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Programação de produção
© SENAI-SP, 2012.
Material didático organizado pelo núcleo de Meios Educacionais da Gerência de Educação para a
qualificação Programador de produção, da Formação Inicial e Continuada.
Equipe responsável
Organização Giocondo Marino Antonio Gallotti
E-mail senai@sp.senai.br
Home page http://www.sp.senai.br
Introdução
O sistema de planejamento e controle da produção, atualmente incorporado ao
departamento de logística nas grandes empresas, é uma área de decisão da
manufatura, cujo objetivo corresponde tanto ao planejamento como ao controle dos
recursos do processo produtivo a fim de gerar bens e serviços. Sendo uma das áreas
de decisão da infra-estrutura da manufatura, é objeto dos seguintes conjuntos de
decisões:
• Gerenciamento da demanda;
• Planejamento da capacidade no médio prazo;
• Gerenciamento dos estoques (inventário);
• Funções dos estoques na configuração do processo.
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Demanda dependente
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Informações para o planejamento das necessidades de materiais (PNM)
Essas informações referem-se aos seguintes itens:
• A estrutura do produto ou lista de materiais relativas aos componentes e
submontagem de cada produto final;
• O plano mestre dos itens finais exigidos;
• O estado de estoque dos itens a mão e sob pedido, tamanhos de lote, tempos de
atendimento etc.
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O problema que o OPT enfrenta são os gargalos.
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10. Os tempos de produção são resultados da programação e não podem ser
determinados a priori. A variação no suprimento e no processo de manufatura
apresentam variações não planejadas numa base dinâmica. Assim, os gargalos
são dinâmicos não somente na sua severidade, como também na sua intensidade,
resultando em tempos de produção diferentes.
O OPT não deve ser visto como alternativa para o MRP, sendo possível utilizá-los
simultaneamente. A grande vantagem trazida pelo OPT é sua simplicidade na
focalização das restrições críticas ou gargalos.
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©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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JIT – Just in Time
Este capítulo trata o Just in Time como uma abordagem gerencial e em seguida,
descreve os tipos de desperdícios e sua eliminação conforme a filosofia JIT, além de
introduzir o conceito de manufatura enxuta.
Introdução
O Just in Time (JIT) é a abordagem gerencial que, por excelência. Possibilitou ao
Japão garantir supremacia na manufatura sobre as empresas ocidentais. As origens do
JIT remontam a década de 50, na qual a Toyota Motor Company, através dos esforços
de Taiichi Ono, desenvolveu um sistema de produção que respondia com rapidez e
flexibilidade às demandas de mercado com a menor geração possível de estoques.
Desde então, tornou-se patente que apenas produtividade elevada não seria suficiente
para atender a um mercado cada vez mais exigente em variedade de produtos e de
quantidades. As empresas deveriam também ser capazes de unir dois aparentes
paradoxos: a produtividade e a flexibilidade.
Para tanto, surgiu o termo produção enxuta, como sendo o conceito que uniria o JIT
com a Qualidade Total (TQM), a Manutenção Produtiva Total (TPM), com especial
cuidado com a gestão dos recursos humanos. O termo produção enxuta foi lançado
com o livro “A máquina que mudou o mundo”, que mapeou o processo industrial
automobilístico a partir de estudo de cinco anos do Massachusetts Institute of
Technology (MIT). Com o intuito de responder rapidamente a esse mercado exigente e
competitivo, a estrutura produtiva deve ser também extremamente ágil, no sentido de
ser veloz e flexível. Dessa forma, vem se consolidando o conceito da manufatura ágil,
na qual a organização deve procurar responder rapidamente as necessidades variadas
e mutáveis de seus clientes.
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O Just in Time
Portanto, pode-se definir Just in Time como a filosofia de produção capaz de permitir a
produção da quantidade de fato requerida no momento exato.
A abordagem JIT talvez seja um dos melhores exemplos de viabilização prática dos
conceitos da cadeia cliente - fornecedor.
Assim, cada uma dessas etapas, sejam operações em estações de trabalho ou mesmo
peças em seções produtivas, são clientes e fornecedoras de trabalho nas relações que
possuem entre si.
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O JIT possui duas obsessões: a simplicidade e a redução de desperdícios. A
simplicidade está na utilização de técnicas de controle de produção capazes de
permitir a produção somente mediante requisição imediata. A técnica Kanban (significa
um cartão de sinalização que controla os fluxos de produção ou transportes em uma
indústria) que possibilita o acionamento da ordem uma vez emitida pela operação
imediatamente posterior. Quanto à redução de desperdícios, esta se dá
essencialmente pela redução do fluxo de materiais na linha de produção e nos
estoques de matérias primas, semi acabados e produtos finais. No entanto, a visão do
JIT sobre o que é considerado desperdício vai além da questão de materiais, embora
todas elas estejam ainda que indiretamente relacionadas com os mesmos. Assim,
desperdícios para o JIT referem-se a:
• Superprodução - Produzir mais do que se precisa significa antecipar custos para
receitas que só ocorrerão a posteriori. Portanto, tal situação afeta negativamente o
fluxo de caixa. Além desse aspecto, tem-se também o fato de que o excesso de
produção acima do planejado provoca também aumento dos custos de produção e
armazenagem.
• Esperas (filas) - Falta de balanceamento no fluxo produtivo decorrido de gargalos
ao longo da linha de produção reduz a vazão da mesma. As filas são decorrentes
da espera do material para ser processado em uma máquina ainda ocupada na
produção de um outro item ou paralisada por deficiência em sua manutenção ou,
ainda, para a execução de setup.
Desperdícios no transporte
Sistemas inadequados de transporte para atender a vazão requerida pelo fluxo, lento
ou mesmo não garantindo a integridade física dos materiais em movimentação.
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Tal investimento deve, obviamente, ser avaliado através do benefício auferido,
considerando-se a redução de custo decorrente das perdas dos materiais devido à má
armazenagem. No entanto, é necessário se verificar de antemão se os materiais não
ficam em estoque tempo superior àquele de fato requerido. Assim, se a empresa
optasse por uma alternativa de redução de estoque, talvez não fosse necessário se
investir em armazenagem, uma vez que permanecendo um tempo menor em estoque
o risco de deterioração seria também minimizado. Além desse aspecto, tem-se
também a perda decorrente da obsolescência do material estocado, pelo fato do
mesmo não ser mais requerido no processo produtivo de novos produtos. No caso dos
itens processados pela empresa, tal perda é ainda mais maléfica, pois além do
material perdido tem-se também o desperdício do valor já agregado, ou seja, o esforço
de homens, máquinas e energia, do decorrente tempo e dinheiro investidos no
processo produtivo.
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Estoques em processamento exagerado são deliberadamente desenvolvidos para
atender aos elevados índices de refugo existentes no processo. Dessa forma, tais
estoques verdadeiramente “mascaram” os problemas do processo, pois que a
produção de quantidades excedentes ao de fato requerido pela etapa produtiva cliente
age como um paliativo no atendimento às metas de produção estipuladas e,
consequentemente, ocultando a natureza dos reais problemas produtivos, evitando-se,
assim, medidas para sua posterior solução.
Movimentos desnecessários
Os movimentos desnecessários estão associados a métodos inadequados de
produção. Uma operação, quando estudada e planejada, é formalizada num método de
trabalho, o qual é o ponto de partida para a padronização e treinamento.
Assim, não há planejamento sem método, o qual, não existindo, não possibilita
treinamento. Esse círculo vicioso demanda a formalização. Existindo o método, há que
se estudá-lo no sentido de aprimorá-lo continuamente. Seu aprimoramento será de tal
forma a se minimizar, se possível eliminar, todas as etapas do roteiro de execução da
tarefa que não agregue valor. A mais fragrante delas refere-se aos movimentos
desnecessários, os quais, além de fatigar o trabalhador, ainda impedem uma efetiva
utilização do tempo disponível para produção.
Movimentação de materiais
A movimentação de materiais visa através de operações necessárias, sem paradas ou
movimentos desnecessários, que levem a refugos ou retrabalhos.
Produtos defeituosos
Os produtos defeituosos são resultados de um processo produtivo e de inspeção
inadequados, que permitem a propagação de um erro ao longo da cadeia produtiva.
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De uma forma geral, pode-se dizer que um reduzido estoque de compra se traduz em
reduzido lead time (conhecido como tempo de aprovisionamento, é o período entre o
início de uma atividade, produtiva ou não, e o seu término) de inspeção, reduzido lead
time de aquisição e reduzida quantidade de rejeitos.
Conclusão
Assim, concluímos que o estoque mascara muitas vezes os problemas. Então,
remover estoques acaba revelando problemas.
©SENAI-SP, 2012.
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8 edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Balanceamento de linha de produto
Introdução
As decisões de leiaute se referem à disposição da produção, apoio, serviços de
clientes e outras instalações. Os leiautes podem ser investimentos caros, porém estes
afetam o manejo dos materiais, a utilização dos equipamentos, o inventário, a
produtividade do operário e até mesmo as comunicações e o moral dos empregados.
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O balanceamento de linha é a divisão das atividades de trabalho sequencial em postos
de trabalho, a fim de obter uma alta utilização da mão de obra e do equipamento e,
assim, minimizar o tempo ocioso. As atividades de trabalho compatíveis são
combinadas em agrupamentos de tempo aproximadamente igual e que não violem as
relações de precedência. A duração do trabalho, em que um componente permanece
em cada posto de trabalho, é denominada tempo de ciclo (TC) ou tempo “takt” (tk).
n
∑ ti
i =1
TC (3.2)
Onde:
ti= tempo de cada operação.
TC = tempo de ciclo.
Exemplo
Imagine a seguinte sequencia operacional.
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Se essa linha opera 7 horas diariamente, sendo desejada uma produção de 600 peças
por dia, pergunta-se:
• Qual a duração do ciclo?
• Qual o número mínimo teórico de operários?
Com base nos cálculos, obteve-se um número teórico de operadores igual a 3,73,
sendo assim, o número real de operadores é igual a 4.
21
Sendo assim, para o exemplo.
3,73
ξ= = 0,93 ⇒ 93%
4
Com base nesse fato, podemos disponibilizar os postos de forma que a somatória de
operações não ultrapasse esse tempo, pois o mesmo dita o ritmo da linha.
Essa metodologia utilizada considera que os tempos sejam os tempos padrões das
operações, ou seja, as permissões e fadigas foram previamente consideradas e o
tempo disponível seja o tempo efetivamente trabalhado.
Veja o esquema.
©SENAI-SP, 2012.
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
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Produção Enxuta
Introdução
O programa da produção enxuta, adotado pelas organizações como resposta às
pressões exercidas pelo mercado, ocorreu no Japão a partir do final da década de 40.
No entanto, o despertar para esses conceitos, por parte do mundo ocidental, veio a
ocorrer apenas no final da década de 80, em especial com o lançamento do livro. A
máquina que mudou o mundo, de WOMACK & JONES (1992).
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Princípios da produção enxuta
A produção enxuta possui cinco princípios básicos, cujo objetivo é tornar as empresas
mais flexíveis e capazes de responder efetivamente às necessidades dos clientes:
1. Determinar precisamente o valor por produto específico: é o ponto de partida e
deve ser definido segundo as perspectivas dos clientes finais.
2. Identificar a cadeia de valor para cada produto: é o conjunto de todas as atividades
para se levar um produto específico a passar pelas tarefas de desenvolvimento, de
gerenciamento da informação e da transformação física propriamente dita.
3. Fazer o valor fluir sem interrupções: é necessário fazer com que as etapas que
criam valor fluam. Isso exige uma mudança de mentalidade, o produto e suas
necessidades devem ser o foco, e não as máquinas e equipamentos. O objetivo é
reduzir as atividades que não agregam valor.
4. Deixar com que o cliente “puxe” o valor do produtor: é fazer o que os clientes
(internos ou externos) precisam no momento certo, permitindo que o produto seja
“puxado” quando necessário, isso minimiza os desperdícios comumente
encontrados em sistemas “empurrados”.
5. Buscar a perfeição: fazer os quatro princípios anteriores interagirem em um
processo contínuo na eliminação dos desperdícios.
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3. Transporte excessivo: Movimento excessivo de pessoas, informação ou peças,
resultando em dispêndio desnecessário de capital, tempo e energia.
4. Processos inadequados: Utilização de ferramentas de forma inadequada, sistemas
ou procedimentos, geralmente quando uma abordagem mais simples pode ser
mais efetiva.
5. Inventário desnecessário: Armazenamento excessivo e falta de informação ou
produtos, resultando em custos excessivos e baixa performance do serviço
prestado ao cliente.
6. Movimentação desnecessária: Desorganização do ambiente de trabalho,
resultando em baixa performance dos aspectos ergonômicos e perda frequente de
itens.
7. Produtos defeituosos: Problemas frequentes no processo, problemas de qualidade
do produto, ou baixa performance na entrega.
Por fim, em muitas empresas de manufatura, esses três tipos de atividades podem ser
encontrados, em média, na seguinte proporção:
• 5% de atividades que agregam valor;
• 60% de atividades que não agregam valor;
• 35% de atividades que não agregam valor, porém necessárias.
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O que sugere a existência de um ambiente propício para a realização de esforços
voltados para a redução do desperdício.
Para tanto, a produção enxuta engloba uma série de conceitos, práticas e ferramentas.
Células de manufatura
As células de manufatura referem-se ao arranjo físico das máquinas, que deve ser
definido segundo o fluxo de operações necessário para a fabricação do produto. Visa à
otimização do transporte entre os equipamentos e a maximização da utilização da mão
de obra (operador flexível). Dessa forma, a quantidade de mão de obra pode ser
adequada ao volume, o abastecimento de material é facilitado e a comunicação entre
os operários é aumentada, tornando mais rápida à detecção de defeitos.
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Operários multifuncionais
Produção “puxada”
Entendemos como produção “puxada”, a produção onde deve ser feita o máximo
possível de acordo com o pedido real do cliente, e não de acordo com a previsão de
consumo dele. Isso porque, na maioria das vezes, esses dois não são iguais, o que
acarreta em inventários e excesso de produção.
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Sistema de controle kanban
©SENAI-SP, 2012.
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT – Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. . Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Produção enxuta - ferramentas da manufatura
Introdução
Vamos iniciar mostrando a relação de práticas e ferramentas da produção enxuta.
Balanceamento da produção
Nivelamento da produção
Enfim, refere-se à programação das atividades do chão de fábrica. Essa prática visa
alcançar um mix de produção que reduza estoques de determinados itens, dando, ao
mesmo tempo, certa flexibilidade ao sistema.
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Mecanismo de prevenção de falhas ou “pokayoke” (poka = erros ; yoke = evita)
É um mecanismo para prevenir componentes defeituosos pela colocação de diversos
dispositivos de detecção de falhas nas ferramentas e equipamentos. A ideia é também
expandi-las para as linhas de trabalho manual. Se alguma coisa irregular ocorre numa
linha de produção, o operário pressiona seu botão de parada, sustando toda a linha.
Isto visa melhorar as atividades de inspeção e garantir que os defeitos sejam
identificados e eliminados o mais rapidamente possível. Contribui significativamente
para a eliminação de um tipo de desperdício, a fabricação de produtos com defeitos.
Manutenção preventiva
A manutenção preventiva visa diminuir os desperdícios associados à baixa
disponibilidade dos equipamentos por motivo de quebra. A confiabilidade dos
equipamentos deve ser aumentada e os tempos de quebra, reduzidos. Quando ocorre
quebra, os operadores ficam “esperando” os equipamentos serem consertados.
Depois, esse tempo deve ser compensado, normalmente com horas extras.
Limpeza e organização
Num ambiente limpo e organizado, os operadores não perdem tempo com atividades
que não agregam valor ao produto, como: procurar peças e ferramentas e movimentar-
se por caminhos mais longos.
Qualidade no processo
A qualidade no processo indica que as operações devem ser feitas corretamente para
que a qualidade do produto esteja assegurada, diminuindo os custos relacionados à
inspeção e retrabalho.
Essa prática, assim como outras da produção enxuta, insere-se no contexto da TQM
(Total Quality Management), cujos princípios e ferramentas, como os Sistemas de
Qualidade (Normas ISO e Baldridge Award), o controle estatístico dos processos, e o
Kaizen, são tão amplos como o da própria produção enxuta. O sistema kaizen tem
como premissa a melhoria contínua e sua filosofia consiste em um importante recurso
na busca incessante da melhoria de processos produtivos e administrativos, tornando-
os mais enxutos e velozes.
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Controle visual
O controle visual é feito quando as informações são imediatamente vistas por aqueles
que precisam delas; tem-se uma série de benefícios. Permite que os operadores façam
seu trabalho com mais facilidade, mais motivados, e ainda elimina-se uma série de
controles e planejamentos ineficazes.
Quadros de informação
Os quadros de informação geralmente contêm métodos de trabalho padrão, objetivos e
indicadores de desempenho, em conjunto com os quadros de comunicação. São
ferramentas que facilitam o trabalho no chão de fábrica e aumentam a motivação dos
operários.
Compras JIT
O sentido das compras JIT é o de comprar pequenas quantidades, só quando
necessário, eliminando desperdícios de inventários, como operações de controle,
espaço para armazenagem, capital imobilizado, juros etc.
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Classificação ABC (Activity-Based Costing) dos componentes de cada família
A classificação ABC dos componentes deve estar baseada num procedimento para
priorização de estoque. Isso porque, em qualquer estoque que contenha mais de um
item, alguns serão mais importantes para a organização do que outros. Nesse
contexto, uma política de priorização de estoque bastante utilizada é a Lei de Pareto
(regra 80/20), segundo a qual cerca de 20% de todos os itens estocados são
responsáveis por aproximadamente 80% do valor dos estoques. Tais itens devem
então ser classificados conforme o seguinte critério de priorização:
• Itens classe A: são aqueles 20% de itens de alto valor, que representam cerca de
80% do valor total do estoque;
• Itens classe B: são aqueles de valor médio, usualmente, os seguintes 30% dos
itens que representam cerca de 10% do valor total;
• Itens classe C: são aqueles de baixo valor, que apesar de compreender cerca de
50% do total de tipos de itens estocados, representam somente 10% do valor total
dos itens em estoque.
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• Tempo de espera em fila - Uma forma de reduzir o tempo de fila é reduzir os lotes
de produção de todas as ordens na fábrica, assim como reduzir os tempos de
preparação das máquinas. Outra providência é executar o fluxo contínuo das linhas
(lote unitário), não permitindo a formação de estoques entre os postos de trabalho.
Finalmente, a coordenação dos diversos estágios da produção, para que produzam
somente o que e quando os estágios posteriores requerem, também contribui para
a redução do estoque em processo, reduzindo o tempo de fila. Essa última
providência é garantida pelo sistema Kanban.
• Tempo de preparação de máquinas (setup) - A redução do tempo de preparação
na troca de modelos permite a diminuição dos lotes de produção. Assim, diminui-se
o estoque intermediário e final. Além disso, se ganha flexibilidade de entrega para o
cliente, porque diminui o tempo de passagem. Por fim, ainda traz a vantagem de
que, caso o lote tenha algum problema de qualidade que não pôde ser detectado
durante a produção, o lote a ser retrabalhado, ou descartado, é menor.
A redução dos tempos de preparação de máquina pode ser obtida com a ajuda das
seguintes prescrições práticas:
• Documentar como o setup é feito atualmente (filmar o procedimento é
recomendado), e procurar eliminar passos e reduzir os tempos dos passos
remanescentes;
• Separar criteriosamente o setup interno do setup externo. Vale ressaltar que
apenas o primeiro se refere a atividades que requeiram que a máquina esteja
totalmente parada para que sejam realizadas;
• Converter, na medida do possível, o setup interno em setup externo;
• Preparar o próximo processo de setup cuidadosamente e bem antes do momento
em que este será necessário;
• Modificar o equipamento para permitir uma preparação fácil e uma pequena
necessidade de ajustes;
• Desenvolver métodos de modo a possibilitar a uma só pessoa executar a maior
parte do setup;
• Programar para uma máquina produtos e componentes que utilizem a mesma
preparação ou exijam preparação simples na troca de um produto para outro;
• Praticar o processo de preparação da máquina.
Tempo de processamento
Segundo a filosofia JIT, o tempo de processamento é o único que vale a sua duração,
pois nele se agrega valor ao produto.
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Tempo de movimentação
O tempo de movimentação é reduzido pela utilização do layout celular. Outra
providência no sentido de reduzir esse tempo é trabalhar com lotes pequenos e
eventualmente menores que o lote de produção, que podem ser movimentados
rapidamente. A Produção Enxuta, assim como o JIT, também encoraja a administração
a resolver os problemas, ao invés de “encobri-los” com estoques em excesso,
estoques de segurança e longos tempos de passagem.
©SENAI-SP, 2012.
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Fluxo de uma peça
Introdução
Uma alternativa para eliminar os desperdícios em uma célula de manufatura é
substituir o tradicional sistema de produção em lote para o sistema conhecido como
fluxo de uma peça.
Desde que as máquinas são arranjadas em sequência, o fluxo pode ser organizado de
maneira que uma peça seja completada e enviada para o operador seguinte, a fim de
realizar o próximo processo.
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As máquinas são colocadas mais próximas de maneira que as peças não possam ser
estocadas em um grande container, ao contrário, as peças são enviadas para o
processo (etapa) seguinte como uma peça ou um pequeno lote, reduzindo, assim, as
peças em processo e o tempo de fabricação.
Somente os containeres pequenos são usados para mover a peça para o próximo
operador, pois, geralmente, containeres não são usados em sistemas de produção
enxuta.
Takt Time
O tempo disponível para um período de trabalho, por exemplo, pode ser um dia de
trabalho, que o posto de trabalho possui, para efetuar a demanda dos clientes. É
calculado considerando todo o tempo à disposição da produção (subtraindo-se almoço,
café e necessidades pessoais etc).
∑ tempo de ciclo
Nop =
Takt time
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Vantagens
A tabela 1 lista elementos da manufatura e compara a manufatura tradicional com
produção enxuta.
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O fluxo de uma peça e o multiprocesso parecem ser facilmente implementado em uma
operação considerada simples. Porém, quando uma fábrica está operando por muitos
anos, pelo modelo de manufatura tradicional, não é tão simples a conversão, pois
envolve também uma situação cultural (mudança).
©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Mapeamento do processo e mapeamento do
fluxo de valor
Mapeamento do processo
Com base nesse conceito, em uma empresa industrial, entende-se como processo o
percurso realizado por um material desde que entra na empresa até que dela sai com
um grau determinado de transformação. Uma operação é o trabalho desenvolvido
sobre o material por homens ou máquinas em determinado tempo.
39
Em empresas de serviços, o material fundamental é a informação.
40
As etapas básicas que constituem a técnica do mapeamento do fluxo de valor estão
representadas na figura 2.
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Ícone Descrição Observações
Informação Descreve um fluxo de informação
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Ícone Descrição Observações
Supermercado
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Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. . Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Mapeamento da situação atual, futura e células
de manufatura
Todos os processos são identificados e algumas informações básicas sobre eles são
coletadas a partir de uma caixa de dados padrão. As informações que podem estar
contidas nessa caixa de dados são:
• Tempo de ciclo (T/C): tempo entre um componente e o próximo saírem do mesmo
processo, normalmente dado em segundos;
• Tempo de trocas (T/TR): tempo para mudar a produção de um tipo de produto
para outro. Envolve, por exemplo, o tempo de troca de ferramentas ou setup;
• Disponibilidade: tempo disponível por turno, no processo, descontando-se os
tempos de parada e manutenção;
• Índice de rejeição: índice que determina a quantidade de produtos defeituosos
gerados pelo processo;
• Número de pessoas necessárias para operar o processo.
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Um fluxo “puxado” acontece quando o processo posterior determina a produção nos
processos anteriores.
Um fluxo “contínuo” ocorre quando uma peça vai diretamente de um processo ao outro
sem que haja uma interrupção, é o chamado fluxo unitário de peças. Vale ressaltar que
existem ícones específicos para cada tipo de fluxo de materiais.
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Mapeamento da situação futura
TPT significa “Toda Parte Todo...” (turno, dia, semana, pitch, takt, etc.). Trata-se da
frequencia com que o processo deve se modificar para fazer todas as peças
novamente.
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Células de manufatura
A forma de organização das máquinas em uma célula depende dos tipos de processos
utilizados na empresa. Além disso, das restrições de tamanho, emissão de poluentes,
mobilidade das máquinas que compõem o leiaute etc.
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O layaute por processo ou funcional é o tipo pelo qual todos os processos e os
equipamentos do mesmo tipo são alocados em uma mesma área.
As células de produção são indicadas para ambientes flow shop, ou seja, ambientes
com um fluxo de peças bem definido. Outro fator que inviabiliza a utilização dos
conceitos de célula de produção num ambiente job shop é a necessidade de
duplicação de máquinas. Muitas vezes, essa necessidade pode representar custos
muito elevados para a organização.
Por outro lado, quando trabalhamos com o conceito de mini fábricas de produção,
problemas como duplicação de máquinas são minimizados, visto que não existe uma
dedicação tão exclusiva para uma linha de produtos como no ambiente celular.
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Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Embalagem
Introdução
A embalagem pode ser classificada por função e por tipo.
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Normas Técnicas
Uma fábrica, especializada em projetar e fabricar embalagens usa todo o rigor técnico,
desde a aprovação da matéria prima até o produto final. Pronta à embalagem, são
feitos testes de laboratório como o de queda livre, compressão, impacto, tombamento
e vibração.
Com isso, foi elaborado um manual “5 Step Packaging Development”, que indica “em
cinco passos” testes de queda e vibração.
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4º Passo: O projeto e a fabricação da embalagem protótipo - é elaborado de acordo
com os passos 1, 2 e 3 e consideram o custo do material de embalagem, tipos de
projeção que deve oferecer, exigências de transportes e todos os aspectos envolvidos
na confecção de embalagens.
Armazenagem
53
Por tipo de acesso:
Estocagem
54
Princípios de estocagem
Com o aumento das trocas entre países, foi tornando-se necessário estabelecer
normas e medidas para os recipientes de manuseio. Foi então organizada uma
comissão internacional cujo resultado elegeu um pallet de 1.100 mm × 1.100 mm, com
área mais próxima a todos.
Existem vários tipos de pallets (duas entradas, quatro entradas e uma face ou duas
faces).
As mercadorias que vão ser acomodadas sobre os pallets não têm o mesmo tamanho.
Há toda uma técnica de estudos de arranjos físicos para preparar uma carga unitária.
Esta técnica envolve a aplicação de algumas fórmulas algébricas. O pallet não é a
única forma de portar materiais e formar cargas unitárias, existem outros tipos de
recipientes. O manuseio correto de peças a granel demandou recipientes em madeira
ou metal, sempre elaborados dentro do conceito inicial do pallet. Conjuntos montados
podem ser dispostos em racks, nas quais os dispositivos especiais oferecem fácil
acomodação ao conjunto.
55
A distribuição de carga, sobre o pallet, é de grande importância no planejamento de um
sistema de manipulação. É conveniente determinar um arranjo típico para a
padronização das operações. Elementos destinados a trabalhar com os pallets devem
ser treinados, a fim de saberem qual a maneira correta de carregá-los com volumes de
determinados tamanhos. O arranjo mais indicado para determinado tipo depende de:
• Tamanho da carga;
• Peso do material;
• Carga unitária;
• Perda do espaço;
• Compacidade;
• Métodos de amarração.
A utilização de fitas metálicas é a maneira mais segura de prender cargas aos pallets.
Técnica de estocagem
As maneiras mais comuns de estocagem de materiais podem ser assim generalizadas:
• Caixas - são adequadas para itens de pequenas dimensões.
• Prateleiras - destinam-se a peças maiores ou para o apoio de gavetas ou caixas
padronizadas.
• Racks - são construídos especialmente para acomodar peças longas e estreitas,
como tubos, vergalhões, barras, tiras, etc.
• Empilhamento - é o arranjo que permite o aproveitamento máximo do espaço
vertical, ou aquela constituída por prateleiras dotadas de seções curtas de
transportadores de roletes ou rodízios em declive da entrada para a saída.
Corredores
Seu número depende da facilidade de acesso desejada. Assim, quando a quantidade
de mercadorias em estoque for elevada, podem ser formadas ilhas com várias pilhas.
Mercadorias sobre prateleiras requerem corredores a cada duas filas.
Pilhas
O topo das pilhas de mercadorias deve ficar um metro, aproximadamente abaixo dos
sprinkers contra incêndios.
56
Portas
Devem permitir a passagem de empilhadeiras carregadas. Têm normalmente 2,4 m de
altura e igual à largura.
Piso
Devem ser construídos em concreto e suportar o peso dos materiais estocados e o
trânsito das empilhadeiras carregadas.
Embarque
O local destinado a embarque tem normalmente 1,25 m de altura sobre o piso, para
facilitar as operações. A demora das operações de carga varia com o equipamento
para manuseio.
Escritórios
Algumas empresas possuem instalações centrais onde estão localizados escritórios,
controle, manutenção etc. Todo armazém tem de estar equipado para combater
incêndios, com extintores e sinais de alarme. Um armazém, dependendo do tipo de
mercadorias estocado, precisa de ar condicionado, controle de umidade, depósitos de
combustível para empilhadeiras etc.
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©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
58
Abordagens básicas da manutenção
Introdução
Os ativos são os bens e direitos de uma empresa. Toda e qualquer fábrica ou
instalação industrial que pretenda fabricar alguma coisa precisa de vários meios (bens)
que permitam a produção. Tais meios podem ser simples tesouras e agulhas, assim
como conjuntos de alta complexidade abrangendo máquinas automáticas,
equipamentos simples como bombas e ventiladores até conjuntos operando
simultaneamente, produzindo artigos diversos.
Por tais motivos, toda atividade produtiva exige manutenção. Sem ela, a produção
entra em colapso.
59
Manutenção
Esses fatores exigem matéria prima com padrão de qualidade alta, pessoal de
operação bem preparado e também uma manutenção eficiente e adequada.
Para o pessoal envolvido com a produção, assim como para os envolvidos em cálculos
econômicos e financeiros, a manutenção aparece apenas como uma despesa, sendo
combatido com o objetivo de diminuí-lo ao mínimo possível, sem observar as
consequências de tal diminuição.
60
Pesquisa feita nos Estados Unidos com mais de 400 empresas líderes de setor mostra
que 25% delas atribuem seu êxito à alta utilização da capacidade instalada.
Benefícios da manutenção
Para uma empresa, a manutenção adequada de seus ativos (bens), pode trazer os
seguintes benefícios:
• Segurança melhorada - Instalações bem mantidas têm menor probabilidade de se
comportarem de forma previsível ou não padronizada, ou falhar totalmente, todas
podendo apresentar riscos para o pessoal;
• Confiabilidade aumentada - Conduz a menos tempo perdido com consertos das
instalações, menos interrupções das atividades normais de produção, menos
variação da vazão de saída e níveis de serviço mais confiáveis;
• Qualidade maior - Equipamentos mal mantidos têm maior probabilidade de
desempenho abaixo do padrão e causar problemas de qualidade;
• Custos de operação mais baixos - Muitos elementos de tecnologia de processo
funcionam mais eficientemente quando recebem manutenção regularmente:
veículos, por exemplo;
• Tempo de vida mais longo - Cuidado regular, limpeza ou lubrificação podem
prolongar a vida efetiva das instalações, reduzindo os pequenos problemas na
operação, cujo efetivo cumulativo causa desgaste ou deterioração;
• Valor final mais alto - Instalações bem mantidas são geralmente mais fáceis de
vender no mercado de segunda mão.
Manutenção corretiva
A manutenção corretiva segue a abordagem de deixar as instalações operarem até
que se quebrem. O trabalho de manutenção é realizado somente após a quebra. Por
exemplo, os televisores, os equipamentos de banheiros e os telefones em quartos de
hotéis provavelmente somente serão consertados depois de serem quebrados. O hotel
manterá algumas peças de reposição e o pessoal disponível para fazer os consertos
quando necessário. As falhas nessas condições não são catastróficas, embora talvez
irritem os hóspedes, nem tão frequentes para fazer verificações regulares do estado
das instalações.
61
Esta abordagem da manutenção é usada:
• Nos casos em que o conserto é fácil e a consequência da falha é pequena;
• Quando a falha não é previsível de forma nenhuma, porque a falha tem a mesma
probabilidade de acontecer antes ou depois do conserto.
Manutenção preventiva
A manutenção preventiva visa eliminar ou reduzir as probabilidades de falhas por
manutenção (limpeza, lubrificação, substituição e verificação das instalações) em
intervalos pré-planejados.
Manutenção preditiva
A manutenção preditiva visa realizar conservação somente quando as instalações
precisarem delas. Por exemplo, equipamentos de processamento contínuo, como os
usados para a produção de papel, funcionam por longos períodos durante 24 horas por
dia, de modo a conseguirem a alta utilização necessária para a produção eficiente em
custos. Parar a máquina para trocar um mancal, quando não é necessário fazê-lo,
retiraria esses equipamentos de operação por longos períodos e reduziria sua
utilização.
Neste caso, a manutenção preditiva pode incluir a monitoração contínua das máquinas
e equipamentos. Exemplo de manutenção preditiva: monitoramento contínuo das
vibrações.
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Os resultados desta monitoração seriam a base para decidir se a linha deveria ser
parada e os mancais substituídos.
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©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. . Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Custos de manutenção
Introdução
Os departamentos responsáveis pelo dinheiro que entra são normalmente os
departamentos de vendas e de produção, normalmente muito bem administrados, com
boa conceituação na empresa e alvo de campanhas de incentivos, prêmios de vendas
e produção.
Estes custos têm que ser gerenciados para que seja o mínimo e suficiente. A falta
deste gerenciamento eficiente gerará horas extras do pessoal de manutenção, peças
para reposição com pouco giro e estocadas há muito tempo na empresa.
65
Para um bom gerenciamento de manutenção é necessário a administração correta dos
custos envolvidos nas diversas formas de manutenção.
Como já foi visto, a produção planeja sua manutenção incluindo certo nível de
manutenção preventiva regular, o que resulta em uma probabilidade razoavelmente
baixa de falhar. Quanto mais frequente for à manutenção preventiva, menor é a
probabilidade de ocorrerem falhas.
A análise da figura mostra que pode existir um ponto ótimo de manutenção preventiva,
em que o custo para a empresa pode ser minimizado.
Este modelo de custos pode não refletir a realidade em muitos sistemas de produção,
pois o custo de paradas depende fundamentalmente da capacidade instalada da
empresa e seu nível de utilização, além do sistema de produção ser contínuo ou por
lotes.
66
Pode acontecer que o modelo de manutenção preventiva de algumas empresas seja
parecido com o da figura 2.
Quando entramos em nosso carro e damos a partida, esperamos que ele pegue.
Quanto mais vezes ele pegar, em relação ao número de tentativas, mais confiável ele
será. Assim, se em 1000 vezes que damos a partida em nosso carro, ele pega 995
vezes, dizemos que sua confiabilidade é 0,995, ou 99,5%.
67
É fácil perceber que existe uma estreita relação entre manutenção, qualidade do
produto (no caso de manutenção: máquinas, equipamentos, componentes específicos,
peças, etc.).
Existem diversos conceitos que podem ser aplicados para avaliar a confiabilidade de
sistemas produtivos.
Disponibilidade
Onde:
• Tempo disponível é aquele durante o qual a máquina ou equipamento está apto a
operar sem problemas;
• Tempo ocioso é aquele durante o qual o equipamento não apresenta condições de
funcionamento, por estar sofrendo manutenção ou intervenção.
Como exemplo pode-se tomar uma agência de aluguel de carros que, onde o histórico
da empresa mostra que, qualquer que seja o dia, 10% dos veículos está sofrendo
manutenção corretiva em virtude dos veículos que são devolvidos à empresa e
necessitam de correção de defeitos que não podem ser programados. Essa agência
apresenta uma disponibilidade de 90%.
68
A razão de falha é dada pela expressão:
5×100
No caso do exemplo da partida no automóvel seria: = 0,50%
1.000
O TMEF é um parâmetro que deve ser usado quando a razão de falhas é constante.
No exemplo do automóvel, supondo que sejam dadas 5 partidas no veículo a cada dia,
teríamos que as 1000 partidas foram dadas em 200 dias. Portanto, o tempo médio
entre falhas será:
69
A análise da figura mostra que as falhas ocorrem em três fases distintas:
1. Falhas da partida – decorrentes do inicio de operação, pois máquinas e
equipamentos exigem ajustes no de sua vida útil.
2. Falhas aleatórias - é a fase mais útil do equipamento, onde o número de falhas é
baixo.
3. Falhas do desgaste - decorrem do uso continuado do equipamento. Podem ser
encontrados mais exemplos sobre falhas e confiabilidade.
©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
70
Manutenção produtiva total
Introdução
A cada dia aumenta mais e mais a dependência das empresas de seus equipamentos
e instalações. A interrupção do processo produtivo gera uma série de problemas,
como: reclamações de clientes que não serão atendidos no prazo especificado,
receitas que deixam de ser auferidos, custos de reparos nos quais se incorre
desnecessariamente, aumento no índice de acidentes no trabalho, entre outros.
Uma instalação bem mantida, com baixíssimas interrupções, acaba por trazer à
empresa uma vantagem competitiva sobre seus concorrentes. É neste enfoque que as
empresas estão procurando novas técnicas de aumento de confiabilidade, melhorando
a manutenção dos equipamentos críticos e não críticos.
71
Manutenção produtiva total (TPM)
A TPM visa atingir o que se pode chamar de zero falha ou zero quebra. Foi
desenvolvida no Japão na década de 60 a partir de conceitos desenvolvidos nos
Estados Unidos e está se espalhando pelo mundo. A TPM apoia-se em três princípios
fundamentais:
• Melhoria das pessoas - sem o desenvolvimento, preparação e motivação das
pessoas é praticamente impossível atingir um nível adequado de aplicação da
filosofia TPM. Todos os programas iniciam-se com um treinamento do pessoal. A
multifuncionalidade deverá ser atingida;
• Melhoria dos equipamentos - depois das pessoas, os equipamentos constituem o
maior recurso de uma empresa. A teoria da TPM advoga que todos os
equipamentos podem e devem ser melhorados, conseguindo-se, a partir daí,
grandes ganhos de produtividade. É falso supor que uma fábrica, para ser moderna
e de alta produtividade, deve contar com equipamentos novos;
• Qualidade total - A TPM é parte integrante dos conceitos de qualidade total, já tão
difundido entre nós. A implantação de um programa de TPM deve caminhar
paralelamente à implantação de um programa de melhoria da qualidade e da
produtividade.
72
Cinco metas da manutenção preventiva total
Nível de consertos
O pessoal executa instruções, mas não prevê o futuro, simplesmentereage a
problemas.
Nível de prevenção
O pessoal pode predizer o futuro antevendo problemas e realizando ações corretivas
Nível de melhoria
O pessoal pode predizer o futuro antevendo; não somente realizam ações corretivas,
mas também propõem melhorias para prevenir recorrências.
73
Pessoal de manutenção Pessoal de operação
Papéis Para desenvolver: Para assumir:
• Ações preventivas; • Domínio das instalações;
• Manutenção corretiva. • Cuidado com as instalações.
Responsabilidades Treinar os operadores Operação correta
Planejar a prática da manutenção Manutenção preventiva de rotina
Solução de problemas Manutenção preditiva de rotina
Avaliar a prática operacional Detecção de problemas
Políticas de manutenção
Uma empresa pode definir uma política de manutenção com ênfase em vários
aspectos:
• Postura preventiva - estabelece e implanta um programa de manutenção
preventiva em todos os níveis. Utilizando-se de softwares de manutenção, terá
condições de gerir com precisão todos os eventos, como troca de peças após certo
número de horas de uso e limpeza, entre outros.
• Maior número de máquinas com menor utilização - não sobrecarrega
equipamentos, diminui quebras e aumenta a confiabilidade.
• Treinamento de operadores - são treinados para efetuar pequenas manutenções
de rotina, conforme filosofia da TPM.
• Projeto robusto - trabalhar com equipamentos robustos, ou seja, capazes de
suportar eventuais sobrecargas de trabalho sem apresentar defeitos.
• Manutenção– optar pela compra de equipamentos que se caracterizem pela
facilidade de efetuar as manutenções.
• Tamanho das equipes de manutenção - trabalhar com folga de mão de obra de
manutenção para que eventuais ocorrências simultâneas possam ser prontamente
atendidas.
• Maior estoque de peças sobressalentes - como no caso anterior, tem-se maior
segurança no atendimento.
74
• Redundância de equipamentos - para os equipamentos críticos, dispor de
reserva que possa ser utilizada imediatamente.
Vários desses aspectos podem ser combinados com o objetivo de ter-se um processo
produtivo que apresente o menor número de falhas.
75
©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Gestão eficiente da manutenção
Introdução
Em muitas empresas, embora a função da manutenção seja considerada secundária,
sua importância só é percebida quando falha. A complexidade e os problemas de
manutenção aumentam em função do tamanho da instalação, do grau de automação,
exigindo pessoal qualificado e treinado, o que torna necessário uma gestão eficiente.
77
Condições para operação eficiente
78
• É preciso ficar bem claro que, quando uma instalação possui um departamento,
divisão ou secção de manutenção bem organizada e eficiente, a própria
manutenção dá origem a lucros que normalmente não são contabilizados e que
dificilmente poderão sê-lo caso não exista uma organização e administração muito
eficiente. Tal lucro advém da meta primordial que consiste em conservar o
equipamento em excelentes condições durante o tempo mais longo possível,
aumentar o máximo a vida útil de cada peça de equipamento, diminuição ou
eliminação dos defeitos, falhas e quebras devido ao funcionamento inadequado
dos mesmos;
• O conjunto de divisões, áreas, departamentos ou seções que constituem a
instalação industrial, quando trabalha de maneira harmônica e visando todos eles
os mesmos objetivos, permitem uma operação altamente eficiente de todos os
setores. Inclusive, quando constituem setores operando com sistemas metódicos, a
manutenção pode assegurar um funcionamento confiável do maquinário. É
possível, em muitos casos, diminuir, ou mesmo eliminar a manutenção corretiva,
mediante o uso de métodos e processos obtidos pela imaginação criativa que
vários envolvidos no problema possuem que, com base em conhecimentos
técnicos possibilitam a praticamente eliminar alguns serviços de manutenção
altamente desagradáveis e dispendiosos, que ocorrem quase que
sistematicamente;
• O fator mais importante na eficiência de uma atividade qualquer é o preparo,
treinamento do pessoal envolvido em tal atividade e, principalmente, motivação. Tal
fator é normalmente esquecido ou ignorado, principalmente em pequenas e médias
empresas. É fato comum a alta direção adquirir, a custos elevados, equipamentos,
ferramentas e instrumentos altamente sofisticados e enviá-los a determinados
departamentos. Os responsáveis pelo departamento normalmente encaminham
tais dispositivos a seus subordinados, esquecendo-se que os que vão operá-los
precisam, em primeiro lugar, ter o preparo mínimo necessários para tal e serem
treinados para operá-los.
Por tal motivo, quando se trata de manutenção, todos os envolvidos devem ser
treinados e instruídos de maneira que fiquem conscientes de uma filosofia coerente e
que define claramente quais os objetivos pretendidos e como obtê-los, para que a
organização do serviço seja executada com o devido cuidado.
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Relacionamento entre produção e manutenção
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Responsabilidades da produção em relação à manutenção
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©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT – Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Gestão eficiente da manutenção - modelos de
análise
Introdução
Com o desenvolvimento tecnológico ocorrido ao longo dos últimos anos e o surgimento
de tecnologias de ponta, onde uma falha apresenta consequências difíceis de avaliar,
novos conceitos de manutenção foram desenvolvidos e aperfeiçoados. Entre esses
conceitos destacam-se a confiabilidade, a manutenção e a disponibilidade.
83
A elaboração e utilização de uma árvore de falhas permitem analisar as falhas de
sistemas bastante complexos de maneira bastante simplificada. Quando se está
interessado no estudo de maneiras de falhar, ou modos de falhar e os efeitos de tais
falhas, o método é extremamente útil como análise suplementar ao estudo feito. Em
todos os casos, os diagramas que constituem as árvores de falhas são de grande
utilidade no treino do pessoal que vai dedicar-se à manutenção.
De modo geral podemos considerar a árvore de falhas como uma estrutura lógica, ou
seja, um diagrama com os eventos posicionados de maneira lógica, que nada mais é
do que a representação lógica de uma série de eventos inter-relacionados.
Investigação de falhas
Em uma instalação industrial existem equipamentos, instrumentos, sistemas e
conjuntos das mais diferentes modalidades e tipos que podem apresentar falhas. Uma
falha qualquer pode apresentar várias implicações, cujos aspectos podem ser:
viabilidade econômica, segurança, velocidade de produção, qualidade do produto, etc.
84
Do ponto de vista da engenharia, as falhas são divididas em duas classes:
85
• Nunca se concentrar no ponto de ruptura somente, descartando observações nas
proximidades e no ambiente onde ocorreu o acidente ou a falha. Depois de obter o
máximo de informações e dados do acidente e das proximidades do local de
ruptura, aproxime-se da origem da fratura de maneira gradual e segura. É
importante ter em mente que a origem e a causa da falha ou acidente podem ser
nada mais que gatilho acionado por outras falhas provenientes de outras causas.
Os casos normais são sempre a consequência de uma cadeia de causas
coincidentes e raramente refere-se a um único tópico;
• É sempre importante procurar e reproduzir o histórico do acidente através de
evidências objetivas, entrevistas e fatores puramente objetivos. Relutar em aceitar
opiniões ou afirmações sejam de quem for inclusive as suas próprias. Isso porque a
percepção humana, seus julgamentos e decisões nem sempre são confiáveis.
©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
86
Métodos e processos de manutenção
Neste capítulo são apresentados vários métodos que podem ser utilizados nos
processos de manutenção, dependendo da complexidade do equipamento e do
conceito adotado pela instalação industrial. Entretanto, todos os métodos exigem
algum tipo de diagnóstico, que pode ser feito através de exame visual e do estado do
equipamento e componentes.
Introdução
Vários métodos podem ser utilizados nos processos de manutenção, dependendo da
complexidade do equipamento e do conceito de manutenção adotado pela instalação
industrial.
87
Pelo exame visual é possível verificar a existência ou não de descontinuidade como
dobras, costuras, distorções físicas e geométricas, trincas além de vários fatores
prejudiciais que se apresentam na superfície do material e que são processos
inadequados de forjamento, fundição, usinagem, soldagem entre outros. Depois que as
peças foram fabricadas, o exame visual permite detectar dimensionamento incorreto,
aparência inadequada e outros fatores que podem de uma forma ou outra, afetar o
produto final.
Alguns exemplos:
• Pode-se acompanhar o início de uma fissura em um componente e verificar sua
evolução através do exame visual e/ou um monitoramento de vibrações,
determinando o momento de parada para correção;
• Quando uma superfície metálica torna-se azulada significa que está ocorrendo um
aquecimento excessivo, indicando ao operador a necessidade de verificar os
dispositivos de lubrificação, de resfriamento ou de refrigeração.
Alguns fatores podem afetar a qualidade do exame visual: percepção da luz, formas
geométricas, tempo, cor, contraste, profundidade e distância. Portanto, é necessário
treinamento e experiência do pessoal que fará a inspeção visual, além de uma
iluminação adequada, sendo muitas vezes necessária a utilização de fontes portáteis e
móveis, além de outros equipamentos apropriados a essa técnica de manutenção.
A variação desse valor numérico, referente à energia dissipada, é que serve de base
ao processo de medida e consequente acompanhamento do estado do componente ou
máquina.
88
Sempre que houver um desgaste devido a uma causa qualquer, haverá uma variação
dos parâmetros mensuráveis em suas características e a observação de tal variação
permitirá que sejam tomadas as providências necessárias para evitar uma situação
que dê origem a grandes prejuízos.
Portanto, a manutenção preditiva será mais eficiente quanto mais rapidamente for
detectada a variação, sendo possível prever quais as providências que devem ser
evitadas como uma parada ou uma pane não programada com suas consequências no
processo produtivo.
Da mesma forma que a vibração, uma das variáveis pode ser o barulho que surge em
determinado componente, podendo ser um mancal fundido, um rolamento deteriorado.
Porém, quando o barulho é percebido, o problema já é grave, exigindo uma parada
imediata.
89
• Determinar experimental ou empíricamente os intervalos de tempo que devem
transcorrer entre as medições.
90
Porém, existem processos e métodos de acompanhamento e vigilância permanentes,
através dos quais são mantidos sensores adequados nos pontos críticos.
Tais sensores se destinam a medir a variável que interessa em cada caso (vibração,
ruído, temperatura, pressão entre outros) e normalmente estão acoplados a
energização do equipamento, interrompendo seu funcionamento no momento em que
a falha se apresentar.
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Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.
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Métodos de diagnóstico de estado de
conservação
Introdução
Existem vários instrumentos de diagnóstico do estado de equipamentos e
componentes que podem ser utilizados pela manutenção, dependendo da variável que
se quer medir.
Normalmente, esses instrumentos possuem uma escala numérica para permitir indicar
se a situação do equipamento ou componente são adequada ou não. Um exemplo de
escala que indica se o funcionamento é adequado, ou não, pode ser encontrado em
nossos carros, com o termômetro que indica o nível de aquecimento da água do
radiador.
Componentes mecânicos
As principais variáveis medidas em uma instalação industrial são:
• Verificação do vazamento em tubulações e vasos de pressão - podem ser
utilizados os testes hidrostáticos e o teste com ultrassom.
• Medidas de temperatura - podem ser utilizados termômetros simples, pares
termoelétricos e pirômetros.
• Medidas de pressão - podem ser utilizados manômetros para indicação da
pressão e pressostatos que atuam ligando e desligando dispositivos entre um
máximo e um mínimo.
93
• Medidas de espessura de chapas - utiliza-se o ultrassom e em casos que há
perigo de explosão utiliza-se o monitoramento constante através da medida da
resistência elétrica da chapa;
• Medidas de vibração - são utilizados transdutores que transformam o sinal
mecânico originado pela vibração em valores numéricos e medidores
estroboscópicos.
Componentes elétricos
Existem alguns fenômenos que são bastante importantes nos dispositivos elétricos e
devem ser investigados e acompanhados permanentemente.
• Deterioração de dielétrico, isolantes e isoladores - neste caso, encontramos
procedimentos que tratam as linhas gerais para o monitoramento, e que variam de
acordo com os materiais utilizados como dielétricos, isolantes e os isoladores
necessários.
• Motores e geradores de corrente contínua - devem ser verificados
constantemente comutador, escovas e suas ligações e a limpeza (óleos, graxas,
pós e particulados causam constantes problemas).
• Enrolamento de motores - devem ser feitas, principalmente em motores de
grande porte. A medida de análise da vibração e do barulho produzida pelo motor.
94
• Motores elétricos de indução - o problema mais importante nesses motores é o
rolamento, que pode ser acompanhado através da medição da vibração e da
variação da corrente elétrica.
• Transformadores - a manutenção deve ser concentrada na limpeza das partes
externas, ativas e exposta, como buchas isolantes e terminais.
95
©SENAI, SP 2012
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
MONKS, J. G. Administração da produção. São Paulo. Editora McGrawHill Ltda,1987.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
ROTHER, M.; SHOOK, J. Learning to See Value Stream Mapping to Add Value and Eliminate Muda. The Lean
Enterprise Institute, MA, USA, 1998.
SHAH, R.; WARD, P. T. Lean manufacturing: context, practice bundles, and Performance, Journal of Operations
Management 21 2003.
SHINGO, S. O sistema Toyota de produção do ponto de vista da Engenharia de Produção. Porto Alegre. Editora
Bookman Ltda, 1996.
96
Manutenção e a segurança do trabalho
Introdução
Máquinas, equipamentos e instalações devem ser mantidos não apenas para produzir,
mas também para serem seguros. Manutenção precária ou improvisada leva à criação
de condições que comprometem a segurança. Portanto, os setores de manutenção
têm grande responsabilidade na prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais.
Riscos físicos
Os riscos físicos são ruídos, vibrações, calor, frio, pressões anormais e umidade.
97
O melhor método de não haver ruído e vibrações é operar máquinas, instalações e
equipamentos silenciosos. Porém, muitas máquinas ou dispositivos produzem ruídos e
vibrações pelo seu próprio sistema de trabalho, podendo ser citados, como exemplo,
compressores, motores a explosão, geradores etc.
98
Riscos químicos
Os riscos químicos são poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias
químicas ou produtos químicos em geral.
Riscos de acidentes
Os riscos de acidentes são arranjos físicos inadequados, máquinas e equipamentos
sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada,
eletricidade, probabilidade de incêndio e explosão, armazenamento inadequado,
animais peçonhentos, outras situações de risco que poderão contribuir para a
ocorrência de acidentes.
No decorrer de seu trabalho, porém, a manutenção deve dedicar especial atenção aos
riscos de acidentes e adotar procedimentos seguros para evitar as seguintes situações,
entre outras:
• Máquinas e equipamentos sem proteção - manter os equipamentos de proteção
existentes nas máquinas e equipamentos de acordo com o projeto original. Isso
requer: treinamento do pessoal de manutenção; existência de um banco de dados,
com manuais de manutenção de cada equipamento, incluindo registro de
alterações do projeto original (desenhos, plantas etc.); reciclagem para os
mecânicos e eletricistas; acompanhamento permanente do trabalho de seus
funcionários. A NR 12 (máquinas e equipamentos sem proteção) - deve ser
consultada.
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• Ferramenta inadequada ou defeituosa - para todo e qualquer serviço deve ser
selecionada a ferramenta adequada, evitando improvisações. Proceder
frequentemente a inspeções nas ferramentas utilizadas por seus funcionários e por
operadores de produção, substituindo ou recuperando as ferramentas
desgastadas. Manter registro da troca das ferramentas.
• Iluminação inadequada - manter inspeção frequente nas luminárias, com o
objetivo de manter o nível de iluminação recomendado pela NBR 5413, que define
os níveis de iluminação em função da atividade executada. Especial atenção deve
merecer os corredores e áreas externas, principalmente para empresas que
trabalham no período noturno.
• Eletricidade - o trabalho onde existe eletricidade merece especial atenção, pois
são frequentes os acidentes fatais provocados pela eletricidade. A NR 10
(Instalações e serviços em eletricidade) prevê uma série de medidas para evitar os
acidentes com mecânicos, eletricistas e pessoal de produção, além dos riscos de
incêndios e explosões. Entre as medidas recomendadas pela NR 10, pode-se
destacar: curso de treinamento para todos os empregados que trabalham com
eletricidade (o curso de treinamento tem durações específicas para cada tipo de
trabalho); utilização de equipamentos de proteção individual; manobras específicas
em subestações e cabines primárias.
• Probabilidade de incêndio e explosão - fazer inspeção e manutenção preditiva
em hidrantes, mangueiras de combate de incêndio e sistemas de sprinklers.
Além dos riscos acima listados, a manutenção deve dedicar especial atenção a:
• Equipamentos de transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de
materiais como: empilhadeiras, pontes rolantes, monovias, tratores etc. conforme
preconiza a NR 11;
• Caldeiras e vasos de pressão – manter as condições de segurança conforme a NR
13, estabelecendo um programa de manutenção preventiva.
Gestão da segurança
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As metas têm o objetivo de atribuir responsabilidades para os gestores da
manutenção, pois frequentemente gestores da manutenção não se envolvem com
segurança, atribuindo toda a responsabilidade pela segurança ao SESMT.
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©SENAI, SP 2012
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
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RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
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ROTHER, M.; SHOOK, J. Learning to See Value Stream Mapping to Add Value and Eliminate Muda. The Lean
Enterprise Institute, MA, USA, 1998.
SHAH, R.; WARD, P. T. Lean manufacturing: context, practice bundles, and Performance, Journal of Operations
Management 21 2003.
SHINGO, S. O sistema Toyota de produção do ponto de vista da Engenharia de Produção. Porto Alegre. Editora
Bookman Ltda, 1996.
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