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FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E

LETRAS DO ALTO SÃO FRANCISCO – FASF

CURSO DE DIREITO

RYAN MARCOS VIEIRA SANTOS

O ASILO INVIOLÁVEL: conteúdo e extensão de uma garantia penal-

constitucional
LUZ – MG

2021

EUGÊNIO PACELLI VASCONCELOS MENEZES

O ASILO INVIOLÁVEL: conteúdo e extensão

de uma garantia penal-constitucional

Projeto de Monografia apresentado à


Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do
Alto São Francisco – FASF, como requisito
parcial para aprovação na disciplina
Metodologia da Pesquisa Jurídica.

Área de concentração: Direito Constitucional

Orientador: Dr. Antônio Costa Marçal

LUZ – MG
2021

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.........................................................................................

1.1 Justificativa............................................................................................................
1.2 Problema e hipótese.............................................................................................
1.3 Objetivos................................................................................................................
1.3.1 Objetivo geral.....................................................................................................
1.3.2 Objetivos específicos ......................................................................................
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................

3 METODOLOGIA ......................................................................................................

4 CRONOGRAMA........................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................8
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa

Desde que a urbanização se tornou um movimento significativo na sociedade


brasileiro, especialmente a partir da década de 1950, ocasionando uma migração da
zona rural para a urbana, houv5e um aumento considerável de pessoas que nem
sempre têm condições econômicas de viverem numa casa com estrutura tradicional
de madeira, alvenaria ou outro tipo de material.

Esta situação se agravou a partir da década de 1970 com as sucessivas


crises econômicas que a partir do século XXI diminuíram de intensidade, mas
continuam a existir, levando ao desemprego e à condição de miserabilidade um
número significativo de brasileiros. Com isto inúmeras pessoas passaram a morar
embaixo de viadutos, nas ruas e em outros espaços públicos não dotados de
estrutura de uma casa tradicional.

Com o aumento da população de rua e paralelamente o aumento da


criminalidade pelo aumento das diferenças sócio econômicas, passou a se tornar
frequente prisões em razão de ordem judicial de pessoas que não moram em casas,
consideradas estas aquelas com uma estrutura tradicional de paredes, teto, portas e
janelas.

Daí surge a questão se as prisões realizadas durante a noite, em


cumprimento de ordem judicial, violam ou não a garantia penal constitucional do
asilo inviolável, pois as pessoas têm sido presas em locais públicos onde
estabeleceram a sua moradia. Ou seja, o tema é atual e extremamente relevante
pois traz à discussão a questão da amplitude de uma garantia constitucional.

1.2 Problema e hipótese

No presente projeto ter-se-á como questão central, ou problema a ser


resolvido, uma indagação que envolve o vértice de encontro do Direito Constitucional
com o Direito Penal. Especificamente se pretende pesquisar a garantia penal-
constitucional do asilo inviolável, tendo como viés a hermenêutica jurídica. A questão
em si é a seguinte: A garantia penal-constitucional do asilo inviolável abrange todo o
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espaço destinado à moradia ou só as construções tradicionalmente chamadas de


casa?
A partir do conhecimento até aqui adquirido se formulou uma hipótese ao
problema. Tendo como parâmetros os princípios do Estado Democrático de Direito e
a dignidade da pessoa humana, previstos na atual Constituição da República
Federativa do Brasil, tem-se como resposta mais adequada a posição jurídica que
entende que todo e qualquer lugar usado para moradia deve ser considerado como
casa e, por consequência, ter a garantia constitucional do asilo inviolável. Esta é a
posição jurídica correta se se adotar como norte o direito entendido como elemento
de inclusão social e jurídica.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Tem-se como objetivo geral definir a extensão de significado da garantia penal


constitucional denominada asilo inviolável para avaliar se as prisões realizadas no
horário noturno, em cumprimento de ordem judicial, são legais ou ilegais.

1.3.2 Objetivos específicos

Para se chegar ao ponto de discutir se as prisões realizadas à noite em locais


públicos usados como moradia, em cumprimento de ordem judicial, se elas são
legais ou ilegais, é necessário o seguinte: i) diferenciar prisão por ordem judicial de
prisão em flagrante; ii) estabelecer os possíveis significados de casa; iii) adotar uma
definição de Estado Democrático de Direito - EDD e de dignidade da pessoa
humana; iv) optar por uma definição de casa que seja compatível com o EDD e a
dignidade da pessoa humana.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Como referência teórico será adotado uma concepção democrática do que é o


Direito a partir do pensamento de Marçal (2008), que entende que o direito produzido
democraticamente tem como resultados conteúdos conceituais (institutos jurídicos,
normas jurídicas, julgados, construções teóricas) definidos num ambiente discursivo
pelos cidadãos, advogados, juízes e legisladores. O texto legal é tão somente “uma
aproximação daquilo que um determinado grupo humano objetivou ter como correto
para se chegar ao justo.” (Marçal, 2008, p. 38)

Também se terá como referência o raciocínio abdutivo, de origem pierciana.


Pierce (2003, p. 220), no trecho adiante, apresenta uma ideia, mesmo que em linhas
gerais, do que é a abdução e de suas diferenças com os raciocínios indutivo e
dedutivo:

Abdução é o processo de formação de uma hipótese explanatória. É a


única operação lógica que apresenta uma idéia nova, pois a indução
nada faz além de determinar um valor, e a dedução, meramente
desenvolve as conseqüências necessárias de uma hipótese pura. A
Dedução prova, que algo deve ser; a Indução mostra que alguma coisa é
realmente operativa; a Abdução simplesmente sugere que alguma coisa
pode ser. Sua única justificativa é que a partir de suas sugestões a
dedução pode extrair uma predição que pode ser verificada por indução, e
isso, se é que nos é dado aprender algo ou compreender os fenômenos,
deve ser realizado através da abdução. Não há quaisquer razões que lhe
possam ser atribuídas, tanto quanto sei: e ela não necessita de razões,
visto que simplesmente oferece sugestões. (grifos)

3 METODOLOGIA
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Na realização da pesquisa científica proposta nesta monografia


se adotará um enfoque metodológico transdisciplinar, já que a abordagem abrange o
Direito Constitucional e o Direito Penal, com uma vertente jurídico-teórica, já que se
busca construir o conteúdo de um conceito a partir da hermenêutica jurídica. Será
usado, predominantemente o raciocínio abdutivo, do tipo pierceniano. A investigação
será do tipo jurídico-propositivo pois se tem como objetivo apresentar uma proposta
de interpretação e de conteúdo extraído do texto constitucional.

4 CRONOGRAMA

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRANDOM, Robert B. Some pragmatista themes in Hegel´s idealim: negotiation


and adminstratin in Hegel´s account of the structure and content of conceptual
norms. European journal of Philosophy 7:2, 1999, pp. 164-189.
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BRANDOM, Robert. Articolare le ragioni: un´introduzione all´inferenzialimo.


Trad. Carlo Nizzo. Milano: il Saggiatore, 2002.

BRANDOM, Robert. Hacerlo explícito: razonamiento, representación y


compromiso discursivo. Trad. Ângela Ackermann Pilári et. al. Madri: Herder, 2005.

BRASIL. Constituição Federal de 1988.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em: 17 abr.
2021.

ECO, Umberto. Tratado de semiótica general. Trad. Carlos Manzano (para o


espanhol) México: Nueva Imagen, 1978.

ECO, Umberto. Interpretação e superinterpretação. Trad. M.F. São Paulo: Martins


Fontes, 2001.

ECO, Umberto. Os limites da interpretação. Trad. Pérola de Carvallho. São Paulo:


Perspectiva, 2015.

LARENZ, Karl. Metodologia da ciência do Direito. Trad. José Lamego. Lisboa:


Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.

MARÇAL, Antônio Cota. Princípio – estatuto, função e uso no Direito. In


Constituição, Direito e Processo: princípios constitucionais do processo. Curitiba:
Juruá Editora, 2008. P.31-58.

MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Ed. Melhoramentos.


https://michaelis.uol.com.br/busca?id=jmao. Acesso em: 17 abr. 2021.

PIERCE, Charles Sanders. Semiótica. Trad. José Teixeira Coelho Neto. 3 ed. São
Paulo: Perspectiva S.A., 2003.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. Trad.: Antônio Chelini el al.
25 ed. São Paulo: Cultrix, 2003.

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