Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JUIZ DE FORA
2023
1
ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR AUGUSTO GOTARDELO
2
“Lutamos por justiça, liberdade, para que a juventude possa construir sua
dupla cidadania, política e econômica, e não há outra saída senão o trabalho
coletivo.”
3
SUMÁRIO
1-INTRODUÇÃO......................................................................................................................... p. 1
2-JUSTIFICATIVA........................................................................................................................ p. 4
3-CONTEXTO SOCIOECONÔMICO............................................................................................. p. 5
5-OBJETIVOS............................................................................................................................. p. 8
6-PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO............................................................................................. p. 9
7-AVALIAÇÃO............................................................................................................................ p. 11
9-EDUCAÇÃO ESPECIAL............................................................................................................. p. 13
10-PROJETOS PEDAGÓGICOS.................................................................................................... p. 18
4
1 - INTRODUÇÃO
1
“A educação como prática da liberdade é um jeito de ensinar que qualquer um pode
aprender. Esse processo de aprendizado é mais fácil para aqueles professores que
também creem que nosso trabalho não é o de simplesmente partilhar informação, mas
sim o de participar do crescimento intelectual e espiritual dos nossos alunos, ensinar
de um jeito que respeite e proteja as almas dos nossos alunos é essencial para criar
as condições necessárias para que o aprendizado possa começar de modo mais
profundo e mais íntimo” Bell Hoocks
Isso implica, de forma ampla, lutar por uma educação pública, gratuita,
universal, laica, antirracista, que se posicione contra a herança do patriarcado, de
qualidade, integral, inclusiva e que valorize os profissionais da educação; dentro do
universo escolar isto implica em garantirmos a todos os nossos alunos a aquisição da
escrita, leitura e o desenvolvimento das diversas formas de expressão e a
aprendizagem das diferentes áreas do conhecimento através de uma educação
omnilateral do homem todo, corpo e intelecto, e que seja integral, com tempo de
atividades escolares e extraescolares.
Tal proposta tem como cerne a maneira como o indivíduo se propõe a explicar
determinada realidade e, nesse sentido, os pressupostos pedagógicos da escola
caminham no sentido de propiciar ao aluno ser capaz de questionar os conceitos e
conhecimentos transmitidos, empoderar-se para superar e transformar socialmente
sua realidade. Reafirmar a escola como um espaço de acesso à cultura elaborada, à
produção cultural e acadêmica e, por isso, acreditar no indivíduo como ser que
constrói sua própria história.
A prática inclusiva exige que tenhamos algumas compreensões:
2
Visitando outros atores podemos observar que:
A teoria de Vygotski, denominada psicologia historico - cultural, compreende o
estudante como sujeito sócio – histórico e, portanto, complexo, que precisa ser olhado
a partir de múltiplas perspectivas.
Como sinalizam as teorias críticas e pós – críticas do currículo, categorias como
raça, classe, gênero, território e identidade precisam compor os dados que vão
orientar as políticas públicas educacionais, porque todas elas dialogam com a garantia
do direito a aprendizagem.
Derrmeval Saviani adverte-nos de que não se separa teoria da prática,
apontando que é fundamental termos em mente as determinações sociais sofridas
pela escola, e por isso, as soluções não podem se reduzir a ações isoladas e
individuais. As soluções para a escola pública devem ser aplicadas com ênfase social,
tendo como foco o bem comum na perspectiva de responsabilidade de políticas
públicas, das ações do Estado.
Assim, nossa dimensão pedagógica está alicerçada na práxis revolucionária e
de transformação. Quando pensamos em construir uma educação libertadora e
inclusiva, precisamos revistar tudo que acreditamos que seja sólido e lembrar da frase
de Marx: “tudo que é sólido se desmancha no ar”.
Não há educação inclusiva e transformadora se a nossa ação pedagógica não
for questionada, revisitada e modificada. Desse modo, objetivamos desenvolver
atividades de ensino nas quais o centro do processo não seja o professor, mas o aluno
que se torna sujeito do seu aprendizado. Nesse contexto, o professor deverá assumir
o papel de mediador entre o saber elaborado e o conhecimento a ser produzido. Freire
(1997) defende a necessidade de conhecimento e afetividade por parte do educador
para que este tenha liberdade, autoridade e competência no decorrer de sua prática
docente, onde a disciplina verdadeira não estaria no silêncio dos silenciados, mas no
alvoroço dos inquietos, o que implica na autoridade verdadeiramente democrática.
Segundo o autor, o educador deve exercer sua autoridade e sua liberdade, que devem
ser vividas em sua totalidade em uma relação dialética, centrada em experiências
estimuladoras de decisão e responsabilidade.
3
“(...) fazer da sala de aula um contexto democrático onde todos sintam a
responsabilidade de contribuir é um objetivo central da pedagogia transformadora (...)
A aceitação da descentralização global do Ocidente, a adoção do multiculturalismo
obriga os educadores centrar a sua atenção na questão da voz. Quem fala? Quem
ouve? E por quê?” Bell Hooks.
2 - JUSTIFICATIVA
Este Projeto Político-Pedagógico tem como objetivo lançar as bases para criar
um ambiente onde todos os alunos se sintam valorizados, e mais do que isso,
empoderados na luta contra a discriminação de raça, gênero ou condição
socioeconômica. A discriminação racial, a desigualdade social e o machismo são
questões profundamente arraigadas em nossa sociedade, e nessa quebra de
paradigmas, a escola desempenha um papel crucial na promoção da igualdade e na
desconstrução dessas estruturas de opressão.
Nossa política pedagógica tem o firmo propósito de combater o racismo e
contribuir para a conscientização sobre a importância da diversidade étnica e racial,
além de promover o respeito mútuo e a valorizar as diferentes culturas presentes na
comunidade escolar.
A educação que almejamos precisa desempenhar um papel fundamental na
quebra do ciclo da pobreza e desigualdade. Dessa forma, o fazer pedagógico deste
estabelecimento busca reduzir a desigualdade social por meio da implementação de
práticas inclusivas, do acesso equitativo a recursos educacionais, da promoção da
4
diversidade e do respeito às diferenças, da sensibilização para as questões de gênero
e raça, e do desenvolvimento de habilidades socioemocionais que capacitem os
alunos a enfrentar os desafios sociais e a contribuir para uma sociedade mais justa e
igualitária.
A herança patriarcal é uma barreira significativa para o pleno desenvolvimento
de mulheres e meninas. Nesse sentido, o presente Projeto Político-Pedagógico tem
como orientação a promoção da igualdade de gênero, o combate ao machismo e o
empoderamento das mulheres.
Ademais, a educação desempenha um papel vital na formação de cidadãos
conscientes de seus direitos e responsabilidades em uma sociedade democrática. A
defesa da democracia em nossa política pedagógica inclui a reflexão com base no
humanismo, no civismo e nas práticas democráticas na gestão escolar.
Dessa forma, o Projeto Político-Pedagógico da Escola Municipal Professor
Augusto Gotardelo busca preparar os alunos para serem cidadãos ativos e
responsáveis e promover aos estudantes e a comunidade compreenderem seu papel
na sociedade, a participarem ativamente na tomada de decisões e a defenderem
valores democráticos. Nossa busca por uma sociedade mais justa, igualitária e
democrática no futuro passa pelo combate ao racismo, a desigualdade social e ao
machismo.
5
3 - CONTEXTO SOCIOECONÔMICO
6
à saúde, aumentando o índice de morbidez. A situação econômica da comunidade
escolar é de extrema pobreza, e por isso, muitos sobrevivem apenas de benefícios. O
número de alunos que atendidos pelo programa do Bolsa Família é,
aproximadamente, 120.
O índice de empregabilidade das famílias é baixíssimo e não há mínima
estabilidade de condições de trabalho, o que impacta, diretamente, em diversos
aspectos na vida dos alunos. Pode-se inferir, nesse contexto, que o nível de emprego
e a falta de oportunidade de trabalho influenciam diretamente no bem-estar das
famílias.
A desigualdade econômica e social é um problema devastador, que persiste e
parece aumentar e se eternizar ano após ano, principalmente após períodos de
calamidade pública (como o da pandemia), que afetam a economia, especialmente
das classes menos abastadas.
O acesso à tecnologia é precário e muitos, além de não terem condições de
manter uma internet em casa, também não possuem condições de comprar os
aparelhos necessários à utilização da internet. Isso impacta na comunicação e no
acesso às informações, o que precariza o direito à educação digital destes alunos, o
tornando alienados tecnológicos.
Devido a todos esses aspectos elencados, os valores culturais e as normas
sociais necessitam ser reforçados e perpassar continuamente em todo o processo de
ensino aprendizagem através de propostas de práticas educacionais e pedagógicas
humanizadas e holísticas.
7
despensa, um pátio interno coberto e um descoberto, parquinho, horta, além de uma
quadra poliesportiva coberta com dois vestiários e uma sala de materiais esportivos.
Para o ano de 2024 está previsto também o funcionamento de uma sala de AEE.
A nossa história é relativamente recente, pois a escola foi fundada em 2006,
com duas sedes, funcionando inicialmente em espaços alugados pela prefeitura, um
no anexo da Igreja Metodista do bairro São Pedro e a outra no bairro Parque São
Pedro, local onde aguardamos a construção da sede definitiva que ficou pronta em
2008. Em 2009 ocorreu a mudança definitiva para a atual sede no bairro Caiçaras II.
A princípio o atendimento se restringia às turmas de educação infantil e anos iniciais
do ensino fundamental. Em 2011 houve a ampliação do atendimento para os anos
finais, com a abertura de uma turma de sexto ano. Também em 2011, aprovamos o
projeto do governo federal Mais Educação, quando na ocasião houve a ampliação do
tempo na escola dos alunos com dificuldade de aprendizagem e em vulnerabilidade
social através de oficinas que funcionaram até o ano de 2015. Posteriormente, em
setembro de 2013 foram abertas duas turmas multisseriadas de Ensino de Jovens e
Adultos no turno da noite, uma turma de fases iniciais e outra de fases finais. Porém,
para o ano de 2024, devido à falta de demanda, não iremos mais ofertar essa
modalidade. Também em 2015 conseguimos garantir a Lei que determina o
funcionamento integral da nossa escola e atualmente funcionamos com as turmas da
educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental (1º a 5º ano) em regime
integral. Os anos finais do ensino fundamental ainda estão em regime regular.
5 - OBJETIVOS
8
em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses
bens.
Art. 24 – os objetivos da formação básica das crianças, definidos para a
Educação Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental,
especialmente no primeiro, e completam-se nos anos finais, ampliando e
intensificando, gradativamente, o processo educativo, mediante:
I – Desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – Foco central na alfabetização, nos três primeiros anos;
III – Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a
sociedade;
IV - O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
V- Fortalecimentos dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana
e de respeito recíproco em que se assenta a vida social;
9
Ainda:
4 - Estabelecer uma aprendizagem que rompa com a História Única
preconizada pelos valores Ocidentais, garantindo o multiculturalismo, a educação
antirracista e antissexista,
5 - Garantir o acesso a história da África e dos Afrodescendentes, através do
estudo da Mitologia e dos movimentos sociais que lutam pelos direitos e igualdade
racial,
6 - Estabelecer parceria com os movimentos sociais que militam em prol de
uma sociedade inclusiva, sustentável e democrática.
7- Propiciar nos momentos coletivos momentos de formação e estudo aos
docentes e demais funcionários;
6 - PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO
10
Deve-se explorar todos os gêneros textuais tanto para a leitura, como para a
interpretação e a escrita.
Segundo Paulo Freire, a alfabetização é um ato criador. O processo de
alfabetização caracteriza-se no interior de um projeto político que deve garantir o
direito a cada educando de afirmar sua própria voz. Aprender a ler e escrever é
aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica
vinculando linguagem e realidade. Ser alfabetizado, assim, é tornar-se capaz de usar
a leitura e a escrita como meio de tomar consciência da realidade e transformá-la.
É fundamental respeitar o ritmo da criança, considerando seus avanços e
buscando novas estratégias para que ela possa transformar suas dificuldades nos
próximos passos. Para Emília Ferreiro (1999), a alfabetização não é um estado no
qual se chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos, anterior à escola.
O aluno deve ser convidado e estimulado a participar de seu processo de
aprendizagem, desmitificando a sua posição enquanto sujeito passivo, mas trazendo
a sua história e sua cultura para a escola.
É importante colocar a criança em estreito contato com as práticas sociais de
leitura, sendo a escola responsável por promover um ambiente alfabetizador capaz
de oportunizar a todas as crianças o acesso às diferentes formas de ler e escrever.
Ressaltamos ainda ser indiscutível a influência das condições de vida das crianças no
processo de elaboração e construção do conhecimento do mundo. Nestas condições,
o importante papel que desempenha a presença de adultos ou pessoas mais
experientes, como interlocutores e informantes das crianças.
Por fim, a prática da leitura e da escrita deve partir de um significado para a
criança, de forma que a mesma tenha sentido para ela, ou seja, deve haver uma
interação entre o que se produz e seu real significado. Em síntese, defendemos um
processo de alfabetização que implica, desde sua gênese, a constituição do sentido.
Conforme nos aponta Magda Soares (2003), o processo de alfabetização deve
caminhar em paralelo ao processo de letramento: “No entanto, quando se alfabetiza,
desenvolve-se paralelamente uma dimensão de compreensão de significados. Isso
envolve o letramento: a imersão da criança no reconhecimento dos usos da cultura
escrita”.
11
7 - AVALIAÇÃO.
12
individuais devem ser preenchidos de forma coletiva pelos professores envolvidos
com o aluno e haverá também a construção do portfólio da turma.
Do primeiro ao quinto ano além dos conceitos (A-B-C) os professores deverão
escrever os relatórios individuais trimestralmente, de forma conjunta entre os pares,
utilizando para isso os momentos reservados nas reuniões pedagógicas para esta
finalidade. A avaliação durante esse período será realizada por disciplina, contudo o
conceito será global ao entendermos que o desenvolvimento e aprendizagem da
criança não se dá de forma segmentada nem descontextualizada das diferentes
oportunidades de interação, aquisição de conhecimento e desenvolvimento das
habilidades. A partir de 2024 propomos que os alunos dos Anos Finais do Ensino
Fundamental também sejam avaliados utilizando os conceitos (A, B, C), entendo que
a avaliação qualitativa e permanente deve perpassar todo o Ensino Fundamental. A
recuperação será paralela, ao final de cada trimestre, para todos os alunos que
obtiverem o conceito C.
Para que seja possível atender as crianças em sua diversidade e propiciar uma
educação de qualidade e inclusiva o primeiro passo é conhecer as aprendizagens e
as etapas que as crianças se encontram, para tanto a atividade primeira é a realização
da avaliação diagnóstica.
A avaliação diagnóstica tem como pressuposto e tarefa primeira ser o fio
condutor do planejamento escolar, serve como instrumento INTERNO de
diagnóstico/verificação.
Esse processo avaliativo se dará em quatro etapas distintas e produzidas
coletivamente:
13
8 - ORGANIZAÇÃO DO ANO LETIVO E PLANEJAMENTO
9 - EDUCAÇÃO ESPECIAL
14
teórico e filosófico sobre os fundamentos da Educação Especial e das deficiências. A
formação adequada contribui para a criação e implementação de Planos Educacionais
Individualizados (PEIs) que atendam às necessidades específicas de cada aluno,
garantindo uma educação inclusiva e de qualidade.
Assim, a formação continuada dos professores é vista como um instrumento
fundamental para a efetiva implementação da Educação Inclusiva, alinhada aos
princípios constitucionais que regem a Educação e toda a legislação educacional.
15
O processo avaliativo deve ser desenvolvido a partir dos objetivos traçados,
respeitando as particularidades de cada aluno, revendo outras possibilidades para
além do formato tradicional de provas e atividades escritas, realizando adaptações
(provas orais, utilização de materiais concretos como jogos, registros por meio de
desenhos e ilustrações). Os docentes devem utilizar a avaliação como forma de
investigação e buscar estratégias com toda a equipe pedagógica para consolidar a
participação dos pais no processo de ensino aprendizagem de seus filhos.
Os educandos com deficiência devem ter tratamentos diferenciados na medida
de suas especificidades, contudo, não podem ser considerados diferentes ou menos
capazes que os demais alunos. Por isso, os professores, que atuam com alunos com
deficiência ou mesmo alguma dificuldade, devem traçar métodos de ensino que
potencializem suas habilidades e minimizem seus déficits/bloqueios/obstáculos, a fim
de estimular o desenvolvimento de cada aprendente.
Essas diretrizes buscam assegurar uma educação inclusiva e de qualidade,
promovendo a igualdade de oportunidades para todos os alunos, independentemente
de suas especificidades.
16
educandos impedidos de frequentar a escola, definindo e implantando estratégias de
flexibilização e adaptação curriculares.
Artigo 3º, inciso XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de
alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as
atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades
de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os
procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
17
atua na Educação Infantil até o 5º ano e o artigo 32 do 6º ao 9º ano do Ensino
Fundamental.
Essas funções e responsabilidades são divididas com toda a equipe
pedagógica e escolar. A articulação e o diálogo entre os profissionais que atuam para
o desenvolvimento global dos educandos devem ocorrer continuamente, para a
verificação de possibilidades/necessidades de mudanças ou a manutenção das
estratégias traçadas para o educando, viabilizando a sequência e o avanço no
processo pedagógico.
18
(PADI) dos estudantes público da educação especial, buscando interlocução com
demais professores que atuam com os estudantes, e a coordenação pedagógica.
10 - PROJETOS PEDAGÓGICOS
Pensar essa escola viva, interativa e cheia de significado exige pensar projetos
que atuam de forma transdisciplinar e tragam para o universo escolar valores que
envolvam justiça social, desenvolvimento sustentável, inclusão e respeito à
diversidade e todas as formas de vida. Nossos projetos também são desenvolvidos
em conjunto com diferentes movimentos sociais que atuam de forma efetiva na
construção de uma sociedade igualitária.
Nossos projetos estão em consonância com a ONU que apoiam os objetivos
de desenvolvimento sustentável no Brasil. Os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio
ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar
de paz e de prosperidade.
Nosso trabalho está representado nos seguintes eixos desse documento: 2-
Fome Zero e Agricultura; 3- Saúde e Bem-Estar; 4- Educação de Qualidade; 5-
Igualdade de Gênero; 6- Água Potável e Saneamento; 13- Ação Contra a Mudança
Global do Clima; 16- Paz, Justiça e Instituições Eficazes; 17- Parcerias e Meios de
Implementação.
19
Outro aspecto importante do trabalho desenvolvido com os projetos é que eles
atuam junto aos alunos, na formação dos professores e envolvem os pais e familiares
ganhando significado e importância junto a nossa comunidade e, assim, gerando
mudanças comportamentais e na realidade das famílias.
Horta Comunitária
Biodigestor (2024)
Armazenamento e utilização da água das chuvas (2024)
Ponto de Coleta de Óleo
20
O projeto do Biodigestor (2024) será implementado o ano que vem em parceria
com a ONG EPROS e o objetivo central é utilizar o gás produzido em substituição ao
gás de cozinha, combustível não renovável. A ação além da consciência ambiental
também trará economia para o Caixa Escolar.
Armazenamento e utilização das águas da Chuva (2024) – é um braço do
projeto do Biodigestor e nasce da necessidade de atendermos inicialmente a horta de
forma sustentável mediante a escassez dos recursos híbridos. Um estudo preliminar
aponta que também teremos reserva para utilização no pomar, áreas verdes e limpeza
das áreas externas.
Ponto de Coleta de Óleo – a partir do mês de novembro de 2023 nossa escola
passa a ser ponto de coleta de óleo de cozinha, ação importante para a
conscientização do descarte adequado do lixo doméstico e diminuição da poluição do
meio ambiente. Essa ação acontece em parceria com a CESAMA e a ONG EPROS.
21
“No artigo 205 da Constituição Federal está assinalado o dever do Estado de
garantir indistintamente, por meio da educação, iguais direitos para pleno
desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa (...) Sem a intervenção do
Estado, os postos à margem, entre eles os afro-brasileiros, dificilmente e as estáticas
o mostram sem deixar dúvidas, romperão o sistema meritocrático que agrava
desigualdades e gera injustiças, ao reger-se por critérios de exclusão, fundados em
preconceitos e manutenção de privilégios para os sempre privilegiados”. Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos- Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Estes eixos permearão o currículo e estarão presentes nas atividades de
formação continuada e debate junto à comunidade.
Em maio de 2024 iremos realizar o IV Seminário de Formação com a temática
o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana que abordará questões como:
- O papel da escola no enfrentamento do racismo e políticas públicas
afirmativas,
- O pacto da Branquitude enquanto instrumento de manutenção de privilégios
e exclusão – biopoder,
- Violência e manutenção do status quo,
- Mitologia africana.
“(...) são nas instituições públicas e privadas que precisamos incidir, debater
perspectivas e valores orientadores, fazer diagnósticos e alterar norma, políticas e
processos que estruturam as relações de dominação, em particular àquelas
relacionadas à banquitude.” Pacto da Branquitude, Cida Bento.
22
PROJETO 3 - ESCOLA DA ARTE
23
Debater essas manifestações no sentido de valorizar as contribuições coletivas
e refletir sobre a Arte “dominante” e os movimentos marginais e periféricos que
questionam a legitimação de apenas um modelo de cultura.
Projeto de Comunicação – envolvendo o Laboratório de Informática, a Sala de
Leitura e o Laboratório de Aprendizagem. Escritos do Gotardelo.
Compreendendo a Arte enquanto instrumento de manifestação cultural que
permeia toda a história da humanidade acreditamos que incentivar a produção cultural
é parte importante do letramento e leitura do mundo, auxiliando na formação global
dos alunos e instrumentalizando para os diferentes tipos de comunicação social
existentes.
24
Não basta, contudo, utilizar desses diferentes espaços se o nosso
planejamento se mantiver rígido e segmentado. O trabalho transdisciplinar é
fundamental para que possamos romper com a aprendizagem segmentada e sem
significado. Por isso serão valorizados os momentos de formação e troca.
Por fim, o trabalho da construção da escola desemparedada também exige que
haja interlocução que envolvam diferentes turmas e segmentos. Possibilitando a troca
de saberes e a criação de novos significados e aprendizagens.
25
ANEXO
26
GENTE É PRA BRILHAR
PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO 2024
27
Nosso ano será marcado pela HISTÓRIA, MEMÓRIA, CULTURA E
RESISTÊNCIA: REPARAÇÃO JÁ!.
1º TRIMESTRE
“Eu digo não ao não. Eu digo é proibido, proibir.” Caetano Velloso
Atividades:
Grito de Carnaval – É proibido, proibir
28
Festa da Família: Atividade do Circuito: Memória, Verdade e Reparação
Roda de Conversa com a comunidade: Jussaramar da Silva
Anos Finais: realização de pesquisa com familiares, funcionários, professores
e possível identificação de casos. Corredor da memória.
2º TRIMESTRE
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou
ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender e se podem
aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.
Nelson Mandela
UM POVO LIVRE
29
(jun/ago) – Os índios da América Latina
“Quando o português chegou, debaixo de uma baita chuva vestiu o índio. Que pena!
Fosse manhã de sol, o índio tinha despido o português.”
Oswald de Andrade
3º TRIMESTRE
“Brasil, meu nego,/ deixa eu te contar/ a história que a história não conta,/ o avesso
do mesmo lugar [...] Desde 1500/ tem mais invasão do que descobrimento,/ tem
sangue retinto pisado/ atrás do herói emoldurado”.
In: Pacto da Branquitude.
30
Por um mundo de paz: vamos entender os conflitos no mundo – a quem
interessa as guerras e embargos? Soberania Nacional, Autodeterminação dos
Povos, O papel da ONU na Manutenção do Sistema Político e Econômico Atual
A luta pela mãe Terra é a mãe de todas as lutas: preservação ambiental
enquanto condição necessária para a manutenção da vida no planeta Terra,
Desenvolvimento Rural e Reforma Agrária, áreas de preservação e Paz no
Campo
31
3- Escola Cultura Viva: projeto de música, História da Arte produzida pelos
movimentos sociais, fizemos a solicitação de 2 oficinas do Gente em Primeiro
Lugar.
Os eixos irão permear todo o debate que será realizado na escola e teremos
momentos de formação e diálogo com toda a comunidade escolar. O objetivo é atuar
de forma efetiva na formação continuada do corpo docente, mas também
instrumentalizar alunos e pais para a reflexão sobre a organização social e econômica
vigente e as possibilidades de ruptura com o status quo de exclusão e marginalização.
32
Pensando na necessidade dos alunos de interagir com o meio que o cerca e
na utilização de diferentes estímulos e vivencias que são fatores relevantes na
construção da identidade cultural e de aprendizagem , a partir do ano de 2024 iremos
potencializar o incentivo para que todos os espaços da escola sejam utilizados
diariamente pelos alunos de forma orientada/ planejada e complementar a
aprendizagem que acontece no espaço escolar.
Não basta, contudo, utilizar desses diferentes espaços se o nosso
planejamento se mantiver rígido e segmentado. O trabalho transdisciplinar é
fundamental para que possamos romper com a aprendizagem segmentada e sem
significado. Por isso serão valorizados os momentos de formação e troca.
Por fim, o trabalho da construção da escola desemparedada também exige que
haja interlocução que envolvam diferentes turmas e segmentos. Possibilitando a troca
de saberes e a criação de novos significados e aprendizagens.
33