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Bem-vindo(a) ao Norte Legal!

Projeto de leis anotadas do Cejurnorteconcursos, o “NL” trouxe para o ano de 2022 uma abordagem
inovadora para o estudo da lei seca. O conteúdo produzido é ideal para você, que, muitas vezes, precisa
recorrer a diversas fontes de estudo, para esgotar um determinado assunto.
Confeccionamos um material ÚNICO, COMPLETO, DIDÁTICO e OBJETIVO, ideal tanto para o estudo diário
do aluno, quanto para o estudo de véspera.

“Como traço distintivo temos, a conjugação do ESTUDO DA LEI, de ASPECTOS DOUTRINÁRIOS e da


jurisprudência, a inclusão de súmulas, destaque nos dispositivos mais recorrentes em provas, através de
TABELAS criadas com base em “pegadinhas”, MNEMÔNICOS, adoção de cores, caracteres intuitivos.”
(Bruno Câmara)

Coautores:
Bruno Câmara - Promotor de Justiça do Estado do Pará (8 aprovações em concursos de MP e Delegado.
Lucas Epifanio - Sócio e coordenador de projetos online do @cejurnorteconcursos.

Revisores:
André Epifanio - Promotor de Justiça do Amazonas (desde 2017). Ex-procurador/PA. Aprovado
Defensor/PA. Professor de Processo Penal do @cejurnorteconcursos.
Márcia Pessoa - Aprovada na Magistratura Estadual.

Equipe de apoio/criação:
Raquel Melina, Ramon Mesquita, Bianca Pantoja e Jessica Bastos.

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (2022.1)

SUMÁRIO

PROCESSO PENAL - NOTAS INTRODUTÓRIAS ................................................................................................................. 5

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941) ....................................... 17

LIVRO I - DO PROCESSO EM GERAL ................................................................................................................................... 17

TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ......................................................................................................................... 17

INQUÉRITO POLICIAL – NOTAS INTRODUTÓRIAS........................................................................................................... 24

CÓGIGO DE PROCESSO PENAL - DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. ..................................... 33

TÍTULO II - DO INQUÉRITO POLICIAL .................................................................................................................................. 33

DA AÇÃO PENAL – NOTAS INTRODUTÓRIAS .................................................................................................................... 41

TÍTULO III - DA AÇÃO PENAL ................................................................................................................................................ 47

TÍTULO IV – DA AÇÃO CIVIL ................................................................................................................................................... 63

NOTAS INTRODUTÓRIAS - COMPETÊNCIA ....................................................................................................................... 66

TÍTULO V - DA COMPETÊNCIA .............................................................................................................................................. 75

CAPÍTULO III - DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO........................................................................ 76

CAPÍTULO IV - DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO ................................................................................................ 79

CAPÍTULO V - DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA ....................................................................... 80

CAPÍTULO VI - DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO ................................................................................................... 84

CAPÍTULO VII - DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ................................................................. 84

CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES ESPECIAIS........................................................................................................................ 91

TÍTULO VI - DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES ........................................................................................... 93


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CAPÍTULO I - DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS ................................................................................................................. 93

CAPÍTULO II - DAS EXCEÇÕES ............................................................................................................................................. 95

CAPÍTULO III - DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS ................................................................................ 100

CAPÍTULO IV - DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO .............................................................................................................. 100

CAPÍTULO V - DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS .................................................................................. 101

CAPÍTULO VI - DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS....................................................................................................... 103

CAPÍTULO VII - DO INCIDENTE DE FALSIDADE .............................................................................................................109

CAPÍTULO VIII - DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO..........................................................................................109

NOTAS INTRODUTÓRIAS - PROVAS ................................................................................................................................... 113

TÍTULO VII – DA PROVA ..........................................................................................................................................................119

CAPÍTULO III - DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO .................................................................................................... 131

CAPÍTULO IV - DA CONFISSÃO .......................................................................................................................................... 134

CAPÍTULO V - DO OFENDIDO ...............................................................................................................................................135

CAPÍTULO VI - DAS TESTEMUNHAS .................................................................................................................................. 136

CAPÍTULO VIII - DA ACAREAÇÃO ...................................................................................................................................... 144

CAPÍTULO IX - DOS DOCUMENTOS ................................................................................................................................... 144

CAPÍTULO X - DOS INDÍCIOS .............................................................................................................................................. 146

CAPÍTULO XI - DA BUSCA E DA APREENSÃO ............................................................................................................... 146

TÍTULO VIII - DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E

AUXILIARES DA JUSTIÇA ......................................................................................................................................................152

CAPÍTULO I - DO JUIZ ............................................................................................................................................................152

CAPÍTULO II - DO MINISTÉRIO PÚBLICO ..........................................................................................................................153


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CAPÍTULO III - DO ACUSADO E SEU DEFENSOR ...........................................................................................................153

CAPÍTULO V - DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA .......................................................................................................... 157

CAPÍTULO VI - DOS PERITOS E INTÉRPRETES...............................................................................................................157

TÍTULO IX - DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA .................................. 158

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................................................ 158

CAPÍTULO II - DA PRISÃO EM FLAGRANTE .................................................................................................................... 163

CAPÍTULO III - DA PRISÃO PREVENTIVA ......................................................................................................................... 170

CAPÍTULO IV - DA PRISÃO DOMICILIAR........................................................................................................................... 177

CAPÍTULO V - DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES..................................................................................................178

CAPÍTULO VI - DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA..................................................................... 180

TÍTULO X - DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES ..................................................................................................................... 184

CAPÍTULO I - DAS CITAÇÕES .............................................................................................................................................. 185

CAPÍTULO II - DAS INTIMAÇÕES..........................................................................................................................................191

TÍTULO XI - DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES ..................................................................................... 192

DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA ..................................................................................................................... 192

TÍTULO XII - DA SENTENÇA .................................................................................................................................................. 197

NOTAS INTRODUTÓRIAS – DO PROCESSO COMUM (LIVRO II – TÍTULO I) ............................................................ 203

CAPÍTULO I - DA INSTRUÇÃO CRIMINAL ........................................................................................................................ 206

CAPÍTULO II - DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

......................................................................................................................................................................................................210

LIVRO III - DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL ..................................................................................... 235

TÍTULO I - DAS NULIDADES ................................................................................................................................................ 238


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TÍTULO II - DOS RECURSOS EM GERAL ..........................................................................................................................245

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................................................ 249

CAPÍTULO II - DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO .....................................................................................................251

CAPÍTULO III - DA APELAÇÃO ............................................................................................................................................254

CAPÍTULO V - DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO E DAS

APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO ............................................................................................................... 261

CAPÍTULO VI - DOS EMBARGOS ........................................................................................................................................ 263

CAPÍTULO VII - DA REVISÃO ............................................................................................................................................... 264

CAPÍTULO VIII - DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO ....................................................................................................... 270

CAPÍTULO IX - DA CARTA TESTEMUNHÁVEL ................................................................................................................ 270

CAPÍTULO X- DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO ............................................................................................. 272

LIVRO IV - DA EXECUÇÃO .....................................................................................................................................................281

TÍTULO I.......................................................................................................................................................................................281

CAPÍTULO II - DA REABILITAÇÃO.......................................................................................................................................281

TÍTULO V - DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA ..................................................................................... 282

LIVRO V - DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE ESTRANGEIRA .............................................. 282

TÍTULO ÚNICO .......................................................................................................................................................................... 282

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................................................ 282

CAPÍTULO II- DAS CARTAS ROGATÓRIAS ...................................................................................................................... 282

CAPÍTULO III - DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS ............................................................... 283

LIVRO VI - DISPOSIÇÕES GERAIS ..................................................................................................................................... 283


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NORTE LEGAL
LEGISLAÇÃO: CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
ABRANGÊNCIA: ART. 1 AO 23

PROCESSO PENAL - NOTAS INTRODUTÓRIAS

MODALIDADES DE SISTEMAS PROCESSUAIS


Busca-se examinar 03 pontos:

a) Interação entre o Juiz, o Promotor e a Defesa;


b) Papel que o Juiz exerce na produção da prova;
c) Exercício do direito de defesa do acusado.

Não há contraditório.
Juiz com ampla iniciativa probatória (chamada gestão de provas), na investigação e no
processo.
Acusado é mero objeto do processo.
SISTEMA
Princípio da verdade real (superado): magistrado deve buscar verdade, podendo, para
INQUISITORIAL tanto, utilizar provas ilícitas (ex, tortura admitida).
Confissão do réu é a rainha das provas.

Clara distinção entre as atividades de acusar e julgar.


Iniciativa probatória exclusiva das partes e juiz como terceiro imparcial e passivo na
coleta da prova. Vigora o Princípio Dispositivo, por isso em nenhuma fase o juiz pode
produzir prova de ofício.
SISTEMA ACUSATÓRIO Como exemplo do papel do juiz na produção de prova, temos o art. 212 do CPP (método
de questionamento das testemunhas) conhecido como exame direto e cruzado. Antes
(ADOTADO de 2008, cabia ao juiz a formulação de perguntas. Atualmente, as perguntas são feitas
EXPRESSAMENTE NO diretamente pelas partes, cabendo ao magistrado a atuação residual.
BRASIL, NO ART.3º-A
Art. 212, CPP. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha,
DO CPP) não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com
Art. 3º-A. O processo penal a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
terá estrutura acusatória, Acusado é sujeito de direitos.
vedadas a iniciativa do juiz
na fase de investigação e a Vigora a publicidade e oralidade do julgamento.
substituição da atuação Presença de contraditório.
probatória do órgão de
acusação. (Incluído pela Na fase investigatória, juiz só intervém se for provocado.
Lei nº 13.964, de 2019)
Princípio da busca da verdade (ou verdade processual) - prova deve ser produzida
com contraditório.
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Conforme seu art. 129, I, a CF adotou este sistema, outorgando ao MP a titularidade da


ação penal pública.

Processo tem 2 fases:

1a fase: Inquisitorial, com instrução escrita e secreta, sem acusação e, por isso, sem
contraditório.
SISTEMA MISTO OU
FRANCÊS 2a fase: Acusatório. Acusador apresenta acusação, réu se defende e Juiz julga,
vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade.

Quando o CPP entrou em vigor, prevalecia que o sistema nele previsto era o misto.
Porém, com o advento da CF, que prevê de maneira expressa a separação das funções
de acusar e defender, adotou-se o Sistema Acusatório.

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E PROCESSUAIS CONSTITUCIONAIS

Previsto na CF e na Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH).

CADH CF

Art. 8o, §2o: Toda pessoa acusada Art. 5o (...), LVII – ninguém será
de um delito tem direito a que se considerado culpado até o
presuma sua inocência, enquanto trânsito em julgado de sentença
não for legalmente comprovada a penal condenatória.
sua culpa.
PRINCÍPIO DA
PRESUNÇÃO DE Aqui, aplica-se o princípio pro homine, segundo o qual havendo tratamento
INOCÊNCIA (DUDH) OU diferenciado na legislação internacional e na interna, deve prevalecer o que for mais
PRESUNÇÃO DE NÃO benéfico ao acusado. Nesse caso, será a CF.
CULPABILIDADE (CF)
No dia 07/11/2019, o STF, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54), afirmou que o cumprimento da
pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos. Assim, é
proibida a execução provisória da pena.

Atenção: No que tange à execução provisória da pena no Tribunal do Júri, a 1a Turma do


STF já vinha decidindo no sentido de que a condenação a uma pena igual ou superior a
15 anos de reclusão autorizava a execução provisória da pena. O Pacote Anticrime
positivou esse entendimento no art. 492, I, do CPP, o que, segundo a doutrina, é um
dispositivo de constitucionalidade questionada, uma vez que se admite a execução
provisória de uma decisão de um juiz de 1º grau.
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Para este princípio, ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Veda- se a
autoincriminação.

Previsto no CADH (art. 8o, 2, g) e na CF (art. 5o, LXIII).

CADH CF

Artigo 8o - Garantias judiciais Art. 5o, LXIII - o preso será informado de


seus direitos, entre os quais o de
2. Toda pessoa acusada de um
permanecer calado, sendo-lhe
delito tem direito a que se
assegurada a assistência da família e de
presuma sua inocência, enquanto
advogado;
não for legalmente comprovada
sua culpa. Durante o processo,
toda pessoa tem direito, em plena
PRINCÍPIO DO NEMO igualdade, às seguintes garantias
mínimas:
TENETUR SE DETEGERE
g) direito de não ser obrigada a
depor contra si mesma, nem a
confessar-se culpada, entre os
quais o depermanecer calado;e

OBS1. Sabendo que o titular desse direito é o indivíduo


suspeito/investigado/indiciado/acusado, A TESTEMUNHA PODERÁ SE VALER DELE?
SIM, desde que, diante do caso concreto, o seu depoimento seja apto a produzir prova
contra si mesmo. Por exemplo, se falar o que sabe, acabará confessando um crime.
Todavia, na posição de pessoa que conhece fato sobre terceiro, a testemunha não
poderá invocar o princípio.

OBS2. ADVERTÊNCIA. Nos termos do art. 5o, LXIII da CF, o cidadão deve ser,
obrigatoriamente, informado do seu direito ao silêncio, sob pena de nulidade. Perceba
que a não observância de tal dever PODE acarretar a ilicitude das provas. Sobre o tema,
temos um julgado recente (11/05/2021) do STJ:

(...) 4. No que concerne à alegada nulidade do depoimento prestado perante a autoridade policial,
em virtude da ausência de informação a respeito do direito de permanecer em silêncio, consigno
que, no moderno processo penal, eventual alegação de nulidade deve vir acompanhada da efetiva
demonstração do prejuízo, o que não foi sequer indicado no presente recurso. Nesse contexto, a
simples alegação de que o recorrente não foi alertado do seu direito ao silêncio, em nada
repercute sobre a higidez processual. (...) STJ. 5ª Turma. RHC 77.238/PR.
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05 DESDOBRAMENTOS DO NEMO TENETUR SE DETEGERE

Direito de não responder às perguntas


formuladas pela autoridade, funcionando como
DIREITO AO SILÊNCIO
espécie de manifestação passiva da defesa.

O direito ao silêncio é válido em qualquer juízo e


em qualquer procedimento. Portanto, pode ser
exercido no tribunal do júri.

O art. 478 do CPP diz o seguinte:


DIREITO AO SILÊNCIO
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão,
NO TRIBUNAL DO JÚRI E sob pena de nulidade, fazer referências:
A VEDAÇÃO DA SUA
UTILIZAÇÃO COMO I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que
julgaram admissível a acusação ou à determinação do
ARGUMENTO DE
uso de algemas como argumento de autoridade que
AUTORIDADE
beneficiem ou prejudiquem o acusado;

II – ao silêncio do acusado ou à ausência de


interrogatório por falta de requerimento, em seu
prejuízo.

Alguns doutrinadores entendem que o acusado


possui o direito de mentir, por não existir o crime
de perjúrio no ordenamento pátrio.
DIREITO DE MENTIR
E no caso de mentiras agressivas (incriminar
terceiros inocentes)? Haverá responsabilização
(calúnia, denunciação caluniosa).

Doutrina e jurisprudência têm adotado o


entendimento de que não se pode exigir um
DIREITO DE NÃO
comportamento ativo do acusado.
PRATICAR QUALQUER
COMPORTAMENTO ATIVO Comportamento ativo: um “fazer” por parte do
QUE POSSA INCRIMINÁ- acusado. Exemplo: fornecimento de material
LO escrito para exame grafotécnico e do exame de
bafômetro.

Prova invasiva, que implica na penetração do


organismo humano e na extração de uma parte
dele.
DIREITO DE NÃO
Exemplo: coleta de sangue, soprar bafômetro.
PRODUZIR NENHUMA
PROVA INCRIMINADORA OBS: Prova não invasiva, sem proteção do
INVASIVA referido princípio, é aquela em que não há
penetração no organismo humano. Admite-se a
coleta, mas não deve ser retirada do corpo. Por
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exemplo, o fio de cabelo coletado de um pente,


DIREITO DE NÃO vale para a coleta de lixo descartado, de placenta
PRODUZIR NENHUMA descartada.
PROVA INCRIMINADORA OBS2: O STJ entende que o raio-x é prova não
INVASIVA invasiva, de modo que pode ser realizado mesmo
contra a vontade do indivíduo. (HC 149.146/SP)

Nemo Tenutur e a prática de outros ilíticos:

1) Agente adultera a cena do crime (Caso Nardoni)? Responsabilização por fraude


processual. Não viola o princípio.

2) Agente, foragido, ao ser parado em uma blitz, apresenta identidade falsa?


Responsabilização pelo crime de falsa identidade. Não viola o princípio.

Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é


típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

3) Crime do art. 305 do CTB (afastar-se do local do acidente)? Não viola o referido
princípio.

Art. 305, CTB. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída: Penas - detenção, de seis
meses a um ano, ou multa.

Dever legal de interrupção imediata do interrogatório quando o imputado optar pelo


exercício do direito ao silêncio

Com o advento da Nova Lei de Abuso de Autoridade, passou a ser crime de abuso de
autoridade o prosseguimento de interrogatório, policial ou judicial, de imputado que
decidiu exercer o seu direito ao direito.

Art. 15. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;


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Respaldado constitucionalmente pelo art. 5o, LV da CF, impõe que às partes (acusação
e defesa) devem ser dadas a possibilidade de influir no convencimento do magistrado,
oportunizando-se a participação e manifestação sobre os atos que constituem a
evolução pessoal. O contraditório abrange o direito de produzir prova, o direito de
alegar, de se manifestar, de ser cientificado, dentre outros.

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

O princípio do contraditório é formado por dois elementos, quais sejam: direito à


informação e direito à participação. Vejamos:

DIREITO À INFORMAÇÃO DIREITO À PARTICIPAÇÃO

Atos de comunicação: intimação, Possibilidade de contrariar.


citação e notificação.

Exemplo:

Súmula nº 707, STF - Constitui nulidade


PRINCÍPIO DO a falta de intimação do denunciado para
CONTRADITÓRIO oferecer contrarrazões ao recurso
interposto da rejeição da denúncia, não
a suprindo a nomeação de defensor
dativo.

ATENÇÃO: É entendimento majoritário de que não é exigível o direito ao contraditório


no inquérito policial, já que se trata de procedimento administrativo de caráter
informativo.

Diferença entre o contraditório para a prova (real) e contraditório sobre a prova


(diferido).

CONTRADITÓRIO PARA A PROVA CONTRADITÓRIO SOBRE A PROVA


(REAL) (DIFERIDO ou POSTERGADO).

Partes atuam na própria formação do Contraditório ocorre apenas após a


elemento de prova, sendo formação da prova, dando-se
indispensável que sua produção se dê oportunidade ao acusado e a seu
na presença do órgão julgador e das defensor de, no curso do processo,
partes. contestar a providência cautelar, ou
de combater a prova pericial feita no
Exemplo: prova testemunhal colhida
curso do inquérito.
em Juízo, em que não há qualquer
razão cautelar a justificar a não Exemplo: interceptação telefônica
intervenção das partes quando da sua
produção, sendo obrigatória, pois, a
observância do contraditório para a
realização da prova.
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Deve ser assegurada a ampla possibilidade de defesa, lançando-se mão dos meios e
recursos disponíveis a ela inerentes (art. 5o, LV da CF/88).
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Desdobramento do princípio do devido processo legal.


Divide-se em:

DEFESA TÉCNICA AUTODEFESA

Também chamada de defesa Também chamada de defesa material


processual. ou genérica.
Pontos de destaque: Pontos de destaque:
1) É realizada por profissional da 1) Autodefesa é aquela exercida pelo
advocacia (defensor constituído ou próprio acusado, em momentos
defensor nomeado ou defensor cruciais do processo. Diferencia-se da
público), regularmente inscrito nos defesa técnica porque, embora não
quadros da OAB. possa ser desprezada pelo juiz, é
renunciável, já que não há como se
PRINCÍPIO DA AMPLA 2) É obrigatória, nos termos do art. compelir o acusado a exercer seu
DEFESA 261 do CPP: direito ao interrogatório nem tampouco
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que a acompanhar os atos da instrução
ausente ou foragido, será processado ou processual.
julgado sem defensor.
2) Manifesta-se de várias formas:
Parágrafo único. A defesa técnica, quando direito de audiência (interrogatório
realizada por defensor público ou dativo, judicial), direito de presença (direito de
será sempre exercida através de
acompanhar os atos da instrução,
manifestação fundamentada
podendo ser por videoconferência) e
OBS: Presença do advogado é capacidade postulatória autônoma.
obrigatório no processo criminal,
3) Direito a postular pessoalmente
mesmo no âmbito dos Juizados
Especiais Criminais (em todos os Em alguns momentos específicos do
momentos, seja na audiência processo penal, confere-se ao
preliminar (art. 72), na análise da acusado capacidade postulatória
proposta da transação penal (art. 76, autônoma, independentemente da
§3o), no curso do procedimento presença de seu advogado, para
comum sumaríssimo (art. 81), seja no realizar determinados atos
momento da proposta de suspensão processuais, tais como:
condicional do processo (art. 89, §1o).)
a) Interpor recursos contra decisões
proferidas por juízes de 1º grau;

3) A falta de defesa técnica ou quando b) Provocar incidentes na execução


feita por profissional irregular gera penal;
nulidade absoluta. Nesse sentido: c) Revisão criminal;
Súmula nº 523, STF - No processo penal,
d) HC.
a falta da defesa técnica constitui
nulidade absoluta, mas a sua deficiência 4) A Nova Lei de Abuso de Autoridade
só o anulará se houver prova de prejuízo passou a criminalizar a conduta de
para o réu.
privar que o indivíduo se sente ao lado
de seu defensor e de com ele
comunicar-se durante a audiência.
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4) Tem caráter irrenunciável. (Mesmo Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista
que o acusado não queira, juiz tem pessoal e reservada do preso com seu advogado:
que nomear um defensor).
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
5) Direito de escolha do defensor:
direito do próprio acusado. O juiz não
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
pode se sobrepor à sua vontade. Isto impede o preso, o réu solto ou o investigado de
é, quando o advogado constituído entrevistar-se pessoal e reservadamente com
abandona o processo, não pode o juiz seu advogado ou defensor, por prazo razoável,
enviar os autos à Defensoria sem que antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu
lado e com ele comunicar-se durante a
dê ciência ao acusado para que audiência, salvo no curso de interrogatório ou no
escolha outro advogado de sua caso de audiência realizada por
confiança. Apenas em caso de videoconferência.
inércia, após a intimação pessoal, é
que o juiz poderá remeter os autos à
Defensoria.
6) Próprio acusado pode exercer sua
defesa técnica? Sim, desde que seja
profissional da advocacia habilitado.
7) Defesa técnica de 2 ou mais
acusados e um único defensor é
possível, desde que não ocorra
colidência de teses pessoais.
8) No IPL, a defesa técnica é limitada.
A doutrina aduz que a defesa técnica
na fase pré- processual tem uma
atuação essencialmente exógena,
através do exercício do HC e do MS,
PRINCÍPIO DA AMPLA que, em última análise, corporificam
o exercício do direito de defesa fora
DEFESA
do IPL. Dentro do IPL basicamente só
existe a possibilidade de solicitar
diligências, nos limites do art. 14 do
CPP. Contudo, é errado dizer que não
existe direito de defesa no IPL.
Existir, existe, desde 1941, ainda que
não tenha a eficácia que a
Constituição exija.

Ampla defesa no PAD: A Súmula Vinculante no 5 não se aplica ao PAD promovido para
averiguar o cometimento de falta grave no curso da execução penal, tendo em vista
estar em jogo a liberdade de ir e vir. É necessária a presença de defesa técnica.
Súmula vinculante no 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a constituição”

Assim, quando o Juízo das Execuções decretar a regressão de regime sem que o
condenado seja assistido por defensor durante PAD instaurado para apurar falta grave,
há de se reconhecer a nulidade do feito, haja vista a violação aos princípios do
contraditório e da ampla defesa.
Ampla defesa e execução penal: A ampla defesa deve ser assegurada no processo de
execução penal, conforme entendimento sumulado do STJ.
Súmula nº 533 do STJ: “Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da
execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do
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estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado


constituído ou defensor público nomeado”.

Cuidado: No caso de transferência de presos para presídios federais (Lei 11.671/2008),


em regra, será necessário observar a ampla defesa. Contudo, em situações
excepcionais, devidamente fundamentadas pelo magistrado, o contraditório poderá ser
diferido.

Súmula nº 639 do STJ: “ Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida
prévia da defesa, determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento
penitenciário federal.

Julgado Novo (Info 720, STJ) – 26/11/2021: Se a defesa técnica teve pleno acesso aos
autos da ação penal, anexos e mídias eletrônicas, a negativa de ingresso de notebook
na unidade prisional para que o custodiado visualize as peças eletrônicas não configura
violação do princípio da ampla defesa.
PRINCÍPIO DA AMPLA
DEFESA Entenda o julgado: A garantia constitucional à ampla defesa, prevista no art. 5º, LV, da
CF, envolve a defesa em sentido técnico (defesa técnica), realizada pelo advogado, e a
defesa em sentido material (autodefesa), por meio de qualquer atividade defensiva
desenvolvida pelo próprio acusado, em especial durante seu interrogatório. Contudo,
no caso, a restrição ao ingresso de notebook na unidade prisional justificava-se pelo
risco de ofensa à segregação prisional.

Ademais, tal restrição não representava obstáculo à ampla defesa, pois as peças
processuais relevantes ou de interesse poderiam ter sido impressas e levadas ao
preso. Frise-se que, embora o custodiado tenha formação jurídica, sua defesa técnica
está sendo patrocinada por advogados habilitados nos autos, os quais tiveram pleno
acesso aos autos da ação penal, anexos e mídias eletrônicas. Portanto, assegurado à
defesa técnica amplo acesso à integralidade dos elementos probatórios encartados
nos autos, já estando o custodiado ciente das imputações descritas na denúncia, não
há falar em nulidade processual.

É o direito que o acusado possui de conhecer antecipadamente o juiz que irá julgar
eventual crime praticado. Está ligado à imparcialidade.

Impede a criação casuística de tribunais após-fato, para apreciar determinado caso. Ou


seja, o magistrado encarregado de colher a prova deve ser o mesmo que julgará, uma
PRINCÍPIO DO JUIZ vez que teve contato direto com as partes e testemunhas.
NATURAL
Previsão legal: art. 5o, XXXVII e LIII, ambos da CF.

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Descontaminação do julgado: Encontra-se prevista no art. 157, §5o do CPP, incluído pelo
Pacote Anticrime. Vejamos:

Art. 157, § 5o O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá
proferir a sentença ou acórdão. (Incluído pela Lei no 13.964, de 2019) (Eficácia Suspensa)
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Lei modificadora da competência e sua possível aplicação imediata aos processos em


andamento. Segundo os Tribunais Superiores, lei que altera competência deve ser
aplicada imediatamente, salvo se já houver sentença de mérito. Exemplos:

1) Crimes dolosos contra a vida praticados por militares, ainda que em serviço,
contra civis. Todos os processos que estivessem em 1ª instância deviam ser
remetidos ao Júri, salvo se já houver sentença de mérito, caso em que o
processo deve permanecer na justiça de origem;

2) Tráfico internacional de drogas cometido em comarca em que não há vara


federal. Pelo art. 27, da revogada Lei 6.368/76, a competência era da justiça
estadual comum, quando no local não houvesse vara da JF. Contudo, a nova
Lei de Drogas determinou que a competência será da JF, mesmo que não haja
PRINCÍPIO DO JUIZ vara federal na cidade, os autos devem ser remetidos para a comarca mais
NATURAL próxima. Os processos em andamento foram remetidos à JF.

Convocação de Juízes de 1o grau para substituir Desembargadores. É possível, desde


que se utilize critérios objetivos para a escolha.

Julgamento por turma ou câmara composta por maioria de desembargadores


convocados. É possível, possuindo o juiz convocado as mesmas competências de um
desembargador.

Especialização para julgamento de crimes de lavagem de capitais. Atualmente, é


comum a especialização de varas, a exemplo do que ocorre nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, no tráfico de drogas, nos crimes de trânsito e de
lavagem de capitais.

Segundo o entendimento dominante, a especialização de varas NÃO viola a CF, tendo


em vista que se trata de desdobramento do poder de auto-organização do Poder
Judiciário.
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A publicidade dos atos processuais é a regra, o sigilo pode ser admissível quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem, sem prejuízo do interesse público
à informação (artigos 5o, LX e 93, IX da CF/88) ou se dá publicidade do ato puder ocorrer
escândalo, inconveniente grave ou perturbação da ordem (artigo 792, §1o do CPP).

Em relação ao inquérito policial, por se tratar de fase pré-processual, é regido pelo


princípio da sigilação. Contudo, assegura-se ao advogado a consulta aos autos
correspondentes (súmula vinculante 14 do STF).

Diferença entre publicidade ampla (plena) e publicidade restrita (segredo de justiça)

PUBLICIDADE AMPLA (PLENA) PUBLICIDADE RESTRITA (SEGREDO


DE JUSTIÇA)

É a regra no processo. Há casos em que se faz necessária a


proteção da intimidade ou que
O processo é aberto, ou seja,
envolvem questões de interesse social,
TODOS podem ter acesso, sejam
por isso, a própria CF autoriza a
PRINCÍPIO DA partes, advogados ou o público
restrição da publicidade.
PUBLICIDADE em geral.
Admite-se restrição ao público em
Extraem-se três direitos da
geral, a exemplo dos processos de
publicidade ampla:
crimes sexuais, nos termos do art.
• Direito de acompanhar os atos 234-B do CP.
processuais;
Além disso, a restrição pode ser
• Direito de narração dos atos dirigida às partes. Por exemplo,
processuais; quando o acusado é retirado da sala de
audiência.
• Direito de consulta dos autos.

DERIVAÇÕES DO PRINCÍPIO DO FAVOR REI

(Predominância do direito de liberdade do acusado quando em confronto com o direito de punir do estado)

▪ Interpretação a favor do réu, quando lei não for clara.

▪ Ônus da prova para a acusação.

▪ Liberdade Provisória.

▪ Recursos exclusivos da defesa (Revisão Criminal e Embargos Infringentes).

▪ Proibição de Reformatio in Pejus.


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JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA

Crime é contra a sociedade. Crime contra sociedade, vítima e


próprio autor.

Predomínio da Prisão Privativa de Marco no BR: Lei dos Juizados


Liberdade. Criminais.

Responsabilidade individual do agente Responsabilidade Social do agente

Penas cruéis Foco na reparação do dano

Foco no infrator Asssistência à vítima

Processo formais e rígidos Processo informal e flexível


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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941)

LIVRO I - DO PROCESSO EM GERAL II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da


República, dos ministros de Estado, nos crimes
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do STF, nos crimes de responsabilidade (CF.
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o arts. 86, 89, § 2º, e 100); (CF, arts. 50, § 2o; 52, I,
território brasileiro (Princípio da Territorialidade), por parágrafo único; 85; 86, § 1o, II; e 102, I, b)
este Código, RESSALVADOS:
CRIMES DE CRIMES DE
I - os tratados, as convenções e regras de direito RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE
internacional; EM SENTIDO AMPLO EM SENTIDO ESTRITO

▪ Qualidade de ▪ Só podem ser


Chefes de governo
funcionário público praticados por
estrangeiro ou de Estado
funciona como determinados agentes
estrangeiro, suas famílias e
elementar do crime. políticos.
membros das comitivas,
embaixadores e suas famílias,
funcionários estrangeiros do ▪ Crimes praticados ▪ Não tem natureza
corpo diplomático e suas por FP contra jurídica de crime, mas
famílias, assim como Administração Pública sim de Infração
funcionários de organizações (Arts. 312 a 326 do CP). Político-
internacionais em serviço Administrativa,
(ONU, OEA etc.) gozam de passível de sanções
imunidade diplomática, que ▪ São Crimes Comuns. político-
AUTORIDADES
consiste na prerrogativa de administrativas.
QUE NÃO PODEM
responder no seu país de
SER PRESAS AMPLO: PPL, PRD... ESTRITO:
origem pelo delito praticado
NEM JULGADAS IMPEACHMENT
no Brasil.
NO BRASIL
(IMUNIDADE III - os processos da competência da Justiça Militar;
DIPLOMÁTICA) Cuidado: O Cônsul só goza de
imunidade em crimes IV - os processos da competência do tribunal especial;
funcionais. Ao apreciar HC
referente a crime de pedofilia inciso IV não é mais válido.
praticado por Cônsul, o STF
posicionou-se pela
V - os processos por crimes de imprensa.
inexistência de obstáculo à
prisão preventiva, pois os
Inciso V não foi recepcionado.
fatos imputados não
guardavam pertinência com o
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código
desempenho das funções
aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis
consulares.
especiais que os regulam não dispuserem de modo
diverso.
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Admite a É quando a
LEI PENAL NO ESPAÇO retroatividade, “norma está no
Lei nova não
retroage nem se benéfica ao diploma errado”.
DIREITO PENAL PROCESSO PENAL
mesmo para réu. Normas penais
Princípios: Princípio da beneficiar o réu. no CPP, ou
Territorialidade (Lex normas
▪ Territorialidade; Exemplo: art.
Fori). processuais no
366 do CPP que
▪ Extraterritorialidade, Exemplo: CP.
extinção do foi alterado pela
que pode ser Lei 9.271/96, não
▪ Motivo óbvio: processo por
incondicionada ou tendo aplicação Admite-se a
novo júri trazido
condicionada. atividade jurisdicional é retroativa. retroatividade
pela Lei
ato de soberania, não se benéfica ao
11.689/2008.
podendo ser exercida Art. 366 Se o acusado,
réu.
além das fronteiras. citado por edital, não
comparecer, nem
constituir advogado,
ficarão suspensos o
▪ Exceção: submissão processo e o curso do
prazo prescricional,
ao Tribunal Penal podendo o juiz
Internacional. determinar a
produção antecipada
das provas
consideradas
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á DESDE urgentes e, se for o
LOGO, sem prejuízo da validade dos atos realizados caso, decretar prisão
preventiva, nos
sob a vigência da lei anterior. termos do disposto no
art. 312. (Norma
processual híbrida,
LEI PROCESSUAL NO TEMPO não pode retroagir)

Trata-se do Princípio da APLICAÇÃO IMEDIATA


(DESDE LOGO) ou sistema de ISOLAMENTO DOS NÃO CONFUNDA OS INSTITUTOS
ATOS PROCESSUAIS
Para que uma lei processual penal
No processo penal, não vigora o princípio da
retroatividade benéfica ou irretroatividade, como entre em vigor, basta que seja
no direito penal. aprovada pelo Congresso Nacional,
VIGÊNCIA
Lei Processual Penal (benéfica ou maléfica) é sancionada pelo Presidente da
aplicada de pronto, exceto se norma for HÍBRIDA ou República, publicada no Diário Oficial.
HETEROTÓPICA (prevalece o aspecto penal). Superado eventual período de vacatio
legis, inicia-se sua vigência
▪ Esse artigo (DESDE LOGO) é aplicado a depender
da espécie de norma processual. NÃO Compatibilidade com a CF e com as
CONFUNDA!!!
VALIDADE Convenções Internacionais sobre
NORMA NORMA NORMAS Direitos Humanos.
GENUINAMENTE PROCESSUAL PROCESSUAIS
PROCESSUAL MISTA ou HETEROTÓPICAS
HÍBRIDA
Cuida de DUPLA NATUREZA
procedimentos, NATUREZA – ÚNICA (penal
atos, técnicas do uma parte ou processual),
processo. penal e outra e não dupla.
parte Tópico vem de
processual. “lugar”. Hétero
Aplicada
de “trocado”.
imediatamente.
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Cessação da vigência formal da lei, ou Autointegração da lei para


seja, a norma processual penal deixa suprir lacunas. Não é método
de integrar o ordenamento jurídico. de interpretação.
Quanto à abragência, pode ser total ou Possível, pois não são
REVOGAÇÃO
parcial: normas incriminadoras.
APLICAÇÃO
ANALÓGICA No processo penal, admite-se
(ANALOGIA) a analogia tanto in malam
AB-ROGAÇÃO TOTAL
partem, quanto in nonnam
DERROGAÇÃO PARCIAL partem.

Ex1: Aplicação ao processo


pela das normas relativas à
ENUNCIADO I DA I JORNADA DE DIREITO E Produção antecipada de
PROCESSO PENAL (10 a 15 de agosto de 2020) Provas do CPC.

A norma puramente processual tem eficácia a partir Ex2: Aplicação do art. 397 do
da data de sua vigência, conservando-se os efeitos CPC: "É lícito às partes, em
dos atos já praticados. Entende-se por norma qualquer tempo, juntar aos
puramente processual aquela que regulamente autos documentos novos,
procedimento sem interferir na pretensão punitiva do quando destinados a fazer
Estado. A norma procedimental que modifica a prova de fatos ocorridos
pretensão punitiva do Estado deve ser considerada depois dos articulados ou
norma de direito material, que pode retroagir se for para contrapô-los aos que
mais benéfica ao acusado. foram produzidos nos autos"

APLICAÇÃO Entenda: a norma não existe.


Art. 3o A lei processual penal ADMITIRÁ Legislador esqueceu de
ANALÓGICA
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA e APLICAÇÃO regulamentar. É o caso da
(ANALOGIA)
ANALÓGICA, bem como o suplemento dos PRINCÍPIOS aplicação subsidiária do CPC.
GERAIS DE DIREITO.
Cuidado: A analogia (método
de integração) não se
LEI PROCESSUAL PENAL ADMITE
confunde com a interpretação
Intérprete amplia o conteúdo analógica (método de
da lei. interpretação), consiste em
uma forma casuística seguida
de uma forma genérica, tendo
Ex1: Suspeição do Juiz se
em vista que não é possível
aplica aos Jurados.
INTERPRETAÇÃO prever todas as hipóteses, a
EXTENSIVA exemplo da expressão “outro
Ex2: Hipóteses de RESE. motivo torpe” no art. 121, §2o, I
do CP.
Entenda: a norma existe. Só SUPLEMENTO dos Premissas éticas (Liberdade,
que o Legislador disse menos PRINCÍPIOS igualdade) que fundamentam
do que deveria e deixou de GERAIS DE o sistema.
contemplar situações DIREITO
semelhantes.
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Diferentemente do que vimos acima no processo Não está restrito apenas ao IPL. Qualquer início de
penal, no direito penal predomina que não se admite investigação, a exemplo de uma portaria e do
interpretação extensiva em prejuízo do réu. procedimento investigatório presidido pelo MP,
deve ser informada ao juiz das garantias, que irá
E, ainda, no direito penal, é possível o emprego da verificar sua legalidade.
analogia desde que seja in bonnan partem (em favor
do réu). O princípio da legalidade proíbe a analogia in V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória
mallan partem (contra o réu). ou outra medida cautelar, observado o disposto no §
1º deste artigo;
Já no que tange à interpretação analógica, tanto o
direito processual penal, quanto o direito penal, VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida
admitem. cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
assegurado, no PRIMEIRO CASO, o exercício do
Art. 3º-A. O processo penal terá ESTRUTURA contraditório em audiência pública e oral, na forma do
ACUSATÓRIA, vedadas a iniciativa do juiz na fase de disposto neste Código ou em legislação especial
investigação e a substituição da atuação probatória do pertinente;
órgão de acusação. (2019)
Depreende-se da leitura desse dispositivo que a
# AGORAESTÁPREVISTO obrigatoriedade de contraditório, com audiência
pública e oral, está presente apenas no caso de
Perceba que, com o advento da Lei Anticrime, prorrogação da prisão provisória ou outra medida
adotou-se expressamente o sistema acusatório. cautelar. Assim, no caso de substituição ou
revogação, não há necessidade de audiência.
Remete-se o leitor para a tabela situada nas “notas
introdutórias” que trata sobre as “modalidades de VII - decidir sobre o requerimento de produção
sistemas processuais”. antecipada de provas consideradas urgentes e não
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é responsável pelo defesa em audiência pública e oral;
CONTROLE DA LEGALIDADE DA INVESTIGAÇÃO
CRIMINAL e pela SALVAGUARDA DOS DIREITOS ATENÇÃO: Embora esteja com sua eficácia
INDIVIDUAIS cuja franquia tenha sido reservada à suspensa, o inciso VII deve ser interpretado
autorização prévia do Poder Judiciário, COMPETINDO- restritivamente, aplicando-se apenas à prova
LHE ESPECIALMENTE (ROL EXEMPLIFICATIVO): antecipada, uma vez que as provas irrepetíveis não
(Dispositivo acrescentado com a Lei 13.964/2019) dependem de autorização judicial.

I - receber a comunicação imediata da prisão, nos VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito,
termos do inciso LXII do caput do Art. 5º da CF; estando o investigado preso, em vista das razões
apresentadas pela autoridade policial e observado o
II - receber o auto da prisão em flagrante para o disposto no § 2º deste artigo;
controle da legalidade da prisão, observado o disposto
no Art. 310 deste Código; IX - determinar o trancamento do inquérito policial
quando não houver fundamento razoável para sua
III - zelar pela observância dos direitos do preso, instauração ou prosseguimento;
podendo determinar que este seja conduzido à sua
presença, a QUALQUER TEMPO; X - requisitar documentos, laudos e informações ao
delegado de polícia sobre o andamento da
IV - ser informado sobre a instauração de QUALQUER investigação;
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL;
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XI - decidir sobre os requerimentos de:


# Jurisprudência Correlata
a) interceptação telefônica, do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e
A audiência de custódia, no caso de mandado de
telemática ou de outras formas de comunicação;
prisão preventiva cumprido fora do âmbito
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de territorial da jurisdição do Juízo que a determinou,
dados e telefônico; deve ser efetivada por meio da condução do preso
c) busca e apreensão domiciliar; à autoridade judicial competente na localidade em
que ocorreu a prisão. Não se admite, por ausência
d) acesso a informações sigilosas;
de previsão legal, a sua realização por meio de
e) outros meios de obtenção da prova que
videoconferência, ainda que pelo Juízo que
restrinjam direitos fundamentais do investigado;
decretou a custódia cautelar. (Info 663, STJ, 2019).

XII – JULGAR o HC impetrado ANTES do


OBS1: após esse julgado, o CNJ aprovou resolução
OFERECIMENTO DA DENÚNCIA;
proibindo a realização de audiência de custódia por
videoconferência. Segundo o Min. Dias Toffoli,
XIII - determinar a instauração de incidente de
“audiência de custódia por videoconferência não é
insanidade mental;
audiência de custódia e não se equiparará ao
padrão de apresentação imediata de um preso a
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou
um juiz, em momento consecutivo a sua prisão,
queixa, nos termos do Art. 399 deste Código;
estandarte, por sinal, bem definido por esse
próprio CNJ quando fez aplicar em todo o país as
Houve uma impropriedade na redação, o disposições do Pacto de São José da Costa Rica.”
recebimento da denúncia deveria ser nos termos
do art. 396 do CPP.
OBS2: considerando a pandemia mundial (Covid-
19), o CNJ aprovou a Resolução 357/2020,
XV - assegurar prontamente, quando se fizer permitindo a audiência de custódia por
necessário, o direito outorgado ao investigado e ao videoconferência quando não for possível a
seu defensor de acesso a todos os elementos realização, em 24 horas, de forma presencial. Além
informativos e provas produzidos no âmbito da disso, também prevê a possibilidade de o MP
investigação criminal, SALVO no que concerne, propor acordo de não persecução penal (ANPP)
estritamente, às diligências em andamento; nas hipóteses previstas no artigo 28-A do CPP.

XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico OBS3: no dia 28/06/2021, o Min. Nunes Marques
para acompanhar a produção da perícia; concedeu parcialmente liminar na ADI 6841
(liminar essa que foi referendada por maioria do
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não STF, no dia 1-7-2021), suspendendo os efeitos da
persecução penal ou os de colaboração premiada, expressão "vedado o emprego de
quando formalizados durante a investigação; videoconferência", prevista no art. 3-B, § 1º, do CPP,
inserido pelo Pacote Anticrime, de modo a permitir
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições a realização das audiências de custódia por
definidas no caput deste artigo. videoconferência, enquanto perdurar a pandemia
de Covid-19, conforme art. 19, da Resolução n.
1º O preso em flagrante ou por força de mandado de 329/2020, CNJ, na redação que lhe foi dada pela
prisão provisória será encaminhado à presença do juiz Resolução n. 357/2020, CNJ, na forma do art. 10, §
de garantias no prazo de 24 HORAS, momento em que 3°, Lei n. 9.868/99, bem como no art. 21, V, do RISTF.
se realizará audiência com a presença do Ministério
Público e da Defensoria Pública ou de advogado
constituído, vedado o emprego de videoconferência.
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OBS4: Recentemente, no dia 10/11/2021, o STJ (Info


JUIZ DAS Atua a partir da instauração de
714) entendeu que não se mostra razoável, para a
GARANTIAS investigação criminal até o
realização da audiência de custódia, determinar o
recebimento da peça
retorno de investigado à localidade em que ocorreu
acusatória.
a prisão quando este já tenha sido transferido para
a comarca em que se realizou a busca e apreensão.
JUIZ DA Atua a partir do recebimento da
Para aprofundamento nesse julgado, remetemos o
INSTRUÇÃO E peça acusatória.
leitor ao art. 310 do presente projeto.
JULGAMENTO

§ 2º Se o investigado estiver PRESO, o juiz das


garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, SOBRE O JUIZ DAS GARANTIAS
PRORROGAR, uma ÚNICA VEZ, a DURAÇÃO DO
INQUÉRITO por ATÉ 15 DIAS, após o que, se ainda
assim a investigação não for concluída, a prisão será Nova espécie de
imediatamente relaxada. competência funcional
NATUREZA
(distribuída de acordo com a
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange JURÍDICA
função ou com a matéria
todas as infrações penais, EXCETO as de MENOR
apreciada pelo órgão) por
POTENCIAL OFENSIVO, e cessa com o recebimento da
fase do processo.
denúncia ou queixa na forma do Art. 399 deste Código.

Imparcialidade do
ABRANGÊNCIA DA Todas as infrações penais,
magistrado, princípio
COMPETÊNCIA DO EXCETO as IMPO.
supremo do processo,
JG
FUNDAMENTO segundo o qual o juiz não
Com o RECEBIMENTO DA pode ter interesse (direito ou
CESSAÇÃO DA DENÚNCIA/QUEIXA. indireto) no resultado do
COMPETÊNCIA DO Após, até mesmo eventuais processo.
JG questões pendentes serão
decididas pelo juiz da AFINAL, COM O
instrução e julgamento. ADVENTO DO
PACOTE ANTICRIME,
O QUE O JUIZ NADA! Só pode agir
§ 1º RECEBIDA a DENÚNCIA ou QUEIXA, as QUESTÕES PODERÁ FAZER DE mediante provocação.
PENDENTES serão decididas pelo JUIZ DA INSTRUÇÃO OFÍCIO NA FASE
E JULGAMENTO. INVESTIGATÓRIA?

Espaço p/ anotações:

Atenção: NÃO existe a figura do MP das garantias,


tendo em vista que o MP é parte, podendo atuar em
todas as fases.

§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não


vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o
recebimento da denúncia ou queixa, deverá
reexaminar a necessidade das medidas cautelares em
curso, no prazo máximo de 10 DIAS.
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Perceba que esse reexame das medidas cautelares presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
em curso determinadas pelo JG ocorrerá pelo JIJ, autoridade com órgãos da imprensa para explorar a
de ofício, independentemente de qualquer imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
provocação da acusação ou defesa. responsabilidade civil, administrativa e penal.

§ 3º Os autos que compõem as matérias de Parágrafo único. Por meio de regulamento, as


competência do juiz das garantias ficarão acautelados autoridades deverão disciplinar, em 180 DIAS, o modo
na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério pelo qual as informações sobre a realização da prisão
Público e da defesa, e NÃO SERÃO APENSADOS aos e a identidade do preso serão, de modo padronizado e
autos do processo enviados ao juiz da instrução e respeitada a programação normativa aludida
julgamento, ressalvados os documentos relativos às no caput deste artigo, transmitidas à imprensa,
provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou assegurados a efetividade da persecução penal, o
de antecipação de provas, que deverão ser remetidos direito à informação e a dignidade da pessoa
para apensamento EM APARTADO. submetida à prisão.

ATENÇÃO: No sistema anterior à Lei 13.964/2019, o # Jurisprudência Correlata


IPL era apensado ao processo, fazendo com que o
juiz tivesse contato. Com a inclusão do §3o do art.
O ministro Luiz Fux, vice-presidente do STF,
3o-C, prevalece que não houve nenhuma alteração.
suspendeu a implementação do juiz das garantias até
O IPL continuará integrando o processo judicial,
que a decisão seja referendada no Plenário da Corte.
nos termos do art. 12 e art. 155 do CPP. Sustentam
A decisão também abarcou três pontos:
que deve ser feita uma interpretação restritiva do
§3o do art. 3o-C, CPP, pois a lei prevê que os “autos”
1) Suspendeu a obrigatoriedade de apresentar o preso
citados no dispositivo não abrangem os autos do
a audiências de custódia em até 24 horas;
inquérito policial, pois não tramitam perante o juiz
das garantias.
2) Suspendeu a aplicação do artigo 28 do CPP
(arquivamento do IPL);
§ 4º Fica assegurado às partes o AMPLO ACESSO AOS
AUTOS ACAUTELADOS na secretaria do juízo das
3) Estabeleceu regras para o arquivamento de IPL`s.
garantias.

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, Com a norma, o MP deveria comunicar a vítima, o
PRATICAR QUALQUER ATO incluído nas competências investigado e a polícia no caso de arquivamento do
dos arts. 4º e 5º deste Código FICARÁ IMPEDIDO DE inquérito, além de encaminhar os "autos para a
FUNCIONAR NO PROCESSO. instância de revisão ministerial para fins de
homologação, na forma da lei". Para Fux, a medida
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
desconsiderou os impactos financeiros no âmbito do
apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
MP em todo o país.
rodízio de magistrados, a fim de atender às
disposições deste Capítulo. No último ponto, o ministro entendeu que também
deve ser suspensa a regra que definiu que o juiz do
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado
caso não pode proferir a sentença se declarar uma
conforme as normas de organização judiciária da
das provas inadmissíveis. Segundo o ministro, a
União, dos Estados e do Distrito Federal, observando
norma é "extremamente vaga" e pode "gerar inúmeras
critérios objetivos a serem periodicamente divulgados
dúvidas" sobre sua aplicação.
pelo respectivo tribunal.

Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o


cumprimento das regras para o tratamento dos
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INQUÉRITO POLICIAL – NOTAS INTRODUTÓRIAS

Procedimento administrativo inquisitorial e preparatório, presidido por um


Delegado de Polícia, visando identificar fontes de prova e colher elementos de
CONCEITO informação para apuração da Infração penal (materialidade) e sua autoria, a fim
de fornecer elementos de informação para o titular da ação penal ingressar em
juízo.

NATUREZA JURÍDICA Procedimento de NATUREZA ADMINISTRATIVA (não é processo)

1. Colher ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO (e não provas)


FINALIDADE
2. Identificar FONTES DE PROVA

VALOR PROBATÓRIO RELATIVO

POLÍCIA JUDICIÁRIA

PREPARATÓRIA: fornece elementos de informação para que o titular da ação


penal possa ingressar em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam
desaparecer com o decurso do tempo.
FUNÇÕES
PRESERVADORA: a existência prévia de um IPL inibe a instauração de um
processo penal infundado, temerário, resguardando a liberdade do inocente e
evitando custos desnecessários para o Estado.

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Liberdade de atuação dentro dos limites da lei.

PROCEDIMENTO Não há rigor procedimental.


DISCRICIONÁRIO
CPP enumera as diligências (Art. 6º), mas sem ordem certa. Será feito de acordo
com o caso concreto.

PROCEDIMENTO Existem outros procedimentos investigatórios.


DISPENSÁVEL
Exs: PIC, CPI.

PROCEDIMENTO Fornecer elementos de informação para o titular da ação penal ingressar em juízo.
PREPARATÓRIO É o objetivo final do IPL, consagrando a justa causa, nos termos do art. 395, III do
CPP.
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PROCEDIMENTO Instaurado o IPL, Delegado não pode arquivar. Só o Juiz pode, a pedido do MP
INDISPONÍVEL (Arquivamento pelo MP está temporariamente suspenso).

Todas as peças do IPL serão, num só processado, reduzidas a escrito ou


datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
PROCEDIMENTO ESCRITO
OBS: Pode-se usar um sistema audiovisual, nos termos no art. 405, 1o, CPP e da
Lei nº 11.719/08. No entanto, o investigado precisa ter ciência que está sendo
gravado.

PROCEDIMENTO Em regra, é sigiloso. Ressalva ao Advogado abaixo.


SIGILOSO

Traz a ideia de que não é obrigatória a observância do contraditório e nem da


ampla defesa. Contraditório é diferido.

O Estatuto da OAB (art. 7, XXI) prevê nulidade absoluta para os casos em que o
interrogatório ou depoimento é feito sem a presença do advogado. Para Renato
Brasileiro, não se trata de nulidade (sanção aplicada a atos processuais
defeituosos), mas sim de ilegalidade.
PROCEDIMENTO
INQUISITÓRIO  O STF entende que essa previsão não impõe ao Delegado um dever de
intimar previamente o advogado constituído para os atos de investigação.
Embora constitua prerrogativa do advogado apresentar razões e quesitos
no curso de investigação criminal, daí não se pode extrair direito subjetivo
de que se intime a defesa previamente e com a necessária antecedência
quanto ao calendário de inquirições a ser definido pelo Delegado. Ademais,
ainda que o direito não tenha sido observado, para o reconhecimento da
suposta “nulidade” é necessário comprovar o prejuízo.

 Todavia, uma vez presente o advogado, esse possui o direito de


acompanhar o seu cliente.

 O fato de o advogado ter acompanhado o depoimento de testemunha no


IPL não transforma o elemento de informação em prova. Prova é aquilo
produzido em contraditório judicial.

PROCEDIMENTO PRESO: 10 dias para conclusão, podendo ser prorrogado por mais 15 dias, nos
TEMPORÁRIO termos do art. 3o-B, §2o do CPP (eficácia suspensa).

SOLTO: 30 dias, podendo ser sucessivamente prorrogado por 30 dias.

PROCEDIMENTO OFICIAL Só o Delegado pode instaurar.

PROCEDIMENTO Tomou conhecimento do fato? Delegado é obrigado a agir de ofício.


OFICIOSO
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TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O ACESSO DO ADVOGADO AOS AUTOS DO IPL.
COTEJANDO A SÚMULA VINCULANTE Nº 14 COM O ART. 7º, XIV DO ESTATUTO DA OAB, À LUZ DO
ENTENDIMENTO DO STF

Súmula Vinculante no 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos
de prova (informação) que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária (atribuições investigatórias – Autoridade Policial, MP), digam respeito ao
exercício do direito de defesa.

Art. 7o, XIV do Estatuto da OAB - Art. 7º São direitos do advogado: [...] examinar, em qualquer instituição
responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital;

▪ Advogado pode examinar autos em qualquer instituição responsável por conduzir investigações (Autoridade
Policial ou MP).

▪ Acesso contempla apenas as informações já documentadas (a exemplo de um termo de depoimento de


testemunha já ouvida), mas não as diligências em andamento (a exemplo de uma escuta telefônica, que, caso ele
tivesse acesso, perderia a eficácia).

▪ Advogado NÃO precisa de PROCURAÇÃO para ter acesso ao IPL, salvo os casos de segredo de justiça (a
exemplo dos crimes sexuais).

▪ Mesmo que investigação criminal tramite em segredo de justiça, investigado pode ter acesso amplo aos autos,
inclusive a eventual relatório de inteligência financeira do COAF, sendo permitido, contudo, que se negue o
acesso a peças que digam respeito a dados de terceiros protegidos pelo segredo de justiça. Essa restrição
parcial NÃO VIOLA a SV 14, pois é excessivo o acesso de um dos investigados a informações, de caráter privado
de diversas pessoas, que não dizem respeito ao direito de defesa dele. (Info 964, STF).

▪ O MP pode escolher quais elementos obtidos na busca e apreensão serão utilizados pela acusação; no entanto,
o material restante deve permanecer à livre consulta do acusado, para o exercício de suas faculdades
defensivas. Realizada a busca e apreensão, apesar de o relatório sobre o resultado da diligência ficar adstrito
aos elementos relacionados com os fatos sob apuração, deve ser assegurado à defesa acesso à integra dos
dados obtidos no cumprimento do mandado judicial. É a aplicação do Princípio da comunhão da prova. Essa é a
ratio essendi da SV 14. O MP juntou aos autos apenas aquilo que entendeu necessário para a imputação
ministerial. Logo, é evidente que o acusado tem o direito de saber se, no restante do material apreendido, existe
mais algum elemento que interesse à sua defesa. O órgão responsável pela acusação não pode ter a prerrogativa
de escolher o material que irá ser disponibilizado ao réu, como se a ele pertencesse a prova. Na verdade, as
fontes e o resultado da prova são de interesse comum de ambas as partes e do juiz. (Info 692, STJ. 2021)

▪ Terceiros que tenham sido mencionados pelos colaboradores podem obter acesso integral aos termos dos
colaboradores para viabilizar, de forma plena e adequada, sua defesa, invocando a SV 14? SIM, desde que estejam
presentes os requisitos positivo e negativo.

a) REQUISITO POSITIVO: o acesso deve abranger somente documentos em que o requerente é de fato mencionado
como tendo praticado crime (o ato de colaboração deve apontar a responsabilidade criminal do requerente); e
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b) REQUISITO NEGATIVO: o ato de colaboração não se deve referir a diligência em andamento (devem ser
excluídos os atos investigativos e diligências que ainda se encontram em andamento e não foram
consubstanciados e relatados no inquérito ou na ação penal em tramitação). (Info 978, STF).

▪ Na delação premiada, o delatado possui o direito de ter acesso às declarações prestadas pelos colaboradores
que o incriminem, desde que já documentadas e que não se refiram à diligência em andamento que possa ser
prejudicada. (Info 965, STF)

▪ Não há violação da SV 14 (direito do defensor de ter amplo acesso aos elementos de prova já documentados)
se os elementos de prova estão disponíveis nos autos para partes (áudios interceptados foram juntados ao IPL
e sempre estiveram disponíveis para as partes, inclusive na forma digitalizada).

▪ Advogado NÃO precisa de AUTORIZAÇÃO JUDICIAL para acesso ao IP.

Exceção: Na Lei de Organizações Criminosas, o juiz pode decretar o sigilo da investigação, só permitindo o acesso
com sua prévia autorização.

CONSEQUÊNCIAS DA NEGATIVA DE ACESSO AO ADVOGADO

▪ RECLAMAÇÃO (Violação da Súmula Vinculante 14)

▪ MANDADO DE SEGURANÇA

▪ HABEAS CORPUS (preso ou solto)

▪ Configuração do crime de ABUSO DE AUTORIDADE pela Autoridade policial. (Art. 32 da Lei 13.869/2019)

SOBRE A AUTORIDADE POLICIAL

▪ Alguns doutrinadores sustentam que o §4o, do art. 2o, da Lei 12.830/2013 (Lei da investigação criminal conduzida
pelo delegado de polícia) consagra o princípio do delegado natural:

§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado (chamar
para si) ou redistribuído (manda para outro delegado) por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos
em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

▪ O delegado de polícia não é dotado de inamovibilidade (garantia do Juiz, Promotor, Defensor), podendo,
portanto, ser removido com a devida fundamentação. (§5o do art. 2o, da Lei 12.830/2013)

§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.


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DELEGADO TEM (OU NÃO) ATRIBUIÇÃO PARA INVESTIGAR?


CRIME MILITAR
DE
NÃO. É o que ocorre dentro das forças armadas e do exército brasileiro. A investigação se
COMPETÊNCIA
dá por meio do chamado IPM (inquérito policial militar).
DA JUSTIÇA
MILITAR DA
UNIÃO

CRIME MILITAR NÃO. É o que ocorre dentro do quartel da PM, por exemplo. Quem vai investigá-lo é a própria
ESTADUAL polícia militar/corpo de bombeiros, o comandante vai designar um encarregado.

CRIME A atribuição é, em tese, da polícia federal. Todavia, o TSE entende que as investigações
ELEITORAL poderão ser feitas pela polícia civil, quando não houver delegacia da PF na cidade.

CRIME FEDERAL NÃO. Polícia Federal investiga.

SIM, salvo se o crime for dotado de repercussão interestadual ou internacional e houver


previsão legal, situação em que a investigação será feita pela PF.
CRIME COMUM
Cuidado: As atribuições da PF são mais amplas que a competência criminal da Justiça
Federal.

MAIS SOBRE O INQUÉRITO POLICIAL

O princípio da RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO SE APLICA ao IPL. Mesmo sendo impróprio (réu solto), o
prazo não pode ser prorrogado ad eternum.

OBS: A Nova Lei de Abuso de Autoridade criminalizou a conduta de estender injustificadamente a investigação
(art. 31).

Vícios do IPL são ENDOPROCEDIMENTAL (Endo de DENTRO do PROCEDIMENTO. Não contaminam a ação penal).

Não se pode opor suspeição à Delta, mas ele DEVE se declarar suspeito (de ofício), se ocorrer motivo legal.

Elementos de informação, isoladamente considerados, não podem fundamentar uma sentença. Mas, não devem
ser desprezados durante fase judicial, podendo se somar à prova produzida em juízo para auxiliar na formação
da convicção do Juiz.

Trancamento do IPL: Medida de natureza excepcional, que será determinada pelo juiz das garantias (art. 3o-B,
IX do CPP - ainda com eficácia suspensa) somente sendo possível quando:

1) Não houver qualquer dúvida sobre a atipicidade (formal/material) da conduta.

2) Presença de causa extintiva da punibilidade.

3) Ausência de justa causa.


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4) Ausência de manifestação da vontade da vítima nos crimes de ação privada ou pública condicionada.

Meio adequado para o trancamento do IPL:

1) HC: há risco à liberdade de locomoção;

2) MS: nos casos de pessoa jurídica, em que não há risco à liberdade de locomoção.

INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR PROCESSO JUDICIAL

VÍCIOS NULIDADES

Eventuais ilegalidades ocorridas no IPL não contaminam processo


penal subsequente, SALVO em se tratando de prova ilícita.

Exemplo: uma prisão em flagrante que não é comunicada ao juiz,


enseja o relaxamento, tendo em vista que se trata de ilegalidade.
Contudo, não irá contaminar o processo penal.

POLÍCIA OSTENSIVA (ADMINISTRATIVA) POLÍCIA JUDICIÁRIA

CARÁTER PREVENTIVO CARÁTER REPRESSIVO

Relacionada à segurança, visando impedir a prática de Visa auxiliar a Justiça. Por isso, o STF chama de
atos lesivos à sociedade. “polícia judiciária”, seja em auxílio ao Poder Judiciário
fazendo cumprir suas ordens ou investigando e
apurando infrações penais.

É realizada pela Polícia Militar. É exercida pela Polícia Civil e pela Polícia Federal.

Obs. Há casos em que a PM exerce função de polícia


judiciária. Cita-se, como exemplo, os casos de crime
militar.

INFRAÇÕES DE MENOR CRIMES


POTENCIAL OFENSIVO
(JECRIM)

TCO IPL
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ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO PROVAS

Em regra, produzido na fase judicial.

Colhidos na fase investigativa. Há possibilidade de produção de provas na


investigação, nos casos de provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas que poderão, ainda que
produzidas na fase investigatória, serem utilizadas
exclusivamente para a formação do convencimento do
juiz.

Não é obrigatória a observância do contraditório e


ampla defesa, nem mesmo diante das mudanças
É obrigatória a observância do contraditório e da ampla
produzidas pela Lei 13.245/2016.
defesa.
Conforme já foi dito, para o STF, o delegado de polícia
não tem a obrigação de intimar o advogado para
participar das inquirições.

O juiz deve intervir apenas quando necessário, e desde A prova deve ser produzida na presença do juiz, física
que seja provocado neste sentido. O juiz não é dotado ou remota (vídeoconferência).
de iniciativa acusatória, deve ficar distante, cabendo ao
Durante o curso do processo, o juiz não é mais dotado
MP e à polícia a investigação.
de iniciativa probatória, nos termos do art. 3o-A do CPP
(eficácia suspensa ainda).

Finalidade: úteis na decretação das medidas Finalidade: auxiliar na formação da convicção do juiz.
cautelares e auxiliar na formação da opinio delicti.

OBS. Os elementos informativos, isoladamente


considerados, não podem fundamentar uma sentença.
Porém, tais elementos não devem ser desprezados
durante a fase judicial, podendo se somar à prova
produzida em juízo para auxiliar na formação da
convicção do magistrado.

Espaço p/ anotações:
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TUDO SOBRE O INDICIAMENTO

CONCEITO Atribuir a alguém provável autoria e participação em determinada infração penal,


saindo de um juízo de possibilidade para um de probabilidade. A grosso modo, é
apontar para uma pessoa como provável autora ou partícipe do delito.

PREVISÃO LEGAL ART. 2O, §6º DA LEI Nº 12.830/2013: O indiciamento, privativo do delegado de polícia,
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá
indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

REQUISITOS Prova da materialidade e

Indícios de autoria (Delegado não precisa ter certeza, e sim indícios)

MODALIDADES DIRETO Realizado na presença do investigado. É a regra.

INDIRETO Realizado na ausência do investigado. Ex: Foragido.

MOMENTO Desde a lavratura do auto da prisão em flagrante (APF) até o relatório final do IPL.

ATO VINCULADO Presentes os elementos informativos apontando na direção do investigado, não resta
ao Delegado outra opção senão seu indiciamento.

EXCLUSIVIDADE NA Ato exclusivo da fase investigatória. Iniciada a ação penal, não mais é possível
INVESTIGAÇÃO indiciar.

Ato privativo do Delegado de Polícia.

PRIVATIVIDADE Obs: não é possível que o juiz, o MP ou uma CPI requisitem ao delegado de polícia o
indiciamento de alguém. O que se pode requisitar é a instauração de um IPL.

NO TCO Não cabe indiciamento no Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

É a cassação de anterior indiciamento. Admitido pela jurisprudência, quando ausente


qualquer elemento de informação quanto ao envolvimento do agente no crime, ou se
DESINDICIAMENTO
feito em momento extemporâneo (ex: após o recebimento da denúncia). Nesses
casos, é cabível a impetração de HC a fim de sanar o contrangimento ilegal.

Obs. Pelo princípio da simetria, entende-se que o Delegado também pode desincidiar
(se retratar).

Regra: qualquer pessoa pode ser indiciada.

LEGITIMIDADE PASSIVA 1a Exceção: Membros do MP (Lei Orgânica do MP)


2a Exceção: Magistrados (Autos remetidos ao PR do TJ)
3a Exceção: Autoridades com Foro por Prerrogativa de Função não podem ser
indiciadas sem prévia autorização do ministro-relator ou desembargador relator,
dependendo do caso concreto. (STF)
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INCONSTITUCIONALIDADE Em 20/11/2020, o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo 17-D da Lei de LD


DO ARTIGO 17-D DA LEI (Lei 9.613/1998) que determina o afastamento de servidores públicos de suas funções
DE LAVAGEM DE em caso de indiciamento por crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens,
DINHEIRO direitos e valores. (ADI 4911)

EFEITOS ENDOPROCESSUAIS Base para o oferecimento da denúncia.

EXTRAPROCESSUAIS Traz o estigma social, sobretudo pela publicidade do ato


dado pela mídia.

Espaço p/ anotações:
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CÓGIGO DE PROCESSO PENAL - DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

TÍTULO II - DO INQUÉRITO POLICIAL § 4o O inquérito, nos crimes em que a AÇÃO PÚBLICA


DEPENDER DE REPRESENTAÇÃO, NÃO PODERÁ SEM
ELA SER INICIADO.
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas
autoridades policiais no território de suas respectivas § 5o Nos crimes de AÇÃO PRIVADA, a autoridade policial
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações SOMENTE PODERÁ PROCEDER A INQUÉRITO a
penais e da sua autoria. REQUERIMENTO DE QUEM TENHA QUALIDADE PARA
Parágrafo único. A competência definida neste artigo INTENTÁ-LA.
não excluirá a de autoridades administrativas, a quem
por lei seja cometida a mesma função.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IPL
o
Art. 5 Nos crimes de ação pública o inquérito policial
será iniciado: Delegado só pode instaurar o
I - de ofício; IPL a requerimento do ofendido
AÇÃO PENAL ou do seu RL. De ofício, jamais.
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do PRIVADA
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de Não há necessidade de
quem tiver qualidade para representá-lo. formalismo.

Parcela da doutrina entenda que a parte do inciso II


Delegado só pode instaurar IPL,
que fala da requisição do magistrado não foi
se houver representação do
recepcionada, por violar o sistema acusatório. AÇÃO PENAL ofendido ou requisição do
PÚBLICA Ministro da Justiça.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá CONDICIONADA À
SEMPRE QUE POSSÍVEL: (Não é obrigatório) REPRESENTAÇÃO Ex: Art. 171, §5o do CP
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; (Estelionato. Há exceções).

b) a individualização do indiciado ou seus sinais Não há necessidade de


característicos e as razões de convicção ou de formalismo.
presunção de ser ele o autor da infração, ou os
motivos de impossibilidade de o fazer;
Delegado pode instaurar IPL:
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de
sua profissão e residência. ▪ De ofício (portaria);

§ 2o Do despacho QUE INDEFERIR O REQUERIMENTO DE ▪ Auto de prisão em flagrante


ABERTURA DE INQUÉRITO caberá RECURSO para o (APF);
CHEFE DE POLÍCIA. AÇÃO PENAL
PÚBLICA ▪ Por requisição do Juiz (ADPF
o
§ 3 QUALQUER PESSOA DO POVO que tiver 572 MC/DF/2019) ou MP;
INCONDICIONADA
conhecimento da existência de infração penal em que
▪ Por requerimento do ofendido
caiba AÇÃO PÚBLICA poderá, VERBALMENTE ou POR
ou RL;
ESCRITO, comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das informações, mandará ▪ Notícia oferecida por qualquer
instaurar inquérito. do povo (“delatio criminis”).
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# Jurisprudência Correlata
NOTITIA CRIMINIS

▪ É constitucional a Portaria GP 69/2019, por meio da


CONCEITO: Conhecimento da autoridade, espontâneo qual o Presidente do STF determinou a instauração
ou provocado de um fato delituoso. do Inquérito nº 4781, para apurar a existência de fake
news denunciações caluniosas, ameaças e atos que
Delegado conhece fato em suas podem configurar crimes contra a honra e atingir a
ATIVIDADES ROTINEIRAS. honorabilidade e a segurança do STF, de seus
COGNIÇÃO (Instaura IPL por Portaria). membros e familiares. (Info 982, STF)
DIRETA|IMEDIATA
ESPONTÂNEA Ex: Jornal (matéria
▪ Não há nulidade na ação penal instaurada a partir
jornalística1), informação da PM.
(DE OFÍCIO) de elementos informativos colhidos em IPL que não
Atenção: STJ entendeu que é deveria ter sido conduzido pela PF considerando que
possível a deflagração de a situação não se enquadrava no art. 1º da Lei
investigação criminal com base 10.446/2002. O fato de os crimes de competência da
em matéria jornalística (2019). Justiça Estadual terem sido investigados pela PF não
geram nulidade. Isso porque esse procedimento foi
Delegado conhece fato por supervisionado pelo Juízo estadual (juízo
meio de EXPEDIENTE ESCRITO competente) e por membro do MPE (que tinha a
COGNIÇÃO por TERCEIROS. atribuição para a causa). (Info 964, STF)
INDIRETA|MEDIATA
PROVOCADA Ex: Requisição do MP,
▪ Denúncias anônimas não podem embasar, por si
requerimento da vítima, notícia
por qualquer do povo (por sós, medidas invasivas como interceptações
escrito). telefônicas, buscas e apreensões, e devem ser
complementadas por diligências investigativas
posteriores. Se há notícia anônima de comércio de
COGNIÇÃO Delegado toma conhecimento drogas ilícitas numa determinada casa, a polícia
COERCITIVA do fato pela apresentação do
deve, antes de representar pela expedição de
preso em flagrante.
mandado de busca e apreensão, proceder a
diligências para reunir outras evidências que
É a denúncia anônima. confirmem, indiciariamente, a notícia. (Info 976, STF)

DELATIO CRIMINIS Por si só, não serve para


instaurar IPL. Antes, Delegado Art. 6o LOGO que tiver CONHECIMENTO da prática da
ANÔNIMA OU
INQUALIFICADA deve verificar a procedência infração penal, a AUTORIDADE POLICIAL DEVERÁ:
das infos.
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se
alterem o estado e conservação das coisas, até a
DELATIO CRIMINIS Qualquer do povo comunica o
chegada dos peritos criminais;
SIMPLES crime. Ex: BO.
II - apreender os objetos que tiverem relação com o
DELATIO CRIMINIS Representante nos crimes de fato, após liberados pelos peritos criminais;
POSTULATÓRIA ação penal pública
condicionada à representação. III - colher todas as provas que servirem para o
esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;
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V - ouvir o indiciado, com observância, no que for REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste (RECONSTITUIÇÃO DO CRIME)
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2
TESTEMUNHAS que Ihe tenham ouvido a leitura; Prova TÍPICA (prevista no CPP), mas INOMINADA (não
tem seu procedimento delineado no CPP).
VI - proceder a RECONHECIMENTO DE PESSOAS E
COISAS e a ACAREAÇÕES; Acusado NÃO é obrigado a participar dela, pois não
se pode exigir comportamento ativo. O investigado
VII - determinar, se for caso, que se proceda a EXAME sequer pode ser obrigado a ir ao local da reprodução.
DE CORPO DE DELITO e a QUAISQUER OUTRAS (STF).
PERÍCIAS;
Cuidado: Há quem entenda que ele está obrigado a
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo pelo menos a ir ao local.
datiloscópico, SE POSSÍVEL, e fazer juntar aos autos
Delegado NÃO precisa de autorização judicial.
sua folha de antecedentes;
Requisito: não contrariar a moralidade ou ordem
Promotores de Justiça e magistrados não podem ser pública.
identificados criminalmente. As respectivas leis
orgânicas (LOMP e a LOMAN) proíbem o indiciamento
deles. #MNEMÔNICO:
“ACUSADO/INVESTIGADO/SUSPEITO NÃO É
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto OBRIGADO A COMPARECER NO ‘BARE’” (Não
de vista individual, familiar e social, sua condição cabe condução coercitiva)
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e
depois do crime e durante ele, e quaisquer outros B Bafômetro
elementos que contribuírem para a apreciação do seu
A Acareação
temperamento e caráter.
R Reprodução simulada dos fatos
X - colher INFORMAÇÕES SOBRE a EXISTÊNCIA DE
FILHOS, respectivas IDADES e se possuem alguma E Exame datiloscópioco.
DEFICIÊNCIA e o NOME e o CONTATO de eventual
RESPONSÁVEL pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.
Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o
disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
Quando for o caso, o Delegado deverá (e não poderá)
proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas, Art. 9o TODAS as peças do IPL serão, num só
fazer acareações, determinar a realização de exame processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e,
de corpo de delito e outras perícias. Não se trata de neste caso, rubricadas pela autoridade.
mera possibilidade, mas de dever legal. Não precisa
de autorização judicial para nenhumas dessas
Art. 10. O IPL deverá terminar no prazo de 10 DIAS, se
diligências.
o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
preso preventivamente, contado o prazo, nesta
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de
infração sido praticada de determinado modo, a prisão, ou no prazo de 30 DIAS, quando estiver solto,
autoridade policial PODERÁ proceder à REPRODUÇÃO mediante fiança ou sem ela.
SIMULADA DOS FATOS, desde que esta NÃO contrarie a
MORALIDADE ou a ORDEM PÚBLICA.
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PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO IPL


#INTERDISCIPLINARIEDADE #ASSIMFICAFÁCIL
10 DIAS. Até o advento do
Pacote Anticrime, esse prazo PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO IPL
era improrrogável. O art. 3o-B, DIPLOMA PRESO SOLTO
§2o do CPP (ainda com a
eficácia suspensa) passou a CPP 10 DIAS (+15*) 30 DIAS (+30)
prever que o prazo poderá ser JF 15 DIAS (+15) 30 DIAS (+30)
prorrogado por 15 dias, uma
RÉU PRESO LEI 11.343/06 30 DIAS (+30) 90 DIAS (+90)
única vez, pelo juiz das
garantias. (DROGAS)

LEI 1.521/51 10 DIAS 10 DIAS


(ECONOMIA
PRAZO É PENAL: dia do início é
POPULAR)
computado.
Início do Prazo: ordem de PRISÃO
prisão for executada (quer TEMPORÁRIA em 30 + 30 DIAS NÃO SE
decorra de prisão em fragrante CRIMES APLICA
ou preventiva). HEDIONDOS

JUSTIÇA MILITAR 20 DIAS 40 DIAS (+


▪ 30 DIAS, prorrogável.
20)

*Eficácia suspensa.
▪ PRAZO É PROCESSUAL
PENAL: dia do início não é
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver
computado.
RÉU SOLTO sido apurado e enviará autos ao JUIZ COMPETENTE.
§ 2o No relatório poderá (e não deverá) a autoridade
Início do Prazo: indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
▪ Expedição da portaria (na mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
instauração de ofício).
# Comentários
▪ Recebimento dos docs pelo
Delegado (na instauração por ▪ Relatório não é uma peça obrigatória para
requisição). oferecimento de denúncia. É uma peça
essencialmente descritiva. Não é necessário que o
CUIDADO: Prazo da prisão (temporária, por exemplo) Delegado faça juízo de valor (quem faz é o MP). O IPL
não se confunde com prazo para conclusão do IP.
é uma peça descritiva.
Exceção: Na Lei de Drogas (Art. 52, I), o Delegado é
Espaço p/ anotações: obrigado a explicar as razões que o levaram a
classificação do delito, quantidade e indícios que
classifiquem o indiciado como usuário ou traficante.
▪ A autoridade policial sempre deverá indicar o tipo
penal em que acha incurso o investigado. Isso se
denomina juízo de subsunção precária. O juízo de
subsunção próprio cabe ao MP, por ocasião da
denúncia.
▪ Os autos do IPL devem ser encaminhados ao juízo
competente, e não diretamente ao MP.
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▪ Envio de criança ou adolescente para exterior


§ 3o Quando o fato for de DIFÍCIL ELUCIDAÇÃO, e o
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no
indiciado estiver SOLTO, a autoridade poderá requerer
prazo de 24 HORAS, conterá:
ao juiz a DEVOLUÇÃO DOS AUTOS, para ulteriores
diligências, que serão realizadas no PRAZO MARCADO I - o nome da autoridade requisitante;
pelo juiz.
II - o número do IPL; e
Delegado não pode pedir a devolução dos autos se o
III - a identificação da unidade de polícia judiciária
indiciado estiver preso.
responsável pela investigação.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão
que interessarem à prova, acompanharão os autos do dos crimes relacionados ao TRÁFICO DE PESSOAS, o
IPL. membro do MINISTÉRIO PÚBLICO ou o DELEGADO DE
POLÍCIA poderão REQUISITAR, mediante AUTORIZAÇÃO
Art. 12. O Inquérito policial acompanhará a denúncia ou
JUDICIAL, às empresas prestadoras de serviço de
queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. (E
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
não em todos os casos)
imediatamente os meios técnicos adequados – como
sinais, informações e outros – que permitam a
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
LOCALIZAÇÃO DA VÍTIMA OU DOS SUSPEITOS do delito
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações em curso.
necessárias à instrução e julgamento dos processos; § 1o Para os efeitos deste artigo, SINAL significa
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo POSICIONAMENTO DA ESTAÇÃO DE COBERTURA,
MP; SETORIZAÇÃO E INTENSIDADE DE RADIOFREQUÊNCIA.

III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas § 2o Na hipótese de que trata o caput, o SINAL:
autoridades judiciárias;
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação
IV - representar acerca da prisão preventiva. de qualquer natureza, que dependerá de autorização
judicial, conforme disposto em lei;
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149- II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia
A, no § 3º do Art. 158 e 159 do Código Penal e no Art. 239 móvel celular por período não superior a 30 DIAS,
do ECA, o membro do MINISTÉRIO PÚBLICO ou o renovável por uma única vez, por igual período;
DELEGADO DE POLÍCIA poderá requisitar, de III - para períodos superiores àquele de que trata o
QUAISQUER ÓRGÃOS do PODER PÚBLICO ou de inciso II, será necessária a apresentação de ordem
EMPRESAS DA INICIATIVA PRIVADA, DADOS E judicial.
INFORMAÇÕES CADASTRAIS da VÍTIMA ou de
SUSPEITOS. § 3o Na hipótese prevista neste artigo, o INQUÉRITO
POLICIAL DEVERÁ SER INSTAURADO no prazo máximo
de 72 HORAS, contado do registro da respectiva
Esse dispositivo trata dos crimes de “PRIVAÇÃO DE
LIBERDADE”. SÃO ELES: ocorrência policial.
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12
▪ Sequestro e cárcere privado
HORAS, a autoridade competente requisitará às
▪ Condição análoga à de escravo empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
▪ Extorsão mediante Sequestro
meios técnicos adequados – como sinais, informações
▪ Sequestro relâmpago e outros – que permitam a localização da vítima ou dos
suspeitos do delito em curso, com imediata
▪ Tráfico de Pessoas comunicação ao juiz.
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Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado


curador pela autoridade policial.
ENUNCIADO I DA I JORNADA DE DIREITO E
PROCESSO PENAL (10 a 15 de agosto de 2020)
Dispositivo não recepcionado.
Nos crimes submetidos à jurisdição brasileira, os
Art. 16. O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PODERÁ
provedores de conexão e de aplicações de internet
requerer a DEVOLUÇÃO DO INQUÉRITO À AUTORIDADE
que prestam serviços no Brasil devem fornecer o
POLICIAL, senão para NOVAS DILIGÊNCIAS,
conteúdo de comunicações armazenadas em seu
IMPRESCINDÍVEIS ao OFERECIMENTO DA DENÚNCIA.
poder, não lhes sendo lícito, sob pena de sanções
processuais, invocar legislação estrangeira para
Requerimento pode ser feito diretamente ao Delta.
eximir-se do dever de cumprir a decisão judicial.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o Juiz não pode indeferir o pedido de diligências,
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que porque não cabe ao juiz à análise desses elementos
será realizada, ou não, a juízo da autoridade. neste momento, aqui ele estaria realizando um ato
tumultuário, pois interferindo no desenvolvimento da
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às convicção do MP, titular da ação penal. Caso o juiz
instituições dispostas no Art. 144 da Constituição indefira o pedido de devolução dos autos à
Federal figurarem como investigados em inquéritos autoridade policial, caberá Correição Parcial.
policiais, inquéritos policiais militares e demais
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
investigação de fatos relacionados ao uso da força letal arquivar autos de inquérito.
praticados no exercício profissional, de forma
consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder
defensor. (2019) a novas pesquisas, SE de outras provas tiver notícia.

§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o


Espaço p/ anotações:
investigado deverá ser citado da instauração do
procedimento investigatório, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 HORAS a contar do
recebimento da citação.

§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com


ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a
autoridade responsável pela investigação deverá
intimar a instituição a que estava vinculado o
investigado à época da ocorrência dos fatos, para que
essa, no prazo de 48 HORAS, indique defensor para a
representação do investigado.

§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam


aos servidores militares vinculados às instituições
dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que
os fatos investigados digam respeito a missões para a
Garantia da Lei e da Ordem.
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MOTIVO DO É POSSÍVEL Súmula 524, STF: Arquivado o inquérito policial, por


ARQUIVAMENTO DESARQUIVAR? despacho do juiz, a requerimento do Promotor de
Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem
Insuficiência de provas SIM novas provas.

(Súmula 524, STF) Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os
autos do inquérito (ação penal privada) serão remetidos
ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
Ausência de pressuposto SIM
ofendido ou de seu representante legal, ou serão
processual ou de
entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
condição da ação penal
Crime é de AÇÃO PENAL Crime é de AÇÃO PENAL
Falta de justa causa para PÚBLICA PRIVADA
a ação penal (não há Autos são remetidos ao Autos ficam em cartório
indícios de autoria ou SIM
MP aguardando a iniciativa da
prova da materialidade) vítima.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo


Atipicidade (fato não é NÃO
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
crime)
interesse da sociedade.

Existência manifesta de STJ: NÃO (REsp Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe
causa excludente de 791471/RJ) forem solicitados, a autoridade policial NÃO poderá
ilicitude mencionar QUAISQUER ANOTAÇÕES referentes a
STF: SIM (HC 125101/SP) instauração de inquérito policial contra os requerentes.

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá


Existência manifesta de NÃO (doutrina) sempre de despacho nos autos e somente será
causa excludente de permitida quando o interesse da sociedade ou a
culpabilidade conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não


Existência manifesta de NÃO
excederá de 3 dias, será decretada por despacho
causa extintiva da
(STJ HC 307.562/RS) fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
punibilidade
(STF Pet 3943) Exceção: policial, ou do órgão do MP, respeitado, em qualquer
certidão de óbito falsa. hipótese, o disposto no Art. 89, inciso III, do Estatuto da
OAB.

Cuidado: Desarquivamento não é sinônimo de A doutrina majoritária entende que essa


oferecimento de denúncia. Desarquivar é reabrir as incomunicabilidade não foi recepcionada pela CF.
investigações e, para tanto, basta a notícia de provas
novas. Por outro lado, para o oferecimento da
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que
denúncia (início da ação penal), não bastará a notícia.
houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade
Precisará efetivamente de prova nova (inovadora,
com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a
capaz de produzir uma alteração no contexto
que esteja procedendo, ordenar diligências em
probatório).
circunscrição de outra, independentemente de
* Tabela extraída do site dizerodireito.com.br precatórias ou requisições, e bem assim providenciará,
até que compareça a autoridade competente, sobre
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qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra


circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao


juiz competente, a autoridade policial oficiará ao
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição
congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à
pessoa do indiciado.
Espaço p/ anotações:
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DA AÇÃO PENAL – NOTAS INTRODUTÓRIAS

CONDIÇÕES GENÉRICAS DA AÇÃO PENAL (todas têm que ter)

LEGITIMIDADE DAS PARTES (AD CAUSAM)

ATIVA PASSIVA

▪ Ação Penal Pública: MP ▪ Autor de crimes (maior de 18 anos).

▪ Ação Penal Privada: Ofendido (Pessoa Física ou ▪ Pessoa Jurídica: apenas nos crimes ambientais.
Pessoa Jurídica) ou seu Representante Legal.
Obs. Não há mais a exigência de dupla imputação
obrigatória.

INTERESSE DE AGIR

NECESSIDADE ADEQUAÇÃO UTILIDADE

Não se discute no processo penal, pois Eficácia da atividade jurisdicional


o acusado se defende dos fatos. para satisfazer o interesse do autor.

Relevante apenas nas ações penais Obs. Prescrição em perspectiva é a


Presumida não condenatórias. É o caso do antecipação do reconhecimento da
Habeas Corpus, que não é adequado prescrição punitiva. Os tribunais
quando não houver risco à liberdade superiores não a reconhecem.
de locomoção, a exemplo do Art. 28 da
Lei de Drogas (Consumo pessoal).

POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

(FATO TÍPICO + ILÍCITO + CULPÁVEL + PUNÍVEL)

JUSTA CAUSA

CONCEITO NATUREZA JURÍDICA CONSEQUÊNCIA

Lastro probatório mínimo para Prevalece que é a 4a condição da ação. Rejeição da denúncia
o ingresso da ação penal.
Art. 395: Denúncia| queixa será́ rejeitada:
(fumus comissi delicti)
I - manifestamente inepta;

II - faltar pressuposto processual ou


condição para exercício da ação penal;

III - faltar justa causa para exercício da


ação penal.
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# O que é JUSTA CAUSA DUPLICADA?

Presente na ação penal nos crimes de LAVAGEM DE CAPITAIS. Decorre da premissa de que não basta demonstrar
a presença de lastro probatório quanto à ocultação de bens, direitos ou valores, sendo indispensável que a
denúncia também seja instruída com suporte probatório demonstrado que tais valores são provenientes, direta
ou indiretamente, de infrações penais, Em outras palavras, como já dissemos, a justa causa é considerada uma
das condições da ação penal, consistindo no suporte probatório mínimo para deflagrar o processo penal
consistindo em prova de autoria e materialidade do fato. Em alguns casos, como é o caso da lavagem de dinheiro,
a acusação deve apresentar indícios suficientes de que ocorreu crime antecedente. A isso se dá o nome de justa
causa duplicada.

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO PENAL


(CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE)

Ex: Representação no crime de estelionato (Lei nº. 13.964/19).


Cuidado: se a vítima for a Administração Pública (direta ou indireta),
Quanto à Natureza do delito criança, adolescente, pessoa com deficiência mental, maior de 70
anos ou incapaz, a ação penal será púlica incondicionada.

Quanto à Pessoa do acusado Ex: autorização da Câmara dos Deputados para o processo e
julgamento do Presidente da República.

Quanto ao Procedimento Crimes contra propriedade imaterial: exigem laudo pericial.

Crimes da lei de drogas: exigem laudo de constatação.

DIFERENÇA ENTRE CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE e PROSSEGUIBILIDADE

CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE CONDIÇÃO DE PROSSEGUIBILIDADE

Condição tem que ser implementada para que o Processo está EM ANDAMENTO, mas a lei impõe o
processo tenha INÍCIO. implemento de uma condição para ele prosseguir.

Ex: Representação num crime de estupro de 2016 Ex: A Lei nº 9.099/95 passou a exigir a representação nos
(antes da lei que definiu que todos os crimes crimes de lesão corporal leve e culposa. Para os processos
sexuais são de ação penal pública incondicionada). que estavam em tramite perante o Juizado, a representação
Sem ela, o MP não poderia denunciar o réu. funcionou como condição de prosseguibilidade. No entanto,
nos processos que fossem começar a representação seria
uma condição de procedibilidade.

Temos ainda a CONDIÇÃO DE PUNIBILIDADE: Acontecimento futuro e incerto, localizado entre o preceito primário
e secundário da norma penal incriminadora, condicionando a existência da pretensão punitiva do Estado.
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Ex1: Sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou extrajudicial é condição objetiva de
punibilidade dos crimes falimentares.

Ex2: Decisão final do procedimento administrativo nos crimes materiais contra a ordem tributária.

AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA

REGRA: AÇÃO PENAL PRIVADA.

EXCEÇÕES:

▪ Injúria real mediante VIAS DE FATO: AP PRIVADA

▪ Injúria real mediante LESÃO CORPORAL GRAVE ou GRAVÍSSIMA: AP


PÚBLICA INCONDICIONADA

INJÚRIA REAL MEDIANTE VIOLÊNCIA ▪ Injúria real mediante LESÃO CORPORAL LEVE: AP PÚBLICA
OU VIAS DE FATO CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO.

▪ Injúria QUALIFICADA|INJÚRIA-PRECONCEITO: AP PÚBLICA


CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO.

OBS: Crime de racismo (lei 7.716/89) é de ação penal pública


incondicionada. Não atinge só a honra de uma pessoa, é uma oposição
indistinta a toda uma raça, etnia, religião, procedência nacional. (STJ)

CRIME CONTRA A HONRA DO AP PÚBLICA CONDICIONADA À REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA.


PRESIDENTE DA REPÚBLICA

▪ 2 possibilidades:

CRIME CONTRA A HONRA DE I - AP PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO; ou


SERVIDOR PÚBLICO EM RAZÃO DE
II - AP PRIVADA.
SUAS FUNÇÕES
A legitimidade é concorrente (ALTERNATIVA – denúncia ou queixa-
crime).

Espaço p/ anotações:
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COMPETÊNCIA DOS CRIMES SEXUAIS

A partir da vigência da Lei 13.718/2018, todos os crimes contra a liberdade sexual passaram a ser de AÇÃO
PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. São eles:

▪ Estupro;

▪ Violação sexual mediante fraude;

▪ Importunação sexual;

▪ Assédio sexual;

▪ Estupro de vulnerável;

▪ Corrupção de menores;

▪ Satisfação de lascívia mediante presença de COMA;

▪ Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de COMA ou vulnerável;

▪ Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia.

O Art. 225 do CP prevê a AP PÚBLICA INCONDICIONADA para os crimes previstos nos capítulos I e II (os
listados acima). Como ficam os crimes previstos nos demais capítulos? Renato Brasileiro afirma que, apesar
do silêncio do legislador, também são de AP PÚBLICA INCONDICIONADA. A regra para todo e qualquer crime
é AP PÚBLICA INCONDICIONADA, sendo de AP PRIVADA ou de AP PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO apenas quando a lei assim prever, no silêncio da lei segue a regra geral.

CONFLITO DE ATRIBUIÇÃO ENTRE MEMBROS DO MP

▪ Só existe conflito de atribuições se divergência ficar restrita aos membros do MP. Se juízes encamparem as
teses dos membros do MP, haverá um conflito de competência.

▪ Caso haja um conflito de atribuições entre membros do MP, quem irá decidir qual dos dois órgãos irá atuar?
Depende. Podemos identificar situações diferentes:

MPE do Estado X x MPE do Estado Y - PGJ do ESTADO X

MPF x MPF – CCR, com recurso ao PGR

MPU (ramo 1) x MPU (ramo 2) – PGR

MPE x MPF –CNMP

MPE do Estado 1 x MPE do Estado 2 - CNMP


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ESPÉCIES DE DENÚNCIA

Imputação contaminada por GRAVE DEFICIÊNCIA na NARRATIVA DO FATO delituoso.


CRIPTOIMPUTAÇÃO
Espécie de denúncia criptografada, em códigos.

Admite-se nos crimes de AUTORIA COLETIVA. O MP imputa a todos os acusados o


mesmo fato delituoso, independentemente das funções exercidas por eles na empresa.
DENÚNCIA GERAL
Um fato só – não há inépcia, não viola o princípio da ampla defesa, o indivíduo como
integrante da sociedade sabe de qual fato típico tem de se defender.

Denuncia não individualiza a conduta do agente. Imputa fato a agente sem descrever a
DENÚNCIA conduta ou o descreve diversos fatos aos agentes indistintamente, sem dizer como cada
GENÉRICA (NÃO um contribuiu.
ACEITA)
Importância: nos crimes societários (de gabinete). É aquela que inclui diretor, gerente,
preposto da Pessoa Jurídica na ação apenas por ele ostentar essa qualidade, mas não
descreve qual conduta criminosa dessa pessoa. É INEPTA.

▪ MP pode repudiar queixa subsidiária (AP PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA), e em


DENÚNCIA face disso FICA OBRIGADO A OFERECER OUTRA, para substituir repudiada.
SUBSTITUTIVA
▪ MP pode repudiar queixa até recebimento da peça acusatória, (Olha Juiz, não fui inerte
pelas razões x e y).

IMPUTAÇÃO ALTERNATIVA SUBJETIVA ou OBJETIVA na DENÚNCIA

(NÃO SÃO ACEITAS)

IMPUTAÇÃO ALTERNATIVA SUBJETIVA (IAS) IMPUTAÇÃO ALTERNATIVA OBJETIVA (IAO)

Atribui crime a mais de 1 pessoa, mas apenas uma Atribui alternativamente os vários crimes a uma
cometeu. (Juiz, ou foi Zé ou foi Chico) mesma pessoa. (Juiz, ou foi furto ou roubo)

IAS SIMPLES IAS COMPLEXA IAO AMPLA IAO RESTRITA

Dúvida sobre a Dúvida sobre a autoria e se houve Incide sobre a ação Incide sobre
autoria. crime. principal. circunstância ou
qualificadora.
Ex: furto e receptação

IMPUTAÇÃO ALTERNATIVA ORIGINÁRIA ou OBJETIVA na DENÚNCIA

IMPUTAÇÃO ALTERNATIVA ORIGINÁRIA IMPUTAÇÃO ALTERNATIVA OBJETIVA

Na denúncia, os fatos são imputados ao agente de forma Ocorre na mutatio libelli, quando o MP adita a
alternativa. Não se admite! denúncia. Ex: Na audiência de instrução e
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julgamento, surge a elementar “violência” – o que


era furto passou a ser roubo. Admitida!

ADITAMENTO DA DENÚNCIA

ADITAMENTO PRÓPRIO ADITAMENTO IMPRÓPRIO

▪ Inclui novo fato investigado (REAL) ou novos indiciados ▪ Corrige falha na denúncia, esclarecimentos que
(PESSOAL) na denúncia. não inovam o fato imputado, ou mesmo em
retificação simples ou ratificação da denúncia.
▪ ADITAMENTO PRÓPRIO REAL: diz respeito a fatos
delituosos, incluídos, qualificadoras ou causas de ▪ Não interrompe a prescrição.
aumento.
Ex: equivoco na qualificação do acusado, local exato
▪ ADITAMENTO PRÓPRIO REAL MATERIAL: acrescenta fato do delito. Fundamenta-se no 569 do CPP que
à denúncia, qualificando ou agravando o já imputado, com permite a correção de omissões da denúncia a todo
a adição de circunstância não contida na inicial, ou mesmo tempo, antes de sentença final.
fato novo que importa imputação de outro ou de mais de
um crime.

▪ADITAMENTO PRÓPRIO REAL LEGAL: acréscimo de


dispositivo legal, penais ou processuais (substantivo ou
adjetivo), ALTERANDO, assim, a classificação ou o rito
processual, mas sem inovar no fato narrado

▪ ADITAMENTO PRÓPRIO PESSOAL: inclusão de coautores


e partícipes.

OBS: Só o ADITAMENTO PRÓPRIO REAL interrompe a


prescrição.

▪ O Princípio do IN DUBIO PRO SOCIETATE se aplica em 2 momentos processuais:

I - RECEBIMENTO da DENÚNCIA

II - Decisão de PRONÚNCIA
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TÍTULO III - DA AÇÃO PENAL


AÇÃO PENAL PÚBLICA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA

▪ CONCEITO: inércia de um órgão oficial. Diante disso,


Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será
outro órgão oficial assume a titularidade da ação
promovida por denúncia do Ministério Público, mas
penal.
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou ▪ HIPÓTESES (2)
de quem tiver qualidade para representá-lo. ➊ CRIMES ELEITORAIS (MPE age por delegação). MPE
inerte? Procurador Regional Eleitoral pode oferecer
# Comentários denúncia subsidiária.

➋ INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA


(IDC). MPE tem atribuição, mas verificada a inércia do
▪ A requisição do Ministro da Justiça trata-se de uma
aparato estadual e,em se tratando de crime com
condição de procedibilidade (em regra). grave violação aos direitos humanos, a CF prevê que
o STJ pode autorizar deslocamento da competência
▪ A requisição do Ministro da Justiça não se sujeita para a Justiça Federal, na qual atuará o MPF.
a prazo decadencial.

▪ É cabível a retratação da requisição do Ministro da


PRINCÍPIOS DAS AÇÕES PENAIS PÚBLICAS
Justiça.
MP tem que oferecer a
denúncia (se presentes
AÇÃO PENAL PÚBLICA
condições da ação e a justa
causa, não havendo
INCONDICIONADA CONDICIONADA À discricionariedade).
REPRESENTAÇÃO

É a regra, salvo MP depende do implemento Exceções:


quando a lei declara de de uma condição, prevista OBRIGATORIEDADE
modo diverso. em lei, para oferecer a I - Transação Penal;
denúncia, quais sejam, a
Não depende de II - Acordo de Leniência;
representação do ofendido
nenhuma condição ou requisição do MJ.
específica. III - Parcelamento do Crédito
▪ Ex: injúria racial, regra Tributário;
geral no estelionato (após o IV - Colaboração premiada na
advento da Lei nº Lei de Organizações
13.964/2019) Criminosas;

V- Acordo de Não Persecução


Espaço p/ anotações: Penal (ANPP).

MP NÃO pode DESISTIR da


AÇÃO PENAL proposta e NEM
do RECURSO que interpôs,
INDISPONIBILIDADE mas pode pedir absolvição do
réu ou até mesmo recorrer
em favor dele.
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Ação contra INIMPUTÁVEL.


Exceções: AÇÃO DE Denúncia não pede condenação,
INDISPONIBILIDADE PREVENÇÃO mas sim a aplicação de medida
I - Suspensão Condicional do PENAL de segurança (absolvição
Processo; imprópria).
II - Transação penal (quando
ocorre após o recebimento da Circunstâncias do caso concreto
denúncia). fazem variar a modalidade de
ação penal.
MP pode oferecer denúncia
contra alguns suspeitos, sem
prejuízo do aprofundamento AÇÃO PENAL Ex: crimes contra a honra.
das investigações em relação SECUNDÁRIA
DIVISIBILIDADE
aos demais. NÃO precisa
denunciar todo mundo, desde Regra: AP PRIVADA, que pode
que fundamente. virar APPCR (vítima é o
Presidente da República) ou até
mesmo APPI (calúnia eleitoral).

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS Ocorre quando o MP REASSUME


AÇÃO PENAL o POLO ATIVO na AP PRIVADA
INDIRETA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA, se o
AÇÃO PENAL EX Ação penal é iniciada de ofício querelante for negligente.
OFÍCIO pelo juiz. Não foi recepcionada
pela CF.
(PROCESSO
JUDICIALIFORME) § 1o No caso de MORTE do ofendido ou quando declarado
AUSENTE por decisão judicial, o direito de
Ações penais manejadas representação passará ao cônjuge, ascendente,
AÇÃO PENAL DE
diretamente nos Tribunais descendente ou irmão (CADI).
2o GRAU
Superiores.
# Jurisprudência correlata
Qualquer do povo pode ajuizar.
Existem 2 hipóteses: ▪ A companheira (hetero ou homoafetiva) também
AÇÃO PENAL
I - Habeas corpus possui legitimidade para ajuizar a ação penal
POPULAR
privada. (STJ, 2019)
II - Crime de responsabilidade
(Lei nº 1.079/50)
▪ No rito especial da Lei nº 8.038/90, a rejeição da
LITISCONSÓRCIO ATIVO (dupla denúncia é balizada pelo art. 395 do CPP e a
legitimação) entre o MP (no improcedência da acusação é pautada pelo disposto
crime de AP PÚBLICA) e o no art. 397 do CPP. (Info 657, STJ).
QUERELANTE (na AP PRIVADA).
Nestes casos, o MP ingressa
com a denúncia e o querelante § 2o SEJA QUAL FOR O CRIME, quando praticado em
AÇÃO PENAL interpõe a queixa-crime.
ADESIVA detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado
Ex: em crimes praticados no e Município, a AÇÃO PENAL SERÁ PÚBLICA.
contexto de violência doméstica,
cabe ao MP oferecer denúncia Art. 25. A representação será IRRETRATÁVEL,
em relação ao crime de ameaça
DEPOIS DE OFERECIDA A DENÚNCIA.
e a vítima oferecer queixa-
crime no caso de injúria.
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# Tudo que você precisa saber sobre a ▪ MP pode dispensar o IPL, se com a representação
REPRESENTAÇÃO na AÇÃO PENAL PÚBLICA forem oferecidos elementos que o habilitem a
CONDICIONADA à REPRESENTAÇÃO promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
denúncia no prazo de 15 dias.
É CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE e sem ela não há
que se falar em APF, IPL ou PROCESSO. ▪ MORTE do ofendido ou declarado AUSENTE? Direito
Excepcionalmente, será condição de de REPRESENTAÇÃO passa ao CADI.
prosseguibilidade (Ex: Art. 91 da Lei 9.099/95)

É a manifestação do Ofendido ou RL (incapacidade ou


#INTERDISCIPLINARIEDADE #LEIMªDAPENHA
ausência) de interesse na persecução penal do fato.
RETRATAÇÃO DA RETRATAÇÃO DA
▪ NÃO requer . Há julgados dizendo que REPRESENTAÇÃO NO REPRESENTAÇÃO NA LEI
um simples Boletim de Ocorrência ou Exame de CPP 11.340/06
corpo de delito são suficientes.
ATÉ RECEBIMENTO DA
Ex: Fernanda, estuprada, dirigiu-se à Delegacia e fez ATÉ OFERECIMENTO DENÚNCIA
o Exame de Corpo de Delito, mas não assinou a DA DENÚNCIA
(EM AUDIÊNCIA ESPECÍFICA)
representação. Nesse caso, a realização de Exame de
Corpo de Delito demonstra interesse na ação penal, Art. 16. Nas ações penais
razão pela qual o Delegado deve instaurar IPL, públicas condicionadas à
mesmo sem a assinatura de Fernanda. representação da ofendida de
que trata esta Lei, só será
▪ Sem a representação, só pode ocorrer as 2 admitida a renúncia à
primeiras fases da Prisão em Flagrante: - representação perante o juiz, em
audiência especialmente
1) CAPTURA designada com tal finalidade,
2) CONDUÇÃO COERCITIVA (à presença da Autoridade antes do RECEBIMENTO da
denúncia e ouvido o Ministério
Policial),
Público.
mas o APF não pode ser lavrado.

▪ IPL iniciado sem ela? Cabe MS para trancamento. Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada
com o auto de prisão em flagrante ou por meio de
▪ RETRATAÇÃO da REPRESENTAÇÃO: possível ATÉ O portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
OFERECIMENTO da DENÚNCIA.

▪ EFICÁCIA OBJETIVA da REPRESENTAÇÃO: quando Esse dispositivo (Processo Judicialiforme) NÃO foi
feita, é válida contra TODOS coautores e partícipes. RECEPCIONADO pela CF/88. O MP é o titular da ação
Se a vítima representou quanto a um fato delituoso, o penal!
MP pode denunciar todo mundo. No entanto, feita Art. 129 da CF/88. São funções institucionais do
quanto a um crime, não autoriza o MP a agir quanto a Ministério Público: I - promover, privativamente, a
outros crimes que não foram objeto de ação penal pública, na forma da lei; [...]
representação.

▪ Direito de Representação pode ser exercido, Art. 27. QUALQUER PESSOA DO POVO PODERÁ
pessoalmente ou por procurador com poderes provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita que caiba a AÇÃO PÚBLICA, fornecendo-lhe, POR
ao Juiz, ao órgão do MP, ou ao Delegado. ESCRITO, informações sobre o fato e a autoria e
indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
▪ Representação feita oralmente ou por escrito, sem
assinatura devidamente autenticada do Ofendido ou
Art. 28. Ordenado o ARQUIVAMENTO do inquérito
RL ou procurador, será reduzida a termo, perante
policial ou de quaisquer elementos informativos da
Juiz ou Delegado, presente o MP, quando a este
mesma natureza, o órgão do Ministério Público
houver sido dirigida.
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade
▪ Representação, quando feita ao Juiz ou perante este policial e encaminhará os autos para a INSTÂNCIA DE
reduzida a termo, será remetida à Delegado para que REVISÃO MINISTERIAL para fins de HOMOLOGAÇÃO, na
esta proceda a IPL. forma da lei.
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ART. 28 ANTERIOR NOVO ART. 28


A instância ministerial tem 3 alternativas:
Juiz possuía uma função O controle do
anômala de fiscal do arquivamento caberá,
a) Confirmar o arquivamento, homologando-o;
princípio da exclusivamente, ao MP.
b) Requisitar diligências;
obrigatoriedade. Portanto, a decisão de
c) Designar outro Promotor para oferecer denúncia.
Colocava a arquivamento não está
Prevalece o entendimento de que o Promotor imparcialidade em mais sujeita ao controle
designado será, pelo menos em tese, obrigado a cheque, tendo em vista jurisdicional.
oferecer a denúncia, sem prejuízo de eventual que o magistrado que O arquivamento é uma
pedido de absolvição. rejeitava o decisão complexa, tendo
arquivamento, iria, caso em vista que a decisão
fosse oferecida do Promotor Natural
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não denúncia, julgar o feito. deverá ser homologada
concordar com o arquivamento do inquérito policial,
pela instância de revisão
poderá, no prazo de 30 DIAS do recebimento da
ministerial.
comunicação, submeter a matéria à revisão da instância
competente do órgão ministerial, conforme dispuser a MPE: PGJ
respectiva lei orgânica. MPF/MPDFT: CCR

§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em


detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do Considerando a alteração do PACOTE ANTICRIME
arquivamento do inquérito policial poderá ser (mesmo suspensa, pode ser cobrada a literalidade
provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua da lei), quem determina o arquivamento é o MP, mas
representação judicial. o Delegado, ao concluir o IPL, deve encaminhá-lo
para o Juiz.
REDAÇÃO DO ART. 28 ANTERIOR. (AINDA EM
Cuidado: O Pacote Anticrime NÃO alterou a redação
VIGOR)
do art. 10, §1º do CPP: Art. 10. § 1o A autoridade fará
minucioso relatório do que tiver sido apurado e
Art. 28: Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
ENVIARÁ AUTOS AO JUIZ COMPETENTE.
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o juiz, no caso de considerar O NOVA REDAÇÃO DO ART. 28 FOI SUSPENSO PELA
improcedentes as razões invocadas, fará remessa ADI 6298 MC /DF
do inquérito ou peças de informação ao procurador- A SUSPENSÃO ABRANGE:
geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro
órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou ▪ Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-E, 3º-F, do CPP:
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então trata da implantação do juiz das garantias e seus
estará o juiz obrigado a atender” consectários;

▪ Art. 28, caput, CPP: trata da alteração do


Espaço p/ anotações:
procedimento de arquivamento do inquérito policial;

▪ Art. 157, §5º, do CPP: trata da Implantação do juiz


das garantias e seus consectários; alteração do juiz
sentenciante que conheceu de prova declarada
inadmissível;
Página 51 de 288

▪ Artigo 310, §4°, do CPP: trata da liberação da prisão (submetido a Tribunais, uma vez que os agentes
pela não realização da audiência de custodia no detêm foro por prerrogativa de função), quando a
prazo de 24 horas. decisão de arquivamento gerar coisa julgada
material, o Tribunal pode analisar o mérito do
OBS: A suspensão foi baseada no exíguo prazo (30 arquivamento, inclusive, rejeitando-o.
dias) para a implementação da nova sistemática do
arquivamento do IPL. STF entende que o pedido de arquivamento, em
regra, deve ser acolhido sem que se questione ou se
entre no mérito da avaliação deduzida pelo titular da
# Jurisprudência correlata ação penal. Contudo, há 2 hipóteses em que o
tribunal poderá analisar o mérito das alegações
O STF pode, de ofício, arquivar inquérito se verificar trazidas pelo PGR ou PGJ, nos casos de sua
que, mesmo após terem sido feitas diligências de competência originária, pois fazem coisa julgada
investigação e terem sido descumpridos os prazos material, quais sejam:
para a instrução do inquérito, não se tem indícios
mínimos de autoria ou materialidade. • ATIPICIDADE DA CONDUTA
A pendência de investigação, por prazo irrazoável,
ofende o direito à razoável duração do processo • EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
e a dignidade da pessoa humana (Info 912, STF).
Nos demais casos, com o pedido de arquivamento do
Atenção: Esse informativo é anterior ao PACOTE
Procurador-Geral, este deve ser feito, não sendo,
ANTICRIME.
logicamente, possível a aplicação do Art. 28 do CPP.

# Jurisprudência Correlata Atenção: Esse informativo é anterior ao PACOTE


ANTICRIME.
ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO ORIGINÁRIO NAS
HIPÓTESES DE ATRIBUIÇÃO ORIGINÁRIA DO Espaço p/ anotações:
PGR/PGJ. NÃO SE APLICA O ART. 28 NOS CASOS DE
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF E DO STJ

REGRA: quando o pedido de arquivamento de IPL


partir do próprio PGR (ou de algum membro do MPF,
por delegação), não caberá controle jurisdicional
sobre esse ato, devendo ser prontamente atendido.
O STF está obrigado a arquivar/homologar o
arquivamento, não podendo analisar o seu mérito,
pois PGR|PGJ possuem discricionariedade para
determinar o arquivamento, sendo decisão interna
corporis, eis que, ainda que Tribunal não concorde,
não há como aplicar o Art. 28 do CPP, já que decisão
de arquivamento está sendo emanada pelo chefe
maior do MP.

EXCEÇÃO: Contudo, se arquivamento for apto a


produzir coisa julgada formal e material deve ser
levada à apreciação do Tribunal, pois apenas uma
decisão jurisdicional pode estar revestida pelo
manto da coisa julgada formal e material. Naqueles
inquéritos de competência originária do PGR ou PGJ
Página 52 de 288

# REFORÇO PARA NÃO ESQUECER

ESPÉCIES DE ARQUIVAMENTO ANTES DO PACOTE DEPOIS DO PACOTE


ANTICRIME ANTICRIME
No arquivamento que partir
diretamente do PGR ou PGJ, MP fazia o requerimento MP ordena o arquivamento e
ARQUIVAMENTO
Tribunal não pode se valer do art. de arquivamento ao juiz, remete os autos à instância
ORIGINÁRIO
28 do CPP. Todavia, caberá, no que homologava ou não. de revisão ministerial para
âmbito federal, recurso fins de homologação.
administrativo à Câmara de
Coordenação e Revisão.

MP oferece denúncia apenas


Arquivamento era Arquivamento realizado no
contra 1 ou alguns dos crimes nele
realizado no âmbito do âmbito do próprio MP, sem
narrados (objetivo) ou dos Poder Judiciário. participação do Poder
acusados (subjetivo), deixando de Judiciário.
oferecer, sem motivo justificado
(sem manifestação), em face dos
outros. OBS: STF suspendeu a
eficácia da alteração do
procedimento de
AI objetivo: omissão se dá com arquivamento do IPL.
ARQUIVAMENTO relação às infrações praticadas;
IMPLÍCITO OU
TÁCITO AI Subjetivo: omissão se dá com
relação aos acusados.
(NÃO É ACEITO) FUNDAMENTOS PARA ARQUIVAMENTO
Conduta não se
Exemplo: 2 indiciados no IPL, o encaixa em
ATIPICIDADE FORMAL OU FORMAL
promotor oferece denúncia contra nenhum tipo
apenas contra 1. Não denuncia, MATERIAL penal.
nem faz nada (pedido de
Princípio da
diligência, por ex) em relação ao
MATERIAL insignificância ou
segundo. Neste caso, o juiz bagatela
deveria dizer: “MP manifeste-se
sobre acusado 2”, ou deveria EXCLUDENTE DA No caso de inimputável,
aplicar o art. 28. Quando o juiz não ILICITUDE/CULPABILIDADE deve ser denunciado, porém
faz nem um, nem outro, ocorre o (SALVO com pedido de absolvição
arquivamento implícito do IPL. INIMPUTABILIDADE); imprópria (medida de
segurança).
MP não oferece a denúncia, pois
entende que o juízo perante o qual CAUSA EXTINTIVA DA Prescrição, óbito, etc..
oficia é incompetente. Promotor PUNIBILIDADE
entende que o crime não é AUSÊNCIA DE ELEMENTOS Falta de justa causa para o
daquela competência e INFORMATIVOS QUANTO À oferecimento da denúncia.
ARQUIVAMENTO manifesta-se no sentido de deixar AUTORIA E
INDIRETO de oferecer a denúncia sob este
MATERIALIDADE.
fundamento, assim como declinar
a competência. O juiz deve
receber tal manifestação como se Espaço p/ anotações:
fosse um pedido de arquivamento,
nos termos do art. 28.
Página 53 de 288

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o § 1º Para AFERIÇÃO DA PENA MÍNIMA cominada ao
investigado CONFESSADO FORMAL e delito a que se refere o caput deste artigo, serão
CIRCUNSTANCIALMENTE a prática de infração penal consideradas as CAUSAS DE AUMENTO e DIMINUIÇÃO
SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA e com PENA aplicáveis ao caso concreto.
MÍNIMA INFERIOR a 4 ANOS, O MINISTÉRIO PÚBLICO
PODERÁ propor ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO § 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA
PENAL, desde que necessário e suficiente para nas SEGUINTES HIPÓTESES:
reprovação e prevenção
do crime, mediante as seguintes CONDIÇÕES I - se for cabível TRANSAÇÃO PENAL de competência
AJUSTADAS CUMULATIVA E ALTERNATIVAMENTE: dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
(2019)
II - se o investigado for REINCIDENTE ou se houver
I - REPARAR O DANO OU RESTITUIR A COISA À VÍTIMA, elementos probatórios que indiquem CONDUTA
exceto na impossibilidade de fazê-lo; CRIMINAL HABITUAL, REITERADA OU PROFISSIONAL,
EXCETO se insignificantes as infrações penais
II - RENUNCIAR VOLUNTARIAMENTE A BENS E pretéritas;
DIREITOS indicados pelo Ministério Público como
instrumentos, produto ou proveito do crime; ATENÇÃO: Não confunda criminoso habitual
(referido acima) com crime habitual, em que uma
III - PRESTAR SERVIÇO À COMUNIDADE OU A conduta isolada não será suficiente para a
ENTIDADES PÚBLICAS por período correspondente à caracterização de uma infração penal, a exemplo do
PENA MÍNIMA COMINADA AO DELITO DIMINUÍDA de UM exercício ilegal de profissão.
A DOIS TERÇOS, em local a ser indicado pelo juízo da
execução, na forma do Art. 46 do Código Penal; Contradição na utilização da expressão “exceto se
insignificantes as infrações penais pretéritas”: Como
IV - pagar PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA, a ser estipulada se sabe, o princípio da insignificância exclui a
nos termos do Art. 45 do Código Penal, a entidade tipicidade material, portanto, não haveria como
pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo existir uma infração penal pretérita. Por isso, a
da execução, que tenha, preferencialmente, como melhor leitura da expressão “insignificância”, de
função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes acordo com Renato Brasileiro, é no sentido de
aos aparentemente lesados pelo delito; ou infração de menor potencial ofensivo.

V - cumprir, por PRAZO DETERMINADO, OUTRA III - ter sido o agente BENEFICIADO NOS 5 ANOS
CONDIÇÃO INDICADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, ANTERIORES AO COMETIMENTO DA INFRAÇÃO, em
desde que proporcional e compatível com a infração ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, TRANSAÇÃO
penal imputada. PENAL ou SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO; e

CUIDADO: A violência ou grave ameaça, citada no art. IV - nos crimes praticados no âmbito de VIOLÊNCIA
28-A, deve ser praticada na conduta. Portanto, em DOMÉSTICA OU FAMILIAR, OU praticados contra a
crimes culposos, ainda que resultem violência MULHER por razões da condição de sexo feminino, em
contra pessoa, será cabível o acordo. favor do agressor.

A vedação alcança a violência imprópria, que é a ATENÇÃO: Crimes praticados no âmbito de violência
denominação que se dá a quem usa qualquer outro doméstica ou familiar, pouco importando o sexo da
meio para impossibilitar a defesa da vítima do roubo. vítima, não admitem o ANPP. Crime contra a mulher
Exemplos: uso de sonífero, boa noite cinderela ou por razões da condição de sexo feminino, ainda que
hipnose. cometido fora do ambiente doméstico e familiar,
também não.
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§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não


ANPP SÓ SE APLICA SE: persecução penal, o juiz DEVOLVERÁ OS AUTOS AO
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA QUE INICIE SUA EXECUÇÃO
(REQUISITOS POSITIVOS)
perante o JUÍZO DE EXECUÇÃO PENAL.
I - Viabilidade da persecução penal. (NÃO É CASO DE
ARQUIVAMENTO) § 7º O juiz PODERÁ RECUSAR homologação à proposta
II - Infração penal cometida SEM VIOLÊNCIA OU que NÃO ATENDER AOS REQUISITOS LEGAIS OU
GRAVE AMEAÇA QUANDO NÃO FOR REALIZADA A ADEQUAÇÃO a que se
refere o § 5º deste artigo.
III- CONFISSÃO

IV - Infração penal com PENA MÍNIMA INFERIOR A 4 § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos
ANOS ao Ministério Público para a análise da necessidade de
complementação das investigações ou o oferecimento
ANPP NÃO SE APLICA SE:
da denúncia.
(REQUISITOS NEGATIVOS)

I - Couber TRANSAÇÃO PENAL § 9º A VÍTIMA SERÁ INTIMADA DA HOMOLOGAÇÃO do


(Contravenções penais e crimes a que a lei comine pena acordo de não persecução penal e de seu
máxima não superior a 2 anos, cumulada, ou não, com descumprimento.
multa)

II - Investigado REINCIDENTE ou há elementos VÍTIMA SERÁ INTIMADA da:


probatórios que indiquem conduta criminal HOMOLOGAÇÃO do ANPP e
HABITUAL, REITERADA ou PROFISSIONAL, EXCETO
se INSIGNIFICANTES as IP`s pretéritas DESCUMPRIMENTO do ANPP .

III - Agente BENEFICIADO nos 5 ANOS anteriores à


§ 10. Descumpridas quaisquer das condições
infração com ANPP, TP ou SCP
estipuladas no acordo de não persecução penal, o
IV - Crimes com VDFCM, ou praticados contra mulher MINISTÉRIO PÚBLICO DEVERÁ COMUNICAR AO JUÍZO,
por razões da condição de sexo feminino, em favor do para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de
agressor. denúncia.

§ 3º O acordo de não persecução penal será § 11. O DESCUMPRIMENTO do acordo de não persecução
FORMALIZADO POR ESCRITO e será firmado pelo penal pelo investigado TAMBÉM PODERÁ SER
membro do MINISTÉRIO PÚBLICO, pelo INVESTIGADO e UTILIZADO pelo Ministério Público como JUSTIFICATIVA
por seu DEFENSOR. PARA O EVENTUAL NÃO OFERECIMENTO de
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO.
§ 4º Para a HOMOLOGAÇÃO do acordo de não
persecução penal, será realizada AUDIÊNCIA na qual o § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não
juiz deverá verificar a sua VOLUNTARIEDADE, por meio persecução penal não constarão de certidão de
da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no
sua LEGALIDADE. inciso III do § 2º deste artigo.

§ 5º Se o juiz considerar INADEQUADAS, § 13. Cumprido integralmente o acordo de não


INSUFICIENTES OU ABUSIVAS as condições dispostas persecução penal, o juízo competente decretará a
no acordo de não persecução penal, DEVOLVERÁ OS extinção de punibilidade.
AUTOS AO MINISTÉRIO PÚBLICO para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância
do investigado e seu defensor.
Página 55 de 288

§ 14. No caso de RECUSA, por parte do Ministério # Jurisprudência correlata


Público, em propor o acordo de não persecução penal,
o INVESTIGADO PODERÁ REQUERER A REMESSA DOS
O ANPP aplica-se a fatos ocorridos antes da Lei no
AUTOS A ÓRGÃO SUPERIOR, na forma do Art. 28 deste
13.964/2019, desde que não recebida a denúncia.
Código.

No ponto em que institui o ANPP, a Lei no 13.964/2019,


ENTENDA O PASSO A PASSO DA CELEBRAÇÃO DO é considerada lei penal de natureza híbrida,
ANPP admitindo conformação entre a retroatividade penal
1. Após receber os autos do IPL, o Promotor vai benéfica e o tempus regit actum.
verificar, primeiro, se não é caso de arquivamento
(ex, se há indícios de autoria); O ANPP se esgota na etapa pré-processual,
sobretudo porque a consequência da sua recusa, sua
2. Não sendo caso de arquivamento, o Promotor vai não homologação ou seu descumprimento é
dilgenciar para ter acesso à folha de antecedentes inaugurar a fase de oferecimento e de recebimento
criminais do investigado, a fim de saber se ele foi da denúncia
beneficado nos últimos 5 anos anteriores ao
cometimento da infração, em acordo de não O recebimento da denúncia encerra a etapa pré-
persecução penal, transação penal ou suspensão processual, devendo ser considerados válidos os
condicional do processo; atos praticados em conformidade com a lei então
vigente.
3. Não foi? O Promotor convidará/notificará o
investigado para comparecer à Promotoria de
Assim, mostra-se impossível realizar o ANPP
Justiça, assistido por Advogado ou Defensor Público,
quando já recebida a denúncia em data anterior à
para saber se ele tem interesse na celebração;
entrada em vigor da Lei no 13.964/2019. (Info 683, STJ)
4. Nessa audiência extrajudicial (pode ser gravada
por meio audiovisual), o Promotor vai dizer quais são Fonte: dizerodireito.com
as eventuais condições para a celebração do ANPP,
indagando o investigado se confessa o delito;
# Jurisprudência correlata (2021)
5. ANPP assinado? Promotor encaminhará o termo do
acordo para homologação do Juiz, com o pedido de
designação de audiência, nos termos do § 4º; O Poder Judiciário pode impor ao MP a obrigação de
ofertar ANPP? NÃO!! Não cabe ao Poder Judiciário,
6. Homologado, o Juiz devolve os autos para que o que não detém atribuição para participar de
Promotor inicie sua execução perante o juízo de negociações na seara investigatória, impor ao MP a
execução penal. Uma vez cumprido integralmente, o celebração de acordos. (Info 1017, STF).
Promotor informará ao Juiz, requerendo o
arquivamento do IPL. Se não foi cumprido, o Fonte: dizerodireito.com
Promotor atuante no feito deverá comunicar o juiz da
execução, para fins de sua rescisão e devolução dos
autos ao Juiz responsável pela homologação, para
Espaço p/ anotações:
posterior oferecimento de denúncia.

Espaço p/ anotações:
Página 56 de 288

O art. 116, IV do CP prevê que


JORNADA DE DIREITO ELEITORAL: O ANPP não não correrá a prescrição
configura título condenatório e, portanto, não gera a enquanto o ANPP estiver sendo
inelegibilidade do art. 1º, alínea “e”, da LC 64/90. cumprido.
PRESCRIÇÃO NÃO Art. 116 - Antes de passar em
CORRE julgado a sentença final, a
SOBRE O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL prescrição não corre: [...]
É um negócio jurídico de IV - enquanto não cumprido ou
natureza extrajudicial, que não rescindido o acordo de não
NATUREZA
consubstancia a política persecução penal.
JURÍDICA
criminal do titular da ação penal
RECURSO CONTRA
pública, cuja homologação tem
DECISÃO QUE
natureza meramente
RECUSAR A
declaratória. RESE
HOMOLOGAÇÃO
Cuidado: O Enunciado 19 do DA PROPOSTA DE
CNPJ (O Conselho Nacional de ANPP
Procuradores-Gerais do
Ministério Público dos Estados e É POSSÍVEL A Não há mais vedação expressa
da União) dispõe que “O ANPP é CELEBRAÇÃO DE (como fazia a Resolução nº
MITIGAÇÃO AO faculdade do MP que avaliará, ANPP EM CRIMES 181/2017) de ANPP nos crimes
inclusive em última análise (§ HEDIONDOS OU hediondos ou equiparados;
PRINCÍPIO DA
OBRIGATORIEDADE 14), se o instrumento é EQUIPARADOS
DA AÇÃO PENAL necessário e suficiente para a
reprovação e prevenção do Sim!! Apenas no tráfico
crime no caso concreto. privilegiado (art. 33, §4º) – pois
a pena mínima do caput (5
CABE ANPP NO anos), a depender do percentual
Tal como já pacificado pelo STJ CRIME DE TRÁFICO redutor (1/6 a 2/3) poderá ficar
e STF no caso de transação DE DROGAS? abaixo dos 4 anos. Todavia, o
penal e o sursis processual, cabimento depende da análise,
também o ANPP deve ser no caso concreto, das
encarado como poder-dever circunstâncias do fato, de
(discricionariedade regrada) do maneira a verificar se estão
MP e não um direito público presentes os requisitos
subjetivo do acusado. subjetivos exigidos do ANPP.

JUSTIÇA PENAL O ANPP está ligado à chamada


CONSENSUAL Justiça Penal Consensual ou Enunciado nº 28 e 32 da I Jornada de Direito e
Negociada ou Pactual. Processo Penal – 14/08/2020

ANPP APLICA-SE 28 - Recomenda-se a realização de práticas


A FATOS Sim, desde que não recebida a restaurativas nos acordos de não persecução penal,
OCORRIDOS ANTES denúncia. observada a principiologia das Resoluções n. 225 do
DA LEI Nº CNJ e 118/2014 do CNMP.
13.964/2019?
32 - A proposta de acordo de não persecução penal
CONSEQUÊNCIA representa um poder-dever do Ministério Público,
DO CUMPRIMENTO EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. com exclusividade, desde que cumpridos os
NO ANPP requisitos do art. 28-A do CPP, cuja recusa deve ser
fundamentada, para propiciar o controle previsto no
§14 do mesmo artigo.
Página 57 de 288

(QUEIXA-CRIME permitiu que o querelante ajuíze essa


SUBSIDIÁRIA) queixa subsidiária. Porém, o MP
Art. 29. Será ADMITIDA AÇÃO PRIVADA nos crimes de
permanece podendo fazer tudo.
AÇÃO PÚBLICA, SE ESTA NÃO FOR INTENTADA NO
PRAZO LEGAL, cabendo ao Ministério Público aditar a ▪ Ajuizamento da APPSP pode
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, ocorrer após o decurso do prazo legal
(5 dias para réu preso ou 15 para réu
intervir em todos os termos do processo, fornecer solto), sem que seja oferecida
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, denúncia, ou promovido o
no caso de negligência do querelante, retomar a ação arquivamento, ou requisitadas
diligências EXTERNAS ao MP.
como parte principal.
Exemplo: se o Promotor recebe o IPL
e em 15 dias (acusado solto) não faz
AÇÃO PENAL PRIVADA nada, a partir do 16o dia cabe ação
penal privada. Se pedir arquivamento
ou diligência não se trata de inércia,
INSTRUMENTO Queixa-crime nem de ação subsidiária.

CUIDADO: Diligências INTERNAS à


▪ Ofendido instituição são IRRELEVANTES. O
oferecimento de denúncia, o
▪ Representante legal arquivamento ou requisição de
diligências externas ao MP, posterior
▪ Sucessor processual (CADI), no ao decurso do prazo legal para
caso de morte ou ausência do propositura da AP, não afastam o
LEGITIMADOS
ofendido. direito de queixa. Nem mesmo a
ciência da vítima ou da família quanto
STJ/2019: Companheira (hétero ou AP PRIVADA a tais diligências afasta esse direito,
homoafetiva) também tem SUBSIDIÁRIA DA por não representar concordância
legitimidade. Ex.: Caso Marielle PÚBLICA com a falta de iniciativa da APP.
Franco)
(QUEIXA-CRIME ATENÇÃO: Só é cabível, se o crime
SUBSIDIÁRIA) possuir um ofendido individualizado
Por exemplo: em crimes de perigo
(incolumidade pública posta em risco)
não cabe essa ação subsidiária.
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA Assim, no tráfico de drogas, ela não é
cabível. Tem exceções (não precisa de
um ‘ofendido individualizado’):
▪ Só OFENDIDO pode ajuizar (Não se
transmite.) 1a Exceção: Art. 80 do Código de
Defesa do Consumidor;
APP
▪ Morreu? Extinção da punibilidade.
PERSONALÍSSIMA Art. 80. No processo penal atinente aos
crimes previstos neste código, bem como a
▪ Ex: Indução em erro essencial
outros crimes e contravenções que envolvam
(casamento) relações de consumo, poderão intervir, como
assistentes do Ministério Público, os
legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV,
▪ Admite a sucessão processual. aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for
oferecida no prazo legal.
▪ Ex: crimes contra honra (regra).
AP PRIVADA
2ª Exceção: Lei de Falência e
▪ Na AP PRIVADA, não há nulidade em Recuperação judicial (11.101/05) –
caso de não intervenção do MP. Credor habilitado e administrador
judicial podem oferecer a ação
subsidiária. Art. 184, §único.
▪ Está presente no Art. 29.
AP PRIVADA Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de
SUBSIDIÁRIA DA ▪ ENTENDA: MP é o legitimado nesta ação penal pública incondicionada.
PÚBLICA AP. É ele quem é o dono dessa AP. Ele
que manda. Ele só deu uma vacilada e Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se
refere o art. 187, § 1º, sem que o
perdeu o prazo para denunciar, o que representante do Ministério Público ofereça
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denúncia, qualquer credor habilitado ou o ▪ Querelante pode dispor da AP


administrador judicial poderá oferecer ação
penal privada subsidiária da pública,
PRIVADA mediante:
observado o prazo decadencial de 6 meses.
I - PERDÃO do ofendido (depende de
▪ PAPEL DO MP: INTERVENIENTE aceitação);
ADESIVO OBRIGATÓRIO . PRINCÍPIO DA II -PEREMPÇÃO (desídia processual);
DISPONIBILIDADE
É uma assistência litisconsorcial com
o autor. MP é obrigado a intervir em III - DESISTÊNCIA (depende de
todos os termos do processo, sob concordância).
pena de nulidade, tendo amplos
poderes. PODENDO:
▪ Processo de UM OBRIGA ao
processo de TODOS. (Processa-se
➊ Repudiar a queixa, oferecendo
todos ou não se processa ninguém.)
denúncia substitutiva;
▪ RENÚNCIA | PERDÃO concedidos a
➋ Aditar a queixa, em seus aspectos
UM dos coautores estendem-se ao
formais ou materiais (inclusive,
DEMAIS (no perdão, caso 1 dos
incluir coautores, afinal, MP é o
coautores não aceite, processo
legitimado nesta AP);
PRINCÍPIO DA continua correndo).
AP PRIVADA INDIVISIBILIDADE
➌ Reassumir o POLO ATIVO da AP, se
SUBSIDIÁRIA DA ▪ Cabe ao MP fiscalizar a observância
PÚBLICA o querelante for negligente. É a
desse princípio, mas ele não pode
chamada AÇÃO PENAL INDIRETA.
aditar queixa para incluir coautores,
(QUEIXA-CRIME pois não tem legitimidade ativa. Deve
SUBSIDIÁRIA) ➍ intervir em todos os termos do
pedir a intimação do querelante para
processo;
que adite a queixa, sob pena da
➎ Fornecer elementos de prova; renúncia concedida a 1 dos coautores
se estender aos demais.
➏ Interpor recurso.

▪ Passados esses 6 MESES , decai o


Espaço p/ anotações:
direito de queixa subsidiária para o
interessado, não para o MP. Ora, a AP
é PÚBLICA. É a chamada
DECADÊNCIA IMPRÓPRIA. Isso
significa que o MP ainda pode
denunciar.

PRINCÍPIOS EXCLUSIVOS DAS AÇÕES PENAIS PRIVADAS

▪ Cabe ao ofendido deliberar se irá ou


não exercer direito de queixa ou
representação.
PRINCÍPIO DA
OPORTUNIDADE
ou ▪ Não exerceu?
CONVENIÊNCIA
I – Decadência;

II - Renúncia ao direito de queixa.

PRINCÍPIO DA ▪ Direito de QUEIXA não foi exercido?


DISPONIBILIDADE Fala-se em disponibilidade.
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Art. 31. No caso de MORTE do ofendido ou quando


DECLARADO AUSENTE por decisão judicial, o direito de
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE NA AÇÃO PENAL oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao
PRIVADA
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI).

RENÚNCIA PERDÃO Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a


requerimento da parte que comprovar a sua pobreza,
ATO UNILATERAL (não ATO BILATERAL (depende de nomeará advogado para promover a ação penal.
depende de aceitação) do aceitação) em que o
ofendido ou RL , abrindo querelante resolve não
mão do direito de propor a prosseguir com processo em § 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder
AP PRIVADA. andamento. prover às despesas do processo, sem privar-se dos
recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da
Só ocorre ANTES do Só ocorre APÓS o exercício família.
exercício da queixa do direito de queixa e ATÉ o
TRÂNSITO EM JULGADO. § 2o Será prova suficiente de pobreza o ATESTADO DA
AUTORIDADE POLICIAL em cuja circunscrição residir o
ofendido.
Relação com o Princípio da Relação com o Princípio da
OPORTUNIDADE e DISPONIBILIDADE.
CONVENIÊNCIA. Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou
mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
Não inclusão de eventual CESPE: Perdão não aceito representante legal, ou colidirem os interesses deste
suspeito na queixa não pelo querelado é uma com os daquele, o direito de queixa PODERÁ SER
configura, por si só́, EXCEÇÃO à indivisibilidade EXERCIDO POR CURADOR ESPECIAL, nomeado, de
renúncia tácita. Exige-se a da AP Privada, que não
demonstração de que produzirá efeitos ao ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz
omissão foi deliberada. querelado que o recusa, e, competente para o processo penal.
consequentemente, gerará a
Renúncia do RL do menor divisibilidade da AP privada.
que houver completado 18
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos,
anos NÃO privará este do o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por
direito de queixa, NEM a seu representante legal.
renúncia do último excluirá
o direito do 1o .
Esse dispositivo não foi recepcionado pela CF.

DECADÊNCIA PEREMPÇÃO Art. 35 - (Revogado pela Lei nº 9.520, de 27.11.1997)

▪ Perda do direito de AP ▪ Perda do direito de Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito
PRIVADA ou de prosseguir, no exercício da de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o
representação na APPCR AP PRIVADA ou AP PRIVADA parente mais próximo na ordem de enumeração
pelo seu não exercício nos PERSONALÍSSIMA, por
6 meses. DESÍDIA do querelante. constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer
delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da
▪ Prazo começa a fluir, em ▪ Cabe na AP PRIVADA instância ou a abandone.
regra, a partir do momento SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA?
do conhecimento da NÃO. Se querelante for
autoria. desidioso, MP volta a Art. 37. As FUNDAÇÕES, ASSOCIAÇÕES OU
assumir titularidade. SOCIEDADES legalmente constituídas PODERÃO
EXERCER A AÇÃO PENAL, devendo ser representadas
por quem os respectivos contratos ou estatutos
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para
designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores
representá-lo caberá intentar a AÇÃO PRIVADA.
ou sócios-gerentes.
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Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou


▪ Exercer DIREITO DE REPRESENTAÇÃO na APPCR
seu representante legal, DECAIRÁ no direito de queixa
ou de representação, se não o exercer dentro do prazo ▪ RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
de 6 MESES, contado do dia em que vier a saber quem é
▪ RECUSAR JUIZ, por SUSPEIÇÃO.
o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que
se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito
assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu
de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo,
representante legal ou procurador, será reduzida a
nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.
termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o
órgão do Ministério Público, quando a este houver sido
# Jurisprudência correlata (2021) dirigida.

§ 2o A representação conterá todas as informações que


O prazo de 30 dias do art. 529 do CPP não afasta a
possam servir à apuração do fato e da autoria.
decadência pelo não exercício de direito de queixa
em 6 meses (art. 38), contados da ciência da autoria
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a
do crime. Nos crimes contra a propriedade imaterial
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo
que deixam vestígios, depois que o ofendido tem
competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
ciência da autoria do delito, ele possui o prazo
decadencial de 6 meses para a propositura da ação
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante
penal, nos termos do art. 38 do CPP. Se, antes
este reduzida a termo, será remetida à autoridade
desses 6 meses, o laudo pericial for concluído, o
policial para que esta proceda a inquérito.
ofendido terá 30 dias para oferecer a queixa crime.
Assim, em se tratando de crimes contra a
§ 5o O órgão do MINISTÉRIO PÚBLICO DISPENSARÁ O
propriedade imaterial que deixem vestígio, a ciência
INQUÉRITO, se com a representação forem oferecidos
da autoria do fato delituoso dá ensejo ao início do
elementos que o habilitem a promover a ação penal, e,
prazo decadencial de 6 meses (art. 38 do CPP), sendo
neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15 DIAS.
tal prazo reduzido para 30 dias (art. 38) se
homologado laudo pericial nesse ínterim. (Info 692,
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que
STJ).
conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
existência de crime de AÇÃO PÚBLICA, REMETERÃO AO
MINISTÉRIO PÚBLICO as cópias e os documentos
Art. 39. O DIREITO DE REPRESENTAÇÃO poderá ser
necessários ao oferecimento da denúncia.
exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao
juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade # Jurisprudência correlata
policial.
É desnecessária a remessa de cópias dos autos ao
MP, que, atuando como custos legis, já tenha acesso
APANHADO DE HIPÓTESES EM QUE É CABÍVEL A aos autos, pois, na oportunidade em que recebe os
ATUAÇÃO DA VÍTIMA ATRAVÉS DE PROCURADOR autos, pode tirar cópia dos documentos que quiser,
COM PODERES ESPECIAIS: sendo desnecessário remeter-se cópias e docs.
▪ OFERECIMENTO DE QUEIXA-CRIME; (STF, 2019)
Atenção: Se, na queixa, a procuração não tiver
poderes especiais, é caso de nulidade absoluta. Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
▪ RENÚNCIA EXPRESSA AO DIREITO DE QUEIXA qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais
▪ Aceitar PERDÃO DENTRO ou FORA do processo
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se possa identificá-lo, a classificação do crime e, defesa de interesses em juízo. Precedentes. (STJ,


quando necessário, o rol das testemunhas. 2009)

# Jurisprudência correlata Art. 45. A QUEIXA, ainda quando a ação penal for
privativa do ofendido, PODERÁ SER ADITADA PELO
▪ É possível o oferecimento de ação penal (denúncia) MINISTÉRIO PÚBLICO, a quem caberá intervir em todos
com base em provas colhidas no âmbito de inquérito os termos subseqüentes do processo.
civil conduzido por membro do MP. (Info 714, STF).
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia,
▪ É fundamental que haja o mínimo de estando o RÉU PRESO, será de 5 DIAS, contado da data
individualização da conduta para permitir o em que o órgão do Ministério Público receber os autos
recebimento da denúncia (STF, 2016). do inquérito policial, e de 15 DIAS, se o RÉU ESTIVER
SOLTO ou afiançado. No último caso, se houver
▪ Se a denúncia se limita a descrever a posição devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16),
hierárquica do denunciado na empresa, ela deverá contar-se-á o prazo da data em que o órgão do MP
ser considerada inepta (STF, 2016). receber novamente os autos.

Art. 42. O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PODERÁ #INTERDISCIPLINARIEDADE #ASSIMFICAFÁCIL


DESISTIR DA AÇÃO PENAL.
PRAZOS DA DENÚNCIA
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
DIPLOMA PRESO SOLTO
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com
poderes especiais, DEVENDO constar do instrumento do CPP 5 DIAS 15 DIAS
mandato o nome do querelante e a MENÇÃO DO FATO Regra Geral: CPP
CRIMINOSO, SALVO quando tais esclarecimentos
dependerem de diligências que devem ser previamente
LEI Nº 11.201/2005 Exceção: estando réu solto ou
requeridas no juízo criminal.
(CRIMES afiançado, MP decide aguardar
FALIMENTARES) apresentação da exposição
# Jurisprudência correlata circunstanciada do
Administrador Judicial,
▪ Para o STJ (2009), “menção ao fato criminoso”
devendo, em seguida, oferecer
significa que, na procuração, basta que seja
denúncia em 15 DIAS.
mencionado o tipo penal ou o nomen iuris do crime,
não precisando identificar a conduta. Para o STF
(2012), “menção ao fato criminoso” significa que, na § 1o Quando o MINISTÉRIO PÚBLICO DISPENSAR O
procuração, deve ser individualizado o evento INQUÉRITO POLICIAL, o prazo para o oferecimento da
delituoso, não bastando que apenas se mencione o denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as
nomen iuris do crime. peças de informações ou a representação.

▪ Caso haja algum vício na procuração para a § 2o O prazo para o ADITAMENTO DA QUEIXA será de 3
queixa-crime, esse vício deverá ser corrigido antes DIAS, contado da data em que o órgão do Ministério
do fim do prazo decadencial de 6 meses, sob pena de Público receber os autos, e, se este não se pronunciar
decadência e extinção da punibilidade (Info 665, STF). dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que
▪ O vício na representação processual do querelante aditar, prosseguindo-se nos demais termos do
é sanável, desde que dentro do prazo decadencial. processo.
(STJ, 2015)
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários
▪ É desnecessário o reconhecimento de firma em maiores esclarecimentos e documentos
procuração outorgando poderes especiais para a complementares ou novos elementos de convicção,
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deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer querelado, a ACEITAÇÃO DO PERDÃO caberá ao


autoridades ou funcionários que devam ou possam CURADOR que o juiz Ihe nomear.
fornecê-los.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art.
crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério 52.
Público velará pela sua indivisibilidade.
Dispositivo não recepcionado pela CF.
# Jurisprudência correlata
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador
Não oferecida a queixa-crime contra todos os com poderes especiais.
supostos autores ou partícipes da prática delituosa,
há afronta ao princípio da indivisibilidade da ação Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual
penal, a implicar renúncia tácita ao direito de expresso o disposto no art. 50.
querela, cuja eficácia extintiva da punibilidade
estende-se a todos quantos alegadamente hajam Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão
intervindo no cometimento da infração penal. (Info todos os meios de prova.
813, STJ)
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração
expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer,
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa,
dentro de 3 DIAS, se o aceita, devendo, ao mesmo
em relação a um dos autores do crime, a todos se
tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará
estenderá.
aceitação.

Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a
assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou punibilidade.
procurador com poderes especiais.
Art. 59. A aceitação do perdão FORA do processo
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do
constará de declaração assinada pelo querelado, por
menor que houver completado 18 anos não privará este
seu representante legal ou procurador com poderes
do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá
especiais.
o direito do primeiro.

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados Art. 60. Nos casos em que somente se procede
aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em mediante queixa, considerar-se-á PEREMPTA a ação
penal:
relação ao que o recusar.
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 promover o andamento do processo durante 30 DIAS
seguidos;
anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou
por seu representante legal, mas o perdão concedido II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo
por um, havendo oposição do outro, não produzirá sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
efeito. prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 DIAS,
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo,
ressalvado o disposto no art. 36;
Dispositivo não recepcionado pela CF.
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem
motivo justificado, a qualquer ato do processo a que
Art. 53. Se o querelado for MENTALMENTE ENFERMO deva estar presente, ou deixar de formular o pedido
ou RETARDADO MENTAL e NÃO TIVER REPRESENTANTE de condenação nas alegações finais;
LEGAL, ou COLIDIREM OS INTERESSES deste com os do
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IV - quando, sendo o querelante PESSOA JURÍDICA, TÍTULO IV – DA AÇÃO CIVIL


esta se extinguir sem deixar sucessor.

AÇÃO DE AÇÃO CIVIL EX


EXECUÇÃO EX DELICTO (ART. 64)
Art. 61. Em QUALQUER FASE DO PROCESSO, o juiz, se
DELICTO (ART. 63)
reconhecer EXTINTA A PUNIBILIDADE, deverá declará- PRESCREVE EM 3
ANOS.
lo DE OFÍCIO.

Parágrafo único. No caso de requerimento do MP, do COMPETÊNCIA Juízo Cível Juízo Cível

querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em


apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar NATUREZA Execução Ação ordinária de
conhecimento
conveniente, concederá o prazo de 5 DIAS para a prova,
proferindo a decisão dentro de 5 DIAS ou reservando-
se para apreciar a matéria na sentença final. ▪ Ofendido ▪ Ofendido

▪ Representante ▪ Representante
Art. 62. No caso de MORTE do acusado, o juiz Legal Legal
LEGITIMADOS
SOMENTE à vista da CERTIDÃO DE ÓBITO, e depois de ATIVOS ▪ Herdeiros ▪ Herdeiros
OUVIDO o MP, declarará extinta a punibilidade.

ENUNCIADO VI DA I JORNADA DE DIREITO E OBS: MP não tem, OBS: MP não tem,


PROCESSO PENAL (10 a 15 de agosto de 2020) salvo se a vítima for salvo se a vítima for
pobre pobre
(Inconstitucionalidade (Inconstitucionalidade
É possível aditar a denúncia para requerer a perda de Progressiva) Progressiva)
bens cujo conhecimento se der após iniciada a ação
penal, caso em que, recebido o aditamento, deverão ▪ Acusado e ▪ Acusado e
ser ouvidos os interessados e propiciada a dilação
Sucessores Sucessores
probatória. (herança) (herança)
LEGITIMADOS
PASSIVOS ▪ Responsável civil
Súmula 23, STJ: A participação de membro do MP na
fase investigatória criminal não acarreta o seu Atenção: jamais
sobre o responsável
impedimento ou suspeição para o oferecimento da civil, pois, como não
denúncia. participou do
processo criminal,
não exerceu seu
Súmula 594, STF: Os direitos de queixa e de contraditório.
representação podem ser exercidos,
independentemente, pelo ofendido ou por seu Valor mínimo, sem
representante legal. prejuízo da
VALOR liquidação para Apurado no cível.
apuração do dano
Súmula 714, STF: É concorrente a legitimidade do efetivamente
sofrido.
ofendido, mediante queixa, e do MP, condicionada à
representação do ofendido, para a ação penal por
crime contra a honra de servidor público em razão
do exercício de suas funções. Art. 63. Transitada em julgado a sentença
condenatória, poderão promover-lhe a execução, no
Súmula 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de JUÍZO CÍVEL, para o efeito da reparação do dano, o
lesão corporal resultante de violência doméstica OFENDIDO, seu REPRESENTANTE LEGAL ou seus
contra a mulher é pública incondicionada. HERDEIROS. (AÇÃO DE EXECUÇÃO EX DELICTO)
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ainda que não especificada a quantia, e


SISTEMAS ATINENTES À RELAÇÃO ENTRE A AÇÃO CIVIL independentemente de instrução probatória.
EX DELICTO E O PROCESSO PENAL
▪ Juiz pode deixar de fixar o valor mínimo se:
SISTEMA DA Mesma ação é utilizada para imposição ☛ Não houver prova do prejuízo;
CONFUSÃO da pena e ressarcimento do prejuízo
causado pelo delito. ☛ Fatos complexos e indenização demanda dilação
probatória;

Cumulação obrigatória de ações


☛ Vítima já foi indenizada no cível.
SISTEMA DA
SOLIDARIEDADE distintas perante o juízo penal, uma de
natureza penal, e outro cível, ambas no ▪ Valor mínimo não pode ser impugnado por HC.
mesmo processo.
▪ Não havendo na sentença condenatória transitada
em julgado determinação expressa de reparação
Caso queira, ajuíza ação de reparação do dano ou de devolução do produto do ilícito, não
de dano no cível. Porém, juiz cível pode o juízo das execuções inserir referida
SISTEMA DA LIVRE determina paralisação do processo até condição para fins de progressão de regime. (Info
ESCOLHA a superveniência do julgamento 709, STJ, 2021)
definitivo penal, evitando-se, assim,
decisões contraditórias

SISTEMA DA DUAS AÇÕES podem ser propostas de # Jurisprudência Correlata


INDEPENDÊNCIA MANEIRA INDEPENDENTE, uma no
JUÍZO CÍVEL, outra no JUÍZO PENAL
(PREVALECE) A sentença ou acórdão penal condenatório, ao fixar
o valor mínimo para reparação dos danos causados
pela infração (art. 387, IV, do CPP) poderá condenar
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença o réu ao pagamento de DANOS MORAIS COLETIVOS.
condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo
VALOR FIXADO nos termos do inciso iv do caput do Art.
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior,
387 deste Código sem prejuízo da LIQUIDAÇÃO para a
a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta
apuração do dano efetivamente sofrido.
no juízo cível, contra o AUTOR DO CRIME e, se for caso,
contra o RESPONSÁVEL CIVIL. (AÇÃO CIVIL EX
SOBRE O VALOR MÍNIMO A SER FIXADO PELO JUIZ DELICTO)

▪ Juiz pode fixar um valor liquido na própria


sentença condenatória. Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação
civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento
▪ Após o trânsito em julgado da sentença que
definitivo daquela.
especificou o valor líquido, pode ser feita a
execução.
Suspensão é de no máximo 1 ano e é facultativa.
▪ Ressalta-se que o valor líquido não é definitivo.
Caso o ofendido discorde dele, pode ajuizar ação
autônoma para apurar o prejuízo efetivamente Art. 65. Faz COISA JULGADA no CÍVEL a sentença
sofrido. penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
ESTADO DE NECESSIDADE, em LEGÍTIMA DEFESA, em
▪ Pedido tem que ser EXPRESSO. ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL ou no
▪ Dano pode ser MATERIAL ou MORAL (INDIVIDUAL EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. (EXCLUDENTES DE
ou COLETIVO). ILICITUDE)
Nesse sentido, o Resp. 1.643.051 do STJ (Tema 983): (...)
Nos casos de violência contra a mulher praticados no Doutrinariamente, isso se chama EFICÁCIA
âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor PRECLUSIVA SUBORDINANTE.
mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que
haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida,
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EFEITOS CIVIS DA ABSOLVIÇÃO PENAL I - o despacho de ARQUIVAMENTO do inquérito ou das


peças de informação;
Provada a inexistência Faz coisa julgada no Cível.
do fato (decisão categórica) II - a decisão que julgar EXTINTA A PUNIBILIDADE;
Provado que o réu não Faz coisa julgada no Cível.
concorreu para a (decisão categórica) III - a sentença absolutória que decidir que o FATO
infração penal IMPUTADO NÃO CONSTITUI CRIME. (ATIPICIDADE)
Não há prova da Não fará coisa julgada no
existência do fato Cível. Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano
Não constituir o fato Não fará coisa julgada no
for POBRE, a execução da sentença condenatória (art.
infração penal Cível. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu
requerimento, pelo Ministério Público.
Não existir prova do réu Não fará Coisa Julgada no
concorrido para infração Cível (decisão com dúvida).
penal # Jurisprudência Correlata
Não existe prova Não fará Coisa Julgada no
suficiente para Cível (decisão com dúvida).
▪ Vítima tem que ser POBRE e REQUERER.
condenação

Existirem circunstâncias ▪ Esse dispositivo encontra-se em


que excluam crime ou
isentem o réu de pena ou inconstitucionalidade progressiva (um dia será
mesmo se houver Quadro abaixo inconstitucional). Nas comarcas sem Defensoria, o
fundada dúvida sobre MP pode pleitear reparação do dano em favor de
sua existência
vítima pobre.
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com
▪ Antes do Juiz dizer que o MP não tem legitimidade
para propor a ação civil ex delicto, é INDISPENSÁVEL
FARÁ COISA JULGADA NÃO FARÁ COISA QUE A DEFENSORIA SEJA INTIMADA PARA TOMAR
NO CÍVEL JULGADA NO CÍVEL CIÊNCIA DA DEMANDA e, se for o caso, assumir o
Provada a existência de Provada a existência de polo ativo da ação. (STJ, 2018)
causa excludente de causa excludente de
ilicitude real, desde que ilicitude putativa e erro
o ofendido tenha dado na execução Espaço p/ anotações:
causa à excludente. Provada a existência de
causa excludente de
culpabilidade
Fundada dúvida acerca
da causa excludente da
ilicitude ou da
culpabilidade.

*Tabela extraída dio site


dizerodireito.com

Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo


criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não
tiver sido, CATEGORICAMENTE, reconhecida a
INEXISTÊNCIA MATERIAL DO FATO.

Art. 67. NÃO IMPEDIRÃO igualmente a PROPOSITURA


DA AÇÃO CIVIL:
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NOTAS INTRODUTÓRIAS - COMPETÊNCIA

INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA RELATIVA


Interesse público (regras previstas na CF). Interesse preponderante das partes (regras previstas
na legislação infraconstitucional)

Improrrogável ou imodificável. Desta forma, não pode Prorrogável ou derrogável. Assim, a conexão e a
ser alterada pela conexão e/ou pela continência. continência poderão modificá-la.

Inobservância produz nulidade absoluta. Inobservância produz nulidade relativa.

Pode ser arguida a qualquer momento, inclusive após o


trânsito em julgado de sentença condenatória ou Deve ser arguida em momento oportuno, sob pena de
absolutória imprópria. Portanto, não está sujeita a preclusão.
preclusão.

Prejuízo é presumido. Prejuízo precisa ser comprovado.

Pode ser declarada de ofício.

Obs: A Súmula 33 do STJ (a incompetência relativa


podia ser declarada de ofício) não se aplica ao
Processo Penal.

Pode ser declarada de ofício, enquanto não houver o


esgotamento da jurisdição. Antes da Lei nº 11.719/2008, que alterou o CPP, a
incompetência relativa podia ser declarada de ofício
até o momento da sentença.

Com a adoção do PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA


DO JUIZ (art. 399, §2º), essa incompetência relativa só
pode ser declarada até o início da instrução
processual. Porque se o juiz fizer a audiência, fizer a
instrução, ele não poderá enviar para o outro, por
conta do supracitado princípio, visto que o juiz que faz
a instrução deve ser o mesmo que profere a sentença.

Ratione materiae Ratione Loci

Ratione personae (Foro por prerrogativa de função) Por distribuição

Por prevenção (Súmula 706-STF)

Conexão e continência.
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Consequências do reconhecimento da incompetência

Art.567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a
nulidade, ser remetido ao juiz competente.

Doutrina: O art. 567 do CPP refere-se apenas à incompetência relativa, uma vez que faz referência á anulação
apenas dos atos decisórios. Tratando-se de incompetência absoluta, tanto os atos decisórios quanto os atos
probatórios deverão ser anulados. Princípio da Identidade física do juiz colabora para esse entendimento.

Jurisprudência: Entende que não há necessidade de anulação dos atos decisórios, desde que sejam ratificados
pelo juízo competente.
STF HC 83.006/SP – (...) tanto a denúncia quanto o seu recebimento, emanados de autoridades incompetentes,
rationae materiae são ratificáveis no juízo competente.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL


É considerada uma justiça comum, mas seu status é constitucional, já que as hipóteses estão previstas no art.
109 da CF. São elas:

Crimes políticos, infrações em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou suas


entidades autárquicas e empresas públicas;

Obs1. Crimes políticos são os previstos na Lei 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional). Além da
previsão legal, deve haver motivação política.

Obs2. Na lesão a bens, serviços ou interesses, temos o seguinte tripé:

LESÃO
União
Art. 109, IV BENS Autarquia Federal
Empresa Pública Federal
União
SERVIÇOS Autarquia Federal
Empresa Pública Federal
União
INTERESSES Autarquia Federal
Empresa Pública Federal

Ex1: Indivíduo que furtou dinheiro do INSS (bens de uma autarquia federal);

Ex2: Indivíduo que falsificou moeda (interesse da União, pois a competência pra emitir é sua)
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Muito cuidado com algumas hipóteses (despencam em provas):

1) Roubo contra casa lotérica: competência é da Justiça Estadual, pois se trata de uma
pessoa jurídica de direito privado (permissionária de serviço público).

2) Roubo contra agência dos correios: se o crime for praticado em detrimento de uma
franquia dos Correios, a competência será da Justiça Estadual; se o crime for cometido
contra o próprio ente da Administração Indireta Federal ou contra um carteiro, a
competência será da Justiça Federal (STJ HC 39200). Em suma:
Agência própria: JF
Carteiro: JF
Agência franqueada: JE

3) Crime contra a OAB: Justiça Federal.

4) Crime contra o Banco do Brasil: Justiça Estadual, pois o BB é uma Sociedade de


Economia Mista.

Art. 109, IV 5) Concessionárias e Permissionárias de Serviço Público: Justiça Estadual.

6) Crime de esbulho possessório de imóvel vinculado ao Programa Minha Casa Minha Vida:
Justiça Federal. Tais imóveis são subsidiados pela União, a qual efetiva parte do
pagamento do bem, com recursos orçamentários, no momento da assinatura do
contrato com o agente financeiro. (Info 700, STJ, 2021)

7) Crime cometido contra (ou por)) funcionário público federal. Depende. Quando o crime
tiver sido praticado em razão da função, a competência será da Justiça Federal.

Súmula nº 147, STJ: Compete à justiça federal processar e julgar os crimes praticados CONTRA (E
POR) funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.

Atenção:O STF (HC 157.012/MS) entende que a mera condição de servidor público federal não basta
para atrair a competência da Justiça Federal, na medida em que o interesse da União há de
sobressair das funções institucionais, não da pessoa do acusado. Por isso, num caso concreto
envolvendo suposto crime de homicídio qualificado praticado por policial rodoviário federal,
quando se encontrava em deslocamento no trajeto de sua residência para o local de trabalho, a
competência é, a priori, da Justiça Estadual.

Crimes previstos em tratado ou convenção internacional, desde que iniciada a execução no país o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro ou reciprocamente;

Para que o crime seja de competência da JUSTIÇA FEDERAL é necessário a presença dos
seguintes REQUISITOS CUMULATIVOS:
Art. 109, V

1) Crime previsto em tratado ou convenção internacional;


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2) Internacionalidade territorial do resultado em relação à conduta delituosa. A relação de


internacionalidade ocorre quando:
2.1) Iniciada a execução do crime no Brasil, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido
no estrangeiro;
2.2) Iniciada a execução do crime no estrangeiro, o resultado tenha ou devesse ter
ocorrido no Brasil.

Assim, não é suficiente que o crime esteja previsto em tratado ou convenção internacional para
ser julgado pela Justiça Federal. Pode-se citar os seguintes exemplos de crimes que poderão ser
submetidos a julgamento pela JF com fundamento no art. 109, V, da CF/88, desde que haja relação
de internacionalidade, por serem previstos em tratados internacionais:
a) Tráfico internacional de arma de fogo (art. 18 da Lei no 10.826/2003);
b) Tráfico internacional de pessoas para fim de exploração sexual (art. 231 do CP);
c) Envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior (art. 239 do ECA).
d) Tráfico transnacional de drogas (art. 70, da Lei no 11.343/2006). Aqui, temos algumas
observações:

O fato de a droga não ser produzida no Brasil não caracteriza, de imediato, tráfico
internacional. É necessária a análise do caso concreto, pois o agente pode ter
comprado a droga para revender em Salvador, o que caracteriza o tráfico doméstico.
Obviamente, quem trouxe a droga do exterior irá responder pelo tráfico internacional.
A apreensão de drogas em uma cidade na fronteira, a exemplo de Foz do Iguaçu, não
caracteriza, de imediato, tráfico internacional. É necessária a análise do caso concreto.
A aquisição de substância que não é considerada droga no país de origem, mas é
Art. 109, V considerada entorpecente no Brasil, não caracteriza tráfico internacional de drogas.
A prisão na área de embarque internacional, já com a passagem para outro país,
caracteriza tráfico internacional, pois a execução foi iniciada no país e o resultado
deveria ocorrer em outro país.
IMPORTAÇÃO DA DROGA VIA POSTAL (CORREIOS)

JULGADO DO STJ (07/06/2021). MUDANÇA DE ENTENDIMENTO. A 3ª Seção do STJ


flexibilizou o entendimento da Súmula nº 528 e estabeleceu que, em favor da facilitação
da fase investigativa, da busca da verdade e da duração razoável do processo, no caso
de remessa de drogas ao Brasil por via postal, com o conhecimento do destinatário por
meio do endereço aposto da correspondência, a competência para processamento e
julgamento deve ser fixada no juízo do local de destino.

Súmula 528, STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida
do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.

Argumentos do novo entendimento:

1) Bom senso. Em São Paulo desembarca a maioria das remessas importadas,


via correios, do exterior. A existência de destinatário certo e devidamente
identificado colocaria a Polícia Federal lotada no Estado de São Paulo para
investigar indivíduo que residisse, v.g., em Porto Alegre, no Rio de Janeiro, em
Boa Vista, em Cuiabá etc. Enfim, em qualquer lugar do Brasil para onde a
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encomenda estivesse endereçada. Isso dificultaria sobremaneira as


investigações, quando não as inviabilizasse por completo;

2) Decorre da regra que define a competência pelo lugar em que efetivamente se


consuma a infração, circunstância esta essencial para a fixação da
competência, nos termos do art. 70, do CPP. para que haja a remessa da droga
ao Brasil é necessário que o importador entabule um negócio (evidentemente
ilícito). Não é crível, ainda mais no âmbito do tráfico internacional, que alguém
remeta drogas para o Brasil gratuitamente ou ofereça essa remessa como um
presente sem ônus. É evidente que há um negócio espúrio preliminar à
remessa do entorpecente. Assim, quando o importador acerta a remessa do
entorpecente, efetua o pagamento do preço e se cerca dos cuidados para que
receba o produto, o negócio se encontra aperfeiçoado, dependendo o seu êxito
integral, tão somente, do efetivo recebimento da droga. Desse modo, a
consumação da importação da droga ocorre no momento da entabulação do
negócio jurídico. Logo, o local de apreensão da mercadoria em trânsito não se
confunde com o local da consumação do delito, o qual já se encontrava perfeito
e acabado desde a negociação.

Art. 109, V OBS. Ressalte-se que a 3ª Seção, no julgamento do CC 172.392, já havia flexibilizado a
incidência da Súmula 151 nas hipóteses em que a mercadoria apreendida, objeto de
contrabando e descaminho, estiver em trânsito e for conhecido o endereço da empresa
à qual se destina.

ATENÇÃO: Logo, para fins de concurso público, deve-se adotar essa expressão
(“flexibilização da Súmula 528 do STJ”). Na prática, contudo, o que se percebe é que o
enunciado foi superado, ou seja, seu entendimento não mais representa a
jurisprudência atual do Tribunal e, na minha opinião, não resta outro caminho a não ser
cancelar a súmula ou, no mínimo, alterar a sua redação. Tanto isso é verdade que o
Min. Relator Joel Ilan Paciornik determinou que fosse encaminhada cópia da decisão “à
Comissão de Jurisprudência para adequação da Súmula n. 528/STJ”.

Fonte:https://www.dizerodireito.com.br/2021/07/importacao-de-droga-via-postal.html
No caso de desclassificação de tráfico internacional para doméstico, STJ/STF
entendem que não pode ser utilizado o 81 do CPP (perpetuação de jurisdição), porque
este se refere a crimes CONEXOS, o que não ocorre no caso de desclassificação.
Quando desclassifica, seria como se declarasse sua incompetência absoluta. Os autos
devem ser remetidos à Justiça Estadual. E mais, mudança ratione matéria é absoluta.
Mudança é imperativa.
Causas relativas a DIREITOS HUMANOS a que se refere o § 5o:

§ 5o Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o PGR, com a finalidade de assegurar
Art. 109, V-A o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

Crimes contra a ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO


Compreende apenas quando violados os direitos dos trabalhadores coletivamente considerados.
Art. 109 VI
Se a lesão for individualizada a competência será da Justiça Estadual.
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Para o STJ, os crimes dos arts. 197 a 207 do CP só serão de competência da Justiça Federal quando
ficar demonstrado, no caso concreto, que o delito provocou lesão a:
• Direito dos trabalhadores coletivamente considerados; ou
• Organização geral do trabalho.

Para o STF, compete à JUSTIÇA FEDERAL processar e julgar o crime de REDUÇÃO À CONDIÇÃO
ANÁLOGA à de escravo (art. 149 do CP). O tipo previsto no art. 149 do CP caracteriza-se como
crime contra a organização do trabalho, além de violar direitos humanos, portanto, atrai a
competência da justiça federal (art. 109, VI, da CF/88). (Info 809, STF)

E quando a lei dispuser, contra o SISTEMA FINANCEIRO e a ORDEM ECONÔMICO-FINANCEIRA

Para que esses crimes sejam da competência federal, a lei deve assim dizer. Se a lei não dispôs,
não há o que falar, nesses crimes, em competência da JF. Cuidado:

Crimes contra a
economia Justiça Estadual. Lei nada fala.
popular
(Lei nº 1.521/51)
Crimes contra o
Sistema
Art. 109 VI Financeiro
Justiça Federal. Art. 26.
Nacional
(Lei nº 7.492/86)
Contra aordem Será definida pela
Crimes da tributária natureza do tributo.
Lei nº 8.137/90 Contra a ordem Justiça Estadual
econômica
Contra as relações de Justiça Estadual
consumo
REGRA Justiça Estadual
1) Quando praticados CONTRA o
Lavagem de SISTEMA FINANCEIRO e a ORDEM
Capitais ECONÔNICO-FINANCEIRA, ou em
(Lei nº 9.613/98) detrimento de bens, serviços ou
EXCEÇÕES INTERESSES da UNIÃO, ou de suas
(JUSTIÇA entidades autárquicas ou empresas
FEDERAL) públicas;
2) Quando a INFRAÇÃO PENAL
ANTECEDENTE for de COMPETÊNCIA
da JUSTIÇA FEDERAL.
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Crimes cometidos a BORDO DE NAVIOS OU AERONAVES:

Navio é uma embarcação de grande porte. Para que o crime seja de


competência da Justiça Federal, é necessário que o navio seja uma
“embarcação de grande porte”.
Art. 109, IX Delito cometido a bordo de um pequeno barco, lancha, veleiro:
NAVIO
competência será da Justiça Estadual.

OBS: Se o navio estiver atracado e não se encontrar em potencial


situação de deslocamento, a competência será da Justiça Estadual.
“Aeronave voando ou parada”: a competência será da JF. Não é
necessário que a aeronave esteja em movimento para que a
competência seja da JF.
AERONAVE

STJ: “Balão” não é considerado uma aeronave, por isso a competência


será da Justiça Estadual. (CC 143.400/SP)

Crimes relativos à disputa de DIREITOS INDÍGENAS;

Em regra, crime praticado por e contra índio será julgado e processado pela Justiça Estadual.

Súmula nº 140, STJ: Compete a justiça comum estadual processar e julgar crime em
que o indígena figure como autor ou vítima.
Art. 109, XI
A competência será da Justiça Federal quando os direitos indígenas forem violados. Fundamento
no art. 231 da CF:

Art. 231, CF. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus
bens

OUTROS CRIMES
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REGRA JUSTIÇA ESTADUAL


• Crime ambiental praticado no interior de bem da União.
Exemplo: Pesca proibida (período) em mar territorial, que é bem
da União;

5 EXCEÇÕES
CRIMES CONTRA QUE LEVAM • Crime ambiental praticado no Rio Real (divisa de Sergipe e
O MEIO PRA JUSTIÇA Bahia). É da JF, pois rio que faz divisa ou fronteira é bem da União;
AMBIENTE FEDERAL
• Extração ilegal de recursos minerais (bens da União);

• Cativeiro de animais da fauna exótica: Para o STJ, a competência


é da JF (novidade), pois estaria atentando contra um serviço de
fiscalização do IBAMA (autarquia federal).

• Crimes ambientais relacionados com organismos


geneticamente modificados (OGM`s). Ex: Cultivo de soja
transgênica em desacordo com a legislação vigente. STJ CC
41301.

Há três regras para determinar a competência nos crimes contra a fé pública:

Competência é fixada de acordo com o órgão responsável pela


emissão do documento.
FALSIFICAÇÃO Ex: falsificação de CNH será julgada pela JE, uma vez que é emitida
pelo DETRAN. Já a falsificação de CPF, será julgada e processada
pela JF, uma vez que é emitido pela Receita Federal

CRIMES CONTRA
A FÉ PÚBLICA Competência é fixada com base na pessoa prejudicada pelo uso,
USO DE pouco importando o órgão emissor do documento.
DOCUMENTO Ex: João, em uma blitz do órgão municipal de trânsito, apresentou
FALSO sua Carteira de Habilitação falsificada. O agente de trânsito,
percebendo a falsificação, chamou um PM e João foi preso em
flagrante por uso de documento falso (art. 304 do CP).
Competência é da JE.
CRIME DE Ocorre quando a falsificação é cometida para que outro crime seja
FALSO COMO praticado. Assim, quando a potencialidade lesiva do crime-meio se
CRIME-MEIO exaurir no crime-fim, a competência será determinada pelo
crime-fim.

A competência do juízo das execuções será determinada em virtude da natureza do presídio.


EXECUÇÃO
PENAL Súmula no 192, STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas
impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a
estabelecimentos sujeitos à administração estadual.
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Quem processa e julga as contravenções praticadas contra a União, Autarquias, EP federal?


Serão SEMPRE julgadas pela JUSTIÇA ESTADUAL, mesmo se conexas com crime de
competência da federal ( Art. 109, IV da CF e Súmula 38 nº STJ):

Art. 109, IV, CF - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de


bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidade autárquicas ou empresas
CONTRAVENÇÕES
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
PENAIS
Justiça Eleitoral;

Súmula 38, STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988,
o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades.

Exceção: contravenção praticada por agente com foro por prerrogativa de função. A
contravenção então poderá ser julgada na justiça federal. Ex.: Juiz federal→TRF.

Pode ou não ter a internacionalidade do resultado, é necessária a análise do caso concreto:

PEDOFILIA NA 1) Envio de fotos por e-mail para uma cidade dentro do Brasil: Justiça Estadual.
INTERNET 2) Armazenamento de fotos em um site: Justiça Federal.

OBS: Na hipótese de provedores internacionais, a competência territorial para julgar a


pedofilia pela internet é do local de onde emanaram as imagens pedófilo-pornográficas.
Crime de Violação
de direito autoral
e contra a lei de
software
decorrentes de
compartilhamento A competência será da Justiça Federal. (STJ, CC 150.629/SP, j. 22/02/2018)
de TV por
assinatura, via
satélite ou cabo,
por meio de
serviços de card
sharing

Espaço p/ anotações:
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TÍTULO V - DA COMPETÊNCIA # DICA de OURO

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: Quando se falar em INCERTEZA é caso de PREVENÇÃO.

I - o lugar da infração: (Teoria do Resultado)


Art. 71. Tratando-se de infração CONTINUADA ou
II - o domicílio ou residência do réu; PERMANENTE, praticada em território de 2 ou mais
III - a natureza da infração; jurisdições, a competência firmar-se-á pela
PREVENÇÃO.
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
# Comentários
VI - a prevenção;
VII - a prerrogativa de função. ▪ Os crimes cometidos no Brasil com resultado em
outro país ou vice-versa são chamados de “crimes
CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA de espaço máximo” ou “crime à distância” Aqui, se
INFRAÇÃO aplica a Teoria do Ubiquidade (âmbito penal), ou seja,
aplica-se a lei do país em que ocorreu a conduta ou
Art. 70. A competência será, de regra, determinada resultado.
pelo lugar em que se CONSUMAR a infração, ou, no caso
de TENTATIVA, pelo lugar em que for praticado o ÚLTIMO ▪ CRIMES FORMAIS: aquele em que resultado é mero
ATO DE EXECUÇÃO. exaurimento. Para fixar a competência nesses
crimes, o que vale é o momento em que o crime se
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a consumou e não o do resultado.
infração se CONSUMAR FORA DELE, a competência
será determinada pelo lugar em que tiver sido Ex: a extorsão consuma-se no local em que vítima é
praticado, no Brasil, o ÚLTIMO ATO DE EXECUÇÃO. constrangida, e não o do pagamento. Competência:
local do constrangimento.
§ 2o Quando o ÚLTIMO ATO DE EXECUÇÃO for praticado
FORA DO TERRITÓRIO NACIONAL, será competente o ▪ CRIMES PLURILOCAIS DE HOMICÍDIO: Conduta
juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, ocorre em uma comarca e o resultado em outra.
tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
Ex: Tiros desferidos na cidade “x”, mas a vítima
CRIME PLURILOCAL CRIME À DISTÂNCIA morre na cidade “y”. Pela regra geral, a competência
seria da cidade “y” – local da consumação. No
Conduta e resultado em Execução começa em entanto, nesse caso, não se aplica a teoria do
comarcas diferentes. um país e o resultado
resultado, prevalecendo que o foro competente será
ocorre em outro.
o do local da conduta (Teoria da Atividade ou Teoria
Dentro do Brasil. Envolve o Brasil e outro do Esboço do Resultado)
país.
▪ INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO: Lei
§ 3o Quando INCERTO o limite territorial entre 2 ou mais dos JECRIM adota a Teoria da Atividade.
jurisdições, ou quando INCERTA a jurisdição por ter sido
a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
▪ CONTRABANDO OU DESCAMINHO: a competência é
PREVENÇÃO.
sempre da Justiça Federal e será definida pelo local
de apreensão dos bens.
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▪ CRIME PRATICADOS NO ESTRANGEIRO: Como CAPÍTULO II - DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO


exemplo, João, funcionário do Banco do Brasil de OU RESIDÊNCIA DO RÉU
Buenos Aires, praticou peculato apropriação. Antes
de ir para Buenos Aires, João residia em Campinas, Art. 72. NÃO SENDO CONHECIDO O LUGAR DA
São Paulo. João está sujeito à lei brasileira e será INFRAÇÃO, a competência regular-se-á pelo DOMICÍLIO
julgado pela Justiça Estadual, pois o Banco do Brasil ou RESIDÊNCIA do RÉU.(e não da vítima)
é uma Sociedade de Economia Mista. A competência
é da Justiça de São Paulo - Capital do Estado da § 1o Se o réu tiver MAIS DE UMA RESIDÊNCIA, a
última residência de João. Senão vejamos o que diz competência firmar-se-á pela PREVENÇÃO.
o art. 7º do CP:
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado
Art. 7o - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora o seu paradeiro, será competente o juiz que PRIMEIRO
cometidos no estrangeiro: TOMAR CONHECIMENTO DO FATO.
I - Crimes: [...]
b) contra patrimônio ou fé pública da União, Estado, Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o
Distrito Federal e Municípios, empresa pública, querelante poderá preferir o foro de DOMICÍLIO OU DA
Sociedade de Economia Mista, Autarquia ou RESIDÊNCIA DO RÉU, ainda quando conhecido o lugar
Fundação instituída pelo Poder Público. da infração.

Atenção: O art. 73 prevê a única hipótese de foro de


Súmula 522, STF: Salvo ocorrência de tráfico para o eleição no processo penal.
exterior, quando, então, a competência será da
Justiça Federal, compete a justiça dos estados o O domicílio da vítima NUNCA é levado em conta para
processo e o julgamento dos crimes relativos a definição da competência territorial.
entorpecentes.

# Jurisprudência Correlata (08/2021) CAPÍTULO III - DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA


DA INFRAÇÃO
Nos crimes de estelionato, quando praticados
mediante depósito, por emissão de cheques sem
Art. 74. A competência pela natureza da infração será
suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou
regulada pelas leis de organização judiciária, SALVO a
com o pagamento frustrado ou por meio da
competência privativa do TRIBUNAL DO JÚRI.
transferência de valores, a competência será
definida pelo local do domicílio da vítima, em razão
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos
da superveniência de Lei n. 14.155/2021, ainda que os
crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo
fatos tenham sido anteriores à nova lei.
único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal,
Vale ressaltar que, quanto ao delito de estelionato, a consumados ou tentados.
3ª Seção do STJ havia pacificado o entendimento de
que a consumação ocorre no lugar onde aconteceu # São eles:
o efetivo prejuízo à vítima.
▪ Instigação ao suicídio
Atenção: Como a nova lei é norma processual, esta
▪ Homicídio
deve ser aplicada de imediato, ainda que os fatos
tenham sido anteriores à nova lei, notadamente ▪ Aborto
quando o processo ainda estiver em fase de ▪ Infanticídio
inquérito policial, razão pela qual a competência no
caso é do Juízo do domicílio da vítima. (Info 706, STJ).
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Lei Ordinária pode ampliar a competência ▪ A Polícia Federal, sob a supervisão do Ministério
constitucional do Júri, pois a Constituição Federal Público estadual e do Juízo de Direito, conduziu IPL
traz apenas uma competência mínima. destinado a apurar crimes de competência da
Justiça Estadual. Entendeu-se que a PF não tinha
Súmula vinculante 45, STF: A competência atribuição para apurar tais delitos considerando que
constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o não se enquadravam nas hipóteses do art. 144, § 1º
foro por prerrogativa de função estabelecido da CF/88 e do art. 1º da Lei nº 10.446/2002. Em que
exclusivamente pela Constituição estadual. pese isso, o STF entendeu que não havia nulidade na
ação penal instaurada com base nos elementos
informativos colhidos, vez que o fato de os crimes de
# Jurisprudência Correlata competência da Justiça Estadual terem sido
▪ Compete à Justiça comum (Tribunal do Júri) o investigados pela PF não geram nulidade. Ora, tal
julgamento de homicídio praticado por militar contra procedimento investigatório, presidido por
outro quando ambos estejam fora do serviço ou da autoridade de PF, foi supervisionado pelo Juízo
função no momento do crime. estadual (juízo competente) e por membro do MPE
(que tinha a atribuição para a causa). Logo, não é
Caso concreto: Francisco era soldado da PM do Maranhão.
possível anular provas ou processos em tramitação
Samuel era cabo da PM do Piauí. Certo dia, Francisco,
estava de férias, em Teresina (PI). Samuel percebeu que com base no argumento de que a PF não teria
Francisco estava armado e, mesmo estando de folga, atribuição para investigar os crimes apurados. (Info
abordou o soldado indagando sobre a arma. Iniciou-se 964, STF)
uma discussão e Francisco atirou 3 vezes contra Samuel,
que faleceu em razão dos disparos. A vítima e o réu - ▪ Compete à Justiça Federal julgar crime contra a
ambos PM’s à época dos fatos - estavam fora de serviço
vida em desfavor de policiais militares, consumado
quando iniciaram a discussão. Logo, não se pode falar que
ou tentado, praticado no contexto de crime de roubo
houve crime militar, devendo, portanto, o réu ser julgado
armado contra órgãos, autarquias ou empresas
pela Justiça Comum estadual (Tribunal do Júri). (Info 667,
STJ) públicas da União. (Info 659, STF)
▪ A Justiça do DF é a competente para julgar o crime
de falso testemunho praticado em processos sob # Jurisprudência Correlata (08/11/2021)
sua jurisdição. O TJDFT faz parte do Poder Judiciário
da União. Mesmo assim, se for praticado falso Não compete à Justiça Federal processar e julgar o
testemunho em processo que ali tramita, a desvio de valores do auxílio emergencial pagos
competência será da Justiça do Distrito Federal (e durante a pandemia da covid-19, por meio de violação
não da Justiça Federal comum). (Info 681, STJ). do sistema de segurança de instituição privada, sem
que haja fraude direcionada à instituição financeira
▪ Policial Rodoviário Federal, durante o trajeto de
federal. (Info 716, STJ)
sua casa para o trabalho, envolveu-se em uma
desavença no trânsito com o condutor de um veículo Entenda o caso: O núcleo da controvérsia consiste em
que dirigia sem respeitar a sinalização e em alta definir o Juízo competente no âmbito de inquérito policial
velocidade. O Policial efetuou disparos que instaurado para investigar conduta de desvio de valores
resultaram na morte do condutor. A competência relativos ao auxílio emergencial pago durante a pandemia
do Covid-19. No caso concreto não se identificou ofensa
para julgar essa acusação de homicídio é da justiça
direta à Caixa Econômica Federal - CEF ou à União, uma vez
estadual. A competência da Justiça Federal
que não houve qualquer notícia de que a beneficiária tenha
pressupõe a demonstração concreta das situações
empregado fraude. Em outras palavras, houve ingresso
veiculadas no art. 109 da CF/88. A mera condição de lícito no programa referente ao auxílio emergencial e
servidor público não basta para atraí-la, na medida transferência lícita da conta da Caixa Econômica Federal
em que o interesse da União há de sobressair das para a conta do Mercado Pago, ambas de titularidade da
funções institucionais, não da pessoa do agente. beneficiária do auxílio.
(Info 963, STF).
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# Jurisprudência Correlata (11/2021) # OLHA A DIFERENÇA #DESPENCA EM PROVA


▪ O ajuizamento de duas ações penais referentes aos Jurados consideram que o
mesmos fatos, uma na Justiça Comum Estadual e crime não é da competência do
outra na Justiça Eleitoral, viola a garantia contra a Tribunal do Júri, SEM
DESCLASSIFICAÇÃO
dupla incriminação. (Info 719, STJ, 29/11/2021) ESPECIFICAR DE QUAL DELITO
PRÓPRIA
SE TRATA. Nesse caso, Juiz-
Presidente assume total
Entenda o julgado: No caso, os mesmos fatos que capacidade decisória para
levaram ao oferecimento da denúncia discutida julgar, podendo, inclusive
também foram apreciados em ação de improbidade absolver o acusado.
administrativa e ação penal na Justiça Eleitoral,
sendo que ambas culminaram com a absolvição. Jurados reconhecem sua
Frisa-se que a sentença absolutória por ato incompetência para julgar o
improbidade não vincula o resultado do presente crime, ESPECIFICANDO QUAL
TERIA SIDO CRIME PRATICADO.
feito, porquanto proferida na esfera do direito
Nesse caso, Juiz-Presidente é
administrativo sancionador que é independente da obrigado a acatar a decisão dos
instância penal, embora seja possível, em tese, jurados, condenando o acusado
DESCLASSIFICAÇÃO
considerar como elementos de persuasão os IMPRÓPRIA
pelo delito por eles indicado.
argumentos nela lançados. No entanto, quanto à Ex: jurados desclassificam
absolvição perante a Justiça Eleitoral, a questão crime doloso (contra a vida)
adquire peculiaridades que reclamam tratamento para um crime culposo
(homicídio culposo). Essa
diferenciado. Isso porque a sentença, não recorrida desclassificação vincula o juiz,
pelo MPE, foi proferida no exercício de verdadeira que não pode decidir de forma
jurisdição criminal, de modo que o prosseguimento distinta.
da ação penal da qual se originou este HC encontra
óbice no princípio da vedação à dupla incriminação,
também conhecido como double jeopardy clause ou Súmula 42, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual
(mais comumente no direito brasileiro) postulado do processar e julgar as causas cíveis em que é parte
ne bis in idem, ou ainda da proibição da dupla sociedade de economia mista e os crimes praticados
persecução penal. em seu detrimento.

§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver Súmula 104, STJ: Compete à Justiça Estadual o
desclassificação para infração da competência de outro, processo e julgamento dos crimes de falsificação e
a este será remetido o processo, salvo se mais uso de documento falso relativo a estabelecimento
graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, particular de ensino.
terá sua competência prorrogada.
Súmula 140, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para processar e julgar crime em que o indígena figure
outra atribuída à competência de juiz singular, como autor ou vítima.
observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, Súmula 107, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual
a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § processar e julgar crime de estelionato praticado
2o). mediante falsificação das guias de recolhimento das
contribuições previdenciárias, quando não ocorrente
Súmula 498, STF: Compete a justiça dos estados, em
lesão à autarquia federal.
ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos
crimes contra a economia popular.
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Súmula 546, STJ: A competência para processar e ▪Compete à Justiça Federal julgar os crimes dos
julgar o crime de uso de documento falso é firmada arts. 241, 241-A e 241-B do ECA, se a conduta de
em razão da entidade ou órgão ao qual foi disponibilizar ou adquirir material pornográfico
apresentado o documento público, não importando a envolvendo criança ou adolescente tiver sido
qualificação do órgão expedidor. praticada pela internet e for acessível
transnacionalmente. (Info 990, STF).
Súmula 147, STJ: Compete à Justiça Federal
processar e julgar os crimes praticados contra
▪ Em regra, compete à Justiça Estadual julgar HC
funcionário público federal, quando relacionados
preventivo destinado a permitir o cultivo e o porte de
com o exercício da função.
maconha para fins medicinais. (Info 673, STJ).

Súmula 200, STJ: O juízo federal competente para


▪ Os crimes relacionados com pirâmide financeira
processar e julgar acusado de crime de uso de
envolvendo criptomoedas são, em princípio, de
passaporte falso é o do lugar onde o delito se
competência da Justiça Estadual. (Info 673, STJ).
consumou.

▪ A colaboração premiada, como meio de obtenção


Súmula 165, STJ: Compete à Justiça Federal
de prova, não constitui critério de determinação, de
processar e julgar crime de falso testemunho
modificação ou de concentração da competência. Os
cometido no processo trabalhista.
elementos de informação trazidos pelo colaborador
a respeito de crimes que não sejam conexos ao
Súmula 122, STJ: Compete à Justiça Federal o
objeto da investigação primária devem receber o
processo e julgamento unificado dos crimes conexos
mesmo tratamento conferido à descoberta fortuita
de competência federal e estadual, não se aplicando
ou ao encontro fortuito de provas em outros meios
a regra do Art. 78, II, "a", do Código de Processo
de obtenção de prova, como a busca e apreensão e a
Penal.
interceptação telefônica. (Info 999, STF, 2020)
Súmula 528, STJ: Compete ao juiz federal do local da
apreensão da droga remetida do exterior pela via
postal processar e julgar o crime de tráfico CAPÍTULO IV - DA COMPETÊNCIA POR
internacional. DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a


# Jurisprudência Correlata competência quando, na mesma circunscrição
judiciária, houver mais de um juiz igualmente
▪ Justiça do Trabalho não tem competência para
competente.
processar e julgar ações penais. (Info 980, STF)
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito
▪ O agente não pode responder à ação penal no da concessão de FIANÇA ou da decretação de PRISÃO
Brasil se já foi processado criminalmente, pelos PREVENTIVA ou de QUALQUER DILIGÊNCIA ANTERIOR à
mesmos fatos, em um Estado estrangeiro. O art. 5º denúncia ou queixa PREVENIRÁ A DA AÇÃO PENAL.
do CP afirma que a lei brasileira se aplica ao crime
cometido no território nacional, mas ressalva aquilo Espaço p/ anotações:
que for previsto em “convenções, tratados e regras
de direito internacional”. A Convenção Americana de
Direitos Humanos (CADH) e o Pacto Internacional de
Direitos Civis e Políticos (PIDCP) proíbem de forma
expressa a dupla persecução penal pelos mesmos
fatos. (Info 959,STF)
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CAPÍTULO V - DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU Art. 77. A competência será determinada pela
CONTINÊNCIA CONTINÊNCIA quando:

Art. 76. A competência será determinada pela I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma
CONEXÃO: infração;

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido II - no caso de infração cometida nas condições
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do
reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora Código Penal.
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas
contra as outras; COMPETÊNCIA pela CONTINÊNCIA

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas ▪ 2 ou + pessoas acusadas pela mesma infração
(CUMULAÇÃO SUBJETIVA)
para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir
impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; Ex: Crime de homicídio praticado em coautoria.

▪ CONCURSO FORMAL (uma conduta, + de 1 crime);


III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de
▪ ABERRATIO ICTUS (Erro de execução. Ex: Mira
suas circunstâncias elementares influir na prova de
numa e mata outra) e
outra infração.
▪ ABERRATIO CRIMINIS (Resultado diverso do
pretendido. Ex: Mira na pessoa e acerta o carro.)
COMPETÊNCIA PELA CONEXÃO
(CUMULAÇÃO OJETIVA)
▪ 2 ou + infrações por várias pessoas reunidas, ao
mesmo tempo (INTERSUBJETIVA POR Art. 78. Na determinação da competência por
SIMULTANEIDADE. Sem ajuste prévio.) Ex: saque a
CONEXÃO ou CONTINÊNCIA, serão observadas as
mercado.
SEGUINTES REGRAS:
▪ 2 ou + infrações por várias pessoas em concurso,
embora diverso o tempo e o lugar (INTERSUBJETIVA
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro
POR CONCURSO. Com ajuste prévio.) Ex: Quadrilha
especializada em roubo de cargas). órgão da jurisdição comum, PREVALECERÁ a
COMPETÊNCIA DO JÚRI;
▪ 2 ou + infrações por várias pessoas, umas contra
outras (INTERSUBJETIVA POR RECIPROCIDADE. Ex:
Briga de torcedores fora do estádio, caso de lesões Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:
corporais recíprocas)
a) PREPONDERARÁ A DO LUGAR DA INFRAÇÃO, à qual
▪ No mesmo caso, a infração penal é praticada para for cominada a PENA MAIS GRAVE;
FACILITAR (OBJETIVA TELEOLÓGICA) ou OCULTAR
outras, ou para conseguir IMPUNIDADE ou
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o
VANTAGEM em relação a qualquer delas (OBJETIVA
CONSEQUENCIAL) MAIOR NÚMERO DE INFRAÇÕES, se as respectivas
PENAS FOREM DE IGUAL GRAVIDADE;
Ex: Assalto do banco central. Um dos assaltantes
mata o outro para ficar com todo o dinheiro.
c) firmar-se-á a competência pela PREVENÇÃO, nos
outros casos;
▪ Prova de uma infração penal ou qualquer de suas
elementares influir na prova de outra infração
penal. (INSTRUMENTAL OU PROBATÓRIA. Ex.: III - NO CONCURSO DE jurisdições de diversas
Receptação e crime anterior; lavagem de capitais e categorias, predominará a de MAIOR GRADUAÇÃO;
crime antecedente.)
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IV - no concurso entre a JURISDIÇÃO COMUM E A # Comentários


ESPECIAL, prevalecerá ESTA.

▪ Conexão entre crime eleitoral e crime comum (➍):


DECORE AS REGRAS de COMPETÊNCIA por Deve ser analisada de acordo com o crime comum.
CONEXÃO ou CONTINÊNCIA.
VAMOS LÁ! Crime comum estadual: Justiça Eleitoral atrai.
Concurso entre:
➊ Competência do Júri e jurisdição comum? Crime comum federal: separação obrigatória de
Júri prevalece. processos (pois a CF prevê crimes de competência da
Justiça Federal). Saliente-se que o STF (Info 989), em
➋ Jurisdições da MESMA CATEGORIA: 2019, entendeu que a competência também será da
Justiça Eleitoral.
▪ Prepondera o lugar da infração com PENA MAIS
GRAVE Crime doloso contra vida: a competência será do Júri,
☛ Qual o critério para definir a pena mais grave? havendo a separação obrigatória de processos, pois a
➊ Natureza da pena (reclusão é + grave que competência do Júri está prevista na CF. Isso ocorre,
detenção)
porque as regras de conexão|continência são previstas
➋ Mesma natureza? Maior pena máxima cominada
em lei ordinária, não podendo se sobrepor à
➌ Derradeiro critério? Maior pena mínima cominada
competência prevista na CF.

Ex: Roubo em SP, receptação em Santos. Compete à


SP, pois o crime de roubo é mais grave do que a
receptação. # Jurisprudência Correlata (2021)

▪ Penas de igual gravidade: lugar do MAIOR NO DE


A Justiça Eleitoral é competente para processar e
INFRAÇÕES.
julgar crime comum conexo com crime eleitoral,
ainda que haja o reconhecimento da prescrição da
Ex: 4 Roubos em Campinas e 3 roubos em Santos.
pretensão punitiva do delito eleitoral.
Compete à Justiça de Campinas.

Caso concreto: o ex-Governador de Minas Gerais,


▪ Outros casos: PREVENÇÃO (quando nenhum dos Eduardo Azeredo, com colaboração de outros agentes
critérios acima foi suficiente)
políticos, teria desviado recursos públicos e utilizado
➌ Jurisdições de DIVERSAS CATEGORIAS: MAIOR esse dinheiro para financiar sua campanha de
GRADUAÇÃO. reeleição no ano de 1998. Vale ressaltar que esse
➍ Concurso entre jurisdição comum e especial: dinheiro utilizado na campanha não teria sido
ESPECIAL. contabilizado na prestação de contas, caracterizando
Ex: crime comum e crime eleitoral. aquilo que se chama, na linguagem popular, de “caixa
dois”.
Em tese, o agente teria praticado os seguintes crimes:
Espaço p/ anotações:
a) corrupção passiva (art. 317 do CP);
b) falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral); c)
lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº 9.613/98).

Dois crimes são de competência da Justiça estadual


comum e um deles da Justiça Eleitoral.

Como ficará a competência para julgar estes delitos?


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Serão julgados separadamente ou juntos? Art. 152. Se se verificar que a doença mental
Qual será a Justiça competente? Justiça ELEITORAL. SOBREVEIO À INFRAÇÃO O PROCESSO CONTINUARÁ
SUSPENSO até que o acusado se restabeleça, observado
Competirá à Justiça Eleitoral julgar todos os delitos. o § 2o do Art. 149

Segundo entende o STF: Compete à Justiça Eleitoral Nesse caso, o processo em relação ao corréu doente
julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes mental é desmembrado e ficará suspenso, até que
forem conexos (Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. ele se reestabeleça.
Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019).
§ 2o A unidade do processo não importará a do
Ocorre que, no caso concreto, há uma peculiaridade: julgamento, se houver co-réu foragido que não possa
ainda durante o inquérito, ficou reconhecida a ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
prescrição da pretensão punitiva em relação ao crime
eleitoral. Logo, houve arquivamento do inquérito no
Art. 461. O julgamento NÃO será adiado se a testemunha
que tange ao crime eleitoral. Diante disso, indaga-se: deixar de comparecer, SALVO se uma das partes tiver
mesmo assim, a Justiça Eleitoral continuará sendo requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade
competente para julgar os demais delitos? SIM. de que trata o art. 422 deste Código, declarando não
Mesmo operada a prescrição quanto ao crime prescindir do depoimento e indicando a sua localização.
eleitoral, subsiste a competência da Justiça Eleitoral.
Trata-se de aplicação lógica do disposto no art. 81 do Nesse caso, em relação aos réus cujas testemunhas
CPP. STF. 2ª Turma. RHC 177243/MG, Rel. Min. Gilmar estão presentes, a sessão de júri ocorrerá
Mendes, julgado em 29/6/2021 (Info 1024). normalmente.

Para análise da competência criminal da justiça


Art. 80. Será FACULTATIVA a SEPARAÇÃO DOS
eleitoral deve ser analisado conteúdo material do
PROCESSOS quando as infrações tiverem sido
crime – se crime atentou contra exercício dos direitos
praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar
políticos, contra processo eleitoral ou contra
diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
legitimidade da vontade popular. Assim, a destruição
acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória,
de título só será crime eleitoral se atentar contra
ou por outro motivo relevante, o juiz reputar
processo eleitoral. Se for desvinculada a pleitos
conveniente a separação.
eleitorais e com intuito, apenas, de impedir
identificação pessoal, não atrai competência da JE.
Quando a SEPARAÇÃO dos PROCESSOS é
FACULTATIVA?
Art. 79. A conexão e a continência importarão
UNIDADE de processo e julgamento, SALVO: ▪ Infrações em circunstâncias de TEMPO ou LUGAR
DIFERENTES;
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
▪ EXCESSIVO NÚMERO de ACUSADOS e para não
lhes prolongar a PRISÃO PROVISÓRIA;
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo
de menores. ▪ OUTRO MOTIVO RELEVANTE, Juiz reputar
separação conveniente.
§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo,
se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso Espaço p/ anotações:
previsto no art. 152.
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Art. 81. Verificada a reunião dos processos por


OCORRE A NÃO OCORRE A
conexão ou continência, ainda que no processo da sua
PERPETUATIO PERPETUATIO
competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir JURISDICTIONIS (Regra) JURISDICTIONIS
sentença absolutória ou que desclassifique a infração (Exceção)
para outra que não se inclua na sua competência,
continuará competente em relação aos demais
processos. 1) Processos reunidos 1) Desclassificação,
por conexão ou absolvição sumária ou
continência, ainda que impronúncia na 1ª fase do
# Comentários no processo da sua Júri. O juiz remeterá a
competência própria infração conexa
▪ Art. 81 traz a chamada PERPETUATIO venha Juiz ou Tribunal (processo) ao Juiz
a proferir sentença competente.
JURISDICTIONIS. É dizer: o juiz prevalente, mesmo
absolutória ou que
que venha a absolver o réu pelo delito que desclassifique a 2) Desclassificação na 2ª
estabeleceu a prevalência, ou que desclassifique infração penal para fase do Júri: Presidente
esta infração, continuará competente para julgar os outra que não é de sua do Tribunal do Júri (e
demais delitos e/ou infratores que integram o competência, continua não os jurados) julga a
competente em relação infração desclassificada e
processo, operando-se a perpetuação da jurisdição.
aos demais processos. a infração conexa.
A razão é óbvia: aproveitamento máximo da
(Não devolve)
instrução ali realizada, já que a desclassificação,
como regra, somente é feita na fase decisória, isto é, Exemplo: Se a Justiça
após a instrução da causa. Assim: Federal, julgando um
crime de descaminho
1) Após a reunião na Justiça Federal de crime conexo com uso de
documento falso,
federal e estadual, caso ocorra a absolvição do
absolve o réu do
crime federal, a Justiça Federal continua descaminho, continuará
competente para julgar o crime estadual conexo. competente para julgar
o crime conexo (uso de
2) E no caso de desclassificação do crime federal, a documento falso).
Justiça Federal continua competente para julgar o
2) Absolvição na 2ª fase
crime estadual conexo. do Júri: jurados
continuam
Súmula 235, STJ: A conexão não determina a reunião “competentes” e julgam.
dos processos, se um deles já foi julgado.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a
Súmula 122, STJ: Compete à Justiça Federal o competência por conexão ou continência, o juiz, se vier
processo e julgamento unificado dos crimes conexos a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver
de competência federal e estadual, não se aplicando o acusado, de maneira que exclua a competência do júri,
o art. 78, II, "a", CPP (critério da pena mais grave). remeterá o processo ao juízo competente.
O que essa súmula quer dizer? Havendo crime
federal, com menor pena cominada abstratamente, e Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência,
crime estadual, com maior pena, ambos conexos, o forem instaurados processos diferentes, a autoridade
critério utilizado para fixação não será o quantum de jurisdição prevalente DEVERÁ AVOCAR os processos
apenatório, mas, sim, a força atrativa exercida pela que corram perante os outros juízes, SALVO se já
JF. Ou seja, JF atrai mesmo que crime estadual seja estiverem com SENTENÇA DEFINITIVA. Neste caso, a
muito mais grave. unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para
Ex: crime de moeda falsa praticado em continência o efeito de soma ou de unificação das penas.
com o crime de tráfico doméstico de drogas. JF julga.
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Possibilidade de se admitir uma prova funcionário ou autoridade na hipótese de prerrogativa


inicialmente ilícita, se essa ilicitude de foro em razão do exercício de função pública,
está ligada exclusivamente à
incompetência do juízo que a observado o disposto no § 1o. (Vide ADIN nº 2797)
determinou, naqueles casos onde
este, até então, acreditava ser o juízo Art. 85. Nos processos por CRIME CONTRA A HONRA,
natural para decidir sobre a realização
e produção da mesma. em que forem querelantes as pessoas que a
TEORIA DO Constituição sujeita à jurisdição do STF e dos Tribunais
JUÍZO O STF entende que, tanto na de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento,
APARENTE declaração de incompetência relativa,
quando oposta e admitida a EXCEÇÃO DA VERDADE.
quanto na de incompetência absoluta,
não há necessidade de anulação dos
atos decisórios, desde que sejam #DESPENCA EM PROVA #NÃO CONFUNDA
ratificados pelo juízo competente (...)
tanto a denúncia quanto o seu Exceção da verdade Aqui é uma espécie de
recebimento, emanados de do art. 85 foro por prerrogativa
autoridades incompetentes, rationae
do autor.
materiae são ratificáveis no juízo
competente. Calúnia, pois foro por
Exceção da verdade prerrogativa de função
CAPÍTULO VI - DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO do art. 85 só vale só vale para seara
para criminal.
Art. 83. Verificar-se-á a competência por Obs. Na difamação e na
PREVENÇÃO toda vez que, concorrendo dois ou mais Injúria não se imputa
crime.
juízes igualmente competentes ou com jurisdição
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na Juízo de
prática de ALGUM ATO DO PROCESSO ou de MEDIDA A admissibilidade na Juiz de 1º grau
ESTE RELATIVA, AINDA QUE ANTERIOR ao exceção da verdade
OFERECIMENTO DA DENÚNCIA OU DA QUEIXA (arts. 70,
§ 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá,
privativamente, processar e julgar:
CAPÍTULO VII - DA COMPETÊNCIA PELA
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO I - os seus ministros, nos crimes comuns;

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de com os do Presidente da República;
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente III - o procurador-geral da República, os
às pessoas que devam responder perante eles por desembargadores dos Tribunais de Apelação, os
crimes comuns e de responsabilidade. ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e
ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de
§ 1o A competência especial por prerrogativa de função, responsabilidade.
relativa a atos administrativos do agente, prevalece
ainda que o inquérito ou a ação judicial sejam iniciados Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de
após a cessação do exercício da função pública. (Vide Apelação o julgamento dos governadores ou
ADIN nº 2797) interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do
Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes
§ 2o A ação de improbidade, de que trata a Lei no 8.429, de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do
de 2 de junho de 1992, será proposta perante o tribunal Ministério Público.
competente para processar e julgar criminalmente o
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Súmula 451, STF: A competência especial por CRIMES COMETIDOS POR DEPUTADO FEDERAL OU
prerrogativa de função não se estende ao crime SENADOR
cometido após a cessação definitiva do exercício
SITUAÇÃO COMPETÊNCIA
funcional.
Crime cometido ANTES DA
Súmula 704, STF: Não viola as garantias do juiz DIPLOMAÇÃO como Deputado
natural, da ampla defesa e do devido processo legal ou Senador.
a atração por continência ou conexão do processo do Crime cometido depois da JUÍZO DE 1ª
co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos diplomação (durante exercício INSTÂNCIA
denunciados. do cargo), mas o DELITO NÃO
TEM RELAÇÃO COM AS
Súmula 702, STF: A competência do Tribunal de FUNÇÕES DESEMPENHADAS.
Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos Ex. embriaguez ao volante.
crimes de competência da Justiça comum estadual;
Crime cometido depois da
nos demais casos, a competência originária caberá diplomação (DURANTE
ao respectivo tribunal de segundo grau. EXERCÍCIO DO CARGO) E
RELACIONADO COM AS STF
Súmula 208, STJ: Compete à justiça federal FUNÇÕES DESEMPENHADAS.
processar e julgar prefeito municipal por desvio de Ex. corrupção passiva.
verba sujeita a prestação de contas perante órgão
federal.

# Jurisprudência Correlata (2021)


Súmula 209, STJ: Compete à justiça estadual
processar e julgar prefeito por desvio de verba
transferida e incorporada ao patrimônio municipal. É inconstitucional dispositivo da Constituição
Estadual que confere foro por prerrogativa de
função, no Tribunal de Justiça, para o Delegado Geral
da Polícia Civil. Extrapola a autonomia do estado
SITUAÇÃO ATRIBUIÇÃO PARA previsão, em constituição estadual, que confere foro
INVESTIGAR
privilegiado a Delegado Geral da Polícia Civil. A
Crime praticado depois autonomia dos estados para dispor sobre
da diplomação (durante Polícia (Civil ou Federal) autoridades submetidas a foro privilegiado não é
o exercício do cargo), ou MP. Não há ilimitada, não pode ficar ao arbítrio político do
mas delito não tem necessidade de constituinte estadual e deve seguir, por simetria, o
relação com funções autorização pelo juízo de modelo federal. (Info 1010, STF)
desempenhadas. 1ª instância (ex: quebra
de sigilo)
Compete aos tribunais de justiça estaduais
Ex: Homicídio culposo no processar e julgar os delitos comuns, não
trânsito.
relacionados com o cargo, em tese praticados por
Crime praticado depois Polícia Federal e Promotores de Justiça. (Info 708, STJ)
da diplomação (durante Procuradoria Geral da
exercício do cargo) e República, com
delito está relacionado supervisão judicial do
com funções STF. Há necessidade de
desempenhadas. autorização do STF para Espaço p/ anotações:
o início das
investigações.
Ex: Corrupção passiva.
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# Jurisprudência Correlata (2021) Nesse contexto, considerando que a prerrogativa de


foro da Magistratura e MP encontra-se descrita no
mesmo dispositivo constitucional (art. 96, inciso III,
Compete aos tribunais de justiça estaduais da CF), seria desarrazoado conferir-lhes tratamento
processar e julgar os delitos comuns, não diferenciado.
relacionados com o cargo, em tese praticados por
Promotores de Justiça. (Info 708, STJ) Por outro lado, o STF, em 28/05/2021, nos autos do
ARE 1.223.589/DF, afirmou que a questão ora em
O núcleo da controvérsia consistiu em definir se debate possui envergadura constitucional,
Promotores de Justiça, pelo suposto cometimento reconhecendo a necessidade de analisar, com
de crime comum, possuem foro por prerrogativa de repercussão geral, a possibilidade ou não do STJ, a
função no respectivo TJ estadual, nos termos do art. partir do artigo 105, inciso I, alínea a, da CF,
96, inciso III, da CF; ou se incide, na espécie, por processar e julgar Desembargador por crime
aplicação do princípio da simetria, a interpretação comum, ainda que sem relação com o cargo.
restritiva dada pelo Plenário do STF ao art. 102, inciso Destarte, o precedente estabelecido pelo STF no
I, alíneas 'b' e 'c', da Carta Magna, no julgamento da julgamento da QO na AP 937/RJ diz respeito apenas
QO na AP 937-RJ, segundo a qual o foro por a cargos eletivos, ao passo que a prerrogativa de
prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes foro disciplinada no art. 96, III, CF, que abrange
praticados no exercício e em razão da função pública magistrados e membros do MP, será analisada pelo
exercida. STF no ARE 1.223.589. Observe-se que o Pleno do STF
proveu o agravo para determinar sequência ao
É importante ressaltar que, de fato, o STF restringiu recurso extraordinário, razão pela qual, em
sua competência para julgar membros do Congresso 08/06/2021 o processo foi reautuado para RE
Nacional somente nas hipóteses de crimes 1.331.044.
praticados no exercício e em razão da função pública
exercida. Todavia, frise-se que referido precedente Por derradeiro, a 5o Turma do STJ, no julgamento do
analisou apenas o foro por prerrogativa de função AgRg no HC 647437/SP, em 25/5/2021, não
referente a cargos eletivos, haja vista que o caso identificou teratologia em situação de denúncia
concreto tratava de ação penal ajuizada em face de ofertada pelo titular da ação penal perante o TJSP,
Deputado Federal. na qual se imputou a Promotora de Justiça a prática,
em tese, de conduta delituosa não relacionada com
Sobre o tema, o STJ reconheceu sua competência o cargo. Naquela oportunidade o ilustre relator
para julgar Desembargadores acusados da prática ponderou que "(...) não foi demonstrado de maneira
de crimes com ou sem relação ao cargo, não patente e inquestionável que o precedente
identificando simetria com o precedente do STF. estabelecido pelo STF no julgamento da QO na AP
Naquela oportunidade firmou-se a compreensão de 937/RJ, limitando o foro por prerrogativa de função
que se Desembargadores fossem julgados por Juízo às hipóteses de crimes praticados no exercício da
de 1o Grau vinculado ao Tribunal ao qual ambos função ou em razão dela, se aplicaria à paciente,
pertencem, criar-se-ia, em alguma medida, um posto que a Corte Suprema, na ocasião, não
embaraço ao Juiz de carreira responsável pelo deliberou expressamente sobre o foro para
julgamento do feito. Em resumo, apontou discrimen processo e julgamento de magistrados e membros
relativamente aos Magistrados para manter do MP, limitando-se a estabelecer tese em relação
interpretação ampla quanto ao foro por prerrogativa ao foro por prerrogativa de função de autoridades
de função, aplicável para crimes com ou sem relação indicadas na CF que ocupam cargo eletivo."
com o cargo, com fundamento na necessidade de o
julgador desempenhar suas atividade judicantes de Diante disso, enquanto pendente manifestação do
forma imparcial. STF acerca do tema, deve ser mantida a
jurisprudência até o momento aplicada que
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reconhece a competência dos Tribunais de Justiça em 23/09/2015. Para o STF, no caso concreto, não
Estaduais para julgamento de delitos comuns em ficou demonstrado que as condutas atribuídas ao ex-
tese praticados por Promotores de Justiça. Presidente Lula tenham relação direta com os
ilícitos praticados em detrimento da Petrobras S/A.

4) O STF admite, em tese, a teoria do juízo aparente


# Jurisprudência Correlata (2021) para convalidar os atos decisórios praticados por
Nulidade das Ações Penais contra Lula juízo posteriormente declarado incompetente.
Prevalece o seguinte: A superveniência de
circunstâncias fáticas aptas a alterar a competência
Antes de qualquer coisa, ressalte-se que o ex-
da autoridade judicial, até então desconhecidas,
Presidente Lula responde a quatro ações penais que
autoriza a preservação dos atos praticados por juíz
se iniciaram na 13ª Vara Federal de Curitiba:
aparentemente competente em razão do quadro
fático subjacente no momento em que requerida a
• Caso “Triplex do Guarujá”;
prestação jurisdicional.
• Caso “Sítio de Atibaia”;
No entanto, no caso concreto, o STF afirmou que,
• Caso “sede do Instituto Lula”; e
tanto o MP como o juízo, desde o início do processo,
• Caso “doações ao Instituto Lula”.
já sabiam, com base nas outras decisões da Corte,
que a 13ª Vara Federal não seria competente para
Em duas delas, já havia sentença penal
julgar a causa. Isso porque a denúncia foi recebida
condenatória, mas sem trânsito em julgado. A defesa
em 14/09/2016 e, nessa época, já havia sido julgado o
impetrou HC no STF alegando a incompetência da 13ª
primeiro precedente que reduziu a competência
Vara porque os fatos apurados não tinham qualquer
daquele juízo (Inq 4.130 QO). Logo, a “teoria do juízo
relação com os crimes praticados contra a
aparente” não se aplica à hipótese.
Petrobras (HC 193726). Julgando o HC, o plenário
decidiu que:
5) Não se aplica a regra do art. 64, § 4º, do CPC ao
caso. Isso porque o CPP possui regra própria e
1) O Ministro Relator poderia ter afetado esse
específica no art. 567 do CPP, que estabelece a
julgamento ao Plenário? SIM. A afetação de feitos a
sanção de nulidade aos atos decisórios praticados
julgamento pelo Plenário do STF é atribuição
por juízo incompetente.(Info 1014. STF).
discricionária do relator.
Retirado do dizerodireito.com
2) O MPF estava atuando como custos legis no
processo. Ele poderia ter recorrido? SIM. O MPF,
quando atua perante o STF, por intermédio da PGR,
mesmo na qualidade de “custos legis”, detém # Compilado de juris sobre o FPF
legitimidade para a interposição de agravo
regimental contra decisões monocráticas proferidas ▪ Marcos do Foro por Prerrogativa de Função (FPF):
pelos ministros relatores.
INICIAL: DIPLOMAÇÃO.
3) Foi correta a decisão que reconheceu a FINAL: TÉRMINO DA INSTRUÇÃO (Publicação do
incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para despacho para apresentar alegações finais);
julgamento das ações penais envolvendo Lula? SIM.
No âmbito da “Operação Lava Jato”, a competência Desse modo:
da 13ª Vara Federal de Curitiba é restrita aos crimes
praticados de forma direta em detrimento apenas da Se o réu deixou cargo antes da Audiência de
Petrobras S/A. Esse é o entendimento do STF desde Instrução e Julgamento terminar: cessa a
o julgamento da questão de ordem no Inq 4130 QO, competência do STF.
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Se o réu deixou cargo depois do término da 1º grau vinculado ao mesmo tribunal. Se fosse
Audiência de Instrução e Julgamento terminar: STF perante um juiz de 1º grau de outro estado, não
permanece competente. haveria óbice.

Mas CUIDADO: João foi condenado em 1ª instância e ▪ A iminente prescrição de crime praticado por
apelou. Antes do julgamento de apelação, foi Desembargador excepciona o entendimento
diplomado como Deputado Federal. João terá direito consolidado na Ação penal 937 – que diz que o FPF é
de ter a apelação julgada? Recurso será julgado pelo restrito a crimes cometidos ao tempo do exercício do
próprio STF, já que direito aplicado aos recursos é o cargo e que tenham relação com o cargo - e
vigente à época em que a decisão foi proferida. prorroga a competência do stj. Trata-se de exceção
para evitar a impunidade.
▪ Acusados com FPF não possuem direito ao duplo
grau de jurisdição, o que não significa dizer que não ▪ Prerrogativa de foro de membro do MP é
podem recorrer contra decisões dos tribunais. preservada quando possível participação deste em
Contudo, tratam-se de recursos de direito apenas, conduta criminosa é comunicada com celeridade ao
sem reexame fático. PGJ.

▪ Diferença entre a Regra da Contemporaneidade e Caso concreto: Se uma pessoa sem foro por
da Atualidade. prerrogativa está sendo interceptada por decisão do
juiz de 1ª instância e ela liga para uma autoridade
Regra da contemporaneidade: Foro por prerrogativa com foro (ex: Promotor de Justiça), a gravação desta
de função deve ser preservada caso a infração penal conversa não é ilícita. Isso porque se trata de
tenha sido cometida à época e em razão do exercício encontro fortuito de provas (encontro fortuito de
funcional. Atualmente, é a adotada! crimes), também chamado de serendipidade ou
crime achado Se após essa ligação, o Delegado ainda
Regra da atualidade: agente só faz jus ao FPF demora três dias para comunicar o fato às
enquanto estiver exercendo função. Cessada a autoridade competentes para apurar a conduta do
função, cessa FPF. Essa regra gera alguns Promotor, este tempo não é considerado excessivo
problemas. tendo em vista a dinâmica que envolve as
interceptações telefônicas. Inclusive, tais gravações,
Em 2018, voltando a adotar a REGRA DA por serem lícitas, podem servir como fundamento
CONTEMPORANEIDADE, o STF estabeleceu que para que o CNMP aplique sanção de aposentadoria
hipóteses de FPF devem ser interpretadas compulsória a este Promotor.
restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes
que tenham sido praticados durante exercício do ▪ Se pessoa com FPF previsto na CF (ex, Prefeito é
cargo e em razão dele. julgado pelo TJ) mata alguém dolosamente,
considerando que os crimes dolosos contra a vida
▪ O STJ não é competente para julgar crime são de competência do tribunal do júri, qual o juízo
praticado por Governador no exercício do mandato competente? O Princípio da especialidade resolve. É
se o agente deixou o cargo e atualmente voltou a ser dizer, o FPF prevalecerá sobre o tribunal do júri,
Governador por força de uma nova eleição. exceto se a competência estiver prevista na
Constituição Estadual, aí prevalece a do júri.
▪ O STJ é o tribunal competente para julgamento nas
hipóteses em que, não fosse o FPF, o Exemplos:
desembargador acusado, mesmo que o crime Governador mata dolosamente uma pessoa: STJ
cometido não esteja relacionado com suas funções, julga.
houvesse de responder à ação penal perante Juiz de
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Promotor de Justiça Estadual que mata dosolamente AUTORIDADE FORO


uma pessoa: TJ julga. COMPETENTE
Delegado Geral de Polícia Civil que mata
dosolamente uma pessoa: Júri julga. Presidente e Vice-Presidente da
Deputado estadual que mata dosolamente uma República
pessoa: TJ julga. Ministros do STF
PGR
▪ Concurso de agentes (uns com e outros sem FPF):
reunião dos processos no STF é facultativa. Ministros de Estado
AGU
Exceção: nos crimes dolosos contra a vida não será
Comandantes da Marinha
possível a reunião dos processos, uma vez que a
conexão e a continência são regras Exército e Aeronáutica
infraconstitucionais de mudança de competência. Ministros do STJ, STM, TST, TSE
Ministros do TCU STF
▪ Se durante as investigações de um fato delituoso
surgirem indícios do envolvimento de uma Chefes de missão diplomática de
autoridade com FPF, o prosseguimento das caráter permanente
investigações e o indiciamento dependem de
Governadores
autorização do relator (será um ministro ou um
desembargador). Desembargadores dos TJ’s, TRF’s e
TRT’s
▪ Depois de anos sendo investigado em inquérito que
Membros do TRE
tramitava no STF, o Ministro Relator declinou a
Conselheiros dos Tribunais de STJ
competência para apurar os crimes porque os fatos
ocorreram antes de o investigado ser Deputado Contas
Federal; logo, aplica-se o entendimento firmado na Membros do MPU que oficiem
AP 937. O fato de as investigações estarem perto do
fim e de já terem demorado anos não servem como perante Tribunais
argumento jurídico válido para prorrogar a Juízes federais, militares e do
competência do STF. Apesar da efetiva evolução das trabalho
investigações, sob a supervisão do STF, não houve
Membros do MPU que atuam na TRF OU TRE
oferecimento de denúncia contra o agravante nem
encerramento da instrução processual penal. Logo, primeira instância
o marco temporal relativo à data de apresentação Juízes de Direito
das razões finais não foi alcançado. (STF,2020)
TJ
Retirado: http://dizerodireito.com/
Promotores e Procuradores de
Justiça
Espaço p/ anotações:
Prefeitos TJ, TRF OU
TRE
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NOVA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA


COMPETÊNCIA PARA JULGAR PREFEITOS MILITAR (LEI 13.491/2017). 2
ALTERAÇÕES NO CPM:
CRIMES TJ
COMUNS I - Art. 9o, II – autoriza a JM a julgar
ESTADUAIS crimes previstos na legislação
penal;
CRIMES TRF
COMUNS Art. 9o Consideram-se crimes
FEDERAIS militares, em tempo de paz:
II – os crimes previstos neste código
e os previstos na legislação penal,
CRIMES TRE quando praticados:
ELEITORAIS a) por militar em situação de atividade
ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado;
CRIMES TRF ou TJ a depender do
b) por militar em situação de atividade
DOLOSOS interesse, e não do júri. ou assemelhado, em lugar sujeito à
CONTRA VIDA administração militar, contra militar
da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;
PRÓPRIOS: infrações político-
c) por militar em serviço ou atuando
administrativas.
em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura,
Sanção aplicada: perda do cargo
ainda que fora do lugar sujeito à
(impeachment). CRIMES administração militar contra militar
CRIMES DE da reserva, ou reformado, ou civil;
Julgamento: Câmara Municipal.
RESPONSABILI- d) por militar durante o período de
DADE IMPRÓPRIOS: crimes comuns. manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou
Sanção aplicada: pena comum assemelhado, ou civil;
(ex, pena privativa de liberdade). e) por militar em situação de
Julgamento: TJ. atividade, ou assemelhado, contra o
patrimônio sob a administração
OBS1. Os crimes do Art. 1o do DL militar, ou a ordem administrativa
militar;
201/67 são comuns.

OBS2. O fato de ter havido a Rol exemplificativo de possíveis


extinção do mandato não impede crimes militares previstos na
a deflagração da persecução legislação penal (CP e Legislação
penal. Especial):
• Lei de Abuso de Autoridade
(413.869/2019);
• ECA (8.069/90);
JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS
• Lei de Licitações (8.666/93);
Crimes militares definidos em lei. • Lei de Tortura (9.455/97);
• Código de Trânsito (9.503/97);
Obs: CF faz ressalva quanto à • Crimes Ambientais (9.605/98);
CRIMES competência do Júri, quando a
• Estatuto do Desarmamento
vítima for civil.
(10.826/03).
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II - Art. 9o, §§ 1o e 2o - prevê a Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave


competência da Justiça Militar da nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao
União para julgar crimes dolosos território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de
CRIMES
contra vida, ainda que praticados aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo
contra civil.
correspondente ao território nacional, serão
processados e julgados pela justiça da comarca em
Militares dos Estados (Policiais CUJO TERRITÓRIO SE VERIFICAR O POUSO APÓS O
Militares, Corpo de Bombeiros, CRIME, ou pela da COMARCA DE ONDE HOUVER
Polícia Rodoviária Estadual). PARTIDO A AERONAVE.
PESSOAS

Obs: a condição deve ser aferida # Jurisprudencia correlata


no momento do delito.
Tem competência Cível para julgar Compete à Justiça Estadual julgar crime cometido
as ações judiciais contra atos a bordo de balão de ar quente tripulados. (STJ,
disciplinares militares. 2019)
COMPETÊNCIA
CÍVEL
Exemplo: PM pratica uma Art. 91. Quando INCERTA e não se determinar de
transgressão militar. Ele será acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90,
punido. Se o PM quiser questionar a competência se firmará pela PREVENÇÃO.
essa punição, quem vai apreciá-lo
é a Justiça Militar Estadual.
Jurisprudência em Teses
MINISTÉRIO MP Estadual (Promotor da Justiça
Ed. 72 - Competência Criminal
PÚBLICO Militar)
Súmula nº 53, STJ: Compete a justiça comum
1) Compete ao STJ o julgamento de revisão criminal
estadual processar e julgar CIVIL acusado de
prática de crime contra instituições militares quando a questão objeto do pedido revisional tiver
estaduais. sido examinada anteriormente por esta Corte.

2) A mera previsão do crime em tratado ou


CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES ESPECIAIS convenção internacional não atrai a competência da
Justiça Federal, com base no art. 109, inciso V, da
CF/88, sendo imprescindível que a conduta tenha ao
Art. 88. No processo por crimes praticados FORA do menos potencialidade para ultrapassar os limites
TERRITÓRIO BRASILEIRO, será competente o juízo da territoriais.
CAPITAL DO ESTADO onde houver POR ÚLTIMO
RESIDIDO O ACUSADO. Se este nunca tiver residido no 3) O fato de o delito ser praticado pela internet não
Brasil, será competente o juízo da Capital da atrai, automaticamente, a competência da Justiça
República. Federal, sendo necessário demonstrar a
internacionalidade da conduta ou de seus
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer
resultados.
embarcação nas águas territoriais da República, ou
nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de
4) Não há conflito de competência entre Tribunal de
embarcações nacionais, em alto-mar, serão
Justiça e Turma Recursal de Juizado Especial
processados e julgados pela justiça do PRIMEIRO
Criminal de um mesmo Estado, já que a Turma
PORTO BRASILEIRO EM QUE TOCAR A EMBARCAÇÃO,
Recursal não possui qualidade de Tribunal e a este é
após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do
subordinada administrativamente.
ÚLTIMO EM QUE HOUVER TOCADO.

5) É relativa a nulidade decorrente da inobservância


da competência penal por prevenção, que deve ser
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alegada em momento oportuno, sob pena de cultura indígenas, o que atrai a competência da
preclusão. Justiça Federal.
15) Compete a Justiça Federal processar e julgar os
6) A competência é determinada pelo lugar em que
crimes praticados contra funcionário público federal,
se consumou a infração (art. 70 do CPP), sendo
quando relacionados com o exercício da função.
possível a sua modificação na hipótese em que outro
(Súmula no 147/STJ)
local seja o melhor para a formação da verdade real.
16) Há conflito de competência, e não de atribuição,
7) Compete ao TRF ou ao TJ decidir os conflitos de sempre que a autoridade judiciária se pronuncia a
competência entre juizado especial e juízo comum respeito da controvérsia, acolhendo expressamente
da mesma seção judiciária ou do mesmo Estado. as manifestações do Ministério Público.

8) Compete à Justiça Federal o processo e 17) Compete ao Juízo das Execuções Penais do
julgamento unificado dos crimes conexos de Estado a execução das penas impostas a
competência federal e estadual, não se aplicando a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou
regra do art. 78, II, a, do CPP. (Súmula n. 122/STJ) Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos
sujeitos a Administração Estadual. (Súmula no
9) Inexistindo conexão probatória, não é da Justiça 192/STJ)
Federal a competência para processar e julgar
crimes de competência da Justiça Estadual, ainda 18) A mudança de domicílio pelo condenado que
que os delitos tenham sido descobertos em um cumpre pena restritiva de direitos ou que seja
mesmo contexto fático. beneficiário de livramento condicional não tem o
condão de modificar a competência da execução
10) No concurso de infrações de menor potencial penal, que permanece com o juízo da condenação,
ofensivo, afasta-se a competência dos Juizados sendo deprecada ao juízo onde fixa nova residência
Especiais quando a soma das penas ultrapassar 2 somente a supervisão e o acompanhamento do
anos. cumprimento da medida imposta.

11) Compete à Justiça Federal processar e julgar 19) A ofensa indireta, genérica ou reflexa praticada
crimes relativos ao desvio de verbas públicas em detrimento de bens, serviços ou interesse da
repassadas pela União aos municípios e sujeitas à União, de suas entidades autárquicas ou empresas
prestação de contas perante órgão federal. públicas federais não atrai a competência da Justiça
Federal (art. 109, IV, da CF/88).
12) Compete à Justiça Estadual processar e julgar
prefeito por desvio de verba transferida e
Espaço p/ anotações:
incorporada ao patrimônio municipal. (Súmula no.
209/STJ)

13) As atribuições da Polícia Federal não se


confundem com as regras de competência
constitucionalmente estabelecidas para a Justiça
Federal (arts. 108, 109 e 144, §1°, da CF/88), sendo
possível que uma investigação conduzida pela
Polícia Federal seja processada perante a Justiça
Estadual.

14) Compete a Justiça Comum Estadual processar e


julgar crime em que o índio figure como autor ou
vítima, desde que não haja ofensa a direitos e a
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TÍTULO VI - DAS QUESTÕES E PROCESSOS CLASSIFICAÇÃO DAS PREJUDICIAIS


INCIDENTES
QUANTO À NATUREZA

CAPÍTULO I - DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS


HOMOGÊNEA HETEROGÊNEA (PERFEITA)
(IMPERFEITA)

# SOBRE AS QUESTÕES PREJUDICIAIS


Prejudicial pertence ao Prejudicial pertence a ramo
mesmo ramo do Direito. do Direito distinto.
CONCEITO: questões que, embora não constituam o objeto
da ação principal, devem ser examinadas antes dessa, uma É uma questão de direito Ex: casamento na bigamia.
penal.
vez que sua decisão pode influenciar no julgamento do
mérito. Ex1: Receptação e crime
anterior. Podem ser apreciadas por
um juízo extrapenal.
NÃO SE CONFUNDEM COM QUESTÕES PREJUDICIAIS – Ex2: Lavagem de capitais
matérias nitidamente processuais, que, uma vez e crime antecedente.
reconhecidas, impedem, em regra, a análise do mérito. (não
Resolução: conexão.
influenciam)

QUANTO AO SISTEMA DE SOLUÇÕES DAS QUESTÕES


PREJUDICIAIS, O CPP ADOTA O SISTEMA ECLÉTICO (OU QUANTO AOS EFEITOS
MISTO)
OBRIGATÓRIAS FACULTATIVAS
QP heterogêneas relativas ao estado civil das pessoas:
sistema da prejudicialidade obrigatória.
Sempre suspende o De acordo com sua
Demais questões heterogêneas: sistema da processo até o trânsito conveniência, juiz pode ou
prejudicialidade facultativa. Exemplo: questão ligada ao em julgado. não suspender o processo
patrimônio – juiz decidirá se ele mesmo resolve a questão criminal, a fim de esperar a
Juízo penal não pode solução da questão
ou se remete ao juízo cível.
resolver a questão, não prejudicial pelo juízo
tendo discricionariedade extrapenal.
sobre isso.
Exemplo: Para condenar alguém por receptação é
necessário demonstrar que ele sabia ser a coisa produto Referem-se às questões Se ele não suspende, irá
de crime (questão prejudicial). O juiz jamais poderá de ESTADO DE PESSOAS decidir a questão prejudicial
condenar alguém por receptação sem antes reconhecer (paternidade, casamento, na sentença, de forma
que a coisa era produto de crime. idade, etc) incidental. Não será formada
coisa julgada, ou seja, caso o
Ex: no delito de bigamia, sujeito seja condenado e a
Obs: A suspensão do curso da ação penal, na prejudicial quando se questiona a sentença extrapenal decida
obrigatória ou facultativa, será decretada pelo juiz, de ofício validade do casamento de forma diversa, poderá se
na esfera cível. Trata-se valer da revisão criminal.
ou a requerimento das partes.
de uma questão
prejudicial séria,
devendo ser o processo
Espaço p/ anotações: obrigatoriamente É a aplicação do princípio da
suspenso, pois, por suficiência da ação penal.
óbvio, não se pode
condenar alguém por
bigamia, caso o juízo
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cível anule um dos Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração


casamento.
depender da solução de controvérsia, que o juiz repute
séria e fundada, sobre o ESTADO CIVIL DAS PESSOAS,
QUANTO À CONSEQUÊNCIA o CURSO DA AÇÃO PENAL FICARÁ SUSPENSO até que
no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença
TOTAL PARCIAL passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da
inquirição das testemunhas e de outras provas de
natureza urgente.
Elimina a TIPICIDADE do Atinge QUALIFICADORA ou
fato. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL.
São as questões prejudiciais obrigatórias ou
questões heterogêneas ligadas ao estado civil das
QUANTO À COMPETÊNCIA
pessoas. Suspendem obrigatoriamente o curso da
ação penal.
DEVOLUTIVA NÃO DEVOLUTIVA

Parágrafo único. Se for o crime de AÇÃO PÚBLICA, o


Resolvida na esfera Resolvida pelo próprio juízo MINISTÉRIO PÚBLICO, QUANDO NECESSÁRIO,
EXTRAPENAL. criminal.
PROMOVERÁ A AÇÃO CIVIL ou PROSSEGUIRÁ NA QUE
São exatamente as TIVER SIDO INICIADA, com a CITAÇÃO dos interessados.
homogêneas.

Se crime de ação penal privada, cabe somente ao


querelante ingressar ou prosseguir com a ação cível.

QUESTÃO PREJUDICIAL QUESTÃO PRELIMINAR Art. 93. Se o reconhecimento da existência da


infração penal depender de decisão SOBRE QUESTÃO
DIVERSA DA PREVISTA NO ARTIGO ANTERIOR, da
Questões que devem ser Fato processual ou de
avaliadas pelo juiz com mérito que impede que o juiz competência do juízo cível, e se neste houver sido
valoração penal ou aprecie o fato principal ou proposta ação para resolvê-la, o JUIZ CRIMINAL
extrapenal e devem ser uma questão principal. PODERÁ, DESDE QUE essa questão seja de DIFÍCIL
decididas antes do SOLUÇÃO e não verse sobre direito cuja prova a LEI
mérito da ação principal. CIVIL LIMITE, SUSPENDER O CURSO DO PROCESSO,
após a inquirição das testemunhas e realização das
Ligadas ao direito Ligadas ao direito outras provas de natureza urgente.
material (elementares da processual.
infração penal). São as questões prejudiciais facultativas ou
questões heterogêneas não ligadas ao estado civil
Gozam de autonomia. Sempre vinculadas ao das pessoas. Não suspendem obrigatoriamente o
processo criminal curso da ação penal. O juiz tanto pode devolver a
específico. questão quanto pode decidi-la incidentalmente, no
momento da sentença.
Decidida por um juízo Sempre decididas por um
penal ou extrapenal. juízo penal. § 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que PODERÁ
SER RAZOAVELMENTE PRORROGADO, se a demora não
Retirada do Código de Processo Penal comentado - Renato Brasileiro de Lima
for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz
- Juspodivm; cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará
prosseguir o processo, retomando sua competência
para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da
acusação ou da defesa.
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Exceção: Exceção de suspeição de juiz, que é julgada


pelo Tribunal, ou seja, se já é apreciada pelo tribunal,
não vai caber RESE.
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão NÃO
EXCEÇÕES EXCEÇÕES
caberá recurso.
PEREMPTÓRIAS DILATÓRIAS
Recurso da decisão que IRRECORRÍVEL
DENEGA SUSPENSÃO Produzem a EXTINÇÃO DO Buscam a
PROCESSO. São elas: PROCRASTINAÇÃO DO
Recurso da decisão que Recurso em Sentido PROCESSO. São elas:
CONCEDE SUSPENSÃO Estrito (RESE)
▪ Exceção de Litispendência;
▪ Exceção de
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime DE suspeição,
AÇÃO PÚBLICA, incumbirá ao MINISTÉRIO PÚBLICO ▪ Exceção de Coisa Julgada; impedimento,
INTERVIR IMEDIATAMENTE NA CAUSA CÍVEL, para o fim incompatibilidade;
de promover-lhe o rápido andamento. ▪ Exceção de Ilegitimidade
de Parte (ad causam). ▪ Exceção de
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos
incompetência;
dos artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de
ofício ou a requerimento das partes. Exemplo: MP oferece
denúncia por calúnia. É ▪ Exceção de
peremptória, pois extingue o Ilegitimidade de Parte
CAPÍTULO II - DAS EXCEÇÕES processo, sem que seja (ad processum).
obrigatória a propositura de
nova demanda (o que daria
Exceções são matéria de defesa em que são um caráter apenas dilatório Exemplo: Falso
alegadas determinadas questões processuais. à exceção). representante legal
Comumente, são apontadas a ausência de apresentando
pressupostos processuais ou de condições da ação, representação pela
a fim de procrastinar a análise do mérito ou impedir vítima. É dilatória, pois
o julgamento da demanda. pode o vício ser sanado,
dando prosseguimento
ao processo.
Art. 95. Poderão ser opostas as EXCEÇÕES de:
I - SUSPEIÇÃO;
#NÃOCONFUNDA #DESPENCAEMPROVA
II - INCOMPETÊNCIA de juízo;
III - LITISPENDÊNCIA; IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO INCOMPATIBILIDADE

IV - ILEGITIMIDADE DE PARTE;
Circunstância Circunstâncias Todas as razões
V - COISA JULGADA. objetiva, subjetivas, que afetam a
relacionada a relacionadas a imparcialidade do
fatos internos do fatos externos Juiz e que não
processo, capaz capazes de estão incluídas
# Comentários prejudicar
de prejudicar a entre as causas de
Exceções serão processadas em autos apartados e, imparcialidade do imparcialidade impedimento e
juiz. Presente do Juiz suspeição.
em regra, não suspendem o processo, SALVO: (presunção
uma delas, há
I - Juiz se declara SUSPEITO (de ofício); presunção relativa).
absoluta de
II - Relator pode suspender, quando ambas as partes parcialidade do
entendem que o Juiz é suspeito. juiz. Rol do art.
Regra: contra todos os julgamentos de exceções 254.
Rol do art. 252.
cabe RESE, pois são julgadas por juiz de 1º grau.
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# Jurisprudência correlata § 2o Se a suspeição for de manifesta improcedência,


o juiz ou relator a rejeitará liminarmente.
A pendência de julgamento de litígio no exterior não
Art. 101. Julgada PROCEDENTE A SUSPEIÇÃO, ficarão
impede, por si só, o processamento da ação penal no
NULOS os atos do processo principal, pagando o juiz as
Brasil, não configurando bis in idem. (Info 656, STF)
custas, no caso de erro inescusável; rejeitada,
evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será
Art. 96. A argüição de SUSPEIÇÃO PRECEDERÁ A
imposta a multa de duzentos mil-réis a dois contos de
QUALQUER OUTRA, SALVO quando fundada em MOTIVO
réis.
SUPERVENIENTE.
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição
procedência da argüição, poderá ser sustado, a seu
deverá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e
requerimento, o processo principal, até que se julgue o
remeterá imediatamente o processo ao seu substituto,
incidente da suspeição.
intimadas as partes.
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender
de Apelação, o juiz que se julgar suspeito deverá
RECUSAR O JUIZ, deverá fazê-lo em petição assinada
declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o feito ao
por ELA PRÓPRIA ou por PROCURADOR COM PODERES
seu substituto na ordem da precedência, ou, se for
ESPECIAIS, aduzindo as suas razões acompanhadas de
relator, apresentar os autos em mesa para nova
prova documental ou do rol de testemunhas.
distribuição.

ATENÇÃO: A procuração com poderes especiais é § 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de
necessária, inclusive, para defensores públicos , que, dar-se por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na
conforme LC 80/94, não necessitam de procuração para sessão de julgamento, registrando-se na ata a
a prática de atos judiciais. Contudo, quando a própria lei declaração.
exige poderes especiais na procuração, o defensor
público precisa dela. § 2o Se o presidente do tribunal se der por suspeito,
competirá ao seu substituto designar dia para o
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a julgamento e presidi-lo.
marcha do processo, mandará juntar aos autos a
petição do recusante com os documentos que a § 3o Observar-se-á, quanto à argüição de suspeição
instruam, e por despacho se declarará suspeito, pela parte, o disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for
ordenando a remessa dos autos ao substituto. aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer, o que
estabelece este artigo.
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará
autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro § 4o A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada
em 3 DIAS, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, pelo tribunal pleno, funcionando como relator o
e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção presidente.
remetidos, dentro em 24 HORAS, ao juiz ou tribunal a
quem competir o julgamento. § 5o Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator
será o vice-presidente.
§ 1o Reconhecida, preliminarmente, a relevância da
argüição, o juiz ou tribunal, com citação das partes, Art. 104. Se for argüida a SUSPEIÇÃO do órgão do
marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas, MINISTÉRIO PÚBLICO, o juiz, DEPOIS DE OUVI-LO,
seguindo-se o julgamento, independentemente de mais decidirá, sem recurso, PODENDO antes admitir a
alegações. PRODUÇÃO DE PROVAS no prazo de 3 DIAS.
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Art. 105. As partes poderão também argüir de suspeitos não afetam a ação penal. Lembre-se que, ressalvadas
os peritos, os intérpretes e os serventuários ou as provas irrepetíveis, cautelares e antecipadas, nos
funcionários de justiça, decidindo o juiz de plano e sem termos do art. 155 do CPP, não há propriamente
recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata. produção de provas na fase inquisitorial, mas apenas
colheita de elementos informativos para subsidiar a
Art. 106. A SUSPEIÇÃO dos JURADOS deverá ser convicção do Ministério Público quanto ao oferecimento
argüida ORALMENTE, decidindo de plano do presidente (ou não) da denúncia. Também por isso, o inquérito é
do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo uma peça facultativa, como se depreende do art. 39, §
recusado, não for imediatamente comprovada, o que 5º, do CPP. Com efeito todos os elementos colhidos no
tudo constará da ata. inquérito, quando integram a acusação e são
considerados pela sentença, submetem-se ao
Art. 107. NÃO SE PODERÁ OPOR SUSPEIÇÃO ÀS contraditório no processo judicial, e é este o locus
AUTORIDADES POLICIAIS nos atos do inquérito, mas adequado para rebatê-los. Também as provas
DEVERÃO ELAS DECLARAR-SE SUSPEITAS, quando irrepetíveis, cautelares e antecipadas passam pelo
ocorrer motivo legal. crivo do contraditório, ainda que de forma diferida,
cabendo à defesa o ônus de apontar possíveis vícios
Perceba que as partes não podem alegar a suspeição processuais e apresentar suas impugnações fáticas.
da Autoridade Policial, no entanto, ela deve se declarar Por isso, como resta preservada a ampla possibilidade
suspeita (de ofício), caso haja algum motivo legal. de debate dos elementos de prova em juízo, é correto
manter incólume o processo mesmo diante de alguma
irregularidade cometida na fase inquisitorial (desde
# Jurisprudência Correlata (08/2021)
que, é claro, não tenham sido descumpridas regras de
licitude da atividade probatória). (Info 704, STJ).
A ausência de afirmação da autoridade policial de sua
própria suspeição não eiva de nulidade o processo
# Jurisprudência Correlata (09/2021)
judicial por si só, sendo necessária a demonstração do
prejuízo suportado pelo réu.
A quinta turma do STJ decidiu que a suspeição de
delegado que atuou na investigação não basta para
Fundamentação: Tal previsão é bastante criticada em
anular ação penal.
sede doutrinária, mormente pela contradição que
encerra: se a autoridade deverá pronunciar sua
A prova de suspeição de autoridade policial que atuou
suspeição, soa paradoxal, em certa medida, impedir que
no inquérito, sem a demonstração de prejuízo para o
a parte investigada a aponte no IPL. De todo modo, tendo
réu, não é motivo para anular o processo judicial.
em vista a dicção legal - que permanece válida e
vigente, inexistindo declaração de sua não recepção
Com base nesse entendimento, a Quinta Turma do
pelo STF -, seu teor segue aplicável. Uma solução
Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade,
possível para a parte que se julgue prejudicada é
negou provimento ao recurso especial interposto por
buscar, na esfera administrativa, o afastamento da
um homem que ajuizou revisão criminal após descobrir
autoridade suspeita. Assim, o descumprimento do art.
que um delegado envolvido na investigação contra ele é
107 do CPP - quando a autoridade policial deixa de
filho de um suspeito, o qual não foi indiciado nem
afirmar sua própria suspeição - não eiva de nulidade o
investigado.
processo judicial por si só, sendo necessária a
demonstração do prejuízo suportado pela parte ré. Vale
Relator do recurso, o ministro Ribeiro Dantas afirmou
ressaltar que, segundo a tradicional compreensão
que possíveis irregularidades no inquérito não afetam a
doutrinária e pretoriana hoje predominante, o inquérito
ação penal. "Não há propriamente produção de provas
é uma peça de informação, destinada a auxiliar a
na fase inquisitorial, mas apenas colheita de elementos
construção da opinio delicti do órgão acusador. Por
informativos para subsidiar a convicção do Ministério
conseguinte, possíveis irregularidades nele ocorridas
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Público quanto ao oferecimento (ou não) da denúncia.


Também por isso, o inquérito é uma peça facultativa",
#REVISE A EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO
observou.
Objetivam afastar o juiz do processo
*** O número deste processo não foi divulgado em razão
de segredo judicial. Precederá a qualquer outra, salvo se
PRIORIDADE fundada em motivo superveniente.

Art. 108. A exceção de INCOMPETÊNCIA do juízo poderá


Juiz que espontaneamente se julgar
ser oposta, VERBALMENTE ou por ESCRITO, no prazo de
JUIZ PODE suspeito, deve fazê-lo por escrito,
defesa. DECLARAR declarando o motivo legal, e remeterá
DE OFÍCIO imediatamente processo ao substituto,
§ 1o Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a intimadas as partes.
declinatória, o feito será remetido ao juízo competente,
onde, ratificados os atos anteriores, o processo Qualquer das partes pode recusar o juiz,
prosseguirá. por petição assinada por ela própria ou
LEGITIMIDADE por procurador com poderes especiais,
o E MODO aduzindo razões com prova documental
§ 2 Recusada a incompetência, o juiz continuará no
ou do rol de testemunhas.
feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se
formulada verbalmente.

Sustará a marcha do processo


Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz
JUIZ (suspende processo). Por despacho, se
reconhecer motivo que o torne incompetente, declará- RECONHECEU declara suspeito e remete os autos ao
lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte, SUSPEIÇÃO substituto.
prosseguindo-se na forma do artigo anterior.

Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade Autua em apartado a petição e dará sua
de parte e coisa julgada, será observado, no que Ihes for resposta em 3 dias, podendo instruí-la e
aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência oferecer testemunhas, e, em seguida,
determinará sejam os autos da exceção
do juízo.
remetidos, dentro em 24 horas, ao juiz
ou tribunal a quem competir o
§ 1o Se a parte houver de opor mais de uma dessas julgamento.
exceções, deverá fazê-lo numa só petição ou articulado.

§ 2o A exceção de coisa julgada somente poderá ser JUIZ NÃO ▪ Reconhecida, preliminarmente, a
oposta em relação ao fato principal, que tiver sido objeto RECONHECEU relevância da arguição, Juiz|Tribunal,
SUSPEIÇÃO com citação das partes, marcará dia e
da sentença.
hora para inquirição das testemunhas,
seguindo-se o julgamento, independ. de
Art. 111. As exceções serão processadas em AUTOS mais alegações.
APARTADOS e NÃO SUSPENDERÃO, EM REGRA, o
ANDAMENTO DA AÇÃO PENAL.
▪ Suspeição manifestamente
improcedente? Juiz ou relator a
Espaço p/ anotações: rejeitará liminarmente.
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São nulos os atos do processo principal, SUSPEIÇÃO DOS


SUSPEIÇÃO pagando o juiz as custas, no caso de PERITOS,
Possível. Decidindo o juiz de plano e
JULGADA erro inescusável; rejeitada, INTÉRPRETES E
PROCEDENTE sem recurso, à vista da matéria
evidenciando-se a malícia do excipiente, SERVENT. OU
alegada e prova imediata.
a este será imposta a multa. FUNC. DE
JUSTIÇA
PARTE Processo principal pode ser suspenso, a
CONTRÁRIA
seu requerimento, até julgamento da Não se pode opor suspeição à
RECONHECEU
PROCEDÊNCIA suspeição. Autoridade Policial nos atos do IPL,
SUSPEIÇÃO DOS
mas deverão elas declarar-se
DELTAS
Juiz que se julgar suspeito deve suspeitas, quando ocorrer motivo
declará-lo nos autos. legal.

Se for revisor: passa o feito ao seu # MORAL DA HISTÓRIA


substituto na ordem da precedência,
Pode ser OPOSTA A SUSPEIÇÃO DE TODO MUNDO, MENOS DO
Se for relator: apresentar os autos em DELEGADO.
mesa para nova distribuição.

Se não for relator nem revisor? Deve


SUSPEIÇÃO declarar-se suspeito verbalmente, na
NO STF E NO sessão de julgamento. #REVISE A EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
TJ
▪ PR do tribunal se dá por suspeito?
Verbalmente ou por escrito, no
Substituto designar dia para julgamento prazo de defesa.
e presidi-lo. MODO
Não necessita de petição específica,
▪ Suspeição, não sendo reconhecida, podendo ser realizada nos próprios
será julgada pelo tribunal pleno, autos ou até oralmente.
funcionando PR como relator.
DECLINATÓRIA Se ouvido o MP, for aceita a
▪ Recusado é PR do tribunal? Relator ACEITA declinatória, feito será remetido ao
será VICE-PR. juízo competente, onde, ratificados
(MP é OUVIDO) os atos anteriores, processo
prossegue.

Juiz continuará no feito, fazendo


Juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, tomar por termo a declinatória, se
sem recurso, podendo antes admitir DECLINATÓRIA formulada verbalmente.
RECUSADA
a produção de provas no prazo de 3
Obs. Não há recurso previsto em lei
dias. contra essa decisão. Só HC.
SUSPEIÇÃO DO Súmula 234, STJ: A participação de
MP membro do Ministério Público na Se em qualquer fase do processo o
juiz reconhecer motivo que o torne
fase investigatória criminal não
incompetente, declará-lo-á nos
acarreta o seu impedimento ou
RECONHECIMENTO autos, haja ou não alegação da
suspeição para o oferecimento da DE OFÍCIO E EM parte.
denúncia. QUALQUER
FASE DO Incompetência absoluta: pode ser
PROCESSO arguida até mesmo depois do TJ de
Deve ser arguida oralmente, sentença condenatória ou
decidindo de plano o Presidente do absolutória imprópria.
SUSPEIÇÃO DOS
Tribunal do Júri, que a rejeitará se,
JURADOS Incompetência relativa: há
negada pelo recusado, não for
controvérsia acerca do
imediatamente comprovada. reconhecimento de ofício pelo juiz.
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CAPÍTULO III - DAS INCOMPATIBILIDADES E


#SELIGANADIFERENÇA #NÃOCONFUNDA IMPEDIMENTOS

Mesmo acusado responde a 2 ou mais Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os
processos distintos, pelo mesmo fato,
serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou
independentemente da classificação
intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando
típica que lhe seja atribuída. (bis in
idem)
houver incompatibilidade ou impedimento legal, que
LITISPENDÊNCIA
declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a
No processo penal, exige só que incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido
acusado seja o mesmo, não se exigindo
pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para
que parte autora seja a mesma.
a exceção de suspeição.
STJ/2019: A pendência de julgamento
de litígio no exterior não impede, por si
CAPÍTULO IV - DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO
só, o processamento da ação penal no
Brasil, não configurando bis in idem.
Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-
Ilegitimidade ad causam e ilegitimidade se-ão não só pela exceção própria, como também pelo
ad processum. conflito positivo ou negativo de jurisdição.

Declarada de ofício ou a requerimento.


Art. 114. HAVERÁ CONFLITO DE JURISDIÇÃO:
“Ad causam” (condição da ação):
Ilegitimidade para estar em 1 dos polos I - quando 2 ou mais autoridades judiciárias se
da demanda. considerarem COMPETENTES (CONFLITO POSITIVO), ou
Ex: MP denunciando em ação penal INCOMPETENTES (CONFLITO NEGATIVO), para conhecer
ILEGITIMIDADE privada. do mesmo fato criminoso;
DE PARTE
Natureza peremptória: Se procedente,
II - quando entre elas surgir CONTROVÉRSIA sobre
gera nulidade da ação desde início.
UNIDADE DE JUÍZO, JUNÇÃO ou SEPARAÇÃO DE
“Ad processum” (pressuposto PROCESSOS.
processual de validade):

Ilegitimidade para estar em juízo. Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:

Ex: Menor de 18 anos oferecendo


I - pela PARTE INTERESSADA;
queixa.

Natureza dilatória: Se procedente, II - pelos órgãos do MINISTÉRIO PÚBLICO junto a


impõe necessidade de ratificação do qualquer dos juízos em dissídio;
ato para sanar vícios.
III - por QUALQUER dos JUÍZES ou TRIBUNAIS em
Imutabilidade do conteúdo de uma causa.
decisão judicial, tanto dentro (CJ
Formal) quanto fora do processo em
COISA
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de
que foi proferida (CJ Material).
JULGADA representação, e a parte interessada, sob a de
Exceção de CJ SOMENTE pode ser requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do
oposta em relação ao FATO conflito, perante o tribunal competente, expondo os
PRINCIPAL, que foi objeto da sentença.
fundamentos e juntando os documentos
comprobatórios.
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§ 1o Quando NEGATIVO o conflito, os juízes e tribunais


poderão SUSCITÁ-LO NOS PRÓPRIOS AUTOS do § 1o Se DUVIDOSO ESSE DIREITO, o pedido de restituição
processo. AUTUAR-SE-Á EM APARTADO, assinando-se ao
requerente o prazo de 5 DIAS para a prova. Em tal caso,
§ 2o Distribuído o feito, se o CONFLITO FOR POSITIVO, o só o juiz criminal poderá decidir o incidente.
relator PODERÁ DETERMINAR IMEDIATAMENTE QUE SE
SUSPENDA O ANDAMENTO DO PROCESSO. § 2o O incidente autuar-se-á também em apartado e só
a autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem
§ 3o Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será
requisitará informações às autoridades em conflito, intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo
remetendo-lhes cópia do requerimento ou igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro 2
representação. dias para arrazoar.

§ 4o As informações serão prestadas no prazo marcado § 3o Sobre o PEDIDO DE RESTITUIÇÃO SERÁ SEMPRE
pelo relator. OUVIDO O MINISTÉRIO PÚBLICO.

§ 5o Recebidas as informações, e depois de ouvido o § 4o Em caso de DÚVIDA SOBRE QUEM SEJA O


procurador-geral, o conflito será decidido na primeira VERDADEIRO DONO, o juiz remeterá as partes para o
sessão, salvo se a instrução do feito depender de juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos
diligência. de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se
for pessoa idônea.
§ 6o Proferida a decisão, as cópias necessárias serão
remetidas, para a sua execução, às autoridades contra DIREITO À RESTITUIÇÃO DÚVIDA SOBRE VERDADEIRO
as quais tiver sido levantado o conflito ou que o DUVIDOSO DONO
houverem suscitado. JUIZ CRIMINAL DECIDE. JUÍZO CÍVEL DECIDE.

Art. 117. O STF, mediante AVOCATÓRIA, § 5o Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis,


RESTABELECERÁ A SUA JURISDIÇÃO, sempre que serão avaliadas e levadas a leilão público, depositando-
exercida por qualquer dos juízes ou tribunais inferiores. se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as
detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de
CAPÍTULO V - DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS responsabilidade.
APREENDIDAS
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com
os proventos da infração, aplica-se o disposto
Art. 118. ANTES DE TRANSITAR EM JULGADO a
no art. 133 e seu parágrafo.
sentença final, as COISAS APREENDIDAS NÃO
PODERÃO SER RESTITUÍDAS ENQUANTO
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no Art. 120, as coisas
INTERESSAREM AO PROCESSO.
apreendidas serão alienadas nos termos do disposto no
Art. 133 deste Código. (Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do
Código Penal NÃO PODERÃO SER RESTITUÍDAS, mesmo
Parágrafo único. (Revogado). (Lei nº 13.964, de 2019)
depois de transitar em julgado a sentença final, SALVO
se pertencerem ao LESADO ou a TERCEIRO DE BOA-FÉ.
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos
anteriores, se dentro no prazo de 90 DIAS, a contar da
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser
data em que transitar em julgado a sentença final,
ORDENADA PELA AUTORIDADE POLICIAL ou JUIZ,
condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos
mediante termo nos autos, DESDE QUE NÃO EXISTA
não forem reclamados ou não pertencerem ao réu,
DÚVIDA quanto ao direito do reclamante.
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serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à dilação


probatória)
disposição do juízo de ausentes. NÃO CONFUNDIR DIREITO DUVIDOSO
COM VERDADEIRO DONO.
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor
da União for decretada, e as coisas confiscadas, de
acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal, Sobre pedido de restituição, MP será
OITIVA DO MP
serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se SEMPRE ouvido.
houver interesse na sua conservação.
COISAS Avaliadas e leilão público, depositando
Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento FACILMENTE dinheiro apurado,ou entregues ao 3o
DETERIORÁVEIS que as detinha, se idôneo e assinar
de obras de arte ou de outros bens de relevante valor
cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima termo de responsabilidade
determinada, poderá haver destinação dos bens a
APREENSÃO DE
MUSEUS PÚBLICOS. (2019).
COISA ADQUIRIDA
C/ PROVENTOS DA
Avaliadas e leilão público
INFRAÇÃO
#REVISE A RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS

90 dias do TJ da sentença, condenatória


Antes do TJ, coisas apreendidas não ou absolutória e objetos apreendidos
RESTITUIÇÃO podem ser restituídas enquanto FORA DOS CASOS não foram reclamados ou não
interessarem ao processo. ACIMA pertencerem ao réu? Leilão,
depositando saldo à disposição do juízo
de ausentes.
Coisas a que se referem os arts. 74 e
100 do CP não podem ser restituídas, INSTRUMENTOS
NÃO PODEM SER
mesmo depois de transitar em julgado DO CRIME, CUJA
RESTITUIDAS
a sentença final, salvo se pertencerem PERDA EM FAVOR Inutilizados ou recolhidos a museu
ao lesado ou a 3o de boa-fé. DA UNIÃO FOR criminal, se houver interesse na sua
DECRETADA E conservação.
COISAS
QUEM PODE Delegado ou JUIZ, mediante termo nos CONFISCADAS
ORDENAR autos, desde que não exista dúvida
PERDIMENTO DE
RESTITUIÇÃO quanto ao direito do reclamante.
OBRAS DE ARTE
OU DE OUTROS Se o crime não tiver vítima
BENS DE determinada, poderá haver destinação
DIREITO Pedido autuado em apartado, e
RELEVANTE dos bens a museus públicos.
DUVIDOSO requerente tem 5 dias para prova. Aqui, VALOR CULTURAL
(Só juiz criminal só juiz criminal pode decidir incidente. OU ARTÍSTICO
pode decidir) Delegado não.

Espaço p/ anotações:
Pedido autuado em apartado. Será
COISAS
intimado para provar o seu direito, em
APREENDIDAS EM
prazo igual e sucessivo ao do
PODER DE 3O DE
BOA-FÉ. reclamante, tendo um e outro 2 dias
para arrazoar. Só Juiz pode decidir.

DÚVIDA SOBRE Juiz remete partes para o JUÍZO CÍVEL,


VERDADEIRO
ordenando depósito em mão de
DONO
depositário ou do próprio 3o que as
(Dúvida:
detinha, se idôneo.
necessidade de
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CAPÍTULO VI - DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS proveito do crime, dos bens


correspondentes à diferença entre o
valor do patrimônio do condenado e
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS aquele que seja compatível com o seu
rendimento lícito. (A doutrina tem
São medidas cautelares de natureza chama de “CONFISCO ALARGADO”)
patrimonial (reais) que visam
§ 1º Para efeito da perda prevista no
CONCEITO preservar o patrimônio do acusado
caput deste artigo, entende-se por
para que possa suportar efeitos da
patrimônio do condenado todos os
condenação.
bens:

Art. 91: São efeitos da condenação: I - de sua titularidade, ou em relação


aos quais ele tenha o domínio e o
I - tornar certa a obrigação de benefício direto ou indireto, na data da
indenizar o dano causado pelo crime; infração penal ou recebidos
posteriormente; e
II - a PERDA em favor da União,
ressalvado o direito do lesado ou de II - transferidos a terceiros a título
terceiro de boa-fé: (CONFISCO) gratuito ou mediante contraprestação
EFEITOS DA irrisória, a partir do início da atividade
a) dos INSTRUMENTOS DO CRIME, criminal.
CONDENAÇÃO
desde que consistam em coisas cujo
(ART. 91 E 91-A
fabrico, alienação, uso, porte ou § 2º O condenado poderá demonstrar
DO CP)
detenção constitua fato ilícito; a inexistência da incompatibilidade ou
a procedência lícita do patrimônio.
b) do PRODUTO DO CRIME (PRODUTO
EFEITOS DA DIRETO, ex, dinheiro obtido com venda § 3º A perda prevista neste artigo
CONDENAÇÃO de droga) ou de QUALQUER BEM OU deverá ser requerida expressamente
(ART. 91 E 91-A VALOR que constitua PROVEITO pelo Ministério Público, por ocasião
DO CP) auferido pelo agente com a prática do do oferecimento da denúncia, com
fato criminoso (PRODUTO INDIRETO, indicação da diferença apurada.
ex, casa comprada com o dinheiro da
venda da droga). § 4º Na sentença condenatória, o juiz
deve declarar o valor da diferença
§ 1º Poderá ser decretada a perda de apurada e especificar os bens cuja
bens ou valores equivalentes ao perda for decretada.
produto ou proveito do crime quando
estes não forem encontrados ou § 5º Os instrumentos utilizados para a
quando se localizarem no exterior. prática de crimes por organizações
criminosas e milícias deverão ser
§ 2º Na hipótese do § 1o, as medidas declarados perdidos em favor da
assecuratórias previstas na União ou do Estado, dependendo da
legislação processual poderão Justiça onde tramita a ação penal,
abranger bens ou valores ainda que não ponham em perigo a
equivalentes do investigado ou segurança das pessoas, a moral ou a
acusado para posterior decretação de ordem pública, nem ofereçam sério
perda. risco de ser utilizados para o
cometimento de novos crimes.
Art. 91-A (Incluído pelo Pacote
Anticrime). Na hipótese de PRINCÍPIO DA
condenação por infrações às quais a Deferimento só através de
JURISDICIONALI-
lei comine pena máxima superior a 6 autorização judicial.
DADE
ANOS DE RECLUSÃO, poderá ser
decretada a perda, como produto ou
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Como são medidas cautelares, estão


sujeitas aos pressupostos do art. 282 SEQUESTRO
quais sejam:
Medida cautelar de indisponibilidade
I - Fumus comissi delicti:
de bens em que o exercício do
plausibilidade do direito de punir,
PRESSUPOSTOS CONCEITO contraditório poderá ser postergado
evidenciada pela prova da existência
para evitar a dissipação do
do crime e pelos indícios de autoria.
patrimônio
II - Periculum libertatis: perigo que a
demora pode produzir quanto aos Confisco de bens e reparação do
bens do indivíduo. CARACTERÍSTICAS
dano causado pelo delito.

I - Assegurar confisco como efeito da


Recai sobre produto
condenação;
indireto (resultado
II - Garantir futura indenização ou da transformação
reparação do dano vítima da infração do produto direto).
OBJETIVOS SEQUESTRO
penal. Ex: casa ou lancha
NÃO CONFUNDA comprado com
III - Pagamento das despesas COM A BUSCA E dinheiro das drogas.
processuais ou das penas pecuniárias APREENSÃO
ao Estado.
BUSCA E Recai sobre o
APREENSÃO produto direto do
MUITO Crimes de lavagem de capitais, delito (ex.: dinheiro
PRESENTE NOS das drogas).
SEGUINTES Crimes contra sistema financeiro
CRIMES nacional. BEM DE FAMÍLIA
Não está sujeito às restrições
ADQUIRIDO COM
legais. Pode ser objeto de
PRODUTO DO
sequestro e hipoteca legal.
DELITO
Art. 125. Caberá o SEQÜESTRO dos BENS IMÓVEIS,
ADQUIRIDOS pelo indiciado com os PROVENTOS DA É mais comum o sequestro em
APLICA-SE A
bens móveis (a exemplo de uma
INFRAÇÃO, AINDA QUE JÁ TENHAM SIDO BENS IMÓVEIS E
lancha), mas é perfeitamente
TRANSFERIDOS A TERCEIRO. MÓVEIS
possível ocorrer em bens imóveis.

Espaço p/ anotações: MOMENTO


Durante a investigação criminal ou
ADEQUADO (ART.
durante o processo penal.
127)

Só é cabível um único fundamento:


EMBARGOS DO
ausência de referibilidade, que
ACUSADO
consiste na demonstração de que
(ART. 130, I) aquele bem que está sendo
apreendido não foi adquirido com
os proventos da infração.

EMBARGOS DE
TERCEIRO Terceiro é uma pessoa
ESTRANHO À completamente estranha a infração
INFRAÇÃO PENAL
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(ART. 129) penal, que não tem relação com o


acusado. Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a
Exemplo: acusado possui o
existência de INDÍCIOS VEEMENTES DA PROVENIÊNCIA
apartamento no 102 no Edifício X, ILÍCITA DOS BENS.
sequestra-se o apartamento no 101
de João, que não possuía nenhuma Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
relação com o delito e nem com o Público ou do ofendido, ou mediante representação da
acusado. Diante disso, João poderá autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em
embargar, seguindo o art. 129 do QUALQUER FASE DO PROCESSO ou ainda ANTES DE
CPP (o regramento será dado pelos
OFERECIDA A DENÚNCIA OU QUEIXA.
arts.674, 675 do CPC).

Pela letra da lei, observe que o Juiz, de ofício pode


Trata-se de pessoa que não é ordenar o sequestro, mesmo antes de oferecida a
EMBARGOS DE totalmente estranha à infração
denúncia ou queixa. agora a hipoteca legal, em regra,
TERCEIRO QUE penal, uma vez que adquiriu o bem
COMPROU DE
só pode ser requerida pelo ofendido. MP só quando o
de boa-fé do acusado.
BOA-FÉ O BEM DO ofendido for pobre e o requerer. Resta saber se esse
ACUSADO Destaca-se que a aquisição do bem entendimento continua valendo após o advento da Lei
(ART. 130, II) deverá ter sido onerosa, não se do Pacote Anticrime. Acreditamos que o nosso
admite por meio de doação. sistema acusatório não permite mais essa atuação
judicial proativa no processo penal. Porém, é
importante memorizar a redação do art. 127 para fins
de prova.
#SELIGANADIFERENÇA #DESPENCAEMPROVA

SEQUESTRO ESPECIALIZAÇÃO E Art. 128. Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua


REGISTRO DE HIPOTECA inscrição no Registro de Imóveis.
LEGAL
Art. 129. O seqüestro autuar-se-á em APARTADO e
Em qualquer fase Apenas durante o
admitirá EMBARGOS DE TERCEIRO.
(inquérito ou processo.
processo).
Art. 130. O seqüestro PODERÁ AINDA SER EMBARGADO:
Bens móveis ou Bens Imóveis. I - pelo ACUSADO, sob o fundamento de não terem os
imóveis. bens sido adquiridos com os proventos da infração;
Pode ser decretado de Não pode ser decretado
II - pelo TERCEIRO, a quem houverem os bens sido
ofício (apenas na fase de ofício.
transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-
processual).
los adquirido de boa-fé.
Há o confisco de bens. Não possui finalidade de Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão
confisco. nesses embargos antes de passar em julgado a
Recai sobre o sentença condenatória.
patrimônio ilícito, Recai apenas sobre o
podendo, em Exigência de TJ da sentença condenatória, não se
patrimônio lícito.
determinados casos aplica ao 3º inteiramente estranho ao fato criminoso.
(bens no exterior,
bens não Perceba que acusado só pode fundamentar seus
encontrados), recair embargos na alegação de que os bens sequestrados
sobre o lícito também. não foram adquiridos com os proventos do crime. É
dizer: não cabe aqui entrar no mérito da sua autoria ou
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materialidade, mas apenas comprovar que os bens


sequestrados foram adquiridos com valores lícitos. § 1º O ÓRGÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA PARTICIPANTE
Exemplo: Trabalhou para comprar. Dinheiro de DAS AÇÕES de investigação ou repressão da infração
herança. penal que ensejou a constrição do bem terá
PRIORIDADE na sua utilização.
Art. 131. O seqüestro será LEVANTADO:
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o
I - se a AÇÃO PENAL NÃO for INTENTADA no prazo de interesse público, o juiz PODERÁ autorizar o uso do bem
60 DIAS, contado da data em que ficar concluída a pelos DEMAIS ÓRGÃOS PÚBLICOS.
diligência;
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for
II - se o TERCEIRO, a quem tiverem sido transferidos os VEÍCULO, EMBARCAÇÃO OU AERONAVE, o juiz ordenará
bens, PRESTAR CAUÇÃO que assegure a aplicação do à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e
disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal; controle a expedição de CERTIFICADO PROVISÓRIO DE
REGISTRO E LICENCIAMENTO em favor do órgão público
III - se for julgada EXTINTA A PUNIBILIDADE ou beneficiário, o qual estará ISENTO DO PAGAMENTO de
ABSOLVIDO O RÉU, por SENTENÇA TRANSITADA EM multas, encargos e tributos anteriores à
JULGADO. disponibilização do bem para a sua utilização, que
deverão ser cobrados de seu responsável.
Art. 132. Proceder-se-á ao seqüestro dos BENS MÓVEIS
se, verificadas as condições previstas no art. 126, não § 4º TRANSITADA EM JULGADO A SENTENÇA PENAL
for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll CONDENATÓRIA COM A DECRETAÇÃO DE PERDIMENTO
deste Livro. DOS BENS, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de
boa-fé, o juiz poderá determinar a TRANSFERÊNCIA
Art. 133. Transitada em julgado a sentença DEFINITIVA DA PROPRIEDADE ao órgão público
condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do beneficiário ao qual foi custodiado o bem.
interessado ou do Ministério Público, determinará a
avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo Art. 134. A HIPOTECA LEGAL sobre os imóveis do
perdimento tenha sido decretado. (2019) indiciado poderá ser requerida pelo OFENDIDO em
QUALQUER FASE DO PROCESSO, desde que haja
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres CERTEZA DA INFRAÇÃO e INDÍCIOS SUFICIENTES DA
públicos o que não couber ao lesado ou a terceiro de AUTORIA.
boa-fé.
HIPOTECA LEGAL
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo
Penitenciário Nacional, exceto se houver previsão Direito real de garantia sobre o
diversa em lei especial. imóvel para assegurar obrigação de
cunho patrimonial, sem que a ocorra
Art. 133-A. O juiz PODERÁ AUTORIZAR, constatado o transferência do bem gravado para
INTERESSE PÚBLICO, a UTILIZAÇÃO DE BEM CONCEITO credor, assegurando que acusado
tenha patrimônio para indenizar
SEQUESTRADO, APREENDIDO OU SUJEITO A
dano causado pela infração penal e
QUALQUER MEDIDA ASSECURATÓRIA PELOS ÓRGÃOS
e garantir o pagamento das custas
DE SEGURANÇA PÚBLICA previstos no art. 144 da processuais.
Constituição Federal, do SISTEMA PRISIONAL, do
SISTEMA SOCIOEDUCATIVO, da FORÇA NACIONAL DE
SEGURANÇA PÚBLICA e do INSTITUTO GERAL DE
PERÍCIA, para o desempenho de suas atividades. (2019)
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das partes NÃO se conformar com o arbitramento


Pelo fato de recair sobre bens
CARÁTER anterior à sentença condenatória.
imóveis obtidos licitamente pelo
SUBSIDIÁRIO
acusado. § 6o Se o RÉU OFERECER CAUÇÃO SUFICIENTE, em
dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo valor de
JUIZ NÃO PODE
Só a requerimento do ofendido. sua cotação em Bolsa, o JUIZ PODERÁ DEIXAR DE
DECRETAR DE
MANDAR PROCEDER À INSCRIÇÃO DA HIPOTECA
OFÍCIO
LEGAL.

Art. 135. Pedida a especialização mediante Art. 136. O ARRESTO DO IMÓVEL poderá ser decretado
requerimento, em que a parte estimará o valor da de INÍCIO, revogando-se, porém, se no prazo de 15 DIAS
responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel não for promovido o processo de inscrição da hipoteca
ou imóveis que terão de ficar especialmente legal. (ARRESTO PRÉVIO)
hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao
arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação Arresto: Espécie de medida precautelar ao registro de
do imóvel ou imóveis. HL. Como o requerimento da HL demanda rico lastro
probatório (dizer o valor indenizatório devido e
§ 1o A petição será instruída com as provas ou indicação apresentar as certidões imobiliárias), o tempo passar a
das provas em que se fundar a estimação da ser fator decisivo. Como forma de trazer maiores
responsabilidade, com a relação dos imóveis que o garantias ao ofendido, evita-se que os bens lícitos
responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados sejam alienados. Admite-se arresto imediato de bens
no requerimento, e com os documentos comprobatórios imóveis, ganhando o requerente 15 dias para pedir a HL.
do domínio.
▪ ARRESTO SUBSIDIÁRIO de BENS MÓVEIS não pode
§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a recair sobre bem móvel da família que guarnece a casa.
avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito
nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial,
sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo
# Jurisprudência correlata
respectivo.
É possível o arresto prévio de bens de acusados por
Perceba que é o Avaliador Judicial quem deve fazer suposta prática de crime único de corrupção passiva em
esses laudos. Apenas se não tiver o AJ é que o juiz concurso de agentes. Não é necessário que fique
nomeará um perito. demonstrado que réu está praticando atos concretos de
desfazimento de bens. Porém, é imperiosa a
Note a dificuldade que é o deferimento de um pedido de demonstração da plausibilidade do direito e do perigo
Hipoteca Legal. na demora. (STF, 2019)

§ 3o O juiz, OUVIDAS AS PARTES no prazo de 2 DIAS, que Art. 137. Se o responsável NÃO POSSUIR BENS
correrá em cartório, poderá CORRIGIR O IMÓVEIS OU OS POSSUIR DE VALOR INSUFICIENTE,
ARBITRAMENTO DO VALOR DA RESPONSABILIDADE, se PODERÃO ser arrestados BENS MÓVEIS suscetíveis de
Ihe parecer EXCESSIVO ou DEFICIENTE. penhora, nos termos em que é FACULTADA A HIPOTECA
LEGAL dos imóveis. (ARRESTO SUBSIDIÁRIO DE BENS
§ 4o O juiz autorizará SOMENTE a inscrição da hipoteca
MÓVEIS)
do imóvel ou imóveis NECESSÁRIOS À GARANTIA da
responsabilidade.
§ 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente
§ 5o O VALOR DA RESPONSABILIDADE SERÁ deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do
LIQUIDADO DEFINITIVAMENTE APÓS A CONDENAÇÃO, Art. 120.
podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer
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§ 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser Trata-se de venda antecipada de bens, direitos ou
fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a valores que foram apreendidos ou que foram objeto de
manutenção do indiciado e de sua família. medida cautelar de natureza patrimonial, que deve ser
levada a efeito quando houver dificuldade para a
Art. 138. O processo de especialização da HIPOTECA e custódia do bem ou quando houver risco de perda de
do ARRESTO correrão em AUTO APARTADO. seu valor.

Art. 139. O depósito e a administração dos bens ATENÇÃO: o uso de bens apreendidos ou objeto de
arrestados ficarão sujeitos ao regime do processo civil. assecuratórias é autorizado pelo art. 61 da Lei de
Drogas. O CPP não trata do assunto.
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano
alcançarão também as despesas processuais e as § 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio
penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas a eletrônico.
reparação do dano ao ofendido.
§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na
Art. 141. O ARRESTO SERÁ LEVANTADO OU avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado o
CANCELADA A HIPOTECA, se, por sentença irrecorrível, valor estipulado pela administração judicial, será
o RÉU FOR ABSOLVIDO ou julgada EXTINTA A realizado novo leilão, em até 10 DIAS contados da
PUNIBILIDADE. realização do primeiro, podendo os bens ser alienados
por valor NÃO INFERIOR A 80% do estipulado na
Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as AVALIAÇÃO JUDICIAL.
medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver
interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre § 3o O produto da alienação ficará depositado em conta
e o requerer. vinculada ao juízo até a decisão final do processo,
procedendo-se à sua conversão em renda para a União,
Por força da CF, passou a ser vedado ao MP a Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou,
representação judicial da Fazenda Pública. Logo, a 1ª no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado.
parte do disposto acima não foi recepcionada pela CF.
§ 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro,
Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, inclusive moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários
serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo
do cível (art. 63). determinará a conversão do numerário apreendido em
moeda nacional corrente e o depósito das
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o correspondentes quantias em conta judicial.
Ministério Público poderão requerer no juízo cível,
contra o responsável civil, as medidas previstas § 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou
nos arts. 134, 136 e 137. aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
ao equivalente órgão de registro e controle a expedição
Art. 144-A. O juiz determinará a ALIENAÇÃO de certificado de registro e licenciamento em favor do
ANTECIPADA para PRESERVAÇÃO DO VALOR DOS arrematante, ficando este livre do pagamento de
BENS sempre que estiverem sujeitos a QUALQUER multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de
GRAU DE DETERIORAÇÃO OU DEPRECIAÇÃO, ou quando execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
houver DIFICULDADE PARA SUA MANUTENÇÃO.
§ 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das
sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em
bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por
certidão ou publicação no órgão oficial.
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§ 7o (VETADO). (Lei nº 12.694, de 2012) IV - se reconhecida a falsidade por DECISÃO


IRRECORRÍVEL, mandará DESENTRANHAR O DOCUMENTO
# PARA FIXAÇÃO E REMETÊ-LO, com os autos do processo incidente, ao
MINISTÉRIO PÚBLICO.
Busca o próprio produto da infração
BUSCA E penal, e não o bem comprado com # Jurisprudência Correlata
APREENSÃO ele.
Ex: Arma usada para matar. Não é nula a decisão que indefere pedido de incidente de
falsidade referente à prova juntada há mais de 10 anos,
Apreender imóveis e móveis contra a qual a defesa se insurge somente após a prolação
SEQUESTRO (proventos do crime) que foram da sentença penal condenatória, vez que a pretensão está
adquiridos com o dinheiro do crime. preclusa. (Info 615, STJ).
Ex: Apartamento comprado com o
dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Art. 146. A argüição de falsidade, feita por PROCURADOR,
EXIGE PODERES ESPECIAIS.
Incide sobre o patrimônio lícito do
agente para garantir uma
Art. 147. O juiz poderá, DE OFÍCIO, proceder à VERIFICAÇÃO
indenização futura à vítima. Só
ARRESTO DA FALSIDADE.
poderão ser arrestados os bens
penhoráveis e se o acusado não tiver
bem imóveis ou se estes forem Art. 148. QUALQUER QUE SEJA A DECISÃO, NÃO FARÁ
insuficientes. Depois será submetido COISA JULGADA EM PREJUÍZO DE ULTERIOR PROCESSO
à Hipoteca Legal. PENAL OU CIVIL.

Valor arrecadado será destinado à


CAPÍTULO VIII - DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO
HIPOTECA vítima e o que sobrar será do Poder
LEGAL Público. Realizada por meio de uma
inscrição do registro público para Art. 149. Quando houver DÚVIDA sobre a INTEGRIDADE
que não seja vendido|transferido a MENTAL DO ACUSADO, o juiz ordenará, de ofício ou a
terceiros de boa-fé. requerimento do Ministério Público, do defensor, do
curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do
acusado, seja este SUBMETIDO A EXAME MÉDICO-LEGAL.
CAPÍTULO VII - DO INCIDENTE DE FALSIDADE
§ 1o O EXAME PODERÁ SER ORDENADO AINDA NA FASE DO
Art. 145. Argüida, POR ESCRITO, a falsidade de documento INQUÉRITO, MEDIANTE REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE
constante dos autos, o juiz observará o seguinte processo: POLICIAL ao juiz competente.

o
I - mandará autuar em APARTADO a impugnação, e em § 2 O juiz nomeará CURADOR ao acusado, quando
seguida OUVIRÁ A PARTE CONTRÁRIA, que, no prazo de 48 determinar o exame, FICANDO SUSPENSO O PROCESSO,
HORAS, oferecerá resposta; SE JÁ INICIADA A AÇÃO PENAL, SALVO quanto às
DILIGÊNCIAS QUE POSSAM SER PREJUDICADAS pelo
II - assinará o prazo de 3 DIAS, sucessivamente, a cada adiamento.
uma das partes, para PROVA DE SUAS ALEGAÇÕES;
Espaço p/ anotações:

III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que


entender necessárias;
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# Jurisprudência Correlata § 1o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do


acusado em manicômio judiciário ou em outro
estabelecimento adequado.
▪ O incidente de insanidade mental é prova pericial
constituída em favor da defesa. Logo, não é possível
§ 2o O processo retomará o seu curso, desde que se
determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a
restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a
defesa se oponha à sua realização. (Info 838, STF)
faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem
prestado depoimento sem a sua presença.
▪ O reconhecimento da inimputabilidade ou semi-
imputabilidade do réu depende da prévia instauração
de incidente de insanidade mental e do respectivo # Momento da constatação de Doença mental
exame médico-legal nele previsto. O art. 149 do CPP, AO TEMPO DA Processo continua com a
ao exigir que o acusado seja submetido a exame INFRAÇÃO presença de curador.
médico-legal, não contempla hipótese de prova legal PENAL
ou tarifada. Apesar disso, o reconhecimento da
inimputabilidade ou semi-imputabilidade do réu DEPOIS DA Processo continua suspenso
INFRAÇÃO até que o acusado se
depende da prévia instauração de incidente de
PENAL restabeleça.
insanidade mental e do respectivo exame médico-
legal nele previsto. Vale ressaltar, por fim, que o
magistrado poderá discordar das conclusões do
laudo, desde que o faça por meio de decisão Art. 153. O incidente da insanidade mental
devidamente fundamentada. (Info 675, STJ, 2020) processar-se-á em AUTO APARTADO, que só DEPOIS
DA APRESENTAÇÃO DO LAUDO, será APENSO AO
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se PROCESSO PRINCIPAL.
estiver preso, será internado em manicômio judiciário,
onde houver, ou, se estiver solto, e o requererem os Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da
peritos, em estabelecimento adequado que o juiz execução da pena, observar-se-á o disposto
designar. no art. 682.

§ 1o O exame NÃO DURARÁ mais de 45 DIAS, SALVO # Jurisprudência Correlata


se os PERITOS demonstrarem a necessidade de
MAIOR PRAZO. Se o recurso é exclusivo da defesa e esta apelou
para provar a inexistência de fato típico ou
§ 2o Se não houver prejuízo para a marcha do antijurídico, ou então para reduzir a pena, não pode
processo, o juiz poderá autorizar sejam os autos o Tribunal, de ofício, instaurar incidente de
entregues aos peritos, para facilitar o exame. insanidade mental do condenado, considerando que
isso configuraria reformatio in pejus, até mesmo
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado porque o condenado já havia cumprido parte da pena.
era, ao TEMPO DA INFRAÇÃO, irresponsável nos (STF, 2012)
termos do art. 22 do Código Penal, o PROCESSO
PROSSEGUIRÁ, com a PRESENÇA DO CURADOR. Espaço p/ anotações:

Art. 152. Se se verificar que a doença mental


SOBREVEIO À INFRAÇÃO O PROCESSO CONTINUARÁ
SUSPENSO ATÉ QUE O ACUSADO SE RESTABELEÇA,
observado o § 2o do Art. 149.
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# QUADRO SINÓPTICO PARA REVISÃO DE VÉSPERA De ofício ou a requerimento do


SOBRE O MP, Defensor, Curador, CADI.
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL
LEGITIMADOS Exame Médico Legal pode ser
Tirar dúvida sobre a integridade ordenado no IPL, por
mental do acusado, seja ela ao representação do Delegado.
tempo do crime ou ao momento
atual - enquanto tramita IPL ou
processo. 45 dias, salvo se peritos
DURAÇÃO DO demonstrarem necessidade de
Ao tempo do crime: Curador EXAME maior prazo.
Especial e processo segue.
Juiz nomeará curador ao
Sobreveio à infração penal: acusado, quando determinar o
processo suspendo até acusado CURADOR exame, ficando suspenso o
se restabelecer. Prescrição processo, se já iniciada a ação
FINALIDADE nunca suspende. penal, salvo diligências que
possam ser prejudicadas pelo
Atenção: Apesar da suspensão do adiamento.
processo perdurar até o Acusado preso: manicômio
restabelecimento do acusado, a judiciário.
lei SILENCIA em relação à LOCAL DA
prescrição. É um exemplo do que INTERNAÇÃO Acusado solto e peritos
se chama de CRISE DE requererem: estabelecimento
INSTÂNCIA – o processo fica adequado.
SUSPENSO, mas nada acontece Se não houver prejuízo para
com a prescrição. Assim, caso o ENTREGA DOS marcha do processo, juiz pode
acusado não recupere sua AUTOS AO autorizar a entrega dos autos aos
higidez mental e transcorra a PERITO peritos, para facilitar exame.
prescrição com base na pena
máxima em abstrato, o juiz não PERITOS Processo prossegue, com a
pode se furtar em declarar a CONCLUIRAM presença do curador (Art. 22 do
extinção da punibilidade! QUE ACUSADO CP)
Juiz ordenará exame médico- ERA, AO TEMPO
legal. DA INFRAÇÃO,
IRRESPONSÁVEL
Juiz não pode obrigar acusado a (DOENÇA
fazer exame. Exame de ANTEVEIO)
DÚVIDA SOBRE insanidade mental além de servir
INTEGRIDADE como elemento probatório, é
MENTAL DO também meio de defesa, logo, o
ACUSADO réu não pode ser obrigado a se
submeter a ele.
Cuidado: Autoridade policial não
pode determinar o exame de
ofício. Só pode representar
(pedir). Ato jurisdicional.
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Processo continua suspenso até


que acusado se restabeleça,
Observado o § 2o do Art. 149.

▪ Juiz pode, nesse caso, ordenar


SE VERIFICAR internação do acusado em
QUE A DOENÇA manicômio judiciário ou em
MENTAL estabelecimento adequado.
SOBREVEIO À
INFRAÇÃO ▪ Processo retomará seu curso,
desde que se restabeleça o
acusado, ficando-lhe assegurada
a faculdade de reinquirir as
testemunhas que houverem
prestado depoimento sem a sua
presença.

Auto apartado. Só depois da


AUTUAÇÃO apresentação do laudo, será
apenso ao processo principal.
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NOTAS INTRODUTÓRIAS - PROVAS

CONCEITO MOMENTO EXEMPLO CONSEQUÊNCIAS

PROVA ILÍCITA Viola regra de Produzida antes do Confissão mediante Desentranhamento do


(Art. 5o, LVI, CF) direito material. processo. tortura. processo.
(Art. 157, §3o do CPP)

PROVA ILEGÍTIMA Viola regra de Produzida no Exame cadavérico feito Declaração de


direito processual. curso do processo. por apenas um perito nulidade (absoluta ou
não oficial. (deveriam relativa).
ser 2)
OBS: Peças processuais que fazem referência à prova declarada ilícita não devem ser desentranhadas do
processo (Ex: denúncia, pronúncia, etc.), pois são peças e não provas.

PRINCÍPIOS DAS PROVAS

CONTRADITÓRIO Prova produzida por uma das partes admite contraprova.

COMUNHÃO DE PROVA Uma vez produzida a prova, ela pertencerá a todos os sujeitos processuais, mesmo
que tenha sido levada por apenas uma das partes.

Regra: provas são produzidas oralmente.

ORALIDADE
Subprincípios:
I - Concentração (coleta de provas em uma única audiência);

II - Imediatidade (contato do juiz com a prova).

NÃO Acusado não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.


AUTOINCRIMINAÇÃO
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CONCEITO EXEMPLO

Prevista em lei, com (típica) ou Exame de Corpo de Delito.


sem (atípica) procedimento
PROVA NOMINADA previsto em lei.

PROVA INOMINADA Não é prevista em lei, mas é lícita Reconhecimento fotográfico por e-mail, gravações,
e moralmente legítima. filmagens, fotografias.

CONCEITO EXEMPLO

Reconhecimento de pessoas (Art. 226 do CPP).

PROVA TÍPICA Possui seu procedimento previsto Reconhecimento de pessoas é uma prova nominada
em lei. (prevista em lei) e típica (procedimento previsto em
lei).

Reconstituição do crime.

PROVA ATÍPICA Não possui seu procedimento Reconstituição do crime é uma prova nominada
previsto em lei. (prevista em lei) e atípica (procedimento não previsto
em lei).

CONCEITO EXEMPLO

PROVA DIRETA Permite conhecer fato por meio de um Testemunha ocular do homicídio. Não precisa
único raciocínio. deduzir nada.

PROVA INDIRETA Mais raciocínios para se chegar a uma Álibi.


conclusão.
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CONCEITO EXEMPLO CONSEQUÊNCIA

Utilizada para fins diversos Oficial de Justiça colhe Passível de nulidade


dos que lhes são próprios, depoimento da testemunha absoluta ou relativa, a
com característica de outra na certidão. Não pode. Juiz depender do caso
PROVA prova típica. é que tem que colher em concreto.
ANÔMALA audiência de instrução e
Existe o meio de prova, mas julgamento.
se utiliza outra.

Prova típica produzida sem Reconhecimento em juízo Passível de nulidade


obediência ao modelo legal que não segue o absoluta ou relativa, a
PROVA IRRITUAL previsto em lei. procedimento do Art. 226 depender do caso
do CPP. concreto.

CONCEITO EXEMPLO

Sistema da Juiz é livre para decidir, sem necessidade Esse sistema é válido apenas para os
Certeza Judicial de motivar, podendo valer-se do que não JURADOS.
ou ÍNTIMA está nos autos.
CONVICÇÃO

No Brasil, esse sistema só é válido em


duas situações:
Sistema da Lei preestabelece o valor de cada prova.
Certeza 1. Exame de corpo de delito, nos
Legislativa ou crimes que deixam vestígios
PROVA TARIFADA (Art. 158, CPP) e

2. Prova quanto ao estado de


pessoas (Art. 155, CPP)

Existe liberdade judicial para se decidir,


desde que motivando. Juiz não pode
embasar sentença exclusivamente em ADOTADO no CPP.

Sistema do Livre elementos de prova colhidos na fase


Convencimento investigatória.
Motivado ou da
PERSUASÃO
RACIONAL Julgado de 04/05/2021: Não se admite
condenação baseada exclusivamente em
declarações informais prestadas a
policiais no momento da prisão em
flagrante. (Info 1.016. STF).
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OBS. Segundo o magistério de Renato Brasileiro, o processo penal não é regido pelo Princípio da Verdade
Material ou Real, mas sim pelo Princípio da Busca da Verdade.

FONTES DE PROVA MEIOS DE PROVA MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA

Derivam do fato delituoso em É o instrumento através do qual Procedimento extrajudicial que


si, sendo introduzidas no as fontes de prova são possui como objetivo localizar fontes
processo através dos meios introduzidas no processo. de prova.
de prova.
É uma atividade endoprocessual, Em regra, é realizado na fase
ou seja, é produzido no interior do investigatória. Divide-se em:
processo com a participação do
juiz e das partes, garantindo, Ordinários: Pode ser utilizado para
assim, o contraditório e a ampla qualquer delito (busca domiciliar).
defesa. Extraordinários (técnicas especiais
de investigação): utilizado para
crimes mais graves. Caracterizam-
se pela surpresa e pela dissimulação
(Lei nº 12.850/13).

Ex: um homicídio na rua terá Ex: prova testemunhal da pessoa Ex: Busca domiciliar é colocado
como fonte de prova as que presenciou o crime. como um meio de prova, porém é um
imagens de câmeras de meio de obtenção de prova, no caso
monitoramento, possíveis de obter êxito, por exemplo, em
testemunhas, arma do crime. achar uma arma de fogo, a
apreensão desta arma, será um
meio de prova.

TEORIAS RELATIVAS A PROVAS ILÍCITAS


Também é chamada de teoria americana da árvore dos frutos envenenados.
Exemplo: confissão de homicídio mediante tortura.
TEORIA DA PROVA ILÍCITA
POR DERIVAÇÃO Várias teorias surgiram para impor limitações à teoria da prova ilícita por
derivação, pois ela não pode ser aplicada de forma ilimitada. Vejamos:

A Teoria da Fonte Independente já era adotada pelo STF, vindo a ser inserida
no Art. 157, §1o, CPP.

TEORIA DA FONTE
INDEPENDENTE Se os elementos de informação forem adquiridos de fonte autônoma, que
não guarde relação de dependência, nem decorra de prova ilícita, tais dados
probatórios são admissíveis.
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TEORIA DA DESCOBERTA Se demonstrado que a prova derivada da ilícita seria produzida de qualquer
INEVITÁVEL modo, independentemente da prova ilícita originária, tal prova deve ser
considerada válida. STJ adota.

Ato posterior, totalmente independente, afasta ilicitude originária, em


TEORIA DA LIMITAÇÃO DA virtude do decurso do tempo entre prova primária e secundária ou por conta
MANCHA PURGADA OU DA de circunstâncias supervenientes na cadeia probatória ou da vontade de um
TINTA DILUÍDA dos envolvidos em colaborar com a persecução criminal.
Não há julgados adotando essa teoria no Brasil.

Se, durante a relização de determinada diligência probatória, for


acidentalmente descoberta outra prova, em regra, ela será aproveitada,
desde que não exista desvio de finalidade na diligência.

Utilizada nos casos em que, no cumprimento de uma diligência relativa a


um delito, a autoridade policial casualmente encontra provas pertinentes à
outra infração penal, que não estavam na linha de desdobramento normal
da investigação.

Muito presente no cumprimento de mandados de busca e apreensão e nas


interceptações telefônicas.

TEORIA DO ENCONTRO Atenção: Sobre a busca e apreensão em escritório de advocacia, pela lei, o
FORTUITO DE PROVAS,OU mandado deve ser específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença
DA SERENDIPIDADE OU de representante da OAB, sendo vedada a utilização de documentos e
CRIME ACHADO objetos pertencentes a clientes do advogado investigado, salvo se tais
clientes também estiverem sendo investigados como partícipes ou
coautores do advogado. Aqui, não se aplica a teoria do encontro fortuito
quanto a documentos não referentes ao investigado, pois estariam
protegidos pelo sigilo, não fazendo parte do objeto da diligência.

Exemplo: Imagine que “A” é advogado. O escritório de “A” foi objeto de uma
busca e apreensão, porque “A” era suspeito de ter praticado o crime “X”.
Durante a busca e apreensão foram apreendidos documentos relacionados
com “B” (cliente de “A”) que não era investigado pelo crime “X”. Por conta
desses documentos apreendidos, “B” foi denunciado pelo crime “Y”. “B”
impetrou HC no STJ afirmando que a apreensão dos documentos foi ilegal.
STJ acolheu a tese de defesa.

No curso da medida, surgirem indícios da prática de outro


SERENDIPIDADE
crime (achado) que não estava sendo investigado.
OBJETIVA

No curso da medida, surgirem indícios do envolvimento


SERENDIPIDADE criminoso de outra pessoa que inicialmente não estava sendo
SUBJETIVA investigada. Ex: durante a interceptação telefônica instaurada
para investigar João, descobre-se que um de seus comparsas
é Pedro.

SERENDIPIDADE Novos fatos são conexos com os que deram início à


DE 1° GRAU investigação é admitida como meio de prova.

Novos fatos não guardam qualquer relação com o primeiro.


SERENDIPIDADE Não é admitida como meio de prova, somente como notitia
DE 2° GRAU criminis.
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TEORIA DA DOUTRINA DA É legítima a apreensão de elementos probatórios quando, a despeito de


VISÃO ABERTA não se tratar da finalidade prevista no mandado de busca e apreensão, o
objeto da apreensão é encontrado à plena vista do agente policial.
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TÍTULO VII – DA PROVA # Jurisprudência Correlata

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS


Prova antecipada testemunhal pode ser justificada
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela LIVRE como medida necessária pela gravidade do crime
APRECIAÇÃO DA PROVA PRODUZIDA EM praticado e possibilidade concreta de perecimento,
CONTRADITÓRIO JUDICIAL, NÃO podendo fundamentar pois as testemunhas podem se esquecer de detalhes
sua DECISÃO EXCLUSIVAMENTE nos elementos importantes dos fatos em decorrência do decurso do
informativos colhidos na investigação, RESSALVADAS tempo.
as PROVAS CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS e
ANTECIPADAS. (Chamados de “ELEMENTOS
MIGRATÓRIOS”) ▪ Oitiva das testemunhas policiais é considerada como
prova urgente?
Livre Convencimento Motivado ou Persuasão
Racional. STJ: SIM. Em razão das muitas ocorrências, os
policiais acabam se perdendo em sua memória.
#SELIGANADIFERENÇA #DESPENCA EM PROVA
CONCEITO AUTORIDADE EXEMPLO STF: possui julgado em sentido contrário, afirmando
JUDICIAL
que é incabível a produção antecipada de prova
Risco de testemunhal fundamentada na simples possibilidade
desaparecimento
do objeto da de esquecimento dos fatos, sendo necessária a
prova, em razão Depende de
autorização demonstração do risco de perecimento da prova a ser
PROVAS do decurso do Interceptação
CAUTELARES tempo. Urgência. judicial (em telefônica. produzida (art. 225 do CPP). Não servindo como
regra).
Podem ser justificativa a alegação de que as testemunhas são
produzidas na policiais responsáveis pela prisão, cuja própria
fase investigativa
e na fase judicial. atividade contribui, por si só, para o esquecimento das
circunstâncias que cercam a apuração da suposta
Uma vez Exame de
produzida, não corpo de delito autoria de cada infração penal. (Info 806, STF).
tem como ser com ulterior
repetida, vez que Sem desapareci-
a fonte autorização mento dos
probatória judicial (em vestígios. # Jurisprudência Correlata (11/2021)
PROVAS NÃO regra).
REPETÍVEIS desaparece. É o caso do
Contraditório
Podem ser é diferido. Exame
produzidas na residuográ-fico As qualificadoras de homicídio fundadas
fase investigativa (pólvora na
exclusivamente em depoimento indireto (Hearsay
e na fase judicial. mão).
Testimony), violam o art. 155 do CPP, que deve ser
aplicado aos veredictos condenatórios do Tribunal do
Produzidas com Depende de Testemunha
contraditório real autorização chave está no Júri.
em momento judicial. hospital
processual (contraditóri morrendo (Art.
distinto daquele o real – para 225, CPP). Ex: Entenda o julgado: Consoante o entendimento atual da
legalmente a prova) Testemunho em Quinta e Sexta Turmas deste STJ, o art. 155 do CPP não
previsto, ou até in ren
mesmo antes do memorium.
se aplica aos vereditos do tribunal do júri. Isso porque,
PROVAS início do Produzidas tendo em vista o sistema de convicção íntima que rege
ANTECIPA- processo, em na presença
Depoimento seus julgamentos, seria inviável aferir quais provas
DAS virtude de do juiz a
sem dano
situações de qualquer motivaram a condenação. Tal compreensão, todavia,
previsto para:
urgência e tempo.
1. Crianças encontra-se em contradição com novas orientações
relevância.
menores de 7 jurisprudenciais consolidadas neste colegiado no ano
anos e
de 2021. No HC 560.552/RS, a Quinta Turma decidiu que
2. Vítimas de
violência o art. 155 do CPP incide também sobre a pronúncia.
sexual. Destarte, recusar a incidência do referido dispositivo
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aos vereditos condenatórios equivaleria, na prática, a 2. Perícias e documentos produzidos na fase


exigir um standard probatório mais rígido para a inquisitorial são revestidos de eficácia probatória sem
admissão da acusação do que aquele aplicável a uma a necessidade de serem repetidos no curso da ação
condenação definitiva. penal por se sujeitarem ao contraditório diferido.

Não há produção de prova, mas somente coleta de 3. A decisão que determina a produção antecipada de
elementos informativos, durante o inquérito policial. provas com base no art. 366 do CPP deve ser
Prova é aquela produzida no processo judicial, sob o concretamente fundamentada, não a justificando
crivo do contraditório, e assim capaz de oferecer unicamente o mero decurso do tempo. (Súmula n.
maior segurança na reconstrução histórica dos fatos. 455/STJ)
Consoante o entendimento firmado no julgamento do
AREsp 1.803.562/CE, embora os jurados não precisem Esse Tese sofreu uma mitigação, no sentido de que a
motivar suas decisões, os Tribunais locais - quando fundamentação da decisão que determina a produção
confrontados com apelações defensivas - precisam antecipada de provas pode limitar-se a destacar a
fazê-lo, indicando se existem provas capazes de probabilidade de que, não havendo outros meios de
demonstrar cada elemento essencial do crime. prova disponíveis, as testemunhas, pela natureza de
sua atuação profissional, marcada pelo contato diário
Se o Tribunal não identificar nenhuma prova com os fatos criminosos que apresentam
judicializada sobre determinado elemento essencial semelhanças em sua dinâmica, devem ser ouvidas
do crime, mas somente indícios oriundos do inquérito com a possível urgência (STJ, 2020)
policial, há duas situações possíveis: ou o aresto é
omisso, por deixar de analisar uma prova relevante, 4. A propositura da ação penal exige tão somente a
ou tal prova realmente não existe, o que viola o art. 155 presença de indícios mínimos de materialidade e de
do CPP. (Info 719, 11/2021) autoria, de modo que a certeza deverá ser
comprovada durante a instrução probatória,
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das prevalecendo o princípio do in dubio pro societate na
pessoas serão observadas as restrições estabelecidas fase de oferecimento da denúncia.
na lei civil.
5. A incidência da qualificadora rompimento de
Como exemplos de provas quanto ao estado de obstáculo, prevista no art. 155, § 4o, I, do Código Penal,
pessoas, temos: certidão de casamento, certidão de está condicionada à comprovação por laudo pericial,
óbito, certidão de nascimento. salvo em caso de desaparecimento dos vestígios,
quando a prova testemunhal, a confissão do acusado
Cabe RESE contra a decisão que indefere a produção ou o exame indireto poderão lhe suprir a falta.
de provas antecipadas.
6. É válido e revestido de eficácia probatória o
testemunho prestado por policiais envolvidos em ação
investigativa ou responsáveis por prisão em flagrante,
Jurisprudência em teses
quando estiver em harmonia com as demais provas
Ed. 105 - Provas no processo penal dos autos e for colhido sob o crivo do contraditório e
da ampla defesa.
1. As provas inicialmente produzidas na esfera
inquisitorial e reexaminadas na instrução criminal, 7. O reconhecimento fotográfico do réu, quando
com observância do contraditório e da ampla defesa, ratificado em juízo, sob a garantia do contraditório e
não violam o art. 155 do CPP visto que eventuais ampla defesa, pode servir como meio idôneo de prova
irregularidades ocorridas no inquérito policial não para fundamentar a condenação.
contaminam a ação penal dele decorrente.
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SE LIGA: O reconhecimento do suspeito de um crime prova pela natureza da atuação profissional, marcada
por mera exibição de fotografias há de ser visto como pelo contato diário com fatos criminosos.
etapa antecedente a eventual reconhecimento pessoal OBS: Como já dissemos, o STF tem entendimento
e, portanto, não pode servir como prova em ação contrário.
penal, ainda que confirmado em juízo.
6. Não há cerceamento de defesa quando a decisão que
8. A folha de antecedentes criminais é documento indefere oitiva de testemunhas residentes em outro país
hábil e suficiente a comprovar os maus antecedentes for devidamente fundamentada.
e a reincidência, não sendo necessária a apresentação
de certidão cartorária. 7. É ilícita a prova colhida mediante acesso aos dados
armazenados no aparelho celular, relativos a
10. O registro audiovisual de depoimentos colhidos no mensagens de texto, SMS, conversas por meio de
âmbito do processo penal dispensa sua degravação ou aplicativos (WhatsApp), e obtida diretamente pela
transcrição, em prol dos princípios da razoável polícia, sem prévia autorização judicial.
duração do processo e da celeridade processual,
salvo comprovada demonstração de necessidade. 8. É desnecessária a realização de perícia para a
identificação de voz captada nas interceptações
telefônicas, salvo quando houver dúvida plausível que
Jurisprudência em teses
justifique a medida.

Ed. 111 - Provas no processo penal


9. É necessária a realização do exame de corpo de delito
para comprovação da materialidade do crime quando a
1. É possível o arrolamento de testemunhas pelo conduta deixar vestígios, entretanto, o laudo pericial
assistente de acusação (art. 271 do CPP), desde que será substituído por outros elementos de prova na
respeitado o limite de 5 pessoas previsto no art. 422 do hipótese em que as evidências tenham desaparecido ou
CPP. que o lugar se tenha tornado impróprio ou, ainda,
quando as circunstâncias do crime não permitirem a
2. O réu não tem direito subjetivo de acompanhar, por análise técnica.
sistema de videoconferência, audiência de inquirição de
testemunhas realizada, presencialmente, perante o 10. O laudo toxicológico definitivo é imprescindível para
Juízo natural da causa, por ausência de previsão legal, a configuração do crime de tráfico ilícito de
regulamentar e principiológica. entorpecentes, sob pena de se ter por incerta a
materialidade do delito e, por conseguinte, ensejar a
3. Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, absolvição do acusado.
a palavra da vítima possui especial relevância, desde
que esteja em consonância com as demais provas 11. É possível, em situações excepcionais, a
acostadas aos autos. comprovação da materialidade do crime de tráfico de
drogas pelo laudo de constatação provisório, desde que
4. Nos delitos praticados em ambiente doméstico e esteja dotado de certeza idêntica à do laudo definitivo e
familiar, geralmente praticados à clandestinidade, sem que tenha sido elaborado por perito oficial, em
a presença de testemunhas, a palavra da vítima possui procedimento e com conclusões equivalentes.
especial relevância, notadamente quando corroborada
por outros elementos probatórios acostados aos autos. 12. É prescindível a apreensão e a perícia de arma de
fogo para a caracterização de causa de aumento de
5. É possível a antecipação da colheita da prova pena prevista no art. 157, § 2o-A, I, do CP, quando
testemunhal, com base no art. 366 do CPP, nas evidenciado o seu emprego por outros meios de prova.
hipóteses em que as testemunhas são policiais, tendo
em vista a relevante probabilidade de esvaziamento da
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Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a § 1o São também INADMISSÍVEIS as PROVAS
fizer, sendo, porém, FACULTADO AO JUIZ DE OFÍCIO: DERIVADAS DAS ILÍCITAS, SALVO quando não
evidenciado o NEXO DE CAUSALIDADE entre umas e
I – ordenar, MESMO ANTES DE INICIADA A AÇÃO outras, ou quando as DERIVADAS puderem ser obtidas
PENAL, a PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS por uma FONTE INDEPENDENTE das primeiras.
CONSIDERADAS URGENTES E RELEVANTES,
observando a necessidade, adequação e É o que se chama de Teoria da Árvore dos frutos
proporcionalidade da medida; Envenenados.

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de A doutrina majoritária admite a utilização de


proferir sentença, a REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS para provas ilícitas, quando esta for a única forma de se
dirimir dúvida sobre ponto relevante. obter a absolvição do réu.

§ 2o Considera-se FONTE INDEPENDENTE aquela que


ÔNUS DA PROVA POR SI SÓ, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, SERIA
▪ O Brasil adotou a TEORIA DA RATIO COGNOSCENI CAPAZ DE CONDUZIR AO FATO OBJETO DA PROVA.
ou da INDICIARIDADE: se o fato é típico, presume-
se ilícito, cabendo à defesa provar excludentes § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da
alegadas. prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por
decisão judicial, FACULTADO ÀS PARTES
Cabe à ACUSAÇÃO provar: ACOMPANHAR O INCIDENTE.
- Autoria
- Materialidade # Jurisprudência Correlata
- Causas de aumento de pena
- Dolo ou Culpa ▪ São ilegais as provas obtidas por policial militar que,
designado para coletar dados nas ruas como agente
Cabe à DEFESA provar: de inteligência, passa a atuar, sem autorização
- Excludentes de ilicitude judicial, como agente infiltrado em grupo
- Excludentes de culpabidade criminoso. (Info 932, STF)
- Excludentes de punibilidade
- Elementos de mitigação da pena. ▪ Sem o consentimento do réu ou prévia autorização
judicial, é ilícita a prova, colhida de forma coercitiva
▪ A Teoria dos Elementos Negativos do Tipo (não pela polícia, de conversa travada pelo investigado com
terceira pessoa em telefone celular, por meio do
adotada) defende o tipo total do injusto, isto é,
recurso "viva-voz", que conduziu ao flagrante do
tipicidade e ilicitude devem ser analisadas em
crime de tráfico ilícito de entorpecentes. (Info 603,
conjunto, de modo que o ônus da prova de provar a
STJ)
tipicidade e a licitude seria da acusação.

▪ É ilícita a prova obtida mediante conduta da


Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser autoridade policial que atende, sem autorização, o
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim telefone móvel do acusado e se passa pela pessoa sob
entendidas as obtidas em violação a normas investigação. Não tendo a autoridade policial
constitucionais ou legais. permissão do titular da linha telefônica, ou mesmo da
Justiça, para ler mensagens nem para atender ao
CF: Art. 5º (...) LVI - são inadmissíveis, no processo, as telefone móvel da pessoa sob investigação e travar
provas obtidas por meios ilícitos; conversa por meio do aparelho com qualquer
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interlocutor que seja se passando por seu dono, a ▪ É lícito o compartilhamento de dados bancários feito
prova obtida dessa maneira arbitrária é ilícita. (STJ, por órgão de investigação do país estrangeiro para a
2019) polícia brasileira, mesmo que, no Estado de origem,
essas informações não tenham sido obtidas com
▪ Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas autorização judicial, já que isso não é exigido naquele
obtidas pela polícia por meio da extração de dados e país. Respeitadas as garantias processuais do
de conversas registradas no Whatsapp presentes no investigado, não há prejuízo na cooperação direta
celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o entre as agências investigativas, sem a participação
aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão das autoridades centrais. A ilicitude da prova ou do
em flagrante. (Info 593, STJ) meio de sua obtenção somente poderia ser
pronunciada se o réu demonstrasse alguma violação
▪ É nula a decisão judicial que autoriza o de suas garantias ou das específicas regras de
espelhamento do Whatsapp via código QR para acesso produção probatória. (Info 695, STJ, 2021)
no Whatsapp Web. (Info 640, STJ)
▪ É ilegal a quebra do sigilo telefônico mediante a
▪ Não há ilegalidade na perícia de aparelho de habilitação de chip da autoridade policial em
telefonia celular pela polícia, sem prévia autorização substituição ao do investigado titular da linha. A Lei nº
judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima 9.296/96 não autoriza a suspensão do serviço
- foi morto, tendo o referido telefone sido entregue à telefônico ou do fluxo da comunicação telemática
autoridade policial por sua esposa. (Info 617, STJ) mantida pelo usuário, tampouco a substituição do
investigado e titular da linha por agente indicado pela
▪ É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima autoridade policial. (Info 696, STJ, 2021).
realizada com base unicamente em denúncia anônima.
(Info 659, STJ)
ENTENDIMENTOS sobre CELULAR x PROVA
▪ A realização de perícia antropológica constitui-se
Acesso a dados de Prova Lícita
em importante instrumento no caso de indígena
celular apreendido em
acusado de crime de homicídio a fim de assistir as busca e apreensão
partes nos debates em plenário. (Info 659, STJ).
Acesso a dados de Prova Lícita
celular da vítima
▪ A determinação judicial para identificação dos
falecida
usuários que operaram em determinada área
geográfica, suficientemente fundamentada, não Acesso a dados de Necessita de
ofende a proteção à privacidade e à intimidade. (Info celular apreendido em autorização judicial
678, STJ) prisão em flagrante

Acesso a dados de Prova ilícita, ainda que


▪ Se a prisão foi ilegal (Juiz relaxou), as provas obtidas celular apreendido e tenha autorização
em decorrência (derivadas) dela são ilegais. Eventual feito emparelhamento judicial.
vício no momento da prisão em flagrante só tem o com WhatsApp web
condão de repercutir na legalidade da medida Fazer o suspeito Prova Ilícita
restritiva, não gerando nulidade do processo penal atender no viva-voz
subsequente, nem tampouco servindo como óbice à
formação da opinio delicti, ressalvada, logicamente, a
hipótese de provas obtidas por meios ilícitos por § 4o (Vetado)
ocasião da referida prisão. (Cespe)
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§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova


CESPE-2018-STJ: Sendo possível a realização de
declarada inadmissível não poderá proferir a sentença exame para investigar crimes que deixam vestígios,
ou acórdão. (2019) não proceder a esse exame é motivo de nulidade do
processo, ainda que provas documentais e
O STF suspendeu a eficácia da implantação do art. 157, testemunhais confirmem a autoria e a materialidade
§ 5o na ADIN nº 6.298. do crime. (CERTA)

CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA Parágrafo único. Dar-se-á PRIORIDADE à realização do


CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL EXAME DE CORPO DE DELITO quando se tratar de crime
que envolva: (2018)
Art. 158. Quando a INFRAÇÃO DEIXAR VESTÍGIOS, será
INDISPENSÁVEL o EXAME DE CORPO DE DELITO, direto I - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA
ou indireto, NÃO PODENDO SUPRI-LO A CONFISSÃO do MULHER;
acusado.
II - violência contra CRIANÇA, ADOLESCENTE, IDOSO OU
PESSOA COM DEFICIÊNCIA.
#DESPENCA EM PROVA #NÃO CONFUNDA
Art. 158-A. Considera-se CADEIA DE CUSTÓDIA o
São os que deixam vestígios. conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio
DELITOS NÃO Não transeunte significa
permanente. coletado em locais ou em vítimas de crimes, para
TRANSEUNTES rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
Eles deixam vestígios reconhecimento até o descarte. (2019)
materiais. Precisa-se de
perícia.
Segundo o STJ, a cadeia de custódia da prova consiste
Exemplo: lesão corporal, furto no caminho que deve ser percorrido pela prova até a
com arrombamento. sua análise pelo juiz, sendo certo que qualquer
interferência indevida durante esse trâmite processual
Não deixam vestígios. pode resultar na sua imprestabilidade.
DELITOS
TRANSEUNTES Transeunte significa Em relação a consequência pela quebra da cadeia de
passageiro. custódia, o STJ já entendeu que se trata de causa de
Passa, não deixa marcas. ilicitude da prova (HC 160.662), bem como uma causa de
nulidade (Resp. 1.795.341).

SUPRIMENTO DO EXAME DE CORPO DE DELITO


§ 1º O INÍCIO da CADEIA DE CUSTÓDIA dá-se com a
PRESERVAÇÃO DO LOCAL de crime ou com
Confissão do acusado Não pode suprir a falta PROCEDIMENTOS POLICIAIS OU PERICIAIS nos quais
do exame de corpo de
(Art. 158) seja detectada a existência de vestígio.
delito.

§ 2º O agente público que reconhecer um elemento


Prova testemunhal Pode suprir a falta do como de potencial interesse para a produção da prova
exame de corpo de pericial fica responsável por sua preservação.
(Art. 167) delito.
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§ 3º VESTÍGIO é todo objeto ou material bruto, visível ou quebra da cadeia de custódia da prova (break on the
latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à chain of custody) ou do descumprimento formal de
infração penal. uma das exigências feitas pelo legislador no capítulo
intitulado "Do exame de corpo de delito, da cadeia de
# Jurisprudência Correlata (11/2021) custódia e das perícias em geral": essa quebra
acarreta a inadmissibilidade da prova e deve ela (e as
dela decorrentes) ser excluída do processo? Seria
As irregularidades constantes da cadeia de custódia
caso de nulidade da prova? Em caso afirmativo, deve
devem ser sopesadas pelo magistrado com todos os
a defesa comprovar efetivo prejuízo, para que a
elementos produzidos na instrução, a fim de aferir se
nulidade seja reconhecida (à luz da máxima pas de
a prova é confiável.
nulitté sans grief)? Ou deve o juiz aferir se a prova é
confiável de acordo com todos os elementos
Entenda o julgado: A controvérsia que se estabelece
existentes nos autos, a fim de identificar se eles são
diz respeito às consequências para o processo penal
capazes de demonstrar a sua autenticidade e a sua
da quebra da cadeia de custódia da prova.
integridade?
O art. 158-A diz o que se considera “cadeia de
Se é certo que, por um lado, o legislador trouxe, nos
custódia”.
arts. 158-A a 158-F do CPP, determinações
extremamente detalhadas de como se deve preservar
É imperioso salientar que a autenticação de uma prova
a cadeia de custódia da prova, também é certo que, por
é um dos métodos que assegura ser o item
outro, quedou-se silente em relação aos critérios
apresentado aquilo que se afirma ele ser, denominado
objetivos para definir quando ocorre a quebra da
pela doutrina de princípio da mesmidade.
cadeia de custódia e quais as consequências jurídicas,
para o processo penal, dessa quebra ou do
Com vistas a salvaguardar o potencial epistêmico do
descumprimento de um desses dispositivos legais.
processo penal, o Pacote Anticrime disciplinou - de
maneira, aliás, extremamente minuciosa - uma série
Respeitando aqueles que defendem a tese de que a
de providências que concretizam o desenvolvimento
violação da cadeia de custódia implica, de plano e por
técnico-jurídico da cadeia de custódia.
si só, a inadmissibilidade ou a nulidade da prova, de
modo a atrair as regras de exclusão da prova ilícita,
De forma bastante sintética, pode-se afirmar que o
parece ser mais adequada aquela posição que
art. 158-B detalha as diversas etapas de rastreamento
sustenta que as irregularidades constantes da cadeia
do vestígio.
de custódia devem ser sopesadas pelo magistrado
com todos os elementos produzidos na instrução, a
O art. 158-C, por sua vez, estabelece o perito oficial
fim de aferir se a prova é confiável. Assim, à míngua
como sujeito preferencial a realizar a coleta dos
de outras provas capazes de dar sustentação à
vestígios, bem como o lugar para onde devem ser
acusação, deve a pretensão ser julgada improcedente,
encaminhados (central de custódia).
por insuficiência probatória, e o réu ser absolvido.
(Info 720, STJ, 10/2021)
Já o art. 158-D disciplina como os vestígios devem ser
acondicionados, com a previsão de que todos os
recipientes devem ser selados com lacres, com
numeração individualizada, "de forma a garantir a Art. 158-B. A CADEIA DE CUSTÓDIA compreende o
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio". rastreamento do vestígio nas SEGUINTES ETAPAS:
(2019)
Uma das mais relevantes controvérsias que essa
alteração legislativa suscita diz respeito às I - RECONHECIMENTO: ato de distinguir um elemento
consequências jurídicas, para o processo penal, da como de potencial interesse para a produção da prova
pericial;
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descartado ou transportado, com vinculação ao número


II - ISOLAMENTO: ato de evitar que se altere o estado do laudo correspondente;
das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente
imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de X - DESCARTE: procedimento referente à liberação do
crime; vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando
pertinente, mediante autorização judicial.
III - FIXAÇÃO: descrição detalhada do vestígio conforme
se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada
sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada PREFERENCIALMENTE por PERITO OFICIAL, que dará o
por fotografias, filmagens ou croqui, sendo encaminhamento necessário para a central de custódia,
indispensável a sua descrição no laudo pericial mesmo quando for necessária a realização de exames
produzido pelo perito responsável pelo atendimento; complementares. (2019)

IV - COLETA: ato de recolher o vestígio que será § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito
submetido à análise pericial, respeitando suas ou processo DEVEM ser tratados como descrito nesta
características e natureza; Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza
criminal responsável por detalhar a forma do seu
V - ACONDICIONAMENTO: procedimento por meio do cumprimento.
qual cada vestígio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas características § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime
com anotação da data, hora e nome de quem realizou a antes da liberação por parte do perito responsável,
coleta e o acondicionamento; sendo tipificada como fraude processual a sua
realização.
VI - TRANSPORTE: ato de transferir o vestígio de um
local para o outro, utilizando as condições adequadas Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do
(embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de vestígio será determinado pela natureza do material.
modo a garantir a manutenção de suas características (2019)
originais, bem como o controle de sua posse;
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com
VII - RECEBIMENTO: ato formal de transferência da lacres, com numeração individualizada, de forma a
posse do vestígio, que deve ser documentado com, no garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio
mínimo, informações referentes ao número de durante o transporte.
procedimento e unidade de polícia judiciária
relacionada, local de origem, nome de quem § 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio,
transportou o vestígio, código de rastreamento, preservar suas características, impedir contaminação e
natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço
assinatura e identificação de quem o recebeu; para registro de informações sobre seu conteúdo.

VIII - PROCESSAMENTO: exame pericial em si, § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que
manipulação do vestígio de acordo com a metodologia vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa
adequada às suas características biológicas, físicas e autorizada.
químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que
deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; § 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer
constar na ficha de acompanhamento de vestígio o
IX - ARMAZENAMENTO: procedimento referente à nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a
guarda, em condições adequadas, do material a ser finalidade, bem como as informações referentes ao
processado, guardado para realização de contraperícia, novo lacre utilizado.
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§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no § 1o Na FALTA DE PERITO OFICIAL, o exame será
interior do novo recipiente. realizado por 2 PESSOAS IDÔNEAS, portadoras de
diploma de CURSO SUPERIOR PREFERENCIALMENTE
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão NA ÁREA ESPECÍFICA, dentre as que tiverem
ter uma central de custódia destinada à guarda e HABILITAÇÃO TÉCNICA relacionada com a NATUREZA
controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada DO EXAME.
diretamente ao órgão central de perícia oficial de
natureza criminal. (2019) #INTERDISCIPLINARIEDADE

LEI DE DROGAS
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços
de protocolo, com local para conferência, recepção, LEI DE DROGAS CPP
devolução de materiais e documentos, possibilitando a
1 perito oficial 1 perito oficial
seleção, a classificação e a distribuição de materiais,
devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ou ou
ambientais que não interfiram nas características do 1 pessoa idônea 2 pessoas idôneas
vestígio. (2019)
# Jurisprudência Correlata
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de
vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se
A perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser
informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles
considerada prova ilícita nem deve ser excluída do
se relacionam.
processo. (Info 953, STF)

§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio


§ 2O OS PERITOS NÃO OFICIAIS PRESTARÃO O
armazenado deverão ser identificadas e deverão ser
COMPROMISSO de bem e fielmente desempenhar o
registradas a data e a hora do acesso.
encargo. (OS OFICIAIS NÃO PRESTAM)

§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado,


§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente
todas as ações deverão ser registradas, consignando-
de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a
se a identificação do responsável pela tramitação, a
formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
destinação, a data e horário da ação.

Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material O Pacote Anticrime passou a prever que o juiz das
deverá ser devolvido à central de custódia, devendo garantias poderá deferir a admissão do assistente
nela permanecer. técnico (art. 3o- B – eficácia ainda suspensa). Como o juiz
das garantias atua apenas na fase investigatória, pode-
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua se afirmar que, implicitamente, o legislador passou a
espaço ou condições de armazenar determinado admitir a atuação do assistente na fase de inquérito.
material, deverá a autoridade policial ou judiciária
determinar as condições de depósito do referido § 4o O ASSISTENTE TÉCNICO ATUARÁ A PARTIR DE SUA
material em local diverso, mediante requerimento do ADMISSÃO PELO JUIZ e APÓS A CONCLUSÃO DOS
diretor do órgão central de perícia oficial de natureza EXAMES E ELABORAÇÃO DO LAUDO pelos peritos
criminal. oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.

§ 5o Durante o curso do processo judicial, é PERMITIDO


Art. 159. O EXAME DE CORPO DE DELITO e OUTRAS
ÀS PARTES, quanto à perícia:
PERÍCIAS serão realizados por PERITO OFICIAL,
portador de diploma de CURSO SUPERIOR.
I – requerer a OITIVA DOS PERITOS para esclarecerem a
prova ou para responderem a quesitos, desde que o
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mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem previamente marcados, se realize a diligência, da qual se
esclarecidas sejam encaminhados com ANTECEDÊNCIA lavrará auto circunstanciado.
MÍNIMA de 10 DIAS, podendo apresentar as respostas em
laudo complementar; Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
II – INDICAR ASSISTENTES TÉCNICOS que poderão desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem
apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em
ser inquiridos em audiência. lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá
às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material
probatório que serviu de base à perícia será Art. 164. Os cadáveres serão SEMPRE fotografados na
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá posição em que forem encontrados, bem como, na medida
sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para do possível, todas as lesões externas e vestígios
exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua deixados no local do crime.
conservação.
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no
§ 7o Tratando-se de PERÍCIA COMPLEXA que abranja mais cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do
de 1 área de conhecimento especializado, poder-se-á exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos,
designar a ATUAÇÃO DE MAIS DE 1 PERITO OFICIAL, e a devidamente rubricados.
parte indicar mais de 1 assistente técnico.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo
descreverão minuciosamente o que examinarem, e Instituto de Identificação e Estatística ou repartição
responderão aos quesitos formulados. congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-
se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se
PARÁGRAFO ÚNICO. O LAUDO pericial será elaborado no descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
PRAZO MÁXIMO de 10 DIAS, podendo este prazo ser
PRORROGADO, EM CASOS EXCEPCIONAIS, a Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e
requerimento dos peritos. autenticados todos os objetos encontrados, que possam
ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em
QUALQUER DIA E A QUALQUER HORA. Art. 167. NÃO SENDO POSSÍVEL O EXAME DE CORPO
DE DELITO, por haverem DESAPARECIDO OS VESTÍGIOS,
Art. 162. A AUTÓPSIA SERÁ FEITA PELO MENOS 6 a PROVA TESTEMUNHAL PODERÁ SUPRIR-LHE A FALTA.
HORAS DEPOIS DO ÓBITO, salvo se os peritos, pela
evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser Art. 168. Em caso de LESÕES CORPORAIS, se o 1º EXAME
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. PERICIAL TIVER SIDO INCOMPLETO, proceder-se-á a
EXAME COMPLEMENTAR por determinação da
Parágrafo único. Nos casos de MORTE VIOLENTA, AUTORIDADE POLICIAL ou JUDICIÁRIA, de ofício, ou a
BASTARÁ O SIMPLES EXAME EXTERNO DO CADÁVER, requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do
quando não houver infração penal que apurar, ou quando acusado, ou de seu defensor.
as lesões externas permitirem precisar a causa da morte
e não houver necessidade de exame interno para a § 1o No exame complementar, os peritos terão presente o
verificação de alguma circunstância relevante. auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência
ou retificá-lo.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a
autoridade providenciará para que, em dia e hora
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§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do quando a conduta deixar vestígios, entretanto, o
delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito laudo pericial será substituído por outros elementos
logo que decorra o prazo de 30 DIAS, contado da data do de prova na hipótese em que as evidências tenham
crime. desaparecido ou que o lugar se tenha tornado
impróprio ou, ainda, quando as circunstâncias do
§ 3o A FALTA DE EXAME COMPLEMENTAR PODERÁ SER crime não permitirem a análise técnica.
SUPRIDA PELA PROVA TESTEMUNHAL.
▪ Perícia é desnecessária:
I- Crimes Sexuais (palavra da vítima possui especial
Sobre o EXAME DE CORPO DE DELITO
relevância)
Não necessariamente significa o
II- Arma de Fogo no roubo (como causa de aumento)
O que significa a corpo de uma pessoa, mas sim
vestígios deixados pelo crime, III- Furto qualificado mediante escalada, se houver
expressão
“corpo de ou seja, diz respeito à outras provas.
delito”? materialidade da infração penal.
O ECD é um exemplo de Sistema ▪ Perícia é necessária: Furto mediante rompimento
Tarifário de provas. de obstáculo, pois é infração que deixa vestígio,
Infração penal ECD é indispensável e confissão salvo em caso de desaparecimento dos vestígios,
deixou não pode suprir. quando a prova testemunhal, a confissão do acusado
vestígios? ou o exame indireto poderão lhe suprir a falta. (STJ,
Vestígios da ECD é dispensável e prova 2019)
infração penal testemunhal pode suprir. Prova
desapareceram? documental também pode ▪ Laudo Pericial, em regra, não é condição de
suprir. procedibilidade, podendo o MP oferecer denúncia
1) Juiz sem ele. Só é condição de procedibilidade em 2
Quem pode 2) MP casos:
determinar a 3) Autoridade Policial
realização do I - Lei de Drogas (Laudo preliminar de constatação,
ECD e não o laudo definitivo)
Obs. O incidente de insanidade
mental é de competência II - Crimes contra propriedade imaterial. Se crime
exclusiva do Juiz. deixou vestígio, queixa ou denúncia não será
recebida se não for instruída com exame pericial dos
ECD Feito sobre o
próprio corpo de objetos que constituam corpo de delito.
direto
delito.
Ex: cadáver No final das contas, lembre-se: a perícia não é
Classificação absolutamente obrigatória em nenhum caso. Ora, se
Advém do
o crime não deixou nenhum vestígio, mas se tem
raciocínio lógico de
dedução ou outras provas (testemunha, própria confissão, etc)
ECD suficientes para um decreto condenatório, ela pode
indução, em regra,
indireto
em razão do fato sim ser dispensada.
narrado pela
testemunha.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver
sido praticada a infração, a autoridade providenciará
# Comentários imediatamente para que não se altere o estado das
coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
▪ É necessária a realização do exame de corpo de seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
elucidativos.
delito para comprovação da materialidade do crime
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Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as


alterações do estado das coisas e discutirão, no II - para a comparação, poderão servir quaisquer
relatório, as conseqüências dessas alterações na documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem
dinâmica dos fatos. sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou
sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos
guardarão material suficiente para a eventualidade de III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para
nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão o exame, os documentos que existirem em arquivos ou
ilustrados com provas fotográficas, ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a
microfotográficas, desenhos ou esquemas. diligência, se daí não puderem ser retirados;

Art. 171. Nos crimes cometidos com DESTRUIÇÃO OU IV - quando não houver escritos para a comparação ou
ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO a subtração da coisa, ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará
por MEIO DE ESCALADA, os peritos, ALÉM DE que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver
DESCREVER OS VESTÍGIOS, INDICARÃO COM QUE ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última
INSTRUMENTOS, POR QUE MEIOS E EM QUE ÉPOCA diligência poderá ser feita por precatória, em que se
PRESUMEM TER SIDO O FATO PRATICADO. consignarão as palavras que a pessoa será intimada a
escrever.

# Jurisprudência Correlata
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos
empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes
▪ Quanto à escalada, o STJ entende que a incidência da verificar a natureza e a eficiência.
qualificadora do Art. 155, § 4º, inciso II, do CP exige
exame pericial, somente admitindo-se prova indireta Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
quando justificada a impossibilidade de realização do quesitos até o ato da diligência.
laudo direto, o que não restou explicitado nos autos.
(STJ, 2019) Art. 177. No EXAME POR PRECATÓRIA, A NOMEAÇÃO
DOS PERITOS FAR-SE-Á NO JUÍZO DEPRECADO.
Havendo, porém, no caso de AÇÃO PRIVADA, acordo das
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação partes, essa NOMEAÇÃO PODERÁ SER FEITA PELO JUIZ
de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam DEPRECANTE.
produto do crime.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os transcritos na precatória.
peritos procederão à avaliação por meio dos elementos
existentes nos autos e dos que resultarem de Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado
diligências. pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao
processo o laudo assinado pelos peritos.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a
causa e o lugar em que houver começado, o perigo que Art. 179. No caso do § 1o do Art. 159, o escrivão lavrará o
dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se
alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais presente ao exame, também pela autoridade.
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e
por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: rubricado em suas folhas por todos os peritos.
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o
escrito será intimada para o ato, se for encontrada;
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Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão


E AS LEIS
consignadas no auto do exame as declarações e ESPECIAIS QUE
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá POSICIONAM O
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um INTERROGATÓRIO Sistemática do Art. 400 do CPP
DEVE SER ADOTADA PARA TODOS
terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá COMO O 1º ATO
OS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS,
mandar proceder a novo exame por outros peritos. DA INSTRUÇÃO?
ainda que tenha norma penal
(Lei de Drogas, Código expressa. (STF)
Penal Militar, Lei nº
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou 8.038/90 e Lei de
no caso de omissões, Obscuridades ou contradições, a Licitações)

autoridade judiciária mandará suprir a formalidade,


complementar ou esclarecer o laudo.
SÃO CAUSAS DE ▪ Falta de entrevista reservada
NULIDADE entre o réu e seu Defensor;
RELATIVA
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar (prejuízo tem que ▪ Falta de advertência sobre o
que se proceda a novo exame, por outros peritos, se ser compovado) direito ao silêncio.
julgar conveniente.
▪ Entrevista realizada pelo
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo SÃO CAUSAS DE Delegado com investigado,
NULIDADE durante a busca e apreensão
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
ABSOLUTA em sua residência, sem que
(prejuízo tenha sido assegurado ao
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, presumido) investigado o direito à prévia
observar-se-á o disposto no art. 19. consulta a seu advogado;
▪ Ausência do advogado do réu
Art. 184. SALVO O CASO DE EXAME DE CORPO DE delatado no interrogatório do
DELITO, o JUIZ OU A AUTORIDADE POLICIAL NEGARÁ A corréu delator.
PERÍCIA REQUERIDA PELAS PARTES, quando não for
necessária ao esclarecimento da verdade. Art. 185. O acusado que comparecer perante a
autoridade judiciária, no curso do processo penal, será
qualificado e interrogado na presença de seu defensor,
CAPÍTULO III - DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO constituído ou nomeado.

# Jurisprudência Correlata

INTERROGATÓRIO
É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial
Está prevista no com o investigado, durante a busca e apreensão em sua
ordenamento residência, sem que tenha sido assegurado ao
É PROVA NOMINADA
jurídico. investigado o direito à prévia consulta a seu advogado e
NOMINADA
TÍPICA sem que ele tenha sido comunicado sobre seu direito ao
Tem seu
procedimento silêncio e de não produzir provas contra si mesmo.
TÍPICA Trata-se de um “INTERROGATÓRIO TRAVESTIDO DE
previsto em lei.
ENTREVISTA”, havendo violação do direito ao silêncio e
MEIO DE DEFESA à não autoincriminação. (Info 944, STF)
NATUREZA (Acusado possui direito de audiência -
desdobramento da ampla defesa –
JURÍDICA § 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em
direito à autodefesa e direito ao
silêncio.) sala própria, no estabelecimento em que estiver
recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do
juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares
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bem como a presença do defensor e a publicidade do TECNOLÓGICO, A REALIZAÇÃO DE TODOS OS ATOS da


ato. audiência única de instrução e julgamento de que tratam
os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
§ 2o EXCEPCIONALMENTE, o juiz, por decisão
fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, § 5o Em QUALQUER MODALIDADE DE
poderá realizar o INTERROGATÓRIO DO RÉU PRESO por INTERROGATÓRIO, o JUIZ GARANTIRÁ AO RÉU O
SISTEMA DE VIDEOCONFERÊNCIA OU OUTRO RECURSO DIREITO DE ENTREVISTA PRÉVIA E RESERVADA COM O
TECNOLÓGICO DE TRANSMISSÃO DE SONS E IMAGENS SEU DEFENSOR; se realizado por videoconferência, fica
EM TEMPO REAL, desde que a medida seja necessária também garantido o acesso a canais telefônicos
para atender a uma das seguintes finalidades: reservados para comunicação entre o defensor que
esteja no presídio e o advogado presente na sala de
I - PREVENIR RISCO À SEGURANÇA PÚBLICA, quando audiência do Fórum, e entre este e o preso.
exista fundada suspeita de que o preso integre
organização criminosa ou de que, por outra razão, # Jurisprudência Correlata
possa fugir durante o deslocamento;
▪ A falta de se oportunizar entrevista reservada entre o
II - VIABILIZAR A PARTICIPAÇÃO DO RÉU NO REFERIDO réu e seu Defensor é causa de nulidade relativa,
ATO PROCESSUAL, quando haja RELEVANTE devendo ser provado o prejuízo. (STF)
DIFICULDADE para seu comparecimento em juízo, por
enfermidade ou outra circunstância pessoal;
▪ O réu não tem direito subjetivo de acompanhar, por
sistema de videoconferência, a audiência de inquirição
III - IMPEDIR A INFLUÊNCIA DO RÉU NO ÂNIMO DE
de testemunhas realizada, presencialmente, perante o
TESTEMUNHA OU DA VÍTIMA, desde que não seja
Juízo natural da causa, por ausência de previsão legal,
possível colher o depoimento destas por
regulamentar e principiológica. (STJ)
videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;

§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para


Art. 217. Se o juiz verificar que a PRESENÇA DO RÉU PODERÁ CAUSAR
a realização de atos processuais por sistema de
HUMILHAÇÃO, TEMOR, OU SÉRIO CONSTRANGIMENTO À TESTEMUNHA OU
AO OFENDIDO, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e
INQUIRIÇÃO POR VIDEOCONFERÊNCIA e, somente na impossibilidade pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério
dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição,
Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil.
com a presença do seu defensor.

§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em


Perceba que, de acordo com o inciso III, primeiro vai se
juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se
tentar colher o depoimento da testemunha ou vítima por
realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo.
videoconferência. Apenas se isso não for possível é que
o interrogatório do réu será realizado por
§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste
videoconferência.
artigo, no que couber, à realização de outros atos
processuais que dependam da participação de pessoa
IV - responder à GRAVÍSSIMA QUESTÃO DE ORDEM
que esteja presa, como acareação, reconhecimento de
PÚBLICA. (E NÃO GRAVE)
pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada
de declarações do ofendido.
§ 3o Da decisão que determinar a realização de
interrogatório por videoconferência, as partes serão
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o
intimadas com 10 DIAS de antecedência.
acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu
defensor.
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o
PRESO PODERÁ ACOMPANHAR, PELO MESMO SISTEMA
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§ 10. Do interrogatório DEVERÁ CONSTAR A condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros
INFORMAÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DE FILHOS, dados familiares e sociais.
RESPECTIVAS IDADES E SE POSSUEM ALGUMA
DEFICIÊNCIA E O NOME E O CONTATO DE EVENTUAL § 2o Na SEGUNDA PARTE será perguntado sobre:
RESPONSÁVEL PELOS CUIDADOS DOS FILHOS,
indicado pela pessoa presa. I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do
seu direito de permanecer calado e de não responder crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da
perguntas que lhe forem formuladas. prática da infração ou depois dela;

Parágrafo único. O SILÊNCIO, que NÃO IMPORTARÁ III - onde estava ao tempo em que foi cometida a
EM CONFISSÃO, NÃO PODERÁ SER INTERPRETADO EM infração e se teve notícia desta;
PREJUÍZO DA DEFESA.
IV - as provas já apuradas;

# Jurisprudência Correlata
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas
ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar
A falta de advertência sobre o direito ao silêncio não contra elas;
conduz à anulação automática do interrogatório ou
depoimento, devendo ser comprovado o VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a
constrangimento ilegal. É causa de nulidade relativa. infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione
e tenha sido apreendido;
#MNEMÔNICO:
“ACUSADO/INVESTIGADO/SUSPEITO NÃO É VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam
OBRIGADO A COMPARECER NO ‘BARE’” (Não cabe à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da
condução coercitiva) infração;
B Bafômetro
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
A Acareação
Interrogatório tem 2 partes:
R Reprodução simulada dos fatos
1a PESSOA do acusado
E Exame Grafotécnico
2a FATOS.

Art. 187. O INTERROGATÓRIO será CONSTITUÍDO DE 2 Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará
PARTES: sobre a PESSOA DO ACUSADO e sobre OS das partes se restou algum fato para ser esclarecido,
FATOS. formulando as perguntas correspondentes se o
entender pertinente e relevante.
§ 1o Na PRIMEIRA PARTE o interrogando será
perguntado sobre a residência, meios de vida ou Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou
profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a em parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar
sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso provas.
ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o
juízo do processo, se houve suspensão condicional ou
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Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre


▪ Não sabe LER ou ESCREVER: Pessoa habilitada a
os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas entendê-lo intervirá, como intérprete e sob
concorreram para a infração, e quais sejam. compromisso.

Art. 191. Havendo mais de 1 acusado, serão interrogados ▪ Não sabe ESCREVER, não puder ou não quiser
ASSINAR: Fato consignado no termo.
separadamente.

Art. 196. A TODO TEMPO o juiz poderá proceder a NOVO


Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do
INTERROGATÓRIO de OFÍCIO ou a PEDIDO
surdo-mudo será feito pela forma seguinte:
FUNDAMENTADO de qualquer das partes.

I - ao surdo serão apresentadas por escrito as


perguntas, que ele responderá oralmente; CAPÍTULO IV - DA CONFISSÃO

II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, CONFISSÃO


respondendo-as por escrito;
NATUREZA JURÍDICA MEIO DE PROVA
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por CLASSIFICAÇÃO
escrito e do mesmo modo dará as respostas.
Réu pode desdizer o
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou que confessou, no
RETRATÁVEL
todo ou em parte.
escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob
compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo. Réu pode confessar
um delito e negar
outros. Juiz, ao
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua valorar confissão,
DIVISÍVEL
nacional, o interrogatório será feito por meio de pode aceitá-la ou
OU
intérprete. RETRATÁVEL rejeitá-la no todo ou
DIVISÍVEL em parte,
notadamente na
Art. 194. (Revogado) confissão qualificada.
Se confissão for
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não prova única, é
puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado no indivisível, devendo
termo. ser aceita ou rejeitada
integralmente. (STF)

#ASSIM FICA FÁCIL DECORAR Feita em juízo.


Judicial Própria: feita
INTERROGATÓRIOS ESPECIAIS perante Juiz
JUDICIAL
competente;
▪ SURDO: perguntas por escrito e respostas JUDICIAL OU
EXTRAJUDICIAL Judicial Imprópria:
oralmente.
feita perante Juiz
▪ MUDO: perguntas oralmente e respostas por incompetente (Juízo
Deprecado).
escrito.
Feita fora do
▪ SURDO-MUDO: perguntas e respostas por escrito. processo e sem
EXTRAJUDICIAL
observância do
▪ Não fala língua nacional (português): contraditório e da
interrogatório com intérprete. ampla defesa.
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SIMPLES Réu apenas Art. 198. O silêncio do acusado NÃO importará


confessa uma CONFISSÃO, mas poderá constituir elemento para a
prática delituosa. formação do convencimento do juiz.
Réu reconhece a
COMPLEXA
prática de diversos # Comentários
SIMPLES, atos delituosos.
COMPLEXA
OU Réu reconhece a ▪ Parte final do artigo não foi recepcionada pela CF.
QUALIFICADA prática do ilícito,
mas o faz invocando
QUALIFICADA ▪ Juiz que se utilizar do silêncio do acusado para
causa excludente de
ilicitude ou de formar seu próprio convencimento incorrerá em
culpabilidade. ofensa ao princípio processual penal da não
Ex: réu confessa autoincriminação, ainda que a opção do acusado por
homicídio, mas alega abster-se de falar não constitua confissão.
legítima defesa.
▪ Cuidado: Não confundir o teor desse dispositivo com
Não existe no processo penal. Revelia
no processo penal não produz o que consta no parágrafo único do art. 186.
confissão ficta (efeito material) e tem
CONFISSÃO como único efeito prático a Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório,
FICTA desnecessidade de intimação do
será tomada por termo nos autos, observado o disposto
acusado para a prática dos atos
processuais, salvo a sentença no art. 195.
condenatória, da qual deve ser
cientificado.
Art. 200. A CONFISSÃO será DIVISÍVEL e
Súmula 545, STJ: Quando a confissão for utilizada para RETRATÁVEL, sem prejuízo do livre convencimento do
a formação do convencimento do julgador, o réu fará juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
jus à atenuante prevista no Art. 65, III, d, do Código
Penal.
CAPÍTULO V - DO OFENDIDO
Enunciado nº 2 da I Jornada de Direito e Processo
Penal – 14/08/2020
Art. 201. SEMPRE que possível, o ofendido será
A inexistência de confissão do investigado antes da
formação da opinio delicti do Ministério Público não
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
pode ser interpretada como desinteresse em infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
entabular eventual acordo de não persecução penal. provas que possa indicar, tomando-se por termo as
suas declarações.
# NUNCAMAISERRE
Não importa qual seja a modalidade de confissão, se o O ofendido não possui compromisso de dizer a
juiz utilizá-la para formar seu convencimento, o réu
terá direito ao reconhecimento da agravante genérica. verdade e não responde por falso testemunho, mas
não pode invocar o direito ao silêncio, salvo se sua
manifestação puder lhe incriminar (ne nemo tenetur
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos se detegere).
critérios adotados para os outros elementos de prova,
e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com § 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer
as demais provas do processo, verificando se entre ela sem motivo justo, o OFENDIDO PODERÁ SER
e estas existe compatibilidade ou concordância. CONDUZIDO À PRESENÇA DA AUTORIDADE.

§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais


relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à
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designação de data para audiência e à sentença e São proibidas de depor as


respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. pessoas que, em razão de
função, ministério, ofício ou
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no profissão, devam guardar
segredo, salvo se,
endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do
desobrigadas pela parte
ofendido, o uso de meio eletrônico. EXCEÇÃO No 2
interessada, quiserem dar o
(Art. 207) seu testemunho.
o
§ 4 Antes do início da audiência e durante a sua
realização, será reservado espaço separado para o Exemplos: advogado, padre,
ofendido. psicólogo, médico etc.

OBS. Caso sejam desobrigadas


§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar e aceitem dar seu testemunho,
o ofendido para atendimento multidisciplinar, prestarão o compromisso de
especialmente nas áreas psicossocial, de assistência dizer a verdade.
jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.
Uma vez intimada, a
o
§ 6 O juiz tomará as providências necessárias à testemunha é obrigada a
comparecer (na mesma
preservação da intimidade, vida privada, honra e
comarca em que reside), sob a
imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o pena condução coercitiva.
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos
e outras informações constantes dos autos a seu OBS. Pessoas residentes em
respeito para evitar sua exposição aos meios de comarcas diversas da que se
comunicação. desenvolva o processo, serão
DEVER DE ouvidas por carta precatória ou
COMPARECIMENTO por videoconferên cia.
CAPÍTULO VI - DAS TESTEMUNHAS
É indispensável a intimação
Art. 202. TODA PESSOA PODERÁ SER TESTEMUNHA. quanto À expedição da carta
precatória, sob pena de
nulidade (relativa). Porém, cabe
DEVERES DAS TESTEMUNHAS a parte diligenciar junto ao juízo
deprecado para saber a data da
Em regra, toda pessoa possui a oitiva no juízo deprecado
obrigação de depor. Ao (Súmula 155 do STF e Súmula
contrário do acusado, a 273 do STJ).
REGRA testemunha não tem direito ao É a regra.
silêncio, com exceção das
hipóteses em que sua Exceções:
manifestação puder lhe 1) Parentes próximos do réu;
incriminar (ne nemo tenetur se 2) Menor de 14 anos;
DEVER DE
detegere). PRESTAR O 3) Deficientes mentais;
No entanto, aqui também COMPROMISSO
existem exceções ao dever de DE DIZER A
depor. Vejamos: VERDADE OBS. Juiz que não colhe o
compromisso de dizer a
O art. 206 enumera alguns verdade da testemunha: mera
parentes do acusado que irregularidade.
podem se recusar à prestação
EXCEÇÃO NO 1
de depoimento, salvo quando Art. 342. Fazer afirmação falsa,
(Art. 206) não existir outros meios de ou negar ou calar a verdade
comprovar o fato probando. (silêncio) como testemunha,
perito, contador, tradutor ou
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intérprete em processo judicial,


ou administrativo, inquérito CLASSIFICAÇÃO DAS TESTEMUNHAS
policial, ou em juízo arbitral:
CRIME DE FALSO DIRETAS Presenciou ou ouviu
Pena - reclusão, de 2 a 4 anos,
TESTEMUNHO (testemunha visual).
e multa.
(ART. 342, CP)
São as testemunhas “por
§ 2o O fato deixa de ser punível ouvir dizer”, que ouviram
Só responderá a se, antes da sentença no INDIRETAS dizer sobre os fatos.
testemunha que processo em que ocorreu o
prestar o ilícito, o agente se retrata ou Possui valor probatório
compromisso. declara a verdade. pequeno.

Ao final do depoimento, em se São aquelas arroladas


de falso testemunho, o juiz pelas partes e que
remeterá cópia do depoimento prestam o compromisso
à autoridade policial para NUMERÁRIAS legal.
instauração de IPL. Se o fato se
São computadas para
der em julgamento perante o
efeito de aferição do
tribunal do júri, prevê o art. 211,
número máximo de
parágrafo único, que a
testemunhas legalmente
testemunha deverá ser de
permitido.
imediato apresentada à
autoridade policial. São as ouvidas por
Comunicarão ao juiz, dentro de iniciativa do magistrado,
1 ano, qualquer mudança de as arroladas pelas partes
DEVER DE
residência, sujeitando-se, pela que não prestam
COMUNICAR A
simples omissão, às penas do compromisso legal e as
ALTERAÇÃO DO
não comparecimento (art. 224 do
ENDEREÇO testemunhas que nada
CPP).
EXTRANUMERÁRIAS sabem dos fatos.

(ART. 209)
Em regra, são compro-
QUANTIDADE DE TESTEMUNHAS missadas.
Não são computadas no
PROCEDIMENTO COMUM 3 número de testemunhas
SUMARÍSSIMO legalmente permitido,
podendo ser ouvidas em
número ilimitado.
PROCED. COMUM ORDINÁRIO 8
Não prestam
compromisso legal, a
1a FASE DO JÚRI INFORMANTES exemplo da mãe do réu.
OBS. Corréu não pode ser
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
testemunha.
5
2a FASE DO JÚRI São testemunhas não
arroladas, mas indicadas
REFERIDAS no decorrer da instrução
LEI DE DROGAS por outras testemunhas.
Se ao juiz parecer
conveni-ente, serão
ouvidas.
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Prestam declarações I - quando a criança ou o


especificamente sobre a adolescente tiver menos
PRÓPRIA infração penal. de 7 anos;
II - em caso de violência
Presta depoimento sobre
sexual.
a regularidade de um ato
IMPRÓPRIA, do processo ou do IPL, e
INSTRUMENTÁRIA não sobre o crime.
OU FEDATÁRIA
Exemplo: testemunhas de Procedimento de entrevista
apresentação que são sobre situação de violência
chamadas para presenciar ESCUTA com criança ou adolescente
o auto de prisão em ESPECIALIZADA perante órgão da rede de
flagrante. (Art. 7º da Lei n. proteção (Ex, CREAS), limitado
13.431/17) o relato estritamente ao
INÓCUA Nada sabe para elucidar a necessário para o
causa. Não é computada cumprimento de sua
com testemunha (art. 209, finalidade.
§ 2o).
DEPOIMENTO Procedimento de oitiva de
São as testemunhas de ESPECIAL criança ou adolescente vítima
antecedentes, apenas ou testemunha de violência
ABONATÓRIA ou de informam a respeito da (Art. 8º da Lei n.
CANONIZAÇÃO perante autoridade policial ou
13.431/17)
vida pessoal do réu, se é judiciária.
bom pai, trabalhador, com
vizinho, etc.

TESTEMUINHA É a ouvida por # Jurisprudência Correlata


REMOTA videoconferência.

Não são apenas as ▪ O ato de delegação da condução e direção de


pessoas do art. 217-A do produção de prova oral à autoridade estrangeira, para
CP (vítimas de crimes esta inquirir testemunha ou investigado, padece de
sexuais). Também podem nulidade absoluta, por ofensa à soberania nacional, o
ser incluídas como
qual não pode produzir efeitos dentro de investigações
testemunhas vulneráveis
pessoas idosas ou em penais que estejam dentro das atribuições das
situações de autoridades brasileiras. (Cooperação Internacional –
vulnerabilidade, como a de mesmo que pautada em algum acordo estabelecido
violência doméstica ou entre os países). (Info 672, STJ).
familiar contra a mulher
TESTEMUNHAS (Art. 10-A da LMP).
▪ A vítima contratou um advogado para representar
VULNERÁVEIS E Art. 11 da Lei nº 13.431/2017. seus interesses no processo criminal. Logo no início
DEPOIMENTO SEM O depoimento especial
DANO do processo, ela e o advogado se desentenderam e a
reger-se-á por protocolos vítima revogou expressamente os poderes que havia
(Lei n. 13.431/17) e, sempre que possível,
conferido ao advogado, proibindo-o de atuar no caso.
será realizado uma única
vez, em sede de produção Requereu ainda que ele devolvesse qualquer
antecipada de prova documento que estivesse em sua posse e que fosse
judicial, garantida a ampla relacionado com o fato apurado. Sabendo disso, o réu
defesa do investigado. pediu a oitiva do advogado como testemunha no
§ 1º O depoimento especial processo penal. Esse advogado não poderá ser ouvido
seguirá o rito de como testemunha. Para que o advogado possa prestar
antecipação de prova: seu testemunho é indispensável que haja o
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consentimento válido do interessado direto na Art. 207. São PROIBIDAS de depor as pessoas que,
manutenção do segredo (cliente). Mesmo que a parte em razão de função, MINISTÉRIO, OFÍCIO OU
interessada faça isso, ou seja, mesmo que ela autorize PROFISSÃO, devam guardar segredo, SALVO se,
que o profissional revele os fatos resguardados pelo desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o
sigilo, ainda assim ele é quem irá decidir se irá dar ou seu testemunho.
não seu testemunho. (Info 967, STF).
#DESPENCAEMPROVA #ATENÇÃO
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a
promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for ▪ No final das contas, são os únicos que podem se
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu
recusar a depor, incondicionalmente.
estado e sua residência, sua profissão, lugar onde
exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de
▪ Moral da história: Como prevê o art. 202, de fato, TODA
alguma das partes, ou quais suas relações com
PESSOA PODERÁ SER TESTEMUNHA.
qualquer delas, e relatar o que souber, explicando
sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias
Os que são proibidos pelo art. 207 podem ser
pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.
desobrigados pelos interessados e, se quiserem, podem
ser ouvidos.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não
sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. Os doentes, deficientes mentais e menores de 14 anos,
prescritos no art. 208, embora não prestem
Parágrafo único. NÃO SERÁ VEDADA à testemunha, compromisso, podem ser ouvidas.
entretanto, BREVE CONSULTA A APONTAMENTOS.
Os familiares do acusado, dispostos no art. 206, quando
Isto é, a testemunha pode fazer ligeiras consultas a não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-
apontamentos, mas jamais trazer seu depoimento por se a prova do fato e de suas circunstâncias, também não
escrito. podem se eximir da obrigação de depor.

Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da Art. 208. NÃO SE DEFERIRÁ O COMPROMISSO a que
testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios alude o art. 203 aos DOENTES e DEFICIENTES MENTAIS
ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o e aos MENORES DE 14 ANOS, nem às PESSOAS A QUE
depoimento desde logo. SE REFERE O ART. 206.

Art. 206. A testemunha (vítima está incluída) NÃO Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá
poderá eximir-se da obrigação de depor. PODERÃO, ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas
entretanto, RECUSAR-SE a fazê-lo o ASCENDENTE ou partes. (TESTEMUNHAS DO JUÍZO)
DESCENDENTE, o afim em linha reta, o CÔNJUGE, ainda
que desquitado, o IRMÃO e o PAI, a MÃE, ou o FILHO § 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as
ADOTIVO DO ACUSADO, SALVO quando não for possível, pessoas a que as testemunhas se referirem.
por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato (TESTEMUNHAS REFERIDAS)
e de suas circunstâncias.
§ 2o NÃO SERÁ COMPUTADA como testemunha a
Atenção: Prerrogativa de se recusar a testemunhar só pessoa que NADA SOUBER que interesse à decisão da
existe para os parentes do acusado, jamais para os da causa. (TESTEMUNHAS INÓCUA)
vítima.
Quantidade de testemunha deve ser computada em
vista de cada fato delituoso e cada réu, considerados
individualmente.
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Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de SISTEMAS DE CONCEITO APLICAÇÃO
INQUIRIÇÃO
per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das
Perguntas Oitiva de
penas cominadas ao falso testemunho.
formuladas testemunhas
SISTEMA DE pelas partes (Art. 212).
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante INQUISIÇÃO diretamente
a sua realização, serão reservados espaços separados DIRETA a
para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas. testemunha.

Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, Passam Interrogatório


reconhecer que alguma testemunha fez afirmação eventuais e perguntas
SISTEMA perguntas dos jurados
falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do PRESIDENCIALISTA das partes às partes ou
depoimento à AUTORIDADE POLICIAL PARA A são feitas ao acusado.
INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO. pelo Juiz.

Falso testemunho reconhecido pelo Juiz? Manda cópia


do depoimento criminoso para a Autoridade Policial
instaurar IPL, e não para o MP.
SISTEMA DE INQUIRIÇÃO DIRETA DIVIDE-SE EM

Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em


DIRECT EXAMINATION Parte que arrolou a
plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir
testemunha faz as
decisão na audiência (art. 538, § 2o), o tribunal (art. 561),
perguntas.
ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
poderão fazer APRESENTAR IMEDIATAMENTE A
TESTEMUNHA À AUTORIDADE POLICIAL.
CROSS EXAMINATION Parte contrária é quem
formula perguntas.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas
CUIDADO: Em provas, contudo, é comum vir a
que puderem induzir a resposta, não tiverem relação expressão cross examination como sinônima de
com a causa ou importarem na repetição de outra já inquirição direta.
respondida. (SISTEMA DE INQUISIÇÃO DIRETA ou
CROSS EXAMINATION)

Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o # Comentários


juiz poderá complementar a inquirição.
▪ A inquirição começa pela parte que arrolou a
Sistema Direto e Cruzado (Cross Examination). Primeiro testemunha (direct examination). Em seguida, ocorre o
as perguntas são feitas por aquele que arrolou a exame cruzado, ou seja, a formulação de perguntas pela
testemunha e, após, pela parte contraria, sempre parte contrária (cross examination). Cabe primeiro à
diretamente. O juiz poderá fazer perguntas, mas sempre acusação inquirir. Somente se houver necessidade é
por último. que o juiz complementará a inquirição.

▪ Reforçando, a ordem de perguntas é a seguinte:

1º) Parte que arrolou a testemunha faz as perguntas que


entender necessárias;
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2º) Parte contrária àquela que arrolou a testemunha faz Art. 213. O juiz NÃO PERMITIRÁ que a testemunha
outras perguntas; manifeste suas APRECIAÇÕES PESSOAIS, SALVO
3º) Juiz, ao final, poderá complementar a inquirição quando inseparáveis da narrativa do fato.
sobre os pontos não esclarecidos.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes
Obs1: Não confundir com o interrogatório do acusado no poderão contraditar a testemunha ou argüir
procedimento comum: quem pergunta primeiro é o juiz. circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
Em segundo lugar são as partes, por intermédio do juiz, parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a
começando pela acusação. contradita ou argüição e a resposta da testemunha, mas
só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
Obs2: No Júri, o interrogatório do acusado (art. 474),
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
começa também pelo juiz, depois passando a palavra às
partes para as reperguntas diretas (sem intermédio do
# Jurisprudência Correlata
juiz, §1º). Os jurados perguntam por intermédio do juiz.

Indeferimento de todas as testemunhas da defesa sob o


# Jurisprudência Correlata (Polêmica) argumento de que seriam protelatórias configura
constrangimento ilegal.
A defesa alegou nulidade processual por desrespeito ao
art. 212 do CPP, por ter o juízo inquirido diretamente as Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-
testemunhas. A magistrada que presidia a audiência se, tanto quanto possível, às expressões usadas pelas
reputou observados o contraditório e a ampla defesa, testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.
porque depois de perguntar, ela permitiu que os
defensores e o MP fizessem questionamentos. Qual o Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a
entendimento que atualmente prevalece? Esse ato é termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a
nulo ou não? testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo,
pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na
STF: Não cabe ao juiz, na audiência de instrução e presença de ambos.
julgamento de processo penal, iniciar a inquirição de
testemunha, cabendo-lhe, apenas, complementar a Art. 217. Se o juiz verificar que a PRESENÇA DO RÉU
inquirição sobre os pontos não esclarecidos. (Info 1.012, PODERÁ CAUSAR HUMILHAÇÃO, TEMOR, OU SÉRIO
STF) CONSTRANGIMENTO À TESTEMUNHA OU AO OFENDIDO,
de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará
STJ: A inquirição das testemunhas pelo Juiz antes que a INQUIRIÇÃO POR VIDEOCONFERÊNCIA e, somente na
seja oportunizada às partes a formulação das impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do
perguntas, com a inversão da ordem prevista no art. 212 réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu
do CPP, constitui nulidade relativa. (Edição nº 69 do defensor.
Jurisprudência em Teses)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas
previstas no caput deste artigo deverá constar do
# Jurisprudência Correlata termo, assim como os motivos que a determinaram.

Não há cerceamento de defesa quando a decisão que Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha
indefere oitiva de testemunhas residentes em outro país deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz
for devidamente fundamentada. poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial
de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.
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Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição


Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua
MULTA prevista no art. 453, sem prejuízo do processo residência, expedindo-se, para esse fim, carta
penal por CRIME DE DESOBEDIÊNCIA, e condená-la ao precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
PAGAMENTO DAS CUSTAS DA DILIGÊNCIA. (TRÍPLICE
SANÇÃO PARA A TESTEMUNHA FALTOSA) Perceba que a testemunha não é obrigada a viajar para
depor.
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade
ou por velhice, de comparecer para depor, serão § 1o A EXPEDIÇÃO DA PRECATÓRIA NÃO SUSPENDERÁ
inquiridas onde estiverem. A INSTRUÇÃO CRIMINAL.

Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da § 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o


República, os senadores e deputados federais, os julgamento, mas, a TODO TEMPO, a precatória, uma vez
ministros de Estado, os governadores de Estados e devolvida, será junta aos autos.
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do
Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às § 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva
Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do de testemunha poderá ser realizada por meio de
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem transmissão de sons e imagens em tempo real,
como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em permitida a presença do defensor e podendo ser
LOCAL, DIA E HORA PREVIAMENTE AJUSTADOS ENTRE realizada, inclusive, durante a realização da audiência
ELES E O JUIZ. de instrução e julgamento.

Dispositivo só se aplica às hipóteses em que essas ART. 222-A. AS CARTAS rogatórias só serão expedidas
autoridades sejam testemunhas. Se acusadas, não há se demonstrada previamente a sua
essa prerrogativa. IMPRESCINDIBILIDADE, arcando a PARTE REQUERENTE
COM OS CUSTOS DE ENVIO.
Para evitar abusos, há entendimento no sentido de que
o beneficiado que não atender ao chamado judicial no Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o
prazo de 30 DIAS, perde esse direito. disposto nos §§ 1o e 2o do Art. 222 deste Código.

§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os Súmula 155, STF: É relativa a nulidade do processo


presidentes do Senado Federal, da Câmara dos criminal por falta de intimação da expedição de
Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão precatória para inquirição de testemunha.
optar pela PRESTAÇÃO DE DEPOIMENTO POR ESCRITO,
caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e Súmula 273, STJ: Intimada a defesa da expedição da
deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício. carta precatória, torna-se desnecessária intimação da
data da audiência no juízo deprecado.
§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade
superior. CUIDADO: O STF entende que se o réu for assistido pela
Defensoria e, na sede do juízo deprecado a Instituição
estiver instalada e estruturada, será obrigatória a intimação
§ 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto
da Defensoria acerca do dia do ato processual designado,
no art. 218, devendo, porém, a expedição do mandado sob pena de nulidade.
ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição
em que servirem, com indicação do dia e da hora
marcados.
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# Jurisprudência Correlata (2021) CESPE/DPF/2021: O rito simplificado do


reconhecimento de pessoas (art. 226, II do CPP), não
Se for expedida carta rogatória para citar um acusado define a quantidade de indivíduos, mencionando
no exterior, o prazo prescricional ficará suspenso até apenas “ao lado de outras que com ela que tiverem
que ela seja cumprida, ou seja, o prazo prescricional qualquer semelhança”.
voltará a correr antes mesmo que a carta seja juntada
aos autos. (Info 691, STJ) III - se houver razão para recear que a pessoa chamada
para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua outra influência, não diga a verdade em face da pessoa
nacional, será nomeado intérprete para traduzir as que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará
perguntas e respostas. para que esta não veja aquela;
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-
mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192. Essa providência NÃO é cabível durante a instrução
criminal ou no plenário de julgamento no Júri.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, DENTRO (parágrafo único, logo abaixo)
DE 1 ANO, qualquer mudança de residência, sujeitando-
se, pela simples omissão, às penas do não- Reconhecimento de pessoas na fase judicial deve ser
comparecimento. feito frente a frente com o suposto autor do delito.

Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar- IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto
se, ou, por ENFERMIDADE ou por VELHICE, inspirar pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa
receio de que ao tempo da instrução criminal já não chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de testemunhas presenciais.
qualquer das partes, TOMAR-LHE ANTECIPADAMENTE
O DEPOIMENTO. Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo NÃO
terá aplicação na fase da INSTRUÇÃO CRIMINAL ou em
CAPÍTULO VII - DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E PLENÁRIO DE JULGAMENTO.
COISAS
# Jurisprudência Correlata
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o
RECONHECIMENTO DE PESSOA, proceder-se-á pela O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o
seguinte forma: reconhecimento de pessoas. O descumprimento
dessas formalidades enseja a nulidade do
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será reconhecimento? O STJ está dividido:
convidada a descrever a pessoa que deva ser
reconhecida; • 5ª Turma: NÃO. As disposições do art. 226
configuram uma recomendação legal, e não uma
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será exigência absoluta. Assim, é válido o ato mesmo que
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela realizado de forma diversa da prevista em lei.
tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem (02/06/2020.)
tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
• 6ª Turma: SIM. Há recente julgado (27/10/2020) que
Atenção à expressão “SE POSSÍVEL”, pois nem sempre fixou as seguintes conclusões:
será possível encontrar pessoas semelhantes
fisicamente com o suspeito. 1. O reconhecimento de pessoas deve observar o
Ex: o suspeito tem 2 metros de altura e uma tatuagem procedimento do art. 226 do CPP, cujas formalidades
no rosto.
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constituem garantia mínima para quem se encontra na


condição de suspeito da prática de um crime;
#MNEMÔNICO: “ACUSADO/INVESTIGADO/SUSPEITO
NÃO É OBRIGADO A COMPARECER NO ‘BARE’” (Não
2. À vista dos efeitos e dos riscos de um reconhecimento
cabe condução coercitiva)
falho, a inobservância do procedimento descrito na
referida norma processual torna inválido o B Bafômetro
reconhecimento da pessoa suspeita e não poderá servir de
lastro a eventual condenação, mesmo se confirmado o A Acareação
reconhecimento em juízo;
R Reprodução simulada dos fatos
3. Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de E Exame grafotécnico
reconhecimento formal, desde que observado o devido
procedimento probatório, bem como pode ele se
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados,
convencer da autoria delitiva a partir do exame de outras
provas que não guardem relação de causa e efeito com o
para que expliquem os pontos de divergências,
ato viciado de reconhecimento; reduzindo-se a termo o ato de acareação.

Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas


4. O reconhecimento do suspeito por simples exibição de
fotografia(s) ao reconhecedor, a par de dever seguir o declarações divirjam das de outra, que esteja presente,
mesmo procedimento do reconhecimento pessoal, há de a esta se darão a conhecer os pontos da divergência,
ser visto como etapa antecedente a eventual consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se
reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à
prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo. autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente,
transcrevendo-se as declarações desta e as da
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á testemunha presente, nos pontos em que divergirem,
com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que bem como o texto do referido auto, a fim de que se
for aplicável. complete a diligência, ouvindo-se a testemunha
ausente, pela mesma forma estabelecida para a
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a testemunha presente. ESTA DILIGÊNCIA SÓ SE
efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada REALIZARÁ QUANDO NÃO IMPORTE DEMORA
uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer PREJUDICIAL AO PROCESSO E O JUIZ A ENTENDA
comunicação entre elas. CONVENIENTE.

CAPÍTULO IX - DOS DOCUMENTOS


CAPÍTULO VIII - DA ACAREAÇÃO
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, poderão APRESENTAR DOCUMENTOS EM QUALQUER
entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre FASE DO PROCESSO.
acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. PROVA EMPRESTADA

Utilização em um processo de prova


Entre TODO MUNDO, EXCETO PERITOS e PARTES, por que foi produzida em outro, sendo que
CONCEITO
razões óbvias. esse “transporte” da prova é feito por
meio de certidão extraída daquele.

Espaço p/ anotações: COMO É FEITA Através de documentos.

A prova que veio de outro processo


entra no processo atual como “prova
documental”, independentemente da
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natureza que ela tinha no processo # Jurisprudência Correlata (09/2021)


originário.
Ex1: foi colhido o depoimento de uma
VALOR
testemunha no processo 1. Trata-se de Viola o princípio constitucional da ampla defesa o
PROBATÓRIO
prova testemunhal. Se essa inquirição indeferimento de prova nova sem a demonstração de
for “emprestada” (trasladada) para o
processo 2, ela ingressará no feito seu caráter manifestamente protelatório ou meramente
como prova documental (e não mais tumultuário, mormente quando esta teve como causa
como prova testemunhal). situação processual superveniente.
Ex2: a perícia realizada no processo 1,
se for emprestada para o processo 2, Fundamento: Segundo o art. 397 do CPC - aplicável, por
ingressará como prova documental (e
não mais como prova pericial).
analogia, ao processo penal, por força do art. 3º do CPP
-, "É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos
Contraditório deve ter sido observado autos documentos novos, quando destinados a fazer
quanto às mesmas partes no processo
prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para
REQUISITOS de origem. Do contrário, é considerada
uma prova documental, não tendo o contrapô-los aos que foram produzidos nos autos".
valor de prova emprestada. Todavia, essa regra não é absoluta. (Info 711, STJ)

VALIDADE DA
PROVA Art. 232. Consideram-se DOCUMENTOS quaisquer
Aferida pelos jurados.
EMPRESTADA escritos, instrumentos ou papéis, PÚBLICOS ou
NO JÚRI PARTICULARES.
É possível a prova emprestada
STJ proveniente de ação penal em que não Parágrafo único. À FOTOGRAFIA DO DOCUMENTO,
participaram as partes. devidamente autenticada, se dará o MESMO VALOR DO
ORIGINAL.
É permitida a prova emprestada no
processo administrativo disciplinar
SÚMULA 591, (PAD), desde que devidamente Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou
STJ autorizada pelo juízo competente e obtidas por meios criminosos, NÃO serão admitidas em
respeitados o contraditório e a ampla
defesa.
juízo.

É permitido mesmo que o processo Parágrafo único. As CARTAS PODERÃO SER EXIBIDAS
penal ainda não tenha transitado em
EM JUÍZO PELO RESPECTIVO DESTINATÁRIO, PARA A
julgado. Isso porque, em regra, o
resultado da sentença proferida no DEFESA DE SEU DIREITO, AINDA QUE NÃO HAJA
MOMENTO
processo criminal não repercute na CONSENTIMENTO DO SIGNATÁRIO.
instância administrativa, tendo em vista
a independência existente entre as
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de
instâncias (Info 521, STJ).
documento relativo a ponto relevante da acusação ou da
defesa, providenciará, independentemente de
Espaço p/ anotações: requerimento de qualquer das partes, para sua juntada
aos autos, se possível.

Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares


serão submetidas a exame pericial, quando contestada
a sua autenticidade.

Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem


prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário,
traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa
idônea nomeada pela autoridade.
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CAPÍTULO XI - DA BUSCA E DA APREENSÃO


# Jurisprudência Correlata
Art. 240. A BUSCA será DOMICILIAR ou PESSOAL.
A tradução para o vernáculo de documentos em idioma
estrangeiro juntados aos autos só deverá ser realizada #SE LIGA NA DIFERENÇA
se tal providência for absolutamente “necessária”. A
É toda busca que não for
decisão sobre a necessidade ou não da tradução dos domiciliar. É efetivada no corpo da
BUSCA
documentos cabe ao juiz da causa. (STJ, 2015) PESSOAL pessoa ou em objetos dela. Ex:
busca realizada na mochila ou no
Art. 237. As PÚBLICAS-FORMAS SÓ TERÃO VALOR carro (quando não utilizado como
“CASA”).
QUANDO CONFERIDAS COM O ORIGINAL, em presença
da autoridade.
BUSCA Busca feita na “CASA” do acusado.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo DOMICILIAR
findo, quando NÃO exista motivo relevante que justifique REGRA: busca (apreensão de documentos) em
a sua conservação nos autos, poderão, mediante veículo é equiparada à BUSCA PESSOAL e não
requerimento, e ouvido o ministério Público, ser precisa de mandado.
entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos EXCEÇÃO: é necessária autorização judicial quando o
autos. veículo é destinado à habitação do acusado - trailers,
cabines de caminhão, barcos, pois se inserem no
conceito jurídico de domicílio.
CAPÍTULO X - DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se INDÍCIO a circunstância # Jurisprudência Correlata


CONHECIDA e PROVADA, que, tendo relação com o fato,
autorize, por INDUÇÃO, concluir-se a existência de
▪Não é nula a busca e apreensão efetuada por policiais,
outra ou outras circunstâncias.
sem prévio mandado judicial, em apartamento que não
revela sinais de habitação, nem mesmo de forma
INDÍCIOS transitória ou eventual, se a aparente ausência de
NATUREZA Ora aparece como PROVA INDIRETA, residentes no local se alia à fundada suspeita de que o
JURÍDICA ora como PROVA SEMIPLENA imóvel é utilizado para a prática de crime permanente
PROVA INDIRETA Precisa de mais raciocínios para se (no caso, a casa era uma boca-de-fumo). (Info 678, STJ)
chegar a uma conclusão. Ex: álibi..
Prova de menor valor persuasivo, que ▪A busca e apreensão representa uma restrição ao
PROVA não autoriza juízo de certeza, mas de
direito à intimidade. Para ser decretada é necessário
SEMIPLENA mera probabilidade.
que haja indícios mais robustos que uma simples notícia
É relevante quando houver decretação
de medidas cautelares (fumus comissi anônima. (Info 819, STJ)
delicti – indício suficiente de autoria
do art. 312). ▪ Denúncia anônima da prática de tráfico de drogas
VALIDADE DA somada à fuga do acusado ao avistar a polícia, por si
PROVA Aferida pelos jurados. sós, não configuram fundadas razões a autorizar o
EMPRESTADA
NO JÚRI ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu
consentimento ou sem determinação judicial. (Info 666,
STJ).
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▪Mera intuição acerca de eventual traficância praticada ▪A ausência de individualização das medidas de busca
pelo agente, embora pudesse autorizar abordagem e apreensão contraria diversos dispositivos legais,
policial em via pública para averiguação, não configura, como os arts. 240, 242, 244, 245, 248 e 249 do CPP, bem
por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu como o Art. 5º, XI, da CF/88, que traz como direito
domicílio, sem o seu consentimento e sem fundamental a inviolabilidade do domicílio. É
determinação judicial. (Info 606, STJ) indispensável que o mandado de busca e apreensão
tenha objetivo certo e pessoa determinada, não se
▪Embora não seja atividade típica da Polícia Militar, não admitindo ordem judicial genérica. (STJ. 2019)
consiste em ilegalidade eventual cumprimento de
mandado de busca e apreensão pela instituição. #NÃO CONFUNDA #DESPENCA EM PROVA
Compete à PF e à Polícia Civil, com exclusividade,
PROVA LÍCITA.
unicamente o exercício das funções de polícia judiciária
Não é necessária nova
(art. 144 da CF). Tal exclusividade não se estende à autorização judicial. A busca e
DELEGADO ACESSA
atividade de polícia investigativa. (STJ, 2016.) OS DADOS apreensão determinada já é
ARMAZENADOS NO suficiente para permitir o acesso
aos dados dos aparelhos
▪ É ilícita a revista pessoal realizada por agente de CELULAR
APREENDIDO EM celulares apreendidos.
segurança privada. BUSCA DOMICILIAR
COM AUTORIZAÇÃO Fulano é preso (qualquer
▪ Em princípio, não se anula provas obtidas em busca JUDICIAL modalidade de prisão) e os
e apreensão pelo fato de materiais apreendidos não policiais, com um mandado de
busca e apreensão para o seu
foram lacrados. celular, começam a ler as
conversas do aparelho. Pode?
▪ É ilícita a busca e apreensão contra marido da Sim! Como teve uma autorização
para apreender o telefone, está
Senadora, mas cujo cumprimento ocorreu no imóvel
implícita a autorização para
funcional onde ambos residem, devendo-se observar as acessar o seu conteúdo (STJ, RHC
regras do foro privilegiado. nº 75.800);
PROVA ILÍCITA. Para dar aquela
▪ Busca e apreensão nas dependências da Câmara dos vasculhada no “whatsapp”, o
Delegado precisa de autorização
Deputados ou Senado Federal pode ser decretada por
judicial.
juízo de 1ª instância se o investigado não for DELEGADO ACESSA
congressista. Prerrogativas e imunidades OS DADOS
ARMAZENADOS NO Fulano é preso em flagrante e a
parlamentares não se estendem aos locais onde polícia pega seu celular e começa
CELULAR
parlamentares exercem suas atividades nem ao corpo APREENDIDO a ler as conversas de WhatsApp.
auxiliar. DURANTE PRISÃO EM Pode? Não! É preciso autorização
FLAGRANTE judicial, em razão da proteção da
intimidade (STJ, RHC nº 117.767).
▪ Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas
obtidas pela polícia por meio da extração de dados e de OBS. Lembre-se que o registro
conversas registradas no WhatsApp® presentes no das ligações telefônicas é
celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o permitido, pois não tem acesso ao
conteúdo em si, somente aos
aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão
registros telefônicos.
em flagrante. (Info 583, STJ)

▪ É ilegal a decisão judicial que autoriza busca e


apreensão coletiva em residências, feita de forma
genérica e indiscriminada. (STJ. 2019)
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# Jurisprudência Correlata (2021) Fundamentação do julgado: A prova da legalidade e da


voluntariedade do consentimento para o ingresso na
residência do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado,
É válida, com base na teoria da aparência, a autorização e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que
autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que
expressa para que os policiais fizessem a busca e
possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve
apreensão na sede de empresa investigada, autorização
ser registrada em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto
essa dada por pessoa que, embora tenha deixado de ser durar o processo.
sócia formal, continuou assinando documentos como
representante da empresa. Principais conclusões do STJ:

Caso concreto: policiais chegaram até a sede da 1) Na hipótese de suspeita de crime em flagrante, exige-
empresa e, enquanto aguardavam decisão judicial para se, em termos de standard probatório para ingresso no
entrar no local, foram autorizados a fazer a busca e domicílio do suspeito sem mandado judicial, a existência
apreensão no imóvel. Essa autorização foi concedida de fundadas razões (justa causa), aferidas de modo
por uma mulher que se apresentou como representante objetivo e devidamente justificadas, de maneira a
da empresa. A mulher que concedeu a autorização, indicar que dentro da casa ocorre situação de flagrante
embora tenha deixado de ser formalmente sócia, delito.
continuou assinando documentos como representante 2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser
da empresa. A evidência de que ela ainda agia como classificado como crime de natureza permanente, nem
representante da empresa é reforçada pelo fato de que sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio
tinha a chave do escritório sede da empresa e livre onde supostamente se encontra a droga. Apenas será
acesso a ele, não tendo sido barrada por nenhum dos permitido o ingresso em situações de urgência, quando
empregados que estavam no local, nem mesmo pelo se concluir que do atraso decorrente da obtenção de
advogado da empresa que acompanhou toda a mandado judicial se possa objetiva e concretamente
diligência. Diante disso, o STJ afirmou que deveria ser inferir que a prova do crime (ou a própria droga) será
aplicada, no caso concreto, a teoria da aparência. destruída ou ocultada.
Embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de
aplicação jurisprudencial na seara civil, processual civil 3) O consentimento do morador, para validar o ingresso
e no CDC, nada há que impeça sua aplicação também na de agentes estatais em sua casa e a busca e apreensão
seara penal. (Info 690, STJ) de objetos relacionados ao crime, precisa ser voluntário
e livre de qualquer tipo de constrangimento ou coação.
# Jurisprudência Correlata (2021) 4) A prova da legalidade e da voluntariedade do
consentimento para o ingresso na residência do
Pergunta-se: Na hipótese de suspeita de flagrância suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve
delitiva, qual a exigência, em termos de standard ser feita com declaração assinada pela pessoa que
probatório, para que policiais ingressem no domicílio do autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre
suspeito sem mandado judicial? que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a
operação deve ser registrada em áudio-vídeo e
Para garantir a devida proteção da garantia preservada tal prova enquanto durar o processo.
constitucional à inviolabilidade do domicílio, os policiais
5) A violação a essas regras e condições legais e
deverão adotar as seguintes providências:
constitucionais para o ingresso no domicílio alheio
resulta na ilicitude das provas obtidas em decorrência
1) Autorização assinada pelo morador e por
da medida, bem como das demais provas que dela
testemunhas;
decorrerem em relação de causalidade, sem prejuízo de
2) A diligência deverá ser integralmente registrada em
eventual responsabilização penal do(s) agente(s)
vídeo e áudio;
público(s) que tenha(m) realizado a diligência. (Info 687,
STJ).
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tal informação de que, naquele quarto, realmente


# Jurisprudência Correlata (08/10/2021) acontecia a traficância de drogas, tudo a demonstrar
que estava presente o elemento "fundadas razões", a
A busca e apreensão de bens em interior de veículo é autorizar o ingresso no referido local.
legal e inerente ao dever de fiscalização regular da
Polícia Rodoviária Federal, em se tratando do flagrante Esclarece-se que, embora o quarto de hotel
de transporte de vultosa quantia em dinheiro e não regularmente ocupado seja, juridicamente, qualificado
tendo o investigado logrado justificar o motivo de tal como "casa" para fins de tutela constitucional da
conduta. (Info 711, STJ) inviolabilidade domiciliar (art. 5º, XI), a exigência, em
termos de standard probatório, para que policiais
ingressem em um quarto de hotel sem mandado judicial
# Jurisprudência Correlata (03/11/2021) não pode ser igual às fundadas razões exigidas para o
ingresso em uma residência propriamente dita, a não
ser que se trate (o quarto de hotel) de um local de
É lícita a entrada de policiais, sem autorização judicial e moradia permanente do suspeito.
sem o consentimento do hóspede, e
quarto de hotel não utilizado como morada permanente, Isso porque é diferente invadir uma casa habitada
desde que presentes as fundadas razõeS que sinalizem permanentemente pelo suspeito e até por várias
a ocorrência de crime e hipótese de flagrante delito. pessoas (crianças e idosos, inclusive) e um quarto de
(Info 715, STJ) hotel que, como no caso, é aparentemente utilizado não
como uma morada permanente, mas para outros fins,
Entenda o julgado: O quarto de hotel constitui espaço inclusive, ao que tudo indica, o comércio de drogas.
privado que, segundo entendimento do STF, é
qualificado juridicamente como "casa" (desde que
ocupado) para fins de tutela constitucional da
# Jurisprudência Correlata (2021)
inviolabilidade domiciliar. Embora a jurisprudência
tenha caminhado no sentido de que as autoridades
podem ingressar em domicílio, sem o consentimento do ▪O MP pode escolher quais elementos obtidos na busca
morador, em hipóteses de flagrante delito de crime e apreensão serão utilizados pela acusação; no entanto,
permanente - de que é exemplo o tráfico de drogas -, o material restante deve permanecer à livre consulta do
ao julgar o REsp 1.574.681/RS (DJe 30/5/2017), a Sexta acusado, para o exercício de suas faculdades
Turma do STJ decidiu, à unanimidade, que não se há de defensivas. Realizada a busca e apreensão, apesar de o
admitir que a mera constatação de situação de relatório sobre o resultado da diligência ficar adstrito
flagrância, posterior ao ingresso, justifique a medida. aos elementos relacionados com os fatos sob apuração,
deve ser assegurado à defesa acesso à integra dos
No referido julgamento, concluiu-se, portanto, que, para dados obtidos no cumprimento do mandado judicial.
legitimar-se o ingresso em domicílio alheio, é (Info 692, STJ)
necessário tenha a autoridade policial fundadas razões
para acreditar, com lastro em circunstâncias objetivas, ▪Não existe exigência legal de que o mandado de busca
no atual ou iminente cometimento de crime no local e apreensão detalhe o tipo de documento a ser
onde a diligência vai ser cumprida. apreendido, ainda que de natureza sigilosa.
Situação hipotética: João, médico, estava sendo
No caso, verifica-se que, previamente à prisão em investigado pela adulteração de prontuários de
flagrante, foram realizadas diligências investigativas pacientes internados em clínica psiquiátrica, para
para apurar a veracidade da informação recebida no camuflar ilicitudes que ocorriam no local. O Delegado
sentido de que havia entorpecentes no quarto de hotel representou pela busca e apreensão na clínica
em que estava hospedado o réu. Vale dizer, a atuação psiquiátrica e na residência do investigado. O pedido foi
policial foi precedida de mínima investigação acerca de deferido e foram apreendidos diversos prontuários
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assinados pelo investigado. João impetrou HC alegando d) apreender armas e munições, instrumentos
que a apreensão foi ilícita, pois a decisão que autorizou utilizados na prática de crime ou destinados a fim
a medida não existia autorização específica para a delituoso;
apreensão de prontuários médicos e os prontuários são
documentos sigilosos, só cabendo seu recolhimento e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou
com autorização judicial específica. Embora os à defesa do réu;
prontuários possam conter dados sigilosos, foram
apreendidos a partir da imprescindível autorização f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao
judicial prévia. O fato de o mandado de busca não ter acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que
feito uma discriminação específica é irrelevante, até o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
porque os prontuários médicos encontram-se inseridos elucidação do fato;
na categoria de documentos em geral. Ademais, vale
frisar que o sigilo do qual se revestem os prontuários g) apreender pessoas vítimas de crimes;
médicos pertence única e exclusivamente aos
pacientes, não ao médico. Assim, caso houvesse a h) colher qualquer elemento de convicção.
violação do direito à intimidade, essa ofensa teria que
ser arguida pelos seus titulares (pacientes) e não pelo § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver
investigado. (Info 694, STJ). fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma
proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e
▪A busca e apreensão de bens em interior de veículo é letra h do parágrafo anterior.
legal e inerente ao dever de fiscalização regular da PRF,
em se tratando do flagrante de transporte de vultosa Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou
quantia em dinheiro e não tendo o investigado logrado judiciária não a realizar pessoalmente, a busca
justificar o motivo de tal conduta. (Info 711, STJ). domiciliar deverá ser precedida da expedição de
mandado.

# O QUE SÃO OS “STANDARTS DE PROVA”? Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes.
Segundo a doutrina do processualista penal Gustavo
Badaró, “são critérios que estabelecem o grau de Art. 243. O mandado de busca DEVERÁ:
confirmação probatória necessário para que o julgador
considere um enunciado fático como provado.” I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que
será realizada a diligência e o nome do respectivo
proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal,
§ 1o Proceder-se-á à BUSCA DOMICILIAR, quando o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que
fundadas razões a autorizarem, para: a identifiquem;

a) prender criminosos; II - mencionar o motivo e os fins da diligência;

b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela
criminosos; autoridade que o fizer expedir.

c) apreender instrumentos de falsificação ou de § 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio


contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; texto do mandado de busca.

§ 2o NÃO SERÁ PERMITIDA a apreensão de documento


em poder do defensor do acusado, SALVO QUANDO
CONSTITUIR ELEMENTO DO CORPO DE DELITO.
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Art. 244. A BUSCA PESSOAL INDEPENDERÁ DE


MANDADO, no caso de prisão ou quando houver § 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai
FUNDADA SUSPEITA de que a pessoa esteja na POSSE procurar, o morador será intimado a mostrá-la.
DE ARMA PROIBIDA OU DE OBJETOS OU PAPÉIS QUE
CONSTITUAM CORPO DE DELITO, ou quando a medida § 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será
for determinada no curso de BUSCA DOMICILIAR. imediatamente apreendida e posta sob custódia da
autoridade ou de seus agentes.

Art. 245. As BUSCAS DOMICILIARES serão


§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto
executadas DE DIA, SALVO se o MORADOR CONSENTIR
circunstanciado, assinando-o com 2 TESTEMUNHAS
que se realizem à NOITE, e, antes de penetrarem na
PRESENCIAIS, sem prejuízo do disposto no § 4o.
casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao
morador, ou a quem o represente, intimando-o, em
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo
seguida, a abrir a porta.
anterior, quando se tiver de proceder a busca em
compartimento habitado ou em aposento ocupado de
CONCEITO DE DIA
habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao
público, onde alguém exercer profissão ou atividade.
1ª Corrente: Não há consenso. Para alguns, compreende
o período entre as 6H e 18H. (Entendimento mais
Art. 247. NÃO sendo encontrada a pessoa ou coisa
seguro)
procurada, os motivos da diligência serão comunicados
a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
2ª Corrente: De outro lado, há quem defenda que é o
nascer e pôr do sol.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo
que não moleste os moradores mais do que o
3ª Corrente: Existem, ainda, quem aplique o parâmetro
indispensável para o êxito da diligência.
previsto no CPC, que fala que os atos processuais serão
realizados em dias úteis, das 6 às 20 horas.
Art. 249. A BUSCA EM MULHER será feita por OUTRA
MULHER, SE NÃO IMPORTAR RETARDAMENTO OU
Atenção: O STF considerou válida a instalação de escuta
PREJUÍZO DA DILIGÊNCIA.
ambiental por policiais no escritório de advocacia de um
advogado suspeito da prática de crimes. A colocação
# Jurisprudência Correlata
das escutas ocorreu no período da noite por
determinação judicial.
▪ Lei estadual pode exigir que perícia feita em vítima
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará mulher seja feita por legista mulher, desde que isso não
previamente sua qualidade e o objeto da diligência. importe o retardameto ou prejuízo da diligência.

§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta ▪Crianças e adolescentes do sexo feminino vítimas de
e forçada a entrada. violência deverão ser, obrigatoriamente, examinadas
por legista mulher, mas desde que isso não importe
§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego retardamento ou prejuízo da diligência.
de força contra coisas existentes no interior da casa,
para o descobrimento do que se procura.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão
penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de
§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando
outro estado, quando, para o fim de apreensão, forem
ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser
no seguimento de pessoa ou coisa, devendo
intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se
apresentar-se à competente autoridade local, antes da
houver e estiver presente.
diligência ou após, conforme a urgência desta.
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IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente,


§ 1o ENTENDER-SE-Á QUE A AUTORIDADE OU SEUS consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o
AGENTES VÃO EM SEGUIMENTO DA PESSOA OU COISA, 3º grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado
QUANDO: no feito.

a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou


transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois
O Art. 252 enumera as CAUSAS DE IMPEDIMENTO.
a percam de vista;

b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por


informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, # Jurisprudência Correlata
que está sendo removida ou transportada em
determinada direção, forem ao seu encalço. Não há impedimento ou suspeição de integrantes de
Colegiado do STJ que apreciaram recurso especial e,
§ 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões posteriormente, venham participar do julgamento de
para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas outro recurso oriundo de revisão criminal ajuizada na
referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou origem. (Info 678, STJ)
da legalidade dos mandados que apresentarem,
poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de Art. 253. Nos JUÍZOS COLETIVOS, NÃO PODERÃO
modo que não se frustre a diligência. SERVIR NO MESMO PROCESSO os juízes que forem
entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta
ou colateral até o 3º GRAU, inclusive.
TÍTULO VIII - DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO
ACUSADO E DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E
AUXILIARES DA JUSTIÇA Art. 254. O juiz dar-se-á por SUSPEITO, e, se não o
fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

CAPÍTULO I - DO JUIZ I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer


deles;
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,
processo e manter a ordem no curso dos respectivos estiver respondendo a processo por fato análogo,
atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou


Art. 252. O JUIZ NÃO PODERÁ EXERCER JURISDIÇÃO afim, até o 3º GRAU, inclusive, sustentar demanda ou
no processo em que: responder a processo que tenha de ser julgado por
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, qualquer das partes;
consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
3º GRAU, inclusive, como defensor ou advogado, órgão
do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
justiça ou perito; qualquer das partes;

II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas Vl - se for sócio, acionista ou administrador de
funções ou servido como testemunha; sociedade interessada no processo.

III - tiver funcionado como juiz de outra instância,


pronunciando-se, de FATO ou de DIREITO, sobre a O Art. 254 enumera as CAUSAS DE SUSPEIÇÃO.
questão;
Art. 255. O IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO
DECORRENTE DE PARENTESCO POR AFINIDADE
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CESSARÁ PELA DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO que Ihe I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
tiver dado causa, SALVO sobrevindo DESCENDENTES; forma estabelecida neste Código; e
mas, ainda que dissolvido o casamento sem
descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o II - fiscalizar a execução da lei.
padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for
parte no processo.
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer
reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo
propósito der motivo para criá-la. ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º GRAU,
inclusive, e a eles se ESTENDEM, no que Ihes for
aplicável, as prescrições relativas à SUSPEIÇÃO E AOS
Não se poderá opor suspeição às autoridades
IMPEDIMENTOS DOS JUÍZES.
policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas
declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
(Art. 107 do CPP ) Em todos os casos de impedimento e suspeição o limite
de parentesco é o 3º GRAU.

IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO CAPÍTULO III - DO ACUSADO E SEU DEFENSOR

Art. 252 Art. 254 Art. 259. A IMPOSSIBILIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DO


ACUSADO COM O SEU VERDADEIRO NOME OU OUTROS
Vício é interno, existindo Vício é externo, existindo QUALIFICATIVOS NÃO RETARDARÁ A AÇÃO PENAL,
vínculo entre o juiz e o vínculo entre o juiz e a quando CERTA A IDENTIDADE FÍSICA. A qualquer tempo,
objeto do litígio. parte ou entre o juiz e a no curso do processo, do julgamento ou da execução da
questão discutida no feito.
sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-
á a RETIFICAÇÃO, POR TERMO, NOS AUTOS, SEM
Rol taxativo. Rol exemplificativo. PREJUÍZO DA VALIDADE DOS ATOS PRECEDENTES.

Ensejam a incapacidade Ensejam a incapacidade Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o
OBJETIVA do juiz. SUBJETIVA do juiz, pois o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato
vinculam a uma das que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade
partes. poderá mandar conduzi-lo à sua presença.

Presunção absoluta Presunção relativa de Espaço p/ anotações:


(jure et jure) de parcialidade
parcialidade

Atuação do juiz gera Atuação do juiz gera


inexistência do ato, nulidade absoluta.
sendo assim insanáveis.

CAPÍTULO II - DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 257. Ao Ministério Público cabe:


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Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por


# Jurisprudência Correlata defensor público ou dativo, será sempre exercida
através de manifestação fundamentada.
# SOBRE A NÃO RECEPÇÃO DA CONDUÇÃO
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
COERCITIVA DO RÉU

O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” Esse dispositivo não recepcionado pela CF/88.
prevista no Art. 260 do CPP não foi recepcionada pela
CF. Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado
investigado ou réu com o objetivo de submetê-lo ao defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo
interrogatório sobre os fatos. A condução coercitiva é tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo
ilegítima mesmo que o investigado tenha sido defender-se, caso tenha habilitação.
previamente intimado para comparecer à Delegacia
para interrogatório e tenha se recusado. Assim, mesmo Nomeação de defensor pelo juiz só pode ocorrer nas
que seja obedecida rigorosamente a cautela do art. 260, hipóteses de abandono do processo pelo advogado
ainda assim a condução coercitiva para interrogatório constituído e desde que o acusado permaneça inerte
será indevida. Isso porque a CF/88 e os tratados após ser instado a constituir novo defensor.
internacionais, ao preverem o direito do investigado ao
silêncio, asseguram também a ele, como decorrência, o Parágrafo único. O ACUSADO, QUE NÃO FOR POBRE,
direito de ausência ao interrogatório. Condução SERÁ OBRIGADO A PAGAR OS HONORÁRIOS DO
coercitiva pode ser adotada para outras hipóteses: Para DEFENSOR DATIVO, arbitrados pelo juiz.
que a condução coercitiva seja legítima, ela deve
destinar-se à prática de um ato ao qual a pessoa tem o Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e
dever de comparecer, ou, ao menos, que possa ser solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de
legitimamente obrigada a comparecer. cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos
Ex1: dúvida sobre a identidade civil do investigado. acusados, quando nomeados pelo Juiz.
Ex2: condução coercitiva para fazer a qualificação do
investigado (1a fase do interrogatório). O Estatuto da OAB prevê como infração disciplinar
recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência
▪Vale ressaltar que o STF afirmou que o entendimento jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade
acima não desconstitui (não invalida) os interrogatórios da Defensoria Pública.
que foram realizados até a data do julgamento, ainda
que os interrogados tenham sido coercitivamente Art. 265. O DEFENSOR NÃO PODERÁ ABANDONAR o
conduzidos para o referido ato processual. processo senão por motivo imperioso, comunicado
previamente o juiz, sob pena de MULTA DE 10 A 100
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de SALÁRIOS MÍNIMOS, sem prejuízo das demais sanções
condução, os requisitos mencionados no art. 352, no cabíveis.
que Ihe for aplicável.
§ 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou justificado, o defensor não puder comparecer.
foragido, será processado ou julgado sem defensor.
§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a
Defesa técnica é indisponível e irrenunciável, mesmo no abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não
âmbito dos JECRIM, nas propostas de benefícios. determinará o adiamento de ato algum do processo,
devendo nomear defensor substituto, ainda que
provisoriamente ou só para o efeito do ato.
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# Jurisprudência Correlata # O QUE É CONTUMÁCIA?

Pode ser conceituada como falta de comparecimento


É constitucional a multa imposta ao defensor por
das partes em juízo. Contumácia do acusado acarreta a
abandono do processo, prevista no art. 265 do CPP. A
declaração de sua revelia. Como efeito da revelia, o
previsão da multa afigura-se compatível com os
processo seguirá apenas com presença da defesa
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Não
técnica, deixando de haver a necessidade de intimação
há necessidade de instauração de processo autônomo e
ou notificação do acusado para demais atos
de manifestação prévia do defensor, no entanto, é
processuais, ressalvada a sentença condenatória ou
possível que ele, posteriormente, se justifique por meio
absolutória imprópria.
de pedido de reconsideração. Outra alternativa é a
impetração de MS. (Info 993, STF, 2020)
CAPÍTULO IV - DOS ASSISTENTES
Art. 266. A constituição de defensor independerá de
instrumento de mandato, se o acusado o indicar por
ocasião do interrogatório. # TUDO SOBRE O ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO

▪Obter uma sentença condenatória


Art. 267. Nos termos do Art. 252, não funcionarão como NATUREZA DO para satisfação de interesses
defensores os parentes do juiz. INTERESSE DO AA patrimoniais; e
▪Interesse em uma condenação
Súmula 644, STJ: O núcleo de prática jurídica deve justa e proporcional.
apresentar o instrumento de mandato quando QUEM É O AA? É o ofendido, seu RL (incapacidade),
constituído pelo réu hipossuficiente, salvo nas ou, na sua falta, o CADI.
hipóteses em que é nomeado pelo juízo. Seja incondicionada ou condicionada
SÓ CABE EM à representação.
*Aprovada em 10/02/2021. CRIMES DE AP Ora, se é crime de AP privada,
PÚBLICA ofendido é o próprio titular da ação
CONCLUI-SE, PORTANTO, QUE: A Nomeação judicial de Núcleo penal.
de Prática Jurídica para patrocinar defesa de réu DISPENSA
A PARTIR DE Só se admite durante o curso do
juntada de PROCURAÇÃO. (STJ, 2018) QUANDO O AA processo penal.
PODE SE Obs: No fase de IPL não cabe AA,
HABILITAR? porque não há contraditório e ampla
defesa.
Intimação da Defensoria só se aperfeiçoa com a
remessa dos autos ao setor administrativo da ATÉ QUANDO ELE Até o trânsito em julgado da
instituição, mesmo que o Defensor esteja presente na PODE SE HABILITAR sentença.

audiência na qual foi proferida decisão. MARCO A partir do


INICIAL recebimento da
denúncia.
REFORÇANDO!!
Até o trânsito em
# SOBRE A AUTODEFESA
MARCO FINAL julgado da
sentença.
Manifesta-se de 3 formas: Obs: Não é possível
▪Direito de audiência sua intervenção na
execução da pena.
▪Direito de presença
▪Capacidade postulatória autônoma CORRÉU Corréu no mesmo processo não
poderá intervir como assistente MP.

A despeito de sua importância, o exercício da


autodefesa é facultativo. O que não se dispensa sob
hipótese alguma é a defesa técnica.
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OBRIGATÓRIA libelo e os articulados, participar do


O QUE DIZ O ART. debate oral e arrazoar os recursos
271? ESSE ROL É interpostos pelo MP, ou por ele
OITIVA PRÉVIA DO Obs: MP só pode se manifestar TAXATIVO? próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º,
MP contrariamente ao pedido de habilitação e 598.
se requerente não for o sujeito passivo
Obs: Quanto à sua taxatividade, há
da infração penal, seu RL, no caso de
controvérsia. O STJ entende que esse
incapacidade, ou seus sucessores, no
caso de ausência. ROL É TAXATIVO.

• APELAÇÃO;
• RESE contra a decisão que extingue • É possível o arrolamento de
a punibilidade. testemunhas pelo AA de acusação,
desde que respeitado o limite de 5
pessoas do Art. 422 do CPP.
Obs1: AA só poderá recorrer se o MP OUTRAS • AA tem direito à réplica, ainda que o
não tiver recorrido. FACULDADES DO MP tenha anuído à tese de legítima
RECURSOS QUE AA (SEGUNDO A defesa do réu e declinado do direito de
PODE INTERPOR JURISPUDÊNCIA E replicar.
Obs2: AA não pode recorrer contra ato DEMAIS
(Entendimento
privativo do MP. DISPOSIÇÕES DO • AA passou a ter legitimidade para
Majoritário)
CPP) requerer desaforamento do Júri.
Obs3: Tribunais entendem que, inerte • Pode arguir suspeição do juiz,
o MP, o AA tem legitimidade para incompetência, etc
recorrer inclusive contra sentença
condenatória, objetivando o
agravamento da pena. Obs: Também incumbe ao advogado
do AA arrazoar recursos interpostos
pelo MP, ou por ele próprio
Súmula 210, STF: O assistente do MP
pode recorrer, inclusive Apesar do ofendido ter legitimidade
extraordinariamente, na ação penal, para se habilitar no processo como
nos casos dos arts. 584, parágrafo 1o AA, não tem ele capacidade
e 598 do CPP. postulatória para praticar,
CUIDADO pessoalmente, atos válidos em juízo,
Com o advento da Lei n. 12.403/11, AA REDOBRADO a não ser que seja advogado
Superação da poderá requerer a decretação da regularmente inscrito nos quadros da
Súmula nº 208 do prisão preventiva. Legitimidade essa OAB. Logo, não se pode confundir o
STF: “Assistente do que também se estende às demais assistente da acusação, que é a vítima
MP não pode medidas cautelares de natureza habilitada, com seu advogado, mero
recorrer pessoal. Se o AA passa a ter representante processual.
extraordinariamente legitimidade para requerer prisão
preventiva, é evidente que também DESPACHO QUE NÃO CABERÁ RECURSO.
de decisão
pode requerer a decretação das ADMITIR OU NÃO O Obs: Doutrina e jurisprudência
concessiva de HC”
medidas cautelares diversas da AA admitem a impetração de MS.
prisão. ASSIM, A SÚMULA 208 ESTÁ
SUPERADA. PEDIDO DE Só será admitido se requerer
HABILITAÇÃO DO habilitação até 5 DIAS antes da data
AA estava AA NO JÚRI da sessão na qual pretenda atuar.
habilitado nos 5 DIAS
autos INTIMAÇÃO DO Em regra, mediante publicação,
PRAZO PARA ADVOGADO DO AA devendo dela constar o nome do
RECORRER AA não estava acusado, sob pena de nulidade.
habilitado nos 15 DIAS
autos PERGUNTAS ÀS São formuladas sempre depois do MP.
TESTEMUNHAS
Súmula 448, STF: O prazo para o
DEBATE ORAL AA fala sempre depois do MP.
INÍCIO DO PRAZO assistente recorrer, supletivamente,
PARA RECORRER começa a correr imediatamente após NECESSIDADE DE Não há exigência legal de procuração
SUPLETIVAMENTE o transcurso do prazo do Ministério PROCURAÇÃO COM com poderes especiais para que a
Público. PODERES Defensoria Pública atue como
ESPECIAIS PRA assistente de acusação.
Art. 271. Ao assistente será permitido
DEFENSORIA
propor meios de prova, requerer
perguntas às testemunhas, aditar o
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ILEGITIMIDADE DA OAB não tem legitimidade para atuar


OAB como assistente de defesa de CAPÍTULO VI - DOS PERITOS E INTÉRPRETES
advogado réu em ação penal. (Info
675, STF).
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará
Art. 268. Em todos os termos da AÇÃO PÚBLICA, poderá sujeito à disciplina judiciária.
intervir, como ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO, o
OFENDIDO ou SEU REPRESENTANTE LEGAL, ou, na Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do
falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31 perito.
(CADI).
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será
obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de 100
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não
a 500 mil-réis, SALVO escusa atendível.
passar em julgado a sentença e receberá a causa no
estado em que se achar.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito
que, sem justa causa, provada imediatamente:
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá
intervir como assistente do Ministério Público.
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da
autoridade;
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios
de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o b) não comparecer no dia e local designados para o
libelo e os articulados, participar do debate oral e exame;
arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério
Público Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não
dos arts. 584, § 1º, e 598. seja feita, nos prazos estabelecidos.

§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito,
da realização das provas propostas pelo assistente. sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua
condução.
§ 2o O processo prosseguirá independentemente de
nova intimação do assistente, quando este, intimado,
Art. 279. NÃO PODERÃO ser PERITOS:
deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução
ou do julgamento, sem motivo de força maior
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito
devidamente comprovado.
mencionada nos ns. I e IV do Art. 69 do Código Penal;

Art. 272. O Ministério Público será ouvido II - os que tiverem PRESTADO DEPOIMENTO NO
previamente sobre a admissão do assistente. PROCESSO ou OPINADO ANTERIORMENTE SOBRE O
OBJETO DA PERÍCIA;
Art. 273. Do despacho que ADMITIR, OU NÃO, o
ASSISTENTE, NÃO CABERÁ RECURSO, devendo, III - os ANALFABETOS e os MENORES DE 21 ANOS.
entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
Art. 280. É EXTENSIVO AOS PERITOS, no que Ihes for
CAPÍTULO V - DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA aplicável, o disposto sobre SUSPEIÇÃO DOS JUÍZES.

Art. 281. Os INTÉRPRETES são, para TODOS os efeitos,


Art. 274. As PRESCRIÇÕES SOBRE SUSPEIÇÃO DOS
EQUIPARADOS AOS PERITOS.
JUÍZES ESTENDEM-SE aos SERVENTUÁRIOS E
FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA, no que Ihes for aplicável.
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TÍTULO IX - DA PRISÃO, DAS MEDIDAS PRESSUPOSTOS


CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
PRISÃO PREVENTIVA MEDIDAS CAUTELARES
DIVERSAS DA PRISÃO

PRISÕES CAUTELARES Fumus comissi delicit: plausibilidade do direito de


punir. Evidenciada pela presença de prova do
FLAGRANTE
crime e indícios de autoria (art. 312 do CPP).
PREVENTIVA
Periculum libertatis: perigo que a permanência em
TEMPORÁRIA liberdade do acusado representa (art. 312 e art.
282 do CPP)

Ultima ratio: só devem Prima ratio : deve-se


# SÓPRALEMBRAR
ser adotadas quando se tentar adotar sempre
• PERSECUSÃO PENAL: INVESTIGAÇÃO CRIMINAL + verificar que as MCDP’s que possível, a fim de
AÇÃO PENAL (até sentença condenatória transitada não vão atingir seus se evitar o
em julgado). efeitos (art. 282, §6º) encarceramento
desnecessário.
• Após trânsito em julgado, não é mais persecução Quanto à infração Quanto à infração
penal. penal: penal:
A prisão preventiva é Deve haver cominação
• Medidas cautelares só podem ser decretadas uma medida extrema de PPL, isolada,
durante a persecução penal. (gravosa), por isso não cumulativa ou
são todos os crimes alternativamente (art.
que admitem sua 283, §1o).
#NÃOCONFUNDA #VAICAIR decretação. Deve-se Por exemplo, não cabe
analisar o art. 313 do para o art. 28 da Lei de
MP, OFENDIDO, CPP. Drogas.
DELEGADO: QUERELANTE,
REPRESENTA ASSISTENTE DE
ACUSAÇÃO: REQUER *Tabela retirada do “Cadernos
Sistematizados 2021.1.

NÃO é parte (NUNCA). São PARTES.

§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas


CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS isolada ou cumulativamente.

Exemplo de aplicação do § 1o: Como, em muitas


Art. 282. As MEDIDAS CAUTELARES previstas neste cidades do país, não há estrutura para fiscalizar o
Título deverão ser aplicadas observando-se a: cumprimento da proibição de se ausentar da
I - NECESSIDADE para aplicação da lei penal, para a comarca, cumula-se com o monitoramento
investigação ou a instrução criminal e, nos casos eletrônico.
expressamente previstos, para evitar a prática de
infrações penais; § 2º As MEDIDAS CAUTELARES serão decretadas pelo
juiz A REQUERIMENTO DAS PARTES ou, quando no
II - ADEQUAÇÃO da medida à gravidade do crime, curso da INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, por
circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE POLICIAL ou
ou acusado. mediante REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO. (2019)
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# Comentários #DECORE #PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR

URGÊNCIA ou PERIGO DE
REGRA
• Reforçou o SISTEMA ACUSATÓRIO. INEFICÁCIA

Juiz deve intimar


• Com o advento do Pacote Anticrime, Juiz não pode Juiz não intima
mais, de ofício, decretar medidas cautelares – antes Defesa: 5 DIAS
ou durante a ação penal. Também não pode mais
converter o flagrante em prisão preventiva, de ofício § 4º No caso de DESCUMPRIMENTO de qualquer das
(HC 188888 de MG, STF, 2020). obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante,
OBS: O art. 20 da Lei Maria da Penha prevê que o juiz poderá substituir a medida, impor outra em cumulação,
poderá decretar a prisão preventiva do agressor de ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos
ofício, em qualquer fase do inquérito ou da instrução termos do parágrafo único do art. 312 deste
criminal. Segundo Renato Brasileiro, houve Código. (JUIZ NÃO PODE DE OFÍCIO)
revogação tácita da expressão “de ofício”, nenhuma
medida cautelar poderá ser decretada de ofício pelo
juiz, nem mesmo nos casos de aplicação da LMP. 3 MEDIDAS PARA O CASO DE DESCUMPRIMENTO

1. Substituição da medida por outra mais gravosa;


• Delegado pode representar por medidas cautelares
2. Imposição de outra medida em cumulação;
durante o IPL, mas não pode durante a ação penal
(pois nela ele não é parte). 3. Decretação da prisão preventiva.

OBS1. Essas medidas não são uma sequência de


• Embora as medidas cautelares pessoais estejam
imposição obrigatória. Assim, pode-se decretar a
sujeitas à clausula de reserva de jurisdição - apenas prisão preventiva de imediato, a depender do caso
o juiz poderá decretá-las -, importante destacar que concreto.
a prisão em flagrante pode ser decretada por
qualquer pessoa. OBS2. A doutrina majoritária e o STJ (HC 281.472
MG) entendem que não é necessária a
observância do art. 313 do CPP para a decretação
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de da prisão preventiva diante do descumprimento
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de das MCDP.
medida cautelar, determinará (deve) a intimação da Exemplo: José ameaçou (art. 146 do CP)
parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 DIAS, Chiquinho. O crime de ameaça não se enquadra
acompanhada de cópia do requerimento e das peças em nenhuma das hipóteses do art. 313. Diante
necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os disso, o juiz aplicou a José a medida de proibição
casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados de manter contato com Chiquinho. Perceba que é
uma medida cautelar diversa da prisão. Contudo,
e fundamentados em decisão que contenha elementos
José descumpre tal medida. Caberá a decretação
do caso concreto que justifiquem essa medida de prisão preventiva de José.
excepcional. (2019)

§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,


Com o advento do Pacote Anticrime, em regra, o
revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
contraditório continua sendo prévio, mas agora está
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como
expresso que o nos casos de urgência e de perigo
voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a
deverá haver fundamentação.
justifiquem.
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Cuidado: No CPP, não há previsão legal expressa Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará
acerca da periodicidade da análise da necessidade expedir o respectivo mandado.
da cautelar diversa da prisão. O Pacote Anticrime
passou a prever o prazo de 90 dias para reavaliar se Parágrafo único. O MANDADO DE PRISÃO:
há ou não necessidade manutenção da prisão a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela
preventiva, e não para as cautelares diversas da autoridade;
prisão.
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por
seu nome, alcunha ou sinais característicos;
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada
quando não for cabível a sua substituição por outra c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando
não cabimento da substituição por outra medida
afiançável a infração;
cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada
nos elementos presentes do caso concreto, de forma e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe
individualizada. (SUBSIDIARIEDADE DA PRISÃO execução.
PREVENTIVA)
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um
delito ou por ordem escrita e fundamentada da dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da
autoridade judiciária competente, em decorrência de diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no
prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder
transitada em julgado. escrever, o fato será mencionado em declaração,
assinada por 2 testemunhas.
Art. 5º, LXI da CF - ninguém será preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e Art. 287. Se a infração for INAFIANÇÁVEL, a FALTA DE
fundamentada de autoridade judiciária competente, EXIBIÇÃO DO MANDADO NÃO OBSTARÁ A PRISÃO, e o
salvo nos casos de transgressão militar ou crime preso, em tal caso, será IMEDIATAMENTE
propriamente militar, definidos em lei; APRESENTADO AO JUIZ que tiver expedido o mandado,
para a realização de AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA.
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que
competente e à família do preso ou à pessoa por ele seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou
indicada; carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo
executor ou apresentada a guia expedida pela
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não autoridade competente, devendo ser passado recibo da
se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa entrega do preso, com declaração de dia e hora.
ou alternativamente cominada prisão privativa de
liberdade. Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no
próprio exemplar do mandado, se este for o documento
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a exibido.
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
inviolabilidade do domicílio. Art. 289. Quando o acusado estiver no território
nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será
Art. 284. Não será permitido o emprego de FORÇA, deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória
salvo a indispensável no caso de RESISTÊNCIA ou de o inteiro teor do mandado.
TENTATIVA DE FUGA do preso.
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§ 1o Havendo URGÊNCIA, o juiz poderá requisitar a § 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a
prisão por QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, do qual legitimidade da pessoa do executor ou sobre a
deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art.
fiança se arbitrada. 290 deste Código (poderão pôr em custódia o réu, até
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará que fique esclarecida a dúvida).
as precauções necessárias para averiguar a
autenticidade da comunicação. § 6o O CNJ regulamentará o registro do mandado de
prisão a que se refere o caput deste artigo.
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a
REMOÇÃO DO PRESO no prazo máximo de 30 DIAS, Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao
contados da efetivação da medida. território de outro município ou comarca, o executor
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar,
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato apresentando-o imediatamente à autoridade local, que,
registro do mandado de prisão em banco de dados depois de lavrado, se for o caso, o APF, providenciará
mantido pelo CNJ para essa finalidade. para a remoção do preso. (APLICA-SE PARA
QUALQUER PRISÃO CAUTELAR)
§ 1o QUALQUER AGENTE POLICIAL poderá efetuar a
prisão determinada no mandado de prisão registrado no
§ 1o - Entender-se-á que o executor VAI EM
CNJ, ainda que fora da competência territorial do juiz
PERSEGUIÇÃO do réu, quando:
que o expediu.
a) tendo-o AVISTADO, for PERSEGUINDO-o SEM
§ 2o QUALQUER AGENTE POLICIAL poderá efetuar a INTERRUPÇÃO, embora depois o tenha perdido de
prisão decretada, ainda que sem registro no CNJ, vista;
adotando as precauções necessárias para averiguar a b) SABENDO, por INDÍCIOS ou INFORMAÇÕES
autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a FIDEDIGNAS, que o réu tenha passado, HÁ POUCO
decretou, devendo este providenciar, em seguida, o TEMPO, em tal ou qual direção, PELO LUGAR EM QUE
registro do mandado na forma do caput deste artigo. O PROCURE, FOR NO SEU ENCALÇO.

§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz


do local de cumprimento da medida o qual § 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas
providenciará a certidão extraída do registro do CNJ e razões para duvidar da legitimidade da pessoa do
informará ao juízo que a decretou. executor ou da legalidade do mandado que apresentar,
poderão pôr em custódia o réu, até que fique
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos esclarecida a dúvida.
termos do inciso LXIII do art. 5o da CF e, caso o autuado
não informe o nome de seu advogado, será comunicado Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-
à Defensoria Pública. á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do
réu, lhe apresente o mandado e o intime a acompanhá-
LO. (MOMENTO QUE COMEÇA A CONTAR O PRAZO DA
Art. 5º, LXIII da CF - o preso será informado de seus
PRISÃO)
direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
advogado;
resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
autoridade competente, o executor e as pessoas que o
LXIV - o preso tem direito à IDENTIFICAÇÃO DOS
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
RESPONSÁVEIS por sua prisão ou por seu
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo
interrogatório policial;
se lavrará auto subscrito também por 2 testemunhas.
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Parágrafo único. É VEDADO O USO DE ALGEMAS em III - os membros do Parlamento Nacional, do


MULHERES GRÁVIDAS durante os atos médico- Conselho de Economia Nacional e das Assembléias
hospitalares preparatórios (PRÉ-NATAL) para a Legislativas dos Estados;
realização do parto e durante o trabalho de parto, bem
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
como em mulheres durante o período de puerpério
imediato. V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos
Súmula Vinculante nº 11. Só é lícito o uso de Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
algemas em casos de resistência e de fundado
VI - os MAGISTRADOS;
receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, VII - os DIPLOMADOS POR QUALQUER DAS
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena FACULDADES superiores da República;
de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
VIII - os MINISTROS DE CONFISSÃO RELIGIOSA;
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou
do ato processual a que se refere, sem prejuízo da IX - os MINISTROS DO TRIBUNAL DE CONTAS;
responsabilidade civil do Estado. X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente
a FUNÇÃO DE JURADO, salvo quando excluídos da
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com lista por motivo de incapacidade para o exercício
segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma daquela função;
casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da
ordem de prisão. se não for obedecido imediatamente, o XI - os DELEGADOS DE POLÍCIA e os GUARDAS-
executor convocará 2 testemunhas e, sendo dia, entrará CIVIS dos Estados e Territórios, ativos e inativos.
à força na casa, arrombando as portas, se preciso;
sendo noite, o executor, depois da intimação ao § 1o A prisão especial, prevista neste código ou em
morador, se não for atendido, fará guardar todas as outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento
saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que em local distinto da prisão comum.
amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.
§ 2o NÃO HAVENDO ESTABELECIMENTO ESPECÍFICO
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar para o preso especial, este SERÁ RECOLHIDO EM CELA
o réu oculto em sua casa será levado à presença da DISTINTA DO MESMO ESTABELECIMENTO.
autoridade, para que se proceda contra ele como for de
direito. § 3o A CELA ESPECIAL PODERÁ CONSISTIR EM
ALOJAMENTO COLETIVO, atendidos os requisitos de
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se- salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores
á o disposto no artigo anterior, no que for aplicável. de aeração, insolação e condicionamento térmico
adequados à existência humana.
Art. 295. Serão recolhidos a QUARTÉIS ou a PRISÃO
ESPECIAL, à disposição da autoridade competente, § 4o O preso especial não será transportado juntamente
quando sujeitos a prisão ANTES DE CONDENAÇÃO com o preso comum.
DEFINITIVA: (ROL EXEMPLIFICATIVO)
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial
I - os MINISTROS DE ESTADO; serão os mesmos do preso comum.
II - os GOVERNADORES ou INTERVENTORES DE
ESTADOS ou Territórios, o prefeito do df, seus Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for
respectivos SECRETÁRIOS, os PREFEITOS possível, serão recolhidos à prisão, em
municipais, os VEREADORES e os CHEFES DE estabelecimentos militares, de acordo com os
POLÍCIA; respectivos regulamentos.
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#CUIDADO #NÃO CONFUNDA Todos ficam separados: provisórios dos definitivos;


preventivos dos temporários!
PRISÃO ESPECIAL SALA DE ESTADO MAIOR
Presos Presos Presos Presos
Apenas durante Apenas durante prisões definitivos preventivos temporários militares
prisões cautelares cautelares

Prisão separada (sela Parágrafo único. O MILITAR PRESO EM FLAGRANTE


separada, caso não Sala destituída de grades e delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será
haja estabelecimento aspecto prisional recolhido a QUARTEL da instituição a que pertencer,
distinto) onde ficará preso à disposição das autoridades
competentes.
• Membros do Judiciário
Rol exemplificativo • Membros do MP
CAPÍTULO II - DA PRISÃO EM FLAGRANTE
(art. 295) • Membros da DP
• Advogados
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA
OBS: Não se tratam de espécies de prisão cautelar –
NATUREZA JURÍDICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE
são formas de cumprimento da prisão cautelar.
Ato
administrativo- Espécie de
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido judicial (preso PRISÃO
pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá Ato pelo delegado, CAUTELAR
expedir tantos outros quantos necessários às administrativo. levado à
audiência de
diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o (PREVALECE)
custódia
teor do mandado original. perante juiz).

Pode dar cumprimento ao mandado de prisão com


cópia do mandado, não precisa nem do original. Pode
ser cópia do mandado disponível no sistema do CNJ. #CUIDADO #NÃOCONFUNDA

Crime comum Crime no contexto de Mª


Art. 298. (Revogado). DA PENHA
(Lei 9.099/95)

Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de AMEAÇA


mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, CONDICIONADA À CONDICIONADA À
as precauções necessárias para averiguar a REPRESENTAÇÃO REPRESENTAÇÃO
autenticidade desta.
Competência do Competência do juizado
Juizado (Lei 9.099/95), de violência doméstica e
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão pois é infração de familiar contra mulher;
separadas das que já estiverem definitivamente menor potencial Não aplica a Lei nº
condenadas, nos termos da lei de execução penal. ofensivo. 9.099/95.

LESÃO CORPORAL LEVE OU CULPOSA

CONDICIONADA À PÚBLICA
REPRESENTAÇÃO INCONDICIONADA
(art. 88, Lei 9.099/95) (art. 41, Lei 11.340/06)
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EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
Sim!
No FLAGRANTE, o #ESPÉCIES CLÁSSICAS DE FLAGRANTES
PRINCÍPIO DA #DECORE #SEMPRECAI
DELEGADO PODE
INSIGNIFICÂNCIA: Sim (para
analisar: FLAGRANTE FLAGRANTE
prova de DELEGADO!
PRÓPRIO IMPRÓPRIO
Assunto polêmico)! (PROPRIAMENTE (IMPERFEITO,
FLAGRANTE
PRESUMIDO
DITO, REAL, QUASE-
(FICTO, ASSIMILADO)
PERFEITO, FLAGRANTE,
VERDADEIRO) IRREAL)
Art. 301. QUALQUER DO POVO PODERÁ e as • PERSEGUIDO;
autoridades policiais e seus AGENTES DEVERÃO • LOGO APÓS;
• SITUAÇÃO que
prender quem quer que seja encontrado em flagrante faça PRESUMIR.
delito.
• LOGO APÓS +
PERSEGUIÇÃO
FLAGRANTE ININTERRUPTA
FLAGRANTE OBRIGATÓRIO
FACULTATIVO (NÃO PODE
SOFRER
Qualquer do povo
Agentes DEVERÃO SOLUÇÃO DE
PODERÁ CONTINUIDADE,
Exercício regular de Estrito cumprimento do MAS NÃO
IMPORTA O
direito dever legal TEMPO DE
DURAÇÃO)
• ESTÁ
• ENCONTRADO;
COMETENDO;
Art. 290, § 1o - • LOGO DEPOIS;
(ATOS
Entender-se-á • INSTRUMENTOS,
Art. 302. Considera-se em FLAGRANTE delito EXECUTÓRIOS)
que o executor ARMAS, OBJETOS ou
quem: vai em PAPÉIS que faça
• ACABA DE
perseguição do PRESUMIR.
COMETÊ-LA
réu, quando:
I - ESTÁ COMETENDO a infração penal; (FLAGRANTE (DELITO
• LOGO DEPOIS +
PRÓPRIO) CONSUMADO)
a) tendo-o INSTRUMENTOS
avistado, for
• CERTEZA
II - ACABA DE COMETÊ-LA; (FLAGRANTE PRÓPRIO) VISUAL DO
perseguindo-o • NÃO HÁ NECESSIDADE
sem DE PERSEGUIÇÃO
CRIME
III - é PERSEGUIDO, LOGO APÓS, pela autoridade, interrupção,
embora depois o
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação tenha perdido de
que faça PRESUMIR ser autor da infração; vista;
b) sabendo, por
(FLAGRANTE IMPRÓPRIO)
indícios ou
informações
IV - é ENCONTRADO, LOGO DEPOIS, com fidedignas, que
INSTRUMENTOS, armas, objetos ou papéis que o réu tenha
passado, há
façam PRESUMIR ser ele autor da infração.
pouco tempo,
(FLAGRANTE PRESUMIDO) em tal ou qual
direção, pelo
lugar em que o
procure, for no
Espaço p/ anotações:
seu encalço.
LOGO APÓS: é o tempo entre o acionamento da polícia e o seu
comparecimento ao local do crime para obtenção de
informações quanto ao agente. Não se exige na perseguição o
contato visual com o agente.

#OUTRAS ESPÉCIES DE FLAGRANTE


#CUIDADO
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LÍCITOS Há INDUÇÃO do
indivíduo a cometer o
crime e ADOÇÃO DE Ocorre quando o fato típico
FLAGRANTE não é praticado, mas é
PRECAUÇÕES para que
PRORROGADO simulado pela autoridade
o delito não se consume.
FLAGRANTE ESPERADO (PROTELADO, ou por qualquer do povo
RETARDADO, DIFERIDO OU com o objetivo de
AÇÃO CONTROLADA) Exemplo: policial que incriminar o suposto
pede pro surfista ir agente.
Não-atuação buscar droga; patroa É totalmente ilícito.
(retardamento) da polícia que deixa $ pra
no momento do flagrante, doméstica pegar.
pra prender depois (ainda Exemplo: Plantar drogas
Polícia aguarda início em flagrante). na mochila do suspeito.
dos atos executórios Trtata-se de hipótese de
para prender. CRIME IMPOSSÍVEL.
Busca- se a prisão do
Não há agente
chefe de uma organização, Súmula 145, STF. NÃO
provocador.
ao invés de somente HÁ CRIME, quando a
prisão de seus PREPARAÇÃO do
mandatários. flagrante pela polícia
-
Não há agente provocador. torna impossível a sua
consumação.
PREVISÃO LEGAL:

• ART. 53 DA LEI DE
PREVISÃO LEGAL: Autoridade instiga o infrator a cometer o
DROGAS: Requer crime, criando a situação para que ele
autorização judicial . FLAGRANTE cometa o delito e seja preso em
PREPARADO flagrante.
O Pacote Anticrime
introduziu a figura do • Art. 4o-B DA LEI DE Hipótese de crime impossível.
AGENTE POLICIAL LAVAGEM DE CAPITAIS:
DISFARÇADO no FLAGRANTE Autoridade cria o crime. É o famoso caso
Requer autorização FORJADO do agente policial plantar uma arma,
ESTATUTO DO judicial. para incriminar o suspeito.
DESARMAMENTO (ART.
17 e 18) e na LEI DE FLAGRANTE Autoridade literalmente espera que o
DROGAS (ART. 33, § 1o) • ART. 8º DA LEI DE ESPERADO crime aconteça para atuar (ainda não
ORGANIZAÇÃO teve contato).
CRIMINOSA: Basta a
FLAGRANTE Autoridade espera o melhor momento (já
comunicação ao juiz, para, teve contato com o crime).
POSTERGADO
se entender necessário,
estabelecer os limites (ex,
tempo de duração).
REGRA GERAL: é possível prisão em flagrante em todas
as espécies de infração penal.

TODAVIA, existem hipóteses que demandam certos


#OUTRAS ESPÉCIES DE FLAGRANTE esclarecimentos, e são exatamente estas hipóteses
especiais que acabam caindo em provas de concurso:
#CUIDADO
É o crime cuja ação se prolonga no tempo,
ILÍCITOS durante todo o período o agente continua
dominado o fato, tendo o poder de cessar o
CRIMES ilícito.
FLAGRANTE PERMANENTES
PREPARADO, FLAGRANTE FORJADO,
PROVOCADO, CRIME DE FABRICADO OU Enquanto não cessar a permanência a
MAQUINADO pessoa pode ser presa em flagrante (art.
ENSAIO OU DELITO
303, CPP)
PUTATIVO POR OBRA DO
AGENTE PROVOCADOR
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Exige a reiteração de determinada FASES DO FLAGRANTE


conduta. Exemplo: Manter casa de
(PASSO A PASSO DO PROCEDIMENTO)
prostituição; exercício ilegal da medicina
(art. 282 do CP).
CAPTURA Verifica-se, aqui, se o agente está em
CRIMES Prevalece que não é possível a prisão em situação de flagrância, nos termos do art.
HABITUAIS flagrante, pois num ato isolado não seria 302 do CPP
possível comprovar a reiteração da
conduta. CONDUÇÃO Após a prisão, a pessoa é conduzida de
COERCITIVA forma coercitiva à Delegacia de Polícia.
CRIMES DE
AÇÃO PENAL É possível a prisão em flagrante, ficando a Lavrado o APF, o indivíduo não será
PRIVADA E lavratura do APF condicionada à necessariamente recolhido à prisão, tendo
PÚBLICA manifestação da vítima ou de seu RL. em vista que poderá ser cabível a fiança pela
LAVRATURA DO Autoridade Policial (Art. 322).
CONDICIONADA
AUTO DE PRISÃO
EM FLAGRANTE
É o crime de consumação antecipada, onde
OBS. Delegado só pode conceder fiança para
não se exige o resultado.
quem foi preso em flagrante no caso de
Exemplo: Concussão (Art. 316 do CP), onde crime com pena máxima inferior a 4 anos,
o recebimento indevido da vantagem é salvo na hipótese do art. 24-A da LMP, caso
CRIMES mero exaurimento. em que a fiança será concedida
FORMAIS exclusivamente pelo juiz.
A prisão em flagrante é possível, mas deve
ser feita no momento da consumação RECOLHIMENTO À Caso não seja concedida a fiança, haverá o
(exigência da vantagem indevida) e não no PRISÃO recolhimento à prisão.
momento do exaurimento do delito
(recebimento da vantagem). COMUNICAÇÃO Também seja entregue ao preso, mediante
DA PRISÃO AO recebido, a chamada nota de culpa -
É um benefício para o agente que JUIZ documento, entregue ao indivíduo preso,
pratica uma série de crimes nas COMPETENTE, AO cientificando-o sobre os responsáveis por
mesmas situações. MP E À sua prisão e os respectivos, seguindo o
CRIME DEFENSORIA disposto no art. 5o, LXIV, da CF.
CONTINUADO
Cabe flagrante em cada crime CONVALIDAÇÃO É o procedimento a ser observado pelo juiz
isoladamente, por isso é chamado de JUDICIAL DA quando da apresentação de flagranteado
flagrante fracionado. PRISÃO EM (art. 310 do CPP).
FLAGRANTE
A prisão em si é perfeitamente
INFRAÇÕES DE possível, mas não será lavrado o auto
de prisão em flagrante (APF), apenas Espaço p/ anotações:
MENOR
POTENCIAL um Termo Circunstanciado (TCO), e o
OFENSIVO indivíduo, após assinar termo de
(IMPO) comparecimento, será liberado
quando concluída a lavratura deste
termo.

Espaço p/ anotações:
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POSTURAS DO JUIZ DIANTE DO FLAGRANTE #ATENÇÃO #CAIBASTANTE

Será ilegal e, consequentemente, ORDEM DO APF


deve ser relaxada quando houver:
1) Inexistência de situação de 1º  OITIVA DO CONDUTOR;
flagrância (CPP, art. 302).
2) Inobservância das formalidades 2º  OITIVA DAS TESTEMUNHAS;
RELAXAMENTO constitucionais e/ou legais.
DA PRISÃO EM 3º  INTERROGATÓRIO DO ACUSADO.
FLAGRANTE Cuidado: o relaxamento da prisão em
ILEGAL flagrante não impede a decretação de OBS: O art. 304 não menciona a vítima, mas entende-
(ART. 310, I) cautelares, inclusive da própria se que é ouvida após testemunhas.
prisão preventiva, tendo em vista que
o juízo da legalidade da prisão em
flagrante é distinto do juízo de § 1o Resultando das respostas fundada a suspeita
necessidade das cautelares. contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à
Predomina que o art. 313 também
prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar
precisa ser observado para fins de fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo,
CONVERSÃO
DA PRISÃO EM conversão do flagrante em se para isso for competente; se não o for, enviará os
preventiva.
FLAGRANTE autos à autoridade que o seja.
EM PRISÃO
Após o advento do Pacote Anticrime,
PREVENTIVA
tanto o STF quanto o STJ passaram a § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o
(ART. 310, II) entender que o juiz não pode mais, de auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o
ofício, converter a prisão em
flagrante em prisão preventiva. condutor, deverão assiná-lo pelo menos 2 pessoas que
hajam testemunhado a apresentação do preso à
CONCESSÃO Aqui, a liberdade provisória funciona autoridade.
DE LIBERDADE como medida de contracautela. A
PROVISÓRIA prisão em flagrante já seria, por si só,
COM OU SEM uma medida cautelar, mas o juiz § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber
FIANÇA (ART. entende que não há necessidade de ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será
310, III) manter o indivíduo preso. assinado por 2 TESTEMUNHAS, que tenham ouvido sua
leitura na presença deste.
OBS. Considerando que os crimes
hediondos e equiparados são crimes § 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante
inafiançáveis, conforme prevê a CF,
se concedida fiança nesses crimes, a DEVERÁ constar a informação sobre a EXISTÊNCIA DE
liberdade provisória será FILHOS, respectivas IDADES e SE POSSUEM ALGUMA
obrigatoriamente sem fiança. DEFICIÊNCIA e o NOME e o CONTATO de eventual
RESPONSÁVEL pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.
Art. 303. Nas INFRAÇÕES PERMANENTES, entende-se
o agente em flagrante delito enquanto não cessar a
permanência. Art. 305. Na FALTA ou no IMPEDIMENTO do
ESCRIVÃO, QUALQUER PESSOA DESIGNADA PELA
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente,
AUTORIDADE lavrará o auto, depois de prestado o
(1º) OUVIRÁ ESTA O CONDUTOR e colherá, desde logo,
compromisso legal.
sua assinatura, entregando a este (ao condutor) cópia
do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida,
Espaço p/ anotações:
procederá à (2º) OITIVA DAS TESTEMUNHAS que o
acompanharem e ao (3º) INTERROGATÓRIO DO
ACUSADO sobre a imputação que lhe é feita, colhendo,
após cada oitiva suas respectivas assinaturas,
lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
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Na ação penal pública condicionada à representação, Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
o Delegado não pode lavrar APF sem a liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em
representação. flagrante. (Não existe mais a expressão “livrar-se
solto”)
Vide art. 285, I: MANDADO DE PRISÃO é lavrado pelo
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante,
escrivão.
no prazo máximo de ATÉ 24 HORAS após a
realização da prisão, o juiz deverá promover
Art. 306. A PRISÃO DE QUALQUER PESSOA e o LOCAL
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA com a presença do
ONDE SE ENCONTRE serão comunicados
acusado, seu advogado constituído ou membro da
IMEDIATAMENTE ao JUIZ competente, ao Ministério
Defensoria Pública e o Membro do Ministério
Público e à FAMÍLIA do preso ou à pessoa por ele
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
indicada.
fundamentadamente: (2019)

O APF pode ser lavrado sem a presença de I - RELAXAR A PRISÃO ILEGAL; ou


advogado.
II - CONVERTER A PRISÃO EM FLAGRANTE EM
Audiência de custódia não pode ser realizada sem PREVENTIVA, quando presentes os requisitos
a presença do advogado. constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
§ 1o Em ATÉ 24 HORAS APÓS a realização da PRISÃO, diversas da prisão; ou
será ENCAMINHADO AO JUIZ competente o auto de
III - CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA, com ou
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o
sem fiança.
nome de seu advogado, cópia integral para a
DEFENSORIA PÚBLICA. (MP também)
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante,
o
§ 2 No MESMO PRAZO (24 HORAS), será entregue ao que o agente praticou o fato em qualquer das condições
preso, mediante recibo, a NOTA DE CULPA, assinada constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do
pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do Código Penal (excludentes de ilicitude), poderá,
condutor e os das testemunhas. fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento
Falta de entrega da nota de culpa NÃO gera obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de
nulidade da ação penal. (STJ) revogação.

Falta de entrega da nota de culpa pode gerar § 2º Se o juiz verificar que o agente é REINCIDENTE ou
RELAXAMENTO da prisão. que INTEGRA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ARMADA OU
MILÍCIA, ou que PORTA ARMA DE FOGO DE USO
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da
RESTRITO, DEVERÁ DENEGAR A LIBERDADE
autoridade, ou contra esta, no exercício de suas
PROVISÓRIA, com ou sem medidas cautelares.
funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz
de prisão, as declarações que fizer o preso e os
depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado JUIZ TEM O DEVER DE DENEGAR A LIBERDADE
pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e PROVISÓRIA EM 03 CASOS:
remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar I – AGENTE REINCIDENTE;
conhecimento do fato delituoso, se não o for a
autoridade que houver presidido o auto. II - AGENTE INTEGRA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
ARMADA OU MILÍCIA;
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se III – AGENTE PORTA ARMA DE FOGO DE USO
tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado RESTRITO.
à do lugar mais próximo.
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# Jurisprudência Correlata
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea,
à não realização da audiência de custódia no prazo O STF que a audiência de custódia é um direito público
estabelecido no caput deste artigo RESPONDERÁ subjetivo de caráter fundamental, assegurado por
ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENALMENTE PELA convenções internacionais de direitos humanos a que
OMISSÃO. o Estado brasileiro aderiu, já incorporadas ao direito
positivo interno (Convenção Americana de Direitos
§ 4º Transcorridas 24 HORAS após o decurso do prazo Humanos e Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
estabelecido no caput deste artigo, a não realização de Políticos) (Info 994, STF).
audiência de custódia sem motivação idônea ensejará
também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela
▪ Não se mostra razoável, para a realização da
autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade
audiência de custódia, determinar o retorno de
de imediata decretação de prisão preventiva. (Suspenso
investigado à localidade em que ocorreu a prisão
pelo STF)
quando este já tenha sido transferido para a comarca
em que se realizou a busca e apreensão (Info 714, STJ,
ATENÇÃO: Se, em até 48 horas (24h do caput + 24h 10/2021).
do §4o), após a prisão, não havendo motivação
idônea, não for realizada a audiência de custódia, a Entenda o julgado: Nos termos da jurisprudência do
prisão se tornará ilegal. STJ, a audiência de custódia deve ser realizada na
localidade em que ocorreu a prisão. Contudo, há
peculiaridades que não podem ser ignoradas,
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA E ESPÉCIE DE PRISÃO notadamente em razão da celeridade que deve ser
empregada em casos de análise da legalidade da
CPP: Só para prisão STF: QUALQUER prisão! prisão em flagrante. No caso, como o investigado já foi
em FLAGRANTE! conduzido à Comarca do Juízo que determinou a busca
e apreensão, há aparente conexão probatória com
ATENÇÃO: A decisão do juiz na audiência de
outros casos e prevenção daquele Juízo, de forma que
custódia não faz coisa julgada material!!!!! Ainda
que o juiz reconheça a atipicidade da conduta, não não se mostra razoável determinar o retorno do
vai gerar coisa julgada! (Info 917, STF) investigado para análise do auto de prisão em
flagrante, notadamente em razão da celeridade que
deve ser empregada em casos de análise da
legalidade da custódia.
Resolução 213/15, CNJ:
Art. 4º A audiência de custódia será realizada na ▪ A superveniência da realização da audiência de
presença do Ministério Público e da Defensoria instrução e julgamento não torna superada a alegação
Pública, caso a pessoa detida não possua defensor de ausência de audiência de custódia. (Info 1.031, STF,
constituído no momento da lavratura do flagrante. 10/2021).
Parágrafo único. É vedada a presença dos agentes
Entenda o julgado: A audiência de custódia tem
policiais responsáveis pela prisão ou pela
finalidades sistêmicas totalmente distintas daquelas
investigação durante a audiência de custódia.
desempenhadas pela audiência de instrução e
Art. 8º. Na audiência de custódia, a autoridade judicial julgamento. A audiência de custódia possui limitações,
entrevistará a pessoa presa em flagrante, devendo: [...] pois não se pode antecipar o julgamento de mérito do
VIII – abster-se de formular perguntas com finalidade processo com aprofundamento instrutório. Contudo,
de produzir prova para a investigação ou ação penal tendo-se em vista que no ato há um contato da defesa
relativas aos fatos objeto do auto de prisão em com um juiz, deve-se dar primazia ao exercício do
flagrante; contraditório de modo oral e com imediação, para
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controle da legalidade da prisão e especial atenção à REQUERIMENTO Apenas podem ensejar a


revisão de ilegalidades manifestas. Ainda que DO decretação de prisão preventiva,
eventualmente questões sobre a prisão ou eventuais QUERELANTE E Não são aceitos para prisão
abusos possam ser levantadas pelas partes na DO ASSISTENTE temporária (ausência de
audiência de instrução, deve-se perceber que tais (ART. 311) previsão na lei).
questões seriam objeto de análise incidental, e não o É causa impeditiva da prisão em
tema central da audiência a ser submetido ao flagrante, pois descaracteriza a
contraditório. A depender da inércia das partes, esses hipótese de flagrante.
pontos podem nem mesmo ser abordados. Além disso, Entretanto, presentes os
aceitar a superação da necessidade de realização da APRESENTAÇÃO requisitos dos arts. 312 e 313 do
ESPONTÂNEA CPP, poderá haver a decretação
audiência de custódia pelo transcurso do prazo e a
da Prisão Preventiva pelo juiz,
ocorrência da audiência de instrução findaria por
desde que sejam inadequadas
transmitir uma mensagem distorcida aos operadores ou insuficientes a aplicação de
do sistema criminal, no sentido da desnecessidade da outras medidas cautelares
medida. diversas da prisão.
Com base nesse entendimento, a Segunda Turma,
Quando referir-se a atos
diante do empate na votação, deu parcial provimento infracionais, para a decretação
ATOS
aos agravos regimentais, para conceder parcialmente de PP o juiz deve analisar:
INFRACIONAIS
a ordem de HC.
E PRISÃO I - Gravidade específica do AI;
PREVENTIVA II - Tempo decorrido entre o AI e
o crime;
STF: causa geradora da III - Comprovação da ocorrência
ilegalidade da própria prisão em do AI.
flagrante, com o consequente
relaxamento da privação RÉU Em atenção ao Princípio da
cautelar da liberdade. (Info 994, CONDENADO A Proporcionalidade, a PP não
2020) REGIME pode ser mantida após a
AUSÊNCIA DA DIVERSO DO sentença condenatória quando
REALIZAÇÃO DA STJ: Não induz a ilegalidade do FECHADO réu seja condenado a regime
AUDIÊNCIA DE decreto preventivo, cujos (SEMIABERTO E diverso do fechado (semiaberto
CUSTÓDIA: fundamentos e requisitos de ABERTO). e aberto).
validade não incluem a prévia
realização daquele ato, OITIVA DA Se a decisão sobre o pedido de
vinculados, por força de lei, ao DEFESA PP for proferida em audiência.
que dispõem os arts. 312 e 313 do OBRIGATÓRIA
CPP. (6ª Turma. HC 598.525/BA,
2020)

EXCESSO DE PRAZO NA EXCESSO DE PRAZO NA PT


PP
CAPÍTULO III - DA PRISÃO PREVENTIVA
CONSTRANGIMENTO
ABUSO DE AUTORIDADE
ILEGAL

NOTAS INTRODUTÓRIAS SOBRE A PRISÃO


PREVENTIVA Espaço p/ anotações:

I - Contravenção penal;
NÃO CABE PP II - Excludentes de ilicitude;
III - Crimes culposos;
IV - Gravidade abstrata do delito
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Súmula 64, STJ - Não constitui constrangimento ilegal penal reclama uma efetiva demonstração do prejuízo
o excesso de prazo na instrução, provocado pela à parte, sem a qual prevalecerá o princípio da
defesa. instrumentalidade das formas positivado pelo art. 563
do CPP (pas de nullité sans grief). (Info 691, STJ)

Súmula 21, STJ - Pronunciado o réu, fica superada a


alegação do constrangimento ilegal da prisão por # Jurisprudência Correlata (2021)
excesso de prazo na instrução.

Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais


Súmula 52, STJ - Encerrada a instrução criminal, fica
possível a conversão da prisão em flagrante em
superada a alegação de constrangimento por excesso
preventiva sem provocação por parte ou da
de prazo.
autoridade policial, do querelante, do assistente, ou
do MP, mesmo nas situações em que não ocorre
Súmula Vinculante nº 56 - A falta de estabelecimento audiência de custódia. A Lei nº 13.964/2019, ao
penal adequado não autoriza a manutenção do suprimir a expressão “de ofício” que constava do art.
condenado em regime prisional mais gravoso, 282, § 2º, e do art. 311, ambos do CPP, vedou, de forma
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros absoluta, a decretação da prisão preventiva sem o
fixados no RE 641.320/RS. prévio requerimento das partes ou representação da
autoridade policial.

# Jurisprudência Correlata
A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser
realizada à luz do art. 282, § 2º e do art. 311,
▪ Em caso de réu preso há mais de quatro anos, sem
significando que se tornou inviável, mesmo no
que seja realizado ao menos seu interrogatório,
contexto da audiência de custódia, a conversão, de
haverá reconhecido excesso de prazo. Embora a
ofício, da prisão em flagrante de qualquer pessoa em
razoável duração do processo não deva ser
prisão preventiva, sendo necessária, por isso
considerada isolada e descontextualizadamente, a
mesmo, para tal efeito, anterior e formal provocação
excessiva demora no encerramento da instrução
do MP, da autoridade policial ou, quando for o caso,
criminal não serve de respaldo para a manutenção da
do querelante ou do assistente do MP. Vale ressaltar
constrição cautelar. (Info 878, STF)
que a prisão preventiva não é uma consequência
natural da prisão flagrante, logo é uma situação nova
▪ Réu pronunciado, preso, e que aguarde Júri há 7 que deve respeitar o disposto, em especial, nos arts.
anos, sem culpa da defesa, terá direito a revogação da 311 e 312 do CPP. (Info 686, STJ)
preventiva. (Inf. 868, STF)
Espaço p/ anotações:
# Jurisprudência Correlata (2021)

Após o advento da Lei nº 13.964/2019, o que acontece


se o juiz decretar a prisão preventiva de ofício (sem
requerimento)?

REGRA: prisão deverá ser relaxada por ser ilegal.


EXCEÇÃO: se, após a decretação, a autoridade policial
ou o MP requererem a manutenção da prisão, o vício
de ilegalidade que maculava a custódia é convalidado
e a prisão não será relaxada. A prisão não é nula, pois
o reconhecimento de nulidades no curso do processo
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Público, do querelante ou do assistente, ou por


#SELIGANADIFERENÇA #VAICAIR representação da autoridade policial. (2019)

TEMPORÁRIA PREVENTIVA Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada


como GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, da ORDEM
▪ Fase investigatória: ECONÔMICA, por CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO
CRIMINAL ou para ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI
A) Inquérito policial PENAL, quando houver prova da existência do crime e
▪ Fase investigatória indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo
B) Outros procedimentos
investigatórios.
▪ Fase judicial (até o trânsito estado de liberdade do imputado. (2019)
em julgado)
É a fumaça do cometimento do
OBS. Não se admite na delito. Não se pode prender,
fase processual.
preventivamente, uma pessoa
FUMUS COMISSI caso não subsista um mínimo
DELICTI de substrato de que um delito
Não pode ser decretada de
ofício, mas pode ser revogada, teria sido praticado e que
Não pode ser decretada pois está permitida a atuação aquela pessoa teria sido sua
de ofício. judicial ex officio quando a autora ou partícipe.
finalidade for beneficiar ao
réu.

É o perigo que a permanência


▪ Fumus comissi delicti ▪ Fumus comissi delicti (prova
(fundadas razões de da existência do crime +
do acusado em liberdade
autoria ou participação) indícios de autoria) representa para aplicação da
+ Rol taxativos de delitos lei penal, para as investigações
admitidos (art. 1º, III da e para segurança da própria
LPT) coletividade.
▪ Periculum libertatis
(garantia da ordem pública ou
econômica, garantia da Os Tribunais Superiores já
PERICULUM
▪ Periculum libertatis aplicação da lei penal ou adotavam o Princípio da
(art. 1°, I ou II da mesma conveniência da instrução
LIBERTATIS
Atualidade/Contemporaneidade
lei). criminal) para a decretação da prisão
preventiva, ou seja, a situação
▪ Regra: 5 dias + 5 dias. de perigo gerada pela
liberdade do imputado deve ser
Exceção: Crimes atual/contemporânea, não
hediondos e equiparados baseada em fatos do passado.
- 30 dias + 30 dias. A parte final do §2o do art. 312
Não há prazo determinado,
do CPP reforça tal
ATENÇÃO: após o mas se deve reavaliar a sua
término do prazo da entendimento.
necessidade a cada 90 dias.
temporária não há como
manter a prisão,
devendo, se for o caso,
Quanto à existência do delito, o
ser convertida em legislador exige a presença de
preventiva. prova (juízo de certeza), é
necessária a convicção do juiz.
Em relação à autoria, o
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou legislador usa a palavra
do processo penal, caberá a prisão preventiva “indício”, com o significado de
decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério prova semiplena (prova de
menor valor persuasivo).
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04 HIPÓTESES DE PERICULUM LIBERTATIS § 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada


em caso de descumprimento de qualquer das
Risco de reiteração obrigações impostas por força de outras medidas
delituosa, caso não seja cautelares (art. 282, § 4o).
detido. Podendo ser
GARANTIA DA fundamentado na § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser
ORDEM PÚBLICA reincidência ou em maus motivada e fundamentada em receio de perigo e
antecedentes. Ressalte-se
existência concreta de FATOS NOVOS OU
que a primariedade do agente
não inviabiliza a decretação CONTEMPORÂNEOS que justifiquem a aplicação da
da PP. medida adotada. (2019)

Risco de reiteração Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
delituosa, porém, em relação
admitida a decretação da prisão preventiva: (2019)
a crimes contra a ordem
econômico-financeira. A
GARANTIA DA magnitude da lesão causada, I - nos CRIMES DOLOSOS punidos com PENA PRIVATIVA
ORDEM por si só, não autoriza a DE LIBERDADE máxima superior a 4 ANOS;
ECONÔMICA decretação da prisão
preventiva, para tanto é
# NÃO CONFUNDA # DESPENCA EM PROVA
necessária a conjugação ao
caso de ao menos uma das ADMITE-SE PPL MÁXIMA NÃO
hipóteses do Art. 312 do CP. FIANÇA PELO SUPERIOR A 4 ANOS
DELEGADO

GARANTIA DE Risco concreto de que o CABIMENTO DE PPL MÁXIMA SUPERIOR A


APLICAÇÃO DA acusado pretende fugir, PREVENTIVA 4 ANOS
LEI PENAL inviabilizando um futuro
cumprimento da pena.

CONVENIÊNCIA Objetiva impedir que o agente Não cabe PP em caso de crime culposo ou
DA INSTRUÇÃO destrua fontes de prova contravenção.
CRIMINAL (ameaça testemunhas,
destruição de documentos).
Pena máxima deve ser superior a 4 anos (igual não
pode). Registre-se que esse patamar temporal não
permite a aplicação de pena restritiva de direitos
Enunciado nº 10 e 16 da I Jornada de Direito e
(PRD).
Processo Penal – 14/08/2020

10 - A decretação ou a manutenção da prisão II - se tiver sido CONDENADO por OUTRO CRIME


preventiva, para a garantia da ordem pública, pode DOLOSO, em sentença transitada em julgado,
ser fundamentada com base no risco de reiteração ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
delitiva do agente em crimes com gravidade Código Penal;
concreta, justificada por meio da existência de
processos criminais em andamento. Art. 64 , CP - Para efeito de reincidência:

16 -Na observância dos pressupostos e requisitos à I - não prevalece a condenação anterior, se entre a
segregação cautelar, é incabível a decretação da data do cumprimento ou extinção da pena e a
prisão preventiva pelo crime de receptação infração posterior tiver decorrido período de tempo
exclusivamente em razão da suposta conduta ter superior a 5 anos, computado o período de prova da
ocorrido em área de fronteira. suspensão ou do livramento condicional, se não
ocorrer revogação;
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#INTERDISCIPLINARIEDADE #LMP
Nesta hipótese não é relevante o quantum da pena.
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA DA LEI Mª
Transcorrido o período depurador de 5 anos deixa-
DA PENHA
se de considerar o agente reincidente, não sendo
mais cabível a PP. IMPOSTA PELO
DELEGADO ou POLICIAL
IMPOSTA PELO JUIZ
(afastamento do domicílio
III - se o CRIME envolver VIOLÊNCIA DOMÉSTICA e – art. 12-C, II e III)
FAMILIAR contra a MULHER, CRIANÇA, ADOLESCENTE,
IDOSO, ENFERMO OU PESSOA COM DEFICIÊNCIA, para COMETE CRIME DO ART.
24-A NÃO COMETE CRIME DO
garantir a execução das MEDIDAS PROTETIVAS DE
(“Descumprir decisão ART. 24-A
URGÊNCIA;
JUDICIAL...”)

#Comentários Se descumprir, o
delegado pode
- REPRESENTAR PELA
PREVENTIVA (art. 313, III,
▪ Crime só pode ser doloso.
CPP)

▪ Nesse caso, será admitida a decretação da prisão


Jurisprudência Em Tese
preventiva, independentemente do máximo da pena
privativa de liberdade cominada. Ed 41 -Violência Doméstica E Familiar Contra
Mulher

▪ O mero descumprimento das medidas protetivas, por 12) É cabível decretação da prisão preventiva para
si só, não autoriza a decretação de PP, sendo garantir a execução de medidas de urgência nas
necessário a presença dos requisitos do Art. 312. hipóteses em que o delito envolver violência
doméstica.

▪ A redação do inciso III do Art. 313 do CPP fala em Cuidado: Não cabe decretação da preventiva por
CRIME, não incluindo contravenção penal. CONTRAVENÇÃO PENAL, ainda que em contexto
de violência doméstica e familiar contra mulher –
▪ A violência doméstica e familiar depende da nem mesmo para garantir o cumprimento de
presença de 2 requisitos cumulativos, previstos na Lei medida protetiva de urgência (ex.: contravenção
de vias de fato) (Info 632, STJ)
11.340/06:
1) Art. 5o (contextos de violência) - unidade IV - (Revogado)
doméstica, unidade familiar ou qualquer relação
íntima de afeto, independentemente de coabitação. § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando
2) Art. 7o (formas de violência) - física, houver DÚVIDA SOBRE A IDENTIDADE CIVIL DA PESSOA
patrimonial, sexual, psicológica e moral. OU QUANDO ESTA NÃO FORNECER ELEMENTOS
SUFICIENTES para esclarecê-la, devendo o preso ser
Espaço p/ anotações: colocado imediatamente em liberdade após a
identificação, SALVO se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (2019)

Esse dispositivo refere-se à condução coercitiva


para fins de identificação, cabível em relação aos
crimes dolosos, culposos e às contravenções penais,
independentemente do quantum de pena cominado,
pois ao Estado recai o dever de identificação.
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Não confunda. O STF proibiu a condução coercitiva § 2º NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA


apenas para fins de interrogatório. Em nenhum QUALQUER DECISÃO JUDICIAL, SEJA ELA
momento, o STF vedou a condução coercitiva para INTERLOCUTÓRIA, SENTENÇA OU ACÓRDÃO, que:
outras finalidades não protegidas pelo direito ao (2019)
silêncio, como para fins de identificação.
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão
relação com a causa ou a questão decidida;
preventiva com a finalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência imediata de II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,
investigação criminal ou da apresentação ou sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
recebimento de denúncia. caso;
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será III - invocar motivos que se prestariam a justificar
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes qualquer outra decisão;
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos
previstas nos incisos I, II e III do caput do Art. 23 do
no processo capazes de, em tese, infirmar a
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
conclusão adotada pelo julgador;
Penal. (EXCLUDENTES DE ILICITUDE)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar súmula, sem identificar seus fundamentos
a prisão preventiva será sempre motivada e determinantes nem demonstrar que o caso sob
fundamentada. (2019) julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - de seguir enunciado de súmula,


§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou
jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
de qualquer outra cautelar, o JUIZ DEVERÁ INDICAR
sem demonstrar a existência de distinção no caso
concretamente a existência de FATOS NOVOS OU
em julgamento ou a superação do entendimento.
CONTEMPORÂNEOS que justifiquem a aplicação da
medida adotada.
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das
# Jurisprudência Correlata partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo
para que ela subsista, bem como novamente decretá-la,
▪É ilegal a decisão judicial que, ao decretar a prisão
se sobrevierem razões que a justifiquem. (2019)
preventiva, descreve a conduta do paciente de forma
genérica e imprecisa. (Info 914, STF) Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
DEVERÁ O ÓRGÃO EMISSOR DA DECISÃO REVISAR A
▪ A manutenção da prisão preventiva exige a NECESSIDADE DE SUA MANUTENÇÃO a cada 90 DIAS,
demonstração de fatos concretos e atuais que a mediante decisão fundamentada, DE OFÍCIO, sob pena
justifiquem. (Info 968, STF) de tornar a prisão ilegal.

Enunciado nº 19 e 31 da I Jornada de Direito e


Espaço p/ anotações: Processo Penal – 14/08/2020

19) Cabe ao Tribunal no qual se encontra tramitando


o feito em grau de recurso a reavaliação periódica
da situação prisional do acusado, em atenção ao
parágrafo único do art. 316 do CPP, mesmo que a
ordem de prisão tenha sido decretada pelo
Magistrado de primeiro grau.
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ideia implícita de um prazo para a aplicação da PP, o


31) A decisão de revisão periódica da prisão qual deve se basear em ideias de proporcionalidade
preventiva deve analisar de modo motivado, ainda e razoável duração do processo
que sucinto, se as razões que a fundamentaram se
mantêm e se não há excesso de prazo, sendo vedada
a mera alusão genérica à não alteração do quadro Jurisprudência Em Teses
fático.
Ed. 32 - Prisão Preventiva

1) A fuga do distrito da culpa é fundamentação idônea


# Jurisprudência Correlata
a justificar o decreto da custódia preventiva para a
▪ A obrigação de revisar, a cada 90 dias, a conveniência da instrução criminal e como garantia
necessidade de se manter a custódia cautelar (art. da aplicação da lei penal.
316, parágrafo único, do CPP) é imposta apenas ao
juiz ou tribunal que decretar a prisão preventiva. 2) As condições pessoais favoráveis não garantem a
Esse dispositivo não se aplica aos Tribunais de revogação da prisão preventiva quando há nos autos
Justiça e aos Tribunais Regionais Federais, quando elementos hábeis a recomendar a manutenção da
em atuação como órgão revisor. (Info 680, STJ) custódia.

▪ Sabe-se que a prisão preventiva é decretada sem 3) A substituição da prisão preventiva pela domiciliar
prazo determinado. Contudo, o CPP determina que a exige comprovação de doença grave, que acarrete
cada 90 dias, o juiz deve “revisar” sua motivação e, extrema debilidade, e a impossibilidade de se
sendo o caso da sua manutenção, deve proferir prestar a devida assistência médica no
decisão na qual deve ser realizada análise da estabelecimento penal.
permanência da necessidade da medida cautelar e
proferido despacho devidamente fundamentado. 4) A prisão preventiva poderá ser substituída pela
(Info 968, STF) domiciliar quando o agente for comprovadamente
▪ A inobservância do prazo nonagesimal do art. 316 imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
do CPP não implica automática revogação da PP, menor de 06 anos de idade ou com deficiência.
devendo o juízo competente ser instado a reavaliar a
legalidade e a atualidade de seus fundamentos. Em 5) As medidas cautelares diversas da prisão, ainda
outras palavras, o descumprimento da regra do que mais benéficas, implicam em restrições de
parágrafo único do art. 316 do CPP não gera, para o direitos individuais, sendo necessária
preso, o direito de ser posto imediatamente em fundamentação para sua imposição.
liberdade (Info 995, STF).
6) A citação por edital do acusado não constitui
▪ Os Tribunais entendem que, apesar da inexistência fundamento idôneo para a decretação da prisão
de prazo legal determinado expressamente para a preventiva, uma vez que a sua não localização não
manutenção de PP, devem ser observado os prazos gera presunção de fuga.
legais previstos para a prática dos atos processuais,
sob pena de relaxamento da PP que, em virtude de 7) A prisão preventiva não é legítima nos casos em
excesso de prazo na formação da culpa, será que a sanção abstratamente prevista ou imposta na
considerada ilegal. Registra-se, a própria CF/88 sentença condenatória recorrível não resulte em
determina que a autoridade judiciária competente constrição pessoal, por força do princípio da
relaxe imediatamente a prisão ilegal. Pondera-se, a homogeneidade.
partir da EC 45/04, que acrescentou a garantia da
razoável duração do processo, houve o reforço da 8) Os fatos que justificam a prisão preventiva devem
ser contemporâneos à decisão que a decreta.
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CAPÍTULO IV - DA PRISÃO DOMICILIAR


9) A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o
clamor público ou a comoção social não constituem
LEP CPP
fundamentação idônea a autorizar a prisão
preventiva. Prisão penal Prisão cautelar

Art. 177 da LEP Art. 317 e 318 do CPP


10) A prisão preventiva pode ser decretada em
crimes que envolvam violência doméstica e familiar ▪ Substitutiva da prisão ▪ Substitutiva de prisão
penal em regime preventiva
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, aberto.
enfermo ou pessoa com deficiência, para o fim de ▪ Medida cautelar substitutiva
garantir a execução das medidas protetivas de ▪ Medida de execução da prisão preventiva, por meio
urgência. penal que determina o do recolhimento da pessoa em
cumprimento da pena sua residência.
na própria residência.
11) A prisão cautelar deve ser fundamentada em
elementos concretos que justifiquem, efetivamente, ▪ Acusado maior de 80 anos
sua necessidade.
▪ Acusado debilitado por
▪ Condenado maior de doença grave
12) A prisão cautelar pode ser decretada para 70 anos
garantia da ordem pública potencialmente ofendida, ▪ Imprescindível aos cuidados
de pessoa menor de 6 anos ou
especialmente nos casos de: reiteração delitiva, ▪ Condenado
pessoa deficiente
participação em organizações criminosas, gravidade acometido de doença
grave
em concreto da conduta, periculosidade social do ▪ Gestante
agente, ou pelas circunstâncias em que praticado o ▪ Mulher com filho menor de
delito (modus operandi). ▪ Condena com filho até 12 anos de idade
menor ou deficiente
13) Não pode o tribunal de 2° grau, em sede de ▪ Homem, caso seja o único
responsável pelos cuidados
habeas corpus, inovar ou suprir a falta de ▪ Gestante
do filho de até 12 anos de
fundamentação da decisão de prisão preventiva do idade incompletos
juízo singular.

14) Inquéritos policiais e processos em andamento, Permitida a determinação do uso de monitoração


eletrônica nos 02 (dois) casos.
embora não tenham o condão de exasperar a pena-
base no momento da dosimetria da pena, são
elementos aptos a demonstrar eventual reiteração Art. 317. A PRISÃO DOMICILIAR consiste no
delitiva, fundamento suficiente para a decretação da recolhimento do indiciado ou acusado em sua
prisão preventiva. residência, só podendo dela ausentar-se com
autorização judicial.
15) A segregação cautelar é medida excepcional,
mesmo no tocante aos crimes de tráfico de Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão
entorpecente e associação para o tráfico, e o decreto preventiva pela domiciliar quando o agente for:
de prisão processual exige a especificação de que a
custódia atende a pelo menos um dos requisitos do I - maior de 80 ANOS;
art. 312 do CPP. II - extremamente debilitado por motivo de doença
grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa


menor de 6 ANOS de idade ou com deficiência;
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IV - GESTANTE; # Jurisprudência Correlata


V - mulher com filho de até 12 ANOS de idade
incompletos; Apesar dessa ser a regra, esse direito não será
VI - HOMEM, caso seja o ÚNICO RESPONSÁVEL pelos subjetivo, devendo ser analisada as condições
específicas do caso, pois, em casos pontuais de
cuidados do filho de ATÉ 12 ANOS de idade
extrema gravidade, o convívio com a mãe pode
INCOMPLETOS. ensejar prejuízo ao desenvolvimento do menor. O
fato de não se ter inserido outras exceções na lei,
não impede o magistrado de negar,
# Comentários fundamentadamente, o benefício quando se deparar
com casos excepcionais. Ou seja, deve prevalecer a
A doutrina e a jurisprudência entendem que, quando interpretação teleológica da lei e a proteção aos
se referir à doença grave (Art. 318, II CPP), será valores mais vulneráveis.
permitida essa forma especial de cautelar, caso Exemplo1: mulher presa em flagrante com enorme
comprovada a impossibilidade de ministrar o quantidade de armamento em sua residência, além de
indícios de que integra grupo criminoso, tendo voltado ao
tratamento no próprio presídio. Por este motivo é
cometimento dos delitos de tráfico de drogas, disparo de
chamado de prisão domiciliar humanitária. arma de fogo, ameaça e homicídio. (Inf. 953, STF)

O STF entende que essa prisão deve ser concedida Exemplo2: não se concede prisão domiciliar para a mulher
com filho menor de 12 anos caso o crime tenha sido
tendo em vista o alto risco de saúde, a grande cometido na própria residência onde a agente convivia
possibilidade de desenvolver infecções no cárcere e com seu descendente (Info 629, STJ)
a impossibilidade de tratamento médico adequado OBS1: Mesmo posicionamento acima é válido para
na unidade prisional ou em estabelecimento adolescentes que tenham praticado atos
hospitalar, tudo devidamente demostrado infracionais.
satisfatoriamente em laudo pericial. OBS2: Mesmo posicionamento é válido para
reincidente. O simples fato de que a mulher ser
Em relação à gestante, o STF apreciou um HC reincidente, por si só, não irá motivar a perda do
coletivo impetrado em favor de todas as mulheres direito à prisão domiciliar. (Info 891, STF)
presas preventivamente que ostentem a condição de
gestantes, de puérperas ou de mães de crianças sob Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e
sua responsabilidade. Entendeu que, em regra, 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação
essas mulheres deverão ser colocadas em prisão concomitante das medidas alternativas previstas no art.
domiciliar. 319 deste Código. (MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS
DA PRISÃO)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova
idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. CAPÍTULO V - DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher
gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou
pessoas com deficiência será substituída por prisão Art. 319. São MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS
domiciliar, desde que: DA PRISÃO:

I - não tenha cometido crime com violência ou grave I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e
ameaça a pessoa; nas condições fixadas pelo juiz, para informar e
justificar atividades;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou
II - proibição de acesso ou frequência a
dependente.
determinados lugares quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
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permanecer distante desses locais para evitar o


risco de novas infrações; Nada mais é do que a adoção de
cautelares inominadas pelo juiz
III - proibição de manter contato com pessoa quando aquelas previstas em lei
determinada quando, por circunstâncias (art. 319) não forem suficientes.
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
dela permanecer distante; Previsão: Art. 297 do CPC.
Art. 297: O juiz poderá determinar as
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a medidas que considerar adequadas para
permanência seja conveniente ou necessária para a efetivação da tutela provisória.
investigação ou instrução; Parágrafo único. A efetivação da tutela
PODER GERAL provisória observará as normas
DE CAUTELA referentes ao cumprimento provisório
V - recolhimento domiciliar no período noturno e da sentença, no que couber.
NO PROCESSO
nos dias de folga quando o investigado ou acusado
PENAL?
tenha residência e trabalho fixos;
Sua aplicação ao Processo
Penal não é unanimidade.
VI - suspensão do exercício de função pública ou de
Vejamos:
atividade de natureza econômica ou financeira
1a Corrente (LFG): o PGC no
quando houver justo receio de sua utilização para a
Processo Penal viola o devido
prática de infrações penais; processo legal. Posição a ser
defendida em provas da
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses Defensoria;
de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser
2a Corrente (Renato Brasileiro):
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código é cabível, desde que para fins de
Penal) e houver risco de reiteração; adoção de medidas menos
gravosas do que aquelas
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para previstas em leis. Não há
assegurar o comparecimento a atos do processo, violação do devido processo
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de legal, traz a ideia do princípio da
resistência injustificada à ordem judicial; proporcionalidade. É
minoritária.
IX - monitoração eletrônica.
Obs: Há julgados antigos
admitindo o poder geral de
A internação provisória, única que exige aplicação cautela.
isolada (não pode ser cumulada com outra medida
cautelar), possui requisitos adicionais:
I - Crime praticado com violência ou grave ameaça;
II - Indivíduo inimputável ou semi-imputável; # Jurisprudência Correlata (2021)
III - Presença de risco de reiteração.

# Como tais medidas poderão ser utilizadas? O tempo que o réu ficou submetido à medida cautelar
de recolhimento domiciliar com tornozeleira pode
a) Como instrumento de contracautela, substituindo ser descontado da pena imposta na condenação?
anterior prisão em flagrante, preventiva ou Sim! É possível considerar o tempo submetido à
temporária; medida cautelar de recolhimento noturno, aos finais
b) Como instrumento cautelar para o acusado solto. de semana e dias não úteis, supervisionados por
monitoramento eletrônico, como tempo de pena
efetivamente cumprido, para detração da pena.
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Deve-se interpretar a legislação que regula a ▪ É possível que o Juiz de 1º grau,


detração de forma que favoreça o sentenciado. Isso fundamentadamente, imponha a parlamentares
harmoniza-se com o Princípio da Humanidade, que municipais (vereadores, inclusive do Presidente da
impõe ao juízo da Execução Penal a especial Câmara), medidas cautelares de afastamento de
suas funções legislativas, sem a necessidade de
percepção da pessoa presa como sujeito de direitos.
remessa à casa respectiva para deliberação. (Info
Se fosse proibida a detração nesse caso, estaríamos 617, STJ).
diante de excesso de execução. Isso porque a
medida cautelar imposta com base no art. 319, V e IX, ▪ Como medida cautelar substitutiva da prisão, não
é possível a determinação judicial de
do CPP representou uma limitação objetiva à
incomunicabilidade do acusado com seu genitor,
liberdade do réu, ainda que menos grave que a ainda que sejam corréus, sob risco de violação do
prisão. O cumprimento de pena em regime bem constitucional “família”.
semiaberto gera direito à detração, razão pela qual
a presente situação também deve garantir o mesmo
Art. 320. A PROIBIÇÃO DE AUSENTAR-SE DO PAÍS
direito.
será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas
A medida cautelar do art. 319, V e IX, impede o de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-
acautelado de sair de casa após o anoitecer e em se o indiciado ou acusado para ENTREGAR O
dias não úteis e, dessa forma, assemelha-se ao PASSAPORTE, no prazo de 24 HORAS.
cumprimento de pena em regime prisional
semiaberto. CAPÍTULO VI - DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM
Aplica-se aqui o brocardo latino Ubi eadem ratio, ibi OU SEM FIANÇA
eadem legis dispositio, que significa, em uma
tradução literal: onde existe a mesma razão Atualmente, no ordenamento pátrio, TODOS OS
fundamental, aplica-se a mesma regra jurídica. (Info CRIMES PERMITEM A CONCESSÃO DE LIBERDADE
693, STJ) PROVÍSÓRIA, ainda que inafiançáveis.

Outro julgado sobre detração: A detração penal não Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a
se aplica à pena de prestação pecuniária (STJ,2020); decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder
Retirado do dizerodireito.com liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas
cautelares previstas no art. 319 deste Código e
observados os critérios constantes do art. 282 deste
§ 1o (Revogado) (2011)
Código.
§ 2o (Revogado) (2011)
§ 3o (Revogado) (2011) I - (Revogado) (2011)
II - (Revogado) (2011)
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as
disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser # Jurisprudência Correlata
cumulada com outras medidas cautelares.
▪ Em função da pandamia do Covid-19, o STJ
# Jurisprudência Correlata determinou a soltura de todos os presos que tiveram
a liberdade provisória condicionada ao pagamento
▪ Para a imposição de qualquer das medidas de fiança. Como fundamentou, falou-se em
alternativas do Art. 319 CPP é necessária a devida desproporcionalidade, a manutenção dos réus na
fundamentação (concreta e individualizada), pois prisão, neste período de pandemia, tão somente em
cautelares, ainda que mais benéficas, representam razão do não pagamento da fiança, visto que os
constrangimento à liberdade individual. (Info 521, casos - notoriamente de menor gravidade – não
STJ) revelam a excepcionalidade imprescindível para o
decreto preventivo. (Info 521, STJ)
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Enunciado nº 14 da I Jornada de Direito e Processo Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade
Penal – 14/08/2020 que a conceder nos seguintes limites:

Em caso de hipossuficiência, o não pagamento da I - de 1 A 100 SALÁRIOS MÍNIMOS, quando se tratar de


fiança não pode ser motivo legítimo a impedir a infração cuja pena privativa de liberdade, no grau
concessão da liberdade provisória. máximo, NÃO FOR SUPERIOR A 4 ANOS;

Art. 322. A AUTORIDADE POLICIAL somente poderá II - de 10 A 200 SALÁRIOS MÍNIMOS, quando o máximo
conceder fiança nos casos de infração cuja PENA da pena privativa de liberdade cominada FOR SUPERIOR
PRIVATIVA DE LIBERDADE MÁXIMA NÃO SEJA a 4 ANOS.
SUPERIOR a 4 ANOS.
§ 1o Se assim recomendar a SITUAÇÃO ECONÔMICA DO
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será PRESO, a fiança poderá ser:
requerida ao juiz, que decidirá em 48 HORAS.
I - DISPENSADA, na forma do art. 350 deste Código;
Art. 323. NÃO SERÁ CONCEDIDA FIANÇA:
II - REDUZIDA até o máximo de 2/3; ou
I - nos crimes de racismo;

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de III - AUMENTADA em até 1.000 vezes.
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos
definidos como crimes hediondos; O Delegado só pode AUMENTAR ou REDUZIR.
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis Só o juiz pode dispensar.
ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático;
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a
autoridade terá em consideração a NATUREZA DA
#LIBERDADE PROVISÓRIA NOS CRIMES HEDIONDOS INFRAÇÃO, as CONDIÇÕES PESSOAIS DE FORTUNA e
VIDA PREGRESSA do acusado, as circunstâncias
Como a própria CF afirma que os crimes hediondos indicativas de sua periculosidade, bem como a
são inafiançáveis, qual é a espécie de liberdade importância provável das custas do processo, até final
provisória que deve ser concedida ao autor de um julgamento.
crime hediondo? Será a liberdade provisória sem
fiança. Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o
afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as
Art. 324. NÃO SERÁ, IGUALMENTE, CONCEDIDA vezes que for intimado para atos do inquérito e da
FIANÇA: instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu
não comparecer, a fiança será havida como quebrada.
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
fiança anteriormente concedida ou infringido, sem Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de
motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem quebramento da fiança, mudar de residência, sem
os arts. 327 e 328 deste Código; prévia permissão da autoridade processante, ou
ausentar-se por mais de 8 DIAS de sua residência, sem
II - em caso de prisão civil ou militar; comunicar àquela autoridade o lugar onde será
encontrado.
III - (Revogado)

IV - quando presentes os motivos que autorizam a


decretação da prisão preventiva (art. 312).
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A liberdade provisória desvinculada pressupõe a judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a
liberdade do agente sem qualquer imposição de prisão.
medida cautelar diversa da prisão.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, concedida independentemente de audiência do
haverá um livro especial, com termos de abertura e de Ministério Púb, este terá vista do processo a fim de
encerramento, numerado e rubricado em todas as suas requerer o que julgar conveniente.
folhas pela autoridade, destinado especialmente aos
termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e Art. 334. A FIANÇA PODERÁ SER PRESTADA
assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e ENQUANTO NÃO TRANSITAR EM JULGADO A SENTENÇA
dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos. CONDENATÓRIA.

Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade
pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por
previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos. ele, poderá prestá-la, mediante simples petição,
perante o JUIZ COMPETENTE, que decidirá em 48
Art. 330. A FIANÇA, QUE SERÁ SEMPRE DEFINITIVA, HORAS.
consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou
metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança
estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em servirão ao pagamento das custas, da indenização do
primeiro lugar. dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for
condenado.
§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou
metais preciosos será feita imediatamente por perito Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda
nomeado pela autoridade. no caso da prescrição depois da sentença condenatória.

§ 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da Refere-se a prescrição da pretensão executória,


dívida pública, o valor será determinado pela sua quando a culpa já foi reconhecida.
cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á
prova de que se acham livres de ônus. Art. 337. Se a FIANÇA for declarada SEM EFEITO ou
PASSAR EM JULGADO sentença que houver
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido ABSOLVIDO O ACUSADO ou DECLARADA EXTINTA A
à repartição arrecadadora federal ou estadual, ou AÇÃO PENAL, o valor que a constituir, atualizado, SERÁ
entregue ao depositário público, juntando-se aos autos RESTITUÍDO SEM DESCONTO, SALVO o disposto no
os respectivos conhecimentos. parágrafo único do art. 336 deste Código.

Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se Art. 338. A fiança que se reconheça NÃO SER CABÍVEL
puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão na espécie será CASSADA EM QUALQUER FASE DO
ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de PROCESSO.
3 DIAS dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina este
Artigo, o que tudo constará do termo de fiança. Art. 339. Será também CASSADA a fiança quando
reconhecida a EXISTÊNCIA DE DELITO INAFIANÇÁVEL,
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será no caso de inovação na classificação do delito.
competente para conceder a fiança a autoridade que
presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por
mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade
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Não cabível
FIANÇA SERÁ Deixar de comparecer, quando
CASSADA Delito inafiançável, em razão de intimado.
inovação na classificação.
Mudar de residência, sem
permissão.
Art. 340. Será exigido o REFORÇO DA FIANÇA:
Ausentar-se por mais de 8
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança DIAS, sem comunicar.
insuficiente; QUEBRAMENTO
DA FIANÇA Deliberadamente praticar ato
II - quando houver depreciação material ou de obstrução ao andamento do
(PERDA DE processo.
perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou
METADE DO
depreciação dos metais ou pedras preciosas; VALOR) Descumprir medida cautelar
imposta cumulativamente com
III - quando for inovada a classificação do delito. a fiança.

Parágrafo único. A fiança ficará SEM EFEITO e o réu será Resistir injustificadamente a
recolhido à prisão, quando, na conformidade deste ordem judicial.
Artigo, não for reforçada.
Praticar nova infração penal
dolosa.
Art. 341. Julgar-se-á QUEBRADA A FIANÇA quando o
acusado:
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que
se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar
os seus efeitos
de comparecer, sem motivo justo;

Art. 343. O quebramento injustificado da fiança


II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao
importará na PERDA DE METADE DO SEU VALOR,
andamento do processo;
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras
medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da
III - descumprir medida cautelar imposta
prisão preventiva.
cumulativamente com a fiança;

IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; Art. 344. Entender-se-á perdido, na TOTALIDADE, o


valor da fiança, se, condenado, o acusado NÃO SE
V – Praticar nova infração penal dolosa. APRESENTAR PARA O INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA
PENA DEFINITIVAMENTE IMPOSTA.
Espaço p/ anotações:
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor,
deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado
estiver obrigado, será RECOLHIDO AO FUNDO
PENITENCIÁRIO, na forma da lei.

Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as


deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor
restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma
da lei.
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Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo


INTIMAÇÃO Comunicação para ATOS
será entregue a quem houver prestado a fiança, depois
de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado. PRETÉRITOS.
OBS. O CPP não utiliza as expressões
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada intimação e notificação de forma técnica,
por meio de hipoteca, a execução será promovida no
muitas vezes trocando uma pela outra.
juízo cível pelo órgão do Ministério Público.

Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou


MODALIDADES DE CITAÇÃO
metais preciosos, o juiz determinará a venda por
leiloeiro ou corretor.
REAL ou PESSOAL FICTA ou
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, PRESUMIDA
verificando a SITUAÇÃO ECONÔMICA DO PRESO, poderá
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste
▪ Feita na pessoa do ▪ Medida
Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.
acusado; excepcional;
▪ É a regra no Processo
Penal; ▪ Citação na qual
Pobreza
Liberdade não há certeza
Provisória ▪ Inimputáveis: nomeado absoluta de que o
Excludente de Ilicitude (MP
sem fiança é curador para acusado tomou
precisa ser ouvido antes da
cabível recebimento da citação. ciência da
concessão)
Chamada de citação imputação;
imprópria.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem
motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas ▪ Espécies:
impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do Art. 282 ▪ Espécies:
a) Por hora certa;
deste Código. a) Mandado;
b) Por edital.
b) Carta precatória;
TÍTULO X - DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES c) Carta de ordem;
d) Carta rogatória.
#SELIGANADIFERENÇA

Ciência ao acusado do
processo, chamando-o para ESPÉCIES DE CARTA
CITAÇÃO *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com
se defender (Resposta à
acusação em 10 dias) Espécie de comunicação entre
dois ou mais juízos quando
Comunicação para ATOS houver hierarquia entre eles.
CARTA DE
FUTUROS. ORDEM
NOTIFICAÇÃO Ex: o Ministro do STF expede
Ex: comparecimento em carta de ordem para que o juízo
audiência. federal ouça uma testemunha
localizada em Natal (RN).
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Ocorre quando um juízo solicita


que outro juízo pratique # Jurisprudência Correlata (11/2021)
determinado ato processual fora
do país. O conselheiro de Tribunal de Contas estadual não está
CARTA sujeito a notificação ou intimação para
ROGATÓRIA comparecimento como testemunha perante comissão
Ex: juízo da 2ª Vara Criminal de
Manaus (AM) expede uma carta de investigação, podendo apenas ser convidado.
rogatória para que seja ouvida
uma testemunha residente na Entenda o julgado: O art. 73, § 3º, da Constituição
Alemanha, pela autoridade Federal é peremptório em estender aos ministros do
judiciária alemã
TCU as mesmas garantias, prerrogativas,
Ocorre quando um juízo solicita impedimentos, vencimentos e vantagens dos
que outro juízo, de igual ministros do STJ. Por sua vez, a Constituição Estadual,
hierarquia, pratique ao organizar a sua própria Corte de Contas, nos
determinado ato processual, nos termos previstos pelo art. 75 da CF, não pode
CARTA limites de sua competência,
dispensar tratamento simétrico aos respectivos
PRECATÓRIA dentro do Brasil.
conselheiros.
Ex: o juízo da comarca de Niterói
expede uma carta precatória O art. 73, § 3º, da CF é peremptório em estender aos
para que o juízo da comarca de ministros do TCU as mesmas garantias, prerrogativas,
Búzios ouça uma testemunha
impedimentos, vencimentos e vantagens dos
que lá reside.
ministros do STJ. Por sua vez, a Constituição Estadual,
ao organizar a sua própria Corte de Contas, nos
termos previstos pelo art. 75 da CF, não pode
CAPÍTULO I - DAS CITAÇÕES dispensar tratamento simétrico aos respectivos
conselheiros. (Info 718, STJ, 11/2021)
Art. 351. A citação inicial far-se-á por MANDADO,
quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição
Diferente do Processo Civil, a lei processual penal não
do juiz que a houver ordenado.
oferece restrições à citação pessoal do réu durante a
realização de cultos religiosos ou fúnebres, noivo
# Jurisprudência Correlata (2021) durante lua de mel (3 dias), doença grave. Aqui a única
É possível a utilização de WhatsApp para a citação restrição é a inviolabilidade de domicílio.
de acusado, desde que sejam adotadas medidas
suficientes para atestar a autenticidade do número O processo penal não admite citação por meio
telefônico, bem como a identidade do indivíduo eletrônico.
destinatário do ato processual. (Info 688, STJ)
Exemplo: “Certifico e dou fé que, em cumprimento ao Art. 352. O mandado de citação indicará:
mandado, no dia 29.04.2021, às 12h30, PROCEDI A
CITAÇÃO E INTIMAÇÃO (por meio do WhatsApp nº
XXXXX-XXXX) DE ANTÔNIO xxxx, CPF nº xxx.xxx.xxx- I - o nome do juiz;
xx, e diante da concordância do intimando,
encaminhei contrafé para o seu WhatsApp (cópia II - o nome do querelante nas ações iniciadas por
anexa). Certifico que após o recebimento do queixa;
mandado, o intimando informou estar ciente e
informou ainda que não tem condições de pagar
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus
advogado particular e deseja ter a sua defesa
sinais característicos;
realizada pela Defensoria Pública”. (Exemplo retirado do
site www.dizerodireito.com)
IV - a residência do réu, se for conhecida;
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V - o fim para que é feita a citação; Art. 357. São requisitos da citação por MANDADO:
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu
da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da
deverá comparecer;
citação;

VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da


contrafé, e sua aceitação ou recusa.
Requisitos intrínsecos da citação.
Requisitos extrínsecos da citação.

Art. 353. Quando o RÉU ESTIVER FORA DO


TERRITÓRIO da jurisdição do juiz processante, será Art. 358. A citação do MILITAR far-se-á por
citado mediante PRECATÓRIA. intermédio do chefe DO RESPECTIVO SERVIÇO.

Art. 354. A precatória indicará: Art. 359. O dia designado para FUNCIONÁRIO PÚBLICO
comparecer em juízo, como acusado, será
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; NOTIFICADO assim a ELE como ao CHEFE DE SUA
REPARTIÇÃO.
II - a sede da jurisdição de um e de outro;

Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as Art. 360. Se o réu estiver PRESO, SERÁ
especificações; PESSOALMENTE CITADO.

IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá


# Jurisprudência Correlata
comparecer.

Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz O juiz, em vez de determinar a citação pessoal do réu
deprecante, independentemente de traslado, depois preso para a audiência de interrogatório, apenas fez a
de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por sua requisição ao diretor do presídio. O réu
mandado do juiz deprecado. compareceu ao interrogatório e o STF considerou que
o vício da citação foi sanado. Assim, concluiu que,
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território DIANTE DO COMPARECIMENTO DO PRESO EM JUÍZO,
sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz NÃO É POSSÍVEL INVOCAR NULIDADE POR AUSÊNCIA
deprecado os autos para efetivação da diligência, DE CITAÇÃO. (Info 705, STF)
desde que haja tempo para fazer-se a citação.
(Caráter itinerante da precatória) Art. 361. Se o réu NÃO FOR ENCONTRADO, será
CITADO por EDITAL, com o prazo de 15 DIAS.
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se
oculta para não ser citado, a precatória será Art. 362. Verificando que o RÉU SE OCULTA PARA
imediatamente devolvida, para o fim previsto NÃO SER CITADO, o oficial de justiça certificará a
no art. 362. ocorrência e procederá à CITAÇÃO COM HORA CERTA,
na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá
Civil.
em resumo os requisitos enumerados no Art. 354,
poderá ser expedida por via telegráfica, depois de Parágrafo único. Completada a citação com hora certa,
reconhecida a firma do juiz, o que a estação se o ACUSADO NÃO COMPARECER, ser-lhe-á
expedidora mencionará. nomeado DEFENSOR DATIVO.
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§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em


qualquer tempo, o processo observará o disposto
Suspende-se o nos arts. 394 e seguintes deste Código.
CITADO POR EDITAL
processo e o prazo
E NÃO COMPARECE
prescricional. Art. 364. No caso do Artigo anterior, no I, o prazo
será fixado pelo juiz entre 15 e 90 DIAS, de acordo com
as circunstâncias, e, no caso de no II, o prazo será de
CITADO POR HORA
Nomeia-se defensor 30 DIAS.
CERTA E NÃO
dativo.
COMPARECE Art. 365. O EDITAL de citação indicará:

I - o nome do juiz que a determinar;


# Comentários
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus
sinais característicos, bem como sua residência e
▪ O STF declarou a constitucionalidade do uso profissão, se constarem do processo;
subsidiário dos procedimentos adotados pelo CPC.
III - o fim para que é feita a citação;
▪ Se por 2 vezes, o Oficial de Justiça houver procurado
o réu em seu domicílio/residência, sem o encontrar, Súmula 366, STF: Não é nula a citação por edital que
havendo suspeita de ocultação, pode intimar qualquer indica o dispositivo da lei penal, embora não
pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os
que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, fatos em que se baseia.
na hora que designar.
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu
▪ Possui os mesmos efeitos da citação pessoal na deverá comparecer;
hipótese de não apresentação da resposta escrita à
acusação, ou seja, deve ser decretada a revelia do réu V - o prazo, que será contado do dia da publicação do
e lhe ser nomeado defensor; após essa nomeação, edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.
para apresentação da defesa preliminar, o processo
prosseguirá. Parágrafo único. O edital será afixado à porta do
edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela
imprensa, onde houver, devendo a afixação ser
# Jurisprudência Correlata certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação
provada por exemplar do jornal ou certidão do
escrivão, da qual conste a página do jornal com a data
É constitucional a citação com hora certa no âmbito do da publicação.
processo penal. (Info 833, STF)
#INTERDISCIPLINARIEDADE #LEIDOJECRIM
Art. 363. O processo terá completada a sua formação
quando realizada a CITAÇÃO do acusado. Não cabe citação por edital nos juizados especiais
criminais (Art. 66), uma vez que o prazo de dilação do
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida edital é incompatível com os princípios aplicáveis, tais
a citação por edital. como informalidade, celeridade e economia
processual.
§ 2o (vetado)
§ 3o (vetado)
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Art. 366. Se o acusado, citado por EDITAL, NÃO por 8 anos, calculado a
COMPARECER, NEM CONSTITUIR ADVOGADO, ficarão partir da pena máxima.
SUSPENSOS O PROCESSO e o CURSO DO PRAZO
PRESCRICIONAL, podendo o juiz determinar a b) PRODUÇÃO
PRODUÇÃO ANTECIPADA DAS PROVAS ANTECIPADAS DE
CONSIDERADAS URGENTES e, se for o caso, PROVAS URGENTES;
POSSÍVEIS
DECRETAR PRISÃO PREVENTIVA, nos termos do
CONSEQUÊNCIAS
disposto no art. 312. OBS: A prova
testemunhal, por si só,
SOBRE O ART. 366 DO CPP não é urgente, devendo
ser demonstrada uma
a) Citação por edital; das hipóteses do art. 225
PRESSUPOSTOS do CPP.
b) Não apresentação da
resposta à acusação. c) DECRETAÇÃO DA
PRISÃO PREVENTIVA
a) SUSPENSÃO DO
PROCESSO E DO PRAZO
PRESCRIÇÃO; Súmula 351, STF. É nula a citação por edital de réu
preso na mesma unidade da federação em que o juiz
OBS: Admite-se como exerce sua jurisdição.
tempo máximo de
suspensão do processo o Cuidado: STF e STJ entendem que se o acusado estiver
tempo de prescrição da preso em outra unidade da federação é cabível a
pretensão punitiva citação por edital.
abstrata do crime
praticado, após o que a Súmula 455, STJ. A decisão que determina a produção
antecipada de provas com base no Art. 366 do CPP
prescrição voltaria a
POSSÍVEIS deve ser concretamente fundamentada (à luz do artigo
correr novamente. Nesse
225 do CPP), não a justificando unicamente o mero
CONSEQUÊNCIAS sentido, a Súmula 415 do decurso do tempo.
STJ
Cuidado: Algumas decisões do STJ relativizam a
Súmula 415, STJ - O
aplicação da Súmula nº 455, nos casos de oitiva de
período de suspensão do agentes de segurança. A oitiva de policiais de forma
prazo prescricional é antecipada, sob a alegação de que a atuação frequente
regulado pelo máximo da em situações semelhantes leva ao esquecimento de
pena cominada. fatos específicos, não configura constrangimento
ilegal.
Exemplo: acusado citado
por edital por furto Espaço p/ anotações:
simples (pena de 1 a 4
anos) permitiria a
suspensão da prescrição
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# SOBRE A CITAÇÃO POR EDITAL # Jurisprudência Correlata

▪ A teor do Art. 366 do CPP, a suspensão do processo


▪ Será válida a citação por edital, quando penal e do prazo prescricional, somente é possível
ocorrer o esgotamento dos meios de quando o acusado, após citado por edital, não
localização, que deve abranger todos os comparece e não constitui advogado nos autos. (STJ)
endereços dos autos, inclusive os citados no
IPL. ▪ No caso do art. 366 do CPP, o prazo prescricional
ficará suspenso pelo tempo de prescrição da pena
máxima em abstrato cominada ao crime. Em outras
▪ Quando citado por edital, tendo o indivíduo
palavras, em caso de inatividade processual
comparecido, o processo segue normalmente, decorrente de citação por edital, ressalvados os
com o prazo para defesa iniciando-se a partir crimes previstos na CF como imprescritíveis, é
do comparecimento pessoal do acusado ou de constitucional limitar o período de suspensão do prazo
seu defensor constituído. prescricional ao tempo de prescrição da pena. (Info
1.001, STF, 2020)

▪ Se o indivíduo, citado por edital, constituiu


▪ Citado o réu por edital, nos termos do art. 366 do
advogado durante o IPL, resta evidenciado o CPP, o processo deve permanecer suspenso enquanto
conhecimento da imputação contra ele. Dessa o réu não for localizado ou até que seja extinta a
forma, a renúncia do advogado, antes da punibilidade pela prescrição. Enquanto o réu não for
sentença, não suspende o processo e a localizado, o curso processual não pode ser retomado.
prescrição, estando o Juiz autorizado a
prosseguir com feito, nomeando defensor Considerando que a prescrição voltará a correr, é
público ou advogado dativo para a defesa. possível que o processo também volte a tramitar?
NÃO. Isso contraria o próprio sentido da alteração
promovida no art. 366 pela Lei nº 9.271/96. Por ser a
▪ Somente os crimes determinados pela CF/88 citação por edital uma ficção jurídica, pretendeu-se
são considerados imprescritíveis. Dessa com a alteração legislativa obstar que alguém fosse
forma, pode-se afirmar que é inviável a processado e julgado sem que se tivesse a certeza de
suspensão do prazo prescricional por tempo que tomara conhecimento do processo, em prejuízo à
indeterminado. Para a definição desse prazo ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo
legal. (Info 693, STJ, 2021)
deve-se utilizar o prazo da prescrição da pena
em abstrato. Exemplo: o réu praticou crime
cuja pena máxima é de 4 anos. Dessa forma, o
Súmula 415, STJ: O período de suspensão do prazo
processo ficará suspenso por 8 anos – prazo
prescricional é regulado pelo máximo da pena
prescricional estabelecido para crimes cuja cominada.
pena máxima seja de 4 anos.
Art. 367. O PROCESSO SEGUIRÁ SEM A PRESENÇA
DO ACUSADO que, citado ou intimado PESSOALMENTE
▪ Eventual resposta à acusação por advogado
para qualquer ato, DEIXAR DE COMPARECER SEM
constituído não supre a necessidade de citação MOTIVO justificado, ou, no CASO DE MUDANÇA DE
pessoal. RESIDÊNCIA, NÃO COMUNICAR O NOVO ENDEREÇO
AO JUÍZO.
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Art. 368. Estando o acusado no ESTRANGEIRO, em


Réu preso. Citação pessoal.
LUGAR SABIDO, será citado mediante CARTA
ROGATÓRIA, SUSPENDENDO-SE O CURSO DO PRAZO
DE PRESCRIÇÃO até o seu cumprimento. Citado por Edital
Réu não encontrado.
(prazo de 15 DIAS).
# Jurisprudência Correlata (2021)

Se for expedida carta rogatória para citar um acusado ▪ Suspende o processo


no exterior, o prazo prescricional ficará suspenso até
▪ Suspende a prescrição
que ela seja cumprida, ou seja, o prazo prescricional
voltará a correr antes mesmo que a carta seja juntada Réu, citado por edital,
▪ Juiz pode determinar
aos autos. Isto é, o termo final da suspensão do prazo não comparecer, nem
produção antecipada das
constituir advogado
prescricional pela expedição de carta rogatória para provas consideradas
citação do acusado no exterior é a data da efetivação urgentes
da comunicação processual no estrangeiro, ainda que
▪ Juiz pode decretar a PP
haja demora para a juntada da carta rogatória
cumprida aos autos. (Info 691, STJ)
Comparecendo o réu Processo prossegue em
citado por edital seus ulteriores atos.
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em
legações estrangeiras serão efetuadas mediante
CARTA ROGATÓRIA. Réu se oculta para não Citação com hora certa
ser citado (CPC).

#AGORA VAMOS VER SE VOCÊ DECOROU


Réu citado por hora Juiz nomeia defensor
TUDO certa, não compareceu dativo (e decreta revelia).

SITUAÇÃO CONSEQUÊNCIA
Réu citado/intimado
pessoalmente para
Processo completa sua qualquer ato, deixa de
Citação do acusado.
formação comparecer sem Processo seguirá sem a
justificar ou mudou de presença do acusado.
residência e não
Réu na Jurisdição Citado por MANDADO
comunicou novo
endereço ao juízo.
Réu fora da Jurisdição. Citado por PRECATÓRIA.

Citação por Carta


Intermédio do CHEFE do
Citação do MILITAR. rogatória, suspendendo a
SERVIÇO. Acusado no estrangeiro,
prescrição até
em lugar sabido
cumprimento da CR.
▪ Notifica-se os 2: (Processo não)

- Funcionário Público;
Citação do Funcionário Acusado no estrangeiro,
Citado por edital.
Público. - Chefe de sua repartição. em lugar incerto

OBS: Pode notificar só o


Chefe não.
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§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos


Citações em legações
judiciais na comarca, a intimação far-se-á
estrangeiras
Carta rogatória.
diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal
(embaixadas ou com comprovante de recebimento, ou por qualquer
consulado) outro meio idôneo.

§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão,


dispensará a aplicação a que alude o § 1o.

RÉU SE OCULTA § 4o A intimação do Ministério Público e do defensor


RÉU NÃO
PARA NÃO SER nomeado será pessoal.
ENCONTRADO
CITADO (FUJÃO)
Súmula 710, STF. No processo penal, contam-se os
prazos da data da intimação, e não da juntada aos
Citação por HORA Citação por EDITAL
autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.
CERTA
Súmula 310, STF: Quando a intimação tiver lugar na
sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação
for feita nesse dia, o prazo judicial terá́ início na
CAPÍTULO II - DAS INTIMAÇÕES
segunda-feira imediata, salvo se não houver
expediente, caso em que começará no primeiro dia útil
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das que se seguir.
testemunhas e demais pessoas que devam tomar
conhecimento de qualquer ato, será observado, no que
for aplicável, o disposto no Capítulo anterior.
#Comentários

INTIMAÇÃO POR ▪ A intimação em audiência do MP e do Defensor


INTIMAÇÃO PUBLICAÇÃO Público não é suficiente, devendo ocorrer também por
PESSOAL (imprensa oficial – publicação.
diário oficial)
▪ O Defensor Dativo pode dispensar sua intimação
▪ Defensor pessoal.
constituído (autor
▪ MP
escolhe)
▪ Defensor Público ▪ O MP ou a Defensoria Pública , ainda que presente
▪ Advogado do em audiência na qual seja proferida a decisão,
▪ Defensor Dativo querelante somente serão considerados intimados pessoalmente
(nomeado) destas decisões quando recebido o processo pelo
▪ Assistente de
setor administrativo.
Acusação

▪ No processo civil, a contagem do prazo começa a


§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado
correr com a juntada. Exclui o primeiro dia e inclui o
do querelante e do assistente far-se-á por publicação
vencimento.
no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais
da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome
do acusado.
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▪ No processo penal, a contagem do prazo começa a


correr data efetiva da citação. Exclui o primeiro dia e
inclui o vencimento.

▪ CESPE: Acusado e seu defensor devem ser


intimados pessoalmente e em separado da sentença
condenatória de primeiro grau, iniciando-se o prazo
para recurso a partir da última intimação.

▪ Quanto aos acórdãos prolatados em segunda


instância, a intimação se aperfeiçoa com a publicação
do decisório no órgão oficial de imprensa.

# Jurisprudência Correlata

O advogado do Núcleo de Prática Jurídica tem a


prerrogativa de ser intimado pessoalmente dos atos
processuais. A nomeação judicial de Núcleo de Prática
Jurídica para patrocinar a defesa de réu dispensa a
juntada de procuração. Porque, neste caso, não há
atuação provocada pelo assistido, mas o exercício de
um munus público por determinação judicial. (Info
624, STJ)

Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na


petição em que for requerida, observado o disposto
no art. 357.

Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução


criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das
partes e testemunhas, dia e hora para seu
prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

TÍTULO XI - DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE


INTERDIÇÕES

DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA

Art. 373 a 380 . (Esse título não foi recepcionado pela


CF/88)
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#SELIGANADIFERENÇA #DESPENCAEMPROVA

DECISÕES
CONCEITO EXEMPLO
SUBJETIVAMENTE

Decisão de um juízo monocrático ou


SIMPLES Proferida por apenas uma pessoa.
singular.

Proferida por órgão colegiado


PLÚRIMA Acórdão de Turma do Tribunal de Justiça.
homogêneo.

Tribunal do Júri:
Proferida por órgão colegiado
COMPLEXAS Jurados decidem mérito.
heterogêneo.
Juiz-Presidente decide pena e regime.

#NÃO TROQUE AS BOLAS # VAI CAIR

CONCEITO CONSEQUÊNCIA

Declarada nula ou corrigida por


Embargos de Declaração.
Contradição entre Fundamentação e Ex: Na fundamentação o juiz
SENTENÇA SUICIDA
Dispositivo. reconhece ter havido legítima
defesa, mas no dispositivo acaba
condenando o réu.

Reconhece o crime, mas declara a Sentença perfeita. É o caso da


SENTENÇA AUTOFÁGICA
punibilidade extinta. prescrição ou perdão judicial.

SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
Decisão que concede o perdão judicial. Extingue a punibilidade.
ANÔMALA

Decisão não analisa todos os fatos


imputados. Apesar de sua nulidade, é
possível a oposição de Embargos de Declarada nula ou corrigida por
SENTENÇA CITRAPETITA Declaração com efeitos infringentes Embargos de Declaração
(apreciar omissão pode provocar
modificação da decisão).

Declarada nula ou corrigida por


SENTENÇA VAZIA Sem fundamentação.
Embargos de Declaração
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# CLASSIFICAÇÃO DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

Resolve questões processuais questionadas no curso do processo, mas não coloca fim ao
DECISÕES processo nem a alguma fase dele.
INTERLOCUTÓRIAS
Regra: Irrecorríveis, exceto se listadas no rol do art. 581 do CPP (cabe RESE)
SIMPLES
Exemplos: Recebimento de denúncia e julgamento improcedente das exceções.

DECISÕES Extinguem o processo, sem julgamento de mérito ou resolvem um procedimento


INTERLOCUTÓRIAS incidental de maneira definitiva, sem possibilidade de reexame no mesmo grau.
MISTA
TERMINATIVA Exemplos: Impronúncia e rejeição da denúncia.

Põe fim a uma etapa do procedimento, levando adiante o mérito, todavia sem causar a
DECISÕES extinção do processo.
INTERLOCUTÓRIAS
MISTA NÃO Exemplo: decisão de pronúncia, pois encerra um juízo de admissibilidade da imputação
TERMINATIVA de crime doloso contra a vida, autorizando que o acusado seja submetido a julgamento
pelo Júri.

EMENDATIO LIBELLI MUTATIO LIBELLI

Juiz, ao condenar ou pronunciar o réu, No curso da instrução processual, surge


altera a definição jurídica (capitulação prova de alguma elementar ou circunstância
QUANDO OCORRE do tipo penal) do fato narrado na peça que não havia sido narrada expressamente na
acusatória, sem, no entanto, peça acusatória.
acrescentar qualquer circunstância ou
elementar que já não esteja descrita na
peça acusatória.

1) Não é acrescentada nenhuma 1) É acrescentada alguma circunstância ou


circunstância ou elementar ao fato que elementar que não estava descrita
já estava descrito na peça acusatória; originalmente na peça acusatória e cuja prova
surgiu durante a instrução;
REQUISITOS 2)É modificada a tipificação penal.
2) É modificada a tipificação penal.

1) MP narrou, na denúncia, que o réu, MP narrou, na denúncia, que o réu praticou


valendo-se de fraude eletrônica, no sistema furto simples (art. 155, caput, do CP). Durante
do internet banking, retirou dinheiro da a instrução, os depoimentos revelam que o
conta bancária da vítima, tipificando o crime
acusado utilizou uma chave falsa. Com base
de estelionato (art. 171 do CP). O juiz, na
na nova elementar, que surgiu em decorrência
sentença, afirma que os fatos ocorreram
EXEMPLOS como o MP descreveu, mas que a de prova trazida durante a instrução, verifica-
classificação é de furto mediante fraude se cabível uma noda definição do fato,
(art. 155, §4o, II do CP);
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2) Na denúncia, embora o MP tenha mudando o crime de furto simples para furto


feito menção à elementar da “violência”, qualificado
presente no roubo, capitulou como
furto. Como o réu se defende dos fatos,
não importa o dispositivo legal
imputado.

PREVISÃO LEGAL Art. 383 do CPP Art. 384 do CPP

Se o juiz, na sentença, entender que é o 1o - Se o MP entender ser o caso de mutatio


caso de realizar a emendatio libelli, libelli, ele deverá aditar a denúncia no prazo
poderá decidir diretamente, não sendo máximo de 5 dias após o encerramento da
necessário abrir vistas às partes para instrução;
se manifestar previamente sobre isso.
2o - O aditamento pode ser apresentado
PROCEDIMENTO Isso ocorre porque no Processo Penal o oralmente na audiência ou por escrito.
acusado se defende dos fatos e como
os fatos não mudaram, não há qualquer 3o - No aditamento, o MP poderá arrolar até 3
prejuízo ao réu e nem violação ao testemunhas;
princípio da correlação entre acusação
e sentença. 4o - Será ouvido o defensor do acusado no
prazo de 5 dias. Na resposta, além de refutar
o aditamento, a defesa poderá arrolar até 3
testemunhas;

5o - O juiz decidirá se recebe ou rejeita o


aditamento;

6o - Se o aditamento for aceito pelo juiz, será


designado dia e hora para continuação da
audiência, com inquirição de testemunhas,
novo interrogatório do acusado, debates e
julgamento.

OBS: Se o MP, mesmo diante de nova


elementar ou circunstância, entender que não
é caso de aditamento e, discordando o juiz,
será aplicado o art. 28 do CPP.

Só é cabível na:

ESPÉCIE DE AÇÃO Cabível em TODAS AS ESPÉCIES DE - Ação penal pública incondicionada;


PENAL AÇÃO PENAL, pública incondicionada,
pública condicionada, exclusivamente - Ação penal pública condicionada;
privada.
- Ação penal privada subsidiária da pública.
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Cabe. Não cabe.

Pode ocorrer em qualquer momento do Caso o Tribunal, em grau de recurso, aprecie


processo, inclusive na 2º instância, fato não valorado pelo juiz, ocorrerá
EM 2ª INSTÂNCIA ainda que o julgamento seja de supressão de instância. Por essa razão,
recursos exclusivos da defesa, desde surgindo prova de elementar ou circunstância
que respeitado o princípio da non não contida na peça acusatória, não tendo
reformatio in pejus, ou seja, o Tribunal havido o aditamento, por consequência,
pode fazer qualquer coisa, desde que haverá a absolvição dessa elementar.
não aumente a pena.

VINCULAÇÃO Juiz vinculado ao fato imputado ao Juiz vinculado aos termos do aditamento.
acusado na peça acusatória.

REGRA: deve ser feita pelo juiz na fase


da SENTENÇA. Recebimento da denúncia
não é o momento adequado para
apreciar qual dispositivo legal foi
violado, até porque o juiz não é vinculado
à classificação do crime feita na Após o encerramento da instrução, oralmente
denúncia. (após o término da audiência) ou por escrito.
MOMENTO
EXCEÇÃO: em determinadas situações,
o juiz pode, no RECEBIMENTO DA
DENÚNCIA, corrigir a classificação
formulada pelo acusador, sobretudo a
análise de concessão de liberdade
provisória ou aplicação de medidas
despenalizadoras (transação penal e
Sursis Processual) cuja proposta deve
ser formulada pelo MP.

▪ Nada mais é do que a capitulação ▪ Muitas vezes, decorre de um IPL mal


errada do delito, uma simples correção, elaborado;
PARA NUNCA MAIS sem aditamento;
CONFUNDIR ▪ Fato não incluso é provado apenas durante a
▪ O juiz, por ocasião da sentença (regra), instrução;
corrige a capitulação.
▪ Alteração fática exige aditamento da inicial,
▪ Não é necessário abrir vistas às voluntário ou provocado;
partes.
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TÍTULO XII - DA SENTENÇA


VI - a data e a assinatura do juiz.

Art. 381. A sentença conterá: PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO: Também conhecido


como da CONGRUÊNCIA, estabelece que a sentença
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as deve guardar plena consonância com o fato
indicações necessárias para identificá-las; delituoso descrito na denúncia ou queixa, não
podendo dele se afastar, sendo vedado ao juiz julgar
É possível informar apenas um apelido, quando ele EXTRA PETITA (fora do pedido) e ULTRA PETITA
for notório. (além do pedido).

II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONEM: é aquela que


adota a fundamentação de uma das partes. A
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que jurisprudência entende que é possível, desde que a
se fundar a decisão; fundamentação da outra parte esteja motivada.

O art. 315 do CPP, com redação dada pelo Pacote Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2
Anticrime, traz um rol não exemplificativo de DIAS, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que
decisões não fundamentadas. Vejamos: nela houver OBSCURIDADE, AMBIGUIDADE,
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer CONTRADIÇÃO ou OMISSÃO. (EMBARGOS DE
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou DECLARAÇÃO)
acórdão, que:
A interposição dos ED interrompe prazo para os
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à
demais recursos, o qual somente começará a fluir,
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida; integralmente, após decisão do ED.

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,


Art. 383. O juiz, SEM MODIFICAR A DESCRIÇÃO DO
sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
caso; FATO contida na denúncia ou queixa, PODERÁ
ATRIBUIR-LHE DEFINIÇÃO JURÍDICA DIVERSA, AINDA
III - invocar motivos que se prestariam a justificar QUE, em consequência, tenha de aplicar PENA MAIS
qualquer outra decisão; GRAVE. (EMENDATIO LIBELLI)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos
no processo capazes de, em tese, infirmar a § 1o Se, em consequência de definição jurídica diversa,
conclusão adotada pelo julgador; houver possibilidade de proposta de SUSPENSÃO
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de CONDICIONAL DO PROCESSO, o juiz procederá de
súmula, sem identificar seus fundamentos acordo com o disposto na lei.
determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos; § 2o Tratando-se de INFRAÇÃO DA COMPETÊNCIA DE
OUTRO JUÍZO, a este SERÃO ENCAMINHADOS OS
VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, AUTOS.
sem demonstrar a existência de distinção no caso
em julgamento ou a superação do entendimento. Espaço p/ anotações:

IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;

V - o dispositivo;
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# Jurisprudência Correlata Compilado de Jurisprudência sobre Sentença Penal

▪ O magistrado não tem competência para substituir- ▪ Em atenção aos princípios da celeridade processual e
se ao MP, titular da ação penal pública, e retificar a segurança jurídica, é válida a sentença oral proferida
classificação jurídica proposta na denúncia. Assim, em em audiência e registrada em meio audiovisual, ainda
REGRA, o momento adequado para a EL é na PROLAÇÃO que não transcrita, nos termos do art. 405 do CPP. O
DA SENTENÇA e não no recebimento da denúncia. mesmo dispositivo é aplicável aos demais atos
praticados em audiência, dentre eles, os debates orais
No entanto, excepcionalmente, é possível antecipar o e provas. (STF, 2019)
momento da EL quando a inadequada tipificação:
1) Macular a competência absoluta; ▪ Havendo mais de uma sentença transitada em julgado,
2) Ocasionar obediência a procedimento inadequado; envolvendo os mesmos fatos, prevalece a que primeiro
3) Restringir benefícios penais por excesso de (1º) transitou em julgado. (2018, STF)
acusação. (Info 553, STJ).
▪ Quando há a manutenção da punibilidade do réu nos
▪ É cabível o reconhecimento da causa de aumento da mesmos parâmetros da pena imposta anteriormente,
punibilidade narrada, ainda que não seja citado o artigo, ainda que o recurso seja interposto exclusivamente
sendo identificado como emendatio libelli. Ora, a pela defesa, não há nulidade no acórdão que reclassifica
aplicação do princípio da congruência determina que o o crime, pois não ocorreu reformatio in pejus, sendo
acusado se defende dos fatos descritos na denúncia e plenamente aplicável a emendatio libelli em 2ª
não da capitulação jurídica nela estabelecida. Dessa instância.
forma, exige-se apenas correlação entre o fato descrito
na denúncia e fato pelo qual réu foi condenado, ▪ Não é necessário que a denúncia mencione o
qualificando-se como IRRELEVANTE a menção, na dispositivo legal no qual esteja prevista causa de
denúncia, de forma expressa de eventuais causas de aumento.
aumento ou diminuição de pena.
▪ As agravantes podem ser reconhecidas ex officio pelo
Caso concreto: O MP ajuizou ação penal contra réu por juiz nos crimes de ação penal pública.
sonegação fiscal. Na denúncia, o MP não pediu
expressamente que fosse reconhecida a causa de Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se
aumento do art. 12, I, da Lei de Crimes contra a Ordem
entender cabível NOVA DEFINIÇÃO JURÍDICA DO FATO,
Tributária. Pediu-se apenas a condenação pelo crime do
em consequência de prova existente nos autos de
art. 1º, I. Apesar disso, a denúncia narrou que réu
ELEMENTO OU CIRCUNSTÂNCIA DA INFRAÇÃO PENAL
sonegou tributos em montante superior a R$ 4 milhões.
NÃO CONTIDA NA ACUSAÇÃO, o MP DEVERÁ ADITAR a
Nesse caso, o Juiz, na sentença, ao condenar o réu,
denúncia ou queixa, no prazo de 5 DIAS, se em virtude
pode reconhecer a incidência da causa de aumento
desta houver sido instaurado o processo em crime de
prevista no art. 12, I, porque o fato que ela representa
ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento,
(vultosa quantia sonegada que gera dano à coletividade)
quando feito oralmente. (MUTATIO LIBELLI)
foi narrado, apesar de não haver menção expressa ao
dispositivo legal.
Súmula 453, STF. Não se aplicam à 2a instância o art.
384 e parágrafo único do CPP, que possibilitam dar
Espaço p/ anotações: nova definição jurídica ao fato delituoso (ML), em
virtude de circunstância elementar não contida,
explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.
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# Jurispruência Correlata Art. 385. Nos crimes de AÇÃO PÚBLICA, o juiz


PODERÁ proferir SENTENÇA CONDENATÓRIA, AINDA
O aditamento da denúncia será necessário, quando QUE O O MINISTÉRIO PÚBLICO TENHA OPINADO PELA
ocorrer a desclassificação de crime doloso para ABSOLVIÇÃO, BEM COMO RECONHECER AGRAVANTES,
crime culposo (imprudência, imperícia ou EMBORA NENHUMA TENHA SIDO ALEGADA.
negligência), pois haverá matéria que não foi
discutida na instrução. Nesses casos, a instrução # Jurispruência Correlata
terá se limitado à discussão da existência do dolo,
enquanto a denúncia não terá descrito, mesmo que O princípio da congruência não será ofendido pela
implicitamente, o tipo culposo.Em razão da ampla condenação por agravantes não descritas na
defesa, deve-se observar a regra do art. 384, caput, denúncia. O art. 385 CPP foi recepcionado pela
do CPP, pois o acusado possui direito à aplicação de CF/88. (2017, STJ)
pena mais branda. (Inf. 557, STJ)

Art. 386. O juiz ABSOLVERÁ o réu, mencionando a


§ 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao
causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
I - estar PROVADA a INEXISTÊNCIA do fato;
§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 DIAS e
ADMITIDO O ADITAMENTO, o juiz, a requerimento de
II - NÃO haver PROVA da EXISTÊNCIA do fato;
qualquer das partes, DESIGNARÁ DIA E HORA PARA
CONTINUAÇÃO DA AUDIÊNCIA, com inquirição de III - NÃO constituir o fato INFRAÇÃO PENAL;
testemunhas, novo interrogatório do acusado,
realização de debates e julgamento. IV – estar provado que o RÉU NÃO CONCORREU para a
infração penal;
§ 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art.
383 ao caput deste artigo. V – NÃO existir PROVA de ter o réu CONCORRIDO para
a infração penal;
§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar ATÉ
3 TESTEMUNHAS, no prazo de 5 DIAS, ficando o juiz, na VI – existirem CIRCUNSTÂNCIAS QUE EXCLUAM o crime
sentença, ADSTRITO aos termos do ADITAMENTO. ou ISENTEM o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º
do art. 28, todos do CP, ou mesmo se houver FUNDADA
§ 5o Não recebido o aditamento, o processo DÚVIDA SOBRE SUA EXISTÊNCIA;
prosseguirá.

# CUIDADO
# Jurispruência Correlata
Repare que o termo é “fundada dúvida”, não
Réu denunciado por crime na forma consumada “manifesta certeza”, ou seja, não se exige a
pode ser condenado em sua forma tentada, ainda absolvição sumária, por exemplo.
que não exista aditamento à denúncia, pois a
tentativa não é figura autônoma. Assim, ainda que o VII – NÃO existir PROVA SUFICIENTE para a condenação.
réu tenha sido denunciado por estupro consumado,
tendo o MP reafirmado essa tipificação nas Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
alegações finais, poderá ser condenado pela
modalidade culposa, pois o delito consumado e a I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
tentativa representam a mesma modalidade de
crime, diferindo apenas quanto à manifestação do II – ordenará a cessação das medidas cautelares e
delito. (Inf. 557, STJ) provisoriamente aplicadas;
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Julgado quentinho (19/10/2021). A prestação


III - aplicará MEDIDA DE SEGURANÇA, se cabível. pecuniária prevista no art. 45, §1º, do CP pode ser
(SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA) compensada com o montante fixado com
fundamento no art. 387, IV, do CPP, ante a
Art. 387. O juiz, ao proferir SENTENÇA coincidência de beneficiários. (Info, 714, STJ)
CONDENATÓRIA:

V - atenderá, quanto à aplicação provisória de


I - mencionará as circunstâncias agravantes ou
interdições de direitos e medidas de segurança, ao
atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência
disposto no Título Xl deste Livro;
reconhecer;

VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na


II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e
íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será
tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação
feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal).
da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do
CP;
§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a
manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;
preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do
conhecimento de apelação que vier a ser interposta.
IV - fixará VALOR MÍNIMO para REPARAÇÃO DOS
DANOS causados pela infração, considerando os
§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão
prejuízos sofridos pelo ofendido;
administrativa (não existe mais) ou de internação, no
Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de
SOBRE O VALOR MÍNIMO A SER FIXADO PELO JUIZ determinação do regime inicial de pena privativa de
liberdade. (DETRAÇÃO)
▪ Juiz pode fixar um valor liquido na própria
sentença condenatória.
DETRAÇÃO: ocorre quando o tempo que o indivíduo
▪ Após o trânsito em julgado da sentença que permaneceu preso cautelarmente é descontado na
especificou o valor liquido, pode ser feita a pena definitiva, nos termos do art. 42 do CP.
execução.
Exemplo: Se João ficou preso cautelarmente por
▪ Ressalta-se que o valor líquido não é definitivo.
dois anos, ao final do processo foi condenado a uma
Caso o ofendido discorde dele, pode ajuizar ação
pena de 12 anos. Terá que cumprir apenas 10 anos,
autônoma para apurar o prejuízo efetivamente
tendo em vista que o tempo de 2 anos será
sofrido.
computado.
▪ Pedido tem que ser EXPRESSO e FORMAL.
Após o advento da Lei 12.736/12, a competência para
▪ Dano pode ser MATERIAL ou MORAL (INDIVIDUAL a detração continua sendo do juiz da execução penal
ou COLETIVO) (Art. 66, III, “c” da LEP), bem como poderá ser feita
pelo juiz do processo de conhecimento, para fins de
▪ Juiz pode deixar de fixar o valor mínimo se: determinação do regime inicial de cumprimento da
☛ Não houver prova do prejuízo; pena privativa de liberdade.

☛ Fatos complexos e indenização demanda dilação


Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste
probatória;
caso o juiz a rubricará em todas as folhas.
☛ Vítima já foi indenizada no cível.

▪ Valor mínimo não pode ser impugnado por HC.


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Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele
que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando- constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável
a em livro especialmente destinado a esse fim. a infração, tiver prestado fiança;

# Jurispruência Correlata III - ao defensor constituído pelo réu, se este,


afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado de
prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o
Havendo dúvida resultante da omissão cartorária em
oficial de justiça;
certificar a data de recebimento da sentença,
conforme o art. 389 do CPP, não se pode presumir a
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o
data de publicação com o mero lançamento de
defensor que houver constituído não forem
movimentação dos autos na internet, a fim de se
encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
verificar a ocorrência de prescrição da pretensão
punitiva. (Info 619, STJ)
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor
que o réu houver constituído também não for
Art. 390. O escrivão, dentro de 3 DIAS após a publicação,
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
e sob pena de suspensão de 5 DIAS, dará conhecimento
da sentença ao órgão do Ministério Público.
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído
defensor, não for encontrado, e assim o certificar o
Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado oficial de justiça.
da sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu
advogado. Se nenhum deles for encontrado no lugar da § 1o O prazo do EDITAL será de 90 DIAS, se tiver sido
sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou
o prazo de 10 DIAS, afixado no lugar de costume. superior a 01 ano e de 60 DIAS, nos outros casos.

# Jurispruência Correlata
PPL ≥ 1 ano 90 dias

A intimação do advogado pode ser feita pela PPL < 1 ano 60 dias
imprensa oficial. Todavia, caso o querelante ou o
assistente seja representado, em juízo, por § 2o O prazo para APELAÇÃO correrá após o término do
Defensor Dativo ou Público, a intimação destes fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a
deverá ser feita pessoalmente. intimação por qualquer das outras formas
estabelecidas neste artigo.

Art. 392. A INTIMAÇÃO DA SENTENÇA será feita: Espaço p/ anotações:

I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;

# Jurispruência Correlata

Caso o réu esteja preso, quando condenado por


outra sentença penal condenatória, a intimação por
edital restará prejudicada, pois, nesse caso, é
pertinente a intimação pessoal do acusado, nos
termos do art. 392, I, CPP. (Inf. 583, STJ)
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#BATE-BOLA SOBRE a INTIMAÇÃO DA SENTENÇA Obs1: Independentemente de advogado, a parte


possui capacidade postulatória para interpor
recursos.
RÉU PRESO Intimação pessoal.

Obs2: Tendo os dois (acusado e defensor) sido


Intimação pessoal ou por
RÉU SOLTO intimados, é irrelevante saber quem o foi o primeiro.
Defensor constituído.
Dessa forma, os prazos para recursos irão se
iniciar após a última intimação, garantindo ao
DECISÃO Intimação do acusado em acusado o prazo mais favorável.
CONDENATÓRIA conjunto com a de seu
EM 1º GRAU DE defensor, seja por edital ou
JURISDIÇÃO pessoalmente.
Art. 393. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Intimação por mera


DECISÃO DOS
publicação do decisório em
TRIBUNAIS
órgão oficial de imprensa.

Intimação deverá ser feita na


SENTENÇA pessoa do curador do
ABSOLUTÓRIA acusado, sem prejuízo da
IMPRÓPRIA obrigatória intimação do
Defensor.

Expedido
mandado de Citação Editalícia
prisão (infração
penal afiançável OBS: Apenas é possível falar
ou não), mas nem em intimação por edital
o réu, nem seu quando o réu e seu defensor
defensor (constituído) não forem
constituído, foram localizados
localizados

Réu, sem 90 DIAS: PPL igual ou superior


defensor a 1 ano;
constituído, não
encontrado deve 60 DIAS: demais casos.
cumprir como
prazo para edital
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NOTAS INTRODUTÓRIAS – DO PROCESSO COMUM (LIVRO II – TÍTULO I)

#DESPENCAEMPROVA #NÃOERREMAIS

PROCEDIMENTO COMUM PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

▪ Ordinário ▪ Crimes de responsabilidade por Funcionários Públicos

▪ Sumário ▪ Crimes contra a honra

▪ Sumaríssimo ▪ Crimes contra a propriedade imaterial e

▪ Leis especiais (Lei de drogas, Lei 8.038/98).

OBS1: Aplicação residual aos procedimentos OBS: No Tribunal do Júri, o inimputável pode ser absolvido
especiais. sumariamente (condenado à medida de segurança), pois
essa decisão seria proferida ao término da 1a fase, ou seja,
posterior à instrução, não violando o devido processso legal.
OBS2: Em regra, é aplicável a todos, salvo disposição
Exceção: se o acusado possuir outra tese defensiva (ex.:
legal expressa em lei especial ou no CPP;
legítima defesa), deverá ser pronunciado, para que tenha a
chance de ser propriamente absolvido pelo júri.

OBS3: Não se admite a absolvição sumária imprópria.

PROCEDIMENTO COMUM

ORDINÁRIO SUMÁRIO SUMARÍSSIMO

Pena máxima igual ou superior a 4 Pena máxima inferior a 4 ANOS e Cabível para infrações de menor
ANOS, detenção ou reclusão. superior a 2 ANOS, detenção ou potencial ofensivo (IMPO), que
reclusão. são:

1) Contravenções penais;
OBS: Independentemente do
quantum de pena, os crimes da Lei 2) Crimes cuja pena máxima não
de Organizações Criminosas e seja superior a 2 anos, cumulada
infrações conexas seguem o ou não com multa.
procedimento ordinário.
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▪ Aplica-se, subsidiariamente aos Em se tratando de Infração de Menor


procedimentos especial, sumário e Potencial Ofensivo, quando o acusado
sumaríssimo, quando compatíveis. não for encontrado ou se tratando de
causa complexa, deve haver a
▪ Processos decorrentes de crimes remessa dos autos do JECRIM para o -
hediondos possuem tramitação juízo comum, seguindo o
prioritária em todas as instâncias. procedimento sumário.

Aplica-se aos crimes da Lei de


Falência.

PRINCÍPIO DA ORALIDADE

Ao tratar da designação da audiência una de instrução e julgamento, o legislador inseriu o princípio da oralidade,
segundo o qual se deve dar preponderância à palavra falada sobre a palavra escrita, sem que esta seja excluída.

SUBPRINCÍPIOS DA ORALIDADE:

PRINCÍPIO DA
PRINCÍPIO DO IMEDIATISMO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
CONCENTRAÇÃO

Procedimento deve ser Obriga o juiz a ficar em contato Em regra, Juiz que presidiu a instrução deve
breve. direto com partes e provas, proferir a sentença.
possibilitando melhor formação da
Tentativa de concentração sua convicção. O princípio da identidade física do juiz está
de todos os atos previsto no CPP, de maneira bastante
probatórios em uma única singela, no seu § 2º, do art. 399: “O juiz que
audiência. presidiu a instrução deverá proferir a
Não é necessário estar fisicamente sentença.”
no mesmo local, a exemplo da
videoconferência. O CPP não prevê limitações expressas a
Art. 400, § 1º. As provas esse princípio. Limitações existirão a partir
serão produzidas numa só do art. 366 do CPC.
audiência, podendo o juiz
indeferir as consideradas
irrelevantes, impertinentes
ou protelatórias.

# QUAL PROCEDIMENTO DEVE SER UTILIZADO?

Cuidado: competência - juízo atrativo - é diferente do procedimento adotado.


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Ex: Roubo (procedimento ordinário) e Tráfico (procedimento especial na Lei de


2 CRIMES CONEXOS.
Drogas) em conexão.
UM PREVÊ O
Resolução: Competência é do Juízo da pena mais grave (tráfico), que é atrativo, mas,
PROCEDIMENTO
para fins de escolha do procedimento, adota-se o CRITÉRIO DA AMPLITUDE. Adota-
COMUM, E UM O
se, no caso, o procedimento comum ordinário, pois, exceto pela defesa prévia (LD),
PROCEDIMENTO
os demais atos (rol de testemunhas, diligências, alegações finais) são mais amplos
ESPECIAL
no procedimento comum ordinário.

Ex: Desacato (infração de menor potencial ofensivo), com competência do JECRIM,


CONEXÃO ENTRE sendo-lhe aplicáveis os institutos despenalizadores por força do procedimento
CRIME E INFRAÇÃO sumaríssimo) e Roubo (compete do Juiz Singular, não são aplicáveis os institutos
DE MENOR despenalizadores; procedimento ordinário) em conexão.
POTENCIAL OFENSIVO Resolução: Havendo conexão ou continência, ambos serão julgados pelo juiz singular,
(IMPO) sem prejuízo, se cabível, da aplicação dos institutos despenalizadores ao delito que
couber esses institutos, no caso, o desacato.

Para definir o parâmetro de pena, com o fim de saber qual o procedimento deve ser
utilizado, deve-se considerar:

CONCURSO DE ▪ Causas de aumento


CRIMES ▪ Qualificadoras
▪ Privilégios
▪ Causas diminuição de pena

OBS: NÃO são consideradas: AGRAVANTES e ATENUANTES

Com vistas à redução de morosidade, nos procedimentos especiais, havendo previsão


de defesa preliminar, prevalece o entendimento de que não será necessária a
RESPOSTA
apresentação da resposta à acusação.
PRELIMINAR DOS
PROCEDIMENTOS ▪ A defesa preliminar é uma espécie de juízo de admissibilidade, que ocorre entre o
ESPECIAIS
oferecimento e o recebimento da peça acusatória, com o objetivo de convencer o juiz
da rejeição da peça acusatória.
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TÍTULO I - DO PROCESSO COMUM § 5o Aplicam-se SUBSIDIARIAMENTE aos


procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as
CAPÍTULO I - DA INSTRUÇÃO CRIMINAL disposições do PROCEDIMENTO ORDINÁRIO.

Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime


Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
hediondo terão prioridade de tramitação em todas as
instâncias.
§ 1o O PROCEDIMENTO COMUM será ORDINÁRIO,
SUMÁRIO ou SUMARÍSSIMO:
Art. 395. A DENÚNCIA OU QUEIXA será REJEITADA
quando:
I - ORDINÁRIO, quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada for igual ou superior a 4
I - for MANIFESTAMENTE INEPTA;
ANOS de pena privativa de liberdade;

II - FALTAR PRESSUPOSTO PROCESSUAL ou CONDIÇÃO


II - SUMÁRIO, quando tiver por objeto crime cuja sanção
para o exercício da AÇÃO PENAL; ou
máxima cominada seja inferior a 4 ANOS de pena
privativa de liberdade;
III - FALTAR JUSTA CAUSA para o exercício da ação
penal. (LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO)
III - SUMARÍSSIMO, para as infrações penais de menor
potencial ofensivo, na forma da lei.
Parágrafo único. (Revogado).

ORDINÁRIO SUMÁRIO SUMARÍSSIMO


ATENÇÃO: Na ação penal privada, a rejeição da queixa
Igual ou Maior: Menor: por ausência de justa causa permite a fixação de
Menor potencial
honorários advocatícios, pois o princípio da
04 ANOS 04 ANOS ofensivo
Sucumbência se aplica ao processo penal, quando se
tratar de ação penal privada.
§ 2o Aplica-se a TODOS OS PROCESSOS O
PROCEDIMENTO COMUM, SALVO DISPOSIÇÕES EM
CONTRÁRIO DESTE CÓDIGO OU DE LEI ESPECIAL. Art. 396. Nos procedimentos ORDINÁRIO e SUMÁRIO,
oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar
§ 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do
o procedimento observará as disposições estabelecidas acusado para RESPONDER À ACUSAÇÃO, POR ESCRITO,
nos arts. 406 a 497 deste Código. no prazo de 10 DIAS.

§ 4o As DISPOSIÇÕES dos ARTS. 395 A 398 DESTE Art. 117, CP: O curso da prescrição interrompe-se:
CÓDIGO APLICAM-SE A TODOS OS PROCEDIMENTOS I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (...)
PENAIS DE PRIMEIRO GRAU, AINDA QUE NÃO
REGULADOS neste Código. OBS. A interrupção (volta a contar desde o início) da
prescrição não se confunde com a suspensão (a
O § 4º trata das disposições relativas a: contagem inicia-se do momento em que parou) do prazo
prescricional.
REJEIÇÃO DA DENÚNCIA
Parágrafo único. No caso de CITAÇÃO POR EDITAL, o
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
PRAZO para a DEFESA começará a fluir A PARTIR DO
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA COMPARECIMENTO PESSOAL DO ACUSADO OU DO
DEFENSOR CONSTITUÍDO.
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ENUNCIADO Nº 11 DA I JORNADA DE DIREITO E


#DESPENCAEMPROVA #NUNCAMAISERRE
PROCESSO PENAL – 14/08/2020
▪ EXCLUDENTE DE ILICITUDE: depende de prova cabal e de
O pronunciamento jurisdicional do art.396 do CPP, que
um juízo de certeza. Na dúvida, o juiz não deve absolver
recebe a denúncia, tem natureza jurídica de decisão sumariamente, pois aqui se aplica o in dubio pro societate.
interlocutória, portanto necessita de fundamentação,
conforme art.93, IX, da CF. ▪ EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE: não se admite, no caso
de inimputabilidade, pois conduz à absolvição imprópria
(medida de segurança, espécie de sanção penal). Aplicar
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir sumariamente uma MS é violar o devido processo legal.
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa,
oferecer documentos e justificações, especificar as ▪ No PROCEDIMENTO DO JÚRI, o inimputável pode ser
provas pretendidas e arrolar testemunhas, absolvido sumariamente (aplicando-se medida de
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando segurança), pois essa decisão será proferida ao término da
necessário. 1a fase, após à instrução, não violando o devido processo
legal. Exceto, se acusado possuir outra tese defensiva (ex:
legítima defesa), caso no qual deve ser pronunciado para
§ 1o A EXCEÇÃO SERÁ PROCESSADA EM APARTADO,
que tenha a chance de ser propriamente absolvido pelo júri.
nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

§ 2o NÃO APRESENTADA A RESPOSTA NO PRAZO


LEGAL, ou se o acusado, citado, NÃO CONSTITUIR PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO
DEFENSOR, o juiz NOMEARÁ DEFENSOR para oferecê- COMUM DO JÚRI
la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 DIAS.
(ART. 397) (ART. 415)

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-


A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá ABSOLVER I – Provada a
SUMARIAMENTE o acusado quando verificar: inexistência do
I – Existência de
fato;
causa
I - a existência MANIFESTA de causa EXCLUDENTE DA excludente de II – Provado não
ILICITUDE do fato; ilicitude; ser o acusado
autor ou
II - a existência MANIFESTA de causa EXCLUDENTE DA II – Existência de partícipe;
CULPABILIDADE do agente, SALVO INIMPUTABILIDADE; CAUSAS DE causa
III – Fato não
ABSOLVIÇÃO excludente da constitui infração
III - que o FATO NARRADO EVIDENTEMENTE NÃO SUMÁRIA culpabilidade, penal (atipicidade
constitui CRIME; (ATIPICIDADE) ou salvo formal ou
inimputabilidade; material);
IV - EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente.
III – Atipicidade; IV – Existência de
causa excludente
Espaço p/ anotações: IV – Extinção da de ilicitude ou da
punibilidade culpabilidade
(inclusive
inimputabilidade).

ABSOLVIÇÃO Admite-se, desde


Não é cabível. que a
IMPRÓPRIA
inimputabilidade
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seja sua única invertida a ordem. Fora destes casos, tanto a doutrina
tese defensiva. quanto a jurisprudência entendem que não é possível
haver a inversão. Contudo, havendo inversão, a nulidade
será relativa, devendo comprovar o prejuízo.
Logo após a
Após as
MOMENTO resposta à
alegações finais.
acusação. # Jurisprudência Correlata (Polêmica)

Para que se reconheça a nulidade pela inobservância da


regra do art. 400 do CPP (interrogatório como último ato
Art. 398. (Revogado em 2008). da instrução) é necessária a comprovação de prejuízo?

Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz 5º Turma do STJ: SIM (julgamento em 08/09/2020).
designará dia e hora para a audiência, ordenando a 6º Turma do STJ: NÃO (julgamento em 03/11/2020)
intimação do acusado, de seu defensor, do MP e, se for
o caso, do querelante e do assistente. § 1o As PROVAS serão PRODUZIDAS NUMA SÓ
AUDIÊNCIA, podendo o juiz indeferir as consideradas
§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
ao interrogatório, devendo o poder público providenciar
sua apresentação.
# Jurisprudência Correlata
§ 2o O JUIZ QUE PRESIDIU A INSTRUÇÃO DEVERÁ
Não há direito absoluto à produção de prova. Em casos
PROFERIR A SENTENÇA. (PRINCÍPIO DA IDENTIDADE
complexos, há que se confiar no prudente arbítrio do
FÍSICA DO JUIZ)
juiz da causa, mais próximo dos fatos, quanto à
avaliação da pertinência e relevância das provas
# Jurisprudência Correlata requeridas pelas partes. Assim, não há nulidade se o
juiz indefere, de modo fundamentado, a oitiva das
O princípio da identidade física do juiz não é absoluto. vítimas do crime, ainda que arroladas pela defesa.
Nos casos de convocação, licença, promoção ou outro
Em regra, o ofendido deverá ser ouvido na audiência de
motivo impeditivo de sentenciar, os autos serão
instrução. No entanto, a obrigatoriedade de oitiva da
repassados ao sucessor do magistrado. (STJ, 2012)
vítima deve ser compreendida à luz da razoabilidade e
da utilidade prática da colheita da referida prova. (Info
Art. 400. Na AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E 823, STF).
JULGAMENTO, a ser REALIZADA no PRAZO MÁXIMO de
60 DIAS, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela § 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o prévio requerimento das partes.
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao Art. 400-A. Na audiência de instrução e julgamento, e,
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, EM ESPECIAL, nas que apurem CRIMES CONTRA A
em seguida, o acusado. DIGNIDADE SEXUAL, todas as partes e demais sujeitos
processuais presentes no ato deverão zelar pela
integridade física e psicológica da vítima, sob pena de
INVERSÃO DA ORDEM DE OITIVA DE TESTEMUNHAS
responsabilização civil, penal e administrativa, cabendo
ao juiz garantir o cumprimento do disposto neste artigo,
De acordo com o art. 400, primeiro são ouvidas as
VEDADAS: (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021 – Lei
testemunhas de acusação e, posteriormente, as
Mariana Ferrer)
testemunhas da defesa. Destaca-se que, havendo
expedição de carta precatória, é possível que seja
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I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos Não é possível utilizar essa fase (art. 402) para requerer
alheios aos fatos objeto de apuração nos autos; diligências que poderiam ter sido requeridas em fases
anteriores. Fica restrita as dúvidas surgidas durante a
instrução.
II - a utilização de linguagem, de informações ou de
material que ofendam a dignidade da vítima ou de
testemunhas. Art. 403. Não havendo requerimento de diligências,
ou sendo indeferido, serão oferecidas ALEGAÇÕES
Cuidado: quando o caput fala em “em especial”, FINAIS ORAIS por 20 MINUTOS, respectivamente, pela
depreende-se que o dispositivo não se aplica só aos acusação e pela defesa, PRORROGÁVEIS por MAIS 10,
processos de crimes contra a dignidade sexual. proferindo o juiz, a seguir, sentença.

§ 1o Havendo MAIS DE UM ACUSADO, o TEMPO previsto


Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8
para a defesa de cada um será INDIVIDUAL.
TESTEMUNHAS arroladas pela ACUSAÇÃO e 8 pela
DEFESA.
§ 2o Ao ASSISTENTE do Ministério Público, após a
manifestação desse, serão concedidos 10 MINUTOS,
§ 1o Nesse NÚMERO NÃO SE COMPREENDEM as que
PRORROGANDO-SE por IGUAL PERÍODO o tempo de
NÃO PRESTEM COMPROMISSO E AS REFERIDAS.
manifestação da defesa.

§ 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer


O assistente de acusação poderá se manifestar por 10
das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto
minutos, após o MP.
no art. 209 deste Código.
§ 3o O juiz poderá, considerada a COMPLEXIDADE DO
O limite máximo de 8 testemunhas deve ser CASO ou o NÚMERO DE ACUSADOS, conceder às partes
interpretado em consonância com a norma o prazo de 5 DIAS sucessivamente para a apresentação
constitucional que garante a ampla defesa no processo de MEMORIAIS. Nesse caso, terá o prazo de 10 DIAS para
penal (art. 5o, LV, da CF/88). Para cada fato delituoso proferir a sentença.
imputado ao acusado, não só a defesa, mas também a
acusação, poderá arrolar até 8 testemunhas. # Jurisprudência Correlata (03/11/2021)

O rol de informantes e vítimas não entra nessa O juiz tem poderes diante da omissão de alegações
contagem. finais pelo advogado para oportunizar à parte a
substituição dele no causídico ou, na inércia, para
A apresentação de rol de testemunhas não é requerer que a Defensoria Pública ofereça as
alegações finais.. (Info 715, STJ)
obrigatória. A consequência do não oferecimento de
testemunhas é a preclusão.
Art. 404. Ordenado DILIGÊNCIA CONSIDERADA
IMPRESCINDÍVEL, de ofício ou a requerimento da parte,
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o a AUDIÊNCIA SERÁ CONCLUÍDA SEM AS ALEGAÇÕES
Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, FINAIS.
o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade
se origine de circunstâncias ou fatos apurados na
# QUANDO AS ALEGAÇÕES ORAIS VIRAM
instrução.
MEMORIAIS ESCRITOS?

O art. 402 assegura que, após o término da audiência, o COMPLEXIDADE DA CAUSA


juiz perguntará ao MP e à defesa se há alguma diligência
a ser requerida. Caso a resposta seja negativa, o PLURALIDADE DE ACUSADOS
processo seguirá para alegações finais.
DILIGÊNCIA IMPRESCINDÍVEL
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Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência


determinada, as partes apresentarão, no prazo PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO JÚRI
sucessivo de 5 DIAS, suas ALEGAÇÕES FINAIS, por
MEMORIAL, e, no prazo de 10 DIAS, o juiz proferirá a Plenitude de defesa.
sentença. Sigilo das votações.
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo Soberania dos vereditos.
em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes,
Competência para o julgamento dos crimes
contendo breve resumo dos fatos relevantes nela
dolosos contra a vida
ocorridos.

§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do


investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será PROCEDIMENTO BIFÁSICO
feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, IUDICIUM ACCUSATIONIS IUDICIUM CAUSAE
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive
audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das Sumário da culpa Juízo da causa
informações.
Vai da preparação do
Vai do oferecimento da
o
§ 2 No caso de registro por meio audiovisual, será processo para julgamento
peça acusatória até a
encaminhado às partes cópia do registro original, sem em plenário até o
preclusão da pronúncia.
necessidade de transcrição. julgamento em plenário.

# Jurisprudência Correlata

É válida a sentença proferida de forma oral na DELITOS ENVOLVENDO A MORTE DOLOSA DE


audiência e registrada em meio audiovisual, ainda que PESSOA QUE NÃO SÃO JULGADOS PELO JÚRI
não haja a sua transcrição. O § 2º do art. 405 do CPP,
1) Latrocínio (Súmula 603 do STF);
que autoriza o registro audiovisual dos depoimentos,
sem necessidade de transcrição, deve ser aplicado 2) Extorsão qualificada pelo resultado morte;
também para os demais atos da audiência, dentre eles
os debates orais e a sentença. (Info 641, STJ) 3) Foro por prerrogativa de função previsto na CF/88
(pelo princípio da especialidade prevalece sobre o
júri).
CAPÍTULO II - DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS
PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

# Jurisprudência Correlata (2021)


MODELOS DE JÚRI

Cabe exclusivamente aos


MODELO jurados o julgamento da causa A 1o Turma do STF afastou a competência do Tribunal do
TRADICIONAL OU (enquanto juízes do fato), Júri para julgar crime de remoção ilegal de órgãos com
PURO incumbindo-se o Juiz- resultado morte. Em decisão majoritária, os ministros
Presidente (togado) das demais deram provimento ao RE 1313494, interposto pelo MP-
(CPP ADOTOU)
funções. MG, com repercussão geral reconhecida, e
restabeleceram sentença condenatória contra três
Julgamento cabe aos médicos da Santa Casa de Misericórdia de Poços de
magistrados leigos e aos Caldas (MG)
MODELO magistrados togados (forma
ESCABINADO conjunta e equivalente). Modelo
usado na Justiça Militar, nos
chamados Conselhos de Justiça.
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Após cair de uma altura de 10 metros, um menino de 10 Súmula 712, STF: É nula a decisão que determina o
anos foi levado à Santa Casa, e, durante cirurgia, com desaforamento de processo da competência do Júri
ele ainda vivo, foram retirados seus dois rins, visando sem audiência da defesa.
ao comércio ilegal de órgãos. Os médicos foram
denunciados pela suposta prática de crime de remoção SEÇÃO I - DA ACUSAÇÃO E DA INSTRUÇÃO
ilegal de órgãos, previsto na Lei de Transplantes (Lei PRELIMINAR
9.434/1997, artigo 14, parágrafo 4º), em razão do suposto
homicídio da criança Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa,
ordenará a citação do acusado para responder à
acusação, por escrito, no prazo de 10 DIAS.
O relator votou pela fixação da competência do juízo
singular criminal. No seu entendimento, na tipificação
§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado
do crime de remoção de órgãos, deve-se atentar para a
a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do
finalidade da remoção. O bem jurídico a ser protegido,
comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor
no caso, é a incolumidade pública, a ética e a moralidade
constituído, no caso de citação inválida ou por edital.
no contexto da doação de órgãos e tecidos, além da
preservação da integridade física das pessoas e do
§ 2o A acusação deverá arrolar TESTEMUNHAS, até o
respeito à memória dos mortos. Seu voto foi seguido
máximo de 8, na denúncia ou na queixa.
pelo ministro Alexandre Moraes e pela ministra Rosa
Weber. RE 1313494/MG.
§ 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares
e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer
Súmula vinculante 45, STF: A competência documentos e justificações, especificar as provas
constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro pretendidas e arrolar TESTEMUNHAS, até o máximo de
por prerrogativa de função estabelecido 8, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando
exclusivamente pela Constituição estadual. necessário.

Súmula 156, STF: É absoluta a nulidade do julgamento, Art. 407. As exceções serão processadas em apartado,
pelo júri, por falta de quesito obrigatório. nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

Súmula 162, STF: É absoluta a nulidade do julgamento Art. 408. NÃO APRESENTADA A RESPOSTA NO PRAZO
pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem LEGAL, o JUIZ NOMEARÁ DEFENSOR para oferecê-la
aos das circunstâncias agravantes. em até 10 DIAS, concedendo-lhe vista dos autos.

Súmula 206, STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério
com a participação de jurado que funcionou em Público ou o querelante sobre preliminares e
julgamento anterior do mesmo processo. documentos, em 5 DIAS.

Súmula 603, STF: A competência para o processo e Espécie de Réplica na 1a fase do Júri. Não tem no
julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Procedimento Ordinário.
Tribunal do Júri.
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das
Súmula 713, STF: O efeito devolutivo da apelação contra testemunhas e a realização das diligências requeridas
decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua pelas partes, no prazo máximo de 10 DIAS.
interposição. (pois é um recurso de fundamentação
vinculada) Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à
tomada de declarações do ofendido, se possível, à
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e
pela defesa, nesta ordem, bem como aos
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esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao


reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, § 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua
EM SEGUIDA, o acusado e procedendo-se o DEBATE. decisão, ou o fará em 10 DIAS, ordenando que os autos
para isso lhe sejam conclusos.
Essa previsão de debate, após o interrogatório do réu,
só existe aqui. Art. 412. O procedimento será concluído no prazo
máximo de 90 DIAS.
§ 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de
prévio requerimento e de deferimento pelo juiz. Deve ser dada uma justificativa razoável caso o prazo
seja ultrapassado e o réu estiver preso; caso contrário,
§ 2o As provas serão produzidas em uma só audiência, a prisão se tornará ilegal e deverá ser relaxada.
podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes,
impertinentes ou protelatórias. SEÇÃO II - DA PRONÚNCIA, DA IMPRONÚNCIA E DA
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
O sistema de avaliação de provas no Tribunal do Júri é
o da ÍNTIMA CONVICÇÃO. Logo, não é preciso que os
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, PRONUNCIARÁ
jurados fundamentem o motivo pelo qual consideram
o acusado, se convencido da materialidade do fato e da
uma prova mais importante do que outra.
existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação.
JÚRI → Íntima Convicção
JUIZ → Persuasão Racional ou Livre Convencimento # Jurisprudência Correlata (09/2021)
Motivado
Não é cabível a pronúncia fundada exclusivamente em
§ 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, testemunhos indiretos de "ouvir dizer". (Info 709, STJ).
se for o caso, o disposto no Art. 384 deste Código. (ART.
384 - MUTATIO LIBELLI) Entenda o caso: Discutiu-se nos autos se, na primeira
fase do rito do Júri, em que prevalece o princípio do jus
§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a accusationis, consubstanciado no brocardo in dubio pro
palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo societate, de forma que a dúvida razoável
prazo de 20 MINUTOS, PRORROGÁVEIS POR MAIS 10. acerca da autoria delitiva, enseja a submissão do caso
controvertido ao Tribunal do Júri, órgão responsável por
§ 5o Havendo mais de 1 acusado, o tempo previsto para perquirir, em profundidade, a prova angariada nos
a acusação e a defesa de cada um deles será individual. autos, seria viável a imputação do crime ao acusado
baseada, exclusivamente, em testemunho indireto, ou
§ 6o Ao ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO, após a seja, em relatos de terceiros que ouviram dizer sobre a
manifestação deste, serão concedidos 10 MINUTOS, autoria delitiva.
prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. Entendeu-se que para a pronuncia, não obstante a
exigência da comprovação da materialidade e da
§ 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando existência de indícios suficientes de autoria nos crimes
imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a submetidos ao rito do Tribunal do Júri, órgão
condução coercitiva de quem deva comparecer. constitucionalmente competente para julgar os crimes
dolosos contra a vida, sabe-se que esta Corte Superior
§ 8o A testemunha que comparecer será inquirida, não admite a pronúncia fundada, apenas, em
independentemente da suspensão da audiência, depoimento de "ouvir dizer", sem que haja indicação dos
observada em qualquer caso a ordem estabelecida informantes e de outros elementos que corroborem tal
no caput deste artigo. versão.
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§ 1o A FUNDAMENTAÇÃO DA PRONÚNCIA LIMITAR-SE- # Jurisprudência Correlata (Polêmica)


Á À INDICAÇÃO DA MATERIALIDADE DO FATO E DA
EXISTÊNCIA de indícios suficientes de autoria ou de
É possível a pronúncia do acusado baseada
participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal
exclusivamente em elementos informativos obtidos na
em que julgar incurso o acusado e ESPECIFICAR AS
fase inquisitorial? STJ DIVERGE!
CIRCUNSTÂNCIAS QUALIFICADORAS E AS CAUSAS DE
AUMENTO DE PENA.
• NÃO. POSIÇÃO MAIS RECENTE. Haverá violação ao art.
155 do CPP. Além disso, muito embora a análise
PRONÚNCIA aprofundada seja feita somente pelo Júri, não se pode
admitir, em um Estado Democrático de Direito, uma
Qualificadoras
ESPECIFICA decisão de pronúncia sem qualquer lastro probatório
Causas de aumento colhido sob o contraditório judicial, fundada
Agravantes exclusivamente em elementos informativos obtidos na
fase inquisitorial.
NÃO ESPECIFICA Atenuantes
5ª Turma do STJ (23/02/2021)
Causas de diminuição 6ª Turma do STJ (23/02/2021)

• SIM. É possível admitir a pronúncia do acusado com


Súmula 191, STJ. A pronúncia é causa interruptiva da
base em indícios derivados do IPL, sem que isso afronte
prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
o Art. 155. Embora a vedação imposta no Art. 155 se
desclassificar o crime.
aplique a qualquer procedimento penal, inclusive ao do
Júri, não se pode perder de vista que o objetivo da
§ 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da
decisão de pronúncia não é o de condenar, mas apenas
fiança para a concessão ou manutenção da liberdade
o de encerrar o juízo de admissibilidade da acusação.
provisória.
Na pronúncia opera o princípio in dubio pro societate.
Constitui a pronúncia, portanto, juízo fundado de
§ 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de
suspeita, que apenas e tão somente admite a acusação.
manutenção, revogação ou substituição da prisão ou
Não profere juízo de certeza, necessário para a
medida restritiva de liberdade anteriormente decretada
condenação, motivo pelo qual a vedação expressa do
e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da
Art. 155 do CPP não se aplica à referida decisão.
decretação da prisão ou imposição de quaisquer das
5ª Turma do STJ (15/12/2020)
medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.
6ª Turma do STJ (06/10/2020)

Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato


Parágrafo único. ENQUANTO NÃO OCORRER A
ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, poderá ser formulada
participação, o juiz, fundamentadamente,
NOVA DENÚNCIA ou queixa se houver PROVA NOVA.
IMPRONUNCIARÁ o acusado.

# O que é DESPRONÚNCIA?
Juiz se convence da Juiz não se convence
materialidade do fato ou da materialidade do É a reforma da decisão de pronúncia por meio do RESE
dos indícios suficientes de fato ou dos indícios (obtida em grau recursal), resultante de:
autoria ou de participação suficientes de autoria I - Juízo de retratação; ou
ou de participação II - Decisão do Tribunal.
PRONUNCIARÁ O RÉU IMPRONUNCIARÁ O
RÉU
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Art. 415. O juiz, fundamentadamente, ABSOLVERÁ Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de
DESDE LOGO o acusado, quando: participação de outras pessoas não incluídas na
acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o
I – provada a INEXISTÊNCIA DO FATO;
acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério
II – provado NÃO ser ele AUTOR OU PARTÍCIPE do fato; Público, por 15 DIAS, aplicável, no que couber, o art. 80
deste Código.
III – o fato NÃO CONSTITUIR INFRAÇÃO PENAL;

IV – demonstrada causa de ISENÇÃO DE PENA ou de Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica
EXCLUSÃO DO CRIME. diversa da constante da acusação, embora o acusado
fique sujeito a pena mais grave.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV
do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância
prevista no caput do Art. 26 do CP, salvo quando esta for com a acusação, da existência de crime diverso dos
a única tese defensiva. referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for
competente para o julgamento, remeterá os autos ao
O acusado só será absolvido sumariamente no júri por juiz que o seja.
inimputabilidade, se essa for sua única tese defensiva.
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a
Se o acusado tiver outra tese defensiva (ex. legítima outro juiz, à disposição deste ficará o acusado
defesa), deve ser pronunciado, para que tenha a chance preso.
de ser propriamente absolvido pelo júri.
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita:
No procedimento ordinário, em hipótese alguma o réu
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e
pode ser absolvido sumariamente por inimputabilidade.
ao Ministério Público;
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao
assistente do Ministério Público, na forma do disposto
# Jurisprudência Correlata
no § 1o do Art. 370 deste Código.

No procedimento do Júri, o juiz pode, na fase do Art. 415 Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado
do CPP, efetivar a absolvição imprópria do acusado solto que não for encontrado.
inimputável, na hipótese em que, além da tese de
inimputabilidade, a defesa apenas sustente por meio de
INTIMAÇÃO DA DECISÃO DE PRONÚNCIA
alegações genéricas que não há nos autos comprovação
da culpabilidade e do dolo do réu, sem qualquer
exposição dos fundamentos que sustentariam esta tese. Acusado
(Info 535, STJ). PESSOALMENTE Defensor Nomeado

Art. 416. Contra a sentença de IMPRONÚNCIA ou de MP


ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA caberá APELAÇÃO.
PUBLICAÇÃO OFICIAL Defensor constituído
APELAÇÃO IMPRONÚNCIA [incluindo, sob pena de Querelante
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA nulidade, nome do
acusado.] Assistente do MP
RESE PRONÚNCIA
DESCLASSIFICAÇÃO
INTIMAÇÃO por EDITAL: ACUSADO SOLTO que NÃO for
ENCONTRADO.
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# Jurisprudência Correlata # Jurisprudência Correlata

Com o advento da Lei nº 11.689/2008, o parágrafo único A sessão de julgamento do Júri só pode ser adiada caso
do art. 420 previu a possibilidade de a intimação da a testemunha faltante tenha sido intimada com a
pronúncia ser feita por edital ao acusado que não for cláusula de imprescindibilidade.
encontrado. O STJ entende que esse dispositivo, por ter
índole processual, deve ser aplicado imediatamente, No julgado, entretanto, o mandado de intimação da
mesmo aos crimes ocorridos antes de sua vigência. No testemunha foi expedido para endereço diverso do
entanto, não se aplica aos fatos anteriores à Lei indicado pela defesa, motivo pelo qual o oficial de justiça
9.271/1996, em que foi decretada a revelia do réu, uma não a encontrou e, consequentemente, ela não
vez que tal compreensão implicaria a sua submissão a compareceu ao Júri, o que fez com que o causídico
julgamento pelo Tribunal do Júri sem que sequer se responsável pela defesa do paciente requeresse o
tenha certeza da sua ciência acerca da acusação que adiamento da sessão de julgamento, sendo este pedido,
pesa contra si. (Info 537, STJ). no entanto, indeferido pelo Juiz Presidente. O STJ
anulou o julgamento, entendendo que, ainda que a
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos testemunha não tenha sido indicada como
serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do imprescindível, não se pode admitir que a defesa seja
Júri. prejudicada por um erro do Estado, que expediu
mandado de intimação para endereço distinto daquele
§ 1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo indicado pelos advogados do acusado, o que gerou
CIRCUNSTÂNCIA SUPERVENIENTE QUE ALTERE A cerceamento de defesa. (Info 538, STJ).
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME, o juiz ordenará a REMESSA
DOS AUTOS AO MINISTÉRIO PÚBLICO.

# Jurisprudência Correlata
§ 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para
decisão.
Caso o Tribunal, no julgamento de apelação contra o
veredicto dos jurados, determine a realização de novo
A decisão de pronúncia faz coisa julgada formal, de
júri em razão do reconhecimento de que a decisão foi
forma que, preclusas as medidas impugnativas, torna-
manifestamente contrária à prova dos autos, não é
se imodificável, salvo quando da ocorrência de
possível que se conceda às partes o direito de inovar no
circunstância superveniente que altere a classificação
conjunto probatório mediante a apresentação de novo
do delito, caso no qual o MP aditará a denúncia, devendo
rol de testemunhas a serem ouvidas em plenário. (Info
ocorrer nova decisão de pronúncia, precedida de
516, STJ).
manifestação da defesa.

SEÇÃO III - DA PREPARAÇÃO DO PROCESSO PARA # Jurisprudência Correlata (09/2021)


JULGAMENTO EM PLENÁRIO
A reinquirição de testemunha de defesa, na fase de
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal diligências da ação penal originária, consoante o art. 10
do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério da Lei n. 8.038/1990, não implica a implícita declaração
Público ou do querelante, no caso de queixa, e do de nulidade da pronúncia, proferida quando não havia
defensor, para, no prazo de 5 DIAS, apresentarem rol de prerrogativa de foro (Info 709, STJ).
TESTEMUNHAS que irão depor em plenário, até o
máximo de 5, oportunidade em que poderão juntar Art. 10 - Concluída a inquirição de testemunhas, serão
documentos e requerer diligência. intimadas a acusação e a defesa, para requerimento de
diligências no prazo de cinco dias.
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núcleos comunitários a indicação de pessoas que


Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas reúnam as condições para exercer a função de jurado.
a serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e
adotadas as providências devidas, o juiz presidente: Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das
respectivas profissões, será publicada pela imprensa
I – ordenará as diligências necessárias para sanar até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em
qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao editais afixados à porta do Tribunal do Júri.
julgamento da causa;
§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante
II – fará relatório sucinto do processo, determinando reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até
sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri. o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.

Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não § 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts.
atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo para 436 a 446 deste Código.
julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos
do processo preparado até 5 dias antes do sorteio a que § 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões
se refere o Art. 433 deste Código. iguais, após serem verificados na presença do
Ministério Público, de advogado indicado pela Seção
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os local da OAB e de defensor indicado pelas Defensorias
processos preparados até o encerramento da reunião, Públicas competentes, permanecerão guardados em
para a realização de julgamento. urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz
presidente.
SEÇÃO IV - DO ALISTAMENTO DOS JURADOS
§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente Sentença nos 12 MESES que antecederem à publicação
do Tribunal do Júri de 800 a 1.500 jurados nas comarcas da lista geral fica dela excluído.
de mais de 1.000.000 de habitantes, de 300 a 700 nas
comarcas de mais de 100.000 habitantes e de 80 a 400 # Jurisprudência Correlata
nas comarcas de menor população. (Lei nº 11.689, de
2008) Deve ser reconhecida a nulidade absoluta na hipótese
em que um dos jurados do Conselho de Sentença tenha
ALISTAMENTO DE JURADOS integrado o júri de outro processo nos 12 meses que
antecederam à publicação da lista geral de jurados,
De 800 a 1.500 Jurados → + de 1.000.000 de Habitantes.
considerando que o placar da votação tenha sido o de 4
De 300 a 700 Jurados → + de 100.000 Habitantes. a 3 em favor da condenação do réu, ainda que a defesa
De 80 a 400 Jurados→ Comarcas de Menor População tenha deixado de consignar a insurgência na ata de
julgamento da sessão. (Info 513, STJ).
§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser
aumentado o número de jurados e, ainda, organizada § 5o Anualmente, a lista geral de jurados será,
lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna obrigatoriamente, completada.
especial, com as cautelas mencionadas na parte final
do § 3o do Art. 426 deste Código. SEÇÃO V - DO DESAFORAMENTO

§ 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar
associações de classe e de bairro, entidades ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a
associativas e culturais, instituições de ensino em geral, segurança pessoal do acusado, o TRIBUNAL, a
universidades, sindicatos, repartições públicas e outros requerimento do Ministério Público, do assistente, do
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querelante ou do acusado ou mediante representação


do juiz competente, poderá determinar O § 4o Na pendência de recurso contra a decisão de
DESAFORAMENTO DO JULGAMENTO PARA OUTRA pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se
COMARCA DA MESMA REGIÃO, onde não existam admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última
aqueles motivos, PREFERINDO-SE AS MAIS PRÓXIMAS. hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a
realização de julgamento anulado.
# Jurisprudência Correlata

Art. 428. O desaforamento também poderá ser


▪ No caso de desaforamento do julgamento para outra determinado, em razão do COMPROVADO EXCESSO DE
comarca, deve-se preferir as mais próximas. No SERVIÇO, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária,
entanto, em caso de desaforamento fundado na dúvida SE O JULGAMENTO NÃO PUDER SER REALIZADO NO
de imparcialidade do corpo de jurados, o foro PRAZO DE 6 MESES, contado do trânsito em julgado da
competente para a realização do júri deve ser aquele decisão de pronúncia.
em que esse risco não exista. Assim, o deslocamento da
competência nesses casos não é geograficamente
Neste caso, não é dado ao juiz representar ao Tribunal
limitado às comarcas mais próximas. (STJ, 2012).
pelo desaforamento.

▪ A mera presunção de parcialidade dos jurados do


Tribunal do Júri em razão da divulgação dos fatos e da § 1o Para a contagem do prazo referido neste artigo, não
opinião da mídia é insuficiente para o desaforamento se computará o tempo de adiamentos, diligências ou
(medida excepcional) do julgamento para outra incidentes de interesse da defesa.
comarca. (Info 668, STJ).

§ 2o Não havendo excesso de serviço ou existência de


processos aguardando julgamento em quantidade que
Súmula 712, STF. É nula decisão que determina ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal
desaforamento de processo da competência do Júri do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o
sem audiência da defesa. (É OBRIGATÓRIA A OITIVA DA exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que
PARTE CONTRÁRIA) determine a imediata realização do julgamento.

Quais são as 4 hipóteses autorizadoras do


A competência para apreciar desaforamento é do desaforamento?
tribunal de segundo grau.
▪ ORDEM PÚBLICA
O Assistente do MP pode pedir o desaforamento.
▪ Dúvida sobre IMPARCIALIDADE do júri ou
▪ SEGURANÇA pessoal do ACUSADO
§ 1o O pedido de desaforamento será distribuído
▪ EXCESSO DE SERVIÇO
imediatamente e terá preferência de julgamento na
Câmara ou Turma competente.
E quando se configura o EXCESSO DE SERVIÇO? Quando
se passaram 6 MESES do TJ da Pronúncia e nada.
§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator
poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão
Espaço p/ anotações:
do julgamento pelo júri.

§ 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não


tiver sido por ele solicitada.
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Pendência de RESE contra Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver
pronúncia. requerido sua habilitação até 5 dias antes da data da
NÃO SE PODE sessão na qual pretenda atuar.
REQUERER O Efetivado o julgamento, salvo
DESAFORAMENTO quanto a fato ocorrido durante Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente
ou após a realização de mandará intimar as partes, o ofendido, se for possível,
julgamento anulado. as testemunhas e os peritos, quando houver
requerimento, para a sessão de instrução e julgamento,
Somente após o trânsito em
observando, no que couber, o disposto no Art. 420 deste
julgado da decisão de pronúncia
MOMENTO Código.
e antes do julgamento no
plenário.
SEÇÃO VII - DO SORTEIO E DA CONVOCAÇÃO DOS
JURADOS

# O QUE É O REAFORAMENTO?
Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz
presidente determinará a intimação do Ministério
É o retorno do julgamento para a comarca de origem.
Público, da OAB e da Defensoria Pública para
Não foi previsto no CPP.
acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos
jurados que atuarão na reunião periódica.
Não é um procedimento legalmente admitido no Brasil.
Uma vez deslocado o julgamento, não mais retornará à
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas
Comarca de origem. Entretanto, nada impede que novo
abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o
desaforamento seja realizado, se presente na nova
número de 25 jurados, para a reunião periódica ou
comarca algum dos motivos autorizadores.
extraordinária.

§ 1o O SORTEIO será realizado entre o 15o e o 10o dia útil


SEÇÃO VI - DA ORGANIZAÇÃO DA PAUTA antecedente à instalação da reunião.

Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração § 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo não
na ordem dos julgamentos, terão preferência: comparecimento das partes.

I – os acusados presos; § 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu nome


novamente incluído para as reuniões futuras.
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem
há mais tempo na prisão; Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo
correio ou por qualquer outro meio hábil para
III – em igualdade de condições, os precedentemente comparecer no dia e hora designados para a reunião,
pronunciados. sob as penas da lei.

§ 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação
da reunião periódica, será afixada na porta do edifício do serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados,
obedecida a ordem prevista no caput deste artigo. Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal
do Júri a relação dos jurados convocados, os nomes do
§ 2o O juiz presidente reservará datas na mesma acusado e dos procuradores das partes, além do dia,
reunião periódica para a inclusão de processo que tiver hora e local das sessões de instrução e julgamento.
o julgamento adiado.
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SEÇÃO VIII - DA FUNÇÃO DO JURADO Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em
convicção religiosa, filosófica ou política importará no
Art. 436. O serviço do júri é OBRIGATÓRIO. O alistamento dever de prestar serviço alternativo, sob pena de
compreenderá os cidadãos maiores de 18 anos de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar
notória idoneidade. o serviço imposto.

§ 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos § 1o Entende-se por serviço alternativo o exercício de
do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou atividades de caráter administrativo, assistencial,
etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na
econômica, origem ou grau de instrução. (Lei nº 11.689, Defensoria Pública, no Ministério Público ou em
de 2008) entidade conveniada para esses fins.

§ 2o A RECUSA INJUSTIFICADA ao serviço do júri § 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos
acarretará MULTA no valor de 1 A 10 SALÁRIOS princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
MÍNIMOS, a critério do juiz, de acordo com a condição
econômica do jurado. Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado
constituirá SERVIÇO PÚBLICO RELEVANTE e
estabelecerá PRESUNÇÃO DE IDONEIDADE MORAL.
Art. 437. ESTÃO ISENTOS DO SERVIÇO DO JÚRI:

I – o Presidente da República e os Ministros de Art. 440. Constitui também direito do jurado, na


Estado; condição do Art. 439 deste Código, preferência, em
igualdade de condições, nas licitações públicas e no
II – os Governadores e seus respectivos provimento, mediante concurso, de cargo ou função
Secretários; pública, bem como nos casos de promoção funcional ou
remoção voluntária.
III – os membros do Congresso Nacional, das
Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e
Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos
Municipais;
ou salário do jurado sorteado que comparecer à sessão
IV – os Prefeitos Municipais; do júri.

V – os Magistrados e membros do Ministério Público Art. 442. AO JURADO QUE, SEM CAUSA LEGÍTIMA,
e da Defensoria Pública; DEIXAR DE COMPARECER NO DIA marcado para a
sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério
presidente será aplicada MULTA DE 1 A 10 SALÁRIOS
Público e da Defensoria Pública;
MÍNIMOS, a critério do juiz, de acordo com a sua
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da condição econômica.
segurança pública;
Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em
VIII – os militares em serviço ativo;
motivo relevante devidamente comprovado e
IX – os cidadãos maiores de 70 ANOS que apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior,
REQUEIRAM SUA DISPENSA; até o momento da chamada dos jurados.

X – aqueles que o requererem, demonstrando justo Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão
impedimento. motivada do juiz presidente, consignada na ata dos
trabalhos.
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Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto § 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os
de exercê-la, será responsável criminalmente nos IMPEDIMENTOS, A SUSPEIÇÃO E AS
mesmos termos em que o são os juízes togados. INCOMPATIBILIDADES DOS JUÍZES TOGADOS.

Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão Art. 449. NÃO PODERÁ SERVIR O JURADO QUE:
aplicáveis os dispositivos referentes às dispensas,
faltas e escusas e à equiparação de responsabilidade I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo
penal prevista no Art. 445 deste Código. processo, independentemente da causa determinante
do julgamento posterior;
SEÇÃO IX - DA COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI Súmula 206, STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri
E DA FORMAÇÃO DO CONSELHO DE SENTENÇA com a participação de jurado que funcionou em
julgamento anterior do mesmo processo.
Art. 447. O Tribunal do Júri É COMPOSTO POR 1 JUIZ
TOGADO, SEU PRESIDENTE E POR 25 JURADOS que II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado
serão sorteados dentre os alistados, 7 DOS QUAIS o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado;
CONSTITUIRÃO O CONSELHO DE SENTENÇA em cada
sessão de julgamento. III – tiver manifestado prévia disposição para condenar
ou absolver o acusado.
NÃO CONFUNDA!!!
# Jurisprudência Correlata
COMPOSIÇÃO DO 25 JURADOS
TRIBUNAL DO JÚRI
Será declarado nulo o júri, quando membro do conselho
PARA INSTALAÇÃO DA 15 JURADOS de sentença afirma a existência de crime durante a fala
SESSÃO SÃO da acusação.
NECESSÁRIOS
Ex: Durante debate no Plenário o Promotor faz pergunta
CONSELHO DE 7 JURADOS
retoricamente qual seria a conduta praticada pelo réu,
SENTENÇA
momento no qual um dos jurados responde “É um
crime”. (Inf. 630, STJ)

Art. 448. São IMPEDIDOS DE SERVIR NO MESMO Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou
CONSELHO: relação de convivência, servirá o que houver sido
sorteado em primeiro lugar.
I – marido e mulher;

II – ascendente e descendente; Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento,


suspeição ou incompatibilidade serão considerados
III – sogro e genro ou nora; para a constituição do número legal exigível para a
realização da sessão.
IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;

V – tio e sobrinho; Art. 452. O MESMO CONSELHO DE SENTENÇA


PODERÁ CONHECER DE MAIS DE UM PROCESSO, NO
VI – padrasto, madrasta ou enteado. MESMO DIA, se as partes o aceitarem, hipótese em que
seus integrantes DEVERÃO PRESTAR NOVO
§ 1o O MESMO IMPEDIMENTO ocorrerá em relação às COMPROMISSO.
pessoas que mantenham UNIÃO ESTÁVEL reconhecida
como entidade familiar.
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SEÇÃO X - DA REUNIÃO E DAS SESSÕES DO # Jurisprudência Correlata


TRIBUNAL DO JÚRI
▪ Há divergência doutrinária quanto a considerar ou não
Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões o abandono de processo (ensejando, inclusive aplicação
de instrução e julgamento nos períodos e na forma de multa do art. 265 CPP), o abandono do Plenário do
estabelecida pela lei local de organização judiciária. Júri utilizado como estratégia de defesa de advogado ou
Defensor Público.
Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da
5ª Turma do STJ: SIM, seria considerado como conduta
sessão, o juiz presidente decidirá os casos de isenção e
apta a configurar abandono processual, capaz de a
dispensa de jurados e o pedido de adiamento de
atrair a aplicação da multa do Art. 265 do CPP. (Info 658,
julgamento, mandando consignar em ata as
STJ)
deliberações.
6º Turma do STJ: NÃO. Não constitui abandono de
Art. 455. Se o MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO COMPARECER,
processo caso o defensor do réu permaneça na causa,
o juiz presidente adiará o julgamento para o primeiro
tendo, inclusive, atuado nos atos subsequentes. (2017,
dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as
STJ)
partes e as testemunhas.

Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato


será imediatamente comunicado ao Procurador-Geral # Jurisprudência Correlata
de Justiça com a data designada para a nova sessão.
Existindo nos autos informações fornecidas pela polícia
que indiquem a periculosidade do réu (integrante de
Art. 456. Se a FALTA, sem escusa legítima, for do
milícia, extensa folha de antecedentes criminais, tenha
ADVOGADO DO ACUSADO, e se outro não for por este
sido transferido para presídio federal de segurança
constituído, o fato será imediatamente comunicado ao
máxima em virtude da sua alta periculosidade), a
presidente da seccional da OAB, com a data designada
manutenção de algemas no réu durante seu julgamento
para a nova sessão.
no Tribunal do Júri, não viola a súmula vinculante 11.
(Info 964, STF)
§ 1o Não havendo escusa legítima, o julgamento será
adiado somente uma vez, devendo o acusado ser
§ 1o Os pedidos de adiamento e as justificações de NÃO
julgado quando chamado novamente.
comparecimento DEVERÃO ser, SALVO comprovado
motivo de força maior, previamente submetidos à
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a
apreciação do juiz presidente do Tribunal do Júri.
Defensoria Pública para o novo julgamento, que será
adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o
§ 2o Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento
prazo mínimo de 10 DIAS.
será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma
reunião, salvo se houver pedido de dispensa de
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não
comparecimento subscrito por ele e seu defensor.
comparecimento do acusado solto, do assistente (de
acusação)ou do advogado do querelante, que tiver sido Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de
regularmente intimado. comparecer, o juiz presidente, sem prejuízo da ação
penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa
prevista no § 2o do Art. 436 deste Código.

Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do


Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste Código.
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Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de
as testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os
não possam ouvir os depoimentos das outras. impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades
constantes dos arts. 448 e 449 deste Código.
Art. 461. O JULGAMENTO NÃO SERÁ ADIADO SE A
TESTEMUNHA DEIXAR DE COMPARECER, SALVO SE § 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de
UMA DAS PARTES TIVER REQUERIDO A SUA INTIMAÇÃO que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se
POR MANDADO, na oportunidade de que trata o art. 422 entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião
deste Código, declarando não prescindir do depoimento sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e
e indicando a sua localização. multa, na forma do § 2o do Art. 436 deste Código.

§ 1o Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz § 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos
presidente suspenderá os trabalhos e mandará pelo oficial de justiça.
conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia
desimpedido, ordenando a sua condução. Art. 467. Verificando que se encontram na urna as
cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz
§ 2o O julgamento será realizado mesmo na hipótese de presidente sorteará 7 dentre eles para a formação do
a testemunha não ser encontrada no local indicado, se Conselho de Sentença.
assim for certificado por oficial de justiça.
Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo
Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e,
454 a 461 deste Código, o juiz presidente verificará se a depois dela, o Ministério Público poderão RECUSAR os
urna contém as cédulas dos 25 JURADOS SORTEADOS, jurados sorteados, ATÉ 3 CADA PARTE, SEM MOTIVAR a
mandando que o escrivão proceda à chamada deles. recusa.

Art. 463. Comparecendo, PELO MENOS, 15 JURADOS, Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por
o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, qualquer das partes será excluído daquela sessão de
anunciando o processo que será submetido a instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para
julgamento. a composição do Conselho de Sentença com os jurados
remanescentes.
§ 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a
diligência nos autos. # Jurisprudência Correlata

§ 2o Os JURADOS EXCLUÍDOS POR IMPEDIMENTO OU O direito de recusa imotivada de até 3 jurados é


SUSPEIÇÃO SERÃO COMPUTADOS PARA A garantido a defesa em relação a cada um dos réus,
CONSTITUIÇÃO DO NÚMERO LEGAL. ainda que as recusas sejam realizadas por apenas um
defensor. Esse direito é garantido ao acusado, e não à
Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 defesa, por isso, cada um dos réus o possui
deste Código, proceder-se-á ao sorteio de tantos individualmente, ainda que sejam defendidos pelo
suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova mesmo advogado, sob pena de violação da plenitude de
data para a sessão do júri. defesa. (Info 570, STJ)

Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em


Art. 469. Se forem 2 ou mais os acusados, as recusas
ata, remetendo-se o expediente de convocação, com
poderão ser feitas por um só defensor.
observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste
Código.
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§ 1o A SEPARAÇÃO DOS JULGAMENTOS SOMENTE Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá CÓPIAS
OCORRERÁ SE, EM RAZÃO DAS RECUSAS, NÃO FOR DA PRONÚNCIA ou, se for o caso, das DECISÕES
OBTIDO O NÚMERO MÍNIMO DE 7 JURADOS para compor POSTERIORES QUE JULGARAM ADMISSÍVEL A
o Conselho de Sentença. ACUSAÇÃO e do RELATÓRIO DO PROCESSO.

§ 2o Determinada a separação dos julgamentos, será # Jurisprudência Correlata


julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi
atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-autoria,
O excesso de linguagem (eloquência acusatória) pode
aplicar-se-á o critério de preferência disposto no art.
ser identificado na sentença de pronúncia quando o juiz
429 deste Código.
deixa transparecer sua opinião pessoal negativa quanto
a responsabilidade do acusado. Nesse caso deverá ser
Art. 470. Desacolhida a arguição de impedimento, de
anulada a sentença de pronúncia e os consecutivos atos
suspeição ou de incompatibilidade contra o juiz
processuais, determinando-se que outra seja prolatada.
presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministério
O juiz precisa utilizar palavras com moderação, de
Público, jurado ou qualquer funcionário, o julgamento
forma comedida, com fim de não permitir que sua
não será suspenso, devendo, entretanto, constar da ata
opinião pessoal transpareça, sob pena de nulidade
o seu fundamento e a decisão.
desse ato e de todos os consecutivos. Ademais, não é
suficiente o desentranhamento e envelopamento da
Art. 471. Se, em consequência do impedimento,
sentença de pronúncia, pois a lei determina de forma
suspeição, incompatibilidade, dispensa ou recusa, NÃO
expressa que ela deve ser distribuída aos jurados,
HOUVER NÚMERO PARA A FORMAÇÃO DO CONSELHO,
consequentemente, não há como desentranhá-la, pois
o JULGAMENTO SERÁ ADIADO PARA O PRIMEIRO DIA
sua cópia deve constar entre os documentos entregues
DESIMPEDIDO, após sorteados os suplentes, com
aos jurados, sob risco de descumprimento da norma do
observância do disposto no art. 464 deste Código.
Art. 472 do CPP. (Info 795, STF)

# O QUE É ESTOURO DE URNA?


O Conselho de Sentença não se formou, pois não se SEÇÃO XI - DA INSTRUÇÃO EM PLENÁRIO
alcançou o número de 7 jurados, necessários para
julgamento. Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será
iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o
Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, Ministério Público, o assistente, o querelante e o
levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente,
jurados a seguinte exortação: as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as
testemunhas arroladas pela acusação. (SISTEMA DO
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa CROSS-EMAXINATION)
com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de
acordo com a vossa consciência e os ditames da § 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela
justiça. defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas
antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo.
responderão:
§ 2o Os JURADOS PODERÃO formular perguntas ao
Assim o prometo. ofendido e às testemunhas, POR INTERMÉDIO DO JUIZ
PRESIDENTE. (SISTEMA PRESIDENCIALISTA)

§ 3o As partes e os jurados poderão requerer


acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e
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esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos
peças que se refiram, exclusivamente, às provas alheios aos fatos objeto de apuração nos autos;
colhidas por carta precatória e às provas cautelares,
antecipadas ou não repetíveis. II - a utilização de linguagem, de informações ou de
material que ofendam a dignidade da vítima ou de
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se testemunhas.
estiver presente, na forma estabelecida no Capítulo III
do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório
introduzidas nesta Seção. será feito pelos meios ou recursos de gravação
magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar,
§ 1o O Ministério Público, o assistente, o querelante e o destinada a obter maior fidelidade e celeridade na
defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente, colheita da prova.
perguntas ao acusado.
Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a
MP  Assistente  Querelante  Defensor degravação, constará dos autos.
Necessariamente nessa ordem
SEÇÃO XII - DOS DEBATES
§ 2o Os jurados formularão perguntas por intermédio do
juiz presidente. Art. 476. ENCERRADA A INSTRUÇÃO, será concedida
a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos
§ 3o NÃO se permitirá o uso de ALGEMAS NO ACUSADO limites da pronúncia ou das decisões posteriores que
durante o período em que permanecer no PLENÁRIO DO julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o
JÚRI, SALVO se ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO à caso, a existência de circunstância agravante.
ORDEM DOS TRABALHOS, à SEGURANÇA DAS
TESTEMUNHAS ou à GARANTIA DA INTEGRIDADE § 1o O ASSISTENTE FALARÁ DEPOIS DO MINISTÉRIO
FÍSICA DOS PRESENTES. PÚBLICO.

Súmula Vinculante 11: Só é lícito o uso de § 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa privada,
algemas em casos de resistência e de fundado falará em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o
receio de fuga ou de perigo à integridade física Ministério Público, SALVO se este houver retomado a
PRÓPRIA ou ALHEIA, por parte do preso ou de titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código.
terceiros, justificada a excepcionalidade por
ESCRITO, sob pena de RESPONSABILIDADE § 3o Finda a acusação, terá a palavra a DEFESA.
DISCIPLINAR, CIVIL e PENAL do agente ou da
autoridade e de NULIDADE da PRISÃO ou do ATO § 4o A acusação poderá replicar e a defesa treplicar,
PROCESSUAL a que se refere, sem prejuízo da sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida
responsabilidade civil do estado. em plenário.

Art. 474-A. Durante a instrução em plenário, todas as Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa
partes e demais sujeitos processuais presentes no ato será de 1 HORA E 30 MINUTOS PARA CADA, e de 1 HORA
deverão respeitar a dignidade da vítima, sob pena de para a RÉPLICA e outro tanto para a TRÉPLICA.
responsabilização civil, penal e administrativa, cabendo
ao juiz presidente garantir o cumprimento do disposto Espaço p/ anotações:
neste artigo, VEDADAS: (Incluído pela Lei nº 14.245,
de 2021 – Lei Mariana Ferrer)
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Entenda o julgado: O CPC de 2015, consagrou a


# Jurisprudência Correlata denominada cláusula geral de negociação processual,
ao dispor, em seu art. 190, que "Versando o processo
sobre direitos que admitam
▪ Inexiste nulidade por ausência de defesa caso a
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes
defesa do réu utilize tempo exíguo, reduzido, para sua
estipular mudanças no procedimento para
sustentação oral, tendo o júri decidido pela condenação
ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar
do réu, ainda que o MP tenha requerido a absolvição. No
sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres
caso, o réu foi regularmente acompanhado por defesa
processuais, antes ou durante o processo". Na hipótese,
técnica e a manutenção do mesmo advogado nos autos,
à luz do disposto no art. 3º do CPP, é viável a aplicação
para apresentação de apelação, por exemplo,
analógica do referido dispositivo. À vista de tal
demonstrou que o próprio réu não se insurgiu contra a
consideração, ponderadas as singularidades do caso
atuação do advogado. Dessa forma, resta evidente que
em análise, em reforço ao que já prevê o art. 477 do CPP,
houve apenas uma estratégia da defesa.
constata-se a viabilidade de que as partes interessadas
OBS: No entanto, minoritariamente, a 6ª Turma do STJ, entrem em um consenso a fim de dilatar o prazo de
no HC 234.758-SP, entendeu o oposto, reconhecendo a debates, respeitados os demais princípios que regem o
nulidade pelo simples fato da sustentação oral ter sido instituto do júri. (Info 719, STJ, 29/11/2021)
feita em poucos minutos.
§ 2o Havendo MAIS DE 1 ACUSADO, o tempo para a
▪ Se o MP pediu a condenação do réu pelos fatos que acusação e a defesa será ACRESCIDO DE 1 HORA e
constam na pronúncia, não ocorrerá nulidade elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o
processual quando a defesa técnica postular pela disposto no § 1o deste artigo.
impronúncia na audiência de instrução, ainda que a
defesa venha a alegar ausência de alegações finais, em Art. 478. Durante os debates as partes NÃO poderão,
virtude de abandono da causa pelo advogado, e violação sob pena de NULIDADE, fazer referências:
ao devido processo legal, motivada pela modificação da
tese acusatória em plenário, sem que tenha sido I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que
oportunizado o exercício do contraditório. (Inf. 902, STF) julgaram admissível a acusação ou à determinação do
uso de algemas como argumento de autoridade que
▪ É assegurado, ao assistente da acusação, o direito à beneficiem ou prejudiquem o acusado;
réplica, ainda que o MP tenha anuído à tese de legítima
defesa do réu e declinado do direito de replicar. (Info # Jurisprudência Correlata
546, STJ)
Não gera a nulidade da sessão de julgamento pelo
o
§ 1 Havendo mais de um acusador ou mais de um Conselho de Sentença, a simples leitura, pelo MP, da
defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, sentença condenatória de corréu, proferida em
que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz julgamento anterior, uma vez que isso não é vedado
presidente, de forma a não exceder o determinado neste pelo art. 478, I, CPP. (Info 774, STF)
artigo.
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de
interrogatório por falta de requerimento, em seu
# Jurisprudência Correlata (11/2021)
prejuízo.
No tribunal do júri é possível, mediante acordo entre as
partes, estabelecer uma divisão de tempo Art. 479. Durante o julgamento NÃO será permitida a
para debates de acusação e defesa que melhor se leitura de documento ou a exibição de objeto que NÃO
ajuste às peculiaridades do caso. TIVER SIDO JUNTADO AOS AUTOS COM A
ANTECEDÊNCIA MÍNIMA DE 3 DIAS ÚTEIS, DANDO-SE
CIÊNCIA À OUTRA PARTE.
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SEÇÃO XIII - DO QUESTIONÁRIO E SUA VOTAÇÃO


# Jurisprudência Correlata
Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado
O prazo de 3 DIAS ÚTEIS deve ser respeitado tanto para
sobre MATÉRIA DE FATO e se o ACUSADO DEVE SER
a juntada de documento ou objeto, quanto para a ciência
ABSOLVIDO.
da parte contrária a respeito de sua utilização no Júri,
ou seja, não apenas a juntada, mas, também, a ciência
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em
da parte interessada deve ocorrer até 3 dias úteis antes
PROPOSIÇÕES AFIRMATIVAS, SIMPLES E DISTINTAS, de
do início do júri. (Info 610, STJ)
modo que cada um deles possa ser respondido com
suficiente clareza e necessária precisão. Na sua
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste elaboração, o presidente levará em conta os termos da
artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram
como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, admissível a acusação, do interrogatório e das
laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio alegações das partes.
assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de
fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados.
Art. 483. Os QUESITOS serão formulados na seguinte
ORDEM, indagando sobre:
Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a
qualquer momento e por intermédio do juiz presidente,
I – a MATERIALIDADE do fato;
pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se
encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se,
II – a AUTORIA ou PARTICIPAÇÃO;
ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o
esclarecimento de fato por ele alegado.
III – se o acusado deve ser ABSOLVIDO;

§ 1o Concluídos os debates, o presidente indagará dos


IV – se existe CAUSA DE DIMINUIÇÃO de pena alegada
jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam
pela defesa;
de outros esclarecimentos.
V – se existe circunstância QUALIFICADORA ou CAUSA
§ 2o Se houver dúvida sobre questão de fato, o
DE AUMENTO de pena reconhecidas na pronúncia ou em
presidente prestará esclarecimentos à vista dos autos.
decisões posteriores que julgaram admissível a
acusação.
§ 3o Os jurados, nesta fase do procedimento, terão
acesso aos autos e aos instrumentos do crime se
Sumula 162, STF: É absoluta a nulidade do julgamento
solicitarem ao juiz presidente.
pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem
aos das circunstâncias agravantes.
Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida
como essencial para o julgamento da causa, não puder
OBS1: Com o advento da Lei 11.689/08, as agravantes e
ser realizada imediatamente, o juiz presidente
atenuantes não são mais quesitadas aos jurados, sendo
dissolverá o Conselho, ordenando a realização das
seu reconhecimento ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA do juiz
diligências entendidas necessárias.
presidente.

Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção


OBS2: A referência a “agravantes” que faz a súmula, é
de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará
em sentido amplo, abrangendo as qualificadoras e as
perito e formulará quesitos, facultando às partes
causas de aumento de pena.
também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no
prazo de 5 DIAS.
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§ 1o A RESPOSTA NEGATIVA, DE MAIS DE 3 JURADOS, a II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de


QUALQUER DOS QUESITOS referidos nos incisos I e II pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões
do caput deste artigo ENCERRA A VOTAÇÃO E IMPLICA posteriores que julgaram admissível a acusação.
A ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO.
§ 4o SUSTENTADA A DESCLASSIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO
§ 2o Respondidos AFIRMATIVAMENTE por mais de 3 PARA OUTRA DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR,
jurados os quesitos relativos aos incisos I e II será formulado quesito a respeito, para ser respondido
do caput deste artigo será formulado quesito com a após o 2o ou 3o quesito, conforme o caso.
seguinte redação:
Havendo tese desclassificatória (exemplo: homicídio
O JURADO ABSOLVE O ACUSADO? culposo) ou sendo hipótese de crime tentado, os
quesitos respectivos deverão ser feitos após a resposta
# Jurisprudência Correlata positiva quanto à autoria ou participação, ou seja, como
um 3º quesito.
Apesar do § 2º determinar, de forma expressa, que
durante a votação, um dos quesitos obrigatórios será o Exemplo: No caso de acusado pronunciado por
questionamento “O jurado absolve o acusado?”, não homicídio doloso, se a defesa houver sustentado tese
haverá nulidade, caso o juiz presidente o formule de desclassificatória para crime culposo, deve o respectivo
outra forma, ainda que não tenha sido empregada a quesito ser formulado após as respostas positivas
redação expressa, será legítima essa quesitação, caso acerca da materialidade e autoria. Vejamos:
seja mantido conteúdo similar ao mencionado no texto
“O acusado quis a morte da vítima ou assumiu o risco
legal. (Info 758, STF)
de produzi-la?”
A tese absolutória de legítima defesa, quando constituir • Se SIM - Reconhece-se o dolo, seguindo a quesitação
tese defensiva principal, deve ser quesitada ao para a pergunta da absolvição.
Conselho de Sentença, antes da tese subsidiária de
desclassificação (tese subsidiária) em razão da • Se NÃO - Acarreta a desclassificação própria,
ausência de animus necandi. Isso ocorre com o objetivo encerrando a atuação do júri. Cabe, então, ao juiz
de garantir a plenitude da defesa, uma vez que a presidente decidir se condena ou não o réu pelo crime
absolvição é mais vantajosa do que a mera não-doloso, bem como definir a respectiva tipificação
desclassificação para outro crime menos grave. (Info (art. 492, §1o).
573, STJ)

Sobre o 3o Quesito # Jurisprudência Correlata (2021)

Abrange todas as teses de exclusão de tipicidade, A tese da legítima defesa da honra é inconstitucional,
ilicitude e culpabilidade. por contrariar os princípios da dignidade da pessoa
humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero. A
Diante da pluralidade de teses defensivas, prevalece defesa, a acusação, a autoridade policial e o juízo são
que não há necessidade de individualização do quesito proibidos de utilizar, direta ou indiretamente, a tese de
da absolvição, podendo ser formulado de maneira legítima defesa da honra (ou qualquer argumento que
genérica. induza à tese) nas fases pré-processual ou processual
penais, bem como durante julgamento perante o
3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento tribunal do júri, sob pena de nulidade do ato e do
prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre: julgamento. (Info 1009, STF).

I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;


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#OLHAADIFERENÇA #DESPENCAEMPROVA # Comentários


Jurados consideram que o
crime não é da competência do ▪ Caso os jurados absolvam o acusado do crime de
Tribunal do Júri, SEM homicídio, persistirá a competência deles para julgar os
ESPECIFICAR DE QUAL demais crimes conexos que existirem. Ora, se eles
DESCLASSIFICAÇÃO
DELITO SE TRATA. Nesse caso, votarem pela absolvição do acusado do crime doloso
PRÓPRIA
Juiz-Presidente assume total
contra a vida, afere-se que reconheceram sua
capacidade decisória para
julgar, podendo, inclusive competência para o julgamento do feito, logo, ao
absolver o acusado. Conselho de sentença também caberá o julgamento da
Ex: Desclassificação de infração conexa.
tentativa de homicídio.
▪ A alegação de excludente de ilicitude é analisada no
Jurados reconhecem sua
quesito genérico de absolvição (e não em quesito
incompetência para julgar o
crime, ESPECIFICANDO QUAL separado), já que tal tese pode levar à absolvição do
TERIA SIDO CRIME acusado.
PRATICADO. Nesse caso, Juiz-
Presidente é obrigado a acatar ▪ O quesito absolutório genérico concentra, de forma
DESCLASSIFICAÇÃO a decisão dos jurados, implícita, todas as questões relativas às excludentes de
IMPRÓPRIA condenando o acusado pelo
ilicitude e de culpabilidade do Ordenamento Jurídico
delito por eles indicado.
pátrio.
Ex: jurados desclassificam
crime doloso (contra a vida)
para um crime culposo ▪ A afirmação pelos jurados da existência de crime de
(homicídio culposo). Essa homicídio tentado prejudica a análise do quesito de
desclassificação vincula o juiz, desistência voluntária. Ora, a desistência espontânea
que não pode decidir de forma apenas se configura quando o agente “voluntariamente
distinta. desiste de prosseguir na execução”, o que não ocorre se
reconhecido o conatus (o paciente, após atirar em sua
§ 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua companheira, arrastou-a até o carro e largou-a na
forma TENTADA OU havendo DIVERGÊNCIA SOBRE A porta de um hospital, onde a abandonou e empreendeu
TIPIFICAÇÃO DO DELITO, sendo este da competência do fuga).
Tribunal do Júri, o JUIZ FORMULARÁ QUESITO ACERCA
DESTAS QUESTÕES, para ser respondido após o ▪ Quesito formulado de modo complexo é causa de
segundo quesito. nulidade do julgamento.

No quesito da tentativa, vai entrar também a desistência Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e
voluntária e o arrependimento eficaz. indagará das partes se têm requerimento ou
reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como
§ 6o Havendo MAIS DE UM CRIME OU MAIS DE UM a decisão, constar da ata.
ACUSADO, os quesitos serão formulados em SÉRIES
DISTINTAS. Quando deve ocorrer a impugnação a quesito do Júri?
Imediatamente (tão logo ocorram), e não “antes da
Espaço p/ anotações: leitura da sentença em plenário”. Devem ser
imediatamente contestadas e o prejuízo provado, sob
pena de preclusão.

No entanto, eventuais nulidades absolutas poderão ser


questionadas posteriormente.
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Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos


Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente quesitos, o presidente verificar que ficam prejudicados
explicará aos jurados o significado de cada quesito. os seguintes, assim o declarará, dando por finda a
votação.
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz
presidente, os jurados, o Ministério Público, o Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se
assistente, o querelante, o defensor do acusado, o refere o art. 488 deste Código assinado pelo presidente,
escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala pelos jurados e pelas partes.
especial a fim de ser procedida a votação.
OUTRAS MENÇÕES AO TRIBUNAL DO JÚRI NO CPP
§ 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente
determinará que o público se retire, permanecendo Art. 74. A competência pela natureza da infração será
somente as pessoas mencionadas no caput deste regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a
artigo. competência privativa do Tribunal do Júri.

§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes


§ 2o O juiz presidente advertirá as partes de que Não
previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124,
será permitida qualquer intervenção que possa
125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.
perturbar a livre manifestação do Conselho e fará
retirar da sala quem se portar inconvenientemente. § 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver
desclassificação para infração da competência de outro, a
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a
quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência
jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e prorrogada.
facilmente dobráveis, contendo 7 delas a palavra SIM, 7
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra
a palavra NÃO.
atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o
disposto no Art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a
justiça recolherá em urnas separadas as cédulas sentença (art. 492, § 2o).
correspondentes aos votos e as não utilizadas.
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser argüida
Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as oralmente, decidindo de plano do presidente do Tribunal do
cédulas não utilizadas, o presidente determinará que o Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for
escrivão registre no termo a votação de cada quesito, imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.
bem como o resultado do julgamento.
§ 3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o
procedimento observará as disposições estabelecidas nos
Parágrafo único. Do termo também constará a arts. 406 a 497 deste Código.
conferência das cédulas não utilizadas.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 DIAS:
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas
por maioria de votos. I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição
proferidas por juiz singular;
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas,
em contradição com outra ou outras já dadas, o
proferidas por juiz singular nos casos não previstos no
presidente, explicando aos jurados em que consiste a
Capítulo anterior;
contradição, submeterá novamente à votação os
quesitos a que se referirem tais respostas. III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
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b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á
ou à decisão dos jurados; à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da prisão preventiva, ou, no caso de CONDENAÇÃO a
da medida de segurança;
uma pena IGUAL ou SUPERIOR a 15 ANOS de
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova
RECLUSÃO, determinará a EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS
dos autos.
PENAS, com expedição do mandado de prisão, se for o
§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que
expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, vierem a ser interpostos;
o tribunal ad quem fará a devida retificação.
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste condenação;
artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der provimento, retificará a
aplicação da pena ou da medida de segurança. ii – no caso de ABSOLVIÇÃO:

§ 3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o a) mandará colocar em liberdade o acusado se por
tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados outro motivo não estiver preso;
é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á
provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se b) revogará as medidas restritivas provisoriamente
admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação decretadas;

§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.
recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da
decisão se recorra. § 1o Se houver DESCLASSIFICAÇÃO da infração para
OUTRA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR, AO
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI CABERÁ PROFERIR
juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo SENTENÇA em seguida, aplicando-se, quando o delito
MP no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas
resultante da nova tipificação for considerado pela lei
enumeradas no Art. 31, ainda que não se tenha habilitado como
como infração penal de menor potencial ofensivo, O
Assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém,
efeito suspensivo
DISPOSTO NOS ARTS. 69 E SEGUINTES DA LEI NO 9.099,
DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.

DESCLASSIFICAÇÃO E INFRAÇÃO DE MENOR


SEÇÃO XIV - DA SENTENÇA
POTENCIAL OFENSIVO

Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença


Muito comum no Júri. Imagine, por exemplo, que
que: João está respondendo por tentativa de homicídio
simples (art. 121 do CP) e os jurados desclassificam
I – no caso de CONDENAÇÃO: para lesão corporal leve. Perceba que a lesão leve é
uma IMPO. Diante disso, de acordo com o art. 492,
a) fixará a pena-base;
§1º, a competência será do juiz presidente.

b) considerará as circunstâncias agravantes ou Espaço p/ anotações:


atenuantes alegadas nos debates;

c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em


atenção às causas admitidas pelo júri;

d) observará as demais disposições do art. 387 deste


Código;
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questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual


# Jurisprudência Correlata competir o julgamento possa plausivelmente levar à
revisão da condenação.

Inexiste nulidade absoluta em virtude de suposta § 4º A APELAÇÃO interposta contra decisão


quesitação obrigatória referente a qual infração condenatória do Tribunal do Júri a uma pena IGUAL ou
menos grave o acusado tinha intenção de participar, SUPERIOR a 15 ANOS de RECLUSÃO NÃO TERÁ EFEITO
quando a desclassificação de crime doloso contra a SUSPENSIVO.
vida (para outro de competência de juiz singular),
§ 5º EXCEPCIONALMENTE, PODERÁ O TRIBUNAL
ocorrer pelo Conselho de Sentença, em plenário do
ATRIBUIR EFEITO SUSPENSIVO À APELAÇÃO de que
Tribunal do Júri, por meio do reconhecimento da
trata o § 4º deste artigo, quando verificado
cooperação dolosamente distinta (art. 29, §2º CP).
CUMULATIVAMENTE que o recurso:
Tendo em vista que os jurados afastam a intenção do
crime doloso contra a vida, o juiz natural da causa será I - NÃO tem PROPÓSITO MERAMENTE PROTELATÓRIO; e
o juiz presidente do Tribunal do Júri, ou seja, ele será
competente para o julgamento, não o Conselho de II - levanta QUESTÃO SUBSTANCIAL E QUE PODE
Sentença, o art. 492, §1º CPP. (Info 571, STJ) RESULTAR EM ABSOLVIÇÃO, ANULAÇÃO DA
SENTENÇA, NOVO JULGAMENTO OU REDUÇÃO da pena
para patamar INFERIOR a 15 ANOS de reclusão.

COMO FICARÃO OS CRIMES CONEXOS E CONTINENTES? § 6º O PEDIDO DE CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO


Ao DESCLASSIFICAREM o crime PODERÁ SER FEITO INCIDENTEMENTE NA APELAÇÃO
doloso contra a vida, os jurados OU POR MEIO DE PETIÇÃO EM SEPARADO dirigida
acabam reconhecendo sua diretamente ao relator, instruída com cópias da
incompetência. Dessa forma, o crime
CASO OS doloso e o conexo que não seja sentença condenatória, das razões da apelação e de
JURADOS doloso contra a vida também será prova da tempestividade, das contrarrazões e das
DESCLASSIFIQUE julgado pelo juiz presidente do demais peças necessárias à compreensão da
M O CRIME Tribunal do Júri (art. 492, §1o).
controvérsia.
DOLOSO CONTRA Exemplo: imputação de tentativa de
A VIDA, homicídio e estupro. Quanto ao
homicídio (que é quesitado primeiro), Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo
os jurados desclassificam. O que presidente antes de encerrada a sessão de instrução e
ocorre com o estupro (crime julgamento.
conexo)? Será julgado pelo juiz
presidente.
# Jurisprudência Correlata
CASO OS Ao absolverem o acusado, os jurados
JURADOS reconhecem implicitamente sua Ainda que, em condenação pelo Tribunal do Júri, não
ABSOLVAM O competência para julgar o crime
será possível a execução provisória da pena. (Info 960,
ACUSADO DO doloso. Logo, também terão
CRIME DOLOSO competência para julgar o crime STF)
CONTRA A VIDA conexo, conforme dispõe a CF.
SEÇÃO XV - DA ATA DOS TRABALHOS
§ 2o Em caso de DESCLASSIFICAÇÃO, O CRIME CONEXO
QUE NÃO SEJA DOLOSO CONTRA A VIDA SERÁ Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão
JULGADO PELO JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas partes.
JÚRI, aplicando-se, no que couber, o disposto no §
1o deste artigo. Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as
ocorrências, mencionando OBRIGATORIAMENTE:
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de
autorizar a execução provisória das penas de que trata I – a data e a hora da instalação dos trabalhos;
a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver
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II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados SEÇÃO XVI - DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO
presentes; TRIBUNAL DO JÚRI

III – os jurados que deixaram de comparecer, com Art. 497. São ATRIBUIÇÕES do juiz presidente do
escusa ou sem ela, e as sanções aplicadas; Tribunal do Júri, além de outras expressamente
referidas neste Código: ( ROL EXEMPLIFICATIVO)
IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa;
I – regular a polícia das sessões e prender os
V – o sorteio dos jurados suplentes; desobedientes;

VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob
indicação do motivo; sua exclusiva autoridade;

VII – a abertura da sessão e a presença do , do III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso,
querelante e do assistente, se houver, e a do defensor excesso de linguagem ou mediante requerimento de
do acusado; uma das partes;

VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não IV – resolver as questões incidentes que NÃO dependam
comparecimento; de pronunciamento do júri;

IX – as testemunhas dispensadas de depor; V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo


indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e
X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde designar novo dia para o julgamento, com a nomeação
umas não pudessem ouvir o depoimento das outras; ou a constituição de novo defensor;

XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente; VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a
realização do julgamento, o qual prosseguirá sem a sua
XII – a formação do Conselho de Sentença, com o presença;
registro dos nomes dos jurados sorteados e recusas;
VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à
XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples realização das diligências requeridas ou entendidas
referência ao termo; necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados;

XIV – os debates e as alegações das partes com os VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para
respectivos fundamentos; proferir sentença e para repouso ou refeição dos
jurados;
XV – os incidentes;
IX – decidir, DE OFÍCIO, ouvidos o Ministério Público e a
XVI – o julgamento da causa; defesa, ou a REQUERIMENTO de qualquer destes, a
arguição de EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE;
XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das
diligências e da sentença. X – resolver as questões de direito suscitadas no curso
do julgamento;
Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções
administrativa e penal. XI – determinar, DE OFÍCIO ou a REQUERIMENTO das
partes ou de qualquer jurado, as diligências destinadas
a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o
esclarecimento da verdade;
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4) Somente ocorrerá a exclusão de qualificadora,


XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção presente na pronúncia, quando for manifestamente
de uma das partes, quando a outra estiver com a improcedente e descabida, sob pena de usurpação da
palavra, podendo conceder ATÉ 3 MINUTOS PARA CADA competência do Tribunal do Júri.
parte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta
última. 5) Não será ensejada a nulidade do julgamento,
quando a complementação do número regulamentar
mínimo de 15 jurados ocorrer por meio de suplentes
# Jurisprudência Correlata (08/10/2021) de outro plenário do mesmo Tribunal do Júri.

A firmeza do magistrado presidente na condução do 6) Restará violado o princípio da soberania dos


julgamento não acarreta, necessariamente, a quebra da veredictos, quando houver a anulação parcial de
imparcialidade dos jurados. decisão proferida pelo Conselho de Sentença, a
despeito de qualificadora, sem a submissão do réu a
Em atenção ao art. 497 do CPP, tem-se que, no novo Júri.
procedimento relativo aos processos da competência
do Tribunal do Júri, o magistrado presidente não é mero 7) Não acarretará nulidade, a ausência do
espectador inerte do julgamento, possuindo, não oferecimento das alegações finais em processos de
apenas o direito, mas o dever de conduzi-lo de forma competência do Tribunal do Júri , pois a decisão de
eficiente e isenta na busca da verdade real dos fatos, pronúncia encerra juízo provisório acerca da culpa.
em atenção a eventual abuso de uma das partes durante
os debates. 8) Não será ensejada a nulidade do julgamento, a
simples leitura da pronúncia no Plenário do Júri,
Com efeito, não há falar em excesso de linguagem do
quando ocorrer apenas a referência, sendo ela
Juiz presidente, quando, no exercício de suas
utilizada como argumento de autoridade que
atribuições na condução do julgamento, intervém tão
prejudique ou beneficie o acusado.
somente para fazer cessar os excessos e abusos
cometidos pela defesa durante a sessão plenária e
9) Na intimação pessoal do réu acerca de sentença
esclarecer fatos não relacionados com a materialidade
de pronúncia ou condenatória do Júri, a ausência de
ou a autoria dos diversos crimes imputados ao paciente.
apresentação do termo de recurso ou a não
indagação sobre sua intenção de recorrer não gera
nulidade do ato.
Jurisprudência em Teses

Ed. 75 – Tribunal do Júri 10) A sentença de pronúncia deve limitar-se à


indicação da materialidade do delito e aos indícios de
1) Não caracteriza motivo torpe o ciúme sem outras autoria para evitar nulidade por excesso de
circunstâncias. linguagem e para não influenciar o ânimo do
Conselho de Sentença.
2) É competência do Tribunal do Júri a análise do
homicídio, caso ele supostamente seja motivado por 11) É possível rasurar trecho ínfimo da sentença de
ciúmes, determinado, também, se esse sentimento pronúncia para afastar eventual nulidade decorrente
irá qualificar o crime. de excesso de linguagem.

3) Compete ao Tribunal do Júri a resolução de dúvidas 12) Reconhecida a nulidade da pronúncia por excesso
referentes à aplicabilidade de excludente de ilicitude de linguagem, outra decisão deve ser proferida, visto
na fase de pronúncia. que o simples envelopamento e desentranhamento
da peça viciada não é suficiente.
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13) A competência para o processo e julgamento do 7) Eventuais nulidades ocorridas em Plenário do


latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri Júri, decorrentes de impedimento ou suspeição de
(Súmula n. 603/STF). jurados, devem ser arguidas no momento oportuno,
sob pena de preclusão.
14) Compete ao Tribunal do Júri decretar,
motivadamente, como efeito da condenação, a perda 8) É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por
do cargo ou função pública, inclusive de militar falta de quesito obrigatório (Súmula n. 156/STF).
quando o fato não tiver relação com o exercício da
atividade na caserna. 9) Após as modificações no rito do Tribunal do Júri
introduzidas pela Lei n. 11.689/2008, o quesito
genérico de absolvição (art. 483, III, do CPP) não
pode ser tido como contraditório em relação ao
Jurisprudência em Teses reconhecimento da autoria e da materialidade do
Ed. 78 – Tribunal do Júri crime.

10) Possíveis irregularidades na quesitação devem


1) O emprego de algemas deve ser medida
ser arguidas após a leitura dos quesitos e a
excepcional e a utilização delas em plenário de júri
explicação dos critérios pelo Juiz presidente, sob
depende de motivada decisão judicial, sob pena de
pena de preclusão (art. 571, inciso VIII, do CPP).
configurar constrangimento ilegal e de anular a
sessão de julgamento.
11) É nulo o julgamento quando os quesitos forem
apresentados com má redação ou quando forem
2) Compete às instâncias ordinárias, com base no
formulados de modo complexo, a ponto de
cotejo fático carreado aos autos, absolver,
causarem perplexidade ou de dificultarem o
pronunciar, desclassificar ou impronunciar o réu,
entendimento dos jurados.
sendo vedado em sede de recurso especial o
revolvimento do acervo fático-probatório - Súmula
12)O efeito devolutivo da apelação contra decisões
n. 7/STJ.
do Júri é adstrito aos fundamentos da sua
interposição. (Súmula n. 713/STF).
3) As nulidades existentes na decisão de pronúncia
devem ser arguidas no momento oportuno e por
13) Não viola o princípio da soberania dos vereditos
meio do recurso próprio, sob pena de preclusão.
a cassação da decisão do Tribunal do Júri
manifestamente contrária à prova dos autos.
4) A leitura em plenário do júri dos antecedentes
criminais do réu não se enquadra nos casos
14) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não
apresentados pelo art. 478, incisos I e II, do Código
impede a desconstituição da decisão por meio de
de Processo Penal, inexistindo óbice à sua menção
revisão criminal.
por quaisquer das partes.

5) O exame de controvérsia acerca do elemento


subjetivo do delito é reservado ao Tribunal do Júri,
juiz natural dacausa.

6) É NULA a decisão que determina o


desaforamento de processo da competência do júri
sem audiência da defesa (Súmula n. 712/STF).
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LIVRO III - DAS NULIDADES E DOS


PRINCÍPIO DA Ligado ao princípio anterior.
RECURSOS EM GERAL CONSERVAÇÃO DOS Deve ser preservado o ato
ATOS PROCESSUAIS processual que não dependa
do ato anterior declarado
inválido.
PRINCÍPIOS DAS NULIDADES
Ninguém pode arguir
PRINCÍPIO DA Todo ato processual tem sua nulidade referente à
TIPICIDADE DAS forma prevista em lei. Tem formalidade que só
FORMAS sido bastante mitigado pelo interesse à parte contrária.
princípio seguinte.
PRINCÍPIO DO ➜ Não se aplica:
INTERESSE
PRINCÍPIO DA Se um ato defeituoso atingiu 1) Às nulidades absolutas
INSTRUMENTALIDADE sua finalidade, a nulidade (interesse de ordem pública)
DAS FORMAS não deve ser declarada. podem ser arguidas por
qualquer parte e até mesmo
pelo juiz, de ofício.
Não se declara nulidade
sem que haja prejuízo para 2) Ao MP, pois a CF lhe
a parte, seja ela absoluta ou confere a defesa do
relativa. Ordenamento Jurídico.
PRINCÍPIO DO
PREJUÍZO (PAS DE Nulidade Absoluta (NA):
NULLITE SANS GRIEF) PRINCÍPIO DA Ninguém pode arguir
prejuízo é presumido.
LEALDADE nulidade a que tenha dado
Nulidade Relativa (NR): causa. (Venire contra factum
prejuízo deve ser proprium).
comprovado.
É a remoção do defeito, para
PRINCÍPIO DA Ato nulo continua a produzir que o ato processual possa
EFICÁCIA DOS ATOS efeitos, enquanto uma ser considerado válido e
PROCESSUAIS decisão judicial não decretar eficaz.
PRINCÍPIO DA
sua invalidação. CONVALIDAÇÃO Em regra, só se aplica às
nulidades relativas, salvo no
PRINCÍPIO DA Invalidação de um ato trânsito em julgado de
RESTRIÇÃO processual só pode ser sentença absolutória
PROCESSUAL À decretada se houver própria contaminada por NA,
DECRETAÇÃO DA instrumento processual e porque não se admite
INEFICÁCIA momento adequados, sob revisão criminal pro
pena de preclusão. societate.

Nulidade de um ato provoca


a invalidação dos atos que Espaço p/ anotações:
PRINCÍPIO DA lhes forem consequentes ou
CAUSALIDADE, decorrentes.
CONTAMINAÇÃO OU
CONSEQUENCIALIDADE Exemplo: Reconhecida a
nulidade do processo a
partir da citação, é inviável o
reaproveitamento da prova
testemunhal colhida.
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FORMAS DE CONVALIDAÇÃO É a chamada SANATÓRIA GERAL


(inclusive das nulidades absolutas)
em se tratando de sentença
Palavra-chave: OMISSÕES absolutória.
Acréscimo de elementos que não Na sentença condenatória e na
constaram do ato inicial. absolutória imprópria, existe a
COISA
possibilidade de HC e Revisão
Ex: Aditamento da denúncia. JULGADA
SUPRIMENTO Criminal em favor do acusado.
Art. 569. As omissões da
Em regra, nulidade absoluta de
denúncia|queixa, da representação,
sentença pode ser arguida a qualquer
ou, nos processos das contravenções
tempo, ressalvada a hipótese da
penais, da portaria ou APF, poderão
sentença absolutória, que, uma vez
ser supridas a todo o tempo, antes da
transitada em julgado, não mais
sentença final.
comportará a referida arguição.

Correção da parte defeituosa do ato


processual.
RETIFICAÇÃO
RECONHECIMENTO DAS NULIDADES
Ex: Copiar uma tese de direito com
nome de partes de outro processo.
DE OFÍCIO PELO EM 2a INSTÂNCIA (ÂMBITO
Ocorre na ilegitimidade do JUÍZO DE 1a RECURSAL)
representante da parte no tocante à INSTÂNCIA
capacidade postulatória. Depois de
regularmente legitimado, basta ao
RATIFICAÇÃO representante ratificar os atos Pode ser declarada de NR: deve-se verificar se não
anteriormente praticados OFÍCIO pelo JUIZ, seja houve preclusão.
favorável ou
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade desfavorável, seja NR Súmula 160, STJ: É nula a
do representante da parte poderá ser ou NA. decisão do tribunal que acolhe,
a todo tempo sanada, mediante contra o réu, nulidade não
ratificação dos atos processuais. arguida no recurso da
acusação, ressalvados os
casos de recurso de ofício.
PRECLUSÃO TEMPORAL: decorre do
não exercício de determinada Nos recursos de ofício, é
faculdade no prazo estabelecido. devolvida ao tribunal toda a
matéria de 1a instância,
PRECLUSÃO LÓGICA: decorre da podendo reconhecer qualquer
incompatibilidade da prática de um ato NA, seja favorável à acusação
PRECLUSÃO
processual com relação a outro já ou à defesa.
praticado.
Recurso da acusação: tribunal
PRECLUSÃO CONSUMATIVA: ocorre pode reconhecer nulidade
quando a faculdade já foi validamente arguida pela acusação (tantum
exercida. devolutum quantum
appellatum).

Decisão de mérito em favor do Recurso exclusivo da defesa: o


prejudicado pela irregularidade afasta Tribunal não pode Tribunal
PROLAÇÃO DA conveniência de se declarar uma reconhecer nulidade em favor
SENTENÇA nulidade relativa em seu benefício. da acusação. É a aplicação do
Declarar a nulidade não é vantajoso Princípio da non reformatio in
para o réu. pejus.
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Ausência de maneira absoluta


ESPÉCIES DE ATOS PROCESSUAIS de algum dos elementos
exigidos pela lei.
Válidos e eficazes, porém há
uma inobservância de norma
legal. Inexistência é automática.

Não há consequência ou a ATOS


consequência é apenas INEXISTENTES Por isso, parte da doutrina
extraprocessual. sustenta que não precisa ser
declarada e não está sujeita a
ATOS
preclusão.
MERAMENTE
IRREGULARES Ex1: Laudo apresentado fora do
prazo legal, apresentação de
razões fora do prazo. Ex1: Sentença sem dispositivo.

Ex2: Súmula 366, STF: Não é nula Ex2: Falta da assinatura do juiz
a citação por edital que indica torna a decisão inexistente,
dispositivo da lei penal, embora ainda que não haja dúvidas da
não transcreva a denúncia ou autenticidade do ato processual.
queixa, ou não resuma os fatos
em que se baseia.

Falta de adequação ao tipo legal NULIDADE NULIDADE


pode levar ao reconhecimento RELATIVA ABSOLUTA
de sua inaptidão para produzir
efeitos.
Violação à norma Violação à
protetiva de norma
interesse protetiva de
Conforme grau ou espécie de preponderante interesse
inadequação ao tipo legal, das partes, público,
nulidade do ato pode ser CONCEITO
prevista na prevista na CF
ATOS NULOS absoluta ou relativa. legislação ou em
infraconstituciona Tratados
l. Internacionais
Ato nulo, enquanto não for de Direitos
Ex: oitiva de Humanos.
declarada sua nulidade, é apto a testemunhas por
produzir efeitos. carta precatória.

RECONHECIMENTO Só a De ofício ou a
Ex: sentença nula que manda requerimento das requerimento.
prender o condenado. Enquanto partes.
não for declarada essa nulidade,
é plenamente apta a determinar
a prisão do acusado.

Vício é tão grave, que não pode


ser tratado sequer como ato
processual.
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HIPÓTESES prevista na CF
Prejuízo é ou TIDH.
presumido Ex: intimação da
(presunção expedição da
relativa). precatória.
Ex: art. 8 da
Há inversão CADH diz que
do ônus da o acusado tem
prova. direito de ser
assistido por
PREJUÍZO um tradutor
Ex1: Ausência
Prejuízo deve ser ou intérprete,
de citação
(Perceba que prejuízo comprovado. caso não
sempre estará quando
compreenda
presente, não há provado que
ou não fale a
nulidade sem acusado
língua do juízo
prejuízo) compareceu a
ou tribunal.
juízo, não
havendo
prejuízo.
TÍTULO I - DAS NULIDADES
Ex2: Prolação
de sentença OBS: Considerando que todos os dispositivos desse
por juiz
suspeito só título têm grande incidência em provas de concursos,
não será optaremos por não usar o caractere .
declarada nula
se a parte
provar que Art. 563. NENHUM ATO SERÁ DECLARADO NULO, se da
não teve nulidade NÃO RESULTAR PREJUÍZO para a acusação ou
prejuízo. para a defesa. (PRINCÍPIO DO PREJUÍZO)

A qualquer
tempo, pois a Art. 564. A NULIDADE OCORRERÁ NOS SEGUINTES
Momento NA é CASOS:
oportuno, sob
insanável.
MOMENTO PARA pena de
preclusão: 1a I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
ARGUIÇÃO Inclusive após
oportunidade para o TJ do
se manifestar, II - por ilegitimidade de parte;
processo, mas
após a nulidade. apenas em
(Art. 571) favor da III - POR FALTA DAS FÓRMULAS OU DOS TERMOS SEGUINTES:
defesa, em HC
ou Revisão a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos
Criminal. de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em
flagrante;
➊ Nulidades do ➊ Nulidades
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam
art. 564 que do art. 564,
tenham previsão sem previsão vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
de convalidação de sanação no
no art. 572; art. 572. c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver,
ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;

d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da


➋ Nulidades não ➋ Quando
cominadas houver ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida,
(inominadas) violação de quando se tratar de crime de ação pública;
violadoras de norma
normas de protetiva de e) a citação do réu para ver-se processar, o seu
interesse da interesse interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à
parte. público acusação e à defesa;
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f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva NULIDADE ABSOLUTA


cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o
▪ Denúncia|queixa e representação e, nas contravenções
Tribunal do Júri; penais, portaria ou APF
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo ▪EXAME de CORPO de DELITO nos crimes que deixam vestígios
Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à (PROVA TESTEMUNHAL pode SUPRIR)
revelia;
▪Nomeação de defensor ao réu presente, que não tiver ou ao
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na ausente;
contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; ▪ Sentença de pronúncia e entrega da cópia, com rol de
testemunhas, no processo do Júri;
i) a presença pelo menos de 15 JURADOS para a constituição
do júri; ▪ Presença pelo menos de 15 jurados para constituição do júri;
▪Sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número e sua incomunicabilidade;
legal e sua incomunicabilidade;
▪ Quesitos e respectivas respostas;
k) os quesitos e as respectivas respostas; ▪ Acusação e defesa, na sessão de julgamento;

l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; ▪ Sentença;


▪ Recurso de oficio, nos casos legais;
m) a sentença;
▪Intimação p/ ciência de sentenças e despachos de que caiba
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha recurso;
estabelecido;
▪ Quorum legal p/ julgamento no STF e TJ`s;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para NULIDADE RELATIVA
ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso;
▪ Omissão de formalidade que constitua elemento essencial;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação,
▪ Intervenção do MP em TODOS os termos da ação por ele
o quorum legal para o julgamento;
intentada (NA) e nos da intentada pelo ofendido, no crime de
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento ação pública (NR) (subsidiária. Privada não)
essencial do ato. ▪Citação do réu, seu interrogatório (se presente) e os prazos
concedidos da acusação e defesa;
V - EM DECORRÊNCIA DE DECISÃO CARENTE DE
FUNDAMENTAÇÃO. (2019) ▪Intimação do réu para a sessão do Júri, quando lei não
permitir julgamento à revelia;
Parágrafo único. OCORRERÁ AINDA A NULIDADE, por
▪ Intimação das testemunhas arroladas.
DEFICIÊNCIA DOS QUESITOS OU DAS SUAS RESPOSTAS, e
CONTRADIÇÃO ENTRE ESTAS.

FALTA DE RECURSO DE OFÍCIO, NOS CASOS LEGAIS:


# NUNCA MAIS ESQUEÇA
▪ É causa de nulidade absoluta;
HIPÓTESES DE NULIDADE
▪ É circunstância impeditiva para que se aperfeiçoem
a preclusão e o trânsito em julgado da decisão
➊ INCOMPETÊNCIA (NA ou NR), SUSPEIÇÃO (NA) ou SUBORNO
judicial.
do JUIZ (NA);

➋ ILEGITIMIDADE da PARTE (ad causam: NA | ad processum:


NR); Art. 565. NENHUMA DAS PARTES PODERÁ ARGÜIR
NULIDADE A QUE HAJA DADO CAUSA, ou para que
➌ FALTA das FÓRMULAS tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja
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observância só à parte contrária interesse. (PRINCÍPIO prejudicar direito da(PRINCÍPIO


parte. DA
DO INTERESSE, LEALDADE ou da BOA-FÉ) INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS)

Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato


A nulidade da citação pode ser sanada pelo
processual que não houver influído na apuração da
comparecimento do acusado. É um caso
verdade substancial ou na decisão da causa.
excepcionalíssimo de nulidade absoluta que pode ser
sanada.
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os
atos decisórios, devendo o processo, quando for
Regra: Nulidade absoluta não está sujeita à
declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
convalidação. Porém, na citação defeituosa, o vício pode
ser sanado por meio do comparecimento do acusado.
# Jurisprudência Correlata

Art. 571. AS NULIDADES DEVERÃO SER ARGÜIDAS:


O STF, atualmente, vem admitindo a ratificação dos atos I - as da instrução criminal dos processos da
decisórios praticados por órgão jurisdicional competência do júri, nos prazos a que se refere o
absolutamente incompetente. Entendendo que, se não art. 406;
entrarem no mérito, até os atos decisórios podem ser
ratificados. II - as da instrução criminal dos processos de
competência do juiz singular e dos processos especiais,
salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos
prazos a que se refere o art. 500;
No caso de competência relativa (territorial - local do
crime), o descumprimento enseja nulidade relativa. Isto III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o
é, caso não seja arguida na 1ª oportunidade de art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo
manifestação, ocorre a preclusão e a consequente depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
convalidação. A sentença prolatada (que ocorre após IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II
toda a instrução processual) por juiz territorialmente do Livro II, logo depois de aberta a audiência;
incompetente convalida a referida incompetência
relativa V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo
depois de anunciado o julgamento e apregoadas as
Art. 568. A nulidade por ILEGITIMIDADE DO
partes (art. 447);
REPRESENTANTE DA PARTE poderá ser a TODO TEMPO
sanada, mediante RATIFICAÇÃO dos atos processuais. . VI - as de instrução criminal dos processos de
(RATIFICAÇÃO) competência do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o
Art. 569. As OMISSÕES da denúncia ou da queixa, da art. 500;
representação, ou, nos processos das contravenções VII - se verificadas após a decisão da primeira instância,
penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o
PODERÃO SER SUPRIDAS A TODO O TEMPO, ANTES DA julgamento do recurso e apregoadas as partes;
SENTENÇA FINAL. (SUPRIMENTO)
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em
sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem
Art. 570. A FALTA OU A NULIDADE DA CITAÇÃO, DA
INTIMAÇÃO OU NOTIFICAÇÃO ESTARÁ SANADA, desde
que o interessado compareça, antes de o ato consumar-
se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-
la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento
do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá
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MOMENTO DA NULIDADE MOMENTO PARA SUA QUE CONSTITUA ELEMENTO ESSENCIAL DO ATO),
ARGUIÇÃO CONSIDERAR-SE-ÃO SANADAS:

No processo sumário Até debates. I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de


Na instrução criminal dos Até debates orais ou acordo com o disposto no artigo anterior;
processos do juiz memoriais.
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o
singular e processos
especiais seu fim;

Na instrução criminal no Alegações orais. III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os
júri seus efeitos.
Ocorridas posteriormente Logo depois de
à pronúncia anunciado o julgamento
Nulidades relativas consideram-se SANADAS se:
e apregoadas as partes.
Razões de recurso ou
logo depois de ➊ Não forem arguidas, em tempo oportuno;
Ocorridas após decisão
da 1a instância anunciado julgamento
do recurso e
➋ Praticado por outra forma, ato atingiu seu fim;
apregoadas as partes.
No julgamento em Logo depois de
plenário, em audiência ou ocorrerem. ➌ Parte, ainda que tacitamente, aceitou seus efeitos.
em sessão do tribunal
Na instrução criminal dos Lei 8.039/90 Art. 573. Os ATOS, CUJA NULIDADE NÃO TIVER SIDO
processos de regulamenta. SANADA, na forma dos artigos anteriores, SERÃO
competência do STF e
TJ`s RENOVADOS OU RETIFICADOS.
Em suma, esse artigo trata da 1a oportunidade
para se manifestar, após a nulidade. § 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará
a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam
conseqüência. (PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE OU DA
CONSEQUENCIALIDADE)
Cuidado: Alegação de nulidade na quesitação do Júri
deve ocorrer logo em seguida à leitura dos quesitos e à
§ 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos
explicação dos critérios pelo juiz presidente, sob pena
a que ela se estende.
de preclusão.
Em regra, o reconhecimento de uma NA está limitado,
temporalmente, às instâncias recursais ordinárias. Em # Jurisprudência Correlata
sede de RE ou RESP, os Tribunais Superiores só
poderão se manifestar sobre uma NA se ela tiver sido NÃO GERA NULIDADE
objeto de prequestionamento. Mas isso não impede a
concessão HC de ofício em favor do acusado, desde que O julgamento com participação de magistrado
não haja supressão de instância. impedido, se seu voto não foi decisivo. É dizer,
excluindo-se o voto do impedido, o resultado da
votação permaneceria a mesma.
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, III, d (INTER-
A denúncia apresentada com ofensa ao princípio do
VENÇÃO DO MP) e, segunda parte (PRAZOS
promotor natural pode ser ratificada. Não viola esse
CONCEDIDOS À DEFESA E À ACUSAÇÃO), g (INTIMAÇÃO
princípio, se o Promotor que atua na vara criminal
SESSÃO DE JULGAMENTO, PELO JÚRi) e h (INTIMAÇÃO comum oferece denúncia contra o acusado na vara do
DAS TESTEMUNHAS ARROLADAS NO LIBELO E NA Tribunal do Júri e o Promotor que funciona neste juízo
CONTRARIEDADE), e IV (OMISSÃO DE FORMALIDADE
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especializado segue com a ação penal, participando


dos atos do processo até a pronúncia. # SOBRE A DENÚNCIA

A citação por edital que indica o dispositivo da lei A inépcia da denúncia deve ser arguida até a
penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, prolação da sentença, sob pena de preclusão.
ou não resuma os fatos em que se baseia.
Tanto a denúncia, quanto o ato de seu recebimento,
emanados de autoridades em razão da matéria,
são ratificáveis no juízo competente.
# Jurisprudência Correlata

CAUSAS DE NULIDADE ABSOLUTA


CONSEQUÊNCIA DA FALTA DE RESPOSTA ESCRITA

Suspeição do Juiz, não declarada;


NO PROCEDIMENTO NO PROCEDIMENTO DO
ORDINÁRIO e SUMÁRIO JÚRI
Julgamento pelo júri, quando os quesitos da defesa
não precedem aos das circunstâncias agravantes
(leia-se: qualificadoras e majorantes); NULIDADE ABSOLUTA NULIDADE RELATIVA
Só gera nulidade se o
Julgamento ulterior pelo júri com a participação de prejuízo for provado,
jurado que funcionou em julgamento anterior do pois a omissão pode ser
mesmo processo; estratégia da defesa.

Julgamento da apelação se, após a manifestação nos


autos da renúncia do único defensor, o réu não foi
previamente intimado para constituir outro. Súmula 155, STF: É relativa a nulidade do processo
criminal por falta de intimação da expedição de
precatória para inquirição de testemunha.

# Jurisprudência Correlata Súmula 160, STF: É nula a decisão do tribunal que acolhe,
contra o réu, nulidade (absoluta ou relativa) não arguida
no recurso da acusação, ressalvados os casos de
CAUSAS DE NULIDADE RELATIVA
recurso de ofício.
(Reconhecimento depende da comprovação do prejuízo)
Súmula 162, STF: É absoluta a nulidade do julgamento
Suspeição do membro do Ministério Público; pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem
aos das circunstâncias agravantes (leia-se:
Eventual irregularidade na informação acerca do qualificadoras e majorantes).
direito de permanecer em silêncio;
Atenção: Menção às agravantes abrange também as
Juntada tardia aos autos — após interrogatório— de
qualificadoras e majorantes. No que tange às
transcrições integrais de interceptações, pois partes
tem alegações finais para se manifestar, a respeito agravantes, essa Súmula perdeu sua razão de ser, uma
dela; vez que estas não são mais quesitadas aos jurados.
Quanto às qualificadoras e majorantes, no entanto, o
Falta de intimação da expedição de precatória para enunciado continua válido.
inquirição de testemunha.
Súmula 206, STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri
com a participação de jurado que funcionou em
julgamento anterior do mesmo processo.
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Súmula 351, STF: É nula a citação por edital de réu preso Atenção: Trata do procedimento dos crimes funcionais.
na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a STF não a aplica. Entende que mesmo na ação penal
sua jurisdição. instruída por inquérito policial é necessária a defesa
preliminar.
Súmula 361, STF: No processo penal, é nulo o exame
realizado por um só perito, considerando-se impedido o
que tiver funcionado, anteriormente, na diligência de Jurisprudëncia em Teses
apreensão.
Ed. 69 - Nulidades no Processo Penal

Atenção: A nova redação do art. 159 CPP exige apenas


um perito oficial (em regra) ou dois não oficiais. Ou seja, 1) A decretação da nulidade de ato processual requer
a nulidade ocorre somente quanto aos peritos não prova inequívoca do prejuízo suportado pela parte, em
oficiais. Em relação aos peritos oficiais a súmula está face do princípio pas de nullité sans grief, previsto no
ultrapassada. art. 563 do CPP.

Súmula 366, STF: Não é nula a citação por edital que 2) As nulidades surgidas no curso da investigação
indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva preliminar não atingem a ação penal dela decorrente.
a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que
se baseia. 3) As irregularidades relativas ao reconhecimento
pessoal do acusado não ensejam nulidade, uma vez que
Súmula 431, STF: É nulo o julgamento de recurso as formalidades previstas no art. 226 do CPP são meras
criminal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou recomendações legais.
publicação da pauta, salvo em "habeas corpus”
4) A ausência de intimação pessoal da Defensoria
Regra: a falta de intimação de defensor para a sessão Pública ou do defensor dativo sobre os atos do processo
de julgamento é causa de nulidade. Contudo, STF e STJ gera, via de regra, a sua nulidade.
podem deixar de declarar a nulidade se o vício não foi
arguido em momento oportuno. Em regra, a defesa não 5) A nulidade decorrente da ausência de intimação -
precisa ser intimada da sessão de julgamento de HC. No seja a pessoal ou por diário oficial - da data de
entanto, o impetrante poderá requerer expressamente julgamento do recurso não pode ser arguida a qualquer
que seja comunicado dessa data para realizar tempo, sujeitando-se à preclusão temporal.
sustentação oral. Nesse caso, se não for intimado
haverá nulidade. 6) O defensor dativo que declinar expressamente da
prerrogativa referente à intimação pessoal dos atos
Súmula 523, STF: No processo penal, a falta da defesa processuais não pode arguir nulidade quando a
constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o comunicação ocorrer por meio da imprensa oficial.
anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
7) A ausência de intimação da defesa sobre a expedição
Atenção: Falta de defesa significa defesa de precatória para oitiva de testemunha é causa de
indiscutivelmente deficiente, precária, desidiosa; não nulidade relativa.
significa necessariamente alguém sem advogado. Pode
ser chamada de uma “não defesa”. 8) A falta de intimação do defensor acerca da data da
audiência de oitiva de testemunha no juízo deprecado
Súmula 330, STJ: É desnecessária a resposta preliminar não enseja nulidade processual, desde que a defesa
de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, tenha sido cientificada da expedição da carta precatória.
na ação penal instruída por inquérito policial.
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9) A inversão da ordem prevista no art. 400 do CPP, que


trata do interrogatório e da oitiva de testemunhas de 20) O compartilhamento de dados obtidos pela Receita
acusação e de defesa, não configura nulidade quando o Federal com fundamento no art. 6º da Lei Complementar
ato for realizado por carta precatória, cuja expedição n. 105/2001, mediante requisição direta às instituições
bancárias no âmbito de processo administrativo fiscal,
não suspende o processo criminal.
é considerado nulo, para fins penais, se não decorrer de
expressa determinação judicial.
10) O falecimento do único advogado, ainda que não
comunicado o fato ao tribunal, poderá dar ensejo à Atenção: O STJ entende ser possível o
nulidade das intimações realizadas em seu nome. compartilhamento de informações sigilosas bancárias
entre instituições bancárias com a Receita Federal, sem
11) Na intimação pessoal do réu acerca de sentença de autorização judicial, para fins penais. O STF fixou tese
de repercussão geral, entendendo ser constitucional o
pronúncia ou condenatória, a ausência de apresentação
compartilhamento dos relatórios de inteligência
do termo de recurso ou a não indagação sobre sua financeira da UIF e da íntegra do procedimento
intenção de recorrer não gera nulidade do ato. fiscalizatório da Receita Federal, que define o
lançamento do tributo, com os órgãos de persecução
12) A inquirição das testemunhas pelo Juiz antes que penal para fins criminais, sem a obrigatoriedade de
seja oportunizada às partes a formulação das prévia autorização judicial, devendo ser resguardado o
perguntas, com a inversão da ordem prevista no art. 212 sigilo das informações em procedimentos formalmente
instaurados e sujeitos a posterior controle jurisdicional
do CPP, constitui nulidade relativa.
(STJ, 2020).

13) A falta de comunicação ao acusado sobre o direito


de permanecer em silêncio é causa de nulidade relativa, Espaço p/ anotações:
cujo reconhecimento depende da comprovação do
prejuízo.

14) A ausência do oferecimento das alegações finais em


processos de competência do Tribunal do Júri não
acarreta nulidade, uma vez que a decisão de pronúncia
encerra juízo provisório acerca da culpa.

15) As nulidades existentes na decisão de pronúncia


devem ser arguidas no momento oportuno e por meio
do recurso próprio, sob pena de preclusão.

16) A instauração de inquérito policial em momento


anterior à constituição definitiva do crédito tributário
não é causa de nulidade da ação penal, se evidenciado
que o tributo foi constituído antes de sua propositura.

18) A utilização da técnica de motivação per relationem


não enseja a nulidade do ato decisório, desde que o
julgador se reporte a outra decisão ou manifestação dos
autos e as adote como razão de decidir.

19) São nulas as provas obtidas por meio da extração de


dados e de conversas privadas registradas em correio
eletrônico e redes sociais (v.g. whatsapp e facebook)
sem a prévia autorização judicial.
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TÍTULO II - DOS RECURSOS EM GERAL


PRINCÍPIO DA Uma impugnação adequada pode ser
CONVOLAÇÃO recebida e conhecida como outra,
quando for mais vantajosa ao
RECURSOS AÇÕES AUTÔNOMAS DE recorrente.
IMPUGNAÇÃO

Partes não são obrigadas a recorrer.


Interpostos na mesma HC e Revisão Criminal.
relação jurídica PRINCÍPIO DA NINGUÉM É OBRIGADO A RECORRER
processual. VOLUNTARIEDADE (nem mesmo o Dativo)
DOS RECURSOS
Aplicável ao MP e aos Defensores
Públicos, dativos ou constituídos.

PRINCÍPIOS DOS RECURSOS


Após a interposição do recurso,
recorrente pode voltar atrás, seja po
Reexame integral da matéria de fato meio de renúncia ou da desistência
e direito da decisão do juízo a quo. do recurso.

Acusados com foro por prerrogativa Não se aplica ao MP.


PRINCÍPIO DA
de função não possuem direito ao
DISPONIBILIDADE Art. 576. MP não poderá desistir de
duplo grau, mas tem direito aos
recursos extraordinários (RE e recurso que haja interposto.
RESP) e a embargos de declaração.
DUPLO GRAU DE Perceba que MP não é obrigado a
Tais recursos não materializam o
JURISDIÇÃO recorrer, mas se recorreu não pode
duplo grau de jurisdição, pois não há
desistir desse recurso.
devolução da matéria de fato
(probatória). Só de direito.
Recorrente deve declinar os motivos
Ex: Promotor (prerrogativa de foro no
pelos quais pede o reexame da
TJ), não tem direito ao duplo grau de PRINCÍPIO DA decisão, pois, só assim, pode a parte
jurisdição, só pode interpor os DIALETICIDADE contrária apresentar suas
recursos acima.
contrarrazões.

Não se admite mais de um recurso,


Apresentadas as razões, o
simultaneamente, contra a mesma
recorrente não pode complementar o
decisão. Só um para cada.
recurso com novas razões
PRINCÍPIO DA (preclusão consumativa).
Exceções: (interposição simultânea PRINCÍPIO DA
UNIRRECORRIBI- de 2 ou + recursos, diante de uma COMPLEMENTA- Exceção: Admite-se que o recorrente
LIDADE única decisão) RIEDADE as complemente, se, no julgamento
(SINGULARIDADE
de ED interpostos pela parte
OU UNICIDADE) 1) RE e RESP (Capítulos autônomos);
contrária, for criada nova
2) RE e ED; sucumbência em virtude da alteração
ou integração da decisão (efeitos
3) RE|RESP e Embargos Infrigentes infringentes).
ou Embargos de Nulidade.
Recurso deve ser julgado por um
Interposição de recurso inadequado órgão colegiado.
não impede seu conhecimento como PRINCÍPIO DA
se fosse o recurso correto. COLEGIALIDADE Obs. Previsão do CPC de que o
relator pode decidir
PRINCÍPIO DA Se o juiz, desde logo, reconhecer a monocraticamente não se aplica ao
FUNGIBILIDADE impropriedade do recurso interposto pela processo penal. Aqui, não é cabível o
parte, mandará processá-lo de acordo julgamento monocrático de recursos.
com rito do recurso cabível

Pressuposto: ausência de má-fé.


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Em recurso exclusivo da acusação, a NON REFORMATIO IN NON REFORMATIO IN


situação do acusado pode ser PEJUS DIRETA PEJUS INDIRETA
melhorada, seja para aplicar causas
de diminuição de pena ou atenuantes
PRINCÍPIO DA não reconhecidas pelo juízo a quo, Em recurso exclusivo Em recurso exclusivo da
REFORMATIO IN seja para excluir qualificadoras da defesa, o juízo ad defesa, caso a decisão de 1ª
MELLIUS constantes da decisão impugnada, quem não pode agravar instância venha a ser
podendo inclusive absolvê-lo.
situação do acusado. anulada, o acusado não
pode ter sua situação
agravada quando do novo
PRINCÍPIO DA julgamento. Esse efeito que
NON REFORMATIO decisão nula produz (de
IN PEJUS impedir que a nova decisão
VIDE ABAIXO.
agrave a situação do
(EFEITO
PRODRÔMICO DA acusado) é denominado de
SENTENÇA) EFEITO PRODRÔMICO.

Tem aplicação inclusive


nos casos de nulidade por
incompetência absoluta.
Pena não pode ser
agravada pelo Juiz
PRINCÍPIO DA NON REFORMATIO IN PEJUS competente.

Exceção a non reformatio


▪ Previsão expressa no CPP.
In pejus: no 2º julgamento
▪Em recurso exclusivo da defesa (aplica-se ao HC e do Júri, jurados podem
RC), a situação do acusado não pode ser reconhecer qualificadoras
agravada/prejudicada, seja do ponto de vista e causas de aumento não
quantitativo ou qualitativo (mudança de regime) ou reconhecidas no
até mesmo se o erro for material ou de cálculo julgamento anterior
aritmético (Juiz errou na quantidade da pena). anulada, o que possibilitará
o agravamento da situação
▪Não cabe recurso adesivo do MP, no âmbito penal, do acusado.
pois violaria o reformatio in pejus (em sede de
recurso interposto exclusivamente pela defesa) e Porém, caso no 2ª
geraria indiretamente a revisão da coisa jugada (já julgamento, a decisão dos
ocorrida) em favor da acusação. jurados seja idêntica à 1ª
decisão, o Juiz-Presidente
▪Não caracteriza reformatio in pejus: a decisão de TJ não pode agravar a
que, ao julgar recurso de apelação exclusivo da situação do acusado por
defesa, mantém a reprimenda aplicada pelo ocasião da fixação da pena.
magistrado de 1o grau, porém com fundamentos
diversos daqueles adotados na sentença. Juiz pode
reavaliar CJ’s, desde que não aumente a pena. Não Espaço p/ anotações:
houve prejuízo da reforma.

▪ Caracteriza manifesta ilegalidade, por violação ao


princípio da “non reformatio in pejus”, a majoração da
pena de multa por tribunal, na hipótese de recurso
exclusivo da defesa. Isso porque, na apreciação de
recurso exclusivo da defesa, o tribunal não pode
inovar na fundamentação da dosimetria da pena,
contra o condenado, ainda que a inovação não resulte
em aumento da pena final. (Info 1013, STF, 2021)
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▪Divergência entre acusado


▪ No processo penal, o
e seu defensor: Prevalece a
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL prazo conta-se a partir da vontade de quem quer
(JUÍZO DE PRELIBAÇÃO) efetiva intimação recorrer.

Súmula 705, STF: “A


JUÍZO DE PRELIBAÇÃO É FEITO PELO: renúncia do réu ao direito
▪MP e defensores dativos
de apelação, manifestado
não possuem prazo em
sem a assistência do
dobro no âmbito processual
1) JUÍZO A QUO: contra a decisão de quem se recorre. defensor, não impede o
penal.
conhecimento da apelação
2) JUÍZO AD QUEM: para quem se recorre. por este interposta.”
▪ DPE possui direito ao
II – EXTINTIVO:
prazo em dobro
Expressão “conhecimento”: juízo de admissibilidade
▪ Ocorrem após a
(Presença do pressupostos de admissibilidade.)
interposição do recurso.
STF/2019: Não é São eles:
extemporâneo o recurso
Expressão “provimento”: mérito recursal. interposto antes da 1) Desistência: Ocorre após
publicação do acórdão. Sob a interposição do recurso.
o ângulo da oportunidade, a Não quer mais prosseguir.
publicação do acórdão
impugnado é elemento
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DE ADMISSIBILIDADE neutro, podendo a parte, 2) Deserção: falta de
RECURSAL ciente da decisão proferida, preparo do recurso do
protocolar o recurso. querelante em crimes de
CABIMENTO ADEQUAÇÃO ação penal privada.

▪Deve haver previsão legal ▪ Para cada decisão, há um


de recurso contra decisão. único recurso cabível
(unirrecorribilidade). PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS DE ADMISSIBILIDADE
▪ Em regra, as decisões RECURSAL
interlocutórias no processo ▪ Requisitos para aplicação
penal são irrecorríveis, do princípio da
salvo se listadas no artigo fungibilidade: LEGITIMIDADE INTERESSE RECURSAL
581 do CPP (RESE). RECURSAL
1) Não pode decorrer de
Ex: Juiz indefere pergunta à erro grosseiro.
testemunha. Não há Réu tem capacidade Interesse está associado à
recurso. O máximo que a 2) Que haja boa-fé. postulatória autônoma e sucumbência.
parte pode fazer é impetrar distinta da de seu
MS ou HC. 3) Recurso errado deve ter advogado. No entanto, no Sucumbir: situação de
sido interposto no prazo do recurso interposto pelo réu desvantagem jurídica
correto. não é ele que apresenta as oriunda da emergente
razões. decisão recorrida.

TEMPESTIVIDADE INEXISTÊNCIA DE FATO Não se admitirá, entretanto,


Assistente da acusação recurso da parte que não
também pode se habilitar tiver interesse na reforma
▪ Recurso deve ser I- IMPEDITIVO: (seu recurso é subsidiário). ou modificação da decisão.
interposto no prazo legal,
sob pena de preclusão ▪ Ocorrem antes da É possível a interposiçãp de
temporal. interposição do recurso; recurso pelo MP na ação
penal privada? Só em favor
▪ Renúncia ao direito de do querelado.
▪ Nas intimações realizadas recorrer;
na sexta, o prazo começa a Porém, caso o querelante
Renúncia: antes da
▪ não recorra de sentença
fluir a partir do próximo dia
interposição do recurso; absolutória em crimes de
útil – segunda.
ação penal privada, ao MP
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não será permitido recorrer.


(Princípio da Consiste no impedimento de
disponibilidade) produção de efeitos da decisão
recorrida em virtude da
Na ação penal privada, o
interposição de um recurso.
querelante é titular da ação
penal e só ele pode apelar
Nem todos os recursos criminais
(sentença absolutória). O EFEITO possuem.
MP oficia como "custus SUSPENSIVO
legis", zelando pelo
Apelação tem efeito suspensivo?
princípio da indivisibilidade
da ação.
▪ Contra sentença absolutória
própria: NÃO.

▪ Contra sentença absolutória


EFEITOS DOS RECURSOS imprópria: SIM.

▪ Contra sentença condenatória:


EFEITO Interposição de um recurso tem a tem ES INDIRETO - condenação só
OBSTATIVO força de impedir a preclusão terá efeito após o julgamento do
temporal e o trânsito em julgado, recurso.
que só ocorrem após o julgamento
dele.
Permite ao próprio Juiz que decidiu
retratar-se (juízo de retratação) da
Todo recurso possui esse efeito. É decisão antes de remeter ao juízo
a transferência ao órgão ad quem ad quem.
EFEITO
do reexame da decisão impugnada.
REGRESSIVO Cabível em 3 RECURSOS:
(ITERATIVO ou 1) RESE;
Extensão do efeito devolutivo
DIFERIDO)
obedece, em regra, ao princípio
tantum devolutum quantum 2) Carta testemunhável;
appellatum - conhecimento do
3) Agravo em Execução (LEP).
Tribunal fica condicionado àquilo
que foi objeto de impugnação por
parte do recorrente. EFEITO Recurso interposto por 1 dos
EXTENSIVO ou acusados aproveitará aos demais,
EFEITO EXPANSIVO se não for fundado em motivos
DEVOLUTIVO Em regra, esse brocardo só se (Concurso de exclusivamente pessoais.
aplica à acusação, pois as matérias Crimes) Extensão só se for em benefício.
favoráveis ao acusado podem ser
reconhecidas até mesmo quando
não há recurso da defesa. EFEITO Julgamento proferido pelo Tribunal
SUBSTITUTIVO tem o condão de substituir a
decisão recorrida.
CUIDADO: a petição de
interposição e petição de razões
não se confundem. Efeito Devolução ao juízo “ad quem” de toda a
devolutivo é delimitado na petição matéria (de ordem pública) não
de interposição do recurso. EFEITO atingida pela preclusão.
TRANSLATIVO
▪ Uma vez interposto, devolve ao
Tribunal o poder de apreciar qualquer
matéria em favor ou contra qualquer
das partes.
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▪Só tem 1 recurso com esse efeito CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS


no processo penal: Recurso de
Ofício.
Art. 574. Os recursos serão voluntários,
excetuando-se os seguintes casos, EM QUE DEVERÃO
SER INTERPOSTOS, DE OFÍCIO, PELO JUIZ:
Súmula 160, STF: É nula a decisão do tribunal que acolhe,
contra o réu, nulidade não arguida no recurso da I - da sentença que conceder habeas corpus;
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício
(princípio da non reformatio in pejus). II - da que absolver desde logo o réu com fundamento
na existência de circunstância que exclua o crime ou
Súmula 431, STF: É nulo o julgamento de recurso isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
criminal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou
publicação da pauta, salvo em habeas corpus. # TUDO QUE VOCÊ PRECISAR SABER SOBRE O
RECURSO DE OFÍCIO
Súmula 705, STF: A renúncia do réu ao direito de (ou REEXAME NECESSÁRIO)
apelação, manifestada sem a assistência do defensor,
Exceção à voluntariedade dos
não impede o conhecimento da apelação por este
CONCEITO recursos (interposto por força da lei),
interposta. ou seja, não depende da
voluntariedade das partes.
Súmula 709, STF: Salvo quando nula a decisão de
NATUREZA Condição de eficácia da sentença.
primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a JURÍDICA
rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento
Decisões potencialmente prejudiciais à
dela. sociedade, por serem muito favoráveis
FUNDAMENTO
ao réu (temerárias).
Súmula 267, STJ: A interposição de recurso, sem efeito
DECISÕES Não é cabível das decisões colegiadas,
suspensivo, contra decisão condenatória não obsta a COLEGIADAS ainda que em processo originário. Só
expedição de mandado de prisão. monocrática.

Não transita em julgado a sentença


Súmula 347, STJ: O conhecimento de recurso de por haver omitido o recurso ‘ex officio’,
SÚMULA No 423
apelação do réu independe de sua prisão. do STF que se considera interposto ‘ex lege’.

Súmula 604, STJ: O mandado de segurança não se 1) Concessão de HC;


presta para atribuir efeito suspensivo a recurso 2) Concessão de Reabilitação;
criminal interposto pelo Ministério Público. 3) Absolvição ou Arquivamento de
04 HIPÓTESES DE IPL em crime contra a economia
Atenção: Já que não cabe MS, o MP poderia propor uma CABIMENTO popular e contra a saúde pública;
medida cautelar para tentar obter efeito suspensivo do 4) Indeferimento liminar pelo
recurso. É o que ocorre, por exemplo, no caso do RESE relator, no Tribunal, da ação de
e dos recursos especial e extraordinário. Nesse sentido: revisão criminal, quando pedido
não estiver suficientemente
É admissível o ajuizamento de ação cautelar inominada
instruído;
para atribuir efeito suspensivo a RESE interposto pelo
MP contra decisão que substituiu a prisão preventiva da Devolve-se a integralidade da
Paciente pela domiciliar. Inaplicável, ao caso, a Súmula EFEITO demanda.
nº 604 do STJ, que é específica ao proibir o uso do DEVOLUTIVO “ É nula a decisão do tribunal que
INTEGRAL acolhe, contra o réu, nulidade não
mandado de segurança como via de atribuição de efeito
arguida no recurso da acusação,
suspensivo a recurso criminal da Acusação. (STJ, 2018) ressalvados os casos de recurso de
ofício”.
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Associado ao Princípio da
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por Instrumentalidade das formas.
erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem
seguimento ou não forem apresentados dentro do Requisitos:
prazo. PRINCÍPIO DA I - Ausência de má-fé;
FUNGIBILIDADE II - Ausência de erro grosseiro
(necessária existência de dúvida
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de objetiva quanto ao recurso
recurso que haja interposto. cabível na hipótese);
III - Interposição do recurso
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo errado no prazo do recurso
correto.
Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu
procurador ou seu defensor.
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um
da parte que não tiver interesse na reforma ou dos réus, se fundado em motivos que não sejam de
modificação da decisão. caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos
outros. (EFEITO EXTENSIVO DAS DECISÕES JUDICIAIS
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por FAVORÁVEIS)
termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu
representante. # Jurisprudência Correlata

§ 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, Esse dispositivo não será aplicado quando:
o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na
presença de duas testemunhas. I - Réu que estiver requerendo a extensão da decisão
não participar da mesma relação jurídico-processual
§ 2o A petição de interposição de recurso, com o daquele que foi beneficiado. Neste caso, o requerente
despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do será parte ilegítima;
prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da
juntada a data da entrega. II - se invoca a extensão da decisão para outros
processos que não foram examinados pelo órgão
§ 3o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob julgador. (STF, 2017)
pena de suspensão por 10 A 30 DIAS, fará conclusos os
autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.
Espaço p/ anotações:
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será
prejudicada pela interposição de um recurso por outro.
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a
impropriedade do recurso interposto pela parte,
mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso
cabível

#SELIGANADIFERENÇA #VAICAIR

Uma impugnação adequada


PRINCÍPIO DA pode ser recebida e conhecida
CONVOLAÇÃO como outra, quando for mais
vantajosa ao recorrente.
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Só pode ser usado quando não


CAPÍTULO II - DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
couber outro recurso contra a
decisão.
# SOBRE O RESE
Ex: juiz declarou extinta a
punibilidade (ex. prescrição).
UTILIZAÇÃO Cabe RESE (inciso VIII), desde
Hipóteses do art. 581 são
RESIDUAL DO que tenha ocorrido em uma
TAXATIVAS, MAS ADMITEM
RESE decisão interlocutória no
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA,
desde que o faça para abranger processo de conhecimento.
hipóteses semelhantes.
▪Se o reconhecimento ocorreu
Não confunda: Não se admite na execução, cabe agravo em
interpretação analógica execução; na sentença, cabe
apelação.
Exemplos de admissão de RESE
por interpretação extensiva:
Interposição: 5 DIAS.
Ex1: decisão que não receber o
aditamento da denúncia é PRAZOS Razões: 2 DIAS.
passível de RESE.
Contrarrazões: 2 DIAS

INTERPRETAÇÃO Ex2: decisão que revoga


Há juízo de retratação (2 dias).
EXTENSIVA DAS medidas cautelares diversas da
HIPÓTESES DE prisão (MCDP) (ex, Com ou sem contrarrazões,
CABIMENTO DE comparecimento periódico em recurso será concluso ao juiz,
RESE (ART. 581) juízo) é passível de RESE. que, em 2 dias, reformará ou
Fundamento: Ato de revogar sustentará seu despacho,
prisão preventiva é similar ao mandando instruir recurso com
de revogar MCDP. traslados necessários.

EFEITO OBS: Se o juiz reformar, a parte


Ex3: a decisão que indefere a contrária, por simples petição,
produção antecipada de provas REGRESSIVO
(ITERATIVO OU pode recorrer da nova decisão,
com base no art. 366 deve ser se couber recurso, não sendo
vista, para fins de recurso, como DIFERIDO)
mais lícito ao juiz modificá-la.
sendo uma decisão que “ordena Neste caso, independentemente
a suspensão do processo”, por de novos arrazoados, subirá
isso, é passível de RESE. recurso nos próprios autos ou
em traslado
Ex4: a decisão que concede,
(VEDADO UM 2o JUÍZO DE
nega ou revoga a suspensão
RETRATAÇÃO)
condicional do processo é
passível de RESE.
Regra: Efeito devolutivo e não
tem efeito suspensivo.
Contudo, não se admite a
interpretação extensiva em ▪ RESE terá efeito suspensivo:
hipóteses absolutamente EFEITOS
contrárias à lei - situações que 1) Perda de fiança;
evidentemente o legislador quis
excluir. Ex: contra o 2) Quebramento de fiança;
recebimento da denúncia.
3) Denegação de apelação;
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4) Pronúncia. XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;

▪Efeito Suspensivo do RESE na XVI - que ordenar a suspensão do processo, em


pronúncia: suspende só o virtude de questão prejudicial;
EFEITOS julgamento.
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
▪ ES do RESE da quebra de (REVOGADO PELA LEP. CABE AGRAVO DE
fiança: suspende só o efeito de EXECUÇÃO)
perda da metade do seu valor.
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de
transitar a sentença em julgado; (REVOGADO PELA
Art. 581. CABERÁ RECURSO, NO SENTIDO LEP. CABE AGRAVO DE EXECUÇÃO)
ESTRITO, DA DECISÃO, DESPACHO OU SENTENÇA: XX - que impuser medida de segurança por
I - que NÃO RECEBER a denúncia ou a queixa; transgressão de outra; (REVOGADO PELA LEP. CABE
AGRAVO DE EXECUÇÃO)
II - que concluir pela INCOMPETÊNCIA do juízo;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de
III - que julgar PROCEDENTES AS EXCEÇÕES, SALVO
segurança, nos casos do art. 774; (REVOGADO PELA
a de SUSPEIÇÃO;
LEP. CABE AGRAVO DE EXECUÇÃO)
IV – que pronunciar o réu;
XXII - que revogar a medida de segurança;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar (REVOGADO PELA LEP. CABE AGRAVO DE
inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão EXECUÇÃO)
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança,
provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
nos casos em que a lei admita a revogação;
VI - (Revogado). (REVOGADO PELA LEP. CABE AGRAVO DE
EXECUÇÃO)
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu
valor; XXIV - que converter a multa em detenção ou em
prisão simples. (REVOGAÇÃO TÁCITA PELA CF/88)
VIII - que DECRETAR A PRESCRIÇÃO ou julgar, por
outro modo, extinta a punibilidade; XXV - QUE RECUSAR HOMOLOGAÇÃO À PROPOSTA
DE ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, previsto
IX - que INDEFERIR O PEDIDO DE
no art. 28-A desta Lei. (2019)
RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO ou de outra
causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de HABEAS Em relação ao inciso V, ressalte-se que as decisões
CORPUS; da autoridade policial nos casos de fiança não podem
ser impugnadas por meio de RESE.
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão
condicional da pena; (REVOGADO PELA LEP. CABE
AGRAVO DE EXECUÇÃO) Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal
de Apelação, salvo nos casos V (conceder, negar,
XII - que conceder, negar ou revogar livramento
arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir
condicional; (REVOGADO PELA LEP. CABE AGRAVO
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la,
DE EXECUÇÃO)
conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no flagrante), X (conceder ou negar HC) e XIV (incluir jurado
todo ou em parte; na lista geral ou desta o excluir).
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o
excluir;
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Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV (incluir prazo SERÁ de 20 DIAS, contado da data da publicação
jurado na lista geral ou desta o excluir), será para o definitiva da lista de jurados.
presidente do Tribunal de Apelação.
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por
instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou
Art. 583. SUBIRÃO NOS PRÓPRIOS AUTOS os
em requerimento avulso, as peças dos autos de que
recursos:
pretenda traslado.
I - quando interpostos de oficio;
II - nos casos do art. 581, I (não recebimento da Parágrafo único. O traslado SERÁ extraído, conferido e
denúncia ou queixa), III (procedência das exceções, concertado no prazo de 5 DIAS, e dele constarão
salvo suspeição), IV (pronúncia), VI, VIII (prescrição ou SEMPRE a decisão recorrida, a certidão de sua
julgar, por outro modo, extinta a punibilidade) e X intimação, se por outra forma não for possível verificar-
(conceder ou negar HC) se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição.

III - quando o recurso não prejudicar o andamento do Art. 588. Dentro de 2 DIAS, contados da interposição do
processo.
recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o
traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido
traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer por igual prazo.
deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem
sido ainda intimados da pronúncia. Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado
do prazo na pessoa do defensor.
Art. 584. Os RECURSOS TERÃO EFEITO SUSPENSIVO
nos casos de perda da fiança, de concessão de Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será
livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do o recurso concluso ao juiz, que, dentro de 2 DIAS,
art. 581. reformará ou sustentará o seu despacho, mandando
instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem
§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia necessários.
ou no caso do no VIII do art. 581 (prescrição ou julgar,
por outro modo, extinta a punibilidade), aplicar-se-á o Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho
disposto nos arts. 596 e 598. recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá
recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo
§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso,
julgamento. independentemente de novos arrazoados, subirá o
recurso nos próprios autos ou em traslado.
§ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a
fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o
metade do seu valor. traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o
dobro.
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão
depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou
que a lei a admitir. tribunal ad quem, dentro de 5 DIAS da publicação da
resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no do mesmo prazo.
prazo de 5 DIAS.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV (INCLUSÃO DE quem, deverão os autos ser devolvidos, dentro de 5
JURADO NA LISTA GERAL OU DESTA O EXCLUIR), o DIAS, ao juiz a quo.
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CAPÍTULO III - DA APELAÇÃO # INTERDISCIPLINARIEDADE


# HIPÓTESES DE CABIMENTO DA APELAÇÃO
1) Decisão homologatória da
APELAÇÃO transação;
Lei nº 9.099/95
É um recurso ordinário por (Juizados 2) Decisão que rejeita a peça
excelência, pois possibilita ao Tribunal Especiais acusatória (denúncia ou
CONCEITO Criminais) queixa);
o reexame de toda a matéria de fato e
de direito. 3) Decisão de mérito.

Interposição: 5 dias. ▪ 1º Fase


Apresentação das razões e
A) Impronúncia
contrarrazões:
B) Absolvição sumária
Crimes: 8 dias
Assistente de Acusação: 3 dias Nas decisões do Tribunal do
Contravenções Penais: 3 dias Júri, a apelação tem
fundamentação vinculada - não
PRAZOS
sendo possível devolver ao
OBS1. Ausência de razões ou Tribunal toda a matéria decidida
contrarrazões à apelação do MP e no 1º grau (fato, direito e prova),
defesa não é causa de nulidade, se mas apenas aquilo que a lei
houve a regular intimação. delimita.
OBS2. Apresentação das contarrazões ▪ No juízo rescindente, Tribunal
fora do prazo é mera irregularidade. limita-se a desconstituir a
decisão anterior. No juízo
Sentença Absolutória: não tem efeito rescisório, Tribunal substitui
EFEITO suspensivo decisão anterior por outra.
SUSPENSIVO I - Nulidade posterior à
Sentença Condenatória: tem efeito
suspensivo pronúncia: O Tribunal praticará
PROCEDIMENTO apenas juízo rescendente
DO JÚRI (anulação do ato viciado).
II - Sentença do juiz presidente
CLASSIFICAÇÃO contraria à lei expressa ou à
decisão dos jurados: ocorre
juízo rescindente e rescisório,
APELAÇÃO Possível apelar contra todo conteúdo de forma a anular a decisão do
PLENA e (plena) da sentença ou apenas de juiz e prolatar uma nova de
PARCIAL uma parte (restrita) acordo com o veredicto do
Conselho de Sentença.
III - Erro ou injustiça no tocante
A principal é interposta pela parte
APELAÇÃO principal. à aplicação da pena: ocorre o
PRINCIPAL e juízo rescindente e o rescisório.
SUBSIDIÁRIA Subsidiária: interposta pelo
assistente da acusação, que só pode IV - Decisão dos jurados
recorrer se o MP não o fizer. manifestamente contrária à
prova dos autos: apenas o juízo
Ordinária: prevista nos crimes rescindente (anula a decisão e
APELAÇÃO punidos com reclusão; baixa os autos para que novo
ORDINÁRIA e júri seja formado). Essa
SUMÁRIA Sumária: demais hipóteses (não apelação é cabível apenas uma
existe a figura do revisor). vez.
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decisão que recusar a homologação da proposta de


▪ Casos em que o juiz declaraa acordo de colaboração premiada. De todo modo, como
culpabilidade do acusado e lhe existe dúvida objetiva quanto ao recurso cabível, não
SENTENÇA impõe uma pena ou absolve-o
constitui erro grosseiro caso a parte ingresse com
DEFINITIVA DE por uma das causas legais.
CONDENAÇÃO correição parcial contra a decisão do magistrado.
OU ABSOLVIÇÃO Assim, mesmo sendo caso de apelação, se a parte
PROFERIDA POR Obs: Perdão Judicial não tem ingressou com correição parcial no prazo de 5 dias, é
JUIZ SINGULAR natureza condenatória. Por possível conhecer da irresignação como apelação,
isso, cabe RESE. Entretanto, aplicando-se o princípio da fungibilidade recursal (art.
dentro da sentença
579 do CPP). (Info 683, STJ, 2020)
condenatória, cabe apelação.

▪ Apelação aqui é subsidiária ao ▪ Há ofensa ao non reformatio in pejus indireta quando


DECISÕES
RESE. decisão de Tribunal Superior coloca o sentenciado em
DEFINITIVAS
ou situação pior a que ele tinha antes do HC.
COM FORÇA DE ▪ Decisão definitiva: juiz decide
DEFINITIVAS, mérito e extingue processo,
Caso concreto: sentença condenou o réu a 10 anos de
PROFERIDAS porém sem condenar ou
absolver acusado. reclusão. Defesa apelou. TJ reduziu a pena para 9 anos.
POR JUIZ
SINGULAR, NOS Essa decisão transitou em julgado para ambas as
Ex: Julgamento de HC; decisão
CASOS EM QUE que declara extinta punibilidade partes. Defesa impetrou HC junto ao STJ, que concedeu
NÃO FOR (têm previsão de RESE, não a ordem para anular o acórdão do TJ por ausência de
CABÍVEL RESE prévia intimação. TJ rejulgou a apelação e manteve a
cabe apelação).
condenação, fixando a pena em 9 anos (como na 1ª vez).
Contra este 2º acórdão o MP interpôs recurso especial.
Art. 593. Caberá APELAÇÃO no PRAZO de 5 DIAS: STJ deu provimento ao RESP para aumentar a pena do
réu para 10 anos (como na sentença). (Info 663, STJ)
I - das sentenças definitivas de condenação ou
absolvição proferidas por juiz singular; III - das DECISÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI, quando
(RECURSO DE FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA):
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas,
proferidas por juiz singular nos casos não previstos no a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
Capítulo anterior;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei
# Jurisprudência Correlata expressa ou à decisão dos jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da


▪ Não cabe MS contra ato jurisdicional que defere o
pena ou da medida de segurança;
desbloqueio de bens e valores, pois se trata de decisão
definitiva, ainda que não julgue o mérito da ação,
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária
colocando fim ao procedimento incidente. Por essa
à prova dos autos.
razão, o instrumento processual adequado é a apelação.
(Info 667, STJ)
# Jurisprudência Correlata (09/2021)

▪ Apelação criminal é o recurso adequado para


impugnar a decisão que recusa a homologação do Quando a apelação é interposta com fundamento no art.
acordo de colaboração premiada, mas ante a existência 593, III, "d", o Tribunal tem o dever de analisar se
de dúvida objetiva é cabível a aplicação do princípio da existem provas de cada um dos elementos essenciais
fungibilidade. Em razão da lacuna na lei, o STJ entende do crime, ainda que não concorde com o peso que lhes
que a apelação é o recurso adequado para confrontar a deu o júri.
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consequente compete ao júri. A cognição judicial


Como decorrência do mandamento constitucional (art. encerra-se com o primeiro juízo, o da existência das
93, IX, da CF) de fundamentação das decisões judiciais, provas: se positivo, a apelação deve ser desprovida,
o órgão julgador da apelação prevista no art. 593, III, "d", porque não incumbe ao Tribunal prosseguir ao juízo
do CPP deverá examinar as provas existentes e, caso consequente; se negativo, quando o veredito for
rejeite a tese defensiva, demonstrar quais elementos completamente dissociado das provas (rectius: quando
probatórios dos autos embasam (I) a materialidade e (II) não houver prova de algum dos elementos essenciais
autoria delitivas, bem como (III) a exclusão de alguma do crime), a sentença é anulada.
causa descriminante suscitada pela defesa.
Referindo-se aos termos consagrados pela doutrina,
Ou seja: cada um dos elementos essenciais do delito - diante de uma apelação que aponta manifesta
além das causas excludentes de ilicitude ou contrariedade entre as provas dos autos e o veredito
culpabilidade eventualmente tratadas pelo réu - deve (dimensão horizontal da cognição, ou a delimitação do
ser analisado, ainda que sucintamente, pelo Tribunal. Se objeto sobre o qual será exercida), o julgador somente
a apelação defensiva argumenta, por exemplo, que o pode aprofundar-se até determinado ponto: a existência
veredito é nulo por inexistirem provas de autoria, a (ou não) de provas aptas a dar supedâneo ao veredito.
Corte local não pode elencar, em seu acórdão, somente Trata-se de uma cognição parcial, no aspecto horizontal
as provas de materialidade para rejeitar a pretensão do - já que a apelação contra sentença do tribunal do júri é
apelante, sob pena de grave omissão. de fundamentação vinculada; e, no plano vertical,
embora não seja sumária, também não é exauriente,
É certo que não cabe aos juízes togados empreender um limitando-se a constatar se existem provas relativas à
profundo exame das provas dos autos, porque tal tese acatada pelos juízes leigos.
missão cabe ao júri. No entanto, ao julgar a apelação, o
Tribunal não pode se imiscuir no mérito do Se o Tribunal exceder tais limites e realizar o juízo
sopesamento do conjunto probatório, mas tem a consequente, terá afrontado a soberania dos vereditos
obrigação de apontar se, para cada um dos elementos prevista no art. 5º, XXXVIII, "c", da CF; se, por outro lado,
do delito, existem provas de sua ocorrência, ainda que exagerar na postura de autocontenção e não fizer
não concorde com a conclusão dos jurados a seu sequer o juízo antecedente, incorrerá em nulidade por
respeito. negativa de prestação jurisdicional.

Em outras palavras, há dois juízos distintos feitos pelo As considerações quanto ao poder de convencimento de
magistrado ao se debruçar sobre as provas que cada prova existente situam-se um nível cognitivo mais
embasam uma condenação por crime doloso contra a profundo verticalmente, que é privativo dos jurados.
vida. Aliás, pode-se mesmo argumentar que, considerando o
sistema de íntima convicção e o princípio constitucional
O primeiro deles, de natureza antecedente, analisa a da plenitude da defesa (art. 5º, XXXVIII, "a", da
existência das provas, e é isso que deve o Tribunal fazer Constituição da República), a cognição vertical dos
ao julgar uma apelação fundada no art. 593, III, "d", do jurados é talvez a mais profunda de qualquer decisão
CPP. judicial no direito brasileiro, porquanto guiada não só
por aspectos jurídicos, mas permeada também pelos
O segundo deles, o consequente, se refere ao grau de valores, crenças, caracteres individuais e concepções
convencimento pessoal do julgador pelo conjunto supralegais de justiça de cada um.
probatório existente, a fim de aferir se é adequado ou
não para condenar o réu. São tênues, de fato, as linhas que delimitam a atividade
cognitiva do magistrado em processos dessa espécie,
No julgamento de crimes dolosos contra a vida, aos mas uma conclusão é inegável: pelo menos a existência
juízes togados, quando apreciam a apelação do art. 593, de provas deve ser analisada pelo Tribunal, ainda que
III, "d", do CPP, cabe somente o juízo antecedente; o juízo
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os desembargadores discordem da valoração que lhes decisão dos jurados, haverá nulidade por negativa de
deu o júri. prestação jurisdicional, violando os arts. 381, III, 564, V,
e (possivelmente) 619 do CPP. Embora não se exija
Caso contrário, se nem mesmo a constatação quanto à pronunciamento expresso quanto a cada ponto
existência das provas fosse exigível do Judiciário, suscitado pelas partes - já que a atividade de julgar não
ficaria em todo esvaziada a apelação do art. 593, III, "d", equivale a preencher um questionário ideal por elas
do CPP, uma vez que o provimento ou desprovimento do apresentado -, deve o Tribunal expor a existência de
recurso dependeria de opiniões puramente subjetivas, todas as provas que dão suporte ao veredito dos
na contramão da segurança jurídica. Perquirir a jurados, em relação a cada um dos elementos
(in)existência de prova, nesse cenário, tem a vantagem essenciais do crime;
de servir como baliza mais objetiva para a atividade
jurisdicional. (II) Em segundo lugar, se o acórdão demonstrou, sem
omissões, que há provas de todos os aspectos do delito,
Assim, embora seja extremamente complexo o controle eventual recurso especial que questione a força dessas
jurisdicional dos vereditos do júri, existe um mínimo de provas, o peso que lhes deve ser atribuído na formação
cognição que os Tribunais locais devem exercer - e esse do convencimento ou mesmo qual delas deve
mínimo é exatamente verificar se existem provas prevalecer, quando apresentadas evidências
capazes de secundar a convicção dos jurados, ainda que contraditórias em plenário, esbarrará na Súmula 7/STJ.
sem emitir juízo de valor quanto ao poder de É o caso, por exemplo, de recursos constantemente
convencimento de cada uma. julgados por este colegiado que debatem a inexistência
de dolo, a credibilidade das testemunhas, a força do álibi
Uma vez atribuída missão de tamanha relevância às apresentado pelo réu, dentre outros temas análogos;
Cortes locais, surge a próxima pergunta fundamental:
em que medida pode o STJ controlar a decisão por elas (III) Por fim, a terceira e última hipótese é a do acórdão
alcançada? Como já afirmado, guiar a atividade judicial que analisou o conjunto fático-probatório dos autos,
em segunda instância, nos casos do art. 593, III, "d", do também sem omissões, mas não explicitou a existência
CPP, para um juízo antecedente (quanto à simples de provas para cada um dos elementos do delito. Não
existência de provas dos elementos crime) traz o se trata do caso em que, existindo outras provas, o
benefício de tornar menos subjetivo o julgamento da aresto deixa de mencioná-las, porque esse seria o
apelação. A exigência de que o Tribunal examine as primeiro cenário acima elencado, no qual há nulidade
provas e fundamente seu julgamento indicando-as, para por deficiência na fundamentação; a terceira situação é
além de conferir legitimidade à decisão, tem a finalidade diversa. Nela, é a Corte de origem quem demonstra,
de permitir seu controle pelas instâncias superiores. ainda que por seu silêncio, a ausência de provas de
Essa é, aliás, uma das funções tradicionalmente vistas todos os elementos do crime, pois ela própria não
pela doutrina no art. 93, IX, da Constituição da República. conseguiu encontrá-las no julgamento da apelação.

Sendo inviável o reexame das provas na presente Nessa última situação, abre-se ao STJ a possibilidade
instância, consoante a Súmula 7/STJ, é a partir da de conhecer eventual violação do art. 593, III, "d", do
fundamentação do acórdão recorrido que este Tribunal CPP. Afinal, não se discute qual das provas existentes
Superior verifica se foi correta a aplicação da legislação deve prevalecer, ou qual o impacto de cada uma na
federal a cada caso. Por conseguinte, quando o STJ é formação do convencimento judicial. O que se apresenta
confrontado em recurso especial defensivo interposto é um questionamento puramente jurídico: quando a
contra aresto que apreciou apelação fundada no art. própria Corte de origem verifica que não há provas de
593, III, "d", do CPP, há três situações hipotéticas todos os elementos do delito - e inexistindo omissão de
possíveis: sua parte -, pode a condenação ser mantida? Ou, ao
contrário, a existência de provas de apenas parte dos
(I) Primeiramente, se o acórdão recorrido deixou de elementos do crime já é suficiente para preservar o
analisar todas as provas relevantes para embasar a veredito condenatório?
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IX, da CF/1998, bem como dos arts. 381, III, 564, V, 593,
O fundamental para diferenciar a primeira e terceira III, "d", e 619 do CPP. Ao julgar uma apelação que discute
hipóteses identificadas é avaliar se há, ou não, alguma a manifesta contradição probatória de um veredito, o
omissão relevante no acórdão. Quando há provas e o jurista caminha no fio da espada entre a soberania dos
aresto sobre elas se omite, estamos diante da primeira vereditos e o poder-dever de anulação da sentença
situação, em que o julgamento é viciado. contrária à prova dos autos. As considerações tecidas
Contrariamente, quando inexistem outras provas, não acima buscam conferir maior densidade normativa a
há propriamente omissão do Tribunal em elencá-las. O tais conceitos, estabelecendo um modelo cognitivo-
julgamento da causa foi completo, e não se cuida de epistêmico para guiar a atividade jurisdicional e cumprir
examinar a suficiência da prestação jurisdicional: o que a função constitucional do STJ de uniformizar a
é relevante é conferir se foram apresentadas provas interpretação da legislação federal. Concorde-se ou não
para cada elemento do delito (segunda situação, em que com elas, fato é que a Súmula 7/STJ não as impede.
incide a Súmula 7/STJ) ou não (terceira situação).
É possível assim sintetizar as conclusões alcançadas:
Alerta-se que, na terceira hipótese, seria ingenuidade ao julgar a apelação fundada no art. 593, III, "d", do CPP,
esperar que o próprio acórdão impugnado afirmasse, o Tribunal precisa indicar as provas de cada elemento
literalmente, não ter encontrado provas de algum essencial do crime que dão suporte à versão aceita
elemento essencial do crime (autoria ou materialidade, pelos jurados. Faltando, no acórdão, a demonstração de
por exemplo), apesar de manter a condenação. que algum elemento tem respaldo probatório mínimo,
Lembremos que, no recurso especial, o aresto proferido hás duas possibilidades distintas: (I) ou o aresto é nulo,
na instância ordinária é o objeto, e não o parâmetro, do por deficiência de fundamentação, já que se omitiu
controle de legalidade; é a lei federal quem dá a medida sobre alguma prova existente e importante; (II) ou o
e serve de parâmetro para esse controle. veredito deve ser anulado, porque a Corte de origem
Consequentemente, cabe ao STJ a tarefa de verificar se não foi capaz de localizar prova de determinado
a falta de menção à comprovação de um dos elementos elemento essencial do delito. (Info 707, STJ)
do crime é uma omissão ilegal, tornando deficiente a
prestação jurisdicional feita na origem, ou um silêncio
eloquente, que demonstra a pura e simples inexistência # Jurisprudência Correlata
de provas naquele ponto.

Cabe apelação com fundamento no art. 593, III, “d”, do


Um exemplo dessa situação ocorre quando a sentença
CPP (decisão manifestamente contrária à prova dos
condenatória é proferida com fundamento no motivo do
autos) se o júri absolver o réu?
crime, sem a devida comprovação da autoria (um dos
elementos essenciais de qualquer crime), o que torna
STJ: SIM. (posição pacífica). A 3ª Seção entende que a
impossível a condenação do réu, nos termos do art. 386,
anulação da decisão absolutória do Conselho de
IV e V, do CPP; por outro lado, a falta de demonstração
Sentença (ainda que por clemência), manifestamente
do motivo do delito não é elencada no dispositivo como
contrária à prova dos autos, segundo o Tribunal de
hipótese absolutória. Quando não qualifica as infrações,
Justiça, por ocasião do exame do recurso de apelação
o motivo é um elemento acidental do crime, relevante
interposto pelo MP (art. 593, III, “d”, do CPP), não viola a
para a dosimetria da pena em sua primeira (art. 59 do
soberania dos veredictos.
CP), segunda (arts. 61, II, "a" e "b", e 65, III, "a", do CP) ou
terceira fases (por exemplo: art. 121, § 1º, 129, § 4º, 149, §
STF: NÃO (posição majoritária). Em face da reforma
2º, II, e 163, parágrafo único, IV, do CP). Não é decisivo,
introduzida no procedimento do Tribunal do Júri (2008),
contudo, para o mérito da procedência ou
é incongruente o controle judicial, em sede recursal
improcedência da pretensão punitiva em si.
(art. 593, III, “d”, do CPP), das decisões absolutórias
proferidas com fundamento no art. 483, III e § 2º, do CPP.
Ressalta-se que esse raciocínio jurídico baseia na
(Info 1007, 2021).
definição da interpretação dos arts. 5º, XXXVIII, "c", e 93,
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Cuidado: Se a defesa alegar, direta ou indiretamente, a Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá
tese inconstitucional de legítima defesa da honra (ou efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a
qualquer argumento que induza à tese), seja na fase aplicação provisória de interdições de direitos e de
pré-processual, processual ou no julgamento perante o medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de
tribunal do júri, estará caracterizada a nulidade da suspensão condicional de pena.
prova, do ato processual ou até mesmo dos debates por
ocasião da sessão do júri (caso não obstada pelo Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do
Presidente o Júri), facultando-se ao titular da acusação Júri, ou do juiz singular, se da sentença NÃO FOR
recorrer de apelação na forma do art. 593, III, “a”, do INTERPOSTA APELAÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
CPP. NO PRAZO LEGAL, o ofendido ou qualquer das pessoas
enumeradas no Art. 31 (CADI), AINDA QUE NÃO SE
TENHA HABILITADO COMO ASSISTENTE, PODERÁ
§ 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei INTERPOR APELAÇÃO, QUE NÃO TERÁ, PORÉM, EFEITO
expressa ou divergir das respostas dos jurados aos SUSPENSIVO.
quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.
Parágrafo único. O PRAZO para interposição desse
§ 2o Interposta a apelação com fundamento no no III, c recurso será de 15 DIAS e correrá do DIA EM QUE
(erro ou injustiça na aplicação da sanção) deste artigo, TERMINAR O DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
o tribunal ad quem, se Ihe der provimento, retificará a
aplicação da pena ou da medida de segurança.
PRAZO PARA O ASSISTENTE TÉCNICO APELAR

§ 3o Se a apelação se fundar no no III, d, (contrária às HABILITADO 5 DIAS


provas dos autos)deste artigo, e o tribunal ad quem se NÃO HABILITADO 15 DIAS
convencer de que a decisão dos jurados é
manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer
provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; NÃO
em relação a TODO o julgado, quer em relação a PARTE
SE ADMITE, PORÉM, PELO MESMO MOTIVO, SEGUNDA
dele.
APELAÇÃO.

Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e,


Súmula 713, STF. O efeito devolutivo da apelação contra
depois dele, o apelado terão o prazo de 8 DIAS cada um
decisões do tribunal do júri é adstrito aos fundamentos
para OFERECER RAZÕES, SALVO nos processos de
da sua interposição.
CONTRAVENÇÃO, em que o prazo será de 3 DIAS.

§ 4o QUANDO CABÍVEL A APELAÇÃO, NÃO PODERÁ ser § 1o Se houver ASSISTENTE, este ARRAZOARÁ, no prazo
usado o recurso em sentido estrito (RESE), AINDA QUE de 3 DIAS, após o Ministério Público.
SOMENTE DE PARTE DA DECISÃO SE RECORRA.
§ 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o
Art. 595. Revogado. Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do
parágrafo anterior.
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não
impedirá que o réu seja posto imediatamente em
PRAZO em dias RESE APELAÇÃO
liberdade.
Interposição 5 5
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a Razões 2 8
execução da medida de segurança aplicada
provisoriamente.
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§ 3o Quando forem DOIS OU MAIS OS APELANTES ou


apelados, os PRAZOS serão COMUNS. Jurisprudência em Teses
Ed. 66 – Recurso em Sentido Estrito
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao
interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior 1) O efeito devolutivo amplo da apelação criminal
instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem autoriza o Tribunal de origem a conhecer de matéria
onde será aberta vista às partes, observados os prazos não ventilada nas razões recursais, desde que não
legais, notificadas as partes pela publicação oficial. agrave a situação do condenado.

2) A apresentação extemporânea das razões não


Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão
impede o conhecimento do recurso de apelação
remetidos à instância superior, com as razões ou sem tempestivamente interposto.
elas, no PRAZO de 5 DIAS, SALVO no caso do art. 603,
segunda parte, em que o PRAZO SERÁ de 30 DIAS. Divergência: Viola o art. 593 do CPP o conhecimento
de recurso de apelação interposto pelo MP, se as
razões recursais são apresentadas fora do prazo
# Jurisprudência Correlata
estabelecido no art. 600 do mesmo diploma legal
(STJ, 2020)
Pedido de reconsideração não suspende o prazo nem
impede a preclusão. (STJ, 2020) 3) O conhecimento de recurso de apelação do réu
independe de sua prisão. (Súmula 347,STJ)

4) Verificada a inércia do advogado constituído para


§ 1o Se houver mais de um réu, e NÃO houverem TODOS apresentação das razões do apelo criminal, o réu
sido JULGADOS, ou não tiverem todos APELADO, caberá deve ser intimado para nomear novo patrono, antes
ao apelante promover extração do traslado dos autos, o que se proceda à indicação de defensor para o
qual deverá ser remetido à instância superior no prazo exercício do contraditório.
de 30 DIAS, contado da data da entrega das últimas
5) Não cabe mandado de segurança para conferir
razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a
efeito suspensivo ativo a RESE interposto contra
apresentação das do apelado. decisão que concede liberdade provisória ao
acusado.
§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de
quem o solicitar, SALVO se o pedido for de réu pobre ou 6) O efeito devolutivo da apelação contra decisões do
do MP. Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição.
(Súmula 713, STF)
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo
7) A ausência de contrarrazões ao RESE interposto
anterior, apresentados ao tribunal ad quem ou contra decisão que rejeita a denúncia enseja nulidade
entregues ao Correio, sob registro. absoluta do processo desde o julgamento pelo
Tribunal de origem.
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não
ser no Distrito Federal e nas comarcas que forem sede 8) Aplica-se o princípio da fungibilidade à apelação
interposta quando cabível o RESE, desde que
de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos
demonstrada a ausência de má-fé, de erro grosseiro,
termos essenciais do processo referidos no art. 564, n. bem como a tempestividade do recurso.
III.
9) A decisão do juiz singular que encaminha RESE
Espaço p/ anotações: sem antes proceder ao juízo de retratação é mera
irregularidade e não enseja nulidade absoluta.

10) O adiamento do julgamento da apelação para a


sessão subsequente não exige nova intimação da
defesa.
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# Jurisprudência Correlata
11) Inexiste nulidade no julgamento da apelação ou do
RESE quando o voto de Desembargador impedido não
interferir no resultado final. ▪ É cabível Embargos Infringentes, via de regra, em face
de decisão condenatória proferida pelas Turmas do STF,
12) O acórdão que julga recurso em sentido estrito desde que 2 ministros tenham votado pela absolvição, o
deve ser atacado por meio de recurso especial, que deixa o “placar”: 3 votos para condenação e 2 para
configurando erro grosseiro a interposição de
absolvição. Caso a Turma condene o réu, com quórum
recurso ordinário em HC.
incompleto, excepcionalmente, será possível aceitar o
13) O julgamento de apelação por órgão fracionário de cabimento dos EI, ainda que exista apenas 1 voto
tribunal composto majoritariamente por juízes absolutório, pois o réu não pode ser prejudicado pela
convocados não viola o princípio constitucional do ausência do quórum completo. (Info 920, STF)
juiz natural.
▪ É cabível Embargos Infringentes diretamente para o
14) É nulo o julgamento da apelação se, após a
manifestação nos autos da renúncia do único Plenário do STF, em face de decisão condenatória
defensor, o réu não foi previamente intimado para proferida em sede de ação penal de competência
constituir outro. (Súmula 708, STF) originária das Turmas do STF. Para o cabimento desse
recurso exige-se 02 votos minoritários absolutórios em
15) A renúncia do réu ao direito de apelação, sentido próprio, que o Ministro tenha expressado juízo
manifestada sem a assistência do defensor, não de improcedência da pretensão executória. (Info 898,
impede o conhecimento da apelação por este
STF)
interposta. (Súmula 705/STF)

Art. 604. (Revogado) ▪ Há nulidade no acórdão que julga apelação sem a


Art. 605. (Revogado) observância da formalidade de colher os votos em
Art. 606. (Revogado) separado sobre questão preliminar e de mérito, em
razão da diminuição do espectro da matéria possível de
CAPÍTULO IV impugnação na via dos infringentes. Aplica-se o art. 939
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI do CPC para o julgamento de apelação criminal. “Art.
939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do
Art. 607. (Revogado) mérito for com ela compatível, seguirse-ão a discussão
Art. 608. (Revogado) e o julgamento da matéria principal, sobre a qual
deverão se pronunciar os juízes vencidos na
preliminar”. (Info 688, STJ, 2021)
CAPÍTULO V - DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS
RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO E DAS APELAÇÕES,
▪ É inexigível o pagamento de custas processuais em
NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
embargos de divergência oriundos de ação penal
pública. A Lei n. 11.636/2007, que dispõe sobre as custas
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão
judiciais devidas no âmbito STJ, prevê: "Art. 7.º Não são
julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas
devidas custas nos processos de habeas data, habeas
criminais, de acordo com a competência estabelecida
corpus e recursos em habeas corpus, e nos demais
nas leis de organização judiciária.
processos criminais, salvo a ação penal privada.". Por
sua vez, a Resolução STJ/GP n. 2 de 1.º de fevereiro de
Parágrafo único. Quando NÃO FOR UNÂNIME A
2017, repetindo a norma legal, dispõe: "Art. 3.º Haverá
DECISÃO DE SEGUNDA INSTÂNCIA, desfavorável ao
isenção do preparo nos seguintes casos: I - nos habeas
réu, admitem-se EMBARGOS INFRINGENTES e de
data, habeas corpus e recursos em habeas corpus; II -
nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 DIAS, a
nos processos criminais, salvo na ação penal privada e
contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613.
sua revisão criminal; [...]".
Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos
à matéria objeto de divergência.
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Entretanto, em se tratando de recurso em matéria


EMBARGOS
penal, a interpretação da norma processual que deve EMBARGOS DE NULIDADE
INFRINGENTES
prevalecer é aquela mais consentânea com o direito à
ampla defesa e ao contraditório. Discutem MÉRITO Discutem NULIDADE
DA CAUSA PROCESSUAL
Com efeito, a Lei de regência não fala de isenção para
(Direito material) (Direito processual)
recursos apenas de natureza exclusivamente penal. A
norma de isenção de preparo se refere a processos
criminais. (Info 713, STJ, 2021) Art. 610. Nos RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO, com
EXCEÇÃO do de HABEAS CORPUS, e nas APELAÇÕES
interpostas das sentenças em processo de
contravenção ou de crime a que a lei comine pena de
EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE detenção, os autos irão IMEDIATAMENTE com vista ao
NULIDADE procurador-geral pelo prazo de 5 DIAS, e, em seguida,
passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá
Decisão de 2ª instância
designação de dia para o julgamento.
COMBATEM (TJ/TRF) não unânime,
desfavorável à defesa.
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo
EXCLUSIVIDADE Privativos da defesa presidente, e apregoadas as partes, com a presença
destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do
Fazer com que o voto vencido feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo
OBJETIVO de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às
prevaleça.
partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando
▪ Apelação o requerer, por igual prazo.
HIPÓTESES DE
▪ Rese
CABIMENTO # NÃO CONFUNDA
▪ Agravo em Execução
CONTRAVENÇÃO e
CRIMES PUNIDOS COM
CRIMES PUNIDOS COM
▪ MS, HC, Revisão Criminal RECLUSÃO
DETENÇÃO
(pois não são recursos);
Debates: 15 minutos.
▪ Em matéria constitucional; Debates: 10 minutos.
(1/4 de hora)
NÃO CABIMENTO ▪ Em ações de competência
Não há a figura do
originária do TJ ou TRF (foro Há a figura do revisor.
revisor.
por prerrogativa de função);

▪ Das decisões do STJ. Vista ao PGJ pelo prazo


Prazos em dobro: 10
de 5 dias e, após, ao
dias ao PGJ, ao relator e
10 DIAS relator pelo mesmo
ao revisor.
prazo.
PRAZO Contado a partir da publicação
do acórdão.
Art. 611. (Revogado)
DESACORDO Embargos restrito à matérias
PARCIAL objeto da divergência. Art. 612. Os recursos de Habeas Corpus, designado o
relator, serão julgados na primeira sessão.
DIFERENÇA ENTRE
Matéria
ELES Art. 613. As apelações interpostas das sentenças
proferidas em processos por CRIME a que a lei comine
pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas
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pela forma estabelecida no Art. 610, com as seguintes


Súmula 160, STF. É nula a decisão do tribunal que acolhe,
modificações:
contra o réu, nulidade não arguida no recurso da
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao
revisor, que terá igual prazo para o exame do processo
Súmula 453, STF. Não se aplica a segunda instância o
e pedirá designação de dia para o julgamento;
Art. 384 e parágrafo único do CPP, que possibilitam dar
nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de
II - os prazos serão ampliados ao dobro;
circunstância elementar não contida, explicita ou
implicitamente, na denúncia ou queixa.
III - o tempo para os debates SERÁ de um quarto de
hora.
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação
estabelecerão as normas complementares para o
Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de
processo e julgamento dos recursos e apelações.
qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 613, os
motivos da demora serão declarados nos autos.
CAPÍTULO VI - DOS EMBARGOS
Art. 615. O tribunal decidirá por MAIORIA DE VOTOS. Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de
Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos
§ 1o Havendo EMPATE de votos no julgamento de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ED), no prazo de 2 DIAS
recursos, se o PRESIDENTE DO TRIBUNAL, CÂMARA OU contados da sua publicação, quando houver na sentença
TURMA, NÃO TIVER TOMADO PARTE NA VOTAÇÃO, AMBIGUIDADE, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU
PROFERIRÁ O VOTO DE DESEMPATE; no CASO OMISSÃO.
CONTRÁRIO, PREVALECERÁ A DECISÃO MAIS
FAVORÁVEL AO RÉU.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
§ 2o O acórdão será apresentado à conferência na CPP JUIZADOS
primeira sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo 2 DIAS 5 DIAS
de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.

Art. 616. No julgamento das apelações poderá o


# Jurisprudência Correlata
tribunal, câmara ou turma proceder a novo
interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou ▪ Em matéria penal, o prazo para a oposição
determinar outras diligências. dos embargos de declaração é de 2 dias, de acordo com
o Art. 619 do CPP. NÃO se aplica CPC/2015 uma vez que
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas o prazo no processo penal possui disciplina própria.
suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no
que for aplicável, NÃO PODENDO, porém, ser
AGRAVADA A PENA, quando SOMENTE O RÉU HOUVER ▪ É de 5 dias (CPC) — e NÃO de 2 dias (art. 619 do CPP)
APELADO da sentença. (PRINCÍPIO DO NON — o prazo para a oposição, por quem não seja parte na
REFORMATIO IN PEJUS OU EFEITO PRODRÔMICO) relação processual penal, de ED contra acórdão que
julgou agravo de instrumento manejado em face de
Espaço p/ anotações: decisão, proferida por juízo criminal, que determinou,
com base no Art. 3º do CPP, o pagamento de multa diária
prevista no CPC em razão de atraso no cumprimento de
ordem judicial de fornecimento de informações
decorrentes de quebra de sigilo no âmbito de IPL. (Info
559, STJ).
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§ 2o Se NÃO preenchidas as condições enumeradas


# Comentários neste artigo, o relator indeferirá desde logo o
requerimento.

▪ Interposição dos ED interrompe prazo para recurso,


# Jurisprudência Correlata
que só começa a fluir, integralmente, após a decisão do
ED;
Verificado empate no julgamento de ação penal, deve
prevalecer a decisão mais favorável ao réu. Esse
▪ ED não possuem efeito suspensivo. mesmo entendimento deve ser aplicado em caso de
empate no julgamento dos embargos de declaração
▪ ED devolve ao Juiz/Tribunal o conhecimento apenas opostos contra o acórdão que julgou a ação penal.
da matéria aventada nas razões. (Efeito devolutivo Terminando o julgamento dos embargos empatado,
limitado) aplica-se a decisão mais favorável ao réu. (Info 888,
STF)

▪ ED no 2o grau: requerimento será apresentado pelo


relator e julgado, sem revisor, na 1a sessão.
CAPÍTULO VII - DA REVISÃO

▪ RE e RESP possuem como pressuposto de


admissibilidade o esgotamento das instâncias
Ação autônoma de impugnação (de
ordinárias. Por isso, surgem os ED para fins de natureza desconstitutiva), de
prequestionamento, atendendo ao pressuposto dos competência originária dos tribunais
recursos extraordinários. (ou turmas recursais), que visa a
CONCEITO revisão de sentença condenatória ou
▪ Em regra, não há necessidade de contrarrazões nos absolutória imprópria com TJ, nas
ED, salvo quando tiver efeitos infringentes, que poderão hipóteses de erro judiciário.
modificar sentido da decisão. Não há pólo passivo. Prova tem que
ser pré-constituída.

Ação autônoma de impugnação, mais


Súmula 356, STF: O ponto omisso da decisão, sobre o NATUREZA precisamente uma ação penal de
qual não foram opostos Embargos de Declaração não JURÍDICA natureza constitutiva (visa
pode ser objeto de Recurso Extraordinário por faltar o desconstituir decisão com TJ).
requisito do prequestionamento.
a) Existência de decisão condenatória
(ou absolutória imprópria) com
Súmula 98, STJ: Embargos de Declaração manifestados trânsito em julgado;
com notório propósito de prequestionamento não tem
b) Erro judiciário.
caráter protelatório.
Obs. Não cabe contra decisões
absolutória (exceto a imprópria)
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos
em requerimento de que constem os pontos em que o Decisões do STF em 2019:
PRESSUPOSTOS
ACÓRDÃO É AMBÍGUO, OBSCURO, CONTRADITÓRIO OU ▪ Não cabe RC contra decisão que se
OMISSO. limita a inadmitir recurso, pois a
decisão impugnável por RC é o ato
jurisdicional que impõe ou confirma o
§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator e
mérito de pronunciamento
julgado, independentemente de revisão, na primeira condenatório.
sessão.
▪ Não cabe RC contra decisões
posteriores que, correta ou
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incorretamente, tenham inadmitido ou 4) Normas processuais civis (que são


negado provimento a recursos, visto aplicáveis subsidiariamente no
PRESSUPOSTOS que essas manifestações AMPLITUDE DA processo penal, por força art. 3o do
jurisdicionais não compõem o título EXPRESSÃO CPP);
condenatório. “SENTENÇA
CONDENATÓRIA 5) Normas constitucionais;
FOR CONTRÁRIA
▪ Sentença condenatória for contrária AO TEXTO 6) Normas processuais não escritas,
ao texto expresso da lei penal ou à EXPRESSO DA que podem ser depreendidas do
evidência dos autos; LEI PENAL” sistema processual como um todo.

▪ Sentença condenatória se fundar Exs: o direito ao duplo grau de


em depoimentos, exames ou jurisdição, a proibição de supressão
documentos comprovadamente de instância, a obrigação do julgador
HIPÓTESES DE falsos; de produzir uma prestação
CABIMENTO jurisdicional completa e relacionada
▪ Após sentença, se descobrirem ao pedido veiculado na inicial e etc.
novas provas de inocência do
condenado ou de circunstância que
determine ou autorize diminuição Restabelecimento de todos os direitos
especial da pena, EFEITOS DA perdidos em virtude da condenação,
ABSOLVIÇÃO devendo o tribunal, se for caso, impor
a medida de segurança cabível.
STJ/2019: aqui entra a violação a
normas processuais não escritas,
como é o caso da proibição da Se aplica à revisão criminal.
supressão de instância. É admissível
a RC ainda que, sem indicar nenhum
dispositivo de lei penal violado, suas Julgando procedente RC, tribunal
razões apontem tanto a supressão de pode:
instância quanto a ausência de
esgotamento da prestação ▪ Alterar classificação da IP;
jurisdicional. A expressão “texto
▪ Absolver réu;
expresso da lei penal” é ampla e POSSÍVEIS
abrange também as normas REFORMAS E ▪ Modificar a pena; ou
processuais não estão escritas. NON
AMPLITUDE DA REFORMATIO IN ▪ Anular o processo.
O que decidiu o STJ? A revisão PEJUS DIRETA e
EXPRESSÃO criminal deve ser conhecida? SIM.
“SENTENÇA INDIRETA
CONDENATÓRIA Muito embora o autor da revisão De qualquer maneira, não pode ser
FOR CONTRÁRIA criminal não indique nenhum agravar pena imposta pela decisão
AO TEXTO dispositivo de lei penal violado, é revista.
EXPRESSO DA nítido que suas razões apontam que
LEI PENAL” houve supressão de instância e
Proposta a qualquer tempo, antes ou
ausência de esgotamento da
após a extinção da pena.
prestação jurisdicional como MOMENTO
consequências do error in STF: mesmo após o falecimento do
procedendo do STJ. condenado.
A expressão “texto expresso da lei
penal” prevista no art. 621, I, do CPP é REITERAÇÃO DO Não se admite, salvo se fundado em
ampla e abrange: PEDIDO novas provas.

1) Normas penais escritas;


2) Qualquer ato normativo que tenha
sido utilizado como fundamento da
sentença condenatória (portarias, leis
completivas empregadas na aplicação
de uma lei penal em branco etc.);
3) Normas penais processuais;
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Ao ajuizar a revisão criminar, é


possível fazer dois pedidos: Indenização não será devida:

• Juízo rescindente (ou revidente): 1) Erro ou injustiça provém de ato ou


ocorre quando a decisão impugnada é falta do próprio impetrante, como a
desconstituída, funcionando como confissão ou a ocultação de prova em
PEDIDOS
verdadeiro juízo de cassação. seu poder;
POSSÍVEIS
• Juízo rescisório (ou revisório): 2) Ação Penal Privada.
ocorre quando nova decisão é
proferida em substituição àquela que
REVISÃO Cabe. Competência da Turma
foi rescindida, ou seja, há um juízo de
CRIMINAL E Recursal.
reforma.
JECRIM

• Acusado;
Próprio Tribunal julgar as RC de seus
COMPETÊNCIA
• Procurador legalmente habilitado; julgados.

• CADI, no caso de morte do acusado;


LEGITIMIDADE 1 relator e a 1 revisor
ATIVA • MP, desde que em favor do acusado
DISTRIBUIÇÃO Relator: desembargador que não
Obs. No curso da revisão, pessoa tenha pronunciado decisão em
falece? Presidente do tribunal nomeia qualquer fase do processo.
curador.

CAPACIDADE Não há necessidade de advogado.


POSTULATÓRIA

Não há efeito suspensivo. Sentença REVISÃO CRIMINAL AÇÃO RESCISÓRIA


EFEITOS pode ser executada.
SUSPENSIVO
Interposta a qualquer Interposta até o prazo de
tempo, mesmo após a 2 anos após o trânsito
Ônus da prova é do autor. Na dúvida extinção da pena ou em julgado.
quanto às suas alegações, a ação falecimento do
deve ser julgada improcedente. condenado (não há prazo
Não se aplica o princípio do in dubio de decadência para
pro reo em RC. ajuizá-la).
ÔNUS DA PROVA
In dubio pro reo (decorre da
presunção de inocência), só aplicável Só cabe em favor do Pode ser proposta pelo
até o TJ de sentença condenatória. condenado (só existe autor ou pelo réu.
Aplica-se, aqui, o princípio do in dubio revisão criminal pro reo)
contra reo.

Se interessado requerer, Poder


Judiciário (de ofício não) pode Art. 621. A revisão dos processos findos SERÁ
reconhecer, no próprio julgamento da
revisão, o direito à justa indenização admitida:
ao réu, em montante a ser liquidado
INDENIZAÇÃO no juízo cível. I - quando a SENTENÇA CONDENATÓRIA FOR
PELO ERRO
JUDICIÁRIO CONTRÁRIA AO TEXTO EXPRESSO DA LEI PENAL ou à
EVIDÊNCIA DOS AUTOS;
Quem indeniza?
União: se condenação foi pela TJDFT;
Estado: Justiça Estadual.
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# Jurisprudência Correlata ▪ Não é cabível revisão criminal para se pretender a


rediscussão do mérito da condenação – a exemplo do
É admissível a revisão criminal fundada no Art. 621, I, do questionamento de critérios discricionários utilizados
CPP ainda que, sem indicar nenhum dispositivo de lei pelo órgão julgador na fixação da pena. (Info 958, STF)
penal violado, suas razões apontem tanto a supressão
de instância quanto a ausência de esgotamento da ▪ Não cabe revisão criminal para impugnar decisão que
prestação jurisdicional. Isso porque a expressão “texto se limita a inadmitir recurso. A decisão suscetível de
expresso da lei penal” prevista no Art. 621, I, é ampla e impugnação por meio de revisão consiste no ato
abrange também as normas processuais não estão jurisdicional que impõe ou chancela (confirma) o mérito
escritas. (Info 656, STJ) de pronunciamento condenatório. Não cabe revisão
criminal contra decisões posteriores que, correta ou
▪ É cabível o manejo da revisão criminal fundada no art. incorretamente, tenham inadmitido ou negado
621, I, do CPP, para aplicação da minorante prevista no provimento a recursos, visto que essas manifestações
§ 4º (tráfico privilegiado) do art. 33 da Lei n. 11.343/2006 jurisdicionais não compõem o título condenatório. (Info
nos crimes previstos no art. 273, § 1º-B, do CP 951 , STF)
(Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais). ▪ A via adequada para nova tomada de declarações da
(Info, 714, STJ, 2021) vítima com vistas à possibilidade de sua retratação é o
pedido de justificação (Art. 381, § 5º do CPC/2015), ainda
II - quando a sentença condenatória se fundar em que ela já tenha se retratado por escritura pública. Ex:
depoimentos, exames ou documentos depois de o réu ter sido condenado com trânsito em
COMPROVADAMENTE FALSOS; julgado, a vítima volta atrás e afirma, em escritura
pública lavrada no cartório, que a pessoa condenada
III - quando, após a sentença, se descobrirem NOVAS não foi a autora do crime. Será possível neste caso a
PROVAS de inocência do condenado ou de propositura de revisão criminal (art. 621, III, do CPP). No
CIRCUNSTÂNCIA que determine ou autorize entanto, a revisão criminal não pode ser instruída com
DIMINUIÇÃO ESPECIAL DA PENA. a escritura pública. Antes de ajuizar a revisão, o réu
deverá propor uma ação de justificação na qual a vítima
# Compilado Jurisprudencial – será ouvida. Só após esse processo de justificação será
Revisão Criminal
possível o manejo da revisão criminal. (Info 569, STJ)

Art. 622. A revisão PODERÁ ser requerida em


▪ O laudo pericial juntado em autos de ação penal QUALQUER TEMPO, ANTES DA EXTINÇÃO DA PENA OU
quando ainda pendente de julgamento agravo interposto APÓS.
contra decisão de inadmissão de recurso especial
enquadra-se no conceito de prova nova, para fins Parágrafo único. NÃO SERÁ ADMISSÍVEL A
de revisão criminal. (Info 606, STJ) REITERAÇÃO DO PEDIDO, SALVO SE FUNDADO EM
NOVAS PROVAS.
▪ A revisão criminal é instrumento excepcional, não
podendo ser utilizado para reiteração de teses já Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo PRÓPRIO
vencidas pelo acórdão revisando, seja quanto a matéria RÉU ou por PROCURADOR LEGALMENTE HABILITADO
de direito, seja quanto a matéria de fato. Em outras ou, no caso de morte do réu, pelo CÔNJUGE,
palavras, na revisão criminal não se pode querer ASCENDENTE, DESCENDENTE ou IRMÃO.
rediscutir os argumentos que já foram alegados e
rejeitados durante o processo criminal. (Info 772, STF)
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Art. 624. As revisões criminais serão processadas e


julgadas: § 2o O relator poderá determinar que se apensem os
autos originais, se daí não advier dificuldade à execução
I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às
normal da sentença.
condenações por ele proferidas;
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de § 3o Se o relator julgar insuficientemente instruído o
Justiça ou de Alçada, nos demais casos. pedido e inconveniente ao interesse da justiça que se
apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine,
§ 1o No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal dando recurso para as câmaras reunidas ou para o
de Recursos o processo e julgamento obedecerão ao tribunal, conforme o caso (art. 624, parágrafo único).
que for estabelecido no respectivo regimento interno.
§ 4o Interposto o recurso por petição e
§ 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento
independentemente de termo, o relator apresentará o
será efetuado pelas câmaras ou turmas criminais,
processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem
reunidas em sessão conjunta, quando houver mais de
tomar parte na discussão.
uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno.

§ 3o Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras § 5o Se o requerimento não for indeferido in limine,
ou turmas criminais, poderão ser constituídos dois ou abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, que
mais grupos de câmaras ou turmas para o julgamento dará parecer no prazo de 10 DIAS. em seguida,
de revisão, obedecido o que for estabelecido no examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo,
respectivo regimento interno. pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido na sessão
que o presidente designar.
# Jurisprudência Correlata
Art. 626. JULGANDO PROCEDENTE A REVISÃO, O
O julgamento pelo STF de HC impetrado contra decisão
TRIBUNAL PODERÁ ALTERAR A CLASSIFICAÇÃO DA
proferida em RESP não afasta, por si só, a competência
INFRAÇÃO, ABSOLVER O RÉU, MODIFICAR A PENA OU
do STJ para processar e julgar posterior revisão
ANULAR O PROCESSO.
criminal.

Parágrafo único. De qualquer maneira, NÃO PODERÁ


Caso Concreto: João foi condenado em 1ª instância,
SER AGRAVADA A PENA IMPOSTA PELA DECISÃO
tendo apelado ao TJ, que manteve a sentença. Em
REVISTA. (VEDAÇÃO AO REFORMATIO IN PEJUS)
seguida, ele interpôs RESP ao STJ, que conheceu do
Resp (examinou o mérito), mas negou provimento,
mantendo a condenação. Houve o trânsito em julgado. Art. 627. A ABSOLVIÇÃO IMPLICARÁ O
Contra o acórdão do STJ, o réu impetrou habeas corpus RESTABELECIMENTO DE TODOS OS DIREITOS
no STF. A 1ª Turma do STF conheceu do GC, mas não PERDIDOS EM VIRTUDE DA CONDENAÇÃO, devendo o
concedeu a ordem por entender que não houve tribunal, se for caso, IMPOR A MEDIDA DE SEGURANÇA
ilegalidade. CABÍVEL.

Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de


Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e
Apelação estabelecerão as normas complementares
a um revisor, devendo funcionar como relator um
para o processo e julgamento das revisões criminais.
desembargador que não tenha pronunciado decisão em
qualquer fase do processo.
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a
sentença condenatória, o juiz mandará juntá-la
§ 1o O requerimento será instruído com a certidão de
imediatamentE aos autos, para inteiro cumprimento da
haver passado em julgado a sentença condenatória e
decisão.
com as peças necessárias à comprovação dos fatos
arguidos.
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Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer,


poderá reconhecer o direito a uma justa indenização 6) A aplicação do princípio do favor rei veda a revisão
criminal pro societate.
pelos prejuízos sofridos.
7) A Turma Recursal é o órgão competente para o
§ 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo julgamento de revisão criminal ajuizada em face de
cível, responderá a União, se a condenação tiver sido decisões proferidas pelos Juizados Especiais.
proferida pela justiça do Distrito Federal ou de
Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva 8) É possível a correção da dosimetria da pena em
justiça. sede de revisão criminal.

9) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não


§ 2o A INDENIZAÇÃO NÃO SERÁ DEVIDA: impede a desconstituição da decisão por meio de
revisão criminal.
a) se o ERRO OU A INJUSTIÇA da condenação proceder
de ATO OU FALTA IMPUTÁVEL AO PRÓPRIO Obs: Existem julgados que não admite. Mesmo quando
IMPETRANTE, como a confissão ou a ocultação de prova se admite, isso é excepcional, sob pena de
em seu poder; transformar a revisão criminal em recurso. (...)
embora seja possível rever a dosimetria da pena em
revisão criminal, a utilização do pleito revisional é
b) se a acusação houver sido MERAMENTE PRIVADA. prática excepcional, somente justificada quando
houver contrariedade ao texto expresso da lei ou à
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a evidência dos autos (STJ, 2019).
pessoa, cuja condenação tiver de ser revista, o
10) O ajuizamento de revisão criminal não importa em
presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.
interrupção da execução definitiva da pena, tendo em
vista a ausência de efeito suspensivo.
Súmula 393, STF: Para requerer revisão criminal, o
condenado não é obrigado a recolher-se à prisão. 11) O réu possui capacidade postulatória para propor
revisão criminal, nos termos do art. 623 do CPP, que
foi recepcionado pela CF/88 e não foi revogado pela
Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia).
Jurisprudência em Teses
Ed. 63 - Revisão Criminal 12) Na revisão criminal prevista no art. 105, I, e, da CF,
apenas a questão federal anteriormente decidida por
1) A revisão criminal não é meio adequado para esta Corte Superior pode ser examinada.
reapreciação de teses já afastadas por ocasião da
condenação definitiva. 13) O acolhimento da pretensão revisional, nos moldes
do art. 621, I, do CPP, é excepcional e limita-se às
2) O julgamento superveniente da revisão criminal hipóteses em que a contradição à evidência dos autos
prejudica, por perda de objeto, a análise do habeas seja manifesta, dispensando a interpretação ou
corpus anteriormente impetrado. análise subjetiva das provas produzidas.

3) Não é cabível habeas corpus como sucedâneo 14) A mudança de orientação jurisprudencial e a
recursal ou para substituir eventual revisão criminal. interpretação controvertida a respeito de
determinado dispositivo legal não são fundamentos
4) O julgamento pelo STF de habeas corpus impetrado idôneos para a propositura de revisão criminal.
contra decisão proferida em recurso especial não
afasta, por si só, a competência do Superior Tribunal 15) A justificação criminal é via adequada à obtenção
de Justiça para processar e julgar posterior revisão de prova nova para fins de subsidiar eventual
criminal. ajuizamento de revisão criminal.

16) A revisão criminal não pode ser fundamentada no


5) É assegurada à defesa a sustentação oral em arrolamento de novas testemunhas, tampouco na
sessão de julgamento de revisão criminal.
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reinquirição daquelas já ouvidas no processo de CAPÍTULO IX - DA CARTA TESTEMUNHÁVEL


condenação.

17) A retratação da vítima ou das testemunhas


constituem provas novas aptas a embasar pedido de CARTA TESTEMUNHÁVEL
revisão criminal.
Propiciar a instância superior o
18) O atraso no julgamento da revisão criminal conhecimento ou processamento
FINALIDADE
provocado exclusivamente pela defesa não de recurso cujo andamento foi
caracteriza excesso de prazo. obstado pelo juízo a quo.

Subsidiária (Não há outro cabível)


CAPÍTULO VIII - DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Apelação Denegada: RESE.
APLICAÇÃO RE Denegado: AGRAVO DE
Art. 632. (Revogado) INSTRUMENTO.
Art. 633. (Revogado)
Art. 634. (Revogado)
Art. 635. (Revogado) Não tem efeito suspensivo
EFEITO
Art. 636. (Revogado)

Art. 637. O RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO TEM 1) Decisão que denegar RESE,
EFEITO SUSPENSIVO, e uma vez arrazoados pelo Agravo de Execução ou Correição
Parcial;
recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à
HIPÓTESES
primeira instância, para a execução da sentença.
2) Decisão que, embora admita o
recurso, obsta sua expedição e
Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial seguimento para juízo ad quem.
serão processados e julgados no STF e no STJ na forma
estabelecida por leis especiais, pela lei processual civil Interposição: 48 horas (se constar
e pelos respectivos regimentos internos. (2019) horário, se não é 02 dias).
PRAZO

JULGAMENTO DO RE E RESP, COM A ADVENTO DA Razões: 2 dias


LEI Nº 13.964/19
Interposição: ao Chefe de cartório
ANTES DEPOIS ou secretaria respectivo.

RE e RESP serão ENDEREÇAMEN


processados e -TO Razões: ao órgão jurisdicional
RE era processado e julgados no STF e no competente para julgar recurso
julgado no STF na forma STJ na forma obstado caso tivesse sido recebido
estabelecida pelo estabelecida por leis e processado.
respectivo regimento especiais, pela lei
interno. processual civil e Escrivão ou secretário, dará recibo
pelos respectivos da à parte e, no prazo máximo de 5
regimentos internos. RECIBO dias, no RESE, ou de 60 dias, no RE,
fará entrega da carta, devidamente
conferida e concertada.

Escrivão ou secretário não deram


SANÇÃO AO recibo ou não entregaram, sob
ESCRIVÃO qualquer pretexto, instrumento:
suspensão por 30 dias.
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Art. 645. O processo da carta testemunhável na


Processo da CT na instância
PROCESSO superior seguirá o processo do instância superior seguirá o processo do recurso
recurso denegado (RESE ou RE). denegado.

Art. 646. A CARTA TESTEMUNHÁVEL NÃO TERÁ EFEITO


Art. 639. Dar-se-á CARTA TESTEMUNHÁVEL:
SUSPENSIVO.

I - da decisão que denegar o recurso;

II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua


expedição e seguimento para o juízo ad quem.

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao


escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso,
nas QUARENTA E OITO HORAS (48 HORAS) seguintes ao
despacho que denegar o recurso, indicando o
requerente as peças do processo que deverão ser
trasladadas.

Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará


recibo da petição à parte e, NO PRAZO MÁXIMO DE 5
DIAS, no caso de recurso no sentido estrito, ou de 60
dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da
carta, devidamente conferida e concertada.

Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se


negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob
qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por 30
DIAS. O juiz, ou o presidente do Tribunal de apelação, em
face de representação do testemunhante, imporá a pena
e mandará que seja extraído o instrumento, sob a
mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do
secretário do tribunal. Se o testemunhante não for
atendido, poderá reclamar ao presidente do tribunal ad
quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento
do recurso e imposição da pena.

Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-


se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso
em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o
recurso extraordinário, se deste se tratar.

Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o


julgamento da carta, se desta tomar conhecimento,
mandará processar o recurso, ou, se estiver
suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.
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CAPÍTULO X- DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO 2) Partido político com


representação no CN;

3) Organização sindical, entidade


# TUDO SOBRE O HABEAS CORPUS HC COLETIVO
de classe ou associação
legalmente constituída e em
NATUREZA AÇÃO AUTÔNOMA DE funcionamento há pelo menos 1
JURÍDICA IMPUGNAÇÃO. ano; e

4) Defensoria Pública.
Concede-se HC sempre que
alguém sofrer ou se achar
CONCEITO Tanto antes da relação jurídica
ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de como depois do trânsito em
locomoção, por ilegalidade ou julgado da decisão condenatória
abuso de poder. MOMENTO ou absolutória.

Ex: Expedição de mandado de


RITO Sumaríssimo prisão, a partir de decisão
transitada em julgado, por juízo
Atualmente o HC teve sua absolutamente incompetente.
possibilidade de manejo
ampliada, pois se possibilita um HC não é sucedâneo recursal.
CONTROLE NA LEGALIDADE das Excepcionalmente, somente em
fases da persecutio criminis. SUSTITUTIVO DE situações teratológicas, com
RECURSO evidente e manifesta violação à
ABRANGE: qualquer ato liberdade de locomoção, pode
constritivo, DIRETO OU ser substitutivo de recurso
ELASTIFICAÇÃO DO INDIRETO, imediato ou mediato, (celeridade),
HC à liberdade ambulatorial, AINDA
QUE SE REFIRA A DECISÕES Pode conter diferentes pedidos:
JURISDICIONAIS QUE NÃO relaxamento de prisão,
PEDIDOS concessão de liberdade
ENVOLVAM DECRETAÇÃO DA
provisória, salvo-conduto,
PRISÃO. revogação de prisão preventiva,
etc.
Exemplo: em tese, não cabe
contra punição disciplinar
• Violência: violência física.
militar. Mas se a análise for da
legalidade (e não mérito), é INTERESSE DE Ex: presa em flagrante, mas
possível a concessão de HC. AGIR sem qualquer situação de
flagrância.
(Necessidade da
POSSÍVEL, a despeito de não
tutela) • Coação: violência moral (medo,
haver previsão legal expressa,
intimação).
tanto o STF como o STJ têm
admitido. • Ilegalidade: falta de
HC COLETIVO
observância dos preceitos
Legitimidade (mesmos do
legais.
Mandado de Injunção Coletivo):

1) Ministério Público;
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ADEQUAÇÃO Destinado apenas à tutela da COMPETÊNCIA Premissa: figuras do paciente e


liberdade de locomoção. da autoridade coatora.

• Impetrante: aquele que pede a Não há uma fase destinada à


concessão da ordem. instrução.

• Paciente: aquele que sofre Semelhante ao MS, prova deve


violência ou coação. ser pré-constituída, geralmente
DILAÇÃO documental.
Impetrante pode ser qualquer
PROBATÓRIA
pessoa (física, jurídica, capaz, Não pode analisar questões
incapaz). extremamente complexas,
especialmente porque seu
OBS: Pessoa Jurídica não
procedimento é sumário e de
poderá figurar como paciente,
cognição limitada.
LEGITIMIDADE mesmo em se tratando de
PARA AGIR crimes ambientais com dupla
MEDIDA LIMINAR CABÍVEL.
(ATIVA) imputação, em razão de não ser
dotada de liberdade de
Súmula 648, STJ: A
locomoção.
superveniência da sentença
MP pode funcionar como: condenatória prejudica o pedido
de trancamento da ação penal
1) Autoridade coatora: HC dever
por falta de justa causa feito em
ser impetrado junto ao tribunal
habeas corpus.
que teria competência originária
para julgar o membro do MP, eis Fundamento: A sentença
que poder haver o SÚMULA NOVA condenatória analisa a
reconhecimento da prática de existência de justa causa de
um crime. (Aprovada em
forma mais aprofundada, após a
19/04/2021)
instrução penal com
2) Impetrante, se o HC for
contraditório e ampla defesa.
impetrado em favor do acusado.
Logo, não faz mais sentido o
Tribunal examinar a decisão de
• PREVENTIVO/PROFILÁTICO:
rejeição da absolvição sumária
Coação (ameaça à liberdade de se já há uma nova decisão mais
locomoção). aprofundada. Será essa nova
manifestação (sentença) que
Concedido o HC, haverá ordem
precisará ser analisada.
de salvo-conduto, garantindo a
ESPÉCIES DE liberdade de locomoção, sem
A superveniência de sentença
HABEAS CORPUS qualquer constrangimento.
condenatória não tem o condão
• LIBERATÓRIO/REPRESSIVO: de prejudicar HC que analisa
JULGADO NOVO tese defensiva de que teria
Violência.
23/11/2021 havido quebra da cadeia de
Concedido o HC, será expedido custódia da prova, ocorrida
Info 720, STJ
alvará de soltura, salvo se por ainda na fase inquisitorial e
outro motivo o paciente não tiver empregada como justa causa
que ser mantido preso. para a própria ação penal.
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▪ Em caso de extinção da punibilidade (decadência


Entenda o julgado: ou prescrição).

A superveniência de sentença ▪ Para impugnar medidas protetivas de urgência na


condenatória nem sempre torna Lei Maria da Penha (11.340/2006).
prejudicado o HC, em razão da perda
do seu objeto. Como exemplo, no
▪ Na análise da licitude de determinada prova ou no
caso concreto, os fatos que pedido pra defesa apresentar por último alegações
subjazem à discussão trazida pela finais, se houver a possibilidade de condenação do
defesa acabaram por lastrear a paciente.
denúncia e toda a persecução penal,
além de haver sido ventilados ainda ▪ Prisão civil de alimentos.
JULGADO NOVO no limiar do processo e de dizer
▪ Contra ato administrativo, se houver ameaça ou
respeito à própria justa causa para
23/11/2021 violência ao direito de ir e vir.
a ação penal.
Info 720, STJ ▪ Autorização ilegal de quebra de sigilo em IP com
cominação de PPL, pois o sigilo é usado na
Ao contrário do que ocorre com a
investigação ou no processo, e pode resultar em
prisão preventiva, por exemplo -
prejuízo à liberdade de locomoção.
que tem natureza rebus sic
standibus, isto é, que se caracteriza
pelo dinamismo existente na
situação de fato que justifica a
HIPÓTESES QUE NÃO AUTORIZAM HC
medida constritiva, a qual deve
submeter-se sempre a constante (COMPILADO JURISPRUDENCIAL)
avaliação do magistrado -, o caso
dos autos traz hipótese em que ▪ Persecução penal referente à infração penal à
houve uma desconformidade entre o qual seja cominada apenas pena de multa.
procedimento usado na coleta e no
acondicionamento de determinadas
▪ HC não é o meio adequado para discutir crime que
substâncias supostamente não enseja pena privativa de liberdade.
apreendidas com o paciente e o
▪ Para obter direito à visita íntima.
modelo previsto no CPP, fenômeno
processual, esse, produzido ainda ▪ Para obter direito à visita em presídio.
na fase inquisitorial, que se tornou
estático e não modificável e, mais do ▪ Superveniência de sentença condenatória que
que isso, que subsidiou a própria mantém a prisão preventiva prejudica HC que havia
comprovação da materialidade e da sido impetrado contra o título originário da custódia.
autoria delitivas.
Houve alteração do título prisional.

▪ Em favor de Pessoa Jurídica.

▪ Para discutir a concessão da Suspensão


HIPÓTESES QUE AUTORIZAM HC Condicional da Pena.

(COMPILADO JURISPRUDENCIAL) ▪ Para discutir a correta tipificação dos fatos


(envolve exame de mérito).
▪ Durante o período de prova no Sursis Processual,
pois ainda subsiste risco à liberdade de locomoção. ▪ Quando tiver havido o cumprimento de PPL.

▪ Para impugnar medidas cautelares diversas da ▪ Exclusão de militar, perda de patente ou função
prisão. pública.
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▪ Perda superveniente de interesse de agir em face ▪ HC não é o instrumento adequado para pleitear
da cessação do constrangimento ilegal à liberdade trancamento de processo de impeachment. (Info
de locomoção. 830, STF).

▪ Não cabe pedido de HC originário para o Tribunal ▪ Não cabe HC para se discutir se houve dolo
Pleno contra ato de Ministro ou outro órgão eventual ou culpa consciente em homicídio
fracionário fracionário da Corte. (STF, 2020) praticado na direção de veículo automotor. (Info 819,
STF).
▪ HC não é sede processual adequada para
discussão sobre a correta fixação da competência, ▪ Não cabe HC objetivando discussão acerca de
bem como sobre a existência de transnacionalidade eventual perda de mandato eletivo, em decorrência
do delito imputado. (Info 959, STF). de sentença condenatória, por não existir lesão ou
ameaça ao direito de locomoção, condição
▪ Concessão da transação penal impede a
indispensável para a impetração da ação
impetração de HC em que se busca o trancamento
constitucional.
da ação penal. (Info 657, STJ).* STF DIVERGE
▪ Como regra, o STJ e o STF não admitem HC para
▪ Não cabe HC para o STF contra decisão
rediscutir a dosimetria da pena aplicada na
monocrática do Ministro do STJ que negou o pedido
sentença. Excepcionalmente, é admitido o HC para
da defesa formulado em ação cautelar (medida
analisar a pena aplicada se:
cautelar) proposta com o objetivo de conferir efeito
suspensivo ao RESP. 1) houver ilegalidade manifesta; e
2) não é necessária a rediscussão de provas.
▪ Em regra, não cabe HC para o STF contra decisão
monocrática do Ministro do STJ que não conhece ou ▪ Não é possível a obtenção de salvo-conduto em
denega HC que havia sido interposto naquele HC autorizando o cultivo doméstico de maconha
Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante para fins medicinais. A concessão de autorização
esgote, no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias para o cultivo de maconha depende de critérios
recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo técnicos cujo estudo refoge à competência do juízo
regimental). criminal, que não pode se imiscuir em temas cuja
análise incumbe aos órgãos de vigilância sanitária.
Exceção: essa regra pode ser afastada em casos
(Info 690, STJ, 2021)
excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar
teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou
manifestamente contrária à jurisprudência do STF, Art. 647. Dar-se-á HABEAS CORPUS sempre que
situações nas quais o STF poderá conceder de ofício alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer
o HC. (Info 868, STF). violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir,
SALVO nos casos de PUNIÇÃO DISCIPLINAR.
▪ Não cabe HC para reexame dos pressupostos de
admissibilidade de recurso interposto no STJ. (Info
858, STF). Art. 648. A COAÇÃO CONSIDERAR-SE-Á ILEGAL:

▪ Não se admite HC para se questionar nulidade I - quando NÃO HOUVER JUSTA CAUSA;
cujo tema não foi trazido antes do trânsito em II - quando alguém estiver PRESO POR MAIS TEMPO
julgado da ação originária e tampouco antes do DO QUE DETERMINA A LEI;
trânsito em julgado da revisão criminal. A nulidade
III - quando quem ordenar a coação NÃO TIVER
não suscitada no momento oportuno é impassível
COMPETÊNCIA para fazê-lo;
de ser arguida através de HC, no afã de superar a
preclusão, sob pena de transformar o writ em IV - quando houver CESSADO O MOTIVO QUE
sucedâneo da revisão criminal. (Info 837, STF). AUTORIZOU A COAÇÃO;
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V - quando não for alguém ADMITIDO A PRESTAR Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao
FIANÇA, nos casos em que a lei a autoriza; Ministério Público cópia das peças necessárias para ser
promovida a responsabilidade da autoridade.
VI - quando o PROCESSO FOR MANIFESTAMENTE
NULO;
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por
VII - quando EXTINTA A PUNIBILIDADE. QUALQUER PESSOA, em seu favor ou de outrem, bem
como pelo MINISTÉRIO PÚBLICO.
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua
jurisdição, fará passar imediatamente a ordem § 1o A petição de habeas corpus conterá:
impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual
for a autoridade coatora. a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de
sofrer violência ou coação e o de quem exercer a
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do violência, coação ou ameaça;
pedido de habeas corpus:
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em
caso de simples ameaça de coação, as razões em que
I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no
funda o seu temor;
Art. 101, I, g, da Constituição;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo,
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de quando não souber ou não puder escrever, e a
violência ou coação forem atribuídos aos governadores designação das respectivas residências.
ou interventores dos Estados ou Territórios e ao
prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou § 2o Os juízes e os tribunais têm competência para
aos chefes de Polícia. expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no
curso de processo verificarem que alguém sofre ou está
§ 1o A competência do juiz cessará sempre que a na iminência de sofrer coação ilegal.
violência ou coação provier de autoridade judiciária de
igual ou superior jurisdição. Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão,
o oficial de justiça ou a autoridade judiciária ou policial
§ 2o Não cabe o habeas corpus contra a prisão que embaraçar ou procrastinar a expedição de ordem
administrativa, atual ou iminente, dos responsáveis por de habeas corpus, as informações sobre a causa da
dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, prisão, a condução e apresentação do paciente, ou a sua
alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento soltura, será multado na quantia de duzentos mil-réis a
nos prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado um conto de réis, sem prejuízo das penas em que
de prova de quitação ou de depósito do alcance incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal
verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal. que julgar o habeas corpus, salvo quando se tratar de
autoridade judiciária, caso em que caberá ao Supremo
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelação impor as
nem porá termo ao processo, desde que este não esteja multas.
em conflito com os fundamentos daquela.
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz,
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude se julgar necessário, e estiver preso o paciente,
de nulidade do processo, este será renovado. mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado
em dia e hora que designar.
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de Parágrafo único. Em caso de desobediência, será
habeas corpus, será condenada nas custas a autoridade expedido mandado de prisão contra o detentor, que será
que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver processado na forma da lei, e o juiz providenciará para
determinado a coação. que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em
juízo.
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§ 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à


Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo autoridade que tiver ordenado a prisão ou tiver o
escusará a sua apresentação, SALVO: paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos
do processo.
I - grave enfermidade do paciente;
§ 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se seja o da sede do juízo ou do tribunal que conceder a
atribui a detenção; ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo,
se houver, observadas as formalidades estabelecidas
III - se o comparecimento não tiver sido determinado no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.
pelo juiz ou pelo tribunal.
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o de Apelação, a petição de habeas corpus será
paciente se encontrar, se este não puder ser apresentada ao secretário, que a enviará
apresentado por motivo de doença. imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara
criminal, ou da turma, que estiver reunida, ou primeiro
Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o tiver de reunir-se.
paciente estiver preso.
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654,
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já § 1o, o presidente, se necessário, requisitará da
CESSOU A VIOLÊNCIA OU COAÇÃO ILEGAL, julgará autoridade indicada como coatora informações por
PREJUDICADO O PEDIDO. escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos,
o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o apresentada a petição.
paciente, o JUIZ DECIDIRÁ, fundamentadamente, dentro
de 24 HORAS. Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão
ordenadas, se o presidente entender que o habeas
§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará
posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser a petição ao tribunal, câmara ou turma, para que
mantido na prisão. delibere a respeito.

§ 2o Se os documentos que instruírem a petição Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas,


evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou o o habeas corpus será julgado na primeira sessão,
tribunal ordenará que cesse imediatamente o podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a
constrangimento. sessão seguinte.

§ 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de
paciente admitido a prestar fiança, o juiz arbitrará o votos. HAVENDO EMPATE, SE O PRESIDENTE NÃO TIVER
valor desta, que poderá ser prestada perante ele, TOMADO PARTE NA VOTAÇÃO, PROFERIRÁ VOTO DE
remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos DESEMPATE; NO CASO CONTRÁRIO, PREVALECERÁ A
autos, para serem anexados aos do inquérito policial ou DECISÃO MAIS FAVORÁVEL AO PACIENTE.
aos do processo judicial.
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que,
§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para assinada pelo presidente do tribunal, câmara ou turma,
evitar ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, ao
paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar
exercer o constrangimento.
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Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama


obedecerá ao disposto no art. 289, parágrafo único, in Súmula 693, STF: Não cabe habeas corpus contra
fine. decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a
processo em curso por infração penal a que a pena
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação pecuniária seja a única cominada.
estabelecerão as normas complementares para o
processo e julgamento do pedido de habeas corpus de Súmula 694, STF: Não cabe habeas corpus contra a
sua competência originária. imposição da pena de exclusão de militar ou de
perda de patente ou de função pública.
Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de
competência originária do Supremo Tribunal Federal, Súmula 695, STF: Não cabe habeas corpus quando já
bem como nos de recurso das decisões de última ou extinta a pena privativa de liberdade.
única instância, denegatórias de habeas corpus,
observar-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto nos
artigos anteriores, devendo o regimento interno do
Jurisprudência em teses
tribunal estabelecer as regras complementares.
Ed. 36 - Habeas corpus
1. O STJ não admite que o remédio constitucional seja
Súmula 344, STF: Sentença de primeira instância utilizado em substituição ao recurso próprio (apelação
concessiva de habeas corpus, em caso de crime agravo em execução, recurso especial), tampouco à
praticado em detrimento de bens, serviços ou revisão criminal, ressalvadas as situações em que, à
interesses da união, está sujeita a recurso "ex vista da flagrante ilegalidade do ato apontado como
officio". Válida. (art. 574, I, do CPP) coator, em prejuízo da liberdade da paciente, seja
cogente a concessão, de ofício, da ordem de habeas
Súmula 395, STF: Não se conhece de recurso de corpus.
habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o
ônus das custas, por não estar mais em causa a 2. O conhecimento do habeas corpus pressupõe prova
liberdade de locomoção. pré-constituída do direito alegado, devendo a parte
demonstrar de maneira inequívoca a pretensão
Súmula 606, STF: Não cabe habeas corpus originário deduzida e a existência do evidente constrangimento
para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do ilegal.
plenário, proferida em habeas corpus ou no
respectivo recurso. 3. O trancamento da ação penal pela via do habeas
corpus é medida excepcional, admissível apenas
Súmula 692, STF: Não se conhece de habeas corpus quando demonstrada a falta de justa causa
contra omissão de relator de extradição, se fundado (materialidade do crime e indícios de autoria), a
em fato ou direito estrangeiro cuja prova não atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade.
constava dos autos, nem foi ele provocado a
respeito. 4. O reexame da dosimetria da pena em sede de
habeas corpus somente é possível quando
Súmula 691, STF: Não compete ao Supremo Tribunal evidenciada flagrante ilegalidade e não demandar
Federal conhecer de habeas corpus impetrado análise do conjunto probatório.
contra decisão do Relator que, em habeas corpus
requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar. 5. O habeas corpus é ação de rito célere e de cognição
OBS: Excepcionalmente, a Súmula 691 pode ser sumária, não se prestando a analisar alegações
afastada, quando a decisão atacada se mostrar relativas à absolvição que demandam o revolvimento
teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou de provas.
manifestamente contrária à jurisprudência do STF.
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6. É incabível a impetração de habeas corpus para 15. O agravo interno não é cabível contra decisão que
afastar penas acessórias de perda de cargo público ou defere ou indefere pedido de liminar em habeas
graduação de militar imposta em sentença penal corpus.
condenatória, por não existir lesão ou ameaça ao
direito de locomoção. 16. O habeas corpus não é via idônea para discussão
da pena de multa ou prestação pecuniária, ante a
7. O habeas corpus não é a via adequada para o exame ausência de ameaça ou violação à liberdade de
aprofundado de provas a fim de averiguar a condição locomoção.
econômica do devedor, a necessidade do credor e o
eventual excesso do valor dos alimentos, admitindo- 17. O habeas corpus não pode ser impetrado em favor
se nos casos de flagrante ilegalidade da prisão civil. de pessoa jurídica, pois o writ tem por objetivo
salvaguardar a liberdade de locomoção.
8. Não obstante o disposto no art. 142, § 2o, da CF,
admite-se habeas corpus contra punições 18. A jurisprudência tem excepcionado o entendimento
disciplinares militares para análise da regularidade de que o habeas corpus não seria adequado para
formal do procedimento administrativo ou de discutir questões relativas à guarda e adoção de
manifesta teratologia. crianças e adolescentes.

9. A ausência de assinatura do impetrante ou de


alguém a seu rogo na inicial de habeas corpus
# DESPENCA EM PROVA
inviabiliza o seu conhecimento, conforme o art. 654. §
1o, c, do CPP. APANHADO SOBRE MANDANDO DE SEGURANÇA
EM MATÉRIA CRIMINAL
10. É cabível habeas corpus preventivo quando há
fundado receio de ocorrência de ofensa iminente à NATUREZA Não perde natureza de ação cível.
liberdade de locomoção.
USO Só quando não for cabível HC ou
11. Não cabe habeas corpus contra decisão que denega RESIDUAL NO não houver previsão de outro
liminar, salvo em hipóteses excepcionais, quando PROCESSO recurso para impugnar decisão.
demonstrada flagrante ilegalidade ou teratologia da PENAL OBS: Não tem previsão expressa
decisão impugnada, sob pena de indevida supressão no CPP.
de instância, nos termos da Súmula 691/STF.
MS É obrigatória a citação do réu
12. O julgamento do mérito do habeas corpus resulta IMPETRADO como litisconsorte passivo.
na perda do objeto daquele impetrado na instância PELO MP
superior, na qual é impugnada decisão indeferitória da
liminar. Mesmo sendo cabível recurso
ordinário, se ele não possuir
13. Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais efeito suspensivo, MS pode ser
EFEITO proposto para garantir tal efeito
Regionais Federais o julgamento dos pedidos de
habeas corpus quando a autoridade coatora for Turma SUSPENSIVO ou evitar dano irreparável ou
Recursal dos Juizados Especiais. quando for atingido direito de
terceiro.
14. A jurisprudência do STJ admite a reiteração do (Mitigação do não cabimento de
pedido formulado em habeas corpus com base em MS contra ato judicial sujeito à
fatos ou fundamentos novos. recurso).
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1) Juiz indefere habilitação de


assistente de acusação;
2) Trancamento do IPL ou da AP,
EXEMPLOS DE
quando não prevista PPL;
CABIMENTO
3) Decisão que denega sequestro
de bens desobedece a lei;
4) Proteção de Pessoa Jurídica no
processo penal.

COMPETÊNCIA Órgão jurisdicional que teria


competência para conhecer
eventual recurso cabível.
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LIVRO IV - DA EXECUÇÃO

TÍTULO I Art. 746. Da decisão que conceder a reabilitação


haverá recurso de ofício.

Art. 668 a 742. Esse artigos foram excluídos, na Art. 747. A reabilitação, depois de sentença
medida em que foram regulamentados pela Lei nº irrecorrível, será comunicada ao Instituto de
7.210/1984 (Lei de Execução Penal). Identificação e Estatística ou repartição congênere.

Art. 748. A condenação ou condenações anteriores


CAPÍTULO II - DA REABILITAÇÃO não serão mencionadas na folha de antecedentes do
reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do
Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da juízo, salvo quando requisitadas por juiz criminal.
condenação, após o decurso de quatro ou oito anos,
pelo menos, conforme se trate de condenado ou Art. 749. Indeferida a reabilitação, o condenado não
reincidente, contados do dia em que houver terminado poderá renovar o pedido senão após o decurso de
a execução da pena principal ou da medida de DOIS ANOS, salvo se o indeferimento tiver resultado
segurança detentiva, devendo o requerente indicar as de falta ou insuficiência de documentos.
comarcas em que haja residido durante aquele tempo.
Art. 750. A revogação de reabilitação (Código Penal,
Art. 744. O requerimento será instruído com: art. 120) será decretada pelo juiz, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público.
I - certidões comprobatórias de não ter o requerente
respondido, nem estar respondendo a processo penal, #Interdisciplinariedade
em qualquer das comarcas em que houver residido
durante o prazo a que se refere o artigo anterior;
DISPOSITIVOS RELATIVOS À REABILITAÇÃO NO
CÓDIGO PENAL
II - atestados de autoridades policiais ou outros
documentos que comprovem ter residido nas
comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas
comportamento; em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo
dos registros sobre o seu processo e condenação.
III - atestados de bom comportamento fornecidos por
pessoas a cujo serviço tenha estado; Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os
efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código,
IV - quaisquer outros documentos que sirvam como vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos
incisos I (perda de cargo, função pública ou mandato eletivo)
prova de sua regeneração;
e II (incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou
curatela) do mesmo artigo.
V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo
crime ou persistir a impossibilidade de fazê-lo. Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2
anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou
Art. 745. O juiz poderá ordenar as diligências terminar sua execução, computando-se o período de prova
necessárias para apreciação do pedido, cercando-as da suspensão e o do livramento condicional, se não
do sigilo possível e, antes da decisão final, ouvirá o sobrevier revogação, desde que o condenado:
Ministério Público. I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
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II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e


constante de bom comportamento público e privado; CAPÍTULO II- DAS CARTAS ROGATÓRIAS
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou
demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia
do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da #ATENÇÃO
vítima ou novação da dívida.
“ONDE SE LÊ STF, LEIA-SE STJ”.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja
A Emenda Constitucional nº 45/2004 transferiu, do
instruído com novos elementos comprobatórios dos
requisitos necessários. STF para o STJ, a competência para homologar
sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a às cartas rogatória.
requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for
condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo respectivo
que não seja de multa. juiz, remetidas ao Ministro da Justiça, a fim de ser
pedido o seu cumprimento, por via diplomática, às
autoridades estrangeiras competentes.
TÍTULO V - DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE
SEGURANÇA Art. 784. As cartas rogatórias emanadas de autoridades
estrangeiras competentes não dependem de
homologação e serão atendidas se encaminhadas por
Art. 751 a 779. Esse artigos foram excluídos, na medida via diplomática e desde que o crime, segundo a lei
em que foram regulamentados pela Lei nº 7.210/1984 brasileira, não exclua a extradição.
(Lei de Execução Penal).
§ 1o As rogatórias, acompanhadas de tradução em
língua nacional, feita por tradutor oficial ou
LIVRO V - DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM juramentado, serão, após exequatur do presidente do
AUTORIDADE ESTRANGEIRA Supremo Tribunal Federal (STJ), cumpridas pelo juiz
criminal do lugar onde as diligências tenham de
TÍTULO ÚNICO efetuar-se, observadas as formalidades prescritas
neste Código.

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS § 2o A carta rogatória será pelo presidente do Supremo


Tribunal Federal (STJ) remetida ao presidente do
Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou tratados, Tribunal de Apelação do Estado, do Distrito Federal, ou
aplicar-se-á o disposto neste Título à homologação de do Território, a fim de ser encaminhada ao juiz
sentenças penais estrangeiras e à expedição e ao competente.
cumprimento de cartas rogatórias para citações,
inquirições e outras diligências necessárias à instrução § 3o Versando sobre crime de ação privada, segundo a
de processo penal. lei brasileira, o andamento, após o exequatur,
dependerá do interessado, a quem incumbirá o
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão pagamento das despesas.
homologadas, nem as cartas rogatórias cumpridas, se
contrárias à ordem pública e aos bons costumes. § 4o Ficará sempre na secretaria do Supremo Tribunal
Federal (STJ)cópia da carta rogatória.
Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos documentos
apresentados constituirá prova bastante de sua Art. 785. Concluídas as diligências, a carta rogatória
autenticidade. será devolvida ao presidente do Supremo Tribunal
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Federal (STJ), por intermédio do presidente do Tribunal


de Apelação, o qual, antes de devolvê-la, mandará § 1o A homologação de sentença emanada de autoridade
completar qualquer diligência ou sanar qualquer judiciária de Estado, que não tiver tratado de extradição
nulidade. com o Brasil, dependerá de requisição do Ministro da
Justiça.
Art. 786. O despacho que conceder o exequatur
marcará, para o cumprimento da diligência, prazo § 2o Distribuído o requerimento de homologação, o
razoável, que poderá ser excedido, havendo justa causa, relator mandará citar o interessado para deduzir
ficando esta consignada em ofício dirigido ao presidente embargos, dentro de 10 DIAS, se residir no Distrito
do Supremo Tribunal Federal (STJ), juntamente com a Federal, de 30 DIAS, no caso contrário.
carta rogatória.
§ 3o Se nesse prazo o interessado não deduzir os
CAPÍTULO III - DA HOMOLOGAÇÃO DAS embargos, ser-lhe-á pelo relator nomeado defensor, o
SENTENÇAS ESTRANGEIRAS qual dentro de 10 DIAS produzirá a defesa.

Art. 787. As SENTENÇAS ESTRANGEIRAS DEVERÃO § 4o Os embargos somente poderão fundar-se em


SER PREVIAMENTE HOMOLOGADAS pelo Supremo dúvida sobre a autenticidade do documento, sobre a
Tribunal Federal (STJ) para que produzam os efeitos do inteligência da sentença, ou sobre a falta de qualquer
art. 7o do Código Penal. dos requisitos enumerados nos arts. 781 e 788.

§ 5o Contestados os embargos dentro de 10 DIAS, pelo


Art. 788. A sentença penal estrangeira será procurador-geral, irá o processo ao relator e ao revisor,
homologada, quando a aplicação da lei brasileira observando-se no seu julgamento o Regimento Interno
produzir na espécie as mesmas conseqüências e do Supremo Tribunal Federal (STJ).
concorrem os SEGUINTES REQUISITOS:

I - estar REVESTIDA DAS FORMALIDADES § 6o Homologada a sentença, a respectiva carta será


EXTERNAS NECESSÁRIAS, segundo a legislação do remetida ao presidente do Tribunal de Apelação do
PAÍS DE ORIGEM; Distrito Federal, do Estado, ou do Território.

II - haver sido PROFERIDA POR JUIZ COMPETENTE, § 7o Recebida a carta de sentença, o presidente do
mediante CITAÇÃO REGULAR, segundo a mesma Tribunal de Apelação a remeterá ao juiz do lugar de
legislação; residência do condenado, para a aplicação da medida de
III - ter PASSADO EM JULGADO; segurança ou da pena acessória, observadas as
disposições do Título II, Capítulo III, e Título V do Livro IV
IV - estar devidamente AUTENTICADA POR CÔNSUL
deste Código.
BRASILEIRO;

V - estar ACOMPANHADA DE TRADUÇÃO, FEITA POR Art. 790. O interessado na execução de sentença penal
TRADUTOR PÚBLICO. estrangeira, para a reparação do dano, restituição e
outros efeitos civis, poderá requerer ao Supremo
Tribunal Federal (STJ)a sua homologação, observando-
Art. 789. O procurador-geral da República, sempre que
se o que a respeito prescreve o Código de Processo
tiver conhecimento da existência de sentença penal
Civil.
estrangeira, emanada de Estado que tenha com o Brasil
tratado de extradição e que haja imposto medida de
LIVRO VI - DISPOSIÇÕES GERAIS
segurança pessoal ou pena acessória que deva ser
cumprida no Brasil, pedirá ao Ministro da Justiça
providências para obtenção de elementos que o Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além
habilitem a requerer a homologação da sentença. das audiências e sessões ordinárias, haverá as
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extraordinárias, de acordo com as necessidades do Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento


rápido andamento dos feitos. prosseguirão com a assistência do defensor, se o réu
se portar inconvenientemente.
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais
serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos § 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos
juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo,
secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova
em dia e hora certos, ou previamente designados. do dia em que começou a correr.

§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato # Comentários


processual, puder resultar escândalo, inconveniente
grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o
Contagem dos prazos no processo penal: são fixados
tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a
em minutos, horas, dias, meses e anos.
requerimento da parte ou do Ministério Público,
determinar que o ato seja realizado a portas fechadas,
Exemplo: Se o ato processual não for praticado até o
limitando o número de pessoas que possam estar
final do expediente forense do dia 29 de setembro de
presentes.
2020 (terça-feira - dia útil), opera-se a preclusão.
Por isso, se um recurso for interposto no último dia
§ 2o As audiências, as sessões e os atos processuais,
do prazo, porém após encerramento do expediente
em caso de necessidade, poderão realizar-se na
normal do cartório, deve ser considerado
residência do juiz, ou em outra casa por ele
intempestivo. De todo modo, quando o ato
especialmente designada.
processual tiver que ser praticado em determinado
prazo, por meio de petição eletrônica, serão
Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados,
considerados tempestivos os efetivados até as 24
as partes, os escrivães e os espectadores poderão
horas do último dia.
estar sentados. Todos, porém, se levantarão quando se
dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem
para qualquer ato do processo. § 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado
considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.
Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal,
perante os juízes singulares, os advogados poderão § 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do
requerer sentados. juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte
contrária.
Art. 794. A polícia das audiências e das sessões
compete aos respectivos juízes ou ao presidente do § 5o salvo os casos expressos, os prazos correrão:
tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar o a) da intimação;
que for conveniente à manutenção da ordem. Para tal
fim, requisitarão força pública, que ficará b) da audiência ou sessão em que for proferida a
exclusivamente à sua disposição. decisão, se a ela estiver presente a parte;

Art. 795. Os espectadores das audiências ou das c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência
sessões não poderão manifestar-se. inequívoca da sentença ou despacho.

Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da Súmula 310, STF: Quando a intimação tiver lugar na
sala os desobedientes, que, em caso de resistência, sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for
serão presos e autuados. feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-
feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em
que começará no primeiro dia útil que se seguir.
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Prazo pode ser individual e sucessivo, ou seja, corre


# CUIDADO #NÃOERREMAIS para uma parte e, na sequência, para outra. Ex:
Memoriais escritos.
INÍCIO DO PRAZO NÃO SE CONFUNDE COM INÍCIO DA ➱ PRAZOS PRORROGÁVEIS: Permitem dilação.
CONTAGEM DO PRAZO.
➱ PRAZOS IMPRORROGÁVEIS (ou peremptórios):
Marco inicial do prazo é, em regra, aquele em que Vencem de maneira automática e necessária, sendo
ocorre a intimação; já a contagem, coisa distinta, inadmissível a remissão, a prorrogação ou a
obedece a regras diversas. Quanto à contagem do dispensa;
prazo, o dia do começo não é computado, incluindo-se
o do vencimento. Ex: se a intimação ocorrer numa ➱ PRAZOS PRÓPRIOS: São aqueles sujeitos à
segunda, com prazo recursal de 05 dias, o prazo preclusão, ou seja, uma vez decorrido o lapso
começa a fluir a partir da terça, já que é excluído dia temporal para sua prática, não mais se autoriza a
do começo. Isso, se terça-feira não for feriado, já que realização do ato processual. Ex: prazo para
o prazo só começa a fluir a partir do 1o dia útil interposição de recursos.
subsequente. Desse modo, o prazo irá expirar no
➱ PRAZOS IMPRÓPRIOS: Inobservância desse prazo
sábado, prorrogando-se, por consequência, para o 1o
não produz qualquer consequência de natureza
dia útil subsequente - segunda. Por outro lado, se a
processual, ou seja, ainda que decorrido o prazo, o
intimação ocorrer na sexta, a contagem do prazo só
ato processual ainda pode ser praticado (ex: prazo
terá início na segunda seguinte, salvo se for feriado.
para juiz sentenciar).
Portanto, cuidando-se de prazo de 05 dias, a
contagem, iniciada na segunda, irá expirar na sexta.

PRINCÍPIOS SOBRE PRAZOS


ESPÉCIES DE PRAZOS
➱ PRINCÍPIO DA IGUALDADE DE TRATAMENTO:
➱ PRAZO LEGAL: previsto em lei. Ex: Acusado será
Partes não podem ser tratadas de maneira desigual,
citado para apresentar resposta à acusação em 10 devendo o prazo ser idêntico. Lei prevê exceções
dias. legais. Ex: prazo em dobro concedido aos Defensores
➱ PRAZO JUDICIAL: Fixado pelo Juiz. Ex: autos do Públicos.
IPL podem ser devolvidos ao Delegado quando
investigado estiver solto, hipótese em que as ➱ PRINCÍPIO DA BREVIDADE: Prazos processuais
ulteriores diligências devem ser realizadas no prazo não podem ser muito dilatados.
marcado pelo juiz.
➱ PRINCÍPIO DA UTILIDADE: Prazo deve ser mais ou
➱ PRAZO CONVENCIONAL: Ajustado entre as partes. menos elástico, de acordo com relevância do ato.
Ante a natureza indisponível dos bens jurídicos em
disputa no processo penal, não existem em sede
➱ PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE: Sob qualquer
processual penal.
pretexto não se admite a redução dos prazos pelo
➱ PRAZO COMUM: Corre em conjunto para todas as juiz.
partes. Ex: 2 ou + apelantes ou apelados? Prazos são
comuns. ➱ PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO: Se o ato processual
não for praticado dentro do prazo legal, opera-se a
➱ PRAZO INDIVIDUAL: Corre, separadamente, para preclusão.
cada parte. É a regra, para permitir às partes o
melhor exercício de suas faculdades processuais.
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CONCEITO Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinqüenta a


quinhentos mil-réis e, na reincidência, suspensão até 30
Dia do começo inclui-se no computo
DIAS, executará dentro do prazo de 2 DIAS os atos
PRAZO DE do prazo.
determinados em lei ou ordenados pelo juiz.
NATUREZA Tal prazo não se prorroga até o 1o
MATERIAL dia útil subsequente, não estando
sujeito a causas interruptivas nem Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos
suspensivas. e decisões dentro dos prazos seguintes, quando outros
não estiverem estabelecidos:
Exclui-se dia do começo e inclui-se
PRAZO DE o dia do final.
NATUREZA Prazo começa a fluir a partir do 1o I - de 10 DIAS, se a decisão for DEFINITIVA, OU
PROCESSUAL dia útil subsequente. Se terminar INTERLOCUTÓRIA MISTA;
em domingo ou feriado considerar-
se prorrogado até dia útil imediato. II - de 5 DIAS, se for INTERLOCUTÓRIA SIMPLES;

PRAZO EM DOBRO III - de UM DIA, se se tratar de DESPACHO DE


▪ Defensoria Pública: prazo em dobro para recorrer. EXPEDIENTE.

§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de


▪ MP: Cuidado.
conclusão.

1) No processo civil, tem prazo em dobro para recorrer


§ 2o Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do
quando atua como parte.
termo de vista, salvo para a interposição do recurso
(art. 798, § 5o).
2) No processo penal, não faz jus ao prazo em dobro
para recorrer.
Contagem dos prazos do MP: termo inicial da
contagem do prazo para impugnar decisão judicial é
MAS, AFINAL, O QUE É A FAMOSA CRISE DE a data da entrega dos autos na repartição
INSTÂNCIA? administrativa do órgão, sendo irrelevante que a
intimação pessoal tenha se dado em audiência, em
▪ É a suspensão temporária do curso procedimental, cartório ou por mandado
sem que a instância cesse.
§ 3o Em qualquer instância, declarando motivo justo,
Exemplo1: verificando que a doença mental do acusado poderá o juiz exceder por igual tempo os prazos a ele
sobreveio à infração, processo permanecerá fixados neste Código.
suspenso até que réu se restabeleça, com prescrição
correndo normalmente. § 4o O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao
órgão do Ministério Público no dia em que assinar termo
Exemplo2: sobrevindo força maior capaz de obstar de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção
regular andamento do feito (v.g., greve dos servidores estabelecida no art. 799.
do PJ), os prazos permanecerão suspensos, sem
cessação da instância, até o restabelecimento da Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os
normalidade. órgãos do Ministério Público, responsáveis pelo
retardamento, perderão tantos dias de vencimentos
Intimação por Mandado ou Carta Precatória conta-se quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de
o prazo a partir da data da intimação e não da juntada serviço, para o efeito de promoção e aposentadoria, a
aos autos da carta precatória. perda será do dobro dos dias excedidos.
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Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-


se-á à vista da certidão do escrivão do processo ou do Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à
secretário do tribunal, que deverão, de ofício, ou a faculdade atribuída ao juiz de determinar de ofício
requerimento de qualquer interessado, remetê-la às inquirição de testemunhas ou outras diligências.
repartições encarregadas do pagamento e da contagem
do tempo de serviço, sob pena de incorrerem, de pleno Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu
direito, na multa de quinhentos mil-réis, imposta por substituto, servirá pessoa idônea, nomeada pela
autoridade fiscal. autoridade, perante quem prestará compromisso,
lavrando o respectivo termo.
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a
retirada de autos do cartório, ainda que em confiança, Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo do
sob pena de responsabilidade do escrivão. Instituto de Identificação e Estatística ou repartições
congêneres, terá por base o boletim individual, que é
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, parte integrante dos processos e versará sobre:
qualquer incidente ou recurso, condenará nas custas o
vencido. I - os crimes e as contravenções praticados durante o
trimestre, com especificação da natureza de cada um,
ENUNCIADO Nº 25 DA I JORNADA DE DIREITO E meios utilizados e circunstâncias de tempo e lugar;
PROCESSO PENAL
II - as armas proibidas que tenham sido apreendidas;
As obrigações pecuniárias (pena de multa, custas
processuais e obrigação de reparar os danos) III - o número de delinqüentes, mencionadas as
advindas da sentença penal condenatória recorrível, infrações que praticaram, sua nacionalidade, sexo,
não podem ser executadas antes do trânsito em idade, filiação, estado civil, prole, residência, meios de
julgado. vida e condições econômicas, grau de instrução,
religião, e condições de saúde física e psíquica;
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de
acordo com os regulamentos expedidos pela União e IV - o número dos casos de co-delinqüência;
pelos Estados.
V - a reincidência e os antecedentes judiciários;
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas
mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, VI - as sentenças condenatórias ou absolutórias, bem
sem que seja depositada em cartório a importância das como as de pronúncia ou de impronúncia;
custas.
VII - a natureza das penas impostas;
§ 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da
defesa será realizado, sem o prévio pagamento das VIII - a natureza das medidas de segurança aplicadas;
custas, salvo se o acusado for pobre. IX - a suspensão condicional da execução da pena,
quando concedida;
§ 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos
fixados em lei, ou marcados pelo juiz, importará X - as concessões ou denegações de habeas corpus.
renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso
interposto. § 1o Os dados acima enumerados constituem o mínimo
exigível, podendo ser acrescidos de outros elementos
§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de úteis ao serviço da estatística criminal.
realizar-se em virtude do não-pagamento de custas não
implicará a nulidade do processo, se a prova de pobreza
do acusado só posteriormente foi feita.
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§ 2o Esses dados serão lançados semestralmente em


mapa e remetidos ao Serviço de Estatística
Demográfica Moral e Política do Ministério da Justiça.

§ 3o O boletim individual a que se refere este artigo é


dividido em três partes destacáveis, conforme modelo
anexo a este Código, e será adotado nos Estados, no
Distrito Federal e nos Territórios. A primeira parte
ficará arquivada no cartório policial; a segunda será
remetida ao Instituto de Identificação e Estatística, ou
repartição congênere; e a terceira acompanhará o
processo, e, depois de passar em julgado a sentença
definitiva, lançados os dados finais, será enviada ao
referido Instituto ou repartição congênere.

Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia 1o de


janeiro de 1942.

Art. 811. Revogam-se as disposições em contrário.


Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1941; 120o da
Independência e 53o da República.

GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos

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