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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA


EDUCAÇÃO

CESALTINO SILVESTRE J. PEDRO

SISTEMA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE ANGOLA

Beira

2023
CESALTINO SILVESTRE J. PEDRO

SISTEMA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE ANGOLA

Trabalho de carácter avaliativo ser apresentando


na faculdade de Ciência de educação e
psicologia, no curso de Licenciatura em
Administração e Gestão da Educação, na
cadeira de Educação Comparada, leccionado
pelo:

O tutor: Dr. Edu R. D. Manuel

Beira

2023
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Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos ................................................................................................................................... 3
1.1.1. Gerais ...................................................................................................................................... 3
1.1.2. Específicos .............................................................................................................................. 3
1.2. Metodologias ............................................................................................................................... 3
2. Educação no renascimento ................................................................ Erro! Marcador não definido.
2.1. Contexto histórico da educação renascentista ............................................................................. 4
2.2. Pensamento pedagógico renascentista........................................... Erro! Marcador não definido.
2.3. A reforma protestante e contra - reforma ...................................... Erro! Marcador não definido.
2.4. O humanismo e a reforma ............................................................. Erro! Marcador não definido.
3. Conclusão ...................................................................................................................................... 10
4. Bibliografia ................................................................................................................................... 11
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1. Introdução

Entende-se, para os fins do presente estudo, por educação básica o nível de ensino
correspondente aos primeiros anos de educação escolar ou formal. Esta denominação é
determinada consoante o sistema educativo de cada Estado, satisfazendo, na generalidade, aos
primeiros nove anos de escolaridade. Em Angola, o subsistema de Educação pré-escolar1 e o
Ensino primário – do subsistema de Ensino geral – constituem a base de todo Sistema de
Ensino. Mas, para o presente trabalho, daremos ênfase ao Ensino primário, uma vez que
constitui o nosso objecto de estudo.

De acordo com a Lei de Base do Sistema de Educação (LBSE) em Angola – Lei nº 13/01 de
31 de Dezembro –, o ensino primário é gratuito (artigo 7º) e obrigatório (artigo 8º),
correspondendo actualmente aos seis primeiros anos de escolaridade, ou seja, da 1ª à 6ª classe,
abrangendo, para educação regular, a faixa-etária dos seis aos 11 ou 12 anos de idade. A
educação básica permite ao aluno adquirir competências, conhecimentos, atitudes, valores e
motivações consideradas necessárias para que possa construir os alicerces educacionais e
prosseguir na aprendizagem ao longo de toda sua vida. Logo, urge a necessidade do Estado
criar políticas públicas para a materialização deste importante direito

1.1.Objectivos
1.1.1. Gerais
 Compreender o sistema de educação básica de Angola

1.1.2. Específicos
 Descrever o Instrumentos Regionais do Sistema Africano de Direitos Humanos;
 Contextualizar Reformas educativas em Angola pós-independência; e
 Ilustrar a estrutura da educação em Angola

1.2.Metodologias

Para a realização deste trabalho e para o alcance dos objectivos pretendidos, recorreu ‘se a
diversas pesquisas em artigos científicos, manuais, tomadas e notas e materiais já publicados.
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2. Sistema de educação básica de Angola


2.1.Contexto

A educação é um direito fundamental de todos que favorece no desenvolvimento da


personalidade humana e da própria dinâmica da sociedade em que o indivíduo está inserido.
Trata-se de um direito humano e, para que seja efectivado, os Estados são chamados a
adoptarem medidas legislativas, administrativas e políticas, de modo que todas as pessoas
tenham acesso ao mesmo direito, independentemente da condição económica, social e
cultural, (Claude, 2005).

O direito à educação, nas normais internacionais, vem reforçar não só a questão da quantidade
de escolas, professores e materiais didácticos, como também, e, sobretudo, a qualidade de
ensino. Trata-se de construir instituições de ensino de qualidade, ou seja, com todas as
condições possíveis para que o aluno sinta-se confortável durante o processo de ensino-
aprendizagem e tenha acesso aos materiais didácticos, saneamento básico, água potável,
professores qualificados e que os conteúdos programáticos sejam dados em função da
realidade dos alunos e, sobretudo, que reflictam as características do grupo alvo, (Claude,
2005).

É importante que a qualidade de ensino contemple o desenvolvimento integral da


personalidade humana, razão pela qual, Agostinho Monteiro afirma que a educação é um
direito que está prescrito nas normas internacionais como finalidade, conteúdos e níveis de
educação. Para o autor, o artigo 26º da Declaração Universal dos Direitos dos Humanos
retomado e desenvolvido pelas normas internacionais principais, consagra como fim primeiro
do direito à educação “o pleno desenvolvimento da personalidade humana”, ou seja, um fim
que resume todos os outros. Para o autor, o direito à educação é um direito às aprendizagens
indispensáveis ao desenvolvimento de todas as dimensões da personalidade humana, desde a
sua dimensão física à sua dimensão estética, no interesse individual e social (Monteiro, 2003).

A questão do pleno desenvolvimento da personalidade humana ilustrado na DUDH é um


elemento importante para chamar atenção aos Estados que a educação não se limita apenas na
instrução, mas também na formação de valores, atitudes e comportamentos da pessoa, ou seja,
na formação das qualidades do ser humano como um todo, desde a sua dimensão física,
psicológica, moral, estética, económica, social e cultural. Daí que, Richard Pierre Claude
afirma que “a discussão sobre o direito ao desenvolvimento da personalidade humana na
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Declaração Universal dos Direitos Humanos articulou e sintetizou todos os direitos sociais,
económicos e culturais” (Monteiro, 2003).

2.2.Instrumentos Regionais do Sistema Africano de Direitos Humanos

Apesar de os direitos humanos serem universais, pode haver especificidades regionais. O


importante é a existência de um alicerce básico e universal dos direitos humanos. Diferenças
regionais ou nacionais podem ir além desse alicerce e considerar as circunstâncias especiais.
Os direitos humanos não devem igualar, mas – ao contrário – devem assegurar a
individualidade de cada um e do grupo social ao qual pertence (Peterke, 2010).

O direito à educação, como um costume internacional, para além de estar contemplado na


Declaração Universal dos direitos Humanos e no Direito Internacional dos Direitos Humanos
através dos tratados universais, também pode ser observado nos sistemas regionais de direitos
humanos, como é o caso das Convenções Europeias e Americanas e da Carta Africana para os
Direitos Humanos e dos Povos. Estes subsistemas ou afirmam o conteúdo geral de
determinados direitos humanos, como o direito à educação, ou demonstram particularidades.
Ambos os aspectos podem ter impactos na formação do direito costumeiro, seja a nível
universal ou regional. Por isso, faz-se necessário à análise do Sistema Africano de Direitos de
Humanos, (Peterke, 2010).

2.3. Reformas educativas em Angola pós-independência

As reformas educativas são mudanças que se dão num determinado sistema educativo tendo
em conta o contexto sociopolítico, cultural, económico de uma nação, com finalidade de se
estabelecer directrizes concordantes às exigências do contexto. No Dicionários de las Ciências
de la Educacional define-se reforma como:

Mudanças profundas na política educativa de um país, que devem ser traçadas independente
das crises políticas dos governos, devem ter o sentido de continuidade e estar enquadradas
dentro de uma visão prognóstica sobre o futuro da sociedade a que se referem. As reformas
educativas não rompem bruscamente com o lastro cultural ou histórico, mas requer uma
grande dose de inovações, com vista à melhoria da qualidade de ensino, sua extensão e
generalização (Sanchez, 1988, citado por, Sakukuma, 2012, p. 5).
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Deste modo, iremos realizar uma abordagem síntese das reformas educativas pós-
independência, fundamentalmente a reforma educativa de 2001, plasmada na Lei 13/01 de 31
de Dezembro.

O período pós-independência em Angola, foi marcado pelo socialismo, momento em que se


dá a primeira reforma educativa, que foi promulgada em 1976 com o fim de extinguir o
ensino colonial e implementar um regime que se adequasse ao momento político e social do
país. Como afirma Sakukuma, (2012) “A organização do sistema educacional (1976) partiu da
necessidade de mudança do sistema de educação que Angola herdou do colonialismo
Português, classificado como ineficiente, limitado e, em termos culturais, mais voltados ao
domínio cultural de Portugal. O Governo Angolano estava ciente dos desafios que iria
enfrentar na mudança do sistema educativo, tais como: criar a partir de 1976 políticas
concretas que pudessem permitir a diminuição de altos índices de analfabetismo que o país
tinha, causado pela carência e insuficiência de materiais básicos de ensino, falta de
professores qualificados, pouca abrangência do sistema educativo, entre outros.

Para dar cobro a esta situação foi elaborado o plano nacional de acção para a educação de
todos, aprovado em 1977, e com o objectivo de: apresentar uma resposta ao problema de
alfabetização de crianças e adultos; procurar aumentar espaços escolares de ensino;
desenvolver a formação; aperfeiçoar constantemente os professores para permitir a expansão
do ensino básico; ampliar a oportunidade de acesso à educação, sobretudo aos primeiros
quatro anos do ensino (1ª à 4ª Classes dadas como sendo gratuitas). Assim, pensar sobre o
ensino representa não apenas uma preocupação com o saber ler e escrever, mas sim, pensar
numa questão maior, que concerne ao atendimento do espaço sociopolítico, económico e
cultural, das regras da convivência social, da práxis política e suas relações em sociedade
(Nguluve, 2006).

De acordo com o Decreto 40/80 de 14 de Maio, o sistema educativo em vigor desde 1978
constituía-se em subsistemas que compreendiam as etapas:

 Educação Pré-escolar, que compreendia crianças de 1 à 5 anos de idade e


subdivididos em Creche (de 1 á 3 anos), jardim Infantil (4 à 5 anos) e Iniciação (5
anos, e, as vezes tendo em o contexto à 6 anos);
 Ensino de Base (regular, Adultos e ensino Especial), subdividido em três níveis que
são: 1º Nível (de 1ª á 4ª Classe “obrigatório“); 2º Nível (5ª à 6ª Classe “formação
profissional”) e 3º nível (7ª á 8ª classe);
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 Ensino Médio, subdividido em Médio Normal (9ª à 12ª classe), Médio Técnico (9ª à
12ª classe) e Pré-Universitário (9ª á 11ª classe);
 Ensino Superior, subdividido em dois níveis, o primeiro compreende (1º ao 3º ano
“bacharelato“) e o segundo (do 4º ou 5º ano “ Licenciado “), independentemente do
curso.

Em reflexão destes aspectos, e outros, sentiu-se necessidade de implementar a segunda


Reforma Educativa, assente na Lei 13/01 de 31 de Dezembro (Lei de Base do Sistema
Educativo de Angola - LBSEA), que passou a vigorar no ano 2004. A lei encontrava-se
repartida em cinco fases a título experimental, com término em 2012, com intuito de se
realizar o balanço geral.

2.4.Objectivo para a 2ª reforma educativa em Angola

A educação é um processo sistemático, que visa formar o cidadão para dar resposta às
exigências, sociais, económicas, político e cultural do país. Como se pode verificar na Lei de
bases do Sistema Educativo de Angola: A educação constitui um processo que visa preparar o
indivíduo para as exigências da vida política, económica e social do País e que se desenvolve
na convivência humana, no círculo familiar, nas relações de trabalho, nas instituições de
ensino e de investigação científico-técnico, nos órgãos de comunicação social, nas
organizações comunitárias, nas organizações filantrópicas e religiosas e através de
manifestações culturais e gimnodesportivas (Lei 13/01 de 31 de Dezembro).

Segundo a Lei de Base do Sistema Educativo de Angola (Lei 13/01 de 31 de Dezembro), a


segunda reforma educativa de Angola tem como objectivo o seguinte: “conduzir uma
readaptação do sistema educativo, com vista a responder as novas exigências da formação de
recursos humanos, necessários ao progresso socioeconómico da sociedade angolana” (Lei
13/01 de 31 de Dezembro).

1.1.Estrutura do sistema educativo Angolano

Em conformidade com o Artigo 10º da LBSEA em vigor, no seu ponto 1, a educação realiza-
se através de um sistema unificado constituído por seguintes subsistemas: “subsistema de
educação pré-escolar, subsistema do ensino geral, subsistema de ensino técnico-profissional,
subsistema de formação de professores, subsistema de educação de adultos e subsistema de
ensino superior”. O sistema de educação está estruturado em três níveis que são: primário
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(obrigatório) em conformidade o Art.º 8º da Lei 13/01 de 31 de Dezembro, secundário e


superior.

Tendo em conta a formação de quadros para diversificadas áreas sociais do país, está sob
responsabilidade dos subsistemas de ensino técnico-profissional e formação de professores, já
para formação média, técnica e normal corresponde o 2º ciclo do ensino secundário somado
um ano para fins de profissionalização numa determinada área de formação.

 Subsistema de educação pré-escolar compreende a creche e o jardim infantil (não


obrigatório);
 Subsistema do ensino geral está subdividido em ensino primário (obrigatório) e
ensino secundário, o primeiro está compreendido de 1ª à 6ª classe e o segundo de 7ª à
9ª classe;
 Subsistema de ensino técnico-profissional consiste em dotar capacidades técnico-
profissionais às novas gerações, para a sua participação em actividades profissionais.
Este se divide em formação profissional técnica básica e média;
 Subsistema de formação de professores tem por objectivo formar professores para o
ensino geral, concretamente a educação regular, de adultos, e a educação especial.
Está subdividido em dois níveis: formação média normal e ensino superior
pedagógico;
 Subsistema de educação de adultos visa recuperar o atraso da formação de adultos,
compreende dois graus que são: Ensino primário (alfabetização e pós-alfabetização) e
ensino secundário que compreende o 1º ciclo e o 2º ciclo;
 Subsistema do ensino superior consiste em formar quadros de nível superior com
maturidade e capacidade para senso crítico e avaliativo, no que tange a várias
situações do país.

1.1.Aspectos positivos

O sistema educativo angolano está organizado de forma sequencial e lógica na articulação dos
níveis de ensino, tendente a uma adequada formação de recursos humanos capazes de
responderem às exigências do contexto social, económico, político e cultural do país, basta
que seja notória a sua aplicabilidade prática.
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Considerando a vontade de realizar a escolarização de todas as crianças em idade escolar,


reduzir o analfabetismo de jovens e adultos e de aumentar a eficácia do sistema educativo;
Considerando igualmente que as mudanças profundas no sistema socioeconómico,
nomeadamente a transição da economia de orientação socialista para uma economia de
mercado, sugerem uma readaptação do sistema educativo, com vista a responder as novas
exigências da formação de recursos humanos, necessários ao progresso socioeconómico da
sociedade angolana.

Assim, a educação constitui um processo que visa preparar o indivíduo para as exigências da
vida política, económica e social do País e que se desenvolve na convivência humana, no
círculo familiar, nas relações de trabalho, nas instituições de ensino e de investigação
científico-técnico, nos órgãos de comunicação social, nas organizações comunitárias, nas
organizações filantrópicas e religiosas e através de manifestações culturais e
gimnodesportivas.

Do meu ponto de vista, uma reforma educativa tem por objectivo inovar ou até mesmo
implementar novas estratégias e políticas educativas para desenvolver a educação de forma
harmoniosa, e, consequentemente do país nos seus diversos sectores, visto que a educação é
um instrumento regulador e impulsionador do desenvolvimento de qualquer nação, tendo
sempre em atenção o conhecimento histórico e actual com finalidade de se perspectivar o
melhor para o futuro da nação.
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2. Conclusão

Compreende-se que A educação básica é um direito gratuito e compulsório, sobretudo para


todas as crianças em idade escolar. Em Angola, o ensino primário é obrigatório e gratuito,
contemplando os seis primeiros anos de escolaridade, ou seja, da 1ª à 6ª classe, abrangendo a
faixa etária dos 6 aos 11/12 anos de idade. O sistema educativo angolano está organizado de
forma sequencial e lógica na articulação dos níveis de ensino, tendente a uma adequada
formação de recursos humanos capazes de responderem às exigências do contexto social,
económico, político e cultural do país, basta que seja notória a sua aplicabilidade prática.

Considerando a vontade de realizar a escolarização de todas as crianças em idade escolar,


reduzir o analfabetismo de jovens e adultos e de aumentar a eficácia do sistema educativo;
Considerando igualmente que as mudanças profundas no sistema socioeconómico,
nomeadamente a transição da economia de orientação socialista para uma economia de
mercado, sugerem uma readaptação do sistema educativo, com vista a responder as novas
exigências da formação de recursos humanos, necessários ao progresso socioeconómico da
sociedade angolana
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3. Bibliografia

Claude, R. P. (2005). Direito à educação e educação para os direitos humanos,In SUR


Revista Internacional de Direitos Humanos. Editora Gráfica Ltda. Ano 2 • Número 2 •
Disponível em <http://www.surjournal.org>. Acessado em 15. 04. 20121.

Monteiro, A. dos R. (2003). O Pão do Direito à Educação..., in Educação Social, Campinas,


vol. 24, n. 84, p. 763-789, setembro. Disponível em: http://www.cedes.unicamp.br. Acessado
em: 20.04.2012.

Nguluve, A. K. (2010). Educação Angolana: Políticas de reformas de Sistema Educacional,


São Paulo: Biscalchin Editora

Sakukuma, A. (2012). Análise crítica do programa de reforma educativa para o ensino do


português na 7ª classe em Angola. Dissertação de mestrado não publicada- faculdade de
Ciencias Sociais e humanas-Universidade de Lisboa

PETERKE, G. J. (2010). Manual Prático de Direitos Humanos Internacionais, Brasília:


Escola Superior do Ministério Público da União, 2010.

Lei 13/01 de 31 de Dezembro (Lei de Base do Sistema Educativo Angolano).

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