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Ficha de Trabalho N.

º 1
Introdução ao Estudo do Direito Romano

Bibliografia

OBRIGATÓRIA:

EDUARDO VERA CRUZ PINTO, Introdução ao Direito Romano – As questões fundamentais,


Iuris, Instituto de Investigação Interdisciplinar, 2021, AAFDL; pp 29 a 66;

SEBASTIÃO CRUZ, Direito Romano - I Introdução e Fontes, (Ius Romanum)- pp. 1 a 38.

EDUARDO VERA CRUZ PINTO, Curso de Direito Romano, Volume I, Principia, pp.11 a 169;

FACULTATIVA:

RAÚL VENTURA, Manual de Direito Romano I, Lisboa, Coimbra Editora, 1963;


SANTO JUSTO, A crise da Romanística, separata do vol. LXXII, do BDDUC, Coimbra 1996, pp
75 e segts;
MICHEL VILLEY, Direito Romano, Resjuridica, p. 6 a 27 (Introdução Paulo Ferreira da Cunha)
pp. 29 a 33;
MÁRIO BRETONE, História do Direito Romano, Imprensa Universitário Editorial Estampa, pp.
20 a 33;
FERNANDO BETANCOURT, Derecho Romano Clásico, Universidade de Sevilha, 1995, p. 35 e
36;
MARNOCO E SOUSA, Direito Romano Peninsular e Português, Coimbra, 1910, p.5 a 32;
PEDRO BARBAS HOMEM, O que é o Direito, Principia

Tópicos para reflexão:


1. Que método de estudo adoptar na minha preparação de estudante romanista;
2. Apreciar e compreender o painel da entrada principal da Faculdade de Direito de Lisboa;
3. Direito Romano e sociedade legalístico/positivista;
4. Criação de
ius e sua ligação directa à ars inveniendi;
1. Didáctica assente na
auctoritas e no exemplum: confronto e conciliação;
1. O Direito Romano base essencial de toda a cultura jurídica;
2. Justiça e Direito: relação – simbiose ou oposição;
3. Valores fundamentais do Direito Romano. Diferenciação com os valores actuais do Direito;
4. Direito Romano: ensino formalista
versus ensino criativo;
1. O método j
urisprudencial pleno.

Exercícios / Questões
1. Como podemos definir Direito Romano?
A definição de Direito Romano é difícil de estabelecer. Este facto advém de a expressão Direito
Romano, por si só, compreender perto um milhar de anos de direito de uma civilização que
atravessou os mais diversos períodos de organização política e social. Porém, nos dias que
correm, é possível estabelecer uma concepção muito redutora de Direito Romano como um
conjunto de regras criadas pelos romanos com o fim de garantir a liberdade e paz na sociedade,
através de decisões justas para os conflitos. Há três sentidos com que abordar o direito romano:
sentido rigoroso (strito sensum), amplo e muito amplo. No sentido rigoroso o direito romano é as
normas jurídicas que vigoraram em Roma desde 754 até à morte de Justiniano. O sentido amplo
(lato sensum) comprende. O sentido muito amplo é a junção dos sentidos rigoroso e amplo. Esta
junção resulta no direito comum, o direito civil.

2. Que acepções existem de Direito Romano? Enuncie-as e explicite-as.


O Direito Romano tem como fim chegar a decisões justas para as querelas que possam surgir na
vida em sociedade. Porém, é da percepção romana que estas decisões devem ser respeitadas por
todos, em especial, pelas partes envolvidas na disputa, que, dada a fundamentação racional para a
tomada de decisão dos jurisprudentes, as percecionam como as mais adequadas e justas. Todavia,
nos casos em que as decisões não eram respeitadas, estas podiam ser aplicadas com o recurso da
força. Ainda assim, que não se pense que a força do Direito provinha da possível coerção,
apenas, já que, admitiam os romanos, a regra jurídica não tinha essa natureza por ter
coercibilidade. Antes pelo contrário, era a juricidade da regra que justificava o recurso da força
na sua aplicação. A Justiça pelo Direito leva à paz e segurança; a lei sem Direito impõe a ordem
pela força, mas não dá Justiça ou Paz.
3. Investigue algumas noções básicas e instrumentais de compreensão desta parte da matéria,
nomeadamente distinga e defina: Justiça, Direito, Moral, Religião, Fonte de Direito, História do
Direito, Direito Natural, Direito Comum, Direito Positivo, Método, Ciência, Filosofia;
Justiça: Dar a cada um aquilo que merece; Direito: Sistema de normas que regula a atividade
humana através de direitos e deveres; Moral: relativo aos padrões de bom e mau comportamento
(equidade, honestidade), em que cada um acredita, ao invés das leis; Religião: Crença e adoração
de um Deus ou Deuses ou noutro sistema de adoração e crença; Fonte de Direito: os fatores que
contribuem para a formação do direito e que variam segundo as conçepções religiosas e
filosóficas do homem; História do Direito: visa compreender como é que o direito atual se
formou e desenvolveu, bem como de que maneira evoluiu no decurso dos séculos; Direito
Natural: Direitos conferidos a todos os humanos, pelo simples facto de serem humanos; Direito
Comum: sistema com origem em especial nos tribunais ingleses da Baixa Idade Médiam em que
a fonte principal do direito é a jurisprudência, o precedente judiciário; Direito Positivo: sistema
de normas jurídicas vigentes; Método: uma certa maneira de fazer algo; Ciência: Estudo
cuidadoso do comportamento e estrutura do mundo; Filosofia: amor à sabedoria. Justiça (ius):
4. Que importância tem hoje em dia o estudo do Direito Romano? Para que serve?
Nos dias de hoje, a importância do Direito Romano prende-se no facto de este ter estado na base
do direito moderno da grande maioria da civilização ocidental e por extenção de grande parte do
mundo. Nesta medida, o estudo de Direito Romano serve fundamentalmente para auxiliar a
compreenssão da evolução e transformação do direito ao longo dos tempos e que culminou nos
dias de hoje com um sistema jurídico, neste caso o português, profundamente baseado no Direito
Romano e cuja génese só pode ser tangencialmente apreendida com o estudo desta disciplina.
5. Enuncie as principais linhas essenciais do pensamento
dos principais filósofos gregos: Sócrates; Protágoras; Platão; Aristóteles;
6. Indique as linhas essenciais do pensamento
dos principais filósofos romanos: Cícero; Séneca;
7. Procure saber qual a importância de alguns dos principais
iurisprudentes romanos: Labeo, Proculos, Sabino, Gaio, Paulo, Papiniano, Modestino, Ulpiano;
Labeo e Proculos formam a escola proculeiana, inovadores, progressitas
Sabino e Gaio formam a escola sabiniana, conservadores, avessos a soluções radicais
Paulo, Papiniano,Modestino e Ulpiano são juntamente com Gaio os últimos grandes
jurisconsultos de Roma e cujas perspetivas serviriam de fontes primárias para o Codex
Theodosianus e o Corpus Juris Civilis.
8. Explicite o termo
iurisprudentia.
Afirmou Ulpiano que a iurisprudentia é o conhecimento das coisas divinas e humanas e a ciência
do justo e do injusto. Em termos práticos, em Roma os jurisprudentes, aqueles encarregues da
iurisprudentia, criavam o direito que era normatizado pelos órgãos políticos e pelos magistrados
e aplicado pelos juízes privados. Este papel da criação de Direito era desempenhado pelos
jurispridentes através da intrepretação de regras já existentes, e a fundamentação de execepções
em certas ocasiões, com vista a que isso fosse compreendido e pudesse ser aplicado pelas partes
em litígio e pela sociedade.

Há vida para além do Direito!


Livro: Sir Arthur Conan Doyle, Um Estudo em Escarlate, Livros de Bolso Europa América,
tradução Maria Teresa Pinto;

Poema: Redondilhas com Varanda - Maria Almira Medina (1928)


Visto-me de lume
na varanda nua
e caio de bruços
na concha da rua.

Sangue derramado
neste chão imundo
mata a sede à pedras
e às raivas do mundo.

Náufrago imperfeito
agarrado à lua
com olhos de prata
nas trevas da rua.

Pombas ou gaivotas
na varanda a poente
O mar é a terra
e o céu está na gente.

Maria Almira Medina in 800 Anos de Poesia Portuguesa, Antologia organizada por Orlando
Neves e Serafim Ferreira, Círculo de Leitores, Outubro, 1973;

Desporto: Inscreva-se numa actividade desportiva regular. Consulte a oferta do Estádio


Universitário, da Câmara Municipal de Lisboa (Piscinas municipais on line), aconselhe-se junto
da secção de desporto da AAFDL;

Disco: U2 Rattle and Hum;

Legere enin et non intellegere neglegere est


Ler e não entender é como não ler.

(Esta expressão fonicamente baseada numa paronomásia fácil, é posta como conclusão de uma
premissa tardia dos chamados Dísticos de Catão (3, 214 Baeherens); a contraposição entre ler e
compreender também se encontra em numerosos outros textos, principalmente em autores
tardios e bizantinos, como Orígenes, Sozomeno e Eustátios.)

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