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CATÓLICA DE
BRASÍLIA
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO
Mestrado
SIGNIFICAÇÕES DE CONSTRUTIVISMO
NA PERSPECTIVA DE PROFESSORES
“CONSTRUTIVISTAS” E SUA RELAÇÃO
COM PRÁTICAS AVALIATIVAS
Autora: Fernanda Marsaro dos Santos
Orientador: Prof. Dr. José Florêncio Rodrigues
Júnior
BRASÍLIA 2007
FERNANDA MARSARO DOS SANTOS
Brasília
2007
S237s Santos, Fernanda Marsaro dos.
CDU 37.015.3
10/12/2007
Dissertação de autoria de Fernanda Marsaro Santos, intitulada “Significações de
construtivismo na perspectiva de professores “construtivistas” e sua relação com práticas
avaliativas”, requisito parcial para obtenção do grau de Mestre do Programa de Pós-
Graduação stricto sensu em Educação, defendido e aprovado, em 26 de novembro de 2007,
pela banca examinadora constituida por:
Brasília
2007
Brasília
UCB
DEDICATÓRIA
Aos meus queridos pais, seu Sebastião e dona
Shirlei pelo financiamento desse curso e pela
educação que me deram, reconhecendo, em suas
simplicidades, que o estudo é fundamental para se
vencer na vida. Amo vocês.
Ao meu marido Alan, por ter suportado minhas
angústias e principalmente por ter estado ao meu
lado nos momentos que mais precisei.
Aos meus irmãos, que sempre me apoiaram e
confiaram na minha capacidade, pelas palavras de
estímulo que sem dúvida foram muito importantes
nos momentos difíceis dessa jornada.
Brasília
UCB
AGRADECIMENTOS
Obrigada a todos os meus amigos queridos que me ajudaram de várias formas, com
palavras, olhares, abraços e risos. Obrigada em especial a Tati, que com muita atenção fez
a correção de todo meu trabalho.
Agradeço ao colégio onde foi realizada a pesquisa e seu corpo docente que me
recebeu com muito carinho, pela atenção e oportunidade de realização da pesquisa.
Agradeço aos professores Afonso e Diva por terem aceitado o convite para compor
minha banca.
Fernando Sabino
RESUMO
The main goal of this study was to identify constructivism concepts and their relationship
with evaluation practices adopted by teachers of an elementary private school in Middle-
West Brazil. Towards this objective, the researcher employed three research procedures,
that is, documental analysis, interviews, and observation. It did part of this study one group
of seven teachers. The data obtained were analyzed vis-à-vis, allowing an intercrossing of
the information. Moreover, the researcher attempted to verify the theoretical and practical
perspectives of these teachers about evaluation from a constructivist perspective and,
finally, to explore how these concepts of constructivism articulated with evaluation
practices concerning: What (instruments), How (procedures), Why (importance), and What
for (intent). The results obtained by means of the interviews allowed to identify, in the
teachers’ reports, the difficulties encountered by them in defining the constructivist
conception. Along the interviews it was possible to understand, yet, the need for these
educators to master and be thoroughly knowledgeable of the theory that explains
knowledge construction. This study highlights that constructivist learning is a phenomenon
needing of study, particularly, the practice of constructivists teachers. It is concluded,
therefore, that despite of the lack of a clear definition of constructivism concept on the part
of these, they use in their methodology of evaluation activities that are consonant to this
concept.
Figura Página
Quadro Página
6. Estratégias utilizadas pelos Professores para aprofundar seus Estudos sobre a Proposta
Construtivista.............................................................................................................. 78
Tabela Página
Abreviações:
CAPÍTULO Página
I. O PROBLEMA .......................................................................................... 15
Introdução.................................................................................................... 15
Formulação da Situação-Problema.............................................................. 17
Objetivo do Estudo ...................................................................................... 18
Justificativa.................................................................................................. 18
Pressupostos Conceituais............................................................................. 19
Delimitação.................................................................................................. 20
Definição de Termos e de Abreviaturas ...................................................... 20
Organização do Estudo................................................................................ 22
Conceitos de Construtivismo....................................................................... 23
Psicologia do Construtivismo...................................................................... 26
Aprendizagem Construtivista ..................................................................... 30
Avaliação numa Perspectiva Construtivista ................................................ 39
Instrumentos ................................................................................................ 42
Procedimentos de Avaliação ....................................................................... 44
Finalidade da Avaliação numa perspectiva construtivista........................... 47
Modelo do Estudo........................................................................................ 50
Seleção dos Sujeitos .................................................................................... 51
Instrumentação ............................................................................................ 53
Procedimento de Coleta de Dados............................................................... 56
Limitações do Método................................................................................. 57
IV. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................... 59
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 96
CAPÍTULO I
O PROBLEMA
Introdução
indivíduo parte das trocas com o mundo externo. A interiorização do mundo externo, por
sua vez, surge a partir da capacidade de abstrair, a qual permite concluir as ações externas.
Assim, as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo de
ensino-aprendizagem (MATUI, 1995).
Formulação da Situação-Problema
avalia? Por que avalia? Para que avalia? As questões acima foram formuladas tomando
como base os questionamentos propostos por Dillon (1984).
Objetivo do Estudo
Geral
Específicos
Justificativa
Pressupostos Conceituais
hoje uma importância muito grande para explicar o desenvolvimento da inteligência do ser
humano.
Delimitação
Construtivismo significa a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado e de que,
especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado.
Constitui-se pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo
humano, com o mundo das relações sociais (BECKER, 1994).
Organização do Estudo
O presente texto está constituído de três partes distintas, todas identificadas por
capítulos. O capítulo I, intitulado O Problema, tem por finalidade permitir uma visão geral
do estudo. Nele são explicados fatos que levaram ao interesse pela pesquisa; está dividido
em: introdução, formulação da situação-problema, objetivo do estudo, justificativa,
pressupostos conceituais, delimitação, definição de termos e abreviaturas e organização do
estudo.
No capítulo IV consta da análise dos dados sobre os resultados obtidos, onde são
comentadas as opiniões e preocupações dos professores participantes.
CAPÍTULO II
REVISÃO DE LITERATURA
Deste capítulo fazem parte consultas de bases de dados nacionais, como Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Portal Capes e bibliotecas
virtuais de universidades brasileiras.
Conceitos de Construtivismo
que considera o indivíduo o sujeito que caminha em direção ao seu próprio saber, tanto nos
aspectos cognitivos e sociais do comportamento, como nos afetivos. Ou seja, o indivíduo
não é um mero produto do ambiente nem um simples resultado de suas disposições
internas, mas sim uma construção própria que vai se produzindo, dia-a-dia, como resultado
da interação entre esses dois fatores. Em conseqüência, segundo a posição construtivista, o
conhecimento não é uma cópia da realidade, mas sim uma construção do ser humano.
Para Mahoney (2005), cinco características básicas são facilmente encontradas nas
diversas definições da teoria construtivista, são elas: (a) o sujeito como agente ativo,
observa-se que as experiências humanas envolvem contínuas atividades mentais; (b)
seqüência ou ordem das atividades, ou seja, a aprendizagem é construída no tempo do
aluno; (c) o conhecimento é construído pelo próprio indivíduo com ajuda do meio; (d)
relação indivíduo e sociedade e (e) desenvolvimento humano, ou seja, a importância
atribuída diante das dificuldades encontradas no dia-a-dia do sujeito em desenvolvimento
para a construção do seu conhecimento.
Reforçando essa visão, observa-se que deixa de ser importante aprender conceitos e
conteúdos culturais como unidades fechadas. Diferentemente, passa-se a dar importância
aos procedimentos, às estratégias cognitivas que conduzem o aluno à sua própria
aprendizagem, tendo-se em conta, também, as normas, valores e princípios subjacentes ao
contexto e ao processo de aprendizagem (FONTES, 2006).
26
Zabala (1998) destaca que, para que a aprendizagem seja realmente significativa
para o alunado, são importantes os seguintes questionamentos por parte dos professores:
Quem são os meus alunos? O que sabem os alunos em relação ao que quero ensinar? Que
experiências tiveram? O que são capazes de aprender? Quais são os seus interesses? Quais
são os seus estilos de aprendizagem? Como também é fundamental saber: o que ensinar?
Qual a relevância social e cognitiva do aluno para definir o que vai se tornar material a ser
aprendido? As respostas aos questionamentos acima possibilitam ao docente focar as
informações que serão utilizadas na hora de elaborar, planejar e efetivar o trabalho
pedagógico de forma a promover a aprendizagem significativa nos alunos.
Psicologia do Construtivismo
Assimilação é o processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra um novo dado
perceptual, motor ou conceitual nas suas ações ou padrões de comportamentos já
existentes. Em outras palavras, é quando uma pessoa entra em contato com o meio ou com
o objeto de conhecimento, e com base nele abstrai informações que são interpretadas, ou
seja, assimiladas. O processo de assimilação ocorre continuamente; um ser humano está
continuamente processando um grande número de estímulos. A assimilação é uma parte do
processo pelo qual o indivíduo cognitivamente se adapta ao ambiente e o organiza. Por
exemplo, imagine uma criança andando em uma fazenda com um irmão, o irmão mostra
um cavalo no campo e pergunta “o que é aquilo?”. A criança olha para o cavalo (estímulo)
e responde: “é um cachorro”. Em outras palavras, a criança, ao se deparar com dada
situação, examina sua coleção de esquemas, observa que o cavalo que se assemelha muito
com o cachorro – quatro patas, e chega à conclusão de que aquele objeto (cavalo) é um
cachorro. Em outras palavras, o estímulo (cavalo) foi assimilado ao esquema cachorro.
Assimilação acomodação
Nesta fase as estruturas cognitivas da criança estão em nível elevado. Ela tem
raciocínio lógico e consegue solucionar seus próprios problemas. A criança é capaz de
pensar a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade. Por exemplo: pede-
se a uma criança para analisar um provérbio como “de grão em grão, a galinha enche o
papo”, a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma
galinha comendo grãos.
Após a explicação da teoria de Piaget, vale ressaltar que este não criou uma
metodologia de ensino, mas ao contrário, ele elaborou uma teoria do conhecimento e
30
desenvolveu muitas pesquisas cujos resultados são utilizados até hoje por psicólogos e
pedagogos. Desse modo, suas pesquisas recebem diversas interpretações que se
transformam em metodologias de ensino diversificadas (DE LA TAILLE, 1992).
Aprendizagem Construtivista
Dessa forma, segundo a abordagem construtivista, a criança não espera por uma
autorização externa para que aprenda, pois desde que nascem são construtoras de
conhecimento. Elas, num esforço para compreender o mundo que as cerca, levantam
hipotéses, buscam regularidades, colocam à prova antecipações e inferências. (DE LA
TAILLE, 1992)
Nesse sentido, Fontes (2006) recomenda que o professor deve agora conhecer as
metodologias inovadoras de aprendizagem e adaptá-las à sua prática pedagógica. Aprender
a aprender, como descreve um dos quatro pilares da educação, não é outra coisa, além de
entender que um dos principais processos do ensino deve ser ensinar o indivíduo a
aprender o que é significativo para ele.
Ainda reportando aos Parâmetros Curriculares Nacionais, observa-se que esse novo
referencial teórico surgiu com a esperança de que se possa trazer o processo de
aprendizagem ao centro das reflexões sobre a educação. Pretende-se através dele criar
33
condições nas escolas que permitam aos nossos jovens terem acesso ao conjunto de
conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da
cidadania (BRASIL, 1998, p.44).
Posicionamento de Matui (1995) advoga que essa nova forma de agir, hoje
conhecida como construtivismo, exige (a) que se privilegiem a contradição, a dúvida, o
questionamento; (b) que se valorizem a diversidade e a divergência e (c) que se
interroguem as certezas e as incertezas. Para ele, o ponto de partida não será a escola, nem
a sala de aula, mas a realidade social do aluno. É relevante lembrar que, em relação às
mudanças sociais, muitos fatores influenciam na metodologia de ensino adotada pela
escola e pelo professor em sala de aula. Entre esses fatores, alguns visam à melhoria na
qualidade das aulas e constituem-se ações da competência dos professores.
educacional expressa na revista Nova Escola 1 . Esta dissertação apresenta como objetivo
geral, a discussão da relação entre o construtivismo e a política educacional expressa nas
páginas da revista desde sua criação, no período de março de 1986 até 2000.
De acordo ainda com Faria (2002), para atender às novas demandas do mundo do
trabalho, a escola contemporânea preconiza uma nova forma de aprendizagem: construtiva,
ativa e interativa em oposição à aprendizagem tradicional: mecânica e passiva. Diante
disso, a pesquisa se volta ao contexto político-econômico apontando as estrátegias de
atuação para a implantação e difusão do construtivismo nas escolas de ensino fundamental
no país a partir da década de 1980:
Quadro 1
1
Nova escola é uma publicação regular, editada em São Paulo pela Fundação Victor Civita, do grupo Abril.
Trata-se de uma publicação mensal, desde 1986, subsidiada através de parcerias com o governo federal, o
que tem permitido a distribuição gratuita às escolas públicas brasileiras.
35
Deste modo, pode-se concluir com base na pesquisa de Faria, que a Revista Nova
Escola surgiu com o objetivo de melhorar o desempenho do professor, valorizá-lo, resgatar
seu prestígio e liderança junto à comunidade, integrá-lo às mudanças em curso no país e
36
Lunkes (2004), em seu estudo, apresentou como conclusões, entre outras, que uma
escola diferenciada depois de testada como uma instituição em tempo integral, utilizando
princípios pedagógicos construtivistas, confere força e sentido à função de formar. Não
somente do núcleo básico do conhecimento, mas também da personalidade. Complementa
ainda que, quando de forma consciente, planejada e sistemática estiver oferecendo
possibilidades de recuperação da socialização primária, estará marcando a escola em tempo
integral como caminho excelente para a educação de qualidade.
Esses ideais podem ser consolidados no conteúdo do Quadro 2, que segue. Nele,
utilizando a estrutura fornecida por Fontes, busca-se apresentar detalhadamente as
características básicas para o ideal de uma escola construtivista:
Quadro 2
Escola Construtivista
Escola Construtivista
Gestão: Trata-se do modelo de uma escola cuja atividade se centra em torno de um projeto educativo
comum, e de um projeto curricular que sistematiza a vida da escola. Todas as estruturas das escolas são
envolvidas na aprovação dos seus documentos essenciais, assim como na sua avaliação. Esta gestão
requer uma direção dirigida para a planificação, a animação do processo, a gestão dos recursos e
estruturas, procurando suscitar permanentes consensos.
Avaliação dos Alunos: Parte do pressuposto que, em educação, os progressos da aprendizagem
amadurecem muito lentamente, de forma diversificada, com planilhas de observação, ou seja, uma
avaliação formativa.
Quadro 3
Libâneo, citado por Ataíde (2004), considera a avaliação como um processo pelo
qual os especialistas (diretor, coordenador pedagógico, orientador educacioanal) e os
professores integram-se em função do aprimoramento pedagógico e da qualidade do
ensino. Isso implica uma revisão crítica dos conteúdos e, conseqüentemente, da avaliação
de processos e reformulação de projetos. Segundo Sant’anna (1995), a avaliação escolar é
o termômetro que permite confirmar o estado em que se encontram os elementos
41
envolvidos no contexto. Ela tem um papel altamente significativo na educação, tanto que
nos arriscamos a dizer que a avaliação é a alma do processo educacional.
A educação, naturalmente, é uma área na qual têm ocorrido modificações nos anos
recentes, em particular, essas mudanças também ocorreram com o processo de avaliação
do ensino. Por isso, observa-se que um professor que trabalha numa dinâmica interativa
tem noção, ao longo de todo o ano da participação e da produtividade de cada aluno. É
preciso deixar claro que a prova é somente uma formalidade do sistema escolar. Em geral,
a avaliação formal é datada e obrigatória, devem-se ter inúmeros cuidados em sua
elaboração e aplicação (PELLEGRINI, 2003).
Assim, ainda com base nos estudos de Sant’anna (1995) e Pellegrini (2003), pode-
se concluir que avaliar significa atribuir algum valor, e não implica em desvalorização, é
muito mais que atribuir número, quantificar, pesar, qualificar e atribuir um valor
quantitativo e/ou qualitativo; é, acima de tudo, confirmar a validade de um
empreendimento.
Instrumentos
Quadro 4
Tarefas de casa e de sala: com as tarefas, os alunos reforçam o que foi estudado em sala.
Trabalhos individuais ou em grupos: organizar grupos com monitores e elaborar atividades inseridas
no conteúdo curricular.
O professor utiliza em sala de aula uma avaliação formativa: esta avaliação é realizada com o
propósito de informar o aluno e o próprio professor sobre o resultado da aprendizagem. Localiza
deficiências e possibilita reformulações para o alcance dos objetivos.
Adaptado de Sant’anna (1995)
2
Sobre este tópico, ver anexo 2.
44
Diante dos fragmentos expostos acima, conclui-se que avaliar, do ponto de vista
educacional, é elaborar um juízo de valor, qualitativo e quantitativo sobre uma ação.
Segundo Afonso (2000), avaliar é uma forma de poder que pode andar associada com
outras formas de poder. Cabe ressaltar que as atividades avaliativas precisam ativar os
conhecimentos prévios dos educandos, pois, somente assim, propicia ao educador
condições para planejar as situações de aprendizagem significativa (DURANTE, 1997).
Afonso, citado por Ataíde, analisa a avaliação como uma atividade política, cuja
função está compreendida no contexto das mudanças educacionais e das mudanças
econômicas e políticas. Nesse sentido, Hadji (2001) afirma que a avaliação não é uma
operação científica. Segundo ele, a declaração do avaliador é sempre equívoca, apenas
tendo validade dentro da instituição a qual é aplicada.
Ainda que avaliar implique em uma espécie de medição, a avaliação é muito mais
ampla que medir ou qualificar. Em uma concepção construtivista, a avaliação é vista como
uma forma de conhecer melhor o aluno, suas competências, habilidades, seu estilo de
aprendizagem, e também suas técnicas de trabalho.
Procedimentos de Avaliação
em sala de aula. Observando o aluno em sala de aula, o professor pode obter informações
sobre a evolução do discente. Assim afirma Sant’anna (1995):
Visão concludente tem Rabelo (1998), que considera quatro formas diferenciadas
de avaliação. São elas: (1) quanto à regularidade; (2) quanto ao avaliador; (3) quanto à
comparação e (4) quanto à formação. Quanto à regularidade, a avaliação pode ser contínua
e pontual. Acontece de forma regular em sala de aula ao final de algum trabalho, por
exemplo. Quanto ao avaliador, pode ser interna ou externa. Interna quando é o próprio
professor que ministra o ensino e aplica a avaliação; e externa quando alguém de fora do
processo de ensino aplica a avaliação. Quanto à comparação pode ser normativa ou
criterial. Normativa é a que compara o rendimento do aluno com o rendimento alcançado
pelos demais colegas do grupo. A criterial procura situar cada aluno em relação ao
atingimento ou não de um dado objetivo pré-fixado, informando sobre o que o aluno sabe
ou não sabe, pode ou não pode fazer. Por último, quanto à formação, que pode ser
diagnóstica, formativa ou somativa e acontece ao final de cada unidade de ensino. Propõe
fazer um balanço somatório de uma ou várias seqüências de um trabalho de formação.
Em suma, segundo Becker et al. (2007), a avaliação pode ser então guiada por três
diferentes pontos, são eles: afetivos, psicomotores e cognitivos, que podem ser
evidenciados no esquema abaixo:
• Área afetiva, que está afeto aos sentimentos e pessoas frente às situações
pedagógicas. Neste aspecto estão em destaque:
• Objetivos de atenção
• Objetivos de organização
INDICADORES INDICADORES DE
OPERACIONAIS CONTEXTO
ATIVIDADES, CONTEÚDOS
DA DISCIPLINA,
CRONOGRAMA, RELAÇÃO COM O MEIO
RELATÓRIO, PROVAS, SOCIAL, DISCIPLINA E
PROJETOS, PESQUISAS, ASPECTOS FAMILIARES
REDAÇÕES E
EXERCÍCIOS
INDICADORES INDICADORES DE
DE AÇÃO RESULTADOS
COMO HABILIDADES
COMPORTAMENTO,
PARTICIPAÇÃO, ATUAÇÃO
AVALIAR? AVALIAR SE OS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
INDIVIDUAL E EM GRUPO
FORAM ALCANÇADOS
INDICADORES DE
IMPACTOS
COMPETÊNCIAS
DENTRO DAS
COMPETÊNCIAS, AVALIAR
SE OS OBJETIVOS
GERAIS FORAM
ALCANÇADOS
Outra indagação a ser discutida refere-se ao tópico: Por que avaliar? Avalia-se para
estimular uma reflexão crítica sobre os processos evolutivos que estão sendo trabalhados
no sistema educacional. Entre os participantes dessa reflexão pode-se citar gestores,
coordenadores, professores e alunos. Visão adicional encontra-se em Rabelo (1998), que
acredita que avaliamos para desmistificar vários aspectos da escola, como, por exemplo, o
estudar para fazer provas, para tirar notas. Segundo ele, a nota é considerada como moeda
de troca, de instrumento de classificação, de rotulação.
Uma outra finalidade importante ao tópico Por que avaliar é que se avalia para
adequar o processo de ensino e aprendizagem, podendo assim checar informações relativas
ao grau de dificuldade do discente. Dessa forma, ao término da avaliação pode-se julgar se
os objetivos propostos foram alcançados e revê-los de acordo com os resultados obtidos.
Para Boas (1999), um grande exemplo do que ocorre na vida cotidiana é o fato de a
avaliação estar sempre presente em todos os momentos da vida escolar do aluno. Desde
48
que ele entra na escola pela primeira vez, já no ato da matrícula, pelo simples contato com
seus pais, começam a funcionar os mecanismos de seleção e classificação. Em seguida,
vêm os primeiros encontros com a professora, quando ela começa a emitir os primeiros
julgamentos sobre os alunos: bonzinhos, quietos, disciplinados, barulhentos, teimosos,
preguiçosos, estudiosos, inteligentes etc.
Nesse sentido, Boas (1999) declara que avaliação escolar tem como objetivo
proclamado possibilitar ao professor diagnosticar a ocorrência e a não-ocorrência da
aprendizagem, para fins de replanejamento do trabalho pedagógico, encerra aspectos
contraditórios, ao exercer funções que, ao invés de manterem o aluno na escola e
facilitarem seu percurso, fazem-no afastar dela. Assim, por este mecanismo, os alunos são
classificados, rotulados, discriminados, eliminados ou mantidos na escola. Daí a
importância de se realizarem estudos que revelem a sua face oculta.
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
Modelo do Estudo
Tabela 1
Tabela 2
Disciplinas
Língua Portuguesa
Ciências Naturais
Geografia (Estudos Sociais)
História (Estudos Sociais)
Matemática
Instrumentação
Ficha de Identificação
Documentos
Entrevistas Semi-Estruturadas
Observação
A duração da pesquisa foi de quatro semanas, com um encontro de três horas por
semana, o que corresponde a um total de 12h. Tivemos ainda 12h de encontros formais que
foram utilizadas em atividades complementares, tais como observação e análise
documental.
aplicado pelo(a) professor(a), e também apontar quais são os instrumentos por ele(a)
utilizado(a).
Limitações do Método
Assim como em outras abordagens qualitativas, o estudo de caso suscita uma série
de limitações decorrentes dos instrumentos utilizados nesse tipo de pesquisa. Por exemplo,
sobre a observação em sala de aula, autores como Lüdke e André (1986) destacam a
obstrusividade inerente a este procedimento. Explicitando, a presença da pesquisadora em
sala de aula com certeza alterará a ecologia daquele ambiente, o que, por seu turno, pode
afetar a validade do que se quer observar. Para os autores, a questão mais séria no caso da
observação é quando o observador decide não revelar sua identidade, mostrando-se fazer
parte do grupo pesquisado. Yin (2001) complementa apontando outras dificuldades
encontradas na utilização deste instrumento, entre elas, (a) consomem muito tempo; (b)
seletividade, salvo ampla cobertura; (c) reflexibilidade, o acontecimento pode acontecer de
forma diferenciada porque está sendo observado; (d) custo, horas necessárias pelos
observadores humanos.
Outro problema correlato, segundo eles, está diretamente ligado ao sigilo das
informações obtidas na pesquisa. Um bom pesquisador deve garantir ao grupo o
anonimato, não revelando dados que possam comprometer o entrevistado e sua identidade.
Para Sarakantas (2005), os resultados obtidos em um estudo de caso não podem ser
generalizados, visto que tratam de casos específicos, ou seja, esse tipo de pesquisa não
pode ser replicada. Tratando-se de um estudo de caso, não se pode deixar de mencionar as
dificuldades encontradas com as entrevistas. Para Lüdke e André (1986), Yin (2001) e
Sarakantas (2005), alguns pesquisadores podem distorcer o conteúdo das entrevistas.
Neste caso, é muito importante que o entrevistador preste atenção nas expressões faciais,
gestos ou mudanças de postura; além disso, ele precisa gravar minuciosamente toda a
58
entrevista. Outro ponto fraco neste tipo de instrumento é a visão tendenciosa devido às
questões mal elaboradas.
CAPÍTULO IV
Fichas de Identificação
Tabela 3
Ano na Instituição
2 Anos na Instituição
4 Anos na Instituição
12 Anos na Instituição
13 Anos na Instituição
10 Anos na Educação
15 Anos na Educação
19 Anos na Educação
20 Anos na Educação
8 Anos na Educação
3 Anos na Educação
Participantes
1
Professora 1 x x
Professora 2 x x
Professora 3 x x
Professora 4 x x
Professora 5 X x
Professora 6 X X
Professora 7 X X
Análise Documental
Sendo assim, foi selecionada uma escola pública que obedecesse aos mesmos
critérios da instituição particular pesquisada. A escola pública eleita situa-se na mesma
região metropolitana que a particular e atende apenas alunos do ensino fundamental, possui
uma proposta pedagógica construtivista e seu quadro de professores está formado por
profissionais de nível superior. Vale ressaltar que o objetivo desta pesquisa não visa
esgotar as diferenças existentes entre instituições públicas e privadas. O paralelo
estabelecido nesse momento tem como propósito único apresentar o diferencial de um
planejamento construtivista. Primeiramente, foi verificado nos planejamentos da escola
pesquisada (escola particular) a fidelidade da proposta pedagógica, no que se refere à
presença de uma concepção de ensino diferenciada, isto é, uma metodologia de ensino que
vise a construção do conhecimento do aluno.
das pesquisadas, que relatou: “...Planejar dá mais experiência para antecipar o que pode
acontecer”.
Ainda assim, se o aluno não consegue alcançar a média final desejada, este recebe
uma nova chance de participar de uma modalidade de recuperação contínua e paralela, que
acontece todos os dias no trimestre seguinte durante o horário regular das aulas. A escola
estabelece que na recuperação paralela sejam observados três procedimentos: (a) localizar
as dificuldades dos alunos diariamente; (b) aplicar exercícios, trabalhos e observar o aluno
para que a retomada de conteúdos realmente aconteça; (c) aplicar atividades diferenciadas
em sala de aula que englobem conteúdos já trabalhados e conteúdos novos, afim de que os
alunos que estejam em recuperação paralela possam rever o que não foi consolidado e, os
demais, apenas realizem atividades de fixação do que eles já aprenderam.
Com base na análise dos planos de aula e também nas entrevistas, foi verificado que
as professoras pesquisadas consideram útil a elaboração de planejamentos para a prática
pedagógica. Dessa forma, o planejamento deve ser entendido como um ato de decisão. Não
importando, então, como é feito o registro das decisões, ou seja, não existe um formulário
próprio, o relevante é a decisão que vai indicar o caminho a seguir (LUCKESI, 1990).
expectativa de que a sala de aula onde seus filhos estão seja administrada exemplarmente
(KOUNIN, 1970).
Entretanto, este ainda é o ponto fraco de grande parte dos professores. Em especial,
professores novatos se vêm inaptos ao se imaginarem frente a uma classe problemática,
certamente uma classe semelhante àquela cuja imagem negativa lhes ficou na memória,
seja como aluno ou estagiário.
• conversa excessivamente;
• é disciplinado;
• é pontual;
• dialoga;
• pensa;
“na minha opinião, os alunos indisciplinados não são aqueles que andam na
sala o tempo todo... e sim aqueles que não sabem respeitar seus colegas e seus
professores... em uma aula construtivista, é dificil encontrarmos a sala de aula
com as cadeiras perfiladas, uma atrás das outras...” (P2).
A análise das planilhas demonstra que, além do item comportamento, muitos outros
aspectos eram levados em consideração: desempenho do aluno, atitude, momento de
reflexão, afetividade e principalmente o progresso nas notas. Observando mais atentamente
as planilhas (ver anexo 2), notou-se que a maioria dos alunos trabalha em duplas ou em
grupos. Essa metodologia tornava, segundo as professoras, o ambiente mais agradável para
os alunos, conseqüentemente, mais propício para que a aprendizagem realmente
acontecesse.
67
3
Sobre este tópico ver anexo 6 – modelo de contrato didático.
68
As provas são feitas da seguinte forma: cada professor, diante da realidade da sua
turma e com base nos objetivos propostos no planejamento, elabora sua prova e a envia
para a coordenadora pedagógica da escola para análise. Primeiramente, a avaliação precisa
ser contextualizada, pois exige do aluno maior poder de reflexão e raciocínio. Após análise
da coordenadora, a avaliação retorna à mão das professoras e estas analisam as sugestões
propostas e fazem o fechamento final da prova. Foi observado que a maioria das provas
entregues pelas professoras consistem em montagem de itens extraídos de diferentes
fontes, tais como livros. Por último, a prova é encaminhada ao serviço de revisão e
digitação, onde recebe uma formatação final.
4
Sobre este tópico ver anexo 7 – modelo de roteiro de estudo.
69
Segundo um professor:
Durante a análise das provas, os itens que faziam parte foram elaborados levando
em consideração a construção do conhecimento do aluno. Os itens redigidos pelas
professoras refletem processos afetivos e cognitivos registrados nas taxonomias de
objetivos educacionais propostos por Bloom, Krathwohl & Masia (1972) e Bloom,
Engelhart, Furst, Hill & Krathwohl (1972). Esses autores prescrevêm que se afiram
processos cognitivos tais como habilidades de explicar, sintetizar, justificar, argumentar,
determinar, comparar, relacionar, generalizar, decompor, analisar, calcular e aplicar. A
seguir, alguns exemplos de questões ou instruções extraídos das avaliações:
70
Leia:
A atmosfera funciona como um cobertor para Terra, pois certa quantidade de gás carbônico no ar ajuda a
segurar o calor do Sol. Esse é o chamado efeito estufa.
Quer saber como funciona? É simples. Quando a luz do Sol bate na Terra, uma parte dela é absorvida e
outra é refletida de volta para o espaço.
Acontece que o gás carbônico existente no ar impede que uma boa parte dessa luz solar escape. Então, ela
se transforma em calor e aquece a Terra o suficiente para que nós possamos viver.
71
Abaixo, você encontrará uma história em quadrinhos. Porém, as falas não estão completas e você, com
muita atenção, deverá concluí-las aplicando seus conhecimentos sobre como a população agrava o
Aquecimento Global.
Nos últimos anos, cientistas de várias partes do mundo vem observando que a camada de ozônio está
diminuindo.
b) De que forma os seres humanos podem colaborar para que isso não aconteça?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Para análise das entrevistas transcristas foi utilizada a análise de conteúdo, segundo
informações, orientações e prescrições preconizadas por diversos autores (BARDIN, 2004;
FRANCO, 2005; GASKELL & MARTIN, 2002; RICHARDSON, 1999). A análise do
conteúdo, segundo os autores citados, é um método de análise que codifica, interpreta
dados, permite levantar características que podem ser comparadas a outros textos e
principalmente reduz a complexidade dos dados coletados.
Esse método de análise de texto foi escolhido pela pesquisadora por ter sido
desenvolvido dentro das ciências sociais empíricas, por reduzir a complexidade de uma
coleção de textos e ainda por facilitar a interpretação das informações coletadas por meio
de entrevistas. A análise do conteúdo possui três fases: (a) a pré-análise do material; (b) a
exploração do material e o tratamento dos resultados; as inferências e (c) a interpretação
(BARDIN, 2004).
Vemos assim que os discursos acima reforçam o que Franco (2005) advoga; a fala
humana é tão rica que permite infinitas extrapolações e valiosas interpretações. Assim, nas
citações dos professores (P1) e (P7), percebe-se insegurança em relação à definição de
construtivismo, claramente observadas nas expressões: (P1) “para mim, tá muito voltado
assim”, (P7) “mesmo acertando ou errando”. Também percebe-se a atitude defensiva da
professora (P4) pelo seu tom diferenciado de voz. Esta, ao invés de apresentar uma
definição de construtivismo, delineou aspectos da escola tradicional, talvez por não saber a
definição.
Tabela 4
►RELACIONADAS À PROFISSÃO
Ter comprometimento (P.1).
Incentivar seus alunos na busca da aprendizagem (P.2).
Aprender junto com a turma (P.3).
Precisa dar liberdade a seu aluno, reconhece o que o aluno já sabe e o que ele
ainda precisa aprender (P.4).
Precisa saber mediar o conhecimento do aluno (P.5).
Precisa deter o conhecimento e ter sabedoria para mediar este conhecimento
(P.6).
Estar atento aos casos particulares de cada criança, precisa preocupar-se de
fato com seu aluno (P.7).
►RELACIONADAS À FORMAÇÃO DA PESSOA
Gostar da profissão que atua (P.1).
Estar sempre atualizado (P.2).
Procurar progresso profissional, através de cursos e palestras (P.3).
Tornar prazeroso o exercício da profissão (P.4).
Precisa saber ouvir (P.5).
Precisa tratar de sua formação continuada (P.6).
Ser dedicado e ter paciência (P.7).
►RELACIONADAS AO MUNDO EM GERAL
Ser Inovador (P.1).
Estar motivado (P.2).
Realizar leituras sobre a proposta (P.3).
Realizar projetos diferenciados (P.4).
Estar sempre atualizado e trabalhar com projetos (P.5).
Ter criatividade (P.6).
Ser inovador e criativo (P.7).
Nota: As características foram extraídas das entrevistas realizadas com as professoras entrevistadas.
76
[...] Eu acho que através de grupos de formação. É o que eles (donos da escola)
procuram colocar no ato em que a gente é contratado, eles já colocam bem essa
parte teórica da escola e o grupo de formação é totalmente voltado para essa
prática (P1).
[...] Atividade diversificada, estar trabalhando bastante em sala de aula...
trabalho em grupo, com projetos... nós levamos as crianças lá “para fora” para
fazermos dinâmicas, trabalhamos com filmes relacionados ao conteúdo (P2).
[...] Bem, eu trabalho muito com levantamento de conhecimentos prévios, muito
em grupos, com tutoria, uma criança ajudando outra em grupos ou dando
sempre liberdade para eles buscarem, mostrando para eles que eu não sou dona
do saber. Eu estou ali para trabalhar com eles, buscando sempre (P3).
[...] Além de tudo que já foi citado... temos o levantamento de conhecimentos
prévios que acontece antes de qualquer atividade. Nesse momento, tudo tem a
participação deles (dos alunos). Além disso, por exemplo, ao fazer uma correção
de uma atividade, eles vêm ao quadro, não é aquela coisa mecânica. Fazemos
também uma roda de conversa, roda de leitura. Um outro ponto... às vezes eles
estão estudando algum assunto polêmico... daí alguns deles trazem uma
reportagem ou texto sobre o assunto... eu não descarto o material... procuro
trabalhar o texto no grupo, isso estimula meu aluno (P4).
[...] Olha, eu trabalho muito com projetos e os projetos dão a possibilidade do
aluno de construir o seu conhecimento. Com isto, ele pode gerir a sua própria
aprendizagem e as estratégias são variadas. A gente trabalha muito com
atividades diversificadas, então, por exemplo, eu percebo que um aluno está
com dificuldades em uma matéria, em tal questão, através disso eu vou preparar
minha aula para que ele consiga crescer um pouco mais, então... assim... vc têm
diversas estratégias: recursos áudiovisuais, trabalho com livros e outros (P5).
[...] Primeiro a gente trabalha com os projetos, então a gente inicia assim:
oitenta ou noventa por cento com o levantamento de conhecimentos prévios, aí
a gente vai para a socialização. A gente tenta desequilibrar a criança daquilo
que ela já sabe, incentivando ele (o aluno) a buscar o novo. Ele (o aluno) tem
que sair daquilo que ele (o aluno) já sabe e buscar um novo conhecimento, na
interação com o grupo, a gente trabalha muito com a socialização de idéias
para que a criança aprenda não só com o professor, o professor não é o centro
na aprendizagem, ele aprende com ele mesmo, ele aprende com a interação com
o outro, com o professor, com a pesquisa. A gente incentiva muito as crianças à
busca de informações (P6).
[...] Sempre que a gente vai começar uma aula, a gente faz um levantamento de
conhecimentos prévios. Claro, esse nome eu aprendi aqui na escola, mas a
gente já fazia isso antes sem levar em conta essa nomenclatura. A questão de
saber o que a criança sabe ou o que a criança entende sobre aquilo ali, que
idéia ela tem daquilo ali. E a partir dali fazer conexões com o conteúdo que a
gente vai trazer, partindo da vivência deles. Eu acho que é uma das coisas que
acontecem na minha aula. E a questão do erro também. Eu acho muito
importante não ver o erro, por exemplo, às vezes a criança disse uma coisa que
os meninos riam. “Ah não, não tem nada a ver!”. Mas ela não tirou aquela
conexão do nada, alguma coisa ali está ligada. E eu gosto muito de valorizar
isso, de ver, “Não, isso você não errou!” porque você pensou dessa forma (P7).
77
Quadro 5
Opinião das Professoras Entrevistados sobre a Proposta Construtivista.
Participantes Concorda Discorda Justificativa
Professor 1 Sim - Sou totalmente apaixonada pela proposta.
Me identifico tanto que estou trabalhando
Professor 2 Sim -
nesta instituição há 13 anos.
Pois esta proposta favorece o aprender a
Professor 3 Sim -
aprender, as competências e as habilidades.
Me identifico, consigo passar meu conteúdo,
Professor 4 Sim - consigo absorver do aluno o que está ou não
aprendendo.
Professor 5 Sim - Gosto da proposta.
Escolas construtivistas estão realmente à
Professor 6 Sim -
frente das escolas tradicionais.
Já trabalhei em outras instituições com
Professor 7 Sim - outras abordagens e tenho mais afinidade
com a proposta construtivista.
Nota: Os resultados foram extraídos das entrevistas realizadas com as professoras entrevistadas.
78
Quadro 6
Estratégias utilizadas pelos professores para aprofundar seus estudos sobre a proposta Construtivista.
Procura estudar e aprofundar seus
Como?
conhecimentos sobre construtivismo.
Professor 1 Sim No grupo de formação e com leituras.
Professor 2 Sim Leituras.
Leituras e participação em cursos e seminários
Professor 3 Sim
sobre o tema.
Leituras, simpósios e no grupo de formação da
Professor 4 Sim
escola.
Professor 5 Sim Leitura de livros.
Leituras de fontes teóricas recomendadas pela
Professor 6 Sim escola e através de leituras de revistas na área de
educação, por exemplo: Nova Escola e Crescer.
Professor 7 Sim Leitura de artigos.
A última questão que visava responder ao primeiro objetivo desta pesquisa era
“Que estratégias são criadas pela direção para implementação e difusão da prática
construtivista entre os professores?”. Solicitados a responder tal questão, a seguir,
expressam-se algumas respostas que, na opinião das professoras, ilustram a postura da
escola frente a esta necessidade:
79
[...] Por meio das coordenações, que são os grupos de estudo, grupo de
formação... e também a escola oportuniza a nossa participação junto à escola da
vila... por último, a escola iniciou o planejamento estratégico onde tanto os
professores como qualquer outro funcionário opinam, visando tornar nossa
escola um ideal (P2).
[...] As estratégias usadas são reuniões e grupos de formação (P3).
[...] Eu acredito que mais através do grupo de formação (P5).
[...] Nos grupos de estudo e nas coordenações individuais (P6).
Percebeu-se durante a análise das entrevistas dificuldade por parte das professoras
entrevistadas em definir o que entendiam por construtivismo, demonstradas por várias
reticências e pausas para reflexão, bem como apresentação de situações-problema ou
exemplos de procedimentos diários em sala de aula, em vez de um conceito com base em
teóricos construtivistas.
É importante ressaltar, neste momento, que o construtivismo não é uma teoria nova,
mas começou a ser adotada pelas escolas brasileiras há aproximadamente 15 anos. Nessa
época, os trabalhos da pesquisadora argentina Emilia Ferreiro sobre a aprendizagem da
leitura e escrita começaram a ser divulgados no Brasil. Com base nesses trabalhos, cuja
inspiração é a teoria construtivista da inteligência infantil de Jean Piaget, essas escolas
brasileiras mudaram radicalmente a forma de alfabetizar as crianças. Os princípios
construtivistas passaram a orientar o trabalho de alfabetização dessas escolas e algumas
delas, pouco a pouco, foram introduzindo esses princípios nas outras disciplinas (ROSA,
1998).
Com base na primeira questão sobre avaliação, a análise dos dados coletados nas
entrevistas mostra que as professoras entrevistadas utilizam as três modalidades de
avaliação: diagnóstica, formativa e somativa, pois, segundo elas, estes metódos de
avaliação integrados conduzem a um melhor aprendizado. Essa linha de pensamento
ilustra-se nos argumentos explicitados nas entrevistas:
“...tem realmente as avaliações escritas porque a gente tem que ter. Seja
construtivismo, independente da abordagem da escola, o pai quer ver a nota.
Infelizmente ainda tem esse negócio. No final do ano, o pai quer ver o boletim,
se não tiver dez... aí eu tento explicar para o pai que dez não é a questão do
aluno estar sabendo de tudo, porque ele tirou oito não significa que ele não
sabe nada ou está sabendo menos que o outro. Então, nós professoras,
explicamos a forma de avaliação que realmente é dividida em trimestres.
Explico também que ela é formativa... (P4).”
“... nós temos dois processos de avaliação. O quantitativo que, até mesmo por
respeito à lei, a gente ainda precisa da parte formal, de documentação, então a
gente tem essa avaliação que vale sete pontos. Aí no caso, essa avaliação é
aplicada através de provas, trabalhos, projetos, exercícios e mais três pontos
que são de procedimentos e atitudes que já é um diferencial. Na criança, a
gente avalia tudo através de planilhas... (P6).”
“... na realidade, quando eu entrei eles falaram que a questão da avaliação que
eles faziam era mais de uma avaliação, que a avalaição não era uma prova
final, eles repassaram que a avaliação, a gente tinha que avaliar não só o
conhecimento que o aluno adquiriu, mas também seu comportamento,
desenvolvimento e postura... Segundo eles... tudo tinha que ser avaliado... a
avaliação poderia ser por meio de um exercício que eu resolvi dar em sala de
aula... não necessariamente a prova em si....(P7).”
82
Após a análise dos dados coletados, pretende-se deixar mais claro para o leitor a
definição de cada uma das modalidades de avaliação aplicadas pelas professoras. Bloom e
colaboradores (1971) as distiguem do ponto de vista do momento quando são
administradas e do propósito que se tem em vista com cada uma. A avaliação diagnóstica é
aplicada no início do ano, curso ou semestre letivo e pretende-se com ela ter uma posição
inicial do que o aluno já sabe, não havendo cômputo para menção neste tipo de avaliação.
Em contrapartida, a avaliação formativa acontece ao longo do ano, curso ou semestre e
pretende-se aferir como está sendo a instrução, possibilitando ao professor tomar medidas
corretivas. Neste momento, segundo a revisão de literatura sobre o tema, ainda não cabe
menção. Por último, tem-se a avaliação somativa, que acontece no final, visando o
cômputo de menção para atribuição de média de aprovação ou reprovação final.
Quadro 7
Opinião das professoras entrevistadas sobre a metodologia de avaliação utilizada pela escola.
Considera Não Considera
Participantes
Contrutivista Contrutivista
Professor 1 X -
Professor 2 X -
Professor 3 - X
Professor 4 X -
Professor 5 - X
Professor 6 - X
Professor 7 X -
Nota: Os resultados foram extraídos das entrevistas realizadas com as professoras entrevistadas
“...é, porque esse tipo de avaliação não deixa a criança apreensiva e nervosa.
Um processo que nós usamos aqui muito... é que nós fazemos uma atividade
avaliativa escrita, a criança tem respaldo de levar a prova para casa, refletir
83
sobre o seu erro junto com os seus pais... nós professoras estamos retomando
aquele conteúdo a partir daquela dificuldade que o aluno teve naquela tarefa
(P2).”
“...eu penso que a avaliação numa perspectiva construtivista tem que ser feita
através da observação do crescimento do aluno e não através de somar as
notas no final do trimestre. Então é uma proposta que já vem crescendo, mas eu
acho que ainda não é o ideal para o construtivismo ...(P5).”
“... eu acho que está caminhando, mas ainda não é. Até mesmo aqui, a gente
não tem uma atuação 100% construtivista. Acho que o construtivismo está
sendo implantado, entretanto, ainda não é uma proposta que esteja 100% em
funcionamento na escola...(P6).”
Com base na análise dos depoimentos referidos nota-se que três professoras
salientam que ainda existem lacunas no processo avaliativo da escola. Isso ficou claro ao
longo das entrevistadas, no momento em que foi relatada a utlização excessiva de
instrumentos avaliativos formais, sendo eles provas e acumulação de pontos ao final de
cada trimestre.
A segunda pergunta teve como propósito aferir a opinião das professoras sobre os
critérios de avaliação adotados nesta escola. Assim, o quadro abaixo foi construído com
base nas respostas das entrevistadas e teve como propósito exemplificar os pontos
positivos e negativos apontados pelas professoras.
84
Quadro 8
Pontos positivos e negativos apresentados pelas professoras sobre os critérios de avaliação utilizados pela
escola.
Participantes Pontos Positivos Pontos Negativos
Possibilita ao professor avaliar o aluno
Professor 1 -
como um todo.
Não deixa o aluno apreensivo ou
Professor 2 -
nervoso.
Professor 3 - Ainda é uma avaliação formal.
Prova escrita abala o lado
Professor 4 -
emocional do aluno.
Professor 5 - -
Ajuda o professor no momento do
Professor 6 -
cômputo da média final.
Não deixa rotular o aluno com base
Professor 7 -
apenas em uma prova escrita.
Nota: Os resultados foram extraídos das entrevistas realizadas com as professoras entrevistadas
“...sei que ainda não somos capazes de fazer tudo como manda a proposta,
porém estamos buscando o ideal... (P1).”
“...posso dizer que aqui está bem à frente de outras instituições nas quais já
trabalhei... mas um fato importante é que o novo, às vezes, assusta. Por
85
exemplo: um diferencial desta escola é não adotar livro didático, causa medo
entre os pais novatos... mas isso é porque a escola acredita na proposta e
considera positivo um projeto diferenciado sem livro didático fixo... (P 6).”
“... eu acho que sim, porque esta escola procura trabalhar os conteúdos que
são realmente significativos para o aluno... (P 7).”
Quadro 9
acontecia o conflito inicial entre o que o aluno já sabe e o que ele precisa saber, as
professoras faziam perguntas, levantam hipóteses e realizam intervenções junto à fala dos
alunos sobre o tema em questão.
Segundo Zabala (1998), uma seqüência didática é caracterizada por conter: (a)
apresentação por parte do professor de uma situação problemática em relação a um tema;
(b) proposição de problemas ou questões; (c) explicitação de respostas intuitivas ou
suposições; (d) proposta das fontes de informação; (e) busca de informação; (f) elaboração
de conclusão; (g) generalização das conclusões e síntese; (h) exercícios de memorização;
(i) prova ou exame e (j) avaliação.
O espaço dentro da sala de aula ainda é uma preocupação para as professoras, visto
que a escola possui salas de aula com pouca ventilação. No que tange aos demais espaços
existentes na escola, é merecido uma observação mais detalhada. A escola possui quadra
de esportes, laboratório de informática, biblioteca, sala de vídeo, laboratórios e lanchonete
com espaço para recreação dos alunos. É importante ressaltar que estes estão em pleno
funcionamento e apresentam materiais (computadores, livros e outros) em perfeito estado,
o que facilita o processo ensino-aprendizagem na escola.
do aluno e interdisciplinares. Eles não seguem uma lista de conteúdos trimestral como é
comum acontecer em outras instituições.
observado, em todos os momentos da aula, por meio de relatórios ou anotações feitas por
cada professora, em relação aos avanços e dificuldades apresentados pelos alunos. Existem
também avaliações formais (provas escritas), em número bastante reduzido, visto que se
trata de uma escola construtivista, conta-se também com apresentação de trabalhos,
pesquisas; e um ponto que chamou atenção no período de observação refere-se à
importância atribuída pelas professoras nas planilhas de observação e comportamento no
momento das avaliações.
insegurança por parte das professoras entrevistadas ao responder a algumas das perguntas
feitas não transparecem nas observações realizadas durante as aulas. Conclui-se que o
grupo não possui uma definição clara sobre a concepção construtivista, entretanto,
caminham conforme explicita autores reconhecidamente construtivistas, entre eles COOL.
93
CAPÍTULO V
Por outro lado, por meio das observações realizadas por esta pesquisadora na
realidade escolar do grupo em questão, evidenciou-se uma divergência no tocante à
prática da prova escrita. Na instituição, as provas escritas são obrigatórias e a elas se
atribuem 70% da nota trimestral. Ao entrevistar as professoras, a pesquisadora observou
dissonância nos posicionamentos delas sobre a obrigatoriedade e a ponderação da prova
escrita. Efetivamente a obrigatoriedade de atribuição de 70% com provas e 30% com
planilhas conflita com o que preconiza a concepção construtivista de educação (COLL et
al, 2003).
Por fim, conclui-se que uma concepção de ensino é construída num cenário cultural
e social; nunca por apenas um teórico. Assim, divergências detectadas na instituição
pesquisada ao longo das observações podem e devem ser consideradas como produto de
reflexões e experências por parte do grupo em questão.
97
REFERÊNCIAS
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pública do Distrito Federal. Dissertação de Mestrado, Universidade Catolica de Brasília.
Brasília, 2004.
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CHARLES, C.M. Piaget ao alcance dos professores. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico,
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Educational Research. University of Otago, v.72, nº 2, p. 177-228, 2002.
100
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OLIVEIRA, M.K. Coleção memória da pedagogia, n.2: Lev Seminovich Vygotsky. Viver
mente & cérebro. Rio de Janeiro, RJ: Ediouro, 2005.
PELLEGRINI, D. Avaliar para ensinar melhor. Nova Escola, n. 15, p. 17-18, janeiro e
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101
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Tradução Maria Alice Magalhães D’ Amorim
e Paulo Sérgio Lima Silva. 22ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
_______. Science of educational and psychology of the child. Translated from the
French by Derek Coltman. New York: Penguin books, 1970.
RICHARDSON, R.J. Pesquisa social – métodos e técnicas. 3ª. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 21ª ed. Petrópolis:
Vozes, 1995.
APÊNDICES
APÊNDICE I
105
Atenciosamente,
APÊNDICE II
FICHA DE OBSERVAÇÃO
108
Nome do Professor:
Data:
Horário:
Inicio: Término:
FÍSICOS
Disposição das carteiras / Como os alunos trabalham em sala (duplas / individualmente)
PEDAGÓGICOS / AVALIATIVOS
Como avalia seu aluno?
Utiliza recursos instrucionais e estratégias de aprendizagem que favorecem a construção da
aprendizagem, atuando como facilitador do conhecimento dos alunos.
Estimula os alunos?
EMOCIONAIS
Relacionamento professor/aluno (distante, próximo, amigável, etc).
Demonstra iniciativa, busca manter a energia, o dinamismo com o qual os alunos poderão
identificar-se.
109
APÊNDICE III
110
I – Identificação:
Data da entrevista:
i) Formação docente
iv) Sexo
II – Perfil da escola
b) Como você caracteriza a escola no que diz respeito aos aspectos positivos?
III – Perguntas:
c) Que tipo de estratégia a escola apresenta que a caracteriza ser uma escola
construtivista?
f) Que estratégias são criadas pela direção para implementação e difusão da prática
construtivista entre os professores?
i) Você acha que esta escola utiliza em sua metodologia de ensino os princípios
construtivistas de aprendizagem? Por quê?
APÊNDICE IV
113
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Necessito de alguns dados a seu respeito para poder melhor programar as atividades
da pesquisa. Peço, portanto, que preencha com clareza os dados abaixo solicitados.
Agradeço desde já sua colaboração e informo-lhe poderá ter acesso aos resultados
oportunamente, ao final do estudo.
Nome: ____________________________________________________________
Idade: 20 – 24 ( ) 25 – 29 ( ) 30 – 34 ( ) 35 – 39 ( ) 40 – 44 ( )
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Escolaridade (especifique, se está em andamento escrevendo ao lado):
Área de graduação: __________________________________________________.
Área de atuação na instituição: _________________________________________.
Quais cursos sobre a abordagem construtivista você já participou:
Onde concluiu o curso superior:
Carga semanal é de _____ horas nesta instituição.
Há quantos anos trabalha nesta instituição:
Tempo de atuação na área educacional: __________________________________.
Quanto à concepção construtivista? ( ) Gosto ( ) Não gosto ( ) Indiferente.
Cite no mínimo três características favoráveis ou desfavoráveis com a concepção
construtivista de aprendizagem:
(1º) _____________________________________________________________________
(2º) _____________________________________________________________________
(3º) _____________________________________________________________________
(Outro) __________________________________________________________________
ANEXOS
ANEXO 1
116
COLABORA
ALUNO/ APRESENTA OUVE O É FICA
COM O
COMPORTAMENTO SUGESTÕES COLEGA PONTUAL ISOLADO
GRUPO
ALAN - - - - -
ALESSANDRA + + + + +
ALEX + - + - +
ANA + - + - +
ANALIA + + + - -
CARLA + + + + -
CARLOS + - + + -
CARLOS - - - - +
CASSIA + - + + +
CHARLES + - - + +
EDMAR + - - + +
EVANDRO + - + + +
FABIANA + - + - +
FELIPE + - - - +
FERNANDA + - - - -
FRANCISCA + + + - -
GINA - - + - -
IRAN + + + - -
JUNIOR - - - - -
LISA + - - - +
LÚCIA + + - + +
MARCIA + + + + +
MARCOS + + + + +
MARTA + + - + +
MICHELE + + - + +
MIRTES + - + + +
NARLA + - + + +
NEILA + - + + +
NILTON + - + + +
PAULO - - + + -
PEDRO - - - + -
PIETRO + - - + -
PRISCILA + + + + -
SALES + - + + -
SEBASTIÃO + + + + -
SIRLEI + - - + -
SUELI + + - + -
VITOR + - - + -
117
ANEXO II
118
b) O aluno terá direito de fazer nova avaliação caso falte no dia marcado, mediante
justificativa dos responsáveis e obedecendo as normas estabelecidas pela escola. O
aluno deverá procurar o professor para se justificar.
c) Os cadernos serão solicitados em algumas aulas para serem avaliados.
d) É terminantemente proibida a utilização de celulares, diskman, walkman, bip ou
qualquer outro objeto que não venha cooperar para o bom andamento da aula.
e) É proibido alimento em sala de aula.
121
ANEXO III
122
1. Conteúdo do trimestre:
I. Interpretação de texto;
II. Ortografia ( J ou G, X ou CH, S ou Z)
III. Substantivo - identificação;
IV. Substantivo – classificação;
V. Substantivo – flexão (gênero e número)
ANEXO IV
124
Introdução:
Hoje, mais do que nunca, percebemos a importância de criar situações em sala de
aula em que sejam ensinados aos alunos conteúdos relacionados ao saber fazer que serão
fundamentais para o seu desenvolvimento escolar e intelectual.
É dentro desta perspectiva de saber procedimental que o ensino das estratégias de
leitura está colocado. O ensino destas estratégias é algo complexo e exige um trabalho
permanente em todas as disciplinas. Neste plano de aula, apresento algumas delas, as quais
pretendo aplicadas com meus alunos durante a leitura de um texto de Geografia.
Objetivos, em termos de competências e habilidades:
• Identificar e utilizar os sinais de um texto para extrair informações relevantes ao
assunto trabalhado;
• Reconhecer a importância de fazer anotações ou grifar informações durante a
leitura de um texto;
• Saber formular perguntas ao texto antes e durante a leitura;
• Entender a leitura como algo mais do que decifrar palavras e frases do texto
(Enxergando-a como um processo em que o leitor tem um papel ativo:
pergunta, questiona, levanta hipóteses, faz anotações, relê, debate).
Desenvolvimento da atividade/procedimentos:
Primeira momento
Inicio o trabalho apresentando uma questão aos alunos e informando-os de que
trouxe um texto (ou que há um texto no livro-didático) que irá fornecer informações para
que o grupo a responda. A questão não pode ser respondida literalmente pelo texto. Ela
deve requerer uma compreensão do texto como um todo.
A pergunta formulada é “O que são recursos naturais e qual a relação dos seres
humanos com eles no mundo de hoje?”.
a) Antes de entregar o texto aos alunos, começar uma discussão perguntando o
que sabem sobre o assunto relacionado à questão;
b) Fazer uma lista na lousa das informações obtidas e solicitar que os alunos as
copiem em seus cadernos.
Segundo momento
a) Ainda sem entregar o texto, solicitar aos alunos que formulem perguntas
sobre o assunto. O objetivo é que eles exponham o que consideram relevante
saber para responder a grande questão colocada sobre o tema recursos naturais.
b) Listar as perguntas e peça que eles as copiem em seus cadernos.
Obs.: Nesse momento é importante que, além das perguntas dos alunos, você liste
também questões relacionadas a assuntos que considere relevantes para o debate. Pode ser
que as perguntas sejam formuladas espontaneamente pelo grupo, mas, caso isso não
126
ocorra, você pode sugeri-las (Não seria importante perguntarmos também sobre...?).
Nesse caso, os alunos ajudariam na formulação da questão proposta (“Então, como
poderíamos escrever esta pergunta?”).
c) Entregar o texto aos alunos (ou pedir para abrirem na página do livro onde o
texto se encontra);
d) Discutir como eles normalmente iniciam a leitura de um livro (“Vocês abrem e
começam a ler? Ou vocês folheiam? Se folheiam, olham o quê? Por que olham
essas coisas?”).
A idéia aqui é mostrar ao aluno o conceito de que a leitura não é somente o ato de
abrir o livro (ou texto) e iniciar pela primeira linha. Um leitor experiente faz uma leitura
diagonal (panorâmica) observando aspectos do texto que lhe dêem pistas sobre o que será
tratado. Ou seja, ao se folhear um texto ou livro já se inicia a leitura do mesmo.
e) Depois dessa discussão, procurar listar com eles quais são os sinais do texto que
conhecem (negrito, fotografias, tabelas, títulos, subtítulos, box).
f) Em seguida, solicitar que eles procurem descobrir sobre o que o texto vai tratar
observando apenas os sinais que o texto traz. Listar na lousa as respostas dos
alunos.
g) Fazer uma retomada geral das informações listadas no segundo momento
(primeira aula), lembrando também as questões e as hipóteses formuladas no
quarto momento (segunda aula). Recuperar também o objetivo da leitura (“Não
se esqueçam: vamos ler esse texto com o objetivo de, além de responder as
perguntas que a classe fez, responder também outra questão: o que são
recursos naturais e qual a relação dos seres humanos com eles no mundo de
hoje?”)
h) Formar trios ou quartetos.
i) Pedir que os grupos iniciem a leitura do texto e que chequem oralmente se as
informações que haviam listado no terceiro momento (segunda aula) batem com
o que estão lendo.
j) Solicitar também que eles façam anotações ou grifem aquelas informações que
considerarem mais relevantes em relação aos objetivos da leitura colocados
inicialmente.
k) Pedir que eles tentem responder em seus cadernos (individualmente ou em
grupo) a questão colocada como objetivo da leitura.
127
Terceiro momento
Debater o tema com os alunos, iniciando pela resolução das questões que eles
colocaram (elas não precisam ser respondidas no papel, mas apenas oralmente, pois a
função delas é a de guiar a leitura do aluno).
Haverá, sem dúvida, questões não respondidas. Decidir com o grupo o que fazer
com elas (“São relevantes para o trabalho? Se sim, como poderíamos resolvê-las? Se não,
o que fazer?)”.
Por fim, debater a resposta da questão central e, se quiser, elaborar uma resposta
coletiva (que não deverá substituir a resposta que deram anteriormente, mas anotada e
comparada).
Avaliação:
As situações de ensino de estratégias de leitura não requerem um momento
propriamente dito de aplicação de provas, pois implicam um longo processo de
aprendizagem por parte dos alunos e alunas. A avaliação consistirá basicamente de
observação e auto-avaliação. Dessa forma, a avaliação deve ser feita o tempo todo, pois o
planejamento de novas situações dependerá da observação do desempenho do aluno nas
atividades aplicadas.
ANEXO V
131
Querida(o) aluna(o);
Agora é o momento de avaliar o que você já sabe, o que precisa aprender a fazer
ou melhorar o que já sabe. Para organizar este processo de avaliação, elaborei esta ficha
de auto-avaliação. Ela irá orientar-lhe sobre que aspectos avaliar a sua atividade de leitura.
Ela servirá de parâmetro para, ao final do trimestre, você se auto-avaliar novamente,
verificando o que aprendeu, o que não aprendeu, o que precisa ser aprendido e o que
precisa ser melhorado.
Vamos lá?
Agora, com base na avaliação acima, você irá fazer uma lista:
a) Daquilo que você acha que precisa aprender, pois ainda não sabe fazer:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
b) Daquilo que você acha que precisa melhorar em relação às estratégias de leitura:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
133
ANEXO VI
134
Ao redigir a
resposta ou Utiliza
Faz
Consegue verbalizá-la estratégia de
Relê para anotações
Grifa selecionar o estabelece dedução pelo
recuperar Grifa? (no próprio
Aluno (a) demais? que é mais relações contexto de OBSERVAÇÕES
informações? texto ou
importante entre as palavras
caderno)?
informações desconhecidas?
do texto
S N S N S N S N S N S N S N S N
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
135
ANEXO VII
136
Problema
A questão principal é identificar, no contexto concreto do trabalho pedagógico, numa escola particular de ensino fundamental no Distrito Federal,
quais são os conceitos de construtivismo e quais são suas relações com as práticas avaliativas. Outras questões correlatas e complementares ao problema em
estudo são: Quais as perspectivas teóricas e práticas desses professores sobre avaliação? O que um professor construtivista avalia em seu aluno? Como avalia?
Por que avalia? Para que avalia?
Objetivo Geral:
Identificar os conceitos de construtivismo de professores de uma escola de ensino fundamental do Distrito Federal e a relação entre esses conceitos e
as práticas avaliativas adotadas por esses professores.