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Desenho Técnico

Curso Técnico em Desenhos e Projetos Mecânicos


______________________________________________________

CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL


“ORLANDO CHIARINI”

DESENHO
TÉCNICO
Desenho Técnico
Curso Técnico em Desenhos e Projetos Mecânicos
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Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Elaboração
Francisco Reginaldo da Rosa / CFP “OC”

Unidade Operacional
Centro de Formação Profissional “Orlando Chiarini”

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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................5

INTRODUÇÃO....................................................................................................................................6

RAZÃO E IMPORTÂNCIA ......................................................................................................................6


CLASSIFICAÇÃO DOS DESENHOS ........................................................................................................8
FORMATOS DE PAPEL ........................................................................................................................9
DOBRAMENTO DO PAPEL .................................................................................................................10
INSTRUMENTOS PARA DESENHO TÉCNICO ........................................................................................11
LEGENDA ........................................................................................................................................12
CALIGRAFIA TÉCNICA ......................................................................................................................13

LINHAS CONVENCIONAIS PARA DESENHO TÉCNICO..............................................................14

CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS ..................................................................................................19

GEOMETRIA ELEMENTAR .................................................................................................................19


PROBLEMAS DE CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS FUNDAMENTAIS.........................................................23
APLICAÇÃO DE CONCORDÂNCIA - EXERCÍCIOS ..................................................................................24

PERSPECTIVAS ..............................................................................................................................32

PERSPECTIVA AXONOMÉTRICA ........................................................................................................33


PERSPECTIVA TRIMÉTRICAS ............................................................................................................34
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ..............................................................................................................35
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DE CIRCUNFERÊNCIAS E DE ARCOS .........................................................36
GRADE ISOMÉTRICA ........................................................................................................................37

PROJEÇÃO ORTOGONAL..............................................................................................................40

ESCALA............................................................................................................................................52

DIMENSIONAMENTO / COTAGEM.................................................................................................55

COTAGEM POR MEIO DE FACES DE REFERÊNCIA ................................................................................57


COTAGEM DE ÂNGULOS E CHANFROS ...............................................................................................57
COTAGEM DE ESPAÇOS REDUZIDOS .................................................................................................59
COTAGEM DE RAIOS, ARCOS E CORDAS ............................................................................................59
COTAGEM DE DIÂMETROS ................................................................................................................59
COTAGEM DE FUROS IGUALMENTE ESPAÇADOS .................................................................................60
COTAGEM DE ELEMENTOS ESFÉRICOS ..............................................................................................60
ALGUMAS NORMAS DE COTAGEM .....................................................................................................60

CORTES, SEÇÕES E ENCURTAMENTO .......................................................................................65

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CORTE TOTAL .................................................................................................................................65


HACHURAS .....................................................................................................................................66
CORTE COMPOSTO .........................................................................................................................71
MEIO CORTE...................................................................................................................................74
CORTE PARCIAL ..............................................................................................................................78
OMISSÃO DE CORTES ......................................................................................................................80
SEÇÕES .........................................................................................................................................83
ENCURTAMENTO (RUPTURAS) ..........................................................................................................85

PROJEÇÕES ESPECIAIS................................................................................................................88

REDUÇÃO DE VISTAS .......................................................................................................................88


VISTA ÚNICA ...................................................................................................................................89
VISTA LATERAL DIREITA ..................................................................................................................90
VISTAS LATERAIS - DIREITA E ESQUERDA .........................................................................................92
VISTA AUXILIAR SIMPLIFICADA .........................................................................................................95
PROJEÇÃO COM ROTAÇÃO ..............................................................................................................97
VISTAS AUXILIARES .......................................................................................................................100
PROJEÇÃO EM 3º DIEDRO ..............................................................................................................103
COMPARAÇÃO ENTRE AS PROJEÇÕES NO 1º E 3° DIEDRO ...............................................................104

SIMBOLOGIA .................................................................................................................................106

SINAIS DE USINAGEM / RUGOSIDADE ......................................................................................110

ACABAMENTO DE SUPERÍCIE..........................................................................................................110
RUGOSIDADE - INDICAÇÃO DE ESTADO DE SUPERFÍCIE ...................................................................112

TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA .......................................................................................................119

TOLERÂNCIAS DE FORMA – LINHAS ................................................................................................119


TOLERÂNCIAS DE FORMA – SUPERFÍCIES .......................................................................................120
TOLERÂNCIAS DE ORIENTAÇÃO ......................................................................................................122
TOLERÂNCIA DE POSIÇÃO ..............................................................................................................124
TOLERÂNCIA DE BATIMENTO ..........................................................................................................126
INDICAÇÕES DE TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS EM DESENHOS TÉCNICOS...........................................127

CONJUNTOS MECÂNICOS...........................................................................................................133

DESENHO DE CONJUNTO ...............................................................................................................134


INTERPRETAÇÃO DE DESENHOS DE CONJUNTOS MECÂNICOS ..........................................................136
EXERCÍCIO: DESENHO DE CONJUNTO MECÂNICO ............................................................................142

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................147

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APRESENTAÇÃO

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento.”
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e,


consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência: “formar o profissional com responsabilidade no processo
produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos
técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e
consciência da necessidade de educação continuada”.

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet - é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia

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INTRODUÇÃO

Razão e Importância
Na indústria, para a execução de uma determinada peça, as informações podem
ser apresentadas de diversas maneiras:

A palavra - dificilmente transmite a idéia da forma de uma peça.

A peça - nem sempre pode servir de modelo.

A fotografia - não esclarece os detalhes internos da peça.

O desenho - transmite todas as idéias de forma e


dimensões de uma peça, e ainda fornece uma série de
informações, como:
- o material de que é feita a peça (aço, alumínio)
- o acabamento das superfícies (polida, rugosa)
- a tolerância de suas medidas (erros admissíveis)

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O Desenho Técnico, como linguagem técnica, tem necessidade fundamental do


estabelecimento de regras e normas.

É evidente que o desenho de uma determinada peça possibilita a todos que


intervenham na sua construção, mesmo que em tempos e lugares diferentes,
interpretar e produzir peças tecnicamente iguais. Isso, naturalmente, só é possível
quando têm estabelecido, de forma fixa, todas as regras necessárias para que o
desenho seja uma linguagem técnica própria e autêntica, e que possa cumprir a
função de transmitir ao executor da peça as idéias do desenhista.

Por essa razão, é fundamental e necessário que o desenhista conheça com


segurança todas as normas do Desenho Técnico.
Como em outros países, existe no Brasil uma associação (ABNT) que estabelece,
fundamenta e recomenda as NORMAS DO DESENHO TÉCNICO. As principais
normas:

Normas ABNT
Editadas e distribuídas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Normas ISO
Editadas e distribuídas pela ISO - Insternational Organization for Standardization.

Normas DIN
DIN - Deutsche Normen (antigamente Deutsche Industrie -Normen).
Editada pelo DIN - Deutsche Institut fur Normung – Instituto Alemão para
Normalização.

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Classificação dos Desenhos

1) Esboço Cotado – Feito a mão livre

2) Desenho rigoroso – Feito com instrumentos

3) Desenho de Conjunto – Feito com instrumentos

4) Desenho de detalhes – informação completa para o projeto de peças

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Formatos de Papel

O formato básico do papel, designado por A0 (A zero), é o retângulo cujos lados


medem 841mm e 1189mm, tendo a área de 1m2, conforme norma NBR -
5984/1980 (DIN 476). Do formato básico, derivam os demais formatos.

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Dobramento do Papel

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Instrumentos para Desenho Técnico

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Legenda

A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos: A3, A2, A1 e A0, ou ao
longo da largura da folha de desenho no formato A4.

A legenda consiste de:


1. Título do desenho
2. Número
3. Escala
4. Empresa
5. Data e Nome
6. Revisão
7. Descrição dos componentes:
 quantidade
 denominação
 peça
 material, normas, dimensões

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Caligrafia Técnica

Uma das mais importantes condições do desenho técnico é a caligrafia simples


perfeitamente legível, e facilmente desenhável. Adotamos a Caligrafia Técnica,
cujas letras e algarismos são inclinados para a direita, formando um ângulo de
75° com a linha horizontal.

Exercícios de aplicação de Caligrafia Técnica:

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LINHAS CONVENCIONAIS PARA DESENHO


TÉCNICO
A linhas de qualquer desenho devem ser feitas todas a lápis, ou nanquim,
uniformemente negras, densas e nítidas. Ao analisarmos um desenho, notamos
que ele apresenta linhas de tipos e espessuras diferentes. O conhecimento
destas linhas é indispensável para a interpretação dos desenhos.

São necessárias duas espessuras de linhas: Larga e Estreita. A larga de


espessura livre, e a estreita com metade da espessura da larga.

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Na tabela A1 abaixo mostra os exemplos de linhas, seus traçados e aplicação:

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Exemplo de Aplicação das Linhas:


A. Contorno visível
B. Linha de cota
C. Linha de chamada ou extensão
D. Linha de chamada ou extensão
E. Linha de Hachura
F. L. Contorno de peça adjacente
G. L. Contorno de Seção
H. L. Ruptura curta (Corte parcial)
J. L. Contorno não-visível
K. Linha de centro
L. L. Posição extrema de peça móvel
M. L. Corte (Plano de corte)

Algumas considerações referentes aos traçados das linhas


A aparência de um desenho perfeito pode ser prejudicada por linhas de centro e
de simetria descuidadamente produzidas.
Tente observar as seguintes regras simples:
1) Certifique-se de que os traços e os espaços de uma linha tracejada tenham o
mesmo comprimento por toda ela. Um traço de cerca de 3mm seguido por um
espaço de 2mm produzirão uma linha tracejada de boa proporção.

2) Onde são definidos centros, então as linhas (de centro) deverão cruzar-se em
trechos contínuos e não nos espaços.

3) As linhas de centro não devem estender-se para os espaços entre as vistas e


também não devem terminar em outra linha do desenho;

4) Quando um ângulo é formado por linhas de simetria, traços longos devem-se


interceptar e definir o ângulo;

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5) Geralmente, as linhas tracejadas que representam um detalhe não-visível devem


tocar uma linha externa sem interrupção, como mostrado abaixo. As tracejadas
também se encontram e se cruzam, e a junção deve ser arranjada como um “T” ou
um “X”.

Exercícios:
1. Denomine cada tipo de linha (conforme tabela A1), assinalada por números
no desenho abaixo:

2. Escreva os nomes e tipos de linhas assinaladas por letras no desenho:

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CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS

Geometria Elementar
A geometria elementar fundamenta-se em quatro entes geométricos aceitos sem
definições:

1. Ponto: ٜA
2. Reta: ______________ r

α
3. Plano (superfície):

4. Espaço (volume):

Ângulos Geométricos
É a reunião de duas semi-retas de mesma origem e não colineares. Um ângulo
pode ser medido por meio de um instrumento chamado transferidor. As unidades
de medida para ângulo são: grau(°), radianos e grad ianos.
 Ângulos Consecutivos: Ângulos que possuem o mesmo vértice e um lado
comum.
 Ângulos Adjacentes: dois ângulos consecutivos que não possuem ponto
interior comum
 Ângulo Reto: o ângulo é igual a 90°.
 Ângulo Agudo: o ângulo é menor que 90°.
 Ângulo Obtuso: o ângulo é maior que 90° e menor qu e 180°.
 Ângulos Complementares: a soma de dois ângulos adjacente é 90°.
 Ângulos Suplementares: a soma de dois ângulos adjacente é 180°.

Circunferência
É um conjunto de todos os pontos de um plano cuja distância a um ponto fixo
desse plano é uma constante positiva. A circunferência é traçada por um
instrumento chamado compasso.
O Círculo ou Disco é a reunião de uma circunferência e seu interior.

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Retas Perpendiculares e Retas Paralelas


Duas retas são perpendiculares quando são concorrentes e formam quatro
ângulos retos.

Duas retas são paralelas quando estão no mesmo plano e não se cruzam;

Mediatriz é uma reta a um segmento de reta que divide este segmento em duas
partes iguais;

A reta m é a mediatriz do segmento de


reta AB. Os segmentos de reta AM e MB
têm a mesma medida. O ponto M chama-
se ponto médio do segmento de reta AB.

Bissetriz é uma semi-reta que tem origem no vértice de um ângulo e divide o


ângulo em duas partes iguais.

A semi-reta r é a bissetriz do ângulo A

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Polígono é toda figura plana fechada. Os polígonos regulares têm todos os lados
e ângulos iguais. O polígono regular é inscrito quando desenhado com os
vértices numa circunferência.

Quadrado Quadrado inscrito Quadrado circunscrito

Elementos Fundamentais da Geometria plana

Linhas tangentes são linhas que têm um só


ponto em comum e não se cruzam. O ponto em
comum às duas linhas é chamado ponto de
tangência. Os centros das duas circunferências e
o ponto de tangência ficam na mesma reta.

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O raio da circunferência e a reta são


perpendiculares no ponto de tangência.

Concordância de duas linhas é a ligação dessas duas linhas com um arco de


circunferência. A circunferência utilizada para fazer a ligação é tangente às duas
linhas.

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Problemas de Construções geométricas Fundamentais

Concordância
A concordância pode acontecer entre uma reta e um arco ou entre dois arcos.
As concordâncias nada mais são do que tangências em que o ponto de tangência
passa a se chamar ponto de concordância.

Propriedades
Para que um arco concorde com uma reta é necessário que o ponto de
concordância e o centro do arco estejam numa mesma perpendicular à reta (a
reta S é tangente ao arco no ponto C).

Dois arcos estão em concordância quando os centros dos arcos e o ponto de


concordância estão numa mesma reta.

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Aplicação de Concordância - Exercícios

1º PROBLEMA
Concordar n arcos de circunferências com um segmento de reta:

Dados:
AB = 55mm
O1B = 15mm
O2B = 30mm
O3B = 10mm

1º passo: Pela extremidade B de AB, traçamos uma perpendicular;


2º passo: Sobre a perpendicular marcamos os pontos O1, O2, O3,..., centros dos
arcos concordantes;
3º passo: Com o compasso em O1 e raio O1B, traçamos o primeiro arco e, assim,
sucessivamente, obtemos os arcos que concordam com o segmento dado;

2º PROBLEMA
Concordar duas retas paralelas com um arco de circunferência.

1º passo: Traçamos uma perpendicular que corta as retas paralelas em A e B.


2º passo: Traçamos a mediatriz de AB. O ponto médio desse segmento será o
centro do arco concordante.
3º passo: Com centro em O e raio AO ou OB, traçamos o arco que irá concordar
com as duas retas, s e t.

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3º PROBLEMA
Concordar duas semi-retas paralelas, orientadas em sentido contrário e cujas
origens estão numa mesma perpendicular, com dois arcos de circunferência.
1º caso: Os arcos têm raios com medidas iguais.

1º passo: Traçamos a perpendicular que corta as retas paralelas em A e B.


2º passo: Traçamos a mediatriz de AB e determinamos o ponto médio C de AB
3º passo: Traçamos as mediatrizes de CB e CA e determinamos seus pontos
médios O1 e O2, centros dos arcos CB e CA, respectivamente.
4º passo: Com centro em O1 e raio O1C ou O1B, traçamos o primeiro arco.
5º passo: Com centro em O2 e raio O2C ou O2A, traçamos o segundo arco.

2º caso: Os arcos têm raios com medida diferentes.

1º passo: Traçamos a perpendicular que corta as retas paralelas em A e B.


2º passo: Marcamos um ponto C qualquer na perpendicular, de modo que AC <
BC.
3º passo: Traçamos as mediatrizes de AC e BC e determinamos os seus pontos
médios, O1 e O2, centros dos arcos CB e CA, respectivamente.
4º passo: Com centro em O1 e raio O1C ou O1B, traçamos o primeiro arco.
5º passo: Com centro em O2 e raio O2C ou O2A, traçamos o segundo arco.
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4° PROBLEMA
Concordar duas retas concorrentes, desconhecendo o vértice do angulo por elas
formado, com um arco de circunferência.

1º passo: Construímos um ângulo auxiliar que tenha seus lados paralelos e


eqüidistantes das retas dadas.
2º passo: A intersecção de r’ e s’ determina O, centro do arco concordante.
3º passo: Traçamos as perpendiculares AO e OB às retas r e s.
4º passo: Com centro em O e raio AO ou OB, traçamos o arco concordante;

5° PROBLEMA
Dadas duas retas, a e b, concordá-las por meio de um arco que seja tangente a
uma terceira reta c.

1º passo: Traçamos a bissetriz dos ângulos formados pelas retas a e c e pelas


retas b e c conforme a figura.
2º passo: No encontro dessas bissetrizes, determinamos o ponto O, centro do
arco concordante.
3º passo: Traçamos uma perpendicular de O, em relação à reta c.
4º passo: Com centro em O e raio OP, traçamos o arco de concordância pedido.
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6° PROBLEMA
Concordar, no ponto B de um arco AB dado, outro arco que passe pelo conto C.
1º caso: Os arcos têm o mesmo sentido.

1º passo: Unimos B a C traçamos a sua mediatriz.


2º passo: Unimos O a B e prolongamos até encontrar a mediatriz BC,
determinando o ponto D. Portanto, D é centro do arco concordante.
3º passo: Com centro em D e raio DB, traçamos o arco concordante pedido.

2º caso: Os arcos têm sentido contrário.

1º passo: Unimos B a C traçamos a sua mediatriz.


2º passo: Unimos O a B e prolongamos até encontrar a mediatriz BC,
determinando o ponto D. Portanto, D é centro do arco concordante.
3º passo: Com centro em D e raio DB, traçamos o arco concordante pedido.

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7° PROBLEMA
Concordar dois arcos dados, conhecendo-se seus centros, com outro arco,
sabendo que A é o ponto de concordância com o primeiro arco.

1º passo: Unimos o centro O ao ponto A e marcamos AB igual ao raio do outro


arco (AB=r1).
2º passo: Unimos B a O1 e determinamos a sua mediatriz que corta o
prolongamento de AB em C. Portanto, C é o centro do arco concordante.
3º passo: Com centro em C e raio CA, traçamos o arco procurado.

8° PROBLEMA
Concordar uma reta com um arco dela afastado, conhecendo-se o raio do
segundo arco, medida (r) = 2,5cm.

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1º passo: Traçamos uma reta r’ auxiliar e paralela à reta r, cuja distância entre
elas seja igual ao raio dado.
2º passo: Traçamos um arco auxiliar de centro O1 e raio igual à soma dos raios
dos dois arcos.
3º passo: O arco auxiliar corta r’ em O2, que é o centro do arco concordante
procurado.
4º passo: A partir de O2, traçamos uma perpendicular à reta r e determinamos o
ponto P.
5º passo: Com centro em O2 e raio O2P traçamos o arco concordante pedido.

Exercícios:
1. Completar as constuções geométricas conforme o que se pede:

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2. Fazer os desenhos geométricos abaixo, em Folha A4, manter as


construções geométricas:

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3. Desenhar a parte faltante da peça abaixo, aplicando as regras de


concordâncias:

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PERSPECTIVAS
Denominam-se perspectivas as formas de projeções sobre um único plano, isto é,
representações convencionais, nas quais a terceira dimensão é representada,
girando o objeto de tal modo, que suas três faces fiquem visíveis. Juntamente
com as vantagens desse método, surgem alguns inconvenientes sérios, que
limitam seu emprego: a deformação de alguns elementos.
 Somente determinadas linhas podem ser medidas;
 A sua execução requer muito tempo, principalmente quando se trata de
linhas curvas;
 É difícil a indicação de algumas cotas.
Mas, mesmo com estes inconvenientes, o conhecimento desse processo de
representação é aconselhável.
No desenho mecânico, conforme normalização, a representação de peças em
axonometria convém limitar-se a perspectiva isométrica, por ser esta a mais
simples de todas, na qual as três faces, teoricamente, sofrem redução igual.
No emprego corrente não se leva em conta essa redução das medidas adotando-
se para a sua construção as dimensões reais da peça.
O desenho em perspectiva mostra a peça ou objeto como ele aparece aos olhos
do observador, dando uma idéia clara de sua forma. Sendo um desenho
ilustrativo, a perspectiva é facilmente compreensível aos leigos, o que não
acontece com o desenho técnico. Veja a comparação abaixo:

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Perspectiva Axonométrica
É teoricamente uma projeção ortogonal sobre um único plano, sendo que o objeto
ou peça, é colocado de modo a mostrar suas três faces.
Exemplo - Imagine-se um plano vertical a sua frente, tendo um cubo com uma das
faces paralela ao plano. A projeção dessa face sobre o plano será um quadrado.

Gira-se o cubo em torno de um eixo, num ângulo menor de 90º e a vista de frente
representará duas faces de tamanho reduzido.

Desta posição incline-se o cubo para frente em um ângulo menor que 90º. As três
faces serão agora visíveis na vista de frente. Assim, deduz-se que o objeto pode
tomar infinitas posições, originando um número infinito de perspectivas
axonométricas. Porém, somente algumas são usadas nos desenhos, tais como:
isométrico, dimétrica, trimétrica, cavaleira e exata.

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Perspectiva Trimétricas
Neste processo as reduções são desiguais para os três eixos. Geralmente é
pouco usada e não se emprega nos Desenhos Técnicos.

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Perspectiva Isométrica
Nos desenhos em perspectiva isométrica, os três eixos isométricos formam, entre
si, ângulos de 120º. Os eixos oblíquos formam, com a horizontal, ângulos de 30º
que podem ser traçados com o auxilio do esquadro de 30º/60º.
O dimensionamento é feito sobre as linhas isométricas, e estas não sofrem
redução nos seus comprimentos.
Abaixo, as fases de execução do desenho em perspectiva isométrica de uma
peça composta por superfícies planas.

Posição dos Eixos Isométricos


Os eixos isométricos podem ocupar quatro diferentes posições, proporcionando a
possibilidade de se mostrar a peça vista por cima (A), vista por baixo (B), vista
pela direita (C) ou pela esquerda (D). A posição mais adequada deve ser aquela
que esteja mais bem relacionada com a projeção ortogonal da peça, isto e, com a
sua posição de trabalho.

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Linha não Isométrica


São as linhas não paralelas aos eixos isométricos. Estas linhas não se
apresentam em perspectiva nas suas verdadeiras grandezas e devem ser
traçadas através de linhas isométricas auxiliares, como mostra o exemplo abaixo:

Perspectiva Isométrica de Circunferências e de Arcos


São geralmente representados pela elipse isométrica, cujo traçado oferece
exatidão suficiente para os trabalhos comuns.

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Grade Isométrica

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Exercícios:
1. Completar a perspectiva isométrica de circunferências:

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2. Desenhe a peça abaixo em Perspectiva Isométrica, em folha A4, em


Escala 1:1.

3. Faça os desenhos abaixo em Perspectiva Isométrica, em folha A4, em


Escala 2:1. (Tirar a medida no próprio desenho). Obs.: Os desenhos estão em
perspectiva cavaleira.

a) b)

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PROJEÇÃO ORTOGONAL - NBR10067/MAIO-1995


E o método de se representar à forma exata de uma peça, por meio de duas ou
mais projeções, sobre planos que geralmente se encontram formando ângulos
retos. Essas projeções são obtidas através de perpendiculares que partindo da
peça vão até os referidos planos.

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Consiste em se representar a forma exata de


uma peça ou objeto, por meio de projeções
perpendiculares a um único plano (folha de
papel). Essas projeções são obtidas através
de giros a 90º da peça, partindo da posição
principal(Vista Frontal), para baixo (Vista
Superior) e para a direita (Vista Lateral
Esquerda).
Quando necessário, partindo da vista
principal, pode-se obter outras projeções,
girando a peça para cima e para esquerda
(Vista Lateral Direita).

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DIEDROS
Cada diedro é a região limitada por dois semiplanos perpendiculares entre si. Os
diedros são numerados no sentido anti-horário.

O método de representação de objetos em dois semiplanos perpendiculares entre


si, criado por Gaspar Monge, é também conhecido como método mongeano.
Atualmente, a maioria dos países que utilizam o método mongeano e adotam a
projeção ortográfica no 1º diedro.
No Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1º diedro.
Entretanto, alguns países, por exemplo, os Estados Unidos e o Canadá,
representam seus desenhos técnicos no 3º diedro. Ao ler e interpretar desenhos
técnicos, o primeiro cuidado que se deve ter é identificar em que diedro está
representado o modelo. Esse cuidado é importante para evitar o risco de
interpretar errado as características do objeto.
Para simplificar o entendimento da projeção ortográfica passaremos a representar
apenas o 1ºdiedro o que é normalizado pela ABNT.
Chamaremos o semiplano vertical superior de plano vertical. O semiplano
horizontal anterior passará a ser chamado de plano horizontal.
Ao interpretar um desenho técnico procure identificar, de imediato, em que diedro
ele está representado. O símbolo abaixo indica que o desenho técnico estará
representado no 1º diedro.
Este símbolo aparece no canto inferior direito da folha de papel dos desenhos
técnicos, dentro da legenda.

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Quando o desenho técnico estiver representado no 3ª diedro, você verá este


outro símbolo:

Cuidado para não confundir os símbolos! Procure gravar bem, principalmente o


símbolo do 1ºdiedro, que é o que você usará com mais freqüência.

Exemplo de algumas figuras geométricas, representadas em três vistas

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Exercícios:
1. A partir da Perspectiva abaixo, completar as Vistas Ortográficas, a mão
livre.

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2. A partir da Perspectiva abaixo, completar as Vistas Ortográficas.

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3. Para cada projeção existe 4 perspectivas, sendo uma certa. Escreva dentro
dos círculos, a letra da perspectiva correspondente.

4. Interpretação de desenho técnico: Projeções:Observe as projeções e


responda o questionário que se segue:
a) Quais os números e letras que indicam as linhas de contornos não visíveis na
Vista Frontal?
b) Quais os números e letras que indicam as linhas de contornos visíveis na Vista
Frontal?
c) Que letra na VLE corresponde à letra K, da Vista Frontal?
d) Que número na Vista Superior corresponde ao numero 4, da VLE?
e) Que letra na VLE corresponde ao número 5, da Vista Frontal?
f) Que número na Vista Superior corresponde à letra Y, na VLE?

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5. Fazer a interpretação do desenho, respondendo as questões.


a) Qual é o nome da vista 1 e 2?
b) Que linha está representada por A, C, D, 3, 16?
c) Que letra na vista 2, corresponde ao número 1, da vista 1?
d) Que número na vista 1, corresponde ao número 14, da vista 2?
e) Que letra na vista 2, corresponde ao número 7, da vista 1?
f) Que número na vista 1, corresponde ao número 4, da vista 2?
g) Que número na vista 2, corresponde à letra E, da vista 1?
h) Que letra na avista 2, corresponde ao número 6, da vista 1?
i) Que letra na vista 2, corresponde ao número 2, da vista 1?
j) Que números na vista 2, correspondem à letra J, da vista 1?
k) Que letra na vista 1, corresponde à letra K, da vista 2?
l) A letra M, na vista 1, representa um furo rebaixado. Qual o número na mesma vista
representa o outro furo rebaixado?
m) O número 5, na vista 2, representa um rebaixo. Qual a letra na vista 1 representa o
rebaixo?

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6. Para as Perspectivas Isométricas abaixo, fazer as Vistas Essenciais.


Utilize Folha A4 e use instrumentos.

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ESCALA
Escala é a proporção definida existente entre as dimensões de uma peça e as do
seu respectivo desenho.
O desenho de um elemento de máquina, conforme norma NBR 8196/1983
(DIN 823) pode estar em:
- escala natural 1 : 1
- escala de redução 1 : 5
- escala de ampliação 2 : 1

Na representação através de desenhos executados em escala natural (1 : 1), as


dimensões da peça correspondem em igual valor às apresentadas no desenho.

Na representação através de desenhos executados em escala de redução, as


dimensões do desenho se reduzem numa proporção definida em relação às
dimensões reais das peças.

Na escala 1 : 2, significa que 1mm no desenho corresponde a 2mm na peça real.

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Na representação através de desenhos executados em escala de ampliação, as


dimensões do desenho aumentam numa proporção definida em relação às
dimensões reais das peças.

Na escala 5 : 1, significa dizer que 5mm no desenho correspondem a 1mm na


peça real.

Exercícios:
1. Complete o quadro abaixo:

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2. Desenhe a peça em Escala 1:2,5 em duas vistas (Superior e Frontal):

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3. Desenhe a peça abaixo em duas vistas(Superior e Frontal) em escala


1:2,5.

DIMENSIONAMENTO / COTAGEM
Os desenhos devem conter todas as cotas necessárias, de maneira a permitir a
completa execução da peça, sem que para isso seja preciso recorrer à medição
no desenho.
Regra geral, a cotagem deve ser iniciada pelas medidas externas da peça
conforme o desenho abaixo:

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Para a cotagem de um desenho são necessários três elementos:

a) Linhas de Cota
b) Linhas de Chamada ou Extensão
c) Valor Numérico ou Cota

Observações:
As cotas devem ser distribuídas nas três vistas, podendo ser colocadas dentro ou
fora dos elementos que representam.
As linhas de extensão não devem tocar no desenho.

Exercícios:
1. Faça a Cotagem das Peças abaixo: (Use instrumentos). Tire as medidas
diretamente nos desenhos.

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Cotagem por meio de faces de referência


( Faces A e B)

Cotagem de ângulos e chanfros

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2. Faça a cotagem por meio da face de referência A. Use os instrumentos e


não coloque os valores numéricos.

3. Faça a cotagem somente dos ângulos e chanfros. Use os instrumentos e


coloque os valores numéricos.

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Cotagem de espaços reduzidos

Cotagem de raios, arcos e cordas

OBS.: Quando a cota do raio for maior ou menor que a dimensão, ou não tiver o
centro definido, coloca-se R, antes do valor numérico.

Cotagem de diâmetros

Caso necessário, as linhas de extensão podem ser traçadas obliquamente, mas


paralelas entre si.

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Cotagem de furos igualmente espaçados

Cotagem de elementos esféricos

Algumas Normas de cotagem


Evite a colocação de cotas inclinadas no espaço hachurado a 30°

Não use as linhas de centro e eixos de simetria


como linhas de Cota, pois elas substituem as
linhas de extensão.

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4. Faça a Cotagem dos seguintes Elementos:


Raios
Diâmetros
Elementos Cônicos
Espaços Reduzidos
Elementos Esféricos
Furos Igualmente Espaçados
Utilize os instrumentos e não coloque os valores numéricos.

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5. Desenhe as projeções das peças abaixo (Use instrumentos). Faça a


cotagem completa.

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6. Desenhe as projeções das peças abaixo (Use instrumentos). Faça a


cotagem completa. Utilize folhas formato A4.

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CORTES, SEÇÕES E ENCURTAMENTO


Os CORTES são utilizados em peças ou conjuntos com a finalidade de
representar de modo claro, os detalhes internos visto que, através das vistas
normais, esses mesmos detalhes seriam de difícil interpretação, ou mesmo
ilegível.
Uma projeção mostrada em corte, além de mostrar o material empregado na
confecção da peça, facilita a leitura de detalhes internos, seu funcionamento e
simplifica a colocação de cotas.

Corte Total
O corte quando representado em toda a extensão da peça, é considerado Corte
total ou pleno.

As superfícies atingidas pelo corte foram sombreadas com a finalidade de


proporcionar melhor visualização.

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Nos desenhos mecânicos, o sombreado das superfícies atingidas pelo corte é


substituído por HACHURAS.

Hachuras
De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), hachuras
são traços finos eqüidistantes e paralelos e representam em traçado
convencional, os materiais utilizados na construção de peças e máquinas.
Para cada material existe uma hachura determinada, traçada com inclinação de
45° em relação à base ou ao eixo da peça.

Quando o corte atinge duas ou mais peças, as superfícies dessas peças são
hachuradas em posição inversas uma da outra, respeitando-se as convenções do
hachurado.

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Os cortes são representados em três planos conforme demonstra a figura abaixo.


A direção do corte foi mostrada nos desenhos, por LINHAS DE CORTE cujas
setas indicam o sentido em que as peças foram observadas.

Obs: A expressão: Corte AB, é colocada em baixo da vista hachurada.


As vistas não atingidas pelo corte, permanecem com todas as linhas.
Na vista hachurada, as linhas tracejadas poderão ser omitidas, desde que
não dificulte a leitura do desenho.

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1. Observe os desenhos abaixo e faça os exercícios conforme indicação:

Coluna A: - As peças estão mostradas em perspectiva.


Coluna B: - Faça o sombreamento das superfícies atingidas pelos cortes.
Coluna C: - Hachure de acordo com o material indicado, utilizando o
Esquadro de 45 graus.

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2. Desenhe a peça abaixo em escala 1:2,5. Represente os cortes indicados e


faça a Cotagem:

3. Desenhe as projeções da peça abaixo, representado o corte AB indicado.

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4. Desenhe as projeções da peça abaixo, representando um corte transversal.

5. Desenhe as projeções da peça abaixo, representando um corte


longitudinal.Utilize folha formato A4.

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Corte Composto
A direção do corte, normalmente, passa pelo eixo principal da peça, mas pode
também, quando isso se fizer necessário, mudar de direção para atingir detalhes
situados fora do eixo e que devam ser mostrados em corte. Este corte é chamado
CORTE EM DESVIO.
A mudança de direção do corte não deve ir além de 90°. Veja os exemplos
abaixo:

Obs: Neste tipo de corte, também as linhas tracejadas da vista cortada poderão
ser omitidas.

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Exercícios:
1. Nos desenhos abaixo foram feitos cortes em desvios. Indique as
respectivas linhas de corte e complete os desenhos com o hachurado
convencional.

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2. Desenhe as peças abaixo em duas vistas, aplicando corte em desvio.


Material: - Aço. Utilize folhas formato A4.

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Meio Corte
Meio corte é empregado às vezes no desenho de peças simétricas, onde somente
meia vista aparece em corte. Apresenta, ainda, a vantagem de indicar em uma só
vista, a parte interna e extrema da peça. Na parte não cortada as linhas
interrompidas são omitidas.
As linhas de cota, para dimensionar os elementos internos, devem ultrapassar
alguns milímetros o eixo de simetria e levam seta somente na extremidade que
toca o contorno ou a linha de extensão.

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Exercícios:
1. Complete os exercícios abaixo, de acordo com o exemplo representado na
coluna horizontal A.

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2. Desenhe as projeções das peças abaixo, representando o meio-corte.


Utilize folhas formato A4.

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3. Desenhe a peça abaixo em escala 1:5. Represente o Meio-Cortre e faça a


Cotagem:

4. Desenhe as projeções da peça abaixo, representando meio-corte em


Escala: 1:1.

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Corte Parcial
CORTE PARCIAL é aquele representado sobre parte de uma vista, para mostrar
algum detalhe interno da peça, evitando com isso o corte total. Observe que
apenas uma parte da peça foi considerada “cortada”. Este é limitado por uma
linha de ruptura.

Obs: Neste caso, permanecem as linhas tracejadas correspondentes aos detalhes


não visíveis, na parte não atingida pelo corte parcial.

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Exercícios:
1. Aplique corte parciais no próprio desenho abaixo:

2. Desenhe duas vistas (Superior e Frontal) da perspectiva abaixo, aplicando


cortes parciais. Material: - Aço.

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3. Desenhe as projeções da peça abaixo, aplicando cortes parciais. Utilize


papel formato A3.

Omissão de Cortes
Tanto nos desenhos de peças isoladas como nos desenhos de conjuntos, existem
elementos que, mesmo situados na linha de corte, não são hachurados,
possibilitando melhor interpretação dos desenhos. Elementos tais como:
parafusos, eixos, rebites, porcas, chavetas, pinos, nervuras e braços.

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Obs: A linha tracejada situadas além da linha de corte, não é traçada, salvo
quando necessárias à compreensão da peça.

Exercícios:
1. Desenhe a peça abaixo, aplicando corte longitudinal, aplicando omissão
nas nervuras. Material: - Ferro. Utilize folhas formato A4.

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2. Desenhe a peça abaixo, em 3 vistas, aplicando dois cortes com omissão.


Material: - Aço. Utilize folhas formato A3.

3. Desenhe a peça abaixo, em 3 vistas, aplicando dois cortes com omissão.


Material: - Aço. Utilize folhas formato A3.

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Seções
O modo mais prático e simples de indicação de perfis ou partes de peça, e
através do uso de Seções. Evitam-se, assim, vistas desnecessárias que nem
sempre identificam com clareza a forma da peça.

Seção traçada sobre a vista


São executados diretamente sobre a vista com linha fina continua, permitindo o
recurso prático e satisfatório, de se representar o perfil de certas partes de uma
mesma peça, tais como: nervuras, braços de volante, perfilados, etc. O eixo da
seção é sempre perpendicular ao eixo principal da peça ou da parte secionada.

Seção traçada na interrupção da vista


Quando as linhas de contorno da peça interferem na clareza da seção, a vista
pode ser interrompida por linhas de ruptura, deixando espaço suficiente para a
representação da seção, que neste caso será desenhada com linha grossa
contínua.

Seção traçada fora das vistas


Tem a mesma finalidade da seção anterior. Entretanto, em lugar de serem
desenhadas sobre a vista, são elas desenhadas fora da vista, com linha grossa
contínua e em posição que facilite a colocação das cotas. A direção do
seccionamento deve ser indicada por linha grossa traço-ponto, como no caso de
cortes.

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Exercícios:
1. Desenhe duas projeções da peça abaixo, aplicando seção interrompendo a
vista. Utilize folha formato A4.

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2. Desenhe duas projeções (Frontal e Superior) da peça abaixo, aplicando


seção traçada sobre da vista. Material: - Aço.

Encurtamento (rupturas)
Peças simples, porém longas (como chapas, aço em barras, tubos para fins
diversos), não precisam ser desenhadas em escala muito reduzida para caber em
papel de formato habitual. Economiza-se espaço e tempo, empregando rupturas.
Quebra-se imaginariamente a peça nos dois extremos e removem-se a parte
quebrada, aproximando as extremidades partidas. O comprimento será dado pela
cota real.

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Obs.: Só poderemos representar encurtamento em peças, quando na parte que


se imaginar retirada, não contiver detalhes que precisem ser representados.

Exercícios:
1. Assinale com um X a representação correta de ruptura nos desenhos
abaixo:

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2. Complete, nos desenhos abaixo, a representação correta de encurtamento.

Nos cortes de partes muito finas como chapas, guarnições, juntas e estruturas
metálicas, as superfícies a serem hachuradas, têm representação convencional,
que consiste no enegrecimento total, conforme exemplos abaixo:

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PROJEÇÕES ESPECIAIS

Redução de Vistas
Emprego dos sinais convencionais para simplificação dos desenhos de peças de
forma diversas, com supressão de vistas.
Nos exemplos dados, observa-se, fase por fase, a eliminação das vistas
consideradas supérfluas, concluindo-se que uma só vista é suficiente para o
desenho ser lido e interpretado sem nenhuma dificuldade.

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Vista Única
As peças planas, como placas, juntas, guarnições, desde que não apresentem
elementos que forcem a representação de uma Segunda vista, podem ser
desenhadas em uma só vista, sendo a espessura anotada, de preferência, dentro
do desenho, quando para isso houver espaço suficiente.

Exemplos:

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Vista Lateral Direita


Nos casos em que, o maior número de detalhes visíveis estiverem colocados no
lado direito da peça, usa-se a Vista Lateral Direita, que será projetada à esquerda
da Elevação. Veja o exemplo:

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Exercícios:
1. Complete as projeções abaixo, desenhando a Vista Lateral Direita. Use
instrumentos.

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Vistas Laterais - Direita e Esquerda


Em certos casos há necessidade de se usar duas vistas laterais, para melhor
esclarecimento de detalhes importantes existentes na peça. Quando isso
acontece, as linhas interrompidas desnecessárias podem ser omitidas.

Veja o exemplo:

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Exercícios:
1. Coloque em baixo de cada vista, as iniciais correspondentes:
Elevação = E Vista Lateral Esquerda = VLE
Planta = P Vista Lateral Direita = VLD

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2. Desenhe a Elevação, Planta e as duas Vistas Laterais. Use Folha Formato


A4. Use instrumentos. Escala 1:1.

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Vista Auxiliar Simplificada


Forma que auxilia a representação da peça em uma única vista, através de traços
finos, onde complementa o desenho através de detalhes que não ficaram
esclarecidos na vista apresentada.

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Exercícios:
1. Desenhe as peças abaixo em vista única, aplicando Vista Auxiliar
Simplificada. Escala 1:1 . Utilize Papel Formato A4.

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Projeção com Rotação


Peças com partes ou detalhes oblíqüos, são representadas convencionalmente,
fazendo-se a rotação dessas partes sobre o eixo principal, evitando-se, assim, a
projeção deformada desses elementos.

Exemplos:

Essas mesmas peças, têm sua representação em corte, facilitada com o


deslocamento em rotação dessas partes sobre o eixo principal.

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______________________________________________________

Exercícios:
1. Desenhe duas vistas de cada peça abaixo, aplicando a ROTAÇÃO DE
DETALHES OBLÍQUOS. Escala 1:1. Utilize papel formato A4.

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2. Desenhe duas vistas de cada peça abaixo, aplicando a PROJEÇÃO com


ROTAÇÃO. Escala 1:1. Utilize papel formato A4.

3. Desenhe duas vistas de cada peça abaixo, aplicando a PROJEÇÃO com


ROTAÇÃO, em meio-corte. Escala 1:1. Utilize papel formato A4. Material: Ferro.

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4. Desenhe duas vistas de cada peça abaixo, aplicando a PROJEÇÃO com


ROTAÇÃO, em meio-corte. Escala 1:1. Folha A4. Material: Ferro.

Vistas Auxiliares
As peças com superfícies inclinadas devem ter suas formas verdadeiras
representadas do modo mais claro possível. Isto somente poderá ser obtido,
mediante o emprego de VISTAS AUXILIARES, imaginando-se uma projeção
sobre um plano auxiliar. A vista não só revela a forma exata da superfície
inclinada da peça, como também dispensa muitas vezes, uma ou mais vistas
complementares.

OBS.: As vistas auxiliares são vistas parciais. Elas mostram, apenas, os detalhes
que seriam apresentados deformados.

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Exercícios:
1. Desenhe a Planta, Elevação (parcial) e uma Vista Auxiliar das peças
abaixo. Escala: 1:1. Utilize folha A4.

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2. Desenhe a Elevação, Planta em Corte A-B e uma Vista Auxiliar da


superfície Oblíqua. Escala 1:1. Material: Aço. Utilize folha de Formato A4

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Projeção em 3º Diedro
A projeção ortogonal abaixo é conhecida como “Sistema norte-americano de
projeção”. A projeção é representada em 3º Diedro, adotado oficialmente pelas
normas norte-americanas, ASA (American Standards Association), sendo
empregado nos Estados Unidos e Canadá. No Brasil, é utilizado apenas por
indústrias de origem norte-americanas e Canadá.

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Comparação entre as Projeções no 1º e 3° Diedro

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Exercícios:
1. Desenhe, em 3º Diedro, as projeções das peças abaixo. Utilize papel
Formato A4.

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SIMBOLOGIA
Os sinais convencionais são usadas nos desenhos com a finalidade de simplificar
sua leitura, e de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), o símbolo deve ser colocado sempre antes dos valores numéricos das
cotas.

1) Ø - SINAL INDICATIVO DE DIÂMETRO


Usado na indicação de partes cilíndricas e nas vistas onde as seções circulares
das mesmas não estejam bem caracterizadas.

2) - SINAL INDICATIVO DE QUADRADO


Usado na indicação de elementos de forma quadrada.

3) DIAGONAIS CRUZADAS
Duas diagonais cruzadas traçadas com linha estreita-cheia, são usadas na:
Representação de espigas de seção quadrada;
Representação de superfícies planas em peças cilíndricas.

4) SINAIS INDICATIVOS DE PERFILADOS


Estes sinais são empregados sempre antes da designação de bitola nos materiais
perfilados.
Ø Redondo duplo “T” # número de bitolas
Quadrado T “T” em chapas e fios.
Chato [ “U”
 Cantoneira “Z”
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Exemplos de Aplicação:
Ø ½” x 100mm
¼” x 1” x 120mm
 2” x 2” x 3/16”x 350mm

5) REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE CONFIGURAÇÕES COMUNS:

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6) REPRESENTAÇÃO DE ROSCAS
O quadro abaixo mostra os tipos mais comuns de roscas, os símbolos indicativos,
os perfis e exemplos de indicações para cotagem dos desenhos.

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7) SOLDAGEM – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL

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SINAIS DE USINAGEM / RUGOSIDADE

Acabamento de Superície
Na usinagem de peças mecânicas, há a necessidade de se identificar o grau de
acabamento das suas superfícies. De acordo com as normas estabelecidas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os sinais de usinagem são
indicados conforme abaixo:

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1 - Se todas as superfícies de uma peça devem ser da mesma qualidade, o sinal


convencional deve ser um só e estar situado no ângulo superior-direito ao lado do
número de circunferência.

2 - Se um determinado sinal convencional se refere à maioria das superfícies da


paca, mas não a todas, o sinal corresponde é colocado como no caso dos demais
sinais colocados entre parênteses. Todavia, esses sinais devem ser também
indicados no desenho sobre as linhas de contorno a que se referem.

3 - Os sinais convencionais de usinagem das superfícies dos flancos dos dentes


de engrenagem e de filetes de roscas, representados esquematicamente vêm
colocados sobre a circunferência primitiva desses elementos.

4 - Os sinais convencionais de usinagem devem ter, pela norma, as dimensões:

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Exercícios:
Qual o tipo de acabamento utilizado nas superfícies indicadas pelas letras:

Rugosidade - Indicação de Estado de Superfície


O desenho técnico, além de mostrar as formas e as dimensões das peças,
precisa conter outras informações para representá-las fielmente. Uma dessas
informações é a indicação dos estados das superfícies das peças.

Acabamento é o grau de rugosidade observado na superfície da peça. As


superfícies apresentam-se sob diversos aspectos, a saber: em bruto,
desbastadas, alisadas e polidas.
Superfície em bruto é aquela que não é usinada, mas limpa com a eliminação de
rebarbas e saliências.
Superfície desbastada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são
bastante visíveis, ou seja, a rugosidade é facilmente percebida.
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Superfície alisada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são


pouco visíveis, sendo a rugosidade pouco percebida.
Superfície polida é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são
imperceptíveis, sendo a rugosidade detectada somente por meio de aparelhos.
Os graus de acabamento das superfícies são representados pelos símbolos
indicativos de rugosidade da superfície, normalizados pela norma NBR 8404 da
ABNT, baseada na norma ISO 1302.
Os graus de acabamento são obtidos
por diversos processos de trabalho e
dependem das modalidades de
operações e das características dos
materiais adotados.
Rugosidade é erro microgeométrico
existente na superfície da peça.
Com a evolução tecnológica houve a necessidade de se aprimorarem as
indicações dos graus de acabamento de superfícies. Com a criação de aparelhos
capazes de medir a rugosidade superficial em µm (micrometro; 1µm = 0,001mm),
as indicações dos acabamentos de superfícies passaram a ser representadas por
classes de rugosidade.
A norma ABNT NBR 8404 normaliza a indicação do estado de superfície em
desenho técnico por meio de símbolos.

Símbolo sem indicação de rugosidade


Símbolo Significado
Símbolo básico. Só pode ser usado quando seu significado for
complementado por uma indicação.

Caracterização de uma superfície usinada sem maiores detalhes.

Caracteriza uma superfície na qual a remoção de material não é permitida e


indica que a superfície deve permanecer no estado resultante de um
processo de fabricação anterior, mesmo se esta tiver sido obtida por
usinagem ou outro Processo qualquer.

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Símbolos com indicação da característica principal da rugosidade Ra

Símbolos com indicações complementares


Estes símbolos podem ser combinados entre si ou com os símbolos apropriados.

A ABNT adota o desvio médio aritmético (Ra) para determinar os valores da


rugosidade, que são representados por classes de rugosidade N1 a N12,

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correspondendo cada classe a valor máximo em µm, como se observa na tabela


seguinte.
Característica da rugosidade Ra

Exemplos de Aplicação:
Interpretação do exemplo a
1 é o número da peça.
N8 - ao lado do número da peça, representa o
acabamento geral, com retirada de material, válido
para todas as superfícies.
N8 indica que a rugosidade máxima permitida no
acabamento é de 3,2µm (0,0032mm).

Interpretação do exemplo b
2 - é o número da peça.

: o acabamento geral não deve ser indicado nas


superfícies.
O símbolo significa que a peça deve manter-se sem a
retirada de material.

- dentro dos parênteses devem ser


indicados nas respectivas superfícies.
N6 - corresponde a um desvio aritmético máximo de
0,8µm(0,0008mm) e N9 corresponde a um desvio
aritmético máximo de 6,3µm (0,0063mm).

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Os símbolos e inscrições devem estar orientados de maneira que possam ser


lidos tanto com o desenho na posição normal, como pelo lado direito.
Se necessário, o símbolo pode ser interligado por meio de uma linha de
indicação.

O símbolo deve ser indicado uma vez para cada superfície e, se possível, na vista
que leva a cota ou representa a superfície.

Disposição das indicações do estado de superfície no símbolo:

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Qualidade da Superfície de Acabamento

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Exercícios:
1. Escreva, nas linhas indicadas, a rugosidade das peças em sua grandeza
máxima, conforme o exemplo a.

2. Analise o desenho técnico e responda às perguntas a seguir.

a) Que classe de rugosidade a maioria das superfícies da peça deverá


receber?_________________________________________________________;
b) Que outras classes de rugosidade a peça deverá
receber?_________________________________________________________ ;
c) Que tratamento a peça deverá
receber?__________________________________________________________;

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TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA

Tolerâncias de Forma – Linhas


As tolerâncias de forma são os desvios que um elemento pode apresentar em
relação à sua forma geométrica ideal. As tolerâncias de forma vêm indicadas no
desenho técnico para elementos isolados, como por exemplo, uma superfície ou
uma linha. São três os tipos de tolerâncias de forma de linhas: retilineidade,
circularidade e linha qualquer.

Retilineidade
Símbolo:
A tolerância de retilineidade de uma linha ou eixo depende da forma da peça à
qual a linha pertence.
Quando a peça tem forma cilíndrica, é importante determinar a tolerância de
retilineidade em relação ao eixo da parte cilíndrica. Nesses casos, a tolerância de
retilineidade é determinada por um cilindro imaginário de diâmetro t, cujo centro
coincide com o eixo da peça.

Quando a peça tem a forma cilíndrica, o campo de tolerância de retilineidade


também tem a forma cilíndrica. Quando a peça tem forma prismática com seção
retangular, o campo de tolerância de retilineidade fica definido por um
paralelepípedo imaginário, cuja base é formada pelos lados t1 e t2.

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Circularidade

Símbolo:
Aplicada em peças com forma de disco, cilindro ou cone, é determinada por duas
circunferências que têm o mesmo centro e raios diferentes. O centro dessas
circunferências é um ponto situado no eixo da peça.
O campo de tolerância de circularidade corresponde ao espaço t entre as duas
circunferências, dentro do qual deve estar compreendido o contorno de cada
seção da peça.

Forma de uma linha qualquer


Símbolo:
A tolerância de um perfil ou contorno qualquer é determinada por duas linhas
envolvendo uma circunferência de diâmetro t cujo centro se desloca por uma linha
que tem o perfil geométrico desejado.

Note que o contorno de cada seção do perfil deve estar compreendido entre duas
linhas paralelas, tangentes à circunferência.

Tolerâncias de Forma – Superfícies


Acompanhe um exemplo, para entender melhor:
Analise as vistas: frontal e lateral esquerda do modelo prismático abaixo.
Note que a superfície S, projetada no desenho, é uma superfície geométrica ideal
plana.

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Após a execução, a superfície real da peça S pode não ficar tão plana como a
superfície ideal S. Entre os desvios de planeza, os tipos mais comuns são
concavidade e a convexidade.

Planeza
Símbolo:
A tolerância de planeza corresponde à distância t entre dois planos ideais
imaginários, entre os quais deve encontrar-se a superfície real da peça. O espaço
situado entre os dois planos paralelos é o campo de tolerância.

Cilindricidade

Símbolo:
Quando uma peça é cilíndrica, a forma real da peça fabricada deve estar situada
entre as superfícies de dois cilindros que têm o mesmo eixo e raios diferentes. O
espaço entre as superfícies dos cilindros imaginários representa o campo de
tolerância.

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Forma de uma superfície qualquer

Símbolo:
A superfície de uma peça pode apresentar uma forma qualquer. Essa tolerância é
definida por uma esfera de diâmetro t, cujo centro movimenta-se por uma
superfície que tem a forma geométrica ideal. O campo de tolerância é limitado por
duas superfícies tangentes à esfera t, como mostra o desenho a seguir.

Tolerâncias de Orientação
Quando dois ou mais elementos são associados pode ser necessário determinar
a orientação precisa de um em relação ao outro para assegurar o bom
funcionamento do conjunto. Veja um exemplo.

Na determinação das tolerâncias de orientação geralmente um elemento é


escolhido como referência para indicação das tolerâncias dos demais elementos.
O elemento tomado como referência pode ser uma linha (eixo de uma peça), um
plano (uma determinada face da peça ÁA) e ainda um ponto de referência (centro
de um furo). O elemento tolerado também pode ser uma linha, uma superfície ou
um ponto.

As tolerâncias de orientação podem ser de: paralelismo, perpendicularidade e


inclinação.

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Paralelismo
Símbolo: //

Nesta peça, o eixo do furo superior deve ficar paralelo ao eixo do furo inferior,
tomado como referência. O eixo do furo superior deve estar compreendido dentro
de uma zona cilíndrica de diâmetro t, paralela ao eixo do furo inferior, que
constitui a reta de referência.
Na peça do exemplo anterior, o elemento tolerado foi uma linha reta: o eixo do
furo superior. O elemento tomado como referência também foi uma linha: o eixo
do furo inferior. Mas, há casos em que a tolerância de paralelismo de um eixo é
determinada tomando-se como referência uma superfície plana.

Perpendicularidade
Símbolo:
Observe o desenho abaixo.

Nesta peça, o eixo do furo vertical B deve ficar perpendicular ao eixo do furo
horizontal C. Portanto, é necessário determinar a tolerância de perpendicularidade
de um eixo em relação ao outro. Tomando como reta de referência o eixo do furo
C, o campo de tolerância do eixo do furo B fica limitado por dois planos paralelos,
distantes entre si a uma distância t e perpendiculares à reta de referência.

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Dependendo da forma da peça, pode ser mais conveniente indicar a tolerância de


perpendicularidade de uma linha em relação a um plano de referência.

Inclinação

Símbolo:
O furo da peça representada a seguir deve ficar inclinado em relação à base.

Para que o furo apresente a inclinação correta é necessário determinar a


tolerância de inclinação do eixo do furo. O elemento de referência para
determinação da tolerância, neste caso, é o plano da base da peça. O campo de
tolerância é limitado por duas retas paralelas, distantes entre si a uma distância t,
que formam com a base o ângulo de inclinação especificado α .
Em vez de uma linha, como no exemplo anterior, o elemento tolerado pode ser
uma superfície.

Tolerância de Posição
Quando tomamos como referência a posição de um elemento, três tipos de
tolerâncias devem ser considerados: de localização; de concentricidade e de
simetria.
Localização
Símbolo:
Quando a localização exata de um elemento, como por exemplo: uma linha, um
eixo ou uma superfície é essencial para o funcionamento da peça, sua tolerância
de localização deve ser determinada. Observe a placa com furo, a seguir.

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Como a localização do furo é importante, o eixo do furo deve ser tolerado. O


campo de tolerância do eixo do furo é limitado por um cilindro de diâmetro t. O
centro deste cilindro coincide com a localização ideal do eixo do elemento
tolerado.

Concentricidade ou Coaxialidade

Símbolo:
Quando duas ou mais figuras geométricas planas regulares tem o mesmo centro,
dizemos que elas são concêntricas. Quando dois ou mais sólidos de revolução
têm o eixo comum, dizemos que eles são coaxiais. Em diversas peças, as
tolerâncias de concentricidade ou coaxialidade de partes ou de elementos, é
condição necessária para seu funcionamento adequado. Veja a peça abaixo, por
exemplo:
O campo de tolerância de coaxialidade dos eixos da peça fica determinado por
um cilindro de diâmetro t cujo eixo coincide com o eixo ideal da peça projetada.

Simetria
Símbolo:
Em peças simétricas é necessário especificar a tolerância de simetria. Observe
a peça a seguir, representada em perspectiva e em vista única:

Na vista frontal, a simetria vem indicada pela linha de simetria que coincide com o
eixo da peça. Para determinar a tolerância de simetria, tomamos como elemento
de referência o plano médio ou eixo da peça.

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O campo de tolerância é limitado por dois planos paralelos, eqüidistantes do plano


médio de referência, e que guardam entre si uma distância t.

Tolerância de Batimento
Símbolo:
Dependendo da função do elemento, os deslocamentos em relação ao eixo
(oscilação) durante sua rotação, tem de ser controlada para não comprometer a
funcionalidade da peça. Sendo necessário que sejam determinadas as tolerâncias
de batimento, que delimitam a oscilação aceitável do elemento. As tolerâncias de
batimento podem ser de dois tipos: axial e radial.

Batimento axial quer dizer balanço no sentido do eixo. O campo de tolerância,


no batimento axial, fica delimitado por dois planos paralelos entre si, a uma
distância t e que são perpendiculares ao eixo de rotação.

O batimento radial, por outro lado, é verificado em relação ao raio do elemento,


quando o eixo der uma volta completa. O campo de tolerância, no batimento
radial é delimitado por um plano perpendicular ao eixo de giro que define dois
círculos concêntricos, de raios diferentes. A diferença t dos raios denomina-se
Tolerância Radial.

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Indicações de Tolerâncias Geométricas em desenhos técnicos

Nos desenhos técnicos, as tolerâncias de forma, de orientação, de posição e


de batimento são inscritas em quadros retangulares divididos em duas ou três
partes, como mostra o desenho abaixo:

Observe que o quadro de tolerância aparece ligado ao elemento que se deseja


verificar por uma linha de marcação terminada em seta. Veja que a seta termina
no contorno ou numa linha de prolongamento se a tolerância é aplicada numa
superfície, como nos exemplos acima.
Mas, quando a tolerância é aplicada a um eixo, ou ao plano médio da peça, a
indicação é feita na linha auxiliar, no prolongamento da linha de cota, ou
diretamente sobre o eixo tolerado. Veja, no próximo desenho, essas duas formas
de indicação.

Os elementos de referência são indicados por uma linha que termina por um
triângulo cheio. A base deste triângulo é apoiada sobre o contorno do elemento
ou sobre o prolongamento do contorno do elemento.

No exemplo ao lado, o elemento de


referência é uma superfície.

Quando o elemento de referência é um eixo ou um plano médio, a base do


triângulo se apóia sobre a linha auxiliar, no prolongamento da linha de cota ou
diretamente sobre o eixo ou plano médio de referência.

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Agora, vamos analisar o conteúdo do quadro dividido em duas partes.


No primeiro quadrinho, da esquerda para a direita, vem sempre indicado o tipo de
tolerância. No quadrinho seguinte, vem indicado o valor da tolerância, em
milímetros:

Às vezes, o valor da tolerância vem precedido do símbolo indicativo de diâmetro:


φ como no próximo exemplo.

Aqui temos um caso de tolerância de forma: o símbolo indica tolerância de


retilineidade de linha. Observe o símbolo φ antes do valor da tolerância 0,03.

Quando o valor da tolerância vem após o símbolo φ isto quer dizer que o campo
de tolerância correspondente pode ter a forma circular ou cilíndrica.

Quando a tolerância deve ser verificada em relação à determinada extensão da


peça, esta informação vem indicada no segundo quadrinho, separada do valor da
tolerância por uma barra inclinada ( / ) . Veja, no próximo desenho:

 A tolerância aplicada nesta peça é de retilineidade de linha.


 O valor da tolerância é de 0,1: um décimo de milímetro.

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 O número 100 indica que sobre uma extensão de 100 mm, tomada em
qualquer parte do comprimento da peça, o eixo real deve ficar entre duas retas
paralelas, distantes entre si 0,1 mm.

Vamos interpretar a terceira parte do quadro:

 A letra identifica o elemento de referência, que, neste exemplo, é o eixo


do furo horizontal. Esta mesma letra A aparece no terceiro quadrinho, para deixar
clara a associação entre o elemento tolerado e o elemento de referência.
 Símbolo no quadrinho da esquerda refere-se á tolerância de
perpendicularidade. Isso significa que, nesta peça, o furo vertical, que é o
elemento tolerado, deve ser perpendicular ao furo horizontal.

 Quadrinho é ligado ao elemento a que se refere pela linha que termina


em um triângulo cheio.
 Valor da tolerância é de 0,05 mm.

Às vezes, o elemento de referência não vem identificado pela letra maiúscula,


mas, ligado diretamente o elemento tolerado ao elemento de referência. Veja:

 Símbolo // indica que se trata de tolerância de paralelismo.


 Valor da tolerância é de 0,01 mm.
 Triângulo cheio, apoiado no contorno do bloco, indica que a base da peça
está sendo tomada como elemento de referência.
 Elemento tolerado é o eixo do furo horizontal, paralelo ao plano da base da
peça.

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Acompanhe a interpretação de mais um exemplo de desenho técnico com


aplicação de tolerância geométrica:

 O elemento tolerado é o furo.

 O símbolo indica que se trata de tolerância de localização.


 O valor da tolerância é de 0,06 mm.
 O símbolo φ antes do valor da tolerância indica que o campo de tolerância
tem a forma cilíndrica.

 As cotas são cotas de referência para localização do furo. As


cotas de referência sempre vêm inscritas em retângulos.

Finalmente, observe dois exemplos de aplicação de Tolerância de Batimento:

 No desenho da esquerda temos uma indicação de batimento axial. Em uma


volta completa em torno do eixo de referência A, o batimento da superfície
tolerada não pode se deslocar fora de duas retas paralelas, distantes entre si de
0,1 mm e perpendiculares ao eixo da peça.
 No desenho da direita o batimento é radial em relação a dois elementos de
referência: A e B. Isto quer dizer que durante uma volta completa em torno do
eixo definido por A e B, a oscilação da parte tolerada não pode ser maior que
0,1mm.

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Exercícios:
1. Analise o desenho técnico e responda:
a) qual o elemento tolerado?
R.: ...............................................
b) qual o elemento de referência?
R.: .......................................

2. No desenho técnico abaixo, preencha o quadro de tolerância sabendo que


a tolerância aplicada é de cilindricidade e o valor da tolerância é de dois
centésimos de milímetro.

3. Analise o desenho técnico e complete as frases.


a) A tolerância aplicada neste desenho é
de........................................;.
b) O valor da tolerância é
de.................................................;
c) Os elementos de referência são as
cotas............................ e ........................ .

4. Analise o desenho técnico e complete as frases corretamente.


a) A tolerância indicada neste desenho é
de ..................................... .
b) O elemento de referência é o
....................... .

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CONJUNTOS MECÂNICOS
Máquinas e dispositivos são exemplos de conjuntos mecânicos. Uma máquina é
formada por um ou mais conjuntos mecânicos. No conjunto mecânicos cada peça
tem uma função e ocupa determinada posição. O Torno mecânico, furadeira e
fresadora são alguns exemplos de máquinas.

Torno Mecânico

Um dispositivo também é formado de um conjunto de peças. Um dispositivo pode


ter uma função isolada ou pode ser colocado em uma máquina para exercer
determinadas funções. Veja alguns exemplos de dispositivos que exercem função
isolada de máquinas.

Agora, veja alguns exemplos de dispositivos que só funcionam quando acoplados


a determinadas máquinas (No exemplo, a placa de três castanhas).

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Como você vê, um conjunto mecânico pode funcionar como um subconjunto


quando seu funcionamento depende de outros conjuntos.

Desenho de Conjunto
Desenho de conjunto é o desenho da máquina, dispositiva ou estrutura, com suas
partes montadas. As peças são representadas nas mesmas posições que
ocupam no conjunto mecânico.
O primeiro conjunto que você vai estudar, para interpretar desenhos para
execução de conjunto mecânico é o grampo fixo.

O grampo fixo é uma ferramenta utilizada para fixar peças temporariamente.


As peças a serem fixadas ficam no espaço “a” (ver na figura). Esse espaço pode
ser reduzido ou ampliado, de acordo com o movimento rotativo do manípulo (peça
nº 4) que aciona o parafuso (peça nº 3) e o encosto móvel (peça nº 2).
Quando o espaço “a” é reduzido, ele fixa a peça e quando aumenta, solta a peça.
O desenho de conjunto é representado, normalmente, em vistas ortográficas.
Cada uma das peças que compõem o conjunto é identificada por um numeral.

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O algarismo do número deve ser escrito em tamanho facilmente visível.


Observe esse sistema de numeração na representação ortográfica do grampo
fixo.
Você notou que a numeração das peças segue o sentido horário?
Os numerais são ligados a cada peça por linhas de chamada. As linhas de
chamada são representadas por uma linha continua estreita. Sua extremidade
termina com um ponto, quando toca a superfície do objeto. Quando toca a aresta
ou contorno do objeto, termina com seta.
Uma vez que as peças são desenhadas da mesma maneira como devem ser
montadas no conjunto, fica fácil perceber como elas se relacionam entre si e
assim deduzir o funcionamento de cada uma.
Geralmente, o desenho de conjunto em vistas ortográficas não aparece cotado.
Mas, quando o desenho de conjunto é utilizado para montagem, as cotas básicas
podem ser indicadas.
O desenho de conjunto, para montagem, pode ser representado em perspectiva
isométrica. Através dessa perspectiva você tem a idéia de como o conjunto será
montado, como mostra a ilustração seguinte.

Outra maneira de representar o conjunto é através do desenho de perspectiva


não montada. As peças são desenhadas separadas, mas permanece clara a
relação que elas mantém entre si. Esse tipo de representação é também
chamado perspectiva explodida ou Vista Explodida, como na figura acima a
direita.
Geralmente, os desenhos em perspectiva são raramente usados para fornecer
informações para a construção de peças. O uso da perspectiva é mais comum
nas revistas e catálogos técnicos.

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Interpretação de Desenhos de Conjuntos Mecânicos


Interpretação da legenda
Veja, a seguir, o conjunto do grampo fixo desenhado numa folha de papel
normalizada.
No desenho para execução, a legenda é muito importante. A legenda fornece
informações indispensáveis para a execução do conjunto mecânico. A legenda é
constituída de duas partes: rótulo e lista de peças. A disposição e o número de
informações da legenda podem variar. Geralmente, as empresas criam suas
próprias legendas de acordo com suas necessidades. A NBR 10 068/1987
normaliza apenas o comprimento da legenda.

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Veja, a seguir, a legenda criada para o nosso curso.

Para interpretar a legenda do desenho de conjunto basta ler as informações que o


rótulo e a lista de peças contêm. Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de
peças, vamos analisá-los separadamente.
Rótulo

As informações mais importantes do rótulo são:


 NOME do conjunto mecânico: grampo fixo.
 TIPO DE DESENHO: conjunto (a indicação do tipo de desenho é sempre
feita entre parênteses).
 ESCALA do desenho: 1:1 (natural).
 SÍMBOLO indicativo de diedro: 1º diedro.
 UNIDADE DE MEDIDA: milímetro.
Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de
montagem são:
 NÚMERO do desenho (correspondente ao lugar que ele deve ocupar no
arquivo).
 NOME DA INSTITUIÇÃO responsável pelo desenho.
 ASSINATURAS dos responsáveis pelo desenho.
 DATA da sua execução.
Lista de peças

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Todas as informações da lista de peças são importantes. A lista de peças informa:


 A QUANTIDADE de peças que formam o conjunto.
 A identificação NUMERAL de cada peça.
 A DENOMINAÇÃO de cada peça.
 A QUANTIDADE de cada peça no conjunto.
 Os MATERIAIS usados na fabricação das peças.
 A DIMENSÃO dos materiais de cada peça.

Acompanhe a interpretação da lista de peças do grampo fixo:


 O grampo fixo é composto de cinco peças.
 Os nomes das peças que compõem o grampo fixo são: corpo, encosto
móvel, parafuso, manípulo e cabeça. Para montagem do grampo fixo são
necessárias duas cabeças e uma unidade de cada uma das outras peças.
 Todas as peças são fabricadas com aço ABNT 1010-1020. Esse tipo de
aço é padronizado pela ABNT. Os dois primeiros algarismos dos numerais 1010 e
1020 indicam o material a ser usado, que nesse caso é o aço-carbono. Os dois
últimos algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam a porcentagem de carbono
existente no aço. Nesse exemplo, a porcentagem de carbono pode variar entre
0,10 e 0,20%.
 Todas as peças do grampo fixo são fabricadas com o mesmo tipo de aço.
Mas, as seções e as medidas do material de fabricação são variáveis.

 O que indica as variáveis das seções são os símbolos:


 O símbolo # indica que o material de fabricação é chapa. O símbolo #
acompanhado de um numeral indica a bitola da chapa.
 O encosto móvel é fabricado com aço 1010-1020 e bitola 16. A espessura
da chapa #16 corresponde a 1,52 mm.

Agora, vamos ler as medidas do aço que será usado na fabricação das peças do
grampo fixo. Antes, porém, saiba que na legenda, em geral, as medidas do
material aparecem na seguinte ordem:
 largura, altura e comprimento;
 diâmetro e comprimento.

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Volte a examinar a lista de peças da legenda e verifique que as medidas do aço


para fabricação do corpo são:
 19 milímetros de largura.
 63,5 milímetros de altura.
 66 milímetros de comprimento.
No caso do encosto móvel, alem da indicação da bitola 16, aparece a indicação
do diâmetro que deve ter a chapa usada para fabricação da peça. O diâmetro do
material é 25, ou seja, 25 milímetros.

Tente você mesmo interpretar as dimensões dos materiais para fabricação do


parafuso, do manípulo e da cabeça.

Volte a examinar o desenho da página e veja outras informações que você pode
tirar do desenho de conjunto do grampo fixo:
 a peça 1, o corpo, é a principal peça do conjunto;
 no corpo está montada a peça 3, o parafuso;
 no parafuso estão montadas as peças 2 e 4 (encosto móvel e manipulo);
 em cada extremidade do manípulo está montada uma cabeça (peça 5).

Exercícios:

1. O desenho está representado em escala:


( ) natural ( ) de redução ( ) de ampliação

2. O nome do conjunto mecânico representado é:


( ) tampa ( ) mancal ( ) base

3. O desenho está representado no:


( ) 1º diedro ( ) 2º diedro ( ) 3º diedro

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4. A unidade de medida adotada é:


( ) metro ( ) polegada ( ) milímetro

Analise a legenda e responda as questões:

5. a) Qual o nome do conjunto mecânico representado?


.............................................................................................................................
b) Quantas peças diferentes compõem este conjunto?
.............................................................................................................................
c) Qual a quantidade total das peças que formam o conjunto?
.............................................................................................................................
d) Qual a denominação da peça 3?
.............................................................................................................................
e) De que material È feita a peça 1?
.............................................................................................................................
f) Qual a forma da seção da peça 4?
.............................................................................................................................
g) Quais as dimensões do material da peça 2?
.............................................................................................................................

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6. Analise o desenho técnico e assinale com um X a alternativa que indica a


relação correta dos elementos de máquinas de transmissão de movimento e
força.

( ) Uma engrenagem cilíndrica, uma chaveta plana e um rolamento com uma


carreira de elemento rolante.
( ) Uma polia em “V” simples, uma chaveta plana, dois rolamentos de rolo e uma
engrenagem cilíndrica.
( ) Uma engrenagem cônica, uma chaveta redonda e um rolamento auto-
compensador de rolos.
( ) Uma polia em “V” múltipla, uma chaveta Woodruff, uma chaveta plana, dois
rolamentos e uma engrenagem cilíndrica.

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Exercício: Desenho de Conjunto Mecânico


7. Dadas as peças abaixo, Desenhá-las em folha Formato A2 e montar o
conjunto:

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GRAMPO PARALELO:

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BEZERRA, Manoel Jairo et alii. Geometria 1. MEC. FENAME, 1988.

MACHADO, Ardevan. Perspectiva. Pini Editora, 1988.

FRENCH, Thomas E. & VIERCK, Charles J. Desenho técnico e tecnologia gráfica.


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