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PRESIDENCIALISMO VERSUS PARLAMENTARISMO

(Pedro Lenza)

No sistema presidencialista, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se nas mãos
de uma única pessoa, qual seja, o Presidente da República. Já no parlamentarismo, a função de Chefe
de Estado é exercida pelo Presidente da República (República parlamentarista) ou Monarca (Monarquia
parlamentarista), enquanto a função de Chefe de Governo, pelo Primeiro- Ministro, chefiando o
Gabinete.

Vejamos algumas outras características:

Presidencialismo: criação norte-americana; eleição do Presidente da República pelo povo, para mandato
determinado; ampla liberdade para escolher os Ministros de Estado, que o auxiliam e podem ser demitidos
ad nutum, a qualquer tempo;

Parlamentarismo: produto de longa evolução histórica; adquiriu os contornos atuais no final do século
XIX, recebendo forte influência inglesa; o Primeiro-Ministro, que é quem exerce, de fato, a função de
Chefe de Governo, é apontado pelo Chefe de Estado, só se tornando Primeiro-Ministro com a aprovação
do Parlamento; o Primeiro-Ministro, também, não exerce mandato por prazo determinado, pois poderá
ocorrer a queda de governo por dois motivos, a saber: se perder a maioria parlamentar pelo partido a
que pertence, ou através do voto de desconfiança; possibilidade de dissolução do Parlamento, declarando-
se extintos os mandatos pelo Chefe de Estado e convocando-se novas eleições.

CONCLUSÃO: no presidencialismo fica mais bem caracterizada a separação de funções estatais. Isso
porque, conforme anuncia Michel Temer,

“no parlamentarismo verifica-se o deslocamento de uma parcela da atividade executiva para o


Legislativo. Nesse particular fortalece-se a figura do Parlamento que, além da atribuição de inovar a
ordem jurídica em nível imediatamente infraconstitucional, passa a desempenhar, também, função
executiva”.

Nesse mesmo sentido, José Afonso da Silva, identificando uma nova visão da teoria da separação dos
poderes, bem como novas formas de relacionamento entre os órgãos legislativo e executivo e destes com o
judiciário, “... prefere falar em colaboração de poderes, que é característica do parlamentarismo, em que
o governo depende da confiança do Parlamento (Câmara dos Deputados), enquanto, no presidencialismo,
desenvolveram-se as técnicas da independência orgânica e harmonia dos poderes”.

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