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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOPEDAGOGIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


EDUCAÇÃO INFANTIL

EDRIANE OLIVEIRA ARAÚJO – RU 2984874

CEL.FABRICIANO
2023

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO...................................................................................................3
2- ENSAIO PEDAGÓGICO....................................................................................5
2.1 O estágio curricular e a unidade concedente: um breve diagnóstico................7
2.2 Fundamentação
teórica ...................................................... ...........................09
2.3 Material didático: criação e
reflexão ......... .....................................................11
2.4 Práxis e relatório de evidências .....................................................................20
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................25
REFERÊNCIAS ....................................................................................................26

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1- INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado na Educação Infantil foi realizado na “ESCOLA X” no


município de Timóteo, pela aluna Edriane Oliveira Araújo, graduanda do Curso de
Psicopedagogia.
A escola está situada em um bairro “tido” como nobre e atende a uma clientela
específica. Atende crianças do berçário ao ensino fundamental II.
O estágio é o momento em que os formandos têm a oportunidade de observar,
aprender na prática, todas as aprendizagens adquiridas ao longo do curso. Desta
maneira ele é importantíssimo para a formação do profissional, pois, contribui para a
formação do profissional investigador, reflexivo, pesquisador, um ser capaz de
produzir conhecimentos, transformar e adaptar a sua pratica bem como aprender a
lidar com situações diversas dentro do contexto escolar. Como nos ensina Paulo
Freire: “É que ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o
caminho caminhando, sem aprender a refazer, a retocar o sonho por causa do qual
se pôs a caminhar. ” (Freire, 1992, p.79). Sendo assim, o estágio supervisionado
não é apenas um dever do educando, mas um direito adquirido. O estágio é
regulamentado pela lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, segundo o qual:

Dispõe sobre o estágio de alunos; altera a redação do art.


428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada
pelo Decreto – Lei nº 5.452 de 1º de maio de 1943, e a Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nº 6.494,
de 07 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de
1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória nº
2.16441, de 24 de agosto de 2001; e das outras providências
(Brasil, 2008).

É uma oportunidade para o aluno adquirir experiências e aumentar sua confiança e


autoestima frente ao mercado de trabalho. O estágio tem por objetivo a aplicação de
conhecimentos teóricos, o aprimoramento da formação acadêmica, bem como
contribuir no processo educativo da instituição ofertante de estágio e ainda analisar
de forma crítica o contexto educacional por meio da observação, investigação e
planejamento de aula e acompanhar as várias atividades realizadas pelos
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professores nos seus diversos momentos. O estágio se constitui um importante
instrumento para uma tomada de decisão profissional, buscamos aproximar a teoria
e a realidade escolar, visualizar suas ações e suas problemáticas, vivenciar os
conhecimentos adquiridos durante o curso, assim como refletir sobre quais práticas
utilizar e como agir dentro de uma instituição escolar.

Em meu período de estágio supervisionado observei algumas situações teóricas e


práticas que o professor se expõe como mediador de conflitos no ambiente escolar.
O Educador é mediador dos conhecimentos escolares, mas também é sua função
mediar os conflitos sociais em sala de aula. Utilizando-se de saberes adequados, ele
deve utilizar de um discurso democrático, respeitando a cultura e a faixa etária de
seus educandos. Segundo artigo da Revista Conteúdo, o papel do docente da
educação deve ser de mediador na construção de uma sociedade mais unânime,
desenvolvendo a criticidade de seus alunos aos problemas sociais nos quais eles
estão inseridos. Só a educação é capaz de diminuir as tensões geradas por esses
conflitos. Através do aprendizado são gerados conhecimentos mais amplos e
históricos para que os alunos possam interpretar suas experiências e seus
aprendizados na vida social. Segundo a revista Escola (2011), a influência que o
educador tem sobre o educando acontece devido a muitos fatores, tendo em vista
que vários deles são resvalos da cultura familiar do mesmo. Na psicologia, as fases
do desenvolvimento, segundo alguns estudiosos, é a chave para uma estrutura
contundente ao crescimento de um ser sociável, crítico, com grandes expectativas
para o futuro e o papel do professor mediador é notar se existem diferenças.
Entende-se que o estudo epistemológico em prol da evolução de novos paradigmas
condiz com a realidade dos últimos anos. Antes, o educando era considerado uma
máquina de absorver informações de diversos segmentos. Hoje fala-se do
construtivismo no segmento estudantil como uma opção didática em que os alunos
aprendem o que realmente é necessário para se desenvolver, porém as práticas
pedagógicas estão mudando de estrutura. A evolução tecnológica junto ao
desenvolvimento do país está abrindo novas opções na luta em defesa dos direitos
dos professores e dos alunos.

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2- ENSAIO PEDAGÓGICO

A escola se encontra em uma realidade socioeconômica elevada, prevalecendo uma


classe média A, onde desempenha um papel de mediadora, buscando se adequar
às transformações tecnológicas, dos desafios e da diversidade, respeitando o
indivíduo no seu contexto social e na sua individualidade.
A escola como instituição social deverá trabalhar a ética, refletir sobre o mundo que
queremos dentro da escola e na sociedade, sobre os valores que desejamos para
nortear e regular o universo escolar.

A instituição baseia-se em três princípios que dão sustentação e identidade à escola


para orientação das ações pedagógicas, são eles:

Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da


pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo
para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito de origem,
gênero, etnia, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao


bem comum e a preservação do regime democrático e dos recursos ambientais, da
busca da equidade e da exigência de diversidade de tratamento para assegurar a
igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes necessidades.

Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade, do


enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade, da
valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente, a da cultura
mineira e da construção de identidades plurais e solidárias.

Portanto, a instituição é um lugar onde devem ser oferecidas, entre outras, as


condições para a oferta de formação nas distintas dimensões humanas. Sendo
essas dimensões a realização de uma formação acadêmica por meio de práticas
eficazes de ensino e de processos verificáveis de aprendizagem e que asseguram o
pleno domínio, por parte do estudante, do conhecimento a ser desenvolvido no
decorrer de sua vida acadêmica.

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A avaliação da aprendizagem é compreendida como um processo que integra a
aprendizagem do aluno, seu percurso acadêmico e a intervenção pedagógica do
professor na direção da construção do conhecimento e da formação da cidadania
consciente e participativa. Nessa perspectiva, o ato de avaliar constitui-se em um
processo ação-reflexão-ação em que o professor redireciona o ensino no sentido da
aprendizagem significativa, oferecendo múltiplas formas de aprendizagens.
Para identificar e compreender a relação da escola com a comunidade é necessário
ter clareza dos principais fatores que caracterizam a escola e os estudantes que
nela estudam.
Por meio da observação conclui-se que a interação dos alunos com o professor (a),
dos alunos entre si e com o ambiente no cotidiano escolar e o compromisso na
construção do conhecimento e fator primordial na formação do indivíduo. Segundo
Comenius no livro “A persistência da utopia em educação”, citado por Kulesza,
Wojciech A. (1992), o método de ensino deve adequar-se aos métodos de
descoberta, e, portanto, a autonomia do educando. Comenius já citava no passado a
importância da autonomia do educando, para que aconteça essa evolução é
necessário estarmos atentos ao perfil do aluno de hoje, que está conectado ao
mundo, e ao professor que tem acompanhado essa evolução. Nesse sentido nessa
escola prevalece a gestão mediadora direcionada às metas, ao ensino
aprendizagem e as práticas pedagógicas.

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2.1 O estágio curricular e a unidade concedente: um breve diagnóstico

O Estágio Supervisionado: Educação Infantil foi realizado na escola localizada na


cidade de Timóteo, no estado de Minas Gerais. A instituição de estágio oferta
atendimento no período matutino e vespertino.
A Instituição oferece educação para o Berçário, Maternal, Educação Infantil, Ensino
Fundamental I e II.
Existem profissionais com diversos níveis de formação escolar, sendo predominante
a formação pedagógica, além de nutricionista e psicóloga. A equipe de apoio tem o
primeiro grau completo.
A equipe administrativa preocupa-se frequentemente em proporcionar recursos
didáticos pedagógicos aos professores para melhorar suas condições de trabalho.
Estes profissionais têm constantemente acesso a treinamentos, seminários, fóruns
de educação, palestras, grupos de estudos etc.
Como integrante da rede particular de ensino, seu trabalho educacional estrutura-se
na realização de atividades educativas com alunos a partir de 04 meses. Em 2003
foi credenciado e autorizado o funcionamento da Educação Infantil (Creche e Pré-
escola) pela portaria número 07/2003.
De início, a escola funcionava em uma casa residencial, com apenas um pavimento,
contando com 03 salas de aula, 01 banheiro, 01 cozinha e um pequeno pátio.
Hoje é uma escola com ótima infraestrutura, bem localizada, com excelente espaço
físico e com previsão de reformas constantes. A escola possui atualmente:
18 salas de aula, 01 sala de amamentação, 01 biblioteca informatizada,01 sala de
direção/ coordenação, 01 cantina bem equipada, 01 cozinha, 09 banheiros, 02
almoxarifados, 03 áreas com grama sintética, 02 casinhas de boneca de madeira,03
casinhas de boneca plástica, 01 área gramada com bancos de areia, piscinas de
bolinhas, cama elástica, 01 quadra coberta, 01 mini zoológico com animais
domésticos, computadores ,01 lavanderia. Sendo o trabalho resultado da construção

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de uma prática educacional atenta as diferenças individuais, visando a formação de
cidadãos competentes, autônomos e, sobretudo feliz.

Como a Criança pequena ainda necessita de cuidados permanentes, o trabalho está


organizado como um espaço de suplementação e ampliação do espaço familiar,
sem perder a especificidade do trabalho pedagógico.
Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança
pode reproduzir o seu cotidiano. O ato de brincar possibilita o processo de
aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da
criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre brincadeira e
aprendizagem.

De acordo com Vygotsky (1998), um dos principais representantes dessa visão, o


brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade
interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros
sujeitos, crianças e/ou adultos.

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2.2 Fundamentação teórica

Durante o período de observação, alunos, professores e demais funcionários se


mostraram amáveis e receptivos. Pude acompanhar turmas do 1º período e
momentos diversificados. Os alunos se mostravam interessados e participativos
contribuindo para o andamento das aulas de forma dinâmica sem maiores
comprometimentos ao planejamento dos professores. Durante a semana ocorreu a
preparação para Feira do Conhecimento, evento este conhecido e divulgado entre
eles e comunidade escolar. Cada turma tinha um tema específico 1º período
(Alimentação Saudável).
O professor deve organizar todos os momentos da aula, tudo tem que estar
esquematizado em sua mente, ser organizado na lousa e falar sobre a importância
da aula. Não podemos perder de vista que a sala de aula pode ser imprevisível, e
por isso difícil de ser reproduzida, o ambiente é sempre dinâmico, quase impossível
de ser contado em livros ou em relatos de situações vividas. “Na moderna
fenomenologia no que se refere à valorização da subjetividade, os sentimentos são
envolvidos com a sua compreensão, pois o importante não é que tenhamos o
conceito, mas que o tenhamos vivido”. (Comenius apud Kuleska, 1992). Todos os
alunos participaram e se envolveram no projeto. O mesmo consistia de maquetes,
murais, musicais e outros, foram atividades prazerosas, porém carregadas de
significados.
O referido estágio foi realizado em uma escola particular, em uma turma formada por
21 crianças, sendo 12 meninas e 9 meninos. No geral apresentavam uma boa
comunicação e convivência. Porém foi relatado pela professora regente momentos
de conflitos como: gritos, brigas com colegas, choros etc. Diante deste relato foi
proposto uma intervenção que viesse a solucionar ou amenizar o problema.
Primeiramente foi feita uma investigação da possível causa destes comportamentos,
onde ficou constatado que alguns alunos estavam apresentando dificuldade de
leitura e consequentemente de escrita.

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A alfabetização é o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de
ler e escrever, já o letramento desenvolve o uso competente da leitura e da escrita
nas práticas sociais. Enquanto o sujeito alfabetizado sabe codificar e decodificar o
sistema de escrita, o sujeito letrado vai além, sendo capaz de dominar a língua no
seu cotidiano, nos mais distintos contextos. De acordo com Magda Soares,
professora e pesquisadora da educação, a diferença está no domínio que o sujeito
tem sobre a leitura e escrita. Maria Montessori (1909), desenvolveu a metodologia
de ensino e aprendizagem cuja centralidade não está no conteúdo, mas sim no
desenvolvimento autônomo dos indivíduos. Tudo aquilo que está presente no
ambiente cumpre uma função na aprendizagem e deve estar ao alcance das
crianças e estudantes. Essa metodologia diminui a dependência do educador no
processo de aprendizagem, estimulando a autonomia. É uma metodologia muito
utilizada com crianças nos primeiros anos do ensino fundamental, mas pode ser
estimulada ao longo de toda a formação. Através de seu trabalho clínico com
pacientes que sofriam de doença mental, Freud acreditava que as experiências da
infância e os desejos inconscientes influenciavam o comportamento e ainda que os
conflitos que ocorrem durante cada uma dessas fases podem influenciar a
personalidade e o comportamento ao longo da vida. De acordo com a teoria
psicossocial de Freud, a criança encontra conflitos que desempenham um papel
importante em seu desenvolvimento. Não resolver os conflitos pode resultar em
fixações que podem influenciar o comportamento adulto. Segundo Freud a
personalidade já está amplamente definida aos cinco anos de idade.
O teórico Jean Piaget propôs uma das teorias mais influentes do desenvolvimento
cognitivo. Sua teoria cognitiva procura descrever e explicar o desenvolvimento de
processos de pensamento e estados mentais. Também analisa como esses
processos de pensamento influenciam a maneira como entendemos e interagimos
com o mundo.
O desenvolvimento psíquico, que começa quando nascemos e termina na idade
adulta, é compatível ao crescimento orgânico: como este, orienta-se,
essencialmente, para o equilíbrio. ... O desenvolvimento, portanto, é uma
equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio
para um estado de equilíbrio superior (PIAGET, 1983, p. 11).

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Lev Vygotsky propôs uma teoria de aprendizado seminal que se tornou muito
influente, especialmente no campo da educação. Como Piaget, Vygotsky acreditava
que as crianças aprendem ativamente e através de experiências práticas. Sua teoria
sociocultural também sugeria que os pais, cuidadores, colegas e a cultura em geral
eram responsáveis pelo desenvolvimento de funções de ordem superior.
Essas teorias representam apenas algumas das diferentes maneiras de pensar
sobre o desenvolvimento infantil. Na realidade, compreender completamente como
as crianças mudam e crescem no decorrer da infância requer a análise de muitos
fatores diferentes que influenciam o crescimento físico e psicológico. Genes, o
ambiente e as interações entre essas duas forças determinam como as crianças
crescem fisicamente e mentalmente.

2.3 Material didático: criação e reflexão

Brincar é um direito de toda criança e fazer esse direito ser real é um desafio ainda
encontrado nas escolas. O brincar durante a infância representa muito mais do que
uma diversão. Esses momentos são fundamentais para o desenvolvimento da
criança e para a construção de um adulto mais confiante e criativo. Brincando a
criançada experimenta o mundo, constrói relações sociais, aprendem a comunicar-
se consigo mesmas e desenvolvem sua autonomia, criatividade e inteligência
emocional. De acordo com Ronca (1989, p. 27) O movimento lúdico, torna-se fonte
prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói classificações, elabora
sequências lógicas, desenvolve o psicomotor, a afetividade e amplia conceitos das
várias áreas da ciência. Percebemos dessa maneira que, por meio das atividades
lúdicas a criança pode aprender no mesmo instante que sente prazer enquanto as
realiza, estimulando também a criatividade, desenvolve a capacidade de tomada de
decisões, ajuda no desenvolvimento motor das crianças. Logo é possível concluir
que é de suma importância sua inclusão na prática docente, estando sempre atentos
às necessidades de seus alunos e a faixa etária deles, fazendo uso de jogos e
brincadeiras apropriadas, proporcionado assim, um clima prazeroso em que a
criança se sinta mais acolhida e consequentemente mais aberta para o aprendizado.

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Para Paulo Freire (2009, p. 22) “ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
Logo a escola é um espaço que promove ações e interações de significativa
influência no processo de ensino e aprendizagem dos alunos, por isso cabe ao
professor ser o mediador da aprendizagem, buscando metodologias que inclua
brincadeiras, dinâmicas, tornando suas aulas mais atrativas para as crianças,
visando o objetivo de formar seres atuantes, participativos, reflexivos, autônomos e
críticos, capacitados para resolver situações.
O brincar não significa apenas diversão, mas também proporciona o
desenvolvimento de capacidades como atenção, imitação, memória, além do
desenvolvimento nas áreas da criatividade, sociabilidade, motricidade e inteligência.
É por meio dos jogos que as crianças passam a interagir entre elas trocando assim
experiências.
Para Vygotsky (1989, p. 53) A ação imaginária contribui para o desenvolvimento das
regras de conduta social, onde as crianças, através da imitação, representam papéis
e valores necessários à participação da mesma na vida social que elas internalizam
durante as brincadeiras em que imitam comportamentos adultos. Partindo do que foi
exposto acima fica notório que no brincar a criança expõe suas vivências, sua
cultura, costumes, ou seja, o resultado da ação social. O brincar é de suma
importância para o desenvolvimento infantil, pois faz com que a criança imagine
situações, imite papéis sociais de maneira espontânea e livre além de proporcionar a
interação entre os indivíduos, fator indispensável para o desenvolvimento das
relações sociais.
No momento em que a criança está realizando alguma atividade lúdica, ela passa a
desempenhar um papel de adulto, imitando seus costumes, hábitos, e atitudes,
desenvolvendo assim um amadurecimento de valores sociais. Além das habilidades
e capacidades já mencionadas, há também outras contribuições que podem ser
encontradas no campo da personalidade como afetividade e emoção. Quando a
criança brinca, ela se movimenta, estimula a mente, explora ambientes externos,
elementos muito importantes também para o desenvolvimento da aprendizagem de
aluno, uma vez que a inteligência se desenvolve a partir das ações realizadas pelo
indivíduo no meio em que vive. Na atividade lúdica a criança forma conceitos,

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seleciona ideias, estabelece relações lógicas além de proporcionar a socialização
com outras crianças.
Para Vygotsky (1989, p. 84)” As crianças formam estruturas mentais, pelo uso de
instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações imaginárias, surge da
tensão do indivíduo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da
realidade”.
A criança necessita de uma aprendizagem significativa, em que seja proporcionado
para ela abertura para falar, interagir, ouvir, criar, se expressar, o que também
reflete em sua autoestima.
É por essa razão que a ludicidade entra como a principal ferramenta da educação
infantil.
O material didático é fundamental para a aquisição da leitura, o desenvolvimento da
escrita e a interpretação de texto, principalmente na Educação Infantil e nos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, ele ajuda o aluno a acompanhar a aula
e a compreender melhor o que o professor está falando, facilitando a aquisição e a
consolidação do conhecimento, pois sempre será uma referência sobre o assunto.
Para uma aprendizagem eficaz, é fundamental ter um referencial teórico que esteja
vinculado à experiencia pratica, pois a teoria por si só não consegue consolidar o
conhecimento. Portanto para implementar um plano de ação que contemple todas as
necessidades e atenda o fator aprendizagem significativa foi proposto o seguinte
material didático.
Foi feita a escolha do livro “Os três Porquinhos” e a organização do cenário que
deveria ser projetado a partir de um notebook por um data show em um espaço da

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sala.

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Após a vivência dos dois grupos foi entregue uma folha xerografada para Produção
de texto:

OS TRÊS PORQUINHOS
RECORTE E COLE AS FIGURAS NA SEQUENCIA CORRETA DA HISTÓRIA “OS
TRÊS PORQUINHOS” E COM SUAS PALAVRAS A RECONTE

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2.4. Práxis e relatório de evidências

O campo da Educação Infantil vive um processo de revisão de concepções sobre


educação de crianças em espaços coletivos, de seleção e fortalecimento de práticas
pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças. Em
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especial, têm se mostrado prioritárias as discussões sobre como orientar o trabalho
junto às crianças de até três anos em creches e como assegurar práticas junto às
crianças de quatro e cinco anos que prevejam formas de garantir a continuidade no
processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, sem antecipação de
conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental. O referido estágio foi
realizado em uma escola particular, em uma turma formada por 21 crianças, sendo
12 meninas e 9 meninos.

A alfabetização é o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de


ler e escrever, já o letramento desenvolve o uso competente da leitura e da escrita
nas práticas sociais. Enquanto o sujeito alfabetizado sabe codificar e decodificar o
sistema de escrita, o sujeito letrado vai além, sendo capaz de dominar a língua no
seu cotidiano, nos mais distintos contextos. De acordo com Magda Soares,
professora e pesquisadora da educação, a diferença está no domínio que o sujeito
tem sobre a leitura e escrita.  Maria Montessori (1909), desenvolveu a metodologia
de ensino e aprendizagem cuja centralidade não está no conteúdo, mas sim no
desenvolvimento autônomo dos indivíduos. Tudo aquilo que está presente no
ambiente cumpre uma função na aprendizagem e deve estar ao alcance das
crianças e estudantes. Essa metodologia diminui a dependência do educador no
processo de aprendizagem, estimulando a autonomia. É uma metodologia muito
utilizada com crianças nos primeiros anos do ensino fundamental, mas pode ser
estimulada ao longo de toda a formação. Através de seu trabalho clínico com
pacientes que sofriam de doença mental, Freud acreditava que as experiências da
infância e os desejos inconscientes influenciavam o comportamento e ainda que os
conflitos que ocorrem durante cada uma dessas fases podem influenciar a
personalidade e o comportamento ao longo da vida. De acordo com a teoria
psicossocial de Freud, a criança encontra conflitos que desempenham um papel
importante em seu desenvolvimento. Não resolver os conflitos pode resultar em
fixações que podem influenciar o comportamento adulto. Segundo Freud a
personalidade já está amplamente definida aos cinco anos de idade.

O teórico Jean Piaget propôs uma das teorias mais influentes do desenvolvimento
cognitivo. Sua teoria cognitiva procura descrever e explicar o desenvolvimento de
processos de pensamento e estados mentais. Também analisa como esses

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processos de pensamento influenciam a maneira como entendemos e interagimos
com o mundo.
O desenvolvimento psíquico, que começa quando nascemos e termina na idade
adulta, é compatível ao crescimento orgânico: como este, orienta-se,
essencialmente, para o equilíbrio. ... O desenvolvimento, portanto, é uma
equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio
para um estado de equilíbrio superior (PIAGET, 1983, p. 11).
Lev Vygotsky propôs uma teoria de aprendizado seminal que se tornou muito
influente, especialmente no campo da educação. Como Piaget, Vygotsky acreditava
que as crianças aprendem ativamente e através de experiências práticas. Sua teoria
sociocultural também sugeria que os pais, cuidadores, colegas e a cultura em geral
eram responsáveis pelo desenvolvimento de funções de ordem superior.
Essas teorias representam apenas algumas das diferentes maneiras de pensar
sobre o desenvolvimento infantil. Na realidade, compreender completamente como
as crianças mudam e crescem no decorrer da infância requer a análise de muitos
fatores diferentes que influenciam o crescimento físico e psicológico. Genes, o
ambiente e as interações entre essas duas forças determinam como as crianças
crescem fisicamente e mentalmente.
O plano de ação foi realizado na instituição “X” aos alunos do 1º período. A turma foi
dividida em dois grupos. Um grupo que já dominava os princípios da leitura e escrita
e o 2º grupo que apresentava dificuldades com a leitura e escrita.

A atividade proposta foi um reconto da história “Os três Porquinhos”, as crianças já


conheciam e tinham estabelecido relações com a narrativa escolhida , já haviam
escutado em diversos momentos, conversaram sobre ela, por meio de diferentes
estratégias, de tal modo que a estratégia do reconto seria uma oportunidade para
que expressassem suas impressões e ideias para o contexto desta atividade e
também uma apresentação teatral do conto. A organização do cenário que deveria
ser projetado a partir de um notebook por um data show em um espaço da sala. Foi
utilizado máscaras, acessórios e fantasias dos personagens do conto. O tempo
proposto para a realização das atividades foi de 8 horas aulas de forma escalada
para que não ocorresse cansaço demasiado ou dispersasse a atenção e interesse.

Primeiramente elas ouviriam a história, em seguida foi feita a proposta do reconto


que seria feito por elas. Contei que para recontar a história elas estariam envolvidas
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em uma representação teatral. Disse que havia separado materiais que podiam
caracterizar os personagens da história. Dessa forma, elas precisariam fazer
acordos acerca de quem representaria cada papel, definindo personagens e
narrador. Contei que havia um desafio especial nesse reconto. Perguntei sobre
como a história é apresentada e se havia falas de personagens, provocando-as a
perceber que o narrador é quem conta toda a história. Nesse momento, utilizei o
livro como apoio para o diálogo com as crianças. Após terem conversado, revelei
que o desafio seria dar fala aos personagens.

As fantasias foram adaptadas para dar um toque de realidade e caracterizar cada


cena.

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Foi utilizado mascaras em cores diferentes para identificar cada personagem
segundo suas características

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Foi utilizado um notebook, para projeção de imagens, cenas do conto para que
seguissem a sequência.
Para finalizar, após a vivência dos dois grupos foi entregue uma folha xerografada
para produção de texto.
Foi bastante significativo observar a participação e o interesse das crianças, pude
notar que durante toda a atividade realizada não ocorreu os conflitos narrados pela
professora regente. A criança passa a passa a pertencer a uma coletividade, que é
sua turma, sua classe, sua escola. É um crescimento ao eu de casa, onde ela é o
centro, o que trás algumas dificuldades de adaptação. É necessário para ouvir suas
necessidades e compreender suas dificuldades, pois, é nesta face que as mesmas
começam a serem apontadas tanto pela família como pela escola.

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3-CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fazer o estágio foi muito gratificante, é uma experiência inesquecível, principalmente


na Educação Infantil, com certeza vou levar para a vida toda. O trabalho realizado
na escola em que vivenciei o estágio, e as situações me proporcionaram uma visão
de como resolver problemas e de como agir em um ambiente escolar, por isso não
devemos perder a calma nunca e sim pensar em estratégias e alternativas,
desenvolver competências para o melhor desempenho do educando. O ambiente
escolar traz insegurança e pode desencadear alguns problemas de aprendizagem
para as crianças, é importante o professor estar atento e proporcionar um ambiente
acolhedor e afetivo, para que se crie uma imagem positiva, compartilhando
experiências, e superando problemas.

Na psicologia, as fases do desenvolvimento, segundo alguns estudiosos, é a chave


para uma estrutura contundente ao crescimento de um ser sociável, crítico, com
grandes expectativas para o futuro e o papel do professor mediador é notar se
existem diferenças. O desafio do professor mediador no ambiente escolar é maior, é
trazer soluções para os conflitos diários, dos quais podem envolver problemas
sociais, culturais, psicológicos e muitos outros. Entende-se que o estudo
epistemológico em prol da evolução de novos paradigmas condiz com a realidade
dos últimos anos. Antes, o educando era considerado uma máquina de absorver
informações de diversos segmentos. Hoje fala-se do construtivismo no segmento
estudantil como uma opção didática em que os alunos aprendem o que realmente é
necessário para se desenvolver, porém as práticas pedagógicas estão mudando de
estrutura. “A tarefa do ensinante, que é também aprendiz, sendo prazerosa é
igualmente exigente. Exigente de seriedade, de preparo científico, de preparo físico,
emocional, afetivo. É uma tarefa que requer de quem com ela se compromete um
gosto especial de querer bem, não só aos outros, mas ao próprio processo que ela
implica. É impossível ensinar sem essa coragem de querer bem, sem a valentia dos
que insistem mil vezes antes de uma desistência. É impossível ensinar sem a
capacidade forjada, inventada, bem cuidada de amar. O processo de ensinar, que
implica o de educar e vice-versa, envolve a paixão de conhecer, que nos insere
numa busca prazerosa ainda que nada fácil. (” FREIRE, 1996).

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O estágio proporcionou ainda relacionar os conhecimentos obtidos no decorrer do
curso com a prática, e que é preciso trabalhar para atingir os objetivos propostos de
forma séria e competente, ser eficiente na resolução de problemas e desafios
advindos na vida profissional do iniciante.

REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Pedagogia da esperança: Um reencontro com a pedagogia do


oprimido. Paz e Terra, 1992.

BRASIL. LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008. Dispõe sobre o estágio de


estudantes. Brasília, DF. set. 2008. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm>. Acessado
em: abril. 2021.

BRASIL. MINISTERIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA. Lei de Diretrizes e Bases da


Educação nº 9394/96. Brasília. DF, 1996.
PIAGET, J. Epistemologia Genética. Tradução de Os Pensadores. Abril Cultural,
1970.
COSTA, M. L. A. Piaget e a intervenção psicopedagógica. São Paulo: Olho d’
Água, 1997.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4ª ed. Rio de janeiro:
Zahar, 1973.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho,
imagem e representação. 4ª edição, 1945, Editor: LTC – ASIN: 8521617

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