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Instituto Superior Politécnico Privado do kilamba

ISPP-kilamba

A escola do exegese e as jurisprudência conceitual

O autor ꓽ Similson Veríssimo

Orientador ꓽ MS António José Eduardo

Trabalho cientifico que serve como requisito de


avaliação continua na cadeira de Filosofia do Direito

Luanda, Dezembro de 2022


A escola do exegese e as jurisprudência conceitua

O autor ꓽ Similson Veríssimo

Orientador ꓽ MS António José Eduardo

Trabalho cientifico que serve como requisito de


avaliação continua na cadeira de Filosofia do Direito

Luanda, Dezembro de 2022


Dedicatória

Dedico esse trabalha meu colega Alberto


Resumo
O presente trabalho apresenta uma das mais influente escola do século XIX,
escola de exegese trata-se de uma escola de que transcorreu no século XIX,
onde se fundamentava em totalidade na sua teoria que o direito positivo era a lei
escrita, e que a função do jurista era ater-se com absoluto rigor ao texto legal.
Com a publicação do Código de Napoleão em 1804, ocorreu a unificação do
Direito Francês, e os juristas entendiam que sua função era interpretação do
texto legal, ou seja a ciência do direito era reduzida a mera tarefa exegeta. O
código francês quando publicado foi visto como um código completo e acabado
que não admitia lacunas, e foi tido como a expressão mais exata e completa do
Código Civil.
Os franceses conseguiram aquilo que almejavam, um direito unificado e de
grande importância cultural. Por sua grande importância os juristas viam a
necessidade de protege-lo contra interpretações que pudessem distorcer o seu
espírito, isso explica a natureza de se preservar o CÓDIGO, e a contribuição
para formação da Escola da Exegese.
Introdução

1. A Escola da Exegese

A Escola da Exegese surgiu no início do século XIX em meio ao caos político e


social da França revolucionária.

Nessa época, as diversas trocas de governo no Estado Francês,


principalmente durante o período do Terror, provocaram uma grande desordem
no ordenamento jurídico deste país. Tal fato causava grandes prejuízos aos
negócios da classe social mais favorecida pela Revolução: a burguesia.

Contudo, com a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, a burguesia


patrocinou a criação de um Código Civil que consolidou as conquistas
burguesas da Revolução e que trouxe ordem e segurança ao ordenamento
jurídico francês. Nascia, assim, o Código Napoleónico. Sobre ele, Norberto
Bobbio (1961).
A Escola da Exegese e percurso histórico

A Escola da exegese surgiu como uma das consequências da criação do


código de Napoleão (1804), forma de interpretação que ocorria mediante
privilégio dos aspectos gramaticais e lógicos. Com ela, tem-se o ápice do
positivismo jurídico.

A Escola da Exegese é geralmente reconhecida como uma escola do


pensamento jurídico francês, do século XIX, que identifica o direito coma Lei
proveniente do Estado, especialmente a codificada. É com o movimento de
Codificação na Europa que a lei estadual começa “a monopolizar a atenção
dos juristas”. Na França, após 1804, com a elaboração do Code Civil,   também
chamado de Código de Napoleão, o encantamento com a actividade do
legislador assume uma importância sem precedentes na história.

Essa escola, de certa forma, representa um momento dramático no percurso


histórico do direito, é fruto de um processo de redução simplificação do
fenómeno jurídico ocorrido na Modernidade

É nesse percurso histórico de redução do fenómeno jurídico que surge a


Escola da Exegese. Segundo Norberto Bobbio, algumas causas determinantes
para o aparecimento e consagração, na França, da Escola da Exegese foram:
o próprio fenómeno da codificação (com as suas consequências) a mentalidade
dos juristas da época dominada pelo princípio de autoridade (a norma é fruto
da vontade do legislador, decorrência directa da autoridade do soberano,
expressa de maneira segura e completa nos códigos) doutrina da separação
dos poderes (e a decorrente impossibilidade de o juiz criar direito, ou seja, o
magistrado deveria ater-se ao que estava expresso no texto legal) o princípio
da certeza do direito (um direito simples e seguro de fácil compreensão) uma
profunda pressão política na reorganização do ensino jurídico.
A Escola da Exegese também pregava o Estado com a única fonte do Direito, pois
todo o ordenamento jurídico seria originado da lei e, esta, por ser proveniente do
legislador, teria como origem o Estado, ou seja, das fontes formais do direito
actualmente aceitas pelo ordenamento jurídico brasileiro, somente a lei era admitida
como fonte do Direito.
No que discerne a aplicação do Direito, a Escola da Exegese pregava a
concepção silogística. Tal entendimento, influenciado pelas ideias de
Montesquieu, via o Direito como possuidor de três elementos básicos: o fato, a
norma e a sentença.

Temos aqui, o uso de um dos tipos de silogismo criados por Aristóteles, onde
uma premissa maior relaciona-se com uma premissa menor, resultando, dessa
forma, em uma conclusão.

Nesta visão, a norma sobrepujaria o facto, sendo esta a premissa menor e


aquela a premissa maior. Além disso, a sentença era vista como a conclusão
desse silogismo.

Outra importante facto a respeito da Escola da Exegese foi o seu carácter


pioneiro no que discerne à divulgação do positivismo jurídico. Uma das
principais características dessa corrente jurídico-filosófica é o principio da
adopção da omnipotência do legislador. Tal aspecto está muito presente no
Código Civil napoleónico.

Contudo, a divulgação desta característica no meio académico não se deve


aos redactores deste codex, mas aos primeiros juristas que fizeram a
interpretação deste Código. Quem faz esta afirmação é Norberto Bobbio (1961)
em:

Se o Código de Napoleão foi considerado o início absoluto de uma nova


tradição jurídica, que sepulta completamente a precedente, isto foi devido
aos primeiros intérpretes e não aos redactores do próprio Código. É de
fato àqueles e não a estes que se deve a adopção do princípio da
omnipotência do legislador, princípio que constitui, como já se disse mais
de uma vez,  um dos dogmas fundamentais do positivismo jurídico.
Percebemos, pois, a importância dos integrantes da Escola da Exegese, os
primeiros intérpretes do Código Napoleónico, na divulgação do positivismo
jurídico francês entretanto, é válido ressaltar que esta escola não foi a
responsável pela criação desta corrente jurídico-filosófica, mas, somente, a sua
principal difusora na França pós-revolucionária.
Indice

1 Introdução……………………………………………..

2 ) A escola de exegese e percurso histórico……………….

3) Características da Escola da Exegese…………………….

4) Jurisprudência conceitual…………………………………….

5) Referências bibliográficas……………………………………..
CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA DA EXEGESE

O primeiro caracteres ao qual faz referência o autor é a inversão das relações


tradicionais entre o direito natural e direito positivo. (Bobbio, 1999). Devido às
modificações ocorridas no momento histórico da França pré-revolucionária, a
burguesia iluminista possuía, em sua essência, dois postulados fundamentais:
o antropocentrismo e o racionalismo. A Igreja Católica possuía uma enorme
influência nos “modos de pensar” da sociedade europeia naquela época. Antes
das ideias propostas pelos filósofos do Iluminismo, a forma de pensar da
sociedade europeia estava atrelada à doutrina teocêntrica, doutrina essa que
impõe as respostas das dúvidas dos seres humanos a Deus (Deus no centro
do universo). Um dos objectivos desses filósofos era estimular o
desenvolvimento do pensamento humano. Entretanto, para esse
desenvolvimento ocorrer, a sociedade europeia teria que se desvincular da
tradicional doutrina teocêntrica e passar a praticar a doutrina antropocentrismo,
doutrina essa que coloca as respostas das dúvidas humanas ao próprio
homem (o homem no centro do universo). O segundo postulado iluminista a
que nos referimos, decorre, justamente, do primeiro. A partir do momento em
que a sociedade europeia consegue desatrelar-se dos dogmas da Igreja
Católica, ela passa, consequentemente, a desenvolver pensamentos racionais.
Com os ideais iluministas periodizados pela burguesia, fica claro que as
tendências jus naturalistas antipragmáticas desenvolvidas antes do Iluminismo
seriam enfraquecidas. Todavia, os precursores da escola exegética não
negavam “a existência de certos princípios absolutos e imutáveis, anteriores e
superiores a toda legislação positiva, visto que tais preceitos absolutos são
muito vagos e podem ser determinados somente pelo direito positivo” (Bobbio,
1999). Portanto, explica Abonecasse que o direito natural é irrelevante
enquanto não fosse incorporado à lei mas o direito natural possível, praticável,
realizável, é aquele, sobretudo, que se conforma e se assimila melhor ao
espírito, aos princípios e às tendências gerais da legislação escrita. (Bobbio,
1999). Outra espécie de divergência que ocorria entre o direito natural e o
direito positivo era quanto à aplicação de uma via subsidiária do direito natural
em caso de lacunas no direito positivo. Os membros da escola da exegese,
como já foi dito, não admitiam a “intervenção” do juiz ao aplicar a lei. Portanto,
quando existissem tais lacunas, “o juiz não poderia legalmente pretender que a
lei não lhe proporcionaria os meios para resolver a causa que lhe é submetida”.
(Bobbio, 1999). Este preceito de Abonecasse formula a concepção do dogma
da completude hermética do ordenamento jurídico. A segunda característica da
Escola da Exegese formulada por Abonecasse diz respeito à juridicidade das
normas estabelecidas pelo Estado. Em outras palavras, significa dizer que
somente o Estado possui legitimidade para redigir as normas que regularão as
condutas da sociedade.
Conclusão
A Escola exegese escola da exegese, junto ao Código de Napoleão, é o ápice
dessa forma de enxergar o Direito, de forma literal...Direito e Lei, nessa
abordagem teórica, eram considerados sinónimos para
a escola da exegese....a escola da exegese não acompanhou a dinâmica da
sociedade, tomando a lei como única fonte do Direito.

Jurisprudência é o resultado de um conjunto de decisões judiciais no mesmo sentido


sobre uma mesma matéria proferidas pelos tribunais. É formada por precedentes,
vinculastes e persuasivos, desde que venham sendo utilizados como razões do decidir
em outros processos, e de meras decisões.
jurisprudência conceitual

 foi a primeira sub-corrente do positivismo jurídico, segundo a qual a norma


escrita deve reflectir conceitos, quando de sua interpretação. Seus principais
representantes foram Ihering,  Savigny e  Puchta.

Foi, portanto, a precursora da ideia de que o direito provém de fonte dogmática,


imposição do homem sobre o homem e não consequência natural de outras
ciências ou da fé metafísica.

Entre as principais características da jurisprudência dos conceitos estão: o


formalismo, com a busca do direito na lei escrita; a sistematização; a busca de
justificação da norma específica com base na mais geral .

Ou seja, segundo esta escola, o direito deveria, prevalentemente, ter base no


processo legislativo, embora devesse ser justificado por uma ideia mais
abrangente relativa a um sentido social.

As principais características

Formalismo ꓽ com a busca do direito na lei escrita

Sistematização ꓽ a busca da justificação da norma especifica com a teoria mas


geral

Ou seja segundo esta escola, o direito deveria ter base no processo legislativo,
embora deve ser justificado por uma ideia mas abrangente relativa a um
sentido social.
Jurisprudência é um termo jurídico, que significa o conjunto das decisões,
aplicações e interpretações das leis. Também é descrita como a ciência do
Direito e do estudo das leis.

A jurisprudência surgiu com o Direito Inglês, que foi desenvolvido para ir contra
os costumes locais que não eram comuns. Para combater isso, o rei enviava
juízes que presidia o júri e constituiu um sistema de regras em tribunais
separados. O direito inglês apresentou-se então como direito jurisprudencial,
onde predominava a regra do precedente.

O real significado de jurisprudência significa "a ciência da lei". A jurisprudência


pode ter outros significados, como a decisão de um tribunal que não pode ser
recorrida, ou um conjunto de decisões dos tribunais, ou a orientação que
resulta de um conjunto de decisões judiciais proferidas num mesmo sentido
sobre uma dada matéria ou de uma instância superior como o STJ ou TST.

Jurisprudência pode ser uma lei baseada em casos, ou à decisões legais que
se desenvolveram e que acompanham estatutos na aplicação de leis em
situações de fato.

A obediência à jurisprudência é tradição dos países que seguem a tradição


Anglo saxónica do Direito, como os sistemas jurídicos inglês e americano e é
menos frequente em países que seguem a tradição Romana, como Portugal,
Brasil, Espanha e etc.

A jurisprudência pode se referir a várias áreas do Direito. Por exemplo,


a jurisprudência trabalhista se refere às normas, leis e decisões tomadas no
âmbito do trabalho.
Referencia bibliográfica

https://www.significados.com.br/jurisprudencia/

BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de filosofia do direito. São Paulo: Ícone, 1995.

BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: Lições de filosofia do direito.


São Paulo: Ícone, 1995.
VIEIRA, Lucas. A Distorção do Silogismo Aristotélico na Escola da
Exegese. In: Web Artigos, dezembro de 2008. Disponível em:
<http://www.webartigos.com/artigos/a-distorcao-do-silogismo-aristotelico-
na-escola-da-exegese/12255/
[1] BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de filosofia do
direito, p. 65
http://www.pos.direito.ufmg.br/rbep/097105122.pdf

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