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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO


FUNDAMENTAL

ELISÂNGELA MARIA DA COSTA SANTOS.

ORIENTADOR / PROFESSOR: Antônio Fernando Vieira Ney.

BRASÍLIA, JUNHO DE 2008


UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO


FUNDAMENTAL

ELISÂNGELA MARIA DA COSTA SANTOS.

Trabalho Monográfico apresentado


como requisito parcial para
obtenção do Grau de Especialista
em Supervisão Escolar.

BRASÍLIA, JUNHO DE 2008


A minha família, pelo apoio, compreensão e amor
que demonstraram no decorrer desta caminhada.
A minha cunhada Valdirene, que foi um elo para
essa conquista.
Aos que me amam e torceram pela minha vitória,
vivendo comigo meus obstáculos e
alegrias no decorrer dessa trajetória.
AGRADECIMENTOS

Agradeço principalmente a Deus, que é divino e perfeito. Que me deu


coragem, força, sabedoria e discernimento para concluir esse curso.
Agradeço pela oportunidade que o Senhor me presenteou e as bênçãos nas
realizações desta conquista. Posso dizer com sinceridade e de todo o meu
coração: Obrigado, meu Pai Celeste!
Ao professor Antônio Fernando Vieira Ney, por sua contribuição na
execução deste trabalho através de suas orientações.
RESUMO

Estudar e pesquisar o processo de Avaliação do Ensino


Fundamental é o objetivo deste presente trabalho. Destacamos a importância de
uma avaliação onde o processo seja mediador e acolhedor na ação pedagógica
do professor, onde a avaliação cumpra seu papel durante toda a trajetória
vivenciada pelo docente e contribua na ampliação do conhecimento de si e do
mundo e que em última instância ao avaliar seu aluno , o professor também estará
avaliando sua ação pedagógica.

Destacamos ainda a importância do trabalho pedagógico ser


estabelecido a partir do conhecimento que o professor adquire sobre o docente,
articulando à sua proposta educativa, a ser desenvolvida no cotidiano da
instituição, com base nos interesses, necessidades dos alunos, valorizando as
experiências de vida, suas vivências culturais, raciais, religiosas etc.

Ressaltamos também a importância do papel dos pais, junto


à vida escolar de seus filhos, a parceria família/escola e a resistência da grande
maioria dos pais frente a avaliação de métodos “alternativos de ensino”, uma vez
que estão acostumados ao tradicional, onde só o aluno é avaliado e ao final de
cada bimestre prestam contas de nota no boletim escolar. E por fim também
abordamos o papel do supervisor escolar, suas competências e principalmente
seu trabalho no que diz respeito à avaliação da aprendizagem.
METODOLOGIA

Na elaboração deste trabalho, foi utilizada pesquisa


bibliográfica de vários autores que ressaltam a avaliação da aprendizagem.
Busquei retratar os problemas e as dificuldades do aluno frente a avaliação do
Ensino – Aprendizagem no Ensino Fundamental através de auxílio em revistas,
livros, textos informativos, questionário e outros. Bem como o papel dos
professores, pais e supervisor no que tange esse processo.

Também neste trabalho foi utilizada a técnica da observação sistemática, que


consiste na participação do pesquisador com o processo. O observador sabe o
que procura e busca conhecer bem a realidade da escola. A observação foi feita
na Escola Municipal “Frei Patrício”, onde trabalho desde 1999, sendo assim posso
afirmar que conheço de perto o assunto em relação à escola.
SUMÁRIO

Introdução.............................................................................................................8

CAPÍTULO I
Avaliação..............................................................................................................12

CAPÍTULO II
Família e Escola...................................................................................................16
2.1 - Relacionamento produtivo............................................................................19

CAPÍTULO III
Relação Professor e Aluno...................................................................................21
3.1 - Repensando a prática pedagógica na sala de aula.....................................25

CAPÍTULO IV
Dificuldades e critérios de avaliação....................................................................27
4.1 - Procedimentos e instrumentos de avaliação...............................................29

CAPÍTULO V
O papel do supervisor escolar.............................................................................31

CONCLUSÃO......................................................................................................34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................37

ANEXOS..............................................................................................................39
INTRODUÇÃO

Sabe-se que a escola é uma instituição responsável pela


inserção do indivíduo na sociedade como cidadão crítico , participativo
e ativo , ou seja , capaz de interagir com os demais membros da
sociedade de forma igualitária. A escola municipal “Frei Patrício” não é
diferente , é com o intuito de abordar a que passos andam essa
inserção , que se faz necessário pesquisas a respeito da Avaliação do
Ensino Aprendizagem no Ensino Fundamental desta escola que fica
localizada em Olhos D’água do Oeste , distrito de João Pinheiro – MG.
A clientela atendida é na maioria filhos de trabalhadores rurais, de
fazendas da região. Tem a missão de buscar oferecer um ensino de
qualidade para todos, visando o desenvolvimento e formação voltados
par princípios éticos, morais e cristãos, valorizando a vivência e a
potencialidade de cada um, de forma a trabalhar a importância de se
conscientizar criticamente a respeito do papel de cada ser como
verdadeiros cidadãos. Através do processo de verificação do
desenvolvimento escolar, a escola Municipal “Frei Patrício” busca
avaliar o grau de desenvolvimento do aluno levantando assim as
dificuldades e possibilidades de melhor direcionamento das ações
educacionais. Sendo assim, de acordo com o regimento da escola a
avaliação terá aspecto diagnóstico, sendo portanto resultado da
reflexão transformada em ação. É portanto formadora e contínua no
sentido de acompanhar o desempenho do aluno, possibilitando
detectar a totalidade do processo do conhecimento, por isso faz – se
necessário pensar e repensar, continuar ou mudar de rumos,
adequando sempre o seu trabalho às características identificadas nos
alunos.

Faz- se necessário levantar questões tais como: quais são as


principais dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelos alunos , o
que a escola procura fazer para sanar as dificuldades encontradas na
avaliação , como é o relacionamento da escola e família frente aos
problemas encontrados e como é a interação dos alunos junto à
escola.

O termo avaliação requer muito cuidado , pois acreditamos que


cada ser humano com sua individualidade merece um olhar
diferenciado. Com isso nos vem a preocupação de como avaliar e
quais os métodos estão sendo usados pelos professores .Como diz
FREIRE ( 1996, p. 116 ) a questão que se coloca a nós é lutar em
favor da compreensão e da prática da avaliação enquanto instrumento
de apreciação do que fazer de sujeitos críticos a serviço, por isso
mesmo, da libertação e não da domesticação. Portanto é tempo de se
pensar em uma avaliação onde ambas as partes estarão sendo
avaliadas, escola e aluno, e que não se opõem à avaliação , mas que
se vejam como sujeitos da aprendizagem que se colocam não em
forma de discursos verticais e que o autoritarismo não assuma o papel
principal. E que o direito de se expressar seja instigado para que o
ambiente se torne um local onde se possa falar, responder, perguntar.

Respeitar as limitações sem se limitar em busca do sucesso é


uma meta no cotidiano dos educadores. Educadores esses que na sua
grande maioria vivênciaram um processo de formação rígida e que de
tal forma ainda acontece nos dias de hoje . Esses mesmos
educadores se deparam com várias crianças e adolescentes no seu
âmbito profissional que trazem de casa uma bagagem diferenciada de
conhecimento esperando que o professor possibilite uma ampliação
do mesmo.

Partindo do pressuposto de que cada ser merece um olhar


diferenciado percebe-se a necessidade de se lançar aos estudos de
como estão sendo avaliados os alunos, fundamentando em leitura e
reflexão acerca do tema , identificando através de pesquisa os
critérios utilizados na avaliação da aprendizagem, analisando as
concepções dos docentes a respeito dos problemas da aprendizagem
e identificando os meios de avaliação utilizados por educadores da
escola. Pois aprendemos igualmente que não existem fórmulas que
sejam válidas para todos e em todos os lugares. Que o conhecimento
educacional acumulado deve ser apropriado e submetido à crítica em
função de cada história e contexto. Que algo que pode ter funcionado
em um lugar, em outro se converte em uma ação colonizadora que
coloca os professores e os alunos em posição de subordinação.
Sabemos que a teoria, entendida como uma reflexão sistemática
sobre as suposições que nos orientam, tem sentido na formação
quando ajuda a se reconhecer na prática, a dar nome ao que acontece
na sala de aula ou na escola.

Cremos que a parceria família e escola é de suma importância


na aprendizagem e que responsabilidade e parceria tende a gerar
bons frutos . Quando ambos caminham juntos, o caminho rumo ao
sucesso na aprendizagem se amplia de tal forma que se torna
prazeroso a troca de experiências. É preciso rever também a
legitimação oficial do conhecimento escolar, hoje tão discutido por
certas políticas educacionais e procurar favorecer o acesso dos alunos
aos diversos campos e vias do conhecimento, da experiência e da
realidade. Nesse sentido devemos ser sensíveis ás tradições e aos
valores das minorias éticas e culturais.

“As escolas brasileiras encontram – se cheias de alunos


analfabetos e sem condições de seguirem a série na qual foram
colocados, alunos condenados ao fracasso “. ( OLIVEIRA, 2004, p.
371 ). É alarmante a situação das escolas brasileiras. Os alunos
passam de série em série, mas se encontram no fracasso da leitura e
escrita ou não são capazes de entender o que leu. E isto é
preocupante, pois na maioria das situações pouco se faz para sanar
este problema de analfabetismo nas escolas.

Acredita- se que uma escola que serva efetivamente aos


interesses majoritários da sociedade não poderá existir à revelia de
mudanças econômicas, políticas e sociais. E no entanto, essa escola
deve começar a ser construía aqui e agora. Os educadores, no espaço
intra-escolar em que atuam, têm um papel importante a desempenhar.
A aprendizagem do aluno depende, em grande parte, da competência
profissional do educador: do seu compromisso com a formação do
aluno, em um fazer pedagógico mais integrado entre professores e
especialistas, principalmente da transmissão de conhecimentos
relevantes e significativos, de tratar o aluno como sujeito e não como
mero objeto de processo ensino–aprendizagem. Com isso a escola,
mesmo dentro dos marcos da sociedade existente, estaria dando a
sua contribuição específica para a transformação social. Estaria
contribuindo para a melhoria da qualidade de ensino e para a
socialização do saber elaborado, condição necessária para atingir uma
verdadeira democracia e estabelecer uma nova hegemonia na medida
em que a escola cumpre o seu papel precípuo.

O trabalho também visou observar o papel do supervisor escolar


junto ao processo ensino – aprendizagem.

Essa pesquisa pode possibilitar o levantamento de avaliações de


sucesso e insucesso no processo de ensino–aprendizagem,
procurando focalizar a importância do conhecimento prévio dos
discentes .
CAPÍTULO I

AVALIAÇÃO

Pesquisas e estudos da comunidade acadêmica têm revelado


que a cultura da avaliação escolar em nosso país representa um dos
grandes entraves para uma prática pedagógica competente. Os
docentes, de modo geral, sentem dificuldade em lidar com o sistema
de avaliação que, além de se constituir num grande desafio é um dos
principais definidores do fracasso ou do sucesso do aluno na escola.

Considerando a realidade educacional atual, a avaliação do


ensino deve responder as necessidades da sociedade. Entretanto,
isso requer, também, concebê-la como instrumento que permite
interpretar a realidade sócio- cultural na qual a escola está inserida
para propor ações pedagógicas adequadas. A avaliação escolar deve
subsidiar a decisão de melhoria da aprendizagem no processo global
da educação articulando-se a objetivos, conteúdos e procedimentos
adequados. No entanto não tem sido este seu significado uma vez
que:

Pais, sistema de ensino, profissionais da educação,


professores e alunos – todos – têm suas atenções
centradas na promoção, ou não, do estudante de
uma série de escolaridade para outra. O sistema de
ensino está interessado nos percentuais de
aprovação/reprovação do total dos educandos; os
pais estão desejosos de que seus filhos avancem
nas séries de escolaridade,; os professores se
utilizam permanentemente dos procedimentos de
avaliação como elementos motivadores dos
estudantes, através da ameaça; os estudantes estão
sempre na expectativa de virem a ser aprovados ou
reprovados e, para isso, servem-se dos mais
variados expedientes. (LUCKESI, 1991, p.22).

A avaliação escolar é uma questão muito séria e tem raízes


político-pedagógicas profundas no sistema educacional inserido num
sistema social determinado. O fenômeno avaliativo não é neutro; ele
ocorre no cotidiano da sala de aula e se orienta por uma determinada
concepção de homem, de sociedade, de cultura e de educação. As
propostas de avaliação parecem não estar coerentes com o momento
de redefinição e de ruptura com as estruturas conservadoras. Definir
finalidades, metas e processos para a totalidade da ação educativa
escolar, envolve reconceituar a avaliação para além de sua
especificidade – a aprendizagem do aluno, revendo, assim, o projeto
pedagógico da escola. Desse modo, o trabalho do professor, deve
compreender dimensões mais amplas que extrapolam os limites dos
conteúdos transmitidos ao aluno.

Apesar dos significativos avanços da produção científica na área


e de propostas em andamento caminharem na perspectiva de
rompimento com a visão de avaliação presente na cultura escolar,
ainda prevalece em nossas escolas uma prática avaliativa tradicional
que se utiliza de procedimentos classificatórios, quantitativos e
disciplinadores de caráter conservador.

O professor vive a contradição entre velhos referenciais dos


modelos tradicionais que o obriga a consolidar apenas o produto da
aprendizagem do aluno, ao mesmo tempo em que enfrenta o desafio
de um contexto que requer uma atitude que ultrapasse tal postura. O
contexto escolar atual está a exigir, ao nosso ver, uma concepção de
avaliação que integre em seu significado, o processo
ensino/aprendizagem na sua totalidade, ou seja, com todos os seus
fatores internos e externos. Isso significa integrar as formas avaliativas
ao processo de construção de conhecimento – contínuo e dinâmico –
que ao ser tratado em momentos estanques perde a razão de ser.
Entretanto, não queremos anular o papel da avaliação sistemática da
aprendizagem e nem negar a função que a mesma desempenha na
prática pedagógica, qual seja, seu catáter pedagógico/didático; de
diagnóstico e de controle. Isto possibilita estabelecer parâmetros entre
os resultados do processo ensino-aprendizagem eos objetivos
propostos, com vistas a novas decisões em relação às atividades de
ensino. Queremos salientar, ainda, que as oportunidades avaliativas
estão presentes no dia a dia da sala de aula e fora também, em todos
os instantes da relação pedagógica: seja em um relato de experiência,
em uma aula expositiva, na produção de um texto, ou uma atividade
recreativa.

FREIRE (1996 p. 85), diz: como professor devo saber que sem a
curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca,
não aprendo nem ensino. Nesse sentido o professor precisa buscar e
valorizar em cada aluno as qualidades, a fim de facilitar o seu
desenvolvimento. É preciso uma interação eficiente para promover no
aluno uma auto-imagem positiva através da valorização de sua
atividade na escola e na sala de aula. O papel do professor é o de
“provocador”. É a pessoa que, atenta à condição de sujeito do aluno,
procura conhecê-lo cada vez mais, no sentido de incentivá-lo e tirá-lo
de onde está, valorizando o conhecimento que já detém, suas
habilidades e aptidões, elevando sua auto-estima e evitando que ele
acumule sentimentos de fracasso.

Cabe ao professor, em sua prática, integrar aos procedimentos


avaliativos sistemáticos, outros, que permitem perceber como o aluno
incorpora os novos conhecimentos ás suas experiências, a sua
cultura, ao seu senso comum. Deve ainda, estar atento aos avanços
do aluno no sentido de ajudá-lo a reorganizar o conhecimento a partir
de novas percepções da realidade que o cerca, criando um ambiente
de sala de aula rico em situações estimuladoras da curiosidade e de
busca do saber, por meio da expressão de idéias, análise
interpretativas dos fatos, independente do conteúdo que está sendo
trabalhado. A relação pedagógica na escola é rica em momentos
propícios à avaliação, não justificando portanto, os momentos
estanques: hora de ensinar, hora de aprender e hora de avaliar. Na
perspectiva da construção do conhecimento,

A avaliação tem que incidir sobre aspectos globais do processo,


inserindo-se tanto as questões ligadas ao processo
ensino/aprendizagem como as que se referem à intervenção do
professor, ao projeto curricular da escola, à organização do trabalho
escolar, à função socializadora e cultural, à formação das identidades,
dos valores, da ética, etc., enfim, ao seu Projeto Político-Pedagógico.
Assim, não mais procede pensar que o único avaliado é o aluno e seu
desempenho cognitivo. (Brasil, SEE, 1996, p. 54).

É necessário, portanto, recuperar a avaliação escolar no sentido


de atribuir-lhe um papel social na construção de uma escola com a
qualidade que a sociedade exige. Ela precisa ser redimensionada por
referenciais que reforçam e estimulam o sucesso e a autonomia do
aluno em todos os aspectos da sua formação.
CAPÍTULO II

FAMÍLIA E ESCOLA

Falar de família e escola que buscam juntas soluções para os problemas


deparados no decorrer do processo de ensino – aprendizagem é quase que falar
com certeza em colher bons frutos. A parceria da família com a escola, pode – se
dizer que é um espaço onde todos querem realmente aprender, é uma chave que
facilita a construção de conhecimentos.

Percebe – se que cada vez mais os alunos vêm a escola com menos limites
trabalhados pela família. Muitos pais chegam mesmo a passar toda a
responsabilidade para a escola: “pode bater, pode fazer o que quiser; eu já não
posso mais com ele”. Mediante suas remotas experiências como estudantes e a
desorganização da classe que os filhos relatam, os pais acabam exigindo da
escola uma postura autoritária. É preciso ajudá – los a compreender que existe
uma outra alternativa, que supere tanto o autoritarismo, quanto o espontaneismo.
Diz FREIRE ( 1996, p. 93 ),que a autoridade coerentemente democrática,
fundando – se na certeza da importância, quer de si mesma, quer da liberdade
dos educandos para a construção de um clima de real disciplina, jamais minimiza
a liberdade.

A Escola Municipal “Frei Patrício” procura integrar a família junto ao


processo educacional acreditando no sucesso do ensino – aprendizagem. Esta
integração na maioria das vezes se concretiza através de reuniões bimestrais,
palestras, reuniões de colegiado e outros. É fundamental que a escola como um
todo trabalhe a importância da participação nos planos coletivos que respondem
ao interesse dos alunos. Interesses esses que integram pais, alunos, e escola a
um mesmo objetivo.

É comum se deparar com barreiras no momento de avaliar, pois grande


parte dos pais ainda estão presos à métodos totalmente tradicionais, onde para
eles, avaliação não vai além de testes e provas bimestrais que visam uma média
no boletim escolar. É preciso quebrar esse tabu, levando sempre que possível a
família para a escola, e procurando conscientizar que avaliação vai muito além, e
que temer a mudanças pode ser negar o crescimento do aprendizado que vai
além da sala de aula. É notável que diante do insucesso de um aluno, família e
escola passam a se cobrarem. A família questiona a escola, e a escola por sua
vez questiona a família. A escola questiona que pelo fato de que se alguns
conseguem aprender, o problema só pode vir de fora, e a família questiona que a
responsabilidade pelo ensino é da escola. Ambas na maioria das vezes se culpam
ao invés de tentar juntas encontrar uma solução. O problema não está
separadamente em nenhum dos lados. Quando as expectativas dos dois lados se
frustam, surge um círculo vicioso de reclamações recíprocas que devem ser
evitadas com adoção de atitudes de co-responsabilidade. Portanto faz – se
necessário a abertura para a participação das famílias no reconhecimento das
atividades que serão realizadas em classe e em casa, que aprendizagem se
espera, e que novas habilidades desenvolverão. Assim a escola facilitará para que
todos dêem sugestões e automaticamente além de ter um desempenho melhor,
cada aluno passa a se perceber reconhecido em suas buscas e necessidades.
Soma – se a isso o fato de que a convicção de ser considerado é um importante
ingrediente da vida social.

Segundo DEPRESBITERIS (1989, p. 58 ), a avaliação é um instrumento no


qual o docente e a escola se apoiam para verificar em que nível os alunos se
encontram e com isto planejar ou replanejar as atividades de ensino quer mediata,
quer imediatamente. Assim sendo, pensando nesse contexto, devemos estar
sempre atentos e ter muito cuidado em como avaliar, para que a avaliação não
passe de uma mera punição ou premiação no decorrer do ano letivo.

A medida em que se considera aluno e professores sujeitos no mesmo


processo de aprendizagem, onde ambos são protagonistas de seus aprendizados
( conhecimentos ), e que juntos se respeitam e se valorizam, levando em conta a
realidade social de cada um, torna – se mais fácil tomar decisões realmente
favoráveis ao crescimento educacional.

Segundo FREIRE ( 1996 p. 106 ) uma das tarefas pedagógicas dos pais é
deixar óbvio aos filhos que sua participação no processo de tomada de decisão
deles não é uma intromissão mas um dever, até, desde que não pretendem
assumir a missão de decidir por eles. Sendo assim é fundamental que os pais
criem espaços propícios no dia – a – dia em que seus filhos vão formando sua
autonomia, autonomia essa que não se forma de um dia para o outro, mas que é
preciso deixá-lo sentir autor de suas decisões e que tais decisões acarreta em
responsabilidade pelas mesmas tomadas. A liberdade de decidir com
responsabilidade tanto do erro como do acerto o colocará na situação de sujeito
de sua formação, com o trabalho dos pais na formação de seus filhos juntamente
com o processo educacional visando formar cidadãos responsáveis pelos seus
atos nos levará a ganhar uma clientela ciente que a avaliação é um processo pelo
qual todos devem passar de forma a fazer ajustes ou não, para cada vez mais
alcançarmos a melhoria no que diz respeito ao ensino – aprendizagem. Dessa
forma estaremos cada vez mais no caminho de uma educação de sucesso,
compromissada com o saber significativo onde corpo docente, discente e família
participam ativamente desse processo.

É importante conhecer a clientela, seu contexto familiar e procurar deixar


sempre claro que é possível melhorar a qualidade do ensino favorecendo também
alunos de famílias não escolarizadas, que por sua vez se sentem incapazes de
contribuir com o ensino uma vez que os pais são analfabetos. Ao contrário disso é
certo que pais que simplesmente cultivam a cultura de contar histórias ao fim do
dia, já contribuem para o mundo da leitura.

Diz BORDENAVE e PEREIRA ( 2004, p. 59 ), que o ensino torna – se mais


eficaz quando o professor conhece a natureza das diferenças entre seus alunos.
Sendo assim é claro que é fundamental que haja sintonia entre a escola e família.
Podemos dizer que a alma da escola são todos que nela convivem e aprendem;
professores, alunos, funcionários, famílias, membros da comunidade e gestores
também. A direção e os demais membros da equipe gestora, no entanto tem o
poder de animar, alimentar e fortalecer a cooperação e a sinergia entre todas
essas pessoas, sem as quais um prédio escolar arquitetonicamente perfeito,
contendo equipamentos e materiais pedagógicos sofisticados, ostentando normas
e regulamentos precioso, seria tão patético como um corpo sem vida coberto de
enfeites.

2.1- Relacionamento produtivo

A educação só se é eficaz se há colaboração entre família e a escola. O


estabelecimento de um relacionamento saudável entre pais, escolas e professores
supõe uma escola que:
• tem um diretor que conhece as famílias, dá notícia da vida escolar dos
respectivos filhos e está sempre disposto a escutar, ouvir, acolher,
receber e envolvê-las no trabalho escolar;

• possui um programa de ensino escrito e apresentado numa forma e


numa linguagem inteligível, permitindo aos pais saberem o que será
ensinado a cada série e período letivo; esse programa serve como ponto
de referência para o acompanhamento do progresso do aluno ao longo
do ano;

• possui um regimento interno elaborado em entendimento com os pais,


que serve de base para a discussão de normas, regras, questões
disciplinares e demais direitos e deveres de professores, alunos e pais;

• informa os pais periodicamente do progresso dos filhos em relação a si


próprios, do andamento da turma e das expectativas da escola em
relação ao aluno;

• providencia e articula com os pais programas preventivos e de


recuperação, de forma a assegurar o sucesso do aluno;

• reúne-se periodicamente com os pais para ouvi-los, informá-los e,


quando necessário, proporcionar e compartilhar instrumentos que lhes
permitam melhor desempenhar sua função de pais no trabalho de
acompanhamento da vida escolar dos filhos.
CAPÍTULO III

RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO

Sabe – se que existem diversos instrumentos para analisar o desempenho


do aluno e fazer com que todos se integrem ao processo de aprendizagem, por
outro lado a avaliação durante décadas foi um instrumento ameaçador e
autoritário. A mudança nos métodos de avaliação hoje em dia está acontecendo, a
passos curtos, pois continua sendo um dos grandes nós da educação moderna.
Educadores que se vêem presos a processos totalmente tradicionais e com muita
resistência ao novo, ainda é fácil de encontrar. Segundo FREIRE ( 1996, p. 113 ) o
educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às
vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele. Podemos dizer que precisamos
de bons professores que tenham compromisso, com uma prática transformadora
que oportunize o crescimento e o desenvolvimento em todos os sentidos,
buscando novas metodologias, novos conhecimentos, investigando e, o principal,
despertar no aluno a vontade de descobrir o inusitado.

É necessário que sejamos suficientemente críticos para percebermos que,


os processos de avaliação podem, às vezes, funcionar muito mais como um
“objeto não identificado” que, camufladamente, “dispara” autoritarismo,
discriminação, ameaça ou punição do que como um elemento revelador de um
comprometimento do profissional com o processo de ensino/aprendizagem.

É preciso ter em mente que não há um certo e um errado quando se fala


em avaliação, o ideal é mesclá – los, adaptando – os às necessidades de cada
turma. Pode–se dizer que o erro é inevitável na aprendizagem. Porém deve ser
considerado relevante porque funciona como indicador do caminho percorrido pelo
aluno até chegar onde se encontra. Sendo assim, o papel do professor não pode
encerrar–se com a simples correção, que assinala a resposta errada. É preciso
observar a natureza do erro para, a partir daí, identificar o percurso do raciocínio e
da aprendizagem e seguir em frente, na companhia do estudante, para buscar o
resultado correto. Assim, a questão passa a ser vista como um desafio. E, se
antes era classificado como problemático e taxativo, o equívoco se torna um
elemento construtivo em vez de desestimular ou punir o aluno–porque é corrigido
a quatro mãos, em parceria, com o propósito de ser superado. Ou seja, o erro não
deve ser associado somente a avaliação. É vital ligá–lo à questão do aprendizado,
intervir e observar a evolução do aluno. O problema não está na quantidade, mas
no conceito do erro. Errar é normal, e o importante é avançar mesmo cometendo
outros erros.

A relação entre professor e aluno é um ponto chave para o sucesso da


aprendizagem. Conhecer o aluno e sua realidade facilita nas tomadas de decisões
sobre quais métodos serão necessários na avaliação dos alunos uma vez que
alunos e professores se completam. Como diz FREIRE ( 1996, p. 23 ): Não há
docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro.
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.

O aluno gosta e precisa ser acolhido com carinho, tendo cuidado para que a
jornada de estudos não se transforme em massacre obrigatório, onde discente e
docente, vêem a avaliação de forma quantitativa e não qualitativa. No âmbito
educacional é fundamental que haja harmonia e prazer na busca da construção do
conhecimento, e que essa busca seja sempre contínua propiciando sempre a
melhor maneira de ensinar e avaliar, para que o processo educativo não seja visto
apenas como determinação de notas, sem levar em conta a realidade do aluno,
seu conhecimento prévio, suas necessidades e sua evolução no cotidiano escolar

De acordo com OLIVEIRA ( 2004, p. 395 ), a atitude de abertura para incluir


todos alunos na sala de aula se materializa nos esforços e gestos concretos que o
professor faz em relação a cada um deles. O autor vem reforçar a importância da
relação do professor com seus alunos, até no acolhimento, onde a abertura para
expor idéias e saberes valorizados com certeza se expandirão para maiores
interesses no crescimento e na busca da construção de novos conhecimentos.

A relação professor-aluno pode ser vista como uma relação pedagógica na


qual se estabelecem contatos interpessoais, influenciados por um contexto sócio--
-cultural e por interesses e expectativas, possuindo o objetivo de promover o
aluno, ajudando-o a compreender a si mesmo e aos que o cercam, bem como
desenvolvendo sua capacidade de compreensão e senso crítico. Esta relação será
mais eficiente quando for permeada pela compreensão e confiança, o professor
deve perceber o aluno em sua individualidade ajudando a adquirir autonomia e
segurança.

A valorização das relações interpessoais é vista como fator imprescindível


para que tanto as pessoas como as organizações alcancem seus objetivos. A
escola é vista, também, como uma organização social que possibilita contatos
interpessoais. No entanto, as relações humanas ali estabelecidas são variadas e
influenciadas por valores, experiências e aspirações individuais.

Desta forma, pensar em Educação, atualmente, exige o repensar da


atuação dos educadores quanto a democratização do saber, das oportunidades,
das relações entre professor e aluno e do processo ensino-aprendizagem.

O resultado da relação professor-aluno será tanto mais eficaz quanto maior


for a compreensão daquilo que se faz, por que se faz e com que finalidade. Isso
supõe a compreensão ampla do ato educativo, uma firme convicção quanto aos
princípios, valores e objetivos da escola e do ensino, e uma visão clara quanto aos
papéis que cada um deve desempenhar para atuar com propriedade nesse
cenário.
Na perspectiva da escola que queremos construir, temos que superar a
relação pedagógica centrada no professor transmissor de conhecimentos, que
percebe o aluno como um ser passivo, submisso; aquela centrada no aluno, na
sua atividade individual e, ainda, a relação baseada nos meios ou recursos de
ensino, sem vinculação com a realidade social e cultural do aluno. Isso significa
superar toda forma de autoritarismo, verticalidade, passividade e conformismo.
FREIRE (1996, p. 47) menciona que quando entra em uma sala de aula deve
estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos,
a suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tem – a
de ensinar e não a de transferir conhecimento.

Numa escola crítica e criativa, tanto o professor como o aluno são


considerados sujeitos ativos no processo pedagógico, que se caracteriza por uma
troca afetiva de experiências na construção do conhecimento. Supera-se tanto o
aluno passivo da educação tradicional como o sujeito ativo da escola nova, em
direção ao sujeito interativo nos processos de ensino e de aprendizagem, cuja
produção deve ser continuamente valorizada e estimulada, segundo suas
potencialidades e habilidades.

É de fundamental importância que o professor tenha clareza de todos os


que intervêm na ação pedagógica, de modo que possa criticá-los e, a partir daí,
estabelecer os valores e princípios que deverão nortear a sua prática, no sentido
de que a mesma seja direcionada por valores claros e expícitos, conscientemente
assumidos. Uma ação centrada no diálogo e que permita o envolvimento ativo do
aluno no processo enquanto sujeito de sua própria aprendizagem e, portanto,
capaz de aprender, criar, estabelecer relações, avaliar e julgar. Desse modo, o
professor deixa de ser transmissor de conhecimentos, numa relação vertical, e
assume a condição de educador que, num processo de interação dialógica com os
alunos, atua no sentido da construção coletiva do saber, a partir de conteúdos
significativos para o aluno e para a sua realidade social.
3.1 – Repensando a prática pedagógica na sala de aula

O sistema escolar tem sido desafiado cada vez mais a assumir a função de
espaço criador de condições que possibilitem a socialização e produção do saber
entre educadores e educandos através de experiências pedagógicas que os
considerem como sujeitos sociais e culturais de contextos determinados.

Essa nova perspectiva exige do professor o emprego variado de


procedimentos didáticos que permitam uma participação coletiva efetiva e que,
também, atendam aos alunos na sua diversidade social, cultural e econômica,
bem como na maneira de ser, nos ritmos de aprendizagem, vivências e valores,
aptidões, potencialidades e habilidades.

O professor precisa assumir uma atitude crítica diante de seu trabalho que
associe teoria e prática na definição de critérios para a escolha das estratégias de
ensino mais adequadas, sem perder de vista que ele é o elemento de mediação
na relação do aluno com o conhecimento escolar. Desse modo, a prática docente
envolve pressupostos que não só antecedem como ultrapassam os aspectos
didáticos. FREIRE (1996, p. 39) salienta que é pensando criticamente a prática de
hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Nesse caso, se a
escola hoje encaminha para uma perspectiva crítica e criativa, certamente ela está
comprometida com a formação de um cidadão crítico e criativo, que busca exercer
seu papel de sujeito ativo na sociedade. Torna-se importante, portanto, redefinir os
elementos que conferem significados não somente às teorias de ensino, da
aprendizagem, como também dos procedimentos didáticos necessários à
efetivação desta aprendizagem à luz dos pressupostos de homem e de
conhecimento que permeiam a prática escolar.

A aula expositiva, característica da pedagogia transmissiva para veicular


informações, tem sido muito criticada e, ao mesmo tempo, por motivos diversos,
muito utilizada pelos professores, no ensino de todas as disciplinas e em todos os
níveis. A crítica a essa atividade de ensino, geralmente, recai na sua utilização
mecânica, autoritária, desvinculada da prática social, em que o professor dá uma
ênfase excessiva à comunicação verbal, sem a participação dos alunos. A aula
torna-se monótona e desinteressante, altamente limitadora do pensamento do
aluno, estimulando a passividade e o dogmatismo. Resignificar a aula expositiva è
tarefa do professor que trabalha na perspectiva da produção do conhecimento. Ela
se transforma numa atividade renovada e rica quando bem planejada e
desenvolvida com clareza e de modo dinâmico, desencadeando a
problematização. Problematizar é questionar o tema, os fenômenos, os fatos, as
idéias e as situações na busca de respostas, de soluções e de melhor
compreensão dos mesmos A problematização conduz à aprendizagem
significativa, à reelaboração e à produção de novos conhecimentos, eliminando a
passividade e a simples memorização.
CAPÍTULO IV

DIFICULDADES E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Falar de dificuldade na aprendizagem não é nenhuma novidade. É até


rotina escutar isso na educação. É um grande desafio aos educadores enfrentar
com êxito essas situações. Sabemos que não existe fórmula pronta, o professor é
que faz seu caminho, graças a sua criatividade, procurando sempre sanar as
dificuldades antes que elas se tornam a grosso modo dizendo “comprometedora”.
Diz OLIVEIRA ( 2004, p. 418 ), que a melhor maneira de evitar dificuldades de
aprendizagem consiste em preveni – las. Com isso faz se necessário conhecer
bem a clientela, usar diferentes instrumentos de avaliação e diagnosticar
constantemente. Na prática as escolas acabam por não utilizar os graus de
liberdade que a legislação lhes confere. Nem exercitam a responsabilidade na
hora de decidir em que turma irá colocar um aluno de forma que ele possa
realmente aprender com êxito.

É inegável a influência exercida pela avaliação, não só durante a vida


estudantil, mas também no decorrer da vida social particular ao indivíduo, mas só
no tocante as questões específicas como mercado de trabalho e outras, mas com
relação, inclusive, às escolhas futuras que possa ele fazer ou mesmo à própria
formação de seu caráter e construção de sua personalidade.

Assim, podemos perceber a profundidade com que deveria ser tratada a


questão da avaliação pelas escolas e pelos mestres e mais até, pelas famílias,
pilares que são do contexto social e modelo de organização da nação. Não é
exagerado dizer que a boa formação cultural, bem como a melhoria não só nos
níveis de ensino–aprendizagem, mas de toda a sociedade e os padrões de vida
melhores buscados, passam pela efetiva e consequência aplicação de uma
estrutura avaliativa adequada, que busque fomentar as condições de ensino,
enquanto seja capaz de elevar o nível das propostas de ensino surgidas.

Avaliar não consiste a um julgamento definitivo. Avaliar é pesquisar é


procurar o porque da dificuldade e como solucionar a mesma. Falar de avaliação
nos leva a refletir em momentos e situações diversas. Podemos citar a avaliação
formativa, a qual tem o objetivo central fornecer informações ao professor sobre
como que os alunos estão, as habilidades, conhecimentos e competências que o
aluno precisa adquirir para vencer as etapas do programa de ensino. E através
dessas informações o professor poderá se necessário corrigir o rumo seja
adaptando o programa ao aluno, seja ajudando o aluno a adaptar–se ao
programa. A avaliação somativa permite ao professor ter uma noção objetiva, ao
final de um determinado período letivo, de onde o aluno chegou. Ela não deve ser
confundida com a nota final do ano. Sendo assim ao constatar que os resultados
desejados não foram alcançados é preciso analisar todo o processo desenvolvido
no termo ensino–aprendizagem, pois na instituição educacional, fracasso do
aluno é o mesmo que dizer fracasso da escola. Com isso a avaliação deve ser
encarada como uma reorientação para uma aprendizagem realmente significativa,
que leve em conta os fatores culturais e afetivos dos educandos .

De acordo com o autor LUCKESI, ( 2002, p. 132 ), um aluno que não


consegue “entender” bem o conteúdo de uma disciplina é, por isso mesmo que o
conteúdo oferecido não lhe serviu de apoio para o seu desenvolvimento. Isso quer
dizer que se não entende, logo não faz sentido, não faz parte de sua realidade,
não contribui para o crescimento do mesmo. E se não faz sentido e nem contribui
para o crescimento do mesmo, não tem importância, portanto não aguça a
curiosidade para querer aprender. É fundamental que docente e discente
compartilhem de um saber construído juntos e que se interagem de forma com
que realmente aconteça o ensino–aprendizagem, onde ambas as partes cresça no
conhecimento adquirido.
É importante que a avaliação seja vista como ação transformadora sem
levar tanto em conta o quantitativo, mas também é imprescindível que mais tarde
em universidades ou concursos públicos nossos alunos sejam avaliados pelas
notas que obtiverem. Como diz THURLER (2002, p. 78 ) na situação atual da
cultura da avaliação que será sempre apenas o reflexo da cultura profissional -, a
obrigação de resultados continua sendo uma “missão impossível” para os
professores. Baseando nestas premissas o melhor é fazer valer a verdadeira
avaliação que busca a aprendizagem e o crescimento do discente e ter a
aprovação como conseqüência do aprendizado.

4.1 – Procedimentos e instrumentos de avaliação

A complexidade do processo de aprendizagem dificulta, na avaliação, o


estabelecimento de instrumentos e procedimentos indicadores do real
desenvolvimento dos alunos como um todo, nos diferentes aspectos cognitivos,
afetivos e sociais.

É a partir da concepção de ensino-aprendizagem, da relação pedagógica


que se estabelece, das orientações da prática educativa e do entendimento da
função avaliativa no processo de ensino, que se torna possível delinear
procedimentos de avaliação capazes de informar sobre os processos de
aprendizagem que ocorrem na trajetória da escolaridade do aluno. O professor
deve utilizar técnicas e instrumentos de avaliar diferenciados, ciente de que há
diferentes tipos de avaliação e de que ela desempenha funções diversas. A
seleção desses procedimentos deve também considerar as diferenças dos alunos,
suas formas variadas de expressão e de comunicação, bem como a
especificidade dos conteúdos curriculares.
OLIVEIRA (2004, p.381) vem reforçar dizendo que quando uma escola ou
um professor não consegue que a esmagadora maioria dos alunos atinja os níveis
esperados de desempenho , os dados da avaliação devem servir para a escola
rever seus programas de ensino ou as condições de seus professores e materiais.
É frisar que a avaliação só será realmente significativa a partir do momento, em
que ela atingir um nível de excelência na educação. Uma avaliação que se cerque
de conceitos voltados para a melhoria qualitativa do aprendizado, que se torne
global, onde escola, família e aluno seja avaliado constantemente com o intuito do
fazer melhor.

Compete à criatividade do professor a escolha de procedimentos de


avaliação que favoreçam o uso de diferentes linguagens para a manifestação do
processo de desenvolvimento do aluno como um todo. A título de sugestões
temos: a observação, trabalhos em grupo, prova, produção dos alunos, auto-
avaliação e conselhos de classe.

A avaliação na escola crítica e criativa deve ser um meio e não uma


finalidade, constituindo-se num dos pontos vitais da prática pedagógica do
professor. Ela deve refletir os princípios filosóficos, políticos, sociológicos e
pedagógicos que orientam a relação educativa com vistas ao crescimento e ao
desenvolvimento do aluno em sua totalidade.
CAPÍTULO V

O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR

Podemos dizer que o supervisor, assim como o


professor, não são os donos do saber, não precisam saber tudo sobre
todas as áreas do conhecimento. É necessário, sim, que o supervisor
tenha uma formação sólida em conhecimentos teóricos e de cultura
geral, mas é preciso também que a sua formação permanente
aconteça na reflexão conjunta com o professor com a prática que está
desenvolvendo.

Vasconcelos assevera que é necessário

( ... ) uma sólida formação em termos de uma


concepção de educação e de seus fundamentos
epistemológicos e pedagógicos, aliada a um
conhecimento de conceitos fundamentais de cada
área de saber, bem como uma cultura geral que lhe
permitem uma visão de totalidade da prática
educativa (VASCONCELOS.2002, p. 115 ).
O supervisor não é árbitro do professor, nem o
professor o é do supervisor. Podemos dizer que o supervisor pode e
deve atuar no processo educacional como um orientador simultâneo
das ações educativas. Em outras palavras deve acompanhar a classe
do professor, procurando superar os impasses de significados
negativos impostos à palavra supervisão ou à prática da supervisão,
transcendendo as concepções de controle, poder e assessoramento.

Japiassu e Marcondes ( 1990, p. 183 ) nos ensina que

A noção de objeto caracteriza-se por oposição ao


sujeito, ou seja, designa tudo aquilo que constitui a
base de uma experiência efetiva ou possível, tudo
aquilo que pode ser pensado ou repensado,
distintamente do próprio ato de pensar. Nesse
sentido, o objeto se constitui sempre em uma
relação com o sujeito.

Nesse sentido , o objeto específico da supervisão na


escola é a organização do trabalho pedagógico. É interessante
ressaltar que a supervisão, dirige-se, na verdade, ao ensino -
aprendizagem. O seu objeto é a qualidade educativa, porém os
critérios e a apreciação da ação não devem ser impostos de cima para
baixo em uma perspectiva de receituário, mas na interação entre
supervisor e escola.

Quanto à avaliação, sabe – se que é um tema muito


debatido no universo educacional, pois é de suma importância no
processo ensino e aprendizagem, a supervisão deve estar sempre
atenta ao tema, pois pode fazer possíveis mudanças de condutas e
procedimentos para melhoria do processo educativo procurando
assegurar um acompanhamento aos componentes educativos que
fazem parte do processo de ensino e de aprendizagem, como forma
de caracterizar e imprimir sua identidade pelo que congrega, reúne,
articula e soma.

Rangel ( 2003, p. 92 ) diz

Reavaliem–se, portanto, os conceitos, os


procedimentos e instrumentos com que se verificam
os produtos da aprendizagem, procurando– se,
ainda, meios de qualificar e contextualizar a
avaliação, focalizando as atividades do dia – a –dia,
os níveis de participação e possíveis contribuições
trazidas da experiência, do conhecimento
espontâneo dos alunos.

Sendo assim é fundamental que o supervisor esteja


constantemente voltado à pesquisa e à observação, reavaliando – se
para melhor avaliar o ensino e a aprendizagem de forma a contribuir
com o enriquecimento da mesma. Dessa forma o supervisor torna - se
o sujeito que participa da produção dos professores na escola por
meio de suporte à gestão. E essa participação deve sempre criar um
processo dialógico que permita repensar a qualidade educativa que
está inserido e procurar assegurar a regularidade pedagógica e
administrativa da escola, levando em conta a relação entre escola,
sociedade e conhecimento. Com isso é imprescindível que supervisor
estruture o seu trabalho de forma sistematizada, tendo em vista a
construção da práxis supervisora, alicerçada na ação–reflexão sobre o
seu trabalho.
CONCLUSÃO

Nas escolas, a avaliação sempre esteve presente,


hoje podemos considerar que foram de formas inadequadas, mas
essencial para a aprendizagem.

O desafio é, como avaliar de maneira que contemple


as necessidades institucionais sem que fragmente a experiência do
aluno. Um processo avaliativo, em que o aluno é o sujeito que se auto
– avalia, é participante ativo da construção do conhecimento, onde
docente e discente se interagem de forma crítica, não autoritária, e
que predomine o diálogo. Onde o afeto e o respeito, as dúvidas e as
idéias os conduz à compreensão e à construção do conhecimento.
Quando falamos do perfil do professor, percebemos que devemos
partir da indagação sobre o que determina o desempenho do
professor na prática pedagógica e como se realiza o ato pedagógico
escolar. Para ela afluem as contradições do contexto escolar, os
conflitos psicológicos, as questões da ciência e as concepções de
valor daqueles que compõem o ato pedagógico: O professor e o aluno.
Para muitos alunos, a acomodação prevalece, enquanto para outros a
cobrança è fator dominante.

Nos últimos anos as instituições escolares vem


sendo pressionadas a repensar seu papel diante das transformações
que caracterizam o acelerado processo de integração e reestruturação
capitalista mundial. Entende – se, contudo, que o professor não é o
único responsável pelo processo de ensino – aprendizagem de seus
alunos. É responsabilidade de todos os profissionais da escola a
criação de um espaço coletivo para discussão e análise dos
problemas de aprendizagem dos alunos, bem como elaboração
conjunta de planejamentos, sempre informada pelos dados pertinentes
à formação contínua do discente.

Por terem sidos educados e formados em uma


concepção tradicional, os pais por sua vez demonstram resistência
em aceitar métodos “alternativos” de avaliação, que vão além das
provas e notas, e isso leva muitas vezes, professores temerem
mudanças nos critérios avaliativos.

Torna – se fundamental uma escola política, social,


solidária com maior flexibilização e autonomia, dessa forma será
possível implementar ações diversificadas de acompanhamento
daqueles que necessitam de ajuda em sua aprendizagem, bem como
investir em políticas de formação e aperfeiçoamento dos próprios
educadores que enfrentam dificuldades em sua prática. E como disse
LUCKESI ( p. 72 ):

“Avaliação tem por base acolher uma situação para


só então ajudar a sua qualidade, tendo em vista dar–lhe um suporte
de mudança, se necessário.”

Sendo tão valorizada no âmbito institucional, é


necessário que sejamos suficientemente críticos para percebermos
que, os processos de avaliação podem, ás vezes, funcionar muito
mais como um “objeto não identificado” que, camufladamente,
“dispara” autoritarismo, discriminação, ameaça ou punição do que
como elemento revelador de um comprometimento do profissional com
o processo de ensino – aprendizagem.

Sob estas constatações não está implícita uma


idéia de que se deva abolir a avaliação, mas a latência de uma grande
inquietude quanto ao conceito distorcido ( e corrente ) de avaliação
que, posto em prática, relata o nível assimétrico das relações de poder
existentes entre professores e aprendizes, bem como uma visão
distorcida de educação.

Não podemos deixar de avaliar o processo da


aprendizagem, precisamos aprender a fazer parcialmente e
adequadamente para dar suporte à ação educativa. Para tanto torna –
se essencial que a instituição escolar como um todo se auto-avalie
constantemente para que tenhamos uma escola verdadeiramente
comprometida com a educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de
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LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 13ª


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OLIVEIRA, João Batista Araújo. ABC do Alfabetizador. 2ª Edição,


Belo Horizonte: Alfa Educativa, 2004.

OLIVEIRA, João batista Araújo. CHADWICK, Clifton. Aprender e


Ensinar, 6ª Edição Revista, Belo Horizonte: Alfa Educativa, 2004.

PERRENOUD, Philipe. Avaliação – Da excelência à Regulação das


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THURLER, Monica Gather: As Competências Para Ensinar No
Século XXI : A Formação Dos Professores e o Desafio Da Avaliação.
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VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: projeto de


ensino- aprendizagem e projeto político- pegagógico.11.ed.São Paulo:
libertad, 2002.
ANEXOS
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Curso: Supervisão Escolar

O presente questionário tem como objetivo a coleta de dados para a realização de


uma monografia de final de curso.

A sua participação é de suma importância para atingir meu objetivo.


Antecipadamente eu gostaria de agradecer pela sua colaboração.

Elisângela Maria da Costa Santos.

Nome: ____________________________________________________________

Escola: ___________________________________________________________

Quantos anos você trabalha na escola? _______________________________

1- Gostaria que você me relatasse os principais problemas de aprendizagem que você


enfrenta no seu dia - a - dia como professora da Escola Municipal “Frei Patrício”.

2- Como é sua relação com seus alunos?

3- Qual o principal meio de transporte utilizado por seus alunos?

4- O que sua escola promove para integrar novos alunos na sala de aula?

5- O que sua escola faz para sanar as dificuldades de aprendizagem?

6- Como é feita a avaliação da aprendizagem dos alunos de sua escola?

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