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Data: 20/04/2021

Disciplina: Metodologia da Pesquisa e do Ensino em Direito

Trabalho: Fichamento Modelo Resumo ou Conteúdo

Referência: BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. CONSELHO


FEDERAL DE EDUCAÇÃO. Parecer n° 977/65. Define os cursos de pós-
graduação. Documenta, 1965.

Publicado em 03 de dezembro de 1965, o parecer nº 977, além de


estabelecer a diferença entre pós-graduação lato senso e strico senso, traz
importantes conclusões que se mostram como princípios indicativos da forma como
deve ser regulamentada a implantação da pós-graduação no Brasil. Este é o marco
inicial da institucionalização da pós-graduação no Brasil. Este parecer foi produzido
ante a necessidade de implantar e desenvolver os cursos de pós-graduação no
ensino superior brasileiro.

Após uma breve introdução que se refere ao pedido do então ministro da


Educação e Saúde, o parecer se divide em: “a origem histórica da pós-graduação”,
“necessidade da pós-graduação”, “conceito de pós-graduação”, “um exemplo de
pós-graduação: a norte americana”, “a pós-graduação na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação”, “a pós-graduação e o estatuto do magistério”, e “definição e
características do mestrado e doutorado”.

Segundo ensina o parecer, a pós-graduação teria por objetivo formar corpo


docente competente e pesquisadores de alto nível, além de qualificar
profissionalmente quem assim optasse. Além disso, ressalta que a pós-graduação
é integrante do complexo universitário e necessária à realização da finalidade de
uma universidade.

Neste mesmo documento, o autor atesta que o ensino superior brasileiro


ainda não conta com “mecanismos capazes de assegurar a produção de quadros
docentes qualificados”. Afirma ainda que há muita imprecisão quando se trata de
pós-graduação no Brasil.

Newton Sucupira relata a experiência de diversos modelos dessa nova


modalidade de ensino superior tal como, os modelos francês, alemão e norte
americano. Há um tópico isolado tratando unicamente do modelo norte-americano.

Ao tratar sobre o panorama histórico do surgimento da pós-graduação, o


autor do texto destaca que esse sistema tem sua origem na estrutura das
universidades norte-americanas. Nestas universidades, continua, a pós-graduação
está voltada para os estudos avançados de determinadas matérias. O
desenvolvimento desses programas seria fruto da influência germânica, que
encoraja a universidade a ser mais que a mera transmissão de informações.

Quando fala sobre a necessidade da pós-graduação, o autor afirma que


apenas a graduação não seria suficiente para acompanhar a velocidade das
pesquisas e não seria digno pensar que todos os alunos matriculados em
graduações quisessem seguir no aprofundamento das matérias. Aduz:

“o desenvolvimento do saber e das técnicas aconselha


introduzir na universidade uma espécie de
diversificação vertical com o escalonamento de níveis
de estudo que vão desde o ciclo básico, a graduação,
até a pós-graduação. (p. 3)

O autor conclui que a pós-graduação se torna a cúpula dos estudos nas


universidades modernas.

A seguir, falando sobre o conceito de pós-graduação, o autor faz uma


importante diferenciação entre pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Ensina
que a denominação “lato sensu” se destina a todo curso que se segue à pós-
graduação, como as especializações. Por outro lado, as pós-graduações “stricto
sensu” seriam aquelas que proporcionariam grau acadêmico de alta competência
cientifica. O objetivo da pós-graduação stricto sensu seria científico, ao passo que
da lato sensu seria aperfeiçoamento profissional.

Passados esses conceitos, o autor apresenta o modelo norte-americano de


pós-graduação. Explica que lá há dois níveis, mestrado e doutorado e ainda a
diferença entre mestrado profissional e de pesquisa e doutorado profissional e de
pesquisa. O autor descreve ainda sobre as áreas de concentração e de domínio,
sistemática de obtenção de créditos, sobre a flexibilidade e duração dos programas
dentre outras informações.

Em seguida, o parecer discorre sobre a pós-graduação na Lei de Diretrizes e


Bases da Educação de 1961. Segundo o autor, a lei diferencia graduação, pós-
graduação e especialização, mas não determina a natureza da pós-graduação o
que gera certa confusão.

Interpretando a lei, o autor define pós-graduação como uma categoria própria


e afirma que para obtenção desse grau, é necessário já obter graduação. Afirma
também que os programas podem fixar seus critérios para seus processos seletivos.
O autor passa então a tratar das características do mestrado e doutorado.

No Brasil, a pós-graduação deveria ser dividida em dois níveis: mestrado,


com duração de no mínimo um ano, e doutorado, com duração mínima de dois anos.
Estes programas deveriam ter matérias próprias condizentes com suas áreas de
concentração e, primordialmente, optar-se-ia por aulas em formas de seminários. A
pesquisa é característica primordial desses programas e resultará, ao final, em yma
dissertação de mestrado ou tese de doutorado.

O relator afirma que o mestrado não é pré-requisito obrigatório para ingresso


no doutorado e pode ser o título final da carreira dos acadêmicos que assim
optarem.
Em relação aos tipos de doutorado, o autor sugere que seja contemplado
dentro de quatro grandes áreas, quais sejam: Letras, Ciências Naturais, Ciências
Humanas e Filosofia.

Ao final, o autor escreve 16 itens de conclusão, dentre os quais está a


conclusão nº 16, afirmando que:

Os cursos de pós-graduação devem ser aprovados


pelo Conselho federal de Educação para que seus
diplomas sejam registrados no Ministério da Educação
e possam produzir efeitos legais. Para isso o Conselho
baixará normas fixando os critérios de aprovação dos
cursos. (p.11)

Como já mencionado, o parecer de Newton Sucupira é um marco na história


das pós-graduações brasileiras. Ele conceitua e norteia a pós-graduação stricto
sensu se revelando como verdadeiros princípio para implementação destas.

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