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GUIA DO INTERNACIONALISTA

Guia do Internacionalista:

Identidade e Campo de Atuação

Introdução ....................................................................................................... 6

Profissional ...................................................................................................... 8

Competências Técnicas .................................................................................. 10

Análise de Risco ................................................................................................ 11

Escrita técnica .................................................................................................. 12

Gestão de Projetos ........................................................................................... 12

Fluência em Idiomas ........................................................................................ 12

Informática e Comunicação ............................................................................. 13

Dicas úteis......................................................................................................... 13

Competências Comportamentais ................................................................... 15

Inteligência Interpessoal .................................................................................. 17

Mediação/Resolução de Conflitos ................................................................... 17

Diplomacia ........................................................................................................ 18

Liderança .......................................................................................................... 19

Negociação ....................................................................................................... 19

Dicas Úteis ........................................................................................................ 21

Competências Conceituais ............................................................................. 24

Relações Internacionais ................................................................................... 24

Economia .......................................................................................................... 25

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Política .............................................................................................................. 25

Direito ............................................................................................................... 25

Geografia .......................................................................................................... 26

História ............................................................................................................. 26

Dicas úteis......................................................................................................... 27

Valores Essenciais .......................................................................................... 28

Amor por pelo que faz ..................................................................................... 29

Motivação ......................................................................................................... 30

Atitude .............................................................................................................. 31

Proatividade ..................................................................................................... 32

Profissionalismo ............................................................................................... 32

Campo de Atuação ......................................................................................... 34

Startups – Empresa de base tecnológica ........................................................ 34

Marketing Digital – Internacional .................................................................... 35

Organizações Não Governamentais ................................................................ 36

Representações Diplomáticas.......................................................................... 36

Cidades – Paradiplomacia ................................................................................ 37

Relações Governamentais ............................................................................... 38

Multinacionais .................................................................................................. 38

Ensino e Pesquisa ............................................................................................. 39

Organizações Internacionais ............................................................................ 40

Comércio Exterior ............................................................................................ 40

Diplomacia ........................................................................................................ 41

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Outras áreas ..................................................................................................... 42

Planejamento de Carreira .............................................................................. 43

Onde você está e suas forças .......................................................................... 43

Indo na direção correta ................................................................................... 44

Desenvolva sua identidade .............................................................................. 45

Dicas úteis......................................................................................................... 45

Desenvolvimento de Carreira ......................................................................... 48

Qual é a sua visão? ........................................................................................... 48

Acredite em si mesmo ..................................................................................... 48

Nunca pare de aprender .................................................................................. 49

Desenvolva sua inteligência interpessoal ........................................................ 49

Desenvolva sua rede – Net Worth................................................................... 50

Integre-se ......................................................................................................... 50

Encontre um Mentor ....................................................................................... 51

Crie sua reputação ........................................................................................... 51

Saiba o seu valor .............................................................................................. 51

Seja confiante ................................................................................................... 52

Compartilhe ...................................................................................................... 52

Divulgação do Currículo ................................................................................. 53

Redes sociais .................................................................................................... 53

Agências de emprego....................................................................................... 54

Agências globais ............................................................................................... 54

Agências regionais ............................................................................................ 55

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Agências especializadas ................................................................................... 56

Dicas Úteis ........................................................................................................ 57

Informações úteis .......................................................................................... 58

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Introdução

O mercado de trabalho para profissionais de Relações Internacionais está em


transformação no país. Seguindo a expansão e interiorização do ensino
superior, a carreira conquista novos espaços e se consolida como uma
profissão, tendo sua inclusão na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO),
no ano de 2020.

O valor do reconhecimento da existência de uma nova ocupação profissional,


vem na mesma tocada da evolução e da aceitação do internacionalista por
parte das empresas enquanto agente promotor e catalisador da
internacionalização, iniciada com a abertura comercial brasileira.

Apesar de ser um curso antigo no país, foi durante os anos 1990 que o curso e
a carreira de Relações Internacionais ganharam força, como resposta às
necessidades de entender e atender as empresas brasileiras que se
internacionalizaram e as que chegavam ao país.

Nos anos 2000, com a abertura de novos mercados, com a aproximação


brasileira dos países do Oriente Médio, do Sudeste Asiático e da África, o
debate sobre Relações Internacionais e a academia se expandem – sendo a
ABRI – Associação Brasileira de Relações Internacionais fundada em 2005. A
necessidade de compreender de forma teórica, acadêmica e política a crise de
2008, de diversificação da pauta de exportações e importações [em 2009 a
China se torna o principal parceiro comercial brasileiro], além da diversificação
da agenda internacional, torna-se crescente.

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Marcado por desafios diversos, os anos 2010 foram de crise na política


nacional com Impeachment da então presidente Dilma, em 2016; de
organização dos maiores eventos esportivos do mundo: Copa do Mundo de
Futebol em 2014 e Olimpíadas em 2016. Esse cenário conturbado e adverso,
impõe aos mercados uma necessidade de desenvolver estratégias
independentes de política externa empresarial, com o crescimento das
agências de Relações Governamentais.

Para essa década, vislumbra-se a interiorização das Relações Internacionais no


país, identificando novos mercados, serviços e produtos para
internacionalização. Um período que deve marcar a busca da identidade local,
em especial da valorização da história, da cultura e das tradições folclóricas. O
internacionalista ganhará espaço como agente entre o local e o global, com a
busca de reconhecimento das marcas, de certificações diversas e de abertura
de mercados por meio de feiras em mercados internacionais.

Além disso, a busca pela cooperação e integração entre os profissionais, por


meio de variadas iniciativas, abre espaço para reflexões importantes para
identificar as características e o espaço de atuação profissional. Esse esforço,
nos dá a estima e valorização necessária e nos instrumentaliza para atuar
como profissionais.

Para que o internacionalista atinja o seu potencial, e se realize como


profissional, é preciso ações simples e efetivas, baseadas nas estruturas já
constituídas no país, daí a importância de consolidar o Guia do Profissional de
Relações Internacionais.

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Profissional

O analista de Relações Internacionais é um profissional que atua na promoção


e defesa dos interesses da empresa ou instituição para a qual atua.
Atualmente, o mercado busca por profissionais com habilidades múltiplas,
com conhecimento de economia, política, direito, marketing e comércio
exterior, e o graduado em Relações Internacionais tem entrado no mercado de
trabalho para atuar em setores que buscam justamente esse perfil.

O analista de Relações Internacionais possui ampla formação acadêmica em


direito internacional, economia, política externa, administração e comércio
exterior. Isso permite uma compreensão complexa de eventos, o que é uma
vantagem frente aos desafios colocados anteriormente advindos da
globalização. Essa base permite ao Analista compreender o que acontece no
mundo para extrair as melhores oportunidades dos desafios que surgirem.

Outra característica que torna o internacionalista (como também é conhecido)


indispensável para qualquer empresa, é a sua fluência e gosto por línguas
estrangeiras. Quanto mais idiomas relevantes para o seu negócio o profissional
dominar, melhor. Muitas vezes, quando a empresa/instituição não tem quadro
de colaboradores fluentes e qualificados em línguas, faz-se quase impossível
notar as oportunidades que surgem em outros mercados, gerando um tempo
de resposta maior.

Entre os profissionais que podem trabalhar para o fortalecimento da empresa,


está o analista de Relações Internacionais, uma vez que, para lidar com essas
questões levantadas, ninguém melhor que um profissional com conhecimento

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de temas internacionais. O internacionalista pode conduzir diversos estudos


de mercado e traçar estratégias para preparar a empresa para múltiplos
cenários de concorrência externa. Ele pode conduzir o registro de patentes e
padronização da marca, assim evitando constrangimentos de disputas por
patentes e surpresas vindas de fora.

Esse profissional pode trabalhar na estratégia comercial internacional,


valorizando a marca e a empresa, sem se afastar dos consumidores e sem
apagar a história e a tradição. O internacionalista pode trabalhar com
storytelling dentro da reformulação que for conduzida. Sua história é uma das
principais armas para lidar com a concorrência externa, e os consumidores
tendem a aprovar produtos locais que pensam nisso.

Aos poucos, a própria empresa pode ganhar a confiança necessária para


embarcar em um processo de internacionalização maior. Certamente, novas
oportunidades vão surgir, pois clientes internacionais passarão a notar o
trabalho que está sendo feito.

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Competências Técnicas

O mercado procura por profissionais capacitados para solucionar problemas,


em situações de baixo orçamento, equipes reduzidas, cenários de muitas
incertezas, e que demandam ações rápidas. Na nova economia, as janelas de
oportunidade se fecham cada vez mais rápido, o que significa que o
profissional de Relações Internacionais precisa dominar competências técnicas
e comportamentais capazes de responder de forma efetiva.

Muitas competências técnicas são aprendidas na universidade e em cursos


específicos, mas requerem treinamento e experiência para serem
aperfeiçoadas ao máximo. Diferente das soft skills, atributos particulares e que
ajudam no sucesso profissional, as hard skills são aquelas que podem ser
ensinadas e mensuradas.

Contrariamente ao que muitos pensam, Relações Internacionais, enquanto


campo de estudos, conta com um arcabouço teórico e metodológico
consolidado e estruturado, o que a elevou a condição de Ciência. O
bacharelado visa formar e capacitar profissionais capazes de dominar
conceitos e ferramentas analíticas para traduzir e aplicar o conhecimento
sobre temas internacionais.

Para capacitar esse profissional, é comum nas disciplinas a utilização de


recursos analíticos, tais como: debates, rodas de discussões, elaboração de
estudos, simulações, seminários e artigos acadêmicos. Então, é preciso
analisar bem a proposta curricular, metodológica e pedagógica da instituição,
caso você esteja se decidindo.

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De forma complementar, o estudante é estimulado a buscar cursos de


idiomas, de gestão, de marketing, de vendas, entre outros. Competências
técnicas que vão além da formação universitária.

As competências podem ser divididas em três grupos: técnicas,


comportamentais e conceituais, que vão se sobrepor e combinar para formar
o profissional de Relações Internacionais. A graduação abarca uma ampla
gama do conteúdo conceitual, mas trata de maneira superficial as demais.

A sua ocupação profissional ou área de interesse vai requerer competências


técnicas únicas, mas há um conjunto que todos precisam dominar. Confira
quais são as principais competências técnicas esperadas do profissional de
Relações Internacionais:

Análise de Risco

A capacidade de analisar, compreender e tomar decisões sobre eventos


internacionais resume a vida desse profissional. Com o novo surto epidêmico
de Coronavírus, por exemplo, o internacionalista é requisitado para avaliar as
consequências para a economia, para sociedade e para diferentes setores da
indústria. O risco é composto de duas partes: a probabilidade de algo dar
errado e as consequências negativas, caso ocorram. É difícil identificar e, mais
ainda, compreender os impactos. Isso faz da Análise de Risco uma
competência essencial, contribuindo para a diminuição dos custos financeiros,
custos operacionais e minimizando o impacto de forma geral.

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Escrita técnica

A escrita é primordial para o internacionalista. A comunicação, a negociação, a


proposta comercial, o informativo e o estudo científico requerem boa escrita.
E para cada uma das etapas, é preciso explicar assuntos complexos de maneira
simples e objetiva. A capacidade de transmitir ideias complexas, de fazer
sínteses, de elaborar argumentos concisos e de utilizar as referências técnicas
de maneira clara e objetiva para um público amplo é a base da vida
profissional do internacionalista.

Gestão de Projetos

O internacionalista, como dito no começo do texto, é requisitado em cenários


marcados por limitações e riscos, sendo importante gerir recursos e pessoas.
Por isso, a gestão de projetos entra como uma das principais competências
esperadas. A gerência envolve planejamento de etapas, supervisão de equipe
e de terceiros, agenda de reuniões, tomada de decisão, criação de
instrumentos de monitoramento de resultados, elaboração de relatórios de
desempenho, adequada prestação de contas para renovação de convênios, e
continuidade de projetos estratégicos.

Fluência em Idiomas

O domínio de outros idiomas é essencial, afinal a profissão envolve entender e


dialogar com o mundo, em especial países e regiões que não falam português.
Embora a língua de Camões e Machado seja a sexta língua mais falada do
mundo, outros idiomas terão influência em áreas específicas da economia, da
ciência e dos negócios, além de terem importância geográfica, política, social e
histórica. Por isso, é preciso ter claro qual será o seu objetivo profissional, para

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então definir quais idiomas estudar. Partindo da realidade brasileira, é


mandatório o domínio das línguas espanhola e inglesa que, somadas ao
português, compõem o conjunto das três línguas ocidentais mais faladas no
mundo.

Informática e Comunicação

Parte da rotina profissional envolve o domínio da informática, em particular do


uso de programas de textos, de planilhas, de apresentações, de comunicação,
tais como: Dropbox, Skype, Outlook, Excel, PowerPoint, Photoshop, CorelDraw
e Word. O conhecimento de mídias sociais e ferramentas de marketing digital
também é importante. Como parte da rotina do profissional será
telepresencial, o desenvolvimento da sensibilidade e da destreza para
utilização de salas virtuais para realização de conference call é fundamental.

A tecnologia é utilizada para diminuir custos, para acelerar processos e


minimizar distâncias. Por isso, a informática e a comunicação são
fundamentais para o trabalho de qualquer internacionalista, e o domínio
avançado das mesmas representa ganhos significativos em tempo de resposta
e comunicação efetiva, que são essenciais.

Dicas úteis

● A melhor forma de avaliar quais competências você precisa incluir no


seu currículo é analisar os requisitos para vagas relacionadas com a
ocupação profissional de interesse.
● Converse com outros profissionais sobre quais competências eles
consideram importantes e como as adquiriram.

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● Procure sempre certificações que validem o seu nível de domínio das


competências e habilidades. É uma garantia para o empregador e uma
ótima forma de você ter confiança e traçar estratégias para o seu
aprendizado e aperfeiçoamento.

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Competências Comportamentais

As características do campo de atuação profissional variam de profissão para


profissão e, da mesma forma, a identidade do profissional, o que inclui as
competências esperadas. O profissional de Relações Internacionais também é
associado com uma série de competências, que variam entre técnicas,
comportamentais e conceituais.

A identidade profissional é construída pela ação coletiva dos profissionais para


que a sociedade entenda a sua importância, e não apenas as competências
técnicas o tornam um profissional de Relações Internacionais, há ainda as
características comportamentais.

Apenas para contextualização: o mercado de Relações Internacionais requer


profissionais com uma série de competências técnicas (hard skills), as quais
permitem a execução de uma série de atribuições, desde elaboração de
estudos analíticos, organização de eventos, condução de reuniões e,
principalmente, negociações.

Assim, ao entrar no mercado de trabalho, após um período de formação e


capacitação profissional, você é um candidato fantástico e seu currículo
apresenta os elementos esperados. Você é, então, orientado a elaborar um
currículo com as suas habilidades e experiências: fluência em idiomas, boa
escrita, domínio do pacote Office, bom conhecimento de determinados temas
e uma série de certificados acadêmicos. Mas o mercado já espera isso de você,
então as aptidões comportamentais serão o maior diferencial.

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O currículo representa o domínio das habilidades técnicas (hard skills), e deve


ser apresentado com uma demonstração das suas competências
comportamentais (soft skills), que pode ser por meio da carta motivacional, da
carta de recomendação ou da mensagem no e-mail com a sua candidatura.

Você já ouviu falar da Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner!?


Segundo ele, temos 9 diferentes inteligências, não sendo possível afirmar que
uma pessoa seja mais inteligente que a outra, sendo que cada uma desenvolve
um conjunto diferente delas. Uma pessoa com inteligência lógico-matemática
bem desenvolvida não necessariamente terá uma boa inteligência
interpessoal, essencial no campo das Relações Internacionais.

As competências comportamentais também estão relacionadas a 9 diferentes


inteligências e características pessoais. Seu comportamento pode fazer de
você um ótimo profissional, indo além do domínio técnico apresentado no
currículo; ou alguém com muito conhecimento, mas nenhum tato profissional.
Você pode naturalmente desenvolvê-las, mas também é possível, por meio de
práticas orientadas e treinamentos específicos, adicioná-las.

Pode parecer simples de se adquirir e apresentar essas competências, mas não


é. Igualmente difícil se torna reconhece-las, por isso as empresas contratam
profissionais de Recursos Humanos para conduzir recrutamentos e os
processos seletivos contam com diversas dinâmicas. Tudo com a finalidade de
identificar profissionais com o conjunto de competências desejadas.

Para auxiliar você nessa jornada, confira as principais competências esperadas


pelo mercado, mas lembre-se: variam com o tempo.

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São diversas características comportamentais que as empresas esperam dos


profissionais, para as quais você também precisa se atentar, tais como: bom
humor, pontualidade, pensamento crítico, criatividade, coordenação,
proatividade, etc.

Você pode encontrar diversas listas, mas para quem deseja ser profissional de
Relações Internacionais, estas são as principais:

Inteligência Interpessoal

As empresas esperam um profissional capaz de se relacionar com diferenças


culturais, ideológicas e sociais marcantes. A multiculturalidade é uma marca da
cultura organizacional das empresas transnacionais e o sucesso delas está na
capacidade de extrair o máximo das relações interpessoais sem criar conflitos
e desavenças.

O internacionalista é visto como alguém apto para atuar nesse contexto, com
diplomacia, liderança e muita negociação, mantendo a paciência, a
persistência, a empatia e a capacidade de diminuir dissensos e construir
consensos vitais. Essa capacidade influencia significativamente sua trajetória
de crescimento na empresa/instituição. Relacionar-se de forma efetiva garante
empatia com os colegas e líderes, possibilita minimizar conflitos, estabelecer
novos amigos, ganhar seguidores e influência para obter colaboração em seus
projetos.

Mediação/Resolução de Conflitos

A atividade do profissional de Relações Internacionais está voltada para a


atuação em ambientes de interesses antagônicos, sistematicamente inseridos

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em divergências e objetivos díspares, portanto, em meio a controvérsias. O


profissional será requisitado para conceber consensos mínimos, para o
desenvolvimento de uma agenda que consolide ganhos coletivos e afaste a
possibilidade de conflitos, que gere bem-estar social.

A mediação e resolução de conflitos é associada ao profissional de Relações


Internacionais, demonstrando sua importância como agente de
transformação. Esse profissional precisa apresentar boa comunicação e
capacidade de gestão de pessoas.

Diplomacia

Sábio é aquele que faz as perguntas certas. Então, sempre que possível,
indague o seu interlocutor e entenda suas dúvidas e suas críticas. A
oportunidade está escondida atrás delas. Formule as perguntas certas para
identificar corretamente as oportunidades apresentadas.

Como profissional de Relações Internacionais, é preciso manter uma agenda


de trabalho permanente com todos os interlocutores, produzindo novos
paradigmas, sínteses e encaminhamentos que conduzam para a evolução de
pautas e tratativas.

A diplomacia é uma das bases para a atuação desse profissional. A única forma
de conseguir resultados concretos é por meio da diplomacia (que vai além das
negociações), pois é possível fazer concessões e aceitar os desafios envolvidos
na transação de forma medida e compartilhada.

Mantenha sempre os canais de comunicação ativos e abertos para a


construção de relacionamentos sólidos. Seja sempre cortês, até mesmo nos

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momentos de maior dificuldade. Dê respostas ponderadas e que não


comprometam a imagem da instituição e os negócios envolvidos.

Liderança

A capacidade de liderar pessoas e equipes, efetivamente, extraindo o melhor


de cada talento para que alcancem grandes resultados e fazendo com que
todas as pessoas consigam trabalhar em sinergia, é fundamental para a vida
profissional. Esta habilidade é cada vez mais procurada por empresas de todos
os segmentos.

As organizações buscam cada vez mais por profissionais que sejam capazes de
se tornar porta-vozes de equipes, e que tenham a habilidade de trabalhar
como um farol, que guiará seu time. Com a liderança certa, é possível realizar
trabalhos melhores e com qualidade de vida no âmbito profissional.

Vale lembrar que para ser líder não precisa ocupar um cargo de gestão/chefia,
pois a liderança pode ser aplicada de forma independente, partido de
qualquer posição.

Negociação

Essa competência é uma hard skill, mas ela também é uma soft skill, pois conta
com o lado emocional e uma conjunção de elementos racionais e estratégicos.
A negociação conta ainda com uma ampla literatura dedicada ao estudo dos
elementos necessários para formar um bom negociador. É possível identificar
na diplomacia brasileira o Barão do Rio Branco, entre outros, por sua exímia
capacidade de liderar e negociar.

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Os acordos internacionais estão na ordem do dia no campo das Relações


Internacionais. Em um mundo cada vez mais globalizado, é preciso muita
negociação para ter avanços em todas as áreas, tais como: meio ambiente,
direitos humanos, comércio internacional e segurança internacional. Assuntos
transfronteiriços são, via de regra, negociados por atores internacionais, sendo
o Estado o principal deles. Entretanto, vale o destaque para a crescente
importância dos entes subnacionais, das Organizações Internacionais, das
empresas e do próprio indivíduo.

No campo das Relações Internacionais, é importante trabalhar composições,


pois nas relações bilaterais e multilaterais a capacidade negocial envolve a
criação de ambientes de mútua cooperação, de ganha-ganha, mais do que a
visão reducionista da negociação como vitória de uma parte sobre a outra. A
negociação envolve conquistas constantes para todas as partes, produzindo
maior sinergismo e ampliação de resultados.

Essa pode ser considerada a mais importante das competências, por ser a
soma das demais listadas aqui, em especial da habilidade de liderar. Para
muitos, negociar é uma arte e poucos internacionalistas vão de fato
desenvolvê-la. Por isso, você deve procurar ser um analista e um negociador,
combinação capaz de impulsionar qualquer indústria.

O profissional que tem estas competências comportamentais bem


desenvolvidas consegue se destacar no mercado, pois ajuda a empresa ou
instituição a crescer e alcançar os seus objetivos, gerando impactos na cultura
organizacional e na própria percepção sobre a importância do
internacionalista para o desenvolvimento dos negócios e da sociedade.

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Dicas Úteis

Existem inúmeras maneiras de desenvolver novas habilidades, a começar por


cursos específicos. Mas, a melhor escola é a vida. As interações sociais serão a
base para aplicar o seu conhecimento, sendo, muitas vezes, necessário romper
a descrença, o que requer “jogo de cintura”.

Para que sua jornada de aprendizado e crescimento seja virtuosa, você precisa
desenvolver a destreza de saber ouvir e ser humilde.

Algumas dicas são úteis e valem ser frisadas:

● Trabalhe o seu autoconhecimento

O primeiro passo para começar a desenvolver as competências


comportamentais é descobrir quais delas você já tem bem desenvolvidas.
Você deve trabalhar o seu autoconhecimento no sentido de compreender
quais são suas melhores habilidades comportamentais, aquelas que te ajudam
a ter uma performance de excelência no trabalho. Também perceber quais
você precisa melhorar ou eliminar de suas atitudes no dia a dia, para que
assim tenha a oportunidade de crescer.

Desenvolva o seu processo de autoconhecimento, consequentemente você


desenvolverá as suas competências comportamentais, visto que uma coisa
está diretamente ligada a outra.

● Aprimore conhecimento

Outro processo no qual você pode investir é no aprimoramento de seus


conhecimentos. É importante ler, mas literaturas adequadas. Leia livros,

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revistas, conteúdos na internet como este, jornais, e outros materiais que te


ajudem, não só a descobri suas melhores habilidades, como a desenvolver
aquelas que precisam de uma força extra.

• Participe de palestras e eventos

Existem diversas palestras e eventos gratuitos, transmitidos até mesmo pela


internet, que podem te ajudar a desenvolver suas competências
comportamentais. Neste sentido, é essencial que você procure aquelas que
estejam de acordo com o que você deseja aprimorar, para que haja maior
facilidade no momento de absorver o conteúdo/conhecimento e também de
aplicá-lo, quando houver a necessidade de utilizar as habilidades recém
desenvolvidas.

● Desenvolva o seu networking

Quando conhecemos outras pessoas, independentemente da área de atuação


de cada uma delas, nós trocamos informações, contamos histórias,
compartilhamos e trocamos experiências, o que nos dá, cada vez mais, a
oportunidade de adquirir novos conhecimentos e novas formas de
desempenhar as funções de nosso dia a dia.

Sendo assim, é essencial que você invista também em seu networking,


encontrando outros profissionais para aprender com eles sobre como
desenvolver as competências comportamentais que eles têm, bem como a
ensiná-los a desenvolver as que você tem bem aprimoradas. Dessa maneira,
ocorre uma colaboração mútua, todos se ajudam e contribuem para o
crescimento uns dos outros.

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Dito isso, para você que deseja se tornar profissional de Relações


Internacionais ou levar para um novo nível sua carreira, é preciso acompanhar
as tendências do mercado, especialmente sobre os comportamentos e
habilidades mais desejadas pelas empresas. Uma forma é participar de
eventos, como o Congresso de Relações Internacionais e assistir às
transmissões que são interessantes para você. É possível também fazer parte
da ANAPRI, instituição que reúne profissionais de Relações Internacionais.

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Competências Conceituais

Essencial para a atuação profissional, as competências conceituais permitem


ao profissional de Relações Internacionais pensar os eventos internacionais e
compreender os seus processos sobre diferentes óticas. Essa competência,
adquirida na academia, forma profissionais capacitados para resolver
problemas, formular estratégias, fazer correlações entre diferentes atores,
analisar fatos e eventos e encontrar padrões, símbolos e significados.

As competências conceituais, junto com as hard e soft skills (competências


técnicas e comportamentais), formam a base constitutiva do internacionalista.
Por ser uma carreira/curso multidisciplinar, um conjunto particular de
domínios científicos são fundamentais, e estão associados ao pensamento
crítico, capacidade de avaliar riscos, de inovar e de projetar cenários.

Comumente chamados de pilares, um conjunto de disciplinas vão formar a


base da graduação e da atuação como profissional de Relações Internacionais.
Em um mundo complexo, é preciso dominar diferentes competências
conceituais:

Relações Internacionais

As Relações Internacionais contam com instrumentos teórico-conceituais que


auxiliam na compreensão de diferentes fenômenos que transpassam o
domínio do Estado. A prática diária das Relações Internacionais é marcada por
enquadramentos e visões, por isso o domínio de diferentes conceitos é
essencial para a compreensão dos eventos/fatos internacionais.

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Economia

A interdependência entre os países se dá especialmente no campo econômico,


sendo o interesse econômico-comercial um dos principais motores tanto da
integração econômica quanto das disputadas entre os países. As ações de
diferentes atores, como a saída do Reino Unido da União Europeia, os
embargos econômicos impostos pelos EUA à Coreia do Norte, Cuba e Irã, a
disputa pelo domínio tecnológico, entre outros temas, adiciona elementos de
complexidade e requer uma ampla leitura e domínio de conceitos das Ciências
Econômicas.

Política

Assim como a economia, a política é um dos principais pilares das


competências conceituais. As mudanças no cenário internacional são reflexo
das ações de política internacional traçada pelos Estados e demais atores para
alcançar seus interesses. Para compreender os impactos das ações políticas
(também geopolíticas), é mandatório o domínio de uma ampla literatura sobre
política internacional, além de domínio de geografia e história. Fazendo o
recorte histórico, desde a Guerra Fria até hoje, nota-se a emergência de novos
agrupamentos de países, novas articulações entre países e novos padrões de
governança global, como o G20, BRICS, IBAS, Mercosul, entre outros.

Direito

As Relações Internacionais contam com um amplo e complexo arcabouço de


normas, tratados, convenções e costumes. Temas como direitos humanos,
comércio internacional, guerra, migração, meio ambiente, águas
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internacionais, saúde, comunicações, navegação, entre outros, estão


contemplados no Direito Internacional. Os Estados são soberanos, mas vão ser
signatários de diferentes tratados, assumindo responsabilidades legais de
conduta.

Geografia

A Geografia, por excelência, é a disciplina que se dedica ao estudo das relações


entre as ações diretas e indiretas do homem com espaço. Ela trata desde do
estudo da evolução urbana e rural, da análise das dinâmicas econômicas,
naturais e políticas, até as relações transfronteiriças. No tocante ao campo das
Relações Internacionais, há maior importância para o domínio da Geografia
Humana e da Geopolítica como campo conceitual. O cerne do pensamento
geográfico é formado por debates sobre território, espaço, lugar, paisagem e
região. O território é onde se dão as relações de poder, por exemplo, conceito
essencial para a compreensão das relações entre povos.

História

A História é, por excelência, o ramo que se dedica ao estudo das


transformações das sociedades e dos Estados. A análise da formação do
sistema internacional contemporâneo, das transformações econômicas,
políticas, sociais e culturais das sociedades e dos Estados passam pelo domínio
de conceitos da História. Temas como liberalismo, integração regional,
imperialismo, revoluções e capitalismo, entre outros, são essenciais para
entender o cenário internacional atual. Para as Relações Internacionais, é
imprescindível conhecer muito bem a história dos interlocutores, e
principalmente, a história da sua sociedade e do seu país.

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É comum dizer que para ser um bom internacionalista, antes de mais nada, é
preciso conhecer muito bem o seu país (tanto sua geografia quanto sua
história).

Dicas úteis

As competências mencionadas anteriormente formam o núcleo que todos os


internacionalistas precisam dominar, mas há ainda a Filosofia, a Sociologia, a
Antropologia, a Estatística, a Matemática e a Administração.

Como profissional, você precisará continuamente buscar o aperfeiçoamento e


atualização do conjunto de competências conceituais.

● Leia revistas e materiais especializados nas temáticas relacionadas com


a sua área de interesse profissional, elas servirão para sua constante
atualização e aprendizado.
● A academia é por excelência o principal fórum para a formação,
contando com especializações e cursos de mestrado e de doutorado.
Considere se especializar na sua área de interesse.
● Participe de grupos de estudos. Por meio dessa atividade você pode
compartilhar com os demais participantes e discutir a validade/aplicação
de conceitos.
● Pesquise sempre. O campo das Relações Internacionais conta com uma
infinidade de temas que precisam ser analisados, sendo uma ótima
forma para aplicar e aprender novos conceitos.

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Valores Essenciais

Ora limitada ao desenvolvimento de negócios por grandes multinacionais, a


política externa empresarial tem se tornando uma opção cada vez mais
importante para pequenas e médias empresas, com ou sem atuação no
mercado externo.

Isso se justifica pelo seguinte motivo: é praticamente impossível dissociar


eventos externos, desde crises políticas até conflitos armados, além de fatores
culturais, religiosos e sociais, quando estudamos o comportamento do
mercado, seja no âmbito local, regional ou mundial.

Mudanças foram notadas, em especial com a ascensão chinesa ao posto de


maior balança comercial do mundo. Somente em novembro de 2020, suas
vendas para o exterior cresceram 21,1% em relação ao ano anterior, enquanto
as importações avançaram 4,5%, garantindo ao país um superávit comercial
recorde. Esse tabuleiro econômico move partes importantes das cadeias
produtivas para o outro lado do planeta, que antes sobrevivia justamente pela
proximidade do mercado consumidor, tornando-as globais.

Até mesmo os serviços, quando analisamos a produção de softwares e o


suporte ao cliente por empresas instaladas na índia, podem ser ofertados por
profissionais localizados do outro lado do planeta.

Nesse contexto, emerge um novo profissional. As empresas podem até não


saber que precisam dele, mas sentem que algo precisa ser feito para se

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manterem competitivas e extraírem as oportunidades abertas com a


globalização econômica. Trata-se do profissional de Relações Internacionais.

Tendo discorrido de forma breve sobre esse cenário, a pergunta que deve ser
feita por aqueles que desejam entrar no mercado de trabalho nascente é:
quais são as características que contribuirão para que eu consiga desenvolver
minha carreira?

Amor por pelo que faz

“Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em
sua vida”. Confúcio

O profissional de sucesso é reconhecido pelo grande carinho que tem pelo


relacionamento interpessoal, pela entrega ao próximo. Então, não é possível
ser um bom internacionalista sem ser apaixonado por aquilo que faz. Isso
significa ser curioso, empolgado e disposto a criar um espaço de atuação novo,
marcado pela cordialidade e foco em trazer novos caminhos.

Parece poético? Mas, em certa medida, deve ser visto dessa forma. Nenhuma
empresa vai contratar alguém que não demonstra empolgação e amor por sua
carreira. Atuar com RI não pode ser visto como um fardo, apenas como uma
fonte para ganhar dinheiro e fazer outras coisas mais interessantes. Nessa
perspectiva, o profissional não será bem-sucedido.

Enfim, melhor parar a leitura por aqui caso não tenha entendido ainda esse
tópico. Reflita sobre o que leu por um momento. Além disso, é nítido para
todos que a paixão é uma das características marcantes de um bom
internacionalista.

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Caso queira seguir, vista a camisa do time e faça a diferença.

Motivação

“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha”.


Confúcio

A motivação é uma das principais características de um profissional de


Relações Internacionais, pois a todo momento ele embarcara em novos
desafios. Muitas vezes, em seu ofício, o internacionalista vai enfrentar crises e
dificuldades para encontrar soluções para os desafios da empresa. As coisas
nem sempre acontecerão com tanta facilidade e as metas podem ficar longe
de serem alcançadas.

O internacionalista é quem faz a frente para uma expansão comercial, para a


aquisição de novos maquinários e para a busca por soluções tecnológicas, as
quais nem sempre estão acessíveis. Por isso, independente das circunstâncias,
o profissional deve se manter motivado e estar atento para as janelas de
oportunidade; só assim ele conseguirá reunir forças e desempenhar a sua
função.

Do contrário, um profissional desmotivado, não atingirá os seus objetivos.

Para vivenciar a motivação, é preciso investir na qualidade de vida. Afinal,


pessoas que se cuidam têm mais harmonia, disposição e audácia para superar
desafios. Por isso, tenha uma rotina saudável, mantenha a prática de
atividades físicas, constante qualificação profissional, valorização da vida

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pessoal, boa alimentação, entre outros aspectos que contribuem para o bem
viver.

Atitude

“Em todas as coisas o sucesso depende de uma preparação prévia, e sem tal
preparação o falhanço é certo”. Confúcio

As três primeiras características formam a base para todas as outras. Atitude,


amor e motivação caminham juntas e se nutrem. É preciso desenvolvê-las
sempre.

Muitos internacionalistas se frustram com o mercado de trabalho justamente


por não entenderem que o campo de atuação profissional para ele é novo, o
que requer desbravar fronteiras e ação.

O internacionalista deve sempre buscar novos padrões e não pode se sentir


confortável com o que já alcançou.

Não adianta se mostrar motivado com o tema e dizer que ama. No dia a dia da
empresa, esse profissional precisa ser aquele que antevê as dificuldades, que
calcula os riscos, que faz o planejamento e que tem atitude para fazer as
mudanças necessárias. Basta observar a posição ocupada por muitos
internacionalistas que trilharam esse caminho. O bom profissional vai
arregaçar as magas e, usando os recursos disponíveis, fará de tudo para
alcançar os mais elevados padrões de qualidade.

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Sabendo que a atitude é uma das características de um bom internacionalista,


podemos ampliar o conceito para “proatividade”, ato de fazer algo óbvio antes
de ser solicitado.

Ser proativo é tudo que as empresas, que muitas vezes precisam ampliar a sua
competitividade, querem do seu novo profissional. É o que ela espera do
internacionalista.

Proatividade

O internacionalista é curioso por natureza. Sempre busca por transformações


e atua em uma constância em prol de formular novos paradigmas. Por isso,
uma vez ciente e detendo conhecimentos avançados, ele será, naturalmente,
proativo e determinado em trazer novos elementos para o seu ambiente de
trabalho.

A proatividade, em especial para aqueles em início de carreira, deve servir


para atingir as metas e superar as expectativas, mas sem perder de vista a sua
atribuição profissional.

Ser proativo é evitar ser capturado pela rotina, desenvolvendo aptidões para
reinventar permanentemente seu cotidiano, demonstrando capacidade e
criatividade de apontar soluções inovadoras para o futuro.

Como um profissional que costuma tomar a iniciativa, é preciso ter cuidado


(expertise) ao determinar o que deve ser feito diariamente para atingir os
objetivos traçados da forma mais eficiente.

Profissionalismo

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A atuação profissional é cheia de intempéries, justamente por isso é preciso


atuar com o máximo de profissionalismo no desempenho de suas atividades.

Essa característica é fundamental, pois o torna assertivo e resiliente. Suas


atitudes vão repercutir no seu desempenho de forma, muitas vezes, superior
aos outros fatores apresentados anteriormente. O profissionalismo vai fazer a
diferença entre o “não” e o “sim”, pois não basta deter um amplo
conhecimento.

A ética é hoje um dos maiores ativos que um profissional pode apresentar no


seu currículo. Quem faz da forma correta, não precisa fazer duas vezes. Quem
atua com profissionalismo já faz correto e não perde tempo com atividades
irrelevantes ou retrabalhos.

Aqueles que evitam o desperdício de tempo e a procrastinação, tendem a ter


maiores oportunidades. Desse modo, o profissionalismo é a maior porta para
novas oportunidades.

Vale frisar: o profissional de Relações Internacionais, por ser ainda


desconhecido de muitos empregadores, precisa criar um processo virtuoso,
gerando assim novas oportunidades e abrindo o mercado para outros
internacionalistas.

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Campo de Atuação

O campo profissional de Relações Internacionais está em constante


transformação, acompanhando as mudanças tecnológicas, econômicas,
políticas, culturais e sociais. Dado cenário, novas oportunidades surgem em
novos setores da indústria e, da mesma forma, diminuem em outros. A
diplomacia pública continua sendo a área de maior interesse e comércio
exterior é a que mais tem absorvido profissionais.

Por meio do Vagas para Relações Internacionais – VagasRI, foi possível


identificar as tendências do mercado de trabalho, com a análise dos bancos de
vagas e de currículo, além do contato diário com diversos profissionais e
empresas.

Conheça as áreas com maior potencial para crescimento e contratação de


Profissionais de Relações Internacionais.

Startups – Empresa de base tecnológica

As startups são uma tendência. Empresas nascentes com baixo investimento


de capital, profissionais altamente capacitados, e que são capazes de expandir
de forma sólida e acelerada. Elas ganham espaço em setores engessados,
como o bancário e o financeiro, e facilitam o acesso ao ensino e ao transporte,
por exemplo. As startups são empresas de base tecnológica, que buscam a
inovação em qualquer área ou ramo de atividade. Sua principal característica é
a capacidade de se adaptar de forma rápida ao mercado e de seus produtos e
serviços serem escaláveis, o que significa que o custo para a aquisição ou

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expansão é muito baixo. Para aqueles internacionalistas que gostam de


tecnologia e de empreender é, sem dúvidas, o caminho a ser seguido.

Procure saber sobre startup enxuta, inovação e empreendedorismo digital.


Entre em contato com os desenvolvedores e converse sobre a
internacionalização. Principais polos tecnológicos: Florianópolis, Recife, Porto
Alegre, São Paulo e Belo Horizonte.

Marketing Digital – Internacional

Além do marketing como conhecemos das revistas, jornais e campanhas


publicitárias, o marketing digital ganhou importância nos últimos anos. Ele se
consolida como principal forma para marcas e empresas divulgarem e se
expandirem para além das fronteiras nacionais. As empresas especializadas em
marketing digital contam cada vez mais com profissionais de Relações
Internacionais para auxiliar na internacionalização dos seus serviços e clientes,
na identificação de mercados e nas vendas internacionais. Também são de
base tecnológica, sendo muitas dessas empresas igualmente enquadradas
como startups, com destaque para SEMrush e Resultados Digitais.

Para aqueles interessados em atuar nessa área, é essencial uma boa


comunicação, facilidade de se adaptar aos novos cenários e de compreender
qual mensagem deve ser passada. Então, estude sobre marketing digital, sobre
Inbound Marketing — Marketing de Conteúdo, SEO e Estratégias em Redes
Sociais. As empresas de marketing, assim como as startups, estão espalhadas
pelo país, mas destacam-se Florianópolis e Belo Horizonte.

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Organizações Não Governamentais

O terceiro setor reúne entidades da sociedade civil com fins públicos e não
lucrativos, com o objetivo de solucionar problemas diversos, em especial em
temas sensíveis para a existência e preservação da cultura, do meio ambiente,
e de melhoria das condições de vida das pessoas. Elas demandam profissionais
com amplo domínio de política, economia, direito, história, meio ambiente e
sociologia. E, cada vez mais, atuam em searas que precisam diálogo com
diferentes povos e culturas, transpassam os domínios e capacidades dos
Estados. Com agenda internacionalizada, as instituições buscam ação global, e
com isso o profissional de Relações internacionais tem ganho cada vez mais
espaço.

Para aqueles interessados em atuar nessa área, é fundamental que identifique


quais causas têm maior facilidade e quais ONGs estão atuando em sua cidade.
O internacionalista pode se voluntariar e/ou auxiliar na expansão para sua
cidade. As ONGs Estão presentes em todo o território nacional, mas em
especial na região Amazônica e nos espaços carentes de grandes cidades.

Representações Diplomáticas

As representações diplomáticas contratam profissionais locais para auxiliar na


execução das suas atividades de promoção cultural, na organização de
reuniões, no acompanhamento da agenda política do país e no apoio logístico.
Como muitos países contam com restrições orçamentárias, a contratação de
profissionais nativos se torna uma opção mais interessante. Além disso, com
inserção internacional brasileira das duas décadas anteriores, muitos deles
estão abrindo ou reforçando suas presenças no Brasil, com escritórios em
Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, por exemplo.

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Pesquise e busque visitar e acompanhar a agenda das representações


diplomáticas na sua cidade. Elas procuram por profissionais que conheçam e
se interessem pela cultura, estilo de vida e hábitos dos seus países; que seja
um facilitador de negócios.

Estão concentradas em grandes centros econômicos e políticos, mas também


procuram se estabelecer próximas de locais que guardem ligações históricas e
culturais.

Cidades – Paradiplomacia

A capacidade do Estado brasileiro em promover o desenvolvimento regional


está limitada, colocando sobre os outros entes da federação o peso de
encontrar alternativas para a promoção do desenvolvimento e do crescimento
econômico. As cidades são as mais afetadas e as menos preparadas para
buscar parcerias internacionais, seja para lidar com problemas sociais, para
atrair novas indústrias ou para valorizar seus aspectos culturais e históricos. A
criação de secretarias de assuntos internacionais, independente do seu porte,
representa a modernização da administração pública. Algo que era limitado às
capitais e às metrópoles e que é cada vez mais uma realidade para pequenas e
médias cidades.

Se informe sobre a paradiplomacia da sua cidade. É possível propor aos


prefeitos e demais autoridades que considerem a internacionalização da
cidade. Lembre-se de preparar um estudo e uma apresentação sobre o
potencial de internacionalização da cidade. Todas as cidades podem exercer
paradiplomacia.

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Relações Governamentais

Empresas que pretendem se estabelecer no Brasil vão, em algum momento,


enfrentar a burocracia brasileira. Além disso, será preciso muitas reuniões e
negociações com diferentes agências e órgãos do governo para que os
negócios prosperem. Muitas empresas estão se especializando nessa área,
oferecendo soluções para diferentes setores e indústrias. Por conhecerem
como funciona a máquina pública, elas conseguem que as autoridades
políticas tomem as melhores decisões e facilitem os negócios, algo que as
demais empresas levariam muito tempo para conseguir. Vários aspectos são
únicos da cultura política e organizacional brasileira, sendo um ótimo espaço
para atuação dos profissionais de Relações Internacionais.

É um campo em formação, mas há cursos e instituições que atuam na


profissionalização das RelGov. As empresas de Relações Governamentais vão
se estabelecer próximas aos centros político-administrativos, com destaque
para Brasília e São Paulo.

Multinacionais

A instalação de empresas estrangeiras no país foi estimulada nos anos 1990,


como forma de modernizar a economia brasileira e permitir que novos setores
crescessem no país. Isso levou tanto as empresas nacionais quanto
estrangeiras a procurarem profissionais que fossem capacitados. Por se
estabelecerem em diferentes países, essas empresas estão sujeitas as diversas
leis, moedas e culturas. Elas vão procurar se integrar da melhor forma,
fazendo ajustes nos serviços e na própria cultura organizacional. Além disso,
essas empresas contam com diplomatas corporativos e departamentos de
Relações Internacionais para defenderem e promoverem seus interesses em

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diferentes partes do globo. Um novo fator tem dado às Relações


Internacionais nova importância: a política externa empresarial. Com as
mudanças políticas e conflitos comerciais afetando os negócios, é preciso ter
condições de defender seus interesses e preservar setores estratégicos.

A principal forma de contratação é por programas de estágio e de trainee, com


possibilidade de crescimento profissional acelerado.

Ensino e Pesquisa

As Relações Internacionais são um campo muito fértil para reflexões e


estudos. E, com as questões internacionais cada vez mais impactando nas
nossas vidas, é preciso compreender os impactos e as oportunidades que se
apresentam para o país. A área de ensino/pesquisa foi uma das primeiras a se
desenvolver, sendo a RBPI (Revista Brasileira de Política Internacional), de
1954, e o bacharelado de Relações Internacionais, da UnB, de 1974, marcos
importantes para consolidação das Relações Internacionais no Brasil. Com a
expansão internacional do ensino, com a adoção de padrões internacionais,
além de convênios para cooperação, as instituições também contam com
secretarias específicas para tratar de assuntos internacionais. A abertura de
novos cursos de Relações Internacionais, além da inclusão de disciplinas em
outros cursos versando sobre, abre inúmeras oportunidades para profissionais
interessados em pesquisa e ensino.

Além do ensino, instituições que se dedicam ao estudo sistemático do campo


internacional estão crescendo no país. Elas contribuem com análises e estudos
setoriais e podem oferecer diferentes materiais que vão auxiliar empresas e
instituições na condução das suas relações internacionais.

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Organizações Internacionais

A tradição diplomática brasileira coloca o Brasil em uma posição importante


quando se trata de integração e cooperação internacional, em especial no
âmbito das Organizações Internacionais (OIs). Para lidar com diversas questões
internacionais, desde comércio internacional, assuntos regionais, meio
ambiente, segurança e direitos humanos, os Estados procuram, por meio de
Organizações especializadas, defender seus interesses e pressionar para que
outros países adotem posturas condizentes. A globalização e a
interdependência econômica criam inúmeras formas para grupos de Estados
se integrarem e cooperarem, o que leva à criação de Organizações
Internacionais. Essas instituições vão contar com quadros especializados,
sendo o internacionalista o principal deles, e vão estabelecer agências para
desenvolverem suas atividades.

Você pode desenvolver sua carreira como diplomata atuando em uma


Organização Internacional. Confira as oportunidades disponíveis na ONU em
https://unjobs.org/

Comércio Exterior

Apesar das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19, em 2020, a


soma das exportações e importações brasileiras foi de 368,85 bilhões de
dólares, resultando um superávit de US$ 50,99 bilhões1. As empresas de
comércio exterior são as grandes responsáveis por essa cifra. Elas atuam
diuturnamente comercializando, organizando documentações, fazendo
acordos, procurando compradores, ofertando consultoria, entre outros

1
Fonte: Comex Stat. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/.

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serviços. Os escritórios estão cada vez mais sofisticados e os serviços vão além
do desembaraço aduaneiro, tornando mais importante o papel do negociador
internacional. Essa transformação abre espaço para profissionais com boa
formação, domínio de idiomas e que sejam capazes de lidar com as
adversidades.

A graduação em Relações Internacionais conta com disciplinas específicas de


Comércio Exterior, sendo fundamental cursos extracurriculares e/ou estágio
para conhecer os processos de importação e exportação.

As empresas de Comércio Exterior se concentram próximas de hubs logísticos,


portos e aeroportos de carga.

Diplomacia

A diplomacia desperta um grande interesse dos internacionalistas, seja para


atuar como diplomata ou para entender as implicações das ações do
Itamaraty. Com as constantes transformações nas relações internacionais e a
maior integração e cooperação entre os países, a diplomacia conserva
tradições, mas se renova. O Brasil é visto como uma importante escola
diplomática por suas tradições e histórico diplomático, sendo o primeiro a
abrir os discursos da Assembleia Geral da ONU. Essa tradição se iniciou com o
discurso ainda na segunda Assembleia pelo ministro das Relações Exteriores,
Oswaldo Aranha. Enquanto instituição, o Itamaraty atua em nome da
sociedade brasileira e na defesa dos interesses nacionais.

Para ser diplomata é preciso ser admitido no Instituto Rio Branco por meio de
prova específica, ingressando na carreira como Terceiro-Secretário. As
posições que o diplomata pode alcançar são: Segundo-Secretário, Primeiro-

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Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de Primeira


Classe (Embaixador).

Para ser diplomata, é preciso passar no Concurso de Admissão à Carreira de


Diplomata (CACD), realizado pelo menos uma vez por ano desde 1996, ser
brasileiro nato, ter aptidão física, ter diploma de curso de graduação de nível
superior reconhecido pelo MEC, entre outras coisas. Por ser um concurso
muito procurado e com poucas vagas, é preciso estudar muito bem a literatura
e temas internacionais. Recomenda-se a preparação com boa antecedência e,
se possível, a realização de curso preparatório.

Outras áreas

Além das áreas mencionadas, você pode identificar oportunidades em outras


indústrias/setores. Observe a pauta de exportações do país, identifique o
potencial das indústrias/setores da sua cidade/região. Em um mundo
globalizado, há sempre um fator internacional para ser desenvolvido.

Os setores do turismo, do agronegócio, do petróleo e gás e da construção civil


estão em processo de reestruturação/modernização, abrindo novas vagas. Por
isso, é importante acompanhar o mercado e desenvolver o seu currículo para
as novas oportunidades.

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Planejamento de Carreira

O planejamento tem se tornado essencial em todas as atividades. A


volatilidade econômica, crises políticas, mudanças familiares, entre outros
aspectos, transformaram substancialmente a forma como as carreiras
acontecem. O que era certo, agora já não é mais. Até carreiras que
tradicionalmente tinham um roadmap natural, já não tem mais.

Pensar no futuro, por mais que os anseios da juventude e a cultura do “dou


um jeito” diga vai lá e faz, é preciso. Um planejamento de carreira é
importante para prover um caminho estratégico para o seu futuro. Então, ao
contrário do “deixa a vida me levar”, o plano vai ser essencial para você se
manter informado das opções disponíveis e também sobre os movimentos
futuros na carreira.

Onde você está e suas forças

As pessoas costumam esquecer ou não se dão conta das suas capacidades. Em


uma sociedade de zero feedback e de autocríticas pesadas, temos tendência a
apenas notar nossas fraquezas e somos lembrados delas o todo o tempo.
Então, é preciso fazer o esforço de descobrir-se e ser descoberto. As pessoas
cientes de seus pontos fortes e potencial tem muito mais chances de
crescerem profissionalmente.

Muitas vezes negamos nossas qualidades, pois queremos ser diferentes ou nos
encaixar em certos padrões. Em uma carreira com poucas oportunidades,

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muitos internacionalistas são compelidos a trabalhar em funções onde não se


sentem felizes, desperdiçando um imenso potencial.

Diferente dos estudos para o vestibular, onde tínhamos que trabalhar nossos
pontos fracos para ganhar pontos em disciplinas que não gostávamos ou que
não seriam relevantes para a carreira sonhada, a jornada profissional requer
um profissional dedicado aos temas estratégicos. É importante trabalhar todos
os aspectos, mas focar naqueles que serão úteis na jornada de planejamento
profissional.

Dica: comece a trabalhar as competências essenciais para a sua carreira e


esqueça aquelas que não vão te ajudar. Também pergunte para amigos quais
são os seus pontos fortes e fracos.

Indo na direção correta

Como já dito, a carreira de sucesso não simplesmente acontece. Ela é fruto de


decisões (como a definição de competências/pontos fortes) e da sua visão de
onde quer chegar. Quando você realmente ama o que escolheu para sua vida
profissional, vai fazer o possível e o impossível para alcançar suas metas. Dessa
forma, com um objetivo em mente, você vai trabalhar as habilidades
necessárias, estudar e desenvolver as competências pertinentes.

Se você quer trabalhar em uma multinacional fazendo negócios com a China,


você precisa saber os passos para chegar até lá. Por exemplo, você pode
começar estudando a economia chinesa e conversando com profissionais que
já desenvolvem suas carreiras trabalhando com a China. Quem já percorreu
esse caminho, certamente tem dicas valiosas.

INTERNACIONALISTA.COM.BR 44
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Fazer escolhas não é fácil, um verdadeiro trade-off. Mas quando você tem um
planejamento, tem condições de fazer as escolhas certas, evitando ganhos de
curto prazo por recompensas duradouras. Você será cada vez menos
impactado pelas críticas negativas e não sentirá tanto o peso de ter que voltar
algumas etapas, fazer correções de curso, caso necessário.

Desenvolva sua identidade

Muitas vezes somos compelidos a mascarar quem realmente somos, negando


as origens e a própria história. Estamos, a partir de todas as transições
mencionadas, entrando em um novo ciclo de mudanças sociais. Um momento
de questionamento das diferenças e dos padrões, e de empoderamento de
grupos antes/ainda oprimidos. Momento para também desenvolver a
identidade de internacionalista.

Quando você compartilha os seus sonhos, além de fortalecer a sua


consciência, está tornando pública uma nova realidade e criando a sinergia
necessária para ser impactado positivamente. Quando as oportunidades
aparecerem, saberá que são para você. Não se trata apenas de alcançar um
objetivo, mas de construir uma vida de propósitos.

Dicas úteis

Dito os passos para chegar aqui, e ciente da importância de construir um plano


de carreira, alguns conselhos são úteis.

● Pense grande

Não se conforme com pouco e não tenha medo de arriscar. Livre-se das
amarras e encare as dificuldades. Caso não possua as habilidades
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necessárias para atingir os seus sonhos, isso não deve impedir você de
alcançar os seus objetivos. Seja realista e pragmático: disponha o plano em
etapas, onde vai trabalhar cada um dos aspectos. Escreva o seu plano, assim
será mais fácil visualizar as etapas.

Mude o que for necessário. Não se restrinja a pensar apenas em uma


trajetória e apenas no seu emprego atual. Se para alcançar os seus sonhos for
preciso abdicar de um emprego ou trancar uma faculdade, faça. Mas tenha um
plano de transição.

● Defina suas fortalezas e recompensas

Construir riquezas e acumular patrimônio é a principal motivação quando se


trata de planejamento de carreira. Mas não deve ser esse o seu principal
objetivo. Por quê? A estabilidade financeira é resultado da concretização de
outros objetivos e, além de poder te fazer infeliz e esgotado precocemente, a
realização financeira não acontece antes da realização profissional.

Pense em recompensas ao longo dessa jornada e foque no que você gosta e


faz bem. Caso tenha dificuldades em identificar o que gosta e tem talento,
pregunte para amigos e familiares. Eles terão observações importantes, que
vão despertar em você um potencial que você não tinha notado.

● Adapte-se

Até os melhores planos podem falhar. Nem tudo vai sair como planejado, mas
ao mover-se na direção planejada, você vai descobrir um mundo de
possibilidades não imaginadas e suas preferências podem mudar com o

INTERNACIONALISTA.COM.BR 46
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tempo. Portanto, reveja e faça os ajustes necessários no seu plano


regulamente.

Ao desenvolver o seu próprio planejamento, além de saber ajustar, você vai


encontrar as ferramentas necessárias e fará as escolhas certas.

Mais uma coisa…

Em uma carreira complexa como Relações Internacionais é preciso


desenvolver a sua identidade e valores para enfrentar as intempéries e ser
resiliente. Os desafios são enormes, por isso é preciso planejar sempre,
mesmo que tenha isso claro em sua cabeça, vai se surpreender quando
começar a escrever e refletir sobre.

INTERNACIONALISTA.COM.BR 47
Desenvolvimento de Carreira

As trajetórias profissionais de sucesso variam, mas algumas atitudes estão


presentes em todas. Além de entender os desafios do mercado de trabalho, é
preciso seguir algumas regras – consagradas em outras áreas – para assumir o
controle e crescer profissionalmente, seja você um recém graduado ou um
profissional sênior.

Qual é a sua visão?

As empresas desenvolvem uma “visão” do seu negócio, assim todos os


empregados sabem onde a empresa quer chegar. Para o profissional de
Relações Internacionais, equivale ao seu sonho, por isso é muito importante
pensar na sua carreira sempre. A sua visão pode mudar, isso é compreensível.
Para começar, é importante colocar no papel a sua missão, visão e objetivos. É
uma declaração pessoal sua, uma missão particular e um compromisso
inalienável com você mesmo. A maioria dos profissionais que não desenvolve
uma estratégia/visão para suas carreiras vai desistir e dificilmente vai ter
sucesso.

Acredite em si mesmo

Você precisa desenvolver um conjunto de competências técnicas,


comportamentais, conceituais, além de ter um conjunto de valores e uma
visão muito forte da sua carreira. Nenhum profissional começa do topo, ainda
mais em Relações Internacionais. Você vai ganhar experiência, desenvolver
suas competências e visão, mas, para que isso seja possível, é preciso acreditar

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em você. Ninguém vai te dar os “parabéns” por um trabalho bem feito, pois a
excelência é seu dever. Por isso, é fundamental acreditar em você.

Nunca pare de aprender

O profissional de Relações Internacionais que passa alguns anos sem estudar,


sem se desenvolver/praticar, dificilmente volta/entra no mercado. Além disso,
as empresas valorizam o aprendizado continuado, a aquisição e
aperfeiçoamento de novas competências. Fique sempre atento às
transformações do mercado, conheça as novas necessidades e confira se você
está preparado, se seu currículo ainda está atual. Há inúmeras opções
acessíveis de qualificação profissional, tanto online quanto presencial, tanto
pagas quanto gratuitas. Leia livros, participe de eventos e leia revistas
especializadas. Participe de voluntariados, concursos culturais e grupos de
estudos.

Desenvolva sua inteligência interpessoal

Relações Internacionais trata, no fundo, de relações interpessoais, com


diversos fatores agravantes. Além disso, para o crescimento profissional, será
essencial conquistar o seu espaço e mostrar o seu valor, tanto para a sua
família quanto para os colegas de trabalho. A habilidade de analisar o
ambiente, de conduzir as relações sem causar atritos, de ser respeitado e ser
capaz de influenciar serão essenciais na trajetória profissional para alcançar
sua visão. Outro ponto que muitas vezes é negligenciado: a capacidade de ser
um bom ouvinte.

INTERNACIONALISTA.COM.BR 49
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Desenvolva sua rede – Net Worth

Ter muitos contatos não representa nada se você não desenvolver sua rede.
Não saia adicionando pessoas nas redes sociais, isso não é networking. O
antigo networking representa uma competição, “ter que aturar” em troca de
uma indicação. Mas, quando você tem uma visão forte de onde quer chegar,
você passa a se encontrar com profissionais que vão querer ouvir e aprender
com você e, ao mesmo passo, vão te ajudar a atingir seus objetivos. Identifique
quem pode fazer parte dessa jornada, convide para um café ou para um
Skype, proponha um projeto em conjunto. Além disso, ingressar em uma
associação profissional é uma ótima maneira de desenvolver sua rede.

Integre-se

A participação é um exercício profissional da maior importância. Por isso, é


importante contribuir para o fortalecimento das instituições que apoiam e
desenvolvem atividades voltadas para a profissionalização, para o
desenvolvimento da ciência e para a academia. Entre as instituições criadas
por profissionais e que promovem vantagens para os associados e para a
comunidade como um todo, está a ANAPRI – Associação Nacional dos
Profissionais de Relações Internacionais. Com a união de profissionais, cientes
da importância de cooperar, é possível trazer conquistas únicas, tais como:
garantia dos direitos trabalhistas, mais vagas nas empresas públicas e privadas,
voz nos espaços institucionais, democratização do campo profissional,
descentralização e popularização das Relações Internacionais a nível regional e
nacional. Soma-se, ainda, a força para campanhas pelo fim do assédio nos
espaços de trabalho, pela igualdade salarial de gênero e pelo reconhecimento
da profissão.

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Encontre um Mentor

Nessa jornada de crescimento profissional, fazendo networking, você vai se


deparar com profissionais que amam orientar, que vão querer acompanhar e
auxiliar no seu desenvolvimento. Se você já conta com uma pessoa assim, você
encontrou um mentor. Convide ela para ser sua mentora. Para que ela prepare
uma série de atividades e te aconselhe visando o seu crescimento. A mentoria
dentro das empresas também está relacionada com as promoções – o seu
mentor te preparou para assumir novas posições. Além de auxiliar no
planejamento, quando você conta com a experiência de um profissional, você
não comete tantos erros e dispõe de informações estratégicas e orientação.

Crie sua reputação

Algumas pessoas não desenvolvem suas reputações, pois têm medo da crítica,
de falhar ou de ser mal interpretadas. Em Relações Internacionais, é muito
comum. Em uma área em construção, errar é uma constante, assim como as
críticas. Nos negócios é importante ter uma reputação, um histórico de
realizações, de engajamento, de quebra de barreira e, até mesmo, de
fracassos; isso mostra que você é capaz de tomar a iniciativa. É importante
ouvir as críticas, em especial do seu mentor e do seu networking. Você pode
começar escrevendo artigos, dando feedbacks, deixando a insegurança de lado
– nessa hora o mentor é muito útil.

Saiba o seu valor

Como o campo das Relações Internacionais está em transição, as críticas são


pesadas e vão além do necessário. Reflita muito sobre suas capacidades e sua
visão – ela é essencial nesse momento – para compreender onde você está,

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quais ações você precisa tomar. Além disso, você tem que procurar ser o seu
melhor, não importa o que os outros façam. Cada conquista é pessoal, não é
uma competição. Se você criou a sua reputação, construiu projetos e realizou
trabalhos importantes, lembre-se de compartilhar apenas com aqueles que te
apoiaram e que se importam com você. Em especial, aquelas em posições
influentes que possam te ajudar a progredir profissionalmente. Para os
demais, deixe o seu sucesso falar por si só.

Seja confiante

A confiança é poderosa. Sem ela você pode ser a pessoa mais preparada, mas
vai ter medo de ir lá e fazer. A confiança é minada diariamente, em especial
por outros profissionais que não conseguem progredir, o grupo dos
pessimistas. Para crescer, é preciso se cercar de pessoas confiantes, que
desenvolvam suas visões e que estejam nas suas jornadas também. Para ser
confiante, é preciso seguir os conselhos anteriores. Não adianta. É preciso ter
visão, acreditar, aprender e se cercar das pessoas certas. Confie e transmita
confiança, em especial com aqueles que estão começando.

Compartilhe

Ao longo da sua jornada, você contou com muitas pessoas. É uma corrente
positiva. Você precisa compartilhar, mesmo que suas realizações e objetivos
ainda não tenham sido alcançados. Por ser uma carreira em construção, cada
vez que alguém quebrar esse ciclo, o desenvolvimento da profissão é
retardado. Faça trabalhos voluntários para devolver a sociedade/comunidade;
a ANAPRI tem um programa de voluntariado, por exemplo. Compartilhe sua
história no grupo “Relações Internacionais”, assim você vai inspirar e motivar
outros profissionais.

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Divulgação do Currículo

O mercado de trabalho para profissionais de Relações Internacionais é


competitivo, como já destacamos aqui. É comum, dado cenário, encontrar
profissionais super qualificados, mas com dificuldades de manter uma atuação
profissional constante.

O Analista de Relações Internacionais é notado e requisitado dado o seu


reconhecimento, por exemplo, por participar ativamente no desenvolvimento
de um dado setor da indústria. Isso pode ser resumido em: participações como
palestrante em eventos, publicação de artigos em revistas especializadas e
setoriais, por fazer voluntariado e também por ser membro de instituições que
reflitam sua identidade profissional.

Além de trabalhar constantemente em prol do campo de atuação, é preciso


divulgar isso de forma correta. Hoje existem diversas formas de ser
encontrado por empresas, por isso, vamos listar as principais plataformas e
redes onde você deve se cadastrar e manter um perfil.

Redes sociais

O Linkedin se tornou uma rede social estratégica para os caça-talentos e, em


particular, para os profissionais que querem alçar voos maiores em suas
carreiras. Por meio dessa rede, é possível criar um currículo com suas
informações profissionais.

Mas, lembre-se: trata-se de uma rede. Você também precisa construir um


relacionamento com seus pares. É possível publicar conteúdo, seguir líderes e

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referências na sua área, encontrar colegas de trabalho, recomendar atributos


profissionais aos seus colegas e participar de grupos específicos.

Vale destacar: todas as redes sociais são importantes. Por isso, o empregador
também pode procurar saber mais sobre você e sua reputação nelas.
Destaque para: Facebook, Instagram e Twitter. Além de manter um perfil
profissional no Linkedin, é preciso cuidar do conteúdo que você compartilha e
segue, pois, as empresas querem profissionais idôneos e com reputações
ilibadas.

O analista de Relações Internacionais é requisitado a produzir conteúdo


especializado sobre temas que confluem e contribuem para o avanço da área
qual ele se dedica, e as redes sociais servem de vitrine para o seu trabalho.

Outra forma de divulgar e contribuir para o desenvolvimento profissional é


expandir para o conteúdo em áudio e vídeo, seja por podcast ou por canal no
Youtube.

Agências de emprego

Por excelência, a principal forma de encontrar uma vaga é por uma agência.
Ela cuida de todas as etapas que envolvem uma contratação: desde a abertura
de novas vagas, qualificação profissional, aplicação de avaliações técnicas e
intermediação no processo seletivo dos profissionais pelas empresas. Elas
podem ser globais, regionais e especializadas

Agências globais

Entre as globais, o grande destaque é para o Vagas.com, onde é possível


cadastrar gratuitamente o seu currículo, diferente de outras que cobram
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por esse serviço. O Vagas é, atualmente, a principal agência para programas de


juniores e de estágios, além de contar com boas oportunidades para cargos
executivos e de nível pleno.

As empresas multinacionais e grandes empresas nacionais são as principais


utilizadoras do Vagas em seus processos seletivos. A plataforma tem funções
úteis que facilitam e automatizam etapas importantes, e dispõe de testes
comportamentais e de certificação de nível de proficiência em línguas.

É uma excelente opção para profissionais dispostos a mudar de cidade e que


queiram atuar em grandes empresas transnacionais.

Agências regionais

A maioria das contratações se dão em nível local e regional. As empresas


procuram para suas plantas produtivas ou escritórios regionais profissionais
que conheçam bem a realidade local e que sejam residentes na região.

As agências locais, por sua vez, são uma ótima alternativa para iniciar sua
jornada profissional, em especial se você pretende se estabelecer na cidade ou
região. Elas podem ser administradas pelos municípios e muitas oferecem
cursos de qualificação profissional que atendem às necessidades e
características da indústria local.

Procure saber quais são as agências que prestam esse serviço na sua cidade e
cadastre o seu currículo. Muitas farão um processo de acolhimento dos
currículos pessoalmente.

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É uma excelente opção para desenvolvimento profissional e para entrar no


mercado de trabalho, em especial nas empresas com potencial para inserção
internacional e que precisam de profissionais multifuncionais.

Dica: confira sempre os jornais e portais da sua cidade.

Agências especializadas

Um novo tipo de agência tem crescido em importância no Brasil; trata-se das


agências de emprego especializadas. Elas atuam com um perfil profissional
específico, como o do internacionalista, ou em um setor da indústria em
particular, como o de Petróleo e Gás.

Elas são, por excelência, a principal alternativa para aqueles que querem atuar
em um campo profissional delimitado. Por isso, esse tipo de agência
geralmente é mantido por instituições que atuam na promoção do campo de
atuação desse profissional em específico.

O Vagas para Relações Internacionais (VagasRI), por exemplo, desenvolvido


por profissionais de Relações Internacionais, é uma das principais alternativas
para internacionalistas. Empresas, representações diplomáticas e organizações
não governamentais que querem contratar esse profissional recorrem ao
VagasRI para consultar o banco de currículos e também para disponibilizar
vagas exclusivas para esse perfil profissional.

Por se tratar de um serviço especializado, tem maior facilidade de entender e


atender as necessidades apresentadas tanto pelos contratantes quanto pelos
candidatos. A agência visa preparar o profissional de Relações Internacionais
para as principais exigências do mercado, além de disponibilizar vagas

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específicas e trazer benefícios exclusivos em instituições parceiras – como a


Associação Nacional dos Profissionais de Relações Internacionais (ANAPRI).

Dicas Úteis

Mesmo que a oportunidade que você procura ainda não tenha aparecido, você
deve realizar o seu cadastro nessas agências e redes sociais. Um bom currículo
online leva tempo para ser confeccionado e, muitas vezes, cada agência tem
regras e procedimentos que podem ser confusos e demorados, fazendo você
desistir e até mesmo ser desqualificado por inconsistência nos dados cadastrais.

As melhores oportunidades recebem muitas candidaturas, por isso você deve


sair na frente com um bom currículo online.

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Informações úteis

O Relações Internacionais tem como objetivo ajudar profissionais e empresas a


entender e desenvolver os benefícios das Relações Internacionais, por meio de
cursos, treinamentos, palestras e eventos.

Grupos

● Grupo de Relações Internacionais no Facebook


● Grupo de Relações Internacionais no Linkedin

Outros Links

● Associação Nacional dos Profissionais de Relações Internacionais –


ANAPRI
● Revista Relações Exteriores
● Vagas para Relações Internacionais
● Ranking Universitário Folha

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