O documento discute a interpretação da lei no direito francês. Inicialmente, apresenta a Escola da Exegese, que defendia que as soluções para eventuais conflitos estavam contidas na lei positiva. Posteriormente, fala sobre a interpretação histórica, que considerava a lei como algo histórico que evolui com o tempo, e a interpretação evolutiva, que buscava compreender a intenção do legislador na época da aplicação da lei, não no momento de sua criação.
Descrição original:
Fichamento - Da Hermeneutica ou Interpretação do Direito
Título original
Fichamento - Da Hermeneutica ou Interpretação do Direito
O documento discute a interpretação da lei no direito francês. Inicialmente, apresenta a Escola da Exegese, que defendia que as soluções para eventuais conflitos estavam contidas na lei positiva. Posteriormente, fala sobre a interpretação histórica, que considerava a lei como algo histórico que evolui com o tempo, e a interpretação evolutiva, que buscava compreender a intenção do legislador na época da aplicação da lei, não no momento de sua criação.
O documento discute a interpretação da lei no direito francês. Inicialmente, apresenta a Escola da Exegese, que defendia que as soluções para eventuais conflitos estavam contidas na lei positiva. Posteriormente, fala sobre a interpretação histórica, que considerava a lei como algo histórico que evolui com o tempo, e a interpretação evolutiva, que buscava compreender a intenção do legislador na época da aplicação da lei, não no momento de sua criação.
Disciplina: Metodologia da Pesquisa e do Ensino em Direito
Professor:
Trabalho: Fichamento Modelo Resumo ou Conteúdo
Referência: BASTOS, Aurélio Wander. O Ensino Jurídico no Brasil. 2. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2000. P. 277 - 284.
A INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL E SISTEMÁTICA
O Código Civil Napoleônico foi um grande marco trazido pela Revolução
Francesa. Apesar de toda sua inovação e grandiosidade, o Código é dotado de algumas lacunas, reconhecidas, inclusive, por seus elaboradores. Apesar da opinião de seus elaboradores, muitos de seus aplicadores assim não pensavam, afirmando que no código tudo que dizia respeito a vida social havia sido regulamentado e, portanto, não haveria mais a necessidade de se utilizar dos usos e costumes.
É de certa forma até compreensível que se pensasse desta forma. A
Revolução Francesa trouxe o ideal de que “todos são iguais perante a lei”. O Código Civil seria então expressão dessa vontade comum de igualdade. Sendo assim, a lei passou a ser considerada a única fonte do Direito.
Criou-se, então, duas vertentes: a primeira aduzia que o direito é a lei e a
segunda que afirmava que a ciência do direito dependia da interpretação da lei segundo processos adequados lógicos.
Foi a partir dessa visão de necessidade de interpretação da lei que surgiu a
Escola da Exegese. Denomina-se Escola da Exegese o movimento ocorrido no século XIX que afirmava que na lei positiva já havia a possibilidade de solução de eventuais conflitos que surgissem ou demais eventos da vida social. Os teóricos que se filiavam a essa escola sustentavam que os usos e costumes não caberiam mais no ordenamento jurídico, a não ser quando a lei determinasse que assim o fosse. O jurista, portanto, deveria se filiar ao texto, buscando nele mesmo as soluções que precisasse e assim surge a jurisprudência conceitual.
O primeiro dever do intérprete deveria ser analisar o dispositivo legal e
capturar seu âmago. A lei, enquanto manifestação de vontade do legislador, deveria ser reproduzida com exatidão e de forma fiel. Após uma leitura morfológica e sintática da lei, deveria se buscar seu sentido filológico, afinal nenhuma lei ou dispositivo de lei pode ser compreendido separado dos demais. Surge assim a interpretação lógico-sistemática.
Em resumo, seria somente graças a essa interpretação lógica e sistemática
que o juiz, segundo a mencionada escola, cumpriria o seu dever aplicando a lei e interpretando os casos de acordo com a intenção original do legislador.
Contudo, com o decorrer do tempo novas formas de compreensão da lei
passaram a ser exigidas dos aplicadores do Direito. De forma gradual, então, foi sendo modificada a forma de interpretar a lei.
A INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA E A EVOLUTIVA
Durante o século XIX na França se operou uma grande revolução técnica
tanto nas ciências da natureza, como nas demais searas de conhecimento. Verificou-se, então, uma dissonância entre as leis codificadas e as novas demandas sociais.
Nesse contexto e tendo por inspiração a Escola Histórica de Savigny que
surgia a denominada intepretação histórica. Para os afiliados a esta corrente, a lei seria uma realidade histórica que se situava e progredia conforme o passar do tempo. Após a produção de determinado ditame legal, este não estará para sempre vinculado a vontade do legislador. Deveria buscar compreender também qual teria sido a intenção do legislador se no seu tempo houvesse os fenômenos que estão presentes no momento da aplicação da lei.
De forma progressista surgem os pandectistas. Este grupo é formado por
juristas germânicos que construíram uma técnica ou dogmática jurídica. Um dos representantes dessa escola dispôs sobre o problema da época discorrendo sobre intenção possível do legislador, não no seu tempo, mas na época em que se situa o intérprete daquele dispositivo. Dessa forma, a lei pode ser mais sábia que o legislador.
Contudo, é fato que a elasticidade dos textos legislativos tem um limite. Aí