No passado, quando se tinha como fonte de direito os costumes de
determinada sociedade, o direito escrito não era portador da mesma influência que a cultura tinha sobre seus cidadãos. notava-se que juridicidade se restringia apenas ao direito canônico. No entanto, a obra idealizada por Justiniano – Corpus Juris Civilis (Corpo de Lei Civil) - ganhava ascensão, revitalizando o direito europeu continental. A obra de Justiniano se sobressaia diante os costumes daquela época, por possuir caráter formal. Nesse viés, a obra era vista como um documento mais amplo quando se tratava de leis, surgindo como essencial para êxito financeiro e social, tinha como característica sua abrangência, pois em alguns casos o direito local não previa determinadas condutas. Dessa maneira, não apenas o direito canônico era objeto de estudos acadêmicos, o corpus juris civilis também era usado pelos universitários, esse material estava a frente dos direitos locais daquela época e sendo utilizado em sociedade peculiar frente as outras. Nesse contexto, observa-se a evolução das relações comerciais, requerendo segurança jurídica, sendo essa, assegurada pelo corpus juris civilis também conhecido como direito Romano erudito, dessa maneira como os direitos vigentes da época não tinha tanto eficiência, o direito erudito era responsável na estabilização das relações comerciais tornando-se destaque em outros países. Em Toledo, descobriam-se obras referentes aos costumes clássicos gregos, dentre elas as de Aristóteles que serviu de suporte para ascensão da Filosofia e das ciências entre os séculos XI e XV. Nesse viés, destacam-se também os conceitos de São Tomás de Aquino, destaque como o percursor mais relevante da Escolástica, que defendia o uso da razão e da fé para obtenção da verdade em uma relação recíproca. Os Escolásticos tiveram grande substancialidade no direito da época, pois defendiam que qualquer decisão ou norma fazem parte de um sistema jurídico, também conhecido como todo. Dessa maneira, conseguem ênfase para hermenêutica jurídica que era observada após a análise de uma parte que permite um entendimento do sistema jurídico fundamentado. Nesse contexto, Aberlado tem ênfase com o conceito de que a verdade está no todo e não na parte. A obra de Justiniano tinham adeptos fiéis como os Glosadores, estes se importavam, exclusivamente, com as partes. Essa escola teve sua participação na evolução do Direito Europeu Continental, pois facilitaram servindo de suporte para os sucessores que estudariam com mais afinco o direito romano, explorando os textos do Corpus Juris Civilis com mais facilidade. As escolas do comentadores estudaram a obra de Justiniano com maior amplitude, entendendo-a como um sistema. Diferente dos Glosadores eles procurariam resoluções para casos específicos na totalidade da obra e não apenas em parte. Sobressaem diante os Glosadores, pois se importariam mais com os princípios fundantes do direito. Eles assimilavam o direito à ética procurando complementar com uma característica elementar, a justiça. Apesar de não serem identificados completamente como uma escola de pensadores juristas, mas conglomerado de conceitos na área do direito, fundamentado na pauta humanista. Obtiveram destaque a partir da idade media baixa, inovando no entendimento no estudo voltado para área jurídica. Dessa perspectiva, os humanistas se contrapunham aos comentadores tachando-os de não íntegros por modificarem a língua e o direito romano. Dessa forma, apesar de considerarem a obra de Justiniano ultrapassada, buscavam nela inconsistências expostas nos estudos das escolas antecessoras, influenciando no aperfeiçoamento do direito romano.