conforme
Figura 8.

27
Figura 8 – Prioridade de linhas coincidentes- linhas não visíveis com detalhes diferentes.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 45).

Para outras informações devemos consultar a norma técnica.

28
Folha de atividade 2 – Prática de linhas.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Prática de linhas – Desenhe linhas técnicas em formato A4 – Escreva com letra


técnica a aplicação ao lado da linha desenhada.

Fonte: ABNT - (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403:1987).

29
Folha de atividade 3 – Prática de linhas.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Prática de linhas – Escreva a descrição da aplicação correspondente ao lado


dos círculos identificados por letras e números. Escreva com letra técnica.

Fonte: ABNT - (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403:1987).

30
5 DESENHO GEOMÉTRICO

5.1 Entidades básicas

Existem três figuras geométricas ou entidades ou entes elementares no desenho


geométrico:

a) Ponto;
b) Reta;
c) Plano.

5.1.1 Ponto

O mais simples é o ponto. É adimensional, ou seja, não possui dimensão, não


pode ser mensurável, não pode ser medido. Existe por si só. Não tem altura,
nem largura e nem comprimento. Identifica-se um ponto pelas letras maiúsculas
do alfabeto latino, ou seja, A, B, C, D etc. O ponto é determinado pelo cruzamento
de duas linhas quaisquer, retas ou curvas, conforme Figura 9.

B
A
X
Figura 9 – Representação de pontos.

5.1.2 Linha

A linha é composta por uma sucessão de pontos ou pelo deslocamento de um


ponto. Possui uma dimensão, ou seja, o comprimento, conforme Figura 10,
Figura 11, Figura 12 e Figura 13.

Pode ser dividida da seguinte forma:

a) Reta;
b) Semirreta;
c) Segmento de reta;
d) Linha curva.

31
Identifica-se uma linha pelas letras minúsculas do alfabeto latino, ou seja, a, b,
̅̅̅̅, 𝐵𝑍
c, d, etc. Os segmentos de reta são indicados desta por exemplo: 𝐴𝐵 ̅̅̅̅.ou 𝐶𝐺
̅̅̅̅ .

Figura 10 – Representação de retas.

Figura 11 – Representação de semirreta.

B C
G
t
x

Figura 12 – Representação de segmentos reta.

t
A s

a
B Z
C G

x
t

Figura 13 – Representação de linhas curva.

32
5.1.3 Plano

O plano é formado por um conjunto de retas dispostas lado a lado na mesma


direção ou então o plano é formado pelo deslocamento de uma reta em única
direção. O plano é ilimitado, ou seja, infinito. Entretanto, na prática é delimitado
por linhas fechadas. Não tem altura, mas podemos determinar a área. Identifica-
se um plano pelas letras minúsculas do alfabeto grego, ou seja,     etc.
Conforme Figura 14.


 

Figura 14 – Representação de planos.

Desenho geométrico

Entidades básicas

Ponto
Linha

Plano

Figura 15 – Resumo de entidades básicas.

33
34
Folha de atividade 4 – Prática de desenho geométrico.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe pontos, retas e planos a mão livre, indique adequadamente e escreva


com escrita técnica.

Nome do Aluno:

Data:

35
5.3 Figuras geométricas planas

Uma figura é plana quando todos os seus pontos se situam no mesmo plano.

Círculo Quadrado Triângulo Retângulo

Trapézio
Hexágono Pentágono Paralelogramo Losango

Figura 16 – Figuras planas.

36
Folha de atividade 5 – Prática de desenho geométrico.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


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PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe figuras planas a mão livre, indique adequadamente e escreva com


escrita técnica.

Nome do Aluno:

Data:

37
5.4 Sólidos geométricos e de revolução

Um sólido geométrico existe quando uma figura plana tem pontos situados em
diferentes planos. Na Figura 17 temos a diferença entre figura geométrica plana
e sólido geométrico. Os sólidos possuem largura, comprimento e altura.

Cone Cilindro Esfera

Figuras geométricas planas Sólidos geométricos

Figura 17 – Figura geométrica plana e sólido geométrico.

Os sólidos geométricos limitados por superfícies planas são denominados


prismas, cubo e as pirâmides. Dentre os sólidos geométricos limitados por
superfícies curvas, temos o cilindro, o cone e a esfera, que são chamados de
sólidos de revolução.

5.5 Sólidos geométricos truncados

São sólidos incompletos ou troncos. Todo sólido geométrico é cortado por um


plano, conforme Figura 18.

38
Figura 18 – Sólidos truncados.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 14)

5.6 Sólidos vazados ou ocos

São sólidos que apresentam partes internas ocas, foram partes extraídas,
conforme Figura 19.

Prisma
quadrangular
extraído

Cilindro original Cilindro vazado ou


oco

Figura 19 – Sólidos ocos.

Fonte: Modificado de (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 15)

Outros exemplos de sólidos vazados, conforme Figura 20.

39
Figura 20 – Sólidos vazados.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 17 e 18)

Resumindo o assunto de sólidos geométricos com superfície plana ou superfície curva truncado
ou vazado conforme Figura 21.

Sólidos geométricos
Sólidos geométricos Figuras geométricas de superfície plana
de superfície curva Planas em geral POLIEDROS
REVOLUÇÃO

Icosaedro (20) Regulares: Irregulares


Tetraedro (4) Lados iguais
Hexaedro(6)
Octaedro (8) Prismas
Cone Pirâmide
Esfera
Cilindro
Reto Oblíquo
Reto Oblíquo Truncado Vazado

Sólido vazado e truncado

Figura 21 – Resumo de figuras planas/sólidos.

40
Folha de atividade 6 – Prática de desenho geométrico.

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PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Responda as questões.

Escreva a denominação dos sólidos geométricos abaixo.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 19)

Escreva o nome da figura plana que originou os seguintes sólidos abaixo.

41
Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 19)

Escreva a denominação dos sólidos que compõem o “manípulo” a seguir.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 20)

Dada a “guia em rabo de andorinha” a seguir escreva a denominação do sólido


geométrico que foi retirado do bloco original.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 20)

Nome do Aluno:

Data:

42
5.7 Construções geométricas

As construções geométricas auxiliam o desenho de elementos simples à


complexos proporcionando solução para muitas situações que envolvem
projetos com elementos de máquinas, soldagem, hidráulica, robótica etc. A
seguir são demonstradas algumas construções geométricas comuns.

5.7.1 Desenho de retas

Duas retas são chamadas perpendiculares, quando se encontrando, formam


entre si um ângulo de 90º; a perpendicularidade pode ser indicada pelo símbolo
”⊥“.

Duas retas se dizem paralelas quando se situam no mesmo plano e, prolongadas


até o infinito, não têm ponto comum; o paralelismo pode ser indicado pelo
símbolo ”ǁ“.

5.7.1.1 Reta perpendicular que passa por um ponto qualquer sobre a reta

Objetivo:

Desejamos desenhar uma perpendicular que passa por um ponto qualquer,


pertencente a uma reta. Seja a reta r e o ponto A pertencente à mesma.

Procedimento:

a) Centro (ponta “metálica” do compasso) em A, abertura qualquer,


cruza-se a reta com dois arcos, um para um lado e o outro para o
outro lado da reta, gerando os pontos 1 e 2;
b) Centro em 1 e depois em 2 com uma abertura maior que a anterior,
suficiente para obter o cruzamento desses dois arcos, gerando o
ponto 3;
c) A perpendicular será a reta “s” que passa pelos pontos A e 3.

43
Figura 22 – Perpendicular que passa por um ponto qualquer.

Conclusão: A reta r é perpendicular à reta s que passa pelo ponto A.

5.7.1.2 Reta perpendicular que passa pela extremidade de um segmento

Objetivo:

Desejamos desenhar uma perpendicular que passa pela extremidade de um


segmento de reta. Seja o segmento de reta AB.

Procedimento:

a) Centro em uma das extremidades, abertura qualquer do compasso,


traça-se o arco que corta o segmento, gerando o ponto 1;
b) Com a mesma abertura, e com centro em 1, cruza-se o primeiro
arco, obtendo-se o ponto 2;
c) Centro em 2, ainda com a mesma abertura, cruza-se o primeiro
arco, obtendo-se o ponto 3;
d) Continuando com a mesma abertura do compasso, centra-se em 2
e 3, cruzando estes dois arcos e determinando o ponto 4;
e) Nossa perpendicular é a reta que passa pela extremidade
escolhida e o ponto 4.

44
Figura 23 – Perpendicular que passa por um ponto qualquer.

Conclusão: A reta s é perpendicular ao segmento AB que passa pelo ponto A.

5.7.1.3 Reta perpendicular que passa pelo ponto médio de um segmento

Objetivo:

Desejamos desenhar uma perpendicular que passa pelo ponto médio de um


segmento de reta (Mediatriz). Seja o segmento de reta MN.

Procedimento:

a) Centro em uma das extremidades de MN, com abertura maior que


a metade do segmento, traça-se o arco que percorre as regiões
acima e abaixo do segmento;
b) Com a mesma abertura, centra-se na outra extremidade e cruza-
se com o primeiro arco, nos pontos 1 e 2;
c) Nossa perpendicular é a reta que passa pelos pontos 1 e 2.

45
Figura 24 – Perpendicular que passa pelo ponto médio de um segmento de reta.

Conclusão: A Mediatriz é a reta que passa pelos pontos 1 e 2 e intercepta MN


no ponto médio.

Posições: Desenho geométrico


Horizontal A

Vertical Semi-reta
s
Inclinada ou
Retas Segmento
obliqua
de reta Z
t
B C
G
a t
x

Relação:
Perpendiculares
Paralelas Segmentos colineares
Oblíquas
Segmentos
Consecutivos
Coplanares
Concorrentes

Figura 25 – Resumo de retas.

46
47
Folha de atividade 7 – Prática de desenho geométrico.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe com instrumentos em formato A4 ou A3, indique adequadamente e


escreva com escrita técnica:

a) Reta perpendicular que passa por um ponto qualquer.


b) Reta perpendicular que passa pela extremidade de um
segmento.
c) Retas paralelas.

OBS:

Mostre as linhas de construção.

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

48
5.7.1.5 Divisão de segmento de reta em partes iguais

Objetivo:

Desejamos desenhar a divisão de um segmento de reta em partes iguais. Seja


o segmento de reta AH na reta suporte s. Vamos dividi-lo em 7 partes iguais.

Procedimento:

a) Por uma das extremidades, traçamos uma reta r com inclinação


aproximada de 30°;
b) Atribui-se uma abertura no compasso (não muito grande e nem
muito pequena) e aplica-se essa distância sobre a reta r inclinada
o número de vezes em que vamos dividir o segmento AH (7 vezes);
c) Enumeramos as marcações de distâncias a partir da extremidade
escolhida;
d) A última marcação (nº 7) é unida à outra extremidade H;
e) Através do deslizamento de um esquadro sobre o outro traçamos
paralelas, passando pelas demais divisões (6, 5, 4, 3, 2 e 1) até o
segmento AH e marcamos os pontos respectivamente (G, F, E, D,
C e B), mas sempre alinhado pela última divisão (no nosso exemplo
a de nº 7), o segmento AH é dividido em partes iguais.

Figura 26 – Divisão de segmentos em partes iguais.

Conclusão:

49
O segmento de reta AH foi dividido em 7 partes iguais.

50
Folha de atividade 8 – Prática de desenho geométrico.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato A4 ou A3. Divida um segmento de reta em 10 partes


iguais

OBS:

Mostre as linhas de construção.

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

51
5.7.2 Desenho de ângulos

Chama-se ângulo uma porção do plano compreendido entre duas semirretas


saindo de um ponto chamado vértice. Bissetriz é a semirreta que divide um
ângulo em duas partes iguais.

5.7.2.1 Construção e medição de ângulos com transferidor

O transferidor pode ser de meia volta (180°) ou de volta completa (360°) e é


composto dos seguintes elementos:

a) Graduação ou limbo: corresponde à circunferência ou


semicircunferência externa, dividida em 180 ou 360 graus;
b) Linha de fé: segmento de reta que corresponde ao diâmetro do
transferidor, passando pelas graduações 0º e 180°;
c) Centro: corresponde ao ponto médio da linha de fé.

Limbo

Linha de fé

Centro

Figura 27 – Partes do transferidor.

Procedimento para traçarmos ou medirmos qualquer ângulo devemos:

a) Fazer coincidir o centro do transferidor com o vértice do ângulo;


b) Um dos lados do ângulo deve coincidir com a linha de fé, ajustado à
posição 0°;

52
c) A contagem é feita a partir de 0º até atingir a graduação que
corresponde ao outro lado (caso da medição) ou valor que se quer
obter (caso da construção);
d) Neste último caso, marca-se um ponto de referência na graduação e
traça-se o lado, partindo do vértice e passando pelo ponto;
e) Completa-se o traçado com um arco com centro no vértice e cortando
os dois lados com as extremidades em forma de setas. Então, escreve-
se o valor do ângulo neste espaço, que corresponde à sua abertura.

D
C

A
O

Figura 28 – Construção e medição de ângulos.

Construções e/ou medições, conforme Figura 28:

a) Ângulo AOB = 30º;


b) Ângulo AOC = 65º;
c) Ângulo AOD = 101º.

5.7.2.2 Bissetriz de um ângulo

Objetivo: Desenhar uma reta que, passando pelo vértice e divida um ângulo em
duas partes iguais. Seja o ângulo com vértice U.

Procedimento:

a) Ponta seca no vértice (U) do ângulo, abertura qualquer, descreve-se


um arco que corta os dois lados do ângulo, definindo os pontos 1 e 2;

53
b) Centro em 1 e 2, com a mesma abertura ou abertura qualquer; cruzam-
se os arcos, gerando o ponto 3;
c) A bissetriz é a reta (t) que passa pelo vértice (U) e pelo ponto 3.

Figura 29 – Construção da bissetriz.

Conclusão:

O segmento U3 é a bissetriz do ângulo 1U2.

54
Construção e Desenho geométrico Definição:
medição Porção do plano
Ângulos compreendido
entre duas
Transferidor Construção semirretas
B

Esquadros Posição
Limbo Centro O A

Convexo Posição Elementos


Linha de fé Classificação
relativa dos
Côncavo ângulos
Reto Vértice Lados
Obtuso Agudo
Pleno
Consecutivos Abertura

Opostos pelo vértice


Congruentes Adjacentes
Raso Nulo
Suplementares Complementares

Figura 30 – Resumo de ângulos.

55
Folha de atividade 9 – Prática de desenho geométrico.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato A4 ou A3. Desenhe ângulos de 45º, 60º e 270º. Desenhe


a bissetriz do ângulo de 145º.

OBS:

Mostre as linhas de construção.

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

56
5.7.3 Desenho de triângulos

O destaque para o desenho de triângulos está nas chamadas de cevianas dos


triângulos ou também como são conhecidas como linhas notáveis dos triângulos.

São as seguintes as linhas notáveis dos triângulos, sendo três de cada uma:

a) Alturas - Seus pontos de intersecção é chamado Ortocentro;


b) Medianas - Seus pontos de encontro é o Baricentro;
c) Bissetrizes - Seus pontos de cruzamento é o Incentro;
d) Mediatrizes - Seus pontos de intersecção é chamado
Circuncentro.

5.7.3.1 Desenho de alturas em triângulos acutângulos

Objetivo:

Desenhar a localização do ortocentro do triângulo acutângulo. Seja o triângulo


acutângulo ABC.

Procedimento:

a) Traçamos primeiro a altura relativa ao lado AB, centrando em C


o compasso e descrevendo o arco que definiu 1, no
prolongamento de AB e 2 no próprio segmento AB;
b) Com centro em 1 e 2, definimos 3 e em seguida ligamos uma
reta de C até 3 e assim obtemos a altura CH1;
c) Traçamos a altura relativa à BC, centrando em A e traçando o
arco que aproveita o próprio ponto C e define o ponto 4, sobre
BC;
d) Com centro em C e 4, definimos 5 e ligamos o ponto A e 5, e
traçamos a altura AH2.

57
Figura 31 – Ortocentro em triângulos acutângulos.

Conclusão:

O ortocentro (O) estará no interior do triângulo.

58
Definição:
Desenho geométrico
Polígonos de 3 lados

Elementos:
Lados
Ângulos:
Triângulos Vértices
Retângulo
Ângulos
Acutângulo,
Obtusângulo Quanto aos Lados:
Linhas notáveis Equilátero
Isósceles
Escaleno
Mediatriz Bissetriz
Mediana
Altura

Ortocentro Circuncentro Incentro Baricentro

Figura 32 –Resumo de desenho de triângulos.

Utilizar a bibliografia Comunicação Gráfica Moderna (GIESECKE, MITCHELL, et


al., 2002) para estudar as linhas notáveis nos triângulos retângulo, acutângulo e
obtusângulo e nos triângulos equilátero, isósceles e escaleno.

59
Folha de atividade 10 – Prática de desenho geométrico.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato A4 ou A3, as alturas do triângulo obtusângulo.

Objetivo: Desenhar a localização do ortocentro do triângulo obtusângulo. Seja o


triângulo obtusângulo ABC.

Procedimento (adaptar para triângulo obtusângulo).

OBS:

Mostre as linhas de construção.

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

60
5.7.4 Desenho de polígonos

Define-se polígono como a parte do plano compreendida entre segmentos


consecutivos, tais que a extremidade do último segmento coincida com a origem
do primeiro segmento. Podem ser classificados em:

a. Convexo: quando não é cortado internamente pelo


prolongamento de qualquer um dos seus lados;
b. Côncavo: caso contrário do convexo - (polígonos
estrelados);
c. Regular: quando todos os lados e todos os ângulos são
iguais;
d. Irregular: caso contrário ao regular.

Estudamos principalmente os polígonos regulares.

Desenho geométrico Definição:


Seus ângulos Região do plano limitada
por uma linha quebrada
ou poligonal que se fecha
Polígono
Convexos: Quando não sobre si mesma
Côncavos:
é cortado Â>180º Elementos
internamente pelo
prolongamento de
qualquer um dos seus Seus lados Ângulos: Lados
lados. Â<180º internos Vértices
externos
Irregulares: Diagonais
Pelo menos um lado Regulares: Lados e os
e/ou ângulo desigual ângulos iguais

Inscritos Circunscrito

Figura 33 –Resumo de polígonos.

Utilizar a bibliografia Comunicação Gráfica Moderna (GIESECKE, MITCHELL, et


al., 2002) para estudar os polígonos de forma geral e os polígonos regulares,
triângulo, quadrado, pentágono, hexágono e heptágono.

5.7.4.1. Dividir a circunferência em três partes iguais e construir um triângulo


equilátero.

Objetivo:

61
Deseja-se desenhar um triângulo equilátero. Seja a circunferência de centro O.

Procedimento:

a) Traçar a circunferência de centro O de raio qualquer;


b) Desenhar um diâmetro e marcar os pontos A e D sobre a
circunferência;
c) Com centro em D e, com raio R traçar o arco COB;
d) Unindo os pontos A, B e C obtém-se o triângulo equilátero
desejado.

Figura 34 – Triângulo equilátero.

Conclusão: O triângulo ABC é equilátero e está inscrito na circunferência de raio


R.

5.7.4.2. Dividir a circunferência em sete partes iguais e construa um heptágono


regular.

Objetivo:

62
Deseja-se desenhar um heptágono regular inscrito em uma circunferência. Seja
a circunferência de centro O.

Procedimento:

a) Traçar a circunferência de centro O e raio R;


b) Desenhar um diâmetro e marcar os pontos A e Q;
c) Com centro em Q e, com raio R igual ao da circunferência dada,
descreve-se o arco MON;
d) Ligar M com N e obter o ponto P;
e) Com o compasso obter a medida MP é igual a AB sendo a
medida dos lados do polígono;
f) Transferir esta medida (MP) e, a partir de A sobre a
circunferência e obter os lados;
g) Traçar segmentos conectando os pontos A, B, C, D, E, F e G

Figura 35 – Heptágono regular.

Conclusão: O heptágono regular está inscrito na conferência de raio R.

63
Folha de atividade 11 – Prática de desenho geométrico.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato A4 ou A3, com o procedimento abaixo para o triângulo


equilátero.

Dividir a circunferência em três partes iguais e construir um triângulo equilátero.

Objetivo:

Deseja-se desenhar um triângulo equilátero. Seja a circunferência de centro O.

Procedimento:

a) Traçar a circunferência de centro O;


b) Desenhar um diâmetro e marcar os pontos A e D;
c) Com centro em D e, com raio R traçar o arco COB;
d) Unindo os pontos A, B e C obtém-se o triângulo equilátero
desejado.

OBS:

Mostre as linhas de construção.

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

64
5.7.5 Desenho de tangentes

Chama-se tangente uma reta ou arco de circunferência, conforme Figura 36, que
intercepta, tangencia (“liga-se”) uma circunferência ou arco em somente um
ponto; a tangente é perpendicular ao raio no chamado ponto de tangência (T).

Figura 36 – Reta t tangente à circunferência.

Duas circunferências ou arcos são tangentes quando se tangenciam (“ligam-se”)


em somente um ponto; por este ponto passa a reta que une os dois centros.

As posições relativas entre duas circunferências podem ser, conforme Figura 37:

a) Tangentes externas;
b) Tangentes internas.

Figura 37 – Tangentes externas e internas.

65
5.7.5.1 Tangente que passa por um ponto externo à circunferência.

Objetivo:

Desenhar as retas tangentes à circunferência que passam por um ponto externo


P. Seja dado a circunferência de centro O e o ponto P externo.

Procedimento:

a) Ligar o ponto P e o ponto O através de uma reta s;


b) Com centro em P e depois em O e com a abertura qualquer
maior que aproximadamente a metade do segmento PO,
descreve-se quatro arcos, dois acima e dois abaixo de PO;
c) Marca-se os pontos 1 e 2, une-se os pontos através de uma
reta;
d) Assim sobre o segmento PO localiza-se o ponto M;
e) Com centro em M e com raio OM traça-se uma circunferência
que intercepta em A e B a circunferência dada;
f) As semirretas AP e PB são as tangentes do objetivo, pois são
perpendiculares aos raios AO e OB.

Figura 38 – Tangentes à circunferência.

Conclusão:

66
As semirretas PA e PB são tangentes a circunferência de centro O.

Desenho geométrico Não tem área


Posições Definição:
relativas entre Pontos,
Circunferência pertencentes a um
Secante plano e
equidistantes de um
Concêntricas único, ponto,
Exteriores Elementos
chamado centro.
Diâmetro
Interiores Corda
Não Ângulos
Centro
secante
Arco
Tangentes Circuncscrito
Raio Central

Externas Internas Inscrito Segmento

Figura 39 –Resumo de circunferência.

Ler o assunto no livro texto Comunicação Gráfica Moderna (GIESECKE,


MITCHELL, et al., 2002).

67
Folha de atividade 12 – Prática de desenho geométrico.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato A4, com o procedimento abaixo para:

1) Por um ponto P externo a um círculo, desenhar as retas tangentes;

2) Desenhar as retas tangentes à duas circunferências dadas, externas


uma à outra e de raios r e r’ sendo r > r’.

OBS:

Conclusão.

Mostre as linhas de construção.

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

68
5.7.6 Desenho de concordâncias

Define-se concordância como a união de dois segmentos retas ou dois arcos


mediante um ou mais arcos de circunferência, satisfazendo a propriedade de
tangência. É preciso localizar os pontos de tangência.

5.7.6.1. Concordar dois segmentos paralelos com mesmo raio.

Objetivo:

Desenhar a concordância de dois segmentos AB e CD, através de dois arcos de


circunferência iguais. Sejam dados as retas paralelas e o raio R.

Procedimento:

a) Desenhar a reta OO’ paralela aos segmentos AB e CD a igual


distância entre estes dois segmentos;
b) Por A desenhar a perpendicular à AB determinando o ponto O;
c) Marcando pelo ponto O a distância 2R encontra-se O’;
d) Por O’ desenhar a perpendicular à CD;
e) Com centro em O e O’ descrever a seguir a concordância
desejada.

Figura 40 – Concordância de dois segmentos por arcos iguais.

Conclusão:

69
Os dois segmentos AB e CD foram concordados, através de dois arcos de raios
iguais.

70
6 NORMA TÉCNICA DE EMPREGO DE ESCALAS - ESCALAS DE
PROPORÇÃO

Norma técnica de emprego de escalas. NBR 8196 de 1999 - Desenho Técnico -


Emprego de Escalas.

A norma tem como objetivo: fixar as condições exigíveis para o emprego de


escalas e suas designações em desenhos técnicos (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196:1999).

São requisitos da norma quanto a designação completa de uma escala que deve
consistir na palavra “ESCALA” (pode ser abreviada para ESC.), seguida da
indicação da relação:

a) ESCALA 1:1, para escala natural;


b) ESCALA X:1, para escala de ampliação (X > 1);
c) ESCALA 1:X, para escala de redução (X > 1).

De acordo com a norma a escala deve ser indicada na legenda da folha de


desenho. Bem como a unidade de medida. Quando for necessário o uso de mais
de uma escala na folha de desenho, além da escala geral, estas devem estar
indicadas junto à identificação do detalhe ou vista a que se referem; na legenda,
deve constar a escala geral.

Quando representamos qualquer objeto do “mundo real” em uma folha de


desenho nos formatos A4, A3, A2, A1 e A0, podemos verificar três situações:

a) As dimensões do objeto real permitem que o mesmo seja


desenhado em verdadeira grandeza (VG), isto é, com suas
dimensões reais, neste caso é usada a ESCALA 1:1, escala natural
(lê-se 1 para 1), isto é, por exemplo, 1 mm do desenho corresponde
a 1 mm do objeto real;
b) O objeto é muito grande e não é possível representá-lo nas folhas
padronizadas; é necessário reduzir o objeto proporcionalmente em
todas as suas dimensões; neste caso é usada a escala de redução,
isto é, por exemplo, ESCALA 1:2, houve redução de duas vezes o
tamanho real do objeto, ou seja, 1 mm do desenho corresponde a
2 mm do objeto real;
c) O objeto é muito pequeno e não poderiam ser percebidos detalhes
importantes, é preciso ampliar o objeto proporcionalmente todas as

71
suas dimensões; neste caso é usada a escala de ampliação, isto
é, por exemplo, ESCALA 5:1, houve ampliação de cinco vezes o
tamanho real do objeto, ou seja, 5 mm do desenho corresponde a
1 mm do objeto real.

De acordo com a norma a escala a ser escolhida para um desenho depende da


complexidade do objeto ou elemento a ser representado e da finalidade da
representação. Em todos os casos, a escala selecionada deve ser suficiente para
permitir uma interpretação fácil e clara da informação representada. A escala e
o tamanho do objeto ou elemento em questão são parâmetros para a escolha do
formato da folha de desenho. As escalas usuais, habituais e comuns estão
dispostas conforme Tabela 2.

Tabela 2 – Tabela de escalas usuais.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196:1999).

Para outras informações devemos consultar a norma técnica.

72
Folha de atividade 13 – Prática de escala.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

A. Medir as cotas do objeto em anexo com escalímetro. Usar escala


natural do escalímetro para as medidas em mm.

B. Medir as cotas do objeto em anexo com escalímetro. Usar escala


natural do escalímetro para as medidas em mm.

Nome do Aluno:

Data:

73
Folha de atividade 14 – Prática de escala.

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Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato A3 ou A4:

A. Desenhar o objeto em anexo com instrumentos. As cotas devem


ser omitidas. Usar escala de redução ESC. 1:2 do escalímetro para
as medidas em mm.

OBS:

Apagar as linhas de construção. Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha
estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

74
Folha de atividade 15 – Prática de escala.

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PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato A3 ou A4:

A. Desenhar o objeto abaixo com instrumentos. As cotas devem ser


omitidas. Usar escala de ampliação ESC. 5:1 do escalímetro para
as medidas em mm.

OBS:

Apagar as linhas de construção. Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha
estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

75
Folha de atividade 16 – Prática de escala.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Responda o que se pede:

Quantas vezes as medidas deste desenho são menores que as medidas


correspondentes da peça real?

Resposta: ________________________

Resposta: O desenho foi executado na escala de redução ESC. 1:2. O numeral


que representa o tamanho do desenho é “1” e o numeral que representa o
tamanho da peça é maior que “1” ou seja “2”. As medidas lineares deste desenho
técnico são duas vezes menores que as medidas correspondentes da peça real.

76
Examine o próximo desenho técnico, também representado em escala e depois
complete as questões.

Verifique seu entendimento.

Na indicação da escala o numeral 5 refere-se às _____________ do desenho,


enquanto o numeral 1 refere-se às medidas reais da ____________
representada. As medidas do desenho técnico são _____________ vezes
maiores que as medidas reais da peça.

Verificando seu entendimento.

Observe o modelo representado, meça suas dimensões e depois complete as


questões nos espaços em branco, escolhendo a alternativa correta.

77
a) Este modelo está representado em escala ____________ (natural,
de ampliação, de redução).
b) As dimensões deste desenho são ___________ (duas, cinco ou
seis).
c) A medida real do comprimento da peça é ______ (20, 30, 40); logo,
a medida do comprimento da peça no desenho é _____ (20, 30,
40).

Respostas:

78
79
80
81
Nome do Aluno:

Data:

82
Folha de atividade 17 – Prática de escala.

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Desenhe em formato conforme a necessidade A3 ou A4:

A. Desenhar o objeto pedido com instrumentos. As cotas devem ser


omitidas. Usar as escalas sugeridas da NBR para as medidas em
mm, ou seja, sete desenhos. Escrever a designação da escala
conforme a NBR relacionada.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196:1999).

a. Para os desenhos de redução usar retângulo medindo 98,32


por 50,50 mm.

b. Para os desenhos de ampliação usar retângulo medindo


9,72 por 3,55 mm.

c. Para a escala natural usar triângulo equilátero lado 94,5 mm:

OBS:

Apagar as linhas de construção. Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha
estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

83
7 NORMA TÉCNICA PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM
DESENHO TÉCNICO

A projeção ortogonal de objetos sólidos na engenharia e em outras áreas, é


necessária para a descrição completa e clara da forma e do tamanho de um
objeto para certificar-se de que ele é construído exatamente como o engenheiro
ou projetista imaginaram. Por este motivo existe a norma técnica princípios
gerais de representação em desenho técnico.

Para fornecer essa informação usa-se um conjunto de vistas sistematicamente


arranjadas. Esse sistema de vistas é chamado projeção em vistas principais.

Figura 41 – As vistas do objeto.

As vistas superior, frontal e inferior alinham-se verticalmente. A posterior, lateral


esquerda, frontal e lateral direita alinham-se horizontalmente conforme Figura
41.

7. 1 Método de projeção

A Figura 42 a seguir, mostra como criar uma vista frontal de um objeto usando
projeção em vistas principais.

84
Figura 42 – A vista frontal (a) visada, (b) projetantes e (c) projeção.

Imagine uma tela de projeção paralela às superfícies frontais do objeto: ela


representa o plano de projeção. O contorno no plano de projeção mostra como
o objeto é visto pelo observador.

Na projeção ortográfica, as projetantes de todos os pontos das arestas ou


contornos do objeto estendem-se paralelos uns aos outros e perpendicularmente
ao plano de projeção.

7.1.1 Projeção ortogonal

Supõe-se que uma superfície do objeto, por exemplo a figura plana F, seja
colocada paralelamente a um plano P posterior a ela, conforme Figura 43.

Figura 43 – Projeção ortogonal da figura plana F no plano P.

85
Imagine-se agora que a figura seja iluminada por uma fonte luminosa colocada
à distância infinita e perpendicular ao plano; consequentemente os raios
luminosos “r” (ilustrada pelas setas) que provêm da fonte são paralelos entre si
e ao mesmo tempo perpendiculares à figura F e ao plano P: eles reproduzirão,
no plano P, uma imagem com o mesmo contorno e a mesma grandeza de F,
chamada projeção ortogonal da figura F no plano P; (ortogonal = perpendicular
= 90º). Portanto na projeção ortogonal a figura plana considerada se reproduz
vem verdadeira grandeza (VG).

No caso da projeção ortogonal de um cubo. O cubo tem contornos que são


paralelos e perpendiculares ao plano P; os raios incidentes são perpendiculares
tanto ao cubo como ao plano, conforme Figura 44.

Figura 44 – Projeção ortogonal do cubo no plano P.

Do sólido, só a superfície ABCD, em frente ao observador se reproduz em


verdadeira grandeza no plano de projeção A’B’C’D’.

Norma técnica Princípios gerais de representação em desenho técnico - NBR


10067. A norma tem como objetivo: Esta Norma fixa a forma de representação
aplicada em desenho técnico. Estudo da norma.

86
Folha de atividade 18 – Prática de projeções.

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Desenhe em formato conforme a necessidade A4:

1. Esboce (MÃO LIVRE) o modelo abaixo em seis vistas ortogonais


no 1º diedro conforme a NBR 10067. Desenhe proporcionalmente.
Não cote.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067:1995, p. 2).

87
2. Esboce (MÃO LIVRE) o modelo abaixo em seis vistas ortogonais
no 1º diedro conforme a NBR 10067. Cotas em mm. Desenhe
proporcionalmente. Não cote.

Fonte: (BARBAN, 1999, p. 15).

OBS:

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

88
Folha de atividade 19 – Prática de projeções.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato conforme a necessidade A4:

1. Desenhe com instrumentos o modelo abaixo em seis vistas


ortogonais no 1º diedro conforme a NBR 10067. Use a escala
adequada. Não cote.

OBS:

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

89
7.1.1 Projeção em três vistas simplificadas

Particularmente é normal reduzir as projeções das seis vistas ortogonais em


apenas três: vista frontal, vista superior e lateral esquerda, conforme Figura 45.
Aliás as seis vistas ortogonais é que derivam das três vistas, quando estas não
são suficientes para o entendimento de projetos complexos.

Figura 45 – Projeção em três vistas principais.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 83).

A NBR 10067 explica que, “Quando outras vistas forem necessárias, inclusive
cortes e/ou seções, elas devem ser selecionadas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067:1995). A NBR 10067 explica também que,
“Devem ser executadas tantas vistas quantas forem necessárias à
caracterização da forma da peça, sendo preferíveis vistas, cortes ou seções ao
invés de emprego de grande quantidade de linhas tracejadas” (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067:1995). Podemos usar os
seguintes critérios para as vistas:

a) Limitar o número de vistas;


b) Evitar repetição de detalhes;
c) Evitar linhas tracejadas desnecessárias além de repetição de
medidas.

90
Folha de atividade 20 – Prática de projeções.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato conforme a necessidade A4: SOBRE REPRESENTAÇÃO


EM TRÊS VISTAS

1. Ler o capítulo 5 do Livro Comunicação Gráfica Moderna até o item 5.48.


(GIESECKE, MITCHELL, et al., 2002).
2. Esboce as três vistas principais (estudadas em sala de aula) em papel
quadriculado formatado A4, dois problemas por folha, dos seguintes
problemas da página 150 em primeiro diedro do livro texto:
a. Números: 2, 4, 10 e 14.
3. Identifique os títulos corretamente das folhas.
4. Veja os exemplos a seguir da página 150:

91
5. Veja os exemplos a seguir da página 151:

OBS:

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas e escrita técnica usar grafite 0,3 mm.

Nome do Aluno:

Data:

92
8 NORMA TÉCNICA COTAGEM EM DESENHOS TÉCNICOS

A norma ABNT NBR 10126 fixa os princípios gerais de contagem a serem


aplicados em todos os desenhos técnicos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987).

Para ler e interpretar desenho técnico é indispensável que se relembrem as


linhas mais utilizadas na representação de um objeto em vistas ortográficas. É
necessário desenvolver a leitura e interpretação de um desenho técnico.

8.1 Linhas mais utilizadas

São as seguintes as linhas importantes deste assunto:

d) Linha para contornos e arestas visíveis, conforme Figura 46. São


linhas contínuas, largas e uniformes, que servem para mostrar as
medidas das arestas visíveis da peça.

Figura 46 – Linhas de contornos e arestas visíveis.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 45).

e) Linha para contornos e arestas não visíveis, conforme Figura 47.


São linhas tracejadas, estreitas e uniformes, que servem para
mostrar as medidas das arestas não visíveis da peça.

Figura 47 – Linhas de contornos e arestas não visíveis.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 45).

93
f) Linha de centro, conforme Figura 48. São linhas com traços e
pontos alternados, estreitas e uniformes, que servem para mostrar
no desenho os centros de arcos de circunferência, circunferências,
furos quadrados da peça.

Figura 48 – Linhas de centro.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 45).

g) Linha para eixos de simetria, conforme Figura 49. São linhas com
traços e pontos alternados, estreitas e uniformes, que servem para
mostrar que o desenho é simétrico, ou seja, podemos dividi-lo em
partes iguais da peça.

Figura 49 – Linhas de eixos de simetria.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 46).

8.2 Tipos de cotagem e linhas

A linha utilizada é contínua e estreita e os tipos de cotagem são os seguintes:

a) Cotagem funcional: Obrigatória para a desempenho do objeto ou


local, conforme Figura 50.

94
Figura 50 – Cotagem funcional.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 2 e 4).

b) Cotagem não funcional: Não essencial para execução do projeto


conforme Figura 51.

Figura 51 – Cotagem não funcional, NF=não funcional.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 2).

c) Cotagem Auxiliar: Dada somente para informação. A cotagem


auxiliar não influi nas operações de produção ou de inspeção; é
derivada de outros valores apresentados no desenho ou em
documentos e nela não se aplica tolerância (usar o prefixo “AUX”
nas cotas), conforme Figura 52.

95
Figura 52 – Cotagem auxiliar – AUX, F=funcional e NF=não funcional.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 2).

8.3 Dimensionamento e cotagem

Os desenhos devem possuir todas as informações necessárias à sua execução,


tais como: medidas, tipo de material, acabamento, etc.

As medidas são dadas através da cotagem destes desenhos, que deve ser feita
de forma clara, sem omissões.

Toda a cotagem segue uma padronização que visa facilitar seu entendimento.
Portanto, para se ler e interpretar a cotagem de um desenho é necessário
conhecer alguns de seus elementos:

a) Linha de cota – Linha estreita e contínua, desenhada


paralelamente às dimensões do objeto, com distância do contorno
do desenho de aproximadamente 7 a 10 mm, desde que o desenho
seja em mm, conforme Figura 53.

96
Figura 53 – Linha de cota.

b) Setas – As linhas devem estreitas e contínuas, abertas ou


fechadas, com ângulo de abertura 15º e com dimensões de
aproximadamente 3 mm por 1 mm, desde que o desenho seja em
mm, conforme Figura 54. Há casos que pode ser substituída por
linhas oblíquas; com inclinação de 45º, porém não são usadas em
desenhos mecânicos.

45o

Figura 54 – Setas.

Fonte: Modificado de (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 52).

c) Linha auxiliar (de extensão) – Linha estreita e contínua, conforme


Figura 55. Limita a linha de cota. Não pode encostar nas linhas de
contornos da peça desenhada, e deve ultrapassar as linhas de cota
em aproximadamente 3 mm; são perpendiculares as arestas
cotadas, mas em casos específicos pode ser inclinada à 60º.

97
Figura 55 – Linha auxiliar (de extensão).

d) Cotas – Linha estreita e contínua, conforme Figura 56. São os


valores numéricos das medidas das peças, também são os textos
explicativos. São, preferencialmente, centralizadas e acima da
linha de cota quando na horizontal, ou centralizadas à sua
esquerda quando na vertical. A medida da altura da letra ou
número deve ser conforme a NBR 8402, por exemplo 2,5 mm; 3,5
mm; 5 mm etc.

Figura 56 – Cota.

As posições da cota em relação a linha de cota podem ser aquelas conforme


Figura 57.

98
Figura 57 – Posições da cota.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 5).

A NBR 10126 adverte que “Linhas auxiliares e cota, sempre que possível, não
devem cruzar com outras linhas” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 3).

A NBR10126 adverte que “A indicação dos limites da linha de cota deve ter o
mesmo tamanho num mesmo desenho” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 4).

A NBR10126 adverte que “Na cotagem angular podem ser seguidas uma das
formas, conforme Figura 58. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 5).

As cotas possuem a mesma altura de escrita (2,5; 3,5; 5,0 etc.).

Figura 58 – Cotagem angular.

99
Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 5 e 6).

A NBR 10126 descreve que existe o “método 2” de contagem resumido conforme


Figura 59.

Figura 59 – “Método 2” de cotagem.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 6).

A NBR 10126 adverte que “Os símbolos são usados com cotas para mostrar a
identificação das formas e melhorar a interpretação de desenho. Os símbolos de
diâmetro e de quadrado podem ser omitidos quando a forma for claramente
indicada. Os símbolos devem preceder à cota”, conforme Figura 60.

 diâmetro.  ESF diâmetro esférico.

R: Raio. R ESF: Raio esférico.

: Quadrado.

Figura 60 – Símbolos usados em cotagem.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 7).

100
Folha de atividade 21 – Prática de cotagem.

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Desenhe em formato conforme a necessidade: SOBRE COTAGEM

1. Ler a NBR 10126.


2. Escreva os nomes dos elementos de cotagem.

101
3. Desenhe e escreva as cotas sem escala em mm. Altura das letras e
algarismos 2,5 OU 3,5 mm.

102
4. Escreva posições da cota em relação à linha de cota. Altura das
letras e algarismos 2,5 OU 3,5 mm. Usar valores para os ângulos
variados. Método 1.

c
c

c c

OBS:

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Escrita técnica usar grafite 0,3 mm.

Identifique os títulos corretamente das folhas.

Nome do Aluno:

Data:

103
8.5 Cotagem de tipos básicos de peças

São apresentados alguns tipos básicos de elementos e como cotá-los:

a) Faces rebaixadas;
b) Rasgos
c) Furos
d) Faces oblíquas
e) Peças com múltiplos elementos.

8.5.1 Faces rebaixadas

A peça a seguir foi submetida a um processo de fabricação que provocou um


rebaixo, conforme Figura 61.

Figura 61 – Face rebaixada.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 228).

A cotagem de peças rebaixadas segue os seguintes critérios: a medida do


comprimento (36 mm) e da altura (9 mm) ou profundidade, conforme Figura 62.

Figura 62 – Cotagem de rebaixo.

104
Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 229).

8.5.2 Rasgos

Existem muitos tipos de rasgos a seguir é mostrado um rasgo “reto” ou rasgo


angular, conforme Figura 63.

Figura 63 – Rasgo.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 228).

A cotagem de peças com rasgos de qualquer tipo segue os seguintes critérios:


a medida do comprimento (20 mm) e da altura (7 mm) ou profundidade, conforme
Figura 64.

Figura 64 – Cotagem de rasgo e localização.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 231).

105
8.5.3 Furos

Os furos podem assumir várias formas, circular, quadrada, retangular dependo


do uso a que se destina a peça, conforme Figura 63. Podendo ser passante ou
não.

Figura 65 – Furo.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 231).

A cotagem de peças com furos de qualquer tipo segue os seguintes critérios: a


medida do comprimento (16 mm) e da altura (16 mm) e profundidade se não for
passante, ou seja, que atravessa a peça e também sua localização na peça,
conforme Figura 64.

Figura 66 – Cotagem de furos e localização.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 232).

106
Folha de atividade 22 – Prática de cotagem.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


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PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato padronizado conforme a necessidade: SOBRE COTAGEM

1. Ler a NBR e livro texto.


2. Desenhe com instrumentos e cote a peça com rebaixo. Três vistas em 1º
Diedro, unidade em mm, escala de ampliação.

3. Desenhe com instrumentos e cote a peça com furo. Três vistas em 1º


Diedro, unidade em mm, escala de ampliação.

4. Desenhe com instrumentos e cote a peça com rasgo. Três vistas em 1º


Diedro, unidade em mm, escala de ampliação.

107
5. Desenhe com instrumentos e cote a peça com múltiplos elementos. Três
vistas em 1º Diedro, unidade em mm, escala de ampliação.

OBS:

Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm.

Linha estreitas usar grafite 0,3 mm.

Escrita técnica usar grafite 0,3 mm.

Identifique os títulos corretamente das folhas.

Nome do Aluno:

Data:

108
8.5.4 Elementos oblíquos

Existem muitos processos de fabricação capazes de construir elementos


oblíquos como por exemplo chanfros, conforme Figura 67.

Figura 67 – Elementos oblíquos.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 237).

A cotagem de peças com elementos oblíquos podem ser desenhadas com cotas
lineares ou angulares, conforme Figura 68 e Figura 69.

Figura 68 – Cotagem de elementos oblíquos – Forma linear de cotagem.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 238).

109
Figura 69 – Cotagem de elementos oblíquos – Forma angular de cotagem e combinada.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 238) e (MICELI e FERREIRA, 2011, p.


56).

8.6 Técnicas de cotagem

Existem algumas regras fixas para a representação das cotas, embora seu
posicionamento admita uma certa variação de acordo com as características do
projeto. Seja algumas regras básicas:

a) Deve-se indicar sempre as medidas totais de um projeto (altura,


largura, comprimento). Essas medidas deverão estar localizadas
entre as duas vistas a que tal dimensão seja comum.
b) As cotas são colocadas na vista que melhor caracteriza o detalhe
a que se refere, distribuindo-as entre todas as vistas da peça.
c) A cotagem deve ser feita de preferência fora da vista, sendo,
porém, em alguns casos, aceitável cotar-se internamente.
d) Deve-se evitar cotas em arestas não visíveis, se necessário
aplicando um corte.

110
Figura 70 – Cotar altura, comprimento e largura.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 53).

e) Deve-se evitar que as linhas de cota interceptem outras linhas.


Cotas maiores por “fora” (externas) das menores do desenho. A
distância ente duas linhas de cota paralelas deve ser de
aproximadamente 7 a 10 mm, conforme Figura 71.

Figura 71 – Cotas que se interceptam e cotas paralelas.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 54) e (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 8)

111
f) Quando não houver espaço suficiente para cotar, as cotas são
desenhadas do lado externo da linha auxiliar (de extensão) no
prolongamento da linha de cota. Quando houver cotas pequenas,
uma ao lado da outra, consecutivas, a seta entre elas deve ser
omitida e substituída por um traço oblíquo, conforme Figura 72.

Figura 72 – Cotas consecutivas.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 6).

g) As linhas de cota não devem interceptar as linhas de simetria e de


centro, conforme Figura 73.

Figura 73 – Linha de cota, linha de simetria e centro.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 55).

h) Os diâmetros podem ser cotados interna ou externamente, mas


dependem do espaço existente. Podemos usar a linha de cota com
ângulo de 45º. Quando houver circunferência concêntricas deve
evitar cruzar as cotas, sendo preferível colocá-las externamente,
conforme Figura 74.

112
Figura 74 – Cotas de diâmetros concêntricos.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 55)

i) Os raios podem ser cotados interna ou externamente, mas


dependem do espaço existente Figura 74.

Figura 75 – Cotas de raios.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 55) e (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 7).

j) A cotagem por coordenadas pode ser mais prática construindo


uma tabela, conforme Figura 76.

113
Figura 76 – Cotagem por coordenadas.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987, p. 9).

Para maiores detalhes deve-se consultar a norma técnica relacionada NBR


10126.

114
Folha de atividade 23 – Prática de cotagem.

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Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato conforme a necessidade: SOBRE COTAGEM

1. Ler a NBR e livro texto.


2. Desenhe com instrumentos e cote a peça. Três vistas em 1º Diedro,
unidade em mm, escala de ampliação se for possível, porque depende do
papel disponível. Furos e rasgos passantes, atravessam a peça.

Figura 77 – Furos e rasgos passantes.

Fonte: (BARBAN, 1999, p. 98).

OBS: Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha estreitas usar grafite 0,3
mm. Escrita técnica usar grafite 0,3 mm. Identifique os títulos corretamente
das folhas. Nome do Aluno:

Data:

115
9 NORMA TÉCNICA REPRESENTAÇÃO DA ÁREA DE CORTE POR MEIO DE
HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO

A ABNT NBR 12298 tem como objetivo: Fixar as condições exigíveis para
representação de áreas de corte em desenho técnico. A hachura é seu elemento
principal e é definida conforme a NBR 12298 como: “linhas ou figuras com o
objetivo de representar tipos de materiais em áreas de corte (ver Figura 78) em
desenho técnico” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
12298:1995, p. 1). O espaçamento entre a linhas de hachuras deve ser de 0,7
mm no mínimo. As hachuras devem ser espaçadas em função da superfície a
ser hachurada.

Figura 78 – Exemplo de emprego de hachura em corte pleno ou total.

Fonte: (GOMES, COSTA e MEIRELLES, 2013, p. 14).

Alguns exemplos de hachuras utilizadas em desenhos técnicos são mostrados


na Figura 79.

116
Figura 79 – Hachuras.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 95)

A condição de uso geral de hachura indicada pela ABNT para qualquer material
é a seguinte conforme Figura 80:

Figura 80 – Hachura de uso geral.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 1).

As condições de usos específicos de hachura indicada pela ABNT são as


seguintes:

a) As hachuras devem ser traçadas em linha estreita, conforme a


NBR 8403;

117
b) As hachuras são formadas por linhas inclinadas a 45º em relação
às linhas principais do contorno ou eixos de simetria conforme
Figura 81;

Figura 81 – Desenho de hachuras conforme eixos de simetria.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 1).

c) As hachuras, em uma mesma peça, são feitas sempre numa


mesma direção bem como o detalhe desenhado separadamente
de sua vista, conforme Figura 82;

Figura 82 – Desenho de hachuras na mesma direção.

Fonte: (GOMES, COSTA e MEIRELLES, 2013, p. 17).

118
d) As hachuras, nos desenhos de conjunto, em peças adjacentes,
devem ser feitas em direções opostas ou espaçamentos diferentes,
conforme Figura 83;

Figura 83 – Desenho de hachuras em desenhos de conjunto.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 2).

e) As hachuras, em uma mesma peça composta (soldada, rebitada,


remanchada ou colada), são feitas em direções diferentes,
conforme Figura 84;

Figura 84 – Desenho de hachuras em peças compostas.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 2).

f) As hachuras em peça composta, quando representada em


desenho de conjunto, devem ser feitas numa mesma direção, como
numa peça simples, conforme Figura 85;

119
Figura 85 – Desenho de hachuras em peças compostas em conjunto.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 2).

g) As hachuras, em área de corte muito grande, podem ser limitadas


à vizinhança do contorno, deixando a parte central em branco,
conforme Figura 86;

Figura 86 – Desenho de hachuras em área de corte muito grande.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 2).

h) As hachuras têm sempre a mesma direção, mesmo quando o corte


de uma peça é executado por vários planos de corte paralelos,
conforme Figura 87;

120
Figura 87 – Desenho de hachuras em vários planos paralelos.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 2).

i) Quando houver necessidade de representar dois elementos


alinhados, manter a mesma direção das hachuras, porém com
linhas desencontradas, conforme Figura 88;

Figura 88 – Desenho de hachuras em elementos alinhados.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 2).

j) As hachuras devem ser interrompidas quando da necessidade de


se escrever na área hachurada, conforme Figura 89;

121
Figura 89 – Desenho de hachuras em regiões com texto.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 2).

k) As hachuras podem ser omitidas em seções de peças de


espessuras finas. Neste caso, a seção deve ser enegrecida e no
desenho do conjunto, peças adjacentes devem ter um
espaçamento em branco de no mínimo 0,7 mm conforme Figura
90.

Figura 90 – Desenho de hachuras em seções finas.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995, p. 2).

As hachuras específicas e aquelas utilizadas em computação gráfica são


mostradas na Tabela 3. Outras hachuras devem ser identificadas no desenho.

Tabela 3 – Lista de hachuras e significados.

122
Hachura e Significado da hachura
códigos CAD

Sólido

chapa de aço com recartilhado em ângulo reto

ferro, tijolo, alvenaria com pedra

Aço

bronze, latão e cobre

plástico e borracha

material refratário e tijolo para aplicações térmicas

mármore, ardósia e vidro

chumbo, zinco, magnésio, isolamento de som, térmico e elétrico

123
Alumínio

recartilhados quadrados em chapas de aço

Latão

materiais flexíveis

material de isolamento

Plástico

Plástico

Aço

Fonte: Adaptado de (AUTODESK, 2017).

Para maiores detalhes deve ser estudada a NBR 12298 e outras normas relacionadas.

124
Folha de atividade 24 – Prática de hachuras.

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Desenhe em formato conforme a necessidade: HACHURA

1. Ler a NBR e livro texto.


2. Desenhe com instrumentos a hachura nos desenhos dos cortes dados.

125
126
Figura 91 – Hachura em cortes AA.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995).

OBS: Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha estreitas usar grafite 0,3
mm. Escrita técnica usar grafite 0,3 mm. Identifique os títulos corretamente
das folhas.

Nome do Aluno:

Data:

127
10 NORMA TÉCNICA DE CORTES E SEÇÕES

Utilizamos os cortes e/ou seções quando for necessário desenhar, cotar e


representar as medidas internas de um objeto, ou então quando for necessário
evidenciar detalhes do objeto que não podem ser mostrados nas projeções
ortogonais, normalmente partes internas podem permanecer indefinidas mesmo
com os desenhos de linhas tracejadas conforme Figura 92.

Figura 92 – Partes internas indefinidas x definidas.

Fonte: (ARAUJO, 2017, p. s/n).

Existem regras para o desenho de cortes e seções de maneira a representar


adequadamente o que se deseja esclarecer. Estas regras estão descritas em
duas normas NBR 10067 e NBR 12298 de forma específica para aplicação
hachuras.

A disposição dos cortes ou seções segue a mesma disposição das vistas


ortogonais conforme (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR 10067:1995, p. 9).

Quando a localização de um plano de corte for clara, não há necessidade de


indicação da sua posição e identificação conforme (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067:1995, p. 9).

128
10.1 Tipos de corte

Os cortes nada mais são que planos que “cortam” os objetos conforme Figura
93.

CORTE TOTAL

MEIO-CORTE

CORTE PARCIAL

Figura 93 – Exemplo de cortes.

129
Os tipos descritos pela ABNT são os seguintes:

a) Corte total - A peça é cortada em toda a sua extensão por um plano


de corte, conforme Figura 93;
b) Meio-corte - A metade da representação da peça é mostrada em
corte, permanecendo a outra metade em vista, conforme Figura 93;
c) Corte parcial - Apenas uma parte da peça é cortada para focalizar
um detalhe, delimitando-se por uma linha contínua estreita à mão
livre ou por uma linha estreita em “zigue-zague”, conforme Figura
93;
d) Corte em desvio - A peça é cortada em toda a sua extensão por
mais de um plano de corte, conforme Figura 94.

Figura 94 – Exemplo de cortes em desvio.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 136 e 137).

Nos cortes, no sentido longitudinal, não são hachurados:

130
a) Dentes de engrenagem;
b) Parafusos;
c) Porcas;
d) Eixos;
e) Raios de roda;
f) Nervuras;
g) Pinos;
h) Arruelas;
i) Contrapinos;
j) Rebites;
k) Chavetas;
l) Volantes;
m) Manípulos.

10.2 As regras do uso de cortes

Segundo a ABNT, quando a localização não for clara, ou quando for necessário
distinguir entre vários planos de corte, a posição do plano de corte deve ser
indicada por meio de linha estreita-traço-ponto, larga nas extremidades e na
mudança de direção (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR 10067:1995, p. 10).

O plano de corte é identificado por letra maiúscula e o sentido do observador por


meio de setas conforme Figura 95. A vista superior é atravessada por uma linha
traço e ponto estreita, com dois traços largos nas extremidades. As letras do
alfabeto, próximas às setas, dão o nome ao corte. A ABNT determina o uso de
duas letras maiúsculas repetidas para designar o corte: AA, BB, CC etc.

Figura 95 – A vista representada em corte, no caso a vista frontal - Simbologia de cortes.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 119).

131
Na Figura 95 vista frontal está representada em corte porque o observador
imaginou o corte vendo o modelo de frente. Sob a vista representada em corte,
no caso a vista frontal, é indicado o nome do corte: Corte AA.

10.3 SEÇÕES

Quanto as seções podem ser desenhadas dentro ou fora da vista.

10.3.1 Seção dentro da vista

O contorno da seção dentro da própria vista é traçado com linha contínua


estreita, conforme Figura 96.

Figura 96 – Seções dentro da vista.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067:1995, p. 12).

Figura 97 – Seções dentro da vista.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 165).

10.3.2 Seção fora da vista

O contorno da seção fora da vista é traçado com linha contínua larga.

132
A seção fora da vista pode ser indicada e posicionada:

a) Próxima à vista e ligada a ela por meio de linha estreita-traço-


ponto, conforme Figura 98;
b) Numa posição diferente e indicada de maneira convencional,
conforme Figura 99.

Figura 98 – Seções fora da vista - Ligada.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067:1995, p. 13).

Figura 99 – Seções fora da vista - Diferente.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067:1995, p. 13).

Também podemos utilizar múltiplas seções em peças complexas fora da vista,


conforme Figura 100.

133
Figura 100 – Seções fora da vista - Múltiplas.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 163 e 164).

134
Folha de atividade 25 – Prática de cortes e secções.

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PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato conforme a necessidade: CORTES E SEÇOES

1. Ler o capítulo 7 do Livro Comunicação Gráfica Moderna.


2. Desenhe com instrumentos as três vistas principais (estudadas em
sala de aula) em papel formatado A3 ou A4, dois problemas por folha, dos
seguintes problemas da página 180 e 181 em primeiro diedro use escalas
adequadas, cote os desenhos:
a. Página 180 - Números: 1 e 3;
b. Página 181- Números: 3 e 6.
3. Identifique os títulos corretamente das folhas.
4. Desenhe os seguintes tipos de corte:
a. Corte total - Página 180 - Número: 1;
b. Corte parcial - Página 180 - Número: 3;
c. Meio corte - Página 181- Número: 3.
d. Corte em desvio - Página 181- Número: 6.
5. Considerar todos os desenho em milímetros.

OBS: Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha estreitas usar grafite 0,3
mm. Escrita técnica usar grafite 0,3 mm. Identifique os títulos corretamente
das folhas.

Nome do Aluno:

Data:

135
11 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Quando olhamos para um objeto, temos a sensação de profundidade e relevo.


As partes que estão mais próximas de nós parecem maiores e as partes mais
distantes aparentam ser menores. A fotografia mostra um objeto do mesmo
modo como ele é visto pelo olho humano, pois transmite a ideia de três
dimensões: comprimento, largura e altura, conforme Figura 101.

Figura 101 – A ideia de três dimensões.

O desenho, para transmitir essa mesma ideia, precisa recorrer a um modo


especial de representação gráfica: a perspectiva. Ela representa graficamente
as três dimensões de um objeto em um único plano, de maneira a transmitir a
ideia de profundidade e relevo.

Perspectiva é o método de representação gráfica dos objetos que apresenta sua


forma no modo mais próximo como são vistos. É uma representação
tridimensional que fornece, através de um único desenho, a forma da peça em
estudo. A perspectiva é resultado de uma projeção, sendo assim, o centro de
projeção é o olho do observador; as projetantes correspondem aos raios visuais
e a projeção no plano é a perspectiva do desenho. Existem diferentes tipos de
perspectiva. Veja como fica a representação de um cubo em três tipos diferentes
de perspectiva, conforme Figura 102.

136
Figura 102 – Tipos de perspectivas.

Fonte: (FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, 1995, p. 20).

Destacamos a Projeção cilíndrica ortogonal que se subdivide em Perspectiva


axonométrica cujo significado segundo o dicionário Dicio é a “Ação de
representar os objetos sob uma perspectiva de projeção perpendicular ao plano
e particularmente estudamos a perspectiva isométrica” (DICIO, 2009).

Aqui será examinada apenas a perspectiva mais utilizada na representação de


desenho técnico. Em desenho técnico, é comum representar perspectivas por
meio de esboços, que são desenhos feitos rapidamente à mão livre. Entretanto
em desenho de tubulações, instalações elétricas, instalações hidráulicas e
desenhos unifilares é comum o uso de perspectiva isométrica com medidas
precisas.

11.1 Eixos isométricos

O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas


que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°,
conforme Figura 103.

Figura 103 – Eixos isométricos.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 61)

137
Essas semi-retas, assim dispostas, recebem o nome de eixos isométricos. Cada
uma das semi-retas é um eixo isométrico. No desenho em papel, os eixos
isométricos estarão representados por papéis isométricos. Segundo Miceli, “A
posição no papel do eixo OZ é vertical (eixo das alturas) e os eixos OX (eixo dos
comprimentos) e OY (eixo das larguras) formam ângulo de 30° com a reta
horizontal” (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 62).

Figura 104 – Eixos isométrico.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 62).

11.2 Linha isométrica:

Outro elemento muito importante para o traçado da perspectiva isométrica são


as linhas isométricas. Qualquer reta paralela a um eixo isométrico é chamada
linha isométrica, conforme Figura 105.

Figura 105 – Linhas isométricas.

138
As retas r, s, t e u são linhas isométricas:

– r e s são linhas isométricas porque são paralelas ao eixo y;

– t é isométrica porque é paralela ao eixo z;

– u é isométrica porque é paralela ao eixo x.

As linhas não paralelas aos eixos isométricos são linhas não isométricas. A reta
v, na Figura 106, é um exemplo de linha não isométrica.

Figura 106 – Linha não isométricas.

11.3 Construção da perspectiva isométrica

Para facilitar o traçado da perspectiva isométrica à mão livre, usaremos um tipo


de papel reticulado que apresenta uma rede de linhas que formam entre si
ângulos de 120º. Essas linhas servem como guia para orientar o traçado do
ângulo correto da perspectiva isométrica, conforme Figura 107.

139
Figura 107 – Reticulado isométrico.

Observação importante:

a) A representação em perspectiva isométrica provoca uma pequena


deformação visual.
b) Nas medidas dos objetos é aplicado um coeficiente de redução que
corresponde a 0,816 do comprimento real.
c) Para facilitar a execução do desenho, abandona-se o coeficiente de
redução, aplicando-se as medidas em verdadeira grandeza sobre os
três eixos.
d) Este procedimento tem o nome de desenho isométrico e é
aproximadamente 20% maior do que a perspectiva isométrica.

140
Figura 108 – Comparação entre desenho isométrico e perspectiva isométrica.

11.3.1 Figuras planas isométricas

A construção da perspectiva isométrica de figuras planas é feita através de linhas


retas e oblíquas. Devemos seguir as linhas isométricas.

Objetivo:

Desejamos desenhar quadrados, retângulos, triângulos e trapézios.

Procedimento:

a) Construir um quadrado isométrico (ABCD) de lado qualquer,


conforme Figura 109;

141
Figura 109 – Sequência de desenho do quadrado isométrico.

b) Construir um retângulo isométrico (ABCD), conforme Figura


110;

142
Figura 110 – Desenho do retângulo isométrico.

143
Folha de atividade 26 – Prática de perspectiva.

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PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato conforme a necessidade: SOBRE PERPECTIVAS

1. Ler o livro texto.


2. Desenhe A MÃO LIVRE em papel isométrico as seguintes figuras planas.
a. Quadrado;
b. Retângulo.

OBS: Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha estreitas usar grafite 0,3
mm. Escrita técnica usar grafite 0,3 mm. Identifique os títulos corretamente
das folhas.

Nome do Aluno:

Data:

144
11.3.2 Objetos simples

Segundo Micheli “a construção da perspectiva isométrica de um objeto é feita a


partir de um sólido envolvente, cujas dimensões totais (altura, comprimento e
largura) são medidas sobre os três eixos”. (MICELI e FERREIRA, 2011). O sólido
envolvente é utilizado para desenhar as partes do objeto apresentado. Alguma
das linhas serão paralelas aos três eixos isométricos. Outras serão linhas não
isométricas.

Objetivo:

Desejamos desenhar o objeto simples em perspectiva isométrica

Procedimento:

a) Desenhar o sólido envolvente com as medidas apresentadas,


ou seja comprimento, largura e altura totais;
b) Desenhar outras partes do objeto identificando os sólidos que o
compõem, ou seja, moldar os sólidos geométricos originais;
c) Apagar as linhas que não compõem o objeto de forma a mostrar
as arestas finais, conforme Figura 111.

Figura 111 – Passo-a-passo da perspectiva isométrica.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 62).

Segundo Micheli “para o traçado de arestas não isométricas deve-se considerar


o sólido envolvente como elemento auxiliar, marcando-se os pontos extremos
das linhas não isométricas e unindo-os posteriormente” (MICELI e FERREIRA,
2011).

Ângulos e arestas não isométricas, não são desenhados em verdadeira


grandeza. O procedimento para desenhar linhas não isométricas é semelhante

145
aos desenhos de linhas isométricas. Consideramos o sólido envolvente como
ponto de início da perspectiva.

Objetivo:

Desejamos desenhar o objeto simples em perspectiva isométrica – linha não


isométrica.

Procedimento:

a) Desenhar o sólido envolvente com as medidas apresentadas,


ou seja comprimento, largura e altura totais;
b) Desenhar outras partes do objeto identificando os sólidos que o
compõem, ou seja moldar os sólidos geométricos originais;
c) Marcar os pontos 1 e 2 – início e fim do plano inclinado;
d) Unir os pontos 1 e 2 através de uma linha não isométrica
oblíqua;
e) Marcar o ponto 3;
f) Traçar uma paralela a linha 1-2 a partir de 3;
g) O restante do desenho das linhas oblíquas é executado da
mesma forma;
h) Apagar as linhas que não compõem o objeto de forma a mostrar
as arestas finais, conforme Figura 112.

Figura 112 – Passo-a-passo da perspectiva isométrica – Linha não isométrica.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 63).

146
Folha de atividade 27 – Prática de perspectiva.

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Desenhe em formato conforme a necessidade: SOBRE PERPECTIVAS

1. Ler o livro texto.


2. Desenhe COM AS MEDIDAS APRESENTADAS em papel isométrico os
seguintes objetos apresentados.

Desenho 5 - Cotas em centímetros.

OBS: Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha estreitas usar grafite 0,3
mm. Escrita técnica usar grafite 0,3 mm. Identifique os títulos corretamente
das folhas.

Nome do Aluno:

Data:

147
11.3.3 Perspectiva isométrica da circunferência:

Segundo Micheli “a perspectiva isométrica de uma circunferência é uma elipse”


(MICELI e FERREIRA, 2011). A elipse é desenhada na perspectiva isométrica
por meio de uma falsa elipse de quatro centros.

Objetivo:

Desejamos desenhar a perspectiva isométrica de uma circunferência.

Procedimento:

a) Construir um quadrado isométrico (ABCD) cujo lado é igual ao


diâmetro da circunferência (quadrado circunscrito).
b) Determinar os pontos médios (M1, M2, M3 e M4) dos lados do
quadrado, que são os pontos de tangência da falsa elipse.
c) Unir os vértices dos ângulos obtusos do quadrado isométrico
aos pontos médios opostos a eles (AM2, AM4, CM1, CM3),
determinando os pontos E e F.
d) A partir dos vértices A e C (ângulos obtusos) traçar arcos com
raio igual a AM4 (ou AM2), e CM1 (ou CM3). E, a partir dos
pontos E e F, traçar arcos menores com raio igual a EM4 (ou
EM1), e FM2 (ou FM3).
e) O processo é o mesmo para as faces frontal e lateral esquerda,
mudando apenas a posição do quadrado inicial.

Figura 113 – Passo-a-passo da perspectiva isométrica - Circunferências.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 64).

148
De maneira a desenhar de arcos de circunferência devemos utilizar o mesmo
processo descrito, conforme Figura 114.

Figura 114 – Passo-a-passo da perspectiva isométrica – Arcos de circunferência.

Fonte: (MICELI e FERREIRA, 2011, p. 65).

149
Folha de atividade 28 – Prática de perspectiva.

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Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato conforme a necessidade: SOBRE PERPECTIVAS

1. Ler o livro texto.


2. Desenhe com instrumentos em papel isométrico.
a. Circunferências nas faces de um cubo de lado 10 cm. O que
significa uma circunferência de 10 cm. Neste caso, será o desenho
isométrico de uma falsa elipse.

OBS: Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha estreitas usar grafite 0,3
mm. Escrita técnica usar grafite 0,3 mm. Identifique os títulos corretamente
das folhas.

Nome do Aluno:

Data:

150
14 DESENHO DE CONJUNTO

Os desenhos de conjunto definem a forma, as dimensões e as articulações dos


elementos de máquinas que constituem as peças do objeto de desenho. E
consequentemente, os elementos de máquinas são descritos enfocando
principalmente sua aplicação em desenhos de conjuntos. Um exemplo de
desenho de conjunto é mostrado na Figura 115.

151
Figura 115 – Exemplo de desenho de conjunto.

Fonte: (PROVENZA, 2000, p. 7-1) e (GORDO e FERREIRA, 2000, p. 166).

14.1 Apresentação do desenho de conjunto

A apresentação dos desenhos de conjunto deve demostrar como os elementos


de máquinas e peças do objeto estão conectadas, numerados
convenientemente, desenhados separadamente em detalhes cada parte do
objeto e descritos em uma lista de material das peças do objeto, conforme Figura
116.

152
Figura 116 – Apresentação de desenho de conjunto.

Fonte: (PROVENZA, 2000, p. 7-12).

153
14.2 Desenho de Conjunto

O desenho de conjunto deve ter as seguintes partes:

a) Desenho tridimensional “explodido” ou não;


b) Desenho de corte ou não numerado;
c) Desenho detalhado das peças;
d) Lista de material.

O desenho de conjunto deve ter as partes conectadas em um desenho de três


dimensões “explodido” ou não, conforme Figura 117.

154
Figura 117 – Desenho de conjunto - Tridimensional.

Fonte: (PROVENZA, 2000, p. 7-15 e 7-18).

O desenho de conjunto pode ser desenhado em corte ou não, mas deve ser
numerado, conforme Figura 118.

155
156
Figura 118 – Desenho de conjunto – Desenho numerado.

Fonte: (PROVENZA, 2000, p. 7-15 e 7-19).

O desenho de conjunto deve conter os desenhos das partes constituintes


detalhados, conforme Figura 119.

157
158
Figura 119 – Desenho de conjunto – Desenho detalhado das peças.

Fonte: (PROVENZA, 2000, p. 7-16) e (GORDO e FERREIRA, 2000, p. 176).

O desenho de conjunto deve conter a lista de material das partes constituintes


numeradas, conforme Figura 120. Devemos utilizar para construir a lista de
materiais a NBR 13272 - Desenho técnico - Elaboração das listas de itens
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13272:1999,
1999).

159
Figura 120 – Desenho de conjunto – Lista de material.

Fonte: (PROVENZA, 2000, p. 7-15).

160
Folha de atividade 29 – Prática de desenho de cojunto.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS –


Unidade Varginha - Curso Técnico em Mecatrônica

PROF. LUIZ DA GUIA - DESENHO TÉCNICO

Desenhe em formato conforme a necessidade.

1. Atividade em grupo de dois alunos.


2. Ler o seguinte:

• Cap. 7 (PROVENZA, 2000).


• Cap. 8 (PROVENZA, 2000).
• Cap. 1.7 (MANFÈ, POZZA e SCARATO, 1977) Vol. 1.
• Pag. 310 (SILVA, RIBEIRO, et al., 2010).

3. Desenhar em papel formato A4 o projeto da CHAVE ROQUETE


contido nas páginas 7-13 e 7-14 do livro (PROVENZA, 2000)
Desenhista de máquinas:

161
OBS: Linhas largas usar grafite 0,5 ou 0,7 mm. Linha estreitas usar grafite 0,3
mm. Escrita técnica usar grafite 0,3 mm. Identifique os títulos corretamente
das folhas.

Nome do Aluno:

Data:

162
7 BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

ARAUJO, M. V. D. Ebah. Site de Desenho Mecânico, 2017. Disponivel em:


<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgFZYAL/desenho-mecanico-06-
cortes-secoes>. Acesso em: 6 Agosto 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067:1995.


Princípios gerais de representação em desenho técnico. Rio de Janeiro, p.
14.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10068:1987.


Folhas de desenho - Layout e dimensões. Rio de Janeiro, p. 4.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126:1987.


Cotagem em desenho técnico. Rio de Janeiro, p. 13.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298:1995.


Representação da área de corte por meio de hachuras em desenho técnico.
Rio de Janeiro, p. 3.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13272:1999.


Desenho técnico - Elaboração das listas de itens. ABNT. Rio de Janeiro, p.
2. 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7165: 1982.


Simbolos Graficos De Solda Para Construção Naval E Ferroviario. ABNT.
Rio de Janeiro. 1982.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196:1999.


Desenho técnico - Emprego de Escalas. Rio de Janeiro, p. 2.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8402:1994.


Execução de caracter para escrita em desenho técnico. Rio de Janeiro, p. 4.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403:1987.


Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - largura de linhas. Rio
de Janeiro, p. 5.

163
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8404: 1984.
Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos - Procedimento.
ABNT. Rio de Janeiro, p. 10. 1984.

AUTODESK. Autodesk AutoCAD 2018 Help. Autodesk Inc. São Rafael,


Estados Unidos. 2017.

BARBAN, A. V. Desenho Técnico Básico - Fundamentos do desenho técnico


passo a passo. Belo Horizonte: [s.n.], v. I, 1999.

DEL MASTRO, E.; ESPÍNDOLA, S. D. M.; LEITE, O. P. Desenho Técnico


Mecânico. Daculdade de Tecnologia de Sorocaba. Sorocaba, p. 160. 2012.

DICIO. Empresa 7Graus. Site da Dicio - Dicionário online de português, 2009.


Disponivel em: <https://www.dicio.com.br/>. Acesso em: 06 Junho 2017.

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Mecânica – Leitura e Interpretação de Desenho Técnico. São Paulo: Ed.
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GIESECKE, F. E. et al. Comunicação Gráfica Moderna. Porto Alegre:


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GOMES, H. A.; COSTA, M. V. ; MEIRELLES,. Desenho Industrial Assistido


por Computador - Vistas em Corte e Hachuras. Universidade de Brasília.
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MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho Técnico Básico. 4ª. ed. Rio de Janeiro:
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ZIEDAS, S.; TATINI, I. Soldagem – Coleção tecnológica SENAI. 1ª. ed. São
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165

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