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Normas gerais de segurança em laboratório

Iasmim Fernandes Barcelos


Introdução

As atividades realizadas em laboratório requerem do


profissional uma série de cuidados, justificada pelo risco
à saúde:

Manuseio de material biológico contaminado


Vidraria
Equipamentos
Produtos químicos
RDC 302

Laboratórios devem manter atualizados e disponibilizar, a todos


os funcionários, instruções escritas de biossegurança,
contemplando no mínimo os seguintes itens:

a) Normas e condutas de segurança biológica, química, física,


ocupacional e ambiental;

b) Instruções de uso para EPI e EPC;

c) Procedimentos em caso de acidentes;

d) Manuseio e transporte de material e amostra biológica.


Higiene e hábitos pessoais
Higiene e hábitos pessoais


As mãos devem ser lavadas ao entrar no laboratório;


Após manipular amostras;


Depois de realizar qualquer procedimento;
O uso de luvas não
substitui a LAVAGEM

Após tirar as luvas e jalecos; DAS MÃOS


Antes de sair do laboratório.
Higiene e hábitos pessoais


Manter cabelos longos presos;


Usar exclusivamente sapatos fechados;


Mantes as unhas cortadas e limpas;


Não usar acessórios e adornos durante as atividades;


Não colocar objetos à boca.
Normas para a área analítica


Não pipetar com a boca;


Não fumar, beber ou se alimentar;


Não assistir televisão e ouvir aparelhos eletrônicos, inclusive
com fone de ouvido;


Não segurar o telefone ou manipular qualquer outro objeto
externo à área analítica calçando luvas;
Normas para a área analítica


Não usar telefones celulares durante as atividades
laboratoriais;

ATENÇÃO:
 Enquanto
Não usar estiver de luvas, da
equipamentos o trabalhador não pode
área analítica para manusear
aquecer e
maçanetas, telefones fixos
preparar alimentos;
ou celulares, puxadores de armários e outros objetos de uso
comum.


Não utilizar refrigeradores para armazenar alimentos ou
bebidas;
Riscos

Probabilidade de ocorrer um acidente causando


algum tipo de dano, lesão ou enfermidade.
Riscos ocupacionais

Acidentes decorrentes de condições inadequadas


durante suas atividades no trabalho.
Riscos de acidentes

Qualquer fator que coloque o trabalhador em


situação de perigo e possa afetar sua integridade,
bem estar físico e moral.

- Equipamentos sem proteção;


- Probabilidade de incêndio ou explosão;
- Armazenamentos inadequados.
Riscos ergonômicos

Qualquer fator que possa interferir nas características


psicofisiológicas do trabalhador, causando
desconforto ou afetando sua saúde.

- A distância em relação à altura dos balcões, cadeiras,


prateleiras;
-Postura inadequada;

-
Ritmo excessivo de trabalho;
-Movimentos repetitivos;

-Levantamento de peso.
Ergonomia em laboratórios

Requisitos ergonômicos para


os trabalhos laboratoriais
que exigem postura sentada
Ergonomia em laboratórios

São recomendadas pausas de 5 minutos, a cada 50


-

trabalhados.

Caminhar durante as pausas para melhorar a circulação


-

dos membros inferiores.

Ingerir água para minimizar a tendência a desidratação


-

gerada pela climatização artificial.


A detecção precoce dos sintomas das disfunções musculo-esqueléticas
impede a instalação de quadros mais graves com incapacidade física.
Riscos físicos

são as diversas formas de energia a que possam


estar expostas os trabalhadores, tais como:

Frio extremo
Riscos químicos

São as substâncias, compostos ou produtos que


possam penetrar no organismo pela via respiratória:

- Poeiras
-Névoas

-
Neblinas
-Gases
Riscos biológicos

A probabilidade de ocorrerem danos ou agravos à


saúde humana, animal ou ao meio ambiente
decorrentes da exposição a agentes ou materiais
considerados perigosos do ponto de vista biológico:

-Bactérias;
-Fungos;

-Vírus;

-
Parasitas.
Riscos biológicos

Os materiais biológicos abrangem amostras


provenientes de seres vivos como plantas, animais e
seres humanos.

-
Sangue;
-Urina;

-Escarro;

-Peças cirúrgicas/biópsias;

-Toxinas;
Riscos biológicos


Classe de risco 1:

- Baixo risco individual e para a comunidade.

- Inclui os agentes biológicos conhecidos por não


causarem doenças no homem ou nos animais
adultos sadios.

Exemplo: Lactobacillus sp
Riscos biológicos


Classe de risco 2:

-
Moderado risco individual e limitado risco para a comunidade.

-
Inclui os agentes biológicos que provocam infecções no
homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na
comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado,
e para os quais existem medidas profiláticas e terapêuticas
conhecidas eficazes.
Exemplo: Schistosoma mansoni
Riscos biológicos


Classe de risco 3:

-
Alto risco individual e moderado risco para a comunidade.

-
Inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de
transmissão, em especial por via respiratória, e que causam
doenças em humanos ou animais potencialmente letais, para
as quais existem usualmente medidas profiláticas e
terapêuticas. Representam risco se disseminados na
comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de
pessoa a pessoa.

Exemplo: Bacillus anthracis


Riscos biológicos


Classe de risco 4:

- Alto risco individual e para a comunidade.

- Inclui os agentes biológicos com grande poder de


transmissibilidade, em especial por via respiratória, ou de
transmissão desconhecida. Até o momento, não há nenhuma
medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções
ocasionadas por estes.

Exemplo: Ebola
Procedimentos em caso de acidente


Exposição a material biológico é uma
urgência médica!


Como posso prevenir acidentes ou pelo
menos reduzir o risco de transmissão de
doenças caso eles ocorram?
Procedimentos em caso de acidente


Existe tratamento pós-exposição que reduza o risco
de desenvolver a doença?


HEPATITE B: a pessoa pode ser vacinada ou revacinada
imediatamente após o acidente, o que reduz o risco de
infecção, se ela responder a vacina.


HEPATITE C: tratamento a base de Ribavirina e Interferon,
proteína que estimula o sistema imunológico a combater a
doença.
Procedimentos em caso de acidente


Existe tratamento pós-exposição que reduza o risco de
desenvolver a doença?


HIV: o tratamento quimioprofilático reduz em 82% o risco de
transmissão após acidente com material contaminado com o
vírus. Ele também é realizado quando não se pode confirmar a
sorologia da fonte expositora.


Quando indicada, a quimioprofilaxia deverá ser iniciada o mais
rápido possível, idealmente dentro de 1 a 2 horas após o acidente
e mantida por 4 semanas.

- Zidovudina, Lamivudina e Indinavir.


Procedimentos em caso de acidente


Lavar exaustivamente a área exposta com água e sabão/
soro fisiológico;


O profissional acidentado deve ser encaminhado para um
serviço de saúde especializado em ISTs.


Acompanhamento sorológico para Hepatite B / C / HIV.
Registro do acidente de trabalho

Condições do acidente:
-
Data e hora da ocorrência;

- Tipo de exposição

-
Área corporal atingida no acidente

- Material biológico envolvido na exposição

-
Utilização ou não de EPI pelo profissional da saúde no momento do
acidente.

- Avaliação do risco – gravidade da lesão provocada.


Registro do acidente de trabalho


Dados do paciente-fonte:
- Identificação;

- Dados sorológicos e/ou virológicos;

-
Dados clínicos.
Registro do acidente de trabalho


Dados do profissional da saúde:
-
Identificação;

-
Ocupação;

-
Idade;

-
Datas de coleta e resultado dos exames laboratoriais;

-
Uso ou não de medicamentos anti-retrovirais;

-
Reações adversas ocorridas com a utilização de anti-retrovirais.
Níveis de Biossegurança

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1):

Nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios


de ensino básico e pesquisa, onde são manipulados os


microrganismos pertencentes a classe de risco 1.

Não é requerida nenhuma característica de desenho estrutural,


além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção


de Boas Práticas Laboratoriais.
Níveis de Biossegurança

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2):

Diz respeito ao laboratório em contenção, onde são


manipulados microrganismos da classe de risco 2.


Se aplica aos laboratórios clínicos, de pesquisa oucom
- Laboratório hospitalares
portas trancadas.
de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário,
- Ar do laboratório nãoalém da em
deve circular
outros ambientes.
adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias
(cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção
individual) e secundárias (desenho estrutural e organização do
laboratório).
Níveis de Biossegurança

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3):


Indicado para trabalho com agentes infecciosos que possam
causar doenças graves, potencialmente letais, como resultado
da exposição por via de inalação.
Níveis de Biossegurança

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3):

Para este nível de contenção são requeridos além dos itens


referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais


especiais.
Níveis de Biossegurança

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3):

Deve ser mantido controle rígido quanto a operação, inspeção e


manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico


deve receber treinamento específico sobre procedimentos de
segurança para a manipulação destes microrganismos.
Níveis de Biossegurança

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4):

Laboratório de contenção máxima, destina-se a manipulação de


microrganismos da classe de risco 4.


Onde há o mais alto nível de contenção, além de representar
uma unidade geográfica e funcionalmente independente de
outras áreas.
Níveis de Biossegurança

NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4):



Práticas Especiais
Pessoal de Laboratório:

Deve seguir rigorosamente as normatizações;

Receber treinamento altamente especializado;


Relatar todo e qualquer tipo de acidente;


Receber imunizações;

Participar de vigilância médica.



Níveis de biossegurança – RDC 302

O Responsável Técnico pelo laboratório clínico deve


documentar o nível de biossegurança dos ambientes
e/ou áreas, baseado nos procedimentos realizados,
equipamentos e microrganismos envolvidos,
adotando as medidas de segurança compatíveis.
Equipamentos de proteção

Além das boas práticas laboratoriais, equipamentos específicos


de proteção devem ser utilizados durante a rotina laboratorial.

EPI EPC
Equipamentos de proteção individual

Barreira de proteção primária


São empregados para proteger o profissional de saúde do
contato com agentes infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor
excessivo, fogo e outros perigos.

A roupa e o equipamento servem, também, para evitar a


contaminação do material em experimento ou em produção.


Equipamentos de proteção individual


As luvas devem ser usadas em atividades laboratoriais com
riscos químicos, físicos (cortes, calor, radiações).


Fornecem proteção contra dermatites, queimaduras químicas e
térmicas e contaminações ocasionadas pela exposição a
compostos químicos.


Devem ser resistentes, anatômicas, flexíveis, pouco
permeáveis, oferecer conforto e destreza ao usuário.
Equipamentos de proteção individual

• Luvas de látex descartáveis, estéreis ou não para manuseio de


material biológico;

• Luvas de proteção ao calor, geralmente em tecidos e fibras


resistente a altas temperaturas;
Equipamentos de proteção individual

• Luvas de proteção ao frio de náilon impermeabilizado com


tecido emborrachado ou lã;

• Luvas para manuseio de produtos químicos de borracha, PVC


ou PVA.
Equipamentos de proteção individual


Calçados de segurança:

São destinados à proteção dos pés contra umidade, respingos,


derramamentos e impactos de objetos diversos, não sendo
permitido o uso de tamancos, sandálias e chinelos em
laboratórios.
Equipamentos de proteção individual

Máscaras de proteção:

As máscaras de proteção são equipamentos de proteção das


vias aéreas (nariz e boca), confeccionados em tecido ou fibra
sintética descartável, utilizadas em situações de risco de
formação de aerossóis e respingos de material potencialmente
contaminado.
Equipamentos de proteção individual


Toucas ou gorros:

Dependendo da atividade desenvolvida, devem ser utilizadas


toucas para proteger os cabelos de contaminação (aerossóis e
respingos de líquidos) ou evitar que os cabelos contaminem
uma área estéril.
Equipamentos de proteção individual


Jalecos:

São de uso obrigatório para todos que trabalham nos ambientes


laboratoriais onde ocorra a manipulação de microrganismos
patogênicos, manejo de animais, lavagem de material,
esterilização e manipulação de produtos químicos. Devem ser de
mangas longas, confeccionados em algodão ou fibra sintética (não
inflamável). Os descartáveis devem ser resistentes e
impermeáveis.
Equipamentos de proteção individual


Óculos e protetor facial:


Protegem contra borrifos, gotas e impacto.

Devem ser de material resistente e transparente.
Equipamentos de proteção coletiva

Têm a função de proteger o ambiente e a saúde dos profissionais,


além da integridade dos mesmos; são utilizados tanto em
procedimentos rotineiros, como em casos de acidentes maiores.
Equipamentos de proteção coletiva


Lava olhos:

Serve para eliminar ou minimizar danos causados por acidentes nos


olhos e/ou face. É um dispositivo formado por dois pequenos
chuveiros de média pressão, acoplados a uma bacia metálica, cujo
ângulo permite direcionamento correto do jato de água.
Equipamentos de proteção coletiva


Chuveiro de emergência:

Imprescindível para eliminação ou minimização aos danos causados


por acidentes em qualquer parte do corpo. Acionado por alavancas
de mão, cotovelos ou joelhos. Deve estar localizado em local de
fácil acesso.
Equipamentos de proteção coletiva


Cabines de Segurança Biológica – CSB:
- Constituem o principal meio de contenção e são utilizadas para

proteger o profissional e o ambiente laboratorial dos aerossóis ou


borrifos infectantes.

- Protegem também o produto que está sendo manipulado,


evitando a sua contaminação.
Equipamentos de proteção coletiva


Extintores de incêndio:
- São utilizados para acidentes envolvendo fogo. Podem ser de
vários tipos, dependendo do material envolvido no incêndio.

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