Você está na página 1de 13

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação


Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

As fontes de direito

Introdução a Direito

Rosa Armando Martinho

Chimoio, Maio de 2023

1
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Departamento de Ciências de Educação
Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

As fontes de direito

Trabalho de campo da cadeira de Introdução


a Direito a ser submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Gestão de
Recursos humanos do ISCED.
Tutora: Maria Teresa Jose

Rosa Armando Martinho: 51230580

Chimoio, Maio de 2023

2
Índice pág.
Capitulo 1 .................................................................................................................................. 1

1.1.Introducao ............................................................................................................................. 1

1.2.Objetivos............................................................................................................................... 1

1.3.Metodologias ........................................................................................................................ 1

Capitulo 2 .................................................................................................................................. 2

2.1.Fontes de direito- conceito ................................................................................................... 2

2.2.Fontes de direito ................................................................................................................... 2

2.2.1.Fontes imediatas ................................................................................................................ 3

2.2.2. Lei ................................................................................................................................ 3

2.2.3.Tratado internacional ......................................................................................................... 4

2.2.4.Fontes mediatas ................................................................................................................. 4

2.2.4.1.A Doutrina ...................................................................................................................... 4

2.2.4.2.A Jurisprudência ............................................................................................................. 5

2.2.4.3.Costumes ........................................................................................................................ 5

2.2.4.4.Eqüidade ......................................................................................................................... 6

2.2.5.Princípios ........................................................................................................................... 7

2.2.6.Analogia ............................................................................................................................ 8

Capitulo 3 .................................................................................................................................. 9

3.1. Conclusão ............................................................................................................................ 9

3.2. Referencias bibliograficas ................................................................................................. 10

3
Capitulo 1
1.1.Introducao

O presente trabalho tem como tema: fontes do direito. Fonte de direito é uma expressão
figurativa que tem mais do que uma significação. Esta designação cabe não só aos métodos
acima referidos mas a todos os métodos de criação jurídica em geral, ou a toda norma superior
em relação à norma inferior cuja produção ela regula. Por isso, fonte do direito entender-se
também o fundamento de validade de uma ordem jurídica, especialmente o último
fundamento de validade, a norma fundamental. No entanto, efetivamente, só costuma
designar-se. A distinção reside em que estas são juridicamente vinculantes e aquelas o não são
enquanto uma norma jurídica positiva não delegue nelas como fonte de direito, isto é, as torne
vinculantes. Neste caso, porém, elas assumem o caráter de uma norma jurídica superior que
determina a produção de uma norma jurídica inferior. A expressão fontes de direito tem vários
sentidos, é polissémica e, em sentido técnico-jurídico designa os modos de formação e
revelação das normas jurídicas. Em sentido filosófico as fontes do direito designam as formas
de pensamento que lhes servem de premissa. Pode ser: Liberalismo, marxismo ou outras.

1.2. Objetivos
Gerais:
 Caracterizar as principais fontes de direito,
 Conhecer a principal fonte de direito no ordenamento jurídico moçambicano.

Especificos :

 Diferenciar os tipos de fontes de direito,


 Definir fonte de direito imediato e mediato,
 Explicar cada fonte de direito.

1.3. Metodologias

Para a realização do presente trabalho foi usado o método bibliográfico. Segundo Gil (1999) o
método bibliográfico é a consulta de obras dos diversos autores fundamentando um
determinado assunto. Este método consistiu na leitura de artigos de vários autores que
abordam aspectos ligados a direito particularmente as fontes de direito.

1
Capitulo 2

2.1.Fontes de direito- conceito

As fontes do direito são os meios pelos quais se formam ou se revelam as normas jurídicas. A
expressão fontes de direito tem vários sentidos, é polissémica e, em sentido técnico-jurídico
designa os modos de formação e revelação das normas jurídicas. Em sentido filosófico as
fontes do direito designam as formas de pensamento que lhes servem de premissa. Pode ser:
Liberalismo, marxismo ou outras. Em sentido formal ou técnico jurídico a expressão fontes
de direito designa o modo como a norma se exterioriza (os modos de formação e revelação
das normas jurídicas). Se a norma aparece em forma de diploma ministerial, regulamento,
portaria, decreto, decreto-lei, diploma. O sentido técnico jurídico ou formal é o mais
importante no estudo desta matéria.

Ferraz junior (2003, p. 225) em leitura pontual, afirma que: Legislação e costume são
frequentemente designados como as duas fontes do direito, entendendo-se aqui por direito
apenas as normas gerais do direito estadual. Mas as normas jurídicas individuais pertencem
tanto ao direito, são tanta parte integrante da ordem jurídica da ordem jurídica, como as
normas gerais com base nas quais são produzidas. E, se tomarmos em linha de conta o direito
internacional geral, então não poderemos considerar como “fontes” deste direito a legislação,
mas somente o costume e o tratado. Fontes do direito é uma expressão figurativa que tem
mais do que uma significação. Esta designação cabe não só aos métodos acima referidos mas
a todos os métodos de criação jurídica em geral, ou a toda norma superior em relação à norma
inferior cuja produção ela regula. Por isso, fonte do direito entender-se também o fundamento
de validade de uma ordem jurídica, especialmente o último fundamento de validade, a norma
fundamental. No entanto, efetivamente, só costuma designar-se. A distinção reside em que
estas são juridicamente vinculantes e aquelas o não são enquanto uma norma jurídica positiva
não delegue nelas como fonte de direito, isto é, as torne vinculantes.

2.2.Fontes de direito

Segundo prelecciona Washington de Barros Monteiro, são várias as classificações das fontes
do direito. A mais importante divide-as me fontes imediatas e mediatas. Fontes imediatas
são aquelas que, por si sós, pela sua própria força, são suficientes para gerar a regra jurídica”.
São: lei, o costume e o tratado internacional. Fontes mediatas são as que não têm tal virtude,

2
porém encaminham os espíritos, mais cedo ou mais tarde, à elaboração da norma são a
doutrina, costumes, princípios e analogia e a jurisprudência.
2.2.1. Fontes imediatas
2.2.2. Lei
A lei é a principal a fonte imediata do direito penal, pois não há crime e nem pena sem prévia
cominação legal, ela deriva do princípio da reserva legal. Alguns autores usam o termo de
norma para todas as categorias de princípios legais, porém iremos ver que a norma penal está
contida na lei penal. A lei, em sentido restrito, é aprovada pelo parlamento, órgão legislativo
por excelência em Cabo Verde. No entanto, em sentido corrente, tomam a designação de lei
os actos legislativos do Governo nomeadamente os decretos-leis e decretos-legislativos. A lei
penal descreve condutas ilícitas, a que comina a pena. Compõe-se de duas partes: o preceito
primário e o preceito secundário.
O preceito primário seria o bem interesse tutelado, o comportamento humano ilícito.
O preceito secundário define a penalidade ou a sanção que é associada àquela conduta, ou a
punição deste objeto. Exemplo temos o art. 155 do código penal brasileiro: “Subtrair, para si
ou para outrem, coisa alheia móvel. Pena reclusão, de 1 a 4 (quatro) anos” o preceito
primário, conduta humana ilícita, seria o texto descrevendo o que vem a ser furto; depois vem
o preceito secundário, que seria a pena prevista para tal ato ilícito. Na lei penal, existem
preceito e sanção, advindo implicitamente daí o princípio proibitivo. O preceito imperativo
que deve ser obedecido não se contém de maneira expressa na norma penal. A sanção e o
comportamento ilícito é que são expressos. O criminoso não transgride a lei, mas sim o
princípio proibitivo. Ele viola o princípio contido nela. No exemplo supracitado, o indivíduo
que comete tal ato ilícito, simplesmente, viola o princípio de “não furtarás”. A norma penal é
distinta da lei penal. A norma é conteúdo da lei penal. A lei apenas descreve o crime enquanto
a norma é que tem cunho valorativo. A norma proíbe ou impõe concretamente a respectiva
conduta que descreve. A exatidão do que se afirma melhor se demonstra pelo confronto de
uma disposição comum com a norma penal em branco, que realmente se completa com o
preceito de outra. As normas penais em branco são disposições cuja sanção é determinada,
permanecendo. Indeterminado o seu conteúdo; sua exeqüibilidade depende do complemento
de outras normas jurídicas ou da futura expedição de certos atos; classificam-se em:
a) Normas penais em branco em sentido lato: são aquelas em que o complemento é
determinado pela mesma fonte formal da norma incriminadora;

3
b) Normas penais em branco em sentido estrito: são aquelas cujo complemento está
contido em norma procedente de outra instância legislativa. As leis penais também
apresentam lacunas que devem ser preenchidas pelos recursos supletivos para o
conhecimento do direito (analogia, costumes e princípios gerais do direito); não
possuem lacunas as normas penais incriminadoras, em face do princípio da reserva
legal; as normas penais não incriminadoras, porém, em relação às quais não vige
aquele princípio. Quando apresentarem falhas ou omissões, podem ser integradas pelos
recursos fornecidos pela ciência jurídica.

2.2.3. Tratado internacional


O tratado internacional é o acordo de vontades entre estados e outros sujeitos internacionais.
Por força constitucional, os tratados fazem parta da ordem jurídica. Para tanto, devem ser
aprovados, a aprovação pode ser, consoante os casos, da competência do Governo ou da
Assembleia e ratificados (confirmados) pelo presidente da república. Há diferentes tipos de
tyratados: tratados normativos (que definem normas ou regras de direito), tratados-contratos
(que visam a realização de uma operação concreta, extinguindo-se os seus efeitos com o
término dessa operação), tratados colectivos (que envolvem mais do que dois estados) e
tratados particulares ou bilaterais (que envolvem dois estados).

2.2.4. Fontes mediatas


As fontes mediatas não criam leis, não revogam leis. Para isso há um processo legislativo
servem para integrar a norma e servem para auxiliar ao intérprete. São chamadas de aporia
ou colmatação. As fontes mediatas são: Doutrina, jurisprudencia, analogia, costumes,
princípios e equidade.

2.2.4.1.A Doutrina
A doutrina são conjunto de opiniões, estudos e pareceres jurídicos elaborados por professores
e técnicos de direito de reconhecida competência sobre a forma adequada e correcta de
aplicar, articular e interpretar as normas jurídicas. Não possui carácter vinculativo; Esta fonte
indirecta do direito resulta de investigações e reflexões teóricas e de princípios
metodicamente expostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no
estudo das leis. Como salienta Caio Mário da Silva Pereira, "em determinadas fases da cultura

4
jurídica sobressaem escritores, a cujos trabalhos todos recorrem de tal forma que as suas
opiniões se convertem em preceitos.
Com efeito, é de grande valor o trabalho dos doutrinadores na elaboração e na aplicação do
direito objectivo, já que, analisando criticamente as diferentes opções jurídicas, apontando as
falhas, os inconvenientes e defeitos da lei vigente, ajuda o legislador na feitura de lei mais
perfeita e o aplicador do direito na procura das soluções mais adequadas aos casos em apreço.

2.2.4.2.A Jurisprudência
A jurisprudência é o resultado da actividade jurisdicional, atribuída aos magistrados por força
da jurisdição (juris + diccio - dizer o direito = poder legal dos magistrados de conhecer e
julgar os litígios). A Jurisprudência evidencia-se, pois, através de regras gerais que se extraem
das reiteradas decisões de tribunais em geral, de maior hierarquia numa mesmo sentido, numa
mesma direcção interpretativa. Sempre que uma questão é decidida reiteradamente no mesmo
modo surge a jurisprudência. Como fonte indirecta do direito, não vincula o juiz, mas
costuma dar a este importantes subsídios na solução de cada. A jurisprudência é um conjunto
de regras gerais e orientações que se retira m das decisões judiciais emanadas dos tribunais da
mais alta hierarquia para efeitos de consideração no julgamento de casos semelhantes
submetidos a outros tribunais de igual. Com efeito, as sentenças ou acórdãos dos tribunais
superiores sobre determinados casos servem de referência no julgamento de casos idênticos,
contribuindo para uma interpretação e aplicação uniformes ou tendencialmente uniformes das
normas jurídicas. Ex a jurisprudência pode ser entendida de três formas, como a decisão
isolada de um tribunal que não tem mais recursos, pode ser um conjunto de decisões
reiteradas dos tribunais, ou as súmulas de jurisprudência, que são as orientações resultantes
de um conjunto de decisões proferidas com mesmo entendimento sobre determinada matéria.

2.2.4.3.Costumes
Costumes são conjunto de normas de comportamento a que as pessoas obedecem de maneira
uniforme e constante pela convicção de sua obrigatoriedade. Os costumes seriam uma regra
de conduta praticada de modo geral, constante e uniforme. Trazendo para outros ramos do
direito brasileiro, o art. 4º da Lei de introdução ao código civil menciona o costume como
elemento interativo da lei lacunosa, situando-o logo após a analogia. O termo costume deriva
do latim consuetudine, de consuetumine, hábito, uso. É a prática social reiterada e considerada
obrigatória. O costume demonstra princípio ou a regra não escrita que se introduziu pelo uso,

5
com o consentimento tácito de todas as pessoas que admitiram sua força como norma a seguir
na prática de determinados atos.
Embora alguns autores não façam a distinção entre costumes e usos, outros advertem que o
costume se distingue dos usos sociais em geral, pois a sociedade o considera obrigatório para
todos, de tal sorte que a sua violação acarreta uma responsabilidade jurídica e não apenas uma
reprovação social. Para que o uso social seja considerado obrigatório socialmente, portanto
torne-se costume, é preciso que tenha considerável antigüidade, vale dizer, seja praticado por
um longo tempo. Deve existir a convicção de que o costume é obrigatório, que origina uma
norma social correspondente a uma necessidade jurídica. O costume não se confunde com as
demais normas sociais ou de cortesia, desprovidas de coercitividade. Ex de norma costumeira
que, não obstante não estar consagrada em lei escrita nem por isso deixa de ser obrigatório, é
a chamada fila, seja para tomar autocarros, seja para ingresso no cinema, na escola, no
supermercado ou em qualquer lugar. Assim, no caso exemplificado, preserva-se, com carácter
obrigatório, o direito de precedência dos que chegam primeiro, de acordo com os costumes
tradicionais. Para que um costume seja reconhecido como fonte de direito deve reunir
determinados requisitos. Assim, é preciso:
 Que seja contínuo factos esporádicos, que se verificam vez por outra não são
considerados costumes
 Que seja constante a repetição dos factos deve ser efectiva, sem dúvidas, sem alteração;
 que seja moral o costume não pode contrariar a moral ou os bons hábitos, não pode ser
imoral;
 Que seja obrigatório, isto é, que não seja facultativo, sujeito a vontade das partes
interessadas.

2.2.4.4.Eqüidade
Equidade do latim aequitas. Correspondência jurídica e ética perfeita da norma às
circunstâncias do caso concreto a que é aplicada. Sentimento de justiça avesso a um critério
de julgamento ou tratamento rigoroso e estritamente legal. Ao aplicar uma norma jurídica, o
juiz pode perceber que a aplicação pura e simples desta, sem atentar para as peculiaridades do
caso concreto, pode levar a uma injustiça. Pode e deve, portanto, sem fugir ao preceito
jurídico, amoldar a norma fria do texto ao elemento humano do caso. Eis a eqüidade:
“aplicação ideal da norma ao caso concreto”, como a definiu Aristóteles. O Art. 59 do código
penal se trata de um exemplo prático de eqüidade.

6
O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do
agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário o suficiente para reprovação
e prevenção do crime:
1. As penas aplicáveis dentre as cominadas;
2. A quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
3. O regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
4. A substituição da pena privativa de liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se
cabível.” A eqüidade é um conjunto de princípios imutáveis de justiça que induzem o
juiz a um critério de moderação e de igualdade, ainda que em detrimento do direito
objetivo.
2.2.5. Princípios
Nos princípios se diluem a eqüidade, por ser esta subjetiva ao passo que aqueles possuem
caráter objetivo. Podem, ainda, suprir lacunas e omissões da lei penal, desde que não seja
incriminadora. São as normas de justiça objetiva de onde o direito tira o seu fundamento;
premissas éticas extraídas da legislação. Decorrem do próprio fundamento da legislação
positiva, que, mesmo não se mostrando expressos, constituem os pressupostos lógicos
necessários das normas legislativas. Exemplo: Os acusados em geral devem ser assegurados
o contraditório e a ampla devesa; ninguém será considerado culpado antes do trânsito em
julgado de sentença penal condenatória, que trata do princípio da inocência; ninguém é
obrigado a produzir prova contra si, que decorre do direito ao silêncio.
Muito embora não estejam expressos, tais princípios existem, consistindo na manifestação do
próprio espírito de uma legislação. Os princípios gerais do direito têm grande importância no
preenchimento das lacunas da lei, em face do seu caráter normativo à falta da lei ou costume
aplicado ao caso concreto. Em relação a esta questão, temos, por força do princípio da
legalidade, a lei como principal fonte do direito penal. Citando outros ramos do direito, temos
a constituição da República Portuguesa, estabelecendo neste domínio um quadro geral de
princípios previstos de forma concentrada no seu artigo:
1. Ninguém pode ser sentenciado criminalmente senão em virtude de lei anterior que
declare punível a acção ou a omissão, nem sofrer medida de segurança cujos
pressupostos não estejam fixados em lei anterior.

7
2. O disposto no número anterior não impede a punição, nos limites da lei interna, por
acção ou omissão que no momento da sua prática seja considerada criminosa segundo
os princípios gerais de direito internacional comummente reconhecidos.
3. Não podem ser aplicadas penas ou medidas de segurança que não estejam
expressamente cominadas em lei anterior.
4. Ninguém pode sofrer pena ou medida de segurança mais graves do que as previstas no
momento da correspondente conduta ou da verificação dos respectivos pressupostos,
aplicando-se retroactivamente as leis penais de conteúdo mais favorável ao arguido
5. Ninguém pode ser julgado mais do que uma vez pela prática do mesmo crime.
6. Os cidadãos injustamente condenados têm direito, nas condições que a lei prescrever,
à revisão da sentença e à indemnização pelos danos sofridos.” Embora não se esgotem
neste princípio, já que ao longo da Constituição da República Portuguesa esta acaba
por influenciar o legislador na elaboração do código penal.
2.2.6. Analogia
Analogia é a análise por semelhança. É aplicar a alguma hipótese não prevista em lei, lei
relativa ao caso semelhante. Não existe analogia de norma penal incriminadora, utiliza-se
analogia apenas para beneficiar o acusado. Ex: o art. 128 do Codico Penal portugues prevê
as hipóteses legais de abortamento. A hipótese mais clássica é aquela em que a mulher é
vitima é estupro e fica grávida. A lei, nesse caso, admite a manobra abortiva. Mas o
legislador impôs requisitos, quais sejam: que haja consentimento da gestante e seja
realizado por médico. Isto é, não o abortamento não for realizado por médico, o agente que
o praticou responderá pelo crime de aborto. Mas imaginemos que Eva tenha ficado grávida
em decorrência do estupro. E Eva mora em cidade longínqua que não há médico na região;
há, apenas, uma parteira. Eva procura a parteira e esta realiza a manobra abortiva. Ocorre
que a parteira responderá pelo crime de aborto, porque o legislador disse que tem de ser
praticado apenas por médico. Para que não ocorra injustiça, teremos de fazer o uso da
analogia para beneficiar a parteira.

8
Capitulo 3

3.1. Conclusão

Chegado a este ponto, conclui se que são várias as classificações das fontes do direito. A mais
importante divide-as me fontes imediatas e mediatas. Fontes imediatas são aquelas que, por si
sós, pela sua própria força, são suficientes para gerar a regra jurídica”. São: a lei, o costume e
o tratado internacional. Fontes mediatas são as que não têm tal virtude, porém encaminham os
espíritos, mais cedo ou mais tarde, à elaboração da norma são a doutrina, costumes, princípios
e analogia e a jurisprudência. A principal fonte de direito no ordenamento jurídico
moçambicano é a jurisprudencia e a lei. A lei é a principal a fonte imediata do direito penal,
pois não há crime e nem pena sem prévia cominação legal, ela deriva do princípio da reserva
legal. Alguns autores usam o termo de norma para todas as categorias de princípios legais,
porém iremos ver que a norma penal está contida na lei penal e a jurisprudência é um
conjunto de regras gerais e orientações que se retiram das decisões judiciais emanadas dos
tribunais da mais alta hierarquia para efeitos de consideração no julgamento de casos
semelhantes submetidos a outros tribunais de igual. Com efeito, as sentenças ou acórdãos dos
tribunais superiores sobre determinados casos servem de referência no julgamento de casos
idênticos, contribuindo para uma interpretação e aplicação uniformes ou tendencialmente
uniformes das normas jurídicas.

9
3.2. Referencias bibliograficas

1. Andrade M. Introdução ao direito e relação jurídica, 6ª Ed, Lisboa.


2. Cunha, A. S. (2012)- introdução ao estudo do direito, saraiva, São Paulo,
3. Ferraz J. & Tercio S. Introdução ao estudo do direito: Técnica, decisão, dominação. 4 ed.
São Paulo: Atlas, 2003,
4. Marcelo R. S., & Galvão S. Introdução ao estudo de direito, 3ª Edição, publicações
Europa-América, Lda, 1994, Portugal.
5. Kelsen, H. Teoria pura do direito. 7 ed. Tradução de J. B. Machado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.

10

Você também pode gostar