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Se olharmos para o direito romano enquanto ius, a grande fonte de direito é a Iurisprudência,

enquanto fonte inspiradora do direito, embora a Iurisprudência nem sempre foi vinculativa. É
difícil dizer que a Iurisprudência está separada da existência das legis, porque em muitas
circunstâncias as legis são pensadas pelos iurisprudentes, e não apenas das atividades dos
magistrados.

Tanto é assim que a própria codificação elaborada com o código Justiniano marca essa mesma
construção, que é a evolução final do direito romano, acaba por ser a compilação de muito do
direito que vem a ser elaborado ao longos do tempo, compilando em 50 livros a Iurisprudência.

Em todo nosso código civil, nós encontramos muitos institutos de raiz romana, em que grande
parte vem da Iurisprudência, são por tanto, construções que os iurisprudentes foram pensando
ao longo do tempo.

O período áureo do desenvolvimento do direito romano, é o período da pluralidade, e é o


período em que a Iurisprudência surge como instituição criadora do direito.

Positivismo jurídico – é uma corrente de pensamento, que surge nos finais do séc. XIX, e que
vai perdurar até após a 2º guerra mundial, sendo que é o grande sistema jurídico, que da
origem a segunda guerra mundial do ponto de vista jurídico, esta corrente defende que o
direito é lei, e que só é direito o que estiver na lei, reduz por tanto o direito a letra da lei, para
isso é necessário a elaboração de códigos, código civil, penal, das sociedades comerciais, são
todos eles frutos desta ideia do positivismo, e por tanto esta corrente diz-nos que todo o
direito necessário para resolver determinada questão está efetivamente nesse código, se por
exemplo, o código civil não resolver, o positivismo diz que essa questão só pode ser resolvida
através da analogia legis, e se ainda assim a questão não for resolvida dizia-se que a questão
não era de natureza jurídica.

Lacuna - ausência de uma solução jurídica para uma determinada questão real/social,
situações em que o juiz conclui que não existe uma solução prevista pela lei para a aquela
solução, e por tanto verifica uma lacuna, e por tanto quando há lacuna é preciso integrá-la, isto
pode ser feito através de duas formas: analogia legis, em que se procura outras leis que podem
ser aplicadas ao mesmo caso, e analogia iuris, aqui procura-se uma solução numa outra fonte,
doutrina, Iurisprudência, etc.

Tendo isto em conta, os autores dos anos 60, seguiam muito esta corrente, e por tanto ao olhar
para o direito romano, valorizam muito mais as legis, senatus consulta e constituições
imperiais. Mas este positivismo é eventualmente superado e a moderna doutrina romanística,
olha para cada uma das fontes que possa ter sido fonte de direito, olhando também como
muito cuidado para a Iurisprudência.

No império romano do oriente, vamos assistir a uma codificação do direito romano, há um


imperador, Justiniano, que vai encomendar a um grupo de juristas, uma compilação do direito,
da qual resulta o código de justiniano, esta é uma obra extensa, constituída por 4 grandes
blocos de direito.

O primeiro bloco, é o códex, este é de 533, este é constituído por 12volumes de constituições
imperiais. E depois elabora outro bloco de 50 livros, que se chama digesto, este eram 50 livros
de iura, isto é, doutrina, era a Iurisprudência oficial a partir de Augusto.

Há ainda um outro livro, as Institutas, que é um manual escolar, que estava dividido em
quatro grandes partes, a parte geral com as pessoas, família, obrigações reais e sucessões
E o último bloco é o livro das novelas, estas eram uma compilação de constituições imperiais
que não tinham sido complicadas no códex, e quase todas elas de justiniano.

Destes 4 livros, o mais importante para ser aplicado pelos anos seguintes será o digesto, este
que é o conjunto de 50 livros mais aplicados hoje, este continha a principal jurisprudência
romana, por tanto retiram-se as ideias dos juristas romanos, e aplicam-se aos dias de hoje.

Vai olhar-se para o digesto, e as soluções apresentados por ele, e percebe-se que essas
soluções podiam ser aplicadas as soluções modernas, e muitas delas são aplicadas até aos dias
de hoje.

Esta facilidade em aplicar as soluções criados no período romano, deve em parte, pela
manutenção de uma estrutura social semelhante a de Roma, mantendo-se uma igreja que se
organiza a semelhança do que era modelo político romano.

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