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Prof. _______________________________
(Supervisor)
Prof. _______________________________
(Arguente)
Prof. ______________________________
(Presidente)
Indice
Lista de gráficos ............................................................................................................ v
Lista de siglas e acrônimos ........................................................................................... vi
Dedicatória ................................................................................................................. vii
Agradecimentos ......................................................................................................... viii
Resumo ........................................................................................................................ ix
Introdução................................................................................................................... 10
Delimitação do Estudo ................................................................................................ 11
Objectivos ................................................................................................................... 11
Justificativa ................................................................................................................. 11
Problematização .......................................................................................................... 13
Hipoteses .................................................................................................................... 14
CAPÍTULO I: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................ 15
1. Conceitos básicos................................................................................................. 15
Gestão de Pessoas ....................................................................................................... 15
1.1 Home ofice ............................................................................................................ 15
1.2. Desafios do home office....................................................................................... 16
1.2 Relação de emprego no trabalho Home Office ....................................................... 16
1.3 Passos para a implementação e os desafios da adoção do home office .................... 17
1.4. Productividade ..................................................................................................... 17
1.5. Satisfação ............................................................................................................. 18
1.6. Mudança organizacional ................................................................................... 19
1.6.1. Tipologias de mudança organizacionais ........................................................ 20
1.7. Resistência à mudança ...................................................................................... 22
1.7.1. Resistência à Mudança Organizacional ......................................................... 23
Comprometimento organizacional ............................................................................... 24
1.8. Comunicação organizacional ............................................................................ 27
CAPÍTULO II: METODOLOGIA .............................................................................. 28
2.1. Classificação da pesquisa quanto abordagem do problema.................................... 28
2.2. Classificação da pesquisa quanto aos objectivos ................................................... 28
2.3.Abordagem Quanto aos Procedimentos Técnicos .................................................. 29
2.4.Técnicas e instrumentos de recolha de dados ......................................................... 29
2.4.1. Inquerito por Questionário ............................................................................ 29
2.4.2. Entrevista Semi-estruturada .......................................................................... 30
População e Amostra .................................................................................................. 30
iv
Lista de gráficos
Gráfico 1 - Género dos Funcionários .......................................................................... 34
Grafico2 - Idade ......................................................................................................... 34
Grafico3 - Classificação das ações incorporadas pela administração .......................... 39
Gráfico 4 - Reações dos funcionários face a incorporação do regime Home office. ..... 40
Gráfico 5 - Classificação do regime home office ......................................................... 41
Gráfico 6 - Classificação do desempenho ................................................................... 42
Gráfico 7 - Classificação da produtividade ................................................................. 43
Gráfico 8 - Classificação da satisfação ....................................................................... 44
Gráfico 9 - Índice de comprometimento ..................................................................... 45
vi
RM – Radio Moçambique
Dedicatória
Aos meus pais.
viii
Agradecimentos
Em primeiro, agradecer a Deus por tudo o que tem feito por mim, em especial pelo dom
da vida, pela família, pela saúde, pelas amizades e pelo amor.
Em segundo, ao meu supervisor, dr. Rosângelo Ariosa Paúnde, pela paciência, disposição
e disponibilidade em ajudar e pelo encorajamento demonstrados durante a realização
deste trabalho.
Em terceiro, lugar agradecer aos meus pais, por me terem mostrado o mundo, pelo
carinho, pelo amor, pelos ensinamentos, e por me terem encorajado a continuar com os
estudos.
Aos colegas em especial, Queven Anselmo, Awambo Faisal Cane, Nelson, Payal, Priya,
Manbole, Galjope, pelas tardes e noites não dormidas discutindo assuntos relacionados
com trabalhos científicos, pelo carinho, pela força, pela explicação dada para melhor
compreensão da matéria.
Por fim, a todos os que directa e ou indirectamente me auxiliaram durante o meu percurso
académico, endereço os meus profundos agradecimentos.
ix
Resumo
O home-office é uma modalidade de trabalho que vem crescendo nos últimos anos e, com a pandemia do
vírus da Covid-19 assolando todo o planeta, esse modelo ficou mais evidente. Milhares de pessoas que
nunca haviam desenvolvido esse tipo de actividade viram-se obrigadas a se adaptar ao novo molde: o home-
office. Diante disso, o objectivo da pesquisa foi analisar o contributo do home office em época de pandemia
na Radio Moçambique, . Para isso, foi realizada uma orientação mista, procurando o parecer do entrevistado
e do inquerido. Após a revisão literária, que forneceu a base teórica necessária, foram realizadas entrevistas
com a com o gestor de RH e um inquérito aos colaboradores, que também tiveram que se adaptar ao
trabalho remoto. Foram verificados, então as acções incorporadas pela administração na implantação desse
modelo, para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela instituição, bem como do alcance de
resultados, mesmo com a falta de experiência acerca do formato agora exigido pela organização. Por fim,
foi constatado que a empresa buscou a melhor forma de adaptação possível, por parte da equipe da gestão.
Palavras-Chave: Home-office. Trabalho Remoto. Gestão. Comprometimento, produtividade.
x
Abstract
The home-office is a type of work that has been growing in recent years and, with the Covid-19 virus
pandemic plaguing the entire planet, this model has become more evident. Thousands of people who had
never developed this type of activity were forced to adapt to the new mold: the home-office. Therefore, the
objective of the research was to analyze the contribution of the home office in the time of a pandemic at
Radio Moçambique, . For this, a mixed orientation was carried out, seeking the opinion of the interviewee
and the inquired. After the literary review, which provided the necessary theoretical basis, interviews were
carried out with the HR manager and a survey of employees, who also had to adapt to remote work. The
actions incorporated by the administration in the implementation of this model were then verified, to
continue the work developed by the institution, as well as the achievement of results, even with the lack of
experience regarding the format now required by the organization. Finally, it was found that the company
sought the best possible way of adaptation by the management team.
Introdução
A presente pesquisa, tende a abordar sobre o home office, seu conributo para o sucesso
organizacional da RM em época de covid-19, este regime que ganhou mais força e
adeptos diante do cenário pandêmico causado pela Covid-19, o qual se faz sentir desde o
ano de 2020. No que tange ao isolamento social, houve a preocupação sobre a falta de
informação em relação ao vírus e a sua propagação, quanto tempo iria durar, como
prevenir a saúde dos trabalhadores e seus familiares sem prejudicar o funcionamento da
empresa. Enfim, houve o questionamento de qual seria a melhor saída da Rádio
Moçambique perante toda essa situação. Deste modo, objectivo primordial da pesquisa
é analisar o contributo do home office em época de pandemia na Radio Moçambique,
onde verificaremos o nível de productividade com este regime.
Relativamente a estrutura, este estudo possui três capítulos onde, no primeiro capítulo
faz-se uma breve revisão literária relativamente a temática do contributo do home office,
tendo como foco a questão dos beneficios deste regime e as questões relacionadas com a
productividade, comprometimento e desempenho.
Delimitação do Estudo
O presente estudo denominado “Análise do contributo do home office para o sucesso
organizacional em época da Covid-19. Estudo de caso: Rádio Moçambique, emissor provincial
de inhambane (2020 – 2022) foi feita apartir de Abril de 2020 até Abril de 2022.
O estudo realizou-se nesse período dado que foi neste âmbito em que a organização teve que
adoptar Home office para dar continuidade ao seu funcionamento, resultado de a covid-19 ter
sido identificada como pandemia e as organizações tiveram que adoptar este novo modelo de
trabalho que se designa por Home office.
Objectivos
Objectivo Geral
Objectivos específicos
Justificativa
O cenário pandêmico e as incertezas a ele atreladas impuseram aos mais distintos profissionais
uma urgente reorganização de suas rotinas de trabalho, exigindo, em muitos casos, novas
habilidades e técnicas para exercer sua actividade laboral na modalidade home office. Diante de
tão pouco tempo, trabalhadores viram suas residências serem transformadas repentinamente em
seus ambientes de trabalho, dividindo o espaço com familiares, modificando seus hábitos
laborais e sentindo a necessidade de uma boa comunicação e clareza do que é esperado em
relação à suas entregas no período do afastamento presencial.
12
Durante o estágio foi notável que funcionários que trabalham em home office1 possuem
tendência a super individualização do trabalho, podendo sofrer consequências como isolamento
social, profissional. No futuro pode haver mudança cultural na sociedade, com vulnerabilidade
nas relações ligadas ao trabalho e fragilidade referente ao trabalho colectivo e ao isolamento
social. A individualização das tarefas é uma consequência relevante do home office. As
actividades que habitualmente são exercidas em equipe e as rotinas em que acontecem as
relações de grupo, acabam sendo alteradas para um ambiente de comunicação electrónica,
ocorrendo, assim, menor relação interpessoal formal e informal, e causando isolamento.
No âmbito pessoal, a escolha do tema deve-se ao facto do pesquisador ser estudante do Curso
de Gestão de Recursos Humanos (GRH) com habilitações em Higiene e Segurança no Trabalho
(HST), durante as aulas das cadeiras de gestão contemporânea e comportamento e mudança
organizacional realizado no ano de 2020 ter desenvolvido interesse pela temática, e,
posteriormente se deparar com a problemática durante a realização de um trabalho de campo,
o que suscitou interesse por aprofundar seus conhecimentos sobre a temática.
No âmbito social, com base nos resultados da pesquisa espera-se o aumento do uso deste
modelo com vista a melhorar a productividade em certas empresas.
A pesquisa foi feita na (Rádio Moçambique, emissor provincial de Inhambane porque é o local
onde realizei o estágio na cadeira de estágio profissional.
1
Home office é uma expressão da língua inglesa que em sua tradução literal em português significa “escritório em
casa”.
13
A escolha do período de pesquisa (2020 – 2022) foi devido a Covid-19 que assolou mais nesse
período e também foi o período que se implementou esse novo regime de home office.
Problematização
A pandemia da Covid-19 surpreendeu a todos no mundo e Moçambique não foi é excepcção.
A alta capacidade de transmissão do coronavírus, fez com que o mundo buscasse adaptar-se
rapidamente de diversas maneiras, sendo o isolamento social um dos meios mais eficazes
indicado pelos legistas da saúde. Não obstante, milhões de trabalhadores viram seus empregos
e trabalhos impactados, precisando estes de se ajustar a uma nova forma de prossecução
contínua das actividades profissionais.
Com a pandemia, o home office tentou trazer maior flexibilidade de horários para os
funcionários na melhoria da productividade e qualidade do trabalho e na redução do tempo de
deslocamento. Outrossim, verifica-se que na modalidade home office o controle e a supervisão
é superficial e o funcionário tem maior autonomia, abonando o controle da sua jornada,
estabelecendo maior liberdade aos colaboradores.
Hipoteses
H1 – O home office contribuiu postivimante para o sucesso organizacional da Rádio
Moçambique (RM) emissor provincial de Inhambane, na medida em que houve alta
productividade devido á maior flexibilidade de horários e consequentemente maior autonomia
na organização e execução do trabalho, economia de tempo e diminuição de chances de atraso.
H3- No âmbito organizacional, o home office não possuiu influência sobre o sucesso
organizacional visto que a sua implementação não trouxe efeitos no que tange a productividade
na organização.
15
Gestão de Pessoas
O processo de gestão de pessoas atinge não somente o departamento de recursos humanos, mas
toda a empresa, impactando nos recursos financeiros, patrimoniais e de produção. Este processo
torna os departamentos da empresa interdependentes. Dai que Chiavenato, (2005) afirma que:
O home office caracteriza-se como uma forma de trabalho flexível, decorrente das evoluções
tecnológicas que aconteceram ao longo dos anos. Estas evoluções, como o desenvolvimento e
o uso frequente da Internet, proporcionaram uma nova forma de desenvolver o trabalho, tanto
para as organizações, quanto para os trabalhadores (p. 3).
Portanto percebe-se que o home office é uma forma inovadora de trabalhar, embora não seja
novidade no mercado de trabalho. Pode ser entendido como trabalho remoto, trabalho à
2
Chiavenato (2005, p. 9)
16
distância ou escritório em casa, sem a necessidade de estar fisicamente na empresa, é fruto das
novas tecnologias e também das novas formas de administração. Assim sendo o conceito de
Froehlich e Taschetto é mais relevante para a nossa pesquisa pois ele faz um olhar holístico na
sua definição pois alberga o individuo e a organização.
Com relação à saúde, as empresas devem oferecer treinamentos sobre as regras de ergonomia
durante o home office para evitar doenças de trabalho, apesar de que à distância torna-se mais
difícil de monitorar se o funcionário está cumprindo ou nãos as normas de saúde e segurança.
Para Castells e Cardoso (2005):
Passamos cada vez mais tempo sentados, em posições incorretas, a consumir informação.
Embora o trabalho ligado à informação não seja fisicamente tão exigente quanto o trabalho
industrial, provoca um stress diferente, através de posições de trabalho estáticas (o aumento do
teletrabalho a partir de casa tornou necessário que se desse uma especial importância à
ergonomia não só nas empresas, mas também nos lares). A situação é ainda agravada pelo hábito
crescente de as pessoas passarem o seu tempo livre num mundo virtual estático (computador,
televisão, jogos virtuais, etc.) (p. 364).
1.4. Productividade
Segundo Capul e Garnier, (1996) productividade é definido genericamente como uma relação
entre os bens produzidos e os factores utilizados na sua produção, designadamente, tempo,
trabalho, matérias-primas, e significando a quantidade de produto, enquanto resultado do
processo de produção, que é gerada por uma unidade de factor produtivo, isto é, a relação entre
o que se obtém por unidade económica (factor, organização, região, país) e os recursos que essa
produção consumiu ( p. 363).
Para Satt; Cristello ( 2009 citado em Neto) a palavra productividade pode ser empregada em
diversas situações, no entanto possui um único objectivo comum: de estar relacionada ao
rendimento de trabalho; e esse rendimento, portanto, ligado a inúmeras questões, sendo uma
delas ressaltada como a qualidade de vida do colaborador. O grau de interesse que os
18
1.5. Satisfação
Locke (1969, p. 302 cit em Zanelli et. Alli 2004), definiu a satisfação no trabalho como “um
estado emocional, positivo ou de prazer, resultante de um trabalho ou de suas experiências”
definição que tem, ainda hoje, impacto importante para o conceito. Desta forma, o homem usa
de sua bagagem individual de crenças e valores para avaliar seu trabalho e essa avaliação resulta
num estado emocional que, se for agradável produz satisfação e, se for desagradável, leva à
insatisfação. Portanto, satisfação no trabalho é uma variável de natureza afetiva e se constitui
num processo de avaliação das experiências no trabalho.
Segundo Satt (2009, p. 221), a satisfação no trabalho é uma variável de atitude que mostra como
as pessoas se sentem em relação ao seu trabalho, seja no todo, seja em relação a alguns de seus
3
Output é uma palavra de origem britânica que em tradução literal significa (saida)
4
Inputs é uma palavra de origem britânica que em tradução literal significa (entrada)
19
aspectos. “É o quanto as pessoas gostam do trabalho delas”. Dessa forma, é necessário que a
organização possa entender a satisfação do empregado como os valores, atitudes e objectivos
pessoais que precisam ser identificados, compreendidos e estimulados para que estes consigam
sua efetiva participação na empresa.
1.6.Mudança organizacional
De acordo com Lima e Bressan (2003), definem a mudança organizacional como sendo
qualquer alteração, planejada ou não, nos componentes organizacionais (pessoas, trabalho,
estrutura formal, cultura) ou nas relações entre a organização e seu ambiente, que possa ter
consequências relevantes, de natureza positiva ou negativa, para a eficiência, eficácia e/ou
sustentabilidade organizacional.
E em contrapartida Robbins (1999), conceitua como actividades intencionais, proativas e
direcionadas para a obtenção as metas organizacionais.
Neste sentido referir que a definição de Lima e Bressan (2003), é mais abrangente visto que
avalia a mudanca como sendo uma alteração nas componentes organizacionais.
Deste modo, a mudança organizacional é entendida como a alteração nas rotinas de trabalho e
nas estratégias que afetam toda a organização, tem merecido particular atenção na literatura e
cativado o interesse dos actores organizacionais
Silva (1999), afirma que vivemos uma mudança de época, e não uma época de mudanças, em
resposta as profundas alterações que vêm ocorrendo desde o final do século passado na estrutura
social. Rondeau (1999), sugere que as organizações mudam devido às alterações sofridas, ao
longo do tempo, na maneira de se pensar gestão. Este facto se dá tanto pelo surgimento de novos
modelos e ferramentas de gestão, quanto pela própria evolução que vem ocorrendo nas
correntes de pensamento em administração e gestão de empresas.
Wood Jr, Curado & Campos (1994), reforçam essa corrente de pensamento. Segundo os
autores, as mudanças que estão ocorrendo no campo organizacional agora são bastante
diferentes das mudanças que ocorreram no passado, onde se predominava um padrão
confortável de continuidade. A teoria actual, que trata da mudança organizacional, acrescenta
a existência de alguns factores.
20
Incrementais Estratégicos
Antecipatórios Sintonia Reorientação
Reativos Adaptação Recriação
Fonte: Adaptado de Acuña e Fernández (1995).
Na mesma lógica, Acuña e Fernández (1995), chamam a atenção para as mudanças de recriação.
Segundo os autores elas são mais arriscadas porque se iniciam em situações de crise e, o tempo
constitui-se uma variável de restrição. Essas mudanças são consideradas complexas, pois quase
sempre envolvem transformações em valores básicos da instituição, as quais provocam
resistências por parte das pessoas. Para o sucesso desse tipo de mudança é necessário substituir
executivos da alta direcção, não muito raro por pessoas de fora da organização.
Para tanto, Acuña e Fernández (1995), afirmam que as mudanças de reorientação estão
associadas a experiências de sucesso. A folga relativa de tempo que se dispõe permite o
planejamento da mudança, a formação de coalizões e a potencialização da capacidade das
pessoas para que trabalhem eficientemente na nova organização. A folga de tempo, também
permite que a alta direção possa redefinir os valores essenciais de acordo com a nova estratégia,
a nova estrutura e os novos processos. É necessário perceber que essas mudanças de
reorientação são perigosas na medida em que as definições antecipatórias do futuro podem ser
invalidadas em ambientes altamente mutáveis.
Para Robbins, et al (2010), nenhuma empresa encontra-se em situação estável hoje em dia. Até
mesmo as organizações tradicionalmente estáveis, como as que ocupam uma fatia do mercado
dominante em sua área, devem mudar e, em alguns casos radicalmente.
Seguindo a perspectiva de Robbins, et al (2010), para que uma empresa sobreviva, ela precisa
estar apta a responder às mudanças impostas pelo ambiente em que se encontra. Quando o
governo lança novas leis, quando a concorrência inova com um novo produto ou serviço,
quando alguns insumos, essenciais para uma dada produção, saem de circulação ou quando
22
qualquer outra mudança desta natureza ocorre, a organização precisa responder a essas
mudanças impostas pelo novo cenário.
Deste modo, podemos concluir que as empresas não são estavéis mas sim dinâmicas e devem
estar sempre preparadas para alguma mudança seja no âmbito interno, como no externo, porque
com a globalização a questão de mudanças sempre acontecem, muitas das vezes de maneira
kamikaze5
1.7.Resistência à mudança
Alvin Zanderapud Bortolotti et.al (2010) define que resistência à mudança é qualquer
comportamento que tem como intuito proteger um indivíduo dos efeitos de uma mudança real
ou imaginária. Nos dias actuais em que as organizações são obrigadas a se submeter às
mudanças em seus vários aspectos, a resistência a este fenômeno é natural.
Segundo Bortolotti (2010) a resistência à mudança é uma resposta natural dos seres humanos,
logo, faz sentido que seja aceita e gerida pelos gestores, no entanto, não como um problema
que se apresenta frequentemente em várias literaturas desta área do tipo: “como eliminar a
resistência, mas sim procurar identificar suas causas e utilizar a resistência como beneficio para
a mudança”. A fim de implantar uma mudança bem sucedida, é indispensável que os gestores
da organização levem em consideração a identificação e gerenciamento da resistência dos
indivíduos com a intenção de controlar e diminuir este fenômeno.
Deste modo, referir que a resistência é algo intrínseco que advém de uma mudança que pode
ocorrer na vida ou na organização, a resistência é bem visível no processo de mudança
organizacional, e é ainda mais visível quando a resistência é grupal.
5
Kamikaze- é um substantivo masculino e feminino para quem tem tendências suicidas, quem age
impensadamente. Em outras obras signifa algo impensando.
23
se opõe activamente a uma ação, sendo contrária a resistência passiva, que apresenta
comportamento de oposição mais sutil e menos directa. Na forma activa, encontramos a recusa,
críticas, reclamações e sabotagem, enquanto em sua forma passiva, notamos o status quo,
pequenos rumores e mais lentos.
Em sua revisão crítica da literatura, Hernandes e Caldas (2001) defendem uma proposta de
resistência às mudanças orientada para o indivíduo, contrapondo a massa de modelos
apresentadas sobre o tema. Seu modelo é baseado na percepção individual, tendo em vista que
cada indivíduo tende a ser motivado ou estimulado por factores diferentes. Pode-se definir
percepção como o processo pelo qual um indivíduo selecciona, organiza e interpreta os
estímulos com o objectivo de formar representações significativas e coerentes da realidade
(Schiffman e Kanuk, 1991).
É facto que a mudança é consequência natural da evolução, e esta ainda causa temor nas
organizações, dado aos impactos causados e à resistência gerada. Entretanto “uma das
descobertas mais bem-documentadas nas pesquisas sobre comportamento organizacional e de
pessoas é que as organizações e seus membros resistem à mudança”. (Robbins, 2002, p. 531).
Para confirmar esta idéia Moura (2002, p. 32) enfoca que “O processo de mudança faz aflorar
forças de integração e desintegração, que se não neutralizadas, provocam resistências à
mudança do status quo”. Herzog (1973, cit. em Rossi, 2000), salienta com muita propriedade
que:
Para este autor, a resistência às mudanças não é advinda somente por parte das pessoas a nível
individual, a própria organização também resiste. As questões culturais, sejam elas
organizacionais ou sociais, influenciam na resistência, em função de que as transformações
poderão afetar diretamente o “equilíbrio”, ou o status quo, mantido até então. A cultura
24
organizacional tem fundamental relevância no que tange a resistência e segundo Fleury ( citado
por Fischer 2001):
Para Robbins et al (2010), a resistência à mudança pode ser positiva se for enveredada a
discussões abertas e ao debate. Esse diálogo torna-se preferível diante da apatia e do silêncio, e
podem indicar que os membros da empresa aderiram ao processo, oferecendo aos agentes da
mudança a oportunidade de explicar seus esforços na elaboração das mudanças.
Na maioria das vezes, a resistência à mudança não aparece de forma padronizada. Segundo
Robbins et al (2010), ela pode ser aberta, implícita, imediata ou protelada. Quando a resistência
se apresenta de forma aberta e imediata, ou seja, existem protestos, diminuição do ritmo de
trabalho ou ameaças de greve, torna-se mais fácil à administração, por parte dos gestores, a
abordagem da mudança na organização.
Apartir dos pressupostos acima a Resistência a mudança.não é apenas negativa mas sim pode
também ser positiva se houver democracia no e constantes debates no processo da mudança
O desafio de trabalhar a resistência encontra-se nos casos em que ela aparece de forma implícita
ou protelada. Os traços da resistência implícita são sutis, ou seja, podem se apresentar como
perda de lealdade à organização, perda da motivação, aumento dos erros, aumento do
absenteísmo, principalmente por “questões de saúde” e, portanto, de difícil identificação pelos
agentes da mudança. As ações proteladas podem dificultar a ligação entre a fonte da resistência
e a reação à mesma, aparecendo apenas após dias, meses ou anos (Robbins et al, 2010).
Comprometimento organizacional
O termo comprometimento, segundo Zanelli (2004), “refere-se ao relacionamento de uma
pessoa com outra, com um grupo ou organização”. Pessoas comprometidas buscam se engajar
em determinadas actividades, de forma que criam vínculos com a organização(p. 313)
O comprometimento pode ter uma relação directa com a satisfação no trabalho, por isso é um
aspecto de grande interesse das empresas, que acreditam que a satisfação está directamente
ligada a factores como a melhora de produção. Da mesma forma que a satisfação, o
comprometimento é uma característica que quando presente no indivíduo tem relação directa
25
Cultura
Para entender o conceito da palavra cultura, Horton e Hunt (1980), já explicava que a cultura é
entendida como tudo o que pode ser socialmente aprendido e disseminado pelos integrantes de
uma determinada sociedade. O indivíduo recebe cultura como parte de uma herança social e,
por sua vez, pode moldá-la, adaptá-las as mudanças, e ao seu tempo assim tornando uma
herança entre gerações vindouras. Sendo dessa maneira, tudo aquilo que é aceito e repassada
pelas pessoas através de suas vivências, experiências e tradições.
Nas organizações não é muito diferente do que se pode entender na sociedade, a cultura é como
um modelo de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu no
processo de aprendizagem, a fim de lidar com problemas de adaptação (externa) e integração
(interna). Uma vez que tenham funcionado suficientemente bem para serem considerados
válidos, tais pressupostos são ensinados aos demais membros da organização como a maneira
certa de se perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.
26
Segundo Migueles (2006), quando se fala em cultura de empresa, na realidade fala-se de todo
um modo de agir que se cristalizou ao longo dos anos, criando inúmeras soluções para dar foco
na produção e não nos intangíveis, como a marca e a estratégia, por exemplo.
Assim, para Chiavenato (2000), a cultura organizacional pode ser encarada de acordo com duas
vertentes básicas. A formal, que assenta nos múltiplos órgãos que a compõem, nos cargos
desempenhados pelos seus membros, na hierarquia da autoridade e responsabilidade dos
mesmos, nos objectivos, nas estruturas e tecnologias postas à disposição da organização. A
vertente informal assenta nos grupos informais que se desenvolvem no seu interior, com
interesses similares ou antagónicos, as atitudes e comportamentos assumidos, manifestando
percepções favoráveis ou desfavoráveis, as normas de trabalho que grupos distintos podem
assumir, independentemente das definidas institucionalmente, as quais poderão favorecer ou
não a organização como um todo e, finalmente, os padrões de liderança, conferindo autoridade
informal e como contra poder.
Para Migueles (2006) cultura organizacional pode ser compreendida como um mecanismo de
coordenação informal, com forte impacto sobre os custos de transação internos e externos à
empresa. Quando bem gerida, pode estruturar a criação e a manutenção de activos intangíveis,
como diferenciais que a empresa pode construir na relação com seus stakeholders. A cultura
fornece informações de maneira informal a cada membro da empresa, permitindo que
compartilhem um modo comum de perceber desafios e compreendam, de forma ordenada, os
objetivos em relação aos quais precisam devotar energia prioritariamente.
Nesta senda, podemos definir a cultura organizacional como um conjunto de valores nucleares,
normas de comportamento que governam a forma como as pessoas interagem numa
organização e o modo como se empenham no trabalho e na organização.
Sendo assim, em consonância com o pensamento de Schein (1991), podemos afirmar que a
cultura cumpre nesta óptica uma função integradora e equilibradora. Sendo entendida como
uma tradição é transmitida através da socialização organizacional. Os processos sociais nas
27
Podemos deste modo, constatar que o autor mostra algumas reticências em integrar o conflito
no seio das organizações como génese e expressão da cultura.
Certo é que a cultura não é um atributo do indivíduo mas sim de grupos. É algo que é
apreendido, compartilhado, padronizado e que se enraíza no simbolismo das suas manifestações
fenomenológicas cujo significado desempenha uma função integradora e adaptativa no seio da
organização.
1.8.Comunicação organizacional
Para o Fernandez (2003), a comunicação organizacional pode ser vista como um conjunto de
técnicas e atividades que buscam facilitar o processo de comunicação nas organizações através
da comunicação interna, da comunicação externa, das relações públicas, da publicidade e da
propaganda institucional.
O ponto de vista deste autor contempla uma visão ampla e social da comunicação nas
organizações, entendendo-a como processos, mensagens e redes e analisando sua gestão por
meio da cultura e identidade organizacional.
28
Marconi e Lakatos (2003), define o método como a observação sistemática dos fenómenos da
realidade através de uma sucessão de passos, orientados por conhecimentos teóricos, buscando
explicar a causa desses fenómenos, suas correlações e aspectos não-revelados.
Trata-se também de uma pesquisa quantitativa, que segundo Prodanov e Freitas (2013), “a
pesquisa quantitativa considera tudo que pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de
técnicas estatísticas” (p. 69). Portanto, o uso desta pesquisa tem como objectivo expressar de
forma quantitativa as ideias obtidas a partir das respostas colhidas através do questionário por
ínquerito.
Trata-se também de uma pesquisa descritiva, Santos (2017), “define o tipo de pesquisa
descritiva como desenvolvida em três etapas: selecciona-se uma amostra significativa, aplicam-
se questionários ou formulários, ou entrevistam-se directamente os indivíduos; os dados são
então tabulados e analisados quantitativamente, com o auxílio de cálculos estatísticos” (p. 29).
Portanto, esta pesquisa irá permitir a descrição da informação recolhida dos funcionários da
Rádio Moçambique (RM), emissor provincial de Inhambane.
29
Tomando como base o conhecimento de Marconi e Lakatos (2003), que defendem que:
Para o caso da pesquisa, baseou-se na técnica de observação directa extensiva6 que comporta o
questionário e guião de entrevista, que abarcam perguntas de natureza fechada.
De acordo com Gil (2008) questionário é “a técnica de investigação composta por um conjunto
de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre
conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores,
comportamento presente ou passado” (p. 121). Na perspectiva de Aragão & Neta
(2017),“questionário se caracteriza por um conjunto de perguntas dirigidas ao (s) provável (eis)
informante (s), que pode ser enviado ao respondente com prazo certo de devolução ao
coordenador da pesquisa” (p. 36).
6
Lakatos e Marconi (2003) afirmam que na observação directa extensiva, as informações são obtidas através dos
instrumentos de recolha como questionário, formulários, análise de conteúdo, etc.
30
Este inquérito por questionário tem como finalidade perceber o nivel de comprometimento dos
colaboradores perante este reigime e através de opiniões dos informantes e também tende-se
verificar o nível productividade, e satisfação perante este regime.
Entrevista
Deste modo para a materialização desta pesquisa, foi usada a entrevista semi-estruturada,
dirigida dirigida ao responsável pela administração de recursos humanos, concretamente, ao
gestor de recursos humanos da instituição objecto de estudo..
Para esta pesquisa vamos recorrer a entrevista semi-estruturada que, segundo Gil (1999, p. 120)
advoga como sendo aquela em que o entrevistador permite ao entrevistado falar livremente
sobre o assunto, mas quando esse se desvia do tema original, esforça-se para a sua retomada.
Colheu-se sensibilidades de alguns funcionários e gestores da Rádio Moçambique (RM),
emissor provincial de Inhambane com vista a obter informação necessária sobre a situação
vivida por estes. Esta entrevista pretende comparar respostas fornecidas pelos funcionários e
gestores da Rádio Moçambique (RM), emissor provincial de Inhambane a partir de um roteiro
de entrevista elaborado com antecedência.
População e Amostra
2.4.2.1.População
Vilelas (2009) considera, população como sendo o conjunto de todos os indivíduos nos quais
se desejam investigar algumas propriedades. Este conjunto tem uma ou mais características e
encontram-se num espaço ou território conhecido. No entanto, a pesquisa tem um universo de
trinta e oito (38) funcionários da Radio Moçambique (RM), emissor provincial de Inhambane.
2.4.2.2. Amostra
De acordo com Vergara (2010) amostra é uma parte da população escolhida segundo algum
critério de representatividade. Assim, a pesquisa objectiva extrair do total de trinta e oito
funcionarios que correspondem ao universo da pesquisa, um subconjunto de 21, que constituiu
a amostra da pesquisa.
31
Tipo de amostra
2.4.2.3.Amostra aleatória simples
Para Lakatos e Markoni (2003), a escolha de um indivíduo, entre uma população, é ao acaso
(aleatória), quando cada membro da população tem a mesma probabilidade de ser escolhida.
Objectivamos a partir do tipo de amostra, interpretar o fenómeno tendo-se como premissa o
estatuto de que cada componente da população estudado possui características similares,
gerando igual probabilidade para informantes não seleccionados.
7
“Análise diagnostica é uma ferramenta que contribui para que se possa entender de que forma certos
acontecimentos se desenvolveram.” (https://rockcontent.com/br/blog/tipos-de-analise-de-dados/)
32
A Rádio Moçambique foi criada a 16 de outubro de 1975 através do decreto lei nº 16/75, como
organismo do estado. Ao abrigo do decreto nº18/94, de 16 de junho, a Rádio Moçambique viria
a ser transformada em empresa pública.
A Rádio Moçambique foi criada pouco mais de três meses após a independência nacional, com
um mandato claro de contribuir no projecto de construção de Moçambique novo, educando,
informando e valorizando a cultura, a história, as tradições que representam e dignificam
Moçambique e os moçambicanos.
A Rádio Moçambique – E. P. tem a sua Sede na cidade de Maputo, num emblemático edifício
construído em 1931, e Emissores Provinciais em todas as capitais provinciais.
As Rádios Cidade (em Maputo e Beira) são canais temáticos e autónomos, virados para o
público jovem das cidades de Maputo, Matola e Beira. Abordam diversos temas e incorporam
serviços noticiosos e programas informativos.
O canal RM Desporto foi criado em 2003, com o objectivo de cobrir as realizações desportivas
nacionais e internacionais. Ao longo destes anos tem-se verificado que a missão está a ser
alcançada, estando o canal numa fase de expansão para todo o país.
Missão
Visão
Ser uma rádio cada vez mais próxima do ouvinte e líder de audiência.
Valores
Rigor e profissionalismo
Credibilidade
Ética e integridade
Inovação e modernidade
34
Delegado
Recursos Contabilidad
Emissão Redacção Secretaria
Humanos e
3.3.Perfil da pesquisa
Antes de apresentar a tabulação da pesquisa, vale trazer o perfil dos profissionais que foram
entrevistados. Considerou-se importante conhecer dados dos mesmos para melhor
contextualização.
Os gráficos seguintes trazem informações sobre género, idade, e tempo que estão na instituição.
35
Género
33%
Homens
67% Mulheres
Grafico 2. idade
16
14
14
12
10
8
67%
6 5
4
24% 2
2
10%
0
18 -30 31-50 50+
3.4. Dados sobre entrevista dirigida ao gestor da Rádio Moçambique (RM), emissor
provincial de Inhambane
Nesta fase, para a colecta de informações, baseamo-nos no guião de entrevista com 9 perguntas
do tipo abertas pertencente a entrevista do tipo estruturada a qual foi direccionada apenas ao
gestor da Rádio Moçambique (RM) emissor provincial de Inhambane que corresponde a 9.1%
(n=1) da amostra, que por sua vez foi objectiva e clara, afim de colher dados inerentes ao
contributo do Home office para o sucesso organizacional em época de Covid-19.
Gestor- “É uma abordagem nova e digna de ser encorajada. Esse regime flexibiliza o trabalho
e reduz a pressão sobre a distribuiçãode trabalho assim como dos recursos.
Assim, entendemos que o home office é uma forma inovadora de trabalhar, pode ser entendido
como trabalho remoto, trabalho à distância ou escritório em casa, sem a necessidade de estar
fisicamente na empresa, é fruto das novas tecnologias e também das novas formas de
administração. Deste modo, em consonância com Froehlich e Taschetto (2019):
O home office caracteriza-se como uma forma de trabalho flexível, decorrente das evoluções
tecnológicas que aconteceram ao longo dos anos. Estas evoluções, como o desenvolvimento e
o uso frequente da Internet, proporcionaram uma nova forma de desenvolver o trabalho, tanto
para as organizações, quanto para os trabalhadores (p. 3).
Portanto, percebe-se que esse formato de trabalho é utilizado para facilitar e prevenir a vida do
trabalhador, visto que insere-se como uma das formas de prevenção e mitigação da Covid-19.
Gestor- “Houve uma capacitação dos recursos humanos em matérias de uso das TICs e foram
adquiridos e alocados computadors aos colaboradores.”
informação e das comunicações (TICs), pode ser realizada a distância, fora do âmbito onde se
encontra o contratante de maneira total ou parcial.
Gestor- “Seguindo o trabalho está dividido em termos de orientação sectorial, cada colaborador
em casa. Após recolha faz processamento dos materiais, envia a sede da instituição para uso.”
Sendo assim, como não existe horário de trabalho a ser seguido, subentende-se pela inexistência
de horas extras laborais, ou seja, isso pode significar que o funcionário pode trabalhar mais
horas por dia, ou menos horas por dia, dependendo, inclusive, de seu desenvolvimento
profissional.
Apesar desta modalidade de trabalho ser realizada a distância da empresa, existe uma maneira
de fiscalizar ou monitorar a realização das actividades desenvolvidas pelo profissional por
meios telemáticos. Esse monitoramento pode ser com base no horário de trabalho estabelecido
pela empresa, no qual o funcionário deve cumprir rigorosamente, ou pela entrega de
actividades, com base em metas e entregas.
8
Identificar acções que foram incorporadas na administração do processo do home office na RM- Inhambane.
9
Aferir o nível de comprometimento dos colaboradores na execução das actividades em regime home office na
RM – Inhambane
38
Pode-se afirmar que o Home office ajuda a melhorar o trabalho dos profissionais e dos
funcionários de escritório. Compreende-se que com a moral mais elevada e a satisfação com o
trabalho, a quantidade e a qualidade da produção dos trabalhadores de home office melhoram
(Kugelmass, 1996).
Seguidamente, objectivamos verificar o nível de satisfação dos colaboradores perante o regime
home office que propomos a questão “Qual é o contributo do Home office nesta instituição?”
que em jeito de resposta afirmou:
Portanto, o Home office contribui para eliminação de custos e de tempo gasto em deslocamento
até o trabalho; aumento de productividade e realização profissional em virtude da autonomia
ganha; menos encargos de transportes públicos; melhorias ambientais com a redução da
poluição e do tráfico urbano; economia; productividade, assim como afirma Kugelmass (1999)
“productividade; redução do absenteísmo; serviços ao cliente; moral e satisfação no emprego;
relógio biológico; retenção e recrutamento; segurança do empregado; amenização de desastre;
benefícios ambientais.”
Gestor- Sim. Cada colaborador observa aquilo que era as suas metas em algum momento se
superavam as espectativas.
Entretanto, para Boonen (2003) os profissionais que trabalham em carácter home office
precisam se automotivar, em razão de que estão expostos a desconcentrações decorrentes do
espaço ao seu redor. Por isso, as actividades que habitualmente são exercidas em equipa e as
rotinas em que acontecem as relações de grupo, acabam sendo alteradas para um ambiente de
comunicação eletrônica, ocorrendo, assim, menor relação interpessoal formal e informal, e
causando maior volume de trabalho devido ao aumento de productividade; dificuldade de
caracterizar acidentes de trabalho; isolamento social; falta de legislação específica; etc.
39
Posteriormente, com mesmo objectivo 10, questionamos ao gestor “Na sua óptica, o regime
home office, pode ser uma ferramenta relevante para estímulo ao aumento da produção e
productividade dos trabalhadores?” que sucessivamente afirmou:
Gestor- Naquilo que é o regime de actividades da Rádio Moçambique (RM), emissor provincial
de Inhambane é melhor o contínuo uso porque ajuda o colaborador a demonstrar de forma livre
as suas capacidades e habilidades.
Nesse sentido, Bellini et al., (2011) afirmam que é preciso projectar novas formas de trabalho
para situações atipicas. Assim, algumas empresas estão gerando alterações em suas culturas e
estruturas organizacionais.
Assim, verifica-se que entre os benefícios estão a qualidade de vida em função da redução do
tempo com deslocamento, e a productividade maior, porque alguns tipos de trabalhos
necessitam de mais concentração e o ambiente de trabalho não pode proporcionar isso. E para
os pessoais, percebe-se qualidade de vida, autonomia para gerir o tempo, menos estresse e
despesas com deslocamentos e mais contacto com familiares. (Bellini et al., 2011)
Por fim, questionamos ao gestor “Como foi a productividade no regime de Home Office?” que
incessantemente respondeu:
Gestor- Boa!
O entrevistado julga que trabalhar em home office pode influenciar positivamente na
productividade, dependendo das demandas e das actividades desempenhadas. Assim, Capul e
Garnier (1996) pontuam que a productividade é definida genericamente como uma relação entre
os bens produzidos e os factores utilizados na sua produção, designadamente, tempo, trabalho,
matérias-primas, e significando a quantidade de produto, enquanto resultado do processo de
produção, que é gerada por uma unidade de factor produtivo, isto é, a relação entre o que se
obtém por unidade económica (factor, organização, região, país) e os recursos que essa
produção consumiu (p. 363).
10
Verificar o nível de productividade com o regime home office;
40
3.5. Dados sobre o inquérito dirigida aos funcionarios da Rádio Moçambique (RM),
emissor provincial de Inhambane
Grafico 3 . Classificação das acções incorporadas pela administração
8
40%
3 3 20%
2 15% 15%
10%
Através dos dados colhidos percebe-se que houve uma classificação positiva mediante as acções
incorporadas pela Rádio Moçambique (RM) emissor provincial de Inhambane no âmbito da
implantação e administração deste novo regime o que revela que apesar deste novo regime ser
41
uma mudança reactiva, a organização conseguiu se reinventar, readaptar perante esse novo
normal.
Quando entrevistado o gestor sobre que acções foram incorporadas pela administração no
processo de home office, ele respondeu que numa primeira fase se alocou material informático
para a iniciação desse regime e uma formação no que se refere a uso de tecnologia de
informação para maior eficiência e eficácia no processo de trabalho neste novo regime. E em
seguida questionamos sobre como classifica as acções desenvolvidas pela administração no
processo home office ele respondeu que foi muito bom pois, a maior parte dos funcionários
acataram bem as recomendações da direção para a execução perfeita dos trabalhos neste regime.
Portanto, verifica-se que o gestor e os trabalhadores foram unânimes a dar uma avaliação
positiva sobre a classificação das acções desenvolvidas nesta nova maneira de trabalhar.
14
70% 6
30%
sim nao
posteriormente 30% pertecente a 6 funcionários julgaram que o home office não foi bem
incorporado na organização.
Deste modo, conclui-se que quanto aos funcionários assim como o gestor afirmaram
positivamente que aa incorporação do home office no ambiente laboral foi muito boa.
35%
25%
20%
10% 5
4
5%
2
1
Com o objectivo de classificar o regime home office de acordo com o gráfico acima apresentado
questionados sobre como classificam este regime 5% que representa 1 funcionário avaliam
como mau, e 10% que representam 2 funcionários responderam que é razoavel, e 20% que
representam 4 funcionários responderam que é bom, porem, 35% que representam a 7
funcionários afirmaram que foi muito bom e outros 25% que representa 5 funcionários
responderam que é excelente.
4 4
40%
2 2
20% 20%
10% 10%
Quando questionados sobre como avaliam o seu desempenho neste regime, os funcionários
responderam da seguinte maneira, 10% que representam 2 funcionários avaliam como mau,
outros 10% que representam 2 funcionários avaliam como razoável, 20% que representam 4
funcionários classificam como bom, 40% que representam 8 funcionários classificam como
muito bom e os restantes 20% classificam como excelente.
Nestes moldes dá para perceber que os informantes classificam como positiva o seu
desempenho que na óptica de, Ferreira (1978) é cumprir aquilo que se está obrigado; exercer,
executar, desempenhar uma função, um cargo. Portanto aquilo que foi planeado e plasmado
para tarefas neste regime foi executado com sucesso por parte dos trabalhadores apesar de ter
alguns trabalhadores que não acharam bom o seu desempenho, devido a falhas da tecnologia, a
maior parte deles que representa uma grande percentagem considerou positivo o seu
desempenho perante este regime.
44
13 65%
4 20%
3 15%
A partir do gráfico acima apresentado percebe-se que 3 funcionários que representam 15%
declararam que a productividade foi má, e 4 funcionários que representam a 20 % declararam
que foi razoável e 13 funcionários que representam a 65% declararam que a productividade
neste regime foi boa.
14
70%
6
30%
sim nao
Fonte: elaborado pelo autor (2022)
Quando questionados sobre a satisfação com o regime home office 70% deles que representam
a 14 dos informantes responderam que sim estão satisfeitos, enquanto que 30% responderam
que não estão satisfeitos com o regime home office.
Portanto os colaboradores afirmam de forma positiva que estão satisfetitos com este regime que
na óptica de Locke (1969) a satisfação no trabalho é um estado emocional visto que a emoção
deriva da avaliação dos valores do individuo e por se tratar de um estado emocional possui dois
fenômenos o de alegria (satisfação) e o do sofrimento desprazer (insatisfação).
Neste âmbito o delegado como os colaboradores estão satisfeitos com o regime home office na
medida em que as tarefas são executadas com maior flexibilidade e há redução de tempo e
maior autonomia na execução de tarefas.
46
Questionados se tinham orgulho de dizer a amigos e familiares que trabalham no regime home
office 40% que correspondem a 8 funcionários responderam que não e outros 60% que
correspondem a 12 funcionários responderam que sim.
E então colocamos a seguinte questão; te importas com as metas da organização neste regime,
dai que 30% correspondentes a 6 funcionários responderam que não e outros 70 % que
correspondem a 14 funcionários responderam que sim.
Seguidamente fizemos a seguinte questão “ te dedicas a este regime nesta organização”, onde
recebemos as seguintes respostas 30% que correspondem a 6 funcionários responderam que
não e outros 70% que correspondem a 14 funcionários responderam que sim.
E por fim colocamos a seguinte questão. “Se esta comprometido com este regime” onde 20%
correspondem a 4 funcionários responderam que não e as restantes 80% que correspondem a
16 funcionários responderam que sim.
funcionários para sim. Entretanto existe uma avaliação positiva quanto ao comprometimento
que é a identificação do empregado com a organização que segundo Davis e Newstrom (2002,
p.126), “é o grau em que o empregado se vê na organização e deseja dela continuar activamente
participando.
No que tange a segunda hipótese afirmava que o home office contribuiu negativamente para o
sucesso organizacional da Rádio Moçambique (RM) emissor provincial de Inhambane na
medida em que houve baixa productividade devido à redução de cobrança e feedback da
gerência, isolamento social, atrasos na execução de tarefas, aumento do fluxo de trabalho é
parcialmente aprovada visto que um pequeno número de colaboradores se sentiram insatisfeitos
com a implementação e os resultados da aplicação e administração deste novo regime na
organização.
Entretanto no que se refere a terceira hipótese que declarava que no âmbito organizacional, o
home office não possuiu influência sobre o sucesso organizacional visto que a sua
implementação não trouxe efeitos no que tange a productividade na organização é invalidada
visto que afectou de alguma forma a productividade, porque como é um novo regime houveram
mudanças na forma de produzir.
48
4. Conclusão
Esta constitui a fase do nosso trabalho onde com base na análise e interpretação de dados dos
dados da pesquisa sobre Análise do contributo do home office para o sucesso organizacional
em época da covid19. Estudo de caso: rádio moçambique, emissor provincial de inhambane
(2020 – 2022) concluímos que:
O regime home office nesta instituição foi bem incorporado pela administração, visto que houve
alocação de material informático, e também formações intensivas de como trabalhar neste
regime, daí que classificam como muito boa a actuação neste regime, portanto percebe-se
também que houve alta productividade devido a flexibilidade de actuação e autonomia na
execução de tarefas por isso que validamos a primeira hipótese.
Entretanto o regime home office não trouxe satisfação e alegria para um número pequeno de
funcionários que afirmaram como mau o seu contributo. Holisticamente o home office foi a
melhor decisão por parte da instituição visto que flexibilizou as tarefas e dinamizou as
actividades.
O home office criou uma mudança organizacional do tipo reactiva onde tiveram que reagir a
surpresa da pandemia do covid19, contudo a organização mostrou-se firme e conseguiu
satisfazer aquilo que eram as suas metas para este período.
Foi constatado ainda que os colaboradores estão comprometidos com a organização e isso se
demonstra pelos números alcançados no inquérito, portanto dá perceber que os funcionários
dão a vida e o suor pela organização, principalmente em momentos turbulentos como o caso da
pandemia.
Percebe-se ainda que este regime deixou satisfeitos os colaboradores devido a redução de custos
de transportes para a organização e fica visível, portanto, que muitas actividades presenciais
vão voltar a ser realizadas quando as restrições sanitárias acabarem, mas a realização de eventos
em formato online, por exemplo, é uma realidade que deve continuar gerando economia com
deslocamentos, ainda que em menor escala.
49
Sugestões
Que saibam lidar com as diferenças no ambiente de trabalho, pois cada indivíduo
comporta-se de forma diferente do outro, possui suas próprias crenças, não se deve olhar
para os aspectos ligados a cultura, raça e religião, pois no ambiente de trabalho não há
grupos, mas sim equipes que cooperam, trocam informações, são mais engajadas, e
inovadora.
50
Referências bibliográficas
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Apêndices
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55
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8. Na sua óptica o regime home office , pode ser uma ferramenta relevante para estímulo
ao aumento da produção e produtividade dos trabalhadores?
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Dados sociodemográficos
Sexo_______________ Cargo/ função_________________________________
Idade:
( ) até 30 anos ( ) 31 a 50 anos ( ) 50 em diante
Grau de Instrução:
( ) Ensino Médio (Pedagógico)______________________
( ) Ensino Superior Completo: ______________________________________
( ) Especialização: _________________________________________________
Tempo de actuação na área:
( ) 1 a 3 anos ( ) 4 a 6 anos ( ) 7 a 9 anos ( ) acima de 10
Sim Não
Sim não
Sim não
Anexos
60