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Ensino a Distância
MANTENEDORA
Comunidade Evangélica Luterana São Paulo - CELSP
Rua Fioravante Milanez, 206
SUMÁRIO
CEP 92010-240 – Canoas/RS
Marketing é Ciência? .................................................................... 4
Telefone: 51 3472.5613 - Fax: 51 3477.1313
Ciências Naturais X Ciências Sociais ............................................. 5
DIREÇÃO Leis.............................................................................................. 6
Presidente Teorias ......................................................................................... 6
Augusto Ernesto Timm Neto Objeto de Estudo do Marketing ...................................................... 7
Vice-Presidente Filosofia da Ciência ...................................................................... 7
Joseida Elizabete Timm Marketing e a Economia ................................................................ 8
Reflexão sobre o tema ................................................................... 9
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Referência Comentada ............................................................... 10
Av. Farroupilha, 8001 - Bairro São José Autoestudo ................................................................................ 10
CEP 92425-900 - Canoas/RS Referências ................................................................................ 11
Telefone: 51 3477.4000 - Fax: 51 3477.1313
PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
REITORIA DE MARKETING ..........................................................................12
Reitor
Objetivos .................................................................................... 12
Marcos Fernando Ziemer
Planejamento ............................................................................. 13
Vice-Reitor
Evolução do conceito de estratégia de Marketing ......................... 15
Valter Kuchenbecker
Estratégia Corporativa ................................................................ 16
Pró-Reitor de Administração Estratégia de nível funcional ....................................................... 18
Ricardo Muller Implementação .......................................................................... 18
Pró-Reitor de Graduação Referência Comentada ............................................................... 22
Autoestudo ................................................................................ 22
Ricardo Prates Macedo
Referências ................................................................................ 23
Pró-Reitor Adjunto de Graduação
Pedro Antonio Gonzalez Hernandez POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO ................................................ 25
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Marketing Estratégico
APRESENTAÇÃO
No segundo capítulo, Planejamento e Admi-
nistração Estratégica de Marketing, saímos
do campo teórico e partimos para a práti-
ca de mercado, abordando os elementos de
análise estratégica de marketing e sua aplicação
nas organizações. Conhecer os passos necessá-
rios para um bom planejamento estratégico de
marketing é fundamental para o gestor de
empresas na atualidade.
No terceiro capítulo, falamos so-
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Marketing Estratégico
MARKETING É
CIÊNCIA?
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Começamos o curso buscando compreender o posicionamento
do Marketing como área de estudos
E
ste capítulo visa a buscar a res-
posta para a pergunta:
marketing é ciência? O
objetivo é discutir o Marketing no
âmbito dos pensamentos acadêmicos, e não
apenas em seus aspectos práticos. Tal discussão
é extremamente importante para a percepção do
conhecimento, rumando para as suas verdadeiras
Marketing de maneira mais ampla, e não apenas
concepções: se Marketing é uma ciência, qual o
funcional ou operacional. A partir dessa discus-
seu objeto de estudo? Qual o fundamento episte-
são ampla, é possível ver o Marketing como um
mológico utilizado no seu estudo? Sabemos que
elemento estratégico de relevância absoluta nas
ele se origina na Economia, mas até que ponto
organizações.
não é ainda uma pequena parte dessa ciência, po-
Não há dúvidas de que o Marketing tem sido rém expandida pela lente de aumento proveniente
reconhecido como um campo do conhecimento, do interesse de diversos acadêmicos?
e isto se comprova ao nos depararmos com os di-
Inicialmente, discutiremos as ciências natu-
versos textos, livros, publicações, congressos e
rais em contraposição às ciências sociais, em que
eventos que acontecem na área. Porém, um cam-
se enquadra o Marketing. A essa discussão per-
po do conhecimento, por si, não se constitui em
tencem as definições de leis e teorias. A seguir,
uma ciência.
buscaremos encontrar o objeto de estudo sobre o
A discussão então proposta vai além da sim- qual os acadêmicos e profissionais de Marketing
ples constatação da existência desse campo do se debruçam. Na sequência, apresentaremos um
Máquinas Agrícolas e Le Postiche. Possui diversos trabalhos e artigos publicados em congressos e periódicos acadêmicos.
Presta serviços de revisão técnica e de conteúdo em livros da área de Negócios para a Editora Saraiva. Desenvolve pesquisas
Mark
e consultorias nas seguintes áreas: Marketing de Relacionamento, Vendas, Plano de Marketing, e Marketing de Serviços.
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Marketing Estratégico
breve resumo sobre algumas abordagens epis- □ Não é possível estabelecer leis uni-
temológicas existentes para o entendimento da versais, pois os fenômenos sociais são
ciência, e como elas se relacionam com o marke- condicionados histórica e culturalmen-
ting. Por fim, procuramos fazer uma comparação te;
entre Marketing e Economia.
□ Os seres humanos modificam o seu
comportamento em função do conheci-
Ciências Naturais X mento que sobre ele adquirem;
□ Fenômenos sociais são de natureza
Ciências Sociais subjetiva.
orias explicativas que lhes permitam ma, podemos apenas especular sobre ele. Hunt
abstrair do real e depois buscar nele, (1993) e Santos (2003) concordam que, atual-
de modo metodologicamente controla- mente, a dualidade das ciências está deixando de
do, a comprovação empírica adequada, existir; portanto, não teríamos mais a separação
o que caracteriza a necessidade de um dicotômica entre ciências naturais, leis empíricas
estatuto metodológico próprio das ci- e objetividade versus ciências sociais, leis teóri-
ências sociais; cas e subjetividade.
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Marketing Estratégico
Nessa perspectiva, como poderia ser catego- Existem dois tipos de leis da ciência: as
rizado o Marketing, que é proveniente da Eco- empíricas e as teóricas. As leis empíricas sur-
nomia, e encontra-se dentro do escopo da Admi- gem a partir da experiência e observação ape-
nistração, ambas consideradas ciências sociais e, nas, e se constituem em generalizações deriva-
além disso, aplicadas? das de um acúmulo significativo de evidências.
Seguem os procedimentos lógicos da ciência,
Bartels (1951) diz que Marketing pode ser
sendo rigorosas e causais. As leis teóricas, por
considerado tanto uma ciência, como uma disci-
sua vez, são especulativas, devem estar bem
plina ou uma arte. Caracterizar Marketing como
enquadradas teoricamente, e nem sempre são
uma arte enfatizaria mais o fazer do que o saber.
confirmadas pelas evidências empíricas, o que,
Marketing como disciplina faria parte de uma
no entanto, não as invalida. Caracterizam-se
ciência maior, pois, na realidade, uma ciência é
como um padrão ou norma de comportamento,
constituída de uma série de disciplinas. Entretan-
e não como uma explicação absoluta e defi-
to, o Marketing permite que seu conhecimento
nitiva de comportamento. Baumol (1957) con-
seja dividido em uma série de disciplinas.
sidera essencialmente a validade das leis teó-
ricas, apontando como sua principal fraqueza
Leis exatamente o fato de não serem comprováveis
na prática. As primeiras são típicas das ciên-
cias naturais, e as segundas, das ciências so-
ciais; porém, existe interposição entre ambas
em qualquer tipo de ciência.
Teorias
A ciência evolui a partir da capacidade de
relacionar os diferentes tipos de leis, de forma
sistemática e ordenada, para que seja possível
avançar no conhecimento. Essa explicação siste-
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Baumol acredita que o Marketing pode cons- Definição de Marketing, segundo a AMA –
truir suas próprias teorias, utilizando como base American Marketing Association:
ou tijolos as teorias econômicas e psicológicas, e
não simplesmente as tomando emprestadas. Marketing é a função organizacional e
Para a construção de teorias são necessárias um conjunto de processos para criação,
comunicação e entrega de valores aos
algumas condições, essencialmente a uniformi-
consumidores e ao gerenciamento do
zação da linguagem, de axiomas, de regras de
relacionamento com o consumidor, de tal
interpretação e formalização. Essas condições forma que beneficie a organização e os
não têm sido alcançadas em Marketing, uma vez stakeholders.
que a linguagem utilizada tende a dar nomes di-
ferentes a fenômenos semelhantes, não existem Portanto, a definição de Marketing ampla-
axiomas e paradigmas amplamente aceitos1 e as mente aceita pelos estudiosos da área realmente
regras de interpretação mudam constantemente, pressupõe a existência de consumidores e empre-
como modismos (atualmente temos o “modis- sas, o que subentende a existência de uma relação
mo” do modelo de equações estruturais, e outro comercial.
modismo metodológico que parece estar por vir
é o da etnografia).
Filosofia da Ciência
Objeto de Estudo do Existem diferentes formas de perceber a ci-
ência, cada uma delas defendida por diferentes
Marketing autores e filósofos. A seguir, segue uma descri-
ção das principais, bem como sua relação com o
Uma ciência é julgada não apenas pela sua Marketing.
capacidade de fazer generalizações, mas pelo seu
Positivismo: o saber deve ter a mesma con-
objeto de estudo e pelos métodos que aplica.
sistência lógica e científica encontrada na mate-
Bartels (1951) diz que Marketing consis- mática e conter pontos de contato entre o conhe-
te no estudo sobre distribuição, e, portanto, cimento e a realidade, segundo Hunt (1993). Para
pode ser categorizado como ciência; porém, ele, essa lógica é adequada ao Marketing, pois
para isso, deve seguir os padrões metodolo- permite pesar as evidências. Uma visão positivis-
gicamente aceitos pela comunidade científi- ta em Marketing seria o contrário de uma visão
ca. Por sua vez, Hunt (1983) vê o Marketing normativa. As positivistas visam a descrever, ex-
como uma ciência comportamental que visa a plicar e entender o Marketing e como as ativida-
explicar os relacionamentos de troca existen- des relacionadas com o Marketing ocorrem. Já as
tes entre compradores e vendedores. Algumas normativas são prescritivas, demonstrando como
escolas estudadas por Sheth, Gardner e Garret as organizações e as sociedades deveriam reagir
(1988), como a ativista e a do Macromarketing, ao Marketing.
buscam ampliar essas trocas para outras trocas
sociais, não necessariamente entre comprado-
res e vendedores. Acreditamos que assumir
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aceitar a dificuldade de encontrar a verdadeira
natureza da realidade, o não absolutismo da ciên-
cia e a deficiência dos métodos de mensuração,
por exemplo. Um dos principais pensadores de
tal abordagem é Popper (1994), que defende a ra-
cionalidade da ciência.
Relativismo: enfatiza os aspectos subjetivos A SMF procura incorporar elementos tanto do
relativismo quanto do empirismo.
e criativos da ciência (Leong, 1985). Hunt (1993)
diz que, para o relativista, as observações são
uma função da interpretação + sensações. O re- Leong (1985) propõe uma solução para o
lativismo defende que a verdade ou a avaliação impasse entre relativismo e empirismo, baseado
da verdade é relativa ao esquema conceitual de em Lakatos e na SMF. A solução prevê que a ci-
um indivíduo, grupo de indivíduos ou algum ou- ência de Marketing seja vista como um programa
tro aspecto situacional do contexto em que a as- de pesquisa central, com perguntas referenciais
serção seja feita. Kuhn é um dos filósofos dessa de pesquisa, suposições e proposições gerais,
abordagem, pois crê que a ciência se desenvolve modelos integrados e esquemas de classificação.
a partir de um paradigma particular e largamente Ao redor desse programa de pesquisa central,
pesquisado defendido por uma comunidade cien- existiria um “cinto protetor”, com programas de
tífica. Portanto, a verdade seria relativizada pelo pesquisa periféricos, distintos, porém relaciona-
paradigma adotado. dos. Teorias intermediárias fariam a ligação entre
os programas de pesquisa periféricos e hipóteses
Paradigma é um conjunto de princípios e de
a serem testadas.
teorias que são aceitos sem discussão por uma
comunidade científica. Se esse é um pressupos-
to para a realização de ciência, evidentemente as
ciências sociais encontram-se em desvantagem,
Marketing e a Economia
pois nelas não costuma haver consenso paradig-
mático. Uma das perguntas que levantamos é: não
seria o Marketing uma teoria intermediária,
A divisão da evolução do Marketing em es- que ajuda a testar hipóteses, cujo programa
colas de pensamento parece combinar com a de- de pesquisa central é a Economia?
finição de ciência defendida por Kuhn. Porém,
uma análise mais detalhada permite perceber Tal pergunta é plausível a partir da percep-
que, para tal, cada uma das escolas propostas de- ção de que praticamente todas as escolas de pen-
veria partir de um paradigma diferente, o que na samento em Marketing remetem a conceitos da
Marketing é ciência?
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Marketing Estratégico
Uma breve incursão nos temas tratados atu- Microeconomia dar respostas reais
almente em Economia (Pinho et al, 2004) permi- a problemas das firmas e dos mer-
tiu a percepção de diversas áreas correlatas com cados. Compreende o paradigma de
os temas estudados em Marketing, a saber: “estrutura – conduta – desempenho”.
Epistemologicamente, está ligada à
□ Teoria do consumidor: estuda
tendência lakatosiana de encontrar
como a demanda se fundamenta no
um intermediário entre relativismo
comportamento dos consumidores,
e empirismo (está relacionado com
fornecendo métodos para comparar
a escola sistêmica, funcionalista, da
a eficácia de diferentes políticas de
competitividade baseada em recur-
incentivo ao consumidor e servindo
sos, etc).
de guia para a elaboração e interpre-
tação de pesquisas de mercado (rela- Portanto, torna-se difícil separar definitiva-
cionado com a escola do comporta- mente o Marketing da Economia, especialmente
mento do consumidor); da Microeconomia, pois, como podemos perce-
ber, ambos estão intimamente relacionados.
□ Teoria elementar do funcionamen-
to do mercado: estuda o comporta-
mento da demanda, inclusive indivi-
dual (de cada consumidor), da oferta
Reflexão sobre o tema
e a busca de um equilíbrio de merca-
do, em que haja a coincidência de de- “... é necessário voltar às coisas simples, à
sejos dos consumidores e das firmas, capacidade de formular perguntas simples,
perguntas que, como Einstein costumava
em termos de preço e quantidade (re-
dizer, só uma criança pode fazer, mas que,
lacionado com a escola da dinâmica depois de feitas, são capazes de lançar uma
organizacional, institucional, etc.); luz nova à nossa perplexidade” (Santos, 2003,
□ Teoria da firma: explica o compor- p. 15).
tamento da firma quando desenvolve
sua atividade produtiva, estando rela- A partir do exposto neste capítulo, concluí-
cionado com as opções estratégicas mos que o Marketing ainda está evoluindo em di-
adotadas pelas empresas (relaciona- reção a ser considerado uma ciência. Para a apro-
do com a escola funcional, gerencial, ximação do Marketing a uma ciência, algumas
etc); necessidades precisam ser supridas, entre elas:
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PLANEJAMENTO
E ADMINISTRAÇÃO
ESTRATÉGICA
DE MARKETING Planejamento e Administração Estratégica de Marketing
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estratégias atuais: responde à per-
oraa
or
gunta – O que estamos fazendo agora
para obter o que queremos?
Algumas vezes, o processo de
formulação de objetivos produz uma ma Na análise ambiental é necessária muita pesqui-
mudança substancial na missão e nas sa de mercado, inclusive sobre o comportamento
rk in
metas, o que é especialmente verda-
deiro se a organização vem deixando Um da
Uma das ch ális
ál is am-
chaves para a análise
de alcançar metas fundamentais. Fre- biental bem sucedida é a identificação precoce
quentemente, se a organização não das mudanças.
apresenta uma estratégia explícita, os
administradores precisam inferir de □ Passo 4: Análise dos recursos: res-
suas ações cotidianas o que a alta li- ponde à pergunta – O que somos capa-
derança da organização está tentando zes de fazer?
realizar. Muitos administradores de- Esta é uma oportunidade para
terminam a estratégia atual de suas que os recursos da organização sejam
organizações perguntando-se: Qual é avaliados. Tal análise permite identi-
o nosso negócio? E qual deveria ser? ficar vantagens e desvantagens com-
Quem são nossos clientes? E quem de- petitivas da organização, suas forças e
veriam ser? Para onde estamos indo? franquezas em relação aos seus com-
Quais são as nossas vantagens compe- petidores atuais e potenciais futuros.
titivas? Onde detemos excelência de Nessa ocasião, cabe a pergunta: O que
competências? é que fazemos melhor ou pior do que
□ Passo 3: Análise ambiental: respon- qualquer outro?
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dades disponíveis para a organização e
das ameaças que ela enfrenta. Apesar
de essencialmente diferentes e decor-
rentes de fatores os mais diversos, as
ameaças e as oportunidades podem, Na etapa de implementação, é preciso arregaçar as
em algumas situações, apresentar uma mangas e colocar o planejamento de Marketing em
forte ligação. A análise SWOT apre- prática, concentrando-se nos objetivos traçados.
sentada à frente traz um modelo de
análise que aborda essa questão. dianas da organização. Por melhor
que seja a estratégia, só beneficiará a
□ Passo 6: Determinação do grau de
organização se for implementada com
mudança necessária: responde à per-
eficácia.
gunta – Continuar o que estamos fa-
zendo agora vai nos levar aonde que- □ Passo 9: Medida e controle do pro-
remos ir? gresso: envolve – Checar frequente-
mente para ter certeza de que se está
Nesse ponto, podem-se prever os
fazendo o certo.
resultados de prosseguir com a estra-
tégia atual. A previsão será mais fácil Á medida que a implementação
de ser realizada quanto mais estável prossegue, os administradores devem
for o ambiente e quanto há mais tem- verificar seu progresso em estágios
po ela tenha sido implementada. Pode periódicos ou críticos. As duas per-
ser utilizado o Modelo de Gaps (= la- guntas mais importantes são:
cunas ou hiatos) de desempenho, em
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Marketing Estratégico
□ pela perspectiva do que a organiza- colegas de Harvard (Andrews, 1971). A sua visão
ção eventualmente faz. estratégica de negócios como sendo a combina-
ção entre os recursos e capacidades internas e as
Assim, pela primeira perspectiva, estraté-
oportunidades e riscos criados pelo ambiente ex-
gia pode ser entendida como sendo “o progra-
terno gerou a análise SWOT – Strengths, Weak-
ma amplo para definir e alcançar os objetivos
ness, Opportunities, Threats (Forças, Fraquezas,
de uma organização e implementar as suas
Oportunidades e Ameaças).
funções”, de modo que o programa implicaria
administradores com papel ativo, consciente e Por meio desse modelo, o administrador
racional na formulação da estratégia da organi- deve, em sua estratégia, identificar negócios nos
zação. quais a empresa deverá competir. As estratégias
alternativas, ou a sua parametrização, nascem
Na segunda perspectiva, como sendo “o
da avaliação das oportunidades e ameaças com
padrão das respostas da organização ao seu am- que a empresa se defronta em vários mercados,
biente através dos tempos”, toda a organização ou seja, dos fatores externos, e da avaliação de
tem uma estratégia de marketing, mesmo que suas forças e fraquezas, ou seja, de seus fatores
não tenha sido explicitamente formulada. Nessa internos.
visão, os administradores representam um papel
reativo, reagindo passivamente, ajustando-se ao Nesse modelo, uma boa estratégia é aquela
ambiente somente quando surge uma necessida- que realiza uma boa combinação entre ambos os
de. ambientes. Tais estratégias evitam ameaças am-
bientais, contornam fraquezas internas e explo-
ram oportunidades através das forças e das com-
petências distintas da empresa.
O planejamento
estratégico enfatiza a Modelo Portfolio – Matriz
abordagem ativa. BCG
O conceito chave no modelo BCG – desen-
Em 1962, o pesquisador de negócios Alfred volvido pelo Boston Consulting Group, é a par-
Chandler propôs que a palavra estratégia fosse ticipação de mercado (market share) – de um
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Os quatro quadrantes da matriz identificam quatro possibilidades distintas:
Alguns autores apresentam algumas críti- fram reinvestimentos. Outra crítica diz respeito
cas ao modelo conhecido como Matriz BCG. a estudos que indicam não existir uma relação
Como a linha divisória entre crescimento alto direta entre participação de mercado e rentabi-
e baixo é de 10% a.a. em unidades e como so- lidade superior.
mente um único líder de faixa de mercado é
classificado como alto, a aplicação da matriz
BCG resulta na classificação de cerca de 60 a
Modelo de Cinco Forças
70% de todas unidades de negócio como sendo
Segundo Porter, pesquisador e professor de
cachorros, o que pode fazer com que produtos
Harvard, seu Modelo de Cinco Forças assume
nessa faixa sejam todos negligenciados. Tam-
que a lucratividade de uma empresa em certa in-
bém, o conceito das vacas leiteiras faz com que
dústria é determinada pela ameaça de novos en-
esses negócios sejam “ordenhados” e não so-
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Modelo
Moddello ddas
as C
Cinco
inco FForças
orças C
Competitivas
ompettitivas Estratégia de nível
de Porter
funcional
Entrantes
Em organizações funcionais, as
distintas funções como marketing,
finanças ou produção são agrupadas
em departamentos distintos, cada
Fornecedores Concorrentes Compradores qual desenvolvendo estratégias que
ajudam a levar adiante a estratégia de
nível mais elevado. Essas estratégias,
em geral, são mais detalhadas e apre-
Substitutos sentam um horizonte de tempo mais
curto.
Em linhas gerais, as estratégias
trantes no setor, pela ameaça de novos produtos de marketing ajustam produtos e serviços às ne-
ou serviços substitutos, pelo poder de barganha cessidades do consumidor, decidem onde e quan-
de seus fornecedores, pelo poder de barganha do vender, através de quais canais de distribuição
de seus clientes e pela intensidade da rivalida- e promovem produtos e estabelecem seus preços.
de existente entre seus competidores.
De acordo com Porter, como uma empresa
não é prisioneira da estrutura de sua indústria,
Implementação
a estratégia deveria concentrar seus esforços Tendo-se visto alguns dos aspectos das es-
em alterar essa estrutura através do aumento tratégias de marketing, como sua importância e
das barreiras de entrada e do incremento do necessidade para a organização, neste capítulo
poder de barganha com seus fornecedores e abordaremos o processo de implementação, evi-
clientes. Para ele, quanto maiores as forças em denciando, também, suas dificuldades.
uma indústria, menor será a média dos retor-
nos. Ou seja, o desempenho superior resulta da
vantagem competitiva proveniente da adoção Ajuste da implementação à
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do comprometimento de uma organização com Peter Lorange identificou cinco fatores prin-
uma estratégia. E motivam, pelo apelo a valores, cipais no ambiente e também cinco fatores in-
crenças e lealdade, proporcionando incentivos ternos à organização, de tal forma que sugere às
intangíveis, que estão além dos pagamentos ou organizações incorporarem tais dificuldades no
bonificações. processo de implementação da estratégia.
Restrições Externas
Em geral,
os gerentes Escassez: a Economia é frequentemente
definida como a ciência dos recursos escassos.
de Marketing têm Esse fator está presente no cotidiano das em-
presas, das pessoas e de diversos organismos.
melhor desempenho Para Lorange, as estratégias de marketing de-
quando suas qualidades vem considerar o fato de que há uma tendência
crescente da competição por recursos naturais
alinham-se com o e, em função disso, as estratégias devem pro-
curar alternativas de negócios que usem os
cenário competitivo recursos com eficiência, tornando-se menos
e a estratégia vulneráveis aos custos crescentes de matéria-
prima, prevendo iminentes faltas de recursos,
da organização. procurando, incessantemente, substitutos e
fontes alternativas.
Comumente, o ponto central na escolha de Política: a estratégia depende crescente-
um administrador-chave é decidir entre promo- mente do fiel conhecimento dos stakeholders
ver alguém dos quadros da empresa ou trazer do externos à organização. Alterações políticas,
mercado. Os gerentes da empresa têm a vantagem dos sistemas legais e da atitude geral do go-
de já conhecer a organização, mas podem estar verno com relação aos negócios, a um setor de
amarrados a práticas inadequadas. Novos ele- empresas, a influência de outros órgãos, como
mentos podem não conhecer tão bem a empresa, entidades de classe, sindicatos, defensoria dos
entretanto, trazem novas capacidades, experiên- direitos dos consumidores, e mesmo a opinião
Estratégica de Marketing
cias e visões necessárias para a organização, que pública afetam a condução da empresa rumo
enfrenta eventualmente uma situação inusitada. aos seus objetivos, influenciando e até definin-
Reconhecimento de barrei-
ras à implementação
Em geral, ações para a alteração de um
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ão E
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Marketing Estratégico
Procurar evitar um
confronto pode facilitar
a implementação das
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estratégias.
Tecnologia: é mais um dos diversos recur-
sos que uma empresa dispõe na implementação
da estratégia de marketing; porém, com algumas
características particulares. Sua especialização
e conhecimento têm se apresentado como um
dos grandes diferenciais competitivos, bastan-
do estudar o caso Wal Mart, que possui o maior As restrições internas podem dificultar os planos de
marketing da empresa.
poder computacional em seu setor, comparado
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POSICIONAMENTO
ESTRATÉGICO
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O posicionamento estraté-
gico define como a empresa
quer ser vista pelo mercado,
contribuindo para o au-
mento da sua participação
no mercado competitivo
atual.
N
este capítulo, você está
sendo convidado a realmente
pensar em termos estratégicos de
Marketing, em sua aplicação no negócio, imagi-
nando a forma como ele será colocado em práti- lação de um planejamento estratégico em Marke-
ca. Para tanto, tentaremos ajudá-lo a responder a ting:
perguntas como: □ Elaboração das declarações de vi-
□ De que forma é possível transformar são, missão e princípios;
idéia em ação?
□ Definição do posicionamento estra-
□ Que princípios e valores regem o tégico a ser adotado pela empresa;
negócio?
□ Determinação de objetivos e metas;
□ Qual a melhor estratégia a ser ado-
tada, frente à concorrência? □ Desenvolvimento da estratégia de
□ Que recursos serão necessários para Marketing e Vendas adotada para
viabilizar um negócio e onde obtê- obter sucesso no negócio;
los? □ Estabelecimento de um fluxo de ati-
□ Como operacionalizar essas idéias? vidades a ser desempenhado no ne-
gócio, a partir de modelos baseados
Para o sucesso de um empreendimento, não
na cadeia de valor, mapeamento do
basta apenas uma idéia brilhante. É preciso pla-
sistema de atividades e mapa de re-
nejamento e direcionamento estratégico. A se-
lacionamentos.
guir, apresentamos alguns elementos essenciais
Posicionametno Estratégico
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Marketing Estratégico
conduta que devem ser seguidos, o que está real- clareza e a capacidade de vislumbrar o negócio
mente sendo perseguido nessa nova empresa. A da empresa sem ser míope1. A missão é uma frase
seguir, detalharemos cada um desses elementos. que descreve quem é o público-alvo da empresa,
o que a empresa vende, em que negócio ela está
inserida e como ela se posiciona no seu mercado.
Missão Uma boa missão deve ser facilmente compreensí-
vel e de fácil memorização pelos funcionários da
empresa. Um exemplo clássico que ilustra essas
qualidades é a missão da Walt Disney: “Fazer as
pessoas felizes”. Basta que os colaboradores da
Walt Disney lembrem-se dessas quatro simples
palavras para saberem exatamente o que a empre-
sa persegue, e como devem atuar.
Outro bom exemplo a ser mencionado é a
missão da Petrobras, descrita a seguir:
Missão da Petrobras
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Marketing Estratégico
da missão Petrobrás.
tégi
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Marketing Estratégico
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Marketing Estratégico
Entretanto, lembramos que estes dois níveis es- chegar, e então escolha o melhor caminho para
tratégicos devem estar intimamente relacionados isso.
e atuando em sintonia, para garantir a vantagem
competitiva da empresa.
Para o desenvolvimento da estratégia merca-
Visualize um
dológica de uma empresa, portanto, deve-se, ini- diferencial significativo
cialmente, escolher a estratégia competitiva mais
adequada, conforme as sugeridas a seguir. Após para sua empresa, para
ter feito a análise setorial e de mercado, você terá
condições de identificar os pontos fortes e fracos
que ela possa fazer
da empresa, que também devem ser considerados frente à concorrência.
para uma melhor escolha estratégica.
década de 60 do século XX. Alguns itens que podem ser utilizados para
gerar diferenciação são o estilo, o design, a per-
formance do produto ou serviço, o atendimento,
A estratégia no contexto organizacional a imagem, etc. A maior vantagem da utilização
pode ser definida como a busca deliberada de da diferenciação é que, se as diferenças forem
um plano de ação para desenvolver e ajustar a realmente valorizadas pelos clientes, a empresa
vantagem competitiva de uma empresa. Trata-se poderá praticar preços e margens mais elevadas.
de escolhas que definem o rumo da organização, Um exemplo são as marcas de luxo: um produto
sempre condicionadas à situação ambiental (ma- da marca Channel, por exemplo, é vendido por
cro e microambiente) e organizacional (recursos,
Arquivo pessoal da autora
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valores elevados, mas considerados justos por caz e eficientemente do que seus concorrentes.
consumidores que valorizam a marca. Utilizando o enfoque, a empresa poderá obter as
lideranças em custos ou diferenciação mencio-
Custos nadas acima, mas para um grupo específico de
clientes.
A estratégia conhecida como liderança em Por exemplo: uma loja pode especializar-se
custos consiste em obter uma estrutura de cus- em atender às necessidades de pessoas que prati-
tos inferior à da concorrência, com o objetivo de cam esportes radicais. Assim, o estabelecimento
obter retornos maiores. Para isso, as empresas conseguirá se diferenciar de outras lojas esporti-
que adotam essa estratégia utilizam técnicas que vas ou voltadas para o público jovem, tornando-
viabilizem a sua redução de custos, tais como: se uma referência ao nicho escolhido.
economias de escala, controle rígido de gastos
Veja que, para um mesmo negócio, você
administrativos e outros, enxugamento de pes-
poderá adotar qualquer uma das três estratégias,
soal, serviços limitados aos clientes, integração
basta que volte a estrutura da empresa e suas
para trás, etc.
ações para isso. Por exemplo, uma fábrica de cal-
Em geral, as empresas que optam pela estra- çados poderá utilizar a estratégia de liderança em
tégia de liderança em custos necessitam de gran- custos, oferecendo calçados muito baratos. Ou a
de participação de mercado para se tornar rentá- estratégia de liderança em diferenciação, diferen-
veis. Ela é mais amplamente adotada no mercado ciando seus calçados pela qualidade, pelo mate-
de commodities, onde os produtos não apresen- rial utilizado ou até pela marca desenvolvida. Por
tam diferenciação entre si. Por exemplo: produtos fim, a mesma fábrica poderá utilizar a estratégia
agrícolas, minérios, combustíveis… de enfoque, concentrando-se no segmento de jo-
Para os outros setores, a estratégia de lide- vens senhoras que buscam calçados confortáveis
rança em custos apresenta a desvantagem de não para o trabalho, por exemplo.
criar uma razão pela qual o cliente deva comprar O quadro a seguir representa essas estraté-
da empresa, além do próprio preço baixo. Trata- gias competitivas:
se, portanto, de uma estratégica competitiva que Vantagem competitiva
pode não se sustentar no longo prazo.
Custo mais Diferenciação
baixo
Alvo amplo Liderança
Escopo Competitivo
(toda a Diferenciação
indústria) de custos
ULBRA\LAC EAD
Alvo
estreito Enfoque Enfoque em
(um em custos diferenciação
segmento)
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Marketing Estratégico
Po
Posicionamento Baseado
Of
Oferecer diversas nno Acesso
possibilidades
es dde
escolha é o fo
foco da Esse posicionamento estratégico
empresa com posi-
em também trata os clientes de maneira seg-
cionamento basea eado
baseadodo na mentada, pporém não os segmenta conforme
variedade.
as necessida
necessidades, como o posicionamento ante-
rior, mas sim
si conforme as suas possibilidades
de acesso. O Ou seja, mesmo que esses clientes
tenham necessidades semelhantes, a melhor
Posicionamento Baseado na configuração de atividades para acessá-los é di-
Variedade ferente. As diferenças de acesso não são apenas
geográficas, podem ser também baseadas em
Essa estratégia de posicionamento está fun- diferente porte do cliente, familiaridade com
damentada na escolha de variedades de produtos tecnologias, entre outros aspectos diferenciado-
e serviços, e não em segmentos de clientes. Tal res. Tal estratégia é menos utilizada do que as
tipo de posicionamento faz sentido quando a em- demais, provavelmente por ser menos compre-
presa é capaz de produzir determinados produtos endida. Por exemplo: diferenciação entre clien-
ou serviços, utilizando conjuntos de atividades tes rurais e urbanos. Certamente, nesses dois
diferenciadas. Baseando seu posicionamento na grupos de clientes distintos serão diferentes as
variedade, a empresa é capaz de atender a uma melhores maneiras de configurar atividades de
Posicionametno Estratégico
ampla gama de clientes, mas, para a maioria de- marketing, processamento de pedidos, logística
les, atenderá apenas a um subconjunto de suas e serviços de pós-venda, entre outras.
necessidades.
É importante frisar que, independentemen-
te do posicionamento estratégico escolhido, ele
Posicionamento Baseado deve ser focado em diferenças na OFERTA (ou
nas Necessidades seja, os consumidores), e não simplesmente em
diferenças na DEMANDA. Isso significa que o
Esse posicionamento estratégico refere-se âmago da estratégia está na capacidade de ofe-
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Referência Comentada
Posicionametno Estratégico
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São situações que propiciam o surgimen- seu grau de exposição, melhorar sua
to de novas marcas de produtos baratos: qualidade e, por fim, procurar de novo
(A) maturidade de mercado, cartel e grande a atenção dos consumidores.
número de consumidores de baixa renda. (C) A Passamole precisa investir em co-
(B) crescimento de mercado, marcas tradi- municação para atrair a atenção de
cionais vulneráveis e necessidades não mais pessoas.
satisfeitas.
(D) A Ferro Suave não precisa fazer ne-
(C) grande poder de negociação dos distri- nhuma campanha, pois sua recepti-
buidores, preços tabelados e necessida- vidade, relativamente baixa no mer-
des não satisfeitas. cado, é fruto da avaliação de poucos
(D) estabilização econômica, protecionismo consumidores.
do mercado e grande extensão de linha
(E) A Deslizy deve ser retirada do merca-
dos concorrentes.
do, pois não há como solucionar uma
(E) protecionismo de mercado, poucos con- situação desfavorável como a sua.
correntes e grande desigualdade social.
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MARKETING
INTEGRADO
O marketing deve ser uma filoso-
fia em todas as áreas da empresa.
C
omo dissemos anteriormente, a ca-
pacidade de gerar posicionamento
estratégico competitivo depende
de desenvolver atividades diferencia-
das. Por isso, é estratégico e extrema-
mente importante planejar como se-
rão encadeadas as diversas atividades
ULBRA\LAC EAD
de Marketing desenvolvidas na empresa.
Da mesma forma, é preciso definir clara-
mente quais serão os recursos e atividades ne-
cessárias para viabilizar os objetivos estratégi-
cos de marketing. Ou seja, até agora estávamos
no campo das idéias e planejamento de marke-
ting, agora teremos que colocar os pés no chão
Mapeamento do Sistema
e operacionalizar isso. Como faremos para que
a empresa funcione adequadamente, dentro da
de Atividades
estratégia genérica e do posicionamento de ma-
É importante que, inicialmente, a empre-
rketing que definimos? A nossa sugestão é a uti-
sa mapeie as tarefas (ou atividades) mais im-
lização do Marketing Integrado.
portantes para o seu funcionamento. Para isso,
O Marketing Integrado pressupõe que as apresentamos abaixo um mapeamento do sis-
ações de marketing não podem ocorrer de for- tema de atividades da IKEA, importante vare-
ma isolada, mas envolvendo todos os demais jista de móveis sediada na Suécia. Os círculos
departamentos da organização. Sob a ótica do sombreados representam questões de níveis
Marketing Integrado, toda a empresa deve estar mais elevados, que são viabilizadas pelo con-
voltada a atender melhor o cliente, e o Marke- junto de atividades vinculadas (nos círculos
ting torna-se uma filosofia da organização, mui- brancos).
to mais do que um simples departamento dentro
Essa empresa possui uma estratégia de po-
da estrutura organizacional.
sicionamento baseado em necessidades de seus
Portanto, sob a ótica do marketing integra- clientes, que são na sua maioria estudantes e
do, apresentaremos, neste capítulo, alguns ele- outros que dispensam os serviços tradicional-
Marketing Integrado
mentos que permitem sua aplicação, envolvendo mente oferecidos nas lojas de móveis. Sem
o mapeamento do sistema de atividades, a des- esses serviços adicionais, a IKEA é capaz de
crição dos recursos e os processos da organiza- oferecer preço bastante reduzido em relação a
ção que podem apoiar a filosofia de Marketing seus concorrentes.
com foco no cliente, mapas de relacionamentos
e cadeia de valor.
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Transporte Layout
próprio peloss dos
Catálogos Localização depósitos para
ra
explicativos,
ativos, clientes na periferia, Compras
tráfego mais
mostruários
ários com amplo intens
intenso
e etiquetas
uetas estacionamento to impulsivas
informativos
ativos Serviço
Se Auto
Auto-
Auto
limi
limitado ao seleção
cliente pe
pelos clientes
es
Facilidade
de Pequena Maioria
de transportee quantidade dos itens
e montagem
em de pessoal de estão no
Mo
Montagem vendas Grandes estoque
estoqu
qu
pelos estoques na
Kit
Kit pr
próprios localidade
de Aumento Estoque
cl
clientes
ient
ientes
ntes da
embalagem
gem durante
com o produto
oduto probabilidade de todo o ano
desmontado
tado Projeto
Pr compras
co futuras Baixos
modular custos de
da mobilias
das as ão
fabricação
100%
100%
Ampla
Am Projet
Projeto
Projet de
variedade próprio com abastecimento
com facilidade ênfase
ên no custoo por forncedores de
de fabricação de fabricação longo prazo
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para terceirização se tornem extremamente rele- considerando quantos colaboradores serão ne-
vantes. cessários para viabilizar o melhor atendimento
dos objetivos de marketing, que especialidades
eles deverão possuir, e como será a organização
hierárquica desses colaboradores.
Especialmente nas empresas de serviços, os
colaboradores e a sua performance são essen-
ciais para que se mantenha a satisfação dos con-
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relacionamentos estabelece
MAR
MAR
INFRA-ESTRUTURA Não se pode deixar de citar Porter
Gerência de recursos humanos
quando se trata de Marketing Es-
Desenvolvimento de tecnologia
GEM
INTERRELAÇÕES tratégico. Esse deveria ser o livro
TECNOLÓGICAS Aquisição de cabeceira de qualquer admi-
nistrador ou profissional compro-
MAR
Logística Operações Logística Marketing metido com o desenvolvimento
Interna Externa & Vendas Serviços
GEM
estratégico de sua organização.
INTERRELAÇÕES INTERRELAÇÕES
Autoestudo
DE PRODUÇÃO DE MERCADO
Fonte: Porter (1990, p. 39)
Questão Reflexiva
Segundo Porter (1990), as interrelações de
mercado abrangem o compartilhamento de ativi- Procure aplicar os conceitos de cadeia de va-
dades de valor primárias envolvidas para atingi- lor e mapa de relacionamentos na empresa onde
rem o comprador e interagirem com ele, desde a você atua (ou em alguma de seu interesse e livre
logística externa até o serviço. Já as interrelações escolha). Como o marketing pode atuar de ma-
de produção implicam compartilhar atividades neira integrada na empresa?
de valor “corrente acima”, como logística interna
e funções indiretas, além da manutenção e infra-
estrutura do local.
Para aprender, nada
As interrelações de aquisição, por sua vez, melhor do que exercitar!
envolvem a aquisição compartilhada de insumos
comuns, como matérias-primas principais e pe-
ças de equipamento capital. Interrelações tecno- Questões Objetivas
lógicas envolvem o compartilhamento de ativi-
dades de desenvolvimento de tecnologia por toda Assinale V nas afirmativas verdadeiras e F
a cadeia de valor. E, finalmente, interrelações de nas falsas:
infraestrutura dizem respeito à infraestrutura da
empresa, inclusive a atividades como gerência de 1 – ( ) O Marketing Integrado pressupõe
recursos humanos, de contabilidade, financeira e que as ações de marketing são independentes das
jurídica. demais áreas da organização.
Marketing Integrado
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Marketing Integrado
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O VALOR
PERCEBIDO
COMO
ELEMENTO
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ESTRATÉGICO
DE MARKETING
Agregar valor e aumentar o valor percebido do consumidor são grandes ob-
jetivos estratégicos do Marketing na atualidade.
O
s conceitos de valor para o consumidor (envolvimento do indivíduo) na mensuração de
e valor percebido têm adquirido maior valor. O valor é percebido, pois envolve experi-
importância entre os acadêmicos e ges- ências comparativas (entre um produto e outro),
tores de Marketing nos últimos 20 anos, com in- pessoais (variando de um indivíduo para outro) e
tensidade crescente. situacionais (variando de acordo com o contex-
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ULBRA\LAC EAD
portamento futuro.
tado, concebido por Kotler e Keller (2006), está
fundamentado na teoria de valor percebido, uma Portanto, assim como
vez que preconiza que “cada parte da transação percebemos a importân-
abre mão de alguma coisa, em troca de outra de cia do valor percebido para
maior valor”. o conceito de troca, também para a definição de
satisfação do consumidor é importante dimensio-
nar o valor, principalmente porque as empresas
A única coisa que buscam a satisfação de seus consumidores como
uma maneira de garantir sua retenção. A entre-
importa no novo mundo ga de valor superior aos clientes é uma estraté-
da qualidade é entregar gia competitiva para a obtenção de satisfação e,
conseqüentemente, lealdade. A maior satisfação
valor ao cliente. decorrente de um maior valor percebido é con-
sistente com o conceito de homem econômico/
racional, que corresponde à ideia de que o consu-
O conceito de valor é amplamente aborda-
midor busca maior valor pelo seu dinheiro.
do de forma mais genérica (ex: agregar valor)
na literatura empresarial, e pode ser facilmente Entretanto, salientamos que o valor como
confundido com o conceito de satisfação. Apesar antecedente de satisfação é só uma das facetas
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GABARITO
Capítulo 1
Questão dissertativa
Sugestão de resposta: a resposta a esta pergunta deve abordar os diferentes conceitos de ciência, leis e
teorias, abordados nos itens 1.2, 2.3 e 2.5 do capítulo. Por fim, o aluno deve concluir que marketing ainda não
é uma ciência, mas sim uma disciplina que precisa de alguns aprimoramentos para chegar a tal posição.
Questão objetiva
1 – F; 2 – V; 3 – F; 4 - V
Capítulo 2
Questão dissertativa
Sugestão de resposta: o aluno deverá aplicar os modelos explicados no capítulo em uma situação real.
Caso o aluno não esteja inserido no mercado de trabalho ou não deseje realizar a análise de sua própria empre-
sa, ele poderá fazê-lo tomando outra empresa de sua livre escolha por objeto.
Questão objetiva
1 – E; 2 – D; 3 – E; 4 – B; 5 – D
Capítulo 3
Questão dissertativa
Sugestão de resposta: o aluno deverá escolher algum setor de atividades de seu interesse como, por exem-
plo, o setor alimentício, a aviação civil, etc. A partir da análise dos produtos e estratégias adotadas pelas empre-
sas do setor, bem como das suas declarações de missão, deverá identificar qual o posicionamento competitivo
adotado, e as estratégias genéricas adotadas pelas diferentes empresas.
Questão objetiva
1 – D; 2 – A; 3 – C; 4 – B; 5 – C.
Capítulo 4
Questão dissertativa
Sugestão de Resposta: o objetivo é demonstrar como o marketing pode interagir com diversas áreas da
organização. Para isso, o aluno deverá aplicar as teorias de mapa de relacionamento e de cadeia de valor à sua
realidade profissional.
Questão objetiva
1 – F; 2 – V; 3 – F; 4 – V; 5 – V; 6 – F.
Capítulo 5
Questão dissertativa
Sugestão de Resposta: o aluno deverá escolher entre a tipologia de valor percebido proposta por Holbrook
ou a proposta por Sweeney e Soutar, e através da tipologia desenvolver sua resposta, com base no exemplo de
um produto de sua escolha, como, por exemplo, carro, roupas, relógios, etc.
Gabarito
Questão objetiva
1 – E; 2 – D; 3 – D; 4 – V; 5 – V.
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