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Desenho Técnico Aplicado

Prof.ª Arqta. Mônica Silva

Cuiabá - MT
2013

Nome da Aula 1 e-Tec Brasil


Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica

© Este caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Pará - PA, para a Rede e-Tec
Brasil, do Ministério da Educação em parceria com a Universidade Federal do Mato
Grosso.

Equipe de Revisão Instituto Federal do Pará - PA

Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT Coordenador institucional


Coordenação Institucional Erick Alexandre de Oliveira Fontes
Carlos Rinaldi
Equipe de Elaboração
Coordenação de Produção de Material
Didático Impresso Coordenador de Curso
Pedro Roberto Piloni Antonio Roberto Oliveira

Designer Educacional Equipe Técnica


Edirles Mattje Backes Carlos Lemos Barboza

Designer Master Darlindo Veloso


Marta Magnusson Solyszko Gisely Regina Lima Rebelo

Ilustração Wuyllen Soares Pinheiro


Marcelo Cesar

Diagramação
Cláudia dos Santos Pereira

Revisão de Língua Portuguesa


Livia de Sousa Lima Pulchério Monteiro

Projeto Gráfico
Rede e-Tec Brasil / UFMT
Apresentação Rede e-Tec Brasil

Prezado(a) estudante,

Bem-vindo(a) à Rede e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das ações do
Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec, instituído
pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar
a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira
propiciando caminho de acesso mais rápido ao emprego.

É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria
de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e as instâncias promotoras de ensino técnico
como os institutos federais, as secretarias de educação dos estados, as universidades, as es-
colas e colégios tecnológicos e o Sistema S.

A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade re-


gional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação
de qualidade e ao promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões
distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.

A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando os
estudantes a concluir o ensino médio e a realizar uma formação e atualização contínuas. Os
cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao estudan-
te é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.

Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada – in-
tegradora do ensino médio e da educação técnica - capaz de promover o cidadão com ca-
pacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da
realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!


Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Setembro de 2013
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br

3 Rede e-Tec Brasil


Indicação de Ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de lin-


guagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto


ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão uti-


lizada no texto.

Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, filmes,


músicas, sites, programas de TV.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes


níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e con-
ferir o seu domínio do tema estudado.

Reflita: momento de uma pausa na leitura para refletir/escrever so-


brepontos importantes e/ou questionamentos.

5 Rede
e-Tec
e-Tec
Brasil
Brasil
Palavra da Professora-autora

Caro(a) estudante

Seja bem-vindo(a) a esta nova etapa de estudos!

Parabéns por fazer parte dos que buscam adquirir conhecimento por meio
desta forma diferenciada de aprendizagem a distância que nos permite con-
tato permanente através dos canais de comunicação que a tecnologia nos
proporciona.

Nessa disciplina, auxiliarei seu crescimento pessoal e profissional através das


ferramentas que o desenho técnico utiliza para permitir que você consiga
distinguir formas simples e complexas de objetos, apurar sua noção quanto
à dimensão de espaços físicos e visão perspectiva de objetos. Conhecer estes
elementos auxiliará em tarefas de seu cotidiano, como, por exemplo, medir
ambientes, criar objetos ou representar no papel objetos de sua concepção.

Você notará no decorrer das aulas que os assuntos abordados na disciplina


Desenho Técnico estarão conjugados aos conteúdos das outras disciplinas
do seu curso, garantindo-lhe uma formação completa e articulada.

Bons estudos e sucesso!

Email: profa.monnica@hotmail.com

7 Rede e-Tec Brasil


Apresentação da Disciplina

Caro(a) estudante,

A disciplina Desenho Técnico Aplicado visa proporcionar a você, caro(a)


estudante, o domínio das técnicas de representação gráfica do desenho
técnico em duas dimensões como também o desenvolvimento de figuras
em três dimensões, estas últimas obtidas através dos conhecimentos da
perspectiva isométrica. Para tanto, no transcorrer da disciplina, você to-
mará conhecimento de diversas técnicas de produção de desenho que
irão norteá-lo de maneira clara e objetiva, possibilitando-lhe descrever no
papel objetos que fazem parte do seu dia a dia com precisão e técnica.

Esta disciplina está dividida basicamente em dois momentos: o desenho ge-


omético e o desenho projetivo. Assim, este estudo se inicia pela geometria
básica, quando você relembrará os conceitos de ponto, linha, reta e plano,
essenciais à confecção de linhas de desenho. Aprenderá o manuseio do
material e a construir linhas paralelas e perpendiculares, ângulos e circun-
ferências, utilizando o material de desenho técnico. Ao final deste tópico
será percepitível sua habilidade e técnica no traçado de linhas e figuras.

No segundo momento, dedicado ao desenho projetivo, será necessário o


conhecimento da normatização aplicada ao desenho técnico, de modo que
você aprenda como se representam graficamente desenhos voltados para a
apresentação técnica. Conhecerá os tipos de linhas utilizadas para represen-
tar os objetos, a letra específica conhecida como “caligrafia técnica” usada
nos desenhos e poderá aprender a representar no papel objetos em três di-
mensões, o que também é conhecido como representação em perspectiva.

O estudo das técnicas de desenho o ajudará a desenvolver habilida-


des manuais, a ter destreza na escrita e no desenho e a aprimorar sua
noção de dimensão espacial, condições indispensáveis ao desempe-
nho de certas tarefas do cotidiano e essenciais a sua vida profissional.

9 Rede e-Tec Brasil


Sumário
Aula 1 - Introdução ao desenho técnico e geométrico 13
1.1 Apresentação e manuseio dos instrumentos de desenho 13

Aula 2 - Conhecimentos de desenho geométrico. 27


2.1 O ponto, a linha, o plano e a reta 27
2.2 Construção de perpendiculares e paralelas 33
2.3 Divisão de segmentos em partes iguais 38

Aula 3 - Circunferência e ângulo 43


3.1 Circunferência 43
3.2 Ângulo 44
3.3 Triângulos e quadriláteros 48

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 55


4.1 Normas para o desenho técnico, formatos de papel série
“A”, legenda ou selo e dobramento de pranchas de desenho
55
4.2 Tipos e significação dos traços na representação gráfica e
caligrafia técnica 64

Aula 5 - Escala no desenho técnico e aplicação de cotagem ou


dimensionamento e concordância 71
5.1 A Escala no desenho técnico 71
5.2 Cotagem ou dimensionamento 75
5.3 Concordância 77

Aula 6 - Desenho de sólidos geométricos, projeção ortogonal e


seccionamento de sólidos 83
6.1 Perspectiva isométrica 83
6.2 Projeção ortogonal e vistas ortográficas 87
6.3 Seccionamento de sólidos geométricos 90
Palavras Finais 94
Guia de Soluções 95
Referências 106
Obras Consultadas 107
Bibliografia Básica 108
Currículo da Professora-autora 109

11 Rede e-Tec Brasil


Aula 1 - Introdução ao desenho técnico e
geométrico

Objetivos:

• identificar os instrumentos de desenho; e

• manusear corretamente os principais instrumentos ou materiais de


desenho.

Caro(a) estudante!

O estudo deste conteúdo é extremamente importante para sua formação


profissional. Leia com bastante atenção, relacione os temas vistos ao contex-
to, observe os detalhes das figuras e esclareça suas dúvidas sempre que estas
surgirem. É necessário seguir estes passos, para não prejudicar a continuida-
de deste processo de conhecimento.

1.1 Apresentação e manuseio dos instru-


mentos de desenho
Desenhar requer concentração, dedicação e um bom material de trabalho.
E, para que você entenda com clareza os conteúdos que serão apresentados
a seguir, é importante que observe detalhadamente as figuras, interaja com
elas, pense nelas em seu contexto de uso e procure entendê-las uma a uma,
pois “ler” estas figuras é um passo significativo para sua aprendizagem.

1.1.1 – Os instrumentos de desenho


Antes de falarmos nos instrumentos ou materiais que serão usados ao longo
deste estudo, é importante ressaltar que o ambiente de trabalho ajuda muito
no desenvolvimento do desenho. Sempre que possível, escolha um ambiente
bem iluminado e ventilado, pois, o ato de desenhar necessita de algumas
horas de dedicação, logo, um ambiente confortável proporcionará melhor
desempenho.

Aula 1. Introdução ao desenho técnico e geométrico 13 Rede e-Tec Brasil


Para iniciar o trabalho, o desenhista precisa ter uma superfície plana que
possa acomodar o papel e todos os materiais que serão utilizados. Essa su-
perfície é conhecida como “prancheta de desenho”.

A prancheta é uma espécie de mesa de formato retangular, confec-


cionada geralmente em madeira ou compensado, dotada de pa-
rafusos que permitem a inclinação do tampo, devendo ser ajusta-
da a uma posição confortável para o desenhista. Na maioria das
vezes, o tampo é revestido com plástico, proporcionando uma superfí-
cie lisa, livre dos defeitos da madeira, e, portanto, ideal para o desenho.

Figura 01 – Prancheta de Desenho


Fonte: Montenegro, (1978), com adaptações.

Para este tipo de desenho, usa-se uma régua especial chamada “Régua Te”;
sobreposta à prancheta, que tem como finalidade primordial o auxílio ao
traçado de linhas paralelas horizontais, podendo ser ajustada para o traçado
das inclinadas.

Figura 02 – Régua Tê
Fonte: Ilustrador

A régua “T” vem sendo substituída pela régua paralela por esta imprimir
maior precisão ao desenho. A régua paralela é afixada à prancheta por meio
de cordas e desliza sobre ela através de um sistema de roldanas.

Rede e-Tec Brasil 14 Desenho Técnico Aplicado


Figura 03 – Régua Paralela
Fonte: Ilustrador

Além da prancheta, precisaremos de um par de esquadros, lápis apropriado


para desenho técnico, borracha, papel, transferidor e compasso entre ou-
tros. Conheça-os a seguir.

O esquadro é utilizado preponderantemente no auxílio do traçado de linhas


verticais e inclinadas. Trata-se de um instrumento de formato triangular, con-
feccionado em material acrílico transparente e muito resistente que deve ser
adquirido em duas unidades distintas conhecidas como “par de esquadros”,
sendo que o esquadro maior tem forma de triângulo retângulo (ângulos
agudos de 30º e 60º) e o menor de triângulo isóscele (ângulos de 45º).

Confome orienta MONTENEGRO (1978, p.5), em um par de esquadros, a


hipotenusa do menor (ângulos de 45º) é igual ao maior cateto do esquadro
maior (ângulos de 30º/60º), observe essa relação na figura abaixo:

Figura 04 – Par de Esquadros


Fonte: Ilustrador

Em desenho técnico, utiliza-se o lápis comum de madeira, a diferença no


tipo de grafite. Conforme a linha a ser representada, opta-se por grafites
duras ou macias. As mais comuns são: B, HB e H.

Atualmente, os lápis vêm sendo substituídos pelas lapiseiras com ponta de


metal cujas espessuras mais procuradas são: a 0.5mm, a 0.7mm e a 0.9mm.

Aula 1. Introdução ao desenho técnico e geométrico 15 Rede e-Tec Brasil


Nelas são colocadas as grafites supracitadas. A ilustração abaixo dá uma
idéia da diferença de traço relativa à dureza de cada grafite.

Figura 05 – Dureza da grafita


Fonte: Ilustrador

Além da apresentação do desenho à grafite, temos ainda o desenho à


tinta – chamada “NANQUIM” – que utiliza papel especial conhecido como
“papel vegetal”. O desenho a nanquim é feito com canetas especialmente
preparadas para receber esse tipo de tinta. As canetas para nanquim, en-
contradas com variadas espessuras, admitem traçado de linhas finas (como
a 0.1mm) e grossas (como a 1.0mm).

O papel comumente usado para o desenho a lápis é o papel opaco (vere-


mos mais à frente que a apresentação final é feita em papéis com formato
específico, chamados formatos da série A), mas, em algumas ocasiões,
pode ser usado um papel semitransparente chamado “papel manteiga”.
Para o desenho a nanquim, usa-se papel transparente chamado “papel
vegetal”, como citado anteriormente. Na fixação do papel à prancheta,
recomenda-se o uso de fita adesiva como o durex ou a fita crepe.

A borracha utilizada no desenho técnico deve ser macia e preferencial-


mente branca. Recomendamos a borracha que possui um anel plástico
ao centro porque ele facilita o manuseio. No caso do desenho a nanquim,
usa-se uma borracha especial chamada “borracha areia” por ser confec-
cionada a base de areia.

Para fazer medidas, usa-se um tipo de régua graduada (conhecida também


como “régua-escala”), de seção triangular chamada “escalímetro”. Em
suas faces são encontradas seis escalas gráficas diferentes distribuídas em
duas por face.

Figura 06 – Escalímetro
Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 16 Desenho Técnico Aplicado


Manusearemos ainda o transferidor, importante instrumento na leitura e
construção de ângulos, e o compasso para fazer transferência de medidas
e confeccionar circunferências, arcos e similares.

Figura 07 – Transferidor de 360º e compasso metálico


Fonte: Ilustrador

Na hora de adquirir um compasso, prefira os confeccionados em metal re-


sistente. Existe no mercado um tipo de compasso confeccionado em latão
que possui pernas pouco rígidas que acabam por comprometer a qualida-
de do desenho.

Na apresentação do trabalho final ou executivo, são muito importantes a


clareza do traçado, a organização e principalmente a limpeza. Por isso é
necessário que se acrescente ao material de desenho uma flanela ou um
pedaço de tecido macio que possa garantir a assepsia da prancheta e dos
materiais de desenho, retirando as impurezas deixadas pela borracha ou
grafite.

É também recomendável o uso da “escova de desenhista”, que é uma


escova dotada de pelos macios que não danificam o desenho na hora da
limpeza.

Figura 08 – Escova de desenhista


Fonte: Ilustrador

A limpeza do trabalho influencia na avaliação do profissional pelo cliente e


pelo mercado de trabalho.

Aula 1. Introdução ao desenho técnico e geométrico 17 Rede e-Tec Brasil


1.1.2 Manuseio dos principais instrumentos ou
materiais de desenho
De posse de todo o material apresentado, podemos iniciar o processo de
desenho pela fixação do papel à prancheta seguindo algumas orientações
básicas.

1°) Coloque o papel sobre a prancheta pressionando-o com a régua para-


lela.

2°) Em seguida, prenda as pontas com a fita adesiva, iniciando pelo canto
superior direito (1) e depois o canto inferior esquerdo (2), em um esquema
diagonal – assim o papel não corre o risco de escorregar para um dos la-
dos. Depois, repita o procedimento na outra diagonal.

3°) A fita adesiva deve ser colocada formando um ângulo aproximado de


45º, o que dificulta que o papel se desprenda facilmente. Veja a ilustração
abaixo.

Figura 09 – Fixação correta do papel


Fonte: Ilustrador

Ao iniciar o desenho, é primordial que o lápis esteja bem apontado e a


ponta seja maior que a espessura da régua, pois isso facilitará o deslize
do lápis pela borda da régua. Para os primeiros traços, use grafite HB e, se
optar pela lapiseira, recomenda-se usar a 0.7mm ou a 0.5mm mantendo
a grafite HB.

Pressione a régua sobre a prancheta segurando-a com a mão de apoio


(mão esquerda para os destros), pegue no lápis com firmeza. Segundo as
orientações do professor Montenegro (1978), o lápis deve ser inclinado no
sentido do traço, facilitando a execução do mesmo.

Rede e-Tec Brasil 18 Desenho Técnico Aplicado


Você deve apoiar o lápis sobre a borda superior da régua e riscar da es-
querda para a direita., MONTENEGRO (1978) recomenda que o desenhista
deva girar o lápis ao longo do percurso, principalmente em traços compri-
dos, pois esse efeito garante um traçado uniforme.

Figura 10 – Uso correto do lápis ou lapiseira


Fonte: Ilustrador

A régua (paralela ou “T”) deve ser movimentada de cima para baixo no


traçado das linhas paralelas, pois, fazendo-se o sentido contrário, o dese-
nho tende a ficar sujo por causa do pó de grafite gerado pelo atrito com
o papel.

Figura 11 – Traçado de paralelas horizontais com auxílio da régua


Fonte: Ilustrador

Para o traçado das verticais usamos um dos esquadros com o lado do


ângulo reto apoiado sobre a face superior da régua paralela. A mão de
apoio segurará a régua e o esquadro simultaneamente, mantendo-os pres-
sionados com firmeza até o término do risco. Essa medida evitará que o
esquadro escorregue e prejudique a confecção da linha.

O traçado é feito de baixo para cima com a movimentação do esquadro


da esquerda para a direita (Oberg, 1979, p.3). Observe a demonstração
correta na figura a seguir.

Aula 1. Introdução ao desenho técnico e geométrico 19 Rede e-Tec Brasil


Figura 12 – Uso do esquadro
Fonte: Oberg (1979), com adaptações.

Preponderantemente, utilizamos o esquadro apoiado sobre a régua, mas,


você pode trabalhar apenas com o par de esquadros e, nesse caso, um
servirá de apoio ao outro. Este procedimento é muito útil no processo de
repetição de linhas inclinadas como você verá na aula 2 em construção de
paralelas.

Para trabalhar apenas com os esquadros, comece pressionando um deles


sobre a prancheta com a palma da mão de apoio e, em seguida, coloque o
outro esquadro sobre o primeiro fazendo com que ele deslize para os lados
com movimentos suaves produzidos com as pontas dos dedos (Montene-
gro, 1978, p.16). Observe atentamente na figura abaixo a ilustração deste
procedimento.

Figura 13 – Traçado de linhas com o auxílio do par de esquadros


Fonte: Ilustrador

Observe que este processo permite a produção de linhas inclinadas em


posições variadas, bastando usar as várias combinações permitidas pelos
ângulos dos esquadros.

Figura 14 – Traçado de linhas com os ângulos do par de esquadros


Fonte: Montenegro (1978)

Rede e-Tec Brasil 20 Desenho Técnico Aplicado


Não se esqueça de limpar os esquadros para evitar que o pó de grafite
comprometa a limpeza do desenho.

Figura 15 - Escalímetro
Fonte: Ilustrador

O escalímetro (conhecido também como “escala”) será usado inicialmente


como uma régua graduada comum. Você irá usar a face da escala com a
nomenclatura 1:100 (leia -se: um para cem) que, neste momento de nosso
estudo, equivalerá à escala 1:1 (leia - se: um para um), ou seja, a medida
real do objeto será igual à medida que colocaremos no desenho.

Não precisa haver preocupação com escala neste momento, pois veremos
este assunto detalhadamente na aula 5.

O escalímetro nunca deve ser usado para traçar linhas, mas apenas para
demarcar medidas. Para o traçado de linhas, use os esquadros e a régua.

Conheceremos agora o compasso, importante instrumento para o traça-


do de círculos, arcos e transferência de medidas.

Antes de usar esse instrumento, verifique se a ponta seca e a ponta de


grafite têm o mesmo tamanho, bastando unir as pernas do compasso e
ajustar a ponta de grafite. Para Montenegro (1978, p.20) e Lopes; Kane-
gae (1995, p.6), a ponta de grafite deve ser lixada até que fique em forma
de chanfro, (ver figura 16), pois isto facilita o traçado. É imprescindível que
o chanfro fique voltado para a parte externa do compasso garantindo a
uniformidade do traçado.

Figura 16 – Elementos do compasso


Fonte: Ilustrador

Aula 1. Introdução ao desenho técnico e geométrico 21 Rede e-Tec Brasil


Na produção de figuras com o compasso, deve-se sempre segurá-lo pelo
cabeçote para evitar distorções no traçado. Inicie fixando a ponta seca no
papel, girando leve e continuamente o instrumento em torno do ponto e
imprimindo ligeira inclinação ao compasso no sentido do traço para facili-
tar o manuseio.

Figura 17 – Movimento do compasso


Fonte: Ilustrador

Principalmente para a leitura de ângulos em graus, usamos o transferidor


que encontramos no mercado com leituras de 180º e 360º. A parte onde
são feitas as leituras chamamos LIMBO (podendo ler da esquerda para a
direita ou no sentido contrário dependendo do referencial).

Para o estudo do desenho técnico, prefira o transferidor de 360º pela pra-


ticidade na leitura de grandes aberturas. Veja os outros elementos de um
transferidor:

Ao eixo horizontal central do transferidor chamamos LINHA DE FÉ. Esta


linha deve coincidir com um dos lados do ângulo a ser lido. À interseção
da linha de fé com o eixo vertical central chamamos INDEX (ponto central
do transferidor).

Figura 18 – Elementos de um transferidor


Fonte: Lopes; Kanegae; Fujiko, (1995

Rede e-Tec Brasil 22 Desenho Técnico Aplicado


Na construção de ângulos, o ponto central do transferidor coincidirá com
o vértice do ângulo e a partir do zero faz-se a leitura no sentido desejado.
Veja o exemplo:

Figura 19 – Leitura de ângulos


Fonte: Lopes; Kanegae; Fujiko ( 1995), com adapatações

Para as aulas de desenho, você precisará adquirir todo o materilal visto


nesta primeira unidade. A seguir, apresentamos a lista completa com o
que iremos precisar ao longo de nossas aulas.

Lista do material:
- Régua paralela;
- Escalímetro nº 1;
- Par de esquadros transparentes não graduados de 28 cm;
- Borracha branca para desenho técnico (preferencialmente com anel
plástico);
- Lápis para desenho, sendo um com grafite H, e os outros com grafite B
e HB; ou duas lapiseiras com ponta de metal uma com espessura 0.5mm
e grafite HB e outra de 0.7mm com grafite B;
- Papel opaco no formato “A3” com margem e sem legenda
- Um rolo de fita crepe;
- Transferidor técnico de 360º;
- Compasso técnico (evitar os compassos com pernas de material plástico
ou de latão); e
- Flanela ou um pedaço de tecido macio ou escova de desenhista para a
limpeza do material.

Aula 1. Introdução ao desenho técnico e geométrico 23 Rede e-Tec Brasil


Finalizamos esta primeira aula em que você teve contato com o material
de desenho que será usado neste curso. É indispensável que você tenha
conhecimento do manuseio correto do material para obter um bom resul-
tado em suas tarefas. Na sequência, vamos recapitular os pontos principais
desta aula e desenvolver algumas atividades que servirão para verificar o
quanto você já conseguiu alcançar dos resultados anunciados nos objeti-
vos. Você terá indicações para fazer a autocorreção no Guia de Soluções.

Resumo
Nesta aula, foi estabelecido o primeiro contato com o material específico
para o trabalho com desenho técnico. A utilização do material de desenho
exige certo rigor técnico, sendo indispensável a aquisição de um material
de qualidade. Além de um bom material de desenho, o ambiente de traba-
lho é igualmente importante, pois escolher um local que ofereça conforto
(boa iluminação e ventilação) ajuda no desempenho das atividades. Você
deve atentar para o fato de que a apresentação final dos trabalhos na área
do desenho técnico, além de todo o rigor que área exige, deve exprimir
clareza de traçado, limpeza e organização para facilitar a interpretação,
principalmente em desenhos voltados para a execução ou para o fabrico.
Deste modo, prime pela boa apresentação de seu trabalho, lembrando-se
que ela será sempre a referência de sua qualificação profissional, o lhe
permitirá conquistar lugar de destaque no mercado de trabalho.

Atividades de aprendizagem
Como o desenho técnico depende de muita prática, vamos iniciar por exer-
cícios básicos para que você adquira intimidade com o material que aca-
bou de conhecer.

1) Pregue uma folha de papel A3 na prancheta. Se necessário, retorne


ao item 1.1.2 deste material e siga os passos para a colocação correta do
papel. Em seguida pegue o lápis ou lapiseira com grafite B e trace duas
linhas no sentido vertical e horizontal que se cruzem no centro do papel.
Com este procedimento, você dividirá o papel em quatro quadrantes e em
cada quadrante será desenvolvido um exercício utilizando os instrumentos
de desenho que conhecemos nesta aula.

a) No primeiro quadrante, trace linhas horizontais com a régua paralela


(use grafite HB).

b) No segundo e terceiro quadrantes, faça linhas inclinadas usando os es-

Rede e-Tec Brasil 24 Desenho Técnico Aplicado


quadros de 45º e 30º/60º respectivamente (use grafite HB).

c) No quarto quadrante de sua folha de papel, você usará o compasso para


desenhar círculos concêntricos (que possuem o mesmo centro) distantes en-
tre si 1cm (você pode medir essa distância com o escalímetro usando a esca-
la 1:100 (conforme visto no item 1.1.2 deste material).

Inicie pelo círculo maior com raio igual a 5 cm (R = 5 cm) e diminua o raio
sucessivamente até que o último seja R = 1cm.

Sua prática deve ficar parecida com a figura abaixo:

Figura 20
Fonte: Ilustrador

Coloque seu nome no canto inferior direito deste exercício, denominando-o


como EXERCÍCIO 01 e guarde-o, pois, ele pode ser útil em outra fase deste
estudo.

Nesta aula inicial, você aprendeu a usar o material de desenho com toda téc-
nica que a produção do desenho técnico exige. Deste modo, você começa a
ficar apto a trabalhar com o desenho técnico, pois o primeiro passo para um
bom resultado é manusear de forma correta o material.

Na próxima aula, você relembrará conceitos da geometria que se-


rão úteis na construção de desenhos elementares. A partir das ifor-
mações da aula 1, você terá condições de empregar adequa-
damente e manusear corretamente seu material de desenho.
Boa aprendizagem!

Aula 1. Introdução ao desenho técnico e geométrico 25 Rede e-Tec Brasil


Aula 2 - Conhecimentos de desenho
geométrico

Objetivos:

• identificar os elementos básicos da composição dos desenhos geomé-


tricos: ponto, linha, plano e reta;

• construir perpendiculares e paralelas empregando o material de dese-


nho; e

• dividir segmentos de reta em partes iguais sem o auxílio de réguas


graduadas.

Caro(a) estudante!

Para iniciarmos os traçados do desenho técnico, precisamos relembrar os


elementos básicos da geometria, já conhecidos por você no ensino elemen-
tar, quais sejam: o ponto, a linha e a reta. Tal conhecimento servirá como
base para o traçado de formas básicas do desenho visando alcançar com
destreza o rigor técnico que este tipo de representação gráfica exige.

2.1 O ponto, a linha, o plano e a reta


No estudo das formas geométricas, o “ponto é o elemento mais fundamen-
tal da construção de figuras, uma vez que não possui dimensão, podendo
ser representado pela imagem minúscula de um elemento arredondado ou
pelo cruzamento de linhas” (LOPES & KANEGAE, 1995, p.8). Costuma-se
identificar o ponto por letras maiúsculas do alfabeto latino.

Representação mais usual Representado pela interse- Representado pela interseção


do ponto. Pode ser con- ção entre duas linhas. entre dois arcos.
seguida com o contato da
ponta de um lápis ou da Nota:
caneta sobre o papel. Leia-se: “Ponto A”

Figura 21
Fonte: Ilustrador

Aula 2. Conhecimentos de desenho geométrico 27 Rede e-Tec Brasil


A linha por sua vez é “uma sucessão de pontos, tão próximos que dão ao
observador a idéia de continuidade, sendo impossível dimensionar a quan-
tidade de pontos que a formam, assim, é mais correto dizer que a reta é
formada pela sucessão de uma infinidade de pontos” (LOPES & KANEGAE,
1995, p.8).

No desenho, a linha é identificada por letras minúsculas do alfabeto latino.

Figura 22
Fonte: Ilustrador

A linha pode ser classificada quanto à forma e ao tipo de traçado. Observe


as ilustrações abaixo quanto a esta classificação:

Figura 23
Fonte: Ilustrador

A sucessão de uma infinidade de pontos também forma o plano, mas este


possui dimensões definidas às quais chamamos de comprimento e largura.
O plano nada mais é que uma superfície onde será desenvolvido o desenho
de linhas e pontos por sua representação gráfica.
Na morfologia geométrica, o plano é identificado por letras minúsculas do
alfabeto grego (exemplo: (β), (α) etc.).

Figura 24
Fonte: Ilustrador

Para melhor compreender a relação entre o ponto, a linha e o plano, é


prudente verificar entre estes elementos condições de pertinência.

(Relembre: um elemento pertence ou não ao outro, cuja simbologia

Rede e-Tec Brasil 28 Desenho Técnico Aplicado


é Є) e inclusão (um elemento está contido ou não está contido no
outro, cuja simbologia é С).

Figura 25
Fonte: Ilustrador

Observe no exemplo abaixo estas relações quanto às linhas a, b e d, os


pontos A, B e C e o plano alfa (α):

Os elementos podem estar contidos ou não no plano (α) ou ter relação de


pertinência entre si, dependendo do que se deseja representar. No exem-
plo acima, é fácil verificar as inúmeras possibilidades entre tais relações.

A reta é um importante elemento de construção geométrica. É também


formada pela sucessão de infinitos pontos, não possui início nem fim (LO-
PES & KANEGAE, 1995, p.12), podendo ser identificada por uma letra
minúscula do alfabeto latino ou por dois de seus pontos, neste último caso
delimitando-se uma parte dessa reta.

Figura 26
Fonte: Ilustrador

Ao delimitar uma porção da reta por dois de seus pontos, pode-se identi-
ficá-la graficamente por: , significando que a reta passa por A e B.

Desta maneira, é importante estudar certas particularidades referentes à


reta como: os pontos colineares, as semirretas e os segmentos de reta.

Para que os pontos de uma reta sejam considerados colineares, eles devem
manter relação de pertinência com esta reta.

Figura 27
Fonte: Ilustrador

Aula 2. Conhecimentos de desenho geométrico 29 Rede e-Tec Brasil


Destacando-se um ponto colinear em uma reta, esta será dividida em duas
porções chamadas semirretas cuja origem será o ponto destacado. Segun-
do o exemplo abaixo, adaptado de LOPES & KANEGAE (1995, p.14), pode-
-se afirmar que as semirretas formadas a partir do ponto A são opostas.

Figura 28
Fonte: Ilustrador

Ao delimitar uma porção da reta por meio de dois pontos colineares, você
destacará o segmento de reta, onde C e D são as extremidades do seg-
mento.

Figura 29
Fonte: Ilustrador

O segmento de reta é identificado por:

Sendo o segmento de reta um espaço limitado da reta, podemos então


medi-lo. Para isso, usamos uma régua graduada qualquer. Neste estudo,
usaremos o escalímetro, adotando a face com a escala 1:100 (um para
cem) como escala real de 1:1 sendo o metro a unidade padrão, como
visto no item 1.1.2.

Observe atentamente a figura (20) abaixo que demonstra como se mede


um segmento de reta usando o escalímetro na escala citada.

Figura 30 – O escalímetro e a medida do segmento de reta


Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 30 Desenho Técnico Aplicado


Ao destacar o intervalo entre os pontos A e B igual a 3 cm (três centíme-
tros), podemos representá-lo por: = 3 cm. Este intervalo é comumente
chamado de distância entre A e B.

No segmento , A será o ponto de origem e B será a extremidade. Na


representação gráfica do segmento, é necessário enfatizar seu início e fim,
com um pequeno ponto ou traço perpendicular ao segmento e não se
esqueça de representar estas extremidades sempre com letra maiúscula.

Figura 31
Fonte: Ilustrador

Se houver dois segmentos com distâncias iguais, dizemos que são con-
gruentes, sendo o símbolo da congruência é o “~”.

Figura 32
Fonte: Ilustrador

É possível também determinar o ponto médio (M) de um segmento de


reta, isto é, dividi-lo em duas partes congruentes.

Figura 33
Fonte: Ilustrador

Os segmentos podem ser classificados como colineares ou consecutivos


em relação a sua posição em uma mesma reta ou em retas distintas.

Serão colineares os segmentos que pertencerem à mesma reta e consecuti-


vos se houver um ponto em comum entre eles, estando ou não na mesma
reta. Observe as retas r e t e seus respectivos segmentos:

Figura 34
Fonte: Ilustrador

Aula 2. Conhecimentos de desenho geométrico 31 Rede e-Tec Brasil


Na prática do desenho técnico, é interessante trabalhar com os segmentos
de reta por serem passíveis de mensuração. Antes da construção de parale-
las e perpendiculares, observe as considerações acerca da posição das retas
extensivas aos segmentos:

Figura 35
Fonte: Ilustrador

Posições absolutas:

Figura 36
Fonte: Ilustrador

Posições relativas:

PARALELAS: não possuem ponto em comum.


CONCORRENTES: possuem um ponto em comum.

Figura 37
Fonte: Ilustrador

Observação: As retas perpendiculares são um caso particular de retas


concorrentes que formam um ângulo reto (90º).

Figura 38
Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 32 Desenho Técnico Aplicado


De posse dessas informações, veremos a seguir a construção de paralelas
e perpendiculares usando o segmento de reta como base dessas constru-
ções. Não esqueça que os segmentos de reta têm suas extremidades iden-
tificadas por pontos, portanto observe como são construídos os pontos no
início dessa aula.

Observe ainda que utilizaremos o papel A3 para confeccionar nossos de-


senhos. O papel será nosso plano de desenho e todos os segmentos de-
senhados estarão dentro desse plano e, deste modo, você poderá associar
a importância de ter relembrado nesta aula os conceitos de plano, reta e
segmentos para a produção de desenho técnico.

2.2 Construção de perpendiculares e para-


lelas
Antes da produção do desenho projetivo, no qual você será capaz de apre-
sentar desenhos de peças com todos os detalhes que permitam sua con-
fecção (protótipo) ou de desenhar essas peças em três dimensões (pers-
pectiva), você deve ser apresentado ao desenho geométrico, pois é ele que
dará suporte ao desenho projetivo.

No desenho geométrico, você será convidado a construir segmentos de


reta utilizando os instrumentos de desenho que você já conhece e a teoria
vista no item anterior. Deste modo, será capaz de traçar linhas paralelas e
perpendiculares utilizando as técnicas de desenho. Neste procedimento,
dois instrumentos terão detaque: o par de esquadros e o compasso.
Esse ensinamento dará a você destreza no uso desses instrumentos e per-
mitirá conhecimento técnico/teórico da representação gráfica do segmen-
to como componente do desenho técnico.

2.2.1 Construção de perpendiculares


Para que exista uma reta ou um segmento de reta perpendicular, é neces-
sário que exista outro segmento e um ponto em comum entre eles. Como
foi visto no ítem 2.1, a perpendicular é um caso particular de retas concor-
rentes, que devem, obrigatoriamente, se cruzar em um ponto.

Para que você compreenda a construção de uma perpendicular, é preci-


so primeiramente que você construa um segmento qualquer, na posição
horizontal e que, com a ajuda do compasso, você determine dois pontos,
que, ao serem ligados, formarão um segundo segmento que cortará o
primeiro em um ponto comum aos dois. Este segmento estará “perpendi-

Aula 2. Conhecimentos de desenho geométrico 33 Rede e-Tec Brasil


cular” ao primeiro e, quando isto acontece exatamente no ponto médio
(ver conceito no ítem 2.1) do primeiro segmento, a perpendicular recebe o
nome de “MEDIATRIZ”.
Observe a construção de perpendiculares, adaptada de Lopes ; Kanegae
(1995, p.10 a 16):

1- Mediatriz
Perpendicular que divide o segmento ao meio, ou seja, em duas partes
conguentes.

Para encontrar a mediatriz do segmento abaixo, basta posicionar a pon-


ta seca do compasso na extremidade A e estimar a abertura do compasso
maior que a metade do segmento . Em seguida, trace um arco cortando
o segmento e, com a mesma abertura, coloque a ponta seca do compasso
na extremidade B e repita o procedimento.

Os arcos irão se cruzar formando dois pontos (interseção dos arcos)


que, ao serem ligados, formarão a perpendicular chamada mediatriz.

Figura 39 - Mediatriz
Fonte: Ilustrador

2 - Perpendicular passando por um ponto colinear qualquer


Para construir uma perpendicular passando por um ponto dentro da reta
(colinear), você deve destacar esse ponto (P). Observe no segmento
baixo o destaque dado a um ponto P por onde passará a perpendicular.
Você deve centrar o compasso no ponto P (ponta seca do compasso em P)
e, a partir desse ponto, traçar um arco de abertura qualquer que corte o
segmento em dois pontos auxiliares 1 e 2.

Em seguida, centre o compasso nesses pontos para traçar dois arcos (aci-
ma e abaixo do segmento) cuja interseção será representada por P1 e P2.
Ao Ligar P1 e P2, será gerado um segmento perpendicular ao segmento
passando por P.

Rede e-Tec Brasil 34 Desenho Técnico Aplicado


Figura 40 – Perpendicular com ponto colinear
Fonte: Ilustrador

3- Perpendicular passando por um ponto fora do segmento


Considerando um ponto fora do segmento , trace um arco a partir do
ponto P (ponta seca do compasso em P) com abertura que possa cortar o
segmento em dois pontos auxiliares (1 e 2). A partir desses pontos serão
traçados dois arcos cuja interseção gerará o ponto P1, ligando P1 a P e
surgirá a perpendicular ao segmento passando pelo ponto P não coli-
near.

Figura 41 – Perpendicular com ponto externo


Fonte: Ilustrador

4- Perpendicular passando por uma extremidade do segmento


A extremidade por onde passará a perpendicular será o ponto inicial do
processo. Nesse exemplo, usaremos a extremidade B. Inicie o processo cen-
trando o compasso em B com uma abertura qualquer e traçando um arco
que cortará o segmento em um ponto auxiliar. Para encontrar o segundo
ponto auxiliar você deve prolongar o segmento até coincidir com o arco.
Encontrados os dois pontos auxiliares (1 e 2), aplicam-se os procedimentos
vistos no caso anterior para encontrar a perpendicular desejada.

Figura 42 – Perpendicular na extremidade


Fonte: Ilustrador

Aula 2. Conhecimentos de desenho geométrico 35 Rede e-Tec Brasil


2.2.2 Construção de paralelas
Neste estudo, você vai conhecer dois processos para a construção de pa-
ralelas adaptados de Lopes & Kanegae (1995, p.18 a 20). Veja a seguir:

1º Processo
Considere um segmento de reta a partir do qual será traçado um seg-
mento paralelo. O primeiro passo é determinar a distância entre os seg-
mentos. Para tanto, crie um ponto (A) fora do segmento que determine a
distância desejada entre e o segmento paralelo.

Em seguida, centre o compasso no ponto A (ponta seca do compasso em


A) e com abertura qualquer traçe um arco que possa cortar o segmento
Na interseção deste arco com o segmento surgirá o ponto P1. Com a mes-
ma abertura, centra-se o compasso em “P1” , traçando o segundo arco
que passará por “A” e cortará o segmento , surgindo o ponto “P2”.

Mede-se então a distância entre “P2” e “A”, transferindo-a para o segun-


do arco (Ponto B). Esse procedimento chama-se “transferência de medidas
com o compasso” e é feito da seguinte maneira: centre o compasso em
P2 e faça a abertura até que chegue ao ponto A. Com a mesma abertura,
centre o compasso em P1 e transfira a distância encontrada ao segundo
arco (deste modo você encontra o ponto B).

Determinado o ponto B, a paralela ao segmento será obtida ligando-se


os pontos A e B.

Figura 43 – Paralelas com arco


Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 36 Desenho Técnico Aplicado


2º Processo
Considerando o segmento , construa o ponto P fora do segmento para
determinar a distância em que será traçada a paralela. Em seguida, deter-
mine um ponto P1 colinear ao segmento de modo que ele seja o centro
de uma semicircunferência de raio igual à distância entre P1 e P (R= P1-P).
Ao traçar a semicircunferência, ela deve obrigatoriamente passar pelo pon-
to P e cortar o segmento originando os pontos B e C.

Determinados os pontos B e C, use o procedimento de “transferência de


medidas com o compasso” que você apreendeu no processo anterior, cen-
trando o compasso em B e achando a distância entre B e P. Em seguida,
centre o compasso em C e transfira esta medida para a semicircunferência
determinando o ponto P2.

Ao ligar os pontos P e P2, você encontrará a paralela ao segmento .

Figura 44 – Paralelas com semicircunferência


Fonte: Ilustrador

2.2.3 Construção de paralelas e perpendiculares


com o auxílio do par de esquadros
Observe agora como se constroem paralelas e perpendiculares com o au-
xílio de um par de esquadros.

Dado um segmento vertical que se deseja repetir obtendo-se segmen-


tos paralelos e usando apenas o par de esquadros, deve-se proceder da
seguinte maneira: primeiramente alinhar um dos esquadros ao segmento
(1) e colocar o segundo esquadro tangente ao primeiro, de forma que
ele sirva de base ao primeiro formando um ângulo de 90º com o mesmo
(2).

Com a palma da mão de apoio você deve fixar com firmeza o esqua-
dro base à prancheta e com as pontas dos dedos movimentar o primei-
ro esquadro sobre este, traçando as linhas paralelas (3). Lembre que este
procedimento foi visto na aula 1 ao falar do manuseio do esquadro.

Aula 2. Conhecimentos de desenho geométrico 37 Rede e-Tec Brasil


Figura 45 – Par de esquadros formando 90º
Fonte: Ilustrador

Adotando o mesmo segmento para a obtenção de perpendiculares,


observe na figura 28 como será a construção das linhas perpendiculares a
este segmento.

Neste caso, você deve fixar (com a mão de apoio) o esquadro menor (1)
sobre a prancheta na mesma posição em que se encontra, pois este será
o esquadro base. Em seguida, mude a posição do esquadro maior (2) de
modo que ele possa formar 90º com o primeiro esquadro e deslize o es-
quadro na vertical para obter os segmentos que irão cortar AB perpendi-
cularmente (3).

Figura 46 – Par de esquadros no traçado de perpendiculares


Fonte: Ilustrador

2.3 Divisão do segmeno em partes iguais


É possível dividir um segmento de reta em partes iguais sem o auxílio de
réguas graduadas. Para isso, você terá basicamente dois procedimentos:
a transferência de medidas, utilizando o compasso e a produção de retas
paralelas utilizando o par de esquados.

Rede e-Tec Brasil 38 Desenho Técnico Aplicado


Veja, a seguir, como dividir um segmento em três partes iguas, adap-
tado de Lopes; Kanegae (1995, p.24). Observe que, através desse proces-
so, você poderá dividir o segmento em quantas partes se fizerem necessá-
rias.

Para dividir um segmento AB qualquer em três partes iguais você deve:

1- Desenhar uma reta auxiliar com inclinação qualquer, partindo da extre-


midade A do segmento ;

dividir esta reta em três partes iguais usando o compasso (lembre-se do


procedimento de “transferência de medidas com o compasso que você
usou nos itens anteriores);

2- Ligaro último ponto (P) da divisão da reta auxiliar à extremidade B, for-


mando outro segmento (PB); e

3- Desenhar paralelas, com o par de esquadros, ao novo segmento (PB).


Essas paralelas terão como ponto inicial cada ponto em que foi dividida
a reta auxiliar (1,2 e P) e devem tocar o segmento AB determinando os
pontos que demarcarão sua divisão.

Figura 47 – Divisão de segmento em partes iguais


Fonte: Ilustrador

Acredito que, ao final desta aula, você percebe ser possível dividir segmen-
tos em partes iguais, sem necessariamente usar uma régua para isso. Note
que, nesta etapa, você usou mais intensamente o compasso e o par de
esquadros e, assim, na próxima aula você estará mais à vontade para usar
esse material. Continue praticando que você notará o quanto seu traçado
melhora a cada aula!

Aula 2. Conhecimentos de desenho geométrico 39 Rede e-Tec Brasil


Resumo
Esta aula foi extremamente importante como introdução ao desenvolvi-
mento do desenho técnico. Para tanto, se fez necessário iniciar com uma
parte teórica, explanando sobre conceitos básicos da geometria como o
ponto, a linha, a reta e o plano. Ter o domínio desses conceitos é essencial
para o traçado de figuras elementares, sendo também necessário ao apri-
moramento do traçado técnico.

De posse dessas informações, foi possível aprender a desenhar a reta e


seus segmentos, identificá-los e desenvolver a construção de paralelas e
perpendiculares através de procedimentos técnicos que utilizam basica-
mente dois instrumentos: o par de esquadros e o compasso. Com estes
instrumentos, foi também possível aprender a dividir um segmento de ta-
manho qualquer em partes iguais sem precisar medir os tamanhos com a
régua, uma técnica de desenho que pode ser incorporada às atividades do
cotidiano.

Note que, com esta aula, você já é capaz de desenhar muitas figuras apli-
cando técnicas de representação gráfica próprias do desenho técnico. En-
tão, não deixe de praticar para aprimorar ainda mais o universo do dese-
nho técnico na sua vida profissional.

Atividades de aprendizagem
Vamos praticar o traçado de segmentos de reta e a construção de per-
pendiculares e paralelas através dos processos aprendidos nesta aula.

Algumas orientações quanto à utilização do material são necessárias para


o resultado do trabalho, tais como:

• Usar o escalímetro na escala 1:100 para tirar as medidas, (como explica-


do no material, essa escala será usada como 1:1, ou seja, medida real igual
à medida do desenho);

• Manter a ponta do compasso bem feita para não comprometer o traçado


dos arcos; e

• Antes de usar os esquadros, não esquecer de limpá-los, lembrando-se


sempre de manter a boa apresentação em seus trabalhos.

Rede e-Tec Brasil 40 Desenho Técnico Aplicado


Exercícios:
1) Trace dois segmentos colineares de 3 cm em uma reta r.

2) Trace dois segmentos de reta de 4 cm usando linha tracejada.

3) Construa uma perpendicular ao segmento de 7 cm passando pela


extremidade A.

4) Desenhe um segmento CD de 6,3 cm na posição vertical e ache sua


mediatriz.

5) Desenhe uma paralela ao segmento passando por um ponto P fora


do segmento, usando para medida do segmento 8 cm.

6) Trace uma perpendicular ao segmento de 6 cm passando por um


ponto P1 fora do segmento.

7) Divida o segmento = 8,5 cm em seis partes iguais (processo dos es-


quadros).

Nesta aula, foi possível praticar bastante o desenho técnico desenvolvendo


paralelas e perpendiculares dos segmentos de reta. Foi possível também
aprimorar as técnicas de utilização do par de esquadros e do compasso. Na
próxima aula, mais um instrumento terá destaque: o transferidor. A cada
aula, você descobrirá a importância da utilização correta destes materiais
na confecção do desenho.

Aula 2. Conhecimentos de desenho geométrico 41 Rede e-Tec Brasil


Aula 3 - Circunferência e ângulo

Objetivos:

• distinguir os elementos que compõem circunferências e ângulos;

• construir circunferências e ângulos; e

• identificar e construir os polígonos do tipo triângulo e quadrilátero.

Caro(a) estudante

Prosseguindo com nossa aprendizagem técnica acerca do desenho, vamos


aprofundar nossos conhecimentos sobre o compasso e o transferidor, ins-
trumentos que permitem o desenho de objetos complexos de formato cir-
cular ou similar. Preste bastante atenção às figuras, pois elas irão detalhar
todo o processo de utilização desses instrumentos, permitindo que você
possa usá-los corretamente.

3.1 Circunferência
Conceituando círculo como uma figura geométrica circular com uma re-
gião interna (como a superfície de uma moeda), a circunferência será o
contorno dessa figura, ou seja, não tem região interna. (Como exemplo
riscar o contorno da moeda) Na construção da circunferência, existe um
ponto fixo (chamado centro) que mantém relação de equidistância com os
outros pontos que a formam.

3.1.1 Elementos da circunferência


Você sabia que uma circunferência é composta de três elementos? Verifi-
que a definição de cada um deles e observe os desenhos.
RAIO: segmento com uma extremidade no centro e outra na circunferên-
cia.
CORDA: segmento que não passa pelo centro. A região compreendida
pelas extremidades da corda (pontos A e B) recebe o nome de arco.
DIÂMETRO: divide a circunferência ao meio, obrigatoriamente passando
pelo centro, formando duas regiões distintas chamadas semicircunferên-

Aula 3 - Circunferência e ângulo 43 Rede e-Tec Brasil


cias.

Figura 48 – Circunferência e seus elementos


Fonte: Ilustrador

3.1.2 Construção de circunferências


Como visto na aula 1 deste material, é essencial que você segure o com-
passo corretamente na produção de circunferências ou semicircunferên-
cias, pois a qualidade do traçado se deve à destreza deste processo. Lem-
bre-se de imprimir ligeira inclinação ao compasso no sentido do traço para
facilitar o manuseio.

Segure o compasso somente pelo cabeçote, fixe-o com firmeza sobre o


papel para marcar o centro da circunferência e gire-o continuamente em
torno deste ponto. Isso garantirá a construção de uma figura isenta de dis-
torções no traçado. Reveja a figura da aula 1 que demonstra com clareza
a confecção de circunferências.

Figura 49 – Movimento do compasso


Fonte: Lopes; Kanegae; Fujiko (1995), com adaptações.

3.2 Ângulo
Antes de iniciar a construção de ângulo, onde na qual você usará o trans-
feridor, é importante conhecer os elementos que representam grafica-
mente um ângulo completo e bem desenhado, bem como a classificação
dos mesmos. Veja a seguir.

Rede e-Tec Brasil 44 Desenho Técnico Aplicado


3.2.1 Elementos da representação do ângulo
Nesta representação, além do próprio ângulo, temos os lados e o vértice.

Figura 50 – Elementos do ângulo


Fonte: Ilustrador

Perceba que, para representar um ângulo, você desenhará segmentos (ele-


mentos cuja construção você já domina ) que têm como ponto inicial o
vértice do ângulo e o limite do lado como extremidade.

Observe no exemplo acima que:


os segmentos que formam os lados são:
e o ângulo pode ser identificado por: AôB.

3.2.2 Classificação do ângulo


Os ângulos são classificados em:
a) Reto: com abertura igual a 90º
b) Agudo: com abertura menor que 90º
c) Obtuso: com abertura maior que 90º

O ângulo de 180° é chamado ângulo raso.

3.2.3 Construção de ângulos


Na construção de ângulos, você utilizará o transferidor, mas, antes de co-
meçar este processo, é recomendável uma revisão da aula 1, onde existe
uma explicação minuciosa sobre os elementos e utilização deste instru-
mento. Veja no exemplo abaixo as instruções para a construção de um
ângulo de 117º que você tomará como base para a construção de outros
ângulos.

Para construir o ângulo AôB = 117º, tendo por lados os segmentos e


= 6cm, siga as ações abaixo:

1º - Trace uma linha base que pode ser uma reta “r” qualquer;

Aula 3 - Circunferência e ângulo 45 Rede e-Tec Brasil


2º - Marque um ponto inicial “o” pertencente a esta reta; e

3º - Coloque o índex do transferidor sobre este ponto, ajustando a li-


nha de fé à reta “r” de modo que o zero do limbo coincida com a reta.

Figura 51 – Construção de ângulos


Fonte: Ilustrador

Marque com um pequeno ponto o local que determina a abertura do ân-


gulo de 117º. Desse modo você fez a leitura do ângulo.

4º - Em seguida, faça o acabamento da representação gráfica do ângulo da


seguinte maneira: com traço grosso ressalte o tamanho dos lados e
(nesse caso 6 cm); em seguida, trace um arco com centro em “o” e dese-
nhe setas nas extremidades deste arco fazendo com que as mesmas to-
quem os segmentos que formam os lados do ângulo. Para finalizar, escreva
o valor do ângulo próximo ao centro do arco com letra legível e sempre na
posição horizontal.

Identificação: AôB = 117º

Figura 52 – Construção de ângulos


Fonte: Ilustrador

Na construção de ângulos, é comum tomar como referência uma


linha horizontal para um dos lados e em relação a ela denominar o
sentido das aberturas por: sentido horário e anti-horário (ressalta-
-se que esta relação de sentido pode ser adotada para qualquer
posição do lado inicial e não só na horizontal).

Rede e-Tec Brasil 46 Desenho Técnico Aplicado


Veja no exemplo abaixo para o ângulo 117º a relação do sentido de leitura
em: horário e anti-horário considernado que um dos lados do ângulo ( )
foi construído sobre uma reta na posição horizontal.

Figura 53 – Construção de ângulos


Fonte: Ilustrador

3.2.4 Bissetriz
A bissetriz de um ângulo é o segmento que passa pelo vértice e divide o
ângulo em duas partes iguais.

Observe os procedimentos abaixo para o traçado da bissetriz.

1º - Centre o compasso no vértice e trace um arco de abertura aleatória


que corte os lados do ângulo gerando os pontos 1 e 2.

2º - Em seguida, com a mesma abertura, centre o compasso nos pontos 1


e 2 e trace dois arcos de modo que seja gerado o ponto 3.

3º - A bissetriz será o segmento que liga o vértice ao ponto 3.

Figura 54 – Construção de ângulos


Fonte: Ilustrador

Com os conhecimentos sobre bissetriz encerra-se uma fase dos seus es-
tudos na qual você aprendeu desde a construção de segmentos de re-
tas, passando pela construção de paralelas e perpendiculares, com des-
taque para a mediatriz e para a construção correta de circunferências e
ângulos. No momento seguinte, você utilizará toda a prática aprendida
até esta etapa para a construção de figuras denominadas polígonos.

Aula 3 - Circunferência e ângulo 47 Rede e-Tec Brasil


3.3 Polígonos: triângulos e quadriláteros
No estudo do polígono, que é a figura formada pela união de vários seg-
mentos, você aprenderá como identificá-los, classificá-los e construí-los
utilizando seu material técnico. Neste item da disciplina, serão estudados
os dois tipos mais usuais de polígonos: os triângulos e os quadriláteros.

Conhecendo os polígonos:

Linhas poligonais são segmentos que limitam figuras geométricas. Quan-


do as linhas poligonais não possuem extremidades livres, chamamos “poli-
gonais fechadas” e, com extremidade livre, “poligonais abertas”

Figura 55 – Construção de ângulos


Fonte: Ilustrador

Polígonos podem ser entendidos como o conjunto composto pela região


interna da figura somada ao contorno formado pelos segmentos que a
limitam (linhas poligonais).

Figura 56 – Construção de ângulos


Fonte: Ilustrador

Os elementos de um polígono são: ângulos, lados, diagonais e vértices.

Figura 57 – Construção de ângulos


Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 48 Desenho Técnico Aplicado


Classificação dos polígonos quanto ao número de lados:
• Triângulo – 3 lados;
• Quadrilátero – 4 lados;
• Pentágono – 5 lados;
• Hexágono – 6 lados e assim por diante.
Neste material, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre os dois pri-
meiros tipos de polígonos da classificação acima:

3.3.1 Triângulos
1 - Classificação:

Figura 58 – Construção de ângulos


Fonte: Ilustrador

Baricentro (B): é o ponto formado pelo


cruzamento das medianas desse triângulo
(mediana: segmento que liga o ponto mé-
dio de um lado com o vértice oposto).

Figura 59
Fonte: Ilustrador

Circuncentro (C): é o ponto formado pelo


cruzamento das mediatrizes desse triângu-
lo (mediatriz: divide um segmento em duas
partes iguais).

Figura 60
Fonte: Ilustrador

Aula 3 - Circunferência e ângulo 49 Rede e-Tec Brasil


Incentro (I): é o ponto formado pelo cru-
zamento das bissetrizes desse triângulo
(bissetriz: divide o ângulo em duas partes
iguais).
Figura 61
Fonte: Ilustrador

2 - Pontos notáveis de um triângulo:


Ortocentro (O): é o ponto formado pelo cru-
zamento das alturas (h) desse triângulo (altura
do triângulo (h) é o segmento que liga o vértice
ao lado oposto perpendicularmente a este).

Figura 62
Fonte: Ilustrador

3 - Inscrição e circunscrição de triângulos em circunferências

Em um triângulo (ABC) circunscrito a uma


circunferência de centro “Cc”, o incentro
(I) deste triângulo será o centro da circun-
ferência.
Figura 63
Fonte: Ilustrador

Em um triângulo (ABC) inscrito em uma


circunferência de centro “Cc”, o circun-
centro (C) deste triângulo será o centro da
circunferência.

Figura 64
Fonte: Ilustrador

3.3.2 - Quadriláteros
1 - Classificação

Convexo: Com ângulos menores que 180°

Figura 65
Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 50 Desenho Técnico Aplicado


Côncavo: Um dos ângulos tem mais de 180°

Figura 66
Fonte: Ilustrador

2 - Quadriláteros convexos: trapézios e paralelogramos

• Trapézios são quadriláteros convexos com dois lados paralelos (base


maior e base menor), podendo ser:

TRAPÉZIO ESCALENO: os lados não para-


lelos têm medidas diferentes. (h é a altura)

Figura 67
Fonte: Ilustrador

TRAPÉZIO ISOSCELES: os lados não pa-


ralelos e as diagonais têm medidas iguais.

Figura 68
Fonte: Ilustrador

TRAPÉZIO RETÂNGULO: deve ter dois ân-


gulos retos.

Figura 69
Fonte: Ilustrador

• Paralelogramos são quadriláteros convexos com lados opostos parale-


los.

Figura 70
Fonte: Ilustrador

Obs: Retângulos, quadrados e losangos estão no grupo dos paralelogra-


mos.

Aula 3 - Circunferência e ângulo 51 Rede e-Tec Brasil


Losango: Quatro lados de medidas iguais e diagonais perpendiculares.

Figura 71
Fonte: Ilustrador

Esta aula foi importante, para o conhecimento teórico das figuras cha-
madas polígonos. Também lhe permitiu manusear instrumentos como o
transferidor e o compasso que serão basstante utilizados nas aulas seguin-
tes. Exercite o que foi visto nesta aula através da atividade de aprendi-
zagem para verificar o quanto você aprendeu dos objetivos desta aula.

Resumo
Nesta aula, você teve a oportunidade de conhecer os elementos que com-
põem uma circunferência e como desenhá-la, os elementos que compõem
os ângulos e como construí-los de forma correta, bem como fazer sua lei-
tura através do transferidor. Aprendeu ainda a determinar a bissetriz de um
ângulo, elemento que o divide ao meio, e conheceu as figuras chamadas
polígonos com destaque para dois tipos: os triângulos e os quadriláteros,
oportunidade em que você pôde aperfeiçoar o uso do transferidor e do
compasso.

Atividades de aprendizagem
Com o auxílio do seu material de desenho (enfatizando o uso do compasso
e do transferidor), exercite a construção de ângulos e de alguns polígonos
resolvendo os exercícios abaixo:

1) Construa os ângulos de 122º, 87º e 22º no sentido anti-horário em


relação à reta “r” horizontal, usando para lados tamanho igual a 6 cm
(Observe que, depois de lido o ângulo, você deve fazer o devido aca-
bamento do mesmo. Veja os detalhes no item 3.2.3 de seu material).

2) Construa o ângulo de 65º no sentido horário em relação à reta “r” ho-


rizontal, com lados igual a 7 cm e ache a sua bissetriz.

3) Seguindo os passos abaixo, aprenda a construir um triângulo usando


transferidor, esquadros e compasso.

Rede e-Tec Brasil 52 Desenho Técnico Aplicado


1- Construa uma linha horizontal de 7 cm que será o segmento AB.
Use lápis com grafite H nas linhas de construção, depois faça os aca-
bamentos com grafite B.

2- Em seguida, trace o ângulo de 60º partindo do ponto A, repetindo


o ângulo para o ponto B. Na intersecção entre os segmentos, apare-
cerá o vértice C

4) Construa o paralelogramo CDEF, sabendo que CD = 6 cm e o ângulo em


C é 60º, usando transferidor, esquadros e compasso. Veja o passo a passo:

Figura 72
Fonte: Ilustrador

1- Construa uma linha horizontal de 6 cm que será o ;

2- Em seguida, trace o ângulo de 60º partindo do ponto C e nesta reta


marque o ponto F, sendo CF=3cm; e

Figura 73
Fonte: Ilustrador

3-Trace uma paralela a CD que coincida com o ponto F e depois trace


uma paralela a CF que coincida com o ponto D. Você determinará o
ponto E e estará desenhado o paralelogramo.

Figura 74
Fonte: Ilustrador

Aula 3 - Circunferência e ângulo 53 Rede e-Tec Brasil


5) Desenhe o triângulo abaixo seguindo as informações dadas (ângulos
internos = 60º e lados AB e AC = 5 cm). Em seguida, trace uma circun-
ferência inscrita no mesmo.

Figura 75
Fonte: Ilustrador

Caro(a )estudante

Com a conclusão dessa aula, você encerra a primeira parte dos seus es-
tudos referentes ao desenho geométrico. De posse de todas as informa-
ções aprendidas nestas aulas, você é capaz de desenhar corretamente e
identificar vários elementos da geometria de que você já tinha conheci-
mento, só que, agora, lançando um olhar mais técnico e apurado sobre
eles. Você está preparado para começar a nova etapa da disciplina que
chamamos desenho projetivo. Neste módulo, você conhecerá as téc-
nicas de representação gráfica dos seus trabalhos de desenho técnico.

Rede e-Tec Brasil 54 Desenho Técnico Aplicado


Aula 4 - Introdução ao desenho
projetivo

Objetivos:

• reconhecer as normas para o desenho técnico e formatos de papel


série “A”;

• desenvolver legendas ou selo segundo as normas técnicas;

• identificar os tipos e significação dos traços na representação gráfica


do desenho técnico; e

• empregar a caligrafia técnica.

Caro(a) estudante,

Você conhecerá agora um ponto primordial para o desenvolvimento do de-


senho como linguagem técnica que são as normas que regem a apresenta-
ção do desenho projetivo. A normatização aplica regras permitindo a padro-
nização em nível internacional e otimizando esta linguagem no mercado de
trabalho.

4.1 Normas para o desenho técnico, forma-


tos de papel série A, legenda ou selo
e dobramento de pranchas de desenho
Este tópico trata da normatização para apresentação e representa-
ção de desenho técnico. É extremamente importante que você conhe-
ça a normatização, pois ela o norteará em todos os seus trabalhos.

A apresentação do desenho deve estar de acordo com todas as regras ne-


cessárias a sua confecção e compreensão. No caso dos desenhos de arqui-
tetura, por exemplo, eles devem estar com a “linguagem correta” para que
a obra possa ser executada, como também nos desenhos mecânicos ou
metalúrgicos para que as peças destinadas ao fabrico possam ser produzidas
de maneira correta.

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 55 Rede e-Tec Brasil


A representação gráfica do desenho técnico é regida por normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), as quais garan-
tem que a apresentação dos desenhos seja uniforme, ou seja, te-
nha uma “linguagem” própria e reconhecida por todos os profissio-
nais da área. Portanto, você terá oportunidade de aprender desde a
caligrarfia utilizada nos textos explicativos dos desenhos até a manei-
ra de apresentá-los nos papéis de desenho. Muita atenção a este tópi-
co, pois ele é extremamente importante para a sua vida profissional!

4.1.1 Normas para o desenho técnico


Para que a representação gráfica do desenho técnico seja uma linguagem
universal, adota-se a padronização dos procedimentos. Em todos os países,
existe um órgão regulador responsável por esta padronização. No Brasil,
este órgão é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e, em ní-
vel internacional, é a International Organization for Standardization (ISO).

Toda norma editada, antes de ser aprovada como norma internacional,


precisa da aprovação prévia de todos os países membros constituintes da
ISO.

No Brasil, as normas reguladas pela ABNT são registradas pelo Inmetro


(Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial)
como Normas Brasileiras, conhecidas como NBR.

Existe uma quantidade significativa de NBR acerca do desenho téc-


nico, abordando tanto a conceituação generalizada quanto as es-
pecificidades de cada área que utiliza esta linguagem como ferra-
menta de trabalho (como arquitetura, metalurgia, mecânica etc.).
Segundo o site da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica), a
Confederação Nacional da Indústria (CNI) utiliza e define normatizar como:

Processo de estabelecer e aplicar regras a fim de abordar ordenada-


mente uma atividade específica, para o benefício e com a participa-
ção de todos os interessados e, em particular, de promover a otimiza-
ção da economia, levando em consideração as condições funcionais
e as exigências de segurança. (CNI - Normas Técnicas - Conhecendo
e Aplicando na Sua Empresa - RJ, CNI, Dampi, 1995).

Rede e-Tec Brasil 56 Desenho Técnico Aplicado


A seguir, algumas normas que devem nortear e ser fonte de consul-
ta sempre que você precise apresentar um trabalho de qualquer das
áreas tecnológicas que utilizem o desenho técnico como linguagem.

• NBR10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL

• NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO


TÉCNICO

• NBR10068 – FOLHA DE DESENHO LAY OUT E DIMENSÕES

• NBR10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO

• NBR13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS

• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHO


TÉCNICO

• NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS


– LARGURA DAS LINHAS

• NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS

• NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO

• NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE


HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO

4.1.2 Formatos de papel série “A”


Os formatos da série A são baseados em um retângulo harmônico de
área aproximadamente igual a 1m² obtido pela relação entre seus lados
na razão de 1:√2 cujo maior formato obtido é o A0 (leia-se: A zero)
de dimensões 841 x 1,189mm. O formato imediatamente menor ao
A0 é obtido dobrando-o ao meio e assim sucessivamente para os ou-
tros formatos (guardando a mesma relação entre os lados) obtendo-se
a sequência A1, A2, A3 e sendo o menor formato mais utilizado o A4.

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 57 Rede e-Tec Brasil


Tabela 1
Fonte: Ilustrador

Figura 76
Fonte: Ilustrador

A apresentação do desenho é o “cartão de visita” do desenhista. Pranchas


limpas, numeradas e organizadas facilitam a interpretação do executor do
serviço e atraem o cliente.

Para a apresentação do desenho, as folhas devem ter margem. Pode-se


adquirir a folha com margens já impressas ou desenhá-las respeitando a
padronização quanto às distâncias e espessuras das linhas.

Figura 77 - Prancha de desenho


Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 58 Desenho Técnico Aplicado


Tabela 2
Fonte: Ilustrador

O formato com margem é também chamado “prancha de dese-


nho”. Se o desenhista precisar de mais de uma prancha para a
apresentação do desenho, ele deve preferencialmente usar pran-
chas do mesmo formato, numerando-as em uma sequência lógica.

4.1.3 Legenda ou selo


Colocada no canto inferior direito da prancha, a legenda contém todos os
dados necessários à identificação do desenho e conteúdo da prancha (nú-
mero da folha, data, escala do desenho, nome do desenhista etc.).

Figura 78 - Prancha com legenda


Fonte: Ilustrador

A legenda deve ser organizada e expressar claramente as informações re-


lativas ao que ela apresenta. Cada item dentro da legenda pode ocupar o
local escolhido pelo desenhista desde que este destaque as informações
relevantes (como, por exemplo, o assunto e o número da prancha).

A dimensão usual da legenda é 175x50 mm. Veja o exemplo de um tipo de


legenda que pode ser aplicada em trabalhos didáticos:

Figura 79 - Prancha com legenda


Fonte: Ilustrador

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 59 Rede e-Tec Brasil


a) Espaço reservado ao assunto principal

b) Espaço reservado ao número da prancha (se o objeto do dese-


nho precisar ser mostrado em duas pranchas identifique-as por 01
e 02).

c) Neste local, colocam-se os detalhes como o conteúdo da prancha


(ex: traçado de linhas inclinadas), o nome do cliente e endereço, se
for o caso, e nome do desenhista.

d) Para informações como a escala em que foi feito o desenho ou


a data.

É conveniente alocar na legenda espaço para assinaturas dos clientes e


responsáveis técnicos como também para observações como o registro de
data de revisão, correção ou alterações feitas no desenho.

Na entrega do desenho executivo (desenho finalizado), as pranchas maio-


res devem ser dobradas de maneira que fiquem do tamanho de uma pran-
cha A4 e o canto inferior direito será sempre o da frente para que se possa
fazer a leitura das informações da prancha contidas na legenda como visto
no item 4.1.3.

4.1.4 Dobramento das pranchas ou folhas de de-


senho
O dobramento da prancha ou folha de desenho é modulado. Em POLETI
(2003), verifica-se que, nos desenhos arquitetônicos, mecânicos, topográ-
ficos etc., o módulo a ser considerado é o formato A4 (210mm x 297mm).
Para POLETI (2003), este tamanho facilita o arquivamento das pranchas
(podendo ser guardadas em fichários ou pastas). A folha da frente será
a da legenda. Geralmente, toma-se por referência para a modulação o
comprimento da legenda somado à margem do papel (175 mm + 10 mm),
iniciando-se então com 185 mm.

Comece dobrando horizontalmente da direita para a esquerda, iniciando


pela face da legenda (a prancha ficará com a chamada “aparência sanfo-
na”), de modo que o último módulo será o da margem a ser perfurada
para o arquivamento em pastas.

Rede e-Tec Brasil 60 Desenho Técnico Aplicado


Figura 80 – dobradura do papel
Fonte: Poleti, E. R, (2003), com adaptações.

Para dobrar no outro sentido, a altura inicial será a mesma do formato A4


(297 mm) e esta altura deve ser repetida nos formatos maiores até que
sobre uma altura menor na última dobra.

Figura 81 – dobradura no sentido vertical


Fonte: Poleti, E. R., (2003), com adaptações

Como visto nas ilustrações, a dobradura modulada facilita o manuseio e o


arquivamento. Segundo Poleti (2003), para a obtenção de uma dobradura
perfeita deve-se ter sempre um número ímpar de módulos. Nos formatos
maiores como o A0 e o A1, dobra-se ao meio o penúltimo módulo para
a obtenção do número ímpar de módulos (neste caso o modulo ficará
menor).

O formato A é um caso especial. A literatura da área técnica (NBR) apre-


senta duas maneiras de dobrá-lo para a obtenção do numero ímpar de
módulos. Nestes procedimentos, ele ficará com três ou cinco módulos.
Veja na figura 40 o procedimento detalhadamente.

Nos formatos maiores, será necessário dobrar ainda o canto superior


esquerdo da prancha (dobra em “V”) para que este não seja perfurado
quando a prancha for armazenada em pastas.

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 61 Rede e-Tec Brasil


O armazenamento deve permitir o fácil manuseio da prancha e, por isso,
a dobradura deve permitir que a prancha seja desdobrada sem necessa-
riamente ser retirada da pasta. Do mesmo modo, a posição da legenda
deve permitir acesso rápido às informações do conteúdo da prancha sem
precisar abri-la.

Veja nas ilustrações abaixo todo o detalhe de como você deve dobrar cor-
retamente as pranchas de acordo com as normas técnicas:

Figura 82 – dobradura formato A0


Fonte: Schunemann ( 2007), com adaptações

Figura 83 – Dobradura formato A1


Fonte: Schunemann (2007), com adaptações

Rede e-Tec Brasil 62 Desenho Técnico Aplicado


Para o formato A2, em especial, você deve dobrar os dois últimos módu-
los ao meio para garantir o número ímpar de módulos conforme requer a
norma técnica (NBR 13142- Dez. 99). Porém, para facilitar o processo de
dobragem, a NBR 6492 – Abr. 94 traz uma dobragem com apenas três
módulos para a folha de A2, bastando para isso aumentar a dimensão da
modulção para 192 mm. Você encontrará os dois tipos de dobragem na
literatura acerca deste assunto, então veja:

Figura 84 – Dobradura do Formato A2


Fonte: Schunemann (2007), com adaptações e Ferreira ( 2007), com adaptações

Neste curso, você usará o papel de formato A3. Veja como é simples
dobrar este formato!

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 63 Rede e-Tec Brasil


Figura 85 – Dobradura Formato A3
Fonte: Schunemann ( 2007) com adaptações

Caso o formato pré-definido não seja suficiente para acomodar o desenho,


podemos usar formatos compostos, que são obtidos combinando forma-
tos iguais ou consecutivos.

Figura 86 – proximidade das linhas ao olhar do observador


Fonte: Ilustrador

4.2 Tipos e significação dos traços na repre-


sentação gráfica e caligrafia técnica
A linguagem do desenho deve ser clara e universal para que a peça repre-
sentada nas pranchas de desenho possa ser interpretada pelo executor e
confeccionada sem erros.

4.2.1 Tipos e significação dos traços na repre-


sentação gráfica.
Notoriamente, o traçado tem a responsabilidade de esclarecer a interpre-
tação correta do objeto desenhado e tal é sua importância que, em um
único desenho, aparece uma gama de simbologia gráfica materializada
pelos tipos de linhas de desenho. As linhas trabalham em um sistema hie-
rárquico no qual o que precisa ser mostrado com maior destaque é confec-
cionado com espessura mais grossa em relação ao que é menos relevante.

Rede e-Tec Brasil 64 Desenho Técnico Aplicado


Para o entendimento da diferença entre espessura de linhas, tenhamos em
mente a seguinte relação:

As linhas possuem características como consistência e continuidade que


ajudam a representar objetos imprimindo valoração quanto à proximidade.
Entenda, por exemplo, o desenho de um cubo e o olhar do observador
para representar a valoração da proxi-
midade das linhas desse objeto (cubo).
As linhas mais próximas ao olhar do
observador devem ser representadas
com traço grosso enquanto as mais
distantes são desenhadas com traços
finos e as linhas que não se mostram
ao observador são representadas por
linhas tracejadas.
Figura 87 – proximidade das linhas ao
olhar do observador
Fonte: Ilustrador

A norma brasileira responsável pela aplicação, tipos e espessura das linhas


na expressão do desenho é a NBR- 8403.

A tabela abaixo mostra alguns tipos de linha e sua aplicação no desenho


técnico.

Tabela 3
Fonte: Ilustrador

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 65 Rede e-Tec Brasil


4.2.2 Caligrafia técnica
Visando à clareza na interpretação das informações contidas no desenho,
a norma previu a execução de caracteres para a escrita em desenho técni-
co, comumente conhecida por caligrafia técnica.

A caligrafia técnica permite não só a legibilidade como a uniformidade na


escrita, evitando assim interpretações errôneas e prejuízos na execução de
produtos.

As letras devem ser feitas com traçado forte e contínuo. É conveniente tra-
çar “linhas guias” (ou linhas auxiliares) para a confecção das letras, tanto
no sentido horizontal quanto no vertical, para garantir a uniformidade e a
proporção da escrita.

A letra técnica é também denominada “letra bastão”. Costuma-se preferir


a escrita em maiúsculas no sentido vertical com proporções oblongas (mais
altura e menos largura).

Construção de Letras Tipo Bastão

Inicie desenhando as linhas guias. Elas devem ser feitas com traço fino (use
grafite H) e formarão uma espécie de malha onde serão desenhadas as
letras. Adote as seguintes proporções no desenho da malha:

1- Considere “h” para a altura da letra dividindo ao meio a malha.


2- Mantenha a largura (“L”) menor que “h” (para letras oblongas).
3- Deve haver um espaçamento igual entre cada caractere (“e”).
4- As letras devem ser confeccionadas com traços contínuos e grossos.

MAIÚSCULAS

Obs:
- Para as letras I e J usar L = e
- Para as letras M e W usar L = L+e

Figura 88
Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 66 Desenho Técnico Aplicado


MINÚSCULAS
Algumas orientações quanto à confecção das minúsculas são necessárias:

1- No traçado da malha, deve-se dividir a altura “h” em três partes iguais


e repetir um terço desta altura (“h/3”) para cima ou para baixo. Neste es-
paço ficarão as hastes ou pernas das minúsculas.

2- Adotar “L” para largura e “e” para espaço entre caracteres.

Obs:
- Para f, i, j, l e t usar L = e
- Para m usar L = L+e

Figura 89
Fonte: Ilustrador

NUMERAL

Figura 90
Fonte: Ilustrador

Para a escrita com caracteres inclinados, as regras acima são válidas.

A destreza na mão do desenhista se deve ao treinamento. Escrita


bonita se adquire treinando!

Finalizamos a quarta aula mostrando a importância da escrita técnica na


apresentação do desenho. Vale lembrar que a apresentação clara, dentro
das normas de desenho e com o rigor técnico que este tipo de trabalho
requer valoriza o profissional! Você desenvolverá a seguir atividades que
servirão para ajudá-lo a alcançar os objetivos anunciados no início desta
aula. Aproveite e treine bastante!

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 67 Rede e-Tec Brasil


Resumo
Nesta aula, você teve informações importantes sobre as normas que en-
volvem o desenvolvimento do desenho técnico (NBR – Normas Brasileiras)
e pôde aprender que no Brasil estas normas são reguladas pelo Inmetro e
elas garantem a universalidade na linguagem do desenho técnico. Como
estas informações são necessárias à representação gráfica correta do dese-
nho, foi apresentado o formato de papel usado nos trabalhos (formatos
série “A”), denominados pranchas de desenho, como dobrá-los e como
confeccionar as legendas que apresentam as pranchas, bem como os tipos
de linha usados para representação no desenho técnico e a escrita técnica
para este tipo de trabalho.

Atividades de aprendizagem
1) Para treinar sua destreza na escrita técnica, reescreva os textos abaixo:

a) Usar letras maiúsculas


DESENHO TÉCNICO É UMA LINGUAGEM GRÁFICA EM QUE SE EXPRES-
SAM DADOS COM RIGOR TÉCNICO.

b) Usar maiúsculas e minúsculas


A Norma Brasileira que rege o uso e aplicação da caligrafia técnica é a NBR
8402.

c) Com letras maiúsculas inclinadas


NBR10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO E
NBR13142 – DOBRAMENTO DE CÓPIAS.

2) De posse de duas folhas de papel sem pauta tamanho A4, desenhe as


margens do papel seguindo a normatização vista neste material quanto à
largura das margens e espessura das linhas.

3) Em uma das folhas já margeada, faça a legenda confome a figura e não


esqueça de utilizar a escrita técnica no preenchimento da legenda.

Rede e-Tec Brasil 68 Desenho Técnico Aplicado


Figura 91
Fonte: Ilustrador

Prezado(a) estudante

Com esta aula você está apto/a a fazer uma apresentação de desenho
técnico dentro da legislação que trata do assunto. As normas e técnicas
apreendidas nesta aula serão de grande importância para as aulas seguin-
tes nas quais você complementará seus conhecimentos com o uso das
escalas de desenho e com o dimensionamento das figuras, que é a re-
presentação das medidas necessárias à produção das peças desenhadas.

Aula 4 - Introdução ao desenho projetivo 69 Rede e-Tec Brasil


Aula 5 - Escala no desenho e aplicação de
cotagem ou dimensionamento e
concordância

Objetivos:

• reconhecer e aplicar as escalas utilizadas no desenho técnico;

• aplicar cotagem ou dimensionamento nas figuras; e

• distinguir e aplicar a concordância entre elementos contíguos.

Caro(a) estudante,

No desenho de uma peça, precisamos representá-la no papel com pro-


porções similares ao seu tamanho real. Esta técnica é chamada escala
do desenho e, quando descrevemos tecnicamente as dimensões da peça
na prancha de desenho, estamos cotando ou dimensionando esta peça.
Nesta aula, você terá oportunidade de observar com atenção como se
executam estes dois itens importantíssimos na apresentação de desenhos.
Procure esclarecer suas dúvidas sempre que surgirem, para então prosse-
guir seus estudos.

5.1 A Escala no desenho técnico


Escala é a relação entre as dimensões representadas no desenho e as
dimensões reais do objeto. Na simbologia gráfica, as representações do
tamanho real do objeto e do tamanho do desenho são separadas por dois
pontos (:) ou por barra (/).

1 : 200 ou 1 / 200

Leia-se: escala um para duzentos.

Real Desenho
Figura 92
Fonte: Ilustrador

Aula 5 - Escala no desenho e aplicação de cotagem ou dimensionamento e... 71 Rede e-Tec Brasil
Conheçamos as escalas de representação:

Escala Natural: quando o desenho tem a mesma dimensão do objeto real.

Escala de Redução: usada quando o objeto a ser representado for muito


grande e não puder ser desenhado no tamanho natural.

Escala de Ampliação: usada quando se deseja visualizar objetos peque-


nos ou partes dele difíceis de interpretar se desenhado no tamanho natu-
ral.

Condições básicas na escolha da escala

• O tamanho do objeto a representar


• As dimensões do papel disponível
• A clareza e a precisão do desenho

Normalmente, em áreas como arquitetura ou engenharia empregam-se


escalas de redução, já que as medidas reais são grandes enquanto no de-
senho mecânico usa-se preferencialmente escala de ampliação devido ao
tamanho das peças a representar. Peças como dentes de engrenagem, por
exemplo, precisam ser representadas em tamanho visível ao observador.

Veja no quadro a seguir as escalas mais usuais em áreas profissionais que


utilizam as técnicas de desenho:

Tabela 4
Fonte: Ilustrador

Observe os dois tipos de escala para desenho:

Escala Numérica
A escala numérica é dada pela expressão:

Rede e-Tec Brasil 72 Desenho Técnico Aplicado


Exemplo:

A medida real (D) é igual a 35 metros e a medida no papel (d) é igual a 35


cm. Qual é a escala do desenho?

Antes de resolver a proporção passam-se os dados para a mesma unidade


- 35 cm = 0,35 m

Escala Gráfica

É a representação gráfica da escala numérica. Ela controla as variações


que ocorrem nas ampliações, reduções, dilatação do papel etc, mantendo
sempre a mesma proporcionalidade.

Observe o exemplo:

Representar 10 m em tamanho 50 vezes menor (1/50)

1° - Encontra-se a divisão principal da escala gráfica dividindo-se 1 por 50;


1/50 = 0,02 m ou 2 cm

2º - Note que cada 2 cm equivalem a 1m

3º - Representa-se a relação calculada pelo gráfico:

Figura 93
Fonte: Ilustrador

O Escalímetro:

Minimizando o trabalho de fazer cálculos ou construir escalas gráficas o


escalímetro é o instrumento mais usado na confecção do desenho em es-
cala. Como visto em capítulo anterior, ele possui seis escalas diferentes
dispostas em duas por face.

As escalas de uma face costumam ter a mesma precisão. No escalímetro nº


1, por exemplo, as escalas de 1/50 e 1/75 estão na mesma face e ambas
têm precisão de 5 em 5.

Aula 5 - Escala no desenho e aplicação de cotagem ou dimensionamento e... 73 Rede e-Tec Brasil
Os mais usados pelos desenhistas são: o escalímetro nº 1, com as escalas
1/100, 1/125, 1/20, 1/25, 1/75 e 1/50 e o escalímetro nº 2 com as escalas
de 1/100, 1/200, 1/250, 1/300, 1/400 e 1/500. Em nossas aulas, usaremos
o escalímetro nº 1, como foi solicitado na lista de material dada na aula 1.

Observe a ilustração abaixo para entender a diferenciação entre as escalas:

Figura 94
Fonte: Ilustrador

Observe que o objeto 01 está em tamanho real medindo 2,5 cm por 1,5cm;
ao colocar o mesmo objeto na escala 1/125 (objeto 02) ele se apresenta
menor que no tamanho natural e, desenhando-o na escala 1/50 (objeto
03) o objeto fica representado em tamanho bem maior que o natural.

Outras aplicações do escalímetro nº 1

No escalímetro nº 1, que usaremos ao longo destas aulas, onde lemos


escala 1/50 (um para cinquenta), podemos ler também escala 1/500 (um
para quinhentos) , bastando para isso acrescentar um zero aos números
inteiros escritos no escalímetro. Assim, o 1 da escala de 1/50 que equivale
a 1 metro no desenho, quando acrescentarmos o zero, este 1 metro equi-
valerá a 10 metros e assim sucessivamente.

Note que este princípio pode ser usado para todas as escalas. Na escala
de 1/20, por exemplo, podemos ler a escala de 1/200, na escala de 1/25
podemos ler a escala 1/250. Observe que as escalas 1/200 e 1/500 podem
ser encontradas no escalímetro nº 02, como supracitado, mas este procedi-
mento pode ser adotado sem prejuízo de tamanho ou distorção de escala.

Na apresentação de figuras desenhadas em determinada escala, a indica-


ção da escala é colocada logo abaixo da identificação da figura desenhada.
Você deve indicar a escala após a palavra “ESCALA” ou sua abreviatura
“ESC”.

Rede e-Tec Brasil 74 Desenho Técnico Aplicado


Veja na figura abaixo esta apresentação:

Figura 95 – Figuras em escala


Fonte: Ilustrador

Para complementar a apresentação do seu desenho na escala desejada,


você deve representar as medidas do mesmo através do dimensionamento
da figura. Este procedimento é também conhecido no meio técnico como
cotagem. Veja em seguida como se desenvolve este procedimento.

5.2 Cotagem ou imensionamento


Cotar uma figura significa expressar graficamente sua dimensão. A cota-
gem deve ser clara e objetiva para não gerar efeito duvidoso ou interpre-
tações errôneas quando da execução de um trabalho. A cotagem deve
proporcionar fidelidade à informação.

Conheça os elementos empregados na representação da cotagem:

Cota – é a expressão de valor da dimensão da figura. Deve ser colocada


acima da linha de cota sem, no entanto, tocá-la (usar caligrafia técnica).

Linha de cota – demarca a dimensão da figura. Deve ser feita com traço
fino para diferenciar do traço da figura. Admite terminações do tipo: linhas
inclinadas, pontos ou setas. A linha de cota é traçada paralelamente à linha
que representa a peça ou figura, mantendo certa distância em relação a
esta.

Linhas auxiliares ou linhas de extensão – desenhadas sempre perpen-


dicularmente às linhas de cota delimitando-as.

As linhas de extensão se iniciam na direção da extremidade da figura a ser


cotada preferencialmente sem tocá-la (traço fino).

Aula 5 - Escala no desenho e aplicação de cotagem ou dimensionamento e... 75 Rede e-Tec Brasil
Figura 96
Fonte: Ilustrador

Além da terminação em seta, podemos usar


a linha inclinada ou o ponto cheio. Contudo,
nesse tipo de extremidade, a linha de cota cru-
za a linha de extensão.

Na cotagem das figuras, o valor deve ficar sempre acima da linha de cota.

Figura 97
Fonte: Ilustrador

Observe o exemplo abaixo:

Figura 98
Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 76 Desenho Técnico Aplicado


Observe nas figuras abaixo como se representa a cotagem em ângulos,
arcos e diâmetros:

Cotagem em série:

Em algumas figuras, será necessário optar pela cotagem parcial, que deve
ser usada em uma mesma direção para facilitar a visualização. Essa cota-
gem é chamada “em série”, mas ela não exclui a cotagem geral da figura.
Observe a construção da cotagem em série nas figuras abaixo.

Figura 99
Fonte: Ilustrador

Um detalhe importante na construção da cotagem é a utilização da cali-


grafia técnica na escrita da dimensão. A informação ou cota deve ficar no
centro da linha de cotagem, sem encostar na mesma. Use sempre letra
legível para não comprometer a informação a ser dada.

5.3 Concordância
Haverá concordância quando a passagem entre dois elementos contíguos
(tangentes) acontecer de forma suave, sem fraturas ou inflexões. Ao ponto
de contato entre os elementos chamamos de “ponto de tangência” ou
“ponto de concordância”.

Ainda nesta aula, estudaremos alguns processos para fazer a concordância


entre dois elementos.

A) Concordância entre reta e arco

Dado o segmento de reta para fazer a concordância com um arco de


raio R qualquer passando pela extremidade B tem-se:

1º - Traçe uma perpendicular passando pela extremidade B do segmento;

Aula 5 - Escala no desenho e aplicação de cotagem ou dimensionamento e... 77 Rede e-Tec Brasil
2º - Dertermine na perpendicular o raio (R) e o centro de concordância
Cc;

3º- Centre a ponta seca do compasso no Cc e trace o arco iniciando pela


extremidade B.

Figura 100
Fonte: Ilustrador

B) Concordância entre arco e duas retas paralelas de mesmo sentido

Dados os segmentos de reta e paralelos traçar um arco concordan-


te passando pelas extremidades B e D:

Figura 101
Fonte: Ilustrador

1º - Traçe a perpendicular como no caso anterior;

2º - Ache a mediatriz do segmento para determinar o centro de


concordância;

3º - Com o compasso centrado no Cc concordar o arco com as extremi-


dades B e D.

C) Concordância entre arco e duas retas paralelas convergentes

Dados os seguimentos de reta e convergentes, traçar um arco con-


cordante passando pelas extremidades A e C:

1º - Desenhe duas perpendiculares (p1 e p2) aos segmentos dados, pois


estas servirão para determinar o tamanho do raio;

Rede e-Tec Brasil 78 Desenho Técnico Aplicado


2º - Traçe duas paralelas aos segmentos e respectivamente, de
modo que estas cortem as perpendiculares (p1 e p2) - o encontro dessas
paralelas será o centro de concordância (Cc); e

3º - Desenhe o arco concordante centrando o compasso no centro de


concordância e tendo como medida do raio a distância encontrada entre
o início da perpendicular (p1 ou p2) e o ponto em que ele corta a paralela
traçada.

Figura 102
Fonte: Ilustrador
D) Concordância entre arcos e duas retas paralelas de sentidos opostos
Dados os segmentos de reta e paralelos, trace arcos concordantes
passando pelas extremidades A e D:

1º - Trace a perpendicular entre A e D (surgirá o segmento );

2º - Ache a mediatriz deste segmento ( ) para determinar seu ponto mé-


dio (M);

3º - Determinado o ponto médio, encontre as mediatrizes dos segmentos


separados por este ponto para determinar os centros de concordância Cc
1 e Cc 2; e

4º - Com centro em Cc1 e Cc2 fazer a concordância dos arcos com as ex-
tremidades dos segmentos.

Figura 103
Fonte: Ilustrador

Aula 5 - Escala no desenho e aplicação de cotagem ou dimensionamento e... 79 Rede e-Tec Brasil
E) Concordância entre arcos

Trace um arco concordante aos arcos de centro C1 e C2 dados:

1º - Demarque no primeiro arco um ponto P qualquer que será o ponto


de concordância; 2º - em seguida, construa uma reta passando por C1 e P
para determinar o raio;

Figura 104
Fonte: Ilustrador

Note que, neste caso, o arco de centro C2 é menor e, logo, o raio de re-
frência será o deste arco. Você medirá o raio menor (R1) e transferirá esta
medida para a reta que passa por C1 e P, surgindo o ponto A.

Figura 105
Fonte: Ilustrador

3º - Trace um segmento de A até C2 e ache a mediatriz do para determinar


o centro de concordância (Cc) quando a reta que parte de C1 tocar essa
mediatriz; e

4º - Determinado o Cc trace o arco concordante centrando o compasso


em Cc com raio igual à distância entre Cc e P.

Figura 106
Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 80 Desenho Técnico Aplicado


Resumo
Nesta aula, foi demonstrado o uso das escalas nos desenhos. Através desse
processo é possível desenhar objetos em conformidade com o tamanho
que se deseja representar nas pranchas de desenho utilizadas. Você tomou
conhecimento da representação da concordância que nada mais é que
desenhar de forma suave o ponto de encontro entre dois elementos de
um desenho como dois arcos ou um arco e uma reta. Este ponto de suas
aulas foi muito importante, pois mostrou como representar harmônica e
tecnicamente o dimensionamento ou cotagem de figuras. Este processo
vai ser utilizado na maioria dos trabalhos de desenho técnico, pois ele é a
representação do tamanho dos objetos a serem executados.

Atividades de aprendizagem
Para estes exercícios, você vai precisar do compasso. Não se esqueça de
verificar se a ponta seca e a ponta de grafite estão com o mesmo tamanho.
Caso necessite relembrar do uso dos materiais de desenho, recorra às ex-
plicações vistas na aula 1 antes de iniciar os exercícios.

1) Faça a concordância entre o segmento de reta igual a 6 cm e um


arco de raio R= 1,5 cm.

2) Com a concordância, suavize a tangência entre dois círculos idênticos de


raio R= 2 cm e distância entre seus centros de 6 cm.

3) Desenhe na escala indicada e faça a cotagem correta das figuras. Usar a


escala 1/50 na primeira e a escala 1/75 na segunda figura.

Esc. 1/50 Esc. 1/75

Figura 107
Fonte: Ilustrador

Aula 5 - Escala no desenho e aplicação de cotagem ou dimensionamento e... 81 Rede e-Tec Brasil
4) Escreva com caligrafia técnica maiúscula vertical a frase:

“DESENHAR REQUER DEDICAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E UM BOM MATE-


RIAL DE TRABALHO”.

Usar para altura da letra 1 cm, largura 7 mm e espaçamento 3 mm.

5) Desenhe uma linha tracejada na horizontal com tamanho igual a 4 cm


na escala 1/1. Em seguida, você irá repeti-la nas escalas: 1/125, 1/75 e 1/25
respectivamente.

Prezado(a) estudante,

Esta aula ofereceu um conteúdo que o tornou apto a desenhar usando a


escala, o que acentua sua capacidade de representar objetos nas pranchas
de desenho. Esta metodologia será muito utilizada na aula seguinte na
representação dos sólidos geométricos. Estude com atenção as escalas do
seu escalímetro, pois você irá utilizá-lo bastante na próxima aula.

Rede e-Tec Brasil 82 Desenho Técnico Aplicado


Aula 6 - Desenho de sólidos geométricos,
projeção ortogonal e seccionamento
de sólidos

Objetivos:

• identificar as técnicas utilizadas para representar no plano bidimensio-


nal (prancha de desenho) objetos em três dimensões chamados “sólidos
geométricos”;

• representar a planificação desses objetos através da projeção de suas


faces sobre o plano por meio de um sistema conhecido como projeção
ortogonal;

• interpretar o seccionamento de sólidos; e

• reconhecer as simbologias referentes a materiais de composição das


peças representadas.

Caro(a) estudante,

Acredito que você já saiba que, no desenho em perspectiva, o objeto será


mostrado como ele se apresenta ao seu olhar. Você deve estar atento às
três dimensões do objeto a ser representado: altura, largura e profundidade
para perceber, nas linhas do desenho, como um objeto tridimensional será
apresentado em um plano bidimensional que é a sua folha de desenho. Esta
aula é dedicada ao estudo da perspectiva isométrica que é uma das formas
de representar o objeto em três dimensões. Fique atento aos detalhes dessa
construção, pois o estudo da perspectiva será de grande utilidade no seu
cotidiano.

6.1 Perspectiva isométrica


Para falarmos em perspectiva, devemos primeiramente conhecer o sólido
geométrico definido basicamente como uma região do espaço limitada por
uma superfície fechada, podendo ser dividido em poliedro e não-poliedro.

Aula 6 - Desenho de sólidos geométricos, projeção ortogonal e seccionamento de... 83 Rede e-Tec Brasil
Poliedro é um sólido geométrico limitado por superfícies planas, enquanto
os não-poliedros apresentam apenas superfícies curvas ou planas e curvas.
Observe:

Figura 108 – Poliedro e Não-Poliedro


Fonte: Ilustrador

Os elementos que formam os poliedros são as FACES (polígonos que limi-


tam o sólido), as ARESTAS (interseções das faces) e os VÉRTICES (interse-
ções das arestas). Nos não-poliedros, identificamos o fechamento como
superfície lateral.

Figura 109
Fonte: Ilustrador

Sendo o sólido geométrico um tipo de poliedro, é importante saber que os


poliedros se subdividem em regulares (cujas faces são polígonos regulares
idênticos) e irregulares (quando há pelo menos uma face diferente). Os
sólidos geométricos são, portanto, poliedros irregulares.

Figura 110 – Poliedro regular e irregular


Fonte: Ilustrador

Note que a superfície do sólido geométrico é composta por um número


finito de faces, sendo cada uma delas um polígono.

Rede e-Tec Brasil 84 Desenho Técnico Aplicado


Ao observarmos as figuras acima, podemos nos reportar a objetos existen-
tes na natureza, percebendo elementos como largura, altura e profundida-
de ou comprimento. Nesta conjuntura, perspectiva nada mais é do que
representar em um plano as três dimensões de um objeto.

Existem diferentes métodos de representação em perspectiva, cada um


mostrando o objeto de maneira diferente (perspectiva cônica, cavaleira
etc.). Nesse estudo, veremos a perspectiva isométrica que representa
o objeto mantendo as mesmas proporções quanto a sua largura, altura e
profundidade.

O desenho em perspectiva isométrica baseia-se em um sistema de três ei-


xos com origem em um mesmo ponto, formando entre si um ângulo de
120º ao qual denominamos “eixo isométrico”. Ao traçarmos retas parale-
las ao eixo isométrico, estamos desenhando as “linhas isométricas” que
são os elementos principais da construção em perspectiva.

Figura 111– Eixo isométrico


Fonte: Ilustrador

Na construção da perspectiva isométrica, costuma-se fazer o prolonga-


mento dos eixos X e Y, no sentido contrário, a partir do ponto 0 (formado
pela interseção dos eixos x,y,z), formando ângulos de 30° com a horizon-
tal, deixando o eixo Z (vertical) inalterado (GRANATO, SANTANA E CLAU-
DINO, sd).

Na prática, para desenhar a perspectiva isométrica de um sólido, recorre-


mos a um instrumento bastante utilizado no desenho técnico: o esquadro
de 30º/60º. Com este instrumento, você poderá traçar as linhas paralelas
isométricas a 30º necessárias à construção da perspectiva. Para entender
este processo, o descreveremos da seguinte maneira:

1º - A partir da linha horizontal (L1) perpendicular ao eixo Z, será colocado


o esquadro (30º/60º) em ambos os lados do eixo Z, para traçar o prolonga-

Aula 6 - Desenho de sólidos geométricos, projeção ortogonal e seccionamento de... 85 Rede e-Tec Brasil
mento dos eixos x e y formando um ângulo de 30º com L1
Z

y X

0 L1

Figura 112 – Eixo isométrico


Fonte: Ilustrador

2º - Em seguida, são traçadas “linhas isométricas”, observando-se que no


eixo Z serão marcadas as medidas referentes à altura do sólido e, nos eixos
X e Y, o comprimento e a largura, respectivamente.

3º - Depois o processo das paralelas, usando o esquadro de 30º, será re-


petido quantas vezes forem necessárias à confecção da face do sólido por
meio das interseções entre arestas e vértices.

Figura 113 – Perspectiva com esquadro 30º


Fonte: Ching ( 2000),com adaptações

Deste modo, você está apto a desenvolver desenhos em perpectiva isomé-


trica. Treine esta ferramenta com objetos de seu dia a dia. Começe obser-
vando objetos retangulares, como uma caixinha de fósforos, por exemplo.
Trace os eixos x, y e z e observe no objeto a largura, a altura e o compri-
mento. Desenhe o objeto em perspectiva como na aprendizagem acima
e treine bastante esse procedimento que é importante para a sua vida
profissional.

Na próxima etapa deste estudo, você aprenderá a observar com mais pre-
cisão as faces formadas pela visualização do objeto em perspectiva e como
você pode representá-las no papel, por um processo denominado vistas
ortográficas ou ÉPURA. Este processo é igualmente importante, pois ele
complementa a informação da perspectiva. Vale ressaltar que os desenhos
em perspectiva não devem ser cotados e, por isso, eles são decompostos
em vistas que fornecerão as informações sobre as medidas ou dimensões
do objeto.

Rede e-Tec Brasil 86 Desenho Técnico Aplicado


6.2 Projeção ortogonal e vistas ortográ-
ficas
Projeção significa reproduzir ou refle-
tir sobre um plano o que se está en-
xergando. Quando as linhas que pro-
jetam ou refletem o objeto no plano
são perpendiculares a ele, chamamos
projeção ortogonal.
Figura 114 – Projeção no plano
Fonte: Ilustrador

Nas áreas tecnológicas – principalmente naquelas ligadas ao fabrico ou à


construção, a representação gráfica por meio das projeções é tão necessá-
ria quanto a perspectiva, principalmente por apresentar todas as cotas im-
prescindíveis à execução da peça, do móvel ou da edificação, por exemplo.
Para entender como funciona o sistema de projeção, devemos nos ater a
três elementos: a posição do observador, a face do objeto a ser reproduzi-
da e o plano onde essa face será projetada.

Na apresentação do desenho técnico, usam-se três planos de projeção:


PLANO VERTICAL – “PV”, PLANO LATERAL “PL” E PLANO HORIZONTAL
“PH” que são ortogonais entre si.

Figura 115 – Planos de projeção


Fonte: Ilustrador

Aula 6 - Desenho de sólidos geométricos, projeção ortogonal e seccionamento de... 87 Rede e-Tec Brasil
Ao espaço formado pelo encontro dos três planos chamamos TRIEDRO.

Figura 116 – Planos de projeção


Fonte: Ilustrador

À representação das faces ou vistas do objeto no triedro chamamos vistas


ortográficas, enquanto as linhas perpendiculares que partem do objeto
até o plano de projeção são chamadas “linhas projetantes”, identificadas
como:

Cota: é a perpendicular que chega ao plano horizontal (PH)

Afastamento: é a perpendicular que chega ao plano vertical (PV)

Abscissa: é a perpendicular que chega ao plano lateral (PL).

Figura 117 - Triedro


Fonte: Ilustrador

O sistema acima é apresentado nas pranchas de desenho de forma plani-


ficada. Esta planificação é obtida fixando-se o plano vertical (PV) e girando
os planos horizontal e lateral em torno de suas interseções com o PV. Tais
interseções recebem o nome de “traço do plano” vertical e horizontal,
sendo este último chamado “linha de terra”.

Rede e-Tec Brasil 88 Desenho Técnico Aplicado


Figura 118 – Planificação do triedro
Fonte: Ilustrador

À planificação do triedro, mostrando as vistas ortográficas, denominamos


ÉPURA.

O desenho final da épura é colocado na prancha eliminando-se os contor-


nos, deixando apenas a linha de terra e o traço vertical, cotando e identifi-
cando as vistas ortográficas. Veja o exemplo abaixo:

Figura 119 – Épura


Fonte: Ilustrador

Veja os procedimentos para a representação da épura acima e observe que


ela foi construída na escala 1:100:

Aula 6 - Desenho de sólidos geométricos, projeção ortogonal e seccionamento de... 89 Rede e-Tec Brasil
Inicie trançando os eixos horizontal e vertical que representam os traços
dos planos horizontal e vertical e a linha de terra. Em seguida, trace uma
linha paralela a estas linhas de eixo com as distâncias equivalentes à cota,
afastamento e abscissa (você pode deixar um valor equivalente a aproxi-
madamente 1 cm e este espaço será usado para a identificação da vista).

Construa no primeiro quadrante da épura a face do sólido referente à vista


frontal. No quadrante abaixo, será desenhada a vista superior e, para este
desenho, imagine que o sólido será girado na direção de seu olhar para
que você enxergue a face superior do mesmo.

Para concluir a épura, desenhe a vista lateral, prolongando as linhas da vis-


ta frontal até o quadrante ao lado com linhas de construção (linhas finas).
Faça o mesmo com a vista superior, mas, nesse caso, prolongue as linhas
até o eixo vertical. Em seguida, transfira estas linhas com o esquadro de
45º (ou com o compasso centrado na interseção dos eixos) até o eixo ho-
rizontal. Dos pontos de interseção que surgirão neste eixo, serão traçadas
linhas verticais que delimitarão a vista lateral da figura. Após esta constru-
ção, faça o contorno das linhas que se interseccionam para concluir a vista.

Definidas as vistas, a apresentação da épura deve seguir algumas orien-


tações: deve conter todas as cotas necessárias à execução da peça; deve
apresentar a identificação de cada vista (vista lateral etc); deve ainda ser
observada a diferenciação de traçado para representar as faces que estão
mais próximas ou mais afastadas da visualização do observador. Observe
na vista superior do exemplo acima que existem dois níveis de altura na
peça e que a face mais próxima ao olhar do observador (mais acima) é re-
presentada com expessura mais grossa em relação a que está mais distan-
te. Essa é a representação ideal quanto à proximidade das faces em relação
ao olhar do observador.

6.3 Seccionamento de sólidos geométri-


cos
Seccionar uma peça é imprimir um plano imaginário (plano seccionante)
sobre a mesma com o intuito de visualizar seu interior. O plano seccionante
pode acontecer no sentido da maior dimensão da peça (secção longitudi-
nal) ou no sentido de menor dimensão (secção transversal).

Rede e-Tec Brasil 90 Desenho Técnico Aplicado


Figura 120 – Plano seccionante
Fonte: Ilustrador

Indica-se, na vista superior, o local onde se deseja passar o plano seccio-


nante usando a convenção apropriada que é a linha grossa do tipo traço-
-ponto com setas na extremidade indicando o sentido do corte.

Observe o sólido A abaixo e a vista superior do mesmo onde se indica o


sentido do corte:

Figura 121 – Plano seccionante


Fonte: Ilustrador

As arestas das áreas seccionadas do sólido são representadas com traço


grosso e a face aparente deve ser preenchida com hachuras referentes ao
material que compõe a peça. Em relação ao sólido A e ao corte indicado
na vista superior (leia-se: corte AA”), observe a representação da vista da
peça seccionada:

Figura 122 – secção de sólidos


Fonte: Ilustrado

Quando representamos a área cortada da peça por meio de hachura refe-

Aula 6 - Desenho de sólidos geométricos, projeção ortogonal e seccionamento de... 91 Rede e-Tec Brasil
rente ao material que a compõe, estamos usando as “hachuras específi-
cas”. Veja no quadro abaixo algumas dessas hachuras:

Figura 123 – Plano seccionante


Fonte: Ilustrador

Finalizamos esta aula na qual foram oferecidas informações, que certa-


mente vão aumentar seu conhecimento técnico na produção de desenhos
em três dimensões, assim como particularidades técnicas dessa represen-
tação como projeção e seccionamento. Esse material, embora sintético
quando se fala de perspectiva, o capacita a trabalhar com esta importante
ferramenta de representação gráfica muito solicitada na área tecnológica
e, portanto, essencial ao seu futuro profissional. Não deixe de praticar e
procure buscar atividades criativas aliando seus conceitos e idéias ao co-
nhecimento técnico que o material lhe proporcionou .

Resumo
Nesta aula, você acrescentou à sua aprendizagem a construção em pers-
pectiva isométrica que é um dos métodos de representação de objetos
em três dimensões através das técnicas de desenho. A perspectiva é um
conhecimento importante para a sua vida profissional. Igualmente impor-
tante para este processo de aprendizagem foi a planificação de objetos
observados em três dimensões por meio da representação de suas faces
projetadas nos planos de projeção. As projeções complementam o traba-
lho com a perspectiva e esta representação é chamada épura.

Esta aula possibilitou conhecer o seccionamento ou corte de sólidos, mé-


todo que permite mostrar partes ou detalhes de um objeto necessários à
sua compreensão e muito úteis para desenhos destinados ao fabrico ou
construção.

Rede e-Tec Brasil 92 Desenho Técnico Aplicado


Atividades de aprendizagem
1) Construa o sólido abaixo, na escala indicada. Desenvolva as vistas orto-
gráficas e faça o corte conforme indicação ao lado.

Figura 124 Figura 125


Fonte: Ilustrador Fonte: Ilustrador

2) Construa os sólidos abaixo:

Figura 126 Figura 127


Fonte: Ilustrador Fonte: Ilustrador

Figura 128
Fonte: Ilustrador

Com esta aula, você fecha um ciclo de conhecimentos acerca do desenho


técnico tendo pleno domínio da utilização das ferramentas, bem como do
acúmulo de informações capazes de aliar conhecimento, técnica e eficácia
na execução de desenhos através das metodologias, normas e procedi-
mentos adquiridos com as informações contidas neste material. Agora, é
só aplicar as técnicas no desenvolvimento de desenhos na área tecnológica
e conquistar o mercado de trabalho!

Aula 6 - Desenho de sólidos geométricos, projeção ortogonal e seccionamento de... 93 Rede e-Tec Brasil
Palavras Finais

Caro(a) estudante,

Parabéns pela conclusão de mais esta etapa de seu curso técnico. Com a
finalização desta disciplina, mais um degrau foi galgado na escada de sua
vida profissional. Lembre-se de que a disciplina desenho técnico, além dos
conhecimentos necessários a sua vida profissional, o ajudará no desen-
volvimento de tarefas do cotidiano, pois acentua certas habilidades como
destreza na escrita (com os conhecimentos da caligrafia técnica), noção de
distância e tamanho dos objetos em relação a um plano ou ambiente (atra-
vés do uso da escala no desenho técnico) e visualização de objetos em três
dimensões (técnicas de perspectiva) adquiridas no decorrer destas aulas.

Tenha esta aprendizagem como ponto de partida para uma nova etapa de
sua vida, na qual a experiência irá lapidar toda a informação transmitida.
Continue buscando conhecimento acerca deste assunto e o concatenando
com as outras disciplinas que compõem seu curso técnico. Não deixe de
consultar seu tutor para as dúvidas que se apresentarem, nem de buscar
atualização constante em outras fontes que tratam do tema, pois a rique-
za está no conhecimento adquirido. Boa sorte, o tesouro da sabedoria é
mais um atributo na direção do futuro promissor nos campos profissional
e pessoal.

Rede e-Tec Brasil 94 Desenho Técnico Aplicado


Guia de Soluções

EXERCÍCIO 01
Pregue uma folha de papel A3 na prancheta, se necessário, retorne ao
item 1.1.2 deste material e siga os passos para a colocação correta do
papel, em seguida pegue o lápis ou lapiseira com garfite B e trace 2 linhas
no sentido vertical e horizontal que se cruzem no centro do papel, com
este procedimento você dividirá o papel em quatro quadrantes e em cada
quadrante será desenvolvido um exercício utilizando os instrumentos de
desenho que conhecemos nesta aula.

a) No 1° quadrante trace linhas horizontais com a régua paralela, (use


grafite HB)

b) No 2º e 3º quadrantes faça linhas inclinadas usando os esquadros de 45º


e 30º/60º respectivamente. (use grafite HB)

c) No 4º quadrante de sua folha de papel você usará o compasso para


desenhar círculos concêntricos (que possuem o mesmo centro) distantes
entre si 1cm (você pode medir essa distancia com o escalímetro usando a
escala 1:100 (conforme visto no item 1.1.2 deste material).

Inicie pelo círculo maior com Raio igual a 5cm (R= 5cm) e diminua o Raio
sucessivamente até que o ultimo seja R= 1cm.

ORIENTAÇÕES PARA RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO:

Para este exercício você não deve esquecer de segurar com firmeza a régua
para o traçado das horizontais, sempre riscando da direita para esquerda
para evitar que o trabalho fique sujo e confeccionar o traço riscando de
uma única vez para garantir a uniformidade do traço. Essas recomenda-
ções servem para o traçado das inclinadas observando que você deve se-
gurar com firmeza o esquadro ao apoiá-lo sobre a régua paralela. Quanto
a confecção dos círculos procure sempre segura o compasso pelo cabeçote
e nunca pelas pernas, gire-o no com ligeira inclinação no sentido do traço
e evite emendas assim, seu traçado ficará uniforme.

95 Rede e-Tec Brasil


Sua pratica deve ficar parecida com a figura abaixo:

Coloque seu nome no canto inferior direito deste exercício, denominando-


-o como EXERCÍCIO 01 e guarde-o, pois, ele pode ser útil em outra fase
deste estudo.

EXERCÍCIO 02
1- Trace dois segmentos colineares de 3cm em uma reta r.

Não esqueça que seguimentos colineares são os que pertencem a mesma


reta e que os seguimentos precisam ter suas extremidades identificadas.

2- Trace dois segmentos de reta de 4cm usando linha tracejada.

Usar o escalímetro na escala natural para medir os 4cm.


4cm

Ao confeccionar linhas tracejadas esteja atento para fazer os pequenos


traços com tamanhos aproximados e isso vale para o intervalo entre eles.
Segure sempre o lápis com firmeza, e aplique ligeira inclinação no sentido
do traço isso garantirá um bom traço.

3- Construa uma perpendicular ao segmento de 7cm passando pela


extremidade A.

Para traçar um segmento passando pela extremidade, você deve primeiro


prolongar o seguimento na extremidade onde passará a perpendicular, tra-
ce o prolongamento com linha tracejada. Em seguida centre o compasso

Rede e-Tec Brasil 96 Desenho Técnico Aplicado


em A com uma abertura qualquer e trace um arco que corte o segmento
em um ponto auxiliar (ponto 1) e corte também o prolongamento do se-
guimento (ponto 2).

Depois é só usar os procedimentos para o traçado de uma mediatriz, quais


sejam, centrar o compasso nos pontos 1 e 2 para traçar dois pequenos
arcos (acima e abaixo do segmento) cuja interseção entre eles será repre-
sentada por P1 e P2. Ao Ligar P1 e P2 será gerado o seguimento perpendi-
cular ao segmento passando pela extremidade A. O exercício ficará
com a configuração abaixo:

4- Desenhe um segmento CD de 6,3cm na posição vertical e ache sua


mediatriz.

A mediatriz pode ser traçada com o segmento em qualquer posição, neste


caso, após traçar o seguimento vertical, basta posicionar a ponta seca do
compasso na extremidade A e estimar a abertura do compasso maior que
a metade do segmento , em seguida tracar um arco cortando o seg-
mento e repita o procedimento na extremidade B.

97 Rede e-Tec Brasil


5- Desenhe uma paralela ao segmento passando por um ponto P fora
do segmento, usando para medida do segmento 8cm.

Sendo P um ponto fora do segmento , deve-se centrar o compasso em


“P” e com abertura qualquer traçar um arco que possa cortar o segmento
, a interseção deste arco com o segmento é o ponto P1. Em seguida
centra-se o compasso em “P1” e com a mesma abertura, traça-se o segun-
do arco que passará por “P” e cortará surgindo o ponto “P2”. Mede-se
então a distância entre “P2” e “P” transferindo-a para o segundo arco e
encontrando o ponto B. A paralela será obtida ligando-se os pontos P e B.

6- Trace uma per- pendicular ao


segmento de 6cm passando por um ponto P1 fora do segmento.

Após desenhar o seguimento de 6 cm na escala natural trace um arco a


partir do ponto P1 que está fora do seguimento, para isso basta colocar a
ponta seca do compasso em P, para em seguida traçar um arco a parir de
P, com abertura que possa cortar o segmento em dois pontos auxiliares (1
e 2), a partir desses pontos serão traçados dois arcos cuja interseção gera-
rá o ponto P, ligando P1 a P surgirá a perpendicular ao segmento .

7- Divida o segmento = 8,5cm em 6 partes iguais (processo dos esqua-


dros).

Rede e-Tec Brasil 98 Desenho Técnico Aplicado


Após desenhar o seguimento AB, trace uma reta inclinada partindo da
extremidade A, divida esta reta em partes iguais, com a mesma quantidade
de partes que se deseja dividir o segmento (neste caso divida em 6
partes de 1cm cada); Ligue o último ponto da reta (P) à extremidade B,
formando outro segmento; desenhe paralelas ao novo segmento (PB) cujo
ponto inicial será cada ponto em que foi dividida a reta auxiliar (1,2,3,4,5
e P).

EXERCÍCIO 03
Orientações para as questões 1) e 2) :na construção dos ângulos o primeiro
passo é verificar o sentido, observe que neste caso o sentido é em relação
a reta horizontal “r”, não esqueça que os lados devem ter tamanhos iguais
e o valor do ângulo deve ser escrito na horizontal, observe abaixo os ele-
mentos da construção do ângulo:

1) Construa os ângulos de 122º, 87º e 22º no sentido anti-horário em re-


lação a reta “r” horizontal, usar para lados tamanho igual a 6cm (Observe
que depois de lido o ângulo você deve fazer o devido acabamento do
mesmo, veja os detalhes no item 3.2.3 de seu material).

2) Construa o ângulo de 65º no sentido horário em relação a reta “r” ho-


rizontal, com lados igual a 7cm e achar a sua bissetriz.

3) Seguindo os passos abaixo aprenda a construir um triângulo usando


transferidor, esquadros e compasso:

1- Construa uma linha horizontal de 7cm que será o segmento AB, use
lápis com grafite H nas linhas de construção, depois faça os acabamentos
com grafite B;

99 Rede e-Tec Brasil


2- Em seguida trace o ângulo de 60º partindo do ponto A, repetindo o
ângulo para o ponto B. Na intersecção entre os segmentos aparecerá o
vértice C

4) Construa o paralelogramo CDEF, sabendo que CD=6cm e o ângulo em


C é 60º, usando transferidor, esquadros e compasso, vaja o passo a passo:

1- Construa uma linha horizontal de 6cm que será o ;

2- Em seguida trace o ângulo de 60º partindo do ponto C, e nesta reta


marque o ponto F, sendo CF=3cm;

3- Trace uma paralela a CD que coincida com o ponto F, depois trace uma
paralela a CF que coincida com o ponto D, você determinará o ponto E e
terá desenhado o paralelogramo.

5) Desenhe o triângulo abaixo seguindo as informações dadas (ângulos


internos = 60º e lados AB e AC = 5cm) em seguida trace uma circunfe-
rência inscrita ao mesmo.

Inicie traçando o seguimento de reta AB que facilitará a construção do tri-


ângulo, em seguida determine o ponto A, encontrando o ângulo de 60º,
faça o mesmo procedimento para determinar o ponto B, depois finalize o
triângulo com grafite B ou HB.

Rede e-Tec Brasil 100 Desenho Técnico Aplicado


EXERCÍCIO 04
Orientações para resolução dos exercícios abaixo: para um trabalho inicial
com caligrafia técnico é extremamente importante a construção da malha
de desenho, pois ela garantirá que a letra seja construída corretamente.

Não esqueça de observar a proporção entre a largura e altura da letra,


bem como o espaçamento entre elas (ver aula 4 do material), relembre as
proporcionalidades no exemplo abaixo:

1) Para treinar sua destreza na escrita técnica, reescreva os textos abaixo:

a) Usar letras maiúsculas

DESENHO TÉCNICO É UMA LINGUAGEM GRÁFICA EM QUE SE EXPRES-


SAM DADOS COM RIGOR TÉCNICO.

b) Usar maiúsculas e minúsculas

A Norma Brasileira que rege o uso e aplicação da Caligrafia Técnica é a


NBR 8402.

c) Com letras maiúsculas inclinadas

NBR10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO E


NBR13142 – DOBRAMENTO DE CÓPIAS.

2) De posse de duas folhas de papel sem palta tamanho A4, desenhe as


margens do papel seguindo a normatização vista neste material quanto a
largura das margens e espessura das linhas.

3) Em uma das folhas já margeada, faça a legenda conforme a figura e não


esqueça de utilizar a escrita técnica no preenchimento da legenda.

101 Rede e-Tec Brasil


EXERCÍCIO 5
1) Faça a concordância entre o segmento de reta igual a 6cm e um arco
de raio R= 1,5cm.

Não esqueça que para fazer a concordância entre o segmento e o arco,


o primeiro passo é determinar a perpendicular que passa na extremidade
onde será feita a concordância pois nela serão marcados o Raio (R) e o
Centro de Concordância (Cc), pois o compasso será centrado no Cc a fim
de construir o arco que concordará com o segmento.

2) Com a concordância suavize a tangência entre dois círculos idênticos de


raio R= 2cm e distância entre seus centros de 6cm.

O primeiro passo é traçar um segmento de reta ligando os centros das cir-


cunferências e traçar uma perpendicular passando no ponto médio deste
segmento. A partir do centro traçar uma linha que corte a circunferência
determinando o raio e se prolongue até a perpendicular, fazer o mesmo
procedimento na outra circunferência determinando o Cc (centro de con-
cordância). Centrar o compasso em Cc e traçar o arco concordante tocan-
do nos raios anteriormente determinados das circunferências.

Rede e-Tec Brasil 102 Desenho Técnico Aplicado


3) Desenhe na escala indicada e faça a cotagem correta das figuras. Usar a
escala 1/50 na primeira e a escala 1/75 na segunda figura.

Neste exercício o primeiro passo é observar a escala solicitada para o dese-


nho das figuras. Depois de desenhadas as peças, aplicar a cotagem como
ensinado na aula 5, observando que as linhas de cota são construídas com
grafite H e devem ser paralelas as faces que se quer cotar e as linhas de
extensão devem ser perpendiculares às linhas de cota, procure deixar as
linhas de cota distantes das figuras cerca de 1cm e não deixe as linhas de
extensão tocarem na figura deixe-as afastadas cerca de 2mm. Lembre-se
que as linhas de cota nas faces inclinadas também devem ficar paralelas e
as de extensão sempre perpendiculares.

4) Escreva com Caligrafia Técnica maiúscula vertical a frase: “DESENHAR


REQUER DEDICAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E UM BOM MATERIAL DE TRA-

103 Rede e-Tec Brasil


BALHO”, usar para altura da letra 1cm, largura 7mm e espaçamento 3mm.

Para a escrita técnica você deve construir a malha com grafite H e observar
no material como cada letra é escrita na caligrafia técnica observando a
altura e o espaçamento entre elas como no exemplo:

5) Desenhe uma linha tracejada na horizontal com tamanho igual a 4cm


na escala 1/1 em seguida você irá repeti-la nas escalas: 1/125, 1/75 e 1/25
respectivamente.

Observe que a linha tem a mesma medida o que varia é a escala


então use o escalímetro para fazer a variação da escala.

EXERCÍCIO 6
1) Para a construção de sólidos deve ser observado o procedimento
das retas à 30º com o plano horizontal a partir das quais serão traçadas
paralelas que constituirão o sólido (este procedimento está detalhado na
questão seguinte e na aula 6 deste caderno). Construído o sólido você
deve fazer as vista ortogonais, observe que não se deve cotar um sólido,
as vistas são geradas para que possamos cotar a peça ou mostrar algum
detalhe existente na face do sólido. As vistas são representadas em épura
(ver detalhe na aula 6) onde serão apresentadas as vistas frontal, superior
e lateral, como no esquema abaixo:

Rede e-Tec Brasil 104 Desenho Técnico Aplicado


Para a construção do corte solicitado na questão, basta seguir a linha de
corte e mostrar o sólido resultante do corte da peça nesse ponto. Observe
que os cortes são importantes para mostrar detalhes internos de uma peça.

2) Na prática, para desenhar a perspectiva isométrica ou construir os só-


lido, como se diz comumente, basta utilizar o esquadro de 30º/60º, com
este instrumento você poderá traçar as linhas paralelas isométricas a 30º
necessárias à construção do solido, observe o processo

3) 1º - o primeiro procedimento é construir uma linha horizontal (L1) qual-


quer de onde parta uma perpendicular (z), aproximadamente, na posição
central (como um eixo cartesiano), essas linhas devem ser construídas com
grafite H. A interseção dessas linhas formará o ponto (0), a partir desse
ponto, será colocado o esquadro (30º/60º) em ambos os lados do eixo Z,
para traçar uma nova linha formando um ângulo de 30º com L1 (x e y).

2º - Em seguida são traçadas “linhas isométricas” paralelas à X, Y e Z, de-


finindo a configuração do sólido. Observe que no eixo Z serão marcadas
as medidas referentes à altura do sólido e nos eixos X e Y comprimento e
largura, respectivamente.

3º - Depois o processo das paralelas, usando o esquadro de 30º, será re-


petido quantas vezes forem necessárias à confecção da face do sólido por
meio das interseções entre arestas e vértices, como no exemplo abaixo:

Você deve fazer toda a construção com grafite H e depois concluir o sólido
com grafite B para finalizar a apresentação, lembre-se sempre que a apre-
sentação é muito importante nos trabalhos com desenho técnico.

105 Rede e-Tec Brasil


Referências

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Obras Consultadas

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107 Rede e-Tec Brasil


Bibliografia Básica

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Rede e-Tec Brasil 108 Desenho Técnico Aplicado


Currículo da Professora-autora

Mônica Silva possui formação técnica de nível médio


em edificações pelo antigo Centro Federal de Tec-
nologia do Pará, hoje Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Graduou-se em
Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal
do Pará (UFPa), onde também fez especialização
em “Gestão Urbana e Desenvolvimento Local” e onde está concluindo mes-
trado em Arquitetura e Urbanismo. Atuou como professora nos cursos téc-
nicos do IFPA até 2009. Atualmente, além de instrutora free de AutoCAD 2D
em cursos particulares de informática, é servidora da Prefeitura de Belém,
onde trabalha com desenhos de vias públicas na Divisão de Alinhamento
Predial da Secretaria Municipal de Urbanismo.

109 Rede e-Tec Brasil

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