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Como vimos, a escolha do sistema de governo se faz através do modo como poderes
específicos se relacionam: notadamente, o Executivo e o Legislativo. A depender do modo como
esses dois poderes se relacionam, teremos um determinado sistema de governo, com suas devidas
peculiaridades.
Neste sistema, não há uma identidade física entre Chefe de Estado e Chefe de Governo. No
Parlamentarismo, o Chefe de Estado é o Monarca ou o Presidente da República,
dependendo de qual é a forma de governo (Monarquia ou República).
PARLAMENTARISMO
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O Chefe de Estado e o Chefe de Governo no Sistema Parlamentarista:
Nas Monarquias, a chefia do Estado é exercida pelo Rei (Monarca), e nas Repúblicas pelo
Presidente da República.
Assim, este Chefe de Estado simboliza a unidade nacional, acima dos partidos políticos, e,
consequentemente, das divergências e crises políticas. O Chefe de Estado encarna a
continuidade do Estado e das instituições, sem ter os meios e os poderes de colocar em
prática uma política própria.
A Chefia de Governo. É responsável por chefiar o governo, ou seja, a direção das políticas
públicas em âmbito interno. No Parlamentarismo, a chefia de governo, é exercida pelo
Primeiro Ministro. Este representa a maioria e é escolhido pelo Presidente ou Rei (no caso
República ou Monarquia), devendo obter a aprovação do Parlamento. O governo terá um
conjunto de ministros que formarão um gabinete de ministros.
O Primeiro ministro tem funções políticas e seu poder só tem legitimidade enquanto tiver
maioria parlamentar. Assim, o Chefe de Governo (Primeiro Ministro) pode ser
responsabilizado.
Equilíbrio de Forças:
Bicameralismo:
Somente a Câmara Baixa, cujos membros são resultantes de voto universal (dos cidadãos), é
que exerce controle sobre o governo. Já a Câmara Alta, tem seus membros geralmente escolhidos
por via indireta, possuindo poderes limitados. Ela funciona mais como um poder Moderador, com
caráter conservador, quando comparado à Câmara Baixa, que geralmente é mais voltada às
manifestações populares.
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As vantagens apontadas ao Sistema Parlamentarista:
A principal das vantagens deste sistema é proporcionar uma relação mais harmônica entre
Executivo e Legislativo. Isto ocorre, porque o Chefe de Governo é, em regra, escolhido dos
quadros do Legislativo, representando o partido que obteve maioria nas eleições parlamentares.
Esse apoio da maioria facilita a administração política do Chefe de Governo.
Entretanto, pode ocorrer que essa relação de confiança entre o Chefe de Governo e o
Parlamento seja quebrada. Tal situação pode fazer com que o Parlamento retire seu apoio ao
Governo. Nesse caso, ocorre a aprovação de um Voto de Desconfiança e o Governo é substituído.
Em seu lugar, passa a governar um novo Gabinete, que tenha obtido apoio parlamentar.
Assim, por exemplo, se o Governo enfrenta uma crise grave, em razão de uma decisão
política que tomou, por exemplo, ele é substituído imediatamente, sem que seja necessária a
instauração de um processo complexo e frequentemente conturbado como o de impeachment.
Conclui-se, portanto que o Chefe de Governo não possui mandato. Ele governa apenas pelo período
em que goze de apoio parlamentar.
Importante lembrar que, o Governo terá também mecanismos para evitar a obstrução
contínua por parte do Parlamento, solicitando ao Chefe de Estado a dissolução do Parlamento,
convocando novas eleições extraordinárias, para a escolha de outro Parlamento.
Se por um lado essa flexibilidade oferecida pelo Parlamentarismo tem suas vantagens,
podem-se destacar algumas desvantagens nesse sistema.
Destacamos assim que nem sempre haverá harmonia entre o Legislativo e o Executivo, o
que provocará instabilidade, podendo resultar em sucessivas trocas de Gabinete.
a) Embora esse sistema de governo seja típico das Monarquias Constitucionais, pode-se também
ser aplicado às Repúblicas;
b) Existe uma dualidade do Poder Executivo, ou seja, ele divide em duas partes: um Chefe de
Estado, normalmente exercido pelo Monarca ou pelo Presidente da República, e um Chefe de
Governo, como regra, exercido por um Primeiro Ministro.
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c) O Primeiro Ministro é indicado pelo Presidente da República ou Rei/Monarca, mas sua
investidura, bem como sua permanência posterior no cargo, depende da aprovação e confiança
da maioria no Parlamento; Foi criada a praxe de se escolher o Primeiro Ministro como um
representante da maioria parlamentar. É condicionada a sua permanência no cargo à manutenção
do apoio da maioria, ou seja, sua investidura não tem prazo determinado, permanecendo
enquanto tiver apoio do Parlamento.
h) Importante não esquecermos que a estrutura do poder também segue a repartição tripartite
(Legislativo, Executivo e Judiciário). O que se destaca é que a separação entre os Poderes
Executivo e Legislativo não é rígida, pois como vimos, há um intensa relação entre ambos os
poderes.
Embora em nossa resumida apostila não abordemos os traços dessa evolução histórica, é
recomendado ao aluno que queira aprofundar no tema, uma leitura na obra Teoria Geral do Estado,
de Darcy Azambuja, mais precisamente no capítulo XX. Em tal passagem o autor retrata com
clareza a origem, evolução, bem como reflete a aplicação na prática desse sistema de governo.
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PRESIDENCIALISMO
O Presidente governa auxiliado por seus ministros. Os Ministros de Estado são escolhidos
pelo Presidente da República com base na confiança, não precisam ser eleitos, são os chamados
cargos ad nutum, ou seja, possuem livre nomeação e livre exoneração, dando-se puramente pela
vontade do Presidente. Os ministros não têm política de governo própria, adotando a do Presidente.
O Presidente não poderá ser substituído, enquanto durar o mandato, (salvo procedimentos
excepcionais, como o impeachment), mesmo que seu governo deixe de contar com o apoio da
maioria dos parlamentares e, até mesmo, da maioria do povo.
1. Uma crítica importante apresentada por alguns autores, em relação ao Presidencialismo, diz respeito
à forte concentração de poder numa só figura, o que potencializa o risco de autoritarismo.
Atualmente, no Brasil, essa crítica tem sido recentemente retomada diante do uso excessivo
de Medidas Provisórias, pelo Presidente da República, no período pós Constituição Federal/88.
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Assim, a pré-fixação do mandato presidencial pode manter no poder um governante que
tenha perdido inteiramente o apoio popular. A destituição de um Presidente somente se dará na
hipótese de crime de responsabilidade, pela complexa via do impeachment, por exemplo. Tal
procedimento é complexo e traumático.
f) O Presidente da República tem Poder de Veto – Os projetos aprovados pelo Poder Legislativo,
excetuando-se as raras hipóteses de competência exclusiva deste, devem ser remetidos ao Presidente
da República para sua sanção, que é a manifestação de sua concordância. Se considerar o projeto
inconstitucional ou inconveniente pode vetá-lo, negando a sanção e comunicando ao Legislativo o
veto.
Evolução Histórica:
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