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Beira
2024
Luísa Isabel Disse
Docente:
Dr. Aurélio Díniz
O presente trabalho constitui
Uma avaliação parcial na disciplina
De Direitos Fundamentais a ser apresentado
Na universidade Alberto Chipande
Sob orientação Dr. Aurélio Díniz
I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
V. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 18
I. INTRODUÇÃO
Falar dos direitos fundamentais em Moçambique, em particular, no sentido
material, sua importância significa aprimorar inúmeros aspectos da história do nosso
pais e para justificar o conceito sendo assim, não se mostra tarefa fácil e muito menos
algo que possa ser esgotado numa reflexão apenas, contudo, a necessidade de fazer este
trabalho tentar entende a real essência de direitos e deveres em moçambique, devido aos
conturbados momentos que marcam o quotidiano moçambicano.
1.1.Objectivos do trabalho
O presente trabalho, que é o culminar dos estudos do curso de licenciatura em Ciências
Juridicas, tem os seguintes objectivos:
1.2.Metodologia
Enquanto procedimento, este trabalho realizou-se por meio de observação
indirecta e indutiva, porque foi partindo de uma análise documental e do seu despectivo
conteúdo que obtivemos um parecer, um ponto de vista generalizado sobre o tema em
causa.
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II. DIREITOS FUNDAMENTAIS EM SENTIDO MATERIAL
Nascido das controvérsias entre o Rei e os bispos e barões ingleses, este pacto é
considerado pelos estudiosos dos direitos humanos um marco na garantia de liberdades
e limitação do poder do soberano, tornando-se um símbolo das liberdades públicas
(Silva, 2009, p. 152).
Anos mais tarde, o Habeas Corpus Act de 1679, que teve particular importância
na supressão das prisões arbitrárias comandadas pelos déspotas do regime absolutista.
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Por fim, a mais importante das Declarações, que foi a Declaração de Direitos (Bill of
Rights), de 1689, advinda da Revolução Gloriosa, cuja principal conquista foi a
desvinculação da imagem do monarca da imagem divina, fazendo nascer, para a
Inglaterra, a monarquia submetida à soberania popular. Este documento foi fonte de
inspiração para a instauração das democracias liberais na Europa e na América, nos
séculos XVIII e XIX (Silva, 2009, p. 153).
Nota-se que até o século XVII, apesar da positivação dos direitos e liberdades
civis na Inglaterra, houve uma “fundamentalização, mas não uma constitucionalização
dos direitos e liberdades individuais fundamentais” (Sarlet, 2009, p. 43). Foi somente
no século seguinte, sob a influência dos movimentos revolucionários que provocaram a
derrocada do regime absolutista que se deu a consolidação dos direitos fundamentais em
documentos constitucionais.
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modo, sempre vinculada à realidade social, estruturando um conjunto de valores e
regras. A doutrina apresenta alguns sentidos em que se deve tomar a Constituição, os
quais variam conforme diferentes tipos de concepção.
2.2.Terminologia e fundamentalidade
Os direitos fundamentais envolvem uma variedade terminológica que torna
difícil sua delimitação conceitual. José Afonso da Silva (2009, p. 175) ressalta que, “a
ampliação e a transformação” desses direitos, no decorrer da história, dificulta a
definição de um “conceito sintético e preciso”, o que é agravado pela diversidade de
expressões para designá-los.
2.3.Conceitos e fundamentalidade
Sobre a fundamentalidade dos direitos em estudo, Canotilho (2010, p. 369)
observa também uma distinção dos direitos fundamentais em formalmente
constitucionais e materialmente fundamentais. Os primeiros alcançam todos os
direitos reconhecidos e consagrados pela Constituição, pois são enunciados em normas
positivadas sob a forma constitucional. Há, em outro contexto, direitos fundamentais
reconhecidos por normas que não possuem forma constitucional. São, por esse motivo,
materialmente fundamentais, configurando normas de “fattispecie aberta”.
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garantias elencados no texto constitucional, e que foram beneficiados pela imutabilidade
que torna necessária uma emenda constitucional para sua modificação. No sentido
material, os direitos fundamentais “variam conforme a ideologia, a modalidade de
Estado, a espécie de valores e princípios que a Constituição consagra. Em suma, cada
Estado tem seus direitos fundamentais específicos”.
Sarlet (2009) esclarece que tal distinção não tem gerado grandes controvérsias
no âmbito doutrinário, distinguindo os direitos fundamentais:
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Importa consignar a constatação de Sarlet (2009, p. 32-33), quanto à
movimentação doutrinária rumo a um direito constitucional internacional, reconhecendo
uma estreita relação entre os “direitos humanos” e os direitos fundamentais assentada
em uma proximidade de conteúdo entre os documentos internacionais e os textos
constitucionais. Nesse contexto, o autor destaca o uso da expressão “direitos humanos
fundamentais”, ressaltando uma “unidade essencial e indissolúvel entre direitos
humanos e direitos fundamentais”. Diante das considerações apresentadas, pode-se
dizer que as expressões “direitos humanos” e direitos fundamentais não são termos
excludentes. Na verdade, entende-se que os direitos fundamentais remetem aos “direitos
humanos” na medida em que estes se referem aos direitos inerentes a todos os homens
em decorrência da sua própria natureza humana.
Para este autor, os direitos fundamentais não se resumem aos que constam do
texto constitucional, uma vez que eles representam valores supremos intrínsecos à
dignidade humana, cuja validade não carece da consagração em nenhum instrumento
jurídico. Eles têm valor em si, existem independentemente da vontade e consciência do
seu titular e transcendem a vontade de qualquer ente jurídico.
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este doutrinário, a incorporação na ordem jurídica dos direitos considerados “naturais” e
inalienáveis do indivíduo.
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fundamentais apresentam um “lado” jurídico-individual , enquanto garantem aos seus
titulares um direito subjectivo público, e um “lado” institucional objectivo, enquanto
garantias constitucionais de âmbitos de vida de liberdade juridicamente ordenado e
conformados.
A expressão Direitos Humanos, para designar os direitos que cada pessoa tem
por ser pessoa, mostra-se vaga e com sentido diferenciado para determinadas áreas
(MIRANDA, 2014b). Aos que trabalham o Direito Constitucional, nesse caso, Direito
Interno (positivo) de cada Estado soberano, preferem a expressão Direitos
Fundamentais. Isto porque tratam-se, segundo eles, de direitos assentes na ordem
jurídica, e não de direitos derivados da natureza do homem e que subsistam sem
embargo de negação da lei (MIRANDA, 2014b).
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Tratam-se de direitos humanos consagrados em texto fundamental
(Constituição) por forma a dar-lhes maior protecção e garantia. A Constituição
Moçambicana atribui os direitos fundamentais a todos os cidadãos perante a lei, e todos
gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres. O artigo 35º e
seguintes da CRM enumeram princípios e uma série de direitos, deveres e liberdades
consignados na lei do país. Refere ainda que: “...os direitos fundamentais consagrados
na Constituição não excluem quaisquer outros constantes das leis” (CRM, 2004). Isto
para dizer que todos os assuntos sobre os direitos fundamentais não se esgotam apenas
na Constituição, existindo outros instrumentos legais ou leis que de forma específica
nos remetem à sua consulta e apreciação.
No positivismo os valores éticos são aqueles que devem ser seguidos pela
sociedade. Actualmente os princípios já não são vistos como eram no antigamente, mas
sim carregados de normatividade, o que os faz um tipo de norma, bem assim como
regras. Os princípios constitucionais são normas que sustentam e servem de fundamento
jurídico para o ordenamento constitucional; são valores primordiais e bases do sistema
normativo da sociedade. Não são meros programas ou sugestões que visem acções para
iniciativa privada ou simplesmente para um poder público, dão a direcção e possuem
verdadeira força vinculativa.
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obstáculos jurídicos ou fácticos, de conduta activa ou de alternativa de comportamento,
como acontece no caso da liberdade e expressão. Mas, e não só, também podem
respeitar a atributos, valores ou situações do titular do direito fundamental relacionados
com a personalidade ou exigências derivadas da autodeterminação sobre a sua espera
pessoal ou da sua integração social, tal como acontece com o direito à vida, ao
desenvolvimento da personalidade, ao trabalho e outra infinidade de situações. Não
obstante os direitos fundamentais constituírem, em cada ordenamento constitucional,
uma unidade, estes podem ser classificados em categorias diversas.
É por isso que, citando Jorge Miranda, a concepção oitocentista dos direitos
fundamentais tomava-os como direitos exclusivamente individuais, direitos das pessoas
singulares e de exercício individual, voltados para a salvaguarda da liberdade pessoal,
tal é o exemplo do direito à vida, a objecção de consciência e ao bom nome,
constitucionalmente consagrados nos arts.40 e 41, respectivamente. Os direitos
fundamentais institucionais, por seu turno, reportam-se aos direitos atribuídos às
instituições e não às pessoas. E porquê?
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salvaguardados no âmbito ou através das instituições personificadas ou não
(associações, grupos de qualquer natureza, instituições stricto sensu), doptadas de
maior ou menor autonomia frente aos indivíduos que, em cada momento, as constituem,
sempre numa perspectiva da promoção, da realização da pessoa. Nestes direitos cite-se,
a título de exemplo, a liberdade de consciência, de religião e de culto consagrados
constitucionalmente às confissões religiosas (art. 54, n° 3), o direito de livre acção das
associações (art. 52, n° 2).
Estes direitos sociais, tidos como posições subjectivas face à actividade do poder
público, resultam da conquista dos movimentos sociais ao longo dos séculos e,
actualmente, são reconhecidos no âmbito do direito internacional em documentos como
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 e o Pacto Internacional dos
Direitos Económicos, Sociais e Culturais de 1966. Os direitos de liberdade têm como
conteúdo positivo o direito de agir e como conteúdo negativo não sofrer o sujeito
interferência ou impedimento. Segundo Jorge Reis Novais, nos direitos de liberdade a
norma constitucional de direitos fundamentais cria, ela própria, uma área juridicamente
delimitada ou delimitável de livre acesso ou fruição de um bem ou interesse de
liberdade protegido pelo direito fundamental, impondo, por conseguinte, aos poderes
constituídos a obrigação de acatarem e garantirem a inviolabilidade e possibilidade
jurídica de realização e concretização do poder de autodeterminação individual assim,
directa ou indirectamente, reconhecido.
Segundo o Prof. Jorge Miranda, tal como nos direitos de liberdade se recorta
uma dimensão positiva, também nos direitos sociais se encontra, pois, uma dimensão
negativa. As prestações que lhe correspondem não podem ser impostas às pessoas
contra a sua vontade, salvo quando envolvam deveres e, mesmo aqui, com certos
limites.
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IV. CONCLUSÃO
Contudo, pode concluir que direitos fundamentais são direitos de defesa que se
destinam a proteger determinadas posições subjectivas contra a intervenção do poder
público. Os direitos fundamentais do homem são situações jurídicas objectivas e
subjectivas definidas no direito positivo em prol da dignidade, igualdade e liberdade da
pessoa humana. Direitos fundamentais e Deveres fundamentais são situações jurídicas
ou adstrição de comportamentos impostas constitucionalmente às pessoas, aos membros
da comunidade política. São deveres que o homem tem perante o Estado, ou perante
outros homens enquanto cidadão e que derivam do seu estatuto básico, a Constituição,
em conformidade com os princípios que a enformam.
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V. BIBLIOGRAFIA
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15. MIRANDA, Jorge; Manual de Direito Constitucional, Tomo IV, 4.ª Edição,
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Fundamentais
Http://pinguanenunes.blogspot.com/2014/07/o-exercicio-dos-direitos-civicos-
em.html
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Https://www.dn.pt/politica/interior/as-manifestacoes-sao-um-exercicio-de-
direitoscivicos2910665.html
http://nesdoc.unesco.org/imagens/0013/001394/139423por.pdf
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