Você está na página 1de 24

CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

EXERCÍCIOS CONJUNÇÃO

Exercícios Conjunção

1. (Esa 2023) Observe a segunda estrofe do Hino Nacional:

“(…)
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
(...)”

Atento ao conteúdo apreendido por você em suas aulas de Língua Portuguesa, mais especificamente ao conteúdo
de Morfologia, o vocábulo “Se”, que inicia a estrofe, pode ser definido como:
a) uma conjunção coordenativa condicional
b) um pronome reflexivo
c) uma conjunção subordinativa causal
d) uma conjunção subordinativa condicional
e) um pronome oblíquo

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Luc Boltanski e Ève Chiapello demonstram com clareza e sagacidade a capacidade antropofágica do
capitalismo financeiro que “engole” a linguagem do protesto e da libertação para transformá-la e utilizá-la para
legitimar a dominação social e política a partir do próprio mercado.
Na dimensão do mundo do trabalho, por exemplo, todo um novo vocabulário teve que ser inventado para
escamotear as novas transformações e melhor oprimir o trabalhador. Com essa linguagem aparentemente
libertadora, passa-se a impressão de que o ambiente de trabalho melhorou e o trabalhador se emancipou.
Assim houve um esforço dirigido para transformar o trabalhador em "colaborador", para eufemizar e
esconder a consciência de sua superexploração; tenta-se também exaltar os supostos valores de liderança para
possibilitar que, a partir de agora, o próprio funcionário, não mais o patrão, passe a controlar e vigiar o colega de
trabalho. Ou, ainda, há a intenção de difundir a cultura do empreendedorismo, segundo a qual todo mundo pode ser
empresário de si mesmo. E, o mais importante, se ele falhar nessa empreitada, a culpa é apenas dele. É necessário
sempre culpar individualmente a vítima pelo fracasso socialmente construído.

SOUZA, Jessé. Como o racismo criou o Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2021.

2. (Fuvest 2023) O uso dos verbos “passar” (2º parágrafo) e “tentar” (3º parágrafo) no texto, em sua forma
pronominal, revela
a) adequação à forma analítica da voz passiva.
b) construção com conjunção integrante.
c) marcação da impessoalidade do discurso.
d) informalidade correspondente ao gênero discursivo.
e) ênfase na reciprocidade da linguagem.

clubedonoslen.com.br
01
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

3. (Pucpr 2022) O post a seguir é referência para a próxima questão.

Apesar de não haver uma conjunção que ligue as duas orações do período, é possível identificar que existe entre
elas
a) Adição.
b) oposição.
c) explicação.
d) condição.
e) concessão.

4. (Integrado - Medicina 2022) As escritoras Clarice Lispector e Marina Colasanti, esta nascida na então colônia
italiana da Eritreia e aquela nascida na Ucrânia, são consideradas duas das maiores escritoras brasileiras.
Colasanti publicou mais de 70 obras, enquanto Lispector teve 37 obras publicadas, incluindo as publicações
póstumas.

Em relação às questões linguísticas do texto acima, assinale a alternativa correta.


a) A conjunção “enquanto” tem valor semântico de tempo.
b) No primeiro período do texto, há dois apostos distributivos.
c) A conjunção aditiva “e”, no primeiro período, pode ser substituída por outra conjunção aditiva sem prejuízos
semânticos.
d) Por iniciar uma oração, o verbo “incluindo” não poderia ser usado no gerúndio.
e) O termo “póstumas” é sintaticamente classificado como um predicativo do objeto.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

O HOMEM CORDIAL
Marco A Rossi

É de 1936 o livro 1“Raízes do Brasil”, do historiador Sérgio Buarque de Holanda. 2Nele está contida a ideia
de 3“homem cordial”, 4uma das maiores contribuições já realizadas para a compreensão do Brasil e dos brasileiros.
5
O 6“homem cordial”, resultado de um 7cruzamento entre a cultura colonial e o improviso de um país para sempre
inacabado, é afetuoso, interesseiro e autoritário; adora obter vantagens em tudo, detesta regras, vive em busca de
atalhos favoráveis; não vê problema no que faz de errado, 8embora seja raivoso na hora de apontar os erros dos
outros. Variação muito mal-humorada de um tipo único de homo brasiliensis, 9o “homem cordial” é avesso ao

clubedonoslen.com.br
02
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

esforço metódico e à concentração; prefere o circunstancial, a moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar
aquilo que deseja. Adepto do “curtir a vida adoidado”, o homo brasiliensis encarnado no “homem cordial” sofre muito
diante de compromissos que exijam dispêndio de energia e tempo – na cultura humana do juro, opta sempre por
curtir hoje e pagar amanhã, em vez de investir agora para saborear depois por tempo indeterminado e mais
tranquilo. 10A impessoalidade no trato, as regras universais, a ética como parâmetro para a tomada de decisões, o
antever dos desdobramentos de sua ação sobre a vida e o planeta, o incentivo ao fortalecimento de instituições
públicas e sociais, 11nada disso agrada ao “homem cordial”, que não esconde amar o familiarismo nas relações
sociais, as regras particulares, a moral privada, o 12“salve-se quem-puder”, o apelo a saídas pessoais diante de
problemas e questões que são, de superfície e de fundo, coletivas. Em 1936, Sérgio Buarque de Holanda apontava
esses traços culturais brasileiros como uma barreira intransponível para a democracia. 13E hoje? 14Creio que a
atualidade da ideia de “homem cordial” salta aos olhos de quem observa com interesse o país. Resta saber o
tamanho desse malfazejo espólio.

(Fonte: Marco A. Rossi. Acesso 10/01/2013 às 12:30 p.m


http://travessia21.blogspot.com.br/2013/01/o-homem-cordial.html.)

5. (Epcar (Afa) 2022) Analise as afirmativas sobre o texto.

I. Ao afirmar que o “homem cordial” é fruto de um “cruzamento” (ref. 7), o autor refere-se à mistura entre a cultura
brasileira e as estrangeiras.
II. A conjunção “embora” (ref. 8) conecta enunciados que demonstram um traço contraditório no comportamento do
“homem cordial”.
III. A citação do livro “Raízes do Brasil” configura, no texto, o que se denomina “argumento de autoridade”, com a
finalidade de conferir peso aos argumentos de Marco Rossi.
IV. Predomina no texto uma postura crítica do autor que, questionando os limites da tese de Sérgio Buarque, aponta
para um novo tipo de homem cordial.

Está correto o que se afirma apenas em


a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) III e IV

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

E a indústria de alimentos na pandemia?

O editorial da edição de 10 de junho do British Medical Journal, assinado por professores da Queen Mary
University of London, na Inglaterra, propõe uma reflexão tão interessante que vale provocá-la entre nós, aqui
também: a pandemia de Covid-19 deveria tornar ainda mais urgente o combate à outra pandemia, a de obesidade.
O excesso de peso, por si só, já é um fator de risco importante para o agravamento da infecção pelo
Sars-CoV 2, como lembram os autores. A probabilidade de uma pessoa com obesidade severa morrer de Covid-19
chega a ser 27% maior do que a de indivíduos com obesidade grau 1, isto é, com um índice de massa corporal entre
30 e 34,9 quilos por metro quadrado, de acordo com a plataforma de registros OpenSAFELY.
O editorial cita uma série de outros dados e possíveis razões para a associação entre a má evolução de
certos casos de Covid-19 e a obesidade. No entanto, o que mais destaca é o ambiente obesogênico que o novo
coronavírus encontrou no planeta.
Nos Estados Unidos e no Reino Unido, para citar dois exemplos, entre 65% e 70% da população
apresentam um peso maior do que o recomendado para o bem da saúde. E, assim, os autores apontam o dedo para
a indústria de alimentos que, em sua opinião, em todo o globo não parou de promover produtos ultraprocessados,
com muito açúcar, uma quantidade excessiva de sódio e gorduras além da conta.
A crítica do editorial é mesmo cortante: “Fica claro que a indústria de alimentos divide a culpa não apenas
pela pandemia de obesidade como pelos casos mais graves de Covid-19 e suas consequências devastadoras”,

clubedonoslen.com.br
03
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

está escrito.
E os autores cobram medidas, lembrando que o confinamento exigido pela Covid-19 aparentemente piorou
o estado nutricional das pessoas, em parte pela falta de acesso a alimentos frescos, em outra parte porque o pânico
fez muita gente estocar itens ultraprocessados em casa, já que esses costumam ter maior vida de prateleira,
inclusive na despensa.
Mas o que deixou os autores realmente desconfortáveis foram as ações de marketing de algumas marcas
nesses tempos desafiadores. Todas, claro, querendo demonstrar o seu envolvimento com iniciativas de
responsabilidade social, mas dando tiros que, para olhos mais atentos, decididamente saíram pela culatra. Por
exemplo, quando uma indústria bem popular na Inglaterra distribuiu nada menos do que meio milhão de calóricos
donuts para profissionais na linha de frente do National Health Service britânico.
A impressão é de que as indústrias de alimentos verdadeiramente preocupadas com a população, cada vez
mais acometida pela obesidade, deveriam aproveitar a crise atual para botar a mão na consciência, parar de
promover itens pouco saudáveis e reformular boa parte do seu portfólio. As mortes por Covid-19 dão a pista de que
essa é a maior causa que elas poderiam abraçar no momento.

Fonte: Adaptado de https://abeso.org.br/e-a-industria-de-alimentos-na-pandemia. Publicado em 30 de junho de


2020. Acessado em 09 Mar 21.

GLOSSÁRIO: O termo “ambiente obesogênico” foi criado pelo professor de Bioengenharia da Universidade
da Califórnia, nos EUA, Bruce Blumberg. Segundo ele, são os Obesogênicos os responsáveis por contribuir
no ganho de peso sem que o indivíduo tenha consciência de que está engordando.

6. (Espcex (Aman) 2022) Assinale a alternativa em que o emprego da conjunção destacada tenha o mesmo sentido
da que está sublinhada na oração “Quis dizer mais alguma coisa e não pôde”.
a) O editorial cita uma série de outros dados e possíveis razões para a associação entre a má evolução de certos
casos de Covid-19 e a obesidade.
b) A indústria de alimentos divide a culpa não apenas pela pandemia de obesidade mas também pelos casos mais
graves de Covid-19.
c) As indústrias de alimentos quiseram mostrar iniciativas de responsabilidade social, e deram tiros que, na verdade,
saíram pela culatra.
d) As indústrias de alimentos deveriam parar de promover itens pouco saudáveis e reformular boa parte de seu
portfólio.
e) A indústria de alimentos não parou de promover produtos ultraprocessados, com muito açúcar, uma quantidade
excessiva de sódio e gorduras além da conta.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Da Violência
Hannah Arendt

Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o 1background do
século vinte, que se tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; 2um século
daquela violência que se acredita comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia,
um outro fator na situação atual que, 3embora não previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O
desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal ponto que nenhum objetivo político concebível
poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num conflito armado. 4Assim, a arte
da guerra 5– desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais 6– perdeu muito de sua
eficácia e quase todo seu fascínio. O 7“apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, 8ou seja, entre os que
manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é
o fim de ambos”; é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu
objetivo 9“racional” é intimidação e não vitória, e a corrida armamentista, 10já não sendo uma preparação para a
guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto mais intimidação houver maior é a garantia de paz.

clubedonoslen.com.br
04
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)

7. (Ufpr 2022) Acerca dos relatores de coesão presentes no texto, assinale a alternativa correta.
a) O termo grifado em “um século daquela violência que se acredita” (ref. 2) é conjunção integrante com valor
aditivo.
b) O vocábulo “assim” (ref. 4) tem valor adversativo, de oposição ao período precedente.
c) Na referência 8, a locução “ou seja” tem o mesmo valor semântico de “quer seja”.
d) O valor semântico de “embora” (ref. 3) corresponde a “por mais que”.
e) A locução “já não” (ref. 10) tem valor concessivo equivalente a “ainda que”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Ser leve e líquido


(Zygmunt Bauman)

1
A elite global contemporânea é formada no padrão do velho estilo dos “senhores ausentes”. Ela pode
dominar sem se ocupar com a administração, gerenciamento, bem-estar, ou, ainda, com a missão de “levar a luz”,
“reformar os modos”, elevar moralmente, “civilizar” e com cruzadas culturais. 2O engajamento ativo na vida das
populações subordinadas não é mais necessário (ao contrário, é fortemente evitado como desnecessariamente
custoso e ineficaz) — e, portanto, o “maior” não só não é mais o “melhor”, mas carece de significado racional. Agora
é o menor, mais leve e mais portátil que significa melhoria e “progresso”. 3Mover-se leve, e não mais aferrar-se a
coisas vistas como atraentes por sua confiabilidade e solidez — isto é, por seu peso, substancialidade e capacidade
de resistência — é hoje recurso de poder.
4
Fixar-se ao solo não é tão importante se o solo pode ser alcançado e abandonado à vontade,
imediatamente ou em pouquíssimo tempo. Por outro lado, fixar-se muito fortemente, sobrecarregando os laços com
compromissos mutuamente vinculantes, pode ser positivamente prejudicial, dadas as novas oportunidades que
surgem em outros lugares. Rockefeller pode ter desejado construir suas fábricas, estradas de ferro e torres de
petróleo altas e volumosas e ser dono delas por um longo tempo (pela eternidade, se medirmos o tempo pela
duração da própria vida ou pela da família). Bill Gates, no entanto, não sente remorsos quando abandona posses
de que se orgulhava ontem; é a velocidade atordoante da circulação, da reciclagem, do envelhecimento, do entulho
e da substituição que traz lucro hoje — não a durabilidade e confiabilidade do produto. Numa notável reversão da
tradição milenar, são os grandes e poderosos que evitam o durável e desejam o transitório, enquanto os da base
da pirâmide — contra todas as chances — lutam desesperadamente para fazer suas frágeis, mesquinhas e
transitórias posses durarem mais tempo. Os dois se encontram hoje em dia principalmente nos lados opostos dos
balcões das mega-liquidações ou de vendas de carros usados.
5
A desintegração da rede social, a derrocada das agências efetivas de ação coletiva, é recebida muitas
vezes com grande ansiedade e lamentada como “efeito colateral” não previsto da nova leveza e fluidez do poder
cada vez mais móvel, escorregadio, evasivo e fugitivo. 6Mas a desintegração social é tanto uma condição quanto
um resultado da nova técnica do poder, que tem como ferramentas principais o desengajamento e a arte da fuga.
Para que o poder tenha liberdade de fluir, o mundo deve estar livre de cercas, barreiras, fronteiras fortificadas e
barricadas. Qualquer rede densa de laços sociais, e em particular uma que esteja territorialmente enraizada, é um
obstáculo a ser eliminado. Os poderes globais se inclinam a desmantelar tais redes em proveito de sua contínua e
crescente fluidez, principal fonte de sua força e garantia de sua invencibilidade. E são esse derrocar, a fragilidade,
o quebradiço, o imediato dos laços e redes humanos que permitem que esses poderes operem.
Se essas tendências entrelaçadas se desenvolvessem sem freios, homens e mulheres seriam
reformulados no padrão da toupeira eletrônica, essa orgulhosa invenção dos tempos pioneiros da cibernética
imediatamente aclamada como arauto do porvir: um plugue em castores atarantados na desesperada busca de
tomadas a que se ligar. Mas no futuro anunciado pelos telefones celulares, as tomadas serão provavelmente
declaradas obsoletas e de mau gosto, e passarão a ser fornecidas em quantidades cada vez menores e com
qualidade cada vez mais duvidosa. No momento, muitos fornecedores de eletricidade exaltam as vantagens da
conexão a suas respectivas redes e disputam os favores dos que procuram por tomadas. Mas a longo prazo (o que
quer que “longo prazo” signifique na era da instantaneidade) as tomadas serão provavelmente banidas e
suplantadas por baterias descartáveis compradas individualmente nas lojas e em oferta em cada quiosque de

clubedonoslen.com.br
05
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

aeroporto e posto de gasolina ao longo das estradas.


Essa parece ser a distopia feita sob medida para a modernidade líquida.

BAUMAN, Zygmunt. Ser leve e líquido. In: BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien.
São Paulo: Zahar, 2008. p. 17-18.

8. (Uece 2022) “O engajamento ativo na vida das populações subordinadas não é mais necessário (ao contrário, é
fortemente evitado como desnecessariamente custoso e ineficaz) – e, portanto, o ‘maior’ não só não é mais o
‘melhor’, mas carece de significado racional. Agora é o menor, mais leve e mais portátil que significa melhoria e
‘progresso’.” (ref. 2)

Atente para o que se afirma a seguir sobre o trecho acima:

I. Há uma elipse, porque ocorre a supressão de “engajamento ativo” antes da expressão “é fortemente evitado”.
II. A conjunção adversativa “mas” é fundamental para estabelecer a ideia de contrários para a lógica do enunciado.
III. O termo “agora” remete a um tempo marcado no momento em que o fato já ocorreu.

Estão corretas as proposições contidas em


a) I e III apenas.
b) II e III apenas.
c) I e II apenas.
d) I, II e III.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

"Slam" é voz de identidade e resistência dos poetas contemporâneos

1
A poesia falada e apresentada para grandes plateias não é um fato novo, porém, a grande diferença é que
hoje a poesia falada se apresenta para o povo e não para uma elite – estamos falando da poesia slam. Essa palavra
surgiu em Chicago, em 1984, e hoje a poetry slam, como é chamada, é uma competição de poesia falada que traz
questões da atualidade para debate. Slam é uma expressão inglesa cujo significado se assemelha ao som de uma
“batida” de porta ou janela, “algo próximo da nossa ‘pá! em língua portuguesa”, explica Cynthia Agra de Brito Neves,
em artigo recém-publicado na revista Linha D’Água. Nas apresentações de slam o poeta é performático e só conta
com o recurso de sua voz e de seu corpo.
2
A poetry slam, também chamada “batalha das letras”, tornou-se, além de um acontecimento poético, um
movimento social, cultural e artístico no mundo todo, um novo fenômeno de poesia oral em que poetas da periferia
abordam criticamente temas como racismo, violência, drogas, entre outros, despertando a plateia para a reflexão,
tomada de consciência e atitude política em relação a esses temas. 3Os campeonatos de poesias passam por
etapas ao longo do ano, de fevereiro a novembro, são compostos de três rodadas e o vencedor, escolhido por cinco
jurados da plateia, é premiado com livros e participa do Campeonato Brasileiro de Slam (Slam Br). 4O poeta
vencedor dessa etapa competirá na Copa do Mundo de Slam, realizada todo ano em dezembro, na França.
Os campeonatos de slam no Brasil foram introduzidos por Roberta Estrela D’Alva, a slammer (poetisa)
brasileira mais conhecida pela mídia e que conquistou o terceiro lugar na Copa do Mundo de Poesia Slam 2011, em
Paris. Outra presença expressiva no assunto é Emerson Alcalde, fundador do Slam da Guilhermina, entrevistado
pela autora em maio deste ano na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Segundo
ele,
5
“promover a poesia oral, falar poesias, ler, escrever, promover batalhas de performances poéticas, é transformar
os slams em linguagem” e, pensando nisso, levou o slam às escolas, pois “poesia é educação”.
(...) 6O slam é um grito, atitude de “reexistência”, termo criado com a fusão das palavras existência e
resistência, de acordo com a professora Ana L. S. Souza. O artigo ressalta também a importância de se levar os
slams para as escolas, na medida em que forma alunos leitores e escritores conscientes, dispostos a reivindicarem

clubedonoslen.com.br
06
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

mudanças educacionais e sociais.


7
É fundamental o papel da escola na disseminação dos “slams”, pois por meio deles os alunos expressam
“seus modos de existir” e suas reivindicações por “uma cultura jovem, popular, negra e pobre, de moradores da
periferia, bem diferentes do gosto canônico, branco e de classe média”. 8Ao recriarem a cultura oficialmente escolar
letrada, esses alunos se tornam “agentes de letramentos de reexistência”, e os slams, dessa maneira, são seus
porta-vozes, pelos quais demonstram sua revolta, sua identidade e resistência. A autora finaliza afirmando que “é
preciso resistir para existir. Poesia é reexistência”, enfatizando o desafio com que se deparam as escolas diante
dessa nova poesia contemporânea.

Adaptado de NEVES, Cynthia Agra de Brito. “Slam” é voz de identidade e resistência dos poetas
contemporâneos. Disponível em https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/slam-e
voz-de-identidade-e-resistencia-dos-poetas-contemporaneos/ Acesso em 14 de setembro de 2021.

9. (Uece 2022) Em “A poesia falada e apresentada para grandes plateias não é um fato novo, porém, a grande
diferença é que hoje a poesia falada se apresenta para o povo e não para uma elite...” (ref. 1), a conjunção, “porém”
é usada para expressar a ideia de que
a) nunca houve poesia falada e que o Slam é uma novidade.
b) é errôneo apresentar o histórico de surgimento do gênero Slam.
c) há contraditoriedade entre o gênero Slam e o que representa.
d) a novidade se encontra nos envolvidos e não na forma do gênero.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A CADEIRINHA

Naquele fundo de sacristia, escondida ou arredada como se fora uma imagem quebrada cuja ausência do
altar o decoro do culto exige, encontrei a cadeirinha azul, forrada de damasco cor de ouro velho. Na frente e no
fundo, dois pequenos painéis pintados em madeira com traços finos e expressivos. Representava cada qual uma
dama do antigo regime. A da frente, vestida de seda branca, contrastava a alvura do vestido e o tênue colorido da
pele com o negrume dos cabelos repuxados em trunfa alta e o vivo carmim dos lábios; tinha um ar desdenhoso e
fatigado de fidalga elegante para quem os requintes da etiqueta e galanteios dos salões são já coisas velhas e
comezinhas. A outra, mais antiga ainda, trazia as melenas em cachos artísticos sobre as fontes e as pequeninas
orelhas; um leque de marfim semiaberto comprimia-lhe os lábios rebeldes que queriam expandir-se num riso franco;
os olhos grandes e negros tinham mais paixão e mais alma. Esta contemporânea de La Vallière, que o artista
anônimo perpetuou na madeira da cadeirinha, não se parecia muito com aquela meiga vítima da régia
concupiscência; ao contrário, um certo arregaçado das narinas, uma ponta de ironia que lhe voejava na comissura
da boca breve e enérgica – tudo isso mostrava estar ali naquele painel representada uma mulher meridional,
ardente e vivaz, pronta ao amor apaixonado ou à luta odienta. [...]
Sem querer acrescentar mais ao já dito sobre as damas, perguntava de mim para mim se o pintor do século
passado, ao traçar com tanta correção e finura os dois retratos de mulher, transmitindo-lhes em cada cabelo do
pincel uma chama de vida, não estaria realmente diante de dois espécimens raros de filhas de Eva, de duas
heroínas que por serem de comédia ou de ópera nem por isso deixam de o ser da vida real?
– Quem sabe se a Fontagens e a Montespan?
– Qual! Impossível!
– Impossível? não! Porque a cadeirinha podia perfeitamente ter sido pintada em França e era até mais
natural crê-lo; porquanto a finura das tintas e a correção dos traços pareciam indicar um artista das grandes cortes
da época.
E assim, em tais conjeturas pus-me a examinar mais detidamente o velho e delicado veículo, relíquia do
século passado, sobrevivendo não sei por que na sacristia da igreja de um modesto arraial mineiro. Os varais,
conformes à moda bizarra do tempo, terminavam em cabeças de dragões com as faces abertas e sanguentas e os
olhos com uma expressão de ferocidade estúpida. O forro de cima formava um pequeno docel de torno senhorial;
e o ouro velho do damasco que alcatifava também os dois assentos fronteiriços não tem igual nas casas de modas
de agora.

clubedonoslen.com.br
07
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Qual das matronas de Ouro Preto, ou das cidades que como esta alcançam mais de um século, não terá
visto, ou pelo menos ouvido falar com insistência, quando meninas, nas cadeirinhas conduzidas por lacaios de libré,
onde as moçoilas e as damas de outrora se faziam delicadamente transportar?
Quem não fará reviver na imaginação uma das cenas galantes da cortesia antiga em que, através da
portinhola cortada de caprichosos lavares de talha, passava um rostozinho enrubescido e dois olhos de veludo a
pousarem de leve sobre o cavalheiro de espadim com quem a misteriosa dama cruzava na passagem?
Também, ó pobre cadeirinha, lá terias o teu dia de caiporisnio: havia de chegar a hora em que, em vez dos
saltos vermelhos de um sapatinho de cetim calçando um pezinho delicado, teu fundo fosse calcado pela chanca
esparramada de alguma cetácea obesa e tabaquista. [...]
Nem foram desses os teus piores dias, ó saudosa cadeirinha! Já pelos anos de tua velhice, quando, como
agora, sobrevivias ao teu belo tempo passado, quando, perdidos teus antigos donos, alguém se lembrou de
carregar-te para a sacristia da igreja, não te davam outro serviço que não o de transportares, como esquife,
cadáveres de anjinhos pobres ao cemitério, ou semelhante às macas das ambulâncias militares, o de conduzires ao
hospital feridos ou enfermos desvalidos.
Que cruel vingança não toma aquela época longínqua por lhe teres sobrevivido! Coisa inteiramente fora da
moda, o contraste flagrante que formas com o mundo circundante é uma prova evidente de tua próxima eliminação,
ó velha cadeirinha dos tempos mortos!
Mas é assim a vida: as espécies, como os indivíduos, vão desaparecendo ou se transformando em outras
espécies e em outros indivíduos mais perfeitos, mais complicados, mais aptos para o meio atual, porém muito
menos grandiosos que os passados. Que figura faria o elefante de hoje, resto exótico da fauna terciária, ao lado do
megatério? A de um filhote deste. E, no entanto, bem cedo, talvez nos nossos dias, desaparecerá o elefante, por já
estar em desarmonia com a fauna atual, por constituir já aquele doloroso contraste de que falamos acima e que é
o primeiro sintoma da próxima eliminação do grande paquiderme. Parece que o progresso marcha para a dispersão,
a desagregação e o formigamento. Um grande organismo tomba e se decompõe e vai formar uma Inumerável
quantidade de seres ávidos de vida. A morte, essa grande ilusão humana, o início daquela dispersão, ou antes a
fonte de muitas vidas. E que grande consoladora!
Lembra-me ter visto, há tempos, um octogenário de passo trôpego e cara rapada passeando em trajes
domingueiros a pedir uma caricia ao sol. Dirigi-lhe a palavra e detivemo-nos largo espaço a falar dos costumes, das
coisas e dos homens de outro tempo. Nisso surpreendeu-nos um magote de garotos que escaramuçou o velho a
vaias. O pobre do ancião já ia seguindo seu caminho quando o abordou a meninada; não apressou o passo nem
perdeu aquela serenidade de quem já tinha domado as fúrias das paixões com o vencer os anos. Vi-o ainda
voltar-se com o rosto engelhado numa risada tristíssima, a comprida japona abanando ao vento e dizer, em tom de
convicção profunda: “Ai dos velhos, se não fosse a morte!" Parecia uma banalidade, mas não era senão o apelo
supremo, a prece fervente que esse exilado fazia a Deus para que pusesse termo ao seu exílio, onde ele estava
fora dos seus amigos, dos seus costumes, de tudo quanto lhe podia falar ao coração. [...]
Por que, pois, a pobre cadeirinha, esse mimo de graça, esse traste casquilho, essa fiel companheira da vida
de sociedade, da vida palaciana, da vida de corte com seus apuros e suas intrigas, suas vinganças pequeninas,
seus amores, todavia sobrevive e por que a não pôs em pedaços um braço robusto empunhando um machado
benfazejo? Ao menos evitaria esse dolorosíssimo ridículo, essa exposição indecorosa de nudez de velha!
Já tiveste dias de glória, cadeirinha de outros tempos! Pois bem: desaparece agora, vai ao fogo e pede que
te reduza a cinzas! É mil vezes preferível a essa decadência em que te achas e até mesmo à hipótese mais
lisonjeira de te perpetuarem num museu. Deves preferir a paz do aniquilamento à glória de figurares numa coleção
de objetos antigos, exposta à curiosidade dos papalvos e às lorpas considerações dos burgueses, mofada e
tristonha. Morre, desaparece, que talvez – por que não? – a tua dona mais gentil, aquela para quem tuas alcatifas
tinham mais delicada carícia ao receber-lhe o corpinho mimoso, aquela que recendia um perfume longínquo de
roseira do Chiraz te conduza para alguma região ideal, dourada e fugidia, inacessível aos homens... [...].
ARINOS, Affonso. Pelo Sertão. Minas Gerais: Itatiaia, 1981. (Texto adaptado)

10. (Esc. Naval 2021) Leia o excerto a seguir.

"[...] Porque a cadeirinha podia perfeitamente ter sido pintada em França e era até mais natural crê-lo; porquanto a
finura das tintas e a correção dos traços pareciam indicar um artista das grandes cortes da época." (15º parágrafo)

clubedonoslen.com.br
08
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Marque a opção em que o conectivo apresentado substitui a conjunção sublinhada na frase acima, mantendo o
mesmo valor semântico e a mesma relação sintática.
a) Pois que.
b) De sorte que.
c) Se bem que.
d) À medida que.
e) A fim de que.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

8 mitos e verdades sobre o parto humanizado

Ele nada mais significa do que respeitar mãe e bebê em todas as etapas, mas o tema ainda é cercado de
dúvidas. Esclareça algumas conosco.

Nos últimos anos, cresceu o debate sobre o parto humanizado, que prega o nascimento da maneira mais
natural possível e dá à mulher uma boa dose de autonomia no processo. O movimento é uma resposta ao que a
Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de “medicalização do parto”, ou seja, o uso indiscriminado de
intervenções e cirurgias que às vezes até prejudicam a mãe e o bebê.
Segundo a entidade e diversas pesquisas científicas, nascer em um ambiente acolhedor e na hora certa
(sinalizada pelo início do trabalho de parto) via de regra é a melhor maneira de vir ao mundo. Durante esse
momento tão importante, a mãe pode escolher se quer receber anestesia, em que posição o parto ocorrerá, quem
deseja ter ao lado durante todo o processo, o que comer e beber… Ela inclusive tem o direito de tomar banho e se
movimentar.
Que fique claro, o parto humanizado não é o oposto de uma cesariana. Aliás, o nascimento por métodos
naturais também pode ser extremamente desumano em algumas situações.
Esse é inclusive o primeiro dos oito mitos que abordamos aqui, a partir de uma conversa com Ana Cristina
Duarte, obstetriz e idealizadora do Siaparto, o Simpósio Internacional de Assistência ao Parto. Confira:

1. Todo parto normal é humanizado


Mito. Para ser humanizado, ele precisa ocorrer com total respeito à mulher e ao bebê, sem nenhum tipo de violência
obstétrica. A realização desnecessária da episiotomia durante um parto normal — um corte na vagina para facilitar
a passagem do bebê — ou a manobra de Heimlich, quando o profissional de saúde sobe em cima da mulher para
empurrar a barriga, são dois exemplos de atitudes inadequadas.

“Às vezes o parto ocorre sem intervenções, mas também sem nenhum tipo de assistência para a mulher. Nesse
caso, ele não seria humanizado”, comenta Ana.

2. Para ser humanizado, o parto deve ser normal


Mito. “O parto humanizado preconiza a segurança. Quando ela está ameaçada, devemos fazer a cesárea”, explica
Ana. A questão é fazer uma boa indicação desse procedimento. Sua realização indiscriminada — especialmente
quando agendada sem uma razão clara e justificável — traz mais riscos do que benefícios.

Como qualquer cirurgia, há a possibilidade de hemorragias e complicações na anestesia, além de uma maior
probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido. O ideal é esperar o trabalho de parto começar e,
se houver dificuldades, o bebê estiver sofrendo ou a mãe decidir, aí sim partir para a cesárea.

Outra indicação certeira da operação é a placenta prévia, condição que aumenta o risco de sangramentos. Sem ela,
o quadro ameaça a vida de mãe e filho.

3. A cesárea não pode ser humanizada


Mito. O conceito de parto humanizado está muito ligado ao método normal. Mas, se isso realmente não for possível
— o que é uma exceção, e não regra — algumas medidas humanizam a cirurgia.

clubedonoslen.com.br
09
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Exemplos: ter a presença do acompanhante, controlar ruído e luz, colocar o filho para mamar assim que ele nasce
e orientar bem a mulher sobre o processo.

4. A mulher não tem direito à anestesia no parto humanizado


Mito. “Ela pode receber remédios específicos para amenizar a dor sempre que desejar”, esclarece Ana. A diferença
é que uma equipe com foco no parto humanizado investe em técnicas não-farmacológicas antes de partir para a
analgesia tradicional.

Entre elas, destacamos massagens, banhos quentes, movimentos relaxantes… Até acalmar o ambiente, ouvir
música, ganhar carinho e fazer caminhadas ajuda. Se nada disso funcionar e a dor for intensa, tudo bem optar pela
anestesia.

5. A recuperação do parto humanizado é melhor


Verdade. Como não poderia deixar de ser, uma cirurgia — como a cesariana — exige um tempo de reabilitação
maior. Contudo, o parto humanizado também traz mais vantagens do que um natural sem esses cuidados.

“Não fazemos, por exemplo, o corte da episiotomia e evitamos os medicamentos. Isso diminui o tempo de
recuperação”, destaca Ana.

Outro fator que colabora para o restabelecimento das forças da mulher é o contato pele a pele com o pequeno, que
favorece a amamentação. Quando o aleitamento ocorre numa boa, o corpo materno libera mais ocitocina, hormônio
responsável pelas contrações uterinas que ajudam o órgão a voltar ao tamanho normal.

6. A vontade da mulher é superior à vontade do doutor


Polêmico. O Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM) afirma: “É vedado ao médico deixar
de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser
realizado, salvo em caso de risco iminente de morte”. Portanto, se entender que a segurança do bebê ou da mulher
está sob grave ameaça, o médico está respaldado para tomar medidas que assegurem a vida da mãe ou do bebê.

Por outro lado, ele não pode colocar sua vontade acima da mulher em qualquer outra situação. E precisa explicar
claramente as opções disponíveis para cada momento, de modo que a mãe faça parte da escolha.

“No parto e em qualquer situação de saúde, todas as decisões precisariam ser compartilhadas”, aponta Ana.
“Qualquer intercorrência tem que ser abordada de maneira clara e verdadeira para a mulher. Diante da
compreensão de que o filho está em perigo, ela não negará uma intervenção”, comenta.

7. O parto humanizado é um direito da mulher


Teoricamente, verdade. Ele é preconizado pelo Ministério da Saúde, que tem diretrizes sobre o tema. Além disso,
vários estados possuem legislações próprias que garantem o acesso ao parto humanizado na rede pública. São
Paulo, Amazonas, Ceará, Alagoas, Rio de Janeiro e Goiás estão entre eles.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde, também delineou normas de
incentivo ao parto normal. Por outro lado, não desenhou uma regulamentação que coíba as cesarianas
desnecessárias.

“Na prática, ainda vemos que médicos muitas vezes tentam forçar a cesárea com falsas indicações para não
comprometer sua agenda”, critica Ana.

8. O parto humanizado é mais perigoso para o bebê


Mito. Esperar o trabalho de parto começar e a criança vir ao mundo naturalmente é considerado o método de
nascimento mais seguro. O processo pode demorar muitas horas, porém terá como limite o bem-estar e a
segurança materna e fetal. “Sempre que ela estiver ameaçada, será preciso intervir”, destaca a obstetriz.

clubedonoslen.com.br
10
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Fonte: PINHEIRO, Chloé. 8 mitos e verdades sobre o parto humanizado. Revista Saúde, Editora Abril, São Paulo,
06 de set. de 2019. Disponível em:
<https://saude.abril.com.br/familia/8-mitos-e-verdades-sobre-o-parto-humanizado/>. Acesso em: 28 de abr. de
2020.

11. (Integrado - Medicina 2021) No terceiro tópico, “A cesárea não pode ser humanizada”, aparecem três vezes
a conjunção e (em destaque no texto). Assinale a alternativa em que os efeitos de sentido do conectivo e estão
corretas e, respectivamente, apontados:
a) oposição – adição – adição.
b) adição – adição – oposição.
c) oposição – oposição – adição.
d) oposição – conclusão – adição.
e) conclusão – adição – adição.

12. (Integrado - Medicina 2021) Em: “(...) Portanto, se entender que a segurança do bebê ou da mulher está sob
grave ameaça, o médico está respaldado para tomar medidas que assegurem a vida da mãe ou do bebê.”, retirado
do primeiro parágrafo do tópico 6, a conjunção em destaque tem, respectivamente, o valor semântico de:
a) exclusão e inclusão.
b) inclusão e exclusão.
c) inclusão em ambos os casos.
d) alternância e inclusão.
e) alternância e escolha.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.


A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao
redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se
acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a
luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo
porque está atrasado. A ler o jornal no ónibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche
porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar
cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que
haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não
acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas
sem··receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro
com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar
nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e
assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na
infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. A luz artificial
de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. As bactérias da água potável. A contaminação da
água do mar. A lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a

clubedonoslen.com.br
11
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai
afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira
fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se
o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que
fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas,
sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Jornal do Brasil, 1972.

13. (Eam 2021) Assinale a opção correta quanto à classificação do emprego da palavra "se".
a) "Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana." (9º§) – Conjunção subordinativa.
b) "A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita." (6º§) - Partícula de realce.
c) "[...] para esquivar-se de faca e baioneta, [...]" (10º§) - Índice de indeterminação do sujeito.
d) "[...] a gente se consola pensando no fim de semana." (9º§) - Pronome apassivador.
e) "Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés, [...]" (9º§) - Conjunção coordenativa.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Pedrinho, na varanda, lia um jornal. De repente parou e disse à Emília, que andava rondando por ali:
– Vá perguntar à vovó o que quer dizer folk-lore.
– Vá? Dobre a sua língua. Eu só faço coisas quando me pedem por favor. — Pedrinho, que estava com
preguiça de levantar-se, cedeu à exigência da ex-boneca.
– 1Emilinha do coração — disse ele —, faça-me o maravilhoso favor de ir perguntar à vovó que coisa
significa a palavra folk-lore, sim, teteia? — Emília foi e voltou com a resposta.
– Dona Benta disse que folk quer dizer gente, povo; e lore quer dizer sabedoria, ciência. Folclore são as
coisas que o povo sabe por boca, de um contar para o outro, de pais a filhos.
Os contos, as histórias, as anedotas, as superstições, as bobagens, a sabedoria popular etc. e tal. Por que
pergunta isso, Pedrinho?
O menino calou-se. Estava pensativo, com os olhos lá longe. Depois disse: — Uma ideia que eu tive. 2Tia
Nastácia é o povo. Tudo que o povo sabe e vai contando de um para outro, ela deve saber. Estou com o plano de
espremer Tia Nastácia para tirar o leite do folclore que há nela.
Emília arregalou os olhos. – Não está má a ideia, não, Pedrinho! 3Às vezes, a gente tem uma coisa muito
interessante em casa e nem percebe.

Fonte: do livro Histórias de Tia Nastácia. São Paulo: Globo, 2009.

14. (S1 - ifce 2020) A partícula “se”, empregada em “calou-se”, pode ser definida como
a) índice de indeterminação do sujeito.
b) pronome apassivador.
c) conjunção subordinativa condicional.
d) conjunção integrante.
e) pronome reflexivo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,


desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.

clubedonoslen.com.br
12
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Aceito os subterfúgios que me cabem,


sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

PRADO, Adélia Prado. Com Licença Poética. In: PRADO, Adélia. Adélia Prado: Poesia reunida. 6. ed. São Paulo:
Siciliano, 1996. p. 11.

15. (Uece 2020) A sequência textual marca-se sintaticamente por articuladores, ou seja, elementos responsáveis
pela coesão do texto que contribuem para a construção do sentido. Atente para o que se diz a seguir sobre a
funcionalidade dos articuladores destacados nos versos do texto.

I. Em “ora sim, ora não, creio em parto sem dor” (linha 10), o uso de conjunção coordenativa de alternância marca
a incerteza do eu lírico.
II. Em “Mas, o que sinto escrevo” (linha 11), o emprego da conjunção temporal põe os elementos do texto ordenados
entre si.
III. Em “já a minha vontade de alegria” (linha 15), o articulador destacado funciona, no poema, como um elemento
adversativo, pois marca oposição à “Minha tristeza” (linha 14).

Acerca da funcionalidade dos articuladores acima destacados, é correto o que se afirma em


a) I e II apenas.
b) I e III apenas.
c) II e III apenas.
d) I, II e III.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O elefante

Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
é a parte mais feliz
de sua arquitetura.

Mas há também as presas,


dessa matéria pura
que não sei figurar.

clubedonoslen.com.br
13
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Tão alva essa riqueza


a espojar-se nos circos
sem perda ou corrupção.
E há por fim os olhos,
onde se deposita
a parte do elefante
mais fluida e permanente,
alheia a toda fraude.

Eis o meu pobre elefante


pronto para sair
à procura de amigos
num mundo enfastiado
que já não crê em bichos
e duvida das coisas.
Ei-lo, massa imponente
e frágil, que se abana
e move lentamente
a pele costurada
onde há flores de pano
e nuvens, alusões
a um mundo mais poético
onde o amor reagrupa
as formas naturais.

Vai o meu elefante


pela rua povoada,
mas não o querem ver
nem mesmo para rir
da cauda que ameaça
deixá-lo ir sozinho.

É todo graça, embora


as pernas não ajudem
e seu ventre balofo
se arrisque a desabar
ao mais leve empurrão.
Mostra com elegância
sua mínima vida,
e não há cidade
alma que se disponha
a recolher em si
desse corpo sensível
a fugitiva imagem,
o passo desastrado
mas faminto e tocante.
Mas faminto de seres
e situações patéticas,
de encontros ao luar
no mais profundo oceano,
sob a raiz das árvores
ou no seio das conchas,
de luzes que não cegam

clubedonoslen.com.br
14
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

e brilham através
dos troncos mais espessos.
Esse passo que vai
sem esmagar as plantas
no campo de batalha,
à procura de sítios,
segredos, episódios
não contados em livro,
de que apenas o vento,
as folhas, a formiga
reconhecem o talhe,
mas que os homens ignoram,
pois só ousam mostrar-se
sob a paz das cortinas
à pálpebra cerrada.

E já tarde da noite
volta meu elefante,
mas volta fatigado,
as patas vacilantes
se desmancham no pó.
Ele não encontrou
o de que carecia,
o de que carecemos,
eu e meu elefante,
em que amo disfarçar-me.
Exausto de pesquisa,
caiu-lhe o vasto engenho
como simples papel.
A cola se dissolve
e todo o seu conteúdo
de perdão, de carícia,
de pluma, de algodão,
jorra sobre o tapete,
qual mito desmontado.
Amanhã recomeço.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O ElefanteO. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983.

16. (Ime 2019) A conjunção “mas” que se repete nas estrofes do poema nos versos 41, 58, 59, 77 e 83
a) exprime consequência de uma árdua tarefa dada ao elefante que, de tanto pesquisar, ficou exausto.
b) tem na verdade uma função aditiva: embora sua forma seja a de uma adversativa, apenas liga as ideias dando
continuidade e sequência ao texto.
c) traz em si uma ideia de compensação como na oração “não era bonito, mas esbanjava simpatia”.
d) dá forma ao contraste entre a expectativa inicial e a volta para casa: o homem não se deixa receber a ternura que
o elefante carrega.
e) é a conjunção mais comumente utilizada entre as adversativas, não exercendo, no entanto, relação de contraste
nos versos do texto.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder
às questões a seguir:

clubedonoslen.com.br
15
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?


Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

(Poemas escolhidos, 2010.)

17. (Unesp 2018) Em “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,” (1ª estrofe), a conjunção aditiva “e” assume valor
a) causal.
b) alternativo.
c) conclusivo.
d) adversativo.
e) explicativo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

João Gilberto Noll nasceu em Porto Alegre, no ano de 1946. Além de contista e romancista, fez incursões pela
literatura infantil. Ganhou cinco prêmios Jaboti. João Gilberto Noll faz uma literatura caracterizada pela dissolução.
Seus romances são concisos e apresentam enredos episódicos sustentados pela causalidade. Essa técnica difere
da técnica narrativa que estabelece o elo entre o real e o ficcional. Os personagens de Noll são seres não
localizados e alijados da experiência; muito embora lançados numa sucessão frenética de acontecimentos e
passando por um sem número de lugares, o que vivem não se converte em saber, em consciência de ser e de estar
no mundo.

Duelo antes da noite

1
No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a longe, o mais que pôde. 2O menino puxava a sua mão
e reclamava da vagareza da menina. 3Deviam chegar até a baixa noite a Encantado, e o menino sabia que ele era
responsável pela menina e deveria manter uma disciplina. Que garota chata, ele pensou. Se eu fosse Deus, não
teria criado as garotas, seria tudo homem igual a Deus. 4A menina sentia-se puxada, reclamada, e por isso emitia
uns sons de ódio: graças a Deus que eu não preciso dormir no mesmo quarto que você, graças a Deus que eu não
vou morar nunca mais com você. Vamos e não resmunga, exclamou o menino. 5E o sol já não estava sumindo? Isso
nenhum dos dois perguntava porque estavam absortos na raiva de cada um. A estrada era de terra e por ela poucos
passavam. Nem o menino nem a menina notavam que o sol começava a se pôr e que os verdes dos matos se
enchiam cada vez mais de sombras. Quando chegassem a Encantado o menino poria ela no Opala do prefeito e
ela nunca mais apareceria. Ele não gosta de mim, pensou a menina cheia de gana. Ele deve estar pensando: o
mundo deveria ser feito só de homens, as meninas são umas chatas. 6O menino cuspiu na areia seca. A menina
pisou sobre a saliva dele e fez assim com o pé para apagar cuspe.
7
Até que ficou evidente a noite. 8E o menino disse a gente não vai parar até chegar em Encantado, 9agora

clubedonoslen.com.br
16
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

eu proíbo que você olhe pros lados, que se atrase. 10A menina não queria chorar e prendia-se por dentro porque
deixar arrebentar uma lágrima numa hora dessas é mostrar muita fraqueza, é mostrar-se muito menina. E na curva
da estrada começaram a aparecer muitos caminhões apinhados de soldados e a menina não se conteve de
curiosidade. 11Para onde vão esses soldados? – ela balbuciou. 12O menino respondeu ríspido. Agora é hora apenas
de caminhar, de não fazer perguntas, caminha! A menina pensou eu vou parar, fingir que torci o pé, eu vou parar.
E parou. O menino sacudiu-a pelos ombros até deixá-la numa vertigem escura. Depois que a sua visão voltou a
adquirir o lugar de tudo, ela explodiu chamando-o de covarde. Os soldados continuavam a passar em caminhões
paquidérmicos. E ela não chorava, apenas um único soluço seco. 13O menino gritou então que ela era uma chata,
que ele a deixaria sozinha na estrada que estava de saco cheio de cuidar de um traste igual a ela, que se ela não
soubesse o que significa traste, que pode ter certeza que é um negócio muito ruim. A menina fez uma careta e
tremeu de fúria. Você é o culpado de tudo isso, a menina gritou. Você é o único culpado de tudo isso. Os soldados
continuavam a passar.
Começou a cair o frio e a menina tiritou balançando os cabelos molhados, mas o menino dizia se você parar
eu te deixo na beira da estrada, no meio do caminho, você não é nada minha, não é minha irmã, não é minha
vizinha, não é nada.
E Encantado era ainda a alguns lerdos quilômetros. A menina sentiu que seria bom se o encantado
chegasse logo para se ver livre do menino. Entraria no Opala e não olharia uma única vez pra trás para se despedir
daquele chato.
Encantado apareceu e tudo foi como o combinado. Doze e meia da noite e o Opala esperava a menina
parado na frente da igreja. Os dois se aproximaram do Opala tão devagarinho que nem pareciam crianças. O
motorista bigodudo abriu a porta traseira e falou: pode entrar, senhorita. Senhorita... o menino repetia para ele
mesmo. A menina se sentou no banco traseiro. Quando o carro começou a andar, ela falou bem baixinho: eu acho
que vou virar a cabeça e olhar pra ele com uma cara de nojo, vou sim, vou olhar. E olhou. Mas o menino sorria. E a
menina não resistiu e sorriu também. E os dois sentiram o mesmo nó no peito.

NOLL, João Gilberto. In: Romances e contos reunidos.


São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 690-692. (Texto adaptado).

Segundo Massaud Moisés, o conto é, do ponto de vista dramático, univalente: contém um só drama, uma só
história, um só conflito (oposição, luta entre duas forças ou personagens), uma só ação. As outras características
(limitação do espaço e do tempo; quantidade reduzida de personagens; unidade de tom ou de emoção provocada
no leitor, concisão de linguagem) decorrem da unidade dramática.

Com base nessas informações, resolva a(s) questão(ões) a seguir.

18. (Uece 2016) Sobre o excerto “A menina não queria chorar e prendia-se por dentro porque deixar arrebentar
uma lágrima numa hora dessas é mostrar muita fraqueza, é mostrar-se muito menina.” (ref. 10), assinale a
afirmação INCORRETA.
a) A conjunção “e” impõe às duas primeiras orações do período uma relação de adição, no entanto, dessa relação
extrai-se um conteúdo de causa e consequência.
b) A expressão “numa hora dessas” configura um tipo especial de discurso indireto livre, uma vez que o pronome
esse, sendo próprio do discurso direto, aparece na fala de um narrador de terceira pessoa, um narrador
onisciente, que não atua como personagem.
c) Na voz do narrador de terceira pessoa, deveria ser usado o pronome aquele: “A menina não queria chorar e
prendia-se por dentro porque deixar arrebentar uma lágrima numa hora daquelas é mostrar muita fraqueza, é
mostrar-se muito menina”.
d) Na perspectiva estilística, o verbo “arrebentar” deve ser substituído, com vantagem para a expressividade do
texto, por verbos mais adequados ao contexto, como verter, derramar, transbordar, vazar, jorrar.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

O labirinto da internet

clubedonoslen.com.br
17
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a


comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela
Câmara dos
Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai
provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua
legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos
interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso
modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns
anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de
imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro
previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras
tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código
genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política,
a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem
dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...]
Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo
de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima
concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma
transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar.
Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas
persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de
forma contínua e constante.

(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em:


<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).

19. (Uel 2010) Observe o parágrafo: “Se aprovada sem mudanças pelo Senado, [a lei] vai provocar um forte
retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de
comunicação eleitoral.”

Assinale a alternativa que expressa corretamente a função sintática das duas palavras sublinhadas.
a) Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito.
b) Pronome apassivador e pronome integrante do verbo.
c) Conjunção subordinativa condicional e pronome integrante do verbo.
d) Pronome integrante do verbo e conjunção subordinativa causal.
e) Conjunção subordinativa condicional e índice de indeterminação do sujeito.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

VESTIBULAR

Vestibular, aquilo que o Ministério da Educação estuda agora extinguir, é um brasileirismo para algo que em
Portugal costuma ser chamado de exame de acesso à universidade. Trata-se de um adjetivo que se substantivou,
num processo semelhante ao que ocorreu com celular, qualificativo de telefone, 2que tenta – e 3na maioria das
vezes consegue – expulsar a palavra principal de cena sob uma pertinente alegação de redundância, tomando para
si o lugar de substantivo. Pois o exame vestibular, de tão consagrado no vocabulário de gerações e gerações de
estudantes brasileiros que perderam o sono por causa dele, acabou conhecido como vestibular só. 1E qualquer
associação remota com a palavra que está em sua origem – vestíbulo – se perdeu nesse processo.
4
Quando ainda era claramente um adjetivo, ficava mais fácil perceber a metáfora que, com certa dose de
pernosticismo, levou a palavra vestibular a ser escolhida para qualificar o processo de seleção de candidatos ao
ensino superior. Vestíbulo (do latim vestibulum) é, na origem, um termo de arquitetura que significa pórtico, alpendre
ou pátio externo, mas que pode ser usado também, em sentido mais amplo, para designar um átrio, uma antessala,

clubedonoslen.com.br
18
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

qualquer cômodo ou ambiente de passagem entre a porta de entrada e o corpo principal de uma casa, apartamento,
palácio ou prédio público. Para quem prefere uma solução anglófona, estamos falando de hall ou lobby.
Como é um ambiente de transição entre o lado de fora e o lado de dentro, vestíbulo ganhou ainda por
extensão, em anatomia, o sentido de “cavidade que dá acesso a um órgão oco” (Houaiss). Antes de ser admitido
no vocabulário da educação, “sistema vestibular” já tinha aplicação na linguagem médica como nome dos pequenos
órgãos situados na entrada do ouvido interno, responsáveis por nosso equilíbrio.

(Adaptado de: RODRIGUES, S. Vestibular. Disponível em:


<http://revistadasemana.abril.uol.com.br/edicoes/81/palavradasemana/materia_
palavradasemana_431845.shtml>. Acesso em: 6 jun. 2009.)

20. (Uel 2010) Com relação aos recursos linguísticos utilizados no texto, considere as afirmativas a seguir:

I. Na sentença “E qualquer associação remota com a palavra que está em sua origem – vestíbulo – se perdeu nesse
processo” (ref. 1), a conjunção “e”, que nesse caso tem valor adversativo, pode ser substituída pela conjunção
“porém”.
II. No trecho “que tenta – e na maioria das vezes consegue – expulsar a palavra principal de cena sob uma
pertinente alegação de redundância” (ref. 2), a palavra “sob” pode ser substituída por “com base em”.
III. No primeiro parágrafo, a sequência “na maioria das vezes consegue” (ref. 3) pode, facultativamente, ser
substituída por “na maioria das vezes conseguem”.
IV. No trecho “Quando ainda era claramente um adjetivo, ficava mais fácil perceber a metáfora” (ref. 4), para
introduzir uma situação hipotética, pode-se substituir a palavra “quando” por “se” e fazer as devidas alterações
verbais.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

clubedonoslen.com.br
19
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GABARITO GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Resposta da questão 1:
[C]

No caso, a conjunção “Se” é classificada como causal, já que introduz a causa para que o Brasil tenha
conquistado a liberdade frente a Portugal: mostrou-se um país “de braço forte”, com firmeza na conquista da
igualdade.

Resposta da questão 2:
[C]

As opções {A, [B], [D] e [E] são incorretas, pois, em “passa-se a impressão de que o ambiente de trabalho
melhorou“ e “tenta-se também exaltar os supostos valores de liderança”, os verbos passar e tentar, em sua forma
pronominal,

[A] não apresentam situação de voz passiva analítica.


[B] A conjunção integrante “se” inicia oração subordinada substantiva, o que não é o caso.
[D] O discurso do sociólogo Jessé Sousa apresenta linguagem denotativa, referencial, típico de textos científicos.
[E] O termo “se” não transmite reciprocidade de ação, mas sim necessidade de se imprimir impessoalidade ao
discurso, através do uso da voz passiva sintética sem a presença do agente da passiva.

Assim, é correta apenas [C].

Resposta da questão 3:
[C]

Entre as orações do período, pode-se perceber o sentido de explicação, o que permitiria o uso de “porque” ou
“pois”, por exemplo. Após “Às vezes é preciso ser feliz em silêncio”, há o motivo, a razão, de tal atitude ser
sugerida: “tem gente que odeia o som da felicidade alheia”.

Resposta da questão 4:
[B]

[A] Incorreta: a conjunção “enquanto”, neste caso, estabelece uma comparação por contraste.
[C] Incorreta: neste caso, o “e” não é substituível por qualquer conjunção. Caso fosse utilizada uma conjunção
aditiva com sentido negativo, por exemplo, haveria mudança de sentido.
[D] Incorreta: não existe nenhuma regra que proibida o início de orações com o gerúndio.
[E] Incorreta: o termo “póstumas” é classificado como adjunto adnominal.

Resposta da questão 5:
[B]

[II] A conjunção concessiva “embora” estabelece que a relação de sentido no período é de natureza concessiva,
isto é, o trecho iniciado pela conjunção (“embora seja raivoso na hora de apontar os erros dos outros”)
caracteriza-se como uma ideia contraria à expectativa estabelecida no trecho anterior (“não vê problema no que
faz de errado”).
[III] Considera-se que há argumento de autoridade quando, em um texto, ocorre menção a uma autoridade de
determinada área e à sua palavra, como forma de embasamento para a ideia apresentada. Nesse sentido, ao
mencionar o livro “Raízes do Brasil”, o autor Marco Rossi reforça e sustenta seus argumentos a partir do discurso
reconhecido de Sérgio Buarque de Holanda.

Resposta da questão 6:
[C]

clubedonoslen.com.br
20
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GABARITO GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

A conjunção “e”, destacada no enunciado, embora seja utilizada, principalmente, para conferir sentido de adição
ou acréscimo às orações, neste caso, revela uma ideia de oposição, de contrariedade, a qual também está
presente na alternativa [C], pois o desejo das indústrias de “mostrar iniciativas de responsabilidade social”
opõe-se ao que, de fato, aconteceu: “tiros que, na verdade, saíram pela culatra”.

Resposta da questão 7:
[D]

[A] Incorreta: na verdade, o termo é um pronome relativo.


[B] Incorreta: a palavra “assim” tem valor conclusiva, trazendo uma conclusão decorrente do que foi afirmado
anteriormente.
[C] Incorreta: “ou seja”, na verdade, é uma expressão utilizada para explicar uma ideia anterior, ao passo que
“quer seja” é utilizada para trazer a ideia de alternância.
[E] Incorreta: a locução “já não” tem valor temporal, e não concessivo.

Resposta da questão 8:
[C]

[III] Incorreta: o termo “agora” remete ao momento da atualidade, da contemporaneidade.

Resposta da questão 9:
[D]

No trecho “A poesia falada e apresentada para grandes plateias não é um fato novo, porém, a grande diferença é
que hoje a poesia falada se apresenta para o povo e não para uma elite...”, devido ao emprego da conjunção
adversativa “porém”, estabelece-se o sentido de que o gênero poesia falada não configura algo novo, a novidade
encontra-se nos envolvidos, não mais restritos apenas à elite.

Resposta da questão 10:


[A]

A conjunção “porquanto” é explicativa e, assim, deve ser substituída por outra de igual valor semântico como “pois
que”.

Resposta da questão 11:


[A]

Na primeira ocorrência, "o que é uma exceção, e não regra”, vemos que a palavra “e” equivale semanticamente a
um “mas”, já que carrega sentido de oposição, opondo a regra à exceção: o que é uma exceção, mas não regra.
Nas outras duas ocorrências, “ruído e luz” e “colocar o filho para mamar assim que ele nasce e orientar bem a
mulher sobre o processo”, vemos que a palavra “e” já carrega o sentido de adição, acrescentando uma
informação a outra. No primeiro caso, acrescenta a luz ao ruído. No segundo caso, acrescenta a ação de orientar
bem a mulher sobre o processo à ação de colocar o filho para mamar assim que ele nasce.

Resposta da questão 12:


[C]

Em ambos os casos, a conjunção “ou” tem valor semântico de inclusão. No primeiro, são apresentados os dois
casos que respaldam o médico a tomar medidas que assegurem a vida da mãe ou do bebê (entender que a
segurança do bebê está sob grave ameaça e/ou a da mulher). No segundo, são apresentadas as duas vidas que
devem ser asseguradas quando houver risco a uma delas (a da mãe e/ou do bebê).

clubedonoslen.com.br
21
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GABARITO GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

Resposta da questão 13:


[A]

No trecho "Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.", a palavra “se” é classificada
como uma conjunção subordinativa condicional, introduzindo a oração subordinada do período.

Resposta da questão 14:


[E]

Como a partícula indica que o verbo é reflexivo, isto é, o sujeito realiza e sofre a ação verbal, podemos defini-la
como pronome reflexivo.

Resposta da questão 15:


[B]

[II] Incorreta: a conjunção “mas” é adversativa, não é temporal, e traz um sentido de contraste ou ruptura com a
informação apresentada anteriormente de que existe um destino a ser seguido pela mulher: em contraste, existe,
também, a escrita – o que o eu lírico sente, ele escreve e isso é também marca de “rebeldia”, ou ruptura.

Resposta da questão 16:


[D]

A conjunção “mas” que se repete nas estrofes do poema nos versos 41, 58, 59, 77 e 83 estabelece contraste
entre as expectativas iniciais e a volta para casa. �O elefante, assim como o eu poético que, com ele, se
identifica, depois de caminhar por um mundo de contradições, encontra-se fatigado e exausto, perante a
incapacidade da sociedade em receber a beleza e a ternura que ele carrega. Assim, é correta a opção [D].

Resposta da questão 17:


[D]

A conjunção coordenativa "e", normalmente aplicada com noção de adição, pode apresentar-se com sentido
adversativo quando exprime oposição ou contraste, podendo ser substituída por mas, porém, todavia,�contudo,
entretanto, como acontece no verso do enunciado. Assim, é correta a opção [D].

Resposta da questão 18:


[D]

[A] Verdadeira. Em “A menina não queria chorar e prendia-se por dentro” há conjunção coordenativa aditiva,
porém a leitura do trecho indica que o desejo de não chorar é a causa de a garota se prender por dentro.
[B] Verdadeira. O uso de pronomes demonstrativos em 2ª pessoa, segundo a norma culta, indica voz do narrador
implicando proximidade; caso fosse fala da personagem, o pronome estaria na 1ª pessoa. Além disso, por
mostrar ao leitor o estado de ânimo da personagem, trata-se de narrador onisciente.
[C] Verdadeira. O uso de pronomes demonstrativos em 3ª pessoa, segundo a norma culta, implica
distanciamento; assim, caso fosse empregado o pronome “aquele”, a voz do narrador corresponderia à de um
observador.
[D] Falsa. Apesar de serem sinônimos, o verbo “arrebentar” não precisa ser substituído pelos verbos indicados. A
informalidade do texto e a dor que a personagem sente justificam o emprego de “arrebentar”, já que a garota
derrubaria toda sua frágil proteção ao chorar.

Resposta da questão 19:


[C]

clubedonoslen.com.br
22
atendimento@clubedonoslen.com.br
CURSO DE

GABARITO GRAMÁTICA
COM PROFESSOR NOSLEN

No início da frase, o conectivo “se” é uma conjunção subordinativa condicional, pois estabelece a relação de
condição para que aconteça a ação da oração principal “[ a lei] vai provocar um forte retrocesso numa área”. Na
segunda ocorrência, como faz parte do verbo pronominal destacar-se, é pronome integrante do verbo.

Resposta da questão 20:


[B]

A conjunção coordenativa “e” tem valor aditivo e não adversativo como se afirma em I. Tampouco o verbo da
sequência “na maioria das vezes consegue” poderia apresentar-se no plural, pois infringiria as regras de
concordância com o sujeito, “que”, relacionado ao termo precedente “processo”. Assim, são corretas apenas II e
IV, como se afirma em [B].

clubedonoslen.com.br
23
atendimento@clubedonoslen.com.br
Dúvidas?
atendimento@clubedonoslen.com.br

Você também pode gostar