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INTRODUÇÃO
importância ainda maior. Esse trabalho também será relevante para a comunidade cientifica
porque disponibilizará mais referenciais bibliográficos para trabalhos futuros acerca de sua
temática principal.
Uma pesquisa pode ser compreendida como um processo formal e sistemático de
desenvolvimento do modo científico na qual são descobertas respostas ou são comprovadas
hipóteses para as quais foram formulados questionamentos e apresentados problemas. A
metodologia deste trabalho teve abordagem qualitativa exploratória. Desse modo, esse estudo
buscou relacionar autores que permeiam seus estudos nessa esfera. Além de livros, foram
examinados sites e artigos que fundamentam a clareza da temática.
DESENVOLVIMENTO
sobre o direito e têm grandes reflexos nas relações sociais e jurídicas. Uma economia
globalizada faz com que o sistema jurídico deixe de ser um sistema jurídico central, pois
algumas normas passam a ser delineadas por grandes corporações internacionais, criando uma
nova versão para o pluralismo jurídico e suas necessidades jurídicas.
Marianna Isabel Medeiros Klaes (2006) trata do direito como mecanismo, afirmando: o
direito pode ser visto mais como um mecanismo de criação de estruturas econômicas e
comerciais do que propriamente como uma ferramenta de justiça social. A prática jurídica é
cada vez mais definida em termos de mercado e, ao instrumentalizar as maneiras pelas quais as
elites econômicas podem usar estruturas legais taticamente, isso empobrece as democracias
nacionais, transforma as sociedades em massas controladas pela lei e torna os estados
superpotências econômicas transnacionais por trás das organizações políticas.
Na mesma linha, Faria demonstra que com o advento do capitalismo surgiram novas
formas político-jurídicas, acrescentando que a dogmática jurídica, por seu conhecido rigor
analítico, racionalidade das formas básicas, analíticas se destacam por seu rigor. Sua linguagem
e seu purismo metódico confrontam as forças inerentes à produção normativa como instâncias
de autonomia relevantes para a economia e a política (FARIA, 2004).
Faria apresenta um panorama dos institutos jurídicos que surgiram no processo de
globalização por meio de um sistema de três dimensões: estrutural (ao qual pertencem os órgãos
legislativo e judiciário); outra substantiva (às quais correspondem os regulamentos e leis
existentes); e terceira natureza cultural (traduzindo as atitudes, hábitos, normas, valores e
opiniões que fazem do ordenamento jurídico uma unidade e determinam seu lugar normativo e
burocrático na sociedade) (FARIA, 1999).
A cultura jurídica está sendo modificada pelo processo de globalização, e a soberania e
a democracia nos espaços nacionais têm sido formuladas e utilizadas para examinar o impacto
da transição econômica para o sistema mundial (FARIA, 2004). O perfil do sistema legal que
emerge da sociedade capitalista através da economia globalizada tem uma configuração política
feita de padrões de produção de poder rastreáveis a formas específicas. Para Faria (2004), a
mistura de ordens jurídicas é desequilibrada, envolvendo várias concepções de legitimidade em
diferentes momentos e regras, pois são ordens autônomas influenciadas pelas relações
internacionais.
Com a transformação da economia em relação ao mundo, principalmente o fenômeno
da globalização, o que se desenha é que o direito se torna instável em sua fonte e estrutura
normativa ad hoc. O estado começa a perder seu poder de fazer regras porque está
constantemente sujeito a influências externas. Ou seja, as instituições políticas e econômicas
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levantadas pelo direito constitucional hoje decorrem de abordagens jurídicas dos fenômenos
constitucionais. Uma constituição deve, portanto, ser analisada segundo metodologia própria,
capaz de demonstrar fatores jurídicos, políticos, econômicos, etc., e o lugar que ocupa no
sistema normativo adotado pela advocacia. Ou, em outras palavras: entenda o "fator de potência
real".
A globalização vem impondo no discurso constitucional uma racionalidade alheia à
noção de soberania da vontade popular, baseada no critério de eficiência de um sistema
econômico que age segundo as decisões do mercado. Na economia mundial, emergiu um
processo segundo o qual as constituições são administradas segundo uma perspectiva
econômica muitas vezes incompatível com seus pressupostos. Afinal, a globalização representa
uma forma racional de alcançar o progresso, transformando elementos de livre concorrência em
base para estabelecer e legitimar sistemas normativos.
Todas essas tendências parecem estar desorganizando o sistema jurídico como resultado
do espaço político criado ou afetado pela integração da economia mundial. Algumas
perspectivas sobre a globalização tendem a negar a possibilidade de intervenção e gestão do
processo. A globalização surge como uma forma de dominação econômica que existe
independentemente do comportamento social e deve ser aceita como "inevitável".
Visto por esse prisma, a esfera política tende a se deslocar em termos de sua
responsabilidade sobre o curso atual do processo de globalização e a possibilidade de regulá-lo
ou modificá-lo. No entanto, o ordenamento jurídico não está sujeito à globalização, não pode
ser confundido com procedimentos financeiros ou práticas comerciais internacionais, ou seja,
não pode ser reduzido a econômico ou apolítico. O sistema jurídico, diferentemente de seu
ambiente, pode ajustar-se autonomamente a novas situações, e na verdade estas são substitutos
funcionais da lei, não pluralismo jurídico.
Em casos de crimes transnacionais, onde sua prática atravessa as fronteiras de um país,
no tráfico de entorpecentes, de pessoas e armas, e lavagem de dinheiro, é necessária e comum
a cooperação internacional em matéria penal para efetivar a resolução desses crimes (TROTTA,
2013). Em casos como esses, poderá ser utilizado o princípio penal da territorialidade
temperada, o qual disciplina que o direito nacional é observado em regra no nosso ordenamento,
porém, excepcionalmente, é aplicada a lei estrangeira no Brasil, de forma total ou parcial,
quando assim for disposto em acordos e convenções internacionais. (arts. 5º e 6º do Código
Penal brasileiro). Quando aplicada de maneira incondicionada à outras nações,a lei brasileira
se torna extraterritorial obedecendo o disposto no art. 7º do Código Penal:
São regidos pela lei brasileira os seguintes atos, embora praticados no exterior: I -
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CONCLUSÃO
cooperação internacional.
A criação de uma autoridade central destinada a agilizar a cooperação judiciária
internacional é apenas mais uma tentativa de simplificar os procedimentos pertinentes, o que é
difícil e burocrático, enquanto a retirada de julgamentos de mérito de cartas rogatórias também
parece promover a inclusão de direito estrangeiro na a lei interna do país receptor. A autoridade
central, então, desde o seu início deverá utilizar os meios necessários para interpretar
corretamente as leis dos demais países solicitantes, com o objetivo de atender da melhor forma
possível os anseios daqueles países solicitantes que buscam atender suas necessidades no direito
brasileiro.
REFERÊNCIAS
Brasil (1984). Lei nº 7.209, de 11 de julho de 1984: altera dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, e dá outras providências. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm>. Acesso em: 05 de
março de 2023.
Campos, L.; Canavezes, S. (2007). Introdução à globalização. Instituto Bento Jesus Caraça.
Faria, J. E. (2004). O direito na economia globalizada. 1ª Ed. São Paulo: Malheiros Editora
LTDA, 2004.
Grossi, P. (2010). O direito entre o poder e o ordenamento. Belo Horizonte: Del Rey.