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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DOM ALEXANDRE CARDEAL DO

NASCIMENTO
ISPCAN - MALANJE

Neves Moxi
DIREITO ROMANO

Fonte Principal: Sebastião Cruz, Direito Romano,


Introdução. Fontes, 4ª Edição, Coimbra, 1984.
1

Prof.: Neves Moxi


Email: nevesmoxi01@gmail.com;
nevesmoxi@hotmail.com
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OBJECTIVO GERAL
2
Conhecer as linhas mestres que
norteiam o Direito Romano
APRESENTAÇÃO DA CADEIRA
“A melhor forma de Governo é a
justiça.
A melhor Justiça é o Direito.
O Melhor Direito é a Igualdade”

Neves Moxi
António Carlos Pucci

 PROGRAMA DA CADEIRA
 TRABALHOS

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O DIREITO ROMANO OU IUS ROMANUM

 Faz parte dos currículos universitários desde o séc. XII


 De 1900 a 1950 registou-se profunda crise no ensino dos

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estudos do Ius Romanum. – Crise de interesse jurídico pelo
Direito Romano.
 Marcou o fim da crise (1956) um inquérito realizado por
cerca de 400 juristas de vários países, dentre os quais
romanistas e não romanistas.
 Registou-se unanimidade de que o Direito Romano é
parte integrante e indispensável da formação de todo e
qualquer jurista.
6
 Actualmente, o estudo do Direito Romano é tido como a
base dos sistemas jurídicos, considerando-se como «o
alfabeto e a gramática da linguagem jurídica e de toda a
ciência do direito».
 Necessariamente, deve constituir uma das principais

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disciplinas do 1º ano, pois entende-se que quanto mais
intenso for o estudo do Direito Romano mais nítida e mais
firme será a consciencialização do Direito.

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COLÓQUIO INTERNACIONAL DE DIREITO
ROMANO
 Realização: Julho de 1970 – Rio de Janeiro.
 Participantes: romanistas Europeus e Americanos.

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PERTINÊNCIA DO DIREITO ROMANO

 Mais 27 Séculos de existência


 Enraizado em quase todos os sistemas jurídicos do mundo,
sobretudo em Portugal, França, Austrália, Itália, Egipto,
Espanha, Angola, etc.

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CONCLUSÕES
1. É necessário que o estudo do Direito Romano ocupe o primeiro
lugar, no currículo, uma vez que constitui a base necessária e
fundamental para conduzir os jovens à compreensão do Direito.
2. O estudo do DR tem a maior e a mais indispensável força para

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os que se dedicam ao cultivo do Direito, porque torna mais
apto o jurisconsulto, a fim de que possa resolver os problemas
jurídicos , com o sentido de equânime da justiça, enquanto
possa favorecer os homens das diversas nações a se conhecerem
entre si.
3. É necessário que os chefes das Repúblicas, os ministérios a quem
se incumbe o cuidado da justiça e do direito, a UNESCO […]
conheçam todas estas coisas para que o ensino do DR tenha
uma graduação necessária nos currículos e na ordem dos
estudos das Faculdades de Direito.
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CAPITULO I

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DIREITO ROMANO (IUS ROMANUM)

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OBJECTIVO ESPECIAL
12 Obter noções sobre o Direito Romano, seus
sentidos, suas divisões e suas fontes.
CAPÍTULO I – DIREITO ROMANO (IUS ROMANUM)
Noção de Direito Romano
1. Normas Sociais. Suas espécies
2. Distinção das normas sociais
Acepções do Direito Romano

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1. Sentido rigoroso (strito Sensu)
2. Sentido amplo (lato sensu)
3. Sentido muito amplo (sensu latíssimo
Divisão do Direito Romano
1. Direito Público
2. Direito Privado
Fontes do Direito Romano 13

1. Ius Scriptum e Ius non Scriptum


NOÇÃO DE DIREITO ROMANO

 O Direito Romano ou Ius Romanum é entendido como


conjunto de regras jurídicas que vigoraram no Império
Romano, desde a fundação, 754 a.C., até a morte do

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Imperador Justiniano em 565 d. C. (Eduardo Pessôa, História
do Direito Romano, p. 19).

 Direito Romano é, igualmente, entendido como conjunto


de regras jurídicas contidas no Corpus Juris Civilis –
Compilação de leis reunidas num só código ordenado pelo
Imperador Justiniano, sec. VI.

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NORMAS SOCIAIS E SUAS ESPÉCIES
As normas sociais podem ser de diversas índole. É possível, pois
distinguir dentre as normas sociais, as de ordem, ética,
etiquética, moral, religiosa, jurídicas, etc.
 As normas sociais jurídicas são aquelas que determinam e

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protegem de forma eficaz, o que pertence a cada um,
contribuindo de um modo especial para a coexistência
pacífica entre as pessoas (Cruz, 1984, 9).
 Normas jurídicas são, igualmente, conjunto de preceitos
legais que disciplinam e protegem os interesses e regulam as
relações jurídicas ( Pessôa, 2001, 15).

 Ubi societas ibi ius «Onde existir uma sociedade, aí terá de


haver normas jurídicas – direito». 15
CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS
EXTERNAS INTERNAS

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 Carácter coercitivo,  Carácter preceituativo.
probabilidade se se O conteúdo íntimo das
impor pela força (vis). normas jurídicas são
 Direito (ius) é uma força sempre preceituários. Ex.:
(vis). honeste vivere, aterum
non leadere, suum
cuique tribuire.

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NOÇÃO DE IUS (ETIMOLÓGICA E REAL) E DIRECTUM
 Não existe um consenso sobre a origem da expressão “ius”.
Alguns autores afirmam que vem de iussum (ordem) e
iussum vem de iubere (ordenar, preceituar).

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 Outra corrente afirma que a palavra deve ter sido
primitiva, mas que encerra uma relação ôntica com a
expressão iustitia (Justiça).
 Concernente a Noção real, Ius, é tomado num total de 26
sentidos.
 Normalmente, apenas se fazem referência à dois sentidos:
Objectivo e subjectivo.
 Avançaremos, aqui, a noção em 6 sentidos: Normativo,
17
Subjectivo, objectivo, etc.
1. Normativo – conjunto de normas jurídicas que determinam o
modo de ser e de funcionar duma comunidade social; princípios
jurídicos; ordenamento jurídico. Ex. Ius naturales.
2. Subjectivo – situação jurídica, poder ou faculdade moral que
alguém tem de exigir, fazer, possuir ou deter alguma coisa. Ex.:
O estudante tem direito à aulas.

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3. Objectivo – o devido, a própria coisa justa, a realidade justa.
Ex.: a fixação do conteúdo de um direito subjectivo por uma
sentença.
4. Ius (direito) – significa o lugar onde se administra a justiça
(Tribunal) . Ex.: quem não cumpre com a lei deve ser chamado
ao direito (tribunal).
5. Ius (direito) – significa saber jurídico. Ex.: Moxi estudou direito.

6. Ius (direito) – significa património de uma pessoa. Ex.: A


herança não é outra coisa que a sucessão, em todo direito, que 18

o defunto teve.
A par da palavra Ius existe a expressão Directum cujo sentido
atribuído é semelhante àquela.
A palavra Direito, embora seja traduzida por ius, ela tem
origem na expressão “directum”, palavras sem nenhuma
relação semântica.
A expressão derectum (directum) tem um certo pendor

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religioso, em virtude da divinização da justiça, pois
acreditava-se que a justiça tinha fundamentos divino.
Com a filosofia estóica, directum, ganhou conteúdo moral. O
cristianismo a partir do século IV contribuiu bastante com
novos valores morais, no conceito de directum.
CONCLUSÃO: “É deste directum, de fundo religioso,
carregado de moral e cristianizado, que procede o “Direito”
dos povos de língua românica, e portanto a nossa concepção
de Direito, em que o Direito é tão moral, que deixa de ser19
“jurídico”, se atentar contra a moral”
ACEPÇÕES DO DIREITO ROMANO

• Sentido Rigoroso (Strito sensu)

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2

• Sentido Amplo (lato sensu)

• Sentido muito Amplo (Sensu Latissimo) 20


DIREITO ROMANO (STRICTO SENSU)
 STRICTO SENSU. Conjunto de normas jurídicas que
vigoraram em Roma e nos seus territórios desde o início
(753 a C) até a morte de Justiniano (565) - 13 Séc. VII a. C.

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– VI d. C. – Corpus Iuris Civilis. Obra Jurídica mais
grandiosa de todos os tempos, fonte principal do
conhecimento do DR.
 LATO SENSU. Tradição jurídica romanística que abrande
o período da recepção do DR até aos nossos dias. A
projecção do DR até aos nossos dias.
 SENSU LATÍSSIMO. Compreende o Direito Romano stricto
sensu e lato sensu.
21
DIVISÃO DO DIREITO ROMANO

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PRIVADO – IUS
PRIVATUM
PÚBLICO – IUS • Ius Civile ou Quiritum
PUBLICUM • Ius Gentium
• Ius Naturale

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FONTES DO DIREITO ROMANO

IUS SCRIPTUM

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• Leis escritas – Constituições imperiais,
editos dos magistrados e respostas
dos prudentes.
IUS NON SCRIPTUM
• Costume que vigorou durante muito
tempo. 23
CAPITULO II
DIREITO ROMANO (STRITO SENSU)

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SUA PERIODIZAÇÃO

24
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OBJECTIVO ESPECIAL
25 Conhecer os grandes períodos do Direito Romano
CAPÍTULO II – DIREITO ROMANO SUA
PERIODIZAÇÃO
Períodos do Direito Romano
1. Realeza ou Monarquia
2. República;
Principado;

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3.
4. Dominado;
5. Bizantino.
Critérios de Periodização
1. Político;
2. Normativo;
3. Jurídico (Interno e externo).
Critério Jurídico Interno 26

1. Época arcaica; Clássica, post-Clássica e Justinianeia.


PERÍODOS DO DIREITO ROMANO

REALEZA/MONARQUIA (754 a. C. – 510 a. C)

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REPÚBLICA ( 510 a C -27 a. C)

PRINCIPADO OU ALTO IMPÉRIO (27 a. C. – 285 a. C)

DOMINADO OU BAIXO IMPÉRIO/ABSOLUTISMO (285


d. C. – 565 d. C)

BIZANTINO (565 d. C – 1453) 27


PERIODIZAÇÃO DO DIREITO ROMANO

político CRÍTICA:
• Nem sempre a evolução política
corresponde à evolução jurídica.

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Costume: Consuetudinário;
normativo
Critérios Lei: legítimo;
Jurisprudência: jurisprudencial;
Constituição imperial: constitucional.
CRÍTICA: Não faz referência ao DR
Privado

EXTERNO: DR nacional ou quiritário;


DR universal ou ius gentium E DR jurídico
• Interno
oriental ou helénico. • Externo
INTERNO: valor jurídico (nasce, 28
cresce, antige o apogeu e se codifica.
CRITÉRIO JURÍDICO INTERNO

ÉPOCAS:

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1. ARCAICA;
2. CLÁSSICA;
3. POST-CLÁSSICA;
4. JUSTINIANA.

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1. - ÉPOCA ARCAICA (753 A. C. – 130º A. C.)
 Desde 753 a. C. até 130 a. C. Esta data, provavelmente,
marca o fim da época arcaica, porque: 1º é uma data
aproximada da Lex Aebutia de formulis; 2º porque, nesta
altura Roma já era grande Potência.

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 ÉPOCA ARCAICA é o período de formação e do estado
rudimental das Instituições jurídicas romanas.

 CARACTÉRISTICA: IMPRECISÃO. Não havia uma


definição precisa sobre as instituições jurídicas, nem sobre o
seu conteúdo, havendo ainda coabitação entre o jurídico o
moral e o religioso.
30
DIVISÃO (ÉPOCA ARCAICA)

1ª ETAPA 2ª ETAPA

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 753 a. C. até 242 a. C.  242 a. C. até 130 a. C.
 Criação do Pretor  Ius Civile e Ius gentium.
Peregrino.
 Ius Civile ou Ius quiritum.

31
2. - ÉPOCA CLÁSSICA (130 A. C. – 230 D. C.)
 Razões (230 a. C): 1ª O desaparecimento do último grande
jurista clássico ULPIANUS (228); 2ª Crise política sucessiva
do Império Romano.

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 ÉPOCA CLÁSSICA: é o período que marca o apogeu do
Direito Romano.
 CARACTERÍSTICAS:

I. EXACTIDÃO;
II. PRECISÃO.

A ciência jurídica (iurisprudentia) foi fecunda, daí o DR desta 32


época ser o modelo.
DIVISÃO (ÉPOCA CLÁSSICA)

PRÉ-CLÁSSICA
(130 a. C. – 30

Neves Moxi
a. C)

Clássica Central Clássica Tardia


(30 a. C.- 130 d. (130 a 230)
C)
33
Neves Moxi
34
3. - ÉPOCA POST- CLÁSSICA OU PRÉ-JUSTINIANEIA
(230 530)
 Período sem elementos característicos próprios. Muitas
vezes designado também por “período burocrático”,
“época do direito vulgar” e “período do direito cristão”.

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 Período em que procedeu reelaboração e actualização
de inúmeros textos jurídicos, adaptando-os ao seu
contexto.
 CARACTERÍSTCA GERAL: CONFUSÃO. Confusão de
conceitos, instituições, terminologias, doutrinas, etc.
 CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS. NO OCIDENTE, a confusão
começou a registar-se a partir de 395, devido o
cruzamento do DR com o Direito dos povos dos territórios
dominados pelos romanos. – DR clássico corrompido. 35
 CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS. NO ORIENTE, a confusão
começou em 395, com a influência da Filosofia e do Direito
Grego. Processo de helenização do Direito Romano
(regulamentos de leis, definições…).

Neves Moxi
36
4. - ÉPOCA JUSTINIANEIA (530-565)
 Desde 530, data de início da elaboração do corpus Iuris
Civilis , até a morte do Imperador Justiniano, marcando o
termo da evolução do Direito Romano.

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 Com a ascensão de Justiniano pretendia-se uma unidade
(Política e Jurídica) do Império, tendo concretizando-se
apenas no campo jurídico, com a compilação de
colectâneas de ius e de leges.

 CARACTERÍSTICAS:
1. GENERALIZAÇÃO;
Principais:
1. ACTUALIZAÇÃO E
37
2. COMPILAÇÃO.
CAPITULO III
RELAÇÃO ENTRE IUS ROMANUM E

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IMPERIUM

38
“…A árvore do Direito
Romano só se desenvolve e
frutifica à sombra e
protegida pela do
Imperium”

Neves Moxi
(Sebastião Cruz)

OBJECTIVO ESPECIAL
39 SABER A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE AS
INSTITUIÇÕES JURÍDICAS E POLÍTICAS
CAPÍTULO III – RELAÇÃO ENTRE IUS ROMANUM E
IUS IMPERIUM
Conexão entre o Direito Romano e o Poder Político

1. Ius e Auctoritas

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2. Direito e Política

As várias formas Políticas em Roma

1. Monarquia;
2. República;
3. Principado;
4. Dominado. 40
CONEXÃO ENTRE O DIREITO ROMANO E O PODER
POLÍTICO
 O Direito Romano esteve sempre ligado ao Poder Político,
de tal sorte que, o período que corresponde ao apogeu do
Direito Romano (época clássica) é o mesmo a que

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corresponde o Poderio Político. O mesmo entendimento se
tem ao período das oscilações do direito que
coincidentemente foram os mesmos do poder político.
 No séc. XII, com o surgimento do império Germânico, o
Direito Romano ganhou maior Vitalidade.
 No séc. XV, com a decadência do império oriental, decaiu
igualmente o Direito Romano.

41
1. – IUS E AUCTORITAS

 O direito sempre esteve ligado à força (vis), com vista a


que se pudesse contrapor a quem o desobedecesse.

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 A eficiência jurídica depende em parte de uma
autoridade.
 Os juristas necessitavam de uma autoridade social para
fazerem valer a sua doutrina.
 Os jurisconsultos romanos tinham autoridade social
proveniente da sua linhagem. Autoridade aristocrática.
 Augusto chamou a cargo importantes pessoas de classe
média e lhes concedeu poder judiciário.
42
DIREITO E POLÍTICA
 A conexão entre o direito e a política tornou-se mais
acentuada a partir de Augusto. Evidenciou-se também
no baixo império.
 Os jurisconsultos não eram apenas simples profissionais,

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mas sim ministros (munidos de autoridades sociais)
«sacerdotes».
 Grande parte de jurisconsultos prestavam serviços de
consultoria às pessoas e em contrapartida recebiam apoio
nas lutas eleitorais. O direito esteve associado à política,
daí que se diz O SABER JURÍDICO PRODUZIA GRANDES
VANTAGENS POLÍTICAS.
 A política e o direito trabalhavam para fazer da cidade
um universo. A grande finalidade da Política era manter
43
firme o ordenamento jurídico.
VÁRIAS FORMAS POLÍTICAS DE ROMA

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FORMAS DE
GOVERNO

MONARQUIA REPÚBLICA PRINCIPADO DOMINADO

Em 395 – Procedeu-se a divisão do Império, entre o Ocidente e o


Oriente. O Ocidente Caiu em 476 e o Oriente em 1453. 44
FORMAS POLÍTICAS ORIGINÁRIAS

ESTADO-CIDADE ESTADO - TERRITÓRIO

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 Agrupamentos de  Agrupamentos de
homens livres; homens livres;
 Pequeno Território;  Território;

 Comprometidos na  Comprometidos na
defesa; defesa;
 Todos detentores de uma  Poder concentrado
parcela de poder. numa só pessoa.

45
ESTADO CIDADE – ÓRGÃOS POLÍTICOS

Um ou vários chefes
(vitalícios ou não)

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Uma Assembleia de Nobres
ou homens experientes

Uma Assembleia do Povo


46
1. MONARQUIA ( 753 A. C – 510 A. C.)
 Roma nasce de uma cidade- estado (até ao século III d.
C.);

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 ANTES DAS CIVITAS:
 Familias (pater familias);
 Gens (Pater Gens);
 Curia (Curião);
 Tribus;

 CIVITAS .

Quase todos os reis de Roma (nos seus primeiros tempos) são 47


lendários com excepção de: Tarquínio, Sérvio Túlio e
Tarquínio.
REGIME MONÁRQUICO

REI

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SENADO

POVO
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REI
 Sumo Sacerdote (mediador divino);
 Chefe do exército (Imperium militae);
 Delega poder para magister populi (chefia de exercito);
magister equitum (chefia de cavalaria) e Quetores parricidii

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(perseguirem e reprimirem os crimes mais graves)
 Juiz Supremo (impoerium domi);

Cargo:
 Vitalício;
 Não hereditário, embora o rei pudesse indicar.
 O povo detinha o poder de investir o rei, nas cúrias ou comícios.
 A investidura denominava-se Lex curiata de imperio.

49
SENADO
 Assistente do rei;
 Homens experimentados;

 Escolhidos entre os patrícios, por via de uma assembleia


aristocrática;

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 Os plebeus apenas tomaram parte no exercício do poder,
de forma definitiva, em 312 a. C. Com a Lex Ovinia.

 Uma das Instituições Políticas mais antigas de Roma.


 Foi criado como órgão consultivo do rei.

 Teve, posteriormente, a função de nomear o interrex., e


de conceder Auctoritas patrum (consentimento,
ratificação) das Leis votadas nos comícios (critério de
validade). – Produziam o senatus consutum (respostas à 50

consulta).
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51
POVO
PATRÍCIOS PLEBEUS

 Aristocratas (classe social  Classe humilde.

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elevada).  Não lhes era reconhecido
 Detinham todos os direitos. direitos.

 Detentor de uma parcela de poder político exercia o seu


direito através de Comicia (ex., comitia curiata) a quem
competia:
 investidura do rei;
 votação de leis

52
Neves Moxi
53
Neves Moxi
54
2. REPÚBLICA (510 A. C – 27 A. C)
 Em 510 a. C. o poder supremo já não residia num único
chefe (rei), mas em dois Cônsules que o exerciam num
período de um ano.

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 Os Cônsules eram eleitos pelo povo.

 Em 367 a C deu-se a divisão de poderes entre as distintas


magistraturas.

 ELEMENTOS (Constituição republicana) - substituição:


 Magistraturas - monárquico;
 Senado – aristocrático;
 Povo - democrático.
55
MAGISTRATURAS
 MAGISTRATURA = CARGO DE GOVERNO.
 MAGISTRADOS: detentor de cargo político, desde o
consulado para baixo.

Neves Moxi
 Os magistrados eram, em princípio, os verdadeiros
detentores do imperium (poder absoluto, poder de
soberania).
O PODER ABSOLUTO viu-se limitado por três
circunstâncias:
 Temporalidade (um ano de mandato).
 Pluralidade (vários magistrados).
 Colegialidade.

56
MAGISTRATURAS
ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA

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1. Cônsules; 1. Tribunado da plebe
2. Censores; 2. ditadura
3. Pretores;
4. Questores;
5. Edís Curúis
Requisitos para se chegar a Magistrado:
I. Capacidade eleitoral;
II. Ingenuidade (não se podia ser escravo liberto, filho de liberto);
III. Pertencer ao grupo reservado à magistratura (patrício ou plebeu)
IV. Ter 28 anos ou mais para a questura (primeira magistratura) Cf. 57
Eduardo Vera-Cruz Pinto, 2012, p. 211.
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58
MAGISTRATURAS EXTRAORDINÁRIAS

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59
HIERARQUIA DAS MAGISTRATURAS
ORDEM
HIERARQUICA MAGISTRATURA (CURSUS HONORUM)

1ª Censor

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2ª Cônsul

3ª Pretor

4ª Edil curul

5ª Questor

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PODERES DOS MAGISTRADOS
PODERES COMPETÊNCIAS MAGISTRATURA
POTESTAS -Representar o populus - Para todos os Magistrados
Romanus
IMPERIUM -Soberano -Cônsul (Pretor máximo);

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-Comandar o exército; -Pretores (Colega menor de
-Convocar o senado; Cônsul ou pretor menor);
-Convocar as -Ditador.
assembleias populares;
-Administrar a Justiça.
IURISDICTIO - Administrar a justiça de - Pretores;
forma corrente - Edis Curúis (Organização de
processos litigiosos de sua
incumbência – referentes à
fiscalização da limpeza da
cidade, mercado, etc.)
-Questores (causas criminais)
61
PRETOR
 Era designação genérica para os chefes de qualquer
instituição, sobretudo para cônsules, enquanto
magistratura mais antiga de Roma.

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 Os Cônsules eram tidos como imediatos continuadores dos
reis, pois detinham o poder supremo, chefiavam os
militares. Os primeiros cônsules eram dirigentes da rebelião
popular.
 Posteriormente, foram criadas as seguintes magistraturas :
questura (450 a C) e censura (443 a C).
 Em 367 a. C., a designação de Pretor deixou de ter o
carácter genérico para significar apenas o magistrado
encarregue pela ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA (em
62
causas civis).
PROCESSO JUDICIAL - FASES

1ª (IN IURE)

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• Análise das questões jurídicas da causa.
• Presidida pelo Pretor.
2ª (APUD IUDICEM)
• Análise das questões de facto, da matéria
probatória e da prolação da sentença.
• Presidida por IUDEX (pessoa distinta de
pretor, um particular. 63
 De princípio, havia apenas 1 pretor.
 Em 242 a. C. criaram-se as figuras de PRETOR URBANO
(praetor urbanus) E PRETOR PEREGRINO (praetor
peregrinus).

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 PRETOR URBANO. Com incumbência de organizar os
processos civis (ius civile) – em que os intervenientes eram
cidadãos romanos.
 PRETOR PEREGRINO. Com incumbência de organizar os
processos em que, pelo menos um dos intervenientes fosse
peregrino (non-civis) e com base as normas do ius gentium.

 O pretor era o intérprete da Lei e o defensor do Direito.


64
SENADO
 Segundo elemento na constituição republicana. Órgão
político por excelência, da República.
 Responsável pelas relações internacionais de Roma.

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 Carácter aristocrático. Constituído pelas pessoas mais
influentes da cidade, sobretudo, antigos magistrados que
de autoridade, riqueza e saber técnico.
 Não tinha o imperum, mas tinha auctoritas (prestígio) e
gozava de uma influência social extraordinária.
 O seu pronunciamento (senatusconsulta), teoricamente,
tinha a forma de conselhos, mas na prática era verdadeira
ordem.
 No campo jurídico, tinha o poder de validar as leis, após 65
aprovação das mesmas pelo povo (em comicias).
 Com a Lex Publilia Philonis (339 a C.) o senado passa a
aprovar as leis antes da votação dos comícios.
 Os comícios já não detinham o verdadeiro poder
legislativo.

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66
POVO

 Terceira categoria constitucional da república romana;

 Reunia-se em comícios;

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 Elegia certos magistrados;

 Tinha direito de voto;

 Em certos casos, funcionava como tribunal de última


instância.
67
ESPÉCIE DE COMÍCIOS
• Comítia curiata
• (com maior vigor na realeza e em decadência
1º na república).

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• Comitia centuriata
• (eleição de de cônsules, pretores, censor, etc. e
2º votação das leis propostas pelos magistrados).

• Comitia tributa
• (eleição de magistrados com menor vigor).

68
CONCILIA PLEBIS
 Espécie de comícios da Plebe, cujas decisões designavam-se
por PLEBISCITA.

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 Com a Lex Valeria Horacia (449 a. C) foi concedida força
de lei à plebiscita, mas somente em relação aos plebeus.

 Com a Lex Hortensia (287 a. C) o plebiscito ganha carácter


geral (para todo povo, plebeus e patrícios).
69
FORÇAS POLÍTICAS/PODERES

Imperium

• Magistrados

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Auctoritas

• Senado

Maiestas

• Povo 70
PRINCIPADO (27 A. C - 284 (?))
 Várias razões estiveram na base da implementação do
Principado, dentre as quais:

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1. O alargamento extraordinário do poder de Roma (da
Hispânia e Gália até à Ásia Menor – todo Mediterrâneo).
2. Uma grave e profunda desmoralização da gente de
Roma;
3. O Aparecimento de novas classes sociais;
4. O antagonismo entre a velha nobreza e a nova
aristocracia formada por armadores de navios,
banqueiros e industriais;
5. Lutas de classes de vária ordem; 71

6. Revolta dos escravos que pretendem liberdade.


 Os romanos encontravam-se desiludido com o absolutivo e
com a Monarquia e após a incorporação do Egipto (30 a.
C.) voltaram-se confiantes ao Octávio César Augusto.
Princips civitatis - O primeiro entre os cives.
 Augusto era tido como o indicado para restaurar a PAZ e a

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JUSTIÇA, vencendo o caos moral, político e económico dos
últimos tempos.
 Augusto afirma-se como um político que não pretendia
quaisquer honras.
 Até hoje não se sabe no certo o que era o principado.
Continua-se a discutir a natureza dos problemas do
principado.
 As estruturas republicanas permaneciam. Era um império
com aparência republicana e democrática. 72
PRINCÍPE
 Figura central da nova constituição política. Imperador,
Cônsul, Pater Patriae.
 Detinha faculdades conferidas pelos órgãos repúblicas

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sobreviventes.
 Em 23 a. C. Augusto renuncia ao consulado e recebe, com
carácter vitalício, a tribunicia potestas e imperium
proconsulare maius.
 TRIBUNICIA POTESTAS, compreendia um conjunto de
direitos e deveres dum tribuno da plebe, nomeadamente, a
inviolabilidade, direito de veto sobre as deliberações dos
magistrados, direito de convocar o senado, as assembleias
populares e de propor leis. 73
 IMPERIUM PROCONSULARE MAIUS, compreendia o poder
de comandar o exército, fiscalizar a administração de todas
as provinciais imperiais (sujeitas ao controlo do príncipe) e
senatoriais (sujeitas ao controlo do senado).
 O Príncipe não era um magistrado. É um novo órgão

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político, de carácter permanente, investido de um poder
especial (imperium) e de tribunicia potestas, em
contraposição às velhas características de TEMPORALIDADE,
PLURALIDADE e COLEGIALIDADE do período republicano.
 Augusto concentra na figura do príncipe, os poderes:
IMPERIUM dos magistrados, a AUCTORITAS do senado e em
certos aspectos a MAIESTAS do populus.
 Aparentemente, as magistraturas republicanas existiam, mas
com poderes ofuscados, pois estavam subordinados ao
74
príncipe.
 Os magistrados (da república) tornaram-se funcionários
executivos (cônsules e pretores) que prestavam uma
colaboração forçosa.
 Em 284, como forma constitucional, começa-se a criar
condições para o despotismo e para o absolutismo, assim

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como para a monocracia.

75
SENADO
 As suas decisões (senatus consulta) tinham carácter de lei,
apenas por um século.
 Em tempo de Augusto, perde autoridade política e é

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atribuída ao príncipe.
 No final de principado, os senatus consultus, eram meros
discursos do imperador.

76
POVO
 As assembleias populares foram, pouco a pouco, deixando
de funcionar.
 As atribuições das assembleias populares foram algumas
atribuídas ao Senado.

Neves Moxi
 Surge um novo elemento – o Exército – que também
tomou algumas atribuições do povo.
 O principado caracteriza-se principalmente pela criação de
um corpo burocrático de funcionários – Oficiais da casa do
príncipe.
 Dentre os oficiais estavam os legati Augusti pro praetore
(encarregados do governo das provínciais), os Legati
legionis (encarregado das legiões) e os praefecti praetorio
(chefe da guarda imeprial e encarregado de superintender77
assuntos civis e criminais).
 Os oficiais da casa do príncipe dependem unicamente do
imperador e detinham o poder de fiscalizar tudo.
 GOVERNADORES PROVINCIAIS

 Província : <cargo confiado a um magistrado>.

 Província : <administração dum território conquistado>.

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 As províncias eram confiadas pelo senado a um magistrado
dotado de imperium (cônsul ou Pretor).
 Posteriormente, a um destes ex-magistrados (na província
em que exerceu funções).
 Mais tarde, Augusto tinha o poder de nomear os
governadores daquelas províncias que não eram
totalmente pacíficas, dando origem a PROVÍNCIAS
SENATORIAIS E PROVÍNCIAS IMPERIAIS, controladas pelo
senado ou pelo imperador, respectivamente. 78
 A LEX PROVÍNCIAE era a lei que administrativamente
regulava uma província.
 As províncias eram divididas em cidades, algumas destas
com estatuto especial de acordo a sua categoria:
 CIVITATES FOEDERATAE – formalmente independente;
CIVITATES LIBERAE – com autonomia administrativa;

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 CIVITATES IMMUNES – isenta de pagamento de impostos;
 CIVITATES STIPENDIARIE – obrigados ao pagamento de um
stipendium (tibuto fixo).
 As províncias estavam divididas em distritos (conventus
iuridicus).
 Em virtude do princípio geral da personalidade do direito,
o governador aplicava o Direito Romano, nas questões que
contrapunham romanos; às vezes, os costumes locais, para
os indígenas; ou ainda as normas que melhor se ajustassem79
a resolução do conflito – PROVINCIALIZAR O D. R.
DOMINADO (284-476) . ABSOLUTISMO
O período de transição caracteriza-se por:

Lutas internas, motivadas pela sucessão dos

Neves Moxi
1.
imperadores e pelas exigências da equiparação das
províncias à Roma.
2. Falta de prestígio da autoridade pública;
3. Conflito entre o Império romano e o cristianismo;
4. Crise económica;
5. Infiltração dos bárbaros;
6. Demasiada extensão do Império
80
 Em 284, Diocleciano ascende ao poder, proclamando
imperador pelos seus companheiros.
 Proclama-se DOMINUS, senhor único.

 Intitulou-se deus, com direito à adoração. (dominus et deus)

 O poder é divino e não obtido pela LEX CURIATA DE

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IMPÉRIO.
 Instala-se a rivalidade entre Diocleciano e o Cristianismo,
dando origem a uma perseguição violenta contra os
cristãos – Era diocleciana ou dos mártires.
 Procede reformas : administrativa, económica, financeira e
política.
 Reconhece a impossibilidade de manter todo império sob
um único comando. Instala-se o separatismo em 286 com a
1ª divisão do império entre Diocleciano e Maximiliano81
(Oriente e ocidente).
FACTOS RELEVANTES (DOMINADO):
1. A REFORMA ADMINISTRATIVA DE DIOCLECIANO;

2. O RECONHECIMENTO DO CRISTIANISMO COMO

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RELEIGIÕ OFICIAL, A PARTIR DE CONSTANTINO;

3. A TENDÊNCIA DA DIVISÃO DO IMPÉRIO ENTRE DOIS,


POR EXTENSIVA DIMENSÃO;

4. AS INVASÕES DOS POVOS BÁRBAROS, POR UM LENTO


PROCESSO DE INFILTRAÇÃO.

82
QUEDA DOS IMPÉRIOS ROMANO
 OCIDENTE (476)
 CAUSA:

 A penetração dos bárbaros que levou a criação de


regionalismo e posteriormente a barbarização geral do

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ocidente.

 ORIENTE – IMPÉRIO BIZANTINO (1453)


 Prevaleceu às invasões dos bárbaros.

 Estendeu-se até ao tempo de Justiniano (527-565) e


restaurou parte do velho império romano, reconquistando
várias regiões da Itália, África e Hispânia.
 Os sucessores de Justiniano não conseguiram manter o
83
império, tendo decaído 1453.
CAPITULO IV
IUS ROMANUM (LATO SENSU)
TRADIÇÃO ROMANISTA

Neves Moxi
84
Neves Moxi
OBJECTIVO ESPECIAL
85 SABER A TRADIÇÃO ROMANISTA, OS PERIODOS
E AS PRINCIPAIS ESCOLAS
CAPÍTULO IV – TRADIÇÃO ROMANISTA
Estudo do Direito Romano (séc. VI – X)
1. Períodos e Escolas
1. Primeiro Período (VI-XI);
1. Estudo do Direito Romano, no Oriente;

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2. Estudo do Direito Romano no Ocidente
2. Segundo Período (XI-XX);
1. Ocidente. Fenómeno da Recepção
3. Escolas
1. Escola dos Glosadores;
2. Escola Post-Glosadores ou comentadores;
3. Escola Culta (humanista, elegante);
4. Escola do Direito Natural;
5. Escola histórica Alemã (orientações científicas-
86
histórico-crítico e dogmático-pandectística.
PRIMEIRO PERÍODO (SÉC. VI-XI)
 Depois da vigência do Direito Romano, o seu estudo no
ORIENTE ainda foi feito com esplendor.
 duas escolas contribuíram para o esplendor: a de BEIRUTE e
a de CONSTANTINOPLA.

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 Abundante e variada literatura jurídica.

 Comentários breves ao Corpus Iuris Civilis, os escólios.


Posteriormente, surgem os trabalhos de síntese, de
reelaboração e de confronto de várias partes de compilação
justinianeia.
 Por fim, surgiram obras autónomas, como a Écloga (séc.
VIII); Basílicos (séc. X - sobre o Direito dos reis); e Hexábiblos
(séc. XIV)
87
 No OCIDENTE, após a decadência do império em 476, o
estudo do Direito Romano entrou em profunda crise. – sem
consenso.

 O Direito Romano era ensinado nas escolas Monásticas e

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nas episcopais. A Igreja, nos seus primeiros séculos, vivia,
juridicamente, do direito romano. Não era disciplina
autónoma, mas sim um ramo da gramática ou da retórica
e sem uma direcção científica.

 Existiam outras escolas civis (não- eclesiásticas), como a


ESCOLA JURÍDICA DE RAVENA que provavelmente tenha
desaparecido nos meados do séc. IX (após a morte de
Carlos Magno- 814), cuja técnica jurídica transmitiu-se para 88
Bolonha.
SEGUNDO PERÍODO (SÉCS. XI – XX)
 FENÓMENO DA RECEPÇÃO DO DIREITO ROMANO.
ESCOLAS
 A supervivência fundamenta-se com a recepção do direito

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romano.
 A recepção do Direito Romano consiste na penetração das
ideias, dos princípios e das instituições, do espírito do Direito
Romano em outras ordem jurídicas.
 O fenómeno verifica-se apenas no Ocidente e não foi em
simultâneo.
 Na Itália deu-se nos finais do séc. XI e princípios do séc. XII,
na França e na Inglaterra no séc. XII, na Espanha e em
Portugal no séc. XIII, etc.
89
ESCOLAS JURÍDICAS DO
DIREITO ROMANO

Neves Moxi
90
ESCOLA DOS GLOSADORES, DE BOLONHA (XII
– XIII)
 FACTORES PREPONDERANTES:

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- A influência da ciência jurídica no Oriente (séc. VI –
XI), sentida quer através das escolas de Ravena e
da Cultura de Veneza e de Milão.

- A descoberta em Pisa, séc. XI, de um manuscrito


completo do Digesto, que despertou interesse em
muitos autores (Irnério) no desenvolvimento de um
estudo consciencioso sobre o texto. 91
 Irnério (fundador da escola), professor de Gramática e
dialéctica, dedicou-se a estudo do Corpus Iuris , sobretudo
à analise do Digesto, fazendo breves comentários (glosas).

 O seu estudo baseava-se na interpretação dos textos

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justinianos.

 O valor da escola dos glosadores está em ter descoberto e


anunciado à Europa a Importância do CORPUS IURIS.

 DISCÍPULOS DE IRNÉRIO: Martinus, Bulgarus, Jacobus e


Hugus.
 ACÚRSIO destaca-se por ter reunido várias pesquisas da
escola – GLOSA ORDINÁRIA, MAGNA GLOSA DE92
ACÚRSIO.
ESCOLA DOS POST-GLOSADORES (SÉC. XIII – XV)
 Procediam comentários aos textos dos glosadores. Daí a
designação de COMENTADORES OU CONCILIATORES.

 A Magna Glosa de Acúrsio era a principal obra estudada,

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razão pela qual eram chamados de ACURSIANOS.

 Verdadeiros fundadores da ciência jurídica, uma vez que, os


comentários penetram o espírito da norma e as glosas
apenas centram a preocupação com a letra da norma.

 Os cometários eram feitos também em torno do Direito


Romano, Italiano e Canónico, com vista a uma
actualização e harmonização jurídica. 93
 O Direito Romano tornou-se modificado, particularmente
com o Direito Canónico, tendo dado origem a um DIREITO
COMUM, que sobrepunha-se a todo direito dos povos
ramânicos (Itália, França, Portugal, Espanha, etc.), criando
uma unidade espiritual.

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 PRINCIPAIS FIGURAS: Cino de Pistoia, Baldo e Bártolo. A
escola dos Post-Glosadores também é conhecida por
ESCOLA DOS BARTOLISTAS.

 AS ESCOLAS DOS GLOSADORES E DOS POST-


GLOSADORES FORMAM O SITEMA DE <mos italicus>, POR
POSSUIREM UMA FINALIDADE DO ESTUDO DO DIREITO
ESSENCIALMENTE PRÁTICA.
94
ESCOLA CULTA OU DE JURIPRUDÊNCIA
HUMANISTA (XIV - XVII)
 Também designada por escola de Bourges, elegante ou <mos
gallicus>.
 Enquadra-se no movimento cultural do RENASCIMENTO.

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 Teve por fundadores Alciato (italiano) e Víglio de Ayatta
(holandês).
 Dedicou-se a descoberta de manuscritos do Corpus Iuris Civilis,
à sua leitura e a um estudo histórico-crítico do material das
fontes jurídicas romanas.
 Representado por franceses, dentre os quais CUJÁCIO, melhor
conhecedor do Direito Romano de todos os tempos (?)
 De outras nacionalidades: António de Gouveia, português;
António Agostinho, espanhol; Alciato, italiano; Donelo; António
95
Fabro, Dionísio Godofredo, Haloandro; Voet, etc
ESCOLA DO DIREITO NATURAL (XVIII – XIX)
 Enquadra-se no movimento cultural do ILUMINISMO.
 Considera o Direito como produto da razão humana,
IGUAL PARA TODOS OS POVOS, COMUM PARA TODOS

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OS TEMPOS.
 Fundada por HUGO GRÓCIO e continuada por LEIBNITZ
e THIBAUT.
 Abalou os estudos do Direito em toda a Europa, visto o
Direito Romano já não era considerada como a razão
escrita do Direito, como antes.
 Favorecia o movimento de codificação de tal sorte que as
legislações nacionais reagiam contra a vigência do Direito
Romano. 96
 Alemanha foi o único país que salvou do Direito Romano
da Crise, nos sécs. XVI e XVII, recebendo-o, criando uma
nova escola com vista a um renascimento do Direito
Romano.

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97
ESCOLA HISTÓRICA –ALEMÃ (SÉC. XIX)
 Fundada por SAVIGNY (1779 - 1861)
 Defende que o Direito não é mero produto da Razão, mas a
manifestação da consciência popular.

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 POSÍÇÕES CIENTÍFICAS

 HISTÓRICO CRÍTICA.

 DOGMÁTICO- PANDECTISTICA.
98
HISTÓRICO-CRITICO DOGMÁTICO-PANDECTÍSTICA

 Continuidade do  Adaptação do Direito


Humanismo Jurídico do Romano Privado;
séc. XVII;  Integra uma das doutrinas

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 Defende a preparação de jurídicas de maior engenho.
boas edições de textos  Fonte principal de BGB –
jurídicos; Código Civil Alemão. Um
dos melhores códigos de
todos os tempos.

99
CAPITULO V
FONTES DO DIREITO ROMANO

Neves Moxi
100
Neves Moxi
OBJECTIVO ESPECIAL
101 SABER AS FONTES DO DIREITO ROMANO
CAPÍTULO V – FONTES DO DIREITO ROMANO
1. Conceito e espécies.
2. Costume
3. Lei das XII Tábuas
4. Fontes do Ius Civile
1. Lei, sensu stricto

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2. Lei, sensu lato ( senatus consulta e constitutiones)
3. Iurisprudentia
5. Fontes do Ius Praetorium
1. Expedientes do pretor baseados no seu <imperium>
2. Expedientes do pretor baseados na sua <iiurisdictio>
3. O <Edictum> do prector
6. Ciências Jurídicas e as várias escolas.
7. Literatura Jurídica
8. Principais jurisconsultos
9. Obras e Colectâneas pré-Justinianeias (ocidentais e orientais)
102
10. Corpus Iuris Civilis
11. Interpolações, glosemas e glosas.
FONTES DO DIREITO ROMANO

Ius Civile

Neves Moxi
Ius
Praetorium

Ius
Romanu
m
Ius Civile + Ius Practorium = Ius 103
Romanum.
CONCEITO
 FONTE DO DIREITO é tudo aquilo que esta aberto ou se
pode abrir, para correr <linfa jurídica>, podendo esta ser
recolhida com facilidade. Lugar onde aparece o direito.

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 Ius Constat;
 Ius Venit

 Factos normativos;

 Factos de produção da norma.

 FONTE DO DIREITO ROMANO é tudo aquilo onde nos


aparece algo para o Direito Romano. Produção ou modo
de formação do Direito Romano.
104
ESPÉCIES DE FONTES DO DIREITO ROMANO
Fontes exsistendi

• Órgãos produtores das normas jurídicas ( os comícios, o


senado, os magistrados, o imperador, a jurisprudência – a

Neves Moxi
partir do séc. II d. C.

Fontes manifestandi

• Os modos de produção ou formação das normas jurídicas (o


costume, a lei –sentido muito amplo, a jurisprudência (antes
do séc II d. C))

Fontes cognoscendi

• Textos onde se encontram as normas jurídicas.


105
FONTES DO IUS CIVILE E IUS PRAETORIUM
 Segundo PAPINIANUS:

 “ O ius civile é o que provém das leis, dos plebiscitos, dos

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senatusconsultus, dos decretos dos príncipes (constituições
imperiais), da autoridades dos prudentes)”.

 “O ius praetorium (direito pretório) é o que os pretores


introduziram com a finalidade de ajudar a interpretar, ou
de integrar ou de corrigir o ius civile por razões de utilidade
pública”.

106
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES COGNOSCENDI
• Fontes provenientes do mundo
1 romano.

Neves Moxi
• Fontes elaboradas no ocidente
2 depois da queda do império (476).

• Fontes elaboradas no Ociente


3 depois do Corpus Iuris Civilis.
107
FONTES PROVENIENTES DO MUNDO ROMANO

JURÍDICAS
- JUSTINIEANEIAS (CORPUS IURS

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CIVILIS)

- EXTRA-JUSTINIANEIAS.

EXTRA-
JURÍDICAS 108
FONTES EXTRA JUSTINIANEIAS
 RESTO DE OBRA DE JURISTAS

Neves Moxi
 COLECTÂNEAS POST – CLÁSSICAS

 MATERIAL ARQUEOLÓGICO-JURÍDICO DIVERSO


109
RESTO DE OBRAS DOS JURÍSTAS
 Institutiones Gai;

 Epitome Gai;

Neves Moxi
 Gaio de Autum;

 Res Cottidianae;

 Liber singularis Regularum Ulpiani;

 Responsa Papiniani;

 Fragmenta Dositheana;

 Scholia Sinaitica. 110


COLECTÂNEAS POST-CLÁSSICAS

 Pauli Sententiae;

Fragmenta Vaticana;

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 Collatio legum Mosaicarum et Romanarum;

 Livro Siro-Ronamo;

 Código Gregoriano;

 Código Hermogeniano

 Código Teodosiano.
111
MATERIAL ARQUEOLÓGO-JURÍDICO DIVERSO

Neves Moxi
 Tábuas encerradas;

 Bronzes;

 Mármores;

 Papiros.

112
FONTES EXTRA-JURÍDICAS
1. Historiadores: Políbio, César, Tito Lívio, Dio Cássio,
Tácito, Suetónio, etc.

2. Gramáticos e etimologistas: Varrão, Valério, Probo,

Neves Moxi
Festo, etc.

3. Escritores dramáticos: Plauto, Terêncio, etc.

4. Filósofos, retóricos, oradores: Cícero, Aulo Gélio,


Quintiliano, etc.

5. Padres da Igreja: Arnóbio, Minúcio Félix, Lactâncio,


Santo Ambrósio, Santo Agostinho, Santo Isidro de 113

Sevilha, etc.
FONTES ELABORADAS NO OCIDENTE, DEPOIS
DA QUEDA DO IMPÉRIO (476)
 CODEX EURICIANUS

Neves Moxi
 LEGES ROMANAE BARBARORUM
 Edictum Theodorici;
 Lex Romana Burgundionum;
 Lex Romana Wisigothorum.
114
FONTES ELABORADAS NO ORIENTE, DEPOIS
DO CORPUS IURIS CIVILES.

 ESCÓLIOS DO ANÓNIMO;

PARÁFRASE GREGA DE TEÓFILO;

Neves Moxi

 ÉCLOGA DE LEÃO ISÂURICO;

 OBRAS DE BASÍLIO MACEDÓNICO. OS BASÍLICOS;

 VÁRIAS SINPSES DOS BASÍLICOS (SÉC. XI-XIII);

 VÁRIOS MANUAIS DE DIREITO, v. g. O HEXÁBIBLOS

115
Neves Moxi
116
COSTUME
 Primeira fonte manifestandi.
 Sua fonte exsistendi é o “populus”.

 O Direito Romano começou de forma consuetudinária.

Neves Moxi
 COSTUME EM ROMA???

 Usus, mos (mos maiorum) e consuetudo.

 Usus > hábito de agir.

117
CONCEITO
 Consuetudo - termo jurídico que surge depois da expressão
<mores maiorum> para traduzir a ideia de costume. Embora
a expressão apareça na época post-clássica, é usada para
designar o COSTUME EM SENTIDO MODERNO.

Neves Moxi
 COSTUME consiste na observância constante e uniforme
duma regra de conduta pelos membros duma comunidade
social, com a convicção da obrigatoriedade.
 Mores maiorum – expressão muito antiga usada para
exprimir a ideia de costume, significando a “TRADIÇÃO
DUMA COMPROVADA MORALIDADE”.
 Verdadeiro costume romano, tradição antiga que se
impunha aos cidadãos como norma e como fonte de
normas nas suas relações recíprocas, principalmente
118
limitando o exercício de cada um sobre a superficié da terra
romana.
COSTUME E O DIREITO NÃO ESCRITO. A PRIMITIVA
INTREPRETAÇÃO OU JURISPRUDÊNCIA
 A religião, a moral e o direito constituíam um todo único,
daí que a primitiva interpretação estivesse só a cargo dos
antigos SACERDOTES-PONTÍFICES. Posteriormente, os

Neves Moxi
interpretes eram os jurisconsultos.
 A actividade jurisprudencial concretizava-se e reduzia-se na
INTERPRETAÇÃO
 A INTERPRETAÇÃO É DESIGNADA COMO DIREITO NÃO
ESCRITO. Assim em princípio o costume não se identifica
com o direito não escrito, somente, num sentido muito
amplo é que o direito compreenderia, além da
interpretação, o costume.
119
FASES DO COSTUME (MORES MAIORUM)
COMO FONTE DO DIREITO ROMANO

Neves Moxi
753 –
242 a.C.

3ª 2ª
130 a.C – 242-130
230 d. C a. C. 120
1ª ETAPA DA ÉPOCA ARCAÍCA (753 -242 A. C.)
 Antes da Lei das XII tábuas (450 ? A.C) os mores maiorum
eram fontes únicas do Direito Romano.

Neves Moxi
 Depois da Lei das XII tábuas os mores maiorum ainda
continuam como fonte importante do Direito Romano,
sobretudo no que diz respeito a matéria do DIREITO
PÚBLICO. Quanto ao DIREITO PRIVADO a fonte é a lei das
XII tábuas, por esta razão é que a interpretação em questões
de direito privado voltava-se quase exclusivamente para a
Lei das XII tábuas.
121
2ª ETAPA DA ÉPOCA ARCAICA ATÉ A ÉPOCA
CLÁSSICA (242 – 130 A. C.)
 O costume (mores maiorum) como fonte do DIREITO
PRIVADO reduz-se ao mínimo. Em DIREITO PÚBLICO
(Constitucional e Administrativo) continua.

Neves Moxi
 Na época clássica (130 a. C. – 230 d. C) o costume (mores
maiorum) desapareceu por completo como FONTE
AUTÓNOMA, fundindo-se em outras fontes do Direito
Romano.

122
ÉPOCA POST-CLÁSSICA : COSTUME <CONSUETUDO>
 No Direito Romano sempre vincou a ideia de que a LEI não
era a única fonte de direito, nem se quer a mais importante,
pois entendia-se que A LEI necessitava de algum correctivo.
Este correctivo era o DIREITO PRETÓRIO e a

Neves Moxi
JUSRISPRUDÊNCIA.

 Posteriormente, sobretudo no Baixo –Império (284-476) a lei


tornou-se oficialmente a única fonte de direito.

 O COSTUME ( consuetudo) surge como correctivo


manifestando-se na ideia segundo a qual “OS ACTOS
CONTÍNUOS E PROLONGADOS, COM CONSENTIMENTO DE
TODOS TÊM VALOR DE LEI” 123
 Nas fontes post-clássicas e justinianeias surgiram
características que a actual CIÊNCIA JURÍDICA
regista sobre o costume:

Neves Moxi
a) Observância geral;

b) Prática durante largo tempo;

c) Persuasão do seu carácter obrigatório;

d) Âmbito da sua eficácia.


124
Neves Moxi
125
LEI DAS XII TÁBUAS VS LEGES REGIAE
 Lei, segunda fonte manifestandi;
 A fonte existendi da lei são os comicios (se tomada na
perspectiva, strito sensu) e senado, imperador e
magistrados (se tomada na perspectiva, lato senu).

Neves Moxi
 Em Roma sempre que se falava em lei entendia-se a LEX
ROGATA, que detinha o sentido de uma determinação
geral aprovada pelo povo, sob proposta dum magistrado.
 Leges regiae (Ius papirianum) – literatura jurídica do
começo da época imperial (tempo de Augusto – séc. I d. C)
que principiou a falar duma colectânea de normas jurídicas
constituída por lei votadas pelos comícios das cúrias sob a
proposta dos reis. Colectânea supostamente elaborada pelo
Jurista PAPIRIUS) que teria vivido entre o fim da126
Monarquia e início da República.
TRADIÇÃO E VALOR DA LEI DAS XII TÁBUAS

 Elaborada por uma comissão constituída por 10 homens;

Neves Moxi
 Aprovada pelos comícios das centúrias;

 Afixada publicamente em forum;

 Publicadas em 12 tábuas.

 Teve origem nas reivindicações jurídicas dos plebeus.

127
 Em 452 a. C. foi enviada uma comissão de 3 homens à
Grécia com a finalidade de estudarem as leis de Sólon. Um
ano depois começam os trabalhos.
 Em 451 a. C. o povo reunido em comícios nomeia uma
magistratura extraordinária composta por 10 patrícios.
Redigiram 10 TÁBUAS (capítulos de lei) que foram

Neves Moxi
aprovadas pelos comícios centúrias.
 Em 450 a. C. foi constituída mais uma comissão para
completar a elaboração das lei. Desta vez, a comissão foi
constituída de patrícios e plebeus.
 As duas últimas tábuas não foram aprovadas pelos
comícios em virtude de um descontentamento do povo em
relação à comissão.
 Em 449 a. C. dois cônsules, Valério e Horácio mandaram
afixar no forum as XII tábuas. Destruídas em 390 a. C128
aquando da invasão Gauleses.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Direito Romano (Ius Romanum), I – Introdução. Fontes,
Sebastião Cruz, 4ª Edição (Revista e Actualizada),
Coimbra. 1984.

Neves Moxi
 Dicionário de Latim, Jurídico, Fernanda Carrilho, 2ª
Edição, Almedina, 2010.
 História do Direito Romano, Eduardo Pessôa, Editora
Habeas, 2001.
 Breviário Latim-Português. Expressões jurídicas e não
jurídicas, 2ª Edição (Revista e actualizada) Quid Juris,
2009.
 Curso de Direito Romano, Edurado Vera-Cruz Pinto,
129
Volume I, Princípia Editora, 2012.

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