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NOVA IGUAÇU – RJ
2018
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JURANDIR JOSÉ DOS SANTOS
NOVA IGUAÇU – RJ
2018
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AGRADECIMENTOS
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RESUMO
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 006
2. METODOLOGIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 007
REFERÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 028
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1. INTRODUÇÃO
Desta forma, é possível constatarmos que sua atuação foi sendo direcionada para uma
cooperação multisetorial, envolvendo não apenas a Guarda Municipal, mas principalmente as
instituições de ensino e a comunidade local.
Este trabalho parte da premissa de que as soluções eficazes para reduzir a violência
escolar combinam o trabalho de institutos policiais – como a Guarda Municipal, por exemplo
– e de educação com ações e propostas focadas em regiões e unidades mais afetadas pelo
problema da violência escolar.
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2. METODOLOGIA
Segundo Gil (2002, p. 54) o estudo de caso serve para diferentes propósitos da
investigação científica: a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente
definidos; b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada
investigação e; c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito
complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.
A unidade de análise (GRE) foi escolhida pela facilidade de acesso, uma vez que
integramos o aludido instituto desde sua criação, bem como a predisposição dos responsáveis
para acolher esse estudo vinculado ao objetivo principal da pesquisa; e por representar, ainda,
outros institutos de segurança pública em âmbito municipal no gerenciamento da situação de
conflitos no ambiente escolar.
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Neste estudo foram consideradas como expressões chaves: motivos da violência no
ambiente escolar; opiniões sobre o serviço prestado pelo GRE; situações que motivaram o
chamado do GRE e reflexões a respeito de melhorias nos serviços prestados pelo GRE. Os
resultados são trazidos sob a forma de gráficos e quadros objetivando enriquecer as reflexões
a seguir apresentadas sobre o fenômeno estudado.
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3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA
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na tomada de decisões. Nesse caso, deve haver um Conselho de Escola atuante, bem como
uma APM – Associação de Pais e Mestres – que participe da vida escolar. Por exemplo, para
decidir se a escola deve abrir seus portões aos finais de semana, ou como empregar melhor o
dinheiro arrecadado na festa junina, seria importante reunir o Conselho da Escola. Nessas
ocasiões, se a gestão da escola for democrática, as decisões serão tomadas no coletivo, e não
apenas pelo diretor. É desejável também que a escola estimule a formação de Grêmios
Estudantis, que são os espaços privilegiados para a participação dos alunos nas decisões da
escola. Também é possível fazer isso por meio dos representantes de sala, que são aqueles
alunos eleitos pela turma para representá-la. Vários especialistas afirmam que nas escolas em
que há espaços para o diálogo e para a negociação dos conflitos dos jovens com a Escola
(através da Ronda Escolar e dos Grêmios Estudantis, por exemplos) a violência é menor.
São os espaços existentes nas escolas públicas para a tomada de decisões. Eles são
democráticos porque são formados por professores, funcionários, alunos, pais de alunos e
podem contar com outras instituições da sociedade.
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trabalho. Quando surgem os problemas que afetam a segurança das pessoas na escola, o
diretor deve mobilizar o Conselho de Escola e as pessoas diretamente envolvidas no problema
para estudá-lo e tomar uma decisão do que fazer: primeiro para prevenir que novas
ocorrências surjam e segundo para saber que atitude tomar diante desses problemas. Enfim, o
diretor é o responsável imediato pelas medidas a serem tomadas, mas também é responsável
por desenvolver um plano de prevenção e de ação para os momentos em que o problema se
manifesta.
Outra função importante na escola para zelar pelo convívio entre os alunos é o inspetor
de alunos: ele é responsável pela circulação dos alunos e de outras pessoas na escola. Ele
observa os comportamentos dos grupos quando estão fora das salas de aula, nos horários de
entrada e saída. Nos momentos de circulação livre é que costumam surgir determinados tipos
de conflitos (brigas, depredações, confusões) no ambiente escolar. Nesses casos os inspetores
precisam saber como lidar com os problemas e atuar preventivamente para evitar que tais
conflitos aconteçam. A forma de atuação dos inspetores e de outros funcionários que estão em
contato permanente com os alunos precisa ser guiada por um plano de ação: Qual o
comportamento desejável para as pessoas dentro da escola – não apenas os alunos? Como
interferir numa situação conflituosa? Como atuar tendo a vista o caráter educativo e corretivo
nos casos de violência ocorridos no espaço da escola?
A escola também não é uma instituição isolada da sociedade. Ela faz parte de uma
comunidade e por ela passam os problemas dessa comunidade. Como a escola atua na
educação de pessoas, ela é muito importante para contribuir na formação de indivíduos
equilibrados, que consigam lidar com conflitos de maneira pacífica, que aprendam a conviver
com regras e que, além disso, aprendam a formular regras para si e para seus grupos de
convívio. Podemos pensar a relação da escola com a comunidade da seguinte maneira:
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3.6.QUEM DECIDE NA ESCOLA?
De qualquer maneira, é importante compreender dois víeis que podem influenciar nas
relações de conflitos no ambiente escolar: a primeira se refere à maneira como as decisões são
tomadas dentro da Escola – que por sua vez devem estar baseadas em princípios democráticos
que contemplem os pontos de vista de professores, funcionários, alunos, pais e comunidade; a
outra é como administrar as decisões que foram tomadas.
As decisões que devem direcionar as práticas de todos na Escola precisam ser tomadas
conjuntamente. Também é muito importante que sejam claras, no sentido de determinar quem
é responsável pelo que. Esse trabalho deve ser coordenado pelo diretor da Escola. Quando não
há clareza do que fazer nessas situações, a autoridade fica diluída e é assumida por qualquer
sujeito que naquele momento tente solucionar os problemas a partir de um ponto de vista seu,
isolado. Em alguns casos essa prática parece inevitável quando o problema é inédito. Mas
quando o problema reproduz uma situação já vivenciada, fica indicada a necessidade de um
tratamento especial com o estabelecimento de um plano de ação.
Ao longo do tempo a sociedade foi percebendo que não adianta nada falar de
democracia na política se não acolhermos os princípios democráticos no nosso dia-a-dia, nos
relacionamentos cotidianos. A democracia é um valor que deve permear todos os níveis da
nossa vida. Nesse sentido, a escola também deve respeitar e praticar os valores democráticos,
ou seja, levar em conta a opinião de todos nas decisões, respeitando os diferentes pontos de
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vista e propiciando a participação. Ao democratizar a gestão da escola, ou seja, envolver cada
vez mais pessoas nas decisões, a escola certamente melhora sua qualidade de ensino, uma vez
que consegue oferecer um serviço mais adequado às necessidades de seu público alvo. A
legislação incorporou esse anseio cada vez mais presente na sociedade. Na lei máxima do
país, a Constituição, esse tema já aparece no artigo 206, mas é na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996) que ele se torna mais visível,
por meio da afirmação de que o ensino será ministrado com base no princípio da “gestão
democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”
(Art. 3º,VIII) que deve envolver “participação da comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalentes” (Art. 14, II).
Quanto à atuação de agentes das guardas municipais na escola, eles devem ser
orientados a procurar saber com a diretora o que existe no plano da escola quanto à educação
e o convívio entre as pessoas, quanto à forma de atuar em situações de conflito; quanto à
maneira como a escola pretende solucionar esses problemas e garantir a segurança e
tranquilidade de todos. Na prática, isso não existe nos planos, muitas vezes por não parecer
um tema “nobre” para constar de um plano de escola (plano de gestão no caso do Estado).
Mas, na realidade, a violência escolar é um problema que toda escola enfrenta e,
eventualmente, conta-se com a participação das Guardas Municipais para chegar a uma
solução. Essa busca para conhecer o plano da escola pode ser uma excelente oportunidade
para o trabalho conjunto de institutos policiais e da escola, desde que os atores envolvidos
saibam que a escola é a responsável por educar pessoas para que saibam conviver
pacificamente e que ela, além de ensinar os conteúdos escolares, é uma responsabilidade dos
profissionais que nela trabalham.
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4. GUARDA MUNICIPAL E SEGURANÇA PÚBLICA
Por isso, em virtude das dificuldades dos estados e da União em cuidar sozinhos da
Segurança Pública, se faz necessária à participação dos Municípios através das Guardas
Municipais dispostas no artigo 144 §8 da Constituição Federal.
Com a crescente onda de violência que toma conta do país o modelo de segurança
facultado apenas aos Estados membros e a União se mostra ultrapassado.
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sempre está mais próximo dos acontecimentos da comunidade, por residir e conviver nas
cidades.
Por outro lado, é possível notar que as Guardas Municipais enfrentam dificuldades por
falta de padronização no âmbito nacional, ou pela ausência de uma regulamentação que
garanta uniformidade de procedimentos, recursos e procedimentos a serem adotados pelos
profissionais dessas corporações.
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servidores recebessem ao menos instruções básicas para aturem na proteção dos bens e
instalações públicas, ou até mesmo nas escolas ou nas vias públicas da cidade.
De acordo com o artigo 144 CF/88, existem diferentes arranjos institucionais que
demonstram a diversidade de institutos relacionados ao campo da segurança pública, tais
como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Policias Civil e Militar, Bombeiro Militar
etc. Esses diferentes institutos demonstram diferentes estratégias e especificidades de atuação.
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Um exemplo disto aconteceu na própria instituição em estudo, onde no ano de 2016
foi criada pelo então Secretário de Segurança Pública, o GTAM – Grupamento Tático
Municipal que eram comboios de duas “patamos” com fardamento diferenciado dos demais
guardas municipais e que circulavam o tempo todo nas principais vias do Município sendo
considerado uma espécie de “tropa de elite” da Guarda Municipal. Tratando-se de uma mera
reprodução do antigo GTAM da PMERJ (Grupamento Especial Tático Móvel). Não raras
foram às situações de perigo relatadas pelos integrantes desse grupamento que atuavam
apenas com armas não letais nas vias públicas. Como, por exemplo, as ameaças e
intimidações que sofreram de bandidos fortemente armados em veículos em determinados
locais da cidade.
Ora, esse tipo de estratégia dentro de uma instituição com estrutura organizacional
ainda indefinida mostra o quanto é prematuro a concepção de que os institutos das polícias
sejam órgãos legitimados para conduzirem as políticas públicas de segurança no âmbito
municipal.
Conclui-se, desse modo, que o escopo de atuação dos institutos policiais, quando
inseridos numa realidade totalmente diferente, pode gerar algo muito prejudicial à gestão da
segurança pública municipal, além de comprometer consideravelmente a construção de uma
identidade institucional da própria Guarda Municipal perante a sociedade.
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4.3.A RONDA ESCOLAR POR REGIÃO DE ATUAÇÃO
SETOR 1 53
SETOR 2 63
Esses agentes são selecionados pelo Chefe da Guarda Municipal, constando apenas
como requisito para acesso e permanência possuir Noções do Estatuto da Criança e do
Adolescente. Trata-se de uma atividade desenvolvida pela GM enquanto operação
extraordinária, contando com um efetivo “voluntário” para atender uma demanda.
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4.4.PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS ATENDIDAS PELA RONDA ESCOLAR
e sua qualificação para o serviço, sem prescindir de que a questão da segurança naquele
TOTAL DE
AÇÕES
ATENDIMENTOS
APOIO A DEPARTAMENTOS MUNICIPAIS 20
AGRESSÃO MUTUA ENTRE ALUNOS 11
PALESTRAS 29
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 09
AVERIGUAÇÃO DE ATITUDE SUSPEITA 08
PERTUBAÇÃO DO SOSSEGO PÚBLICO 08
REUNIÃO COM PAIS 08
EVENTO EM ESCOLA ESTADUAL 09
AMEAÇA E DESACATO A FUNCIONÁRIOS 09
BRIGA MARCADA PELA INTERNET 11
CONDUÇÃO AO HOSPITAL 06
APOIO A ESCOLA PARTICULAR 06
AÇÕES COIBITIVAS A ATOS DE VANDALISMO 06
APOIO AO TRÂNSITO 04
PERSEGUIÇÃO A AGRESSOR 04
ACOMPANHANENTO DE ALUNO 05
CONDUÇÃO AO ÓRGÃO POLICIAL 06
CONDUÇÃO AO CONSELHO TUTELAR 04
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APREENÇÃO DE REPLICA/ARMA BRANCA 03
ESCOLAS FURTADAS 03
FURTO DE CELULAR 02
APOIO AO TRE 02
P.O. 02
DISPARO DE ARMA DE FOGO 02
ALUNOS SOLTANDO BOMBAS 01
ASSÉDIO 02
OCORRÊNCIA COM ENTORPECENTE 02
VEÍCULO RECUPERADO 01
ALUNO ESQUECIDO 01
ALUNOS CONSUMINDO BEBIDA ALCOÓLICA 01
INDIVIDUO ARMADO 01
CONDUÇÃO A CASA DE PASSAGEM 01
SUSPEITA DE VIOLÊNCIA AO MENOR 02
PROBLEMAS COM DIREÇÃO E PAIS 03
ALUNOS AGRESSIVOS 01
AGRESSÃO A FUNCIONÁRIOS 03
ALUNOS COM FACA 02
ALUNOS ENVOLVIDOS EM FURTOS 01
ARRASTÃO 01
ALUNOS AGREDIDOS 01
CYBERBULYING 01
PRINCIPIO DE INCÊNDIO 01
ALUNOS PEGOS COM SERINGAS 01
TOTAL DE ATENDIMENTOS COM VISTA A MANTER A PAZ SOCIAL 234
Fonte: Guarda Municipal de Belford Roxo
TOTAL DE
AÇÕES
ATENDIMENTOS
APOIO A DEPARTAMENTOS MUNICIPAIS 25
AGRESSÃO MUTUA ENTRE ALUNOS 07
PALESTRAS 09
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 10
AVERIGUAÇÃO DE ATITUDE SUSPEITA 03
PERTUBAÇÃO DO SOSSEGO PÚBLICO 15
EVENTO EM ESCOLA ESTADUAL 02
AMEAÇA E DESACATO A FUNCIONÁRIOS 02
CONDUÇÃO AO HOSPITAL 03
AÇÕES COIBITIVAS A ATOS DE VANDALISMO 05
20
APOIO AO TRÂNSITO 02
CONDUÇÃO AO ÓRGÃO POLICIAL 03
CONDUÇÃO AO CONSELHO TUTELAR 04
APREENÇÃO DE REPLICA/ARMA BRANCA 03
ESCOLAS FURTADAS 05
FURTO DE CELULAR 03
P.O. 02
ALUNOS SOLTANDO BOMBAS 02
ASSÉDIO 02
OCORRÊNCIA COM ENTORPECENTE 09
ALUNO ESQUECIDO 01
ALUNOS CONSUMINDO BEBIDA ALCOÓLICA 02
INDIVIDUO ARMADO 01
TOTAL DE ATENDIMENTOS COM VISTA A MANTER A PAZ SOCIAL 120
Fonte: Guarda Municipal de Belford Roxo
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5. POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA NAS ESCOLAS
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unidades escolares para visitação, a exemplo dos postos de serviços (hospitais, prédios e
logradouros públicos), objetivando a integração com a comunidade e o atendimento das
demandas locais por segurança.
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6. DIFICULDADES QUE COMPROMETEM O SERVIÇO DE RONDA ESCOLAR
As impressões que podemos ter enquanto observador e agente do GRE sinalizam que a
comunidade escolar é receptiva à atuação da Ronda Escolar e, portanto, um canal de diálogo
que pode favorecer a maior aproximação e conhecimento acerca do policiamento no ambiente
de ensino e principalmente do trabalho preventivo e protetivo do GRE. Acerca da aceitação,
conforme exposto no Curso de Policiamento Comunitário Escolar (REDE EAD-SENASP,
2017), ela tende a aumentar a partir da percepção do caráter preventivo e protetivo da Ronda
Escolar pela comunidade.
A presença da Ronda Escolar quer pela necessidade da ação repressiva ante os atos de
violência e a sensação de insegurança nas escolas, quer na ação preventiva através das visitas
às unidades de ensino, tem acontecido no Município de Belford Roxo ao longo de treze anos,
desde a criação do Grupamento de Ronda Escolar (GRE) no ano de 2005, de modo
ininterrupto e com certa regularidade. Todavia, não há muitos registros que possam justificar
ou permitir uma análise da efetividade do policiamento escolar realizado pela Guarda
Municipal. Entretanto, verifica-se o reconhecimento e a percepção da atuação preventiva da
Ronda Escolar através do relato de diretoras de algumas escolas atendidas pelo GRE como a
seguir:
“Gostaria de parabenizar o relevante trabalho desenvolvido
pelos membros da Ronda Escolar. Reconhecendo a
fundamental mediação em todos os aspectos relativos aos
conflitos, que envolvem o cotidiano escolar e as orientações
transmitidas à direção da escola em momentos decisórios.
Nós do CIEP 316 – General Ladário Pereira Telles,
aplaudimos de pé o trabalho desta equipe. Desta forma,
solicitamos que este trabalho jamais seja interrompido.” –
Idalina Clemente, Diretora do CIEP 316 – Gal. Ladário P.
Telles, São Bernardo (Belford Roxo, 2014).
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Fluminense, dado o agravamento da violência nas escolas e ineficiência das políticas de
segurança pública. No caso da Ronda Escolar, por se tratar de um serviço com relevante grau
de especificidade, o reduzido número de agentes reforça a necessidade de uma maior
participação das escolas quanto à questão da violência e da insegurança, de modo a otimizar o
efetivo existente a ser direcionado às unidades de ensino mais críticas e ao mesmo tempo
favorecendo o engajamento e a mudança de atitudes da comunidade escolar quanto a
responsabilidade pela sua segurança.
Por outro lado, a questão da ocupação de determinados territórios na cidade pelo crime
organizado reduziu em 26% (vinte e seis por cento) o atendimento da Ronda Escolar a
determinadas unidades escolares (aproximadamente trinta escolas), uma vez que a integridade
física dos agentes fica comprometida em razão do crime.
Observa-se acerca das dificuldades levantadas quanto ao serviço da Ronda Escolar que
os agentes reconhecem a relevância para a promoção da paz mediante a aproximação e
interação com a comunidade escolar, sendo as limitações, principalmente quanto ao efetivo
empregado, reflexos da inobservância das demandas e da ausência da participação dos atores
envolvidos na formulação das políticas públicas de segurança, bem como, a desatenção à fase
da capacitação dos agentes, considerando a complexidade que leva ao comprometimento do
Policiamento Comunitário Escolar, segundo as argumentações de Muniz e outros (1997) e
Oliveira (2008).
Por fim, na tentativa de superação de parte das dificuldades acima elencadas, de modo
a garantir a segurança no ambiente escolar, a Supervisão da Guarda Municipal e a Inspetoria
de Planejamento e Projetos, têm realizado rondas e visitas e desenvolvido ações
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socioeducativas nas unidades de ensino existentes no Município, contando com efetivo
próprio, durante o serviço ordinário (rotineiro), sob as orientações e supervisão do Chefe da
Guarda Municipal. O que tem contribuído para, além da otimização do efetivo às escolas mais
críticas, com a aproximação da Guarda Municipal com a comunidade escolar, ao que aduz
Balestreri (1997) e Silva (2014).
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, sugerem-se estudos futuros voltados à percepção dos diferentes atores quanto à
escuta qualificada e oportuna da comunidade escolar no estabelecimento das políticas
públicas a ela direcionada, considerando as significativas contribuições da Ronda Escolar na
prevenção e combate da violência nas escolas, bem como a possibilidade de uma mudança nas
políticas públicas de segurança voltadas para a comunidade escolar.
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REFERÊNCIAS
[3] De Plácido e Silva, Vocabulário Jurídico, 4.0, Rio de Janeiro: Forense, 2008,
verbete competência.
[4] De Plácido e Silva, Vocabulário Jurídico, 4.0, Rio de Janeiro: Forense, 2008,
verbete competência.
[8] Livro – O que você precisa saber sobre Guarda Municipal e nunca teve a quem
perguntar. Autor: Claudio Frederico Carvalho.
[9] Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9394/96. 2ª edição. Rio de
Janeiro: DP&A, 1999.
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