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UNIVERSIDADE DO MINHO
INSTITUTO DE ESTUDOS DA CRIANÇA
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e Metodologia de Ensino
DESENVOLVIMENTO CURRICULAR E
METODOLOGIA DE ENSINO
1. Âmbito
2. Objectivos
7. Reflectir sobre o papel dos professores como mediadores críticos e reflexivos em relação
ao currículo.
3. Conteúdos
CAPÍTULO I
1. Introdução
EDUCAÇÃO ESCOLAR
MEDIAÇÃO INTENCIONAL
ajuda específica
MEIO
ALUNO/A culturalmente
capacidades
organizado
APRENDIZAGEM
assimilação significativa
DESENVOLVIMENTO INTEGRAÇÃO
individualmente integrado social crítica
Funções da
Educação Escolar
2. Objectivos
3. Conteúdos
A educação escolar é uma das diferentes práticas sociais mediante as quais se ajuda o ser
humano a desenvolver todas as suas capacidades pessoais, num determinado contexto cultural
e social. Por isso, antes de entrar propriamente na definição das funções da educação escolar,
parece-nos necessário caracterizar a educação em geral, enquanto actividade fundamental para
o desenvolvimento do ser humano e da sociedade.
4. Processo activo do sujeito que se educa. A pessoa é protagonista da sua própria construção.
6. Processo que obedece a uma intencionalidade e sistematização, através da clarificação dos princípios e
objectivos que orientam e estruturam o processo, e dão coerência e significado às acções realizadas.
8. Processo inserido num contexto social e cultural. A pessoa como assimiladora e criadora de cultura
numa comunidade.
Para cumprir esta responsabilidade social, a escola precisa de uma profunda renovação,
de forma a dar resposta a um conjunto de exigências que provêm, tanto da evolução da própria
sociedade, como do incremento do conhecimento e da experiência sobre o acto de educar em
contextos de escolarização. A escola precisa de um Projecto que justifique, articule e oriente
as actividades educativas através das quais pretende desenvolver estas funções na sociedade
actual. Para isso, existe um instrumento, que denominamos CURRÍCULO, o qual tem a
função de explicitar e organizar este Projecto educativo ao longo do percurso escolar.
Através da história da educação, tem-se conseguido clarificar alguns princípios que
sustentam os processos educativos e que, portanto, devem ser tidos em conta na elaboração do
currículo escolar. Estes princípios educativos são os seguintes:
- Princípio de individualização
- Princípio de socialização
- Princípio de liberdade
- Princípio de criatividade
- Princípio de globalização
- Princípio de actividade
O respeito por estes princípios nos processos educativos tem dado lugar à multiplicidade
de metodologias de ensino-aprendizagem, as quais, ainda que incidindo em dimensões
específicas, acentuam o papel activo e construtivo do aluno no seu processo de aprendizagem
e desenvolvimento.
Na reforma do sistema educativo português, e à luz da Lei de Bases do Sistema
Educativo, a Comissão de Reforma do Sistema Educativo definiu uma série de princípios
orientadores que presidiriam às diferentes decisões e opções a tomar no processo de mudança:
algumas características definitórias de dois tipos ideais. Estas duas tipologias ideais devem ser
entendidas numa perspectiva dilemática e não maniqueísta, já que a sua realização prática
exige um processo de construção permanente, através da tomada de opções e decisões, da
resolução de problemas e dilemas, num esforço de clarificação dos princípios e teorias que
orientam as práticas e vice-versa. As opções teóricas que estão na base destes modelos,
apontam para uma concepção de escola como comunidade educativa, de professor como
profissional reflexivo e de aluno como construtor de conhecimento.
ESCOLA
ALUNO
PROFESSOR
CONHECIMENTO
Verdadeiro .........................................................................................Problemático
Estático.......................................................................................................Dinâmico
Produto ........................................................................................................ Processo
Acabado................................................................................................... A construir
Teórico ........................................................................................................... Prático
Universal .................................................................................................... Particular
Externo ........................................................................................................... Interno
Objectivo .................................................................................................. Subjectivo
Linear .........................................................................................................Sistémico
Compartimentado....................................................................................... Integrado
Neutro............................................................................................................. Crítico
Assim, os critérios de sucesso da escola assentam nas possibilidades que esta oferece a
todos os alunos para se desenvolverem como pessoas e como cidadãos, adquirindo
conhecimentos, aptidões e estratégias, atitudes e valores considerados básicos e fundamentais
para viver em sociedade e para se desenvolverem futuramente na vida académica e
profissional.
Mas, tendo em conta a diversidade de capacidades, ritmos, estilos e experiências prévias
dos alunos, levanta-se a questão de como conciliar esta formação básica, geral e compreensiva
com a constatação da diversidade pessoal e cultural, ou seja, como criar a unidade global
apostando na força e originalidade do singular?
É num contexto cultural específico que as crianças elaboram uma visão e uma
representação personalizada do mundo, formada pela multiplicidade de interconexões. Quando
entram para a escola levam consigo uma história cultural específica, um saber construído num
determinado contexto social e cultural, como menino ou menina, como pertencente a uma
determinada classe social, como habitante do campo ou da cidade, da periferia ou do interior,
de uma determinada raça ou etnia, com deficiências congénitas ou sem elas... Tudo isto
possibilitou-lhes desenvolver determinadas representações, capacidades, atitudes e valores e
determinou o que pode ser entendido como "necessidades educativas".
A escola enquanto espaço de transmissão e criação de cultura tem de ser um cenário
acolhedor para as diferentes histórias culturais que nela se cruzam, numa perspectiva de
educação intercultural. O desafio da escola é converter-se num projecto aberto no qual caiba
uma cultura que, sendo de todos, seja um espaço de confluência, de diálogo e comunicação
entre diferentes grupos sociais.
Um currículo e uma pedagogia democráticos devem começar por reconhecer "as
diferentes posições sociais e repertórios culturais e as relações de poder entre eles". Assim, se
nos preocupa um tratamento verdadeiramente igual, teremos que fundar o currículo no
reconhecimento dessas diferenças que favorecem ou prejudicam os alunos.
Esta constatação e aceitação do "pluralismo cultural" e "diversidade de necessidades",
ritmos e estilos de aprendizagem, junto à consideração da "problematicidade" das decisões
educativas e da "complexidade dos contextos", próprio das sociedades actuais e democráticas,
exige necessariamente conceber o currículo, enquanto representação da cultura escolar através
das diferentes experiências que proporciona aos alunos, de forma aberta e flexível,
ultrapassando a ideia do currículo como algo prescritivo e sagrado, como programa a cumprir,
a executar de maneira uniforme.
Como compatibilizar isto com a existência de um currículo nacional?
Falar da necessidade do currículo ser aberto e flexível significa considerá-lo como um
Projecto (de cultura e de formação) a ser construído progressivamente, à medida que nos
aproximamos das realidades educativas específicas. Significa manter o equilíbrio entre a
existência de umas bases curriculares comuns a todo o território nacional (core curriculum) e a
aceitação e adequação à diversidade. Quer isto dizer que, a partir da definição de um Projecto
Básico comum que clarifique o que se considera fundamental e valioso numa sociedade
democrática e plural, seja transferida para as escolas a responsabilidade pela adequação do
• Existência de um Projecto Educativo que define alguns valores próprios da escola, reflexo da sua
identidade e propósitos, partilhados por toda a comunidade educativa. Isto implica o compromisso com
finalidades e normas claras que permitem oferecer um clima favorável à aprendizagem.
• Existe uma direcção eficaz, assumida, que não se contrapõe com a necessária participação e colegialidade.
• O currículo planifica-se e articula-se cuidadosamente tendo em conta a sua avaliação continuada. Deve
incluir a aquisição de conhecimentos, competências e atitudes básicas nas diferentes matérias, assim como
reflectir os valores assumidos pela escola.
• Existe um elevado nível de participação e de apoio da parte das famílias e outros membros da
comunidade envolvente.
• Faz-se uma racionalização da utilização do tempo e dos espaços de aprendizagem, articulando as matérias
e as sequências didácticas de modo a evitar lacunas e repetições desnecessárias.
• Conta-se com o apoio dinâmico e sólido das autoridades educativas competentes, cuja missão se centra
em facilitar as mudanças necessárias para conseguir as características apontadas.
• Aquisição de conhecimentos, estratégias e atitudes de aprendizagem que lhes permita enfrentar e resolver
os problemas e exigências dos diferentes âmbitos da realidade (família, comunidade e mundo do trabalho,
escola secundária...).
• Capacidade para tomar decisões autónomas e inteligentes e para desenvolver um nível adequado de auto-
estima.
À luz das finalidades consagradas na Lei de Bases do Sistema Educativo Português, para
o Ensino Básico, o respectivo Currículo apresenta três grandes objectivos gerais que irão
sustentar os objectivos dos diferentes programas curriculares de cada um dos ciclos em que o
Ensino Básico se subdivide:
• Desenvolver valores, atitudes e práticas que contribuam para a formação de cidadãos conscientes e
participativos numa sociedade democrática (dimensão para a cidadania).
a) Considerando as três grandes funções da educação escolar, analise as finalidades do ensino básico, de
forma a verificar em que medida respeitam estas funções.
b) Analise o Currículo do Ensino Básico (Programa) e verifique em que medida contempla os Objectivos
fundamentais do Ensino Básico, tanto a nível do Currículo em geral como dos programas das diferentes
Áreas (Matemática, Estudo do Meio, Língua e Cultura, Educação Física, Expressões Artísticas, etc...)
c) Com base no conceito de "sucesso educativo" e de "ensino de qualidade", reflicta sobre que mudanças
fundamentais deveriam ser introduzidas no sistema educativo para melhorar a qualidade da educação.
CAPÍTULO II
1. Introdução
2. Objectivos
3. Conteúdos
Dada a grande polissemia do termo currículo é preciso começar por fazer uma
aproximação, diferenciando currículo como "campo de estudo" e como "conceito que define
uma realidade".
O surgimento do currículo com campo científico tem lugar nos princípios do Séc. XX
(F. Bobbit, 1918) e na sua curta e intensa história tem vindo progressivamente a adquirir um
estatuto fundamental dentro das Ciências da Educação.
No que se refere à noção de currículo, podemos afirmar que não há um conceito mas
concepções curriculares, as quais foram sendo elaboradas ao longo da sua história,
intimamente ligadas aos modelos psicológicos, sociológicos, epistemológicos e pedagógicos
que lhe serviram de base. Assim, num esforço de síntese, podemos agrupar estas concepções
em dois grandes modelos, os fechados e abertos.
Os modelos fechados, centram-se numa planificação mais ou menos rigorosa da
estrutura curricular a ser executada, na escola, pelos professores (concepções academicistas e
tecnológico-eficientistas) e os modelos abertos que incidem mais sobre a construção
individual ou social do currículo nas escolas e na reflexão e investigação das práticas
curriculares (concepções humanistas, construtivistas, ecológicas e críticas).
A noção de currículo abrange tudo aquilo que o meio escolar oferece ao aluno como
oportunidades para a aprendizagem de conceitos e factos, de procedimentos e estratégias, de
valores e atitudes, através das experiências educativas planificadas para isso; esta noção
abrange, também, os meios através dos quais a escola proporciona essas oportunidades e
avalia os processos de ensino-aprendizagem.
Assim, podemos considerar que o currículo é o Projecto Integrado, de cultura e de
formação para educação das novas gerações, que fundamenta, articula e orienta todas as
actividades e experiências educativas realizadas na escola, dando-lhes um sentido e
intencionalidade e integrando todo o conjunto de intervenções diferenciadas num projecto
unitário. Isto exige que as escolas, à luz do Projecto Curricular Nacional, clarifiquem o seu
Projecto Curricular, especificando as suas opções acerca do que consideram valioso, em
termos de capacidades, conteúdos, metodologias e processos de avaliação a serem
desenvolvidos, de maneira consistente e coordenada, nos diferentes âmbitos de intervenção.
• Construtivista: porque coloca como questão central os processos de construção do Projecto Curricular,
ressaltando a importância dos processos mediadores, racionais e reflexivos que envolvem a tomada de
decisões de tipo profissional, própria do ensino. Ressalta, assim mesmo, o carácter activo, significativo e
interactivo dos processos de aprendizagem, orientando a intervenção educativa no sentido de facilitar a
restruturação significativa do saber e da experiência.
• Ecológica: pela relevância que adquire a consideração dos contextos educativos em que o currículo se
desenvolve, caracterizados pela singularidade e complexidade de interacções, a pluralidade e diversidade
de culturas e necessidades, a imprevisibilidade e dinamicidade dos processos, o que acentua o carácter
problemático, interactivo e práxico da intervenção pedagógica, assim como a não neutralidade e
linearidade dos cenários e processos educativos.
• Sociocrítica: enquanto concebe o currículo como uma construção social e cultural e, assim sendo, os
processos de inovação curricular supõem a emancipação e a libertação das limitações impostas pela
rotina, a tradição, a experiência não reflectida e a aceitação acrítica das ideias e das práticas, como algo
dado e imutável. Os conceitos de comunidade crítica, moralidade, justiça, solidariedade e autonomia, são
centrais nesta perspectiva e a sua procura implica a recuperação da consciência crítica, da reflexividade e
do diálogo, enquanto processos fundamentais para a mudança.
Este paradigma pretende pôr em causa alguns dos problemas curriculares actualmente
existentes, que funcionam como obstáculos fundamentais para a mudança educativa nas
escolas, entre os quais podemos destacar: a concepção da aprendizagem como um fenómeno
estritamente individual, a instrumentalização da educação, visível na obsessão pela eficácia e
inter-relações. Estas opções estão fortemente condicionadas pelo entendimento que cada um
destes modelos faz dos factores sociológicos, epistemológicos, psico-pedagógicos e
contextuais que condicionam os processos educativos na escola. Por isso, é importante
reflectir sobre os fundamentos do currículo, a que também denominamos fontes.
(Figura 3)
• A fonte sociológica refere-se à natureza da cultura e da sociedade que propõem diferentes exigências ao
sistema educativo. O currículo, de acordo com estas exigências, deve contemplar as funções sociais da
educação, tentando assegurar que os alunos se tornem membros activos e responsáveis da sociedade a que
pertencem.
imprescindível para as decisões educativas, de forma a orientar a intervenção pedagógica nos diferentes
momentos do percurso escolar do alunos.
• Finalmente, a fonte pedagógica recolhe, tanto a fundamentação teórica sobre a educação, elaborada a
partir da investigação educacional, como a experiência educativa adquirida na prática docente. Este
contributo da teoria e da prática acumulada em diferentes experiências educativas, tem de ser confrontada
com a natureza dos contextos educativos acerca dos quais hoje existe um conhecimento significativo, fruto
da observação e da investigação.
Estas quatro fontes devem ser tidas em conta, de maneira equilibrada, nas diferentes
fases de construção do currículo: no Projecto Curricular Nacional, no Projecto Curricular de
Escola e nos Projectos Curriculares Específicos, já que é delas que o currículo recebe a sua
fundamentação e legitimação.
1. Adequação: o currículo deve partir do diagnóstico e análise das condições da realidade em que se vai
desenvolver, por isso, qualquer proposta curricular deve começar por fazer um levantamento das
necessidades individuais, culturais e sociais dos destinatários e das condições do contexto em que aquela
se vai desenvolver: alunos, famílias, escola, meio-ambiente.
2. Relevância: as propostas curriculares devem ser relevantes ou seja significativas para os destinatários,
tanto pela sua "significatividade lógica" (a forma como são apresentados os conteúdos) como pela sua
"significatividade psicológica" (a forma como vão ao encontro dos esquemas de conhecimento e
interesses) e também pela significatividade social ( a maneira em que contribuem para compreender e
resolver problemas socialmente valiosos).
3. Articulação vertical (continuidade curricular): a apresentação do currículo deve mostrar uma sequência
progressiva e interligada entre as diferentes unidades, anos e ciclos que constituem o percurso escolar, de
forma a permitir ao aluno ir integrando umas experiências de aprendizagem nas outras.
6. Equilíbrio: a estrutura curricular deve apresentar uma organização harmoniosa dos diferentes domínios da
formação, tanto a nível das capacidades a desenvolver no aluno (cognitivas, afectivas, sociais e
psicomotoras), como a nível do conteúdos a serem assimilados (filosófico-éticos, científicos, tecnológicos,
artísticos).
8. Pluralismo: numa sociedade democrática é preciso que o currículo se apresente como acolhedor de
diferentes culturas e valores, oferecendo um modelo formativo aberto, plural e universal.
9. Sistematicidade: o currículo deve apresentar uma estrutura clara, organizada e com coerência interna
entre as suas componentes: princípios, objectivos, conteúdos, metodologia e avaliação.
10. Proporção: a selecção das componentes do currículo deve apresentar um certo equilíbrio entre a extensão
e a profundidade dos conteúdos, entre as exigências da actualidade e do futuro e a conservação dos valores
e princípios essenciais e permanentes.
(Adapt. de L. ALONSO)
Todo currículo, de forma mais ou menos explícita, apresenta uma estrutura organizativa
resultante das opções de tipo sociológico, epistemológico e psicopedagógico que o sustentam.
Apresentamos, a seguir, alguns dos modelos mais representativos a nível de macrodesign que
influenciam fortemente a forma de organizar os processos de ensino-aprendizagem. De
ressaltar que estes são modelos teóricos, mas na prática podem ser conjugados, ainda que
sempre tende a prevalecer um ou outro tipo de orientação.
• Modelo baseado em disciplinas: é o modelo mais comum e disseminado e caracteriza-se por utilizar como
fonte justificativa para a organização da estrutura curricular o universo do conhecimento sistematizado, ou
seja a lógica disciplinar, podendo ir desde a organização por disciplinas ou áreas disciplinares, passando
pela organização pluridisciplinar ou interdisciplinar. Nestes modelos, a selecção e organização dos
conteúdos curriculares constitui a tarefa mais importante, determinando a selecção, estrutura e sequência
das restantes componentes curriculares: objectivos, metodologias e avaliação.
• Modelo baseado em núcleos de problemas/temas transdisciplinares: este modelo apresenta uma ruptura
clara com o currículo estruturado por disciplinas, através do recurso a uma organização por núcleos
globalizadores, áreas problemáticas ou temas transversais para cujo tratamento se requer o contributo dos
saberes e instrumentos metodológicos das diferentes áreas do saber e da experiência.
• Modelo baseado em funções sociais: este modelo, próximo do anterior, mas muito condicionado pelas
exigências e necessidades sociais, que determinam a organização dos processos curriculares, põe a ênfase
• Modelo centrado no educando: são modelos que utilizam, como fonte para a organização do currículo,
os interesses e necessidades das crianças e que se tem desenvolvido prioritariamente no jardim de infância
ou nos primeiros anos de escolarização. Um modelo representativo deste tipo de organização é o dos
"centros de interesse" concebido por Decroly e outros baseados em diferentes propostas de
individualização ou de globalização.
(Figura 4)
2. Apresentar uma estrutura clara e organizada que mostre os critérios de selecção e organização dos
conteúdos básicos e das relações entre eles, respeitando os critérios de articulação vertical e horizontal.
Importância de mostrar orientações sobre a transdisciplinaridade e interdisciplinaridade.
3. Servir como guia para orientar a prática educativa nas escolas e para a elaboração de materiais
curriculares (manuais e exemplificações), através da apresentação de princípios orientadores da
intervenção educativa e da avaliação, assim como de orientações metodológicas gerais para o ensino-
aprendizagem das diferentes Áreas Curriculares e das relações entre elas, de forma a orientar, enriquecer e
contrastar as alternativas de acção dos professores (o "como" e "quando" ensinar e o "quê", "como" e
"quando" avaliar).
4. Incentivar uma mentalidade curricular nos responsáveis pelo desenvolvimento curricular nas escolas
(professores e estruturas de coordenação pedagógica) possibilitando a coordenação das decisões
educativas, como forma de salvaguardar o equilíbrio e a articulação vertical e horizontal, do currículo,
garantia da continuidade e integração significativa das experiências educativas.
QUEM SOMOS?: opção por um quadro geral de valores que defina o modelo educativo
e de cidadania que caracteriza aquela comunidade educativa, com base nas suas
características e necessidades (Projecto Educativo - PEE).
Assim, os elementos básicos que deve conter o PCE e sobre os quais é preciso tomar
opções, são:
• Definir os objectivos gerais de ciclo para a escola (objectivos mínimos) que servirão de referente para os
objectivos gerais de ano e para as decisões sobre avaliação e progresso dos alunos.
• Seleccionar e organizar os conteúdos a partir daqueles consignados no Programa e definir critérios para
o seu tratamento (globalização, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, ...). Seleccionar manuais e
materiais curriculares de apoio e consulta.
Maria Luisa García Alonso 28
Projecto PROCUR Desenvolvimento Curricular e Metodologia de Ensino
Instituto de Estudos da Criança – Universidade do Minho
• Sequencializar os conteúdos por ciclo, caso isto não esteja feito no Programa. Com base nesta
sequencialização realizar-se-á a calendarização dos conteúdos por anos, organizando-os em unidades
didácticas.
• Estabelecer os critérios de avaliação no final de cada ciclo, que servirão como indicadores para a
avaliação sumativa e para orientar a avaliação formativa.
• Definir as orientações metodológicas gerais que servirão de base para as diferentes opções individuais de
forma a dar coerência às diferentes intervenções.
• Definir os principais materiais didácticos a serem utilizados, de acordo com as actividades propostas,
assim como os critérios para a sua organização e utilização.
• Decidir sobre o campo das adaptações curriculares, em função das necessidades educativas específicas
dos alunos: currículos alternativos, planos de apoio específico...
• Design progressivo e aberto em que, a partir de uma primeira concepção inicial, o projecto se vai
enriquecendo e crescendo através de processos de investigação, experimentação e avaliação.
• Orientado por princípios e finalidades claras que definem o quadro antropológico e psicopedagógico em
que se sustenta o Projecto (princípios).
(Figura 5)
b) Articulação horizontal - as actividades integram (sem por isso desvirtuar a sua natureza específica) a
aprendizagem articulada e bem estruturada de conteúdos das diferentes áreas do currículo: científicos,
linguísticos, tecnológicos, artísticos e éticos;
c) Articulação vertical - em que se organizam as diferentes tarefas da actividade numa sequência interligada
e progressiva, sustentando-se umas nas outras, de forma a permitir ao aluno integrar umas aprendizagens
nas outras;
Em igualdade de condições:
1. Uma actividade é mais gratificante que outra se permite ao aluno realizar escolhas criteriosas para
realizar as actividades e reflectir sobre as consequências da sua escolha.
2. Uma actividade é mais significativa que outra se dá aos alunos papéis activos: investigar, expor, observar,
entrevistar, dramatizar, construir, etc., em vez de escutar, preencher fichas, colorir desenhos ou participar
em diálogos rotineiros para verificação de conhecimentos.
3. Uma actividade é mais educativa que outra se estimula o aluno a comprometer-se na investigação das
ideias, na aplicação de processos intelectuais à análise e à resolução de problemas quotidianos, de tipo
pessoal ou social; É mais importante implicar-se nas questões que tratam da verdade, da justiça, da beleza,
verificar hipóteses, identificar pressupostos, discutir sobre a contaminação, a guerra ou a paz, do que falar
das montanhas de África, dos rios de Portugal ou copiar um texto, por exemplo.
4. Uma actividade tem mais valor pedagógico que outra se põe o aluno em contacto com a realidade,
através da observação, recolha, manipulação, exame de objectos, materiais ou artefactos.
5. Uma actividade é mais importante que outra se pode ser realizada com êxito por alunos de diferentes
níveis de capacidade e interesse. Tarefas como imaginar, comparar, classificar ou resumir, que não
impõem normas de rendimento uniformes.
6. As actividades que estimulam os alunos a examinar as ideias e a aplicá-las em contextos diferentes são
mais valiosas que aquelas que não estabelecem continuidade entre o já apreendido e o novo.
7. As actividades terão mais valor educativo se requerem que os alunos analisem temas ou questões sobre
os quais a maioria dos cidadãos não se debruça.
8. As actividades que levam professores e alunos a correr certos riscos de êxito, fracasso ou crítica, são
mais significativas que aquelas que não levam.
9. Uma actividade é mais gratificante que outra, se exige que os alunos escrevam de novo, revejam ou
aperfeiçoem os seus esforços iniciais, em vez de se apresentarem como "tarefas a completar" sem lugar
para crítica nem aperfeiçoamento progressivo.
10. Uma actividade é mais rica que outra se dá aos alunos oportunidades para partilhar com outros a
planificação de um projecto, a participação no seu desenvolvimento e a análise dos resultados.
11. Uma actividade é mais gratificante que outra se é relevante em função dos interesses e objectivos dos
alunos que os leve a comprometerem-se pessoalmente na sua realização.
Avaliação
Fases Questões Actividades
Recursos do
Tempo Geradoras Integradoras
Projecto
Apresentamos, para finalizar uma grelha que pode servir para planificar cada uma das
Actividades Integradoras:
a) Definição da Actividade
b) Tempo dedicado à actividade
c) Mapa de Conteúdos
d) Objectivos
e) Organização e desenvolvimento:
f) Avaliação
• À luz da perspectiva apresentada sobre currículo, reflicta sobre as suas potencialidades para a melhoria
do ensino.
• Elabore, com a equipa de professores, um Projecto Curricular específico que respeite as características e
condições apresentadas sobre esta matéria.
CAPÍTULO III
1. Introdução
(Figura 6)
2. Objectivos
3. Conteúdos
agir com compreensão e as atitudes e valores necessários para assumir a cidadania. Como
afirma Gómez (1993) "o desafio pedagógico da escola centra-se fundamentalmente na
formação do pensamento e no desenvolvimento de atitudes e capacidades para actuar
racionalmente".
Tradicionalmente, a escola deu importância à construção do conhecimento realizada,
fora dela, pelos investigadores e académicos especialistas nas diferentes áreas do saber e
posteriormente consignado no currículo. Tratava-se então de, nos processos de ensino,
transmitir aos alunos este conhecimento de forma a ser apreendido, partindo do pressuposto de
que os alunos eram "tábuas rasas", ou seja, não possuíam nenhum tipo de conhecimento
valioso e digno de ser tido em conta.
A partir das concepções construtivistas do desenvolvimento e da aprendizagem (Piaget,
Ausubel, Bruner, Vigotski, Feuerstein...) adquire uma importância fundamental a experiência
física e afectiva da criança num contexto social e cultural específico, através da qual vai
construindo uma visão da realidade e do mundo, desenvolvendo assim o seu potencial de
aprendizagem. Somente partindo do conhecimento que o aluno já construiu (o que já sabe e
como está organizado nos seus esquemas cognitivos), será possível fazê-lo avançar para um
conhecimento mais científico e correcto do mundo. Assim, o saber é elaborado através de um
processo interactivo de reestrururação contínua das ideias sobre a realidade e das estruturas de
conhecimento, o que supõe entender a dinâmica escolar como resultado da negociação dos
significados e da reflexão partilhada.
Na lógica construtivista, é a pessoa globalmente considerada quem aprende, não
limitando a sua incidência às capacidades cognitivas, especialmente porque os conteúdos da
aprendizagem, entendidos no sentido amplo (factos, conceitos, procedimentos, valores e
atitudes), envolvem todas as capacidades humanas, incidindo no desenvolvimento global do
aluno (Solé e Coll, 1993).
3. 2. MODELOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Esta forma de entender a aprendizagem escolar, e o papel do ensino, fruto das recentes
investigações e práticas inovadoras, coexiste, no âmbito da cultura escolar, com outras
perspectivas, fruto de tradições teóricas e práticas imperantes em determinados momentos da
história da educação, mas que ainda sobrevivem de forma mais ou menos puras e que
podemos denominar Modelos de Ensino. Um modelo é uma construção teórica que pretende
explicar uma determinada parcela da realidade. É, portanto, um esquema interpretativo que
serve: (a) para definir uma determinada realidade, seleccionando e organizando os seus
elementos; e (b) para investigar e orientar a intervenção sobre ela de modo a modificá-la.
Assim, os modelos são esquemas mediadores entre a teoria e a prática, entre os paradigmas e
as estratégias metodológicas.
No âmbito do currículo e da didáctica, podemos agrupar as diferentes abordagens e
perspectivas teórico-práticas sobre o ensino-aprendizagem, em cinco grandes modelos ou
tradições pedagógicas, que fundamentam e orientam a intervenção educativa: o modelo
tradicional/academicista, o modelo tecnológico/comportamentalista, o modelo
humanista/espontaneísta, o modelo cognitivista/investigativo e o modelo sócio/crítico.
Actualmente, apesar da coexistência, na prática, de concepções e actuações típicas de
alguns destes modelos, especialmente do modelo tradicional, no campo do currículo, sentimos
a necessidade de trabalhar com um modelo integrador capaz de estabelecer a ponte entre
perspectivas parciais, para permitir uma visão mais rica e complexa dos processos de
ensino-aprendizagem.
De maneira especial, é preciso ultrapassar a dicotomia entre o modelo espontaneísta
(centrado nos interesses do aluno) e os modelos tecnológico e academicista (centrados no
professor ou nos conteúdos). Segundo R. Porlán (1983), uma abordagem superadora do ensino
tradicional deve favorecer uma certa racionalidade da prática educativa, tornando-a mais
fundamentada e rigorosa com base na teoria procedente de diferentes campos do saber:
psicologia, sociologia, epistemologia, pedagogia, teoria da comunicação, etc. Mas, por outro
lado, deve contemplar as perspectivas e interesses dos protagonistas/alunos, as suas
concepções e crenças, assim como os contextos sociais específicos em que esta prática se
desenvolve.
Denominaremos a este modelo construtivista/interactivo, o qual se baseia nos
seguintes pressupostos teóricos:
a) Em relação ao aluno
- Estruturas cognitivas preexistentes que determinam a maturidade e capacitação
para realizar novas experiências de aprendizagem, assim como os conhecimentos
prévios pertinentes para a nova informação, fruto das experiências prévias de
aprendizagem; pré-requisitos internos que condicionam a significatividade
psicológica para os processos de aprendizagem; concepções implícitas e
representações prévias.
- Motivação: predisposição favorável para a compreensão; procura de significado e
sentido do que se aprende; sentido que o aluno atribui à própria actividade de
aprendizagem escolar.
- Características:
. Estrutura lógica interna: coerência, clareza, organização, não arbitrariedade; articulação
horizontal, vertical e lateral.
. Linguagem e terminologia clara e adequada à compreensão do aluno.
. Formas de apresentação e metodologia possibilitadora da atribuição de significados;
partir do familiar próximo, contextualizado e simples para o mais complexo, abstracto e
longínquo.
c) Em relação às actividades
- Intensa actividade interna e externa por parte do/a aluno/a que possibilite a
construção de significados e o desenvolvimento de estratégias cognitivas e
metacognitivas, em processos individuais e interactivos: observar, comparar,
elaborar hipóteses, reorganizar, questionar, discriminar, tirar conclusões, resolver
problemas, inventar, julgar, elaborar esquemas, tomar decisões, confrontar pontos
de vista, relacionar, aplicar, extrapolar...
. Valor do erro no processo de aprendizagem
. Atitude investigativa e científica
. Conflitos cognitivos e sócio-cognitivos
. Aprendizagem colaborativa e crítica
. Abertura à realidade, ao meio; contextualização das actividades na experiência da
criança.
d) Em relação à funcionalidade.
- Possibilidade de utilizar e aplicar o aprendido, de tornar funcional a
aprendizagem, seja para realizar novas aprendizagens seja para resolver problemas
da realidade e intervir para a melhorar.
e) Em relação à avaliação.
- Possibilidade de receber feed-back da auto e hetero-avaliação; ajudar a reflectir
sobre o próprio processo de aprendizagem; pensar sobre o percurso realizado;
desenvolvimento de estratégias metacognitivas.
seja, o desejo de aprender porque isso é valioso e satisfatório. Para isso, no processo de
ensino-aprendizagem será preciso ter em conta algumas condições para estimular a
motivação intrínseca:
2. A elaboração pessoal das tarefas escolares gera motivação intrínseca, não se passando o mesmo com as
tarefas repetitivas e conceptualmente descontextualizadas.
a) 4. A observação e análise da realidade torna-se motivadora para o aluno que, por natureza, é curioso da
realidade próxima, a qual actua como centro de interesse e motor para o conhecimento de outras
realidades.
5. O conhecimento dos objectivos que justificam e orientam as actividades estimula a motivação, tornando a
aprendizagem mais significativa.
6. O nível de dificuldade de uma tarefa tem de ser óptimo e favorecer o "passo seguinte" do aluno. As tarefas
percebidas como muito fáceis ou muito difíceis não criam motivação.
9. O nível de estimulação dos alunos tem de ser óptimo. Se a estimulação é muito reduzida não se produzem
mudanças. A estimulação excessiva pode produzir ansiedade e frustração.
10. O reconhecimento do êxito numa tarefa determinada motiva mais do que o reconhecimento do fracasso.
11. Conhecer as causas do sucesso ou do fracasso, numa tarefa determinada, aumenta a motivação intrínseca.
12. O registo dos progressos na consecução das metas propostas costuma aumentar a motivação intrínseca.
15. As expectativas do professor sobre o aluno são profecias que se cumprem a si mesmas. O aluno tende a
render o que o professor espera dele.
16. A aprendizagem cooperativa é mais motivadora do que a competitiva e mais adequada para actividades
criativas e de resolução de problemas.
19. O clima interpessoal em que se desenvolvem as tarefas tem de permitir que o aluno se sinta apoiado
calorosa e honestamente, respeitado como pessoa e capaz de dirigir e orientar a sua acção.
Em suma, e de acordo com I. Solé (1993), partir do que o aluno já possui, aceitá-lo e
potenciá-lo positivamente, favorece a auto-estima; propor-lhe desafios exequíveis, estimula a
confiança nas suas possibilidades; proporcionar-lhe ajudas necessárias, torna possível que
construa uma imagem positiva e ajustada de si mesmo; interpretar o contexto de ensino como
um processo partilhado, contribui para que o aluno se sinta responsável e apoiado. Assegurar
que este possa mostrar-se progressivamente autónomo no estabelecimento de metas, na
planificação das tarefas para as atingir, na auto-direcção e auto-regulação do processo de
aprendizagem, traduz confiança nas suas possibilidades e educa-o na autonomia e
responsabilidade. Avaliar os seus resultados em relação com as suas capacidades e o esforço
realizado, fomenta a auto-estima e a motivação para continuar a aprender.
uma pesquisa ou para procurar informação, mas também que tome consciência e reflicta sobre
o percurso utilizado nestes processos.
Alguns estudos citados por J. Tapia (1989) sobre a incidência dos programas de
promoção cognitiva na aprendizagem dos alunos, têm ressaltado alguns factores a ter em
conta no ensino de estratégias para aprender a pensar:
1. Ensinar não só o que o aluno tem de fazer mas também como o tem de fazer. Parece que os programas
mais efectivos são aqueles em que se ensina de forma explícita o processo necessário para conseguir
objectivos, tais como compreender, recordar, avaliar, tomar decisões, inferir...
2. Ensinar não só o que o aluno tem de fazer e como mas também o quando. Parece importante que, ao
mesmo tempo em que se ensina uma estratégia, se ensinem também as condições para a sua aplicação.
3. Ensinar, prestando atenção às variáveis que afectam à motivação do aluno. Criar um contexto de
cooperação e superação individual em que se oriente a atenção das crianças para o que fazem e como o
fazem mais que para os resultados, ajudando-as a confrontar-se com o erro e o fracasso enquanto
oportunidades para aprender.
4. Explicitar os objectivos pretendidos de forma a dar um sentido claro às tarefas propostas e aos resultados a
alcançar, em cada fase do processo.
• Proporcionar ao aluno a realização de aprendizagens significativas, de forma cada vez mais autónoma,
ajudando-o a adquirir os instrumentos para aprender a aprender. Isto exige dar grande importância a
aquisição de estratégias cognitivas e metacognitivas de busca, planificação e regulação dos próprios
processos de aprendizagem. Também adquire grande importância a memorização compreensiva, por
contraposição à memorização mecânica ou repetitiva.
• Possibilitar uma intensa actividade interna por parte do aluno, para que este possa estabelecer relações
ricas entre os conteúdos a adquirir e os que já possui. Esta actividade é concebida como um processo de
natureza interna e não só manipulativa. Importância dos processos reflexivos, tanto na acção como sobre a
acção.
• É preciso diferenciar entre o que o aluno é capaz de aprender por si próprio (nível de desenvolvimento
efectivo ) e o que é capaz de aprender com ajuda dos outros (nível de desenvolvimento potencial ). Assim,
será nesta zona intermédia (zona de desenvolvimento próximo ) que deve incidir a ajuda pedagógica para a
ampliar, desenvolvendo assim o potencial de aprendizagem.
1. Partir de algum problema ou questão relevante tanto do ponto de vista individual como social.
2. Partir da realidade próxima dos alunos, da sua experiência, das suas concepções; reforçar a
autoconfiança, valorizando as suas ideias e a sua experiência como ponto de partida para ampliar a sua
visão da realidade e da cultura; evolução de concepções pré-científicas para concepções científicas.
5. Estimular a observação, a curiosidade, a procura, a pesquisa, a atitude científica, num ambiente em que
se valorizam os processos e a restruturação do conhecimento. Valor pedagógico do "erro", da incerteza,
que promove a procura.
6. Valorizar o contacto com o meio sócio-cultural envolvente. Utilizar fontes de primeira mão, recolha de
dados para análise e interpretação.
• Contínua e sistemática. Carácter processual da avaliação que advém do seu entendimento como elemento
inseparável da educação, com funções de retroalimentação. Assim, ao longo dos processos educativos
diferenciamos entre avaliação "inicial" ou diagnóstica, avaliação "formativa" e avaliação "sumativa",
formando as três modalidades um continuum coerente e harmonioso.
• Diversificada e flexível, favorecendo a recolha de dados e informação variada que permita uma
compreensão mais rica dos processos educativos. Para isso, será desejável a utilização de uma
flexibilidade metodológica que permita a conjugação das metodologias qualitativas com as quantitativas.
• Concertada e consensual, integrando o aluno no próprio processo avaliativo, assim como a conjugação
de pontos de vista e o consenso de todos os participantes na avaliação: professores, pais, conselho de
turma.
• Feed-back continuado
ao aluno
1. A avaliação constitui um processo contínuo que integra o próprio processo de ensino-aprendizagem. Por
isso, não pode ficar reduzida a intervenções isoladas, a exames ou provas unicamente direccionadas para a
classificação do/a aluno/a.
2. As equipas educativas deverão estabelecer, de acordo com o Projecto Curricular de escola, os critérios
para a avaliação de ciclo. Estes critérios devem estar orientados pela definição dos objectivos gerais de
ciclo que identificam as capacidades mínimas e fundamentais a desenvolver nos alunos durante esse ciclo.
Estes objectivos orientarão também a avaliação de ano, das unidades didácticas, dos recursos utilizados e
da intervenção dos professores.
• Planifique uma "unidade didáctica integrada" que respeite os princípios e condições da aprendizagem
construtiva e significativa.
• Planifique uma actividade baseada numa perspectiva de "investigação de problemas" seguindo os passos
da metodologia investigativa.
• Escolha uma Área do Currículo do Ensino Básico e elabore um plano de promoção cognitiva definindo
as estratégias cognitivas e metacognitivas básicas para "ensinar a pensar" e "a aprender".
• Analise o sistema de avaliação vigente em Portugal e, à luz da teoria sobre a avaliação apresentada,
reflicta sobre algumas mudanças fundamentais a introduzir na prática de avaliação.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA