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Texto de apoio de práticas pedagógicas I

Unidade Tema: Introdução às Práticas Pedagógicas I

Prezado estudante, seja bem-vindo à introdução às práticas pedagógicas. O processo de ensino-


aprendizagem engloba vários aspectos relacionados directamente com a sala de aula, mas
também aspectos ligados a boa promoção do ensino nas escolas. Portanto, está convidado para
uma discussão activa sobre o tema proposto nesta unidade, sendo necessário usar todo
conhecimento que dispõe sobre a matéria.

Os objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Definir o conceito de práticas pedagógicas;

 Explicar as diferentes práticas pedagógicas;

 Descrever a importância das práticas pedagógicas;

 Relacionar as práticas pedagógicas em diferentes áreas.

Falar de Práticas Pedagógicas é falar de uma orientação pedagógica assente numa visão de
educação que defendemos e/ou perfilhamos. Genericamente, as Práticas Pedagógicas
afiguram-se como um suporte de experimentação do ensino. Eles podem ser apresentados por
diversos meios de ensino como

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Meios de Orientações
ensino construtivistas

Orientações
transmissionalismo/
transformadoras de
aplicassionismo
ensino

Orientações de
imitação artesanal

práticas pedagdica
é definida como:
a componente real da suprevisão pedagógica
em que decorre o ensino acompahado com
vista a elevar o grau da qualidade da
aprendizagem do aluno

Como afirma Veiga (1992, p. 16) a prática pedagógica é “... uma prática social orientada por
objetivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contexto da prática social. A prática
pedagógica é uma dimensão da prática social ...”. É sabido que a prática social está imbuída de
contradições e de características socioculturais predominantes na sociedade. Neste contexto,
desenvolver o exercício da participação é um desafio para os próprios professores e
pesquisadores envolvidos no projeto. A ouvir, propor, contrair e complementar. Neste
contexto, a informação e o desenvolvimento de conhecimentos científicos são factores
impulsionadores da participação nas actividades escolares no campo da pratica pedagógica na
escola.

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Para Carr (1996), “uma aula só se torna prática pedagógica quando ela se organiza em torno:
de intencionalidades, de práticas que dão sentido ás intencionalidade; de reflexão continua para
avaliar se a intencionalidade está atingindo todos; de acertos contínuos de rota e de meios para
se atingir os fins propostos pelas intencionalidades.” (p.102.). Configura – se sempre com uma
acção consciente e participativa.

Os princípios que organizam as práticas pedagógicas são:

a) As práticas pedagógicas organizam – se em torno de intencionalidade previamente


estabelecidas e tais intencionalidades serão perseguidas ao longo do processo didáctico,
de formas e meios variados.

Na praxis, a intencionalidade rege os processos. Para a filosofia marxista, a praxis é entendida


como a relação dialética entre homem e natureza, na qual o homem, ao transformar a natureza
como seu trabalho, transforma a si mesmo. Marx (1994) “afirma, na oitava tese sobre
Feuerbach: que toda visa social é essencial prática” (p.110).

b). As práticas pedagógicas caminham por entre resistências e desistências, em uma perspectiva
dialética, pulsional, totalizante.

Quando professor chega a um momento de produzir um ensino em sala de aula, muitas


circunstâncias estão presentes: desejos; formação, conhecimento do conteúdo, conhecimento
das técnicas didácticas, ambiente intencional, práticas de gestão, clima e perspectiva da equipe
pedagógica, organizacional espaço – temporal das actividades, infraestrutura, equipamentos,
quantidade de alunos, organização e interesse dos alunos, conhecimentos prévios, vivencias,
experiências anteriores, enfim, muitas variáveis.

c). As práticas pedagógicas trabalham com e na historicidade, implicam tomadas de decisões,


de posições e se transformam pelas contradições.

Porque assim se fazem? Porque tais práticas não podem ser congeladas, retificadas e realizarem
– se linearmente? Não podem porque são praticas que se exercem na interação de sujeitos, de
praticas e de intencionalidades. Á medida que o professor desconsiderar as especificidades soa
processos pedagógicos e tratar a educação como produto e resultados, numa concepção ingénua
da realidade, o pedagógico teima em não se instalar, porque, nesses processos em que se
pasteurizam a vida e a existência, não há espaço para o imprevisível, para o emergente, para as
inferências culturais, para o novo.

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As práticas pedagógicas estruturam – se em mecanismos paralelos e divergentes de rupturas e


conservação. Á medida que directrizes de politicas publicas consideram as práticas
pedagógicas como mero exercício reprodutor de fazeres e acções externas aos sujeitos, essas
se perdem e muitos se perguntam por que não conseguimos mudar a prática? A pratica não se
muda por decretos ou por imposições. A pratica pode mudar se houver o envolvimento critico
e reflexivo dos sujeitos da pratica (Franco, 2006).

NB: Neste caso particular da formação de professores, a Prática Pedagógica é assumida como
um instrumento com o qual os futuros professores apreendem, na prática, a ensinar e ajudados
pelos supervisores e/ou tutores a experimentar a função docente.

Importância das práticas pedagógica

Dessa forma, percebe-se a importância da prática para desenvolvimento dos saberes


experienciais de quem ensina, o professor, pois é na prática que o este aprende a avaliar de
forma justa, planejar de maneira organizada e de forma que contemple a aprendizagem dos
seus alunos, pois estes são um público muito diverso, como citado na referência acima, uns
aprendem mais rápido, outros nem tanto,, portanto, o professor precisa da experiência para
contemplar a todos.

Tardif (2014) reitera, ressaltando que o professor, diferentemente dos técnicos e cientistas não
trabalha somente a partir de modelos ou problemas abstratos, segundo o autor, o docente

No exercício cotidiano de sua função, os condicionantes aparecem relacionados a


situações concretas que não são passíveis de definições acabadas e que exigem
improvisação e habilidade pessoal, bem como a capacidade de enfrentar situações
mais ou menos transitórias e variáveis. Ora, lidar com condicionantes e situações é
formador: somente isso permite ao docente desenvolver os habitus (isto é, certas
disposições adquiridas na e pela prática real), que lhe permitirão justamente
enfrentar os condicionantes e imponderáveis da profissão (TARDIF, 2014, p. 49).

É possível afirmar, que o que tem possibilitado o transporte para além da sala de aula é a
diversidade cultural dos educandos, manifesta na aula, quando a característica dialógica
predomina nas relações sociais; a valorização da trajetória de vida dos educandos; a existência
de projetos escolares, com diferentes títulos – alguns sugeridos pelas secretarias de educação,
outros elaborados no próprio contexto escolar, conforme as necessidades locais e por fim, cabe
destacar a disposição dos professores para o enfrentamento de novos processos educativos, nos

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quais a incerteza pode ter lugar especial, juntamente com a valorização dos conteúdos e dos
saberes que os alunos trazem da sua pratica social.

Unidade N0 02-A0014 Tema: Práticas Pedagógicas – Ensino à distância

Introdução

O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para o estabelecimento de novas e


outras relações entre educador conhecimento- educando.

Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar as práticas pedagógicas no ensino à distância;

 Relacionar as práticas pedagógicas em diferentes áreas;

 Compreender a importância das práticas pedagógicas no ensino à distância.

O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para o estabelecimento de novas e


outras relações entre educador educando-conhecimento, bem como para a socialização do
conhecimento científico criado e trabalhado pela metodista. Cada vez mais, as diferentes
mídias, especialmente as com maior capacidade de promover interacção entre seus usuários,
alimentam as formas de aprender e ensinar, assim como também mudam os modos de organizar
o conteúdo gerador das relações dialógicas.

Ainda que as tecnologias de informação e comunicação propiciem condições novas de diálogo


entre educandos e educadores, o princípio ético que inspira a prática educativa deve
permanecer o mesmo, porquanto os objectivos da educação não mudam. Altera-se apenas o
suporte que garante a relação. Por essa razão, os fundamentos aqui expressos sobre o ensino à
distância na metodista estão enraizados no projecto pedagógico institucional de cada país. A
discussão sobre essa modalidade de ensino-aprendizagem avança e, actualmente, as atenções
se dirigem para a identificação das melhores estratégias pedagógicas dentro desse novo cenário
e qual o conjunto de meios de comunicação e informação pode favorecer a melhoria da
qualidade dos processos educativos.

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As escolhas variam conforme o perfil discente e do conteúdo a ser trabalhado. Nessa selecção,
meios milenares como o papel impresso e tecnologias devem ser martirizados. Deve-se, porém,
reconhecer as especificidades do ensino à distância. A discussão sobre essa modalidade de
ensino-aprendizagem avança e, actualmente, as atenções se dirigem para a identificação das
melhores estratégias pedagógicas dentro desse novo cenário e detectar qual o conjunto de meios
de comunicação e informação que pode favorecer a melhoria da qualidade dos processos
educativos. As escolhas variam conforme o perfil discente e do conteúdo a ser trabalhado.

NB: O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para o estabelecimento de


novas e outras relações entre educador educando-conhecimento, bem como para a socialização
do conhecimento científico criado e trabalhado pela metodista. Ainda que as tecnologias de
informação e comunicação propiciem condições novas de diálogo entre educandos e
educadores, o princípio ético que inspira a prática educativa deve permanecer o mesmo,
porquanto os objectivos da educação não mudam.

Unidade N0 03-A0014 Tema: A função docente e discente no ensino à


distância

Introdução

A prática didático-pedagógica do ensino à distância, com o apoio das mídias tradicionais e das
mais avançadas tecnologias de comunicação e informação, exige uma concepção específica da
prática docente assim como estratégias diferenciadas para o desenvolvimento das relações de
ensino-aprendizagem.

Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Analisar a relação professor-aluno no ensino à distância;

 Identificar o papel do professor e o do aluno no processo de aprendizagem do ensino à


distância.

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 Explicar as diferenças entre o ensino à distância e o ensino presencial.

A prática didático-pedagógica do ensino à distância, com o apoio das mídias tradicionais e das
mais avançadas tecnologias de comunicação e informação, exige uma concepção específica da
prática docente assim como estratégias diferenciadas para o desenvolvimento das relações de
ensino-aprendizagem. para oportunidade necessária para profissionais que desejem se
aprimorar e que já estejam no mercado de trabalho.

A flexibilidade ofercida pelo ensino á distância

Oportunidade necessaria para os


A promoção da educação continuada profissionais que desejam se aprimorar e
que ja estejam no mercado de trabalho

NB: O ensino à distância impõe novas formas de estar e ser na educação através da
autonomização e responsabilização no ensino/aprendizagem reforçam o desenvolvimento de
competências e capacidades em momentos e tempos díspares capitalizando-se, assim, os
saberes construídos de uma forma autodirigida dos estudantes.

Unidade N0 04-A0014 Tema: Escola – uma organização complexa

Introdução

A escola não pode ser compreendida unicamente como uma infra-estrutura física ou um
edifício. Sendo uma organização social e complexa, ela é uma entidade de formação onde
vários actores interagem buscando novas respostas às preocupações sociais da vida humana.

(Libâneo, 2003) defende que “um meio indispensável de elevação do nível cultural, de
formação para a cidadania e de desenvolvimento de conhecimentos e capacidades para
enfrentamento das condições adversas de vida.” (p. 20).

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Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar a função da escola enquanto organização social.

 Descrever a estrutura organizacional da escola.

 Identificar os actores da escola na organização escolar.

A escola desempenha um papel social na vida das comunidades. Muitas vezes este papel é
atribuído ao Estado, como entidade macro da organização social, para este gerir as necessidades
educativas dos cidadãos. Libâneo, na sua exposição sobre a gestão da escola escreve: “duas
maneiras de ver a gestão centrada na escola.

O ideario neoliberal Na perpectiva sócio - crítica


Libanêo(2003)
• Coloca a escola como centro das • "Valoriza as acções concretas dos
politicas que significa liberar boa profissionais na escola, decorente
parte das práticas pedagigicasI. de sua iniciativa, de seus
• Responsabilidades o estado, interesses, de suas interacções
dentro da lógica do mercado, (autonomia e participação) em
dexando as comunidades e ás função do interesse pùblico dos
escolas a iniciativa de planificação, serviços educacionais
organizar e avaliar os serviços prestados."(P.20).
educacionais.

A estrutura organizacional da escola

A estrutura pode ser definida como o modelo estabelecido das relações entre os componentes ou as
partes de uma organização.

Existem diferentes tipos de estruturas organizacionais que correspondem igualmente a diferentes


instituições com vista a facilitar a coordenação das actividades a elas inerentes. Exemplo de
estrutura organizacional de uma escola

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Unidade N0 05-A0014 Tema: Tipos de Instituições educacionais

Introdução

O conceito de educação veicula concepções diversas nas culturas das comunidades humanas.
Cada povo tem um tipo de educação que lhe é específico.

Na presente unidade, apresentam-se as instituições de cuja concepção de educação observa


diferenças com a escola como instituição de educação formal e pretende-se que no final da
unidade o estudante deve apresentar os seguintes:

Objectivos

 Problematizar os conceitos de educação, formação e instrução identificando as finalidades de


cada um.

 Caracterizar as instituições educacionais

 Diferenciar as instituições de educação escolar e as de educação extra-escola

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• Umas venculam processos de


aducaçã social, outras viculam o
Instituições ensino como uma forç
transformadora das culturas e do
desenvolvimento sócio -
económico, cultural e politico.

• Marque, (1999) " o produto de uma


Educação intencionalidade educativa devidamente
antencipada e preparada pelo professor"
(p.23).

•De nota processos de ensino que

Formação e culminam em reproduções literais da


aprendizagem mesmo em prática
pedagógica contextos diferentes,

a instrução correspondendo a uma resposta


externa á pessoa sujeita do processo.

Unidade N0 06-A0014 Tema: O ambiente físico da escola

Introdução

Na unidade anterior discutimos sobre tipos de instituições educacionais que concorrem para a
formação. Reitera-se o facto de a escola ser uma organização legítima do processo de ensino e
aprendizagem, o garante da produção e preservação da cultura em vários tecidos sociais
favorecendo o desenvolvimento da espécie humanal.

Sendo um espaço de eleição para o processo de ensino e aprendizagem importa analisar, na


presente unidade, as suas características físicas facilitadoras de um ambiente propício para o
trabalho profissional docente e discente de seus actores.

Ao completar esta unidade, o estudante deve alcançar os seguintes:

Objectivos

 Descrever os elementos do espaço físico da escola;

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 Relacionar a organização do espaço físico com o processo de ensino/aprendizagem;

 Mencionar aspectos do ambiente escolar facilitadores da educação inclusiva.

O Ambiente físico da Escolar

O espaço físico da escola denota a ideia em volta das condições materiais que um certo
estabelecimento de ensino pode (ou podia) reunir para a realização adequada do trabalho
docente e discente.

Unidade N0 07-A0014 Tema: O Sistema Nacional de Educação

Introdução

O Sistema Nacional de Educação, desde 1983 aos nossos dias, conheceu muitas fases de seu
desenvolvimento. Compreender os seus objectivos, princípios e níveis é a principal tarefa desta
unidade. Faremos um pequeno historial do SNE como forma de elucidar seus principais
momentos na vida escolar moçambicana.

Ao completar esta unidade, você será capaz de alcançar os seguintes:

Objectivos

 Conhecer os objectivos, papéis e níveis de acção do Sistema Nacional de Educação;

 Compreender as causas que estão na origem das mudanças do Sistema Nacional de Educação.

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Ojectivos do SNE
A expanção do acesso á educação

A Melhoria da qualidade de educação

o esforço da capacidade instituicional, financeira e politica com


vista a assegurar a sustentabilidade do sistema.

Unidade N0 08-A0014 Tema: Os Subsistemas da educação em Moçambique

Introdução

A Educação em Moçambique é constituída por vários subsistemas, cada uma das quais
correspondendo a uma organização estratégica específica para a consecução das finalidades e
objectivos também específicos.

Nesta unidade, interessa-nos descrever as especificidades para as quais tais subsistemas se


orientam constituindo-se em formações específicas.

Ao completar esta unidade, você será capaz de alcançar os seguintes:

Objectivos

 Descrever as especificidades de cada subsistema do Sistema Nacional de Educação;

 Conhecer o tipo de formação/educação que cada uma dela enfatiza.

Os subsistemas da educação em Moçambique

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Geral

Técnico

Profissional

Educação de adultos

Infantil

Superior

O Ensino Secundário Geral (ESG)

É um subsistema de ensino orientado para as qualificações específicas. Após a escolarização


obrigatória levada a cabo pelo ensino primário e pelo programa de educação de adultos, os
candidatos a esse subsistema procuram qualificações profissionais para, por um lado entrarem
no mercado de trabalho e, por outro lado, prosseguirem com os seus estudos ao nível de ensino
superior.

O Ensino Técnico-Profissional

O subsistema de ensino técnico-profissional baseia-se na contribuição “para a criação de uma


força de trabalho qualificada, essencial para reforçar o crescimento económico e tirar os
cidadãos e as comunidades da situação de pobreza.” (PEEC, 2008: 47).

O Ensino Superior

Este subsistema de ensino constitui o reforço do “sistema de educação através de um conjunto


de acções que vão desde a formação de professores, sobretudo do ensino médio, da capacitação
permanente dos gestores do sistema, dos apoios às ZIPs e da investigação educacional,
promovendo

a melhoria da qualidade de ensino a todos os níveis” (PEEC, 2008: 61) e outras áreas de
interesse económico, social, político etc.

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Unidade N0 09-A0014 Tema: A Organização do ensino por ciclos de


formação

Introdução

A inovação, inscrita sob estratégias da procura de melhores respostas aos problemas da


educação, trouxe mudanças estruturais no Sistema Nacional de Educação no âmbito da reforma
curricular. Nesta unidade importa falar dos ciclos de formação no Sistema Nacional de
Educação relativamente ao Ensino Geral. Ao completar esta unidade, você será capaz de
alcançar os seguintes:

Objectivos

 Identificar os objectivos e finalidades que corporizam cada ciclo de formação;

 Conhecer a estrutura curricular do Sistema Nacional de Educação;

 Explicar os fundamentos de cada ciclo de formação.

A organização do ensino por ciclos de formação

Os ciclos de formação do Sistema Nacional de Educação em Moçambique justificam a


necessidade de uma maior flexibilidade curricular dos conteúdos programáticos para o
processo de ensino/aprendizagem.

O conceito de ciclo denota o conjunto de unidades programadas para a aprendizagem dos


alunos, envolvendo na base da sua concepção habilidades e competências específicas
previamente definidas

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1º 2º

No total são observados 3 no ensino primário


e no ensino secundário são 2 ciclos

Unidade N0 10-A0014 Tema: Plano curricular – estrutura e organização

Introdução

O funcionamento das escolas depende da instauração de um currículo que abrange as


aspirações educativas dos alunos em particular e da comunidade em geral.

A presente unidade procura abordar a construção estrutural e a maneira de como o currículo é


organizado para responder a tais aspirações.

Ao completar esta unidade, você será capaz de alcançar os seguintes:

Objectivos

 Conceptualizar o currículo escolar;

 Identificar as características, componentes e a organização de um dado currículo;

 Conhecer os procedimentos da concepção de um currículo;

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Carr (1996), “ajuda – nos a compreender essa questão quando diferencia o conceito depoiesis
do conceito de práxis. Esse autor considera apoieis como uma forma de saber fazer não
reflexivo, ao contrario do conceito de praxis, que é eminentemente uma acção reflexiva” (p.
102). Assim, realça que a prática educativa não se fará inteligível, como forma depoiesis, cuja
acção será redigida por fins pré-fixados governadas por regras pré-determinadas. Para o autor,
a pratica educativa só adquirira inteligibilidade “ a medida que for redigida por critérios éticos
imanentes á mesma pratica educativa” (carr,p.102), os quais, segundo ele, má.

Unidade Nº 11- A0014 Tema: Órgãos de gestão escolar

Órgãos de gestão escolar


A gestão de uma escola depende fundamentalmente de duas componentes: a organização
administrativa e a componente humana (recursos humanos).

Componente
Organização
humana(recursos
administrativa
humano)

Segundo Chiavenato (2007) "A Administração é o veículo pelo qual as


organizações são alinhadas e conduzidas para alcançar excelência em suas ações e
operações para chegar ao êxito no alcance de resultados."(P.3).

Peter Drucker
acreditava que o trabalho do administrador é planejar, organizar, ajustar, medir e
formar pessoas. Em suma, para ele “administração é fazer as coisas direito”. Ou

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seja, ele enxergava essa área como necessária para o bom funcionamento de
qualquer empresa ou organização.

A administração escolar é a organização e aplicação das condições essenciais de que


uma instituição de ensino precisa para progredir cada vez mais em busca da excelência
educacional. Através dela é possível mobilizar alunos, pais e toda a equipe para melhorar o
processo de ensino e aprendizagem.

Relativamente à unidade escolar no sentido strictus, a administração actua em conformidade com as


orientações hierarquicamente superiores guiada por princípios, como as que a seguir se apresentam:

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Amplitude de
Coordenação; Elasticidade.
Controle

Liderança; Controle funcionalização

Objectivo
Experimentação
Comum

Normalmente escolas são organizadas, do ponto de vista de gestão, da maneira como abaixo se
apresenta:

A Direcção da escola:
a) Director
b) Director – Adjunto
c) Sector Administrativo
Conselho Pedagógico-Administrativo

Director Pedagógico:

a) Coordenador de Turno (manhã, tarde e noite)


b) Pedagógico (manhã, tarde e noite)
c) Serviços de apoio pedagógico (Biblioteca, Laboratório, Informática, Desporto,
actividades culturais etc.)
Sector Administrativo (Secretaria, Rec.Humanos, Limpeza, Mecanografi,
Segurança etc.)

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Unidade N0 12-A0013 Tema: Planificação


do sistema educacional

A escola como uma organização complexa e gerida por seres humanos dotados de
pensamentos diversos precisa, de facto, de uma planificação que preveja todos os
pormenores organizacionais. Desta forma, há que observar alguns princípios básicos
e fundamentais para tal.
Oliveira (1987, cit. por Martins, 1999: 57) escrutina princípios gerais de uma
planificação, de que a educação não deve estar alheia:

a) O princípio da contribuição aos objectivos, e neste aspecto o plano deve sempre


visar aos objectivos máximos da organização. No processo de plano devem-se
hierarquizar os objectivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade,
tendo em vista a interligação entre eles.
b) O princípio da precedência do plano, correspondendo a uma função administrativa
que vem antes das outras (organização, direcção e controlo. Na realidade é difícil
separar e sequenciar as funções administrativas, mas pode-se considerar que, de
maneira geral, o plano do que e como vai ser feito. Aparece na ponta do processo.
Como consequência, o plano assume uma situação de maior importância no processo
administrativo.

c) O princípio de maior penetração e abrangência, pois o panejamento pode provocar


uma série de modificações nas características e actividades da organização.
d) O princípio de maior eficiência, eficácia e efectividade. O plano deve procurar
maximizar os resultados e minimizar as deficiências.

NB: A perseguição desses princípios é feita com base numa participação, coordenação e revisão
cíclica pelos membros da Sistema escolar (ao nível macro) na sua elaboração.

A planificação educacional obedece requisitos internacionalmente acordados pela


Unesco (Washington, 1958) que se apresentam abaixo:

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Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa,


cultural, social e económica do país;
Apreciação objectiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e
longo prazo;
Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a
fim de assegurar a eficácia das soluções propostas;
Previsão dos factores mais significativos que intervêm no desenvolvimento,
continuidade que assegure a acção sistemática para alcançar os fins
propostos;
Coordenação dos serviços da educação e destes com os demais serviços do
Estado, em todos os níveis da administração pública;
Avaliação periódica dos planos e adaptação constante dos mesmos às novas
necessidades e circunstâncias;
Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou
imprevisíveis;
Trabalho de equipa que garanta uma soma de esforços eficazes e
coordenados
Formulações e apresentação do plano como iniciativa e esforços nacionais, e
não como esforço de determinadas pessoas, grupos ou sectores.
Na planificação educacional intervêm variáveis de natureza diversa que também é
preciso ter em conta. Por exemplo, a própria educação tem uma forte influência sobre
a vida das pessoas nas comunidades, o que faz com que a variável social se afigure
como importante.

Na variável social o sistema educativo deve estar atento as desigualdades sociais


existentes, em que uma classe social é tida como superior a outra, de tal modo que,
ao querer manter o status quo (detentora do poder) optará por uma educação
conservadora em prejuízo de outra classe, que é sempre submissa.

É a planificação educacional que deve antever até que ponto a previsão da acção
educativa é reflexiva e crítica às contradições sociais existentes na sociedade e
facilitadoras de uma educação libertadora e democrática.

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A variável política

“Embora a educação pública seja uma acção política, é preciso que os educadores
sejam capazes de conquistar o espaço que lhes compete no planejamento da mesma,
fazendo-o a partir da realidade concreta, questionando as políticas educacionais e
reivindicando as condições necessárias para implementá-la.” (Martins, 1999: 71)

Variável Filosófica
O centro do debate sobre esta variável reside na questão da qualidade do ensino: ao
longo dos tempos a qualidade foi sendo localizada ora no ensino centrado no
professor, ora no centrado no aluno sem, contudo, se descobrir o verdadeiro
problema, ou seja, o que significa um ensino de qualidade!

A planificação educacional envolve princípios e pressupostos científicos de que os


gestores se servem para uma organização e estruturação integrada do sistema
escolar. Também toma em conta as variáveis sociais, culturais, política etc. para
permitir um levantamento real, justo e adequado das necessidades da educação
atendendo todas as classes sociais.

É inconcebível falar da planificação educacional prescindindo a questão da


investigação, recurso facilitador no processo de levantamento das necessidades
educacionais.

:
Unidade Nº 13 - Tema A planificação do currículo escolar

Na elaboração do currículo escolar a direcção da escola e os professores são os


principais dinamizadores, na medida em que são eles que planificam todas as
actividades a serem realizadas, observando as seguintes etapas:
 Recolha de dados na comunidade;
 Sistematização da informação;
 Articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino;
 Planificação analítica (dosificação);
 Plano de lição e abordagem de conteúdos na sala de aula

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Recolha de dados na comunidade


Esta primeira fase da planificação do currículo escolar corresponde à
auscultação da comunidade e compreende a identificação dos diferentes
membros da comunidade que serão entrevistadas ou consultadas: pais e
encarregados de educação, alunos, profissionais de sectores diversos (saúde,
Agricultura, Pesca, Minas, Energia, professores, MICOA etc.).

Sistematização da informação

A informação é sistematizada observando a relevância da mesma. Quando se


fala da relevância da informação pretende-se enfatizar a ligação que esta
informação pode estabelecer com a sociedade, a economia, o fortalecimento
da unidade nacional, a promoção de auto-emprego e o desenvolvimento de
competências básicas para a vida.

Unidade Nº 14-Tema: A administração escolar

Conceito e delimitação
Administração Escolar (A.E.) é o estudo da organização e do funcionamento de uma escola ou de um
sistema escolar, de acordo
com uma finalidade, de modo a satisfazer as exigências da Política de Educação e aos requisitos da
moderna Pedagogia.
Elementos da administração escolar:

1º Plano – É o estudo que se faz sobre o problema a resolver. Primeiro deve-se ter
em vista o objectivo; conhecer o meio
onde se vai trabalhar; fazer levantamento dos dados elucidativos, estudá-los, separá-
los, compará-los, examiná-los enfim, de todos
os modos, para que fique bem conhecido e possa ser indicada uma solução. De
acordo com esses dados, elaboram-se os primeiros planos ou anteprojectos, que
serão discutidos, estudados em todos seus aspectos, modificados se necessário, até
se encontrar o
plano definitivo.
2º Organização – É a parte de estruturação, como em qualquer empresa.
Estruturação de órgãos administrativos necessários ao
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serviço, localizando-os de acordo com o sector; provimento dos cargos com pessoal
competente; compra de material didáctico,
material de consumo, mobiliário etc. regulamentação das atribuições da cada um,
obedecendo ao princípio de ordem (cada um em sua função) e estabelecendo as
inter-relações, bem como definição de responsabilidades; elaboração de um
regimento interno. A
Administração deve seleccionar o pessoal, segundo um critério de investidura,
remoção, aposentação, remuneração, concursos, etc.
3º Assistência à execução – É o Comando. Foi adoptada essa
denominação porque o Director não deve ser apenas um indivíduo
que dá ordens. Ele deve dar toda a assistência a seus auxiliares, para
que possam executar bem suas tarefas. Para isso, deverá fazer
a verificação prévia das condições em que tudo se acha, antes do início
dos trabalhos, evitando que qualquer falha possa prejudicá-los.

4º Avaliação de resultados – A A.E. precisa conhecer se o plano está ou não dando


resultado e essa avaliação não se mede em
dinheiro, como nas empresas comerciais, mas por medidas quantitativas e
qualitativas. As mediadas quantitativas referem-se aos
dados de matrícula, frequência, tempo gasto, aproveitamento escolar, despesas
feitas. As qualitativas são avaliadas pela apreciação
do grau de maior ou menor prestígio de que goza a escola, pela integração da mesma
no meio social, se satisfaz ou não as suas necessidades, como é geralmente aceite
o seu objectivo, como se executam as suas tarefas. No aproveitamento escolar,
começa-se a
adoptar a avaliação por “conceitos”, também medidas qualitativas.

5º Relatório – Será feito no fim de cada ano, com a apresentação de resultados, ao


mesmo tempo que fará uma análise crítica dos
factos, indicando onde e por que falharam as previsões, terminando com sugestões
que possam ser as mais indicadas no
saneamento das falhas porventura existentes.
Administração escolar e Leis:
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Embora matéria de Direito, precisamos conhecer um pouco a hierarquia das Leis, pois
muitas vezes surgem casos que a A.E.
precisa resolver e nem todas as leis têm a mesma autoridade.
A Lei fundamental de uma Nação é a Constituição. Ela define sua organização
política, estabelece os direitos do homem e do
cidadão, determina o que é da competência do Estado. Quando há competências
para o Estado e havendo Municípios legislando
sobre o mesmo assunto, a lei que prevalece é a do Estado. Esta prevalece sobre a
municipal, de tal modo que, Municípios, em suas
leis, não podem inserir dispositivos que contrariem uma lei do Estado.

Unidade Nº 15 -Tema: Tipos e conceitos da administração escolar

Tipos e conceito de administração escolar


- José Querino Ribeiro: A.E. é complexo de processos cientificamente determinados
que, atendendo a certa Filosofia e a certa Política da Educação, desenvolvem-se
antes, durante e depois das actividades escolares para garantir unidade e economia.
- António da Silva Ferreira: A.E. é o estudo cientifico dos processos que se
desenvolvem antes, durante e depois das actividades escolares, e que sejam mais
aptos para garantir a consecução dos objectivos educacionais da Escola, com
unidade e economia.

Tipos de Administração Escolar


A partir da concepção de educação, temos o tipo de
administração escolar:
– Humanista tradicional,
– Humanista moderna ou
– Humanista progressista.
Unidade Nº 16- Tema: Tarefa actual da administração escolar

A principal preocupação da A.E., hoje em dia, é educar para a vida. - Dewey escreveu
que “a educação não é tanto a

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preparação para a vida senão a própria vida; na escola, a criança deve viver e não
estudar a vida”. Para isso, precisamos deixar de lado a instrução verbalista, livresca,
que exige decoração e conserva o aluno como uma estátua na carteira, sem
liberdade para falar ou perguntar o que interessa. Hoje, fala-se mais em educar em
vez de instruir somente.

Unidade Nº 17-Tema: A administração de espaços físicos da escola

Espaços Específicos da Escola


De acordo com a listagem referida no número anterior, para cada espaço específico
são definidas nos pontos seguintes as exigências funcionais, construtivas, de
interligação com outros espaços e de localização no conjunto escolar:
1. Sala de Aula na Escola: É o espaço de ensino onde têm lugar as diversas
actividades diárias. É aconselhável agrupar as salas de aula em núcleos de
ensino constituídos por 2 ou 3 salas de aula com alguns espaços de uso
comum, tais como o de educação plástica, uma instalação sanitária e
arrecadação de material didáctico:

a) Actividades predominantes
b) Dimensões
c) Localização
d) Exigências construtivas
e) Equipamento fixo:
f) Espaços anexos

2. Educação Plástica na Escola:


É um espaço oficina para actividades que produzem sujidade.
a) Actividades predominantes:

b) Dimensões: área útil: 7 m2 (mínimo) por sala de aula e pé-direito: 2,70 m;

c) Localização: em cada núcleo de ensino, podendo servir a 2 ou 3 salas de aula,


ou como recanto da própria sala, quando nela integrado;

d) Exigências construtivas:
e) Fenestração: área envidraçada equivalente a 15 a 25% da área do pavimento,
conforme a zona climática, com orientação preferencial a Norte/ Nascente;
caixilharia basculante, alta;

f) Revestimentos: pavimento lavável, resistente ao impacto e à corrosão;


paredes não aboservaveis; lambril lavável até 2,00 m de altura; tecto poroso;

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g) Instalações técnicas: instalação eléctrica para iluminação artificial e tomadas


para fins diversos.
h) Equipamento fixo: bancada à altura de 0,75 m, com ponto de água e esgoto;
expositor; régua de cabides.

3. Biblioteca na Escola: É um espaço de trabalho e de lazer, para alunos e para


professores, em condições de tranquilidade e silêncio. Em escolas de grande
capacidade a biblioteca pode ser composta por zonas diferenciadas: acolhimento,
leitura informal e jogos, biblioteca, meios audiovisuais e informáticos e arquivo:
a) Actividades predominantes: leitura, estudo, consulta, investigação individual ou em
grupo; utilização de equipamento audiovisual; projecções; reuniões, exposições;
jogos de mesa, etc;

Referências Bibliográficas

 CARR, Wilfred. Una teoria para la educación: hacia una investigación educativa
crítica. Madrid: Morata, 1996.
 FRANCO, Maria Amélia Santoro. Entre a lógica da formação e a lógica das práticas: a
mediação dos saberes pedagógicos. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 29., 2006,
Caxambu, Anais... Caxambu: Anped, 2006. Sessão especial. 1 CD Rom.
 GOLIAS, Manuel. Educação Básica: Temáticas e conceitos, Maputo, 1999.
 INDE/MINED. Plano Curricular do Ensino Básico: Objectivos, estrutura, Planos de Estudos e
Estratégias de Implementação. Maputo, 2008.
 PRATI, Laissa; COUTO, Maria; MOURA, Andeina; Poletto, Michele & Koller, Silvia. (2007).
Revisando a inserção ecológica: Uma proposta de sistematização. Psicologia reflexão e crítica, 21(1),
160-169.

 MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã: teses sobre Feuerbach. São
Paulo: Moraes, 1994.

Tutor: Msc: Aissa Firoza Madeira

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