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Introdução
Para atingir seus objetivos, o PCP administra informações vindas de diversas áreas do
sistema produtivo. Da engenharia do produto são necessárias informações contidas nas
listas de materiais e desenhos técnicos, da engenharia de processo os roteiros de
fabricação com os tempos padrões de atravessamento, no marketing buscam-se as
previsões de vendas a longo e médio prazo e pedidos firmes em carteiras, a manutenção,
compras e suprimentos informam as entradas e saídas dos matérias em estoque, que
recursos humanos são necessários e os programas de treinamento, e finanças fornece o
plano de investimentos e o fluxo de caixa, entre outros relacionamentos.
Através da coleta e análise dos dados, hoje facilmente automatizado por coletores de
dados nos pontos de controle, essa função do PCP busca garantir que o programa de
producão emitido seja executado de acordo com o que foi planejado. Quanto mais
rapidamente os problemas forem identificados, mais efetivos serão as medidas
corretivas visando ao cumprimento da produção. Além das informações de produção
úteis ao próprio PCP no desempenho de suas funções, o acompanhamento e controle da
producão normalmente esta encarregado de coletar dados e índices de defeitos,
horas/máquinas, horas/homens consumidos, consumos de materiais, índices de quebras
de máquinas, etc.. para apoiar outros setores do sistema produtivo.
Operacionalmente estas funções executadas pelo PCP fazem parte de sistemas de
informações gerenciais integrados, adquiridos na forma de pacotes comerciais de
softwares, chamados de ERP (planejamento de recursos empresariais) que permitem
uma empresa automatizar e integrar a maioria de seus processos. Os atuais sistemas
ERP tiveram sua evolução a partir do sistema MRP (planejamento dos recursos
materiais) desenvolvidos na década de 60, e posteriormente nos anos 80, chamado de
MRP2 (planejamento dos recursos de manufatura) estas evoluções dos sistemas de
informações gerenciais foi decorrente da própria evolução no tratamento de dados
informatizados, contudo, rotinas básicas permanecem e são base dos sistemas atuais de
ERP.
A classificação dos sistemas produtivos tem por finalidade facilitar o entendimento das
características inerentes a cada sistema de produção e sua relação com a complexidade
das atividades de planejamento e controle desses sistemas.
Sistemas contínuos e PCP
Sistemas em massa
Sistema contínuo
M.P
PA
Estoque de Processo
M.P produtivo
Estoque de
P.A
Sistema em massa
P1 P2 P3
MP
Estoque de
M.P
P4 P5 P6
Estoque
de P.A
Sistemas em lote
Estratégia Corporativa
Estratégia Competitiva
Estratégia funcional
Finanças, planos financeiros – Marketing plano de marketing – Produção plano de
producao
Táticas Funcionais
Operações Funcionais
A missão e visão corporativa são as bases sobre as quais a empresa esta constituída,
razão de sua existência. Fazem parte da questão a definição clara de qual é o seu
negocio atual, ou seja, sua missão, e qual deverá ser no futuro, ou seja sua visão, bem
como a filosofia gerencial da empresa para administrá-la e expandi-la no futuro.
Normalmente, ao definirem a missão e a visão corporativa, algumas questões devem ser
levantadas.
Como a missão e a visão corporativa são as metas a serem alcançadas, elas devem ser
operacionalizadas através da definição e implementação das estratégias corporativas,
competitivas e funcionais.
Estratégia corporativa
Estratégia competitiva
Liderança de
Diferenciação
custos
Focalização
Sistemas produtivos
Estratégia de produção
Plano de produção
Questionário
Previsão da demanda
Capacidade
disponível
Plano de
produção físico
Plano de produção
financeiro
Capacidade futura
Simular
período
Período 24
horas?
Por sua vez, quando o sistema produtivo está voltado para atender sob encomenda,
o foco da produção deixa de ser a administração dos materiais (que fluem de forma mais
lenta) e passa a ser a administração da capacidade produtiva, via um sistema APS de
capacidade finita para seqüenciamento e um acompanhamento das ordens emitidas, de
forma a garantir ao cliente que seu pedido especial seja atendido no prazo acordado.
Normalmente, devido à exclusividade do produto, junto com as ordens de fabricação e
montagem, a programação da produção deve providenciar a rotina de operações padrão
para cada posto de trabalho. Em casos limites de sistemas sob encomenda de produtos
unitários de grande porte, com tempos de operação altos, como a fabricação de caldeiras
ou de uma represa, por exemplo, a programação da produção pode ser feita com base na
técnica de gerenciamento de redes, ou PERT/CPM e a identificação do caminho crítico
que deve ser acompanhado no detalhe para garantir a data de entrega negociada com o
cliente.
Em termos de planejamento, na programação empurrada, como descrito na
Figura 5.3, o programa de produção do período é obtido a partir da inclusão da demanda
dos diferentes produtos acabados no PMP, que gera as necessidades de PA no tempo.
Estas necessidades são passadas para o sistema MRP calcular, de acordo com a estrutura
dos produtos, as necessidades de materiais que serão comprados (OC), fabricados
internamente (OF) e montados (OM). Uma vez dimensionadas as necessidades de OF e
OM, elas passam por um sistema de seqüenciamento para gerar prioridades, ficando
então disponíveis para a emissão e liberação delas aos setores produtivos.
Figura 5.3 Programação empurrada versus programação puxada
Administração de estoques
Viagens Lotes CD CP CM CT
1 600 30.000 1.300 11.700 43.000
2 300 30.000 2.600 5.850 38.450
3 200 30.000 3.900 3.900 37.800
4 150 30.000 5.200 2.925 38.125
5 120 30.000 6.500 2.340 38.840
6 100 30.000 7.800 1.950 39.750
7 86 30.000 9.100 1.671 40.771
8 75 30.000 10.400 1.463 41.863
9 67 30.000 11.700 1.300 43.000
10 60 30.000 13.000 1.170 44.170
Conforme se pode ver nos dados da Tabela 5.1 e no gráfico da Figura 5.8, o número de
viagens que minimiza o custo total é de três viagens por ano, equivalente a um lote de
200 unidades por viagem. Este tamanho de lote é conhecido como “lote econômico” e o
período entre as reposições é chamado de “periodicidade econômica”.
A teoria da TRF foi desenvolvida por Shigeo Shingo na década de 70 após vários anos
de experiência em empresas japonesas, especialmente na Toyota, onde foi contratado
para estudar como se davam os setups de máquinas e achar a resposta para pergunta
acima. Não só Shingo conseguiu reduzir os setups de prensas de 120 minutos para três
minutos (bem menos do que os 12 minutos do exemplo anterior), como brindou a
administração da produção com uma nova ferramenta de análise em seu livro de 1985:
A revolution in manufacturing: the S.M.E.D. sistem. Um bom exemplo de como Shingo
conseguiu esse feito pode ser conferido semanalmente nas corridas de Fórmula 1, onde
uma troca de pneus, que no nosso carro dura em torno de 10 minutos (600 segundos), é
realizada em 4 segundos.
Inicialmente, ao estudar o problema das prensas da Toyota, Shingo classificou em
quatro grupos de funções as atividades desenvolvidas durante os setups, distribuídas
proporcionalmente no tempo conforme ilustrado na Figura 5.14. Conforme se pode ver
na figura, apenas 5% do tempo gasto com essas funções eram referentes à remoção e
fixação das matrizes e ferramentas, e o restante do tempo, segundo Shingo, poderia ser
reduzido, ou até eliminado, desde que a questão fosse analisada sob essa ótica.
Nesse sentido, Shingo desenvolveu sua teoria para a TRF, que pode ser resumida em
quatro passos seqüenciais:
1. Identificar e separar as atividades de setup interno e externo e eliminar
as desnecessárias;
2. Converter as atividades de setup interno em externo;
3. Simplificar e melhorar pontos relevantes para o setup;
4. Eliminar sempre que possível o setup.
O segundo passo na TRF para reduzir os tempos consiste em analisar com a equipe
como se podem levar as atividades consideradas internas, executadas com a máquina
parada, para atividades externas, ou seja, com a máquina em funcionamento.
Um exemplo típico é o de padronizar as alturas das matrizes com o uso de placas
espaçadoras, de forma a evitar que a máquina necessite regular sua abertura para o
encaixe da matriz. Outro exemplo é o do aquecimento externo das matrizes em fundição
e forjamento, de forma que ao entrar em operação ela já esteja na temperatura indicada
para gerar uma peça boa.
Também o ajuste do ferramental, que normalmente é feito com a máquina parada
(interno), deve ser analisado para verificar se esse ajuste não pode ser feito com a
máquina em funcionamento. Uma forma de fazer isso consistem em desenvolver uma
ferramenta de suporte suplementar onde a matriz é fixada e regulada como uma
atividade externa e, quando a máquina pára, o conjunto “matriz-dispositivo auxiliar” é
encaixado de forma padrão (e rápida) na máquina.
Eliminar as atividades de setup deve ser o objetivo principal da equipe de TRF, que
deve buscar sempre a resposta à seguinte pergunta: como produzir itens diferentes sem
promover setups nas máquinas? Ao se eliminar o setup, a produção pode ser feita em
fluxo unitário, ou seja, com lotes econômicos de uma unidade. Para se eliminar o setup,
pode-se agir em cima de três pontos:
• Projeto do produto inteligente: padronizando e reduzindo a quantidade de itens
componentes de um produto, elimina-se a necessidade de setup na produção de
componentes para diferentes produtos;
• Produção focalizada: focalizar a produção em células, ou linhas, onde os
equipamentos têm apenas a função necessária para a operação exigida pela família do
produto. Evitar o uso de grandes máquinas;
• Produção em grupos: desenvolver ferramentas que conformem em um único
setup diferentes itens ao mesmo tempo, de preferência itens que entrem em um mesmo
produto, ou então, ferramentas que podem ser utilizadas para conformar diferentes itens
de acordo com sua regulagem, sem a necessidade de sua retirada.
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