O Prof. Dr. Jorge Reis Novais faz, no seu livro 'Semipresidencialismo', um
balanço bastante positivo do sistema semipresidencial português desde a sua estabilização e afirmação na revisão constitucional de 1982. Esta opinião é confirmada pelo Prof. Arturo Valenzuela que num artigo para o Journal of Democracy intitulado 'Latin American Presidencies Interrupted', e apesar de se posicionar como claro preponente do sistema de governo parlamentar, aponta o semipresidencialismo português como um melhor sistema a emular do que o francês, com vista a resolver as crises institucionais que o sistema presidencial tem provocado na América Latina. Não obstante, o mesmo é rápido a apontar que, em linha com a posição do Professor Novais, Portugal carece numa falha da adoção de dois grandes institutos promotores de estabilidade e racionalização do sistema político. Com efeito, no seu livro 'Semipresidencialismo', o Prof Jorge Reis Novais afirma que Portugal tem sofrido de um problema de governabilidade sistemático. Este considera que tal problema não advém da dificuldade em formar Governo após as eleições parlamentares, mas sim na dificuldade da constituição de Governos de legislatura e de Governos maioritários, sólidos e consistentes que tenham condições para governar e se possam responsabilizar, perante o eleitorado, pela exucução do seu próprio programa. Um Governo minoritário não é uma anormalidade constitucional, nem suscita questões de legitimidade democrática. Todavia, apresenta-se como um Governo frágil, sujeito a ser destituído pelo Parlamento a qualquer momento, e fraco, já que é, naturlamente, incapaz de governar de acordo com o programa que apresentou ao eleitorado. No âmbito da resolução deste problema. Têm surgido vozes que advocam por uma alteração do sistema eleitoral, de modo a tornar mais provável a obtenção de uma maioria absoluta por uma força partidária. O Prof. caracteriza tal 'engenharia constitucional' como possível, mas redutora da democraticidade, proporcionalidade e representatividade da eleição e, a prazo, o pluralismo partidário consolidado na democracia portuguesa desde 1975, o que teria como consequência a acentuação da crise de representação e de integração política atualmente proporcionadas pelo regime político. O Prof. propõe uma outra solução, referenciando uma posição que já vem defendendo desde 2007 no seu 'Semipresidencialismo I', que passa por uma reforma constitucional que introduza um instituto há muito discutido na querela constitucional portuguesa, a moção de censura construtiva, mas combinada com um mecanismo de associação da aprovação excepcional de leis à responsabilização do Governo perante o Parlamento, consagrado na Constituição da V República Francesa. Por motivos de brevidade, esta exposição focar-se-á apenas no priemrio instituto. Na mencionada obra, o Prof. apresenta a moção de censura construtiva como instituto capaz de limitar os poderes fácticos de um parlamento que inviabilize a continuidade do Governo minoritário em funções, mas que não seja capaz de viabilizar uma alternativa. Mais atrás neste livro, o Prof. apresenta a moção de censura cosntrutiva como o mecanismo de racionalização do sistema parlamentar por excelência. Argumenta que este, foi implementado em sistemas parlamentares para resolver o mesmo problema que pode surgir num sistema semipresidencial (a instabilidade política provocada por uma maioria parlamentar negativa que destituí um governo minoritário sem apresentar uma alternativa viável). Tendo isto em conta, argumenta o Prof. que não há razão para que esta não seja adotada num sistema semipresidencial, como de resto já ocorreu na Polónia. Tendo em conta que até aogra só falámos de Governo e Parlamento, parece óvbio que a moção de censura construtiva irá porcurar racionalizar as relações entre estes dois órgãos. Antes de se prosseguir, há que dar conta de que a moção de censura construtiva poderá ter alcances diferentes se se verificar a existência de um governo minoritáro centrado ou descentrado, na terminologia do Prof. Dr. Miguel Galvão Teles. O primeiro consiste de um Governo que não tem contra si, de nenhum dos lados que se lhe justapõem no hemiciclo parlamentar, uma maioria absoluta, o que ocorria no Governo PS de António Costa previamente às eleições de 1 ano atrás. Já o segundo tipo de Governo é caracterizado pelo oposto, ou seja, verifica-se a possibilidade de um daqueles lados formar uma maioria absoluta, era o caso do Governo de Cavaco Silva de 1985-87 em que, à esquerda do Governo, havia a possibilidade de uma maioria absoluta composta pelo PRD/PS/PCP, que se veio a materializar em 1987. O raciocínio do Prof. para a aplicação deste instituto, típico dos sistemas parlamentares num Portugal semipresidencial, consiste no facto de que tanto num sistema como no outro, a partir dos resultados nas eleições parlamentares, ou se consegue formar Governo apoiado por uma maioria absoluta ou se forma um Governo minoritário que não tem o apoio da maioria dos deputados ou tem mesmo a sua oposição activa. O Governo maioritário tem, à partida, todas as condições de garantia de estabilidade política. Já o minoritário não tem qualquer garantia de subsistência alo longo da legislatura e pode cair a qualquer momento, tendo de fazer cedências à oposição para continuar em funções. Mas, com as garantias que lhe são proporcionadas pela moção de censura construtiva, o Governo minoritário passa a ser um Governo de legislatura como o maioritário, sem elementos de imprevisibilidade que impeçam um Governo de planear com segurnaça a execução do seu programa ao longo da legislatura e de ser julgado, no final da mesma, pelos resultados obtidos. A introdução deste mecanismo torna consideravelmente mais difícil a formação de uma maioria em oposição ao Governo, já que para o derrubar, esta tem de acordar no nome do novo PM. Contudo, nesta hipótese, o instituto oferece a sua derradeira garantia de estabilidade ao sistema de governo em que se insere, já que a abertura de uma crise pela manifestação de desconfiança parlamentar no Governo é acompanhada pela sua solução. O que ocorre é que um Governo se sucede a outro de forma fria, como coloca o Prof, sem convulsões e com a garantia de que o novo Governo tem apoio expresso de uma maioria parlamentar. Contra este mecanismo de racionalização do funcionamento dos sistemas de governo, são apontados pelo Prof. quatro contra-argumentos de ordem geral: 1º a designada objeção democrática que se funda na alegação de que a moção de censura construtiva corroí os mecanismos de responsabilidade política do Governo perante o Parlamento, limitando os poderes tradicionais de um parlamento democrático e não respeitando os resultados de efeitos naturais da escolha plural do eleitorado. Quanto a esta objeção, é verdade que a adopção de uma moção de censura construtiva diminui o peso político das oposições, na medida em que pretege o Governo de eventuais crises provocadas pelas mesmas no Parlamento. No enatanto, trata-se de um dimimnuição de influência que permite assegurar o equilíbrio de funções entre parlamento e Governo. Um Governo minoritário é por natureza frágil que, sem a proteção adicional conferida por este instituro, teria o seu mandato permanentemente ao dispor dos humores das oposições. Esta reposição do equilíbrio a favor do Governo, não se traduz, contrariemente ao que pretende esta objeção, numa eliminação ou desnaturação da responsabilidade política do Governo perante o Parlamento. O Governo continua a prestar contas ao Parlamento e pode ser demitido por decisão paralmentar, o que este mecanismo faz é acrescentar a esta responsabilidade do Governo perante o Parlamento uma responsabilidade dos deputados perante o país, obrigando-os a propor uma alternativa para quando derrubem o Governo. Este mecanismo também não desconsidera a vontade do eleitorado, já que chamar uma força política sem apoio parlaementar maioritário na AR é a solução quase inevitável quando a decisão do eleitorado não viabiliza a formação de um Governo maioritário. Não é possível respeitar a sua vontade de outra forma. No entanto, esta nomeação, conjugada com a moção de censura, não transforma um Governo minoritário em maioritártio, veja-se a situação em que se verifica um Governo minoritário descentrado em que a probabilidade da aprovação desta moção é bem real. Até, porque raramente o instituto de moção de censura é empregue com o objetivo de provocar a queda do Governo, em Portugal só uma moção de censura foi aprovada, mas sim dar reforço mediático à ação oposicionista das forças partidárias, veja-se a última em Portugal, proposta e só com os votos a favor do Chega. De resto, a moção de censura construtiva retiraria o risco inerente ao atual mecanismo vigente que poderia causar a rutura do Governo quando o objetivo era o de dar mediatismo à ação oposicionista, já que um partido que pretendensse esse fim poderia oferecer o nome de alguém para PM que ninguém aceitaria. 2º a objeção segundo a qual o mecanismo de moção de censura construtiva não tem importância prática, já que raramente foi utilizado nos países que o adotaram. Este argumento só revela a incompreensão que existe em volta do instituto, já que a moção de censura construtiva só é instituída para não ser utilizada. Ela é adotada para prevenir crises governativas abertas com a aprovação da moção de censura destrutiva, logo, se um governo minoritário termina a sua legislatura, ou seja, o moção de censura construtiva não foi utilizada, então esta cumpriu o seu propósito e não podemos dizer que este insituto não é relevante, já que afirmar que a moção de censura é irrelevante dado o diminuto número de casos em que esta foi aprovada equivaleria a considerarmos o poder presidencial de demissão do Governo para assegurar o bom funcionamento das instituições democráticas como irrelevante, só porque nenhum titular deste cargo se viu na necessidade de utilizar tal poder. 3º a adoção deste mecanismo num sistema semipresidencial traduzir-se-ia numa restrição gravosa dos poderes presidenciais, pelo que seria incompatível com a legitimidade democrática do Presidente da República e com a nartureza do Governo. Hoje, se o AR demite o Governo, cabe ao PR optar por nomear um novo Governo ou dissolver a AR e convocar novas eleições. Se o PR opta por nomear um novo Governo, a viabilidade dessa solução passa sempre, em última análise, pela vontade da AR, uma vez que o Governo tem de se apresentar sempre perante o Parlamento e a sua passagem depende da decisão parlamentar. Assim, nada adianta ao PR insistir numa proposta que sabe não colher o apoio da AR e merecer mesmo a sua oposição. Logo, hoje, sem moção de censura construtiva, quando uma maioria parlamentar derruba o Governo, a seguir, o PR atenta à vontade dessa maioria que lhe é comunicada nas audições dos partidos com representação parlamentar ou a crise não tem solução, no sentido de que o PR não tem margem para fazer escolha diversa da expressa pela maioria parlamentar. Se um PR nomeia um Governo de acordo com a maioria parlamentar, isso significa que, em última análise, foi a vontade dessa maioria que ditou a solução da crise, nada seria substancialmente diverso na hipótese de existir uma moção de censura construtiva. Relativamente à incompatibilidade deste mecanismo com o sistema de Governo português, o papel do PR não se esgota na possibilidade de nomear um novo Governo, nem é esse o seu principal poder numa situação em que a AR demite o executivo ou este se demite, mas sim a prerrogativa de avaliação decisiva acerca da viabilidade da constituição de um novo Governo. Esta prerrogativa tem sido afirmada através do poder de dissolução da AR, isto é, quando é feita ao PR a proposta de nomeação do novo Governo, o PR decide se a aceita ou rejeita. Caso não verifique viabilidade e condições de governabilidade, dissolve o Parlmento e chama os eleitores a decidir. Esta prerrogativa e poder de decisão, a possibilidade de opor à maioria parlamentar com toda a legitimidade democrática, ficaria e deve ficar intacta com a adoção da moção de censura construtiva, de modo a não relegar o PR a uma posição equivalente à de um PR em sistema parlamentar racionalizado ou semipresidencial de Presidente-cerimonial e para evitar eventuais situações fraudulentas (ex. de Eanes em 1983.) 4º Por outro lado, a objeção oposta, no sentido de que a instituição deste mecanismo ampliaria discricionariamente os poderes presidenciais de nomeação do Governo, combinada com a denúncia da proposta como sendo uma 'armadilha para incautos'. Este argumento, defendido entre outros pelo Prof. António Vitorino, coloca a questão de que, num cenário em que não é possível constituir um Governo maioritário, o PR nomeia um governo minoritário centrado que na prática não pode ser demitido pela AR por falta de um maioria à sua esquerda e direita e pelo entendimento quanto à nomeação de um novo PM por estes blocos sendo muito difícil. Num cenário destes, o Governo acaba por subsistir por toda a legislatura só com o eventual beneplácito do PR. Isto poderá ser potenciado se se aplicar o regime da moção de censura construtiva à rejeição do programa do Governo. Todavia, tal só compensaria, de algum modo, a diminuição da sua margem de ação quando a AR aprova uma moção positiva e, no fuundo, o obriga a nomear o PM por ela escolhido. De certo modo, as duas objeções neutralizam-se e constituem a melhor prova de que a proposta de instituição da moção de censura construtiva mantém o equilíbrio de poderes, racionaliza o funcionamento do sistema e em nada diminui o estatuto do PR no nosso semipresidencialismo. Finalmente a afirmação de que este instituto constitui uma 'armadilha para incautos' ao serviço, por exemplo do PS, é meramente revelador de uma visão estritamente partidária que, no fundo, explica a razão sistemática para recusa do PSD em diferentes processos de revisão constitucional. Tal recusa vem do facto de durante muitos anos o PSD não ter preocupações com a governação em minoria, pois conseguia obter a maioria por si mesmo ou em coligação com o CDS. Já na esquerda parlamentar, tal acordo não se julgava possível até 2015, pelo que o PSD via este instituto como meramente vantajoso para o PS, ignorando a estabilidade polítca que poderia trazer para o país. Todavia, com a formação da dita 'geringonça' e com a perda de assentos parlamentares do CDS, o PSD encontra-se agora numa posição equivalente à do PS, o que se pode materializar, fianalmente, na adoção deste instituto em Portugal, um instituto vantajoso para ambos, já que tende a promover a estabilidade governativa em torno de soluções de centro-esquerda ou centro-direita. A adoção deste instituto implica ainda outras considerações. Primeiro, no que susbstancia à alteração da moção de censura clássica. Defende o Prof. que esta deve ser o mais simples e razoável possível, matendo-se o seu carácter atual e adicionando-se meramente o requisito da nomeação de uma alternativa ao Governo que se pretende demitir que deve ser aprovada por maioria absoluta e de forma conjunta com a moção de censura clássica. Poder-se-ia questionar também a alteração da moção de confiança que se distingue da moção de censura por ser da iniciativa do Governo e por, como consequência da primeira desta, não necessitar de uma rejeição por maioria absoluta para resultar na demissão do Governo, uma mera não aprovação é que baste. A manter-se este instituto como funciona hoje, o Governo podia solicitar uma moção de confiança, ser demitido pela sua não aprovação, cabendo ao PR nomear um novo Governo ou dissolver a AR. Reis Novais considera que, para evitar um eventual prolongamento artificial da crise, os deputados deveriam ter sempre a opção de aprovar uma moção de censura construtiva na sequência da apresentação de uma moção de confiança pelo Governo, o que determinaria uma constituição nos termos por ela indicados. No que consta dos poderes presidenciais, o Prof. defende que a adoção deste mecanismo não deve, na medida do possível, limitar os poderes do PR, designadamente o seu poder de dissolução da AR. Todavia, no que se refere ao poder presidencial de nomeação de Governo, é inevitável a compressão deste poder na estrita medida da necessidade de conferir utilidade à moção de censura construtiva. Assim, no cenário de aprovação de uma moção de censura construtiva, se o PR não optar por dissolver a AR, então este terá de nomear o PM de acordo com a orientação parlamentar. Não obstante, esta é uma redução que constitui um pequeno preço a pagar pela coerência do sistema e que, como já foi exposto, pode ser adequadamente compensada. Por fim, num assunto que já foi exposto, há a possível alteração do processo de investidura do Governo pela AR através da não rejeição do seu programa. O acolhimento da moção de censura cosntrutiva deverá implicar a correspondente mudança da regualação do programa do Governo? O regime atual que não requere a aprovação do programa para a investidura do Governo justifica-se pelos motivos hstóricos de permitir a formação de Governos minoritários, uma facilitação que seria exponenciada por este instituto, o que equivaleira a garantir a passagem no Parlamento de qualquer Governo minoritário nomeado pelo PR. Como depois de passar na AR, esse Governo seria dificilmente demitido, tendo uma vida totalmente assegurada e em certa medida exclusivamente legitimada pelo PR. Um poder de nomeação que compensaria a sua nova vinculação à vontade parlamentar manifestada na aprovação de uma moção de censura construtiva, caso não optasse pela dissolução da AR. Independetemente, do reforço dos poderes presidenciais de nomeação daqui resultantes, a alteração referida no regime de rejeição do programa do Governo tem vantagens (acréscimo da estabilidade política e a prevenção de emergência de crises) e inconvenientes (excessivo poder de nomeação do PR e acentuação da pressão de se formarem coligações) sobre os quais o Prof. não apresenta posição. O candidato vai de encontro a todas as posições aqui manifestadas pelo Prof. Dr. Jorge Reis Novais. Não obstante, este pretende apontar um argumento contra a adoção do instituto de moção de censura construtiva que não serve como forma de manisfestar um desagrado com possível acolhimento, mas como um processo refletivo que, desde já, o candidato não encontrou noutros autores consultados. Hoje, por toda a Europa temos assistido ao ressurgimento de forças polítcas de extrema-direita na cena governativa, pelo que Portugal não é diferente com o partido 'Chega' a represntar a 3ª maior força política. Tem se criado um designado 'cordon sanitaire' em volta destes partidos radicais de forma a limitar as possíveis influências negativas que podessem trazer no desempenho das funções governativas. Todavia, considere-se uma alteração do atual quadro constitucional e político português, em que, respetivamente, se adoptasse a moção de censura construtiva e fosse nomeado um Governo, por exemplo do PS, descentrado com uma possível maioria absoluta à direita entre Chega e PSD. O PSD tem se recusado a formar qualquer coligação, pelo menos a nível nacional, com o Chega. No entanto, como já se verificou, este encontra-se agora despojado do seu parceiro de coligação que durante tantos anos e tantas vezes lhe assegurou a governação. Nesta conjetura, numa ânsia de regressar à governação, considera o candidato que uma moção de censura construtiva, que requere uma maioria absoluta que aponte uma alternativa ao Governo destituído, poderia levar o PSD ou mesmo outros partidos a contemplarem a quebra do cordão sanitário e uma associação com a força de extrema-direita para a formação de um Governo alternativo que não só permitiria o acesso destas forças à governação como contribuiria para a sua normalização no espectro político o que, tendo em conta que estas se sustentam numa retórica racista, xenófeba e anti-sistema, ainda que de forma por vezes acanhada e encoberta, é, no mínimo, perigoso. Este é aliás uma problemática que está presente em todo o debate da moção de censura construtiva, até que ponto se pode sacrificar a democraticidade em nome da estabilidade política. Fica aqui uma possibilidade para analisar e até refutar.
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