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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Direito

Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)

Nelito Eusébio Adolfo – Código: 71210251

Quelimane, Março de 2023

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA


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Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Direito

Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Direito da UnISCED.

O Tutor: PhD. Fernando Matuca

Nelito Eusébio Adolfo – Código: 71210251

Quelimane, Março de 2023

Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3
2

2. Objectivos...............................................................................................................................4

2.1. Geral.....................................................................................................................................4

2.2. Específicos...........................................................................................................................4

3. Metodologia do Trabalho........................................................................................................4

4. Origem do MERCOSUL.........................................................................................................5

4.1. Conceito de Mercosul..........................................................................................................6

4.2. Características do Mercosul.................................................................................................6

4.3. Objectivos do MERCOSUL................................................................................................8

4.3.1. Outros Objectivos do MERCOSUL..................................................................................8

4.4. Participantes do Mercosul....................................................................................................9

4.5. O Aspecto Jurídico do MERCOSUL.................................................................................10

4.6. As Sanções no âmbito do MERCOSUL............................................................................11

5. União Europeia (UE): Bloco Económico de Natureza Supranacional.................................11

Considerações Finais................................................................................................................13

Referências Bibliográficas........................................................................................................14
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1. Introdução
Neste presente trabalho de campo referente à disciplina de Direito de Integração
Regional, visa abordar de forma detalhada, aspectos ligados ao Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL). Nele, no âmbito das actividades obrigatórias do módulo de DIR irá se traçar
um breve caminho sobre o conceito da MERCOSUL, este que foi um bloco económico criado
em 1991, e que contava originalmente com Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai como
países-membros; sua origem, os objectivos desse Bloco Económico, os aspectos jurídicos e
suas características. Entretanto, dois grandes blocos conhecidos da actualidade são o
MERCOSUL e a União Europeia, na fase de União Política e Monetária. Estes blocos
conseguiram chegar a estes níveis de integração económica devido aos acordos e objectivos
em comum entre os Estados-membros. Com isso, o MERCOSUL e a União Europeia são
blocos exemplares para o comércio internacional com estruturas organizacionais bem
elaboradas para regerem os mesmos, e influenciam directamente na economia e política
mundial.
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2. Objectivos

2.1. Geral
 Conhecer a evolução do MERCOSUL e da União Europeia, segundo as fases do
processo de integração económica.

2.2. Específicos
 Descrever a origem do MERCOSUL;
 Conceituar o MERCOSUL;
 Descrever as características do MERCOSUL;
 Verificar quais são as fases de integração económica;
 Compreender os objectivos do MERCOSUL;
 Identificar os principais Blocos Económicos do MERCOSUL, especialmente no que
diz respeito a sua actual fase de integração e estrutura organizacional;
 Apresentar a União Europeia de acordo com a sua estrutura organizacional e sua fase
de integração económica.

3. Metodologia do Trabalho
Segundo Fonseca (2002), “methodos” significa organização, e “logos”, estudo
sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos
caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para
fazer uma pesquisa científica.

Assim, para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado o método de cunho


bibliográfico, que consistiu na consulta de materiais electrónicos e também o Módulo de DIR,
que retratam este tema, e outros estudos científicos e académicos que discutem em torno da
temática, para que, em um primeiro instante fossem identificados os princípios do
conhecimento dessas abordagens sobre o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).
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4. Origem do MERCOSUL
O Mercosul foi criado em 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção, pelos
países signatários: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Dentre seus objectivos,
o mais importante era o de:

 Se estabelecer um mercado comum, a fim de fortificar as economias dos países-


membros, proporcionando, assim, uma inserção competitiva no mundo globalizado,
conforme previsto no artigo 1º do Tratado de Assunção. (Muianga, S./d., p. 126).

Segundo o autor descreve que, a Venezuela se tornou membro efectivo do Mercosul


em 2012, devido à aprovação de sua adesão, assinada pelos presidentes da Argentina, do
Brasil e do Uruguai na reunião do Mercosul em Mendoza, Argentina, em 29 de Junho de
2012. Importa salientar que sua entrada no Mercosul estava bloqueada, uma vez que faltava
apenas o parecer favorável do Congresso do Paraguai. Contudo, na mesma reunião, tendo sido
o Paraguai suspenso, os então presidentes dos outros Estados-membros assinaram a entrada
definitiva da Venezuela no bloco Mercado Comum do Sul. (Ibdem).

Conforme Silva (S./d.) no site https://www.historiadomundo.com.br, a criação do


Mercosul está inserida dentro de um contexto no qual as nações sul-americanas debatiam
possibilidades a respeito de uma organização que promovesse a integração económica
regional. Considera-se o passo inicial para a criação do Mercosul o acordo económico
realizado entre Brasil e Argentina, a partir da Declaração de Iguaçu, em 1985.

O Mercosul, como descrito anteriormente foi, então, oficialmente fundado em 1991,


quando Brasil e Argentina realizaram a assinatura do Tratado de Assunção. A esse tratado
uniram-se Paraguai e Uruguai. O acordo assinado entre os quatro países visava criar uma zona
de aliança comercial com o objectivo de ampliar a movimentação de pessoas e mercadorias
entre as nações integrantes do bloco. (Silva, S./d.).

Inicialmente, o Mercosul estabeleceu entre os quatro membros uma zona de livre


comércio, ou seja, uma zona em que foram abolidas as taxas sobre as mercadorias exportadas
e importadas dentro do bloco. Posteriormente, esse quadro foi revertido para uma zona
aduaneira, na qual as nações parceiras concordam em padronizar as tarifas alfandegárias que
são cobradas. (Ibdem).
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Neste contexto, como se referiu anteriormente, o Mercosul foi criado inicialmente por
quatro nações: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Algum tempo depois, a Venezuela
demonstrou interesse em aderir ao bloco como membro efectivo. A entrada do país foi
debatida entre os países-membros durante alguns anos e oficializada em 2004. Foi daí que, o
Brasil só reconheceu a entrada da Venezuela em 2009, após aprovação do Senado.

Para mais aprofundamento em torno do conteúdo em alusão, vale descrever que,


existiu outro país que lutou para garantir a entrada no bloco económico sul-americano, que foi
a Bolívia, que teve seu acesso oficializado em Julho de 2017. Conforme esclarecem os
representantes do Mercosul, a Bolívia está em processo de adesão ao bloco, algo que poderia
então se estender por um período de quatro anos. (Ibdem).

Neste sentido, o Mercosul também conta com membros associados, que têm acesso a
alguns dos acordos económicos implementados pelo bloco, mas que não possuem direito ao
voto nas reuniões. Alguns desses países associados, destacam-se o Chile, Peru, Equador e
Colômbia. (Ibdem).

4.1. Conceito de Mercosul


Conforme o site https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/mercosul.htm, o
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é um bloco económico sul-americano criado em
1991. São membros fundadores do bloco Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Esse bloco
conta também com países associados, que são Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana,
Peru e Suriname.

Essa integração entre países sul-americanos busca favorecer o desenvolvimento


económico, social e político de seus membros e associados. Para isso, tem como objetivo
central promover a livre circulação de bens, serviços, capital e pessoas, com redução parcial
ou total de tarifas, barreiras alfandegárias e impostos.

4.2. Características do Mercosul


No site https://www.historiadomundo.com.br por Silva (S./d.), refere-se que em 1991,
quando o Mercosul foi criado, um dos objectivos iniciais era ampliar o comércio entre as
nações sul-americanas. Nesse sentido, o bloco teve bastante sucesso, sobretudo na relação
entre Brasil e Argentina, que se tornaram grandes parceiros económicos desde então.
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Assim, em dados divulgados pelo governo brasileiro sobre a balança comercial de


2017, a Argentina foi o terceiro maior comprador do Brasil e também o terceiro país de quem
o Brasil mais importou mercadorias. Ao todo, a Argentina foi responsável por 8,09% de todas
as exportações brasileiras, e 6,26% das importações brasileiras foram de mercadorias
argentinas. Esses dados tornam a Argentina a maior parceira económica do Brasil em toda a
América Latina.

Desta feita, o Mercosul, durante sua criação, estipulava algumas perspectivas para
serem estruturadas nos países-membros de maneira gradativa, tais como:

 Definição de uma moeda única;


 Implementação de uma zona de livre comércio;
 Permissão para que trabalhadores possam actuar sem restrições em qualquer um dos
países-membros;
 Integração económica;
 Desenvolvimento educacional visando à integração cultural dos países.

Das características descritas acima, segundo o site https://mundoeducacao.uol.com.br


vale salientar que os cinco países do Mercosul, juntos, somam em território o equivalente a
72% de toda a extensão territorial da América do Sul, um tamanho equivalente a três vezes à
área da União Europeia (total de 12,8 milhões de km²). São 288,5 milhões de habitantes,
quase 70% do total de pessoas sul-americanas, e um PIB de US$ 2,79 trilhões, 76% do total
de US$ 3,66 trilhões da América do Sul inteira. O bloco, em dados reais, representa a 5ª maior
economia do mundo.

Nesse sentido, na prática, o Mercosul é mais que uma aliança em que se busca o
funcionamento e desenvolvimento pleno do comércio por meio de importação e exportação.
Há uma bandeira maior defendida entre os membros e políticas que transcendem a
Organização Mundial do Comércio ou outras organizações do desenvolvimento económico
mundial capitalista.

Trata-se então de uma integração para a busca pela prosperidade económica,


democracia, estabilidade política e respeito aos Direitos Humanos e liberdades fundamentais.
Essas bandeiras defendidas por um acordo económico, social e político buscam e priorizam o
pleno desenvolvimento dos países e das pessoas, no campo social e também individual.
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Esse bloco também funciona de forma prática na vida do cidadão por meio de algumas
políticas, a saber:

1. Acordo sobre documentos de viagens: não há necessidade de visto ou passaporte para


o trânsito de pessoas dentro do Mercosul;
2. Acordo de Residência: concede o direito à residência e ao trabalho para os cidadãos
sem outro requisito que não a nacionalidade;
3. Acordo Multilateral de Seguridade Social: permite que trabalhadores migrantes
tenham acesso aos benefícios da seguridade social;
4. Integração Educacional: prevê a revalidação de diplomas, certificados, títulos e o
reconhecimento de estudos nos níveis fundamental e médio, técnico e não técnico. Os
protocolos abrangem, ainda, estudos de pós-graduação.

4.3. Objectivos do MERCOSUL


Conforme o site https://www.mercosur.int/pt-br, os objectivos do Mercosul implicam
que os países possam estabelecer a livre circulação de bens, serviços e factores produtivos,
com eliminação de impostos, tarifas e direitos alfandegários. Para tal, houve o
estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) no comércio com outros países e a
adopção de uma política comercial comum entre os membros.

O bloco também visa a coordenar e direccionar a criação e adequação de políticas


económicas na tentativa de assegurar aos membros condições de concorrência no cenário
capitalista mundial. No campo político, os Estados, ao entrarem no bloco, têm obrigação de
adequar seus sistemas de governo a algumas exigências impostas, como a democracia,
Direitos Humanos, políticas de desenvolvimento social etc. Essas adequações permitem uma
maior harmonização entre as políticas internas dos países e, automaticamente, maior
integração enquanto bloco, do ponto de vista social, político e, claro, económico.

A integração inicial do Mercosul teve um saldo positivo, pois, além de ter pautas
voltadas para a economia, também se voltou a aspectos políticos, Direitos Humanos,
cidadania e sociedade.
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4.3.1. Outros Objectivos do MERCOSUL


Segundo o Tratado de Assunção para a Constituição de um Mercado Comum os
Estados Partes decidem constituir um Mercado Comum, que deverá estar estabelecido a 31 de
Dezembro de 1994, e que se denominará “Mercado Comum do Sul” (MERCOSUL).

Este Mercado Comum implica:

a) A livre circulação de bens, serviços e factores produtivos entre os países, através, entre
outros, da eliminação dos direitos alfandegários e restrições não-tarifárias á circulação
de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente.
b) Estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adopção de uma política comercial
comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação
de posições em foros económico-comerciais regionais e internacionais.
c) A coordenação de políticas macroeconómicas e sectoriais entre os Estados Partes – de
comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, de
serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se acordem -, a fim
de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados Partes.
d) Compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas
pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração.
(www.mercosur.int/pt-br).

4.4. Participantes do Mercosul


Os participantes do Mercosul na actualidade são todos os países da América do Sul,
que actuam no bloco como membros ou países associados. Os países-membros consistem nos
países fundacionais (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e a Venezuela, país-membro
desde 2012, mas que se encontra suspenso por infringir regras do bloco.

Já os demais países da América do Sul (Chile, Bolívia, Equador, Colômbia, Guiana,


Peru e Suriname) são os associados, por participarem do bloco de maneira regular, mas não
possuem as mesmas vantagens dos membros, como a Tarifa Externa Comum (TEC).

Assim, no quadro a seguir vê-se as datas de entrada no bloco e a forma como


entraram, além do status actual.

PAÍS FORMA DE ENTRADA E ANO SITUAÇÃO ACTUAL


Brasil País signatário do Tratado de Assunção, em 1991 Maior economia do bloco
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Argentina País signatário do Tratado de Assunção, em 1991 Segunda maior economia


do bloco
Paraguai País signatário do Tratado de Assunção, em 1991 Grandes exportações para
Brasil e Argentina
Uruguai País signatário do Tratado de Assunção, em 1991 Grandes exportações para
Brasil e Argentina
Venezuela Reunião realizada em Brasília, no ano de 2012 Suspensa desde 2016 por
não cumprir a cláusula
democrática
Chile Assinatura do acordo de livre comércio, em 1996 País associado
Bolívia Assinatura do acordo de livre comércio, em 1996 País associado
Equador Assinatura do acordo de livre comércio, em 2004 País associado
Colômbia Assinatura do acordo de livre comércio, em 2004 País associado
Guiana Assinatura do acordo de livre comércio, em 2013 País associado
Peru Assinatura do acordo de livre comércio, em 2003 País associado
Suriname Assinatura do acordo de livre comércio, em 2013 País associado
México Não participa do bloco, mas observa desde 2006 País observador
Nova Zelândia Não participa do bloco, mas observa desde 2010 País observador
Quadro 1: Participantes do Mercosul. Fonte: (https://brasilescola.uol.com.br)

Neste contexto, de acordo com Muianga (S./d., p. 128), refere-se que de carácter
transitório, o Mercosul nasceu com o Tratado de Assunção, no qual duas etapas eram
previstas para a viabilização da realização do Mercado Comum no Cone Sul: uma fase
provisória e uma segunda etapa definitiva. A primeira fase, realizada com a assinatura do
Tratado de Assunção, também conhecida como fase transitória, durou até a assinatura do
Protocolo de Ouro Preto, que deu origem à segunda etapa, oportunidade em que se instituiu a
personalidade jurídica de direito internacional ao presente bloco.

O autor, refere ainda que foi também o Protocolo de Ouro Preto, assinado em 1994,
que instituiu a estrutura do Mercosul, composta pelos órgãos: CMC – Conselho do Mercado
Comum; GMC – Grupo Mercado Comum; CCM – Comissão de Comércio do Mercosul; CPC
– Comissão Parlamentar Conjunta; FCES – Foro Consultivo Económico-Social; SAM –
Secretaria Administrativa do Mercosul. (Muianga, S./d., p. 128).
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4.5. O Aspecto Jurídico do MERCOSUL


Muianga (S./d.), refere que, diferentemente do sistema jurídico aplicado na
comunidade europeia, o Mercosul optou por menor complexidade, no qual nenhuma
soberania seria afectada. A grande diferença entre a UE, e o Mercosul é que aquela se baseia
na supra-nacionalidade e este na intergovernabilidade. A intergovernabilidade é pautada pelos
princípios gerais do Direito Internacional Público, inexistindo qualquer delegação de poderes
a órgãos comunitários. O ideal integracionista latino-americano está exposto no preâmbulo do
Tratado de Assunção, em que expressa a vontade dos Estados partes de se integrarem para a
respectiva inserção no mercado mundial, aprofundando suas relações também em outras áreas
que não só comercial. (p. 129).

Neste sentido, o Mercosul não possui carácter supranacional, nos moldes da UE, ele
ainda está baseado na intergovernabilidade, em que as decisões são tomadas mediante
consenso. Não há órgãos superiores, supranacionais, que obriguem ao cumprimento das
normas emanadas dos órgãos do Mercosul, não há Tribunal de Justiça que zele pelo
cumprimento dos tratados constitutivos. Impera, lamentavelmente, a conveniência política,
que muitas vezes não condiz com os anseios do bloco e nem dos cidadãos. (Machado e
Del’Olmo, 2011, p. 94 Apud Muianga, S./d.).

4.6. As Sanções no âmbito do MERCOSUL


Como já se disse anteriormente, o Mercosul não tem o instituto da
Supranacionalidade, sendo assim não existe neste, um órgão coactor, capaz de fazer cumprir
às normas ditadas pelos órgãos do Bloco Económico. Para se garantir a efectividade das
normas são instituídos dois princípios: o da reciprocidade e o da pacta sunt servanda.

a) Princípio da Reciprocidade previsto na Convenção de Viena sobre Direitos dos


Tratados, impede que as partes contratantes, para se abdicarem das obrigações
assumidas, invoquem normas internas, sendo possível à invocação quando se referir as
questões de ordem pública.
b) O Principio da Pacta Sunt Servanda prevê a possibilidade dos Estados-partes se
harmonizarem em suas relações, pois por este princípio os Estados do bloco
económico ao assumirem direitos e obrigações, terão reciprocidade em relação aos
outros Estados do Bloco Económico. (Gomes, s.d, p. 173 Apud Muianga, S./d., p.
132).
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5. União Europeia (UE): Bloco Económico de Natureza Supranacional


Muianga (S./d., p. 133), afirma que a UE foi criada em 7 de Fevereiro de 1992, pela
assinatura do Tratado de Maastricht, que visava não apenas a uma união económica, mas
também política, social e monetária.

A fim de melhor compreender a formação da UE, é necessário explanar a história da


construção da Europa. Após o final da Segunda Guerra Mundial, a reconstrução europeia
baseou-se na busca pela paz no território. Os primeiros passos para a chegada da actual
estrutura advieram do antigo Primeiro-ministro britânico Winston Churchill, que lançou o
apelo a uma Europa unida. (Ghévontian, 2010, p. 15).

No entanto, foi com o plano Schuman85 que a Europa iniciou o que hoje entendemos
como UE. Nas palavras de Guy Isaac e Marc Blanket:

 O projecto contido na Declaração feita em 9 de Maio de 1950 em Paris pelo Ministro


de Relações Estrangeiras Roberto Schuman – e que recebeu seu nome, mesmo que
Jean Monnet tenha sido seu pai espiritual – este deu uma nova abordagem ao
problema da construção europeia e comprometeu-se definitivamente com a
comunidade.

Contudo, importa ressaltar, como grande e importante actor da história da formação da


referida União, Jean Monnet, político francês que militou pela construção e estruturação da
actual UE, tendo sido intitulado por muitos como arquitecto da Comunidade Europeia.
Visando à reconstrução do antigo continente, diversos tratados foram assinados, a fim de
manter a paz e estabelecer uma boa relação entre os países-membros.

Entretanto, em 18 de Abril de 1951, foi assinado o Tratado de Paris que criou a


Comunidade Europeia do Carvão e do Aço – CECA. Tal acordo foi firmado pelos países do
Benelux – Bélgica, Holanda e Luxemburgo, juntamente com a França, a Itália e a Alemanha
Ocidental, também chamado os “Seis”. O referido tratado, com uma duração de 50 anos,
estabeleceu um mercado comum entre os países signatários com os produtos carvão e aço, de
grande importância à época na reconstrução europeia. O objectivo era de:

 Se criar, às dimensões dos seis países, um vasto mercado comum do carvão e do aço;
confiando-se sua gestão à uma comunidade, uma nova forma de instituição política,
em breve qualificada como supranacionalidade.
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Considerações Finais
Em gestos de conclusão do presente trabalho der campo sobre o Mercado Comum do
Sul (MERCOSUL), vale frisar que a integração regional facilita as relações comerciais e
negociações entre Estados, devido aos benefícios que a formação de Blocos Económicos
oferece a seus membros. Os Estados-membros de um bloco económico passam a participar
mais no mercado internacional, e começam a ter relações comerciais com Estados antes
difíceis de negociação ou que não tinham abertura comercial.

Por outro lado, a competitividade entre as empresas e Estados cresce


significativamente. As empresas multinacionais e transnacionais são companhias de forte
influência no mercado internacional e uma ameaça às “pequenas e médias empresas”,
principalmente dos Estados subdesenvolvidos, que tentam sobreviver internacionalmente. Daí
que, o MERCOSUL e a União Europeia são considerados Blocos Económicos avançados
perante as fases de integração económica, por isso eles têm suma importância no
desenvolvimento do comércio internacional, influenciando directamente os Estados e suas
economias. Assim, tem-se a possibilidade de demonstrar a evolução desses dois Blocos
Económicos perante as fases de integração económica e sua estrutura organizacional.
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Referências Bibliográficas
Gomes, E. B. (S./d). Supranacionalidade e os Blocos Económicos. Paraná, Revista da
Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná.
Ghévontian, R. (2010). Droit de L’Union Européenne. Paris, Dalloz.
Machado, D. P. & Del’Olmo, F. de S. (2011). Direito da Integração, Direito Comunitário,
Mercosul e União Europeia. Salvador, Jus Podivm.
Muianga, E. L. (S./d.). Direito da Integração Regional: Manual do curso de licenciatura em
Direito. Ponta Gêa, Beira – Moçambique, Instituto Superior de Ciências e Educação à
Distância – ISCED, IAPED.
Silva, D. N. (S./d.). Mercosul – Mercado Comum do Sul. Disponível em:
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/o-mercosul.htm. Acesso em 16
de Fev. 2023 às 07h:52.

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/mercosul.htm

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/mercosul.htm

https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/objetivos-do-mercosul/

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