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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Economia Internacional II
Período letivo 2020.1

Aula 6 – Unidade IV

São Luís
As instituições criadas em Bretton Woods…

O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:


Não há versões oficiais que permitam se referir às bases em
que se assenta a gestão desse organismo. O discurso oficial
prega que sua política não segue modelos rígidos, mas que
se adapta à situação dos diferentes países. Sabe-se, no
entanto que o Fundo foi projetado dentro de uma
perspectiva teórica baseada na livre circulação de capitais e
mercadorias entre os países.

Não existem posturas teóricas reconhecidas oficialmente


pelo FMI, apenas trabalhos dos próprios técnicos do FMI que
eram isolados e formulados a título pessoal. As posições
assumidas para a América Latina divergiam das posições
reformistas defendidas pela CEPAL que situavam as razões de
tais desequilíbrios externos e internos na esfera da estrutura
produtiva.

Particularmente, na América Políticas monetaristas


Latina, a atuação do FMI são conjuntos de
identificou-se com uma posição medidas adotadas
monetarista que insistia em pelos governos
entender os déficits da balança visando adequar os
de pagamentos e a inflação meios de
pagamentos
como frutos de um excesso de
disponíveis às
demanda, originado em necessidades da
políticas cambiais, monetários economia do país.
creditícias, fiscais e salariais
equivocadas.

Curso de Ciências Econômicas


Disciplina: Economia Internacional II
Período Letivo: 2020-1 / Aula 6– Unidade IV
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O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:


As receitas do FMI mantiveram-se com tal persistência que
sua política tornou-se sinônimo de rígida ortodoxia quanto
aos conceitos e modos de abordar a luta contra a inflação e
os déficits externos (considerados pré-requisitos de todo
processo de crescimento econômico).

Nos últimos anos surgem novos elementos no modelo do FMI


que renovam parcialmente sua tradicional linha de
pensamento.

Novos traços incorporados às interpretações do FMI:

• Causa principal: novos padrões de funcionamento da


economia internacional e dos efeitos emergentes de uma
crise de acumulação (que adquiriu máximas expressões
na órbita monetário-financeira);

• Principais mudanças: introdução do enfoque monetário


da balança de pagamentos e a necessidade do ajuste
estrutural nas suas propostas estabilizadoras.

As adaptações no quadro de ideias do FMI surgem como


uma resposta a uma nova realidade internacional e à crise e
não como resultado de uma inspiração teórica ou uma
maneira de aplacar as críticas a seu dogmatismo.

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Disciplina: Economia Internacional II
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O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:


Trajetória seguida pelo pensamento e estratégias do FMI:

1. Princípios mais gerais – aparecem desde sua constituição


em Bretton Woods e dizem respeito às suas posições
acerca da economia internacional e desequilíbrios
externos dos países;

2. Concepção da estabilização como uma luta integrada –


contra a inflação e o déficit da balança de pagamentos
e suas soluções no âmbito nacional e quantitativo das
políticas econômicas à curto prazo;

3. Visão internacional – a partir da década de 70 (fins) o FMI


imprimiu ao seu modelo convencional de estabilização,
incorporando uma visão internacional, qualitativa e de
mais longo prazo nas políticas de ajuste.

A concepção do comércio internacional e dos desequilíbrios


externos dos países:

• Principal objetivo – no imediato pós-guerra o mais


importante era a reativação do fluxo de bens e capitais
ao nível internacional;
• Concepção – o FMI partiu da ideia de que um alto nível
de emprego e de renda, baseado em um adequado
desenvolvimento produtivo, poderia ser realizado apenas
através de um crescente intercâmbio internacional, que
beneficiaria a todos os países envolvidos;

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O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:


A concepção do comércio internacional e dos desequilíbrios
externos dos países:

• Base teórica – a teoria das vantagens relativas, acrescida


pela teoria de dotação relativa de fatores, que afirmava
que certos países poderiam conseguir vantagens em
relação a outros dentro de um sistema internacional de
concorrência perfeita que promovia a divisão
internacional do trabalho.

A movimentação dos produtos e capitais entre os países não


deveria, portanto, estar sujeita a restrições de pagamentos
nem a práticas cambiais discriminatórias.

O padrão monetário internacional deveria ser regido por


paridades relativamente fixas entre as diferentes moedas e
um sistema multilateral de pagamentos.

Segundo Kindleberger ( apud LICHTENSZTEJN&BAER; 1987,


p-73), “o FMI foi construído sob o credo de que os
desequilíbrios para um determinado país se compensariam
ao longo do tempo e se distribuiriam aleatoriamente entre
os países” o que equivale dizer que o conjunto tende ao
equilíbrio. O papel do FMI, dentro dessa visão, seria apenas
compensar os déficits no curto prazo evitando problemas
para o comércio internacional”.

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O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:


Os déficits de determinados países seriam frutos de um ajuste
inadequado da demanda interna e de suas exportações
decorrentes de uma administração irregular de seu sistema
de preços e rendas internos.

No caso do sistema de preços a ênfase se concentra na


administração do tipo de câmbio. A permanência de um
déficit indicaria uma supervalorização de preços e custos
relativos que atrapalhariam as exportações e favoreceriam
as importações. A desvalorização da moeda corrigiria o
problema. O exagero dessa medida (na busca por
vantagens competitivas) é desaconselhado por prejudicar o
comércio internacional.

Com relação ao circuito de rendas internas, como as


importações guardam relação com a renda nacional se
supõe que quando ela decresce, e o tipo de câmbio é
realista, deveria produzir uma baixa nas importações
proporcionalmente maior que a baixa nas exportações (que
eventualmente acompanhe o decréscimo da produção).
Essas relações podem, no entanto, ser modificadas por efeito
de política econômica que podem acabar por afetar o
comércio internacional.

Segundo o FMI, nenhuma desvalorização pode levar a um


final bom uma política de equilíbrio externo, sem ajustar a
desproporção que se estabelece entre a renda nacional e o
saldo em conta corrente da balança de pagamentos

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O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:


Dada a renda nacional no curto prazo, o déficit em conta-
corrente só pode ser corrigido diminuindo a demanda interna
(consumo, investimento e gastos do governo), ou seja,
contraindo o gasto nacional.

Para o FMI as bases de um sistema de relações econômicas


internacionais equilibradas residiam no equilíbrio interno de
cada um dos países, baseado em um controle do lado da
demanda agregada ao qual se incorporava o ajuste cambial.
Por isso ele parte em busca de soluções para o controle
inflacionário
Enfoque e política de estabilização:

• Conceito de estabilização – o adotado pelo FMI é


definido constantemente como de caráter monetário. Ou
seja, o equilíbrio da balança de pagamentos e a
eliminação do aumento de preços implicava em um
processo de ajuste monetário;
• Concepção – o modelo prescrito por Polak, em 1957,
defende que a expansão do crédito é a causa dos
problemas da balança de pagamentos;
• Base teórica – o déficit da balança de pagamentos e a
inflação são desequilíbrios gerados por uma capacidade
de demanda (desejo de compra, apoiado por crédito)
superior às possibilidades imediatas da oferta interna e
pela capacidade para importar, que induz quedas das
reservas monetárias internacionais.

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O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:

O FMI atribui às políticas econômicas (particularmente as


protecionistas) governamentais a quase exclusiva
responsabilidade pelos desequilíbrios e pelas instabilidades
externas e internas de suas respectivas economias. Dessa
forma, quatro frentes principais devem ser atacadas em uma
política de estabilização de curto prazo: a cambial, a
monetário-creditícia, a fiscal e a salarial.

Medidas recomendas pelo FMI para encaminhar o processo


de estabilização:
• Esfera cambial – desvalorização da moeda nacional (em
relação ao dólar, moeda internacional); unificação dos
sistemas de câmbio; e derrogação de todas as restrições
aos mecanismos de pagamentos correntes ao exterior
(nascidas dos convênios de compensação ou
pagamentos bilaterais);
• Esfera monetário-creditícia - estabelecimento de tetos ou
níveis máximos quantitativos para a expansão do crédito,
principalmente no setor público, e o aumento médio da
taxa de juros, a níveis positivos, para limitar a demanda
privada de empréstimos;
• Esfera fiscal – redução efetiva do déficit a níveis
considerados normais ou aceitáveis do ponto de vista
monetário-creditício (máximo 2 ou 3% do PIB); eliminação
de subsídios que estimulam a demanda interna;

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O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:

Medidas recomendas pelo FMI para encaminhar o processo


de estabilização:
• Esfera salarial – regulamentações governamentais podem
criar ou dar continuidade ao processo inflacionário
quando deixam os salários incompatíveis com a realidade
do mercado.

A estabilização sob o enfoque monetário da balança de


pagamentos e com ajuste estrutural:

• Principais mudanças – a partir da crise dos anos 70 duas


principais renovações são introduzidas: a visão financeira
do equilíbrio da balança de pagamentos e a necessidade
de ajustes estruturais desde o ângulo da oferta;

• Concepção – tal enfoque defende que os fenômenos


monetários e cambiais constituem parte de uma mesma
problemática;

• Base teórica – o déficit da balança de pagamentos e a


inflação são desequilíbrios gerados por uma capacidade
de demanda (desejo de compra, apoiado por crédito)
superior às possibilidades imediatas da oferta interna e
pela capacidade para importar, que induz quedas das
reservas monetárias internacionais.

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O Fundo Monetário
Internacional (FMI):

Marco teórico e Estratégias do FMI:


O enfoque monetário atribui aos fenômenos monetários um
papel determinante na evolução da balança de
pagamentos.

A política econômica é enfocada como um pêndulo que


oscila entre duas alternativas instrumentais: manejar o tipo
de câmbio ou manejar a quantidade de dinheiro. Se o
câmbio é flutuante a quantidade de dinheiro seria a variável
sob controle.

Implicações que este enfoque monetarista teve sobre a


política econômica:
• O controle inflacionário passa a girar em torno do tipo de
câmbio sobrevalorizado e sobre os movimentos de
capitais com o exterior;
• O equilíbrio da balança de pagamentos, qualquer que
seja o déficit da conta corrente, passa a depender da
capacidade de financiamento externo;
• A taxa de juros positiva constitui um instrumento ativo de
atração do crédito internacional e de restrição do crédito
interno.

Com relação ao ajuste estrutural, o FMI recomenda adequar


a alocação e a movimentação de recursos às diretrizes do
mercado internacional. A participação do Estado e as
funções que desempenha devem ser reduzidas em favor da
iniciativa privada nacional e estrangeira.

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O Banco Mundial:

O Banco de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), ou


como ficou mais conhecido o Banco Mundial, foi outra
instituição importante criada em Bretton Woods.

Inicialmente, a ideia era que o Banco servisse mais à


reconstrução que ao desenvolvimento. Posteriormente, as
escassas funções de apoio à reconstrução deram lugar
àquelas mais associadas ao crescimento econômico dos
países subdesenvolvidos.

Mais fraco (que o FMI), limitado em suas funções e menos


conhecido, o Banco Mundial iniciou suas operações
extremamente dependente dos recursos de origem norte-
americana. Até a década de 50 o Banco dirigia a maior
parte de seus empréstimos aos países desenvolvidos, a partir
de 1968 passou a concentrar praticamente todos os seus
recursos nos países subdesenvolvidos.

Em 1969, o Relatório Pearson, destacava que era limitado o


âmbito que as funções do Banco abrangiam (restritas a
apoiar o crescimento econômico dos países
subdesenvolvidos pela via da infra-estrutura e do
desenvolvimento dos investimentos produtivos) e que era
necessário redefini-las e torná-las mais atentas aos
desequilíbrios sociais internos e à marcha da economia
internacional.

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Disciplina: Economia Internacional II
Período Letivo: 2020-1 / Aula 6– Unidade IV
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O Banco Mundial:

O Banco Mundial propôs-se, a partir da crise da década de


70, novas tarefas na área do desenvolvimento econômico.
Trata-se principalmente de funções relacionadas a(o):

• Satisfação das necessidades básicas ou combate à


pobreza;
• Desenvolvimento energético e ajustes estruturais nos
investimentos públicos e nos setores manufatureiros e de
exportação.

A ideia é promover a realocação de recursos e a reinserção


produtiva em escala internacional, em particular, dos países
subdesenvolvidos com certa base industrial. Ou seja, articular
as forças produtivas dessas nações com o desenvolvimento
industrial dos países centrais.

O enfoque das necessidades básicas, na etapa McNamara,


passou a acoplar considerações relativas à segurança
política que virou atributo do desenvolvimento econômico.

Marco teórico e Estratégias do FMI:

Como no caso do FMI, também não há versões oficiais que


permitam se referir às bases em que se assenta a gestão
desse organismo. O discurso oficial prega que o Banco
examina as políticas gerais e as perspectivas econômicas do
país, e procura identificar as estratégias apropriadas de
desenvolvimento e suas políticas operativas como guia de
suas orientações em matéria de empréstimos e de
recomendações.

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Disciplina: Economia Internacional II
Período Letivo: 2020-1 / Aula 6– Unidade IV
As instituições criadas em Bretton Woods…

O Banco Mundial:

A proposta do Banco parece opor-se a toda generalização e


a lineamentos pré-estabelecidos. Embora não se possa
ignorar a importância dessas características também não se
pode acreditar na existência de uma efetiva pragmática do
Banco Mundial.

Alguns trabalhos sugerem a existência de certas estratégias


que se associam a diferentes etapas dos enfoques e das
políticas do Banco Mundial.

A evolução do pensamento do Banco Mundial pode ser


dividida nas seguintes etapas:

1. Até meados da década de 50 – o desenvolvimento é


entendido como crescimento econômico que requer ser
apoiado em maior capital de infra-estrutura, financiado
em poupança interna;

2. Final da década de 50 até meados da década de 60 – a


concepção continua a mesma mas os investimentos para
o desenvolvimento, além dos de infra-estrutura,
estendem-se ao campo industrial, agrícola e educativo;

3. Era McNamara (1968/1981) – a concepção do


desenvolvimento já não se esgota no crescimento
econômico. O Banco começa a sustentar que tal
crescimento deve incluir aspectos sociais e políticos
ligados à planificação familiar, à urbanização e ao
desemprego.

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Acordo Geral sobre


Tarifas e Comércio
(General Agreement
onTariffs and Trade –
GATT):

A tentativa de criar-se uma Organização Mundial do


Comércio (OMC) ao final da 2ª. Guerra foi frustrada pela
resistência do Congresso Americano em submeter-se às
disciplinas externas.

Assim, em 1947, foi assinado um acordo, em caráter


provisório, que daria origem ao GATT. Vinte e três países,
quase a metade em desenvolvimento, eram membros do
GATT.

De acordo com Baumann, Canuto e Gonçalves (2004; p-134),


o GATT é uma organização internacional que possui duplo
caráter:

1. É um conjunto de normas (jurídicas) e procedimentos


para as relações comerciais entre países contratantes; e

2. É um fórum para negociação comercial , em que ressalta


o aspecto essencialmente político.

Um dos pilares centrais do GATT era a chamada Cláusula da


Nação Mais Favorecida. Isso implicava que concessões feitas
por uma parte contratante a outra não podem ser distintas
do tratamento concedido às demais partes. Trata-se do
princípio da não-discriminação.

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Período Letivo: 2020-1 / Aula 6– Unidade IV
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Acordo Geral sobre


Tarifas e Comércio
(General Agreement
onTariffs and Trade –
GATT):

A formação de blocos comerciais regionais logo violou essa


norma (em 1957 foi assinado o Tratado de Roma que deu
origem à União Europeia) e, posteriormente, foram criadas
condições de excepcionalidade que tornaram as condições
regionais diferenciadas aceitáveis pelo GATT.

As reformas do GATT ocorreram a partir de rodadas de


negociações multilaterais envolvendo todos os países
participantes. A cada rodada os prazos de duração das
negociações foram ficando mais longos e os temas mais
complexos.

Nas rodadas:

1. De 1947 a 1961 – os principais produtores de cada


mercadoria negociavam e estendiam os resultados para
os demais países membros;
2. De 1964 a 1967 – o processo de negociação ficou mais
complexo e, por isso, passou-se a adotar fórmulas gerais
para reduções das tarifas. Frequentes discussões
multilaterais, no entanto, costumavam alterar o ritmo das
reduções acordadas;
3. De 1973 a 1979 – teve como novidade um conjunto de
acordos relativos a barreiras não-tarifárias, com diversos
códigos de condutas sobre procedimentos aduaneiros,
compras governamentais, subsídios e medidas
compensatórias;

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Acordo Geral sobre


Tarifas e Comércio
(General Agreement
onTariffs and Trade –
GATT):

Nas rodadas:

4. De 1986 a 1994 – incluiu outros temas na agenda, como


propriedade intelectual e investimentos com efeitos sobre
o comércio. Consolidou, também, uma estrutura
institucional permanente, a OMC, e adotou um caráter
mandatório.

No momento de sua criação a OMC era composta por 144


países, dois terços deles em desenvolvimento.

A estrutura da OMC compreende:

• Uma conferência ministerial;


• O conselho geral;
• Os conselhos de mercadorias, de serviços e de
propriedade intelectual;
• Um órgão para solução de controvérsias;
• Um mecanismo de exame das políticas comerciais; e
• Os comitês de assuntos orçamentários, financeiros e
administrativos, de comércio e desenvolvimento e de
Balanço de Pagamentos.

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Acordo Geral sobre


Tarifas e Comércio
(General Agreement
onTariffs and Trade –
GATT):
Em 2001, deu-se início à chamada Rodada DOHA, prevista
para acabar em 2005 mas, que ainda não foi concluída.
Com reuniões retomadas em Cancún (2003), Genebra (2004),
Paris (2005), Hong Kong (2005), Genebra (2008), Bali (2013),
Nairóbi (2015). Ainda não se chegou a acordo sobre os
complexos temas discutidos.

Temas controversos na OMC:

• Disposições que estabelecem trato especial e


diferenciado entre países;
• Agricultura;
• Produtos têxteis e vestuário;
• Serviços;
• Propriedade intelectual (TRIPs);
• Comércio eletrônico;
• Investimentos (TRIMs).

Em julho de 2020, o brasileiro Roberto Azevêdo, até então


diretor-geral da OMC, despediu-se do cargo afirmando que
a agência está numa “encruzilhada”. Há uma tendência no
comércio mundial de adoção de medidas protecionistas e a
substituição do multilateralismo pelo bilateralismo.
Exemplo claro disso observa-se na política externa do
presidente norte americano, Donald Trump, e na contínua
deterioração das relações comerciais entre Pequim e
Washington.

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Disciplina: Economia Internacional II
Período Letivo: 2020-1 / Aula 6– Unidade IV
REFERÊNCIAS

BAUMANN, Renato; CANUTO, Otaviano &


GONÇALVES Reinaldo. Economia Internacional: Teoria
e Experiência Brasileira. Rio de Janeiro: Elsevier,
2004.

DARÉ, Milton José. Organismos Internacionais e


blocos econômicos. IN: COGGIOLA, O. (Org). Dinâmica
da economia mundial contemporânea. São Paulo:
Scortecci, 2003.

LICHTENSZTEJN, Samuel e BAER, Mônica. FMI e


BIRD: Estratégias do poder financeiro. São Paulo:
Brasiliense, 1987.

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