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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE DIREITO PROFESSOR JACY DE ASSIS

LARISSA CAMARGOS VALENÇA REIS (12221DIR011)

MILLENA DA COSTA SILVA (12221DIR040)

Abordagem crítica: uma análise de objeção de consciência em diferentes âmbitos

UBERLÂNDIA

2023
LARISSA CAMARGOS VALENÇA REIS

MILLENA DA COSTA SILVA

Abordagem crítica: uma análise de objeção de consciência em diferentes âmbitos

Projeto de pesquisa apresentado à disciplina de


Direito Penal I, a ser realizada na Faculdade de
Direito Professor Jacy de Assis, Universidade
Federal de Uberlândia.

Orientador: Professor Doutor Fábio Guedes de


Paula Machado

UBERLÂNDIA

2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................4
2. JUSTIFICATIVA.........................................................................................................4
3. OBJETIVOS.................................................................................................................5
4. INDICE PROVISORIO..............................................................................................6
5. METODOLOGIA........................................................................................................7
6. CRONOGRAMA........................................................................................................8
7. BIBLIOGRAFIA PRELIMINAR..............................................................................9
1. INTRODUÇÃO

Estabelecida pela Constituição Federal Brasileira de 1988, a objeção de consciência é a


garantia a recusa do cumprimento do dever legal, consiste no não-fazer do sujeito de direitos
que não pode ser violado por outrem e nem pelo Estado.

A objeção de consciência se apresenta no sistema como um problema da obrigação jurídica,


pois caracteriza um conflito entre direitos e regras. Sendo assim, ao invocar seu direito de
liberdade de consciência o sujeito o faz por motivo de crenças religiosas, filosóficas ou
políticas.

Apesar de ser um tema comumente tratado pelo direito constitucional brasileiro, conferidos
nos direitos fundamentais (art. 5, VIII, e no art. 143, inciso 1, CF), o presente artigo busca
exemplificar também a objeção de consciência no âmbito penal. Torna-se importante
analisar a relevância desse tema na teoria do crime, principalmente no tocante as categorias
que constituem o conceito analítico de crime (tipicidade, ilicitude e culpabilidade).

Nesta monografia buscaremos explorar os tipos e as dimensões constitucionais e penais


desse fenômeno, e as questões de equilíbrio individual e responsabilidade coletiva, além de
analisar o papel estatal nesse tema complexo que produz grande reflexão.

2. JUSTIFICATIVA
John Rawls caracteriza objeção de consciência por um ato que não busca mudanças, mas a
passível obediência aos regulamentos. Hernán A. Ortiz Rivas define como:

Para nós, a objeção de consciência é um ato da pessoa humana,


individual, íntimo, não lento, baseado na liberdade de recusar ou que
contraria determinadas normas legais, por fidelidade a alguns
princípios culturais, ato que é reconhecido no direito positivo porque
não busca mudança. Em outras palavras, há objeção de consciência
quando um indivíduo, no exercício de um direito se recusa a cumprir
pacificamente um preceito legal, cuja observância proíbe a sua
convicção intima. (Ortiz Rivas, 1998, p. 65, tradução nossa)
Ao discutir sobre objeção de consciência faz-se necessário analisar os progressivos embates
entre convicções éticas, autonomia individual e exercício profissional, logo, exploraremos
as ordens jurídicas, políticas e morais.

Desse modo, o presente projeto busca aprofundar nossa percepção sobre as motivações,
implicações sociais e éticas desse tema, dispondo uma análise a perspectivas e contribuindo
para a elaboração de políticas e práticas que respeitem a diversidade de crenças sem
prejudicar o bem comum.

A partir disso, primeiramente, pretende-se realizar uma construção conceitual acerca da


temática. Após isso, examinaremos o pretexto histórico e analisaremos os tipos de objeção
de consciência conforme a aplicação doutrinaria, assim contemplando oito classificações.
Sucedendo isso, verificaremos o âmbito constitucional e penal na objeção de consciência,
e diferenciaremos objeção de consciência de desobediência civil.

Importante ressaltar que o Código Penal brasileiro não dispõe especificamente sobre essa
temática, entretanto faremos análises doutrinárias, juntamente com os conceitos e debates
quanto a tipicidade, ilicitude, culpabilidade, liberdade de vontade e responsabilidade. Ainda,
discute-se se existe a possibilidade de incorrer ou não a prática de um crime em alguns casos
de escusa de consciência.

Em contrapartida, a Constituição Federal o faz, sendo assim possível averiguar o art. 5, VIII
como escusa genérica de consciência e o art. 143, inciso 1 como escusa restritiva ao serviço
militar.

Ante nosso ordenamento jurídico, a objeção de consciência é tida como um direito de


liberdade, apesar disso esse direito não é absoluto e pode ser limitado por outros direitos e
normas.

3. OBJETIVOS

O artigo possui como objetivo principal propor uma análise crítica acerca do tema objeção de
consciência, de modo que explore acerca de seu conceito e suas acepções. Desde o aspecto
histórico até na contemporaneidade, com foco no direito brasileiro, seja no âmbito
constitucional até o direito penal.
É intuito do presente trabalho acadêmico, também, investigar as abordagens da objeção de
consciência em seus diversos tipos, e como elas se aplicam na jurisprudência brasileira, através
da apresentação de casos concretos.

Ainda, procuramos estabelecer uma análise mais profunda do tema no aspecto do direito penal,
de modo que possa percorrer em diversos de seus conceitos, como o de culpabilidade e
responsabilidade penal dentro da objeção de consciência.

Dessa forma, por meio dessa análise crítica esperamos entregar uma contribuição hábil sobre o
assunto na área acadêmica, e assim, que sirva como uma base de compreensão e especulação
da objeção de consciência no direito penal brasileiro.

4. ÍNDICE PROVISÓRIO
1. Introdução
1.1 Apresentação do objeto de pesquisa
2. Os tipos de objeção de consciência Larissa
2.1. Objeção de consciência ao serviço militar
2.2. Objeção de consciência religiosa
2.3. Objeção de consciência ao exercício profissional
2.4. Objeção de consciência a obrigação sanitária e tratamento médico
2.5. Objeção de consciência a obrigação de doação de órgãos
2.6. Objeção de consciência ao aborto
2.7. Objeção de consciência ao trabalho nos sábados
2.8. Objeção de consciência eleitoral
3. Surgimento histórico do tema
4. A previsão constitucional da objeção de consciência
4.1. Titularidade do direito de se abster de consciência
5. A objeção de consciência no âmbito penal
Millena
5.1. Objeção de consciência e tipicidade
5.2. Objeção de consciência e ilicitude
5.3. Objeção de consciência e culpabilidade
5.4. Objeção de consciência e liberdade de vontade
5.5. Responsabilidade penal na objeção de consciência
6. A distinção entre desobediência civil e objeção de consciência
6.1. Conceituação e a problematização acerca da desobediência civil
6.2. Justificação jurídica, moral e política da desobediência civil
6.3. A problematização acerca da objeção de consciência
6.4. Justificação jurídica, moral e política da objeção de consciência
7. Conclusão
8. Bibliografia preliminar

5. METODOLOGIA

Com propósito de enriquecer o nosso conhecimento para a montagem da pesquisa realizamos


em um primeiro momento leituras sobre o assunto, com o intuito de conhecer as concepções
desse tema no âmbito do Direito.

Desse modo, foi reunida uma diversa bibliografia relacionada ao tema, dentre autores de grande
renome que estão presentes pode-se citar nomes como: Claus Roxin, Juarez Cirino dos Santos,
Ronald Myles Dworkin e outros.

A partir dessas fontes foi feita uma análise literária das obras e dos artigos encontrados, assim,
pode-se selecionar de maneira criteriosa o que poderia ser utilizado como base na pesquisa.

Vale ressaltar também que recebemos ainda o apoio do professor orientador, o qual se dispôs a
ajudar-nos com a seleção dessas leituras.

Desse modo, após todas as ponderações, realizamos a nossa análise crítica do tema, e assim,
podemos finalmente compreender a sua aplicação no Direito brasileiro, e de forma especial e
concentrada no Direito Penal brasileiro, por fim, observando assim as suas acepções na
jurisprudência e na legislação brasileira.
6. CRONOGRAMA
Processos Agosto/2023 Setembro/2023 Outubro/2023 Novembro/2023
Escolha do tema
X
Pesquisa de
fontes X X X
Leitura do
material X X X
selecionado
Produção do
projeto de X
pesquisa
Produção da
monografia X X X
Finalização e
revisão da X
X
monografia
Entrega do
trabalho e X
apresentação
7. BIBLIOGRAFIA PRELIMINAR

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil:


promulgada em 5 de outubro de 1988.

BUZANELLO, Jose Carlos. Direito de resistência. Seqüência; Estudos Jurídicos e


Políticos, v. 22, n. 42, p. 9, 2001.

BUZANELLO, José Carlos. Objeção de consciência: uma questão constitucional. Revista


de Informação Legislativa. Brasília a, v. 38, p. 173-182, 2001.

DE SOUZA, Paulo Vinicius Sporleder. Objeção de consciência médica e direito penal.


Revista AMRIGS, 2015.

John Rawls apud Hernán A. Ortiz Rivas, 1998, p. 65, tradução nossa (segunda nota de rodapé)

ORTIZ RIVAS, Hernán A. Obediência al derecho, desobediencia civil y objeción de


consiencia, Editorial Temis S.A., 1998.

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